Você está na página 1de 45

Principios, Conceitos e

Aplicações do Transporte
de Sedimentos nas Zonas
Costeiras.
TEMAS
I - Introdução.
 Características das ondas.
 Transformação das ondas.
 Fenómeno de Rebentamento das ondas.
II- Transporte de sedimento.
 Introdução.
 Propriedades do Fluido e dos Sedimentos. (seminário)
 Iniciação do movimento e Tensão de Corte Crítico.
 Formas de Fundo.
 Transporte de Sedimento devido a corrente.
 Transporte de sedimento devido as ondas.
 Transporte de Sedimento devido as ondas e Corrente.
III- Transporte Litoral.
 Forças que produzem as correntes Paralelas a
a costa.

IV - Transporte de Sedimentos paralelo a costa.

Métodos para sua estimação.

V - Transporte de sedimento perpendicular a costa.


Perfil de equilíbrio.
Erosão das Dunas.

VI - Mudanças na Línea de Costa.

Modelo de una línea, aplicação ao caso de


acumulação devido a presença de quebra-mar.
Bibliografía consultada:
 Shore Protection Manual (1994) USA.
 Coastal Eng. Manual (2000) USA.
 Introduction to Coastal Engineering and Management. W. Kamphuis. (2002)
Canada
 Coastal Engineering. TU Delft. (1986)Holanda.
 Beach Nourishment, Theory and Practice. R. Dean ( 2002). USA
 Principles of sediment Transport in Rivers, estuaries, Coastal seas and Oceans.
(1993) Van Rijn. IHE. Holanda.
 Dynamics of marine sands. A manual for practical aplication. (1997). R.
Soulsby. Ingraterra.
 Estudio de diferentes métodos para la estimación de la capacidad de transporte
de sedimento en playas. Aplicación a la playa de Varadero, Matanzas, cuba.
(2003) R. Torres, R. Rivero, tutor: Dr. Ing. Luis Córdova López. Tesis para
graduarse de Ingeniero Hidráulico.
 Propuesta de Metodología para la Rehabilitación de playas,. Aplicación, caso de
estudio : Zona crítica de la playa de Varadero. Matanzas, Cuba. (2004)Y.
Matamoros, O. Peraza. tutor: Dr. Ing. Luis Córdova López. Tesis para
graduarse de Ingeniero Hidráulico.
 Herramienta de Ayuda al Ingeniero en Costas.(2005) L. Rodríguez, Y. Palay.
tutor: Dr. Ing. Luis Córdova López. Tesis para graduarse de Ingeniero
Hidráulico.
TEMA I
Introdução
Características das ondas.
Transformação das ondas.
Fenómeno de rebentamento das
ondas.
Introdução
Características gerais das ondas
 A onda é uma porção de água agitada que alternativamente se eleva e deprime
na superfície dos mares, rios e lagos, acompanhada por correntes locais,
acelerações e flutuações de pressão. Sua forma mais simples é a sinusoidal.

 O fenómeno de ondulação não é mas que sucessão de ondas na superfície da


água devido a ingerência dum agente perturbador; este agente pode ser
natural (terremotos, mares, ventos) ou artificial (explosões, passagens de
embarcações, entre outros).

 O vento é o principal gerador de ondulação. Geralmente, a velocidade do vento


e a actividade das ondas estão estreitamente relacionadas; existem ademais
outras variáveis importantes a considerar como a profundidade da água, a
duração da tormenta e a distância a qual o vento sopra sobre a água (fetch)
para gerar as ondas.
Introdução: Breves aspectos sobre os
mecanismos de ondulação

 O objectivo ao desenvolver este tema é recordar


alguns conhecimentos dos mecanismos das ondas
de gravidade ou ondas curtas, os quais são
essenciais para um bom entendimento da
Engenharia de Costas. Os conhecimentos
apresentados todos são derivados da teoria de Airy
(teoria lineal) para uma onda de forma sinusoidal.
Propiedades da onda.
Os parâmetros que definem uma onda simples progressiva que se propaga sobre um
fundo horizontal são:

Longitude de onda (L): É a distância horizontal entre duas cristas ou dos vales
consecutivos.

