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Aula 1.

1
1.1 - Ondas: conceito e classificação
1.2 - Período de frequência e velocidade de uma onda
2.1 - Ondas eletromagnéticas e sonoras e sua interação com a matéria
2.2 - Osciladores e o movimento harmônico simples
3.1 - Luz e óptica: definições
3.2 - Refração e reflexão
4.1 - Óptica geométrica em lentes
4.2 - Óptica geométrica em espelhos
Conteúdo Complementar (não conta p/ avaliações, mas conta p/ frequência)
__ C.1 Movimento ondulatório Unidimensional
__ C.2 Movimento ondulatório bidimensional
__ C.3 Interferência e efeito Doppler
__ C.4 Modelo ondulatório e geométrico da luz
__ C.5 Fenômeno da luz

Ondas: conceito e classificação


_1.1_
Apresentação
Ondas são um conjunto de oscilações que não transportam matéria, mas, sim, energia. Existem
diferentes tipos de ondas classificadas quanto à sua natureza, forma e direção de propagação. Há
ondas mecânicas ou eletromagnéticas.

Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar os movimentos ondulatórios presentes em


quase todos os ramos da física. No caso dos seres humanos, por exemplo, as ondas sonoras e
luminosas são bem importantes para a percepção dos ambientes. Além disso, entenderá o que são
as ondas mecânicas, aprenderá a caracterizá-las em seus tipos e verificará aplicações de um modelo
matemático voltado a tais ondas, bem como sua interpretação em fenômenos físicos e biológicos.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Caracterizar os tipos de ondas.


• Aplicar um modelo matemático para ondas mecânicas.
• Interpretar o modelo de ondas sonoras em fenômenos físicos e biológicos.

elm = Avaliação da aula. Ruim. Assinalada opções - Erros no conteúdo; - Precisei pesquisar
mais; - Conteúdo Livro difícil (qdo assinala <regular, só há opções para assinalar)
_1.1_ Desafio
As ondas aquáticas consistem em ondas de superfícies que se formam em oceanos, lagos e lagoas.
Elas são geradas pelo vento que perturbam o equilíbrio da superfície dos oceanos por meio de
forças de pressão e fricção. Esse movimento das ondas segue expressões matemáticas que serão
estudadas.

Em determinada aula de Física, a qual tratava de ondas, você aprendeu que elas são onipresentes
na natureza. É possível percebê-las em pequenas ondulações em determinado lago, no solo que
oscila durante um terremoto, em uma corda de violão que vibra, no som de uma flauta e nas cores
do arco-íris.

Ondas mecânicas incluem ondas sonoras e as ondas aquáticas. Elas se propagam


por meio de um meio elástico e podem ser originadas por uma perturbação
inicial em um ponto do meio, e, em função das propriedades elásticas do meio,
a perturbação se propaga através dele.

Retomando os conhecimentos adquiridos sobre ondas e analisando o comportamento de um


surfista, explique o que está acontecendo, sob a perspectiva da física, e como podemos definir
onda, ou seja, procure detalhar a relação entre as ondas do mar, o leito da praia e o movimento da
água na chamada zona de arrebentação.

elm1 = ver artigo sobre ondas do mar nas próximas páginas...

elm2 = Para postar no AVA:


Extraído de: https://brasilescola.uol.com.br/fisica/a-fisica-as-ondas-no-mar.htm
A física e as ondas no mar
Todas as ondas mecânicas, como as ondas sonoras, as ondas na água ou as ondas sísmicas,
precisam de um meio material para se propagar.
Quando uma onda quebra, ela carrega consigo uma quantidade de ar que se dissolve na água,
aumentando o nível de oxigenação da água.
Quando da praia é observado o mar, é possível notar dois tipos diferentes de ondas: as
ondulações nos locais mais distantes da praia e a arrebentação das ondas próxima à orla.
Sabemos também que uma onda mecânica não transporta matéria, apenas energia. Esta situação,
entretanto, não é válida para as ondas do mar que se propagam nos locais muito rasos.
Vamos examinar com mais cuidado o movimento da água quando uma onda passa: a superfície da
água em determinado ponto sobe e desce, seguindo a onda. Se seguíssemos o movimento de uma
pequena porção de água, observaríamos que este é uma elipse. A água não só sobe e desce, mas
também possui um movimento para frente e para trás com a mesma frequência da onda.
O movimento da água na direção do deslocamento da onda é necessário para formar as cristas e
os vales das ondas. Como a água não se comprime, o curto movimento da oscilação na direção
do deslocamento da onda gera os acúmulos que formam as cristas e deixam os vales.
A velocidade das ondas depende de diversos fatores. Dois fatores importantes são a
profundidade e o comprimento de onda. Ondas em locais fundos têm sua velocidade proporcional
à raiz quadrada do comprimento de onda. Portanto, podemos dizer que quanto maior o
comprimento de onda, maior será a sua velocidade de propagação. Já em águas mais rasas, a
velocidade de propagação da onda é proporcional à raiz quadrada da profundidade.
Essa dependência da velocidade da onda com a profundidade ocasiona o quebramento da onda
próximo das margens. Uma onda que provém de um local profundo vai perdendo velocidade ao se
deslocar para um local mais raso. Como a frequência permanece igual, a perda de velocidade
ocasiona uma diminuição do comprimento de onda. A diminuição da velocidade é acompanhada por
um aumento da amplitude.
Padrão de resposta esperado

