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1
1.1 - Ondas: conceito e classificação
1.2 - Período de frequência e velocidade de uma onda
2.1 - Ondas eletromagnéticas e sonoras e sua interação com a matéria
2.2 - Osciladores e o movimento harmônico simples
3.1 - Luz e óptica: definições
3.2 - Refração e reflexão
4.1 - Óptica geométrica em lentes
4.2 - Óptica geométrica em espelhos
Conteúdo Complementar (não conta p/ avaliações, mas conta p/ frequência)
__ C.1 Movimento ondulatório Unidimensional
__ C.2 Movimento ondulatório bidimensional
__ C.3 Interferência e efeito Doppler
__ C.4 Modelo ondulatório e geométrico da luz
__ C.5 Fenômeno da luz
Bons estudos.
elm = Avaliação da aula. Ruim. Assinalada opções - Erros no conteúdo; - Precisei pesquisar
mais; - Conteúdo Livro difícil (qdo assinala <regular, só há opções para assinalar)
_1.1_ Desafio
As ondas aquáticas consistem em ondas de superfícies que se formam em oceanos, lagos e lagoas.
Elas são geradas pelo vento que perturbam o equilíbrio da superfície dos oceanos por meio de
forças de pressão e fricção. Esse movimento das ondas segue expressões matemáticas que serão
estudadas.
Em determinada aula de Física, a qual tratava de ondas, você aprendeu que elas são onipresentes
na natureza. É possível percebê-las em pequenas ondulações em determinado lago, no solo que
oscila durante um terremoto, em uma corda de violão que vibra, no som de uma flauta e nas cores
do arco-íris.
A praia, apesar de receber a energia da onda, não sai do lugar, uma vez que
sua massa é continental. O surfista observa, de longe, a linha do horizonte,
subindo e descendo, até que percebe a aproximação de uma onda adequada.
Quando essa onda chega até ele, o surfista precisa remar até a linha da
arrebentação, onde, então, a água se desloca para a frente, e ele pode
surfar.
Interessante notar como o surfista tem sensibilidade para perceber que sua
prancha começa a ganhar movimento quando entra na zona de arrebentação, e
ele pode subir nela.
Em ondas mais altas, a massa de água na crista é bem menor que a na base da
onda. Logo, para conservar o momentum, a velocidade na crista fica muito
maior que a velocidade na base. Essa diferença de velocidade faz a onda “se
quebrar”. Isso é a arrebentação.
http://sga.sites.uff.br/wp-content/uploads/sites/290/2017/11/ondasmares.pdf
ONDAS MARINHAS
ONDAS MARINHAS
As ondas observadas nos oceanos e lagos são ondas mecânicas produzidas pela força motriz dos
ventos, movimentos da crosta terrestre (terremotos e maremotos) e forças astronômicas. A
criação dessas ondas tem a participação da gravidade e da capilaridade que atuam como forças
restauradoras do nível do mar. Sem a ação das forças restauradoras uma dada porção do mar que
se elevasse pela ação das forças motrizes permaneceria elevada indefinidamente.
Com a ação da gravidade, uma porção elevada da superfície do mar é empurrada forçando a água
para baixo, provocando uma elevação do nível do mar na porção vizinha. Conseqüentemente, à
medida que uma crista de onda está sendo forçada para baixo, uma porção de água próxima a ela
está se elevando, o que provoca a propagação das ondas.
A capilaridade deve-se à tensão superficial da água. A causa da tensão superficial é a
polaridade elétrica da molécula de água. Moléculas vizinhas são fortemente atraídas entre si,
com o lado negativo de uma molécula sendo atraído pelo lado positivo de outra. Esta atração
atua como força restauradora, puxando as moléculas de água. Comparado com a gravidade, a força
restauradora da tensão superficial é insignificante. Porém, para ondas muito pequenas, pesando
muito pouco, com comprimentos de onda menores que 2cm, a tensão superficial é a força
restauradora predominante. Essas ondas são denominadas capilares e possuem a interessante
propriedade de viajarem mais rápido quanto menor for a onda, o que é o oposto das ondas
gravitacionais.
(*) ondas profundas: propagam-se em águas mais profundas que 1/2 λ; ondas rasas: propagam-se
em águas mais profundas que 1/2 λ.
O tamanho da onda depende da velocidade e duração do vento e da área de varredura.
MOVIMENTO ORBITAL
O movimento da molécula de água abaixo de uma onda é diferente do próprio movimento da onda.
Uma onda pode viajar de um ponto a outro do oceano, porém as moléculas de água não vão a parte
alguma. Elas simplesmente sofrem ondulações cíclicas, subindo e indo para frente com a
aproximação da crista de onda e descendo e indo para trás após sua passagem. Deste modo o
movimento líquido é circular, subindo e indo para frente com a aproximação da crista e
descendo e indo para trás com a aproximação da cava.
O movimento orbital da água decresce com a profundidade. Numa profundidade maior que a metade
do comprimento da onda, o movimento da onda torna-se desprezível, com as ondas tendo pouco
efeito sobre o fundo e o fundo tendo pouco efeito sobre as ondas.
Em águas rasas, a interação entre a água e o fundo freia as ondas e provoca movimento dos
sedimentos de fundo. O movimento orbital da água torna-se mais elíptico que circular, com as
elipses diminuindo e tornando-se achatadas próximo ao fundo, porque o atrito com o fundo
restringe o movimento de subida e descida.
2 Se a água é muito rasa (mais rasa que a metade do comprimento de onda), todas as
ondas irão se propagar na mesma velocidade. Quanto mais raso, mais lentamente as
ondas irão se propagar.
REFRAÇÃO DE ONDAS
A diminuição da velocidade das ondas após as mesmas penetrarem em águas rasas provoca uma
mudança na direção do transporte. A porção da onda que chega primeiro em águas rasas diminuí a
velocidade e a porção que ainda está em águas profundas mantém a velocidade. Conseqüentemente,
as ondas mudam sua direção, voltando-se para as áreas rasas a medida que diminuem a
velocidade. Por esse motivo todas as ondas parecem vir da mesma direção, frontalmente à praia,
independente da direção onde foram originadas. Esta deflexão das ondas à medida que atingem
águas rasas é denominada refração.
Em costas recortadas, as ondas parecem se concentrar nos pontos mais avançados. Isto ocorre
porque as ondas encontram águas rasas primeiramente nesses pontos, mudando a direção para
essas regiões. Conseqüentemente, a energia das ondas concentra-se nesses pontos e os fundos
das baías são comparativamente mais calmos.
REFRAÇÃO DE ONDAS
REFRAÇÃO DE ONDAS NUM
LITORAL RECORTADO
GRUPOS DE ONDAS
As ondas se propagam em grupos denominados trens de onda, que podem ser de tamanho variado.
Um exemplo familiar de trem de ondas é a esteira formada pelas embarcações em movimento e os
círculos formados por uma pedra atirada num lago de águas calmas. Nesses casos, entre 8 a 10
ondas principais se propagam em grupo. Grupos de onda maiores são formados por tempestades
no mar.
TREM DE ONDAS
QUEBRAMENTO DE ONDAS
À medida que o trem de ondas aproxima-se da costa, as ondas que vem na frente entram em águas
rasas e diminuem a velocidade. Conseqüentemente, as ondas que vem atrás começam a engavetar e
a distância entre as ondas diminui. A água e a energia de cada onda concentram-se numa
estreita zona e as ondas empinam. As ondas podem empinar de tal modo que se tornam instáveis
e quebram. As ondas, em geral, quebram quando atingem uma profundidade equivalente a 1.3
vezes a altura de onda. Em águas profundas, as ondas quebram quando a razão entre sua altura
e comprimento (empinamento) ultrapassa 1/7. As ondas na zona de arrebentação são denominadas
de acordo com a forma que elas assumem ou conforme o modo como elas quebram, seja abrupto ou
suave. A zona de arrebentação é aquela porção do perfil praial caracterizada pela ocorrência
de quebramento de ondas.
TSUNAMIS
As ondas podem também ser formadas por movimentos da crosta terrestre, tal como maremotos,
deslizamentos, vulcões, ou ainda por quedas de blocos de geleiras. Ondas geradas desse modo
são denominadas tsumanis ou ondas sísmicas. Estas geralmente apresentam grande comprimento e
pequena altura. Tipicamente, essas ondas têm de 200 Km de comprimento e 1 metro de altura.
Ondas gigantes podem ser formadas quando ventos fortes batem contra correntes oceânicas,
quando ondas formadas em diferentes tempestades juntam suas forças ou quando o "swell"
interage de modo singular com um fundo particular.
Ondas de 30 metros já foram observadas com ventos de força 9, sendo freqüente o naufrágio de
embarcações devido ao choque com essas ondas. Diferente das Tsunamis, que dissipam sua
energia ao atingir áreas rasas na costa, as ondas gigantes são observadas na região oceânica,
longe da costa.
(a) Progressiva ou
deslizante (Spilling)
(b) Mergulhante (Plunging)
ONDAS INTERNAS
Algumas ondas ocorrem e viajam ao longo da interface entre dois fluidos, como ar e água,
óleo e água, ou ainda entre água-água e ar-ar, com densidades diferentes. Esse fenômeno pode
ser observado em nuvens com forma de ondas e no mar sua presença pode ser detectada por
compridos slicks paralelos na superfície do mar. Associados a esses slicks encontram-se uma
esteira de detritos que se formam devido ao movimento das ondas internas.
ESQUEMA DE
UMA ONDA
INTERNA
MARÉS
As marés são as maiores ondas conhecidas, sendo o fenômeno mais evidente na costa, onde o
nível do mar sobe e desce regularmente duas vezes ao dia. A diferença entre esses níveis pode
ser de menos de 1m, como ocorre no Mediterrâneo e Caribe ou de até 15 m como na Baía de Fundy
no Canadá. No Brasil, essa variação é de um pouco mais de 1 m em quase toda a região sul e
sudeste, podendo ultrapassar os 5 m no Maranhão. As marés são ondas produzidas pela forças
gravitacionais da Lua e do Sol.
As marés podem ser definidas como movimentos verticais periódicos ou regulares das massas de
água causados pela força gravitacional, que é inversamente proporcional à distância e
diretamente proporcional à massa. Uma outra força, a força centrífuga, originária do
movimento de rotação da Terra, também atua no fenômeno das marés.
A força gravitacional (FG) entre dois corpos pode ser expressa matematicamente através da
seguinte expressão: FG = G (m1 . m2 / r^2), sendo: G = constante gravitacional universal; m1
e m2= massas dos corpos envolvidos; e r= distância entre as massas, a partir do centro dos
corpos.
Embora a força gravitacional entre o Sol e a Terra seja mais que 177 vezes aquela entre a Lua
e a Terra, a Lua domina as marés. Como a massa do Sol é 27 milhões de vezes maior que a da
Lua ela deveria gerar uma força geradora de maré 27 milhões de vezes maior. Entretanto, como
o Sol dista 390 vezes mais da Terra do que a Lua, sua força geradora de marés diminui 390^3.
A Terra e a Lua giram uma sobre a outra, ao redor do centro comum de suas massas. Este ponto
está na Terra, porém não no seu centro. A distância média entre o centro da Terra e da Lua é
constante e, portanto, a força centrífuga do sistema Terra-Lua deve estar exatamente
equilibrada pela força gravitacional do sistema. A força centrífuga é constante em todos os
pontos da superfície terrestre, porém a força gravitacional é maior no ponto da superfície
mais próximo da Lua e menor no ponto mais afastado. No ponto mais próximo a água se eleva em
direção a Lua porque a força gravitacional da Lua é maior que a força centrífuga constante.
No ponto mais afastado a água também se eleva, porém afastando-se da Lua devido à força
centrífuga ser maior que a força gravitacional lunar. Isto origina duas marés diárias que são
observadas com o giro da Terra ao redor do seu eixo. Como a Terra demora 24 h para completar
uma evolução, um ponto geográfico qualquer ficará de face ou oposto para a Lua a cada 12 h,
apresentando, então, duas preamares e duas baixa-mares.
Durante o tempo que a Terra leva para completar uma rotação, a Lua avança em sua órbita,
fazendo com que a Terra necessite mais 50 min para alcançar o ponto previamente oposto a Lua.
Por isso as duas preamares e as duas baixa-mares ocorrem em horários diferentes de um dia
para o outro, com uma defasagem de 50 min.
Quando o Sol encontra-se alinhado com a Lua ocorrem marés de grande amplitude, pois as forças
gravitacionais se somam, apesar da força de atração do Sol ser somente 46% da força da Lua.
Como o ciclo da Lua ao redor da Terra demora 29 ½ dias, o alinhamento entre a Lua e o Sol
ocorre a aproximadamente cada 15 dias (nas Luas Nova e Cheia). Essas marés são chamadas marés
vivas, marés de sizígia ou "spring tides". Quando o Sol e a Lua se encontram em ângulo reto
(nas Luas Crescente e minguante), as forças gravitacionais se cancelam parcialmente e o
resultado é um ciclo de marés de pequena amplitude conhecidas como marés mortas, marés de
quadratura ou
"neap tides".
A força gravitacional dos astros também causa um deslocamento da atmosfera e das massas
continentais terrestres. O deslocamento desta última é menos evidente devido à rigidez da
crosta terrestre e mais evidente nos oceanos e atmosfera devido a essas massas serem mais
fluidas. O deslocamento da crosta é de aproximadamente 26 cm e o dos oceanos 70 cm.
Representação de Variação
de Maré para 2 Localidades
no Hemisfério Norte.
SOM
Uma onda sonora que se propaga com velocidade em um tubo longo, cheio de
ar, é composta por expansões e compressões periódicas do ar que se deslocam
ao longo do tubo. A onda é mostrada em um instante arbitrário.
> Timbre é a qualidade que permite diferenciar dois sons da mesma altura
e intensidade emitidos por fontes distintas.
O eixo z traz os
diferentes componentes
(ondas) que constroem
determinado som.
Os movimentos ondulatórios, as ondas podem ser observadas na superfície da água quando tocada
por um corpo. Para os seres humanos, as ondas sonoras e luminosas são importantes no que tange
à percepção dos ambientes.
Dessa forma, aqueles que buscam uma formação na área das ciên
cias precisam, fundamentalmente, aprofundar seu conhecimento mate-
mático, além de identificar e compreender fenômenos correlacionados
entre a física e a biolog ia. A proposta deste materia l é abranger as
ferramentas básicas da matemática e os conceitos mais importantes
da física, como suporte para a compreensão dos fenômenos naturais
com um viés voltado à biologia .
SUMÁRIO
Unidade 1
Unidade 2
Unidade 3
Introdução a fluidos 1. a
Noções de funções lineares e 1. c 2. b
quadráticas 3. d
2. e
3. a 4. c
4. d 5. e
5. a
Hidroestática e hidrodinâmica 1. a
voltadas a fenômenos
2. e
Noções de potência, radical 1. d 3. d
e função exponencial 2. d 4. c
3. e 5. d
4. c
5. d
Leis da termodinâmica 1. d
voltada a fenômenos 2. e
Função logarítmica e função 1. a
exponencial aplicadas à 3. c
biologia 2. e
4. b
3. a
5. a
4. c
5. c
Eletromagnetismo voltado 1. d
a fenômenos
2. c
Leis de Newton e suas 1. c
aplicações 3. a
2. b
4. e
3. d
5. b
4. e
5. d
Radiações: conceitos de
1. b
radioatividade, energia
nuclear e suas aplicações 2. a
Ondas: conceito e 1. d
classificação 3. d
2. b
4. b
3. d
5. e
4. b
5. c
Período de frequência e 1. a
velocidade de uma onda 2. b
3. d
4. e
5. c
Ressonância 1. c
2. d
3. e
4. e
5. c
Ondas: conceito e
classificação
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
Neste capítulo, você vai estudar os movimentos ondulatórios. Como você
sabe, as ondas podem ser observadas, por exemplo, na superfície da água,
quando tocada por um corpo. Para os seres humanos, as ondas sonoras
e luminosas são muito importantes para a percepção dos ambientes.
Aqui, você vai conhecer os tipos de ondas, os seus elementos, as suas
representações, bem como a sua aplicação na biofísica.
Ondas
De acordo com Resnick, Halliday e Krane (2017), os movimentos ondulatórios
aparecem em quase todos os ramos da física. Knight (2009) destaca que as ondas
são onipresentes na natureza. Você pode percebê-las, por exemplo, em pequenas
ondulações em um lago, no solo que oscila durante um terremoto, em uma corda
de violão que vibra, no som de uma flauta e também nas cores do arco-íris.
Aqui, você vai ver o que são as ondas mecânicas, aprender a caracterizá-las
em seus tipos e, além disso, verificar aplicações de um modelo matemático para
tais ondas. Por fim, vai ver a sua interpretação em fenômenos físicos e biológicos.
Para todos os tipos de ondas, emprega-se uma descrição matemática si-
milar. As ondas mecânicas incluem ondas sonoras e ondas aquáticas. Elas
se propagam através de um meio elástico e podem ser originadas por uma
2 Ondas: conceito e classificação
Tipos de ondas
Resnick, Halliday e Krane (2017) explicam como as ondas podem ser classi-
ficadas. A seguir, você vai ver cada uma das classificações.
Uma onda mecânica pode ser classificada de acordo com a relação entre as suas
direções de propagação e as direções do movimento das partículas do meio
em que ela se move. Assim, se o movimento das partículas for perpendicular
à direção da propagação da onda, tem-se uma onda transversal. Mas, se o
movimento das partículas da onda mecânica for para frente e para trás ao
longo da direção de propagação, tem-se uma onda longitudinal.
mola
Figura 1. (a) Envio de uma onda transversal ao longo de uma corda. Cada elemento da
corda vibra em ângulos retos com direção de propagação da onda. (b) Envio de uma onda
longitudinal através da corda. Cada elemento da corda vibra paralelamente com a direção
de propagação da onda. (c) Envio de um pulso transversal simples ao longo da corda.
Fonte: Resnick, Halliday e Krane (2017).
Número de dimensões
Periodicidade
Por outro lado, uma vara muito longa largada horizontalmente na água produz
(próximo ao seu centro) perturbações que se propagam como linhas retas nas
quais os raios são linhas paralelas. De modo análogo, para o caso tridimensional,
a onda será plana quando todas as perturbações se propagarem em uma mesma
Ondas: conceito e classificação 5
Figura 3. (a) Uma onda plana. Os planos representam as frentes de onda espaçadas de um
comprimento de onda, e as setas representam os raios. (b) Uma onda esférica. As frentes de
onda, espaçadas de um comprimento de onda, são superfícies esféricas, e os raios estão
em direções radiais.
Fonte: Resnick, Halliday e Krane (2017).
A velocidade da onda
Agora você vai conhecer um modelo matemático para ondas mecânicas. Con-
forme Knight (2009), a perturbação de uma onda é criada por uma fonte que
poderia ser, por exemplo, uma pedra jogada na água, a sua mão que dedilha
um barbante esticado ou um cone de alto-falante que oscila, empurrando o
ar. A perturbação se propaga para longe da fonte, através do meio, com uma
velocidade de onda v.
A velocidade da onda em uma corda esticada com tensão TC é dada por
, onde μ é a razão entre a massa e o comprimento da corda: ,
também chamada de densidade linear. A unidade para a densidade linear é o
kg/m. Você ainda deve notar que uma corda grossa tem um valor de μ maior
do que o de uma corda fina feita do mesmo material. Ou seja, aqui você deve
6 Ondas: conceito e classificação
Você pode saber mais sobre as ondas sonoras em fenômenos físicos e biológicos
consultando o capítulo 10 do livro Biofísica – fundamentos e aplicações (DURÁN, 2003).
Ondas: conceito e classificação 9
KNIGHT, R. Física 2: uma abordagem estratégica. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2009.
MOURÃO JÚNIOR, C. A.; ABRAMOV, D. M. Biofísica essencial. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2017.
RESNICK, R.; HALLIDAY, D.; KRANE, K. Física 2. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2017.
Leitura recomendada
DURÁN, J. E. R. Biofísica: fundamentos e aplicações. São Paulo: Prentice Hall, 2003.
_1.1_ Dica do professor
As ondas sonoras são um fenômeno físico muito relevante em nosso cotidiano, como
a ultrassonografia, que consiste em onda sonora. Além disso, elas influenciam fortemente na
sensação que temos de algo bom, por exemplo, ao ouvir música calma e relaxante ou ao sentir algo
ruim, como barulhos estridentes e excessivos, buzinas e sirenes.
Na Dica do Professor, você vai aprofundar os conhecimentos sobre ondas sonoras, conhecerá sua
caracterização e representação matemática e acompanhará exemplo aplicado.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/
d2e21185067adc1347692a7fc6aa0294
7min30
[VIDEO TRANSCRIPT] 1.1 ONDAS
C) transportam matéria.
A) amplitudes diferentes.
B) frequências diferentes.
C) intensidades diferentes.
D) timbres diferentes.
De: https://blog.opus3ensinomusical.com.br/notas-musicais/
Fisicamente falando, uma nota musical é o resultado da agitação de moléculas de ar.
Estas vibrações são captadas e processadas pelos nossos ouvidos e interpretados como som.
O que difere uma nota musical de outra, é a sua frequência.
A unidade de frequência é o hertz (Hz), que equivale a 1 segundo.
Entende-se por frequência a quantidade de ciclos (oscilações) de uma onda sonora dentro de
um período de tempo.
As notas mais graves vibram menos vezes (menor frequência), enquanto as notas mais agudas
vibram mais (maior frequência).
O nosso sistema musical é composto por 7 notas naturais que você provavelmente já ouviu
falar:
Dó – Ré – Mi – Fá – Sol – Lá – Sí
As notas podem ser dispostas de maneira ascendente (iniciam na região grave e partem para a
região aguda), ou descendente (iniciam na região aguda e partem para a região grave).
É importante ter em mente a diferença entre Nota e Acorde.
O Acorde, nada mais é, do que um conjunto de 3 ou mais notas tocadas simultaneamente (se
aproxima do conceito de harmonia).
3) Diante de grande parede vertical, certo garoto bate palmas e recebe o eco um segundo
depois. Se a velocidade do som no ar é 340m/s, o menino pode concluir que a parede está
situada a uma distância aproximada de:
A) 17m.
B) 34m.
C) 68m.
D) 170m.
E) 340m.
4) Quando a tensão em uma corda é 100N, a velocidade de um pulso é 120m/s. Sabendo que
nesse contexto a velocidade do pulso, quando a tensão for de 200N, será de:
A) 280m/s.
B) 169,7m/s.
C) 269,8m/s.
D) 131,6m/s.
E) 196,7m/s.
3 2
5) Uma corda elástica de 0,8g/cm de densidade e seção transversal de 0,5 cm é submetida à
tensão de 100N. Em um extremo da corda, existe uma fonte que gera pulsos com frequência
de 2000Hz. Nesse contexto, é correto afirmar que o comprimento do pulso que se propaga
pela corda será de:
A) 0,25m.
B) 2,5m.
C) 0,025m.
D) 1m
E) 0,045m
_1.1_ Na prática
A onda é um movimento gerado por determinada perturbação e se propaga através de um
meio. Por exemplo, quando jogamos uma pedra em um lago de águas tranquilas, o impacto causará
perturbação na água, de modo que ondas circulares se propaguem na superfície.
Você vai acompanhar situação prática em que certa bióloga está estudando o comportamento de
golfinhos e baleias. O problema remete aos conceitos de ondas aquáticas.
Uma baleia está se movimentando com velocidade de 10m/s no mesmo sentido que uma
correnteza de 2m/s. Simultaneamente, um golfinho se movimenta a 30m/s em direção à baleia e
em sentido oposto à correnteza. A baleia emite um som de 9,74kHz. Em tal situação, com que
frequência o golfinho ouvirá esse som?
> f[fonte] = 9,74 kHz = frequência de propagação do som no meio água do mar,
som emitido pela baleia (dado no enunciado).
> v[som] = 1502 m/s = velocidade propagação do som no meio água do mar,
adotado o valor usado na solução original do Na Prática (deveria ser dado
fornecido no enunciado).
Cálculo de f[percebida]:
Efeito Doppler
Escrito por Rafael C. Asth Professor de Matemática e Física
O efeito doppler é um fenômeno da física referente a variação de frequência percebida de uma onda em
movimento relativo a um observador.
Esse efeito foi estudado pelo físico austríaco Christian Doppler (1803-1853) e a descoberta foi batizada
em sua homenagem. Daí, efeito doppler.
O efeito doppler pode ser observado em toda e qualquer onda eletromagnética, como a luz, ou mecânica,
como o som.
Desse modo, o efeito é percebido a partir do movimento. Conforme a fonte de som ou luz se
aproxima, a frequência percebida aumenta e ao se afastar do observador, a frequência
diminui.
Assim, a fórmula clássica do efeito doppler utilizada para em sua relação com o som é:
Como a velocidade e o vetor posição possuem sentidos contrários, utilizamos o sinal negativo na fórmula.
No caso do som, mais fácil de ser observado, pode-se notar que o som tende a se tornar mais grave à medida
que a fonte se afasta do observador.
No caso da luz, à medida que se aproximam, sua frequência tende ao ultravioleta (frequência mais alta) e
ao se afastarem, tendem ao infravermelho (mais baixa). Essa variação é observada por astrônomos em
relação ao movimento da luz no espaço.
O astrônomo Edwin Hubble observou que as galáxias vizinhas quando observadas apresentam um "desvio
para o vermelho", que demonstra que sua luz percebida está em uma frequência mais baixa (tendendo ao
vermelho) que a emitida.
Desse modo, deduziu que as outras galáxias estão se afastando da nossa, deixando deduzir que o universo
encontra-se em expansão. A Lei de Hubble teve como base o efeito doppler.
Diferente do som, a luz se propaga independentemente de um meio, sua velocidade será sempre. Sua
fórmula tem como base apenas a velocidade relativa entre a fonte e o observador.
_1.1_ Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
https://youtu.be/km_ytP0ISkM 5 min
https://youtu.be/Hz8pVO7fUW0 8 min
Ondas sonoras
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/
cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/0db24ace30391797c27b8c29b3a07c19
No ar, o som movimenta moléculas do ar, que batem umas nas outras,
transferindo energia para outra molécula. Essas vibrações transmitidas são
chamadas de ondas sonoras.
A propagação do som não é instantânea. O som leva algum tempo para percorrer
determinada distância. Pense, por exemplo, nas tempestades: o trovão chega
aos nossos ouvidos segundos depois do relâmpago, embora ambos os fenômenos,
relâmpago e trovão, se formem ao mesmo tempo.
A velocidade de propagação do som
depende do meio em que ele se
propaga e da temperatura em que
esse meio se encontra.
> No ar com temperatura de 15°C, a
velocidade do som é de cerca de 340
m/s. Essa velocidade varia em 55
cm/s para cada grau de temperatura
acima de 0°C. À temperatura de 20°
C, a velocidade do som é de 342 m/
s; a 0°C, é de 331 m/s.
Bons estudos.
elm = Avaliação da aula. Ruim. Assinalada opções - Erros no conteúdo; - Precisei pesquisar
mais; - Conteúdo Livro difícil (qdo assinala <regular, só há opções para assinalar)
_1.2_ Desafio
Nesta Unidade de Aprendizagem, são retomados fenômenos ópticos, como reflexão, refração,
dispersão, difração e interferência. O arco-íris é um exemplo de fenômeno óptico. Você sabe qual é
a causa básica de um arco-íris?
Imagine que seu professor tenha proposto um desafio que envolve a observação
de um fenômeno da natureza, mais especificamente a observação de um arco-
íris.
Os raios que saem de uma gota de chuva se espalham, de modo que nem todos
eles podem chegar aos olhos. Um raio luminoso vermelho que atinge o olho
provém de uma gota de chuva mais alta no céu do que um raio luminoso violeta.
Em outras palavras, as cores que enxergo em um arco-íris são refratadas em
direção ao olho por diferentes gotas de chuva, e não pela mesma gota. É
preciso olhar mais alto no céu a fim de enxergar a luz vermelha do que para
enxergar a luz violeta.
_1.2_ Infográfico
Conforme Knight (2009), os fenômenos envolvendo modelos de raios luminosos estão presentes
no cotidiano das pessoas. Por exemplo, uma lanterna emite um feixe luminoso na escuridão da
noite, os raios solares entram em um quarto escuro por meio de um pequeno orifício na persiana,
etc.
REFLEXÃO
É possível ver a reflexão ao observar um feixe de raios luminosos paralelos
que se reflete em um superfície semelhante a um espelho.
REFRAÇÃO
Observe um exemplo deste fenômeno por meio da
refraçao do feixe de um laser ao atravessar um
prisma de vidro. Veja que a direção do raio
muda quando a luz entra e sai do vidro. A
figura 2 ilustra essa ideia.
DISPERSÃO
Uma pequena variação
do índice de
refração com o
comprimento de onda
é conhecida como
dispersão.
Veja as curvas de
dispersão de dois
vidros comuns.
Observe que n é
maior quando o
comprimento de onda
é menor.
A Figura 3 ilustra
essa ideia.
_1.2_ Conteúdo do livro
Você já parou para pensar no quanto as ondas eletromagnéticas são utilizadas? Alguns exemplos
são: ondas de radar, rádio, TV, a própria luz visível e ultravioleta. Já as ondas de matéria são aquelas
estudadas nos laboratórios e estão associadas a elétrons, prótons e outras partículas elementares.
Para compreender melhor o assunto, leia o capítulo Período de frequência e velocidade de uma
onda, da obra Fundamentos de física e matemática. O texto aborda os dois tipos principais de ondas:
ondas eletromagnéticas e ondas de matéria. Ao ler esse capítulo, você aprenderá a interpretar a
relação da velocidade, da frequência e do comprimento para ondas e analisar o espectro
eletromagnético para a compreensão de fenômenos físicos e biológicos. Além disso, verá como
resolver problemas envolvendo fenômenos ópticos.
Boa leitura.
PREFÁCIO
As condições de vida humana avançaram significativamente depois
que a ciência e a matemática se uniram, há mais ou menos 400 anos.
Essa união possibilitou uma nova compreensão dos fenômenos natu-
rais. Quando a ciência apresenta dados matemáticos, as suas ideias se
tornam mais exatas e os desenvolvimentos aceleram, uma vez que as
descobertas podem ser comprovadas ou descartadas com precisão.
Na Antiguidade, inúmeras descobertas foram feitas com base em
hipóteses filosóficas, posteriormente comprovadas ou negadas. Hoje,
mais do que observar o que acontece à sua volta, os cientistas precisam
comprovar suas ideias, por meio de expressões matemáticas, equações,
gráficos, coleta de dados e experimentos.
Dessa forma, aqueles que buscam uma formação na área das ciên
cias precisam, fundamentalmente, aprofundar seu conhecimento mate-
mático, além de identificar e compreender fenômenos correlacionados
entre a física e a biologia. A proposta deste material é abranger as
ferramentas básicas da matemática e os conceitos mais importantes
da física, como suporte para a compreensão dos fenômenos naturais
com um viés voltado à biologia .
SUMÁRIO
Unidade 1
Unidade 2
Unidade 3
Introdução a fluidos 1. a
Noções de funções lineares e 1. c 2. b
quadráticas 3. d
2. e
3. a 4. c
4. d 5. e
5. a
Hidroestática e hidrodinâmica 1. a
voltadas a fenômenos
2. e
Noções de potência, radical 1. d 3. d
e função exponencial 2. d 4. c
3. e 5. d
4. c
5. d
Leis da termodinâmica 1. d
voltada a fenômenos 2. e
Função logarítmica e função 1. a
exponencial aplicadas à 3. c
biologia 2. e
4. b
3. a
5. a
4. c
5. c
Eletromagnetismo voltado 1. d
a fenômenos
2. c
Leis de Newton e suas 1. c
aplicações 3. a
2. b
4. e
3. d
5. b
4. e
5. d
Radiações: conceitos de
1. b
radioatividade, energia
nuclear e suas aplicações 2. a
Ondas: conceito e 1. d
classificação 3. d
2. b
4. b
3. d
5. e
4. b
5. c
Período de frequência e 1. a
velocidade de uma onda 2. b
3. d
4. e
5. c
Ressonância 1. c
2. d
3. e
4. e
5. c
Período de frequência e
velocidade de uma onda
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
Neste capítulo, você vai estudar dois tipos principais de ondas: ondas ele-
tromagnéticas e ondas de matéria. Você vai ver como interpretar a relação
entre velocidade, frequência e comprimento para ondas. Além disso, vai
aprender a analisar o espectro eletromagnético para a compreensão de
fenômenos físicos e biológicos. Por fim, vai resolver problemas envolvendo
fenômenos ópticos.
Ondas
As ondas eletromagnéticas são muito usadas, embora menos conhecidas.
Como exemplos desse tipo de onda, você pode considerar: a luz visível e
ultravioleta, as ondas de rádio e de televisão, as micro-ondas, os raios X e as
ondas de radar. Elas não precisam de um meio material para existir. Além
disso, todas as ondas eletromagnéticas se propagam no vácuo com a mesma
velocidade, c = 299.792.458 m/s. Já as ondas de matéria são aquelas estudadas
nos laboratórios. Elas estão associadas, por exemplo, a elétrons, prótons,
outras partículas elementares e mesmo a átomos e moléculas (HALLIDAY;
RESNICK; WALKER, 2016).
2 Período de frequência e velocidade de uma onda
posição x é dado por y(x, t) = ymsen(kx – ωt). Essa equação pode dizer qual é
a forma da onda em dado instante de tempo e como essa forma varia com o
tempo (HALLIDAY; RESNICK; WALKER, 2016).
Veja este exemplo, que mostra cinco “instantâneos” de uma onda senoidal que se propaga
no sentido positivo de um eixo x. Observe a Figura 2. Note que o movimento da onda
está indicado pelo deslocamento para a direita da seta vertical que aponta para um dos
picos positivos da onda. De instantâneo, a seta se move para a direita juntamente com
a forma da onda, mas a corda se move apenas paralelamente ao eixo y. Para confirmar
esse fato, acompanhe o movimento do elemento da corda em x = 0, em vermelho.
No primeiro instantâneo (Figura 2a), o elemento está com um deslocamento y = 0. No
instantâneo seguinte, ele está com o maior deslocamento possível para baixo, porque
um vale (ou máximo negativo) da onda está passando pelo elemento. Em seguida, sobe
de novo para y = 0. No quarto instantâneo, está com o maior deslocamento possível para
cima porque um pico (ou máximo positivo) da onda está passando pelo elemento. No
quinto instantâneo, está novamente em y = 0, tendo completado um ciclo de oscilação.
Dada a equação, cabe destacar que a unidade mais comum usada interna-
cionalmente para expressar a frequência de uma onda é o hertz, simbolizado
por Hz, que equivale a uma oscilação por segundo.
De acordo com o Sistema Internacional de Medidas, a unidade da frequência
angular é o radiano por segundo, a unidade do período é o segundo, a unidade
da frequência é o ciclo por segundo (hertz) e a unidade do comprimento de
onda é o metro.
Amplitude e fase
Chama-se amplitude ym de uma onda o valor absoluto do deslocamento máximo
sofrido por um elemento a partir da posição de equilíbrio, quando a onda passa
por esse elemento. A fase da onda é o argumento kx – ωt do seno da equação da
Figura 3. Ou seja, em um elemento da corda situado em uma dada posição x, a
passagem da onda faz a fase variar linearmente com o tempo t. O valor do seno
oscila entre 1 e –1 (HALLIDAY; RESNICK; WALKER, 2016).
onda) entre repetições da forma de onda. O número de onda pode ser dado
pela equação , em que o parâmetro k é chamado de número de onda.
Velocidade da onda
Para compreender a velocidade de uma onda progressiva, observe a Figura 4. Nela,
há dois instantâneos da onda separados por um pequeno intervalo de tempo
∆t. A onda está se propagando no sentido positivo de x, com toda a forma de
onda se deslocando a uma distância ∆x nessa direção durante o intervalo ∆t.
A razão é a velocidade v da onda. Quando a onda se move, cada ponto da
forma de onda conserva seu deslocamento y. A equação que determina esse
deslocamento é dada por:
Note que, embora o argumento seja constante, tanto x quanto t estão va-
riando. Quando t aumenta, x deve aumentar também para que o argumento
permaneça constante, o que reforça o fato de que a forma da onda se move
no sentido positivo do eixo x.
Para determinar a velocidade v da onda, deriva-se a equação kx – ωt em
relação ao tempo:
ou
negativo de x pode ser descrita pela equação y(x, t) = ymsen(kx + ωt) e sua
velocidade pode ser descrita por . De forma arbitrária, será obtida
a equação y(x, t) = h(kx ± ωt), em que h representa qualquer função, sendo
a função seno apenas uma das possibilidades (HALLIDAY; RESNICK;
WALKER, 2016).
Figura 4. Dois instantâneos de onda, nos instantes t = 0 e t = ∆t. Quando a onda se move
para a direita com velocidade , a curva inteira se desloca de uma distância ∆x durante um
intervalo de tempo ∆t. O ponto A “viaja” com a forma da onda, mas os elementos da corda
se deslocam apenas para cima e para baixo.
Fonte: Halliday, Resnick e Walker (2016, p. 121).
Espectro eletromagnético
Antes de estudar o espectro eletromagnético, você deve se familiarizar com
as ondas eletromagnéticas. De acordo com Mourão e Abramov (2017), uma
onda eletromagnética é uma perturbação que se origina da vibração de um
campo elétrico e magnético, simultaneamente. A onda eletromagnética se
propaga no vácuo com a velocidade da luz (3 × 108 m/s). A principal diferença
física entre as ondas mecânicas e as ondas eletromagnéticas é que as últimas
se deslocam à velocidade da luz. Além disso, a sua velocidade é máxima e
constante no vácuo (MOURÃO; ABRAMOV, 2017). Veja um modelo de onda
eletromagnética na Figura 5.
Período de frequência e velocidade de uma onda 7
Fenômenos ópticos
Como você viu, o estudo da luz é chamado de óptica. Newton estudou a
natureza da luz e percebeu que uma onda que se desloca na água, ao passar
por uma abertura, se propaga de modo a preencher o espaço existente atrás da
abertura. A Figura 7a mostra essa situação. Nela, ondas planas se aproximam
vindas da esquerda e se propagam em arcos circulares depois de passarem
por um orifício em uma barreira. Esse fenômeno é chamado de difração. A
difração indica que o que está passando pelo orifício é uma onda. A Figura 7b
mostra a sombra, após passar por uma porta, produzida pela luz solar. Não se
vê a luz solar se propagando em arcos circulares. Newton concluiu que a luz
consiste em partículas leves, rápidas e muito pequenas, que ele denominou
corpúsculos (KNIGHT, 2009).
Período de frequência e velocidade de uma onda 9
Modelo ondulatório: é o mais aplicável. A luz é uma onda pois, sob certas
circunstâncias, apresenta o mesmo comportamento das ondas sonoras ou
de água. O estudo da luz como onda é chamado de óptica ondulatória.
Modelo de raios: a luz desloca-se em linhas retas. Esses caminhos
retilíneos são chamados de raios luminosos. As propriedades de prismas,
espelhos e lentes, por exemplo, são melhor compreendidas em termos
de raios luminosos. Esse modelo é base da óptica geométrica.
Modelo de fótons: no mundo quântico, a luz consiste de fótons que têm
propriedades semelhantes às das ondas e das partículas.
Para aprender mais sobre esse assunto, consulte o capítulo “Ondas e óptica” do livro
Física 2: uma abordagem estratégica (KNIGHT, 2009).
Suponha que uma onda possui frequência de 8 Hz e está se propagando com velo-
cidade igual a 200 m/s. Determine o seu comprimento de onda.
Assim:
3*10^8 = λ * 5*10^9
Calcule a frequência de uma onda cuja velocidade é 195 m/s e cujo comprimento é
1 cm (0,01 m).
HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de física: gravitação, ondas e ter-
modinâmica. 10. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2016. v. 2.
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA. Física aplicada: exercícios
resolvidos. [201-?]. Disponível em: <https://sites.google.com/site/fisicaaplicadaifba/
curso-tecnico-em-informatica/exercicios-resolvidos>. Acesso em: 30 set. 2018.
KNIGHT, R. Física 2: uma abordagem estratégica. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2009.
MOURÃO, C. A.; ABRAMOV, D. M. Biofísica essencial. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2017.
SILVA, D. C. M. Velocidade de propagação de uma onda. Mundo Educação, 2018. Dis-
ponível em: < https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/velocidade-propagacao-
-uma-onda.htm>. Acesso em: 30 set. 2018.
VELOCIDADE de propagação das ondas. Só física. [201-?]. Disponível em: <https://
www.sofisica.com.br/conteudos/Ondulatoria/Ondas/velocidade.php>. Acesso em:
30 set. 2018.
_1.2_ Dica do professor
Você sabe por que o céu é azul? Halliday, Resnick e Walker (2016) explicam que o comprimento de
onda λ de uma onda é a distância (medida paralelamente à direção de propagação da onda) entre
repetições da forma de onda.
Nesta Dica do Professor, você verá a relação das ondas e da óptica a partir de fenômenos do
cotidiano, como enxergar o céu na cor azul. Será abordado, mais especificamente, o espalhamento
da luz, de maneira detalhada.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/
bd27ecce46b981032cd78f7cddf06bba
4min30
A luz pode ser dispersa ou absorvida por um meio. A absorção de luz pode ser
dependente do comprimento de onda e pode dar cor aos objetos. Exemplos: um
céu azul e um pôr do sol vermelho.
O espalhamento de Rayleigh.
Um aspecto mais interessante do espalhamento ocorre em nível atômico: os
átomos ou as moléculas de um meio transparente são muito menores do que os
comprimentos de onda da luz, então eles não podem simplesmente espalhar a luz
por reflexão; em vez disso, o campo elétrico oscilante da onda luminosa
interage com os elétrons de cada átomo, de maneira que a luz é espalhada.
Tal espalhamento em nível atômico é chamado de espalhamento de Rayleigh.
Diferentemente do espalhamento por pequenas partículas, o espalhamento de
Rayleigh por átomos ou moléculas depende do comprimento de onda da luz
incidente.
A) 10 m/s.
B) 15 m/s.
C) 35 m/s.
D) 22 m/s.
E) 40 m/s.
5) Uma onda tem frequência de 10 Hz e se propaga com velocidade de 400 m/s. Então, é
correto afirmar que seu comprimento de onda (em metros) vale:
A) 0,04 m.
B) 0,4 m.
C) 40 m.
D) 4 m.
E) 400 m.
_1.2_ Na prática
Você sabe o que é Efeito Doppler? É o fenômeno no qual ocorre alteração na percepção do som
quando ele é emitido por uma fonte em movimento.
No anexo, você verá um exemplo desse fenômeno. Além disso, também verá uma situação real
envolvendo ondas estacionárias.
EFEITO DOPPLER
EFEITO DOPPLER
Observe como os três ouvidos na figura
percebem o som emitido pela ambulância de
maneira diferente. Essa diferença deve-se à
frequência aparente do som.
Esse caso corresponde a um tubo de L = 2,7 cm com ar, uma extremidade aberta
e a outra fechada.
Física ondulatória
Neste vídeo, o professor aborda a frequência, o período e a velocidade de uma onda. Além disso,
ele explica as fórmulas para realizar os cálculos, bem como os conceitos, e demonstra isso a partir
de ilustrações.
https://youtu.be/RMvhpXX8iO4 4 min
https://youtu.be/9Q3bxeEr1OQ 5 min
Apresentação
O estudo da ondulatória é muito importante para a compreensão dos princípios físicos da aquisição
das principais categorias de exames radiológicos. Um exemplo clássico é a ultrassonografia –
método que utiliza ondas sonoras para aquisição de imagens do corpo humano. A interação das
ondas sonoras com os tecidos do corpo humano não causa efeitos nocivos, por isso ela é utilizada
como um dos principais métodos de diagnóstico por imagem.
elm = Avaliação da aula. Ruim. Assinalada opções - Erros no conteúdo; - Precisei pesquisar
mais; - Conteúdo Livro difícil (qdo assinala <regular, só há opções para assinalar)
_2.1_
Desafio
Na ultrassonografia, o equipamento que adquire as imagens apresenta uma variedade de
transdutores para o estudo de diferentes partes do corpo. Esses transdutores são calibrados para
gerarem ondas sonoras de frequências específicas de ultrassom.
Nesse contexto, imagine que você faz parte da equipe de diagnóstico por imagem de uma clínica e
recebeu a seguinte solicitação:
Agora, suponha que o equipamento que você vai utilizar tem apenas dois transdutores: um de
formato retangular, com frequência de 10MHz, e outro convexo, com frequência de 3,5MHz.
Baseando sua resposta nos aspectos físicos das ondas sonoras, qual seria o transdutor indicado
para cada exame? Justifique a sua resposta.
elm = Do Conteúdo do Livro desta aula 2.1: "... quanto maior a frequência do transdutor,
menor o comprimento de onda sonora e melhor a resolução espacial. Na prática, os
transdutores de menor frequência são utilizados para exames de tecidos profundos, como de
abdômen e pelve, e os de frequência elevada são utilizados para exames de tecidos
superficiais, como mama, tireoide, musculatura, etc. A ultrassonografia não utiliza radiação
ionizante e é um método não invasivo, sendo um dos principais exames no diagnóstico por
imagem."
Assim, provavelmente, o de 3,5 MHz p/ abdome e de 10 MHz p/ tireoide.
A seguir, no Infográfico, aproveite para conhecer alguns exemplos de aplicações das radiações
eletromagnéticas. Atente-se para a classificação dessas ondas no espectro eletromagnético.
ESPECTRO ELETROMAGNÉTICO
Faixa contínua de ondas que compreende desde ondas de rádio até raios gama.
ONDAS DE RÁDIO
As ondas de rádio são as ondas com menor frequência e maior comprimento de
onda do espectro eletromagnético. Sua frequência varia de 20 kHz até 300 mil
MHz. São usadas, principalmente, nas transmissões de rádio, televisão e
telefonia celular, e também para aquisição de imagens em exames de
ressonância magnética.
MICRO-ONDAS
As micro-ondas são ondas que transmitem uma energia maior do que as ondas de
rádio. O aparelho de micro-ondas trabalha em uma faixa de frequência de 2,45
GHz, mesma frequência de ressonância da molécula de água, por isso, quando
ligado, provoca a vibração das moléculas de água do alimento e seu
consequente aquecimento.
INFRAVERMELHO
A frequência da radiação infravermelha está entre a luz visível e a micro-
onda. É utilizada na medicina para tratamentos fisioterápicos de dores
musculares e articulares, pela sua ação termogênica e relaxante.
RAIOS X E GAMA
A radiação X tem uma altíssima frequência e um comprimento de onda muito
pequeno, o que lhe confere a propriedade de atravessar o corpo humano. Devido
à sua alta energia, pode acarretar danos irreversíveis em tecidos e células
do corpo.
A radiação Gama, por sua vez, tem ainda mais energia e origina-se da
desintegração nuclear de elementos radioativos.
Ambas são utilizadas na medicina para diagnóstico e tratamento.
santillana.pt/files/DNLCNT/Priv/_11809_c.book/280/index.html
elm = extra.
Ondas mecânicas longitudinais e transversais
Uma onda mecânica diz-se longitudinal quando a direção de propagação é paralela ao movimento das partículas do meio.
No exemplo que se tem estado a discutir, a perturbação consistiu numa deformação vertical da corda, no entanto, a
onda propaga-se na direção horizontal.
O mesmo acontece quando se coloca a extremidade de uma mola a executar um movimento perpendicular ao eixo da mola
Fig. 11 .
Uma onda mecânica diz-se transversal quando a direção de propagação é perpendicular ao movimento das
partículas do meio.
santillana.pt/files/DNLCNT/Priv/_11809_c.book/280/index.html
Até agora discutiram-se apenas exemplos em que a perturbação se propaga numa só direção (unidirecional). Contudo,
quando uma pedra é deixada cair sobre uma superfície de água em repouso, por exemplo, de um lago ou de uma piscina, a
perturbação propaga-se em todas as direções Fig. 12A . Qual é o movimento da massa superficial de água?
Colocando um pequeno objeto flutuante, uma rolha ou uma boia, observar-se-ia que as partículas superficiais da água
avançam, descem, recuam e sobem, executando uma trajetória quase circular, mas mantêm-se na mesma região e não se
propagam com a onda Fig. 12B .
No capítulo Ondas eletromagnéticas e sonoras e sua interação com a matéria, da obra Imaginologia,
você vai conceituar e categorizar as ondas eletromagnéticas e sonoras, identificando as suas
principais aplicações clínicas.
Boa leitura.
PREFÁCIO
Os exames de imagem são de grande relevância na medicina atua l.
Eles auxiliam os médicos e outros profissionais da área da saúde a
elucidar casos clínicos e tratar o paciente de forma adequada. É por
meio da mamografia, por exemplo, que muitos cânceres de mama
são detectados a tempo de serem tratados e curados. A ressonância
magnética e a tomografia computadorizada, por sua vez, pe rmitem
uma análise precisa de lesões que facilita não só o diagnóstico como
também a recuperação do paciente e inclusive a indicação para um
procedimento cirúrgico. Sem a ultrassonog rafia, o diagnóstico pré-
-natal não existiria, o que impediria uma série de medidas de saúde
pública, elevando a morbidade e mortali dade materno-infantil.
No entanto, como profissional da saúde, é importante que você
compreenda a diferença entre esses exames, saiba como a imagem
é adquirida e montada e conheça os processos físico- químicos por
trás de todos esses procedimentos.
Neste livro, você será apresentado a fatos históricos como a desco-
berta da radiação e a criação da bomba atômica e conhecerá conceitos
importantes que abordam desde as técnicas em diagnóstico por
imagem até as avançadas técnicas de medicina nuclear. Ao concluir
a sua leitura, você terá um panorama sobre todos esses processos e
poderá reconhecer o uso de técnicas de diagnóstico por imagem
para os mais diversos fins e a aplicação das novas tecnologias em
exames na prática clínica.
SUMÁRIO
Unidade 1
Unidade 2
Unidade 3
Unidade 4
Panorama histórico,
fundamentos básicos e
introdução à radiologia
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
A rad iologia é uma área importante, que abrange diversas técnicas que
utilizam radiação. A descoberta da radiação e de seus usos, no final do
século XIX e início do XX, resultou em grandes avanços na medicina, agri-
cultura, odontologia, veterinária e indústria. Na medicina, por exemplo, a
radiologia possibilita o d iagnóstico por imagem, bem como o tratamento,
o acompanhamento e a prevenção de doenças.
Neste capítulo, você vai estudar a história da radiologia, conhecendo
os principais acontecimentos que marcaram o seu desenvolvimento.
Além disso, vai ver como as técnicas radiológicas são empregadas em
diferentes áreas e vai ter uma noção geral do que são as radiações ioni-
zante e não ionizante.
p16 do livro
História da radiologia
Saiba mais
Rõntgen descobriu os raios X por acaso - sobre isso parece não haver dúvidas. De
qualquer forma, não se sabe qual íoi o acidente que proporcionou essa descoberta
e em que momento exato ela ocorreu pela primeira veL. t difícil imaginar que, no
primeiro arranjo experimental, ele ten ha realmente envolvido o tubo com a cartolina.
O q ue, d e fato, ele esperava ver atravessando a cartolina, será q ue era mesmo o raio
X7 Seria possível alguém abordar aquela quantidad e de aspectos fundamentais de
um fenômeno totalmente desconhecido em q ues tão de meses, por mais genial que
seja? Acidente ou não, o fato é que a repercussão da descoberta foi de tal ordem que,
com j ustiça, ele rece beu o primeiro Prêmio Nobel de Física.
O francês Pierre Curie e a polonesa Marie Curie (cujo nome de solteira era
Marya Sklodowska), foram notáveis pesquisadores e, juntos, formaram o
famoso casal Curie. Marie se interessou por trabalhos do fisico Antoine H.
Becquerel quando estava em busca de um tema para sua tese de doutorado e,
a partir daí, o casal iniciou uma pesquisa pela origem das radiações, que fora
anteriormente observada por Becquerel com o minério de urânio.
Para melhor observar esse minério, o casal se instalou em um lugar úmido
dentro da Escola de Física e Química de Paris com alguns instrumentos de
detecção, incluindo um que fora construído pelo irmão de Pierre, Jacques.
Com a utilização de seu novo piezoeletrômetro, o casal conseguiu medir efeti-
vamente as radiações, podendo afirmar que eram uma propriedade intrínseca
do elemento urânio. Descobriu ainda que a intensidade era proporcional à
quantidade de urânio, não dependendo de uma combinação química na fase
de agregação e nem de condições exteriores.
Outra descoberta do casal fo i que o urânio não era o único elemento que
apresentava essa propriedade, pois os sais de tório também eram emissores de
radiação. Como resultado desse trabalho, nasceu o estudo do famoso fenômeno
da radioatividade. Por essas descobertas, Becquerel, Pierre e Marie Curie
foram vencedores do Prêmio Nobel de Física de 1903.
As pesquisas realizadas por Marie Curie resultaram ainda na descoberta
de mais dois novos elementos químicos: o polônio, que foi nomeado assim
em homenagem ao país natal de Marie, e o rádio. As pesquisas realizadas
pelo casal Curie foram de extrema importância para a humanidade, pois eles
foram percursores do tema e deixaram um legado para a pesquisa científica
e médica. Além do resultado direto de suas pesquisas, eles foram inspiração
para muitos cientistas que estudaram posteriormente esses assuntos.
Com a morte de Pierre, em 1906, Marie Curie não parou seus estudos sobre
radioatividade, mas seguiu, principalmente, na linha de estudo de técnicas de
uso da radiologia para aplicações terapêuticas. Em consequência disso, em
1911, mais uma vez recebeu um Prêmio Nobel, mas dessa vez de Química,
devido a suas pesquisas com o uso do elemento rádio, sendo a primeira pessoa
a ganhar o Prêmio Nobel duas vezes. Em atitude totalmente altruísta, optou por
tornar públicas suas descobertas, não patenteando o processo de isolamento
com uso do elemento rádio, permitindo que investigação das propriedades
pudessem continuar por toda a comunidade científica.
Fique atento
Marie Curie ainda fundou o Instituto do Rádio, situado em Paris, local onde
se formaram diversos e importantes cientistas, reconhecidos no mundo inteiro
por suas contribuições cientificas. Em 1922, Marie Curie também se tornou
membro da Academia de Medicina. Seu falecimento, em 1934, foi uma perda
inestimável à comunidade científica, mas o seu legado já era concreto. A causa
da sua morte está associada à uma leucemia, provavelmente provocada pela
exposição aos elementos radioativos que tanto estudava em suas pesquisas.
O legado de Marie não acabou com seu falecimento. Sua filha Irene Joliot-
-Curie, totalmente inspirada pela mãe, trabalhou com o seu marido, Frédéric
Joliot, na análise de campos da estrutura dos átomos e em fisica nuclear, estu-
dando as estruturas de nêutrons. Assim descobriu a radioatividade artificial,
feito que lhe rendeu também um Prémio Nobel de Química, 1935.
Expondo um pouco mais da história da radioatividade, a Agência Inter-
nacional de Energia Atômica (Iaea) nos mostra aonde ocorreram alguns fatos
considerados "acidentes". Veja a seguir.
O projeto Manhattan
Em carta enviada ao presidente Franklin Roosevelt em agosto de 1939,
o conhecido fisico Albert Einstein, ganhador do Prémio Nobel de Física de
1921, afirmava que os Estados Unidos deveriam priorizar o desenvolvimento
de uma bomba baseada em energia nuclear, antes que os alemães a fizessem.
Dessa forma, em outubro de 1939, o presidente resolveu cl!.lstear uma pesquisa
atômica por meio do Advisory Committee on Uranium. Em fevereiro de 1940,
um contrato foi assinado para iniciar a construção de em reator nuclear na
Universidade de Columbia.
Na Universidade de Chicago, Arthur Compton observava o progresso
da pesquisa com grande interesse, pois tinha por objetivo estabelecer um
laboratório de pesquisa em física atômica naquela universidade. Usando seus
contatos com importantes cientistas, Compton assegurou a participação da
Universidade de Chicago nessas pesquisas pioneiras sobre energia nuclear.
Nesse mesmo ano, surgia o Projeto Manhattan, que tinha por objetivo
desenvolver e construir armas nucleares. O projeto recebeu esse nome pela
ligação que tinha com o Distrito de Engenharia de Manhattan, e, principal-
mente, pelo fato de toda a pesquisa inicial desse projeto ter sido realizada
nesse distrito, situado na cidade de Nova York.
O sucesso do projeto não demorou e, em julho de 1945, no estado do Novo
México, no meio do deserto, a cerca de 100 km da cidade de Alamogordo,
região habitada apenas por formigas, aranhas, cobras e escorpiões, a primeira
bomba atômica da história, conhecida como Gadget, foi detonada. A compo-
sição da bomba era de duas porções pequenas (bolas) de plutônio, cobertas
por níquel; em seu centro, havia berílio e urânio. O que ativava a explosão
eram explosivos convencionais.
Esse foi o início do desenvolvimento da indústria nuclear, e foi um marco
histórico na Segunda Guerra Mundial.
Três dias após a explosão, nenhum comunicado ainda havia sido feito pelo
governo soviético a respeito do acidente nuclear em Chernobyl. As autorida-
des soviéticas somente assumiram o ocorrido após o governo da Suécia ter
detectado altos níveis de radiação no Sul de seu país.
Um satélite americano varreu a região da Ucrânia, encontrando urna usina
com o teto destruído e o reator ainda em chamas, com fumaça vertendo do
interior. Mikhail Gorbachev, então presidente, demorou 18 dias para comentar
o acidente, só fazendo isso em maio de 1986. O total de mortos diretamente
relacionado ao acidente foi de 31 pessoas, devido a sua participação direta no
combate aos incêndios. Outros 237 trabalhadores foram hospitalizados com
sintomas da exposição, e muitas dessas vítimas apresentaram queimaduras
e outros tipos de lesões. Com base em dados ofi ciais, estima-se que mais de
8,4 milhões de pessoas foram expostas à radiação.
Radiologia industrial
A radiologia industrial é utilizada como método de inspeção, com emprego
de radiação ionizante em processos industriais, principalmente para controle
de qualidade de produtos (como peças, placas e soldas), ou em serviços de
segurança, como em portos, e aeroportos e aviões.
Em processos industriais, a aplicação de radiação em peças possibilita
inspecionar, conforme a penetração da radiação, se elas possuem falhas no
seu processo produtivo, como você pode visualizar na Figura 2. Em serviços
de segurança, o raio X é utilizado para identificar cargas indevidas em ae-
roportos e portos.
Radiologia ambiental
É muito utilizada no tratamento de solos. Utilizando radionuclídeos, a técnica
aumenta a conservação do solo, ajudando no controle de erosões e da qualidade
de nutrientes. Os radionuclídeos são uma ferramenta poderosa para avaliar a
eficácia das medidas de conservação do solo. Segundo a Agência Internacional
de Energia Atômica (AIEA), o uso dessas técnicas pode melhorar a agricultura
sustentável, pois minimiza a degradação da terra.
Radiologia odontológica
Radiologia veterinária
Radiação ionizante
Mesmo à sombra, uma pessoa pode estar exposta às radiações UVemitidas pelo sol.
Existem superfícies, como pisos e areia da beira da praia, que são refletoras dessa
radiação, principalmente, as de cores claras, superfícies metálicas ou reflexivas. As
zonas do corpo que mais sofrem com essa exposição e, por consequências, apresentam
maior risco à saúde, são a pele e os olhos.
1 Exercícios
1. O casal Curie iniciou suas a) Ingestão do elemento
notáveis pesquisas quando radioativo, que causou náuseas
eslava em busca de um tema e vômitos nas pessoas.
para a tese de doutorado de b) Manuseio e contato com o
Marie. Com qual elemento eles material rad ioativo pelas pessoas.
começaram esses estudos? e) Contaminação pelo ar, após uma
a) Urânio. explosão do elemento radioativo.
b) Sais de tório. d) Contaminação pelo solo,
e) Polônio. pois o elemento radioativo se
d) Rádio. alastrou no solo quando a peça
e) Piezoeletrômetro. que o continha foi aberta.
2 . Em 1987 aconteceu um dos maiores e) Contaminação pela água,
acidentes radiológicos da história passando pelas redes de
do Brasil, em Goiânia. Qual foi a abastecimento pluvial.
principal causa da contaminação 3. A radiologia traz diversos
das pessoas pelo Césio-137? benefícios à população por meio
da medicina. Qual tratamento
utiliLa radiações ioniLantes aliadas
Leituras recomendadas
BRASIL. lnstitu to Nacional do Câncer. Radiações não-ionizantes. Brasília, DF, 2019. Dispo-
nível em: https://www.inca.gov.br/exposicao-no-trabalho-e-no-ambiente/radiacoes/
radiacoes-nao-ionizantes. Acesso em: 3 out. 2019.
ICRP PUBLICATION 118. ICRP Statement on Tissue. Reactions and Early and late effects
of radiation in normal tissues and organs: threshold doses for tissue reactions. Radiation
Protection Context, v. 41, n. 1-2, p. 1-322, 2012.
MEDCLOUD. Radiologia veterinária: entenda como funciona. Brasil, 2018. Disponível em:
http://bloq.medcloud.eom.br/o-que-e-radiologia-veterinaria/ Acesso em: 3 out. 2019.
NOUAILHETAS, Y. Radiações ionizantes e a vida. Rio de Janeiro: [201 -?]. Disponível em:
http://www.cnen.gov.br/images/cnen/documentos/educativo/radiacoes-ionizantes.
QQ[. Acesso em: 3 out. 2019.
OKUNO, E. Radiação: efeitos, riscos e benefícios. São Paulo: Harbra, 1988.
OKUNO, E.; YOSHIMURA, E. M. Física das radiações. São Paulo: Oficina de Textos, 2010.
Ondas eletromagnéticas
e sonoras e sua interação
com a matéria
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
Neste capítulo, você vai aprender que as ondas fazem parte do nosso
cotidiano e estão presentes nos principais métodos de diagnóstico por
imagens utilizados pela medicina atual. Para isso irá estudar as principais
características e propriedades das ondas sonoras e eletromagnéticas.
Também irá conhecer algumas das aplicações das ondas sonoras e eletro-
magnéticas no dia a dia e na prática da imaginologia, como nos exames
de ultrassonografia, ressonância magnética e radiologia geral.
De acordo com Bauer, Westfall e Dias (2012), as ondas também podem ser
classificadas quanto a sua propagação:
Elementos da onda
A onda é composta pelos seguintes elementos.
Onda sonora
O som é uma variação de pressão que se propaga através de algum meio. No ar,
por exemplo, a variação de pressão causa o movimento anormal das moléculas
do ar na direção de propagação (BAUER; WESTFALL; DIAS, 2012). Em outras
palavras, onda sonora é produzida por um pulso que provoca a compressão
das moléculas de ar próximas do elemento gerador do pulso — na Figura 1,
por exemplo, o gerador do pulso é um alto falante. Quando ficamos próximos
a um autofalante e sentimos as batidas do som, principalmente nas notas mais
graves, sentimos o deslocamento das moléculas de ar.
alto-falante Quanto a sua natureza, a onda sonora é considerada uma onda mecânica
e, como sua propagação se dá na direção do pulso, ela é então classificada
como longitudinal.