Período (T): É o tempo, contado em segundos, entre a passagem de duas cristas


sucessivas por um mesmo ponto.
Altura (H): Distância entre a crista e o vale das ondas.
· Inclinação da onda: Relação entre altura e comprimento de onda (H/L).
· Amplitude (A): Metade do comprimento vertical entre a crista e o vale das ondas.
(m)
· Velocidade da onda (c): Velocidade de propagação da onda.
ABAIXO ESTÁ UMA FIGURA ONDE ESSAS CARACTERÍSTICAS SÃO
OBSERVADAS.
Clasificação das ondas segundo
Profundidade Relativa (d/L), valor de kd y
Tanh (kd)

Clasificação d/L kd Tanh(kd)

Águas profundas ½ a inf. a inf. =1

Águas Intermedias 1/20 a ½ 10 a  Tanh(kh)

Águas razas 0 a 1/20 0 a /10 =kd


Relações Gerais
 Quando observamos um corpo nas superfícies das
ondas, rapidamente percebemos que a sua posição
oscila horizontal e verticalmente sobre a mesma
posição, no entanto o perfil da onda (a sua crista
avança). Portanto, duas velocidades são definidas:
 A velocidade do Corpo, que chamaremos de
velocidade da partícula.
 A velocidade com que a crista se move, chamada
velocidade de fase ou velocidade de onda.
Componentes verticais e horizontais da velocidade da
partícula

ωH cosh k ( z  h) Componente horizontal da


u cos(kx  wt )
2 senh kh velocidade

H senh k ( z  h) Componente vertical da


v sen(kx  wt )
2 sen kh velocidade
Donde:
H= Altura de onda (m) Para Z= 0 velocidad en la superficie
h= profundidade da água (m) Para Z= h velocidad en el fondo
k=número de onda= 2L
L= Longitude de onda (m)
t= tempo (seg.)
x= coordenada horizontal (m)
z = coordenada vertical medida desde o nível de águas brandas (m)
= frequência circular = 2T
T = Período da onda ( seg.)
Deslocamento da partícula de água

H cosh k ( z  h)

2 senh kh
Amplitude deslocamento horizontal

H senh k ( z  h)

2 kh
Amplitude deslocamento vertical
Celeridade da onda
A velocidade a que a onda se desloca se define como:
L  g
c   tanhkh Onde: g = aceleração de queda livre
T k k
(m/s2)
c = celeridade da onda (m/s)
•Esta ecuação é de difícil uso prático k e L, duas incógnitas
numa só equação
• Eckert propôs uma equação simples para resolver o problema, mas
se comete um erro na estimação de um 5%

2h
L  Lo tanh
Lo
Outra solução para este problema mais preciso é o uso de tabelas ou
gráficos.
Wiegel ( 1954) Trabalhou no desenvolvimento duma tabela que
foi publicado em seu livro “Oceanographical Engineering” ( 1964)
e no “Shore Protetion Manual” (1973) ou Dean e Dalrymple (1991)

A seguir um exemplo do uso da tabela:


Dados:
Período da onda= 19 seg.
Profundidade= 50 m
1. Calcular Lo = 1,56 T2
2. Calcular h/Lo = 0,0887
3. Interpolando na tabela de Wiegel >> h/L = 0,131
portanto >> L = 381,6 m
Exemplo:
Determinar a velocidade e o comprimento de onda
para profundidades de 200 m e 3 m.
Dados: A onda se propaga com um período de 10 seg.
Da profundidade de 300m a 2m
1. Calcular

Para 200m

Aguas profundas
Aguas intermedias, determinar
Para 3 m por tabela, gráfico ou iteração
Celeridad de Grupo
 Quando examinamos um trem de ondas que se move
acima do nível da água calma, parece que as ondas se
originam no final do grupo e diminuem perto da frente.
Mas a realidade é que o grupo avança, mas a baixa
velocidade.
Pressão exercida pela onda

A pressão exercida pelas ondas é o resultado de dois componentes


ou contribuições, uma componente dinâmica e uma componente
estática.

Onde: Presión Relativa


P´= Pressão absoluta total (KN/m2)
= Densidade da água ( Kg/m3)
Pa = Pressão atmosférica (KN/m2)
Energia e Potencia da onda
A energia total das ondas é a soma da energia potencial e da energia cinética.

A energia cinética devido às velocidades associadas ao movimento das ondas.

Integrando:
A Energia Potencial é a parte resultante da massa de fluido sobre o vale da
onda: Crista da onda, que podemos definir como a amplitude.

Energia potencial por unidade de comprimento da onda.

Integrando >>>

Energia Total por unidade


de longitude de onda

Energia Total por unidade


de área.
Potência da onda

É a energia da onda que se espalha com a velocidade de um grupo.


chamada potência ou o fluxo de energia transmitida na direção de
Propagação de ondas através de um plano perpendicular
na sua morada.