Os surfistas literalmente surfam no local onde as ondas do mar acabam,


transferindo sua energia para o leito da praia, produzindo, assim, movimento
na água da chamada zona de arrebentação. Essa massa de água, atirada em
direção à praia, transfere movimento para a prancha.

A praia, apesar de receber a energia da onda, não sai do lugar, uma vez que
sua massa é continental. O surfista observa, de longe, a linha do horizonte,
subindo e descendo, até que percebe a aproximação de uma onda adequada.
Quando essa onda chega até ele, o surfista precisa remar até a linha da
arrebentação, onde, então, a água se desloca para a frente, e ele pode
surfar.

Interessante notar como o surfista tem sensibilidade para perceber que sua
prancha começa a ganhar movimento quando entra na zona de arrebentação, e
ele pode subir nela.

Ao se aproximar de águas progressivamente mais rasas, as ondas incidentes,


em razão do atrito com a areia mais rasa, que causa dissipação de energia,
desacelerando-as, tendem a diminuir sua velocidade e ganhar altura; ou seja,
como a energia cinética diminui, a energia potencial (altura) aumenta.

Em ondas mais altas, a massa de água na crista é bem menor que a na base da
onda. Logo, para conservar o momentum, a velocidade na crista fica muito
maior que a velocidade na base. Essa diferença de velocidade faz a onda “se
quebrar”. Isso é a arrebentação.

Apesar de a onda não transmitir movimento no sentido de sua propagação,


existe quantidade de movimento na onda, na direção horizontal. Essa
quantidade de movimento é a energia da onda, que determina seu sobe e desce,
como pode ser visto na figura 1. Assim, quando a onda do mar se desloca, ela
não está produzindo movimento de massa de água no sentido do seu
deslocamento, como se acredita. A onda não produz deslocamento de massa ao
longo de sua trajetória.

Onda é um modo de transferência de energia sem transferência de matéria. Ou,


em outras palavras: Onda é o fenômeno que consiste em uma perturbação
periódica, que se propaga em um meio material ou no espaço.
adaptado de:

http://sga.sites.uff.br/wp-content/uploads/sites/290/2017/11/ondasmares.pdf

DEPARTAMENTO DE BIOLOGIA MARINHA BACHARELADO


EM BIOLOGIA MARINHA

ONDAS MARINHAS

ABILIO SOARES GOMES 2003

ONDAS Fenômeno de propagação de energia de um ponto a outro, sem que ocorra


transporte de matéria.

CLASSIFICAÇÃO Mecânicas: propagam-se através de um meio material


Eletromagnéticas: podem se propagar no vácuo

CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS ONDAS

> Crista: o ponto mais elevado da onda.


> Cava: a depressão entre duas cristas.
> Altura (H): distância vertical entre o topo de uma crista e o fundo de uma cava vizinha.
> Comprimento (λ): distância horizontal entre qualquer ponto de uma onda e o ponto
correspondente da próxima onda.
> Inclinação: razão entre a altura e o comprimento (H/λ).
> Nível basal do mar: nível médio da superfície do mar na ausência de ondas.
> Amplitude (T): deslocamento vertical máximo do nível basal do mar.
> Período de tempo que um λ leva para passar por um ponto estacionário.
> Velocidade: velocidade que uma onda passa por um ponto estacionário.