A frequência do som audível pelo ser humano está na faixa de 15 Hz a
20 kHz. Abaixo desse intervalo teremos os chamados infrassons, enquanto,
acima de 20 kHz, teremos os ultrassons, como você pode ver na Figura 2.
Figura 2. Espectro das ondas sonoras. O ouvido humano reconhece frequências entre
20 e 20.000Hz.
Fonte: Levitov, Dallas e Slonim (2013, p.11).
Ondas eletromagnéticas e sonoras e sua interação com a matéria 5
Por ser uma onda mecânica, o som necessita de um meio para sua propagação, portanto
ele não se propaga no vácuo, pois nele não existe matéria para sofrer compressão
e rarefação.
Onda eletromagnética
A onda eletromagnética é composta por um campo elétrico e um campo
magnético oscilantes a certa frequência, perpendiculares entre si (formando
angulo de 90°). Por esse motivo é classificada como onda transversal. Dentro
do espectro das ondas eletromagnéticas temos como principal exemplo a luz
visível.
Diferentemente das ondas sonoras, as ondas eletromagnéticas se propagam
no vácuo a uma velocidade constante de 3 × 108 m/s para todo o espectro, isto
é, todas as ondas eletromagnéticas, seja ela onda de rádio, luz visível ou raio
X, possuem a mesma velocidade no vácuo.
Considerando a velocidade constante, as características que mudam o
comportamento de determinada onda eletromagnética são a frequência e
o comprimento de onda. Dessa forma, quanto maior a frequência maior a
energia transportada pela onda e menor o seu comprimento de onda; portanto,
a frequência de uma onda eletromagnética é inversamente proporcional ao
comprimento de onda.
v=λ·f
Campo elétrico
Toda carga elétrica tem um espaço energizado a seu redor, uma espécie de
“aura energética”, chamado de campo elétrico. O campo elétrico é um campo
vetorial, ou seja, ele é formado a partir da distribuição de vetores, um para
cada ponto na região ao redor do objeto carregado eletrostaticamente, seja esse
objeto uma carga pontual, seja uma barra carregada. No sistema internacional
(SI), a unidade de medida de campo elétrico é o N/C (Newton por Coulomb)
(HEWITT, 2009).
Como exemplo de campo elétrico em nosso cotidiano podemos citar o
campo de atração formado no pente plástico após ele ser friccionado sobre o
cabelo. O atrito entre o cabelo e o plástico provoca uma carga eletrostática no
pente que, quando posicionado próximo a pequenos pedaços de papel, acaba
os atraindo devido a suas diferenças de cargas.
Campo magnético
Ondas sonoras
Uma das principais técnicas de imagem utilizada na medicina, atualmente,
faz o uso de ondas sonoras de alta frequência, gerando imagens seccionais
das estruturas do corpo humano. Trata-se da ultrassonografia ou ecografia.
Por ser uma técnica de baixo custo e que não provoca efeitos prejudiciais ao
tecido humano, a ultrassonografia é amplamente aplicada para diagnóstico
em ginecologia, obstetrícia, gastroenterologia, ortopedia e traumatologia, etc.
Como já vimos, a frequência do som audível pelo ser humano está na faixa de 15 Hz a
20 kHz — abaixo desse intervalo ficam os infrassons e, acima, os ultrassons. Sendo
assim, os exames de ultrassonografia utilizam sons não audíveis ao ser humano, que
estão em faixas superiores a 20 kHz.
Ressonância magnética
Desenvolvida no final dos anos 1970, a ressonância nuclear magnética (RNM),
ou apenas ressonância magnética, é um método que utiliza um grande magneto
(com potências de campo magnético de até 3,0T) e pulsos de radiofrequência
(RF) para a realização de diagnóstico por imagem.
A RNM funciona da seguinte maneira: quando determinados elementos
são inseridos em um forte campo magnético e submetidos a pulsos de ondas
de rádio com frequências específicas para transferir energia para esses ele-
mentos, os prótons desses elementos passam a emitir um sinal de rádio. Esse
elm =
sinal de rádio é captado pelo equipamento de RNM e processado; a imagem não deu
é reconstruída e apresentada no monitor com diferentes tons de cinza para p/
diferentes intensidade de sinal. entender
elm =
explic
melhor
copiado de
hewitt
Fisica
Coneitual
IMAGEM POR RESSONÂNCIA MAGNÉTICA
imagem por ressonância magnética (JMR ou MRI, de mng11etic resonnnce imnging) é um procedimento não invasivo que
A utiliza eletroímãs poderosíssimos e ondas de rádio a fim de obter imagens de alta resolução de tecidos internos do corpo.
Bobinas superconduroras produLem um campo magnético, com intensidade mais de 60.000 vezes maior que a do campo
magnético da Terra, usado para alinhar os prótons dos átomos de hidrogênio que existem no corpo do paciente.
Assim como os elétrons, os prótons têm uma propriedade de "spin" e se alinharão com um campo magnético aplicado.
Diferentemente da agulha de uma bússola, que se alinha com o campo magnético da Terra, o eixo do próton bamboleia em torno
do campo aplicado. Os prótons "bamboleantes" são atingidos por uma rajada de ondas de rádio, sintonizadas para empurrar
lateralmente o eixo do spin do próton perpendicularmente ao campo magnético aplicado. Quando as ondas de rádio passam e os
prótons rapidamente retornam ao seu bamboleio habitual, eles emitem ténues sinais eletromagnéticos com frequências que
dependem ligeiramente do ambiente químico no qual os prórons se encontram . Os sinais são captados por sensores e, quando
analisados por um computador, revelam a densidade variável dos átomos de hidrogénio no corpo e suas interações com o tecido
circundante. As imagens distinguem claramente os fluidos dos ossos. A ressonância magnética não usa radiação ioniante para
produzir imagens. É interessante observar que a técnica de IMR foi inicialmente chamada de NMR (nuclenr mngnetic resonnnu,
ressonância magnética nuclear), porque os núcleos de hidrogênio entram em ressonância com os campos aplicados. Por causa da
fob ia do público com qualquer coisa "nuclear", os aparelhos sáo agora chamados de IMR ou MRI. Diga a seus amigos fóbicos que
cada átomo em seus corpos comém um núcleo!
10 Ondas eletromagnéticas e sonoras e sua interação com a matéria
Os aparelhos de ressonância magnética têm, em sua grande maioria, 1,5 até 3,0 T de
campo magnético. Esse é um campo magnético bastante forte — para você ter uma
ideia, esses valores correspondem, respectivamente, a 15.000 e 30.000 vezes a força
do campo gravitacional da Terra.
magnético
Ondas sonoras
Como vimos anteriormente, ondas sonoras são ondas mecânicas longitudinais
que podem se propagar em meios sólidos, líquidos e gasosos. Qualquer som
é resultado da propagação de ações mecânicas através de um meio material,
carregando energia na matéria; não há fluxo de partículas no meio, mas osci-
lações das partículas em torno de um ponto de repouso.
Na interação da onda sonora com o ouvido humano, o pulso de compressão
e descompressão do ar chega até o tímpano, provocando um deslocamento
dessa membrana. Esse deslocamento é transmitido pelos ossículos do ouvido
até o forame oval, onde o estribo está conectado à cóclea. O movimento do
estribo junto à janela oval provoca um movimento na linfa presente dentro da
cóclea, fazendo movimentar os microscópicos cílios sensitivos presentes nos
canais da cóclea. Esses cílios então transformam esse movimento em impulso
nervoso através do nervo auditivo, indo até a área responsável pela audição.
As propriedades da onda sonora estão relacionadas, principalmente, a sua
fonte e ao meio de propagação. Quanto ao meio em que a onda se propaga, a
onda se comportará de maneira diferente dependendo da pressão, da densidade,
da temperatura e da mobilidade da parte. Havendo a interação com um meio
heterogêneo, algumas situações devem correr nas interfaces do material, são
elas: refração, reflexão, atenuação, difração e interferência, e espelhamento.
Uma das características importantes do meio é a impedância acústica.
A impedância acústica está relacionada com a resistência ou a dificuldade
apresentada pelo meio à passagem do som. Ela corresponde ao produto da
densidade do material pela velocidade que o som se propaga no seu interior.
Quanto maior a diferença de impedância acústica nas interfaces dos tecidos,
maior será a intensidade de reflexão da onda sonora no corpo humano.
Ondas eletromagnéticas e sonoras e sua interação com a matéria 11
Gordura 1.400
A seguir seguem alguns cuidados que devem ser tomados durante o exame
de RNM.
Orientar o paciente para trocar sua roupa pelo avental com tecido natural
(algodão).
Informar ao equipamento o valor correto da massa corporal (kg) e da
idade do paciente.
Não cobrir muito o paciente.
Não fazer uso de materiais plásticos para envolver o paciente.
Não iniciar o exame em pacientes molhados, suados ou com fralda
urinada.
Não posicionar o paciente com os pés ou mãos cruzadas, nem em
contato direto pele com pele, evitando efeito de antena, que pode causar
queimaduras e choques nos locais de contato.
Manter contato permanente com o paciente durante o exame.
BAUER, W.; WESTFALL, G. D.; DIAS, H. Física para universitários. Porto Alegre: AMGH,
2012. v. 4.
CHEN, M. Y. M.; POPE, T. L.; OTT, D. J. Radiologia básica. Porto Alegre: AMGH, 2012. (Série
Lange).
HEWITT, P. G. Fundamentos de física conceitual. Porto Alegre: Bookman, 2009.
LEVITOV, A. B.; DALLAS, A. P.; SLONIM, A. D. Ultrassonografia à beira do leito na medicina
clínica. Porto Alegre: AMGH, 2013.
_2.1_ Dica do professor
A classificação das radiações eletromagnéticas, principalmente a luz, foi alvo de discussão acirrada
na história da ciência. Isso se deve ao fato de a luz (principal onda eletromagnética estudada), em
alguns experimentos, comportar-se como onda e, em outros momentos, comportar-se como
partícula. A esse comportamento foi dado o nome de dualístico.
Pensando nisso, nesta Dica do Professor, você verá um breve histórico sobre essa discussão, os
experimentos que levaram a diferentes conclusões, bem como o conceito atualmente aceito pela
ciência.
Acompanhe a seguir.
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5 min
Em 1905, Albert Einstein propôs que a luz poderia ter os dois comportamentos,
de onda e de partícula (Comportamento Dualístico Onda-Partícula). A luz se
comportaria como onda em algumas situações e como partículas em outras
situações. Ele definiu que essas partículas seriam pequenos pacotes de
energia, denominados hoje de fótons. Essa definição é aceita até hoje.
Em 1924, o cientista Louis de Broglie, físico, foi mais longe ainda. Além de
confirmar a teoria de Einstein, ele sugere algo mais extraordinário: ele
afirma que não só a luz tem comportamento dual onda-partícula, como também
toda partícula tem comportamento de onda. Dessa forma, podemos pensar que
tudo, as partículas, sejam elétrons, átomos, metais, uma cadeira, eu, você...
Tudo na natureza tem um comportamento de onda e de partícula!
_2.1_ Exercícios
elm = iguais aos exerc Conteudo do Livro
(verifiquei na bib virtual)
Dessa forma, aponte em qual material o som se deslocará com maior velocidade.
A) Água.
B) Ar.
C) Osso.
D) Sangue.
E) Gordura.
2) Onda é uma oscilação ou perturbação que se propaga no espaço carregando apenas energia,
sem carregar matéria.
Diante disso, em qual elemento essa onda de rádio provoca o fenômeno de ressonância?
A) Carbono.
B) Oxigênio.
C) Hidrogênio.
D) Nitrogênio.
E) Ferro.
5) A ressonância magnética foi um dos mais recentes métodos de diagnóstico por imagem
desenvolvidos. O fenômeno da ressonância acontece com determinados elementos quando
inseridos em um forte campo magnético e submetidos a ondas de rádio com frequências
específicas para transferir energia para esses elementos.
C) As ondas de rádio apresentam uma frequência próxima do raio X, por isso, são também
ionizantes.
E) Não existe risco algum para o paciente nos exames de ressonância magnética.
_2.1_ Na prática
As radiações eletromagnéticas são muito importantes no cotidiano das pessoas e na medicina.
Contudo, seu uso e aplicação não podem ser indiscriminados e realizados sem os devidos estudos e
cuidados. Durante os exames de ressonância magnética, por exemplo, vários são os riscos
presentes, dentre eles, o forte campo magnético e o uso de ondas de radiofrequência que podem
interagir com o paciente e causar queimaduras, tonturas e hipertermia.
A seguir, Na Prática, veja um caso que traz a importância dos cuidados em relação às ondas de
rádio utilizadas nos exames de ressonância magnética.
> 4 Manter contato visual com o paciente e, também, por meio do microfone e
da campainha.
Física do ultrassom
No vídeo a seguir, saiba mais sobre ondas ultrassônicas e compreenda o funcionamento do
aparelho de ultrassom, muito útil no diagnóstico e no tratamento de várias doenças.
https://youtu.be/UjBluExYxUU 6 min
Khan Academy Brasil Sep 25, 2015 Definição de ondas ultrassônicas e descrição do
funcionamento do aparelho de exames de imagens por meio de ultrassom, justificando o uso de
ondas sonoras de alta frequência. Titulo em inglês: Ultrasound medical imaging
Física do som
No link a seguir, para reforçar os seus estudos, saiba mais sobre os principais conceitos do som.
De modo geral, é possível dizer que os movimentos oscilatórios são realizados por osciladores;
quando a periodicidade do movimento é regular e ordenada, é dito que o movimento é harmônico.
A grande maioria dos movimentos harmônicos que ocorrem na natureza é complexa; por isso, é
mais fácil estudá-los em termos de uma simplificação que ficou conhecida como movimento
harmônico simples (MHS). Embora o MHS seja uma idealização, seu estudo permitirá o
entendimento de características fundamentais e é importante para o entendimento futuro de
movimentos harmônicos que ocorrem na natureza.
Nesta Unidade de aprendizagem, você vai estudar sobre osciladores e o movimento harmônico
simples. Vai aprender a identificar esse tipo de movimento e a descrevê-lo e analisá-lo em termos
de expressões matemáticas e representação gráfica.
A empresa em que você trabalha foi contratada para construir um software que prevê o movimento
de sistemas massa-mola oscilatórios que oscilarão em uma situação ideal (livre de atrito). Você foi
designado para determinar quais parâmetros devem ser utilizados nesse software para que seja
possível determinar a massa que o sistema desejado deve ter para que ele oscile dentro das
especificações desejadas. O cliente informou que o sistema criado deve oscilar com frequência de
1,00Hz e amplitude de no máximo 2,00m.
Com base no exposto, qual grandeza física o programa criado precisa simular para que se chegue à
solução solicitada pelo cliente?
elm = A grandeza física a simular é a posição da massa x(t) durante o MHS, por derivação a
velocidade e aceleração são obtidas.
Para solucionar o problema, convém primeiramente escrever a expressão genérica que descreve o
deslocamento do oscilador como função do tempo:
𝑥𝑥(𝑡𝑡) = 2,00𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴(2,00𝜋𝜋𝑡𝑡)
Agora que já se tem a expressão que descreverá o movimento do sistema, é preciso pensar na
expressão da força restauradora atuando sobre ele, que é:
𝐹𝐹 = 𝑘𝑘𝑥𝑥
Ou ainda:
𝑚𝑚𝑚𝑚 = 𝑘𝑘𝑥𝑥
Dessa expressão já se sabe o valor da expressão que descreve o deslocamento, e, a partir dela, é
possível conhecer a expressão para a aceleração, uma vez que:
𝑑𝑑2 𝑥𝑥(𝑡𝑡)
𝑚𝑚 =
𝑑𝑑𝑡𝑡 2
Desse modo, tem-se que
1
𝑚𝑚 = − 𝑘𝑘
4𝜋𝜋 2
Assim, o programador deve ser informado de que deve ser criado um programa que simule valores
para constante de mola, de acordo com a equação descrita.
_2.2_ Infográfico
O movimento harmônio simples (MHS) é útil para descrever os fundamentos dos movimentos
oscilatórios. Porém, na natureza, raramente um oscilador realiza um movimento harmônico simples,
porque a ação de forças externas, como o atrito, dissipa continuamente a energia do oscilador.
Nesse caso diz-se que o movimento do oscilador se torna amortecido. A força do amortecimento
depende da natureza do meio circundante; por exemplo, o amortecimento não será o mesmo se
emergir um oscilador no óleo ou na água. Esse tipo de movimento encontra algumas aplicações na
vida real, como na suspensão de automóveis.
O movimento harmônico amortecido pode ser estudado a partir da descrição matemática do MHS,
como você pode ver no Infográfico a seguir.
Nas equações:
F = força restauradora do movimento
k = constante da mola
x = deslocamento a partir da posição de equilíbrio.
b dx/dt = módulo da força viscosa de amortecimento do movimento
dx/dt = velocidade v
b = constante de amortecimento.
Tipos de amortecimento
SUBAMORTECIMENTO
b < 2*(k*m)^0,5
A constante de amortecimento b
é menor que o valor crítico.
Há oscilação e o decaimento da
amplitude da oscilação é lento.
AMORTECIMENTO CRÍTICO
b = 2*(k*m)^0,5
A constante de amortecimento b
é igual ao valor crítico.
Não há oscilação, corpo retorna
à posição de equilíbrio sem
oscilar.
SUPERAMORTECIMENTO
b > 2*(k*m)^0,5
A constante de amortecimento b
é maior que o valor crítico.
Não há oscilação, corpo
retorna à posição de
equilíbrio de maneira mais
lenta (decaimento
exponencial).
_2.2_ Conteúdo do livro
Osciladores são entes cujo movimento oscilatório apresenta periodicidade ao longo do tempo em
torno de uma posição de equilíbrio. Se essa periodicidade ocorrer de forma ordenada e regular, diz-
se que o ente realiza um movimento harmônico. De modo geral, os movimentos harmônicos são
complexos, porém podem ser analisados em termos de um tipo de movimento ideal, denominado
movimento harmônico simples. O MHS raramente ocorre na natureza, porém sua abordagem teórica
permite definir conceitos fundamentais associados aos fenômenos oscilatórios, que são muitos
comuns na natureza e utilizados em aplicações que vão desde um relógio de pêndulo ao reforço em
edificações para que se tornem resistentes a intempéries da natureza, como tufões e terremotos.
Na obra Oscilações, ondas e mecânica dos fluidos, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, leia
o capítulo Osciladores e o movimento harmônico simples, no qual você irá aprender a identificar o
movimento harmônico e a descrever matematicamente seus elementos e a sua representação
gráfica.
Boa leitura.
IPREFÁCIOI
O estudo dos fenômenos de oscilações, dos diferentes tipos de ondas
e seus elementos, além da introdução à mecânica de fluidos, ajuda a
compreender importantes fenômenos presentes nas engenharias e
em suas aplicações no dia a dia.
Oscilações são percebidas em movimentos harmônicos, como a
marcação do tempo, ou em esportes radicais, como o bungeejumping.
Deste modo, estamos imersos em ondas de instrumentos do nosso
cotidiano, como o rádio e a televisão, e expostos à luz do sol e às
ondas sonoras. Além destas, podemos citar diversos exemplos de
ondas mecânicas. A mecânica dos fluidos, por sua vez, é apresentada
em aplicações como turbinas e o escoamento de ar em aeronaves.
Esta obra tem por objetivo apresentar conteúdos de oscilações,
ondas e mecânica dos fluidos, descrevendo matematicamente os
principais fenômenos e identificando exemplos do cotidiano.
SUMÁRIO
Ondas............................................................................................................. 13
Midilane Sena Medina
Tipos de ondas e suas classificações .............................................................................................. 14
Ondas e seus elementos ....................................................................................................................... 17
Exemplos de ondas no cotidiano .................................................................................................... 29
Introdução
Uma bola que quica no chão, um pêndulo que se movimenta para a frente
e para trás, um sino que badala em um movimento vai e vem ou uma mola
comprimida descrevem um tipo especial de movimento, conhecido como
movimento oscilante. Nesse movimento, uma partícula unitária ou um
conjunto de partículas se movem para a frente e para trás, processo em que
se considera que a partícula volta ao seu estado inicial após determinado
período e pode ser descrito em termo das forças que atuam sobre uma
partícula do sistema. Assim, o estado inicial do sistema é aquele em que as
forças que atuam sobre a partícula estão em equilíbrio. Esse movimento
característico das oscilações é classificado como movimento periódico,
executado pelos sistemas chamados de osciladores e que tem um tipo
muito especial: o movimento harmônico simples (MHS), o qual ocorre
quando a força líquida que atua sobre uma partícula, também conhecida
como força restauradora, é diretamente proporcional ao deslocamento da
partícula a partir da sua posição de equilíbrio.
Neste capítulo, você estudará sobre osciladores e o MHS. Na verdade,
o MHS é uma idealização que só pode ser aplicada quando algumas ca-
racterísticas presentes em sistemas físicos reais são negligenciadas. Apesar
disso, é considerado uma aproximação suficientemente adequada para
o estudo de movimentos periódicos. Alguns sistemas físicos que podem
ser estudados em termos do MHS incluem a suspensão de automóveis,
2 Osciladores e o movimento harmônico simples
1 Definição
Movimentos que se repetem regularmente no tempo são chamados de movi-
mentos oscilatórios, executados por aquilo que damos o nome de oscilador.
Na natureza, é possível encontrar dezenas de exemplos de movimentos os-
cilatórios (como visto na Figura 1a), já que muitas ações e movimentos são
repetitivos — uma cadeira de balanço, um satélite que orbita a terra, um peso
preso a uma mola, o movimento de um pêndulo, assim como as vibrações de
um diapasão, as batidas do coração, as oscilações neurais e os movimentos
financeiros.
Um sistema, como o pêndulo representado na Figura 1b, em repouso está
em posição de equilíbrio, o que implica que, neste ponto, nenhuma força ex-
terna está agindo sobre ele. Portanto, nessa condição, a força líquida atuando
sobre o sistema é nula. Agora, se uma força externa agir, fazendo com que o
sistema sofra um pequeno deslocamento da sua posição de equilíbrio, uma
força atuará para tentar trazê-lo de volta ao seu ponto fixo (Figura 1b). A força
que atua para trazer o sistema de volta ao seu equilíbrio recebe o nome de
força restauradora, responsável pelo surgimento do movimento oscilatório.
Uma das maneiras mais fáceis de identificar um movimento oscilatório se
dá a partir de um gráfico que identifique seu estado físico, por exemplo, sua
posição, em função do tempo. Na Figura 2a, podemos observar um gráfico de
uma função que descreve uma oscilação simples, no qual a variável indepen-
dente no eixo horizontal caracteriza o sistema. Desse modo, esse gráfico mostra
que, à medida que o tempo avança, a quantidade que varia no eixo vertical
circula pelos mesmos valores em um padrão previsível e repetitivo (veja a área
destacada na Figura 2a). Assim, ao olhar o gráfico, podemos identificar que
ele apresenta um padrão repetitivo, caracterizando um movimento periódico
e, consequentemente, um oscilador.
Osciladores e o movimento harmônico simples 3
(a)
(b)
Direção da força
restauradora
Posição de
equilíbrio
Figura 1. (a) Exemplo de entes que realizam movimentos periódicos. (b) Esquema
simplificado do movimento do pêndulo periódico de um pêndulo deslocado de sua
posição de equilíbrio e da força restauradora que atua para trazer o pêndulo de volta
à posição de equilíbrio, dando origem ao movimento oscilatório.
Fonte: (a) Irik Bik/Shutterstock.com, ktsdesign/Shutterstock, 3Dsculptor/Shutterstock, Fouad A.
Saad/Shutterstock.
4 Osciladores e o movimento harmônico simples
F = –kx
F = ma = –kx
x(t) = Acos(ωt + φ)
Assim,
v(t) = –Aωsen(ωt + φ)
Assim,
Um bloco de 6,00 kg é colocado em uma superfície sem atrito e fixado em uma mola
com uma constante k = 35,0 N/m presa a uma parede. Em determinado instante,
o bloco é afetado por uma força externa que faz com que ele oscile a partir da sua
posição de equilíbrio (x = 0,00) entre ±0,02 m. Determine as equações que descrevem
o deslocamento do bloco sabendo que seu período de oscilação é de 1,57 s.
Solução:
Sabendo que a equação para posição do MHS como função do tempo é dada por:
x(t) = Acos(ωt + φ)
E que velocidade e aceleração são dadas pela sua derivada de primeira e segunda
ordem, respectivamente, para encontrar essas equações é preciso utilizar os valores
das grandezas físicas dadas no enunciado e, a partir delas, determinar as demais
grandezas faltantes.
Foi dado que a amplitude do movimento é x = A = 0,02m. A partir do enunciado,
é possível inferir também que o ângulo de fase é φ = 0 rad, uma vez que partiu da
sua posição de equilíbrio.
Osciladores e o movimento harmônico simples 11
x(t) = 0,02cos(4t)
v(t) = –0,08sen(4t)
E:
a(t) = –0,32cos(4t)
Osciladores acoplados
Movimentos acoplados ocorrem quando um ou mais sistemas oscilantes estão
unidos de maneira a permitir a troca de movimento entre eles. Considere o caso
mais simples: o acoplamento de osciladores, duas massas idênticas conectadas
por uma mola, conforme a Figura 4.
Figura 4. Esquema que mostra dois osciladores idênticos acoplados. Nele, x1 e x2 representam
os deslocamentos que as massas realizam a partir da posição de equilíbrio.
12 Osciladores e o movimento harmônico simples
BAUER, W.; WESTFALL, G. D.; DIAS, H. Física para universitários: relatividade, oscilações,
ondas e calor. Porto Alegre: AMGH, 2012.
HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de física. 10. ed. Rio de Janeiro: LTC,
2016. (Gravitações, ondas e termodinâmica, v. 2).
HEWITT, P.G. Fundamentos de física conceitual. São Paulo: ABDR, 2009.
LALIC, M. Física C. Sergipe: CESAD, 2011.
TIPLER, P. A.; MOSCA, G. Física para cientistas e engenheiros. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC,
2006. (Mecânica, Oscilações e Ondas, Termodinâmica, v. 1).
Leituras recomendadas
KNIGHT, R. Física: uma abordagem estratégica. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2009.
(Termodinâmica Óptica, v. 2).
NUSSENZVEIG, H. M. Curso de física básica. 5. ed. São Paulo: Blucher, 2013. (Mecânica, v. 1).
YOUNG, H. D.; FREEDMAN, R. A.; ZEMANSKKY, S. E. Física II: termodinâmica e ondas.
14. ed. São Paulo: Pearson, 2016.
_2.2_ Dica do professor
Estudar movimentos oscilatórios a partir do MHS é importante, pois possibilita a definição e a
correlação de grandezas físicas que mais tarde serão úteis ao estudo do movimento harmônico não
idealizado. A partir de um gráfico do MHS, é possível visualizar de forma mais clara e escrever as
equações que regem o movimento e as grandezas físicas nele envolvidas. Além disso, a visualização
gráfica permite a comparação entre movimentos e a verificação do efeito que a variação de uma
grandeza produz em parâmetros de movimento que dela dependem.
Nesta Dica do Professor, veja, a partir do movimento de um pêndulo simples, a influência que as
grandezas físicas envolvidas exercem no MHS e alguns aspectos dos gráficos.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/
cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/38f4ac448ab4fda336365991d59969f5
2 min
_2.2_ Exercícios
1) No movimento harmônico simples, são definidas algumas grandezas físicas, como amplitude,
frequência e período que caracterizam as oscilações. A grandeza que descreve o
deslocamento máximo do objeto a partir da sua posição de equilíbrio é chamada de:
A) frequência.
B) período.
C) amplitude.
D) constante de fase.
E) frequência angular.
2) No estudo do MHS, é importante reconhecer e entender as equações que descrevem o
movimento. Considere um corpo que apresenta oscilação em função do tempo descrita pela
equação x(t) = 7,00cos(2πt + 0,75). Determine a velocidade e a aceleração desse corpo como
função do tempo e os valores da posição, da velocidade e da aceleração para o tempo t=0.
Ao aplicar corretamente esse conceito, você obterá as seguintes funções para as grandezas
solicitadas:
𝑑𝑑(𝑥𝑥(𝑡𝑡)) 𝑑𝑑
𝑣𝑣(𝑡𝑡) = = ((2,00m)cos(2𝜋𝜋𝑡𝑡 + 1,25𝜋𝜋))
𝑑𝑑𝑡𝑡 𝑑𝑑𝑡𝑡
𝑑𝑑 2 (𝑥𝑥(𝑡𝑡)) 𝑑𝑑
𝑎𝑎(𝑡𝑡) = = ((2,00m)cos(2𝜋𝜋𝑡𝑡 + 1,25𝜋𝜋))
𝑑𝑑𝑡𝑡 2 𝑑𝑑𝑡𝑡
Assim:
A) φ = π/ 3.
B) φ = - π.
C) φ = π.
D) φ = 3π.
E) φ = - 3π.
Uma análise do gráfico dado mostra que, quando o movimento desse objeto se
inicia, têm-se as seguintes condições iniciais de tempo (t) e amplitude (A):
1
𝑡𝑡 = 0 e 𝑎𝑎 = 𝐴𝐴. Desse modo, é possível escrever quando o tempo for igual a
2
zero:
1
𝐴𝐴 = 𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝜑𝜑
2
E então:
1
𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝜑𝜑 =
2
Como foi pedido o valor de 𝜑𝜑, é possível obtê-lo a partir do arco cosseno do
ângulo, como segue:
1 𝜋𝜋
𝜑𝜑 = arccos � � = ±
2 3
𝜋𝜋
𝜑𝜑 =
3
A)
B)
C)
D)
E)
elm = Gab ERR
_2.2_ Na prática
Neste Na Prática, você vai compreender como osciladores podem ser utilizados na construção de
edificações para torná-las mais seguras contra intempéries naturais e artificiais e confortáveis para
a habitação humana.
CONHECENDO O PROBLEMA
PREVENINDO AS VIBRAÇÕES
> Ao desenharem um prédio, engenheiros podem
utilizar amortecedores, que, conectados à estrutura
principal do edifício, permitem alterar sua rigidez
por meio da ação de dispositivos ou forças externas.
> Esses dispositivos podem ser classificados como
passivos, ativos ou híbridos.
> No controle passivo, a instalação e um ou mais
dispositivos incorporados à estrutura absorve ou
transfere parte da energia transmitida pelas
vibrações externas, dissipando, assim, a energia nos
membros da estrutura principal, protegendo-a dos
efeitos dinâmicos dos ventos ou de origem sísmica.
OS AMORTECEDORES
> Os amortecedores são sistemas que
diminuem ou absorvem a amplitude das
vibrações sofridas pelas
edificações.
> Um sistema de controle passivo
muito utilizado é o sistema de
amortecimento de massa sintonizada
(TMD).
> O TMD mais simples é composto por
um sistema massa-mola-amortecedor.
Para edificações altas, os TMDs são
construídos com elementos de grande
dimensão, que podem atingir várias
centenas de toneladas de peso e são
constituídos por molas e pêndulos.
TAIPEI 101
> Um dos exemplos mais conhecidos do uso de TMD é o arranha-céu Taipei 101,
localizado em Taiwan. Esse edifício, com ~509 metros de altura, tem 106
andares. Entre os andares 87 e 92, existe um enorme amortecedor passivo
esférico com cerca de 660 toneladas de peso, o maior do mundo do seu gênero.
== Parâmetros envolvidos na construção do modelo ==
> O amortecedor do Taipei 101 é um TMD esférico, suspenso por 16 cabos. Com
cerca de 660 toneladas, ele se desloca no sentido oposto aos efeitos do vento
e dos abalos sísmicos, evitando deslocamentos excessivos e consequentes danos
à sua estrutura.
== Resultado da solução ==
> O fato de o edifício apresentar esse dispositivo no seu interior, bem como
a sua qualidade estrutural, permitem que ele consiga resistir a ventos de até
450 km/h e a terremotos de até 7 graus na escala Richter.
> Quando o tufão Soudelor atingiu Taiwan, o TMD sofreu um deslocamento com
amplitude de 1 metro, movimento nunca antes registrado para um TMD.
https://www.slideshare.net/
Pranjal14/high-rise-building-
taipei-101-taiwan-89327679
_2.2_ Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Bons estudos.
elm = Avaliação da aula. Boa. Comentário: Usar este livro em todas as aulas. Não usar os
livros capa laranja da Sagah (em geral, são uma juntada de trechos de outros livros com
pouca coesão e coerência e com erros). Adotar um único livro-texto ou apostila para todas as
aulas. Do jeito atual, um capítulo de livro diferente a cada aula, assunto fica truncado e/
ou com lacunas e/ou repetitivo e/ou bagunçado - dificulta, desestimula o aprendizado.
Infográfico: apresentar o conteúdo em texto simples para facilitar o estudo via pdf
(ilustração desnecessária).
Na Prática: apresentar o conteúdo em texto simples para facilitar o estudo via pdf
(ilustração desnecessária).
_3.1_ Desafio
Newton considerava que a luz deveria ser constituída de partículas rápidas, leves e muito
pequenas, que ele chamou de corpúsculos. Já Young alegava que a luz era uma onda, mas deixava
uma dúvida, o que estava ondulando?
Você consegue explicar por que cada um defendia a sua respectiva posição?
Também consegue explicar o que estava oscilando na alegação de Young?
Newton alegava que a luz deveria ser formada de corpúsculos, pois não se
observavam fenômenos ondulatórios na luz, como a difração da luz ao passar
por uma porta.
Acompanhe uma discussão fascinante sobre a natureza da luz no livro Física: uma abordagem
estratégica, volume 2, termodinâmica e óptica. Inicie a leitura a partir do capítulo óptica ondulatória.
Boa leitura!
LivrPt_Fisica_Randall_Knight_2_Termod_Optic_ed2_2009_322p
Randy Knight leciona Física básica há 25 anos na Ohio State University, EUA, e na California
Polytechnic University, onde atualmente é professor de física. O professor Knight bacharelou-
se em Física pela Washington University, em Saint Louis, e doutorou-se em Física pela Univer-
sity of California, Berkeley. Fez pós-doutorado no Harvard-Smithsonian Center for Astrophy-
sics, antes de trabalhar na Ohio State University. Foi aí que ele começou a pesquisar sobre o
ensino da física, o que, muitos anos depois, o levou a escrever este livro.
Os interesses de pesquisa do professor Knight situam-se na área de laser e espectroscopia,
com cerca de 25 artigos de pesquisa publicados. Ele também dirige o programa de estudos am-
bientais da Cal Poly, onde, além de física introdutória, leciona tópicos relacionados a energia,
oceanografia e meio ambiente. Quando não está em sala de aula ou na frente de um compu-
tador, o professor Knight está fazendo longas caminhadas, remando em um caiaque, tocando
piano ou desfrutando o seu tempo com a esposa Sally e seus sete gatos.
1 Sumário Resumido!
VOLUME1
L Parte 1 As Leis de Newton Parte Ili Aplicações da Mecânica
Newtoniana
Capítulo 1 Conceitos do Movimento 2
VOLUME2
Capítulo 15 Fluidos e Elasticidade 442
Parte V Ondas e Óptica
Capítulo 20 Ondas Progressivas 602
Parte IV Termodinâmica
Capítulo 21 Superposição 634
Capítulo 16 Uma Descrição Macroscópica da
Matéria 480 Capítulo 22 Óptica Ondulatória 670
Créditos C-1
fndice 1-1
VOLUME3
VOLUME4
Capítulo 43 Física Nuclear 1333
Parte VII Relatividade e Física
Quântica Apêndice A Revisão Matemática A-1
Capítulo 38 O Fim da Física Clássica 1184 Apêndice C Dados Atômicos e Nucleares C-1
Capítulo 22 Ôptica Ondulatória 670 Apêndice B Tabela Periódica dos Elementos B-1
22. 1 Luz e óptica 670
Respostas dos exercícios e problemas de numeração
22.2 Interferência luminosa 672
ímpar R-1
22.3 Redes de difração 678
Créditos C-1
22.4 Difração de fenda simples 68 1
22.5 Difração em aberturas circulares 684 Índice 1-1
22.6 1.nterferômetros 687
RESUMO 692
Opti
A iridescência desta pena de pavão -
cores que mudam com o ângulo da
visão - deve-se à interferência luminosa.
abertura. Pode-se ver isto na FIGURA 22.1a, onde ondas planas, que se aproximam vindas da Ondas planas se aproximam a partir da
esquerda, se propagam em arcos circulares após passarem por um orifício em uma barreira. esquerda.
Esse espalhamento inexorável das ondas é o fenômeno chamado de difração. A difração
constitui uma indicação segura de que o que está passando pelo orifício é de uma onda.
Em contrate, a FIGURA 22.1b mostra que a luz solar produz uma sombra com bordas ní-
tidas após passar por uma porta. Não vemos a luz solar se propagando em arcos circulares.
Este comportamento é exatamente o que você poderia esperar se a luz consistisse de partí-
culas que se deslocassem em linhas retas. Algumas partículas passariam pela porta e da-
riam origem a uma área brilhante no solo, outras seriam bloqueadas e isso daria origem a
uma sombra bem-definida. Este raciocínio levou Newton à conclusão de que a luz consis-
te de partículas leves, rápidas e muito pequenas, que ele denominou de corpúsculos.
Newton sofreu uma oposição vigorosa por parte de Robert Hooke (o mesmo da lei
de Hooke) e do cientista holandês Christiaan Huygens, os quais argumentavam que a
luz devia ser algum tipo de onda. Embora o debate fosse enérgico, e por vezes ácido,
Ondas circulares se propagam para a direita.
Newton acabou prevalecendo. A crença de que a luz é formada por corpúsculos não foi
seriamente questionada durante mais de cem anos após a morte de Newton.
A situação mudou drasticamente em 1801, quando o cientista inglês Thomas Young
anunciou que tinha produzido interferência entre duas ondas luminosas. O experimento
de Young, que analisaremos na próxima seção, foi penosamente difícil de realizar com
a tecnologia disponível na época. Apesar disso, o experimento de Young definiu rapida-
mente o debate em favor de uma teoria de ondas luminosas porque a interferência é um
fenômeno caracteristicamente ondulatório.
Todavia, se a luz é uma onda, o que está ondulando? Esta foi a questão que Young
propôs aos cientistas do século XIX. Acabou-se concluindo mais tarde que a luz é uma Um feixe de luz
onda eletromagnética, uma oscilação do campo eletromagnético que não requer qual- solar apresenta
quer meio material para se propagar. Além disso, como já vimos, a luz visível correspon- uma borda nítida.
de apenas a uma pequena faixa de um espectro eletromagnético muito mais amplo.
Que a luz fosse uma onda, mais exatamente uma onda eletromagnética, parecia bem
estabelecido por volta de 1880. Porém, essa conclusão satisfatória foi logo questionada a
partir de uma nova descoberta, denominada efeito fotoelétrico, que parecia inconsistente
com a teoria da luz como onda eletromagnética. Em 1905, um jovem físico então desco-
nhecido chamado Albert Einstein conseguiu explicar o efeito fotoelétrico considerando
a luz como um novo tipo de onda que possui certas características corpusculares. Essas
partículas de luz com características de ondas logo ficaram conhecidas como fótons.
A introdução, feita por Einstein, do conceito de fóton pode ser vista agora como o
final da física clássica e o início de uma nova era, a da física quântica. Igualmente im- FIGURA 22.1 Ondas se propagam na água
portante, a teoria de Einstein marcou ainda outra mudança em nosso antigo esforço para atrás de um pequeno orifício em uma
compreender a luz. barreira, mas a luz que passa por uma
abertura dá origem a uma sombra com
Modelos da luz bordas nítidas.
A luz é uma entidade física real, mas a natureza da luz é evasiva. A luz é o camaleão
do mundo físico. Sob algumas circunstâncias, ela se comporta como se fosse formada
por partículas deslocando-se em linhas retas. No entanto, quando as circunstâncias são
alteradas a luz revela comportamento semelhante ao de ondas, como ondas sonoras ou
ondas na água. Altere as circunstâncias mais uma vez e a luz exibirá um comportamento
que não é típico de onda nem de partícula, e sim, característico de ambas.
Em vez de uma “teoria da luz” que englobe tudo, será melhor desenvolver diversos
modelos de luz. Cada modelo explica com sucesso o comportamento da luz dentro de
um determinado domínio – ou seja, para uma determinada gama de situações físicas.
Nossa tarefa terá duas partes:
FIGURA 22.2 Assim como uma onda que O experimento da fenda dupla de Young
se propaga na água, a luz se propagará Ao invés de um pequeno orifício apenas, suponha que sejam usados dois. A FIGURA 22.3A
por trás de um orifício se este for mostra um experimento no qual um feixe de laser é direcionado para um anteparo opa-
suficientemente pequeno. co contendo duas fendas longas e estreitas, muito próximas uma da outra. Este par de
fendas é denominado fenda dupla, e em um experimento elas têm larguras da ordem de
0,01 mm separadas por distâncias da ordem de 0,05 mm. Presumiremos que o feixe de
laser ilumine igualmente as duas fendas, e que qualquer luz que passe por elas incide em
uma tela de visualização. Esta é a essência do experimento de Young de 1801, embora
ele tenha usado a luz solar em vez da luz de um laser.
O que poderíamos esperar enxergar na tela? A FIGURA 22.3B é uma visão superior do
arranjo experimental, correspondente a olhar para baixo sobre as extremidades superio-
res das fendas e sobre a borda superior da tela de visualização. Como as fendas são mui-
to estreitas, a luz se propaga por trás de cada fenda, como ilustrado na Figura 22.2, e
essas duas ondas em propagação se superpõem na região entre as fendas e na tela.
1
É interessante notar que Newton estava familiarizado com a difração, mas o padrão obtido com a luz
solar – a única fonte brilhante de luz disponível no século XVII – nem de longe é tão nítido quanto o
da Figura 22.2. Newton não reconheceu a relevância do fenômeno.
CAPÍTULO 22 ■ Óptica Ondulatória 673
Fenda dupla
vista de cima
Feixe de laser incidente 3. As ondas interferem na
região onde se superpõem.
4. Franjas brilhantes ocorrem onde as
linhas antinodais interceptam a tela de
visualização.
PARE E PENSE 22.1 Suponha que a tela de visualização da Figura 22.3 seja aproximada da
fenda dupla. O que acontece com as franjas de interferência?
Essas ondas se
encontram no ponto P.
Os caminhos são
praticamente paralelos
porque a tela está Duas ondas luminosas
ento muito distante. se encontram e
Comprim interferem em P.
c a m inho
do
Fenda dupla tg
Espaça-
mento ento
entre as Comprim
c a m inho
fendas d d o Nesta escala, as fendas são
invisíveis porque d L.
Este pequeno segmento
dsen é a diferença Tela de
de caminho. visualização
Dessa forma, a interferência no ponto P será construtiva, produzindo uma franja bri-
lhante, se naquele ponto. O ponto central da tela de visualização, em y 0,
está igualmente distante das duas fendas (r 0) e, portanto, é também um ponto de
interferência construtiva. Esta é a franja brilhante identificada como o máximo central na
Figura 22.3b. A diferença de caminho aumenta à medida que você se distancia do centro
da tela, e as franjas correspondentes a m 1 ocorrem nos pontos onde – ou
seja, aqueles nos quais uma das ondas percorreu exatamente um comprimento de onda
mais longe do que a outra. Em geral, a franja brilhante de ordem m ocorre onde a
onda proveniente de uma fenda percorre m comprimentos de onda a mais do que a
onda proveniente da outra fenda e, portanto, .
Pode-se ver da parte ampliada da Figura 22.4 que a onda proveniente da fenda infe-
rior percorre uma distância extra
(22.2)
Geralmente é mais fácil medir distâncias em vez de ângulos, então podemos especi-
ficar o ponto P por sua posição em um eixo y com origem diretamente à frente do ponto
central entre as fendas. Na Figura 22.4, pode-se verificar que
(22.5)
A Equação 22.6 prevê que o padrão de interferência é uma série de linhas claras
com espaçamentos iguais na tela, exatamente como mostrado na Figura 22.3b. Como
sabemos que as franjas têm espaçamentos iguais? O espaçamento entre a franja m e a
franja m 1 é
(22.7)
Uma vez que y independe de m, quaisquer duas franjas brilhantes têm mesmo espaça-
mento entre si.
As franjas escuras na fotografia correspondem à interferência destrutiva. No Capítu-
lo 21 você aprendeu que a interferência destrutiva ocorre em posições onde a diferença
de caminho das ondas é um número semi-inteiro de comprimentos de onda:
(interferência
(22.8)
destrutiva)
Podemos usar a Equação 22.2 para r e a aproximação de ângulos pequenos para cons-
tatar que as franjas escuras estão localizadas nas posições
(22.9)
EXEMPLO 22.1 Interferência de fenda dupla da luz MODELO Duas fendas próximas produzem um padrão de interferência
de um laser de fenda dupla.
A luz emitida por um laser de hélio-neônio ( 633 nm) ilumina VISUALIZAÇÃO O padrão de interferência se parece com o mostrado
duas fendas espaçadas por 0,40 mm. Uma tela de visualização en- na fotografia da Figura 22.3b. Ele é simétrico, com as franjas bri-
contra-se 2,0 m atrás das fendas. Quais são as distâncias entre as duas lhantes de ordem m 2 a distâncias iguais dos dois lados do máxi-
franjas brilhantes de ordem m 2 e entre as duas franjas escuras de mo central.
ordem m 2? Continua
676 Física: Uma Abordagem Estratégica
EXEMPLO 22.2 Medição do comprimento de uma onda Usando este espaçamento de franjas na Equação 22.7, verificamos
luminosa que o comprimento de onda é
Um padrão de interferência de fenda dupla é observado em uma tela
posicionada 1,0 m atrás de duas fendas com espaçamento de 0,30 mm
entre si. Dez franjas brilhantes cobrem uma distância de 1,7 cm. Qual
é o comprimento de onda da luz? Costuma-se expressar os comprimentos de onda luminosa em
nanômetros. Certifique-se de ter feito isso antes de resolver um
MODELO Nem sempre é óbvio identificar qual das franjas corresponde
problema.
ao máximo central. Pequenas imperfeições nas fendas podem fazer
alterar o padrão de interferência das franjas em relação ao padrão ide- AVALIAÇÃO O experimento da fenda dupla de Young, além de de-
alizado. Entretanto você não precisa identificar a franja de ordem m monstrar que a luz é uma onda, também fornece um meio de medir o
0 porque pode usar o fato de que o espaçamento entre as franjas comprimento de onda. Você aprendeu no Capítulo 20 que os compri-
vizinhas y é uniforme. Dez franjas brilhantes contêm nove espaços mentos de onda da luz visível cobrem a faixa de 400-700 nm. Esses
entre elas (e não dez – atenção!). comprimentos são menores do que podemos facilmente imaginar.
Um comprimento de onda de 570 nm, no meio do espectro visível,
VISUALIZAÇÃO O padrão de interferência se parece com o mostrado na
corresponde apenas a cerca de 1% do diâmetro de um fio de cabelo
fotografia da Figura 22.3b.
humano.
RESOLUÇÃO O espaçamento entre as franjas é
PARE E PENSE 22.2 Luz de comprimento de onda ilumina uma fenda dupla, e as franjas
1
de interferência são observadas em uma tela atrás das fendas. Quando o comprimento de
onda é alterado para 2, as franjas se aproximam umas das outras. 2 é maior ou menor
do que 1?
constante de proporcionalidade.
Se não ocorresse interferência, a intensidade luminosa resultante produzida por duas
fendas seria duas vezes maior do que a intensidade produzida por uma fenda apenas: I2
2I1 2ca . Em outras palavras, duas fendas fariam com que a faixa larga de luz na
2
tela fosse duas vezes mais clara do que quando iluminada apenas com uma. Todavia não
é isso o que acontece. Em vez disso, a superposição de duas ondas luminosas cria franjas
de interferência claras e escuras.
No Capítulo 9, verificamos (Equação 9.36) que a amplitude resultante de duas ondas
superpostas é
(22.10)
CAPÍTULO 22 ■ Óptica Ondulatória 677
onde a é a amplitude de cada onda individual. Como as fontes (isto é, as duas fendas)
emitem em fase, a diferença de fase no ponto onde as duas ondas se combinam deve-
se somente à diferença de caminho: . Usando a Equação 22.2 para r,
junto com a aproximação para ângulos pequenos e com a Equação 22.5 para y, obtemos
a diferença de fase na posição y na tela como
(22.11)
(22.12)
(22.13)
2
Porém, ca é I1, a intensidade de luz produzida por uma fenda simples. Assim, a intensi-
dade do padrão de interferência de fenda dupla na posição y é
(22.14)
A FIGURA 22.5a é o gráfico da intensidade luminosa produzida pela fenda dupla versus
a posição y. Note a orientação incomum do gráfico, em que a intensidade aumenta em
direção à esquerda, de forma que o eixo y equivalha ao esboço experimental. Pode-se
ver que a intensidade oscila entre franjas escuras (Idupla 0) e franjas brilhantes (Idupla
4I1). A intensidade máxima ocorre nos pontos onde ym mL/d. Trata-se do mesmo
resultado que encontramos anteriormente para as posições das franjas brilhantes; logo, a
Equação 22.14 é consistente com nossa análise inicial.
Fendas Fendas
Máximo
central
A intensidade
máxima é 4I1.
mente, isso significa conservação de energia. A linha indicada por 2I1 na Figura 22.5a cor-
678 Física: Uma Abordagem Estratégica
responde à intensidade uniforme que as duas fendas produziriam se as ondas emitidas não
interferissem. A interferência não altera a quantidade de energia luminosa proveniente das
duas fendas, mas redistribui a energia luminosa na tela de visualização. Pode-se ver que a
intensidade média da curva ondulada é 2I1, mas a intensidade das franjas brilhantes aumen-
ta de 2I1 para 4I1 a fim de que a intensidade das franjas escuras se reduza de 2I1 para 0.
Existe ainda um problema. A Equação 22.14 prevê que todas as franjas de interfe-
rência sejam igualmente claras, mas você vê na Figura 22.3b que o brilho das franjas
diminui à medida que você se afasta do centro. Essa previsão errônea surge de nossa
pressuposição de que a amplitude a da onda de cada fenda seja constante na tela. Na
verdade, isso não é verdade. Um cálculo mais detalhado, em que a amplitude diminui
gradualmente à medida que você se afasta do centro, mostrará que a Equação 22.14 es-
tará correta se I1 diminuir lentamente conforme y aumentar.
A FIGURA 22.5b resume nossa análise representando em gráfico a intensidade lumi-
nosa (Equação 22.14), onde I1 diminui lentamente com o aumento de y. Comparando
este gráfico à fotografia, pode-se verificar que o modelo ondulatório da luz fornece uma
descrição excelente do experimento de interferência de fenda dupla de Young.
FIGURA 22.7 Ângulos de interferência A tela mostrará franjas brilhantes de interferência construtiva para os valores de m da-
construtiva. dos pela Equação 22.15. Dizemos que a luz é “difratada segundo o ângulo m”.
CAPÍTULO 22 ■ Óptica Ondulatória 679
O número inteiro m é chamado de ordem da difração. Por exemplo, a luz difratada se-
gundo 2 60° é a franja de difração de segunda ordem. Redes reais, com valores muito
pequenos de d, apresentam somente algumas poucas franjas. Como d geralmente é muito
pequeno, costuma-se caracterizar uma rede pelo número de linhas por milímetro que ela
possui. Aqui, “linha” é sinônimo de “fenda”, portanto o número de linhas por milímetro
é, simplesmente, o inverso do espaçamento entre as fendas d expresso em milímetros. Visão lateral microscópica de uma rede de
difração
NOTA A condição para interferência construtiva em uma rede com N fendas é
idêntica à Equação 22.4 para duas fendas apenas. A Equação 22.15 corresponde,
simplesmente, à exigência de que a diferença de caminho entre fendas adjacentes,
duas ou N, seja igual a m. Entretanto, diferentemente dos ângulos na interferência
de fenda dupla, os ângulos de interferência construtiva em uma rede de difração
geralmente não são ângulos pequenos. A razão é que, em uma rede de difração, o
espaçamento d entre fendas vizinhas é tão pequeno que /d não é um número pe-
queno. Assim, você não pode usar a aproximação para ângulos pequenos a fim de
simplificar as Equações 22.15 e 22.16
A amplitude de onda nos pontos de interferência construtiva é Na porque N ondas de Franjas brilhantes
e estreitas. A maior
amplitude a se combinam em fase ali. Uma vez que a intensidade depende do quadrado da parte da tela está
amplitude, as intensidades das franjas brilhantes de uma rede de difração são dadas por escura.
EXEMPLO 22.3 Medindo os comprimentos de onda VISUALIZAÇÃO A situação é mostrada na Figura 22.8b. As duas fran-
emitidos por átomos de sódio jas são muito próximas, portanto esperamos que os comprimen-
A luz proveniente da lâmpada de sódio de um abajur atravessa uma tos de onda sejam apenas ligeiramente diferentes. Nenhuma outra
rede de difração com 1000 fendas por milímetro. O padrão de inter- franja amarela é mencionada no enunciado, de modo que presu-
ferência é visto em uma tela que se encontra 1,000 m atrás da rede. miremos que as duas franjas correspondam à difração de primeira
Duas franjas brilhantes amarelas são visíveis a 72,88 cm e 73,00 cm ordem (m 1).
do máximo central. Quais são os comprimentos de onda correspon- Continua
dentes às duas franjas?
680 Física: Uma Abordagem Estratégica
RESOLUÇÃO A distância ym de uma franja brilhante ao máximo central espaçamento de uma fenda à próxima deve ser de 1/1000 mm, ou d
6
está relacionada ao ângulo de difração por ym Ltgm. Logo, os ân- 1,000 10 m. Portanto, os comprimentos de onda que criam as
gulos de difração dessas duas franjas são duas franjas brilhantes são:
Esses ângulos devem satisfazer a condição de interferência dsen1 AVALIAÇÃO Dispúnhamos de dados com precisão de quatro dígitos
, então os comprimentos de onda são dsen1. Quanto vale d? significativos, e todos os quatro foram necessários para distinguir os
Se um comprimento de 1 mm da rede contém 1000 fendas, então o dois comprimentos de onda.
PARE E PENSE 22.3 A luz branca atravessa uma rede de difração e forma padrões do tipo
arco-íris em uma tela posicionada atrás da rede. Em cada um desses arco-íris,
1. Cada ponto de uma frente de onda é fonte de um pulso de onda esférico que se
propaga em todas as direções com a mesma velocidade da onda.
2. O formato daquela frente de onda em um instante posterior é dado pela linha que
tangencia todos os pulsos esféricos que se propagaram até este instante a partir de
todos os pontos da frente de onda no instante inicial.
A FIGURA 22.11 ilustra o princípio de Huygens para uma onda plana e para uma onda
esférica. Como você pode ver, a linha que tangencia as ondulações esféricas no caso de
uma onda plana é um plano, que corresponde a uma frente de onda plana que se propa-
gou para a direita. No caso de uma onda esférica, a curva que tangencia as ondulações
esféricas é uma esfera maior.
Cada ponto
é a fonte de
uma ondulação
esférica.
Cada um destes A frente de onda
pontos é a fonte em um momento
de uma ondulação posterior é tangente
esférica. a todas às ondulações
esféricas.
A frente de onda em um
momento posterior é tangente
a todas às ondulações esféricas.
Quando p 1 rad, o que é quase sempre verdadeiro para ondas luminosas, pode-
mos usar a aproximação para ângulos pequenos e obter
NOTA Talvez seja surpreendente que as Equações 22.19 e 22.20 sejam matema-
ticamente as mesmas que a condição para o máximo de ordem m do padrão de
interferência de fenda dupla. No entanto, o significado físico aqui é bem diferente.
A Equação 22.20 localiza os mínimos (franjas escuras) do padrão de difração de Cada par de vetores interfere construtivamente.
fenda simples. Ainda assim, a soma dos seis vetores é nula.
A largura do máximo central é duas vezes maior do que o espaçamento L/a entre
as franjas escuras dos dois lados. Quanto mais distante estiver a tela (L maior), mais
largo é o padrão de luz visto nela. Em outras palavras, as ondas luminosas se espalham
por trás da fenda e atingem uma região cada vez mais larga à medida que percorrem
distâncias maiores.
Uma aplicação importante da Equação 22.22 que é contrária ao senso comum é o
fato de que uma fenda mais estreita (a menor) produz um padrão de difração mais largo.
Quanto menor for a abertura pela qual se faz passar uma onda, mais ela se espa-
lhará do outro lado.
EXEMPLO 22.5 Determinando o comprimento de onda RESOLUÇÃO Com base na Equação 22.22, o comprimento de onda é
A luz passa por uma fenda de 0,12 mm de largura e forma um padrão
de difração em uma tela posicionada 1,0 m atrás da fenda. A largura
do máximo central é 0,85 cm. Qual é o comprimento de onda da luz
usada?
PARE E PENSE 22.4 A figura mostra dois padrões de difração de fenda simples. A
distância entre a fenda e a tela de visualização é a mesma nos dois casos. Quais
das afirmativas abaixo (pode ser mais de uma) poderiam ser verdadeiras?
Abertura
circular
Diâmetro D Largura w
Máximo
central
Intensidade
da luz
(22.23)
onde D é o diâmetro da abertura circular. Isto se parece muito com o resultado obtido
para o caso da fenda simples, mas não é exatamente o mesmo. Para obter a Equação
22.23 utilizou-se a aproximação para pequenos ângulos, que é quase sempre válida para
a difração de luz, mas que geralmente não vale para a difração de ondas sonoras de com-
primentos de onda maiores.
Na aproximação de pequenos ângulos, a largura do máximo central é dada por
(22.24)
EXEMPLO 22.6 Iluminando um orifício circular com um laser RESOLUÇÃO A Equação 22.24 nos dá a distância apropriada da tela:
A luz de um laser de hélio-neônio ( 633 nm) passa por um orifício
de 0,50 mm de diâmetro. A que distância uma tela de visualização de-
veria ser colocada para observar um padrão de difração cujo máximo
central tenha 3,0 mm de diâmetro?
686 Física: Uma Abordagem Estratégica
(22.25)
A Equação 22.25 é válida para uma fenda, mas o resultado é praticamente o mesmo se
a fosse o diâmetro de uma abertura circular. Independentemente da forma da abertura,
o fator que determina quanto uma onda se espalha por trás de uma abertura é a
Comprimento de onda curto,
razão /a entre o valor do comprimento de onda e o tamanho da abertura.
a. Essa onda se espalha A FIGURA 22.16 ilustra a diferença entre uma onda cujo comprimento de onda é muito
muito pouco e o feixe menor do que o tamanho da abertura e uma segunda onda cujo comprimento de onda
permanece bem-definido. é comparável ao da abertura. Uma onda para a qual /a 1 rapidamente se espalha de
modo a preencher a região atrás da abertura. As ondas luminosas, devido ao seu com-
FIGURA 22.16 Difração de uma onda com
primento de onda muito pequeno, quase sempre correspondem à condição /a 1e
longo comprimento de onda e de outra,
com curto comprimento de onda, através difratam produzindo um “feixe” de luz que se espalha muito pouco.
da mesma abertura. Agora podemos apreciar melhor o dilema de Newton. Com aberturas de tamanho
ordinário, as ondas de som e as ondas na água satisfazem /a 1 e difratam para pre-
encher o espaço por trás da abertura. Conseqüentemente, é este o comportamento que
se espera para ondas. Newton não viu evidências de tal comportamento na luz que passa
por aberturas. Agora vemos que a luz realmente se propaga por trás de uma abertura, mas
a razão /a, muito pequena, geralmente torna o padrão de difração pequeno demais para
ser notado. A difração começa a ser discernível apenas quando o tamanho da abertura é
de uma fração de milímetro ou menos. Se quiséssemos que a luz difratada preenchesse
o espaço atrás da abertura (1 90°), como faz uma onda sonora, precisaríamos reduzir
o tamanho da abertura para a 0,001 mm! Embora atualmente se possa confeccionar
orifícios deste tamanho, por meio dos processos empregados para confeccionar circuitos
integrados, a luz que passar por uma abertura tão pequena será fraca demais para ser
vista a olho nu.
Se a luz se propaga em linhas retas, a imagem A FIGURA 22.17 mostra a luz que passa por um orifício de diâmetro D. De acordo com
na tela é do mesmo tamanho que o orifício. A o modelo geométrico, os raios luminosos que passam através do orifício seguem por li-
difração não será percebida, a menos que a luz nhas retas para criar um ponto circular brilhante de diâmetro D em uma tela de visuali-
se espalhe sobre um diâmetro maior do que D.
zação. Trata-se de uma imagem geométrica da fenda. Na realidade, a difração faz com
que a luz se propague também por trás da fenda, mas – e este é o ponto importante – não
Tela perceberemos seu espalhamento se ele for menor do que o diâmetro D da imagem
geométrica, ou seja, não teremos consciência da difração a menos que o diâmetro do
ponto brilhante na tela seja ampliado.
Essa idéia fornece um critério razoável para se saber quando usar a óptica geométri-
Orifício de ca ou a óptica ondulatória:
diâmetro D
■ Se o espalhamento devido à difração for menor do que o tamanho da abertura, use o
modelo de raios e considere que a luz se desloca em linhas retas.
Luz incidente ■ Se o espalhamento devido à difração for maior do que o tamanho da abertura, use o
modelo ondulatório da luz.
FIGURA 22.17 A difração será percebida
somente se o ponto brilhante na tela for O ponto de encontro entre esses dois regimes ocorre quando o espalhamento causado
mais largo do que D. pela difração for igual ao tamanho da abertura. A largura do máximo central de um pa-
drão de difração de abertura circular é 2,44 L/D. Igualando esta largura de difração ao
diâmetro da própria abertura, teremos
(22.26)
onde o subscrito c em Dc indica que se trata do valor crítico, onde se encontram os domí-
nios de validade do modelo geométrico e do modelo ondulatório. Isolando Dc, obtemos
(22.27)
CAPÍTULO 22 ■ Óptica Ondulatória 687
Este é o diâmetro de uma abertura circular cujo padrão de difração, à distância L, tem
uma largura w D. Sabemos que a luz visível tem 500 nm e que uma distância
típica no trabalho de laboratório é L 1 m. Para esses valores,
Dc 1 mm
Isto nos leva a uma conclusão importante e de muita utilidade prática, apresentada
no Box Tático 22.1.
BOX TÁTICO
22.1 A escolha de um modelo para a luz
Quando a luz passa por aberturas com tamanhos menores do que 1 mm, os efeitos
da difração geralmente são importantes. Use, então, o modelo ondulatório da luz.