Integrando>>

Abaixo está uma tabela de resumo de todas as propriedades


de ondas de acordo com a Teoria das Ondas Lineares
Exercicio 1:
 Determine todas as características da
onda cujo período é 8 seg. e uma altura
de 1,5 metros a uma profundidade de 6
metros as seguintes profundidades:
 z= 0 m; z=-4 e na superficie.
 Dados: Densidade da água 1035 Kg/m3
Ejercicio 2:
 Dado o perfil da praia. Determinar as características da onda
para cada profundidade.

Profundidade (m) Período da onda = 7 seg.


100 Altura de onda ( Ho) = 2,00 m
75
50
38,26 Estas variaveis a determinar devem ser
28 apresentadas em tabelas e gráficos.
19,13
15 h, h/Lo, Teoría Aplicável, h/L, L, n
10
C/Co, C, H/L, H/Ho, H, Us; Uf, Energia
5
3,82
3
2
1
0,77
Transformação de ondas
Alterações na altura da onda
 Rebentamento da onda
Princípios da transformação de
ondas
Processos que podem afetar a altura da
onda no seu movimento em direção ao
litoral.
Refração Depende da topografia
e fazem com que a
Alteração do perfil de fundo (shoaling). Energia se concentre
Difração. ou desconcentre.
Dissipação de energia por atrito de
fundo. Mecanismos que
Dissipação de energia por percolação diminuem energía
Efeito do rebentamento.
Interação corrente onda.
Interação onda-onda Transferencia
Crescimento extra devido ao vento de energia.
Equação que representa a transformação de onda

Variação espectral

Propagação de
vento.
energia.
ondulação

rebentamento

Fricção de fundo

percolação
 O termo A representa a mudança temporal do
espectro.
 O termo B representa a propagação da energia
das ondas.
 O termo C representa os aportes do vento.
 O termo D é a redistribuição da energia das
ondas entre os diferentes componentes devido à
não-linearidade das ondas.
 O termo E representa a dissipação de energia
devido ao fenômeno de rebentamento.
 O termo F representa perdas de energia devido
ao atrito de fundo.
 O termo G representa perdas de energia devido à
percolação.
Tipos de Transformação de ondas

 Uma tempestade forte gera ondas que se


propagam através de águas rasas, enquanto as
ondas continuam a crescer devido ao vento.
 Uma tempestade forte gera ventos em uma
área remota do local a ser estudado, as ondas
se movem através de águas rasas, desprezando
o vento, ondas do tipo swell.
 O vento sopra na área de águas rasas, as ondas
crescem em direção ao local de interesse
interagindo com o fundo.
 Este segundo caso é típico em estudos de
engenharia costeira.
 A aproximação das ondas do tipo swell à costa é
corretamente caracterizada por ondas
monocromáticas.
 Métodos simples de refração e efeito de fundo
(shoaling) podem ser usados para realizar a
transformação com boa precisão.
Efeito da variação da profundidade
(shoaling)
 Supõe-se que o fluxo de energia não se altera com o
movimento da onda em um perfil de profundidade variável.

 O coeficiente Shoaling é definido como:

1
Ksh 
2kh
tanhkh(1  )
senh 2kh
Efeito da Refração

Neste caso se assume que a potência trasmitida


entre ortogonais permanece constante : P1b1=P2U2

Aplicando a Lei de Snell


bo sen o Co C
Kr   sen   sen o
b1 Para avaliar a relação sen  C Co
bo/b1 se utiliza a Lei de Snell
Rebentamento da onda.
Na zona de rebentamento, ocorrem processos hidrodinâmicos
complexos.

O mais óbvio é a dissipação de energia devido o rebentamento da onda.


Pode-se facilmente observar que a energia das ondas é transformada
em turbulência.

Uma menos visível, mas muito importante, é a alteração do nível médio da


água na zona de rebentamento. Para ondas que se aproximam
perpendicularmente à costa, estas levam a uma pequena diminuição do
nível médio da água fora da zona de rebentamento, e dentro da zona de
rebentamento, estes levam à elevação no nível médio quando estão
mais próximos da costa.

No caso de as ondas se aproximarem da costa num ângulo, os processos


descritos acima também criarão uma corrente paralela à costa.

(Van der Velden, 1990).