ONDAS MARINHAS

As ondas observadas nos oceanos e lagos são ondas mecânicas produzidas pela força motriz dos
ventos, movimentos da crosta terrestre (terremotos e maremotos) e forças astronômicas. A
criação dessas ondas tem a participação da gravidade e da capilaridade que atuam como forças
restauradoras do nível do mar. Sem a ação das forças restauradoras uma dada porção do mar que
se elevasse pela ação das forças motrizes permaneceria elevada indefinidamente.

Com a ação da gravidade, uma porção elevada da superfície do mar é empurrada forçando a água
para baixo, provocando uma elevação do nível do mar na porção vizinha. Conseqüentemente, à
medida que uma crista de onda está sendo forçada para baixo, uma porção de água próxima a ela
está se elevando, o que provoca a propagação das ondas.
A capilaridade deve-se à tensão superficial da água. A causa da tensão superficial é a
polaridade elétrica da molécula de água. Moléculas vizinhas são fortemente atraídas entre si,
com o lado negativo de uma molécula sendo atraído pelo lado positivo de outra. Esta atração
atua como força restauradora, puxando as moléculas de água. Comparado com a gravidade, a força
restauradora da tensão superficial é insignificante. Porém, para ondas muito pequenas, pesando
muito pouco, com comprimentos de onda menores que 2cm, a tensão superficial é a força
restauradora predominante. Essas ondas são denominadas capilares e possuem a interessante
propriedade de viajarem mais rápido quanto menor for a onda, o que é o oposto das ondas
gravitacionais.

RELAÇÃO ENTRE A VELOCIDADE E O COMPRIMENTO DE ONDAS

CARACTERÍSTICAS DAS ONDAS CAPILARES E GRAVITACIONAIS

Onda Período λ Tipo de Onda (*) Forçante


Capilar < 0,1 s < 2 cm profunda - rasa ventos locais
Chop 1 – 10 s 1 – 10 m profunda - rasa ventos locais
Swell 10 – 30 s > dezenas m profunda - rasa tempestades distantes
Seiche 10 min – 10 h > dezenas km rasa - intermediária vento,ressonância de maré
Tsunami 10 – 60 min > dezenas km rasa - intermediária distúrbios submarinos
Marés 12,4 – 24,8 h centenas km rasa astronômica

(*) ondas profundas: propagam-se em águas mais profundas que 1/2 λ; ondas rasas: propagam-se
em águas mais profundas que 1/2 λ.
O tamanho da onda depende da velocidade e duração do vento e da área de varredura.

MOVIMENTO ORBITAL

O movimento da molécula de água abaixo de uma onda é diferente do próprio movimento da onda.
Uma onda pode viajar de um ponto a outro do oceano, porém as moléculas de água não vão a parte
alguma. Elas simplesmente sofrem ondulações cíclicas, subindo e indo para frente com a
aproximação da crista de onda e descendo e indo para trás após sua passagem. Deste modo o
movimento líquido é circular, subindo e indo para frente com a aproximação da crista e
descendo e indo para trás com a aproximação da cava.

O movimento orbital da água decresce com a profundidade. Numa profundidade maior que a metade
do comprimento da onda, o movimento da onda torna-se desprezível, com as ondas tendo pouco
efeito sobre o fundo e o fundo tendo pouco efeito sobre as ondas.
Em águas rasas, a interação entre a água e o fundo freia as ondas e provoca movimento dos
sedimentos de fundo. O movimento orbital da água torna-se mais elíptico que circular, com as
elipses diminuindo e tornando-se achatadas próximo ao fundo, porque o atrito com o fundo
restringe o movimento de subida e descida.

A velocidade das ondas depende de duas coisas: o comprimento de onda e a profundidade da


coluna d’ água. Em geral, quanto maior o comprimento de onda, mais rápida é a onda e
quanto mais raso o local, mais vagarosa é a onda.
Nos extremos de águas rasas e águas profundas podem existir as seguintes situações:

1 Se a água é profunda (mais profunda que a metade do comprimento de onda), então o


fundo não tem influência e a velocidade da onda depende somente do comprimento, com
ondas maiores se propagando mais rápido.

2 Se a água é muito rasa (mais rasa que a metade do comprimento de onda), todas as
ondas irão se propagar na mesma velocidade. Quanto mais raso, mais lentamente as
ondas irão se propagar.