Quando a luz passa por aberturas com tamanhos maiores do que 1 mm, os efei-
tos da difração geralmente não são importantes. Use, então, o modelo geométri-
co da luz.
22.6 Interferômetros
Cientistas e engenheiros desenvolveram muitos métodos engenhosos de usar a inter-
ferência para controlar o fluxo de luz ou para fazer medições muito precisas com o
emprego de ondas luminosas. Um dispositivo que faz uso prático da interferência é o
interferômetro.
A interferência requer duas ondas com exatamente o mesmo comprimento de onda.
Uma maneira de garantir que duas ondas tenham comprimentos de onda exatamente
iguais é dividir uma onda em duas ondas de amplitudes menores. Posteriormente, em
outro ponto do espaço, as duas partes são recombinadas. Os interferômetros, portanto,
são baseados na divisão e na recombinação de uma única onda.
Para ilustrar essa idéia, a FIGURA 22.18 mostra um interferômetro acústico. Uma onda
sonora parte da extremidade esquerda do tubo. A onda se divide em duas, na junção, e as
duas ondas, com amplitudes menores, se propagam por dois caminhos diferentes. A 1. A onda é
dividida
distância L pode ser alterada deslizando o tubo superior para dentro e para fora, como neste ponto.
em um trombone. Após percorrer as distâncias r1 e r2, as ondas são recombinadas, e a
superposição resultante se propaga para o microfone. O som que emerge da extremidade
direita tem intensidade máxima, intensidade nula ou algo intermediário dependendo da
diferença de fase entre as duas ondas ao se recombinarem.
As duas ondas que se propagam pelo interferômetro partiram da mesma fonte, o alto-
falante; logo, automaticamente, a diferença de fase 0 entre as fontes de onda é nula.
A diferença de fase entre as ondas recombinadas deve-se inteiramente às distâncias 2. As ondas são recombinadas
neste ponto, e ali interferem
diferentes percorridas pelas duas ondas antes da recombinação. Conseqüentemente, as uma com a outra.
condições para interferência destrutiva e construtiva são as mesmas que obtivemos no
3. O microfone detecta a superposição
Capítulo 21 para fontes idênticas:
das duas ondas que percorreram
distâncias diferentes.
(22.28)
FIGURA 22.18 Um interferômetro acústico.
(22.29)
EXEMPLO 22.7 Medição do comprimento da onda sonora RESOLUÇÃO Usando a Equação 22.30, obtemos
Um alto-falante emite uma onda sonora em direção a um interferômetro
acústico. O interferômetro é ajustado de forma que a intensidade sonora
de saída seja máxima, e depois o tubo superior é lentamente puxado
para fora. Exatamente 10 novos máximos são percebidos quando o tubo
é deslocado em 31,52 cm. Qual é o comprimento da onda sonora? AVALIAÇÃO O comprimento de onda pode ser determinado com quatro
dígitos significativos porque a distância foi medida com precisão de
MODELO Um interferômetro produz um novo máximo a cada vez que
quatro dígitos significativos.
L aumenta em /2, o que faz com que a diferença de caminho r
aumente em .
O interferômetro de Michelson
Albert Michelson, o primeiro cientista americano a receber o prêmio Nobel, inventou
um interferômetro óptico análogo ao interferômetro acústico. O interferômetro de Mi-
chelson tem sido amplamente usado por mais de um século para realizar medições pre-
cisas de comprimentos de onda e de distâncias, e variações desse interferômetro estão
sendo utilizadas agora para controlar a luz em computadores ópticos.
A FIGURA 22.20 mostra o esquema de um interferômetro de Michelson. A onda lumino-
1. A onda é
sa é dividida por um separador de feixes, um espelho parcialmente prateado que reflete
Espelho dividida neste metade da luz e transmite a outra metade. As duas ondas, então, se propagam em direção
ponto. aos espelhos M1 e M2. Metade da onda refletida por M1 é transmitida pelo separador de
Espelho
feixes e se recombina com a metade da outra onda refletida por M2. As ondas superpostas
seguem em propagação para um detector de luz, que originalmente era o olho de um ob-
servador humano, e que agora provavelmente seria um fotodetector eletrônico.
O espelho M2 pode ser movimentado para a frente ou para trás ajustando-se um pa-
Fonte rafuso de regulagem de precisão. Isso equivale a puxar o tubo superior no caso do inter-
Separador
ferômetro acústico. As ondas percorrem as distâncias r1 2L1 e r2 2L2, onde o fator 2
de feixes surge porque as ondas se propagam até os espelhos e retornam pelos mesmos caminhos.
Parafuso Assim, a diferença de caminho entre as duas ondas é
de ajuste
3. O detector mede a 2. As ondas que r 2L2 – 2L1 (22.31)
superposição das duas retornam se
ondas que percorreram recombinam A condição para interferência construtiva é r m; portanto, a interferência cons-
caminhos diferentes. neste ponto. trutiva ocorre quando
FIGURA 22.20 Esquema do interferômetro Construtiva: (22.32)
de Michelson.
CAPÍTULO 22 ■ Óptica Ondulatória 689
(22.33)
EXEMPLO 22.8 Medição do comprimento de onda luminosa RESOLUÇÃO O espelho é movimentado em L2 3,164 mm 3,164
3
Um pesquisador usa um interferômetro de Michelson para medir um 10 m. Usando a Equação 10.33, obtemos
dos comprimentos de onda luminosa emitidos por átomos de neônio.
Ele movimenta lentamente o espelho M2 até que tenham aparecido
10.000 novos pontos centrais brilhantes. (Em um experimento mo-
derno, um fotodetector e um computador eliminariam a possibilidade AVALIAÇÃO Uma medição de L2 com precisão de quatro dígitos signi-
de erro de contagem por parte do pesquisador.) Ele, então, mede a ficativos nos permite determinar com quatro dígitos significativos.
distância ao longo da qual o espelho foi deslocado como igual a 3,164 Este é o comprimento de onda do neônio que é emitido no feixe de
mm. Qual é o comprimento de onda da luz? um laser de hélio-neônio.
MODELO Todo interferômetro produz um novo máximo a cada vez
que L2 aumenta em /2.
a. 0 b. 1 c. 2 d. 4
e. 8 f. Não é possível dizer sem conhecer .
690 Física: Uma Abordagem Estratégica
Fonte (22.34)
Separador
de feixes
onde o fator 2 surge porque a luz atravessa duas vezes o recipiente.
A seguir, a célula é preenchida com um gás a uma pressão de 1 atm. A luz se pro-
FIGURA 22.22 Medição do índice de paga no gás com velocidade ligeiramente menor e seu índice de refração é n c/v. No
refração. Capítulo 20, você aprendeu que o comprimento de onda luminosa em um material com
índice de refração n é vac/n. Com o recipiente preenchido com o gás, o número de com-
primentos de onda que cabem na distância d é
(22.35)
(22.36)
EXEMPLO 22.9 Medindo o índice de refração RESOLUÇÃO Rearranjando a Equação 22.36, obtemos o índice de re-
Um interferômetro de Michelson usa luz de comprimento de onda vac fração:
633 nm emitida por um laser de hélio-neônio. À medida que um
pequeno recipiente de 4,00 cm de largura é lentamente preenchido
com um gás, são vistas e contadas 43 mudanças de franja brilhante
para franja escura. Qual é o índice de refração do gás para este com- AVALIAÇÃO Pode parecer que este resultado tenha seis algarismos sig-
primento de onda? nificativos, mas na verdade são apenas dois. O que estamos medindo
MODELO A presença do gás aumenta o número de comprimentos de não é n, e sim n – 1. Determinamos o valor da contagem de franjas
onda em um dos braços do interferômetro. Cada comprimento de onda com dois dígitos significativos, o que nos permitiu computar n – 1
adicional causa uma mudança de franja brilhante para franja escura. vacm/2d 3,4 104.
Holografia
Nenhuma discussão da óptica ondulatória estaria completa sem mencionar a holografia,
que possibilita aplicações científicas e artísticas. A idéia básica é uma simples extensão
da interferometria.
A FIGURA 22.23a mostra como é feito um holograma. Um separador de feixe divide
um feixe de laser em duas ondas. Uma delas ilumina o objeto de interesse. A luz espa-
lhada pelo objeto é uma onda muito complexa, mas é a onda que você veria se olhasse
para o objeto a partir da posição do filme. A outra onda, chamada de feixe de referência,
é refletida diretamente em direção ao filme. A luz espalhada e o feixe de referência se
encontram no filme e lá interferem. O filme, portanto, grava o padrão de interferência.
Os padrões de interferência que analisamos neste capítulo são padrões simples, for-
mados por franjas ou círculos, porque as ondas luminosas usadas foram ondas planas e
esféricas bem comportadas. A onda luminosa espalhada pelo objeto da Figura 22.23a é
CAPÍTULO 22 ■ Óptica Ondulatória 691
RESUMO
O objetivo do Capítulo 22 foi compreender e aplicar o modelo ondulatório para a luz.
Princípios gerais
O princípio de Huygens afirma que cada ponto A difração é o desvio de uma onda ao passar por uma
de uma frente de onda é fonte de uma pequena abertura.
ondulação esférica. Em um instante posterior, a A interferência construtiva e destrutiva devem-se à su-
frente de onda é a curva que tangencia todas as perposição de duas ou mais ondas quando elas se propa-
ondulações naquele instante. gam atrás de aberturas.
Conceitos importantes
O modelo ondulatório considera a luz como uma onda que se propaga através do espaço. A difração e a interferência são muito importantes.
O modelo geométrico considera que a luz se desloca em linhas retas, como se fosse formada por pequenas partículas. A difração e a interfe-
rência não são relevantes.
A difração é importante quando a largura do padrão de difração de uma abertura é igual ou maior do que o tamanho da própria abertura. Para
uma abertura circular, o limite entre os domínios de validade do modelo ondulatório e do modelo geométrico ocorre para uma abertura com
diâmetro .
Na prática, Dc 1 mm. Portanto,
• Use o modelo ondulatório quando a luz passa por aberturas com tamanhos 1 mm. Os efeitos da difração geralmente são importantes.
• Use o modelo geométrico quando a luz passa por aberturas com tamanhos 1 mm. A difração geralmente não é importante.
Aplicações
Fenda simples de largura a. Interferência devido à divisão de frentes de onda
Um máximo central claro As ondas se superpõem quando se propagam atrás das fendas. A interferên-
com largura cia construtiva ocorre ao longo de linhas antinodais. As franjas brilhantes
são vistas onde as linhas antinodais interceptam a tela de visualização.
Fenda dupla com separação d.
Franjas brilhantes igualmente espaçadas se lo-
é ladeado por máximos secundários mais fracos. Franjas calizam em
escuras estão localizadas em ângulos tais que
Termos e notação
óptica fenda dupla ordem, m abertura circular
difração franjas de interferência espectroscopia interferômetro
modelos da luz máximo central difração de fenda simples separador de feixes
óptica ondulatória espaçamento entre as franjas, y máximos secundários holograma
óptica geométrica rede de difração princípio de Huygens
Q U E S T Õ E S C O N C E I T UA I S
1. A FIGURA Q22.1 mostra ondas luminosas que passam por duas fen- 4. A FIGURA Q22.3 mostra o padrão de interferência visto em uma tela
das estreitamente espaçadas. O gráfico representa a intensidade da de visualização atrás de 2 fendas. Suponha que elas fossem subs-
luz em uma tela atrás das fendas. Reproduza esses eixos do gráfico, tituídas por 20 fendas com o mesmo espaçamento d entre fendas
incluindo o zero e as marcas que indicam a localização das fran- adjacentes.
jas de fenda dupla, depois desenhe um gráfico que mostre como a. O número de franjas na tela aumentaria, diminuiria ou permane-
o padrão de intensidade de luz se parecerá se a fenda direita for ceria inalterado?
bloqueada, permitindo-se que a luz passe apenas através da fenda b. O espaçamento entre as franjas aumentaria, diminuiria ou perma-
esquerda. Explique seu raciocínio. neceria inalterado?
c. A largura de cada franja aumentaria, diminuiria ou permaneceria
Luz
incidente
inalterada?
d. O brilho de cada franja aumentaria, diminuiria ou permaneceria
Intensidade inalterado?
5. A FIGURA Q22.5 mostra a intensidade de luz na tela de visualização
atrás de uma fenda simples de largura a. O comprimento de onda da
FIGURA Q22.1 luz é . Decida se a, a, a, ou isso não é possível saber?
Explique.
2. Em um experimento de interferência de fenda dupla, quais das se-
guintes ações (pode haver mais de uma) fariam com que o espaça-
mento entre as franjas aumentasse? (a) Aumentar o comprimento
de onda da luz. (b) Aumentar o espaçamento entre as fendas. (c)
Aumentar a distância da tela de visualização. (d) Submergir todo o
FIGURA Q22.5
arranjo experimental na água.
3. Considere a FIGURA Q22.3, que mostra a tela de visualização de um
6. A FIGURA Q22.6 mostra a intensidade de luz na tela de visualização
experimento de fenda dupla.
atrás de uma abertura circular. O que acontecerá com a largura do
a. O que acontecerá ao espaçamento entre as franjas se o compri-
máximo central se:
mento de onda da luz for diminuído?
a. O comprimento de onda for aumentado?
b. O que acontecerá ao espaçamento entre as franjas se o espaça-
b. O diâmetro da abertura for aumentado?
mento entre as fendas for diminuído?
c. Como será a aparência da tela se o diâmetro da abertura for me-
c. O que acontecerá ao espaçamento entre as franjas se a distância
nor do que o comprimento de onda da luz usada?
até a tela for diminuída?
d. Suponha que o comprimento de onda da luz seja 500 nm. Quão
mais afastado da fenda esquerda está o ponto da tela no centro da
franja E em relação à fenda direita?
EXERCÍCIOS E PROBLEMAS
Exercícios 7. Um padrão de interferência de fenda dupla é criado por duas fen-
||
das estreitas com espaçamento de 0,20 mm entre si. Em uma tela
Seção 22.2 Interferência luminosa posicionada 60 cm atrás das fendas, a distância entre o primeiro e o
1. | Duas fendas estreitas, separadas por 50 m de distância, são ilu- quinto mínimo é 6,0 mm. Qual é o comprimento de onda (em nm)
minadas por luz de comprimento de onda igual a 500 nm. Qual é o da luz usada no experimento?
ângulo, em radianos, correspondente à franja brilhante de ordem m 8. || A luz emitida por um laser de hélio-neônio ( 633 nm) ilumi-
2? Quanto vale este ângulo em graus? na duas fendas estreitas. O padrão de interferência é observado em
2. | Luz com comprimento de onda de 500 nm ilumina uma fenda du- uma tela posicionada 3,0 m atrás das fendas. Doze franjas brilhan-
pla, e o padrão de interferência é observado em uma tela. Na posi- tes são vistas ao longo de uma distância de 52 mm na tela. Qual é o
ção da franja brilhante correspondente a m 2, quão mais afastada espaçamento (em mm) entre as fendas?
ela está da fenda mais distante que dá mais próxima?
3. | Uma fenda dupla é iluminada simultaneamente com luz laranja de Seção 22.3 Redes de difração
comprimento de onda de 600 nm e com outra luz de comprimento de
9. | Uma rede de difração de 1,0 cm de largura possui 1000 fendas.
onda desconhecido. A franja brilhante correspondente a m 4 de-
Ela é iluminada por luz de comprimento de onda de 550 nm. Quais
vido ao comprimento de onda desconhecido se sobrepõe à franja la-
são os ângulos (em graus) das duas primeiras ordens de difração?
ranja clara correspondente a m 3 devido ao comprimento de onda
10. | Uma rede de difração produz um máximo de primeira ordem cor-
conhecido. Qual é o valor do comprimento de onda desconhecido?
respondente a um ângulo de 20,0°. Qual é o ângulo correspondente
4. | Um experimento de fenda dupla é realizado com luz de compri-
ao máximo de segunda ordem?
mento de onda igual a 600 nm. As franjas brilhantes de interferên-
11. || Luz de comprimento de onda de 600 nm ilumina uma rede de
cia se encontram à distância de 1,8 mm da tela de visualização.
difração. O máximo de segunda ordem corresponde a um ângulo de
Qual será o espaçamento entre as franjas se o comprimento de onda
39,5°. Quantas linhas por milímetro a rede possui?
da luz usada for alterado para 400 nm?
12. || Um laser de hélio-neônio ( 633 nm) ilumina uma rede de di-
5. | Luz de comprimento de onda igual a 600 nm ilumina uma fenda
fração. A distância entre as duas franjas brilhantes correspondentes
dupla. O padrão de intensidade mostrado na FIGURA EX22.5 é visto
a m 1 é de 32 cm, em uma tela posicionada 2,0 m atrás da rede.
em uma tela posicionada 2,0 m atrás das fendas. Qual é o espaça-
mento (em mm) entre as fendas? Qual é o espaçamento entre as fendas da rede?
13. || Os dois comprimentos de onda predominantes na luz emitida por
Intensidade uma lâmpada de hidrogênio são 656 nm (luz vermelha) e 486 nm
(luz azul). A luz de uma lâmpada de hidrogênio ilumina uma rede
de difração com 500 linhas/mm, e a luz difratada é observada em
FIGURA EX22.5 uma tela posicionada 1,5 m atrás da rede. Qual é a distância entre as
franjas de primeira ordem vermelhas e azuis?
6. || A luz proveniente de uma lâmpada de sódio ( 589 nm) ilu- 14. || Uma rede de difração com 500 linhas/mm é iluminada por luz de
mina duas fendas estreitas. O espaçamento entre as franjas em uma comprimento de onda igual a 510 nm. Quantas franjas brilhantes
tela posicionada 150 cm atrás das fendas é de 4,0 mm. Qual é o são vistas em uma tela de 2,0 m de largura posicionada 2,0 m atrás
espaçamento (em mm) entre as duas fendas? da rede?
CAPÍTULO 22 ■ Óptica Ondulatória 695
Seção 22.4 Difração de fenda simples 28. Um interferômetro de Michelson usa luz cujo comprimento de
||
onda vale 602,446 nm. O espelho M2 é lentamente deslocado, en-
15. | Um laser de hélio-neônio ( 633 nm) ilumina uma fenda sim-
quanto são observadas 33.198 alterações de franjas brilhantes para
ples e é observado em uma tela posicionada 1,5 m atrás da fenda.
escuras. Em que distância M2 foi deslocado? Certifique-se de expres-
A distância entre o primeiro e o segundo mínimos do padrão de
sar a resposta com o número adequado de algarismos significativos.
difração é 4,75 mm. Qual é a largura (em mm) da fenda?
29. | Um interferômetro de Michelson usa luz emitida por uma lâm-
16 | Em um experimento com uma fenda simples, a largura da mesma
pada de sódio. Os átomos de sódio emitem luz com comprimentos
é 200 vezes maior do que o comprimento de onda da luz usada.
de onda de 589,0 nm e 589,6 nm. O interferômetro é inicialmente
Qual é a largura (em mm) do máximo central em uma tela posicio-
ajustado com ambos os braços de mesmo comprimento (L1 L2),
nada 2,0 m atrás da fenda?
produzindo um ponto claro no centro do padrão de interferência
17. | O segundo mínimo do padrão de difração de uma fenda com 0,10
visto na tela. Em que distância o espelho M2 deve ser deslocado a
mm de largura corresponde ao ângulo de 0,70°. Qual é o compri-
fim de que um comprimento de onda produza um novo máximo a
mento de onda (em nm) da luz usada?
mais do que o outro comprimento de onda?
18. | Luz de comprimento de onda de 600 nm ilumina uma fenda sim-
ples. O padrão de intensidade mostrado na FIGURA EX22.18 é ob-
servado em uma tela posicionada 2,0 m atrás das fendas. Qual é a Problemas
largura (em mm) da fenda?
30. || A FIGURA P22.30 mostra a intensidade de luz em uma tela de vi-
Intensidade sualização posicionada 2,5 m atrás de uma abertura. A abertura é
iluminada por luz de comprimento de onda igual a 600 nm.
a. A abertura é uma fenda simples ou uma fenda dupla? Explique.
FIGURA EX22.18 b. Se a abertura é uma fenda simples, quanto vale a sua largura?
Caso seja uma fenda dupla, quanto vale o espaçamento entre as
19. Uma fenda com 0,50 mm de largura é iluminada por luz de com-
||
fendas?
primento de onda igual a 550 nm. Qual é a largura (em mm) do Intensidade Intensidade
máximo central em uma tela posicionada 2,0 m atrás da fenda?
20. || Você precisa usar o telefone celular, que transmite um sinal de
800 MHz, mas está atrás de prédios enormes que absorvem ondas
de rádio, sendo de 15 m a distância entre os prédios. Qual é a largu- FIGURA P22.30 FIGURA P22.31
ra angular, em graus, da onda eletromagnética depois que ela emer-
ge entre os prédios? 31. | A FIGURA P22.31 representa a intensidade de luz em uma tela de
21. || A abertura de uma caverna é uma rachadura alta com 30 cm de visualização situada 2,5 m atrás de uma abertura. A abertura é ilu-
largura. Um morcego que se prepara para sair da caverna emite um minada com luz de comprimento de onda igual a 600 nm.
guincho ultra-sônico de 30 kHz. Qual é a largura do “feixe de som” a. A abertura é uma fenda simples ou uma fenda dupla? Explique.
a 100 m fora da entrada da caverna? Considere vsom 340 m/s. b. Se a abertura é uma fenda simples, quanto vale a sua largura?
Caso ela seja uma fenda dupla, quanto vale o espaçamento entre
Seção 22.5 Difração em aberturas circulares as fendas?
32. | Em um experimento de fenda dupla, a separação entre as fendas
22. | Um orifício com 0,50 mm de largura é iluminado por luz de com-
é 200 vezes maior do que o comprimento de onda da luz usada.
primento de onda igual a 500 nm. Qual é a largura (em mm) do
Qual é a separação angular (em graus) entre duas franjas brilhantes
máximo central em uma tela posicionada 2,0 m atrás da fenda?
adjacentes?
23. | Luz infravermelha de comprimento de onda igual a 2,5 m ilumi-
33. || Um padrão de interferência de fenda dupla revela um espaçamen-
na um orifício com 0,20 mm de diâmetro. Qual é o ângulo corres-
to entre franjas de 4,0 mm. A que distância do máximo central está
pondente à primeira franja escura em radianos? E em graus?
a primeira posição em que a intensidade é igual a I1?
24. || A luz de um laser de hélio-neônio ( 633 nm) passa por uma
34. || A FIGURA P22.34 representa a intensidade luminosa em uma tela
abertura circular e é observada em uma tela posicionada 4,0 m atrás
posicionada atrás de uma fenda dupla. O espaçamento entre as fen-
da abertura. A largura do máximo central é 2,5 cm. Qual é o diâme-
das é 0,20 mm, e o comprimento de onda da luz é 600 nm. Qual é a
tro (em mm) do orifício?
distância das fendas até a tela?
25. || Você deseja fotografar um padrão de difração circular cujo má-
ximo central tem um diâmetro de 1,0 cm. Você dispõe de um laser Intensidade
de hélio-neônio ( 633 nm) e de um anteparo com um orifício
de 0,12 mm de diâmetro. A que distância atrás do furo você deve
posicionar a tela de visualização?
FIGURA P22.34 ,
37. || Uma rede de difração com 500 linhas/mm refrata luz visível em da fenda. A distância entre a primeira e a terceira franjas brilhantes
30°. Qual é o comprimento de onda da luz usada? é de 7,5 mm. Qual é a largura (em mm) da fenda?
38. || A luz passa por uma rede com 200 linhas/mm e é observada em 48. || As asas de alguns besouros con-
uma tela com 1,0 m de largura posicionada 1,0 m atrás da rede. têm linhas paralelas de melanina
Três franjas brilhantes são vistas nos dois lados do máximo central. estreitamente espaçadas, fazendo
Quais são os valores mínimos e máximos possíveis para o compri- com que a asa se comporte como
mento de onda (em nm) da luz usada? uma rede de reflexão. Suponha que
39. || Átomos de hélio emitem luz em diversos comprimentos de onda. a luz solar incida diretamente so-
A luz emitida por uma lâmpada de hélio ilumina uma rede de difra- bre a asa de um besouro. Se as li-
ção e é observada em uma tela posicionada 50,0 cm atrás da rede. nhas de melanina da asa estiverem
A emissão no comprimento de onda 501,5 nm produz uma franja espaçadas por 2,0 m, qual será o
brilhante de primeira ordem a 21,90 cm do máximo central. Qual é ângulo correspondente à difração
o comprimento de onda que produz uma franja brilhante a 31,60 cm de primeira ordem para luz verde
do máximo central? ( 550 nm)?
40. || A luz emitida pelo elemento X passa por uma rede de difração 49. || A FIGURA P22.49 mostra o padrão de interferência de segunda
com 1200 linhas/mm. O padrão de difração é observado em uma ordem visto em uma tela 1,50 m atrás de uma rede de difração. O
tela posicionada 75,0 cm atrás da rede. As franjas brilhantes são maior dos dois comprimentos de onda que produz o padrão vale
vistas na tela a distâncias de 56,2 cm, 65,9 cm e 93,5 cm em relação 610 nm. Quanto vale o menor dos dois comprimentos de onda?
ao máximo central. Nenhuma outra franja é observada.
Intensidade
a. Qual é o valor de m correspondente a cada um desses compri-
mentos de onda difratados? Explique por que apenas um valor é
possível de ser visto.
b. Quais são os comprimentos de onda luminosa emitidos pelo Ele- , ,
mento X? Distância em relação ao
FIGURA P22.49 máximo central (cm)
41. || Uma rede de difração com 600 linhas/mm é iluminada por luz
de comprimento de onda igual a 500 nm. Uma tela de visualização
bastante larga está posicionada 2,0 m atrás da rede. 50. Para qual razão entre largura de fenda e comprimento de onda
||
a. Qual é a distância entre as duas franjas brilhantes corresponden- o primeiro mínimo de um padrão de difração produzido em uma
tes a m 1? fenda simples corresponde a (a) 30°, (b) 60° e (c) 90°?
b. Quantas franjas brilhantes podem ser vistas na tela? 51. || Qual é a largura de uma fenda para a qual o primeiro mínimo cor-
42. | Uma rede de difração é iluminada simultaneamente por luz ver- responde a 45° quando a fenda é iluminada por um laser de hélio-
melha de comprimento de onda de 660 nm e por luz de comprimen- neônio ( 633 nm)?
to de onda desconhecido. O máximo de quinta ordem produzido 52. || A luz de um laser de hélio-neônio ( 633 nm) incide sobre
pelo comprimento de onda desconhecido se sobrepõe exatamente uma fenda simples. Qual é a maior largura de fenda para a qual não
ao máximo de terceira ordem produzido pela luz vermelha. Qual é ocorrem mínimos no padrão de difração?
o valor do comprimento de onda desconhecido? 53. || A FIGURA P22.53 mostra a intensidade luminosa em uma tela atrás
43. || A luz branca (400-700 nm) incidente em uma rede de difração de uma fenda simples. A largura da fenda é 0,20 mm, e a tela en-
com 600 linhas/mm produz um arco-íris de luz difratada. Qual é a contra-se 1,5 m atrás da fenda. Qual é o comprimento de onda (em
largura do arco-íris de primeira ordem em uma tela posicionada 2,0 nm) da luz usada?
m atrás da rede?
Intensidade
44. || Para o seu projeto em uma feira de ciências, você precisa projetar
uma rede de difração que dispersará o espectro visível (400-700
nm) ao longo de 30,0° em primeira ordem.
a. Quantas linhas por milímetro a sua rede precisará conter? FIGURA P22.53
b. Qual será o ângulo de difração correspondente à primeira ordem
para a luz emitida por uma lâmpada de sódio ( 589 nm)? 54. | A FIGURA P22.53 representa a intensidade de luz em uma tela atrás
45. || A FIGURA P22.45 mostra o padrão de interferência em uma tela de uma fenda simples. O comprimento de onda da luz é de 600 nm, e a
posicionada 1,0 m atrás de uma rede de difração com 800 linhas/ largura da fenda vale 0,15 mm. Qual é a distância da fenda até a tela?
mm. Qual é o comprimento de onda (em nm) da luz? 55. || A FIGURA P22.53 mostra a intensidade luminosa em uma tela po-
Intensidade
sicionada atrás de uma abertura circular. O comprimento de onda
da luz é 500 nm, e a tela encontra-se 1,0 m atrás da fenda. Qual é o
diâmetro (em mm) da abertura?
56. || A luz de um laser de hélio-neônio ( 633 nm) ilumina uma
, , abertura circular. Observa-se que o diâmetro do máximo central,
FIGURA P22.45 , , em uma tela posicionada 50 cm atrás da abertura, equivale ao di-
âmetro da imagem geométrica. Qual é o diâmetro (em mm) da
46. || A FIGURA P22.45 mostra o padrão de interferência em uma tela abertura?
posicionada 1,0 m atrás de uma rede de difração. O comprimento 57. || Um dia, após baixar a persiana da janela, você nota que a luz
de onda da luz é igual a 600 nm. Quantas linhas por milímetro esta solar passa por um pequeno furo na persiana, projetando luz sobre
rede contém? uma região da parede oposta. Como recentemente estudou óptica
47. || A luz proveniente de uma lâmpada de sódio ( 589 nm) ilumi- nas aulas de física, você não fica tão surpreso ao ver que a porção
na uma fenda estreita e é observada em uma tela situada 75 cm atrás iluminada da parede parece conter um padrão de difração circular.
CAPÍTULO 22 ■ Óptica Ondulatória 697
O máximo central aparenta ter uma largura de aproximadamente 1 d. O vidro faz com que o padrão de interferência das franjas na tela
cm, e você estima que a distância da persiana até a parede seja de seja deslocado para os lados. Para que lado é deslocado o máxi-
aproximadamente 3 m. Estime (a) o comprimento de onda médio mo central (em direção a ou se afastando da fenda coberta com o
da luz solar (em nm) e (b) o diâmetro do furo (em mm). vidro) e em que distância?
58. || Um radar de rastreamento de aeronaves emite um feixe de mi- 62. || Uma rede de difração com 600 linhas/mm encontra-se dentro de
croondas de 12 GHz por uma antena circular de radar com 2,0 m um tanque vazio de um aquário. O índice de refração do vidro das
de diâmetro. Do ponto de vista ondulatório, a antena constitui uma paredes é nvidro 1,50. Fora do aquário, encontra-se um laser de
abertura circular na qual as microondas sofrem difração. hélio-neônio ( 633 nm), o qual atravessa a parede de vidro e
a. Qual é o diâmetro do feixe de radar a uma distância de 30 km? ilumina a rede de difração.
b. Se a antena emite 100 kW de potência, qual é a intensidade mé- a. Qual é o ângulo de difração do feixe de laser correspondente à
dia de microondas a 30 km de distância? primeira ordem?
59. || Um laser de hélio-neônio ( 633 nm) é construído com um b. Qual será o ângulo de difração de primeira ordem para o feixe do
tubo de vidro de diâmetro interno de 1,0 mm, como mostrado na laser depois que o aquário for enchido com água (nágua 1,33)?
FIGURA P22.59. Um espelho transmite parcialmente a luz interna a 63. || Você ajusta um interferômetro de Michelson com um laser de
fim de permitir que saia do tubo um feixe de laser. Uma descarga hélio-neônio ( 632,8 nm). Após ajustar o espelho M2 de modo
elétrica dentro do tubo faz com que ele brilhe com luz emitida pelo a produzir um ponto brilhante no centro do padrão, delicadamente
neônio. Do ponto de vista óptico, o feixe de laser é uma onda lu- você afasta M2 do separador de feixes e conta 1200 novos pontos
minosa que sofre difração ao passar pela abertura circular com 1,0 brilhantes no centro durante o afastamento. A seguir, você guarda
mm de diâmetro. o laser. Mais tarde, outro aluno deseja restaurar o interferômetro
Espelho Feixe
à sua condição inicial, entretanto, equivocadamente, ele escolhe
Descarga , do laser uma lâmpada de hidrogênio e usa a emissão de 656,5 nm dos áto-
mos de hidrogênio como luz. Assim, ele conta 1200 novos pontos
brilhantes enquanto lentamente aproxima M2 do separador de fei-
xes. Qual é o deslocamento resultante de M2 quando o estudante
Espelho
Eletrodos termina de movimentar o espelho? Com respeito à situação origi-
parcialmente
Fonte de energia
refletor nal, agora M2 estará mais próximo ou mais distante do separador
FIGURA P22.59
de feixes?
a. Um feixe de laser pode se propagar perfeitamente paralelo, sem 64. || Um interferômetro de Michelson que opera com luz de compri-
tornar-se mais largo? Justifique sua resposta, seja ela afirmativa mento de onda igual a 600 nm contém um pequeno recipiente de
ou negativa vidro, com 2,00 cm de comprimento, em um de seus braços. Ini-
b. O ângulo 1 correspondente ao primeiro mínimo é chamado de cialmente o ar é bombeado para fora da célula, e o espelho M2 é
ângulo de abertura do feixe emitido por um laser. Qual é o ângu- ajustado para produzir um ponto brilhante no centro do padrão de
lo de abertura deste feixe de laser? interferência. A seguir, uma válvula é aberta e o ar é lentamente
c. Qual é o diâmetro (em mm) do feixe de laser após ter percorrido admitido no recipiente. O índice de refração do ar a uma pressão
3,0 m? de 1,00 atm é de 1,00028. Quantas alterações de franjas brilhantes
d. Qual é o diâmetro do feixe de laser após ter percorrido 1,0 km? para escuras são observadas enquanto o recipiente se enche de ar?
60. || Para medir a distância até a Lua com grande precisão, os cientis- 65. || No vácuo, uma determinada onda luminosa tem um comprimen-
tas usam um telêmetro a laser. Um breve pulso de laser é emitido to de onda igual a 500 nm.
para a Lua, depois se mede o intervalo de tempo transcorrido para a. Qual será o comprimento de onda dessa luz quando ela se propa-
que o “eco” seja visto por um telescópio na Terra. Todo feixe de gar na água (nágua 1,33)?
laser se alarga à medida que se propaga por ter sofrido difração ao b. Suponha que uma lâmina de água com 1,0 mm de espessura seja
passar pela abertura circular de saída do laser. A fim de que a luz inserida em um dos braços de um interferômetro de Michelson.
refletida na Lua seja suficientemente intensa para ser detectável, a Quantos comprimentos de onda “extras” a luz percorre, agora,
área da Lua iluminada pelo laser não deve ter mais do que 1,0 km neste braço?
de diâmetro. Consegue-se que o feixe atinja na Lua um diâmetro d. Que número de franjas a introdução dessa lâmina de água deslo-
menor do que este usando um laser especial com um grande diâme- cará no padrão de interferência?
tro de saída. Se 532 nm, qual é o diâmetro mínimo da abertura 66. || Um pedaço de vidro com 0,10 mm de espessura é inserido em um
circular pela qual sai o feixe do laser? A distância Terra-Lua é de dos braços de um interferômetro de Michelson que opera com luz
aproximadamente 384.000 km. de comprimento de onda igual a 500 nm. Isso faz com que o padrão
61. || Luz de comprimento de onda igual a 600 nm passa por duas fen- das franjas seja deslocado em 200 franjas. Qual é o índice de refra-
das separadas por 0,20 mm e é observada em uma tela posicionada ção do vidro usado?
1,0 m atrás das fendas. O local do máximo central está marcado na 67. || Computadores ópticos necessitam de comutadores ópticos mi-
tela, e sua coordenada é tomada como y 0. croscópicos para ligar e desligar sinais. Um dispositivo usado para
a. A que distância se encontram as franjas brilhantes corresponden- isso, e que pode ser implementado em um circuito integrado, é o
tes a m 1 nos dois lados de y 0,? interferômetro de Mach-Zender, representado esquematicamente na
b. Um pedaço de vidro muito fino é colocado sobre uma fenda. FIGURA P22.67. A luz infravermelha ( 1,000 m) emitida por
Como a luz se propaga mais lentamente no vidro do que no ar, um laser implementado em um chip eletrônico é dividida em duas
a onda que atravessa vidro atrasa-se 5,0 1016 s em relação ondas que percorrem distâncias iguais nos braços do interferômetro.
à onda que passa pela outra fenda. A que fração do período da Um dos braços contém um cristal eletro-óptico, um material trans-
onda luminosa equivale este atraso? parente capaz de alterar seu índice de refração em resposta a uma
c. Com o pedaço de vidro no lugar, qual é a diferença de fase 0 voltagem aplicada. Suponha que os dois braços tenham exatamente
entre as duas ondas quando elas emergem das fendas? o mesmo comprimento e que o índice de refração do cristal, quando
nenhuma voltagem é aplicada, também seja de 1,522.
698 Física: Uma Abordagem Estratégica
a. Sem voltagem aplicada, a saída é brilhante (comutador fechado, 72. A FIGURA PD22.72 mostra dois picos de intensidade luminosa quase
sinal óptico passando) ou escura (comutador aberto, ausência de sobrepostos, do tipo que você produziria com uma rede de difração
sinal)? Explique. (ver Figura 22.8b). Na prática, os Separação
b. Qual é o primeiro valor de índice de refração do cristal eletro- dois picos estarão no limite de se- entre os
picos
óptico, maior do que 1,522, que inverte o comutador óptico em paração visual se o espaçamento
relação à situação descrita no item a? y entre eles for igual à largura w Largura
dos
de cada pico, onde w corresponde picos
Cristal
eletro-óptico
ao ponto onde a intensidade é
igual à metade da intensidade de
Saída pico. Dois picos que estejam mais
Dois picos estão no limite de
, próximos um do outro do que w se resolução quando w.
confundirão em um único pico.
FIGURA PD22.72
Podemos usar essa idéia para ana-
Entrada
lisar a resolução de uma rede de difração.
Fonte Separador de a. Na aproximação de pequenos ângulos, a posição do pico corres-
FIGURA P22.67 feixes
pondente a m 1 produzido por uma rede de difração incide no
mesmo local que a franja correspondente a m 1 produzida por
68. || Para ilustrar uma das idéias da holografia de maneira simples,
uma fenda dupla: y1 L/d. Suponha que dois comprimentos de
considere uma rede de difração com espaçamento d entre as fen-
onda que diferem em entre si passem simultaneamente por
das. A aproximação para pequenos ângulos geralmente não é vá-
uma rede. Obtenha uma expressão para y, a separação entre os
lida para redes de difração, pois d é apenas ligeiramente maior do
picos de primeira ordem.
que , todavia suponha que a razão /d para esta rede seja sufi-
b. Observamos que as larguras das franjas brilhantes são proporcio-
cientemente pequena para que a aproximação de pequenos ângu-
nais a 1/N, onde N é o número de fendas da rede. Formulemos a
los seja válida.
hipótese de que a largura das franjas seja dada por w y1/N. De-
a. Use a aproximação de pequenos ângulos a fim de obter uma ex-
monstre que isso é verdadeiro para o padrão de fenda dupla. Con-
pressão para o espaçamento entre as franjas vistas a uma distân-
sideraremos, então, que isso seja verdadeiro quando N aumenta.
cia L atrás da rede.
c. Use seus resultados nos itens a e b, junto com a idéia de que ymin
b. Ao invés de uma tela, suponha que você coloque um pedaço de
w para obter uma expressão de min, a diferença mínima en-
filme à distância L atrás da rede. As franjas brilhantes irão revelar
tre os comprimentos de onda (em primeira ordem) para a qual as
o filme, mas os espaços escuros intermediários deixarão o filme
franjas de difração estão no limite de resolução.
não-revelado. Depois de revelado, o filme consistirá de uma série
d. Átomos do hidrogênio comum emitem luz vermelha com com-
de faixas brilhantes e escuras alternadas. E se você, agora, “ro-
primento de onda de 656,45 nm. No caso do deutério, que é um
dasse” o filme usando-o como uma rede de difração? Em outras
isótopo “pesado” de hidrogênio, o comprimento de onda corres-
palavras, o que aconteceria se você incidisse um feixe de laser
pondente é 656,27 nm. Qual é o número mínimo de fendas que
sobre o filme e observasse o padrão de difração produzido pelo
uma rede de difração deve ter para que esses dois comprimentos
filme em uma tela posicionada à mesma distância L? Mostre que
de onda do padrão de difração de primeira ordem estejam no li-
o padrão de difração do filme será uma reprodução da rede de
mite de resolução?
difração original.
73. A análise das redes de difração feita neste capítulo supôs que a luz
incidisse perpendicularmente à rede. A FIGURA PD22.73 mostra uma
Problemas desafiadores onda plana que se aproxima de uma rede de difração segundo um
ângulo .
69. Um experimento de fenda dupla é montado usando laser de hé- a. Demonstre que os ângulos m correspondentes à interferência
lio-neônio ( 633 nm). A seguir, um pedaço de vidro (n construtiva são dados pela equação de rede
1,50) muito fino é posicionado sobre uma das fendas. Em con-
seqüência, o ponto central da tela fica ocupado pelo que era a
franja escura correspondente a m 10. Qual é a espessura do onde m 0, 1, 2... Os ângulos são considerados positivos se
pedaço de vidro? estão acima da linha horizontal, e negativos em caso contrário.
70. A intensidade do máximo central de um padrão de interferência de b. Os dois máximos de primeira ordem, m 1 e m 1, não são
fenda dupla é 4I1. A intensidade do primeiro mínimo é nula. A que mais simétricos em relação ao centro. Encontre 1 e 1 para uma
fração da distância do máximo central ao primeiro mínimo corres- luz de 500 nm que incida segundo 30º sobre uma rede com
ponde a distância na qual a intensidade é I1? 600 linhas/mm.
71. A luz composta por dois comprimentos de onda muito parecidos, Rede
e , onde , incide sobre uma rede de difração. A
separação entre as fendas da rede é d.
a. Mostre que a separação angular entre esses dois comprimentos
de onda na franja de ordem m é
74. A FIGURA PD22.74 mostra uma luz de comprimento de onda que 75. A câmera escura com um furo de alfinete mostrada na FIGURA
incide em uma rede de reflexão de espaçamento d segundo um ân- PD22.75 forma imagens de objetos distantes ao permitir que ape-
gulo . Desejamos descobrir os ângulos m para os quais ocorre nas um feixe estreito de raios luminosos passe pelo orifício e atin-
interferência construtiva. ja o filme. Se a luz consistisse de partículas, você poderia tornar
a. A figura mostra os caminhos 1 e 2 ao longo dos quais as duas a imagem cada vez mais nítida (à custa de torná-la cada vez mais
ondas se deslocam e interferem. Obtenha uma expressão para a escura) fazendo a abertura cada vez menor. Na prática, a difração
diferença de caminho r r2 – r1 entre elas. da luz na abertura circular limita a nitidez máxima que se pode
b. Usando o resultado obtido no item anterior, obtenha agora outra obter. Considere dois pontos luminosos distantes, como dois pos-
equação (análoga à Equação 22.15) dos ângulos m para os quais tes de luz distantes. Cada um produzirá um padrão de difração
a difração ocorre quando a luz incide com ângulo . Observe que circular no filme. As duas imagens estarão no limite de resolução
m pode ser um número inteiro negativo na sua expressão, o que se o máximo central de uma delas incidir sobre a primeira franja
indicaria que o caminho 2 é mais curto do que o caminho 1. escura da outra imagem. (Este é o chamado critério de Rayleigh, e
c. Mostre que a difração de ordem zero é simplesmente uma “refle- no Capítulo 24 exploraremos suas conseqüências na fabricação de
xão”, ou seja, 0 . instrumentos ópticos.)
d. Luz de comprimento de onda igual a 500 nm incide segundo a. A máxima nitidez de uma imagem ocorre quando o diâmetro do
40° sobre uma rede de reflexão com 700 linhas de reflexão/mm. máximo central é igual ao diâmetro do furo. Qual é o melhor ta-
Determine todos os ângulos m para os quais a luz é difratada. manho do orifício de uma câmera escura com um furo de alfinete
Valores negativos de m devem ser interpretados como corres- na qual o filme esteja posicionado 20 cm atrás do furo? Suponha
pondentes a ângulos à esquerda da vertical. que 550 nm, o que corresponde ao valor médio para a luz
e. Desenhe uma figura que mostre um único raio de luz de 500 nm visível.
incidindo a 40° e também todas as ondas difratadas segundo b. Para este diâmetro do furo, qual será o ângulo (em graus) entre
os ângulos corretos. duas fontes distantes que se encontrem no limite de resolução?
c. Qual é a distância entre dois postes, ambos a 1 km de distância do
Frente de Frente de
onda incidente onda difratada observador, para a qual os objetos estão no limite de resolução?
Filme
Imagem de B
Imagem de A
Rede de reflexão Furo
FIGURA PD22.75
Frente de Frente de
onda incidente onda difratada
Imagem
FIGURA PD22.74 ampliada
Pare e Pense 22.1: b. As linhas antinodais vistas na Figura 22.3b são de onda maior do que a luz violeta, portanto aquela luz é difratada para
divergentes. mais longe do centro.
Pare e Pense 22.2: Menor. A luz de comprimento de onda mais curto Pare e Pense 22.4: b ou c. Aumentou a largura do máximo central, que
não se propaga com a mesma rapidez que a luz de comprimento de onda é proporcional a /a. Isto poderia ocorrer porque o comprimento de
mais longo. O espaçamento das franjas y é diretamente proporcional onda aumentou ou porque a largura da fenda diminuiu.
ao comprimento de onda .
Pare e Pense 22.5: d. Deslocar M1 em diminuirá r1 em 2. Deslocar
Pare e Pense 22.3: d. Comprimentos de onda maiores correspondem M2 em aumentará r2 em 2. Conjuntamente, as duas ações alterarão a
a ângulos de difração maiores. A luz vermelha tem um comprimento diferença de caminho em r 4.
23 Óptica Geométrica
Uma colher brilhante constitui um belo
espelho curvo. Mas por que a imagem
está de cabeça para baixo?
Olhando adiante Os humanos sempre foram fascinados pela luz. Espelhos simples são encontrados
Os objetivos do Capítulo 23 são em antigos sítios arqueológicos no Egito e na China. Por volta de 1500 a.C., nossos an-
compreender e usar o modelo de cestrais haviam aprendido a iniciar fogueiras focando a luz solar por meio de uma lente
raios luminosos. Neste capítulo, você simples. A partir daí, é apenas um pequeno passo para se conseguir perfurar buracos
aprenderá a: com um feixe do laser focado.
No Capítulo 22 introduzimos os três modelos para a luz, mas enfatizamos a óptica on-
■ Usar o modelo de raios luminosos. dulatória relacionada à interferência e à difração. Neste capítulo e no seguinte analisaremos
■ Calcular os ângulos de reflexão e sistemas ópticos básicos, como espelhos e lentes, em relação às trajetórias em linha reta da
de refração. luz. Isto é a óptica geométrica, um tema de imenso valor prático. O modelo de raios lumi-
■ Compreender as cores e o nosos agora estará no centro do palco, mas a óptica ondulatória fará um retorno de surpresa
fenômeno da dispersão luminosa. no Capítulo 24, quando explorarmos os limites de desempenho dos sistemas ópticos.
■ Usar o traçado de raios para
analisar sistemas formados por
lentes e espelhos.
■ Usar a teoria da refração para
23.1 O modelo de raios luminosos
calcular as propriedades de Uma lanterna emite um feixe luminoso na escuridão da noite. Os raios solares entram
sistemas de lentes. em um quarto escuro através de um pequeno orifício na persiana. Os feixes de laser
são ainda mais bem definidos. Nossa experiência cotidiana de que a luz se desloca em
Em retrospectiva linhas retas constitui a base do modelo de raios luminosos.
O material deste capítulo depende do O modelo de raios é uma simplificação exagerada da realidade, entretanto, apesar
modelo ondulatório da luz. Revise: disso, é muito útil em seu domínio de validade. Em particular, o modelo de raios lumi-
nosos é válido contanto que quaisquer aberturas através das quais passe a luz (lentes,
■ Seção 20.5 Ondas luminosas e espelhos e orifícios) sejam muito grandes quando comparadas ao comprimento de onda
índice de refração da luz usada. Em tais aberturas, a difração e os outros aspectos ondulatórios da luz são
■ Seções 22.1 e 22.5 O modelo desprezíveis e podem ser ignorados. A análise da Seção 10.5 constatou que o limite do
ondulatório e o modelo geométrico domínio de validade da óptica ondulatória e da óptica geométrica ocorre para aberturas
para a luz com diâmetros da ordem de 1 mm.
CAPÍTULO 23 ■ Óptica Geométrica 701
As lentes e os espelhos são, quase sempre, maiores do que 1 mm, de modo que o Raios
modelo geométrico para a luz é uma base excelente para a óptica prática de formação luminosos
de imagens. Sentido de
Para começar, vamos definir um raio luminoso como sendo uma linha orientada ao propagação
longo da qual a energia luminosa se propaga. Um raio luminoso é uma idéia abstrata, e
não uma entidade física ou uma “coisa”. Qualquer feixe luminoso estreito, como o feixe Um feixe luminoso
do laser visto na FIGURA 23.1, é, na verdade, um conjunto de muitos raios luminosos para- FIGURA 23.1 Um feixe do laser ou um raio
lelos uns aos outros. Pode-se considerar um único raio luminoso como o caso limite de de sol é um conjunto de raios luminosos
um feixe do laser cujo diâmetro se aproxima de zero. Feixes de laser são boas aproxima- paralelos entre si.
ções para raios luminosos, certamente adequados para demonstrar o comportamento de
um raio, todavia qualquer feixe do laser real é um conjunto de muitos raios paralelos.
A tabela a seguir destaca cinco idéias e pressuposições básicas do modelo de raios
luminosos, num modelo geométrico para a luz.
A FIGURA 23.2 ilustra a idéia de que os objetos podem emitir luz própria, como o Sol, as
chamas e as lâmpadas, ou serem refletores. A maioria dos objetos é refletora. Uma árvo- Luz emitida
re, a menos que esteja pegando fogo, é vista ou fotografada por causa da luz solar ou da
radiação celeste difusa que é refletida. Pessoas, casas e esta página do livro refletem a
luz emitida por fontes de luz própria. Neste capítulo, não estamos interessados em como
a luz se origina, mas em como ela se comporta após deixar o objeto. Luz refletida
Os raios luminosos provenientes de um objeto são emitidos em todas as direções e A câmera “enxerga”
sentidos, mas você não tem consciência dos raios luminosos a menos que eles entrem na os raios luminosos
pupila de seu olho. Conseqüentemente, a maioria dos raios luminosos passa completa- A árvore é um refletidos pela árvore,
objeto refletor. mas não, os raios
mente despercebida. Por exemplo, os raios luminosos se propagam do Sol para a árvore
provenientes do Sol.
na Figura 23.2, mas você não está consciente disso, a não ser que a árvore reflita alguns
deles em direção ao seu olho. Ou considere um raio laser. Você provavelmente já notou FIGURA 23.2 Objetos que emitem luz
que é quase impossível ver um feixe de um laser quando se está posicionado lateralmen- própria e objetos refletores.
702 Física: Uma Abordagem Estratégica
te em relação ao mesmo, a menos que exista pó no ar. O pó espalha alguns dos raios
luminosos em direção ao seu olho, mas na ausência de pó você ficaria completamente
inconsciente acerca de um feixe do laser muito poderoso que passa por você. Os raios
luminosos existem independentemente de serem vistos.
A FIGURA 23.3 mostra dois conjuntos idealizados de raios luminosos. Os raios diver-
Fonte puntiforme Feixe paralelo gentes emitidos por uma fonte puntiforme são emitidos em todas as direções e sentidos.
É útil pensar em cada ponto de um objeto como uma fonte puntiforme de raios lumino-
FIGURA 23.3 Fontes puntiformes e feixes
paralelos representam objetos idealizados.
sos. Um feixe paralelo de raios poderia ser um feixe do laser. De forma alternativa, ele
poderia representar também um objeto distante, como uma estrela, tão distante que os
raios que chegam ao observador são praticamente paralelos uns aos outros.
Diagramas de raios
Os raios se originam de todos os pontos de um objeto e se propagam externamente em
todas as direções e sentidos, mas um diagrama que tentasse mostrar todos esses raios
Estes são apenas alguns dos
pareceria irremediavelmente caótico e confuso. Para simplificar a figura, geralmente
raios infinitamente numerosos
que saem do objeto. usamos um diagrama de raios que mostra apenas alguns deles. Por exemplo, a FIGURA
23.4 é um diagrama de raios mostrando apenas alguns raios que saem dos pontos superio-
res e inferiores do objeto e se propagam para a direita. Esses raios serão suficientes para
FIGURA 23.4 Um diagrama de raios nos revelar como o objeto é representado por meio de lentes ou espelhos.
simplifica a situação mostrando apenas
NOTA Diagramas de raios constituem a base para uma representação pictórica
alguns raios.
que usaremos neste capítulo. Tenha o cuidado de não pensar que um diagrama de
raios mostre todos os raios emitidos. Os raios mostrados no diagrama são apenas um
subconjunto dos raios infinitamente numerosos que saem do objeto.
Imagem na
parede oposta Aberturas
Abertura Uma forma popular de entretenimento durante os tempos da Roma antiga era uma visita
à câmera obscura, termo que significa “sala escura” em latim. Como mostra a FIGURA
23.5a, uma câmera escura é uma sala escura com um único orifício pequeno que a comu-
Sala escura
nica com o mundo exterior. Depois que os olhos se acostumavam com o escuro, os visi-
tantes conseguiam ver uma imagem fraca, mas colorida, do mundo exterior formada
Objeto sobre a parede oposta da sala. Entretanto, a imagem aparecia de cabeça para baixo! Uma
câmera com um orifício de alfinete é uma versão em miniatura da câmera escura.
O orifício pelo qual a luz passa chama-se abertura. A FIGURA 23.5b usa o modelo de
Esses raios não passam
pelo orifício.
raios luminosos que passam por uma pequena abertura a fim de explicar como funciona
a câmera escura. Cada ponto de um objeto emite raios luminosos em todas as direções
e sentidos, todavia apenas alguns poucos raios passam pela abertura e atingem a parede
traseira. Como ilustra a figura, a geometria dos raios faz com que a imagem apareça de
cabeça para baixo.
Na verdade, como você deve ter percebido, cada ponto do objeto ilumina uma pe-
A imagem está de cabeça para baixo. Se quena, mas extensa, parte da parede. Isso ocorre porque o tamanho não-nulo da abertura
o orifício for suficientemente pequeno, – necessário para que a imagem seja brilhante o suficiente para ser vista – permite que
cada ponto da imagem corresponderá a um
ponto do objeto.
diversos raios provenientes de cada ponto do objeto passem pela abertura segundo ân-
gulos ligeiramente diferentes. Como resultado, a imagem é um pouco borrada e fora de
FIGURA 23.5 Uma câmera escura. foco. (A difração também se torna um fator importante se o orifício for muito pequeno.)
Veremos mais tarde como uma câmera moderna, dotada de uma lente, melhora a câmera
Luz
escura.
Alguns raios são
A partir dos triângulos semelhantes da Figura 23.5b, pode-se verificar que a altura do
Sombra
bloqueados pela objeto e da imagem estão relacionadas por
tela opaca.
(23.1)
Tela
No vídeo a seguir, apresentam-se os modelos ópticos da luz e são mostradas experiências em que
eles se aplicam.
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cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/63cf86c761b187e7d512a713ba415321
5 min
A) Apenas a II.
B) Apenas a I e a III.
C) Apenas a I e a II.
D) Apenas a II e a III.
E) A I, a II e a III.
Relacione as imagens e os fenômenos nelas representados à respectiva óptica.
2)
A) I – Óptica geométrica
II – Óptica quântica
III – Óptica ondulatória.
B) I – Óptica ondulatória
II – Óptica geométrica
III – Óptica quântica.
C) I – Óptica ondulatória
II – Óptica quântica
III – Óptica geométrica.
D) I – Óptica quântica
II – Óptica ondulatória
III – Óptica geométrica.
E) I – Óptica quântica
II – Óptica geométrica
III – Óptica ondulatória.
Para a óptica geométrica, quais dessas afirmações são verdadeiras?
3)
I - A luz é uma onda.
II - A luz, ao passar por uma fenda, difrata.
III - Raio de luz é o que compõe um feixe de luz.
A) Apenas a I.
B) Apenas a II.
C) Apenas a I e a II.
D) Apenas a III.
E) Apenas a II e a III.
Analise as afirmações a seguir.
4)
I – A luz sofre difração ao passar por uma fenda.
II – A luz é uma onda.
III – A luz sofre o fenômeno da interferência.
A) Apenas a I.
B) Apenas a II.
C) Apenas a III.
D) Apenas a I e a II.
E) A I, a II e a III.
Analise as afirmações a seguir.
5)
I – Pode-se dizer que a luz é uma onda.
II – A luz é composta por fótons.
III – Com os fótons, é possível explicar corretamente o efeito fotoelétrico.
A) Apenas a II e a III.
B) Apenas a I.
C) Apenas a I e a II.
D) Apenas a I e a III.
E) A I, a II e a III.
_3.1_ Na prática
O fascinante mistério da natureza da luz oportunizou um grande avanço tecnológico, e isso se deve
à contribuição de muitos pesquisadores.
Não se pode esquecer do brilhantismo de Albert Einstein, que descreveu, com maestria, o efeito
fotoelétrico, cuja ideia consiste em dizer que a luz é um pacote de energia que pode liberar
elétrons de algumas superfícies e, assim, surge o painel fotovoltaico. Esse feito o conduziu o
cientista ao Prêmio Nobel.
_3.1_ Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
https://www.youtube.com/playlist?list=PL0ssn1ZYrfXfl3Bb0PHjjYTYHU2cUMrfS
9 vídeos da khan academy espanhol sobre interferência de ondas ~15 min cada
15 min
VicVideos2000 Jul 7, 2011 Aprenda sobre a Natureza da Luz. Se inscreva também em meu canal
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vídeos: http://vicvideos2000.blogspot.com
EQUIPE SAGAH
Coordenador de Curso : Edilson Vargas
Professor : Eduardo Galle
Gerente Unidade de Negócios : Rodrigo Severo
Analista de Projetos : Fernanda Osório
Líder da Equipe Metodológica : Daniela da Graça Stieh
Analista Metodológica : Fernanda Crixel Zimpel
Líder da Equipe de Design Instrucional : Marcelo Steffen
Designers Instrucionais : Bianca Basile Parracho ; Cesar Felipe Ferreira ;
Daniela Polycarpy ; Franciane de Freitas ; Ezequiel Alves ; Luciana Helmann
Líder da Equipe de Design Gráfico : Thais Gliosci
Designers Gráficos : Carol Becker ; Kaka Silocchi ; Juarez Menegassi ; Rafael
Zago ; Vinicius Rafael Cárcamo
Aula 3.2
1.1 - Ondas: conceito e classificação
1.2 - Período de frequência e velocidade de uma onda
2.1 - Ondas eletromagnéticas e sonoras e sua interação com a matéria
2.2 - Osciladores e o movimento harmônico simples
3.1 - Luz e óptica: definições
3.2 - Refração e reflexão
4.1 - Óptica geométrica em lentes
4.2 - Óptica geométrica em espelhos
Conteúdo Complementar (não conta p/ avaliações, mas conta p/ frequência)
__ C.1 Movimento ondulatório Unidimensional
__ C.2 Movimento ondulatório bidimensional
__ C.3 Interferência e efeito Doppler
__ C.4 Modelo ondulatório e geométrico da luz
__ C.5 Fenômeno da luz
Refração e reflexão
_3.2_
Apresentação
Alguma vez você já observou a formação de um arco-íris após a chuva? Ou já imaginou como
funciona um binóculo para ver longas distâncias? Ou como a óptica mudou o mundo tecnológico,
propondo soluções como a fibra óptica? Todos esses fenômenos e dispositivos tecnológicos podem
ser explicados a partir da óptica geométrica, ou, mais precisamente, a partir da reflexão e da
refração.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai se aprofundar nos conhecimentos sobre os conceitos da
reflexão e da refração da luz. Verá como eles são utilizados para explicar vários fenômenos naturais
e tecnológicos que frequentemente se vê ou se utiliza. Ainda, você verá formulações e exemplos de
exercícios relacionados com a reflexão e a refração da luz. Você conseguirá identificar os
fenômenos da refração e da reflexão, assim como resolver problemas físicos relacionados,
e aprenderá a descrever tecnologias que utilizam esses fenômenos físicos.
Bons estudos.
elm = Avaliação da aula. Boa. Comentário: Adotar um único livro-texto ou apostila para todas
as aulas. Do jeito atual, um capítulo de livro diferente a cada aula, assunto fica truncado
e/ou com lacunas e/ou repetitivo e/ou bagunçado - dificulta, desestimula o aprendizado.
Exercício 4 sem opção correta e Exercício 5 melhor não considerar igualdade do ângulo
crítico de reflexão total.
_3.2_ Desafio
Recentemente, seu chefe conversou com você e lhe pediu que faça uma inovação
para um novo efeito de luz utilizando lasers para um dos eventos próximos e,
para o qual, a empresa prestará serviços.
Seu chefe pede que você coloque uma camada de 1,5 cm de água sobre uma mesa
de vidro com 1,5 cm de espessura. Assim, os raios de luz serão refletidos
totalmente sobre a mesa, mas serão refratados na água. Esse efeito produzirá
a sensação de que a própria mesa está disparando os lasers, embora a mesa
seja somente de vidro.
É possível realizar o experimento que foi solicitado? Existe um ângulo de incidência θ1 real para
que esse efeito seja executado? Como se deve proceder para validar esse experimento?
elm = Não é possível realizar, pois theta1 teria de ser >= 90° (não
executável na prática).
Primeiramente, para ver se esse projeto é possível, é necessário encontrar valores reais
e possíveis de todos os ângulos e principalmente de θ1 e θc. É recomendável começar
realizando o cálculo do ângulo crítico, que é o ângulo mínimo para que a reflexão interna
seja total, ou seja, θc.
𝑛3 1
𝜃𝑐 ≥ 𝑠𝑒𝑛−1 ( ) ≥ 𝑠𝑒𝑛−1 ( ) ≥ 41,81°
𝑛1 1,5
Para calcular θ2, é necessário utilizar a Lei de Snell, ou Lei da Refração. Veja que o
ângulo de θc.= θ3, devido às identidades geométricas. Assim:
𝑛2 ∙ 𝑠𝑒𝑛 𝜃2 = 𝑛3 ∙ 𝑠𝑒𝑛 𝜃𝑐
𝑛3 1,5
𝜃2 ≥ 𝑠𝑒𝑛−1 ( ∙ 𝑠𝑒𝑛 𝜃𝑐 ) ≥ 𝑠𝑒𝑛−1 ( ∙ 𝑠𝑒𝑛(41,81°)) ≥ 48,75°
𝑛2 1,33
Aplicando novamente a Lei de Snell, ou da Refração, é possível finalmente calcular o
valor do ângulo de incidência do raio θ1, sempre em relação à superfície normal. Assim:
𝑛1 ∙ 𝑠𝑒𝑛 𝜃1 = 𝑛2 ∙ 𝑠𝑒𝑛 𝜃2
𝑛2 1,33
𝜃1 ≥ 𝑠𝑒𝑛−1 ( ∙ 𝑠𝑒𝑛 𝜃2 ) ≥ 𝑠𝑒𝑛−1 ( ∙ 𝑠𝑒𝑛(48,75°)) ≥ 90°
𝑛1 1
De acordo com os cálculos, o ângulo de incidência do raio deve ser igual ou maior do
que 90º (θ1≥90º). Isso torna impossível a sua implementação, devido ao fato de que,
quando se dispara um laser a 90º a respeito da normal, o raio vai paralelamente à
superfície da água e nunca a incide. Além disso, para que tenha maior efetividade, o raio
deveria ter ângulo maior de que 90º, o que impossibilita ainda mais a execução do
projeto.