O pioneiro mundial no estudo da classificação do tipo de
rebentamento foi o espanhol, Irribarren.
Battjes (1974) define o Parâmetro de Rebentamento, que permite
definir o tipo de rebentamento, relacionando inclinação de fundo e
características de onda.

tan

HLo

0..5

Donde:
: Parámetro de rebentamento de Irribarren [adim].
tan : Pendente da praia [adim].
H: Altura da onda [m].
Lo: Longitude da onda em águas profundas [m].
Lo = g T2 /2
Onde:
g: Aceleração de queda livre [m/s2].
T: Período da onda [sec].
Para que a onda rompa este valor deve ser aproximadamente 2,3 .
Tipos de rebentamento segundo
o
Parámetro de Rebentamento
Parámetro de Parámetro de
Tipos de Irribarren em águas Irribarren em
Rebentament profundas, o rebentamento, b
o
Contínua <0.5 <0.4
Rolante 0.5-3.3 0.4-2
Colapsante >3 >2
Ondulante >3 >2
Rebentamento Contínuo (spilling): ocorre em geral em declives suaves,
parece espuma no topo da onda, que continua a propagar-se com pequenas
mudanças de forma e progressivamente perdendo altura.

Rebentamento Rodante (plunging): a frente da crista avança sobre o seio


precedente até ficar vertical e cair como um jato sobre ela. Deixando uma bolsa
de ar (tubo) preso sob ele.
Colapso: A frente vertical formada pela crista colapsa para a frente,
geralmente sem produzir uma bolsa de ar presa.

Surto: a onda sobe e se retira da encosta com quase nenhuma


espuma.

Estes diferentes tipos de disjuntores envolvem diferentes formas de


dissipação de energia e produzem diferentes fenómenos de geração
corrente, transporte de sedimentos e reflexão das ondas na praia.
(CEDEX)
Índice de Rebentamento
Índice de rebentamento (  ), estável uma relação
entre a altura de onda rebentanda e a profundidade
de rebentamento.
Hb Hb = Altura da onda de rebentamento (m)
γ
hb Hb = Profundidade de rebentamento (m)

Uma utilidade prática para o uso do índice de rebentamento está na


análise de transformações de altura de onda.
Outra aplicação é no projeto de estruturas de proteção costeira, neste
caso, a altura da onda de projeto é limitada pela profundidade na frente
da estrutura.
Uma terceira aplicação é a sua determinação para definir a zona de
rebentamento, definindo a zona de transporte de sedimentos, bem
como a sua utilização necessária nas equações para a estimativa do
transporte de sedimentos.
Fórmulas estudadas por vários autores que relacionam
diferentes parámetros
Battjes (1974) relacionou a razão  com o parámetro :

0 ,17
  o  0.08
Weggel para ondas regulares e pendente de fundo
1.56 43.8 Hb
   * 1  e^ (19.5 * tan  )*
1  e^ (19.5 * tan  ) 2 Lo
Hb= Altura de onda de rebentada (m)
Lo= Longitude de onda em águas profundas (m)
tan : Pendiente da praia [adim].

Van Rijn Relaciona o ángulo () que se forma entre la


direcção da onda e a corrente (em radianos)

  0.8    0.3 2
Determinação da altura da onda de rebentamento
Método Iterativo.
1. Supor uma profundidade de rebentamento (hb).
2. Usando as tabelas de ondas, gráficos determinar os Coeficientes de
shoaling Ksh e relação C/Co
3. Determinar o ángulo de rebentamento.

sen b  (C / Co) sen( o )


4. Calcular a altura de onda de rebentamento

cos( )
Hb  HoKsh
cos( o )

5. Calcular um novo valor hb a partir do valor de índice de rebentamento


seleccionado. Voltar ao paso 1
Exercício
1. Determine a altura e a profundidade do disjuntor de ondas.

Dado: Hs, T, Ângulo em águas profundas e declive da praia


Realizar o exercício calculando a taxa de rutura utilizando as
equações de Battjes (1974) e Weggel

2. Determinar:
Altura da onda e ângulo de aproximação a partir de uma
profundidade de 6 metros, sabendo que a inclinação da praia é
de 1:100 para os seguintes ângulos em águas profundas. (três
ângulos). O intervalo nos primeiros 150 metros deve ser de 10
metros, nos restantes 20 metros.
Dado:
Hs, T na profundidade de 500 metros, a inclinação da praia é plana
e as linhas de contorno são paralelas entre si.
Faça um gráfico mostrando o comportamento de Hs e ângulo de
aproximação em relação ao perfil da praia (distância)

Você também pode gostar