REFRAÇÃO DE ONDAS

A diminuição da velocidade das ondas após as mesmas penetrarem em águas rasas provoca uma
mudança na direção do transporte. A porção da onda que chega primeiro em águas rasas diminuí a
velocidade e a porção que ainda está em águas profundas mantém a velocidade. Conseqüentemente,
as ondas mudam sua direção, voltando-se para as áreas rasas a medida que diminuem a
velocidade. Por esse motivo todas as ondas parecem vir da mesma direção, frontalmente à praia,
independente da direção onde foram originadas. Esta deflexão das ondas à medida que atingem
águas rasas é denominada refração.

Em costas recortadas, as ondas parecem se concentrar nos pontos mais avançados. Isto ocorre
porque as ondas encontram águas rasas primeiramente nesses pontos, mudando a direção para
essas regiões. Conseqüentemente, a energia das ondas concentra-se nesses pontos e os fundos
das baías são comparativamente mais calmos.

REFRAÇÃO DE ONDAS
REFRAÇÃO DE ONDAS NUM
LITORAL RECORTADO

GRUPOS DE ONDAS

As ondas se propagam em grupos denominados trens de onda, que podem ser de tamanho variado.
Um exemplo familiar de trem de ondas é a esteira formada pelas embarcações em movimento e os
círculos formados por uma pedra atirada num lago de águas calmas. Nesses casos, entre 8 a 10
ondas principais se propagam em grupo. Grupos de onda maiores são formados por tempestades
no mar.

À medida que as ondas se distanciam do local de origem elas se transformam em ondas


compridas com as cristas aplainadas, denominadas "swell". As ondas de "swell" podem viajar
longas distâncias sem perder a energia que adquiriram do vento. Por outro lado os ventos
locais produzem ondas pequenas e pontiagudas, denominadas ondas marinhas. Deste modo, as
ondas marinhas são formadas por ventos locais, enquanto que as ondas de "swell" são geradas
por ventos distantes, no mar aberto.

TREM DE ONDAS

QUEBRAMENTO DE ONDAS

À medida que o trem de ondas aproxima-se da costa, as ondas que vem na frente entram em águas
rasas e diminuem a velocidade. Conseqüentemente, as ondas que vem atrás começam a engavetar e
a distância entre as ondas diminui. A água e a energia de cada onda concentram-se numa
estreita zona e as ondas empinam. As ondas podem empinar de tal modo que se tornam instáveis
e quebram. As ondas, em geral, quebram quando atingem uma profundidade equivalente a 1.3
vezes a altura de onda. Em águas profundas, as ondas quebram quando a razão entre sua altura
e comprimento (empinamento) ultrapassa 1/7. As ondas na zona de arrebentação são denominadas
de acordo com a forma que elas assumem ou conforme o modo como elas quebram, seja abrupto ou
suave. A zona de arrebentação é aquela porção do perfil praial caracterizada pela ocorrência
de quebramento de ondas.
TSUNAMIS

As ondas podem também ser formadas por movimentos da crosta terrestre, tal como maremotos,
deslizamentos, vulcões, ou ainda por quedas de blocos de geleiras. Ondas geradas desse modo
são denominadas tsumanis ou ondas sísmicas. Estas geralmente apresentam grande comprimento e
pequena altura. Tipicamente, essas ondas têm de 200 Km de comprimento e 1 metro de altura.

ONDAS GIGANTES (Freak e Rogue Waves)

Ondas gigantes podem ser formadas quando ventos fortes batem contra correntes oceânicas,
quando ondas formadas em diferentes tempestades juntam suas forças ou quando o "swell"
interage de modo singular com um fundo particular.

Ondas de 30 metros já foram observadas com ventos de força 9, sendo freqüente o naufrágio de
embarcações devido ao choque com essas ondas. Diferente das Tsunamis, que dissipam sua
energia ao atingir áreas rasas na costa, as ondas gigantes são observadas na região oceânica,
longe da costa.

ZONAÇÃO DE UMA PRAIA


OCEÂNICA MOSTRANDO A ZONA
DE QUEBRAMENTO DE ONDAS

DIFERENTES FORMAS DE QUEBRAMENTO DE ONDA

(a) Progressiva ou
deslizante (Spilling)
(b) Mergulhante (Plunging)

(c) Ascendente (Surging)

ONDAS INTERNAS

Algumas ondas ocorrem e viajam ao longo da interface entre dois fluidos, como ar e água,
óleo e água, ou ainda entre água-água e ar-ar, com densidades diferentes. Esse fenômeno pode
ser observado em nuvens com forma de ondas e no mar sua presença pode ser detectada por
compridos slicks paralelos na superfície do mar. Associados a esses slicks encontram-se uma
esteira de detritos que se formam devido ao movimento das ondas internas.