Uma dica para que esse projeto seja viável é que, no lugar de utilizar água sobre a mesa,
seja utilizada outra substância ou meio óptico, cujo valor de índice de refração seja menor
do que o da água, mas maior do que do ar, isto é, 1<n2<1,33, como, por exemplo algum
tipo de gás.
_3.2_ Infográfico
Você já parou para observar a formação de um arco-íris? Já percebeu que, se você caminha e se
desloca do seu lugar original, o arco-íris o acompanha? Há como reproduzir um arco-íris em casa? O
arco-íris é um fenômeno que pode ser explicado a partir da óptica geométrica, com um conceito
conhecido como dispersão cromática. A dispersão cromática é um caso de refração da luz.
Neste Infográfico, você verá a explicação de como se produz a dispersão cromática e de como se
formam os arco-íris. Verá também como reproduzir artificialmente um arco-íris em sua casa.
Conheça mais desse fenômeno e veja como é possível fazer um arco-íris dentro
de casa, utilizando os raios de sol e elementos simples, como um DVD ou um
prisma.
DISPERSÃO CROMÁTICA
Como se forma?
A luz do sol entra em uma gotícula de
água e é refratada. Nessa primeira
refração, é dividida em cores e logo é
parcialmente refletida e novamente
refratada ao sair ao ar. Na segunda
dispersão, aumenta ainda mais a
dispersão. O ângulo entre a luz do Sol
que ingressa e a luz refratada azul e
vermelho é de 40° e 42° ,
respectivamente.
O arco-íris é formado
quando a luz do Sol
atravessa as gotas de
chuva, mas, para vê-lo,
você deve estar de
costas para o Sol e de
frente a uma região de
chuva.
Assim, você verá uma
arco-íris que, na
realidade, é a borda de
um cone tridimensional
que se estende através
da região da chuva.
ARCO-ÍRIS CASEIRO
No capítulo Refração e reflexão, da obra Óptica e termodinâmica, base teórica desta Unidade de
Aprendizagem, você vai entender os conceitos de refração e reflexão da luz e verá uma abordagem
sobre as situações reais relacionadas com a refração e a reflexão. Por último, encontrará exemplos
de tecnologias que utilizam esse tipo de princípio físico.
Boa leitura.
Refração e reflexão
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Introdução
A luz é um fenômeno da física amplamente estudado pela óptica, a qual, por
sua vez, divide-se em três áreas: ondulatória, geométrica e quântica. Aqui,
trataremos de assuntos relacionados à óptica geométrica, em que a luz é
caracterizada como raios.
Provavelmente, você já contemplou um arco-íris e se observou em algum
tipo de espelho que fez você parecer muito pequeno ou gigante. Esses são
alguns dos fenômenos explicados pela óptica geométrica, que veremos, a
seguir, como reflexão e refração da luz. Nessas duas áreas de estudo, os
efeitos ondulatórios da luz são desconsiderados, pois são insignificantes
em relação ao sistema físico em estudo para trabalhar com a refração ou
reflexão da luz.
Neste capítulo, inicialmente vamos definir os fenômenos da refração e
reflexão da luz, bem como os conceitos a eles associados. Na sequência, tra-
taremos dos problemas físicos relacionados com a refração e a reflexão, e,
por fim, veremos alguns exemplos de tecnologias que utilizam esses tipos de
fenômeno físico.
2 Refração e reflexão
Conceitos fundamentais
Um raio de luz é uma simplificação extrema do comportamento de um feixe
de luz e sempre segue uma trajetória retilínea, ao menos que se intercepte
com um objeto ou matéria, fazendo o raio mudar de sentido ou ser absorvido.
De acordo com Knight (2009), quando um raio de luz interage com um objeto
ou matéria, podem acontecer os efeitos apresentados na Figura 1.
Reflexão da luz
De acordo com Hewitt (2013), quando a luz incide na superfície de determi-
nado material, ela pode ser absorvida, esquentando, assim, o material, ou
reemitida sem alterar sua frequência. Quando a luz retorna ao meio de onde
veio, tem-se um processo de reflexão.
Refração e reflexão 3
Figura 2. Reflexão da luz e o princípio de Fermat: (a) dois pontos para ir de A até B; (b) traje-
tórias possíveis; (c) menor distância entre A e B e o ponto B’ virtual.
Fonte: Hewitt (2015, p. 520–521).
Lei de reflexão
Fermat, assim, definiu a lei da reflexão da luz, enunciada abaixo e ilustrada
na Figura 3 (HEWITT, 2015).
Espelhos planos
Suponha, agora, que você coloque uma vela na frente de um espelho plano
e que os raios de luz são emitidos em todas as direções, como mostra a
Figura 4.
Refração e reflexão 5
Veja que, na Figura 4, embora haja um número infinito de raios que saem
na vela, são apresentados somente quatro. Esses quatro raios incidem sobre
o espelho e logo divergem em diversas direções.
Utilizando uma linha auxiliar tracejada à direita do espelho, vemos que os
raios divergentes se unem em um ponto e geram uma imagem, de forma que
o observador enxerga que o espelho está à mesma distância do objeto e da
imagem. Ainda, observe que a imagem e objeto possuem o mesmo tamanho:
não houve ampliação ou redução da imagem em relação do objeto, uma
característica particular dos espelhos planos. Além disso, a imagem gerada
está do lado direito do plano do espelho. Vale ressaltar que, nos espelhos
curvos, os objetos e as imagens não possuem o mesmo tamanho, e podem
ou não gerar imagens no lado direito do plano do espelho. No entanto, a
lei da reflexão é válida tanto para espelhos planos quanto para os curvos
(HEWITT, 2015; KNIGHT, 2009).
Reflexão difusa
A maioria dos objetos não é reflexiva, por isso a enxergamos. De acordo
com Knight (2009), a lei de reflexão (θi = θr) também é atendida em todos os
pontos; porém, devido às irregularidades da superfície, os raios são refletivos
em direções aleatórias. Veja a Figura 5, um caso clássico da reflexão difusa.
Refração da luz
De acordo com Knight (2009), quando um raio de luz incide sobre a superfície
regular ou suave entre dois materiais transparentes (como o ar ou o vidro),
acontecem duas coisas:
Figura 6. Um feixe de luz de um laser incide sobre um prisma. Grande parte do raio é refratada,
mas pequenos feixes são refletidos.
Fonte: Knight (2009, p. 706).
Veja, na Figura 7a, que um único raio de luz incide e entra na superfície de
dois materiais, passando de um meio 1 a um meio 2, sendo meios materiais
transparentes diferentes (como água, éter, ar, vidro, etc.). Veja que θ1 é o
ângulo de incidência do raio no meio 1 e que θ2 é o ângulo do mesmo raio,
mas no meio 2, conhecido como ângulo de refração. Os ângulos de incidência
e refração sempre se referem ao sentido de movimento do raio, se é entrante
(incidente) ou saliente (refração). Veja, ainda, que, na Figura 7b, θ2 é o ângulo
incidente, e θ1 é o ângulo de refração, pois o raio se propaga em sentido
oposto; mesmo assim, os ângulos não mudaram (HEWITT, 2015; KNIGHT, 2009).
De acordo com Knight (2009), a lei de refração, também conhecida como
lei de Snell, relaciona o grau de refração de um raio quando passa de um
meio 1 para um meio 2, de acordo com seus respectivos índices de refração
e os ângulos que possuem em cada meio, sem especificar quem é o ângulo
incidente ou refratado. A lei de Snell pode ser escrita matematicamente de
acordo com (1):
(1)
Índice de refração
De acordo com a lei de Snell, o índice de refração depende do material em qual
a luz se movimenta e, mais especificamente, de dois fatores: da velocidade
da luz (c) e do valor da velocidade com que a luz se movimenta nesse meio,
de acordo com (2):
(2)
Meio n
Ar (real) 1,0003
Ar (aceito) 1,00
Água 1,33
Óleo 1,46
Diamante 2,41
Miragens
É provável que você já esteja familiarizado com esse fenômeno, que acontece
principalmente em dias quentes. Vemos miragens na rodovia, de forma que
parece que a estrada está molhada, mas, quando chegamos mais perto, a
rodovia está seca. O mesmo acontece em desertos e longos espaços de terra
ou areia quente. De acordo com Hewitt (2015), esse efeito se deve ao fato de
que o ar bem próximo à superfície é quente e, logo mais acima, o ar é mais frio.
Por estar mais quente, seu índice de refração é diferente, e a luz se propaga
mais rapidamente no ar quente. Assim, a luz que vem do horizonte do céu,
em vez de fazer trajetórias retilíneas, faz uma pequena curvatura sobre a
superfície quente antes de alcançar os nossos olhos (Figura 8).
Figura 8. A luz se desloca mais rapidamente sobre a superfície de ar quente, produzindo uma
curvatura na trajetória dos raios.
Fonte: Hewitt (2015, p. 527).
Refração e reflexão 11
Figura 9. Refração da luz para diferentes ângulos de incidência. O ângulo crítico é quando
existe reflexão total da luz, sem passar a superfície.
Fonte: Hewitt (2015, p. 531).
Figura 10. Fenômeno de refração e reflexão dos raios em função do ângulo de incidência.
Fonte: Knight (2009, p. 710).
(3)
Aplicando a lei de Snell e utilizando (3), vemos que o ângulo crítico para o
caso da Figura 9 (água e ar) é de θc = 48,75°. Para esse ângulo, a luz se refrata
sobre a superfície da água de forma horizontal, e, qualquer ângulo acima
desse, a reflexão é total.
Fibra óptica
Uma das aplicações tecnológicas mais interessantes do princípio de reflexão
interna total é a fibra óptica. Nela, a luz necessariamente deve ser injetada
com um ângulo de incidência específico, que deve ser maior do que o ângulo
crítico, de forma que não exista refração, somente reflexão interna. Dessa
forma, a luz é transportada através da fibra, que tem forma tubular, até chegar
a seu destino, onde há um receptor que interpreta os dados lumínicos (BAUER;
WESTFALL; DIAS, 2013; KNIGHT, 2009).
14 Refração e reflexão
Uma das vantagens da fibra óptica é que ela pode transportar a luz sem que
precise estar sempre reta; ela pode ter importantes e inúmeras curvaturas,
sempre que o ângulo de incidência da luz for maior do que o ângulo crítico
(θi > θc). Caso aconteça o contrário, a luz será absorvida pelos revestimentos
internos da fibra óptica. De acordo com Bauer, Westfall e Dias (2013), isso é
válido para aquelas fibras ópticas cujo diâmetro interno é maior que 10 µm.
As fibras ópticas utilizadas em comunicação são formadas por um núcleo
de vidro, que está envolto por um revestimento de outro tipo de vidro, cujo
índice de refração é menor que o do núcleo. Na Figura 11, é apresentado um
esquemático desse tipo de fibras ópticas.
Veja, na Figura 11, que o raio de luz vai “quicando” ao longo do percurso da
fibra óptica. De acordo com Bauer, Westfall e Dias (2013), a perda de potência
do feixe de luz na fibra óptica é mínima, devido ao fato de que a refração é
total, já que nnúcleo > nrevest. reflexão
Uma fibra óptica comercial clássica possui um núcleo de SiO2 dopado
com Ge, o que aumenta seu índice de refração, de modo que pode realizar
transmissões de dados em forma de luz a uma média de 500 m de distância,
sem perdas significativas. O tipo de luz que emitem os LEDs (diodos emissores
de luz) dedicados à transmissão de dados são pequenos pulsos curtos de
luz, mas com longos comprimentos de onda. A maioria das aplicações utili-
zadas em fibras ópticas é para a transmissão de dados digitais. Em sistemas
digitais, pequenas perdas de luz não afetam o sinal, o que os diferencia dos
sinais analógicos. Assim, na transmissão de dados via fibra óptica, mesmo
se tratando de sistemas digitais, a cada certa distância (500 m, por exemplo,
para o tipo de fibra óptica em questão), é necessário amplificar o sinal e
Refração e reflexão 15
Dispersão cromática
Vimos que o índice de refração de um meio óptico transparente altera a ve-
locidade do raio (no caso, monocromático) naquele meio. No entanto, Bauer,
Westfall e Dias (2013) afirma que o índice de refração também depende do
comprimento de onda da luz. Isto é, quando uma luz branca (com todos os
comprimentos de onda da luz visível) incide sobre uma interface entre dois
meios diferentes, cada cor (cada comprimento de onda) terá um ângulo de
refração diferente. Esse efeito é conhecido como dispersão cromática.
Geralmente, o índice de refração aumenta quanto menor é o comprimento de
onda da luz. Assim, a luz azul terá maior refração do que a luz vermelha, devido
ao fato de que o comprimento da primeira é menor, como visto na Figura 12.
Figura 12. Dispersão cromática para a luz refratada entre dois meios ópticos.
Fonte: Bauer, Westfall e Dias (2013, p. 32).
Figura 13. Feixe de luz branca sendo projetada em um prisma de vidro e apresentando
a dispersão cromática.
Fonte: Bauer, Westfall e Dias (2013, p. 32).
Veja, na Figura 13, que o feixe de luz branca é separado em seus diversos
comprimentos de ondas, e isso acontece porque cada comprimento de onda
é refratado a um ângulo diferente, confirmando o conceito de dispersão
cromática da luz. Nessa figura, somente são apresentadas três cores (ver-
melho, verde e azul); porém, quando a luz branca é refratada, é possível
observar, em sua dispersão cromática, todas as cores que observamos em
um arco-íris.
Um arco-íris é um fenômeno natural em que podemos observar o efeito
da dispersão cromática. Frequentemente, é visto quando está chovendo e os
raios do Sol incidem nas gotículas de água que estão caindo. Um observador
devidamente posicionado pode apreciar esse fenômeno, que, como o nome
já diz, tem forma de arco (BAUER; WESTFALL; DIAS, 2013).
No exemplo a seguir, veremos como utilizar um prisma para a medição
do índice de refração.
Refração e reflexão 17
Binóculos
Os óculos binoculares são dispositivos que utilizamos para aumentar a visão
a longas distâncias e que utilizam os princípios da reflexão e refração da luz
para funcionar. De acordo com Knight (2009), as lentes dos binóculos são mais
afastadas entre elas do que nossos olhos entre si, e isso requer que os raios
de luz sejam aproximados antes que a imagem esteja disponível nas oculares
do dispositivo. No lugar de utilizar espelhos, que podem sujar e precisar de
eventuais alinhamentos, os binóculos utilizam prismas, dois de cada lado do
dispositivo, como apresentado na Figura 16.
Figura 16. Os binóculos utilizam prismas e as propriedades de reflexão interna total (RIT)
da luz para funcionar.
Fonte: Knight (2009, p. 710).
Refração e reflexão 19
Na Figura 16, são empregadas duas peças prismáticas em cada lado do binó-
culo. Essa configuração permite que a imagem não apareça em posição normal,
devido ao fato de que cada prisma reflete a imagem em 180°. Assim, cada prisma
do binóculo inverte a imagem, de forma que, com uma dupla inversão dos raios,
as coisas podem ser vistas em posição normal (KNIGHT, 2009; HEWITT, 2015).
De acordo com Hewitt (2015), os binóculos utilizam os prismas para aumentar
o trajeto que os raios de luz percorrem até chegar nas lentes e, com isso, elimina
a necessidade de utilizar longos tubos para a fabricação desses dispositivos.
Assim, um binóculo compacto é tão eficiente quanto um telescópio mais longo.
Referências
BAUER, W.; WESTFALL, G. D.; DIAS, H. Física para universitários: óptica e física moderna.
Porto Alegre: AMGH, 2013.
HEWITT, P. G. Física conceitual. 12. ed. Porto Alegre: Bookman, 2015.
KNIGHT, R. D. Física 2: uma abordagem estratégica. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2009.
Leitura recomendada
YOUNG, H. D.; FREEDMAN, R. A. Física IV: ótica e física moderna. 12. ed. São Paulo:
Pearson, 2009.
Nesta Dica do Professor, você verá uma explicação sobre o melhor tamanho do espelho e sua
altura ideal, ou seja, como se deve resolver a questão do ponto de vista da reflexão de raios. Você
verá, ainda, como funcionam os espelhos planos e como são geradas as imagens virtuais neles.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/
cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/14e60ef80a710aee6dbf5c9e21a06d3b
3 min
elm = prov. tudo do Randall Knight vol2, cap23 !!
Quando se observa um raio refletido, esse raio faz com que vejamos um objeto
atrás do espelho, que nós chamamos de imagem virtual. Então os nossos olhos
observam a imagem virtual que está na mesma distância do espelho em que está o
objeto real. Essas distâncias são chamadas de s e s’ .
Se temos um objeto complexo com
uma grande quantidade de
pontos, cada ponto desse objeto
é refletido em um raio de luz.
Ao observarmos os raios
refletidos que estão do lado
oposto do espelho, nós
observamos esse objeto em forma
virtual. As distâncias nesse
caso são chamadas de Sp e
Sp’ . Os raios sempre atingem
lugares separados e diferentes
do espelho, porém o olho capta somente uma parte desses raios e depende também
do tamanho do objeto, ou seja, o olho capta apenas uma parte de toda a fração
dos raios refletidos.
A óptica geométrica pode ser usada
para instalar um espelho. Qual é a
altura e o tamanho adequado do
espelho para que possamos ver
completamente o nosso corpo dentro
do espelho? Se você tem uma altura
h, a que altura da parede o espelho
deve ser instalado para que você
possa ver a sua imagem inteira?
Para resolver essa questão, é
preciso utilizar o modelo de raios.
Neste caso, o modelo com dois raios é suficiente. Você deve conseguir enxergar
desde os pés até a cabeça e o tamanho do espelho tem que ser o menor possível.
Aqui temos uma representação de
uma pessoa que tem uma altura
h ; então dividimos este lado em
duas partes uma altura L1 e uma
altura L2 . A altura L1
corresponde do olho até a ponta da
cabeça e a altura L2 , do olho
até as pontas dos pés.
Para que a pessoa possa enxergar a
ponta da sua cabeça, ela projeta
um raio na borda superior e então,
mediante a lei de reflexão,
consegue ver a ponta da cabeça;
isto define a borda limite
superior do espelho.
De maneira similar, para a pessoa conseguir enxergar a ponta dos pés, a borda
inferior limite é fixada empregando a lei da reflexão para um raio
proveniente dos pés. Tracejado de uma linha horizontal a 1/2*L1 para o raio
da ponta da cabeça e, outra linha horizontal a 1/2*L2, para o raio da pés
definem a extensão do espelho, que resulta da soma das alturas 1/2*L1 mais
1/2*L2 , que vai valer 1/2*h, ou seja, metade da altura da pessoa.
Perceba que esse resultado não depende da distância que a pessoa está em
relação ao espelho.
_3.2_ Exercícios
A) L = 2,99792458×108m/s.
B) L = 200.000km/s.
C) L = 150.000km/s.
D) L = 1,998×106m/s.
E) L = 1,097×105km/s.
2) Em um experimento de óptica geométrica, um laser é apontado sobre uma lâmina de vidro de
2,54cm de espessura em um ângulo de 65º em relação à superfície do vidro, conforme a figura 1.
Qual é o ângulo de difração θ2 do laser dentro do vidro?
A) θ2 = 25º.
B) θ2 = 32,72º.
C) θ2 = 12,23º.
D) θ2 = 16,36º.
E) θ2 = 34,87º.
3) Você coloca uma lâmpada no fundo de uma piscina de 2,5m de profundidade. A lâmpada direciona
os seus raios principalmente para cima e para os lados da superfície, tal como apresentado na
figura. Qual é o diâmetro da circunferência luminosa projetada na superfície da piscina?
A) D = 6,8m.
B) D = 5,7m.
C) D = 5,2m.
D) D = 4,1m.
E) D = 2,5m.
4) Você está estudando óptica geométrica e decide realizar um experimento em laboratório.
Utilizando um laser, você aponta sobre uma lâmina de plástico poliestireno de 2,54cm de espessura
em um ângulo de θ1=35º em relação à normal da superfície, conforme a figura. Qual é o desvio que
apresenta o raio ao sair do poliestireno em relação à sua trajetória original?
A) d = 2,72cm.
B) d = 1,54cm.
C) d = 0,51cm.
D) d = 2,54cm.
E) d = 1,1cm.
5) Você dispõe de uma fibra óptica longa, cujo índice interno de refração é de n = 1,265. Ela não tem
revestimento e está no ar circundante. Uma das extremidades da fibra óptica é polida, de forma
que seja perpendicular à extensão da própria fibra. Assim, um laser incide um raio de luz bem no
centro de seção circular da fibra óptica, conforme mostra a figura:
De acordo com a situação problemática, qual é o ângulo máximo de incidência do raio de luz (θar)
na fibra óptica, de forma que a luz consiga ser transportada e não absorvida durante o trajeto pela
fibra óptica?
B) θar = 52,23º.
C) θar ≥ 37,77º.
E) θar ≤ 50,78º.
Pergunta - Ex. 5 -
nenhuma opção correta?
- A igualdade do
ângulo crítico de
reflexão total se
aplica?
- Com ângulo crítico,
haveria apenas uma
única reflexão e o
raio seria
transportado junto à
parede da fibra?
_3.2_ Na prática
O modelo de raios é um modelo teórico do comportamento da luz proposto por Newton e que
ainda hoje é utilizado em diversas aplicações. Ainda, a óptica geométrica é uma das áreas da Física
que já vinha sendo estudada há muito tempo, desde os gregos, que observavam os cosmos, até
Galileu Galilei, que fabricou o primeiro telescópio. Embora a óptica geométrica, em determinadas
ocasiões, precise de auxílios da óptica ondulatória, uma grande quantidade de exercícios e
explicações pode ser realizada utilizando leis básicas em conjunto com a aritmética e trigonometria.
Neste Na Prática, você verá um exemplo de aplicação da lei de reflexão, em que se trabalha com a
projeção da luz de um espelho sobre o chão de um quarto para decidir qual é o melhor local para
colocar a cama.
elm = Problema abaixo é quase igual ao Exemplo 23.1, p703 do Randall Knight vol2.
RESOLUÇÃO
O primeiro passo que Pedro precisa seguir é calcular o valor de h . Assim:
Refração
Veja, neste experimento de óptica geométrica, como um raio de luz pode mudar a sua trajetória.
http://www2.fc.unesp.br/experimentosdefisica/opt07.htm?v=670575606
Idéia do Experimento Uma caixa de sapatos com uma lâmpada dentro é arranjada de modo que
saia dela um feixe fino de luz. O feixe, ao atravessar uma caixa transparente cheia de água é
refratado, ficando claro que ele muda sua trajetória.
Pente reflexivo
Confira, nesta página, como é feito um experimento simples de óptica geométrica sobre a reflexão
da luz.
http://www2.fc.unesp.br/experimentosdefisica/opt03.htm?v=719808445
Idéia do Experimento
Um espelho é colocado na posição vertical em contato com a
superfície de uma mesa. Em sua frente, coloca-se um pente com os
dentes encostados na mesma superfície. Posiciona-se uma lanterna de
modo que a sombra produzida pelos dentes do pente atinjam o espelho
fazendo sombra na superfície, tanto quando incide no espelho, como
quando refletem. Para conferir a lei da reflexão coloque um papel na
superfície da mesa, em baixo do espelho e do pente. Risque o papel
com um lápis na base do espelho. Risque a trajetória de um dos raios
que saem do pente e são refletidos pelo espelho. Observe que no
papel aparecerá a trajetória de um dos feixes de luz. É possível
medir com um transferidor os ângulos de incidência e reflexão e
constatar que eles são iguais.
Formulações da óptica geométrica
Neste vídeo, veja as demonstrações de diferentes experimentos de óptica geométrica utilizando
raios, lentes e espelhos.
https://youtu.be/uKN3X16f-ng 5 min
pdf 87p
Diante de um quadro de desmotivação por parte dos alunos durante as aulas de física e
a presença de novas tecnologias digitais que podem auxiliar no ensino, o presente trabalho
consiste em propor uma metodologia capaz de promover uma aprendizagem em Óptica
Geométrica, especificamente o tema Reflexão, através do software Geogebra, como recurso
pedagógico
Nesta Unidade de Aprendizagem, você irá identificar os tipos de lentes esféricas existentes,
agrupados em grupos de lentes convergentes e divergentes. Você estudará a formação da imagem
e poderá compreender como as lentes podem ser associadas para gerar uma imagem de interesse.
Diversas tecnologias foram desenvolvidas por meio do uso de lentes, e você verá como várias delas
funcionam, desde câmeras fotográficas, microscópios e telescópios até a óptica da visão, os óculos
e as lentes de contato.
elm = Avaliação da aula. Ruim. Assinalada opções - Erros no conteúdo; - Precisei pesquisar
mais; - Conteúdo Livro difícil
_4.1_ Desafio
Você já utilizou uma lupa? Historiadores e antropólogos já haviam encontrado uma lupa feita de
quartzo na região da Assíria, cerca de 700 a.C. Há também relatos romanos do uso de lupas como
queimadores, entre 23 e 79 d.C.
Lupas são instrumentos ópticos que continuam fazendo parte do cotidiano de diversos
profissionais: esteticistas, técnicos e engenheiros eletrônicos, biólogos, médicos, joalheiros e todos
aqueles que necessitam ampliar seu objeto de trabalho para observá-los com mais detalhes.
Considerando as informações apresentadas e o uso desse sistema de lentes, você deve determinar:
2) A imagem produzida pela lente convergente servirá de objeto para a lupa de bancada. Qual a
posição dessa imagem intermediária para que a imagem resultante seja formada a 25cm da lupa?
3)) Sabendo que o objeto se encontra a 2cm da lente, qual é a vergência dessa lente convergente?
4) Qual o aumento obtido por essa composição de lentes? Como seria o diagrama de raios para
confirmar os seus resultados?
elm = Será isso? : 1) f2 = 6,25 cm 2) s2 = 6,25 cm 3) V1 = 1 / f1 = 0,614 4) m tot =
17,5 vezes.
1) Uma das informações fornecidas era a de que sua lupa de bancada tem aumento
angular de 4X. Esse aumento é obtido pela expressão:
0,25
𝑀= ,
𝑓
por considerar que o ponto próximo da visão humana se situa a 25cm de distância.
Dessa forma:
0,25 0,25
4= ⟹ 𝑓)*+, = = 0,0625𝑚 = 6,25𝑐𝑚
𝑓)*+, 4
Portanto, o comprimento focal da lupa de bancada é de 6,25cm.
2) Sabendo que o foco da lupa está localizado a 6,25cm e que a imagem é formada a
25cm (𝑝’)*+, = −25𝑐𝑚, pois a imagem é virtual), basta utilizar a equação das lentes
para obter a posição do objeto intermediário (𝑝)*+, ).
1 1 1 1 1 1 1 1 1
= + 7 ⟹ = + ⟹ = +
𝑓)*+, 𝑝 𝑝 6,25 𝑝 −25 𝑝 6,25 25
⟹ 𝑝)*+, = 5𝑐𝑚.
É importante perceber que 𝑝)*+, é a distância do objeto em relação à lupa. Mas 𝑝)*+, é a
posição da imagem formada pela lente do objeto localizado no ponto 𝑝)9:;9 = 2𝑐𝑚, e a
distância da lupa até a lente é de 15𝑐𝑚. Dessa forma, em relação à lente, 𝑝’)9:;9 =
15𝑐𝑚 – 𝑝)*+, = 10𝑐𝑚.
3) Com a posição do objeto (𝑝)9:;9 = 2𝑐𝑚) conhecida e a posição da imagem
intermediária calculada (𝑝′)9:;9 = 10𝑐𝑚), basta usar novamente a equação das lentes
para obter a vergência da lente. Assim:
1 1 1 1 1
= + 7= + = 60 𝑑𝑖𝑜𝑝𝑡𝑟𝑖𝑎𝑠
𝑓 𝑝 𝑝 0,02 0,10
4) Por fim, para obter o aumento da imagem final, basta obter o aumento provocado
pelas lentes e multiplicá-los.
I
+EFGH JK,LM
O aumento provocado pela lupa é: 𝑀)*+, =− =− = +5.
+EFGH K,KM
I
+ENOPN K,Q
O aumento provocado pela lente é: 𝑀)9:;9 =− =− = −5.
+ENOPN K,KL
Não há problema em utilizar outros raios para compor a imagem final e intermediária,
mas é importante que as imagens sejam obtidas corretamente.
_4.1_ Infográfico
Uma das principais aplicações da óptica geométrica em lentes é a visão humana. O olho humano é
composto por um sistema interessante de lentes convergentes, capaz de captar os raios luminosos
provenientes de um objeto e focalizá-lo no fundo do olho, sob a retina.
Neste Infográfico, você conhecerá a óptica da visão, por meio de representação simplificada do
olho humano. Você compreenderá como um olho perfeito (emétrope) deve funcionar e o que
ocorre quando alguns defeitos surgem, como aqueles que causam presbiopia, hipermetropia e
miopia. Por fim, você poderá acompanhar quais tipos de lentes corretivas são sugeridos para cada
situação.
COMO FUNCIONA O OLHO HUMANO?
O olho humano funciona como um sistema de lentes convergentes, capaz de formar
uma imagem real e invertida sobre a retina. A imagem é detectada pelas células
fotossensíveis da retina (cones e bastonetes), que produzem um sinal elétrico
conduzido pelo nervo óptico ao cérebro.
elm = Segundo
Bauer Wesfall,v2,
p47, Dioptria
(medida de
potência de uma
lente D), é
adimensional:
D = 1 m / f
VERGÊNCIA
A vergência (C) de uma lente esférica é definida como o inverso da distância
focal (f):
MIOPIA
> O que é: o sistema de lentes do olho é excessivamente convergente em
relação ao diâmetro do globo ocular.
> Quais os principais sintomas: não enxergar com nitidez de longe.
> Como resolver: deve-se usar óculos com lentes divergentes.
HIPERMETROPIA
> O que é: o sistema de lentes do olho é excessivamente divergente em relação
ao diâmetro do globo ocular.
> Quais o principais sintomas: não enxergar com nitidez de perto.
> Como resolver: deve-se usar óculos com lentes convergentes.
_4.1_ Conteúdo do livro
A compreensão dos fenômenos ópticos possibilitou grandes avanços para a ciência e a tecnologia
mundiais, em especial a descoberta de como a luz muda de direção ao passar de um meio para
outro. A refração da luz possibilitou o entendimento do processo da visão humana e de como
instrumentos ópticos poderiam ser desenvolvidos para corrigir problemas, aumentar a capacidade
de visualização de seres microscópicos ou de constelações muito distantes, guardar imagens de
momentos importantes, entre tantas outras aplicações.
Ca lor, traba lho e a prim eira Lei da Term od inâm ica ............................. 105
Alessandra de Castro Machado
A termodinâmica................................................................................................................................. 106
A primeira lei da termodin âmica............................................................................................... 111
Processos termod inâmicos........................................................................................................... 115
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Introdução
Lentes são estruturas ópticas baseadas no princípio físico da refração. As lentes
estão naturalmente presentes em nosso sistema de visão, mas também em lentes
corretivas, em microscópios, em telescópios, em câmeras fotográficas, etc.
Neste capítulo, vamos analisar os diferentes tipos lentes esféricas. Veremos
que, dependendo da posição em que o objeto se encontra e das características
físicas da lente, imagens podem ser reais ou virtuais, direitas ou invertidas, am-
pliadas ou reduzidas. Ainda, vamos explicar como os parâmetros físicos de uma
lente, como centro de curvatura, ponto focal próximo e ponto focal distante, são
utilizados para determinar as características da imagem por meio de uma equação
simples. Por fim, vamos aplicar a equação do fabricante de lentes e conhecer
outras aplicações e tecnologias desenvolvidas.
2 Óptica geométrica em lentes
Lentes e a refração
Certamente você se recorda que uma fonte luminosa, como o Sol ou uma
lâmpada, emite luz em todas as direções, sempre em linha reta. Essas ondas
eletromagnéticas, que são tratadas como raios luminosos na óptica geomé-
trica, interagem com a superfície dos materiais e dos objetos e, na maioria
dos casos, sofrem uma reflexão difusa, de forma aleatória e sem um padrão
definido. Dessa forma, podemos considerar que cada ponto de qualquer
objeto que nos é visível está refletindo luz em todas as direções.
Se você já estudou sobre os espelhos, viu que os raios luminosos que
incidiam em uma superfície bastante lisa, como um metal polido, eram re-
fletidos de forma especular, obedecendo às leis de reflexão. No entanto,
quando a luz incide sobre a interface entre dois meios transparentes como
ar e vidro, por exemplo, pode ser refletida e transmitida. Essa transmissão
da luz de um meio para outro é o que chamamos de refração (KNIGHT, 2009).
A lei física que nos diz como feixes luminosos se comportam ao partirem
de um meio transparente, com índice de refração n1, e atravessarem uma
interface seguindo para outro meio, com índice de refração n2, é a Lei de Snell:
refratados em direção ao eixo óptico. Elas são mais finas nas extremidades e
engrossam conforme se aproximam do eixo óptico. O ponto comum pelo qual
os raios que incidem paralelamente ao eixo da lente se cruzam é chamado de
ponto focal (F), enquanto a distância focal (f) é o comprimento entre a lente
e o ponto focal.
Figura 1. Trajeto dos raios paralelos ao atravessarem uma lente a) convergente, onde são
desviados na direção do eixo óptico e convergem para o ponto focal; b) divergente, onde o
desvio faz com que se afastem do eixo óptico, como se estivessem partindo do ponto focal.
Fonte: Knight (2009, p. 716).
Figura 2. Três conjuntos de raios luminosos que atravessam uma lente delgada convergente,
à esquerda, e divergente, à direita.
Fonte: Adaptada de Knight (2009).
Óptica geométrica em lentes 5
O ponto focal próximo de uma lente sempre estará voltado para o lado
onde se encontra o objeto, independentemente do tipo de lente.
Características
Situação Formação da imagem
da imagem
O mesmo tipo de lente pode ser utilizado para situações distintas. Quando
o objeto está localizado a uma distância maior que a distância focal de uma
lente convergente, como no primeiro caso do Quadro 1, a imagem é real. Ao
deslocar a posição do objeto em relação à lente, o plano da imagem também se
desloca. Quanto mais próximo o objeto está do ponto focal, maior será imagem
e mais distante estará do centro da lente. Quanto mais distante do ponto focal
o objeto estiver, menor será imagem, que será formada mais próxima ao eixo
da lente. Esse é o princípio de funcionamento de projetores, em que o ajuste
do foco da lente permite a formação de uma imagem nítida sob um anteparo.
Óptica geométrica em lentes 7
Figura 3. Principais tipos de lentes criadas por raios de curvatura distintos nas interfaces de
entrada e saída da superfície do material.
Fonte: Bauer, Westfall e Dias (2013, p. 44).
Exemplo
Uma lente côncavo-convexa possui um raio de curvatura R igual a 30 cm para
as duas superfícies. Quando imersa no ar (n1 = 1), a lente se comporta como
uma lente divergente de distância focal f = 90 cm. Um objeto é observado,
pela lente, a 40 cm de distância do eixo central. Assim, responda o seguinte.
Resposta:
O sinal negativo nos diz que a imagem formada é virtual, localizada a 27,7
cm do eixo da lente, do mesmo lado do objeto.
Lentes e aplicações
Uma das aplicações mais naturais de lentes em nosso dia a dia está, literal-
mente, na frente de nossos olhos. A visão humana foi desenvolvida graças
a um interessante sistema de lentes convergente composto por córnea,
humor aquoso, cristalino e músculos ciliares. O cristalino, principal lente do
olho humano, tem um papel importante: é uma lente de vergência variável.
Vergência (C) é uma grandeza inversa à distância focal definida por:
Óptica geométrica em lentes 11
Exemplo
Uma pessoa com hipermetropia não consegue ler um livro a uma distância
convencional. Ela precisa afastar o livro a uma distância de 75 cm para enxergar
corretamente. Com base nisso, responda o seguinte.
1. Qual deve ser a potência das lentes corretivas indicadas para que
consiga ler bem a uma distância de 25 cm?
2. Sabendo que o raio de curvatura da córnea do paciente é 0,8 cm, como
deve ser projetada a lente de contato? Considere que o material tem
índice de refração n = 1,46.
12 Óptica geométrica em lentes
Resposta:
Dessa forma, uma lente que fornece um aumento de 4×, por exemplo, tem
comprimento focal f = 0,25/4 = 6,25 cm.
Uma lupa nada mais é do que uma lente convergente que produz uma imagem virtual am-
pliada de um objeto. Essa imagem se forma a uma distância que ou se encontra no ponto pró-
ximo do olho ou além dele, assim um observador pode ver claramente a imagem. A ampliação
angular m 0 da lupa é definida como a razão do ângulo aparente subtendido pela imagem em
relação ao ângulo subtendido pelo objeto quando localizado no ponto p róximo.
A Figura 2.15 mostra a geometria de uma lupa. Pressuponha um objeto com altura h0 •
Sem uma lupa, o maior ângulo 0 1 que você pode conseguir e ainda ver o objeto nitidamente
ocorre quando você coloca o objeto no ponto próximo dpróximo(Figura 2.15a). Você pode obter
uma imagem ampliada de um objeto colocando o objeto dentro do comprimento focal de uma
lente convergente (Figura 2.lSb). Você, então, olha através da lente para a imagem, a qual está
intencionalmente localizada o mais distante possível do ponto próximo. Dessa forma, você
pode enxergar uma imagem ampliada, ereta e virtual. O ângulo subtendido pela imagem é 02 .
A ampliação angular da lupa é definida como
82
mo =- (2.4)
81
(a)
Imagem
(b)
h
tg81 =--º-.
dpróximo
ho
tg ()2 = - ,
f
onde fé o comprimento focal da lente. Supomos que o objeto está colo-
cado no ponto focal da lente, assim a imagem está em menos infinito.
(Reveja a Seção 2.1 em que um raio através do centro da lente não é
desviado. É esse raio que forma a hipotenusa do triângulo retângu lo
usado nesta equação.) Nós fazemos, então, uso da aproximação de ân-
gulos pequenos para obter tg 8 1 "" 8 1 e tg 8 2 "" 8 2 • Assim, a ampliação
angular de uma lupa pode ser escrita como
Supondo um valor típico para o ponto próximo de 25 cm (o qual é o valor para uma pessoa de
meia-idade; para um jovem de 20 anos, o ponto próximo pode ser perto de 10 cm), a ampliação
angular pode ser escrita como
m - dpróx1mo - 0,25 m
o- f - f (2.5)
Alternativamente, a imagem final pode ser colocada perto do ponto próximo. Usando a equa-
ção das lentes com d; = - d próximo para encontrar d" e então usando 82 = hJd0 , encontramos
m 8 = (0,25 m/f) + l, se dpróximo = 0,25 m. Doravante, a menos que citado, assumiremos que a
imagem está no infinito e usaremos a equação 2.5.
2.3 Exercidos
de sala de aula
Qual é o comprimento focal (em
metros) de uma lente de aumen-
to que fornece uma ampliação
angular de 6?
a) O,QlO m d) 0,042 m
b) 0,021 m e) 0,055 m
c) 0,035 m
formada pela primeira lente para, em seguira, utilizá-la como objeto para
a lente seguinte. A Figura 4 mostra dois exemplos de composição de lentes
esféricas. A Figura 4a mostra um sistema de duas lentes convergentes, onde a
imagem resultante é real e direita. Sistemas desse tipo podem ser utilizados
para projetar imagens em uma tela sem que estejam invertidas. Já a Figura 4b
mostra um sistema com uma lente divergente e outra divergente, onde a
imagem final é virtual e invertida em relação ao objeto original.
Figura 4. Sistema óptico composto por duas lentes, sendo (a) um sistema de duas lentes
convergentes e (b) um sistema de uma lente convergente e outra divergente.
Fonte: Bauer, Westfall e Dias (2013, p. 50).
Ashkin foi laureado com o prêmio Nobel de Física em 2018. Aproveite seu aprendi-
zado para se aprofundar nas aplicações da teoria, pesquisar seu desenvolvimento
e pensar em inovações e soluções de problemas da sociedade.
Referências
BAUER, W.; WESTFALL, G. D.; DIAS, H. Física para universitários: óptica e física moderna.
Porto Alegre: AMGH, 2013.
KNIGHT, R. D. Física 2: uma abordagem estratégica. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2009.
Leituras recomendadas
HEWITT, P. G. Física conceitual. 12. ed. Porto Alegre: Bookman, 2015.
YOUNG, H. D.; FREEDMAN, R. A. Física IV: ótica e física moderna. 12. ed. São Paulo:
Pearson, 2009.
Grande parte dos defeitos que envolvem a visão do ser humano está relacionada a problemas de
convergência da imagem sob a retina. O olho funciona como uma lente convergente que deve
projetar no fundo do olho uma imagem nítida, ajustando, para isso, o comprimento focal do sistema
natural de lentes que apresenta. Os conhecimentos da óptica geométrica em lentes possibilitaram o
desenvolvimento de lentes corretivas artificiais, como os óculos e as lentes de contato, capazes de
contrapor os efeitos de defeitos existentes.
Nesta Dica do Professor, você irá compreender como projetar uma lente delgada com um foco
específico a partir do raio de curvatura das superfícies dessa lente e do material utilizado (índice de
refração). Será apresentada, portanto, a equação do fabricante de lentes, enfatizando o que cada
uma das variáveis significa.
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4 min
Nessa Dica do
Professor você
compreenderá como a
Equação do
Fabricante de Lentes
é construída a
partir dos
conhecimentos da lei
da refração.
Se os ângulos θ1 e
θ2 forem pequenos,
podemos aproximar sen
θ1 por θ1 e sen θ2
por θ2 . Dessa forma
a Lei de Snell é
reduzida a
simplesmente a n1.θ1
= n2.θ2 .
Podemos aproximar também a tangente dos ângulos Alfa, Beta e Gama. Tangente de
Alfa é cateto oposto h sobre cateto adjacente p que é aproximadamente
igual ao próprio Alfa. Tangente de Beta é o cateto oposto h sobre R , que é
aproximadamente igual a Beta. Tangente de Gama é igual a h sobre p’ , que
é aproximadamente Gama. E das propriedades de ângulos externos
de triângulos temos também Theta1 = Alfa + Beta e Beta = Gama + Theta2 ;
Substituindo as
expressões desenvolvidas
na Lei de Snell
aproximada, chegamos a
expressão que define a
relação entre o ponto
objeto e imagem ao
passarem de um meio com
índice de refração n1
para outro meio com n2,
atravessando uma
superfície esférica de
raio R.
Fique atento à tabela de
convenção de sinais.
Numa lente delgada, os raios luminosos atravessam uma superfície curva duas
vezes e a espessura é desprezível.
Os raios luminosos provenientes do ponto P sofrem desvio na primeira
superfície como se eles estivessem partindo do ponto imagem em P’ em
direção à segunda superfície; ao atravessá-la, os raios serão desviados mais
uma vez, gerando um ponto imagem em P’’ .
Analisando uma lente delgada de índice de refração n imersa no ar, que tem
índice de refração igual 1, você pode utilizar a expressão deduzida para
Superfície 1 e considerar que o ponto e imagem da Superfície 1 servirão de
objeto para a Superfície 2.
Aí, basta somar as duas equações e rearranjar os termos para obter essa
expressão: 1/p + 1/p’’ = (n-1) (1/R1-1/R2).
1) Uma lupa de comprimento focal de 5cm é utilizada para observar uma formiga de cerca de
2mm de comprimento.
Quando a lupa é colocada a 4cm de distância do inseto, qual o tamanho da imagem obtida?
A) 20,0cm.
B) 1,0cm.
C) 1,25cm.
D) 0,75cm.
E) 10,0cm.
2) Uma pessoa com miopia foi ao oftalmologista para analisar sua visão e definir a vergência
atualizada das suas lentes de contato corretivas. O médico fez os exames e constatou a
necessidade de lentes de -0,5 dioptrias para ambos os olhos.
Sabendo que com as lentes ela enxerga perfeitamente, qual a distância máxima que o
paciente ainda consegue enxergar com nitidez (ponto distante do olho)?
A) 5m.
B) 20m.
C) 2m.
D) 1m.
E) 10m.
3) Um objeto é posicionado na frente de uma tela a uma distância d=1,5m. Uma lente delgada
convergente, de raio de curvatura de 30cm, é posicionada entre a tela e o objeto, conforme mostra
a figura:
Em qual(quais) posição(posições) a
lente pode ser colocada para que
a imagem do objeto seja projetada
de forma nítida na tela?
A) p=0,67m ou p=0,83m.
B) p=1,17m.
C) p=0,45m ou p=1,05m.
D) p=0,17m ou p=1,33m.
E) p=0,34m.
Primeiramente, como as posições da tela e do objeto são fixas, pode-se
estabelecer uma relação funcional entre 𝑝, 𝑝’ e 𝑑. Assim:
𝑝& = 𝑑 − 𝑝.
Substituindo esse resultado na equação das lentes esféricas, tem-se que:
1 1 1 1 1 1 𝑑−𝑝+𝑝 𝑑
= + & ⟹ = + = =
𝑓 𝑝 𝑝 𝑓 𝑝 (𝑑 − 𝑝) 𝑝(𝑑 − 𝑝) 𝑝(𝑑 − 𝑝)
𝑝(𝑑 − 𝑝) = 𝑑𝑓 ⟹ 𝑝0 − 𝑝𝑑 + 𝑑𝑓 = 0.
𝑅 30
𝑑 = 1,5 𝑚; 𝑓 = = = 15 𝑐𝑚 = 0,15𝑚
2 2
Na solução da equação de segundo grau, tem-se que:
A lente L1 é uma lente bicôncava, feita em policarbonato (n=1,58), com ambas as superfícies com
raio de curvatura R=20cm. Já a lente L2 é uma lente convergente, biconvexa, de comprimento focal
f=30cm e distante 40cm à direita de L1. Qual a distância (d) da imagem final em relação ao objeto?
A) d = 1,18m.
B) d = 0,48m.
C) d = 0,73m.
D) d = 1,43m.
E) d = 0,92m.
Primeiramente, é necessário determinar o comprimento focal da lente
divergente bicôncava. Para isso, é necessário utilizar a equação dos
fabricantes de lentes, junto com a informação de que o raio de curvatura de
ambas as faces é de 20cm.
1 1 1
= (𝑛 − 1) * − -
𝑓$ 𝑅$ 𝑅,
1 1 1 2
= (1,58 − 1) * − - = 0,58 *− - = −5,8
𝑓$ (−0,2) 0,2 0,2
𝑓$ = −0,172𝑚.
Perceba que a face com 𝑅$ é côncava em relação ao objeto; por isso, o valor de
𝑅$ é negativo. O foco também é negativo, o que era de se esperar para uma
lente divergente.
1 1 1 1 1 1
= + 9 ⟹ = + 9
𝑓 𝑝 𝑝 −0,172 0,3 𝑝
1 1 1
= − − = −9,14
𝑝9 0,172 0,3
𝑝9 = −0,109𝑚
1 1 1 1 1 1
= ∗ + ∗9 ⟹ = + ∗9
𝑓 𝑝 𝑝 0,3 0,509 𝑝
1 1 1
= − = 1,37
𝑝∗9 0,3 0,509
𝑝∗9 = 0,73𝑚
Sabe-se que 𝑝∗9 é a distância da segunda imagem formada (imagem final) em
relação à lente 𝐿, . Dessa forma, para obter a distância da imagem final em
relação ao objeto, é necessário somar a distância entre 𝐿$ e 𝐿, e a distância 𝑝:
Sabendo que a distância focal f1 = 20cm e f2 = -30cm, qual é o efeito produzido com a variação da
distância entre as lentes, partindo de x = 100mm até x = 50mm?
1 1 1 1 1 1
= + ( ⟹ = lim 2 3 + ( ⟹ 𝑝( = 𝑓& .
𝑓& 𝑝 𝑝 𝑓& .→01 𝑝 𝑝
𝑝∗ = −(𝑝( − 𝑥) = −(𝑓& − 𝑥)
1 1 1 1 1 1
= ∗ + (∗ ⟹ = + (∗
𝑓: 𝑝 𝑝 𝑓: −(𝑓& − 𝑥) 𝑝
1 1 1 𝑓& − 𝑥 + 𝑓:
= + =
𝑝(∗ (𝑓& − 𝑥 ) 𝑓: 𝑓: (𝑓& − 𝑥 )
𝑓: (𝑥 − 𝑓& )
𝑝∗( = .
𝑥 − (𝑓& + 𝑓: )
O foco efetivo do sistema será, portanto, a soma do ponto imagem gerado pela
segunda lente e a distância entre as duas lentes:
𝑓: (𝑥 − 𝑓& )
𝑓;< = 𝑥 + 𝑝∗( = 𝑥 + .
𝑥 − (𝑓& + 𝑓: )
(−30)(10 − 20)
𝑓;< = 10 + = 25𝑐𝑚.
10 − (20 − 30)
(−30)(5 − 20)
𝑓;< = 5 + = 35𝑐𝑚.
5 − (20 − 30)
Neste Na Prática, você conhecerá Amanda, uma fotógrafa profissional que precisa conhecer os
princípios físicos do funcionamento de seu instrumento de trabalho para tomar as decisões corretas
e tirar as melhores fotografias. Veja como Amanda manipula lentes com comprimentos focais e
abertura do diafragma distintos em diferentes situações de seu dia a dia.
CASO
Amanda foi convidada por uma revista para fotografar uma
montanha de cerca de 1km de altura e 5km de extensão.
Ela precisa adquiris, portanto, uma lente de distância focal menor que
14,4mm , uma ultra wide angle, lentes de ângulo ultra-amplo.
Com todos os detalhes planejados e calculados, Amanda fez uma excelente foto,
e seu trabalho rendeu a capa da revista, um resultado que demonstra como os
conhecimentos de Física foram importantes para sua carreira.
_4.1_ Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
https://youtu.be/FG215URhvhQ 7 min
Jul 13, 2019 Como funcionam os telescópios? Nessa edição você fica sabendo os tipos de
telescópios e como eles funcionam. Além disso, o prof. Roberto Boczko (IAG/USP) conta como
os astrônomos fazem os telescópios "enxergarem" o espectro invisível, como o infravermelho e
os raios gama.
https://phet.colorado.edu/pt_BR/simulations/geometric-optics
pdf 163p
Agora que já estudamos em detalhe os diversos aspectos da refração luminosa, podemos aplicar
nossos conhecimentos ao estudo das lentes. Uma lente é um sistema óptico feito de material homogêneo e
transparente à luz, cujo funcionamento é baseado na refração. De fato, podemos dizer que as lentes estão para
a refração assim como os espelhos estão para a reflexão, e é possível traçar alguns paralelos entre os dois
sistemas ópticos, como veremos.
As lentes possuem muitas aplicações do dia a dia, estando presentes em óculos, lupas,
microscópios, telescópios, projetores, dentre vários outros exemplos.
Figura 1: Uma lupa consiste essencialmente de uma lente presa a uma haste.
Nos nossos estudos, vamos nos concentrar em uma classe particular de lentes, chamadas de lentes
delgadas. Tais lentes são caracterizadas por possuírem uma espessura muito menor que seu raio de curvatura
típico. Além disso, podemos classificar as lentes como convergentes ou divergentes, dependendo do seu
formato e da relação entre o índice de refração do material de que é feita a lente e o índice de refração do
meio no qual a lente está inserida.
Figura 2: Do lado esquerdo, temos uma lente de borda fina (note que as extremidades são menos espessas
que a região central). Do lado direito, temos uma lente de borda grossa (note que as extremidades são mais
espessas que a região central).
De acordo com a convenção mais comum, lentes de borda fina ou grossa são representadas
esquematicamente como mostrado na figura 3.
Figura 3: Do lado esquerdo, temos a representação de uma lente de borda fina (note que as setas apontam para
fora da lente). Do lado direito, temos a representação de uma lente de borda grossa (note que as setas apontam
para dentro da lente).
Finalmente, a classificação da lente também depende do seu índice de refração (nL) e do índice de
refração do meio no qual ela está inserida (nM), como mencionado na introdução. Na situação mais comum,
temos nL > nM. Neste caso, lentes de borda fina são convergentes, enquanto lentes de borda grossa são
divergentes. Se nL < nM, então a classificação é invertida. Tais informações estão resumidas na tabela abaixo.
Note que um mesmo objeto pode funcionar como uma lente convergente ou uma lente divergente, dependendo
do meio no qual está inserido.
Mas o que significa, na prática, uma lente ser convergente ou divergente? O fato de a lente ser
convergente implica que, quando raios luminosos incidem sobre a lente paralelamente ao seu eixo de simetria
(chamado de eixo principal ou eixo focal), aqueles raios sofrem refração e convergem para um único ponto. Por
outro lado, se a lente é divergente, aqueles raios paralelos sofrem refração e divergem, como se tivessem partido
de um único ponto. A figura abaixo, na qual supomos nL > nM, ilustra essas duas possibilidades.
Figura 4: Do lado esquerdo, temos a representação de raios luminosos incidindo paralelamente sobre uma lente
convergente. Do lado direito, temos a representação de raios luminosos incidindo paralelamente sobre uma lente
divergente. (Note que estamos supondo nL > nM).
Como já adiantamos no final da seção anterior, o eixo de simetria recebe o nome de eixo principal ou
eixo focal. O ponto O onde esse eixo intercepta a lente é chamado de centro óptico da lente. Os pontos F e F´
são os focos da lente, enquanto os pontos A e A´ são chamados de pontos antiprincipais.
A distância f entre O e F (que é igual à distância entre O e F´), é a distância focal da lente; já a distância
entre O e A (que é igual à distância entre O e A´) é o raio da lente, denotado por r. Assim como nos espelhos
esféricos, vale a relação r = 2f, o que resulta numa analogia entre o ponto antiprincipal da lente e o centro de
curvatura de um espelho esférico. De fato, esse é um dos paralelos que podemos traçar entre lentes e espelhos
esféricos. Veremos mais alguns nas próximas seções.
P/espelhos SIM, p/lentes NÂO!
(ver próx. pág.)
2. Tipos e nomenclatura de lentes esféricas
Até aqui, temos classificado os formatos das lentes que estudamos de forma genérica, como lentes de
borda fina ou lentes de borda grossa. Vimos também que, na situação (mais comum) em que o índice de
refração do material de que a lente é feita é maior que o índice de refração do meio no qual ela está inserida,
uma lente de borda fina é convergente, enquanto uma lente de borda grossa é divergente.
Aprofundando nosso estudo das lentes delgadas, vamos agora discutir alguns formatos específicos de
lentes, conhecidas como lentes esféricas. Nessas lentes, pelo menos uma parte da sua superfície tem o formato
de uma calota esférica, como ficará mais claro no decorrer deste texto. Veremos que as lentes esféricas de borda
fina ou grossa podem ser de seis tipos diferentes: biconvexa, plano-convexa, côncavo-convexa, bicôncava,
plano-côncava ou convexo-côncava. Tal nomenclatura será explicada nas próximas subseções.
Se a superfície completa de uma lente é formada pela união de duas superfícies convexas, a lente é
chamada de biconvexa. Um exemplo de lente biconvexa é dado na figura a seguir. Note que os raios das calotas
esféricas que dão formato à lente não precisam ser iguais.
https://cref.if.ufrgs.br/?contact-pergunta=distancia-focal-de-lentes-e-espelhos
Distância focal de lentes e espelhos 15 de março, 2014 às 16:52 | Postado em Óptica geométrica
Nos espelhos esféricos de Gauss é válida a relação do raio de curvatura R com sua distância focal f (R = 2.f), mas nas lentes
não há essa validade, gostaria de saber se você tem algum material que possa me fornecer explicando porque o não da
validade.
Para se entender a razão de a distância focal de uma lente esférica delgada NÃO ser função exclusiva dos raios de
curvaturas das superfícies refratoras consideremos um sistema simples.
Imaginemos dois meios com índices de refração diversos cuja interface é uma superfície esférica, sendo do CC o centro de
curvatura da superfície conforme representado na figura abaixo.
O ângulo de incidência α define o ângulo de reflexão β pois como é bem sabido a Lei
da Reflexão afirma serem iguais os dois ângulos.
Uma lente possuiu usualmente duas superfícies de separação entre os dois ou até três meios diferentes. A distância focal da
lente dependerá então dos raios de curvatura das superfícies que separam os diferentes meios e dos índices de refração dos
diferentes meios.
A refração no olho humano acontece PRINCIPALMENTE na interface da córnea com o ar. O restante das refrações no
interior do olho (por exemplo no cristalino) muito pouco altera a trajetória de um raio luminoso comparado com o desvio
acontecido na interface da córnea com o meio externo. O meio externo não é ar para um mergulhador sem óculos de
mergulho. Todos os mergulhadores se tornam hipermétropes quando tentam olhar embaixo da água pelo fato de que a luz
ao atravessar a interface da água com córnea sofre menor desvio do que quando vem do ar. Uma forma de reduzir este
efeito é pela contração da pupila que acontece com pessoas do povo moken da Tailândia.
Ainda sobre o tema do mergulho há um outro aspecto interessante. Megulhadores podem necessitar em seus óculos de
mergulho lentes corretoras de algum defeito de visão. Tais lentes operam então sobre os raios luminosos de maneira inusual
para a quase totalidade das lentes que conhecemos: elas operam da água para a lente e depois da lente para o ar anterior
ao olho do mergulhador. Lentes de mergulho NÃO podem ser usados no ar pois no ar apresentam “grau” maior (vergência
mais acentuda) do que na água.
Figura 6: Exemplo de lente esférica biconvexa.
Quando a lente tem o formato da região compreendida entre o interior de uma calota esférica e um dado
plano, como ilustrado na figura abaixo, ela recebe o nome de plano-convexa.
Quando a lente tem o formato da região compreendida entre o exterior de uma calota esférica e um dado
plano, como ilustrado na figura abaixo, ela recebe o nome de plano-côncava.
Figura 11: Exemplo de lente esférica convexo-côncava (note que r1 > r2).
Nesta seção, continuaremos o estudo das lentes delgadas, iniciado nas seções anteriores. Em particular,
analisaremos os comportamentos de alguns raios particulares que incidem sobre as lentes convergentes e
divergentes, que são essenciais para compreender a formação de imagens por tais lentes, conforme veremos mais
adiante.
Os raios particulares que estudaremos têm propriedades muito semelhantes às dos raios particulares
estudados no contexto dos espelhos esféricos. A principal diferença é
que, enquanto os raios luminosos são refletidos pelos espelhos, eles sofrem refração ao entrar em contato com
as lentes.
3.1 Refração de raios particulares nas lentes convergentes
Para compreender a formação de imagens por lentes delgadas, é importante conhecer os comportamentos
de alguns raios particulares ao serem refratados por aquelas lentes. Esses são os raios incidentes que passam (ou
cujos prolongamentos passam) por um dos pontos especiais sobre o eixo focal da lente: os pontos antiprincipais,
os focos ou o centro óptico. Ao longo desta seção, suporemos sempre que o índice de refração do material de que
é feita a lente é maior que o índice de refração do meio do qual aquela está inserida.
Apresentamos abaixo uma tabela com um resumo dos raios particulares e seu comportamento após
sofrerem refração em uma lente convergente. Note as semelhanças com os raios particulares estudados no
contexto dos espelhos esféricos.
A figura abaixo ilustra a refração dos raios particulares no caso de uma lente convergente.
Figura 13: Raios particulares sendo refratados por uma lente convergente.
Note que a determinação do comportamento dos raios particulares acima não envolve traçar seus
prolongamentos. Neste sentido, as lentes convergentes são análogas aos espelhos côncavos. Como veremos a
seguir, a situação é bem diferente no caso das lentes divergentes.
Podemos começar com o caso que é idêntico nos dois tipos de lente. De fato, assim como ocorre na lente
convergente, raios luminosos que incidem sobre centro óptico O da lente divergente também são transmitidos
sem alterar sua direção. Os demais raios particulares são definidos não pelos pontos onde cruzam o eixo focal,
mas pelos pontos pelos quais os seus prolongamentos passam.
Apresentamos abaixo uma tabela com um resumo dos raios particulares e seu comportamento após
sofrerem refração em uma lente divergente.
Ponto antiprincipal imagem (atrás da lente) Na direção do ponto antiprincipal objeto (na
frente da lente).
A figura abaixo ilustra a refração dos raios particulares no caso de uma lente divergente.
Figura 14: Raios particulares sendo refratados por uma lente divergente.
Note que a determinação do comportamento dos raios particulares acima envolve traçar seus prolongamentos.
Neste sentido, as lentes divergentes são análogas aos espelhos convexos.
Como veremos mais adiante, essas analogias entre espelhos côncavos e lentes convergentes e entre
espelhos convexos e lentes divergentes também se farão presentes no estudo da formação de imagens por
lentes delgadas, onde a análise dos raios particulares é fundamental.
4. Referências
[1] https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/1/15/Magnifying_Glass_Photo.jpg (Figura 1, acesso em
20/02/2021)
Aula 4.2
1.1 - Ondas: conceito e classificação
1.2 - Período de frequência e velocidade de uma onda
2.1 - Ondas eletromagnéticas e sonoras e sua interação com a matéria
2.2 - Osciladores e o movimento harmônico simples
3.1 - Luz e óptica: definições
3.2 - Refração e reflexão
4.1 - Óptica geométrica em lentes
4.2 - Óptica geométrica em espelhos
Conteúdo Complementar (não conta p/ avaliações, mas conta p/ frequência)
__ C.1 Movimento ondulatório Unidimensional
__ C.2 Movimento ondulatório bidimensional
__ C.3 Interferência e efeito Doppler
__ C.4 Modelo ondulatório e geométrico da luz
__ C.5 Fenômeno da luz
Bons estudos.
elm = Avaliação da aula. Boa. Comentário: Adotar um único livro-texto ou apostila para todas
as aulas. Do jeito atual, um capítulo de livro diferente a cada aula, assunto fica truncado
e/ou com lacunas e/ou repetitivo e/ou bagunçado - dificulta, desestimula o aprendizado.
Infográfico: informa mal, não dá para entender a ilustração, melhor descartar.
Na Prática: informa pouco, melhor descartar.
_4.2_ Desafio
Muitas vezes, o nome está associado a alguma informação, como um apelido. Sendo assim, pode-se
explicar o porquê de os espelhos esféricos serem divididos em convergentes e em divergentes?
Em um espelho, os raios de luz são refletidos; se forem esféricos, existem diversos fenômenos que
podem surgir na imagem, como o seu aumento. Tudo depende da posição em que o objeto se
encontra e do tipo de espelho esférico.
_4.2_ Conteúdo do livro
O trecho selecionado para estudo nesta Unidade de Aprendizagem aborda tópicos sobre espelhos:
planos, côncavos, convexos e parabólicos.
Acompanhe um trecho do livro Física para universitários: óptica e física moderna. Inicie a leitura a
partir do tópico "Imagem formada por um espelho plano".
CDU 535
!Sumários resumidos!
Mecânica
CAPÍTULO 1 Visão Geral CAPÍTULO 7 Momento e Colisões
Eletricidade e Magnetismo
CAPÍTULO 1 Eletrostática CAPÍTULO 7 Magnetismo
- O QUE APRENDEREMOS
• Em situações nas quais o comprimento de onda é pequeno
comparado a outras escalas de comprimento em um sistema
• A luz é refratada (muda de direção} quando incide sobre um
contorno entre dois meios optican1ente transparentes.
físico, ondas de luz podem ser descritas como raios lumino-
• A Lei de Snell estabelece que o produto do índice de refração
sos, movendo-se em trajetórias retilíneas, representando a
do meio do raio luminoso incidente vezes o seno do ângulo
direção de uma onda luminosa se propagando.
de incidência no contorno é igual ao produto do índice de
• A lei da reflexão estabelece que o ângulo de incidência é igual refração do meio do raio luminoso refratado vezes o seno do
ao ângulo de reflexão. ângulo da luz transmitida.
• Espelhos podem focalizar luz e produzir imagens governadas • Quando a luz atravessa o contorno entre dois meios e o ín-
pela equação dos espelhos, a qual estabelece que o inverso da dice de refração do segw1do meio é menor do que o índice
distância ao objeto mais o inverso da distância à imagem é de refração do primeiro meio, há um ângulo crítico de inci-
igual ao inverso da distância focal do espelho. dência acima do qual não há refração e, em vez disso, a luz é
totalmente refletida.
O estudo da luz é dividido em três campos: óptica geométrica, óptica ondulatória e óptica
quântica. Este capítulo discute a óptica geométrica, na qual luz é caracterizada como raios. A
óplica quântica se utiliza do fato de a luz ser quantizada, sua energia é localizada em partículas
pontuais chamadas fótons (Capítulos 4 e 5).
Arcos-íris (Figura 1.1) podem ser vistos somente quando há gotas de água no ar e o sol
está atrás do observador. Por quê? O motivo tem a ver em como as gotas de água refletem e
refratam a luz - os dois processos ópticos que são o assunto principal deste capítulo.
Já vimos que luz é uma onda, mas neste capítulo iremos examinar situações em que o
comprimento de onda é pequeno quando comparado às demais dimensões físicas do siste-
ma. Nesse caso, podemos ignorar o caráter ondulatório da luz e considerar somente como
a luz viaja pelo ar - ou vidro ou água ou qualquer outro meio. Modelar a luz dessa forma é
suficiente para explicar a óptica de espelhos, lentes e outros dispositivos ópticos, incluindo
prismas e até mesmo arco-íris. Mais adiante, no Capítulo 3, iremos examinar sistemas nos
quais o comprimento de onda não é tão pequeno e veremos como isso origina outros fenô-
menos ópticos.
Este capítulo considera em primeiro lugar a luz visível, mas lembre-se que as leis da refle-
xão, refração e formação de imagem também se aplicam a outros tipos de ondas eletromagné-
ticas. Por exemplo, muitas propriedades úteis das ondas de rádio são baseadas na reflexão e na
refração.
Vimos que as ondas eletromagnéticas se espalhavam esfericamente a partir de uma fonte pon-
tual. As esferas concêntricas amarelas na Figura 1.2 representam o espalhamento de frentes d e
' onda esféricas da luz emilida por uma lâmpada incandescente (uma frente de onda é o local
~ .: /
geométrico dos pontos que Lêm o mesmo valor inslanlâneo para o campo elétrico). As flechas
pretas são os raios d e luz, os quais são perpendiculares à frente de onda em cada ponto do
espaço e apontam na direção e no sentido da propagação da luz. As ondulações em vermelho
0 ºoVV vvv . representam o campo elétrico oscilante.
Ondas luminosas longe da fonte podem ser tratadas como ondas planas cujas frentes de
onda viajam em linha rela (Figura 1.3). Esses planos viajando podem ainda ser representados
por vetores paralelos ou por flechas perpendiculares às superficies dos planos. Neste capítulo,
iremos lralar a luz como um raio viajando em uma linha rela enquanto denlro de um meio
homogêneo. Tratando a luz como raios nos permitirá analisar e resolver um grande número de
problemas práticos, ambos geometricamente e por meio de várias construções.
Figura 1.2 Luz se espalhando de
A experiência do dia a dia nos diz que a luz viaja em linha rela. Não podemos enxergar
uma fonte. Amarelo: frentes de onda
esférica; vermelho : campo elétrico facilmente que a luz é uma estrutura ondulatória o u uma estrutura quântica, visto que os com-
oscilante; preto: raios. primentos de onda da luz visível (400-700 nm) são pequenos comparados às estruturas que
formam a nossa experiência do cotidiano (algumas notáveis exceções, como películas de sabão,
serão discutidas no Capítulo 3).
Capítulo 1 Óptica Geométrica 9
'V
~
D /'\.
~
D
~
~
-d- -01
"'
l
7
V V
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~ ~ ~ -----------1
"' 'V
'V
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~ -<::~- ---=---~~~~~
----------1. ~
--
----------_J
"'
l
V 7 V
' ------- ---
---
Figura 1.3 Planos representando frentes de onda de uma onda de luz se
propagando. As oscilações senoidais em vermelho representam o campo Figura 1.4 Luz brilhando através de uma abertura sobre uma tela.
elétrico ou magnético oscilante. As flechas pretas são os corresponden-
tes raios de luz que são sempre perpendiculares à frente de onda.
Uma pessoa posicionada fora do b rilho dos raios do Sol irá ver sombras causadas pelos obje-
Los sob a luz do Sol Os limiles das sombras serão delimiLados com razoável precisão; d essa forma,
o indivíduo concluirá que a luz se propaga em linhas retas e os objetos bloqueiam os raios de luz
vindos do Sol quando eles colidem com o objelo. Uma sombra é criada onde a luz é inlerceplada,
enquanto áreas iluminadas são criadas onde os raios d e luz não interceplados continuam em li-
nhas relas e alingem o solo ou o ulras superfícies. A sombra não é complelamenle escura, porque
a luz é espalhada por outras superfícies e ilumina parcialmente a área sombreada, e o limite da
sombra não é complelamenle preciso, pois o Sol tem um diâmeLro não desprezível Apesar disso, a
formação de sombras ainda fornece credibilidade à hipótese do movimento retilineo da luz.
Essa observação pode ser feila d e uma forma mais controlada colocando-se um carlão
contendo um pequeno orifício no meio na frente da luz emitida por uma lâmpada incandes-
cenle (Figura 1.4), o que produz uma mancha circ ular b rilhanle sobre a Lela - a imagem. Assim,
uma aber tura menor irá produzir uma imagem m enor sobre a tela. Uma abertura maior irá
produzir uma imagem maior.
Se a fonte luminosa for suficiente men te pequena Ctipo pontual"), a semelhança de triân-
g ulos na Fig ura 1.4 pode ser uLilizada para achar a relação enlre o tamanho da abertura {r), o
tamanho da imagem (R), a distância e ntre a fonte luminosa e a abertura (d) e a d istância entre
a abertura e a Lela (D):
(1.1)
PROBLEMA
A que distância se encontra a lâmpada incandescente da parede?
SOLUÇÃO
PENSE
A lâmpada incandescente é pequena, significando que podemos desprezar seu tamanho e tratá-la
como wna fonte pontual. O triângulo formado pela lâmpada e pela parede é semelhante ao triâ11-
gulo formado pela lâmpada e pela sombra. Foi fornecida a distância da bola até a parede, assim
podemos achar a distância da lâmpada até a bola, adicionando esse comprimento à distância da
bola à parede, obtendo a distância da lâmpada até a parede.
Continua ~
10 Física para Universitários: Óptica e Física Moderna
DESENHE
A Figura 1.5 mostra o desenho de uma lâmpada incandescente projetando a sombra de uma bola
sobre uma parede.
PESQUISE
Lâmpada O triângulo formado pela lâmpada e pela bola é semelhante ao triângu-
incandescente Bola Parede
--·~ó====~= = ====~====~==~~=1·
lo formado pela lâmpada e pela sombra. Usando a equação 1.1, pode-
mos escrever:
-------- ------
-y-----------
1
onde r é o raio da bola, R é o raio da sombra projetada sobre a parede,
d é a distância da lâmpada até a bola e D é a distância da bola até a
parede.
Figura 1.5 Lâmpada projetando a sombra de uma bola sobre
uma parede. SIMPLIFIQUE
Podemos rearranjar a lei dos raios, obtendo
Rd
d + D=-.
r
d =_E__ = rD .
R R- r
- -1
r
rD
d lâmpada = d+ D = - - + D.
R- r
CALCULE
Colocando nossos valores numéricos, temos
rD (1,99 m )(0,143 m)
d lâmpada =-- + D = ( .) ( ) + 1,99 m = 2,15583 + 1,99 = 4, 14583 m.
R- r 0,275 m - 0,143 m
ARREDONDE
Registramos nosso resultado com três algarismos significativos
dlâmpada = 4,15 m.
SOLUÇÃO ALTERNATIVA
Avaliando nosso resultado, calculamos a razão de r/ d e comparamos o resultado com a razão
R!(d+D) , que devem ser iguais de acordo com a lei dos raios - equação 1.1. A partir do exposto
anterior, notamos que a distância da lâmpada até a bola é 2,16 m. A primeira razão é
A segunda razão é
R 0,275 m 0,0663.
d+ D 4,15m
Nossas razões concordam dentro do erro de arredondamento; assim, nossa resposta parece razoável.
Capítulo 1 Óptica Geométrica 11
Como uma segunda avaliação do nosso resultado, podemos analisar os casos limite e ver se
eles concordam com nossas expectativas. O que acontece com nosso resultado no caso limite em
que a distância d da lâmpada até a bola é grande comparada à distância D da bola até a parede?
Esse é um caso análogo à luz do Sol atingindo a bola e projetando uma sombra. Nessa situação,
sabemos que a sombra é aproximadamente do mesmo tamanho que a bola. E o caso limite na
nossa fórmula r/d=R/(d+D) confirma tal fato, uma vez que d D vemos que r/d=R/(d+D) ≈ R/d
e assim r ≈ R.
O que acontece com o caso inverso, com d D, onde a lâmpada está muito próxima da bola
quando comparada à distância entre a bola e a parede? O tamanho da sombra diverge. Nossa fór-
mula também mostra esse caso limite, porque R=(d+D)r/d ≈ rD/d r, ou seja, o raio da sombra
se torna muito grande comparado ao raio da bola.
Vamos finalizar esta discussão introdutória dos raios de luz e do traçado dos raios de luz com
uma observação muito importante: o sentido dos raios é reversível. Na discussão que segue da
reflexão e refração em superfícies através de fronteiras entre diferentes meios, raios de luz irão
surgir com um sentido implícito, como se emergissem dos objetos e então espalhados ou refra-
tados. Mas todos os traçados de raios são igualmente válidos se o sentido dos raios é revertido.
Guarde isso em mente conforme continuamos com os exemplos e as derivações.
(b)
Figura 1.9 (a) Raios de luz paralelos
em um espelho plano. (b) Setas so-
brepostas aos raios de luz.
Figura 1.10 Imagem de uma vela como vista em um espelho (linha azul).
Capítulo 1 Óptica Geométrica 13
(1.3)
e
(1.4)
Por convenção, o sinal da distância da imagem, para uma imagem virtual produzida por
um espelho, é negativa. Dessa forma, usamos o valor em módulo para a distância da imagem na
equação 1.4. A imagem produzida por um espelho plano tem a mesma distância em relação ao
espelho do que o objeto posicionado na frente dele. Além disso, a imagem aparece na posição
vertical e do mesmo tamanho do objeto. Por que as imagens do espelho aparecem invertidas
esquerda-direita e não invertidas de cima para baixo? Uma pessoa posicionada em frente a um
espelho plano observa sua imagem conforme a Figura 1.12. A imagem vista por uma pessoa pode
ser construída com dois raios de luz conforme mostrado, mas, é claro, os raios de luz se originam
de todos os pontos visíveis da pessoa. A imagem é ereta (tem a mesma orientação que o objeto,
não “invertida”) e virtual (é formada atrás da superfície do espelho).
Espelho
plano
do di
Raio 2
ho Objeto 90°i 90°r Imagem hi
Raio 3
Eixo i r
óptico Raio 1 r
PROBLEMA
Um indivíduo com 184 cm de altura deseja comprar um espelho no qual ele possa enxergar todo
o seu corpo. Seus olhos distam 8 cm do topo de sua cabeça. Qual é a altura mínima necessária
para o espelho?
SOLUÇÃO
Por simplicidade, representamos o indivíduo por uma haste de 184 cm de altura com os olhos
a 8 cm do topo da haste (este número não importa, conforme a discussão que segue mostrará),
segundo apresentado na Figura 1.14.
Topo da cabeça
Olhos
8 cm
r
184 cm
i
Espelho
Pés
Pessoa Imagem
Figura 1.14 Distância e ângulos para um indivíduo em pé na frente de um espelho, que é a linha azul.
Capítulo 1 Óptica Geométrica 15
Primeiro, considere qual caminho a luz oriunda dos pés do indivíduo deve Olhos
percorrer para atingir seus olhos. A luz partindo dos pés é representada por uma
seta vermelha na Figura 1.14. O ângulo de incidência sobre o espelho, i , é igual
ao ângulo de reflexão do espelho, r . Podemos desenhar dois triângulos que in-
(184 cm - 8 cm)/2
cluem esses ângulos (Figura 1.15).
Esses dois triângulos são congruentes, já que i = r, cada um deles tem um
ângulo reto e eles compartilham um lado comum. Portanto, os lados verticais r
de cada triângulo devem ter o mesmo comprimento. A soma dos dois lados é i
igual à altura da pessoa menos a distância do topo da cabeça do indivíduo até
seus olhos. Dessa forma, o lado vertical de cada triângulo tem o comprimento de
(184 cm − 8 cm)/2, conforme indicado na Figura 1.15. (184 cm - 8 cm)/2
Vemos agora que o fundo do espelho precisa se estender somente até uma Espelho
altura de (184 cm − 8 cm)/2 = 88 cm acima do piso. Uma análise semelhante
dos dois triângulos congruentes nos fornece o lado de cima do espelho, o qual Pés
deve ser (8 cm)/2=4 cm abaixo do topo da cabeça do indivíduo. Assim, a altura Pessoa
mínima do espelho é 184 cm – 88 cm = 92 cm. Esse espelho tem exatamente Figura 1.15 Dois triângulos congruentes formados pela
metade da altura do indivíduo. Então, um espelho que tem metade do tamanho luz vinda dos pés do indivíduo.
de um indivíduo permite a visualização de todo o seu corpo. Esse resultado não
depende da distância dos olhos até o topo da cabeça do indivíduo ou o quão
perto do espelho o indivíduo está. Entretanto, ele depende de como o espelho
está pendurado, devendo ser posicionado de forma que o topo do espelho esteja a meio caminho
entre os seus olhos e o topo da sua cabeça.
(1.5)
Figura 1.17 Vários raios de luz para-
Raios de luz incidentes sobre um espelho convergente verdadeiro são mostrados na Figura 1.18. lelos refletidos através do ponto focal
de um espelho côncavo.
16 Física para Universitários: Óptica e Física Moderna
Espelho
ho C F
hi
do
di
Figura 1.19 Imagem produzida por um espelho convergente de um objeto com distância do objeto maior do que o foco do espelho.
Capítulo 1 Óptica Geométrica 17
Espelho
ho hi
C F do di
Figura 1.20 Imagem produzida por um espelho convergente com distância menor do objeto do que o foco do espelho.
Os raios refletidos claramente são divergentes. Para determinar a localização da imagem, de-
vemos extrapolar os raios refletidos para o outro lado do espelho. Esses dois raios se cruzam a
uma distância di da superfície do espelho, produzindo uma imagem com altura hi.
Nesse caso, a imagem é formada no lado oposto do espelho em relação ao objeto, uma
imagem virtual – por convenção, é atribuído um valor negativo à quantidade di para indicar
que a imagem é virtual. Para um observador, a imagem aparece como se estivesse atrás do
espelho, como foi o caso para o espelho plano. A imagem é ereta e maior que o objeto. Esses
resultados para do < f são um tanto diferentes daqueles para do > f. Espelhos de barbear ou para
maquiagem são geralmente espelhos convergentes, cuja face é posicionada mais próxima do
que o foco, produzindo uma imagem ereta e maior.
Antes de tratar sobre os espelhos divergentes, vamos formalizar a convenção de sinais para
distâncias e alturas.
1. Todas as distâncias no mesmo lado do espelho que o objeto são definidas como positi-
vas, e todas as distâncias no lado oposto do espelho em relação ao objeto são definidas
como negativas. Portanto, f e do são positivas para espelhos convergentes.
2. Para imagens reais, di é positivo; para imagens virtuais, di é negativo.
3. Se a imagem é direita, então hi é positivo, enquanto se a imagem é invertida, hi é ne-
gativo.
Podemos derivar a equação do espelho (equação 1.6), a qual relaciona a distância do objeto do,
a distância da imagem di e o foco do espelho f:
(1.6)
Os sinais dos termos nessa equação são baseados nas convenções recém-definidas.
Espelho
do ou
(i)
ho 3
Agora vamos observar a mesma geometria, mas considerar dois
4 triângulos diferentes. Um triângulo reto (triângulo amarelo 4 na
hi f
Figura 1.22) é definido pela altura –hi e pelo comprimento da
base di – f. O segundo triângulo (triângulo amarelo 3 na Figura
di 1.22) é definido pela altura ho e pela base f. Esses dois triângulos
são congruentes, assim
Finalmente, dividindo ambos os lados dessa equação pelo produto fdi leva à equação do espelho
esférico:
(1.7)
Note que a ampliação m é negativa para a situação usada na derivação. Algebricamente, isso
ocorre porque hi < 0. O significado de m negativo é que m < 0 nos informa que a imagem é
invertida. A Tabela 1.1 resume as características das imagens formadas por um espelho conver-
gente para cinco diferentes classes de distâncias do objeto.
r
do centro da esfera, representada pela linha horizontal pontilhada. Imagine que um raio
de luz horizontal acima do eixo óptico incide sobre a superfície do espelho. No ponto
em que o raio de luz atinge o espelho, a lei da reflexão se aplica. F C
Em contraste com o espelho convergente, a normal aponta para fora do centro da
esfera. Quando extrapolamos a normal através da superfície da esfera, ela intercepta o
eixo óptico da esfera no seu centro, marcado como C na Figura 1.23. Quando observa-
mos o raio refletido, parece que ele vem do centro da esfera.
Suponha que muitos raios horizontais estão incidindo sobre esse espelho esférico
(Figura 1.24). Cada raio de luz obedece a lei da reflexão. Os raios divergem e parece que
não formam qualquer tipo de imagem. Entretanto, se os raios refletidos são extrapo-
lados através da superfície do espelho, todos eles irão interceptar o eixo óptico em um
ponto, o qual é chamado de ponto focal do espelho divergente.
A Figura 1.25a mostra cinco raios de luz paralelos incidentes sobre um espelho
esférico divergente real. As linhas pontilhadas na Figura 1.25b representam a extrapola- Figura 1.24 A reflexão de raios de luz pa-
ção dos raios refletidos mostrando o ponto focal. ralelos a partir da superfície de um espelho
divergente.
Agora, vamos discutir as imagens formadas pelos espelhos
divergentes (Figura 1.26). Novamente, usamos três raios.
1. O primeiro raio estabelece que a origem da seta esteja
sobre o eixo óptico e em geral não é mostrada.
2. O segundo raio parte do topo do objeto, viajando para-
lelamente ao eixo óptico, e é refletido a partir da super-
fície do espelho de forma que sua extrapolação cruze
o eixo óptico a uma distância da superfície do espelho
igual ao comprimento focal do espelho.
3. O terceiro raio se origina no topo do objeto e é orien-
tado de forma que sua extrapolação intercepte o centro
da esfera. Esse raio é refletido voltando sobre si mesmo.
Os raios refletidos divergem, mas os raios extrapolados con-
(a)
vergem a uma distância di a partir da superfície do espelho no
lado do espelho oposto ao do objeto. Os raios convergem a uma
distância hi acima do eixo óptico, formando uma imagem ereta,
reduzida no lado do espelho oposto ao do objeto. Essa imagem é
virtual, pois os raios de luz de fato não passam através dela. Essas
características (imagem ereta, reduzida, virtual) são válidas para
todas as distâncias do objeto em relação ao espelho divergente.
Esses espelhos são geralmente usados em lojas para fornecer aos
funcionários na frente da loja uma ampla visão nos corredores
abaixo e para o espelho retrovisor externo do lado do passageiro
nos automóveis.
No caso de um espelho divergente, o comprimento focal f
é negativo, já que o ponto focal do espelho está no lado oposto
ao do objeto. Um valor negativo também é atribuído ao raio de
uma espelho divergente. Assim, (b)
Figura 1.25 (a) Raios de luz paralelos refletidos a partir de um espe-
lho esférico divergente. (b) As setas correspondem aos raios de luz,
com as linhas pontilhadas representando os raios de luz extrapolados.
A distância ao objeto do é sempre tomada como positiva. Rear-
ranjando a equação dos espelhos (equação 1.6), que também é
válida para um espelho divergente, obtemos
1.1 Pausa para teste
(1.8) Você se encontra a 2,50 m em
frente de um espelho diver-
Se do é sempre positivo e f é sempre negativo, di é sempre negativo. Aplicando a equação 1.7
gente com comprimento focal
para a ampliação, percebemos que m é sempre positivo. Examinado a Figura 1.26 também f = −0,500 m. O que você vê no
notamos que a imagem é sempre reduzida em tamanho. Dessa forma, um espelho divergente espelho? (A resposta “Eu mes-
(mesmo que do > ) sempre produzirá uma imagem virtual, ereta e reduzida. mo” não é boa o suficiente!)
20 Física para Universitários: Óptica e Física Moderna
Espelho
R
f
ho hi
do F C
di
Figura 1.26 Imagem formada por um objeto colocado defronte um espelho esférico divergente.
PROBLEMA 1
Onde é formada a imagem?
SOLUÇÃO 1
Podemos usar a equação do espelho para achar a distância da imagem di em termos da distância
do objeto do, e da distância focal do espelho f,
Foi especificado que o espelho é convergente, assim o comprimento focal é positivo. A distância
da imagem é
1.1 Exercícios
PROBLEMA 2
de sala de aula Qual é o tamanho e a orientação da imagem formada?
Um pequeno objeto é posicio-
nado em frente a um espelho SOLUÇÃO 2
convergente de raio R = 7,50 A ampliação é dada por
cm de forma que a distância da
imagem iguala-se à distância do
objeto. A que distância o pe-
queno objeto está do espelho? onde ho é a altura do objeto e hi é a altura da imagem formada. A altura da imagem é então
a) 2,50 cm
b) 5,00 cm
A ampliação lateral é
c) 7,50 cm
d) 10,0 cm
e) 15,0 cm Assim, a imagem formada é invertida e reduzida.
Capítulo 1 Óptica Geométrica 21
Aberração esférica
As equações que demonstramos para espelhos esféricos e
óptico. Se os raios de luz estão longe do eixo óptico, eles não serão focalizados
através do ponto focal do espelho, levando a uma distorção da imagem. Estri-
tamente falando, não há um ponto focal preciso nessa situação. Essa condição
é chamada de aberração esférica.
A Figura 1.28 mostra vários raios de luz próximos do eixo óptico inci-
dente no espelho esférico convergente. Os raios incidentes mais longe do eixo
óptico são refletidos de modo que eles atravessam o eixo óptico mais próximo
ao espelho do que os raios que incidem sobre o espelho mais próximo ao eixo.
Conforme os raios aproximam-se do eixo óptico, eles são refletidos através de Figura 1.28 Raios de luz paralelos incidentes sobre um
espelho esférico convergente, mostrando a aberração
pontos cada vez mais próximos ao ponto focal.
esférica.
Continua →
22 Física para Universitários: Óptica e Física Moderna
1.2 Pausa para teste Podemos ver que para d R, 1 ⫺ (d/R)2 艐 1 e y 艐 R/2, o que concorda com a equação 1.5. Pode-
mos fazer uma aproximação melhor utilizando a expansão em série de Maclaurin
Considere um espelho esférico
convergente com R = 7,20 cm
sem assumir que os raios de luz
incidentes estão próximos do
Tomando x ⫽ (d/R) 1, podemos fazer a aproximação
eixo óptico do espelho. Entre-
tanto, os raios incidentes são
paralelos ao eixo. Calcule a posi-
ção na qual os raios de luz refle-
tidos interceptam o eixo óptico
se os raios incidentes estão Assim, a quantidade de aberração esférica é dada aproximadamente por
a) 0,720 cm afastado do eixo
óptico.
b) 0,800 cm afastado do eixo
óptico.
c) 1,80 cm afastado do eixo
óptico.
d) 3,60 cm afastados do eixo Espelhos parabólicos
óptico. Os espelhos parabólicos têm uma superfície que reflete a luz de uma fonte distante para o pon-
to focal incidente em qualquer lugar sobre o espelho. Assim, todo o tamanho do espelho pode
ser usado para coletar luz e formar imagens que não sofrem de aberração esférica. A Figura
1.30 mostra raios de luz vertical incidentes sobre um espelho parabólico. Todos
os raios são refletidos através do ponto focal do espelho.
Se uma parábola é descrita por uma equação y(x) = ax2, então seu ponto focal
y está localizado no ponto (x = 0, y = 1/(4a)). Seu comprimento focal é, portanto,
(1.9)
Os espelhos parabólicos são mais difíceis de fabricar do que espelhos esféri-
cos e são mais caros. Os maiores telescópios refletores usam espelhos parabólicos
f de forma a evitar aberração esférica. Muitos faróis de automóveis usam refletores
parabólicos com a mesma ideia, mas enviam luz no sentido oposto: a fonte de
luz é colocada no ponto focal, e o refletor envia luz para fora em um feixe forte
paralelo ao eixo óptico, conforme ilustrado na Figura 1.31. No entanto, em um
futuro não muito distante, faróis de automóveis incandescentes irão provavel-
mente ser trocados por faróis de LED, que usarão pequenas lentes para realizar
a mesma tarefa.
A Figura 1.31(a) mostra a luz alta e a luz baixa dos faróis de um veículo. Os
x
refletores parabólicos para os faróis são facetados. Uma face é uma área plana so-
bre o refletor. Essas faces ajudam a produzir a distribuição de luz necessária para
Figura 1.30 Raios de luz refletidos por um espelho
os faróis. A Figura 1.31(b) mostra a lâmpada de luz para o feixe de luz do farol no
parabólico.
foco do espelho parabólico, que funciona como um refletor para a luz produzida
pela lâmpada, formando um feixe de luz paralelo e focalizado.
Refletor
parabólico
dy w2
-=-X.
dx g
Integrando, en tão, resulla na fo rma desejada para a superfície
w2 2
y(x)=-x,
2g
2
que é uma parábola. Como o comprimento focal de uma parábola do tipo y = ax éf = l / (4a), o
comprimento focal deste espelho parabólico obtido de um líquido em rotação é
f=_L.
2w2
A rotação de superfícies liquidas tem sido usada com sucesso para construir grandes es-
pelhos para telescópios. Um espelho desse Lipo é mostrado na Figura 1.33. Neste momento, há
projetos para construir uma versão bem maior desse tipo de telescópio na Lua. Mesmo que por
enquanto isto possa parecer ficção científica, um telescópio desse tipo seria muito mais barato
de construir do que um com espelho sólido. Como não há aLmosfera na Lua, o telescópio não
sofreria os efei tos da distorção atmosférica ocasionada em todos os telescópios baseados na Figura 1.33 Telescópio de espelho
superfície da Terra. E ele pode ser construído em uma escala muito maior do que é possível líquido da University of British Co-
com os telescópios baseados em satélites Lipo o Telescópio Espacial Hubble. (Falaremos sobre lumbia.
telescópios com muito mais detalhes no Capítulo 2.)
11.2.3 Exercidos de sala de aula l Suponha que você tem um t elescópio de espelho líquido de comprimento focalJ;, e você quer
dobrar esse comprimento focal. Que ajustes você t em que fazer à velocidade angular de rotação de
seu espelho líquido?
a) reduzi-la por um fator de 0,5 b) reduzi-la por um fator de 0,707 c) mantê-la igual
d) aumentá-la por um fator de 0,707 e) aumentá-la por um fator de 2
24 Físiica para Universitários: Óptica e Física Moderna
1
Índices de refração
locidade da luz no vácuo dividido pela velocidade da luz no material é chamada de índice de
para alguns materiais
refração do material. O índice de refração n é dado por
comuns*
e
Índice de n =- , (1.10)
V
Material refração
onde e é a velocidade da luz no vácuo e v é a velocidade da luz no meio. A velocidade da luz em
Gases um meio físico tal como vidro é sempre menor do que a velocidade da luz no vácuo. Assim, o
Ar 1,000271 índice de refração de llffi material é sempre maior do que ou igual a 1, e por definição, o índice
Hélio 1,000036 de refração do vácuo é 1. A Tabela 1.2 lista os índices de refração de alguns materiais comuns.
Dióxido de Car- 1,00045 Em geral, o índice de refração é uma função do comprimento de onda da luz, mas a tabela for-
bono nece os valores para a luz visível. Voltaremos à dependência do comprimento de onda no fim
Líquidos desta seção na discussão sobre dispersão cromática.
Agua 1,333 Quando a luz atinge a superfície limite entre dois materiais transparentes, parte dela é
Álcool metílico 1,329 refletida, mas normalmente parte da luz cruza o contorno para o outro material e é refratada
Álcool etílico 1,362 no processo. Refração significa que os raios d e luz não viajam em uma linha reta durante a
Glicerina 1,473 passagem e um meio para outro, mas mu am e ireção. Quan o a uz cruza uma super cie
partindo de um meio com um índice de refração menor n 1 para um meio com um índice de
Benzeno 1,501
r efração maior n 2 os raios de luz alteram sua direção desviando-se no sentido da normal à
Óleo típico 1,5
s u perfície (Figura 1.43). Mudança de direção n o sentido da normal significa que o ângulo de
Sólidos
refração() 2 é menor do que o ângulo de incidên cia ()e
Gelo 1,310
A Figura 1.35 mostra raios de luz reais no ar íncidentes sobre uma superfície limite entre
Fluoreto de cálcio 1,434
ar e vidro. Os raios de luz são refratados no sentido da normal. A luz refletida também pode
Quartzo fundido 1,46 ser observada.
Sal 1,544 Quando a luz cruza uma superfície vinda de um meio com um índice de refração mais
Poliestireno 1,49 alto n1 para um meio com um ín dice de refração mais baixo nZ> os raios de luz são desviados, se
Acrílico típico 1,5 afastando da normal (Figura 1.36). Desviar afastando-se da normal indica que €J 2 > ()1 •
Vidro típico 1,5 A Figura 1.37 mostra raios de luz reais no vidro íncidente sobre a superfície entre vidro e
Quartzo 1,544 ar. Os raios de luz são refratados se afastando da normal.
Diamante 2,417 A partir das medidas dos ângulos de incid ência e de refração dos raios em meios com
diferentes índice de refração, podemos construir uma lei de refração baseada em observa-
• Para luz com comprimento de onda
de 589,3 nm
ções empíricas, a qual pode ser expressa
como
(1.11)
onde n 1 e () 1 são o índice de refração e o
ângulo de incidência (relativos à normal à
superfície) no primeiro meio, e n 2 e() 2 são o
índice de refração e o ângulo do raio trans-
mitido (relativos à normal à superfície) no
(a) segundo meio. Essa lei de refração também
nz >'li
1
1
1
1
1
1
(b)
Figura 1.35 (a) Raios de Luz refratada
quando cruzam a superfície entre ar e vi-
Figura 1.34 Raio de Luz refratados na superfí- dro. (b) Setas sobrepostas aos raios Lumi-
cie de separação de dois meios com n, < n 1• O nosos. As Linhas tracejadas são normais à Figura 1.36 Raios de Luz refratados na superfí-
raio refletido não é mostrado. superfície. cie entre dois meios ópticos com '\ > n1 .
Capítulo 1 Óptica Geométrica 25
é chamada de Lei d e Snell. Ela não pode ser provada usando somente óptica de raios;
entretanto, no Capítulo 3 esta lei será deduzida usando óptica ondulatória.
O índice de refração do ar é muito próximo de 1, conforme mostrado na Tabela 1.2, e
neste livro iremos assumir sempre que o índice de refração do ar n.,.. = 1. É muito comum
para a luz incidir em vários meios a partir do ar, dessa forma escrevemos a fórmula para
refração da luz incidente sobre uma superfície com índice de refração '1neio como
sen &ar
nmeio = (}
sen meio (1.12) (a)
e
onde ar é o ângulo de incidência (em relação à normal à superfície) para luz no ar e meio e
é o ângulo do raio de luz refratado (em relação à nor mal à superfície) no meio. Note que
e.,é sempre maior do que e meio!
Observe também que para a luz oriunda de um meio para o ar, a fórmula é a mesma
(equação 1.12)! Esse é um caso especial de uma regra geral obtida anteriormente: todos
os valores definidos pelo traçado de raios continuam válidos se o sentido dos raios de
luz é revertido. Por exemplo, mudando o sentido das setas sobre a linha vermelha na
Figura 1.36 ainda leva a um caminho fisicamente válido para um raio de luz que cruza a
fronteira entre os dois meios.
d·~-~~
faz os raios de luz entender que eles devem ir do ponto A até o pon-
to B no menor tempo possível? A resposta para isso pode ser en-
contrada no Princípio de Huygens. Entretanto, para ganhar a com-
X
preensão da física por trás desse princípio, precisamos esperar até o
Capítulo 3, quando revisitaremos o modelo da luz como uma onda.
~-----!-
d,,,.i = l,50 m.
PROBLEMA
Qual é a profundidade aparente do peixe do seu ponto de vista?
SOLUÇÃO
Raios de luz do peixe são refratados na superfície da água para os Figura 1.38 Você está olhando para a superfície de um Lago em um
seus olhos em um ângulo de 45,0º conforme mostra a Figura l.38.
ângulo de 82 = 45,0° e vê um peixe sob a água. Os raios emitidos pelo
peixe que atingem os seus olhos são mostrados no cone semitranspa-
Continua -+ rente, com o centro da Linha do cone representado por uma Linha sólida.
26 Física para Unive rsit ários: Óptica e Física Moderna
Na figura, mostramos não somente um raio, mas uma coleção de raios emitidos de um ponto
sobre o corpo do peixe em torno do raio central (con e semitransparen te). Onde os olhos veem a
intersecção desses raios é onde localizamos o peixe.
A profundidade aparente do peixe está localizada ao longo da linha vermelha pontilhada mos-
trada na Figura 1.38 extrapolada da direção dos raios de luz conforme chegam em seus olhos. Esta
e
linha extrapolada faz um ângulo de 2 = 45,0° com a normal em relação à superfície da água.
Usando a Lei de Sn ell, podemos calcular o ângulo 02 que os raios de luz do peixe devem fazer
1.3 Exercidos
na superfície da água:
de sala de aula
Se o mesmo peixe que nada na
mesma profundidade é visto por Usan do n.,= 1,00 e n água = 1,333 da Tabela 1.2, podemos calcular [OJ
um observador diferente, e esse
outro observador vê o peixe sob
()1 = sen_, (sen
-- fJ2 ) = sen_, ( sen 45,0º) = 32,Oº .
um ângulo () 2 maior do que o
nágua 1,333
valor especificado mo Exemplo
1.3, então ele vê o peixe a uma Definimos a distância horizontal entre o ponto onde os raios de luz cruzam a superfície da água e
profundidade aparente que é o peixe como x, como mostrado na Figura 1.38. Podemos, então, definir o triângulo vermelho e o
a) maior do que a calculada no triângi.úo aztú. No triângtúo vermelho temos
Exemplo 1.3. X
tgfl2= - - - ,
b) a mesma que calculamos no d aparente
Exemplo 1.3.
e no triângulo aztú
c) menor do que aquela calcula-
X
da no Exemplo 1.3. tg 8, = - - .
d,eal
Resolvendo cada uma dessas duas equações para x e igualando tun a à outra, obtemos
1· t- - +1•1 ~/ =
(1.50 m ) tg(32,0°)
( ) = 0,937 m.
,/ d tg 45,0º
/
/
/
/
/ Assim, o peixe parece estar mais próximo da superfície da água do que ele realmente está.
/
/
/
/
/
/
/
/'.
º· -
n
(a)
PROBLEMA RESOLVIDO 1.2 Deslocamento dos raios de luz em
materiais transparentes
t-->-1•1 \-"' Um raio de luz no ar in cide sobre wna folha de material transparente com espessura t = 5,90 cm e
// d
/ com índice de refração n = 1,5. O ângulo de incidência é 8., = 38,5º (Figura l.39a}.
/
/
/
/
/
/
- - - -· PROBLEMA
8 d"f / / l} Qual é a distância d que o raio é deslocado após passar sobre a folha?
~"' L " meio
8~, -
~~ 11i~º------ SOLUÇÃO
n
PENSE
Os raios de luz são refratados para a normal conforme entram na folha transparente e se refratam
(b) afastando-se da normal quando deixam a folha transparente. Após passar pela folha, o raio de luz
Figura 1.39 (a) Raio de Luz inciden- é paralelo ao raio de luz incidente, mas está deslocado. Usando a Lei de Snell, podemos calcular
te sobre uma folha de material t rans- o ângulo de refração na folha transparente. Tendo este ângulo, podemos usar trigonometria para
parente com espessura t e índice de calcular o deslocamento dos raios de luz que passaram pela folha .
refração n. (b) Ângulos de incidência
e refração conforme o raio entra e sai DESENHE
da folha. A Figura l.39b mostra um desenho do raio de luz passando sobre mna folha transparente.
Capítulo 1 Óptica Geométrica 27
PESQUISE
O raio de luz incide sobre a folha com um ângulo e...
A Lei de Snell relaciona o ângulo incidente
e
ao ângulo refratado, meio• através do índice de refração do material transparente n,
sene.,
n=
senemeio (i)
(Jmeio = sen-1(-
sen8ar
n- ) .
-
(ii)
Chamemos de L a distância que o raio de luz percorre na folha transparente. Usando a Figura
l .39b, podemos relacionar a espessura t da folha com o ângulo de refração:
t
cosemeio =1· (iii)
Se ed,r é a diferença entre o ângulo de incidência e o ângulo de refração, conforme mostrado na
Figura l.39b, então
(iv)
Podemos ver na Figura l .39b que o deslocamento do raio de luz d pode ser relacionado à distância
que o raio de luz percorre na folha e a diferença entre o ângulo de incidência e o ângulo refratado,
(v)
SIMPLIFIQUE
Podemos combinar as três equações anteriores (ii), (iii) e (iv) para obter
emeio =sen -l (
- n- J.
senear
-
CALCULE
Calculamos primeiro o ângulo de refração, usando a equação (i)
_1[sen (38,5º) ] 0
(}meio = sen = 24,5199 .
1,50
d= 5,90
( cm ) sen (38,5º -24,519, 9º) = l,:>~6663 cm.
cos 24,5199°
ARREDONDE
Registramos nosso resultado com três algarismos significativos,
d = l,57 cm.
SOLUÇÃO ALTERNATIVA
Se o raio de luz incidisse perpendicularmente sobre a folha (Oar = 0°), o deslocamento do raio
seria zero. Para calcular qual seria o deslocamento no limite conforme o ângulo de incidência se
aproxima de (}ar = 90º, podemos reescrever a equação (v) como
1.4 Exercidos usando a identidade trigonométrica sin (a-/3) =sen a cos f3 - cosa sen {3. Tomando 8ar = 90º, obtemos
de sala de aula
d = t l(cos8mcio )- O(senOmcio) t.
No problema resolvido 1.2,
cosOmeio
assumimos que o material
transparente estava imerso no Portanto, nosso resultado deve estar entre zero e a espessura da folha. Nosso resultado é d = 1,57
ar. Se o colocarmos imerso em cm, comparado com d = 5,90 cm paraª' = 90º, assim ele parece consistente.
outro material, digamos água, o
que você deveria esperar para o
deslocamento do raio de luz sob
o mesmo ângulo de incidência? Reflexão interna total
Assuma que o índice de refração Agora vamos considerar a luz viajando em um meio óptico com índice de refração n 1 e que
daquele material transparente cruza o limite com outro meio óptico com um índice de refração n 2 tal que n2 < n 1• Nesse caso,
ainda é maior do que o da água. a luz é curvada se afastando da normal. Conforme aumentamos o ângulo de incidência 8 1, o
a) Ele será maior. ângulo da luz transmitida 82 se aproxima de 9á'. Quando 8 1 excede o ângulo para o qual 82 =
90°, ocorre reflexão interna total em vez de refração; toda a luz é refletida internamente. O
b) Ele será o mesmo.
e
ân ulo crítico e para o qual se tem reflexão interna total é dado por
c) Ele será menor.
"'2 sen Oi sen ec
-=--=---
n1 sen 02 sen 90º
ou
(1.13)
já que sen 90º = 1. Você pode perceber dessa equação que a reflexão interna total pode ocorrer
somente para luz viajando através de um meio com um índice de refração maior para um meio
com um índice de refração menor, pois o seno do ângulo não pode ser maior do que 1. Para
ângulos menores do que O~ parte da luz é refletida e parte é transmitida. Para ângulos maiores
do que ec,toda a luz é refletida e nada é transmitido.
Se o segundo meio é o ar, então podemos fazer~ = 1 e obter uma expressão para o ân-
gulo crítico para reflexão interna total para luz deixando um meio com índice de refração n e
entrando no ar:
1
sene, = -
n (1.14)
A reflexão interna total é ilustrada na Figura 1.40. Nessa figura, raios de luz estão viajando em
vidro com índice de refração n da direita embaixo para a esquerda em cima. Na Figura l.40a, raios
de luz estão incidindo no contorno entre vidro e ar e são refratados de acordo com a Lei de Snell.
Na Figura l.40b, raios de luz estão incidindo sobre o contorno sob o ângulo crítico de reflexão
interna total, 8{ Nesse ângulo, os raios refratados têm um ângulo 8 2 = 90º, conforme ilustrado pela
seta tracejada. Os raios de luz na Figura l.40c estão incidindo sobre o contorno com um ângulo
e
maior do que o ângulo crítico de reflexão interna total, 8.> e> e assim toda luz é refletida.
Ar Ar
Fibra óptica
Uma aplicação importante da reflexão interna total é a transmissão da luz cm fib ras ópticas. A
luz é injetada cm uma fibra sempre que o ângulo de incidência na superfície externa da fibra é
maior do que o ângulo crítico para reflexão interna total. A luz é então transportada pelo com-
primento da fibra conforme ela ricocheteia repetidamente dentro da fibra óptica. Dessa forma,
fibras ópticas podem ser usadas para transportar luz de uma fonte para um destino. A Figura
1.41 mostra um maço de fibras ópticas com o final das fibras apontando para a câmcra. A outra
extremidade das fibras ópticas está conectada a uma fonte de luz. Note que as fibras ópticas
podem transportar luz em outras direções e não apenas em uma linha reta. A fibra pode ser cur-
vada tanto quanto o raio de curvatura da dobra não seja pequeno o suficiente para permitir que Figura 1.41 Luz transportada de
a luz viajando na fibra óptica tenha ângulos de incidência O; menores do que 8 e Se~ <e~ a luz uma fonte de Luz pela fibra óptica.
será absorvida pelo revestimento cm torno da superfície da fibra. Esses argumentos se aplicam a
fibras ópticas com diâmetros do núcleo maiores do que 10 µ m, isto é, um núcleo com diâmetro
grande comparado ao comprimento de onda da luz.
Um tipo de fibra óptica usada para comunicação digital consiste em um núcleo de vidro
envolto por revestimento feito de vidro com um índice de refração menor do que o do núcleo.
O revestimento é então coberto para prevenir danos (Figura 1.42).
Para uma fibra óptica comercial tíípica, o material do núcleo é de Sieli dopado com Ge para
aumentar o índice de refração. A fibra óptica comercial típica pode transmitir luz por 500 m
com pequenas perdas. A luz é gerada usando-se díodos emissores de luz (LEDs) para produzir
luz com longo comprimento de onda. A luz é gerada por pulsos curtos. Pequenas perdas de luz
não afetam o sinal digital porque os sinais digitais são transmitidos como bits binários em vez
de sinais analógicos. O tanto quanto esses bits forem registrados corretamente, a informação
é transmitida impecável, em contraste com os sinais analógicos, que seriam imediatamente
degradados com qualquer perda no sinal. A cada 500 mos sinais são recebidos, amplificados e
retransmitidos. Dessa forma, altas taxas de transmissão de dados que são imunes à interferên-
cia podem ser transmitidas por longas distâncias. Esse cenário explica a física por trás da fibra
óptica que é o suporte principal da internet moderna.
Ffüras ópticas também são usadas para transmissão de sinais analógicos, se a distância so-
bre a q ual o sinal tem que ser transportado não é muito grande, somente de uns poucos metros.
Uma aplicação de transmissão de sinais analógicos via fibra óptica é o endoscópio, e dispositivos
similares como o boroscópio. Um endoscópio é utilizado para olhar dentro do corpo humano
sem a necessidade de cirurgia, enquanto o boroscópio é utilizado para ver locais pequenos e de
Revestimento
Lente
Fo nte de Luz
PROBLEMA
Qual é o ângulo máximo de incidência para este raio de luz que será confinado e transportado
pela fibra óptica? Despreze qualquer reflexão quando a luz penetra na fibra.
SOLUÇÃO
PENSE
O raio de luz será refratado conforme entra na fibra óptica. Uma vez dentro da fibra óptica, se o
ângulo de incidência sobre a superfície da fibra óptica é maior do que o ângulo crítico para refle-
xão interna total, então a luz é transmitida sem perda.
DESENHE
A Figma 1.44 mostra um desenho do raio de luz entrando na fibra óptica e se refletindo na
sutperfície interna.
PESQUISE
Figura 1.44 Luz entrando numa fibra óptica O ângulo crítico para reflexão interna total (}e na fibra para luz vinda do ar é dado por
e perfazendo reflexão interna total.
l
senOc = - ,
n ro
onde n é o índice de refração da fibra óptica. Para a luz entrando na fibra óptica, a Lei de Snell nos
diz que uma vez que n., = l ,
SIMPLIFIQUE
Podemos resolver a equação (ii) para obter o ângulo máximo de incidência,
CALCULE
Colocando os valores numéricos, temos
ARREDONDE
Registramos nosso resultado com quatro algarismos significativos, pois o índice de refração foi
dado com essa precisão:
e,r=50,78°.
SOLUÇÃO ALTERNATIVA
O ângulo crítico para reflexão interna total para a fibra óptica é
1
e,= sen- 1 ( -1,265
- ) =52,23º.
_ _ 1 [sen(so,78º)] -
emeio - sen - 37,770 .
l ,265
Logo, 8meio = 37,77° = 90° - 8c = 90° - 52,23 º = 37,77 ~ e nosso resultado parece coerente.
Miragens
Miragens são geralmente associadas com viagens em desertos. Parece q ue vemos um oásis com
água a distância. Quando nos aproximamos deste lugar aprazível, ele desaparece. Entretanto,
não é preciso viajar pelo deserto para observar o fenômeno. Em geral, podemos enxergar uma
miragem quando estamos viajando por uma longa autoestrada em um dia muito quente. Um
exemplo de tal miragem é mostrado na Figura 1.45a.
A miragem é causada pela refração no ar próximo à superfície da estrada quente. O ar próxi-
mo à superfície da estrada está mais quente do que o ar afastado da superfície. Como mostrado na
Figura 1.45b, o índice de refração do ar diminui conforme s ua temperatura se eleva. Portanto, o ar
próximo à estrada tem um índice de refração menor do que o ar mais frio acima dele. Quando a luz
de objetos distantes passa através dessa camada, ela é refratada para cima, como ilustrado na Figura
l .45c. A aparência de água é criada por luz refratada do céu. Vemos a imagem como se fosse luz
refletida a partir da superfície da água, como pode ser notado da Figura 1.45a. Outros objetos tam-
bém são visíveis na miragem mostrada na Figura 1.45a, tais como árvores e faróis de automóveis.
Mantendo-se em movimento, rapidamente percebemos que não há água sobre a pista.
1,00030
1,00028
:;;1,00026
e::
1,00024
1,00022
1,000200
20 40 60 80
T (ºC)
Figura 1.45 (a) Uma miragem na estrada
(b) quente. Parece haver água sobre a pista e
Objeto os objetos parecem refletidos a partir da
distante superfície da água. (b) Índice de refração
~:±::::::3
(a) do ar como uma função da temperatura.
Esraaiiêie. menor Ti_ .,,
Imagem
(e) Diagrama de raios mostrando luz de
um objeto distante sendo refratada pela
aparente camada de ar próxima à superfície da es-
(e) t rada quente.
32 Física para Universitários: Óptica e Física Moderna
Dispersão cromática
O índice de refração de um meio óptico depende do comprimento de onda da luz viajando na-
quele meio. A dependência do índice de refração com o comprimento de onda da luz significa
que luz de d iferentes cores é refratada diferentemente na interface entre dois meios ópticos.
n
Esse efeito é chamado de disper são cromática.
Em geral, o índice de refração para um dado meio óptico é maior para pequenos com -
primentos de onda do que para comprimentos de onda maiores. Portanto, a luz azul é mais
refratada do q ue a luz vermelha. Podemos notar que (}b < (}, na Figura 1.46.
Figura 1.46 Dispersão cromática A luz branca consiste da superposição de todos os comprimentos de onda visíveis. Quan-
para luz refratada através da superfí- do um feixe de luz branca é proje tado através de um prisma de vidro (Figura 1.47), a luz branca
cie ent re dois meios ópticos. incidente é separada nos diferentes comprimentos de onda visíveis, pois
cada comprimento de onda é refratado em um ângulo diferente. A Fi-
gura 1.47 mostra três raios refratados, para luz vermelha, verde e azul,
mas a luz branca contém um contínuo de comprimentos de onda, como
podemos observar em um arco-íris.
Um arco-íris é um exemplo comum de dispersão cromática (Figura
1.48). Quando gotas de ar estão suspensas no ar e você observa as gotas
de água com o Sol nas costas, você vê um arco-íris. A luz branca do Sol
penetra na gota de água, se refrata na superfície da gota, e é transmiti-
da através da gota para o outro lado. Aq ui há reflexão interna total, e é
transmitida novamente para a superfície da gota, onde deixa a gota e de
novo é refratada. Nos dois passos da refração, o índice de refração é di-
ferente para comprimentos de onda distintos. O índice de refração para
luz verde é 1,333, enquanto o índice de refração para luz azul é 1,337,
Figura 1.47 A luz branca incidindo sobre um prisma de vi- e para a vermelha é 1,331. Ocorre um contínuo de índices de refração
dro é separada nas suas cores componentes pela dispersão para todas as cores.
cromática. Um arco-íris típico é mostrado na Figura 1.1, onde você pode ver
a luz azul na parte interna do arco-íris e a luz vermelha na parll:e exter-
na. O arco do arco-íris apresenta um ângulo médio de 42° em relação à direção do Sol. Outra
característica do arco-íris é evidente nesta fotografia: a região interna do arco-íris parece
mais brilhante do q ue as regiões externas do arco. Você pode entender esse fenômeno obser-
vando a trajetória que os raios de luz percorrem confor me são refratados nas gotas de chuva
(Figura 1.49).
Você pode ver apartir desse diagrama que a maior parte da luz que é refratada e refletida
de volta para o obser vador tem um ângulo menor do que 42º . Para ângulos menores do que
42º, a maior parte da luz é refratada e refletida de volta para o observador, embora não haja
uma separação observável dos com primentos de onda porque as cores dispersadas por um raio
se misturam com as cores dispersadas por outro raio e formam luz branca. Para ângulos gran-
des, não h á luz enviada de volta para o observador por esse processo - dessa forma, do lado
Figura 1.48 A dispersão cromática externo do arco do arco-íris aparece muito menos luz. Mesmo assim alguma luz ainda aparece
em uma gota de água esférica produz lá porque é espalhada por outras fontes.
um arco-íris.
A Fi ra 1.1 também tem um arco-íris secundário. O arco-íris
- --- - -------------------- ~ - , secundário aparece com um ângulo maior do que o arco-íris primário,
42º)/ e nele a ordem das cores é invertida. O arco-íris secundário é criado
/
/
/
por luz que se reflete duas vezes dentro das gotas de chuva (Figura
/
,, /
/
/
/ raio na Figura 1.50 atinge a gota pela terceira vez (após uma refração
/
/
/ e uma reflexão), nem toda a luz se refrata e deixa a gota. Ao contrá-
/
/ rio, uma parte dela perfaz reflexão interna total novamente e então se
/
/ " refrata para fora da gota, formando o arco-íris secundário. Na Figura
1.50, é possivel notar q ue o ângulo com que emergem os raios azul e
vermelho é invertido comparado com o raio azLui e com o vermelho
da Figura 1.48 para o arco-íris primário. Para o arco-íris secundário
também há um ângulo preferido, nesse caso de aproximadamente 50º,
Figura 1.49 Trajetórias percorridas por raios de luz paralelos em no qual os raios paralelos entrando na gota se espalham para o arco-
uma gota de água esférica. -íris secundário.
Capítulo 1 Óptica Geométrica 33
Arco-íris
secundário
Finalmente, combinando nossas observações para os arco-íris primário e secundário 1.5 Exercidos
leva a um entendimento quantitativo do fenômeno físico por trás da Figura 1.1. Os ângu- de sala de aula
los observados dos arco- íris primário e secundário em relação ao Sol são mostrados na
Figura 1.51. A luz do Sol atinge um pedaço
de vidro sob um ângulo de in-
cidência de €J ; = 33,4°. Qual é a
Polarização por reflexão diferença no ângulo de refração
Agora vamos lidar com uma forma de criar luz polarizada, ou pelo menos parcialmente po- entre o raio de luz vermelha
larizada. Quando a luz é incidente a partir do ar em um meio óptico tal como vidro ou água, (À. = 660,0 nm) e o raio de luz
parte da luz é refletida e parte da luz é refratada. A luz refletida nessa situação é parcialmente violeta (À= 410,0 nm) dentro
polarizada. Quando a luz é refletida em certo ângulo, chamado d e ângulo de Brew ster' eB, a luz do vidro? O índice de refração
refletida é completamente polarizada na horizontal, conforme ilustrado na Figura 1.52. para luz vermelha é n = 1,520,
e o índice de refração para luz
O nome ângulo de Brewster foi dado após o físico escocês Sir David Brewster (1781-1868)
violeta é n = 1,538.
ter demonstrado este efeito em 1815. O ângulo de Brewster ocorre quando os raios refletidos
são perpendiculares aos raios refratados. A Lei de Snell dos diz que a) 0,03° d) 0,26°
pois os raios refletidos e os raios refratados são perpendiculares um ao Não polarizada Polarizada perpendicular
ao plano de i11cidência
outro. Essa relação entre os â ngulos pode ser escrita como
e = 90º -
r eB. l\idro "" 1,5
Substituindo isso na Lei de Snell resulta em
n., Sen€J B = n vidro Sen(9Qº - €JB) = n vidro COS(€J 8 ), Parcialmente polarizada paralela
o que pode ser rearranjado para finalmente obtermos ao plano de incidência
• O ângulo de incidência é igual ao ângulo de reflexão, 9; = 9, . • A luz é refratada (muda de direção) ao cruzar a interface en-
tre dois m eios com diferentes índices de refração. Essa refra -
• A distância focal de urn espelho esférico é igual à metade do
o
ção é governada pela Lei de Snell: n 1 sen 1 = '1i sen T e
raio de curvatura./= f R. O raio R é positivo para espelhos • O ângulo crítico para reflexão interna total na interface en-
convergentes (côncavos) e negativo para espelhos divergentes
tre dois meios com djferentes índices de refração é dado por
(convexos). n
sen ec= ___!__ (r1i::;; n,).
• Para imagens formadas com espelhos esféricos, a distância do n,
objeto, a distância da imagem e a distância focal do espelho • O ângulo de Brewster, O8 , é o ângulo de incidência de luz a
partir do ar para um meio com índice de refração maior na
- re1acwna
estao . - d o espelh o, - 1 + -1= -.
d as pela equaçao 1
qual a luz refletida está completamente polarizada na direção
do di J
horizontal O ângulo é dado pela Lei de Brewster: tg 08 = njn 1,
Aqui, d 0 é sempre positivo, enquanto d,é positiva se a inrn-
onde n 2 > nr
gem estiver do mesmo lado do espelho que o objeto e nega-
tiva se a imagem estiver do outro lado. A distância focal fé
positiva para espelhos convergentes (côncavos) e negativa
para espelhos divergentes (convexos).
TERMOS-CHAVE
Aberração esférica, p. 21 Espelho convexo, p. 19 Lei da reflexão, p.12 Princípio do menor
Ampliação, p. 18 Fibras ópticas, p. 29 Lei de Brewster, p. 33 caminho, p. 25
Ângulo de Brewster, p. 33 Foco,p. 15 Lei de Sn ell, p. 24 Raios de luz, p. 8
Dispersão cromática, p. 32 Frentes de onda, p. 8 Lei dos raios, p. 9 Reflexão interna total,
Eixo óptico, p. 13 Imagem, p. 12 Óptica geométrica, p. 8 p. 28
Equação do espelho, p. 17 imagem real, p. 12 Ponto focal, p. 15 Refração, p. 24
Espelho, p. 11 imagem virtual, p. 12 Princípio de Fermat,
Espelho côncavo, p. 15 Índice de refração, p. 24 p.25
e~ ângulo crítico de reflexão total h o' altura do objeto tg eB = n/ n1, n2 > nl, Lei de Brewster
1. Desenhar um diagrama grande, com indicações claras e resolver um problema usando a equação do espelho, um dese-
precisas, deve ser o primeiro passo para resolver quase todos nho preciso pode ajudá-lo a encontrar a resposta aproximada
os problemas de óptica. Inclua todas as informações que você e a conferir seus cálculos.
tem e todas as informações que você precisa encontrar. 3. Quando você calcula distâncias para espelhos, lembre-se
Lembre-se que os ângulos são medidos a partir da normal da convenção de sinais e seja cuidadoso para usá-las corre-
para a superfície e não da superfície para ela mesma. tamente. Digamos que se um diagrama indica uma imagem
2. Será necessário, normalmente, desenhar somente dois raios invertida, mas seus cálculos não têm um sinal negatiivo, volte
principais para localizar a imagem formada por espelhos, para a equação inicial e confira os sinais de todas as distâncias
mas você deve desenhar um terceiro raio para checar se todos e os comprimentos focais.
foram desenhados de no correto. Mesmo que seja necessário
QUESTOES
1.7 A figura mostra a dife- Índice de refração, n Índice de refração, n
~~"(<)
rença entre o perfü do índi- n núcleo ..----;- - - ,
ce de refração de uma fibra
nrevestimento n revestimento
chamada de índice degrau
comparada ao perfü do ín- )
Raio Raio
dice de refração em uma fi-
bra chamada de índice gra- Núcleo 50 µ.m Núcleo 50 µm
dual. Analisando a luz se
propagando através da fibra
da perspectiva da óptica de
raios, comente a trajetória Revestimento Revestimento
seguida pelos raios ao en-
trarem em cada uma das i.----125 µm
duas fibras.
1.8 Uma placa de Plexiglas de 2,00 cm de espessura e índice 1.12 Muitos dispositivos com fibras ópticas têm especificados
de refração de 1,51 é colocada sobre um livro de física. A placa os ângulos mínimos de curvatura. Por quê?
tem lados paralelos. O texto está na altura y = O. Considere 1.13 Um estudante de física está observando um disco de bate-
dois raios de luz que estão deixando a letra "t" do texto sob a ria, a parte de cima tem a forma aproximada de uma superfície
placa de Plexiglas e se dirigindo para um observador que está esférica côncava. A superfície é suficientemente polida de for-
acima do Plexiglas, olhando para baixo. Desenhe sobre a figu- ma que ele mal consegue formar o reflexo do seu dedo quando
ra a posição aparente y do texto sob a placa de Plexiglas. Dica: colocado acima do disco. Conforme ele move seu dedo se
De onde no Plexiglas esses raios parecem se originar para o aproximando e se afastando da superfície, você pergunta a ele o
observador? Usando dois raios A e B após terem deixado o que ele está fazendo. Ele responde que está estimando o raio de
Plexiglas, determine a altura aparente (posição y) do texto sob curvatura do disco da bateria. Como ele pode fazer isso?
o Plexiglas conforme visto pelo observador. Este experimento
1.14 Responda se verdadeiro ou falso com uma explicação
pode ser feito por você facilmente. Se você não tem um bloco
de vidro ou uma placa de Plexiglas, você pode usar um copo para o seguinte: O comprimento de onda da luz do laser de He-
de água com fundo chato sobre o texto. -Ne na água é menor do que seu comprimento no ar - o índice
de refração da água é 1,33.
"·º~' Plexiglas em três espelhos planos fixos, perpendiculares uns aos outros,
n 1 =1,51 como faces adjacentes de um culbo. Por quê? Explique o fun-
- ----y=O cionamento e as vantagens dessa configuração.
1.16 Um prisma triangular de 45° - 45' - 90° pode ser usado
para reverter um raio de luz. A luz entra perpendicular à hipo-
1.9 Um único espelho esférico côncavo é usado para criar tenusa do prisma, reflete-se nas arestas e emerge perpendicu-
uma imagem de uma fonte com 5,00 cm de altura que está lar à hipotenusa novamente. As superfícies do prisma não são
localizada na posição x = O cm, a qual está 20 cm à esquerda espelhadas. Se o prisma é feito de vidro com índice de refração
do ponto C, o centro de curvatura do espelho, conforme mos- n vidro = 1,520 e o prisma está cercado por ar, o raio de luz será
trado na figura. O tamanho do raio de curvatura do espelho refletido com uma perda mínima de intensidade (há perdas
é 10,0 cm. Sem por reflexão conforme a luz entra e sai de um prisma).
mover o espelho,
a) Isso irá ocorrer se o prisma estiver debaixo da água, a qual
como podemos tem um índice de refração de nH,o = 1,333?
reduzir a aberra-
ção esférica pro- b) Tais prismas são usados de preferência em espelhos, para
duzida por este desviar o caminho óptico em binóculos de qualidade. Por quê?