ESQUEMA DE
UMA ONDA
INTERNA

MARÉS

As marés são as maiores ondas conhecidas, sendo o fenômeno mais evidente na costa, onde o
nível do mar sobe e desce regularmente duas vezes ao dia. A diferença entre esses níveis pode
ser de menos de 1m, como ocorre no Mediterrâneo e Caribe ou de até 15 m como na Baía de Fundy
no Canadá. No Brasil, essa variação é de um pouco mais de 1 m em quase toda a região sul e
sudeste, podendo ultrapassar os 5 m no Maranhão. As marés são ondas produzidas pela forças
gravitacionais da Lua e do Sol.
As marés podem ser definidas como movimentos verticais periódicos ou regulares das massas de
água causados pela força gravitacional, que é inversamente proporcional à distância e
diretamente proporcional à massa. Uma outra força, a força centrífuga, originária do
movimento de rotação da Terra, também atua no fenômeno das marés.

A força gravitacional (FG) entre dois corpos pode ser expressa matematicamente através da
seguinte expressão: FG = G (m1 . m2 / r^2), sendo: G = constante gravitacional universal; m1
e m2= massas dos corpos envolvidos; e r= distância entre as massas, a partir do centro dos
corpos.

Embora a força gravitacional entre o Sol e a Terra seja mais que 177 vezes aquela entre a Lua
e a Terra, a Lua domina as marés. Como a massa do Sol é 27 milhões de vezes maior que a da
Lua ela deveria gerar uma força geradora de maré 27 milhões de vezes maior. Entretanto, como
o Sol dista 390 vezes mais da Terra do que a Lua, sua força geradora de marés diminui 390^3.

Na realidade, a força gravitacional geradora de marés varia inversamente ao cubo e não ao


quadrado da distância do centro dos corpos envolvidos. A distância assume um maior peso nas
forças geradoras das marés do que ocorre na atração entre os corpos.

A Terra e a Lua giram uma sobre a outra, ao redor do centro comum de suas massas. Este ponto
está na Terra, porém não no seu centro. A distância média entre o centro da Terra e da Lua é
constante e, portanto, a força centrífuga do sistema Terra-Lua deve estar exatamente
equilibrada pela força gravitacional do sistema. A força centrífuga é constante em todos os
pontos da superfície terrestre, porém a força gravitacional é maior no ponto da superfície
mais próximo da Lua e menor no ponto mais afastado. No ponto mais próximo a água se eleva em
direção a Lua porque a força gravitacional da Lua é maior que a força centrífuga constante.
No ponto mais afastado a água também se eleva, porém afastando-se da Lua devido à força
centrífuga ser maior que a força gravitacional lunar. Isto origina duas marés diárias que são
observadas com o giro da Terra ao redor do seu eixo. Como a Terra demora 24 h para completar
uma evolução, um ponto geográfico qualquer ficará de face ou oposto para a Lua a cada 12 h,
apresentando, então, duas preamares e duas baixa-mares.

Durante o tempo que a Terra leva para completar uma rotação, a Lua avança em sua órbita,
fazendo com que a Terra necessite mais 50 min para alcançar o ponto previamente oposto a Lua.
Por isso as duas preamares e as duas baixa-mares ocorrem em horários diferentes de um dia
para o outro, com uma defasagem de 50 min.

Quando o Sol encontra-se alinhado com a Lua ocorrem marés de grande amplitude, pois as forças
gravitacionais se somam, apesar da força de atração do Sol ser somente 46% da força da Lua.
Como o ciclo da Lua ao redor da Terra demora 29 ½ dias, o alinhamento entre a Lua e o Sol
ocorre a aproximadamente cada 15 dias (nas Luas Nova e Cheia). Essas marés são chamadas marés
vivas, marés de sizígia ou "spring tides". Quando o Sol e a Lua se encontram em ângulo reto
(nas Luas Crescente e minguante), as forças gravitacionais se cancelam parcialmente e o
resultado é um ciclo de marés de pequena amplitude conhecidas como marés mortas, marés de
quadratura ou
"neap tides".