'1'4-----20,0 cm- - -
espelho? Haverá 1.17 Um objeto tem sua imagem formada por um espelho
alguma desvan- esférico convergente conforme mostrado na Figura 1.19, du-
tagem na sua plicada a seguir. Suponha que um pano preto é colocado entre
aproximação para o objeto e o espelho de forma que ele cubra tudo o que está do
reduzir a aberra- lado de cima do eixo do espelho. Como será afetada a imagem?
ção esférica? x= o
1.10 Sevocê
enxerga um objeto no fundo de uma piscina, a piscina parece
menos funda do que ela realmente é.
a) Do que você aprendeu, calcule o quão funda uma piscina
parece ser se ela tem de fato 4 m de profundidade e você olha
diretamente para baixo. O índice de refração da água é 1,33.
b) A piscina parecerá mais ou menos funda se você olhar para 1.18 Você está debaixo da água em um lago e olha para a su-
ela por outro ângulo que não o vertical? Responda qualitativa- perfície, notando que o Sol está no céu. O Sol está realmente
mente, sem usar uma equação. mais alto do que você observa ou ele está mais abaixo?
1.11 Porque existe refração? Isto é, qual a razão física de uma 1.19 Segurando uma colher na frente do seu rosto, o lado
onda se mover com uma velocidade diferente em um novo convexo na sua direção, estime a localização da imagem e sua
meio em relação ao meio original? ampliação.
Capítulo 1 Óptica Geométrica 37
1.20 Um forno solar usa um grande espelho parabólico (vá- dam 6000 K (a temperatura da fotosfera do Sol) em um forno
rios andares de espelhos foram construídos) para focalizar a solar? Como, ou, por que não?
luz do Sol para aquecer Lun alvo. Uma grande fornalha solar
pode derreter metais. É possível obter temperaturas que exce-
PROBLEMAS
Um • e dois .. indicam um crescente nível de dificuldade dos desenho. Qual é a altura h; da imagem? A imagem é direita o u
problemas. invertida (direita = apontando para cima, invertida = de cabeça
para baixo)? Ela é real ou virtual?
Seção 1.2 1.27 Espelhos convexos são geralmente usados como retro-
1.21 Uma pessoa se senta a 1,0 m na frente de um espelho visores laterais em automóveis. Em muitos desses espelhos há
plano. Qual é a localização da imagem? o aviso «Objetos no espelho estão mais próximos do que eles
1.22 Um periscópio consiste em dois espelhos planos e é utili- parecem". Assuma que um espelho convexo tem um raio de
zado para ver objetos quando um obstáculo impede a visuali- curvatura de 14,0 cm e nele há um carro que está 11,0 m atrás
zação direta. Suponha que George está olhando através de um do espelho. Para um espelho plano, a imagem estaria a 11,0 m
periscópio para o Homem do Chapéu Amarelo, cujo chapéu e a amp iaçao sena . ncontre a istancia a imagem e a am-
está a d0 = 3,0 m do espelho superior, e suponha que os dois pliação para esse espelho.
espelhos planos estejam separados por uma distãncia L = 0,4 1-28 Um objetro de 5,0 cm é colocado a uma distância d e 30
m. Qual é a distãncia D da imagem final do chapéu amarelo cm de um espelho convexo de comprimento focal de 1O cm.
em relação ao espelho de baixo? Determine o tamanho, a posição e a orientação da imagem.
1.23 Uma pessoa se encontra no ponto P !felativo a dois espe- 1..29 A ampliação de um espelho convexo é 0,60 vezes para
lhos planos orientados em 90º, como mostrado um objeto a 2,0 m do espelho. Qual é a distância focal desse
na figura. A que distância as imagens da pessoa espelho?
estarão uma em relação à outra para o obser- r 2m+I • 1.30 Um objeto está localizado a 100 cm de um espelho côn-
~
vador? cavo de comprimento focal de 20 cm. Outro espelho côncavo
• 1.24 Mesmo os melhores espelhos absorvem de comprimento focal de 5 cm está localizado 20 cm na frente
ou transmitem a luz incidente neles. Os espe- do primeiro espelho côncavo. Os lados espelhados dos dois
lhos de mais alta qualidade podem refletir 99,997% de inten- espelhos se encontram frente a frente. Qual é a localização da
sidade da luz incidente. Suponha um quarto cúbico de 3,00 imagem fmal formada pelos dois espelhos e a ampliação total
m de lado onde construiram-se deste espelhos paredes, teto dada pela comb inação?
e chão. O quão d evagar este quarto ficará escuro? Estime o •• 1.31 A forma de um espelho elíptico é descrita pela curva
1.35 Um raio de l uz incide a partir da água com índice de ma que nenhuma luz passe para o revestimento é amax= l4,033°,
refração de 1,333 sobre uma placa de vidro cujo índice de re- calcule a diferença percentual entre o índice de refração do nú-
fração é 1,73. Qual é o ângulo de incidência, para termos luz cleo e o índice de refração do revestimento.
refletida totalmente polarizada? •• 1.40 Use a Figura 1.49 e prove que o arco do arco-íris pri-
• 1.36 Suponha que você está em pé no fundo de uma piscina mário representa o ângulo de 42° da direção do Sol.
de mergulho olhando para a superfície acima, que assumimos •• 1.41 Use o Princípio de Fermat para derivar a lei da reflexão.
estar calma. Olhando para cima você vê uma janela circular
•• 1.42 O Princípio de Fermat, no qual a óptica geométrica
para o "mundo exterior''. Se seus olhos estão aproximadamente
pode ser derivada, estabelece que a luz se desloca segundo
2 metros abaixo da superfície, qual é o diâmetro dessa janela
uma trajetória que minimiza o tempo de viagem entre dois
circular?
pontos. Considere um feixe de luz que percorre uma distância
• 1.37 Um raio de luz incide sobre um prisma triangular equilá- horizontal De uma clistância vertical h, através de dois gran-
tero de índice de refração 1,23. O raio é paralelo à base do prisma des blocos de material, com uma interface vertical entre os
quan o e e se aproxima o pns- materiais. Um dos materiais tem uma espessura de D/2 e índi-
ma. O raio entra no prisma no ce de refração n 2 . Determine a equação envolvendo os índices
ponto médio de um de seus lados de refração e os ângulos a partir da horizontal que a luz faz
conforme mostrado na figura. na interface (e 1 e eJ, os quais minimizam o tempo para esse
Qual é a direção do raio quando deslocamento.
ele emerge do prisma triangular?
• 1.38 Um feixe de laser colima- Problemas adicionais
do atinge o lado (A) de um bloco de vidro com um ângulo de 1.43 Suponha que sua altura é 2,0 m e você está a 50 cm e em
20,0º em relação à horizontal, como mostrado na figura. O bloco pé na frente de um espelho plano.
tem um índice de refração de 1,55 e está imerso no ar com índice a ual é a distância da ima em?
de refração de 1,00.
b) Qual é a altura da imagem?
O lado esquerdo do
bloco de vidro é c) A imagem está invertida ou direita?
vertical (90º com a n = 1,00 d) A imagem é real ou virtual?
horizontal) enquan- 1.44 Um raio de luz de comprimento de onda 700 nm viajando
to o lado direito (B) no ar (n 1 = 1,00) incide em uma superfície com líquido (n 2 =
forma 60º com a 1,63).
horizontal. Deter-
a) Qual é a frequência do raio refratado?
mine O ângulo eBT>
em relação à hori- b) Qual é a velocidade do raio refratado?
zontal na qual a luz c) Qual é o comprimento de onda do raio refratado?
sai da superfície B. 1.45 Você tem um espelho esférico com raio de curvatura de
• 1.39 Em uma fibra de índice degrau, o índice de refração sofre +20 cm (ou seja, a face côncava está de frente para você). Você
uma descontinui- está olhando para um objeto cujo tamanho quer que dobre na
dade (salto) na in- Índice de refração, n imagem, assim pode vê-lo melhor. Onde você deve colocar o
terface núcleo-re- objeto? Onde estará a imagem? Ela será real ou virtual?
vestimento,
conforme mostrado
na figura. A luz in-
n,...,,mmento
'""° r]r~. 1.46 Você está submerso cm urna piscina de mergulho. Qual
é o ângulo máximo que você pode ver a luz vinda acima da
s uperfície da piscina? Isto é, qual é o ângulo para reflexão in-
fravermelha com Núcleo~ Raio terna total da água para o ar?
comprimento de
onda de 1550 nm se -1 - 9µm
1.47 A luz atinge a superfície da água com um ângulo de inci-
dência de 30° cm relação à linha normal. Qual é o ângulo entre
propaga e m tal fibra o raio refletido e o raio refratado?
de índice degrau
Revestimento 1.48 Um enfeite de árvore de Natal esférico e metálico tem
---
através de reflexão
interna total na in- um diâmetro de 8,00 cm. Se um Papai Nocl está próximo à la-
terface núcleo-re- reira, 1,56 m adiante, onde ele irá ver seu reflexo no ornamen-
vestimento. O índi- to? A imagem é real ou virtual?
ce de refração para 1.49 Um dos fatores que faz o diamante ser muito brilhante é
o núcleo em 1550 seu ângulo crítico relativamente pequeno. Compare o ângulo
nm é n núc:leo = 1,48. crítico do cliamante no ar em relação ao ângulo crítico do clia-
Se o ângulo máxi-
mo amax no qual a
luz pode ser acopla-
Ar
... -- - _ - ~ Revestimento, n,_i;mento ?
~~----------------
Núcleo, n núcleo 1,48
mante na água.
1.50 Que tipos de imagens, reais ou virtuais, são formadas por
uma espelho convergente quando o objeto é colocado a uma
da na fibra, de for- distância do espelho que está
Capítulo 1 Óptica Geométrica 39
a) além do centro de curvatura do espelho, da equação, a reversão temporal (tempo negativ o) também é
b ) entre o centrn de curvatura e metade do centro de curva- uma solução.
tura, e a) Suponha que alguma configuração de densidade de carga
e) mais próxima do que metade do centro de curvatura. J,
elétrica p, densidade de corrente campo elétrico E, e campo
magnético Bé solução das equações de Maxwell. Qual é a cor-
e
1.51 Em que ângulo mostrado no
respondente solução de tempo-reverso?
diagrama deve um feixe de foz penetrar
na água de forma que o feixe refletido b ) Como, então, os "espelhos de sentido único" (espelhos uni-
forme um ângulo de 40° em relação à direcionais) funcionam?
normal à superfície da água? •• 1.56 Retorne ao Exemplo 1.3 e use os números fornecidlos
lá. Ainda, asstuna que seus olhos estão a uma altura de 1,70 m
acima da água.
a) Calcu]e o tempo que leva para a luz percorrer a distância
en tre o peixe e os seus olhos.
• 1.52 Um espelho côncavo forma uma imagem real que é
b ) Calcule o tempo que a luz leva sobre uma linha reta entre o
o dobro do tamanho do objeto. O objeto é então deslocado
de forma que a nova imagem real produzida tem três vezes o peixe e os seus olhos.
tamanho do objeto. Se a imagem foi deslocada de 75 cm em c) Calcule o tempo que a luz leva partindo de uma trajetória
relação à sua posição inicial, qual a distância que o objeto foi vertical para cima a partir do peixe até a superfície da água e
deslocado e qual é a distância focal do espelho? então diretamente para os seus olhos.
• 1.53 Que profundidade aparente wn ponto no meio de uma d ) Calcule o tempo que a luz leva cm uma linha reta da posi-
piscina de 3 m de profundidade terá para tuna pessoa em pé ção aparente do peixe para seus olhos.
do lado de fora dela a 2 m na horizontal acima do ponto? Uti- e) O que você pode afirmar a respeito do Princípio de Fermat
lize 1,3 como índice de refração da piscina e l para o ar. pelos números anteriores?
• 1.54 Na figura, qual é o menor 1.57 Se você quer construir um espelho líquido de compri-
ângulo de incidência ; para o feixe mento focal de 2,50 m, qual a velocidade angular que você
sofrer reflexão interna total na su- deve girar seu líquido?
perfície do prisma tendo um índice
de refração de 1,5? N ___ _ Ar •• 1.58 Uma proposta para um telescópio baseado no espaço
é colocar um grande espelho líquido em rotação na Lua. Su-
ponha que você deseje um espelho líquido de 100,0 m de diâ-
Ar Vidro
metro e queira que ele tenha uma distância focal de 347,5 m. A
aceleração gravitacional da Lua é 1,62 m/S.
70º( a) Qual é a velocidade angular de seu espelho?
•• 1.55 A Reflexão e a refração, como todas as características b) Qual é a velocidade linear de um ponto no perímetro do
clássicas da luz e outras ondas eletromagnéticas, são governa- espelho?
das pelas eq uações de Maxwell. As equações de Maxwell são e) Qual altura acima do centro se encontra o perímetro do
invariantes por translação temporal, ou seja, para cada solução espelho?
Respostas das Questões e
dos Problemas Selecionados
Capitulo 1: Óptica Geométrica
Múltipla escolha
l.l e. l.3 a. 1.5 b.
Problemas
l.21 - 1,0 m . 1.23 6 m. 1.25 - 13 cm. 1.27 0,389. 1.29 - 3,0 m .
e
l.33 e.ar = 42º, 8 c,água = 63º, 8 c,úlco = 90º. 1.35 52,4º. 1.37 16,3º.
I.39 1,36 %.
Problemas adicionais
l.43 (a) A distância da imagem é 50 cm dentro do espelho.
(b) A imagem tem a mesma altura, h = 2,0 m. (c) A imagem
está direita. (d) A imagem é virtual. 1.45 Se o obje to for posi-
cionado a 15 cm, a imagem será real e estará a uma distância
de 30 cm do espelho. Se o objeto for posicionado a 5,0 cm, a
imagem será virtual e es tará a - 10 cm d o espelho. l.47 126º .
I.49 3 1,4 %. l.51 40º em relação à normal. 1.53 2 m. 1.55 (a)
B(x,t) --+ - B(x ,- t). (b) Eles não emitem luz unidirecionalmen
te. l.57 1,40 rad/s.
_4.2_ Dica do professor
No vídeo a seguir, há uma conversa com os principais tópicos sobre espelhos, em que são
abordados os espelhos côncavo, plano e convexo.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/
d1d690322ef46aa549e4b77f86f1c9c1
5 min
Vamos conversar sobre óptica geométrica em espelhos. Vamos ver quais são os
espelhos que nós vamos estudar, como obter imagens através de diagramas e
vamos conhecer os raios de luz para obter as imagens procuradas.
A) Apenas a I.
B) Apenas a II.
C) Apenas a III.
D) Apenas a I e a II.
E) Apenas a II e a III.
2) Suponha um espelho esférico convergente. Se a distância do objeto é de 0,1 m e a da
imagem é de 0,2 m, qual é a distância do foco? (para respostas em formato decimal,
apresente-as com duas casas decimais.)
A) f=0,10 m
B) f=0,30 m
C) f=0,0(5) m
D) f=6/90 m
E) e) f=1/2 m
3) Suponha um espelho esférico, diga o que se pode afirmar em cada caso de acordo com as
informações dada.
I – di=0,4 m do =0,8 m
II – m= - 0,25
A) I
B) II
C) I e II
D) II e III
A) d i=1,75 m
B) d i=5,00 m
C) d i=0,20 m
D) d i=-5,00 m
E) d i=-0,20 m
_4.2_
Na prática
Espelhos estão presentes na história do homem há milênios. Os primeiros eram simplesmente um
pedaço de metal que refletia uma imagem, ou até um mais natural, o reflexo em um copo de água.
Com as mais diversas utilidades, ao projetar um espelho, o tipo será escolhido de acordo com a
finalidade.
pdf 5p
https://biblioteca-a.read.garden/viewer/9788580552034/7
Trecho desse livro é Conteúdo do Livro desta aula (ver especs. lá).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E CRÉDITOS DE IMAGENS
BAUER, Wolfgang; WESTFALL, Helio. Física para universitários: óptica e física moderna.
Porto Alegre: AMGH, 2013.
Banco de imagens Shutterstock.
SAGAH, 2015
EQUIPE SAGAH
Coordenador de Curso
Edilson Vargas
Professor
Eduardo Galle
Gerente Unidade de Negócios
Rodrigo Severo
Analista de Projetos
Fernanda Osório
Líder da Equipe Metodológica
Daniela da Graça Stieh
Analista Metodológica
Fernanda Crixel Zimpel
Líder da Equipe de Design Instrucional
Marcelo Steffen
Designers Instrucionais
Bianca Basile Parracho
Cesar Felipe Ferreira
Daniela Polycarpy
Franciane de Freitas
Ezequiel Alves
Luciana Helmann
Líder da Equipe de Design Gráfico
Thais Gliosci
Designers Gráficos
Carol Becker
Jader Rotta
Kaka Silocchi
Juarez Menegassi
Vinicius Rafael Cárcamo
Aula C.1
1.1 - Ondas: conceito e classificação
1.2 - Período de frequência e velocidade de uma onda
2.1 - Ondas eletromagnéticas e sonoras e sua interação com a matéria
2.2 - Osciladores e o movimento harmônico simples
3.1 - Luz e óptica: definições
3.2 - Refração e reflexão
4.1 - Óptica geométrica em lentes
4.2 - Óptica geométrica em espelhos
Conteúdo Complementar (não conta p/ avaliações, mas conta p/ frequência)
__ C.1 Movimento ondulatório Unidimensional
__ C.2 Movimento ondulatório bidimensional
__ C.3 Interferência e efeito Doppler
__ C.4 Modelo ondulatório e geométrico da luz
__ C.5 Fenômeno da luz
Bons estudos.
O telefone é um aparelho feito para reproduzir o som a distância. Várias versões existem
dessa engenhoca. Mas você sabe como funciona um modelo feito de copos de papelão?
A brincadeira, você já conhece: depois de amarrar cada uma das extremidades de um barbante a
dois copos diferentes, uma dupla de amigos pode se comunicar. O que parece mágica, porém, é
explicado pela ciência, como vamos descobrir agora.
Digamos que você fale em um dos copos. Com isso, você faz com que o ar no interior dele vibre
para frente e para trás muito rapidamente – algo como mil vezes por segundo. É isso o que nós
chamamos de som. Essa vibração vai se propagar até bater no fundo do copo, que acabará
funcionando como uma membrana, passando a vibrar também muito depressa para frente e para
trás.
Essas vibrações não são visíveis porque o fundo do copo se movimenta pouco e muito
rapidamente. Se estivéssemos lidando com um autofalante grande, e com o som alto, porém,
seria possível vê-las. Mas, na nossa brincadeira, tente pensar no cenário: o fundo do seu
copo está se movimentando dessa maneira, ao mesmo tempo em que está preso pelo barbante a um
outro copo. Resultado? O fundo do seu copo acaba puxando e soltando o fundo do outro copo,
que também acaba se movimentando, como se fosse uma membrana. Esse puxar e soltar gerará
vibrações para dentro do segundo copo. Assim sendo, se outra pessoa colocar o ouvido próximo
a ele, poderá escutar a voz de quem falou no primeiro copo – no nosso exemplo, você – de
forma bastante nítida.
O segredo para o telefone funcionar está no barbante que une os dois fundos dos copos e que
deve estar bem esticado, de maneira que possa transmitir os puxões dados por uma membrana
para a outra, ou seja, conduzir o som de um copo para o outro. Assim, nossa voz viaja pelo
barbante e chega ao outro lado, ou seja, ao ouvido da pessoa com quem você se comunica.
Mas fique esperto! Caso o barbante esteja um pouco frouxo, as vibrações não serão tão bem
transmitidas, correndo o risco de o seu telefone não funcionar. Ah! Esse telefone também
funciona com latas no lugar de copos. É só tomar cuidado e verificar se existem partes
cortantes ou enferrujadas para não se machucar!
O som é uma onda mecânica. Ao falar dentro da lata, a criança emite uma onda
sonora que perturba o ar dentro da lata, esta perturbação se propaga,
atingindo o barbante. No barbante, a perturbação continua a se propagar, indo
até a outra lata, onde volta a se propagar no ar e, se houver alguém
suficientemente perto para ouvir, perturbando o tímpano e proporcionando a
sensação de audição.
_C.1_ Infográfico
Uma onda é uma vibração que se propaga. Esta vibração pode se dar na mesma direção de
propagação ou na direção perpendicular. Veja no esquema a seguir como definimos cada onda de
acordo com a direção de oscilação de seus elementos.
CDU 530.1
!Sumários resumidos!
Mecânica
Eletricidade e Magnetismo
9 Relatividade 273
9.1 A pesquisa pelo éter 274
9.2 Os postulados de Einstein e os
sistemas de referência 275
9.3 Dilatação do tempo e contração do
comprimento 279
9.4 Deslocamento de frequência relalivíslico 285
9.5 Transformação de Lorentz 286
9.6 Transformação relativística de velocidades 289
9.7 Momento e energia relativíst:icos 292
9.8 Relalividade geral 299
9.9 A reJaLivida<le no colidiano: o GPS 301
O que já aprendemos 1 Guia de estudo para exercícios 302
Questões de múltipla escolha 305
Queslôes 306
Problemas 306
4
.>(m) 3
• 10 O IO 20
x(m)
3 .33 280 km. 3.35 360 W 3.37 (a) O. (b) - 4,0 rad. (c) 53 m /s.
(d) 8,4 m. (e) 6,4 Hz. (f) 4,3 W. 3.39 (a) 173 m/s. (b) 86,5 Hz.
3.41 700 N. 3.43 f (x,t) - (1,00 cm)sen((20,0 m-~x - (150 s- 1)
1
l), g(x, L) - (1,00 cm) sen ((20,0 m- )x - (150 s-• )L); 7,50 m/s.
3.45 z(m)
t(s)
O QUE APRENDEREMOS
,,--- -----,
• Ondas são perturbações (ou excitações) que se propagam • O principio da superposição estabelece urna propriedade fun-
através do espaço ou de algum meio no transcorrer do tempo. damental das ondas: duas formas de onda podem ser somadas
de modo a formar uma terceira onda.
• As ondas podem ser longitudinais ou transversais.
• As ondas podem interferir urnas às outras de forma conslruli-
• A equação de onda governa o movimento geral das ondas
va ou destrutiva. Sob certas condições, padrões de interferên-
• As ondas transporlam energia através de distâncias; no entan- cia são formados e podem ser analisados.
to, embora ela seja propagada pelas vibrações dos átomos do
• Pode-se formar urna onda estacionária pela superposição de
meio, em geral uma onda não transporta matéria consigo.
duas ondas progressivas.
• As condições de contorno para cordas determinam os possíveis
comprimentos de onda e frequência das ondas estacionárias.
1 Quando a maioria das pessoas ouve falar em ondas, a primeira coisa em que pensam é em
ondas oceânicas. Todos já viram fotos de surfistas pegando ondas enormes no Havaí ou na
Austrália (Figura 3. 1), ou as ondas gigantescas criadas por ferozes tempestades em alto mar.
Essas paredes de água são ondas certamente, assim como aquelas que quebram suavemente e
lavam uma praia. Todavia, as ondas são mais gerais do que perturbações em água. Luz e som
também são ondas, e o movimento ondulatório está envolvido em terremotos e tsunamis, bem
como nas transmissões de rádio e de televisão. De fato, mais adiante neste livro, veremos que
as partículas mais fundamentais da matéria compartilham muitas propriedades com as ondas.
Em certo sentido, somos todos feitos de ondas e de partículas.
Neste capíhtlo, examinaremos as propriedades e o comportamento das ondas, baseados
diretamente no que foi abordado no Capíhtlo 2 solbre oscilações. Retornaremos ao asstmto do
movimento ondulatório quando esh1darmos a luz e quando abordarmos a mecânica quântica
e a estrutura atômíca. Áreas inteiras da física são devotadas ao estudo das ondas; por exemplo,
a óptica é a ciência das ondas huninosas, e a acústica, o estudo das ondas sonoras (veja o Ca-
píhtlo 4). As ondas também são de importância fundamental na astronomia e na eletrônica.
Os conceitos deste capítttlo constituem precisamente os primeiros passos na direção de uma
1 compreensão de uma grande parte do mw1do físico que nos rodeia. _J
Íli
Se você atirar uma pedra em uma lagoa parada, criará cristas circulares que se propagarão ra-
dialmente ao longo da superfície da água (Figura 3.2). Se tun objeto estiver fluruando na super-
fície da lagoa {um galho, tuna folha ou tun pato de borracha), você conseguirá notar que o ob-
jeto passará a se movimentar para cima e para baixo enquanto as cristas se movem para fora
passando por baixo dele, mas sem mover o objeto significativamente junto consigo.
Se você fixar uma corda em tuna parede, segurar a outra extremidade, esticando a corda,
e movê-la rapidamente para cima e para baixo, tal movimento criará tuna crista de onda que
se propagará através da corda, como ilustrado na Figura 3.3. Novamente, essa onda se move
e o material através do qual a onda se propaga (a corda) se move para cima e para baixo, mas
permanecendo essencialmente no mesmo lugar.
Esses dois exemplos ilustram uma das principais características das ondas: tuna onda é
tuna excitação que se propaga através do espaço ou de algum meio em função do tempo, mas Figura 3.2 Cristas circulares na su-
geralmente sem transportar matéria junto consigo. Dessa maneira ftmdamental, o movimen- perfície da água.
to ondulatório difere completamente do movimento que temos esrudado até aqui. As ondas
eletromagnéticas e as gravitacionais não necessitam de tun meio para se propagar; elas podem
fazê-lo através do espaço vazio. Outras ondas só se propagam em tun meio; por exemplo, as
ondas de som podem se propagar através de um gás (o ar) ou mn líquido (a água) ou um sólido
1
tun trilho de aço), mas não através do vácuo.
~ Muitos outros exemplos de ondas estão à nossa volta no dia-a-dia, a maioria delas oscilan-
do de maneira pequena demais para que possamos notá-las. A luz é uma onda eletromagnética,
bem como as ondas de rádio que os receptores de rádios AM e FM recebem e das ondas que
transportam sinais de TV para nossos lares - seja através de cabos coaxiais ou através do ar,
itidas de antenas em torres ou de satélites geoestacionários.
1
184 -Física para Universitários - Relatividade, Oscilações, Ondas e Calor
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -'
----i
1 p !ete wna volta no estádio. Essa estimativa um pouco grosseira está aproximadamente correta, 1
dentro de um fator de 2. Empiricamente, sabemos que a "ola" se desloca com uma rapidez de
aproximadamente 12 m/s. A razão para esse valor mais alto de velocidade é que as pessoas
antecipam a chegada da onda e se levant am ao verem as pessoas a dois ou três assentos de
_J
L
~===========
distância se levantar.
3.2 ~
1
Vamos iniciar nossa discussão quantitativa das ondas examinando uma série de osciladores
llfill acoplados - por exemplo, uma fila de objetos idênticos acoplados cada qual aos seus vizi-
nhos por molas idênticas. Uma realização física disso está expressa na Figura 3.4, onde uma
•~ 111.w ~1m~~m
série de hastes idênticas é mantida no lugar por uma barra central horizontal. As hastes po-
dem girar livremente em torno de seus centros e são ligadas às suas vizinhas mais próximas
por molas idênticas. Quando a primeira haste for empurrada, tal excitação será transmitida
de cada haste para a sua vizinha e o pulso gerado, dessa maneira, se deslocará ao longo da
M l tW
Figura 3.4 Uma série de barras idênti-
ções de equilíbrio horizontais; na parte (b ), a haste i está inclinada em um ângulo O;com
respeito à horizontal. Uma inclinação dessas tem dois efeitos: primeiro, a tensão na fita
constituí uma força restauradora que tende a fazer a haste i retornar à posição de equilí-
brio; segundo, uma vez que a tira de borracha está torcida dos dois lados da haste i, a in-
cas acopladas por molas às suas vizinhas
clinação de cada haste em um ângulo O; gera uma força que atua no sentido de inclinar as
mais próximas. Os números dos quadros
indicam a sequência temporal. Cada par hastes i- l e i+ 1 em 8;· Se as hastes podem girar livremente, elas serão inclinadas naquela
1 de quadros está separado por um interva-
direção e cada haste, por sua vez, exercerá forças sobre suas duas vizinhas mais próxinlas.
e tempo de 0,133 s. A Figura 3.6 mostra uma vista lateral do arranjo de hastes paralelas da Figura 3.5.
1
Cada círculo representa a extremidade de uma haste, e o movimento deste círculo pode 1
1
ser caracterizado por wna coordenada y;. Então J; está relacionado ao ângulo de inclina-
ção, 8;, por y; = ±l sen 6;, onde l é o comprimento da haste. A linha que liga os círculos repre-
. i-l:_l____.,....
, ~,_,,
Figura 3.5 Hastes paralelas sus- i-1 ~~(},
tentadas por uma tira de borracha
tensio nada constituem um modelo /
..
de osciladores acoplados transversal- 7~
/
(a)
(b)
yi
⌬x
(c) xi⫺1 xi xi⫹1 Figura 3.6 Vistas das hastes acopla-
x das da Figura 3.5: (a) posição de equi-
yi ⫹ 1 líbrio; (b) uma haste é inclinada; (c)
yi ⫺ 1 yi
todas as hastes podem girar e inclinar.
senta a borda da tira de borracha. Na Figura 3.6a, todas as hastes se encontram em equilíbrio, o
que implica que todas as inclinações são nulas. Na Figura 3.6b, a haste i tem uma inclinação, a
mesma desenhada na Figura 3.5b. A força exercida sobre a haste i devido à tensão na tira é como
a de uma mola, dada por Fi = – kyP, onde a constante elástica efetiva é determinada a partir das
propriedades da tira tensionada. Finalmente, na Figura 3.6c, todas as hastes já estão inclinadas.
A força resultante exercida sobre a haste i, então, é a soma das forças exercidas sobre ela pelas
hastes i+1 e i–1, mediadas pela tira tensionada que une as hastes. Essas forças dependem da
diferença entre as coordenadas y do início e do final da seção da tira que liga as três hastes:
F+ = – k(yi – yi+1)
e
F– = – k(yi – yi–1).
Logo, a força resultante exercida sobre a haste i é a soma dessas duas forças:
Fi = F+ + F– = – k(yi – yi+1) – k(yi – yi+1) – k(yi – yi–1) = k(yi+1 – 2yi + yi–1).
Da Segunda Lei de Newton, F = ma, obtemos então a aceleração, ai, da haste i:
mai = k(yi+1 – 2yi + yi–1) (3.1)
Com as condições iniciais para a posição e a velocidade de cada oscilador, poderíamos re-
solver o conjunto resultante de equações em um computador. Entretanto, podemos realmente
derivar uma equação de onda usando a equação 3.1, e o faremos na Seção 3.4.
(a)
y(x,0) y(x,1,5s)
2 2
y(0,t) (cm)
y (cm)
0 0
⫺2 ⫺2
0 20 40 60 0 20 40 60 80
T t (s) x (cm)
(b) (c)
x A Figura 3.8c mostra que, para um instante qualquer, t, a dependência da oscilação à coorde-
nada horizontal, x, também é senoidal. Tal dependência é mostrada para t = 0 (curva azul) e t
v = 1,5 s (curva tracejada cinza). A distância espacial entre dois máximos consecutivos é definida
como o comprimento de onda, .
T Como se pode ver na Figura 3.8a, linhas diagonais de mesma altura descrevem o movi-
t mento ondulatório no plano xt. Essas linhas são denominadas frentes de onda. O que é mais
importante de perceber acerca do movimento ondulatório desenhado na Figura 3.8 e do movi-
Figura 3.9 Vista do plano xt da Fi- mento ondulatório em geral é que, durante um período, qualquer frente de onda dada avança
gura 3.8, mostrando a relação entre
exatamente um comprimento de onda.
a velocidade da onda, o período e o
comprimento de onda.
A Figura 3.9 mostra o triângulo sombreado em roxo no topo da superfície da onda da
Figura 3.8a no plano xt para melhor ilustrar a relação entre a velocidade da onda, o período e
o comprimento da onda. Agora, você pode verificar que a velocidade de propagação da onda
é dada, em geral, por
Formas de onda senoidais, número de onda e fase 3.1 Pausa para teste
Como obter uma descrição matemática de uma onda senoidal em função do espaço e do tem- Você está sentado em um barco
po? Comecemos com o movimento do oscilador em x = 0 (veja a equação 3.2), e note que é no meio do Lago Michigan. As
preciso um tempo t = x/v para que a excitação se desloque em uma distância x. Assim, pode- ondas que chegam ao barco des-
mos simplesmente substituir t por t – x/v na equação 3.2 para encontrar o deslocamento y(x, t) locam-se a 3,0 m/s e as cristas
fora da posição de equilíbrio em função do espaço e do tempo: são separadas por 7,5 m. Qual é
a frequência com a qual as cris-
tas de onda incidem no barco?
(3.4)
Substituindo e na expressão acima para y(t), obtemos a função descritiva que desejávamos:
(3.5)
Uma forma de onda senoidal como essa é quase que universalmente aplicável quando existe
somente uma dimensão espacial na qual a onda pode se propagar. Mais adiante neste capítulo,
generalizaremos esta forma de onda para mais de uma coordenada espacial.
Podemos também começar com uma determinada forma de onda senoidal, em algum
ponto do espaço, e indagar onde se encontrará esta forma de onda em um instante posterior.
Desse ponto de vista, podemos escrever a expressão para a forma de onda em função do espaço
e do tempo na forma
(3.6)
As equações 3.5 e 3.6 são equivalentes entre si, pois sen (–x) = – sen (x) = sen ( + x). A dife-
rença de fase na equação 3.6, 0, está relacionada ao ângulo de fase da equação 3.5, 0, por 0 =
– 0. Usaremos a equação 3.6, que é a forma mais comum, de aqui em adiante.
O argumento da função seno da equação 3.6 é denominado fase da onda, :
3.2 Pausa para teste
= x – t + 0 (3.7). A figura mostra o gráfico, em t =
Ao considerar mais de uma onda simultaneamente, a relação entre as fases das ondas desempe- 0, de uma forma de onda y(x, t)
nha um papel fundamental na análise. Mais adiante neste capítulo, retornaremos a esse ponto. = A sen (x – t + 0). Deter-
Finalmente, usando = 2 / e = 2 /T, podemos reescrever a equação para a velocida- mine a amplitude, A, o número
de da frente de onda (3.3) em termos do número de onda e da frequência angular: de onda, , e o deslocamento de
fase, 0, da onda.
(3.8)
10
(3.9)
onde y(x, t) é o deslocamento em relação à posição de equilíbrio em função de uma única coorde-
nada espacial, x, e da coordenada temporal, t, e v é o módulo da velocidade de propagação da onda.
A equação de onda descreve qualquer movimento ondulatório não amortecido em uma dimensão.
(i)
Se voltarmos à definição original da derivada como o limite de uma razão entre diferenças, pode-
mos aproximar uma derivada parcial em relação à coordenada x por
Mas o lado direito desta equação e o lado direito da equação 3.1 contêm o termo y i+1 – 2yi + y i–1.
Assim, podemos combinar essas duas equações:
Substituindo a derivada parcial segunda da posição em relação ao tempo da equação (i) no lugar
da aceleração, obtemos
(ii)
Esta equação relacionando as derivadas parciais segundas em relação ao tempo e à posição é uma
forma da equação de onda. A razão entre a constante elástica da mola e a massa do oscilador é igual
Capítulo 3 Ondas 89
ao quadrado da frequência angular, como havíamos visto no Capítulo 2. Esta também é a frequên-
cia angular da onda progressiva. Assim, o produto da frequência angular, , pelo deslocamento
horizontal, ⌬x, é a velocidade da onda (a velocidade com que ela se move através do espaço),
(iii)
Assim, a equação (ii) torna-se a equação de onda dada pela equação 3.9:
(3.10)
Assim, vemos que a função dada pela equação 3.6 é uma solução da equação de onda 3.9, desde
que 2 – v22 = 0. Todavia, da equação 3.8, sabemos ser este o caso, de modo que acabamos de
determinar que a equação 3.6 é uma verdadeira solução da equação de onda.
Existe uma classe maior de soluções que inclui como caso particular a solução que aca-
bamos de obter? Sim, qualquer função Y, continuamente diferenciável, com um argumento
contendo a mesma combinação linear de x e t que a equação 3.6, x – t, constitui uma so-
lução da equação de onda. As constantes , e 0 podem ter valores arbitrários. Entretanto,
90 Física para Universitários – Relatividade, Oscilações, Ondas e Calor
a convenção geralmente aceita é que a frequência angular e o número de onda sejam, ambos,
números positivos. Portanto, existem duas soluções gerais da equação de onda:
(3.11)
e
(3.12)
Este resultado talvez fique óbvio se você escrever essas funções em termos de argumentos que
envolvam a velocidade da onda, v = /. Vemos então que Y(x – vt + 0/) é uma solução para
uma forma de onda arbitrária que se move no sentido positivo de x, enquanto Y(x + vt + 0/)
é uma solução para forma de onda que se move no sentido negativo de x.
Como afirmado anteriormente, a forma funcional de Y em nada importa. Podemos veri-
ficar isso usando a regra da cadeia da diferenciação, df(g(x))/dx = (df/dg)(dg/dx). As derivadas
parciais em relação ao espaço e ao tempo contêm um fator comum, df/dg, que se anulam da
mesma maneira que a função seno colocada em evidência na equação 3.10. Portanto, as deriva-
das da função g = x ± t + 0 sempre levam à mesma conclusão, 2 – v22 = 0, como no caso
da forma de onda senoidal.
Aqui, a densidade linear de massa da corda, , é igual à sua massa por unidade de comprimen-
to (considerada constante):
Podemos, então, tratar o movimento de uma onda em uma corda como o dos osciladores acopla-
dos. A força restauradora é fornecida pela tensão da corda, T = k⌬x. Usando a relação m = ⌬x
na equação para a velocidade de onda em um sistema de osciladores acoplados, k(⌬x)2/m = v2
[equação (iii) na Demonstração 3.1] e isolando v, obtemos a velocidade de onda em uma corda:
(3.13)
Note que a letra T foi usada para representar tanto a tensão da corda quanto o período de os-
cilação, de acordo com a convenção usual. Você deve ter certeza de qual grandeza se aplica a
uma dada situação.
O que implica a equação 3.13? Existem duas consequências imediatas. Primeiro, aumentar
a densidade linear de massa da corda (isto é, usar uma corda mais grossa) reduz a velocidade
de onda na corda. Segundo, aumentar a tensão da corda (por exemplo, apertando os tarraxos
da guitarra elétrica mostrada na Figura 3.11) aumenta a velocidade de onda. Se você toca um
instrumento de corda, sabe que, aumentando a tensão, aumenta a frequência do som produzi-
do por uma corda. Mais adiante neste capítulo retornaremos à relação entre a tensão e o som
Figura 3.11 (a) Uma guitarra elétri-
ca comum usada por bandas de rock. produzido.
(b) A menor guitarra do mundo, pro-
duzida em 2004 na Cornell NanoScale
Science and Technology Facility. Ela é
menor do que a guitarra mostrada na
parte (a) por um fator de 105, e tem
um comprimento de 10 m, aproxi-
2 mícrons
madamente da largura de um fio de
cabelo humano. (a) (b)
Capítulo 3 Ondas 91
Um técnico em manutenção de elevadores (massa = 73 kg) está sentado no topo de uma cabine
de elevador de massa igual a 655 kg no poço de um arranha-cfo. Um cabo de aço com 61 m de
comprimento e massa de 38 kg sustenta a cabine. O homem envia um sinal para seu colega no
topo do poço do elevador batendo co m seu martelo no cabo do elevador.
PROBLEMA
Quanto tempo levará para que o pulso de onda gerado pelo martelo suba pelo cabo?
SOLUÇÃO
O cabo está sob a tensão produzida pelo peso conjunto da cabine e do técnico em manutenção:
M 38 kg
µ, = - = - - = 0,623 kg/m.
L 6l m
Portanto, de acordo com a equação 3.13, a velocidade de onda neste cabo tem valor
v= ~ = 107 nlls.
Para subir ao longo dos 61 m do cabo, o p ulso precisa de um tempo
L 6lm
t = - = - - - = 0,57 s.
V 107 mJs
DISCUSSÃO
Essa solução implica que a tensão da corda é a mesma em qualquer lugar do cabo. Isso é verda-
deiro? Não inteiramente! Não podemos de fato desprezar o peso do próprio cabo ao determinar
a tensão. A velocidade que calculamos é correta para o ponto mais baixo do cabo, onde ele está
I preso à cabine. Entretanto, a tensão na extremidade superior do cabo também tem de incluir o
L_.!'eso total do mesmo. Lá, a tensão vale
Reflexão de ondas
O que acon tece quando um a onda que se propaga em uma corda encon tra uma bar reira? A
extremidade de uma corda amarrada a um suporte fixo em um a parede pode ser considerada
wna barreira. Na Figura 3.3, u m a onda foi iniciada em wna corda movendo-se wna de suas
extremidades para cima e para baixo. A onda, então, se propaga ao longo da corda. Quando ela
atinge a extremidade da corda que está presa ao suporte fixo na parede, a onda se reflete como
mostrado na Figura 3.12. Uma vez que a extremidade da corda é fixa, a onda refletida tem sua
fase deslocada em 180º, e retorna em sentido oposto e invertida. Nesse ponto fixo, a amplitude
1
onda é nula.
Se a extremidade da corda for presa a uma conexão móvel e desprovida de atrito, tal como
a mostrada na Figura 3.13, a onda será refletida sem sofrer mudança de fase, e a onda que re-
torna tem amplitude positiva. A amplitude máxima na extremidade móvel d a corda é o dobro
da amplitude inicial da o nda.
~ Física para Universitários - Relatividade, Oscilações, Ondas e Calor
(a)
Ondas esféricas
Se você examinar as Figuras 3.2 e 3.14, verá ondas geradas em um ponto e que se espalham
Figura 3.14 Ondas se espalhando como círculos concêntricos. A idealização matemática de ondas emitidas por fontes puntifor-
radialmente para fora de uma fo nte mes descreve ondas que se propagam para fora em círculos concêntricos em duas dimensões
puntiforme (uma lâmpada incandes- espaciais, ou em esferas concêntricas no caso de três dimensões espaciais. Formas de onda
cente, neste caso). As superfícies senoidais que se espalham dessa maneira são descritas matematicamente por
interna e externa de cada faixa con-
cêntrica colorida estão separadas por y(r, t) =A(r)sen ( Kr - wt -1 </>0). (3. 14)
1 comprimento de onda.
Aqui, r representa o vetor posição (em duas ou três dimensões), er =lrl
é o seu valor absoluto. !
Você pode se convencer de que esta função realmente descreve formas de onda em círculos
concêntricos (em duas dimensões) ou esferas concêntricas (em três dimensões) lembrando-se
de que a circunferência de um círculo ou a superfície de uma esfera se encontra a uma mesma
distância ,d a origem e, portanto, r tem um mesmo valor para todos os seus pontos. Um valor
constante de r em algum instante t implica tuna fase constante, </> = Kr - wt + </>0 • Uma vez que
todos os pontos de um determinado círculo ou da superfície de uma dada esfera possuem a
mesma fase, todos eles estão no mesmo estado de oscilação. Portanto, a equação 3.14 de fato
descreve ondas circulares ou esféricas.
Uma forma de onda descrita pela equação 3.14 de fato não possui uma amplitude, A, cons-
tante, mas tuna amplitude que depende da distância radial até a origem da onda (Figura 3.15).
Na Seção 3.6, quando falarmos na energia transportada por ondas, ficará claro que a depen-
dência radial da amplitude é necessária para ondas bi e tridimensionais, e que a amplitude tem
de ser um a ftmção monotonicamente decrescente da distância em relação à fonte. Usaremos
a conservação da energia para descobrir como exatamente a amplitude varia com a distância,
mas, por ora, usaremos A(r) = C/r (onde C é uma constante) para uma onda esférica tridimen-
sional. Nesse caso, a equação 3.14 se torna _J
e . - wt + <bo).
y(r,t)=-sen(Kr (3.15) ......____. y
r
Ondas planas
Em pontos muito distantes de uma fonte puntiforme que emite ondas esféri-
cas, estas podem ser aproximadas por ondas planas. Como mostrado na Figura
3. 16, ondas plan as são aquelas para as quais as superfícies de fase constante são
planos. Por exemplo, a luz proveniente do Sol incide sobre a Terra na forma de
ondas planas. Por que se pode usar a aproximação de onda plana nestes casos?
Se você calcular a curvatura de uma esfera em função de seu raio, e fizer o raio
Figura 3.15 Uma onda esférica em função de duas
tender a infinito, a curvatura tenderá a zero. Isso significa que qualquer setor da coordenadas espaciais.
superfície dessa esfera se parece localmente com um plano. Por exemplo, a Terra
é basicamente uma esfera, mas ela é tão grande que, localmente, a superfície pa-
rece wn plano para nós.
Para uma descrição matemática de uma onda plana, podemos usar a mesma forma funcio-
nal que para wna onda unidimensional:
onde o eixo x é definido localmente como perpendicular ao plano da onda. Você pode estar se
perguntando por que a equação 3.16 inclui novamente uma amplih1de constante. A resposta
é que, em pontos muito distantes da origem, A / r varia muito lentamente em função de r, de
modo que usar uma amplitude constante resulta em uma aproximação tão boa quanto apro-
ximar a curvatura de uma esfera por zero. Para uma onda perfeitamente plana, a amplih1de é
realmente constante.
Figura 3.16 Ondas planas. Cada pla-
Ondas de superfície no paralelo representa uma superfície
Em 26 de dezembro de 2004, um terremoto de magnih1de 9,0, sob o Oceano Índico perto da de fase constante. Planos adjacentes
costa da Sumatra, originou um tsunami (palavra japonesa que significa "onda de porto"). O estão separados por dois comprimen-
tos de onda.
tsunami causou uma incrível destruição na provÚlcia Aceh, da Indonésia, e também se espa-
lhou pelo Oceano Índico a wna velocidade de um jato comercial, produzindo muitos danos
na Índia e no Sri Lanka. Uma simulação da propagação do tswiami feita por computador é
mostrada na Figura 3.17. Qual é base física do movimento de wn tsw1ami?
Quando ocorre um terremoto subaquático, quando duas placas da crosta terrestre se mo-
1 vem uma contra a outra, com frequência o fundo do mar é deslocado para cima e alterado.
ssa maneira, a água do oceano também é deslocada, originando uma onda de pressão. Essa _J
1 é wna das raras ocorrências de wna onda que transporta matéria consigo (neste caso, água); a
água de fato quebra na costa. Todavia, a água que atinge a costa não é originária do local onde 1
ocorreu o terremoto, de modo que, em um tsunami, não ocorre transporte de água por longas
distâncias. Abordaremos ondas de pressão com mais detalhes no Capítulo 4. Por ora, você pre-
cisa apenas saber que as ondas de pressão no oceano possuem comprimentos de onda muito
longos, de até 100 km ou mais.Uma vez que este comprimento de onda é muito maior do que
a profundidade típica do oceano, de aproximadamente 4 km, as ondas de pressão resultantes
de terremotos não pode se espalhar esfericamente, mas apenas como ondas de superfície. Para
essas ondas super ficiais, a velocidade de onda local não é constante, mas depende da profun-
didade do oceano: 1
{a) {b)
Figura 3.18 (a) A composição do interior da Terra. Um terremoto ocorre, gerando ondas S. Essas ondas propagam-se na crosta, no manto superior
e inferior, mas não conseguem deslocar-se no núcleo externo derretido. (b) Nenhuma onda S proveniente do terremoto é detectada em pontos ao
redor da Terra ue se encontrem em ãn ulos maiores do ue O o~ ue as ondas S não odem se ro agar no núcleo externo derretido.
As ondas sísmicas se propagam do epicentro, a partir do terremoto, através da Terra e
podem ser detectadas na superfície em localidades muito distantes. As ondas de compressão
sísmicas (P) podem atravessar o volume inteiro da Terra, enquanto as ondas transversais sís-
m icas (S) não podem penetrar no núcleo derretido. Assim, os limites do núcleo podem ser
determinados a partir de observações das ondas S, como ilustrado na Figura 3.18.
Os cienlistas observaram que o ângulo máximo correspondente aos pontos da superfície terrestre
onde as ondas S geradas por um terremoto podem ser detectadas é 8 = 105° (veja Figura 3.18b).
Esse efeito se deve ao fato de que as ondas S não podem atravessar o núcleo externo da Terra, onde
o ferro derretido não pode resistir a forças de cisalhamento. O raio da lerra é de 6.370 km.
PROBLEMA
l_,9ual é o raio do núcleo derretido da Terra?
isoLUÇÃO
Examinando a Figura 3.18b, vemos que podemos relacionar o raio do núcleo derretido, Rmidro' com
o raio da Terra, ~'erra' e com o ângulo máximo de observação das ondas S na superfície terrestre:
cos(~) = R núdeo,
2 R Terra
Observe que este resul tado é somente aproximado. As ondas transversais sísmicas de falo não se
propagam exatamente em linhas retas devido à variação da densidade em função da profundidade
na Terra. Todavia, o resultado calculado está razoavelmente próximo do valor mais precisamente
medido, Rnúdco = 3.480 km, obtido alravés da combinação de diferentes métodos.
Os terremotos não constituem a única fonte de ondas sísmicas. Essas ondas também podem
ser geradas por explosivos detonados no subsolo, como dinamite ou mesmo bombas nucleares.
Por isso, o monitoramento de ondas sísmicas é usado para fiscalização da realízação de testes nu-
cleares proibidos e da não proliferação de armas nucleares. Outros meios de gerar ondas sísmicas
são os thurnper-trucks (enormes caminhões bate-estacas que erguem grandes massas até 3 m de
1
ra do solo e as deixam cair), armas de ar comprimido, fontes sonoras e vibradores hidráulicos
ou eletromecânicos. Por que alguém desejaria gerar ondas sísmicas? De maneira análoga a como
as ondas S foram usadas no Exemplo 3.2 para procurar por depósitos de densidades diferentes
no subsolo. Essa técnica básica de reflexão sismológica é amplamente utilizada na prospecção de
petróleo e de gás natural e, portanto, é de grande interesse para a pesquisa atual.
(3. 18)
~9_6~~-F1_·s_ic_a~p~a_r_a_U_n_iv_e_r_si_ta_·r_io_s~--R_e_~_t_i~_-d_a_d_e~,_O_s_ci_~~ç~õ_e~s,~O_n_d_a_s_e~Ca_l_o_r~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
onde a amplitude da onda tem uma dependência radial, como explicado na discussão geral
sobre ondas em duas e três dimensões. Vemos que a energia de uma onda é proporcional ao
quadrado da amplih1de e ao quadrado da frequência.
Se a onda se move em um meio elástico, a massa m, que aparece na equação 3.18 pode ser
expressa como m = p V, onde pé a densidade e V é o volume que a onda travessa. Este volume é
o produto da área da seção transversal, A _ (a área perpendicular à velocidade vetorial da onda),
que a onda atravessa pela distância que ela percorre durante o tempo t, ou l = vt. (Observaçã.o:
o símbolo A_ indica a área, enquanto o súnbolo A, sem o subscrito _, é usado para representar
a amplih1de da onda!) Assim, obtemos a energia para este caso:
(3.19)
Se a onda é wna oscilação esférica irradiada a partir de uma fonte puntiforme, e se ne-
nhuma energia é perdida por amortecimento, podemos determinar a dependência radial da
amplitude da equação 3.19. Neste caso, a energia é uma constante em wn valor fixo de r, assim
como a densidade do meio, a frequência angular e a velocidade de onda. A equação 3.19, entã.o,
2
fornece a condição A .L IA(r) l = constante. Para uma onda esférica tridimensional, a área que a
L onda atravessa é a superfície de uma esfera, como mostrado na Figura 3.14. Logo, neste caso, 1
~
2 2
A.L = 4'1Tf, e obtemos r IA(r)l = constante :::;. A(r) ex l /r. Este é exatamente o resultado para a 1
'2
Potência e intensidade de uma onda
Figura 3.19 Lei cio inverso do qua-
rado para a intensidade de uma Sabemos que a potência média é a taxa de transferência de energia pelo tempo. Com a energia
nda esférica em duas diferentes dis- contida em uma onda dada pela equação 3.19, temos então
âncias em relação à fonte.
P= ~ =tpAl.vw2 [A(r )J2 . (3.20) 1
Uma vez que todas as grandezas do lado direito da equação 3.20 são independentes do tempo, 1
2
1 =tpvw 1A(r)J2. (3.21)
3.2 Exercidos
de sala de aula
nove vezes maior.
A inte nsidade das ondas eletro-
magnéticas provenientes do Sol,
PROBLEMA RESOLVIDO 3~ Potência transmitida por uma onda em na Terra, é de 1.400 W/m2 • Qual é
a potê ncia total gerada pelo Sol?
,..--- uma corda A distância da Terra ao Sol é de
PROBLEMA 6
149,6 · 10 km.
O deslocamento transversal de uma corda tensionada específica em relação ao equilíbrio, em fun -
a) 1,21 · 10 W d) 2,11 . 10 w
20 28
ção da posição e do tempo, é dado por y(x, t) = (0,130 m) cos [(9,00 ni' 1 )x + (72,0 Ç 1)t] . A densi-
dade linear de massa da corda é de 0,00677 kg/m. Q ual é a potência média transmitida pela onda b) 2,43 . 10 2• w e) 9,ll · 1030 W
através da corda? 26
c) 3,94 · 10 W
SOLUÇÃO
PENSE
Começamos usando a equação 3.20 para a po tência média transmitida por urna onda. Podemos
obter a amplitude, A(r), o número de onda, K , e a frequência angular, cv, a partir da função y(x, t)
fornecida comparando-a com a solução da equação de onda para o caso de uma onda que se
propaga no sentido negativo do eixo x (compare com a equação 3.6). O produto pA.L é dado pela
densidade linear de massa,µ. .
DESENHE A
r-----"-..
K
,--------"-..
w
r-----"-..
A Figura 3.21 identifica os fatores relevantes da função de onda. y (x, t) = (0,130 m)cos({9,00 m- 1 )x + (72,0 ç t)t)
Figura 3.21 Função de onda com seus fatores
PESQUISE
relevantes identificados.
A po tência transmitida por uma onda é dada pela equação 3.20:
P=+pA.1v w2 [ A(r)J2 .
Para uma onda que se move em uma corda elástica, o produto da densidade, p, pela área da seção
transversal, A.L , pode ser escrito na forma
m m m
pAJ. = V A.i = L A.i AJ. = L= µ.,
onde µ., = mi L é a densidade linear de massa da corda. No caso de uma onda que se move em uma
corda elástica, A(r) é constante e, assim, podemos expressar a potência transmitida como
w 72,0 s- 1
v =- = = 8,00 m/s.
K 9,0om- 1
CALCULE
Substituin do os valores num éricos na equação 3.20, obtemos
= 2,37247 W.
ARREDONDE
Apresentamos nosso resultado com três algarismos significativos:
p = 2,37 w.
Continua --> _J
198 Física para Universitários - Relatividade, Oscilações, Ondas e Calor
SOLUÇÃO ALTERNATIVA
Para avaliar nossa resposta, vamos considerar que a energia da onda corresponda à energia de um
objeto cuja massa seja igual à massa de uma parle da corda de comprimento igual a um compri-
mento de onda. Esse objeto se move no sentido negativo de x com a mesma velocidade da onda.
A potência, então, é a energia transmitida durante um período. A partir dos valores de K e de w,
obtidos da função de onda fornecida, obtemos o comprimento de onda e o período:
21T
À= - = 0,698 m
K
2
T= 'TT = 0,0873 s.
w
Podemos escrever a eneq,>ia cinética na forma
K = Hµ.A)v 2 = 0,151 J.
A potência, portanto, é
P =K = 0,151 J l ,73 \V
' .
T 0,0873 s
O resultado é semelhante ao nosso resultado para a potência transmitida ao longo da corda. As-
sim, nossa resposta perece plausível.
~~~~~~~~~~~
3.7 IR!:i!:!,gpio da superposição e interferência il
Equações de onda como a equação 3.9 possuem uma propriedade muito importante: elas são
lineares. O que isso significa? Significa que, se você encontrar duas soluções diferentes, y1 (x,t) e
y2 (x,t), para uma equação diferencial, ent ão qualquer combinação linear dessas duas soluções,
tal como
Duas ou mais soluções de onda podem ser adicionadas, res ultando outra solução de onda.
PROBLEMA
Qual será a amplitude da o nda resultante quando for máxima a superposição dos dois pulsos, e
em que ins tante isso ocorrerá?
r-- Capítulo 3 Ondas
1 -----------------------~ 1
991
SOLUÇÃO
Os dois pacotes de onda gaussianos são da forma funcional y(x, t) = Y(x ± vt) e são, portanto,
soluções válidas da equação de onda unidimensional 3.9. Logo, vale o princípio da superposição
(equação 3.23), e podemos simplesmente adicionar as duas funções de onda para obter a função
que representa a onda resultante. Os dois pacotes de onda gaussianos atingem superposição má-
xima quando seus centros estão na mesma posição do espaço de coordenadas. O centro de um
pacote de onda gaussiano encontra-se na posição para qual o expoente é nulo. Como se pode ver
a partir das funções fornecidas, ambos os pacotes estarão centrados em x =O no instante t =O, que
(a)
é a resposta à questão sobre quando é máxima a superposição. Na superposição máxima, a am-
plitude é, simplesmente, A= A1 +Ai= 2,7 A1 (pois A2 = 1,7 A1, como especificado no enunciado
do problema). f\ A
DISCUSSÃO
É inslrulivo analisar o gráfico que ilustra essas ondas e sua superposição. Os dois pacotes de onda
gaussianos iniciam no instante t = -3, em unidades de largura do pacote dividida pela velocidade
v 1 e se propagam. A Figura 3.22a é um gráfico tridimensional da função de onda y(x, t) = y 1(x, t)
_ _ A_ _""-----
v
+ yJx, t) em função da coor,denada x e do tempo t. Os vetores velocidade v1 e 2são mostrados. ri\
A Figura 3.22b mostra gráficos das ondas no espaço de coordenadas em diferentes instantes de
tempo. A curva azul representa )\(X, t), a curva vermelha representa y 2 (x, t), e a curva preta, sua
soma. No instante médio, os dois pacotes de onda alingem a superposição máxima.
X
L (b)
Figura 3.22 Superposição de dois
_J
O que é essencial lembrar acerca do princípio da superposição é que as ondas podem se pacotes de onda gaussianos: (a)
interpenetrar sem alterar suas frequência, amplitude, velocidade e direção de movimento. A representação tridimensional; (b)
tecnologia das comunicações modernas é absolutamente dependente deste fato. Em qualquer plotagem no espaço de coordenadas
cidade, diversas estações de rádio e televisão comerciais emitem seus sinais em frequências di- para diferentes instantes de tempo.
ferentes; existem também as transmissões de celulares e transmissões de TV via satélite, assim
como ondas luminosas e ondas sonoras. Todas essas ondas devem de ser capazes de penetrar
Lunas nas outras sem sofrer alteração, ou nossas comunicações diárias seriam impossíveis.
Interferência ondulatória
A interferência é uma consequência do princípio da superposição. Se as ondas se atravessam,
seus deslocamentos simplesmente se somam, de acordo com a equação 3.24. Alguns casos inte-
ressantes surgem quando os comprimentos e as frequências das ondas são os mesmos, ou pelo
menos quando são próximos. Aqui, examinaremos apenas o caso de duas ondas de comprimen-
tos de onda e frequências idênticas. O caso de ondas de frequências muito próximas uma da
outra será abordado no Capítulo 4, sobre o som, quando discutirmos os batimentos.
Primeiro, vamos considerar duas ondas unidimensionais de amplitude idêntica, A, mes-
1 mo número de onda, K, e mesma frequência angular, w. A constante de fase% é nula no caso
da onda l, mas pode variar no caso da onda 2. A soma das formas de onda é, portanto,
Um caso especial de superposição ocorre para duas ondas progressivas se elas são idên ticas
exceto pelos sinais opostos de w: y,(x, t) =A sen (Kx + wt) e y !x, t) =A sen (Kx + wt) . Vam os
primeiro examinar o resultado matemático dessa superposição (após o que teremos adquirido
sensibilidade física):
No último passo para obter a equação 3.26, usamos a fórmula da adição trigonométrica, sen (a
± {3) =sen a cos f3 ±cosa sen {3 . Portanto, no caso da superposição de duas ondas progressivas
de mesma amplitude, mesmo número de onda e mesmo módulo de velocidade, mas com sen -
tidos oposto de propagação, a dependência com a coordenada espacial e com o tempo podem
ser separadas (ou fatoradas) em wna fw1ção apenas de x multiplicada por uma fwição apenas
de t. O resultado dessa superposição é uma onda que possui nodos (onde y = O) e antinodos
(onde y atinge seu valor máximo) em posições particulares ao longo do eixo x. Cada antinodo
está localizado a meio caminho entre dois nodos vizinhos.
Essa superposição é muito mais fácil de visualizar na forma gráfica. A Figura 3.25a
mostra uma onda representada por y lx, t) = A sen(Kx + wt), e a Figura 3.25b mostra
.....x outra onda dada por y 2(x, t) =A sen(Kx - wt) . A Figura 3.25c mostra a soma das duas
ondas. Em todos os gráficos, a forma de onda é mostrada em fwição da coordenada x.
Cada gráfico também mostra a onda em 11 instantes de tempo diferentes., com um in-
tervalo de tempo de Ti/10 entre instantes vizinhos, como se estivéssemos vendo uma
sequência de fotografias tiradas de tempo em tempo. A fim de comparar os mesmos ins-
tantes de tempo de cada gráfico, as curvas são codificadas por cores, começando do ver-
melho e prosseguindo pelo laranja e o amarelo. Podemos ver que as ondas progressivas
se movem para a esquerda e para a direita, respectivamente, porém a onda resultante da
superposição das duas oscila no mesmo lugar, com os nodos e os antinodos mantendo-
-se em posições fixas do eixo x. Essa onda de interferência é conhecida como onda esta-
cionária, que resulta da fatoração da dependência temporal e da dependência espacial da
Figura 3.25 (a) e (b) mostram duas ondas pro-
gressivas com velocidades vetoriais opostas. ( c) equação 3.26. Nos nodos, as duas ondas progressivas estão sempre fora de fase.
Superposição das duas ondas, resultando em Os nodos de uma onda estacionária possuem sempre amplitude nula. De acordo
uma onda estacionária. com a equação 3.18, a energia contida em wna onda é proporcional ao quadrado da
amplitude. Logo, nenhuma energia é transportada por uma onda estacionária através
de qualquer de seus nodos. A energia da onda permanece "presa" entre os nodos de
uma onda estacionária, e lá se mantém localizada. Note também que, embora uma onda esta-
cionária não se mova, a relação entre comprimento de onda, frequência e velocidade de onda,
v = >...f, continua válida. Aqui, v representa o módulo das velocidades das ondas progressivas
que formam a onda estacionária.
~ fo
mente fixada, pelo lado esquerdo, e a um pistão pela
direita. O pistão oscila para cima e para baixo, de
forma senoidal, com uma frequência f que pode ser
(b) 1-=--- ;.&. l ,lJi
~
variada. O movimento oscilatório vertical do pistão Anti nodo Nodo Antinodo
~
(c) 2fo
tem uma amplitude muito pequena que podemos
considerar como se a corda estivesse fixa nas duas
~ Anti nodo ~ 3 !
Antinodo Nodo Antinodo Nodo
extremidades. A frequência de oscilação do pistão, (d) 0
então, é variada, até que, em uma determinada fre-
lquência fo, a corda desenvolve um movimento de Figura 3.26 Geração de ondas estacionárias em uma corda.
nde amplitude com um antinodo central (Figura
l3.26a). Claramente, a excitação da corda produziu uma onda ,estacionária. Trata-se de
J
uma excitação ressonante da corda, no sentildo de que a amplitude torna-se grande so- L
mente em uma frequência de ressonância bem determinada. Se a frequência de mo-
vimento do pistão é aumentada em 10%, como mostrado na Figura 3.26b, a oscilação
ressonante da corda extingue-se. Reduzindo a frequência do pistão em 10% em relação
à frequência de ressonância tem o mesmo efeito. Dobrando-se a frequência em relação
a fo resulta em outra excitação ressonante, com um antinodo no centro da corda e dois
nodos, um em +e outro em ~do comprimento da corda (Figura 3.26c). Triplicando-se
a frequência em relação a..fo resulta em nova onda estacionária com dois nodos. e três
antinodos (Figura 3.26d). A continuação desta série é clara: uma frequência n.fo resul-
tará em uma onda estacionária com n anti.nodos e n- 1 nodos (mais dois nodos nas
extremidades da corda), igualmente espaçados ao longo da corda.
A Figura 3.27 mostra que a condição para wna onda estacionária é que um mune-
ro inteiro, n, de meios comprimentos de onda se ajuste perfeitamente no comprimento
L da corda. Usando um subíndice n para estes comprimentos de onda especiais, po-
demos escrever
À
n_..!!_= L, n =l,2, 3, ....
2
iando o comprimento de onda, obtemos Figura 3.27 As cinco excitações mais baixas
(3.27)
3.3 Exercidos
de sala de aula
trata. Ou seja, n = l identifica o primeiro harmônico (também chamado de frequência funda - Uma corda de determi nado com-
mental), n = 2 identifica o segundo harmônico, n = 3 o terceiro e assim por diante. primento é fixada em ambas as
Como já foi mencionado, v = Af continua válida para uma onda estacionária. Usando essa extremidades e esticada sob certa
relação, podemos encontrar as frequências de ressonância de uma corda a partir da equação 3.27: tensão. Qual das afirmativas abai-
xo acerca de uma onda estacioná-
V V
f,, = - =n - , n=l,2,3, .... ria nesta corda é verdadeira?
À,, 2l,
a) Quanto maior for a frequência
Finalmente, usando a equação 3.13 para a velocidade de onda em uma corda com densida- de uma onda estacionária em uma
corda, mais próximos estarão os
de linear de massa µ, e sob tensão T, v = ~TIµ, , temos nodos uns dos outros.
Ín =A,,
V fi rI
=n 2Lf;_ =n.~413;·
(3.28)
b) Para qualquer frequência de
onda estacionária, os nodos esta-
rão sempre igualmente espaçados.
A equação 3.28 revela fatos muito interessantes acerca da construção de instrumentos e) Para uma onda estacionária
musicais de cor,da. Primeiro, quanto mais longa for a. corda, menores serão as frequências de em uma corda sob determi nada
ressonância. Esta é a razão fundamental para que um violoncelo, que produz notas mais bai- tensão, somente uma frequência
é possível.
1
' seja maior do que um violino. Segw1do, as frequências de ressonância são proporcionais
==:::::.=
1 à raiz quadrada da tensão da corda. Se a frequência de um instnunento é bailxa demais, ele soa d) Quanto menor for a frequência
"sem contraste': e você deve aumentar a tensão. Terceiro, quanto maior for a densidade linear de uma onda estacionária em uma
de massa da corda, µ,, mais baixa a frequência. As cordas "mais gordas" produzem as notas corda, mais próximos estarão os
nodos uns dos outros.
mais baixas. Quarto, o segundo harmônico tem uma frequência que é o dobro da frequência
fundamental, o terceiro mna frequência três vezes maior que a fimdamental e assim por diante.
1
ando discutirmos o som no Capítulo 4, veremos que este fato constitui a base para a defmi-
---d
~1_0_2~~-F_ís_ic_a~p~a_r_a_U_n_iv_e_r_s1_"t_á_ri_os~--R_e_la_t_i~_-_da_d_e_,_O_s_c1_·l_a ç~õ_e_s_,_O_n_da_s_e~C_a_lo_r~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
ção de oitava. Por ora, você pode comprovar que consegue produzir o segundo harmô1úco em
wna mesma corda usada para produzir o prim eiro harmônico, pressionando-a com a ponta de
wn dedo exatamente no meio da corda, assim , forçando o nodo a estar localizado ali.
O trabalho de um afinador de piano é garan tir que todas as teclas do inslrumenlo produzam o
som correto. Em um pian o, a corda correspondente à Leda da nota Lá cen tral está sob tensão de
2.900 N , tem uma massa de 0,006000 kg e um comprimento igual a 0,6300 m.
li
PROBLEMA
Por qual fator o afinador deve allerar a tensão dessa corda a fim de obter dela a frequência correta
de440,0 Hz?
li
SOLUÇÃO
Primeiro, vamos calcular a frequência fundamental (ou primeiro harmónico), usando n = 1 na
equação 3.28 e a tensão fornecida, o comprimen to e a massa: _J
Íi = 2.900 N
4(0,6300 m)(0,006000 kg)
=438 Hz. -íl
Esta frequência difere em 2 Hz da frequência correta, ou 0,5% mais baixa q ue o valor correto, de
modo que a tensão deve ser aumentada. A tensão adequada pode ser encontrada isolando-se 7' na
equação 3.28 e depois substituindo a frequência fundamental de 440,0 Hz, a correta do Lá central:
=n~ 4Lm
2
Ín =n T T =*T=4Lm[f,, )
4L2 (m!L) n
DISCUSSÃO
_J
----ii
é o valor necessário de tensão da Poderíamos também ter obtido a variação correspondente de tensão raciocinado da seguinte ma-
corda? neira: a frequência é proporcional à raiz quadrada da tensão, e J1-
x :::::: J - .l x para x pequenos.
3 3 Uma vez que é necessário produzir uma variação de 0,5% na frequência, a teiisão tem de ser alte-
a) 2,90 · 10 N d) 8,11 · 10 N
rada no dobro dessa quantidade, ou 1%.
b) 4,84 · 103 N e) 1,23 · lo' N A propósito, um afinador de piano consegue perceber facilmente uma frequência que eslá
errada em 2 Hz escutando os batimentos produzidos, o que discutiremos no Capítulo 4.
c) 6,53 · 1ü3 N
Figura 3.28 Padrões de nodos de onda estacionária sobre uma placa quadrada excitada em freq uências de (a) 348 Hz, (b) 409 Hz e (c) 508 Hz.
Ondas estacionárias também podem ser geradas em duas e três dimensões. Apesar de
esses casos serem abordados por nós sem nenhum detalhe matemático, é interessante ver os
padrões ondulatórios que emergem. Para visualizar padrões de onda estacionária em chapas
bidimensionais, estas são excitadas por baixo por tun oscilador cuja frequência pode ser varia-
da, e grãos de sal comwn são espalhados uniformemente sobre ela. Os grãos de sal são chaco-
1 alhado~e~tE_ aprisionados nos nodos da onda, onde não sofr~ Íl!lP~t~gnificativos
por parte do oscilador abaixo Oaehapa. A Figura 3.28 mostra o resültado disso para o caso
de uma placa quadrada excitada em três frequências diferentes. Você pode verificar as linhas
nodais das ondas estacionárias, com formas diferentes para diferentes frequências de excitação.
Não discutiremos aqui essas linhas nodais com detalhes qualitativos, porém é importante per-
ceber que, quanto mais alta a frequência usada, mais próximas as linhas nodais estarão umas
das outras. Isso está em completa an alogia com o caso de ondas estacionárias m1idimensionais
em uma corda.
Este capítulo apresenta apenas tun breve resumo dos fenómenos ondulatórios. Todos os espe-
cialistas em física e engenharia terão um curso completo sobre ondas em que o assunto será
abordado com mais detalhes. Vários outros capítulos deste livro abordarão ondas. O Capítulo
4 é devotado às ondas longitudinais de pressão denominadas ondas sonoras. Esse caráter on-
dulatório da matéria conduz diretamente ao desenvolvimento da mecânica quântica, a base da
maior parte da física moderna, incluindo a n anociência e a nanotecnologia.
Os cientistas e os engenheiros continuam a descobrir aspectos novos da física ondulatória,
que vão de conceitos fundamentais a aplicações. Do lado das aplicações, os engenheiros estão
investigando maneiras de guiar micro-ondas através de geometrias diferentes com ajuda de
métodos de elementos finitos (que são métodos computacionais que subdividem um objeto
grande em um grande número de objetos pequenos) e de programas de computador muito
rápidos. Se as geometrias não possuem simetria espacial - isto é, se elas não são exatamente
1 redondas ou retangulares - algtms resultados surpreendentes podem ocorrer. Por exemplo, os _J
104 Física para Universitários - Relatividade, Oscilações, Ondas e Calor
físicos podem estudar o caos quântico com ajuda de micro-ondas que são sentidas
em uma cavidade metálica com a forma de um estádio (mna forma com ambas as
extrem idades semicirculares, ligadas entre si por mna seção reta). A Figura 3.29
mostra uma geometria de estádio, não para micro-ondas, mas para um sistema
físico - mna coleção de átomos de ferro individuais arranjados sobre uma super-
fície de cobre - usando mn microscópio de varredura por tunelamento. As cris-
tas de onda vistas no interior do "estádio" são de ondas estacionárias de matéria
eletrônica.
Talvez wna das pesquisas experimentais mais interessantes em física ondula-
tória seja a da busca por detecção de ondas gravitacionais. As ondas gravitacionais
foram previstas pela teoria da relatividade geral de Einstein, mas são de intensi-
dade muito fraca e de difícil detecção, a menos que tenham sido geradas por um
Figura 3.29 Átomos de ferro sobre uma superfície objeto de massa extremamente grande. Os astrofísicos têm postulado que alguns
de cobre formam uma estrutura de cavidade em objetos astronôrnicos emitem ondas gravitacionais de intensidade tão grande que
forma de estádio, na qual os cientistas podem es- deveriam ser observáveis a partir da Terra. Evidências indiretas da existência de
tudar ondas de matéria eletrônicas. ondas gravitacionais provêm do estudo das frequências orbitais de pares de estrelas
de nêutrons, pois o decréscimo da energia de rotação do par medido pode ser ex-
plicado pela emissão de radiação de ondas gravitacionais. Todavia, ainda não se tem qualquer
observação direta de ondas gravitacionais. Grupos de físicos norte-americanos e internacionais
têm construído ou se encontram em rocesso de constr~o de diversos detectores de ondas
gravitacionais, corno o LIGO (Laser Interferometer Gravitational-Wave Observatory - Obser-
vatório de Ondas Gravitacionais por lnterferômetro a Laser). Todos esses detectores operam
usando o princípio de interferência de ondas luminosas. A ideia básica é suspender, no vácuo,
por fios muito finos, várias massas de teste com lados espelhados, posicionados nas extremida-
des de dois braços perpendiculares do instrwnento. Assim que wna onda gravitacional passas-
se por ele, deveria causar, alternadamente, alongamento e encurtamento do espaço, o que colo-
caria fora de fase os dois braços, e que deveriam ser observáveis corno diminutos movimentos
dos espelhos. Em princípio, fazendo a luz se refletir nos espelhos e, em seguida, recombinado
os feixes, poderia se revelar a interferência lmninosa devido ao movimento detectado como mn
padrão de interferência. Esses detectores de ondas gravitacionais exigiriam túneis muito longos
para os lasers. O LIGO consiste em dois observatórios, wn deles em Hanford, Washington,
EUA, e o outro em Livingstone, na Louisiana (veja a Figura 3.30), com uma distância de 3.002
km entre si. Cada observatório possui dois túneis, cada qual com 4 km de comprimento, dis-
(a) (b)
L
l o ou E J Á A p REN D EM os 1 Gu 1 A o E Es Tu o o pA RA E X E R e Í e 1os
das gravitacionais que poderiam ser
observadas. _J
• A equação de onda descreve o deslocamento y(x, t) em re- • A energia contida em uma onda é E = f pVw 2 [A(r)]2 =
lação à posição de equilíbrio produzido por qualquer movi-
a2 a2 +p(A 1l)w2 (A(r)) 2 = ~p(A 1vt)w2 (A(r))2, onde A .i. é a área da
mento ondulatório: - y(x,t) - v2 - y(x, t) =O. seção transversal que a onda atravessa perpendicularmente.
at
2
ax2 • A potência transmitida por uma onda é p = ~= i pA .l vw2
• Para lllna onda qualquer, v é a velocidade de onda, A é o com-
primento de onda, e f, a frequência, as quais se relacionam [A(r)] 2, enquanto sua intensidade é J = +pvw2 [A(r)]2.
através de v = Af
• Para uma onda tridimensional esférica, a intensidade é inver-
• O número de onda é definido como K = 27T/À, de forma aná- samente proporcional ao quadrado da distância em relação
loga a como a frequência angular se relaciona com o período à fonte.
por w = 27T/ 1'.
• O princípio da superp osição é válido para as ondas: soman-
• Qualquer função da forma Y(Kx - wt + <f>J ou Y(Kx + wt + do-se duas soluções da equação de onda resulta em outra
c/>0 ) constitui uma solução da equação de onda. A primeira solução válida da mesma equação.
função descreve uma onda que se propaga para a direita, e a
segundá, uma onda que se propaga para a esquerda. • As ondas podem interferir no espaço e no tempo, conslruliva
ou destrutivamente, dependendo de suas fases relativas.
.J
• A velocidade de onda em uma corda, v = T / µ. , onde µ. =
miL é a densidade linear de massa da corda e T é sua tensão. • Somando-se duas ondas progressivas idênticas, a não ser por
possuírem velocidades vetoriais contrárias, resulta em uma
• Uma onda senoidal unidimensional é representada por y(x, t) onda estacionária tal como y(x, t) = 2A sen (Kx) cos (wt), em
= A sen (Kx - wt + cf>J, onde o argumento da função seno é a
que as dependências com o espaço e a posição estão fatoradas.
fase instantânea da onda, e A, sua amplitude.
• As frequências de ressonância (ou harmônicos) para ondas
• Uma onda esférica senoidal é descrita por
y(r , t)= A sen{Kr - wt + cf>o) enquanto uma onda plana é em unrn corda são dadas por / 11 = -
V JT
= n----r, para n=
r À,, 2L'lf µ
descrita por y(r, t) = Asen(Kx - wt + </>0 )
1,2,3, .... O índice n mostra o harmônico (por exemplo, n = 4
corresponde ao quarto harmônico).
TERMOS-CHAVE
r antinodos, p. 100 frequência de ressonância, interferência destrutiva, onda longitudinal, p. 85
comprimento de onda, p. 101 p. 99 onda plana, p. 93
p.86 harmónico, nodos, p. 100 onda transversal, p. 85
equação de onda, p. 88 p. 101 número de onda, p. 87
fase, p. 87 interferência construtiva, onda, p. 83
~ente de onda, p. 86 p.99 onda estacionária, p. 100
Fí_si_ca_._p_ar_a_U_n_iv_e_rs_it_á_ri_o_s_-_R_e_la_ti_~_-d_a_de~,_O_s_ci_la~ç~õ_es~,_O_n_da_s_e_Ca_l_or_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _~_-
l 106___ _
L em tuna corda
J
mento de onda, À, e frequência,f (Alternativamente, você pre-
cisa conhecer duas das três grandezas velocidade, v, níunero de
~da, K , e frequência angular, w.)
SOLUÇÃO
PENSE
Da função de onda fornecida, podem os identificar o número de onda e a frequência ang ular, das
q uais podem os obler o comprimenlo de onda e o período. Podemos, enlão, calc ular a velocidade
da o nda progressiva a parlir da razão enlre a frequência angular e o número de onda.
DESENHE
A Figura 3.32 m oslra o gráfico da função de onda em t = O(parle a) e em x = O(parle b).
Capítulo 3 Ondas 107
0,2 TI I 0,2
0,1
(\ (\
" (\ (\
0,1
Ê Ê
~ X (m) ~ t (s)
::>., O, 02 ), e4 0,5 ::>., IC,1 1 ~ o e 2
- 0,1 - 0,1
- 0,2 V V V V V V - 0,2
(a) ( b)
Figura 3.32 (a) A fu nç.ão de onda em t = O. (b) A função de onda em função do tempo em x =O.
PESQUISE
Examinando a fu nção de onda fornecida no enunciado do problema, y(x, t) = (0,00200m)
sen[(78,8 m- 1 ) ...L (346 Ç 1)tJ , e comparando-a com a solução de uma equação de o nda que se
propaga no sentido negativo do eixo x (veja equação 3.6),
À= 27T .
K
T = 2rr.
w
Então, podemos calcular a velocidade de onda a parLir de
w
v=-.
K
CALCULE
Substituindo os valores numéricos, obtemos o comprimento de onda e o período:
27T
A= = 0,079736 m
78,8 m- 1
e
27T
T = - - = 0,0181 59s.
346 s-•
A seguir, calculamos a velocidade da onda progressiva:
346 s-1
v= = 4,39086 m/s.
78,8 m- 1
ARREDONDE
Apresentamos nossos resullados com três algarismos significativos:
À= 0,0797 m
T= 0,0182s
v= 4,39 mls.
SOLUÇÃO ALTERNATIVA
Para avaliar nosso resultado para o comprimento de onda, examinamos a Figura 3.32a. Podemos
verificar que o comprimento de onda (a distância necessária para completar uma oscilação) é de
aproximadamente 0,08 m, em concordância com nosso resullado. Examinando a Figura 3.32b,
podemos nolar que o período (o tempo necessário para completar uma oscilação) é de aproxima-
d a m en te 0,018 s, t a mh~m em c:on c:ord~ n c.ia c:om nosso res11 l1·acfo.
108 Física para Universitários - Relatividade, Oscilações, Ondas e Calor
PROBLEMA
Um motor vib ratório é usado para produzir uma onda estacionária em uma corda elástica, como
mostrado na Figura 3.33a. A corda é esticada, passando sobre uma polia sem atrito, sustentando
um bloco metálico (Figura 3.33b). O comprimento do ramo horizontal da corda, desde a polia
até o motor, é de 1,25 m, e a densidade linear de massa da corda é de 5,00 gim. A frequência de
vibração do motor é de 45,0 Hz. Qual é a massa do bloco metálico?
SOLUÇÃO
PENSE
O peso do bloco de metal é igual à tensão da corda. Da Figura 3.33a, pode-se verificar que a corda
vibra no terceiro harmónico, pois três antinodos são visíveis. Assim, podemos usar a equação
3.28 para relacionar a tensão na corda, o harmónico, a densidade linear de massa da corda e a
frequência. Uma vez que tenhamos determinado a tensão da corda, poderemos calcular a massa
do bloco de metal.
DESENHE
A Figura 3.33b mostra a corda elástica sob tensão devido ao bloco de metal pendurado nela. Aqui,
L representa o comprimento da corda entre a polia e o motor, µ, representa a densidade linear de
massa da corda, em, a massa do bloco. A Figura 3.33c mostra o diagrama de corpo livre do bloco
de melai suspenso, onde T é a tensão da corda e mg é o peso do bloco metálico.
(a)
1·
Figura 3.33 (a) Uma onda estacio-
nária em uma corda elástica excitada
por um motor vibratório. (b) A corda
é tensionada por uma massa por ela
suspensa. (c) Diagrama de corpo Livre
a o bloco suspenso. (b) (e)
1
PESQUISE
Uma onda estacionária em uma corda de comprimento L e densidade linear de massaµ,, que vibra
no harmónico n, com frequência f,, satisfaz á equação 3.28:
/r.
f,, =n
v41!;
Com base no diagrama de corpo livre da Figura 3.33c, e no fato de que o bloco metálico não se
move, podemos escrever
T-mg = O.
Portanto, a tensão da corda é T = mg.
SIMPLIFIQUE
Da equação 3.28, isolamos a tensão da corda:
CALCULE
Substituindo os valores numéricos, oblemos
2 2
m = µ, ( 2Lf,, ) = 0,00500 kg/m ( 2(1,25 m)( 45,0 Hz))
g n 9,81 m/s2 3
= 0,716743 kg.
ARREDONDE
Apresentamos nosso resultado com Lrês algarismos significativos:
m = 0,717 kg.
SOLUÇÃO ALTERNATIVA
Com uma avaliação de nosso resullado, usaremos o falo de que uma garrafa de meio lilro de água
tem uma massa de aproximadamente 0,5 kg. Mesmo uma corda fina poderia suslenlar essa massa
sem se romper. Porlanto, nossa resposla é plausível.
QUESTÕES
3.9 Você e um colega seguram as extremidades de um Slinky uma onda sonora que se propaga dentro de um espaço fecha-
{Lun brinquedo que consiste em wna longa mola homogênea), do, como wn longo corredor?
esticado entre vocês. De que maneira você movimentaria a sua 3.13 Se duas ondas progressivas possuem o mesmo compri-
extremidade do Slinky a fim de produzir (a) ondas tra nsversais mento de onda, a mesma frequência e a mesma amplitude, e
e (b) ondas longitudinais? são adicionadas adequadamente, o resultado é wna onda esta-
3.10 Um cabo de aço é formado por duas partes com seções cionária. É possível combinar, de algi.una maneira, duas ondas
transversais de áreas diferentes, A 1 e Ai. Uma onda seno idal estacionárias para obter uma onda p rogressiva?
progressiva é enviada pelo cabo, partindo da extremidade da 3.14 Uma bola de pingue-pongue flutua no meio de uma
parte mais fina do cabo. O que acontecerá quando a onda en- lagoa e ondas começam a se propagar na superfície da água.
contrar a interface A.f Al Como serão alteradas a velocidade, Você consegue imaginar uma situação em que a bola per-
a frequência e o comprimento de onda? maneça estacionária? Você pode imaginar uma situação que
ft ºS""f'lU''tff'"''U!tff•"''"'Uº"uUtt
envolva uma única onda no lago e na qual a bola se mantenha
estacionária?
3.11 O núdo resulta da superposição de um grande número 3.15 Por que as ondas circulares que se propagam na superfí-
de ondas sonoras de diversas frequências (geralmente for- cie da água de uma lagoa têm sua amplitude diminuída ao se
m ando wn espectro contínuo), amplitudes e fases. Pode surgir afas tarem da fonte?
interferência do ruído produzido por duas fontes? 3.16 Considere uma onda monocromática em uma corda de
1 3.12 A dependência da intensidade com l/K" deve-se ao fato amplitude A e comprimento de onda À, propagando-se em uma
de que a mesma potência distribui-se sobre a superfície de dada direção. Encontre a relação entre a velocidade máxima de
uma esfera cada vez maior. O que ocorre com a intensidade de uma parte qualquer da corda, v m&l e a velocidade de onda, v.
PROBLEMAS
Um • ou dois •• indica o crescente nível de dificuldade dos b) Determine a separação, ilxAB> entre dois pontos A e B se o
problemas. ponto B oscila com uma diferença de fase de 0,7854 em rela-
ção ao ponto A.
Seções 3.1 a 3.3
3.17 Uma das razões principais que permitem aos seres hu - c) Determine o número de cristas da onda que passam pelo
ponto A em um intervalo de tempo ilt = 1Os e o número de
manos descobrirem se um som vem da esquerda ou da direita
é o fato de que o som atinge cada ouvido em instantes diferen- ventres que passam pelo ponto B no mesmo intervalo.
tes. Dado que a velocidade do som no ar é de 343 m/s, e que os d) Em que ponto de sua trajetória deveria um motor vibra-
ouvidos hwnanos, tipicamente, estão separados um do outro tório, conectado a Luna das extremidades da corda em x = O,
por 20 cm de distância, qu al o tempo máximo de resolução começar a oscilar para criar uma onda progressiva senoidal na
para a audição huma na que permite que sons o riundos da es- corda?
querda sejam distingi.údos de sons provenientes da direita? Por •• 3.21 Considere um arranjo linear de n massas, cada qual
que é impossível para um mergulhador dizer de onde vem o igual a m, conectadas por n t- 1 molas, todas de massa despre-
som de um barco a motor? A velocidade do som na água é de zível e de constante elástica k, com as extremidades externas
aproximadamente 1.500 m/s. da primeira e da última mola fixadas. As massas podem se
I ~~~ 8 Caminhando nas montanhas, você grita "Hei~ espera 2 se mover sem atrito ao longo do comprimento do arranjo.
~ta de novo. Qual é a distância entre as ondas sonoras que você a) Escreva as equações de movimento para as massas.
~oduziu? Se você escuta o primeiro eco após 5 s, qual é a distân- b) As configurações de movimento para as quais todas as par-
cia entre você e o ponto onde sua voz incidiu na montanha? tes de wn sistema oscilam com a mesma frequência angi.uar
3.19 O deslocamento em relação ao equilíbrio causado por são chamadas de modos normais do sistema; as frequências
uma onda em wna corda é dado por y(x, t) = (- 0,00200 m) sen angi.uares correspondentes são denominadas frequências angu-
[(40,00 m- 1)x - (800, s- 1)t]. Para esta onda, quanto vale (a) a lares dos modos normais. Determine as frequências angulares
amplitude, (b) o número de onda, (c) o número de ciclos com- dos modos normais deste arranjo.
pletados em 1 s, (d) o comprimento de onda e (e) o módulo da
velocidade de onda? Seção 3.4
3.22 Mostre que a função D =A ln (x+ vt) é wna solução da
• 3.20 Uma onda progressiva se propaga em wna corda e é
equação de onda (equação 3.9) .
descrita pela seguinte equação:
3.23 Uma onda progressiva se propaga a 30 m/s ao longo de
y(x, t) = (5 nun\sen (157,08 m -•)x - (3 14,16 s- )t + 0,7854J
1 uma corda no sentido positivo do eixo x. A frequência da onda
é de 50 Hz. Em x = Oe t = O, a velocidade de onda é de 2,5 m/s
a) Determine a separação minima, ilxmin• entre dois pontos dia e o deslocamento transversal é y = 4 mm. Escreva a função
corda que oscilam em exata oposição de fase (movem-se em y(x, t) para a onda.
~ntidos opostos em todos os instantes).
Capítulo 3 Ondas 111 I
3.24 Uma onda em uma corda tem timção de onda dada por •• 3.30 Um arame com densidade linear de massa uniforme
1 1 pende do teto. Sabe-se que transcorre 1,00 s para que um
y(x, t) = (0,0200 m) sen 1(6,35 m )x 1- (2,63 s- )tl.
pulso de onda se propague ao longo do arame. Qual é o seu
a) Qual é a amplitude da onda? comprimento?
b) Qual é o período da onda? •• 3.31 a) Partindo da equação geral de onda (equação 3.9),
c) Qual é o comprimento de onda da onda? prove por derivação direta que o pacote de onda gaussiano des-
cnto - Y(x , t ) -- (5 m ) e--0,J(x-srj e,
. pe1a equaçao ' de fato, uma onda
d) Qual é a velocidade dessa onda?
progressiva (isto é, ele satisfaz a equação de onda diferencial).
e) Em que sentido ela se propaga?
b) Se x está expresso em metros e tem segundos, determine
• 3.25 Uma onda senoidal que se propaga no sentido positivo
da direção x possui um comprimento de onda de 12 cm, uma a velocidade de onda do pacote. Em um mesmo gráfico, plote
esta onda em função de x para os instantes t .. O, t = 1 s, t .. 2 s
frequência de 10 Hz e uma amplitude de 10 cm. A parte da
onda situada na origem em t - Oapresenta wn deslocamento e t - 3s.
vertical de 5 cm. Para esta onda, determine c) De forma mais geral, prove que qualquer função j{x, t) que
a) o número de onda, d) a velocidade, dependa de x e t através da combinação x ± t constitui mna
solução da equação de onda, sem importar a forma específica
b) o período, e) o ângulo de fase, e
da função/
c) a frequência angular; f ) a equação de movimento.
Seção 3.5
• 3.26 Uma massa m está suspensa no teto por meio de um bar-
bante. Você belisca rapidamente a corda logo acima da massa e • 3.32 Suponha que a declividade de uma praia abaixo da
água seja de 12 cm de variação vertical por cada 1,0 m de
um pulso de onda se propaga pelo barbante até o teto, reflete-se
nele e retorna à massa. Compare o tempo de ida e volta deste distância horizontal. Uma onda se move em direção à terra e
desacelera ao entrar em águas mais rasas. Qual será sua acele-
pulso de onda ao correspondente para um pulso de onda seme-
lhante que se propaga na mesma mola, mas com a massa presa à ração quando ela estiver a 10 m da linha da praia?
mola aumentada para 3m. (Considere que o barbante pratica- • 3.33 Um terremoto normalmente gera três tipos de ondas:
mente não seja esticado em ambos os casos e que a massa do bar- ondas de superfície (ondas L). que são as mais lentas e menos
bante praticamente não contribua para a tensão do barbante.) intensas; ondas (S) de cisalhamento, que são ondas transver-
• 3.27 O ponto A da figura sais e transportam muita energia; e ondas (P) de pressão, que
1 são longitudinais e as que se propagam mais rapidamente.
encontra-se 30 cm abaixo do teto. 1
Determine quanto tempo a mais 30º A velocidade das ondas Pé de aproximadamente 7,0 km/s,
6~~
Arame 1 Arame2
enquanto a das ondas Sé de cerca de 4,0 km/s. Animais pa-
decorrerá para que um pulso de Ponto~
1
onda propague-se ao longo do ara- recem sentir as ondas P. Se wn cachorro sentir a chegada de
me 1 do que do arame 2.
_] uma onda P e começa a latir 30,0 s antes que o terremoto seja
Massa m
sentido pelos humanos, a que distância aproximada o cão se
• 3.28 Uma determinada corda de encontra do epicentro do terremoto?
guitarra tem uma massa por unidade de comprimento igual a
1,93 gim. Seção 3.6
a) Se a tensão da corda for de 62,2 N, qual será a velocidade 3.34 Uma corda com 30 g dle massa e 2 m de comprimento
de onda na corda? está esticada sob uma tensão de 70 N. Que potência deverá ser
fornecida à corda a fim de nela gerar uma onda progressiva
b ) Para que a velocidade de onda aumen te em 1,0%, em quan-
com uma frequência de 50 Hz e Luna amplitude de 4 cm?
to a tensão deve ser alterada?
3.35 Uma corda com densidade linear de massa de 0, 1 kg/m
• 3.29 Bob está falando com Alice usando um telefone de
está sob uma tensão de 100 N. Que potência deverá ser for-
brinquedo, que consiste em duas fatas de conserva ligadas por
necida a ela a fim de gerar wna onda senoidal com 2 cm de
um arame de aço esticado e de 20,0 m de comprimento (veja a
amplitude e 120 Hz de frequência?
figura). O arame tem densidade linear de massa igual a 6,13 gim
e sua tensão vale 25,0 N. As ondas sonoras saem da boca de Bob, • 3.36 Uma onda senoidal em uma corda é descrita pela
são coletadas pela lata da esquerda e, então, produzem vibrações equação y = {O, 1O m) sen (O, 75x - 40t). onde x está expresso
no arame que se propagam até a Lata de Alice, onde são nova- em metros e tem segundos. Se a densidade linear de massa da
mente transformadas em ondas sonoras no ar. Alice escuta tanto corda é de lOg/m, determine (a) a constante de fase, (b) a fase
a onda sonora que se propagou através do arame (onda 1) quan- da onda em x = 2 cm e t = 0,1 s, (c) a velocidade da onda, (d )
to a que se propagou através do ar (onda 2). por fora do arame. seu comprimento de onda, (e) sua frequência e (f) a potência
Essas duas ondas chegam juntas ao ouvido de Alice? Em caso transmitida pela onda.
negativo, qual delas chega antes e com que diferença de tempo Seções 3. 7 e 3.8
em relação á outra? A velocidade do som no ar é de 343 m/s.
3.37 Em um experimento acústico, uma corda de piano com
Lata de 5,0 g de massa e 70 cm de comprimento é mantida sob tensão
.. ~erva por meio de mna polia sem atrito, por sobre a qual a corda pas-
p 4•) )):'ir))]))), - - +Onda 1 sa e sustenta um peso de 250 kg preso em sua extremidade. O
'J ))_ _ . Onda 2 Arame
L Bob
20,0 m
Alice sistema inteiro encontra-se instalado dentro de um elevador.
1 11 2~~-Fí_s_ic_a~p_a_ra~U_n_iv_e_rs_i_tá_r_io_s_-~R_e_la_ti_~_-d_a_d_e,~O_sc_i_~~ç_õ_es_,_O_n_d_a_s_e_C_a_lo_r~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
a) Qual será a frequência fundamental de vibração da corda •• 3.45 Uma bola pequena flutua no centro de uma piscina
quando o elevador estiver em repouso? circular com 5 m de raio. Três geradores de onda estão posicio-
b) Com que valor de aceleração e em que sentido (para cima nados na borda da piscina, separados por 120º um do outro. O
ou para baixo) o elevador deve se mover a fun de que a corda primeiro gerador de onda opera na frequência de 2 Hz. O segun-
produza uma frequência apropriada de 440 Hz, que corres- do deles opera na frequência de 3 Hz, e o terceiro, em 4 Hz. Se
ponde ao Lá central de tun piano afinado? a velocidade de qualquer onda na água for de 5 m/s e suas am-
plitudes forem iguais, esboce um desenho indicando a altura da
3.38 Uma corda de 35,0 cm de comprimento e massa por tuü-
bola em flmção do tempo, desde t = Oaté t = 2 s, considerando a
dade de comprimento de 5,51 · 10-4kg/m. A que valor de ten-
superfície da água não perturbada como o nível de altura nula.
são a corda deve ser esticada para ela que vibre com frequência
Considere também que todos os geradores de onda começam a
fundamental de 660 Hz?
funcionar com tuna constante de fase nula. De que maneira sua
3.39 Uma corda de 2,00 m de comprimento e massa de 10,0 g resposta mudaria se um dos geradores de onda fosse movido
é fixada nas duas extremidades. A tensão da corda vale 150 N. para tuna posição diferente ao longo da borda da piscina?
a) Qual é a velocidade de tuna onda nesta corda? •• 3.46 Uma corda com densidade linear de massa µ, = 0,0250
b) A corda é beliscada de modo a vibrar. Qual é o compri- kg/me sob tuna tensão T = 250,0. N está orientada na direção
mento de onda e a frequência da onda resultante se ela dá ori- x. Duas ondas transversais de mesma amplitude e com um
gem a uma onda estacionária com dois antinodos? deslocamento de fase nulo (em t = O}, mas de frequências di-
• 3.40 Escreva a equação para tuna onda estacionária que pos- ferentes (w = 3.000 rad/s e w/ 3 = 1.000, rad/s) são geradas na
1 sui três antinodos de 2 cm ao longo de tuna corda de 3 m de corda por um oscilador localizado em x = O. As ondas resul-
mprimento fixa nas duas extremidades e que vibra 15 vezes tantes, propagando-se no sentido positivo da direção x, sofrem ~
j Por segundo. O instante t = Ofoi escolhido como aquele em reflexão em tun ponto afastadü,àe modo que também existe I
que a corda está reta. Se um pulso de onda se propagasse ao um par de ondas propagando-se no sentido negativo da dire-
longo desta corda, com que velocidade o faria? ção x. Encontre os valores de x nos quais são produzidos os
primeiros dois nodos devido às quatro ondas progressivas.
• 3.41 Uma corda de 3 m de comprimento, fixa nas duas
extremidades, tem uma massa de 6 g. Se você deseja estabe- •• 3.47 A equação de uma onda estacionária em mna corda
lecer uma onda estacionária nesta corda, de frequência igual de densidade linear de massaµ, é y(x, t) = 2A cos (wt) sen
a 300 Hz e com três antinodos, a que tensão deve submeter a (Kx). Mostre que a energia cinética média e a energia poten-
corda? cial média temporal desta onda, por unidade de comprimen-
2 2
to, são dadas respecti~amente por K'" 00 (x) = µ,w A sen KX e
2
• 3.42 Um vaqueiro caminha calmamente a dois passos por
U:ned(x) = T(KA) (cos KX).
segm1do, segurando um copo com leite de 10 cm de diâmetro.
O leite oscila no copo cada vez mais alto, até que acaba derra- Problemas adicionais
mando pela beira do copo. Determine a velocidade máxima 3.48 Uma onda senoidal propaga-se em uma corda no sen-
das ondas no leite. tido positivo da direção x. A onda tem wn comprimento de
• 3.43 Em tun laboratório, estudantes produzem ondas esta- onda de 4 m, uma frequência de 50 Hz e mna amplitude de 3
cionárias em cordas esticadas e conectadas a geradores de vi- cm. Qual é a flmção de onda que a representa?
bração. Uma dessas ondas é descrita pela função de onda y(x, 3.49 Uma corda de guitarra com massa de 10,0 g e compri-
t) = (2,00 cm) sen [(20,0 m-')x] cos [{150,0 s-1)t], onde y é o mento de 1,00 m está fixada à guitarra em dois pontos separa-
deslocamento transversal da corda, x é a posição ao longo dela dos por 65,0 cm.
e t é o tempo. Reescreva essa função de onda de forma que se
a) Qual será a frequência do primeiro harmônico da corda se
aplique tanto a uma onda que se propaga para a direita quanto ela for submetida a mna tensão de 81,0 N?
1 para a esquerda: y (x, t) =f(x- vt) + g(x+ vt}; isto é, determine
l_E flmções f e ~velocidade, v. b) Se a corda de guitarra for substituída por uma mais pesada, _J
I • 3.44 U~ conjlmto de emissores de ondas, arranjados como com massa âeTI>,O ge comprunento de um
m, qual sera a fre- 1
L n= 4 n=3 n= 2
1--d----J
n= 1 n=O
Quanto valem (a) o período,
(b) a velocidade máxima e
_J
(c) a aceleração máxima desta onda na direção perpendicular corda foi afinada para emitir o Dó central, cuja frequência
àquela na qual a onda se propaga? é de 256 Hz, quando oscila em seu modo fundamental, isto
3.52 Uma arame de 5() cm de comprimento e 10,0 g de massa é, com um antinodo entre as extremidades. Se a corda for
está sob tuna tensão de 50,0 N. As duas extremidades do ara- deslocada lateralmente 2,00 mm em seu ponto médio e solta
me são mantidas fixas enquanto ele é beliscado. para produzir tal nota, qruais serão a velocidade de onda, v, e
a velocidade máxima, V max' do movimento do ponto central
a) Qual será a velocidade das ondas na corda?
da corda?
b) Qual será a frequência fundamental da onda estacionária
• 3.62 A máxima tensão a que pode ser submetida uma corda
produzida?
esticada com densidade linear de massaµ, , mesmo em princí-
c) Qual será a frequência do terceiro harmônico? 2
pio, é dada por t = µ,c , onde e é a velocidade da luz no vácuo.
3.53 Qual é a velocidade de uma onda em tun arame de bron- (Trata-se de tun valor enorme. As tensões de ruptura de todos
ze com 0,500 mm de raio, esticado sob tuna tensão de 125 N? os materiais comuns são aproximadamente 12 ordens de gran-
A densidade do bronze vale 8,60 · HY kg/m .
3
deza menores do que isso.)
3.54 Dois arames de aço são esticados sob a mesma tensão. O a) Qual é a velocidade de uma onda progressiva sob tal ten-
primeiro deles tem um diâmetro de ú,500 mm, e o segtmdo, são?
um diâmetro de 1,00 mm. Se a velocidade das ondas que se b) Se tuna corda de guitarra com 1,000 m de comprimento,
propagam no primeiro arame for de 50,0 m!s, quanto vale a esticada entre extremidades fixas, fosse feita desse material hi- I
1 velocida.de das ondas no segtmdo arame?
patético, qual seria a frequência de seu primeiro harmônico? __J
~55 A tecla do Dó ce11tral de um piano (a tecla de número
52) corresponde a uma frequência fundamental de aproxi-
c) Se a corda de guitarra fosse tocada no ponto médio e des- 1
locada lateralmente em 2 mm a fim de produzir a frequência
madamente 262 Hz, enquanto a tecla do Dó soprano (tecla de fundamental, qual seria a velocidade máxima do ponto médio
níunero 64) corresponde a uma frequência fundamental de da corda?
1.046,5 Hz. Se as cordas usadas nas duas teclas são idênticas
• 3.63 Uma tira de borracha com massa de 0,21 g é esticada
em densidade e comprimento, determine a razão entre as ten-
entre dois dedos, posta sob uma tensão de 2,8 N. O compri-
sões das duas cordas.
mento total esticado da tira é de 21,3 cm. Um dos seus lados é
3.56 Uma onda senoidal se propaga ao longo de tuna corda beliscado, estabelecendo uma vibração em 8,7 cm do compri-
esticada. Um determinado ponto da corda possui mna veloci- mento da tira esticada. Qual é a frequência de vibração mais
dade máxima de 1 m/s e atinge tun deslocamento transversal baixa dessa parte da tira de borracha? Considere que a tira seja
máximo de 2 cm. Qual é a aceleração máxima daquele ponto? esticada uniformemente.
• 3.57 Como mostrado na figura, uma onda senoidal se propa- 3.64 Duas ondas se propagam em sentidos opostos ao lon-
ga para a direita, a uma velocidade v1, pela corda 1 cuja densi- go de uma corda fixada em ambas as extremidades, criando
dade linear de massa é µ, 1 • Essa onda possui uma frequência J. e uma onda estacionária descrita por y(x, t) = 0,01 sen (25x)
um comprimento de onda A1• Como a corda 1 está presa à corda cos(l.200t). A corda possui uma densidade linear de massa de
2 (com densidade linear de massa µ, 2= 3µ, ~'a primeira onda 0,01 kg/m, e a tensão da corda deve-se a uma massa pendu-
excita tuna nova onda na corda 2, que também se propaga para rada em tuna das suas extremidades. Se a corda vibra em seu
a direita. Qual é a frequência .h da onda produzida na corda 2? terceiro harmônico, determine (a) o comprimento da corda,
Qual a velocidade, v2 , dessa onda? Qual é o seu comprimento de (b) a velocidade das ondas e (c) a massa pendurada.
~nda, Ai? Expresse todas as respostas em termos de f" v, e A1• 3.65 Uma onda transversal senoidal com 20,0 cm de compri- _J
1 µ.1
Corda 1 Corda 2 mento de onda e 500 Hz de frequência se propaga ao longo
de uma corda no sentido positivo da direção z. As oscila-
ções da onda ocorrem no plano xz com amplitude de 3,00
cm. No instante t =O, o deslocamento lateral da corda em
x = Oé z = 3,00 cm.
• 3.58 A tensão de um cabo de aço (p = 7.800 kg/nf) com
2,7 m de comprimento e 1,0 cm de diâmetro é de 840 N. Qual a) No instante t = O, uma foto é tirada da onda. Faça um esbo-
é a frequência fundamental de vibração do cabo? ço simples (incluindo os eixos) da corda nesse instante.
• 3.59 Uma onda que se propaga em uma corda tem por equa- b) Determine a velocidade da onda.
ção de movimento y(x, t) = 0,02 sen (5x - 8t). c) Determine seu níunero de onda.
a) Calcule o comprimento de onda e sua frequência. d) Se a densidade linear de massa da corda for de 30,0 gim,
b) Calcule sua velocidade. quanto vale a tensão da corda?
c) Se a densidade 1U1ear de massa da corda éµ,= 0, 10 kg/m, e) Determine a fimção D(z, t) que descreve o deslocamento x
quanto vale a tensão da corda? que esta onda produz na corda.
• 3.60 Calvin se mexe para frente e para trás dentro de uma ba- •• 3.66 Um cabo pesado com massa total Me comprimento
nheira, produzindo uma onda estacionária. Qual é a frequência L = 5,0 m tem tuna das extremidades fixada em um suporte
dessa onda se a banheira tem 150 cm de comprimento e 80 cm rígido, enquanto a outra pende livremente. Um pequeno des-
de largura, e contém ágt1a com profundidade de 38 cm? locamento transversal é iniciado na extremidade inferior do
cabo. Quanto tempo decorrerá para que o deslocamento se
• 3.61 Considere uma corda de guitarra esticada ao longo
propague até o topo do cabo?
l__!os 80 cm que separam os pontos onde ela está fixada. A
_C.1_ Dica do professor
Acompanhe no vídeo a seguir, os principais pontos sobre o conceitos de movimento ondulatório
unidimensional e a sua aplicabilidade por meio da resolução de algumas questões.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/
f51603141383ffa153ab9cd42177efba
7min
A) O período desta onda vale 0,500 s, o seu comprimento de onda vale 0,503 m e ela viaja no
sentido positivo do eixo x.
B) O período desta onda vale 0,500 s, o seu comprimento de onda vale 0,503 m e ela viaja no
sentido negativo do eixo x.
C) O período desta onda vale 4,00π s, o comprimento de onda vale 12,5 m e esta onda se
propaga no sentido negativo do eixo x.
D) O período desta onda vale 4,00π s, o comprimento de onda vale 12,5 m e esta onda se
propaga no sentido positivo do eixo x.
E) O período desta onda vale 0,500 s, o seu comprimento de onda vale 0,0600 m e ela viaja no
sentido negativo do eixo x.
3) Clara e Jonier conversam utilizando um telefone de lata, que consiste em duas latas de
conserva ligadas por um barbante de 20,0 m de comprimento. O barbante está tencionado
em 5,00 N e a sua densidade linear vale 2,00 g/m. Quando Jonier fala, a Clara ouve a onda
sonora que se propagou através do barbante (onda 1 ) e através do ar (onda 2 ).
Considerando que a velocidade do som no ar vale 340 m/s, pode-se dizer que:
A) Clara irá ouvir a onda que se propagou pelo barbante 3,94 segundos antes da onda que se
propagou pelo ar.
B) Clara irá ouvir a onda que se propagou pelo ar 3,94 segundos antes da onda que se propagou
pelo barbante .
D) Clara irá ouvir a onda que se propagou pelo barbante 0,34 segundos antes da onda que se
propagou pelo ar .
E) Clara irá ouvir a onda que se propagou pelo ar 0,34 segundos antes da onda que se propagou
pelo barbante .
4) Uma onda progressiva propaga-se ao longo de uma corda no sentido positivo do eixo x a 20
m/s. A frequência desta onda é de 40 Hz. No instante e posição iniciais (t = 0 e x = 0), a
velocidade da onda é de 2,0 m/s e o deslocamento transversal é y = 5,0 mm. Sabendo que
velocidade de uma onda é derivada da função y ( x,t ) em relação ao tempo e é dada por v (
x,t ) = - ω Acos ( kx - ωt + φ0 ), a função y ( x,t ), em unidades do SI, para esta onda é:
A) O tempo que o pulso leva para percorrer a trajetória no segundo arranjo é a metade do
tempo que o pulso leva para percorrer a mesma trajetória no primeiro arranjo.
B) O tempo que o pulso leva para percorrer a trajetória no primeiro arranjo é a metade do tempo
que o pulso leva para percorrer a mesma trajetória no segundo arranjo.
C) O tempo que o pulso leva para percorrer a trajetória no primeiro arranjo é quatro vezes o
tempo que o pulso leva para percorrer a mesma trajetória no segundo arranjo.
D) O tempo que o pulso leva para percorrer a trajetória no segundo arranjo é quatro vezes o
tempo que o pulso leva para percorrer a mesma trajetória no primeiro arranjo.
E) Já que a distância é a mesma, o tempo que um pulso levaria para percorrer a trajetória
descrita no enunciado em ambos os arranjos será igual.
_C.1_ Na prática
Um fenômeno que aterroriza pessoas ao redor do mundo é o Tsunami. O que diferencia o Tsunami
de uma onda comum é o período de oscilação das águas, que para o Tsunami é muito maior que
para uma onda comum. Isso faz com que o Tsunami seja uma onda de grande comprimento de
onda, quando em alto mar.
Em alto mar, também a velocidade do Tsunami é muito alta, mas, quando chega na costa e a
espessura da lâmina de água diminui, o comprimento de onda e a velocidade da frente de onda
diminuem também e, em compensação, a amplitude aumenta consideravelmente.
elm = ver tb
conteúdo do
livro (melhor
comentado!)
_C.1_ Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
pdf 19p
Reflexão de ondas.
https://www.sofisica.com.br/conteudos/Ondulatoria/Ondas/reflexao.php
pág internet.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você verá mais sobre como simplificar o estudo das ondas e de
suas principais aplicações no cotidiano e na ciência.
Bons estudos.
elm = Avaliação da aula. Ruim. Assinalada opções - Erros no conteúdo; - Precisei pesquisar
mais; - Conteúdo Livro difícil (qdo assinala <regular, só há opções para assinalar) - Vídeo
com conteúdo ruim.
_C.2_ Desafio
As ondas bidimensionais podem ser bem difíceis de tratar, tanto que nos livros de física geral não
são vistas as partes mais avançadas. Também não é discutido sobre o vetor de propagação,
tratando-se apenas do seu módulo, pois tratam de ondas simétricas radialmente, assim, para uma
mesma distância do centro, o módulo do vetor de propagação é o mesmo. Porém, podemos pensar
no vetor de propagação como um conceito, que nada mais é do que a direção na qual um segmento
que estamos analisando se propaga.
Faça um desenho com uma onda bidimensional simétrica no raio, isto é, igual para uma mesma
distância do centro, com 4 frentes de onda. Divida o desenho em 12 pedaços igualmente
espaçados, como uma pizza de 12 pedaços, onde cada linha será um vetor de propagação, sendo
que a metade do arco entre dois vetores de propagação (1 e 2) mais a metade do arco entre dois
vetores de propagação (2 e 3) será descrito pelo vetor 2 e assim por diante.
Após feito isso: explique o motivo pelo qual podemos tratar pequenas porções da circunferência
das frentes de onda como planas para grandes distâncias. Relacione ao fato dos vetores de
propagação, inicialmente desenhados, estarem com um arco cada vez maior.
elm = Adaptado de [ Bauer, Wesfall, Física para Universitários - Relatividade, Oscilações,
Ondas e Calor ; 2013 ; p93 ].
Ondas planas
Em pontos muito distantes de uma fonte puntiforme que emite ondas esféricas, estas podem ser
aproximadas por ondas planas. Nas ondas planas, as superfícies de fase constante são planos.
Por exemplo, a luz proveniente do Sol incide sobre a Terra na forma de ondas planas.
Por que se pode usar a aproximação de onda plana nestes casos?˜— Se você calcular a
curvatura de uma esfera em função de seu raio, e fizer o raio tender a infinito, a curvatura
tenderá a zero. Isso significa que qualquer setor da
superfície dessa esfera se parece localmente com um plano. Por exemplo, a Terra é
basicamente uma esfera, mas ela é tão grande que, localmente, a superfície parece um plano
para nós.
Para uma descrição matemática de uma onda plana, podemos usar a mesma forma funcional que
para uma onda unidimensional: y(r,t) = A sen( [kapa] x - [omega] t + [phi 0] ) , onde o
eixo x é definido localmente como perpendicular ao plano da onda e a amplitude A é
constante. Note que, em pontos muito distantes da origem, A/r varia muito lentamente em
função de r , de modo que usar uma amplitude constante resulta em uma aproximação tão boa
quanto aproximar a curvatura de uma esfera por zero. Para uma onda perfeitamente plana, a
amplitude é realmente constante.
Concepts
(a) The wave speed c is constant, so in twice the time it covers twice the
distance, R2 = 2 R1
(c) Energy per unit length goes as 1/r since circumference increases with
r .
In Chapter 16 we saw
Eλ = 1/2 (µ λ) ω2 A2 (Eq. 16.41),
(a) 10 m from the source and (b) 100 m from the source
Checkpoint 17.2
Notice that in the views of the
surface wave in Figure 17.1 the
amplitude does not decrease with
increasing radial distance r . How
could such waves be generated?
Which of the following factors plays a role in how much a wave’s amplitude
decreases as the wave travels away from its source? Answer all that apply.
Checkpoint 17.3
(b) Decrease – greater mass slows down the transmission of the wave just like
with beads on a string.
Checkpoint 17.4
$%"
!" =
$&
Section Goals
The figure shows a magnified view of the interference pattern seen on the
previous slide.
The effect that the separation between the two point sources have on the
appearance of nodal lines is shown in the figure.
Difference is ½ integer:
destructive
Difference is integer:
constructive
The figure shows what happens when 100 coherent
sources are placed close to each other:
Checkpoint 17.11
Suppose the barriers in Figure 17.22 were held at an angle to the incident
wavefronts. Sketch the transmitted wavefronts for the case where the width of
the gap is much smaller than the wavelength of the incident waves.
Examples
v
in one period T , you move closer
to the source by v sT
happens for light too - receding galaxies have “red shift” (lower freq)
Chapter 17: Self-Quiz #5
Because sound waves diffract around an open doorway, you can hear sounds
coming from outside the doorway. You cannot, however, see objects outside the
doorway unless you are directly in line with them. What does this observation
imply about the wavelength of light?
Quantitative Tools
Section 17.5: Intensity
P is the power delivered by the wave over an area A [SI units: W/m2)
Ps Ps
I= = 2
(uniformly radiating point source)
Asphere 4π r
For two-dimensional surface waves, the intensity is P SI
I= units:
W/m
L
The human ear can handle an extremely wide range of intensities, from the
threshold of hearing Ith ≈ 1*10–12 W/m2 to the threshold of pain at ≈
1.0*W/m2 .
β2 = (10 dB) log ( 2*Ic / Ith ) = (10 dB) [ log 2 + log ( Ic / Ith ) ] =
= (10 dB) log 2 + β1
where I have used the logarithmic relationship log AB = log A + log B .
Because log 2 ≈ 0.3 , the intensity level increases to β2 ≈ (10 dB)
(0.3) + 70 dB = 73 dB .
So, even though the intensity doubles, the intensity level increases by
only 3 dB.
Checkpoint 17.13
In Exercise 17.5, how many clarinets must play at the same time in order to
increase the intensity level from 70 dB to 80 dB ?
The superposition
of the two waves
result in a wave of
oscillating
amplitude as shown
in part (b).
This effect is
called beating.
The displacement caused by the two individual waves at some fixed point is
given by
D1x = A sin( 2π f1 t )
D2x = A sin( 2π f2 t )
However, since two beats occur in each cycle of this amplitude variation, the
beat frequency is twice that
fbeat ≡ f1 – f2
This is how you know you’re out of tune. Faster beating means farther apart.
Exercise 17.7 Tuning a piano
Your middle-C tuning fork oscillates at 261.6 Hz . When you play the
middle-C key on your piano together with the tuning fork, you hear 15 beats
in 10 s . What are the possible frequencies emitted by this key?
SOLUTION The beat frequency — the number of beats per second — is equal
to the difference between the two frequencies (Eq. 17.8).
If it is higher, then f B = f p – ft .
If it is lower, then fB = f t – f p . So
fp = ft ± fB = 261.6 Hz ± 1.5 Hz
and the possible frequencies emitted by the out-of-tune middle-C key are
260.1 Hz and 263.1 Hz .
Quando tratamos com ondas planas, podemos utilizar uma estrutura matemática
de onda unidimensional.
Y(r,t) = A sen ( κ.r - ω.t )
Aula 2a -Ondas
Parte espacial
Comprimento de onda
Parte temporal
Desejamos saber como a onda se movimenta neste tempo dt. Para isto temos que seguir um ponto na onda.
Escolhemos o topo da onda como mostrado na figura.
Como a onda é dada por
EXERCÍCIO
_C.2_ Conteúdo do livro
O exemplo de ondas bidimensionais, assim como as ondas formadas pela perturbação das águas de
um lago, mesmo sendo um exemplo de fácil visualização, é um dos mais complexos do estudo
matemático, pois em nenhum aspecto elas se assemelham ao som ou à luz.
Na obra Física II, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, leia o capítulo Movimento
ondulatório bidimensional, onde você irá conhecer mais sobre as ondas em duas dimensões: ondas
superfície, a exemplo das ondas que se espalham por meio de um espaço bidimensional - o plano da
superfície líquida, e a radiação solar, que apesar de ser emitida nas três direções do espaço,
também pode ser reduzida em duas dimensões.
Boa leitura.
Introdução
Uma onda é uma propagação que se dissemina, porém, essa perturbação
pode se propagar em uma, duas ou três dimensões. Ondas bidimensionais
podem ser visualizadas como as ondas formadas por uma pedra atirada
em um lago, ondas sísmicas ou qualquer perturbação que se alastra em
um plano.
Neste capítulo, você verá mais sobre como simplificar o estudo das
ondas e sobre suas principais aplicações no cotidiano e na ciência.
Vetor de propagação
Existe uma grandeza relacionada às ondas, que é o k, quando falamos de
módulo e que chamamos de número de onda. Já quando falamos em termos
de vetor, o chamamos de vetor de propagação, ou vetor de onda.
2 Movimento ondulatório bidimensional
ordenada
Essa equação diz que a amplitude da oscilação muda no tempo, de acordo
com a frequência w. Porém, poderíamos ter a seguinte equação:
Essa equação é para uma foto, pois não temos o tempo. Aqui, imagine
uma corda de 1 metro bem esticada. Se dermos uma oscilação inicial, todos
os pontos dela oscilarão. Então, em um instante, batemos uma foto e assim
descrevemos todas as amplitudes desta por essa equação.
Ainda, podemos querer uma corda, mas desta vez não queremos somente
em uma foto, queremos um filme. Para isso, temos a seguinte equação:
Essa equação é diferente. Nela, temos vetores, pois temos mais de uma
dimensão e a amplitude máxima muda com a distância. Então, o k é o número
de onda e o k⃑ é o vetor de propagação. Observe que as ondas unidimensionais
também têm direção e sentido, mas omitimos essas informações por não serem
necessárias no tratamento matemático.
Por fim, em uma onda multidimensional, o vetor de propagação representa
a direção de uma pequena parcela da onda, pois, quanto menor a parcela que
ele representar, isto é, quanto mais vetores de propagação diferentes usarmos,
maior é a precisão da descrição do fenômeno. Então, se usarmos um número
limitado de vetores de propagação, é como se pegássemos uma frente de onda
e fragmentássemos em vários pedaços lineares, com o plano se propagando
na direção do vetor de propagação, isto é, a equação (4) não representa toda
a função y, mas, sim, uma para um dado vetor de propagação.
Para ilustrar isso, veja, na Figura 1, o processo de representar uma onda
bidimensional com apenas alguns vetores de propagação.
4 Movimento ondulatório bidimensional
k2 k3
k4
k1
k5
Figura 1. Nesta figura, aproximamos a onda por várias ondas planas, cada uma com seu
vetor de propagação.
Ondas planas
Veja a Figura 2 para entender o conceito de ondas planas e suas aproximações.
Esse molde de situação precisaria de mais informações e de uma pergunta, mas agora
o fato de termos mais direções pelas quais a onda se propaga gera novos tratamentos.
BAUER, W.; WESTFALL, G. D.; DIAS, H. Física para universitários: relatividade, oscilações,
ondas e calor. Porto Alegre: AMGH, 2013. cap. 3.
KNIGHT, R. D. Física: uma abordagem estratégica. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2009.
v. 2: Termodinâmica óptica. cap. 20.
Leitura recomendada
CHAUDHURI, R. N. Waves and oscillations. 2. ed. New Delhi: New Age, 2010.
_C.2_ Dica do professor
A onda plana é um modelo ideal que utilizamos para descrever alguns aspectos de uma onda.
Podemos utilizar essa condição quando, variando uma certa quantidade à posição da onda, não
notamos diferença nas grandezas desta. Assim como a luz do Sol que chega na Terra, a qual é
praticamente igual e uniforme quando chega, mesmo o planeta sendo bem extenso.
B) Uma onde bidimensional é uma onda onde não conseguimos colocar os vetores de
propagação em uma direção, somente em várias direções de um plano.
C) As informações sobre a propagação da onda nada nos diz sobre a dimensão da mesma.
D) Se conseguirmos achar uma direção, na qual a onda só se propaga nela, essa é uma onda
tridimensional.
D) Sob certas condições, podemos tratar uma onda tridimensional como plana.
A) Devido à grande distância do Sol à Terra, toda luz que chega no planeta é como se tivesse
vindo em linha reta.
C) A Terra é pequena, logo, quase não faz diferença uma luz chegar no polo norte ou no polo sul.
E) O Sol está distante o suficiente para que a luz tenha uma diferença de fase muito grande
entre os polos.
4) Você e seu amigo estão a 10 metros um do outro e no meio de vocês há um lago. Vocês
planejam calcular a velocidade de propagação da onda nesse lago. Para isso, vocês atiram
diversas pedras no lago, até que em uma região, quando a segunda frente de onda chega em
seu amigo, a primeira frente chega em você. Vocês fazem uma medida aproximada e acham
que a região está a 3 metros dele e 7 a metros de você. Usando esses dados, qual é o
comprimento da onda?
A) 2 metros.
B) 3 metros.
C) 4 metros.
D) 5 metros.
E) 6 metros.
5) Uma onda bidimensional se forma no centro de um lago com formato de quadrado e se
propaga com velocidade de 1m/s. Se leva 2 segundos para a primeira frente de onda atingir
um lado, quanto tempo levará para a primeira frente de onda atingir a diagonal do quadrado?
A) 2,82 segundos.
B) 3 segundos.
C) 2,56 segundos.
D) 2,30 segundos.
E) 1,8 segundos.
_C.2_ Na prática
Na física da propagação das ondas, uma onda plana é uma onda de frequência constante, cujas
frentes de onda (superfícies de fase constante) são infinitos planos paralelos de pico a pico
constante e amplitude normal à velocidade de vetor de fase. Na prática, não é possível ter uma
verdadeira onda plana, apenas uma onda plana de infinita extensão que se propagará como uma
onda plana. No entanto, muitas ondas são, aproximadamente, ondas de plano em uma região
localizada do espaço.
Por exemplo, uma fonte localizada, como uma antena produz um campo que é
aproximadamente uma onda plana distante da antena em sua região de campo
distante.
As ondas planas são soluções para uma equação de onda escalar em um meio homogêneo. Para
equações de ondas vetoriais, como àquelas que descrevem radiações ou ondas eletromagnéticas
em um sólido elástico, a solução para um meio homogêneo é semelhante às ondas bidimensionais
planas.
_C.2_ Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
https://youtu.be/mqKCeczWW_k 11 min
Como é bom ser nerd - Pura Física - Sep 26, 2017 - Curso completo de ondulatória: Nessa
aula: interferência de ondas bidimensionais.
Como é bom ser nerd - Pura Física - Sep 28, 2015 - Ondulatória: Curso completo
Se até o momento nesse nosso curso sobre ondas, apenas falamos em ondas que se propagam em
uma corda, que são ondas unidimensionais, chegou a hora de comerçarmos a falar de ondas
bidimensionais, que se propagam em duas dimensões. Para representar essas ondas vamos usar
o conceito de frente de onda e vamos explicar o que é uma frente de onda através do
princípio de Huygens. Prof. Rafael Irigoyen
Part of the intent for this exploration environment is to provide many opportunities for
numerical exploration in the form of active formuli and standard problems implemented in
Javascript. An active exploration in physics will typically lead you to something which
needs to be quantified, and it is hoped that the many Javascript-enabled calculations will
provide many opportunities to answer "What if .." type questions.
New content for HyperPhysics will be posted as it is developed. The intent is to maintain
the entire HyperPhysics project on the Web with stable locations so that links to it may be
established with confidence that they will be there for an extended period of time. As the
basic phase nears completion, the author is interested in extensions to specific applied
areas. If you are interested in developing specific material for a specialized course, you
might consider building it upon this framework with links to HyperPhysics to provide the
basic conceptual background. The entire HyperPhysics project can be made available on a
cross-platform DVD or USB memory since it will remain compatible with the standard web
browsers.
Outro fenômeno ocorre quando o emissor e o receptor estão em movimento entre si, esse
fenômeno é o efeito Doppler. Essa dinâmica produz variações na frequência observada, por
exemplo, quando um carro com som alto vem na direção de alguém e tem-se a sensação de que a
música está sendo reproduzida de forma distorcida.
Bons estudos.
elm = Avaliação da aula. Ruim. Assinalada opções - Erros no conteúdo; - Precisei pesquisar
mais; - Conteúdo Livro difícil (qdo assinala <regular, só há opções para assinalar)
_C.3_ Desafio
Ao andar pelas ruas é possível perceber que o som dos carros que passam é diferente à medida que
os carros se afastam ou se aproximam. Quando ele se aproxima o som é mais agudo (frequência
mais alta) e quando ele se afasta o som passa ser mais grave (frequência mais baixa). Porém, quando
o observador está parado ao lado do carro também parado, ou dentro dele, o som tem frequência
invariável.
O acidente aconteceu em uma estrada e uma viatura policial foi chamada para
isolar o local. Considerando que a velocidade da viatura era de 90 km/h ,
a frequência do som emitido pela sirene era de 1 kHz e a velocidade do som
no ar é de 340 m/s .
b) Imagine que a ambulância comece a sair do local a uma velocidade de 54km/h, qual será a
frequência da sirene percebida pelo policial nessa situação?
O efeito doppler é um fenômeno da física referente a variação de frequência percebida de uma onda em
movimento relativo a um observador.
Esse efeito foi estudado pelo físico austríaco Christian Doppler (1803-1853) e a descoberta foi batizada
em sua homenagem. Daí, efeito doppler.
O efeito doppler pode ser observado em toda e qualquer onda eletromagnética, como a luz, ou mecânica,
como o som.
Desse modo, o efeito é percebido a partir do movimento. Conforme a fonte de som ou luz se
aproxima, a frequência percebida aumenta e ao se afastar do observador, a frequência
diminui.
Assim, a fórmula clássica do efeito doppler utilizada para em sua relação com o som é:
Como a velocidade e o vetor posição possuem sentidos contrários, utilizamos o sinal negativo na fórmula.
No caso do som, mais fácil de ser observado, pode-se notar que o som tende a se tornar mais grave à medida
que a fonte se afasta do observador.
No caso da luz, à medida que se aproximam, sua frequência tende ao ultravioleta (frequência mais alta) e
ao se afastarem, tendem ao infravermelho (mais baixa). Essa variação é observada por astrônomos em
relação ao movimento da luz no espaço.
O astrônomo Edwin Hubble observou que as galáxias vizinhas quando observadas apresentam um "desvio
para o vermelho", que demonstra que sua luz percebida está em uma frequência mais baixa (tendendo ao
vermelho) que a emitida.
Desse modo, deduziu que as outras galáxias estão se afastando da nossa, deixando deduzir que o universo
encontra-se em expansão. A Lei de Hubble teve como base o efeito doppler.
Diferente do som, a luz se propaga independentemente de um meio, sua velocidade será sempre. Sua
fórmula tem como base apenas a velocidade relativa entre a fonte e o observador.
_C.3_ Infográfico
No momento em que duas ondas sonoras de frequências próximas são emitidas, dificilmente
percebe-se qual delas está sendo a predominante. Por isso, é possível ver uma onda que tenha a
média entre as duas fontes sonoras e uma variação da intensidade seguindo uma alternância com
frequência diferente. Esse fenômeno é chamado de batimento.
No Infográfico a seguir, você verá o que é o batimento produzido por ondas e um exemplo desse
fenômeno sonoro.
BATIMENTO SONORO
No capítulo Interferência e efeito Doppler, da obra Oscilações, ondas e mecânica dos fluidos, você
aprenderá sobre a interferência destrutiva e construtiva de ondas sonoras, o fenômeno de
batimento e o efeito Doppler.
Boa leitura.
IPREFÁCIOI
O estudo dos fenômenos de oscilações, dos diferentes tipos de ondas
e seus elementos, além da introdução à mecânica de fluidos, ajuda a
compreender importantes fenômenos presentes nas engenharias e
em suas aplicações no dia a dia.
Oscilações são percebidas em movimentos harmônicos, como a
marcação do tempo, ou em esportes radicais, como o bungeejumping.
Deste modo, estamos imersos em ondas de instrumentos do nosso
cotidiano, como o rádio e a televisão, e expostos à luz do sol e às
ondas sonoras. Além destas, podemos citar diversos exemplos de
ondas mecânicas. A mecânica dos fluidos, por sua vez, é apresentada
em aplicações como tu rbinas e o escoamento de ar em aeronaves.
Esta obra tem por objetivo apresentar conteúdos de oscilações,
ondas e mecânica dos fluidos, descrevendo matematicamente os
p rincipais fenômenos e identificando exemplos do cotidiano.
SUMÁRIO
Ondas ............................................................................................................. 13
Midilane Sena Medina
Ti pos de ondas e suas classificações ........................................................................................ ..... 14
Ondas e seus elementos ....................................................................................................................... 17
Exemplos de ondas no cotid iano ................................................ -.................................................. 29
Intensidade sonora..................................................................................14 7
Everton Coelho de Medeiros
Intensidade do som ................................................................................................................................147
Escala l ogarítmica (dB) ...........................................................................................................................151
Intensidade relativa e alcance dinâmico ....................................................................................155
Introdução
Fenômenos que envolvem duas ou mais fontes ondulatórias estão pre-
sentes no cotidiano: a interferência e o batimento, por exemplo, são
frequentes quando escutamos músicas tocadas por mais de um aparelho
de rádio ligado em uma loja. Já quando há um movimento relativo entre
o emissor e o receptor, temos variações da frequência percebida, o que se
dá pelo efeito Doppler. Neste capítulo, identificaremos esses fenômenos
e suas aplicações práticas.
1 Interferência
A interferência consiste no processo de encontro entre duas ondas, sofrido por
ondas transversais como as ondas sonoras (chamadas de ondas longitudinais de
pressão). Consideremos o caso de duas ondas iguais que se propagam no mesmo
espaço. Essas duas ondas, chamadas de S1 e S2, apresentam distâncias L1 e L2
diferentes até um mesmo ponto P (HALLIDAY; RESNICK; WALKER, 2016).
Se as distâncias L1 e L2 fossem iguais, teríamos no ponto P a situação em
que as ondas estariam em fase; logo, haveria uma interferência totalmente
construtiva nesse momento. Já se fossem diferentes, existiria diferença de fase
(φ) entre as ondas; logo, a diferença de fase no ponto P depende da diferença
de percurso, conforme a Equação (1).
2 Interferência e efeito Doppler
(2)
(3)
(4)
(5)
Amplificação
Construtiva
Cancelamento
Destrutiva
te
In
r fe ti v
a
rê n
cia es tr u
c o n st cia d
r u ti v a Inter ferên
Figura 2. Pontos de interferência construtiva e destrutiva.
Fonte: Adaptada de Fouad A. Saad/Shutterstock.com.
4 Interferência e efeito Doppler
s = s1 + s2 (6)
sn = smcos(ωnt) (7)
Assim, a superposição das ondas na Equação (6) será dada pela Equação (8):
(9)
(10)
(12)
Interferência e efeito Doppler 5
(13)
ωbat = ω1 – ω2 (14)
f bat = f1 – f2 (16)
Note que a frequência de batimento está expressa na forma de fbat = f1 – f2. Caso o
valor seja negativo, não há como dizer que a frequência de batimento é negativa. Para
evitar tal erro de notação, o ideal é a expressão da frequência de batimento como o
módulo da diferença, ou seja, fbat = |f1 – f2|.
2 Efeito Doppler
Dá-se o nome de efeito Doppler à alteração da frequência notada pelo observa-
dor em virtude do movimento relativo de aproximação ou de afastamento entre
fonte e observador. Embora compreenda um efeito que ocorra com qualquer
propagação de ondas, o das ondas sonoras é o mais notável no dia a dia.
O efeito Doppler permite a medição da velocidade de objetos pela reflexão
de ondas emitidas pelos próprios equipamentos de medição, que podem ser
radares, baseados em radiofrequência ou lasers, que empregam frequências
luminosas. É comumente utilizado para medir a velocidade de automóveis,
aviões, bolas de tênis e qualquer outro objeto que permita reflexão (JEWET
JR.; SERWAY, 2011).
Na medicina, por exemplo, um ecocardiograma utiliza esse efeito para
medir a direção e a velocidade do fluxo sanguíneo ou do tecido cardíaco.
Outra aplicação reside na comunicação entre objetos que se movimentam em
alta velocidade entre eles, como o caso de satélites artificiais.
O efeito Doppler não é observado apenas em ondas sonoras, mas também
em ondas eletromagnéticas, sendo sua equação geral a Equação (17):
(17)
(18)
Exemplo 1: Um celular está tocando em um cômodo de uma casa, com uma frequência
sonora de 400 Hz. A velocidade do dono do equipamento eletrônico ao correr para
atender a chamada antes de desligar é de 5 m/s. Qual a frequência percebida pelo dono
enquanto corre até o aparelho celular? (Considere velocidade do som igual a 340 m/s)
8 Interferência e efeito Doppler
Solução:
Considerando a frequência da fonte como o 400 Hz, a fonte está parada; logo, sua
velocidade será nula e a velocidade do observador é de 5 m/s. Como há aproximação
entre fonte e observador, a frequência percebida deverá ser maior; assim, no numerador
precisaremos ter uma soma entre a velocidade do som e a velocidade do observador:
(19)
Exemplo 2: Uma ambulância que foi chamada para o atendimento de resgate emite
em sua sirene uma onda sonora de frequência igual a 800 Hz. Considerando que a
ambulância se desloca a 72 km/h (20 m/s), qual a frequência da sirene percebida pelo
paciente enquanto espera a chegada da ambulância? (Considere velocidade do som
igual a 340 m/s)
Solução:
Considerando a frequência da fonte como 800 Hz, a fonte está em movimento com uma
velocidade de 20 m/s. Como há aproximação entre fonte e observador, a frequência
percebida deverá ser maior; logo, no denominador, precisaremos ter uma subtração
entre a velocidade do som e a velocidade da fonte:
Interferência e efeito Doppler 9
Solução:
Considerando a frequência da fonte como 500 Hz, a fonte está em movimento com uma
velocidade de 35 m/s e o observador está em movimento com velocidade de 30 m/s.
Como ambos — fonte e observador — estão na mesma direção, enquanto o observador
tenta se afastar, a fonte está se aproximando; logo, haverá uma percepção maior da
frequência da sirene. Considerando os movimentos do observador de se afastar da
fonte, no numerador a velocidade do som deverá ser subtraída do observador; como
a fonte tenta se aproximar, no denominador haverá uma subtração entre a velocidade
do som e a velocidade da fonte:
(20)
Interferência e efeito Doppler 11
Figura 4. Formação dos cones de Mach quando um jato ultrapassa a velocidade do som
(número de Mach maior que 1).
Fonte: Dn Br/Shutterstock.com.
BAUER, W.; WESTFALL, G. D.; DIAS, H. Física para universitários: relatividade, oscilações,
onda e calor. Porto Alegre: AMGH, 2013.
HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de física. 10. ed. Rio de Janeiro: LTC,
2016. (Gravitação, Ondas e Termodinâmica, v. 2).
JEWET JR., J. W.; SERWAY, R. A. Física para cientistas e engenheiros. 2. ed. São Paulo: Cen-
gage Learning, 2011. (Oscilações, Ondas e Termodinâmica, v. 2).
NUSSENZVEIG, H. M. Curso de física básica. 5. ed. São Paulo: Blucher, 2013. (Fluidos,
Oscilações e Ondas, Calor, v. 2).
TIPLER, P. A.; MOSCA, G. Física para cientistas e engenheiros. 6. ed. Rio de Janeiro: LTC,
2009. (Mecânica, Oscilações e Ondas, Termodinâmica, v. 1).
_C.3_ Dica do professor
O efeito Doppler é utilizado em várias aplicações da ciência: na área da saúde, o exame de eco-
Doppler, por exemplo, permite estudar os vasos (arteriais ou venosos) de diferentes estruturas
anatômicas utilizando-se de ondas ultrassônicas; na medição de velocidade, feita por aparelhos
radares, também é utilizado o efeito Doppler como meio matemático para obter a velocidade que o
objeto está se movimento.
Nesta Dica do Professor, você conhecerá alguns problemas que envolvem o efeito Doppler em
diferentes situações.
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cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/34808d95a3056e030f663f4f0fab26f0
11 min
[VIDEO TRANSCRIPT] C.3 EFEITO DOPPLER
Considerando que duas antenas emitam ondas eletromagnéticas com frequências de 2,4GHz
e de 2,5GHz. Qual a frequência aparente da superposição dessas ondas e qual fenômeno
pode ser percebido?
Considerando dois alto-falantes que emitem sons com frequências de 20 e de 40Hz, qual
será o período e o comprimento de onda do batimento resultante dessas duas ondas sonoras
(considere a velocidade do som como 340m/s)?
A) 0,1s e 17m.
B) 0,05s e 17m.
C) 0,1s e 20m.
D) 0,05s e 20m.
E) 1s e15m.
3) Veículos de emergência utilizam sirenes e fontes luminosas para alertarem que estão com
pressa quando realizam ultrapassagens de veículos e para prevenção de acidentes, em um
cruzamento por exemplo.
Imagine que um caminhão de bombeiros, que tem uma sirene com frequência de 400Hz,
passe em alta velocidade (34,3m/s) por um observador em repouso. Qual será a frequência
aproximada da sirene percebida quando o caminhão estiver se afastando do observador
(considere a velocidade do som no ar igual a 343m/s)?
A) 110,98Hz.
B) 212,67Hz.
C) 363,63Hz.
D) 491,12Hz.
E) 591,36Hz.
4) Trios elétricos são caminhões montados com vários alto-falantes e sistemas de alimentação
para ir guiando uma micareta ou algum festival pelas ruas, como se fosse um show itinerante.
Imagine que um instrumento musical esteja tocando a uma frequência f0. Para que um
observador parado perceba esse som a uma frequência de 2.f0, é necessário que o caminhão
esteja se aproximando ou se afastando? A qual velocidade?
A) Afastamento, vsom/2
B) Aproximação, vsom/4
C) Afastamento, vsom/3
D) Aproximação, vsom/2
E) Aproximação, vsom/8
5) Os procedimentos de decolagem e de pouso de aviões geram variações nas frequências
sonoras percebidas por pessoas que estão no solo.
Considerando que um avião se aproxima para pouso com uma frequência do ruído das
turbinas no valor de 1.000Hz percebida no solo e quando decola; quando se afasta, ele tem
A) 142km/h.
B) 186km/h.
C) 110km/h.
D) 210km/h.
E) 136km/h.
_C.3_ Na prática
O efeito Doppler é um conceito físico utilizado em várias aplicações. Entre elas, estão os radares
móveis, aparelhos comumente utilizados para medir a velocidade de carros.
Neste Na Prática, confira como os radares móveis conseguem registrar velocidades de automóveis
utilizando do efeito Doppler.
> Considerando que o automóvel vem em direção ao radar, que está estático, ou
seja, a velocidade da fonte é nula e o observador em aproximação, a
frequência do observador "recebida" pelo automóvel será igual a:
> Então o automóvel irá refletir essas ondas, passando a ser a fonte e o
radar será o observador:
Efeito Doppler
Veja, a seguir, um vídeo tratando de efeito Doppler, realizado pelo professor Paulo Nussenzveig, do
Instituto de Física da USP, no qual são abordadas mais informações desse efeito e como considerar
a realização de cálculos com sua equação geral.
https://youtu.be/zQh861A2UWw 34 min
Canal USP 393K subscribers Nov 30, 2017 Física II | Aulas USP Neste vídeo, o Profº Paulo
Nussenzveig apresenta a última aula da disciplina Física II, na Escola Politécnica da USP.
Esta aula foi gravada durante o segundo semestre de 2017.
Superposição de oscilações
O batimento sonoro é um efeito interessante, devido à percepção da modulação de amplitude em
fontes sonoras de frequências próximas. Veja um exemplo virtual de batimento (tempo 1:40min)
feito pelo professor Cláudio Furukawa, da UNIVESP/USP, mostrando esse fenômeno juntamente
de diapasões.
https://youtu.be/bmh7NseTF_w 5 min
https://www.scielo.br/j/rbef/a/KMNFb4j6KP7JysLgcZM7dfq/?format=pdf&lang=pt
artigo pdf 8p
Bons estudos.
elm = Avaliação da aula. Ruim. Assinalada opções - Erros no conteúdo; - Precisei pesquisar
mais; - Conteúdo Livro difícil (qdo assinala <regular, só há opções para assinalar) -
Exercícios com erros (queria dizer ruins) ; Video conteudo ruim.
_C.4_ Desafio
Um mesmo experimento pode ser incluso na óptica geométrica ou na óptica ondulatória.
Você consegue explicar por que um mesmo experimento, porém em escalas diferentes, consegue
produzir resultados tão distintos?
elm = No primeiro a luz se comporta como raio de luz e no segundo como
onda (no segundo a fenda é da ordem de grandeza do comprimento de onda da
luz).
Óptica Geométrica
** usa-se este modelo quando os fenômenos ondulatórios são desprezíveis.
> A luz é composta de raios luminosos e que se propagam em linha reta.
> Raios luminosos podem se cruzar sem interagir um com outro.
> Um raio se propaga sempre, ou até interagir com a matéria.
Óptica Ondulatória
** usa-se estem modelo quando os tamanhos das fendas e objetos que irão
interagir com a luz são de tamanho próximo ao comprimento de onda da luz.
> A luz é uma onda.
> A luz sofre interferência e difração.
> Uma onda de luz interage com outras ondas de luz.
_C.4_ Conteúdo do livro
O trecho selecionado para estudo nesta Unidade de Aprendizagem aborda tópicos sobre os
modelos ópticos ondulatório e geométrico, e cada modelo explica um conjunto de fenômenos
físicos do cotidiano.
elm = !!! Somente páginas: 8,9,10 e 79,80,81 (não possível gerar pdf...,
mas consegui copiar cada página como figura).
CDU 535
!Sumários resumidos!
Mecânica
Eletricidade e Magnetismo
O QUE APRENDEREMOS
• Em situações nas quais o comprimento de onda é pequeno • A luz é refratada (muda de direção) quando incide sobre um
comparado a outras escalas de comprimento em um sistema contorno entre dois meios oplicamente transparentes.
físico, ondas de luz podem ser descritas como raios lumino-
• A Lei de Snell estabelece que o produto do índice de refração
sos, movendo-se em trajetórias retilíneas, representando a
do meio do raio luminoso incidente vezes o seno do ângulo
direção de uma onda luminosa se propagando.
de incidência no contorno é igual ao produto do índice de
• A lei da reflexão estabelece que o ângulo de incidência é igual refração do meio do raio luminoso refratado vezes o seno do
ao ângulo de reflexão. ângulo da luz transmitida.
• Espelhos podem focalizar luz e produzir imagens governadas • Quan do a luz atravessa o contorno entre dois meios e o ín-
pela equação dos espelhos, a qual estabelece que o inverso da dice de refração do segundo meio é menor do que o índice
distância ao objeto mais o inverso da distância à imagem é de refração do primeiro meio, há um ângulo crítico de inci-
igual ao inverso da distância focal do espelho. dência acima do qual não há refração e, em vez disso, a luz é
totalmente refletida.
O estudo da luz é dividido em três campos: óptica geométrica, óptica ondulatória e óptica
quântica. Este capítulo discute a óptica geométrica, na qual luz é caracterizada como raios. A
óptica quântica se utiliza do fato de a luz ser quantizada, sua energia é localizada em partículas
pontuais chamadas fótons (Capítulos 4 e 5).
Arcos-íris (Figura 1.1) podem ser vistos somente quando há gotas de água no ar e o sol
está atrás do observador. Por quê? O motivo tem a ver em como as gotas de água refletem e
refratam a luz - os dois processos ópticos que são o assunto principal deste capítulo.
Já vimos que luz é uma onda, mas neste capítulo iremos examinar situações em qu e o
comprimento de onda é pequeno quando comparado às demais dimensões físicas do siste-
ma. Nesse caso, podemos ignorar o caráter ondulatório da luz e considerar somente como
a luz viaja pelo ar - ou vidro ou água ou qualquer outro meio. Modelar a luz dessa forma é
suficiente para explicar a óptica de espelhos, lentes e outros dispositivos ópticos, incluindo
prismas e até mesmo arco-íris. Mais adiante, no Capítulo 3, iremos examinar sistemas nos
quais o comprimento de onda não é tão pequeno e veremos como isso origina outros fenó -
menos ópticos.
Este capítulo considera em primeiro lugar a luz visível, mas lembre-se que as leis da refle-
xão, refração e formação de imagem também se aplicam a outros tipos de ondas eletromagné-
ticas. Por exemplo, muitas propriedades úteis das ondas de rádio são baseadas na reflexão e na
refração.
Vimos que as ondas eletromagnéticas se espalhavam esfericamente a partir de uma fonte pon-
tual. As esferas concêntricas amarelas na Figura 1.2 representam o espalhamento de frentes de
onda esféricas da luz emitida por uma lâmpada incandescente (uma frente de onda é o local
geométrico dos pontos que têm o mesmo valor instantâneo para o campo elétrico). As flechas
pretas são os r aios de luz, os quais são perpendiculares à frente de onda em cada ponto do
espaço e apontam n a direção e no sentido da propagação da luz. As ondulações em vermelho
representam o campo elétrico oscilante.
Ondas luminosas longe da fonte podem ser tratadas como ondas planas cujas frentes de
o~v \?o o onda viajam em linha reta (Figura 1.3). Esses planos viajando podem ainda ser representados
por vetores paralelos ou por flechas perpendiculares às superfícies dos planos. Neste capítulo,
iremos tratar a luz como um raio viajando em uma linha reta enquanto dentro de um meio
homogéneo. Tratando a luz como raios nos permitirá analisar e resolver um grande número de
problemas práticos, ambos geometricamente e por meio de várias construções.
A experiência do dia a dia nos diz que a luz viaja em linha reta. Não podemos enxergar
Figura 1.2 Luz se espalhando de facilmente que a luz é uma estrutura ondulatór ia ou uma estrutura quântica, visto que os com-
uma fonte. Amarelo: frentes de onda primentos de onda da luz visível (400-700 nm) são pequenos comparados às estruturas que
esférica; vermelho: campo elétrico formam a nossa experiência do cotid iano (algumas notáveis exceções, como películas de sabão,
oscilante; preto: raios. serão discutidas no Capítulo 3).
Capítulo 1 Óptica Geométrica 9
-d~D,
'\;: '>
V
~
V ~
+
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V
~
V 7 c. V
.A
c.• ~~ --------1
_____________ JR
- - --
'\;: '> ~ A
~
A
~
+
V V 7 V ;
Uma pessoa posicionada fora do brilho dos raios do Sol irá ver sombras causadas pelos obje-
tos sob a luz do Sol. Os limites das sombras serão delimitados com razoável precisão; dessa forma,
o indivíduo concluirá que a luz se propaga em linhas retas e os objetos bloqueiam os raios de luz
vindos do Sol quando eles colidem com o objeto. Uma sombra é criada onde a luz é interceptada,
enquanto áreas iluminadas são criadas onde os raios de luz não interceptados continuam em li-
nhas retas e atingem o solo ou outras superfícies. A sombra não é completamente escura, porque
a luz é espalhada por outras superfícies e ilumina parcialmente a área sombreada, e o limite da
sombra não é completamente preciso, pois o Sol tem um diâmetro não desprezível. Apesar disso, a
formação de sombras ainda fornece credibilidade à hipótese do movimento retilíneo da luz.
Essa observação pode ser feita de uma forma mais controlada colocando-se um cartão
contendo um pequeno orifício no meio na frente da luz emitida por uma lâmpada incandes-
cente (Figura 1.4), o que produz uma mancha circular brilhante sobre a tela - a imagem. Assim,
uma abertura menor irá produzir uma imagem menor sobre a tela. Uma abertura maior irá
produzir uma imagem maior.
Se a fonte luminosa for suficientemente pequena ("tipo pontual"), a semelhança de triân-
gulos na Figura 1.4 pode ser utilizada para achar a relação entre o tamanho da abertura (r), o
tamanho da imagem (R), a distância entre a fonte luminosa e a abertura (d) e a distância entre
a abertura e a tela (D):
r R
- =- - (1.1)
d d+ D
Essa equação é referida algumas vezes como a lei dos raios.
PROBLEMA
A que distância se encontra a lâmpada incandescente da parede?
SOLUÇÃO
PENSE
A lâmpada incandescente é pequena, significando que podemos desprezar seu tamanho e tratá-la
como uma fonte pontual. O triângulo formado pela lâmpada e pela parede é semelhante ao triân-
gulo formado pela lâmpada e pela sombra. Foi fornecida a distância da bola até a parede, assim
podemos achar a distância da lâmpada até a bola, adicionando esse comprimento à distância da
bola à parede, obtendo a distância da lâmpada até a parede.
Continua -->
10 Física para Universitários: Óptica e Física Moderna
DESENHE
A Figura 1.5 mostra o desenho de uma lâmpada incandescente projetando a sombra de uma bola
sobre uma parede.
PESQUISE
Lâmpada O triângulo formado pela lâmpada e pela bola é semelhante ao triângu-
incandescente
lo formado pela lâmpada e pela sombra. Usando a equação 1.1, pode-
mos escrever:
Rd
d i- D= - .
r
Isolando os termos envolvendo a distância da lâmpada à bola no lado esquerdo, obtemos
d =____E__ = rD .
B_ _1 R - r
r
A distância da lâmpada até a parede dtãmpada é
rD
d lâmpada = d+D =- - + D.
R- r
CALCULE
Colocando nossos valores numéricos, temos
rD (1,99 m)(o,143 m)
d lâmpada =--+ D = ( ) ( ) + 1,99m = 2,15583 + 1,99 =4, 14583 m.
R-r 0,275 m - 0,143 m
ARREDONDE
Registramos nosso resultado com três algarismos significativos
dlãrnpada =4,15 m.
SOLUÇÃO ALTERNATIVA
Avaliando nosso resultado, calculamos a razão de r/d e comparamos o resultado com a razão
Rl(d+D), que devem ser iguais de acordo com a lei dos raios - equação 1.1. A partir do exposto
anterior, notamos que a distância da lâmpada até a bola é 2,16 m. A primeira razão é
O QUE APRENDEREMOS
• A natureza ondulatória da luz conduz a fenómenos que não • Interferência pode ocorrer em luz que é parcialmente refle-
podem ser explicados usando-se a óptica geométrica. tida de cada uma das duas superfícies (frente e verso) de um
filme fino óptico.
• Ondas de luz em fase e superpostas interferem construtiva-
mente; ondas de luz defasadas em 180° e superpostas interfe- • Um interferômetro é um dispositivo projetado para medir
rem de forma destrutiva. comprimentos ou variações de comprimentos usando -se in-
terferência de luz.
• A luz supe.rposta percorrendo diferentes trajetórias pode
interferir construtiva ou destrutivamente, dependendo da • A difração pode limitar a resolução de um telescópio ou de
diferença de caminho. uma cãmera para objetos distantes.
• Ondas de luz são espalhadas ao atravessar uma pequena • Uma grade de difração consiste em várias fendas estreitas ou
abertura ou após encontrar um obstáculo. Esse espalhamento linhas que podem ser usadas pa.ra produzir um padrão de
é chamado de difração. intensidade que constava de franjas daras estreitas separadas
por áreas escuras mais largas para uma fonte de luz de um
• Ondas de luz que têm a mesma fase e frequência são denomi-
único comprimento de onda.
nadas de ondas de luz coerente.
• Difração de raios X pode ser usada para estudar a estrutura
• Luz coerente incidente em uma fenda estreita produz um
atómica dos materiais.
padrão de difração; luz coerente incidente em duas fendas
estreitas produz um padrão de interferência.
Bolhas de sabão consistem em água misturada com um pouco de sabão líquido. Por que, então,
vemos as cores do arco-íris quando olhamos para bolhas de sabão pairando no ar (Figura 3.1)?
Acontece que a óptica das bolhas de sabão não é a mesma da reflexão e refração que dá origem
aos arco-íris (Capítulo 1). Aqui as cores das bolhas aparecem devido à interferência de vários
comprimentos de onda - um efeito ondulatório, não explicado pela óptica geométrica.
Estudamos a formação de imagens assumindo que a luz viajava em linha reta, indepen-
dente da natureza da luz: por exemplo, se a luz constava de partículas ou ondas. Neste capítulo,
olhamos para efeitos ópticos cuja melhor explicação se deve à natureza ondulatória da luz - um
estudo chamado algumas vezes de óptica física, para distingui-lo da óptica geométrica. Estuda-
remos o conceito de interferência e uma propriedade da onda chamada difração que se tornam
importantes quando lidamos com comprimentos de onda muito pequenos, tais como os da luz.
As duas propriedades, interferência e difração, explicam não somente as cores das bolhas de
sabão, mas também questões de como podemos ver objetos distantes separados e não borrados
como um só.
O material deste capítulo não responde completamente a questões como o que é a luz e
como ela se comporta. Veremos nos próximos capítulos que a investigação sobre a natureza
da luz levou a alguns dos maiores desenvolvimentos na física no século XX, conceitos que são
geralmente agrupados pelo nome de física moderna. As ideias neste capítulo serão cruciais em
nossa análise da atual compreensão da luz, do tempo, da matéria e do espaço.
Aprendemos no Capítulo 11 de nosso livro Eletricidade e Magnetismo que a luz é uma onda ele-
tromagnética. Entretanto, normalmente não pensamos a luz como uma onda, pois seu compri-
mento de onda é tão pequeno que não notamos seu comportamento ondulatório. Dessa forma,
nos Capítulos 1 e 2, discutimos a luz como raios, uma descrição apropriada para todas as situações
físicas onde podemos desprezar o comprimento de onda da luz em comparação com as demais
dimensões físicas. Esses raios viajam em linhas retas, exceto quando são refletidos por um espelho
ou refratados pela interface entre dois meios ópticos.
Agora queremos direcionar para situações físicas onde não podemos mais desprezar o
comprimento de onda da luz como muito pequeno. Neste capítulo, discutiremos a natureza
ondulatória da luz e aplicaremos à luz muito dos conceitos de onda (superposição, coerência,
interferência, reflexão na interface, entre outros). Algumas vezes, isso irá levar a resultados
surpreendentes. Mas todos estes resultados podem ser verificados experimentalmente.
80 Física para Universitários: Óptica e Física Moderna
Uma maneira de reconciliar a natureza ondulatória da luz com as propriedades ópticas geo-
métricas da luz é usar o Princípio de Huygens, desenvolvido pelo físico holandês Christiaan Huy-
gens (1629-1695). Huygens propôs uma teoria ondulatória para a luz em 1678, muito antes de
Maxwell desenvolver suas teorias da luz. O Princípio de Huygens estabelece que cada ponto de
uma frente de onda se propagando serve como uma fonte de ondaletas esféricas secundárias. Na
sequência, o envelope dessas ondaletas secundárias se tornará uma nova frente de onda. Se a onda
original tem frequência f e velocidade v, as ondaletas secundárias terão a mesmaf e v. Diagramas
do fenómeno baseados no Princípio de Huygens são chamados de construções de Huygens.
A Figura 3.2 mostra uma construção de Huygens para uma onda plana. Iniciamos com
uma onda plana viajando à velocidade da luz, e. Assumimos fontes pontuais de ondaletas es-
féricas ao longo da frente de onda, conforme mostrado. Essas ondaletas também viajam a e,
assim no tempo l:::i.t os comprimentos de onda percorreram uma distância de cl:::i.t. Assumindo
muitas fontes pontuais ao longo da frente de onda, a Figura 3.2 mostra que o envelope dessas
ondaletas forma uma nova frente de onda paralela à frente de onda original. Assim, a onda
continua a viajar em uma linha reta com a frequência e velocidade original.
No Capítulo l, o índice de refração nem um meio foi definido como a razão da velocidade
da luz no vácuo, e, dividido pela velocidade da luz no meio, v,
e
n=-. (3.1)
V
V1 V2 À2 V2
Capítulo 3 Óptica Ondulatória 81
Portanto, os comprimentos de onda da luz nos dois meios são proporcionais à velocidade da luz
naqueles meios.
Podemos obter uma relação entre o ângulo das frentes de onda incidentes na superfície, 81'
e o ângulo das frentes de onda transmitidas na superfície, 8v analisando a região hachurada em
amarelo na Figura 3.3, mostrada com mais detalhes na Figura 3.4.
A partir da Figura 3.4, e usando trigonometria, segue que
A A
sene, =-1 e sen 8, =-.
2
X - X
v e/ n e
f,, = - = - = - = f. (3.3)
,\n ,\ / n ,\
Logo. a frequência da luz viajando em um meio óptico com n > 1 é a mesma do que a frequên -
cia da luz viajando no vácuo. A equação 3.3 é equivalente à afirmação feita anteriormente de
que o intervalo de tempo entre frentes de onda para o primeiro meio é igual ao intervalo de
tempo entre as frentes de onda para o segundo meio.
a) A velocidade da luz é a mes-
ma nos dois blocos.
3.2 Exercicios de sala de aula
b) A velocidade da luz é maior
Um raio de luz com comprimento de onda À= 560,0 nm entra em um bloco de plástico transparen- no bloco da esquerda.
te vindo do ar com um ângulo de incidência 8; = 36, 1ºem relação à normal. O ângulo de refração c) A velocidade da luz é maior
é O, = 21,7°. Qual é a velocidade do raio de luz dentro do plástico? no bloco da direita.
a) 1, 16x108 m/s c) 1, 67X10 8 m/s e) 3,00 X 108 m/s
d) Não podemos determinar em
b) 1,31 x 108 m/s d) 1,88x108 m/s qual deles a velocidade da luz é
maior com as informações dadas.
_C.4_ Dica do professor
No vídeo a seguir há uma aula descontraída acerca desses dois modelos ópticos: ondulatório e
geométrico.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/
cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/229d9589bf6316d1b5c5b1c6cc5d3378
6 min
Modelo ondulatório;
A luz é uma onda, sofre difração e interferência.
A luz passa por duas fendas e ocorre interferência
(imagem é representativa da interferência entre as
duas ondas que saem das fendas).
Modelo geométrico.
A reflexão é explicada pelo modelo geométrico, em que a luz é composta por
raios de luz, tratados como linhas retas.
A refração e a reflexão são fenômenos explicados pelo modelo geométrico.
Existem outros fenômenos como a polarização da luz por reflexão e a difração
cromática da luz, por exemplo , o prisma de Newton, em que há dispersão da
luz em função do comprimento de onda, permitindo enxergar as várias cores da
luz.
Exemplos de aplicação: lentes, câmeras, óculos e muitos outros.
Confronto histórico Newton vs Hooke. Newton achava que a luz era composta por
corpúsculos e Hooke que luz era composta por ondas. Na época, Newton
prevaleceu.
O experimento de dupla fenda de Young mostrou que havia interferência e,
durante um tempo, prevaleceu que a luz era uma onda.
Hoje, sabemos que ambos são modelos aplicáveis segundo a situação física em
questão.
Quando usar o modelo geométrico ou o ondulatório? - Depende de alguns
fatores:
> Fenômenos em que nem a difração nem a interferência aparecem, podemos dizer
que a luz é um raio e usar o modelo geométrico. Exemplo: analisar a sombra de
uma luz que passa por uma porta.
> Já se a luz passar por uma fenda muito pequena com comprimento da fenda do
tamanho próximo ao do comprimento de onda da luz, haverá difração /
interferência e o modelo ondulatório deverá ser adotado.
Com isso, não podemos dizer que a luz é uma onda ou uma partícula. Hoje a luz
é entendida como uma construção quântica, composta por fótons, que é uma
partícula, mas com o comportamento de onda; então não é onda nem partícula, é
um conceito mais complexo.
_C.4_ Exercícios
A) a) Apenas a I.
B) b) Apenas a I e a II.
C) c) A I, a II e a III.
D) d) Apenas a I e a III.
E) e) Apenas a II e a III.
Dos fenômenos listados a seguir, quais são característicos de estudo da óptica ondulatória?
2)
I – O arco-íris, já que parece uma onda.
II – A luz polarizada pela reflexão devido ao ângulo de Brewster.
III – A luz colorida que se vê em uma bolha de sabão.
A) a) Apenas a I.
B) b) Apenas a I e a II.
C) c) Apenas II.
D) d) Apenas a III.
E) e) A I, a II e a III.
Observe os dois experimentos a seguir. Há dois resultados possíveis para cada experimento,
3) um para cada modelo óptico estudado. Você deve relacionar o modelo ao resultado.
A)) A luz atravessa uma porta, vai até uma parede ao fundo
I – somente há luz no formato da abertura da porta;
II – há luz com um máximo central na abertura da porta e se observa máximos e mínimos de
intensidade de luz na mesma parede.
A) a) A- I) óptica ondulatória;
II)
I) óptica ondulatór
B -I) óptica ondulatória;
II)
I) óptica ondulatór
B) b) A - I) óptica geométrica;
I) óptica ondulatór
II)
B - I) óptica geométrica;
II)
I) óptica ondulatór
C) c) A - I) óptica geométrica;
II)
I) óptica geométri
B - I) óptica geométrica;
II)
I) óptica geométri
D) d) A - I) óptica geométrica;
II)
I) óptica ondulatór
B - I) óptica ondulatória;
II)
I) óptica ondulatór
E) e) A - I) óptica ondulatória;
II)
I) óptica ondulatór
B - I) óptica geométrica;
II)
I) óptica geométri
Os modelos ópticos são usados para explicar os fenômenos físicos que nos rodeiam. Por
4) isso, como é possível um míope, que quando olha para uma lâmpada a vê difusa, conseguir
enxergar normalmente apenas colocando sua mão na frente do olho e formando uma
pequena fenda circular por onde a luz passará? Qual modelo explica essa situação?
A) a) A explicação, segundo o modelo ondulatório, é que o sujeito deixa de ser míope por um
tempo.
B) b) A explicação, segundo o modelo geométrico, é que o sujeito deixa de ser míope por um
tempo.
C) c) Segundo o modelo geométrico, a fenda limita a quantidade de luz que passará para o olho e
os raios que entram serão focados corretamente pelo olho.
D) d) Segundo o modelo ondulatório, ocorre uma difração retificadora que corrigirá a miopia
enquanto a fenda existir.
E) e) Segundo o modelo ondulatório, a interferência que ocorre faz o máximo central convergir
para o ponto certo do olho.
Por que os míopes conseguem focar melhor uma imagem com os olhos quase fechados?
O problema do míope é que, quando olha para um objeto, a imagem, que deveria se fixar
na retina (parte de trás do olho) forma-se em algum lugar do globo ocular antes dela.
Fica tudo fora de foco. Quanto mais longe da retina estiver a imagem, maior o grau da
miopia. O olho é formado basicamente por duas lentes: a córnea e o cristalino. Elas são
convergentes, ou seja, fazem com que os raios de luz que entram no globo ocular se
dirijam todos para um mesmo ponto antes de se transformarem em imagem.
Nos míopes, as duas lentes não fazem com que os raios sejam suficientemente
convergentes. Por isso, a imagem se forma antes do lugar certo. “Quando se aperta o
olho, a musculatura ao redor dele achata a córnea”, explica o oftalmologista Cláudio
Lottenberg, do Hospital Albert Einstein, em São Paulo. “Isso muda o formato da lente e o
desvio que ela causa na luz, fazendo a imagem se formar no lugar certo”.
Um CD, um DVD, ou um Blu-Ray são dispositivos explicados pela óptica ondulatória. Qual
5) alternativa explica o princípio em comum por trás desses dispositivos?
André Vilela Jun 3, 2012 Simulações Computacionais - Fenômenos Físicos site http://
www.andrevilela.com/videos para ver a lista de problemas resolvidos de física.
Neste vídeo vamos utilizar simulações computacionais para ilustrar o experimento de Young,
em que a luz que atravessa um anteparo com dois furos interage formando um padrão de franjas
claras e escuras em um anteparo de visualização.
Se desejar, baixe o simulador no site www.falstad.com.
FisicaInterativa.Com Aug 30, 2013 Nesta aula nós definimos a refração da luz, a lei de
snell e suas aplicações na fibra ótica e na correção dos defeitos da visão.
BAUER, Wolfgang; WESTFALL, Gary D.; DIAS, Helio. Física para universitários: óptica e
física moderna. Porto Alegre: McGraw-Hill, 2013.
Banco de Imagens: Shutterstock.
SAGAH, 2015
EQUIPE SAGAH / Coordenador de Curso Edilson Vargas / Professor Eduardo Galle / Gerente
Unidade de Negócios Rodrigo Severo
Aula C.5
1.1 - Ondas: conceito e classificação
1.2 - Período de frequência e velocidade de uma onda
2.1 - Ondas eletromagnéticas e sonoras e sua interação com a matéria
2.2 - Osciladores e o movimento harmônico simples
3.1 - Luz e óptica: definições
3.2 - Refração e reflexão
4.1 - Óptica geométrica em lentes
4.2 - Óptica geométrica em espelhos
Conteúdo Complementar (não conta p/ avaliações, mas conta p/ frequência)
__ C.1 Movimento ondulatório Unidimensional
__ C.2 Movimento ondulatório bidimensional
__ C.3 Interferência e efeito Doppler
__ C.4 Modelo ondulatório e geométrico da luz
__ C.5 Fenômeno da luz
Fenômeno da luz
_C.5_
Apresentação
Foi somente no século XVII que o físico inglês Isaac Newton demonstrou que a luz branca é
composta por luzes de diferentes cores, que vão do vermelho, com menor frequência e maior
comprimento de onda, até o azul, de maior frequência e também com mais energia, como bem
mostrou, mais tarde, o físico alemão Max Planck, fundador da Física Quântica, no fim do século XIX
(Ferreira, 2015).
Ainda no início do século XX, em 1915, o maior físico de todos tempos, Albert Einstein, utilizou a
Física Quântica para propor que a luz, além de ser composta por ondas de vários comprimentos,
também apresenta caráter dual, ou seja, é composta por partículas, os fótons. Essas partículas
elementares compõem o largo espectro da radiação eletromagnética proveniente do Sol, das
estrelas, das galáxias e de todo o universo visível (Ferreira, 2015).
Bons estudos.
elm = Perdi o prazo, não possível avaliar, seria: Avaliação da aula. Ruim. Assinalada opções
- Erros no conteúdo; - Precisei pesquisar mais; - Conteúdo Livro difícil (qdo assinala
<regular, só há opções para assinalar) - Erro nos exercicios.
_C.5_ Desafio
A luz é uma manifestação de energia radiante pertencente ao espectro eletromagnético, capaz de
ser detectada pelo olho humano por meio de uma sensação visual. Ela somente é visível, e pode ser
percebida, quando encontra uma superfície para refleti-la. Assim, a luz causa ao olho humano a
impressão de luz e cor, que é determinada pelas características da luz emitida e do objeto que a
reflete (INNES, 2014).
Você acabou de ver que o espectro eletromagnético determina cores para a luz, faixa chamada
de espectro de luz visível. Quando se acende uma vela, quando se liga uma lâmpada incandescente
ou mesmo quando se olha para os raios do Sol, tem-se, em comum nesses três exemplos, a
presença da luz.
Quatro feixes de luz, de mesma intensidade, podem ser vistos atravessando uma sala. O feixe 1 é
vermelho, o 2 é verde, o 3 é azul e o 4 é branco.
Faça um esboço, à mão, de forma que os feixes 1, 2 e 3 se cruzem e depois responda: Após o
cruzamento dos feixes de luz, haverá alteração de cor?
elm = No sistema RGB, a sobreposição das três cores juntas resulta o branco.
CMYK
O CMYK é uma abreviação do sistema formado pelas
cores Ciano, Magenta, Amarelo (Yellow) e Preto
(Black), ela é uma cor subtrativa, ou seja, ela é
uma cor pigmento. As cores pigmento, como o nome
sugere, são formadas de pigmentos sólidos que quando
sobrepostos tendem a ficar cada vez mais escuros.
Isso acontece porque a cor que vemos é apenas um
reflexo da luz que incide sobre o pigmento, e uma
vez sobrepostos esses pigmentos refletem menos luz,
até haver uma ausência total dela, que é o preto.
Este sistema é o principal sistema de cores utilizado pelas indústrias gráficas para material
impresso. Além das três cores primárias, também é preciso do preto, ele é essencial para
definir os detalhes da imagem, e porque K e não B, de black? Este K, vem de do inglês “Key”
que significa “chave”. O preto é a cor chave para definir o tom das outras cores, ou seja:
para conseguir um amarelo mais escuro, adiciona-se o preto, por exemplo. Nem todas as cores
podem sem impressas através deste sistema, algumas só serão possíveis com a adição de uma cor
pantone, como veremos mais adiante
RGB
Lembra que falamos lá no cmyk que ele era uma cor pigmento porque refletia a luz? Bem agora
falaremos do RBG, que também é uma abreviação mas só que desta vez de Red (vermelho), Green
(verde) e Blue (blue). Ao contrário do CMYK que é cor pigmento, o RGB é cor luz, portanto é
uma sistema de síntese aditiva, ou seja, se projetarmos o azul, verde e vermelho (RGB) a
sobreposição, duas a duas, dessas cores, irão resultar em cores primárias (magenta, amarelo,
azul ciano), e a sobreposição das três juntas resulta o branco. Isso acontece porque, como
as cores são a luz propriamente dita, ao juntar todas elas iremos emitir mais luz, e a
junção de todas as cores de luz resulta na luz branca, assim como as cores do arco-íris são
resultantes da separação da luz branca.
PANTONE
A Pantone Inc., é uma empresa americana
sediada em New Jersey, considerada hoje
uma autoridade quando a questão é cor. O
seu sistema de cores é amplamente
conhecido , eles possuem todo tipo de cor
que você imaginar, e por isso é utilizado
por diversos segmentos da indústria
gráfica, além da têxtil, tintas e
plástico
As cores produzidas por ela, são cores exatas, prontas e possuem uma alta fidelidade de cor.
Elas não estão naquelas quatro do CMYK, elas devem ser usadas a parte, e são escolhidas
através de uma numeração em seu catálogo, como por exemplo a coca cola: o vermelho usado na
marca é o Pantone 185, com essa numeração ela garante que o vermelho de sua embalagem seja o
mesmo, não importando aonde ela seja impresso. Um outro exemplo simples é a impressão da
capa de um livro que tenha uma cor fluorescente. Esta impressão não será feita pelo sistema
RGB, lembra? Será pelo CMYK, porém ele não tem como gerar esta cor fluorescente, (outras
sim, apesar de não ficar com a mesma fidelidade) pois é formado pela mistura de quatro
pigmentos primários, e é aí que entra a cor Pantone, que será escolhida através do seu
código, e assim trabalhar em conjunto para que a impressão saia como desejada.
_C.5_ Infográfico
O estudo da cor abrange várias áreas, como pinturas, iluminação, artes gráficas, cinema,
arquitetura, etc. Desde a Grécia Antiga, diversos pensadores como Platão elaboraram teorias sobre
as cores e a natureza da luz. Porém, foi no século XVII que Isaac Newton conseguiu identificar os
espectros da cor e trabalhar em uma teoria de base científica sobre o assunto, a partir de diversas
experiências com luz branca sobre um prisma, conseguindo identificar todas as cores do arco-íris.
Cores primárias
São cores que não podem ser formadas por nenhuma mistura.
Azul ; Amarelo ; Vermelho.
Cores secundárias
São cores que surgem da mistura de duas primárias na mesma
proporção.
Azul + Vermelho = Violeta
Azul + Amarelo = Verde
Amarelo + Vermelho = Laranja
Cores terciárias
São cores obtidas pela mistura de uma primária e uma secundária.
São, ao todo, seis, indepenentemente da síntese.
Laranja ; Oliva ; Turquesa ; Celeste ; Violeta ; Rosa.
Complementares
São as cores no disco de cores.
Ex.: o vermelho é complementar do verde, o azul é complementar do laranja.
Se misturadas, resultam no ponto final de cada síntese, ou seja, branco na
aditiva e preta na subtrativa.
Análogas
São as que aparecem lado a lado no disco de cores. São análogas porque há
nelas uma mesma cor básica.
Exemplo: o amarelo-ouro e o laranja-avermelhado, que têm em comum a cor
laranja, apresentando, assim, pouquíssimo contraste entre elas.
Triádica
Usa trê cores equidistantes no círculo cromático.
Exemplo: azul, amarelo e vermelho.
Essa harmonia é muito popular entre os artistas por oferecer um alto
contraste visual, conservando o balanço e a riqueza das cores.
Tal harmonia não é tão contrastante como o esquema de complementares, mas
aparece mais balançado e harmonioso.
Tetrádicas
Refere-se à harmonia conseguida por dois pares de cores complementares entre
si. Essas combinações são as mais ricas de todas as harmonias porque utilizam
quatro cores complementares em pares: se as cores são utilizadas em iguais
proporções, a harmonia será desequilibrada; deverá sempre ser escolhida uma
cor como dominante e, com esta, dominar as restantes.
Monocromática
Harmonia resultante de uma mesma cor da roda das cores. As tonalidades podem
mudar, mas todas ficam no mesmo matiz da roda de cores. Utiliza variações de
luminosidade e saturação de uma mesma cor.
_C.5_ Conteúdo do livro
Tudo o que se vê no mundo, se vê por causa de um único fenômeno físico: a luz. A frequência de
ondas do espectro eletromagnético em uma determinada escala nos permite perceber o mundo e
todas as coisas que fazem parte dele. De maneira contrária, tudo seria a mais completa
escuridão; portanto, a luz cria a matéria da qual você é parte, da qual se tem consciência e com a
qual se percebe tudo ao nosso redor.
Na obra Teoria e prática da cor, leia o capítulo Fenômeno da luz, base teórica desta Unidade de
Aprendizagem, em que você vai identificar a formação das cores: sínteses aditiva e subtrativa.
Boa leitura.
~EFÁCjg
A cor é um fenômeno fascinante. Sua presença no mundo visível exerce
incontestável atração sobre nós desde a pré-história, despertando
sensações, interesse e deslumbramento. As cores têm a capacidade
de liberar um leque de possibilidades criativas na imaginação humana.
Sua expressividade é tanta que elas se tornam um transmissor de ideias
tão poderoso que ultrapassa fronteiras espaciais e temporais, sendo
compreendida por todos.
Neste livro veremos que, para saber usar as cores, é necessário co-
nhecê-las muito bem. O objetivo deste materia l é trazer informações
referentes à teoria da cor, que envolve diversos aspectos da percepção,
cognição, elementos físicos, químicos, tecnológicos, psicológicos, entre
outros. Profissionais que trabalham com a cor sabem que e la é uma
ferramenta fundamental no processo de comunicação e transmissão de
ideias e emoções, seja no campo das artes, seja no da publicidade, da
arquitetura e do design de interiores.
lsuMARtol
Unidade 1
Unidade 2
Unidade4
Gabarito ............................................................................................................160
Gabaritos https://sagah.com.br/gabaritos/TEORIA_PRATICA_COR.pdf
1. a
1. a
2. b
2. a
3. e
3. b
4. b
4. c
5. b
5. c
1. b
1. d
2. a
2. a
3. a
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4. a
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1. c
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1. a
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3. e
4. e
5. e
Fenômeno da luz
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
No século XVII, o físico inglês Isaac Newton demostrou que a luz branca
é composta por luzes de diferentes cores, que vão do vermelho, com
menor frequência e maior comprimento de onda, até o azul, de maior
frequência e mais energia. Mais tarde, no fim do século XIX, o físico alemão
Max Planck, fundador da Física Quântica, conseguiu comprovar isso. Já no
século XX, em 1915, Albert Einstein utilizou a Física Quântica para propor
que a luz, além de ser composta por ondas de vários comprimentos de
onda, também possui caráter dual, ou seja, é também composta por
partículas, os fótons. Essas partículas elementares compõem o largo
espectro da radiação eletromagnética proveniente do Sol, das estrelas,
galáxias e de todo o universo visível.
Neste capítulo, você verá os conceitos de espectro eletromagnético,
ondas eletromagnéticas, luz visível, física da cor, além da classificação da
cor e de sua formação em sínteses aditiva e subtrativas.
Podemos associá-la, por exemplo, como o som, uma vibração mecânica do ar,
em que diferentes frequências caracterizariam sons graves e agudos. Assim
como o som, as frequências determinam cores para a luz; em determinada faixa
de frequência pode-se observar as cores, e essa faixa é chamada de espectro
de luz visível (HALLIDAY; RESNICK; WALKER, 2003).
λ = c/f
Fenômeno da luz 3
Ondas eletromagnéticas
A radiação eletromagnética é uma das diversas maneiras em que a energia
viaja no espaço. O calor de uma fogueira, a luz do Sol, os raios X usados
pelos médicos e também a energia usada em um micro-ondas são formas
de radiação eletromagnética. Embora pareçam muito diferentes, todas essas
energias exibem propriedades de ondas.
Ondas são perturbações em um determinado meio ou campo físico, re-
sultando em vibrações ou oscilações. A elevação de uma onda no mar e sua
imersão são vibrações ou oscilações da água na superfície. Ondas eletromag-
néticas são semelhantes, mas também diferem, por consistirem em 222 ondas
que oscilam perpendicularmente entre si — uma é um campo magnético
oscilante, a outra, um campo elétrico oscilante, podendo ser visto conforme
mostra a Figura 2.
Figura 3. Características básicas de uma onda, entre elas a amplitude e o comprimento de onda.
Fonte: Patel, Vo, Hernandez (2015, documento on-line).
c = λν
Onde:
λ = comprimento de onda em metros.
ν = frequência em Hertz.
c = constante (a velocidade da luz, 3 × 108 m/s).
Podemos concluir então que toda radiação eletromagnética, independen-
temente de comprimento de onda ou frequência, viaja à velocidade da luz
(CHEMWIKI, 2015).
Luz visível
A luz visível é um conjunto de ondas eletromagnéticas que sensibilizam a retina
e desencadeiam a visão; como qualquer outra radiação eletromagnética, tem
sua origem em cargas elétricas oscilantes. Isaac Newton percebeu que a luz
Fenômeno da luz 5
Física da cor
As cores, como as percebemos, são produzidas pela luz. A luz do sol, a nosso
ver aparentemente branca, na verdade é composta por várias cores. Quando a
luz do sol ilumina um objeto, algumas dessas cores são absorvidas, enquanto
outras são refletidas na direção dos olhos, e é esse fenômeno nos permite dizer
qual a cor dos objetos (MORATO; MACHADO, 2017).
De acordo com sua cor, a luz pode ser classificada como monocromática
ou policromática. Chamamos de luz monocromática aquela composta por
apenas uma cor — por exemplo, a luz amarela emitida por lâmpadas de sódio.
6 Fenômeno da luz
Cada tipo de pigmento tem seu próprio poder seletor, ou seja, absorve
(subtrai) uma ou mais das radiações da luz branca. A cada sobreposição de
um pigmento, diminui o número de radiações refletidas, até se conseguir a
ausência absoluta de toda radiação, isto é, a sensação de preto, fim da mistura
subtrativa.
As cores básicas da mescla subtrativa são o amarelo, o ciano e o magenta.
Essa escolha se deve ao fato de que o pigmento de cada uma das três cores
não é o resultado da combinação de outros. Pelo contrário, da mistura desses
pigmentos, de dois em dois ou de três em três, em porções oportunas, pode-se
obter uma vastíssima gama de outras tonalidades.
Figura 5. Cores aditivas e o sistema RGB: Vermelho (Red), Verde (Green) e Azul (Blue).
Fonte: Ambrose e Harris (2012, p. 122).
Figura 6. Cores subtrativas e o sistema CMYK: Ciano (Cyan), Magenta (Magenta), Amarelo
(Yellow) e Preto (Key/Black).
Fonte: Ambrose e Harris (2012, p. 122).
10 Fenômeno da luz
https://goo.gl/SE9pR3
Figura 6. Cores subtrativas e o sistema CMYK: Ciano (Cyan), Magenta (Magenta), Amarelo
(Yellow) e Preto (Key/Black).
Fonte: Ambrose e Harris (2012, p. 122).
Fenômeno da luz 11
AMBROSE, H.; HARRIS, P. Fundamentos de design criativo. 2. ed. Porto Alegre: Bookman,
2012.
HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de física. Rio de Janeiro: LTC, 2003.
(Óptica e Física Moderna, v. 4).
MORTAO, R. G.; MACHADO, R. P. P. Cores. e-Disciplinas, 2017. Disponível em: <https://
edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/2612831/mod_resource/content/2/7%20Cores2017.
pdf>. Acesso em: 28 set. 2018.
PATEL, N.; VO, K.; HERNANDEZ, M. Electromagnetic radiation. Chemistry, 19 set. 2015.
Disponível em: <https://chem.libretexts.org/Textbook_Maps/Physical_and_Theore-
tical_Chemistry_Textbook_Maps/Supplemental_Modules_(Physical_and_Theoreti-
cal_Chemistry)/Spectroscopy/Fundamentals_of_Spectroscopy/Electromagnetic_Ra-
diation>. Acesso em: 28 set. 2018.
PEDROSA, I. Da cor a cor inexistente. Rio de Janeiro: Léo Christinao Editorial, 1982.
PRÄKEL, D. Iluminação. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2015.
SILVA JÚNIOR, J. S. Cores e a frequência da luz. Brasil Escola, 2018. Disponível em: <https://
brasilescola.uol.com.br/fisica/cores-2.htm>. Acesso em: 28 set. 2018.
SILVA, D. C. M. Luz visível. Mundo Educação, 2018. Disponível em: <https://mundoedu-
cacao.bol.uol.com.br/fisica/luz-visivel.htm>. Acesso em: 28 set. 2018.
Leituras recomendadas
BARROS, L. A cor no processo criativo: um estudo sobre a Bauhaus e a teoria de Goethe.
São Paulo: Senac, 2006.
COR e frequência. Só Física, 2018. Disponível em: <http://www.sofisica.com.br/conteu-
dos/Otica/Refracaodaluz/cor_e_frequencia.php>. Acesso em: 28 set. 2018.
FERREIRA, J. L. Os fenômenos da luz. Xapuri socioambiental, 12 maio 2015. Disponível em:
<https://www.xapuri.info/ciencia/os-fenomenos-da-luz/2015>. Acesso em: 28 set. 2018.
GONZALEZ, R. C. Processamento digital de imagens. 3. ed. São Paulo: Pearson Prentice
Hall, 2010.
SILVA JÚNIOR, J. S. A Óptica e as cores dos objetos. Mundo Educação, 2018. Disponível
em: <https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/a-optica-as-cores-dos-objetos.
htm>. Acesso em: 28 set. 2018.
_C.5_ Dica do professor
O que é luz? Luz é uma energia eletromagnética radiante que pode ser captada pelo sentido da
visão. Luz é uma energia que se propaga, que é levada através de ondas eletromagnéticas e que
é capaz de sensibilizar nossos olhos. Luz é o que se pode ver.
Esta Dica do Professor apresenta o conceito de luz, ondas eletromagnéticas, espectro da luz visível
e como se vê as cores.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/
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4 min
[VIDEO TRANSCRIPT] C.5 O QUE É LUZ?
1) Conforme visto no estudo sobre formação das cores, se analisarmos um pedaço de tecido de
cor vermelha em uma sala iluminada com luz na cor azul, esse mesmo tecido parecerá:
A) preto.
B) branco.
C) vermelho.
D) azul.
E) amarelo.
2) Ainda sobre o estudo das cores, as folhas de uma árvore, quando iluminadas pela luz do Sol,
mostram-se verdes. Por quê?
Uma rádio específica emite uma onda de frequência 90,5 MHz e comprimento de onda
aproximadamente igual a?
A) 2,8 m.
B) 3,3 m.
C) 4,2 m.
D) 4,9 m.
E) 5,2 m.
4) Levando em conta o estudado até aqui sobre luz e cores, pode-se afirmar que:
As cores exercem diferentes efeitos fisiológicos sobre o organismo humano e tendem, assim, a
produzir vários juízos e sentimentos, de modo que as pessoas, aparentemente, dão certo peso às
cores. A cor, elemento fundamental em qualquer processo de comunicação, merece uma atenção
especial, afinal é um componente com grande influência no dia a dia de uma pessoa, interferindo
em seus sentidos, emoções e intelecto.
Veja, neste Na Prática, algumas considerações sobre possibilidades de misturas de cor e luz.
RGB
A luz do sol contém todas as cores, de modo que a maneira mais fiel para
reproduzir essa luz é por meio de um sistema chamado RGB. Nesse sistema, a
luz é "fragmentada" em três cores: o vermelho (Red), o verde (Green) e o
azul (Blue). É a partir desse sistema que se consegue a reprodução digital
das imagens em aparelhos como televisores, monitores e projetores.
RGBW
Porém, existem limitações em relação à quantidade de cores que esse sistema
reproduz. Por isso, para melhorar a fidelidade de reprodução dessas cores,
foi criado um sistema chamado RGBW. Além das cores tradicionais RGB, é
acrescentada a cor branca, para aumentar a capacidade de reprodução da cor.
Trata-se de um sistema muito utilizado em televisões de ultra definição (4k)
e lâmpadas especiais.
7x Color System
Sistema de cor utilizado nas artes cênicas, em que se faz uso de 7 cores
diferentes para se reproduzir as cores vermelho, laranja, âmbar, verde,
ciano, azul e índigo.
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
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