FORÇAS GERADORAS DAS MARÉS


ONDA GERADA PELA FORÇA DA
LUA DEVIDO A SUA ÓRBITA

As marés observadas dependem não somente da orientação de uma determinada localidade em


relação à Lua, mas também da latitude. A inclinação do eixo da Terra faz com que uma
determinada localidade não apresente marés iguais durante o dia lunar (24h e 50 min),
havendo uma superposição do componente diurno (uma maré ao dia) e semidiurno (duas marés ao
dia). Na maioria dos locais há uma mistura dos dois componentes e na realidade não há locais
com marés diurnas, mas sim o domínio de um dos componentes. Em locais onde ocorre uma maré
ao dia, o componente diurno domina e em locais onde as duas marés são semelhantes, o
componente semidiurno domina.

A força gravitacional dos astros também causa um deslocamento da atmosfera e das massas
continentais terrestres. O deslocamento desta última é menos evidente devido à rigidez da
crosta terrestre e mais evidente nos oceanos e atmosfera devido a essas massas serem mais
fluidas. O deslocamento da crosta é de aproximadamente 26 cm e o dos oceanos 70 cm.

Representação de Variação
de Maré para 2 Localidades
no Hemisfério Norte.

No local A será observado


somente uma maré e no
local B duas marés.
_1.1_ Infográfico
O som se comporta como uma onda. Para exemplificar, pense nos momentos em que alguém fala
conosco, sentimos energia sonora vibrar em nossos tímpanos, o que significa dizer que o som não
transporta matéria, mas energia. Em geral, as ondas sonoras se propagam no ar.

O Infográfico destaca as características do som e traz a representação binomial da onda sonora.

SOM

Uma onda sonora que se propaga com velocidade em um tubo longo, cheio de
ar, é composta por expansões e compressões periódicas do ar que se deslocam
ao longo do tubo. A onda é mostrada em um instante arbitrário.

Vista horizontal ampliada de pequena parte do tubo.


Quando a onda passa, um elemento de ar, de espessura "∆x" , oscila para a
esquerda e para a direita em movimento harmônico simples em torno da posição
de equilíbrio.
No instante mostrado, o elemento se encontra deslocado de uma distância "s"
para a direita da posição de equilíbrio.
O deslocamento máximo, para a direita ou esquerda, é "sm".

Os fenômenos sonoros têm características específicas, como volume, frequência


e timbre.
Essas particularidades dos sons originam-se nas propriedades físicas das
ondas sonoras:

> Volume (ou intensidade) do som é a intensidade da onda sonora, ou


seja, a amplitude das oscilações. O volume do som é medido em decibéis.

> Altura do som está relacionada com outra característica intrínseca da


onda sonora: sua frequência. Esta determina se um som é mais alto ou
mais baixo que outro, quer dizer, se um som é mais agudo (alto) ou mais
grave (baixo) que outro. Quanto maior a frequência da onda sonora, mais
agudo será o som percebido.

> Timbre é a qualidade que permite diferenciar dois sons da mesma altura
e intensidade emitidos por fontes distintas.

Intensidade (eixo y),


frequência (eixo x) e
timbre (eixo z) como os
três eixos representando
os sons.

O eixo z traz os
diferentes componentes
(ondas) que constroem
determinado som.

Nesse gráfico, os quatro


componentes do timbre estão
somados para mostrar uma
representação bidimensional
da onda sonora.
_1.1_ Conteúdo do livro
As ondas sonoras estão presentes em nosso cotidiano e podem desencadear momentos de
tranquilidade ou estresse. O som é classificado como onda mecânica por precisar de determinado
meio a fim de se propagar. Já as ondas de rádio e da luz consistem em ondas eletromagnéticas que
precisam de um meio material para propagação.

Os movimentos ondulatórios, as ondas podem ser observadas na superfície da água quando tocada
por um corpo. Para os seres humanos, as ondas sonoras e luminosas são importantes no que tange
à percepção dos ambientes.

No capítulo Ondas: conceito e classificação, do livro Fundamentos de física e matemática, leia os


tipos de ondas, seus elementos, representações e sua aplicação na biofísica.
PREFÁCIO
As cond içõ es de vida humana avançaram significativamente depois
que a ciência e a matemática se uniram, há mais ou menos 400 anos.
Essa união possibilitou uma nova compreensão dos fenômenos natu-
rais. Quando a ciência apresenta dados matemáticos, as suas ide ias se
tornam mai s exatas e os desenvolvimentos aceleram, uma vez que as
descobertas podem ser comprovadas ou descartadas com precisão.
Na Antiguidade, inúmeras descobertas foram feitas com base em
hipóteses filosóficas, posteriormente comprovadas ou negadas. Hoje,
mais do que observar o que acontece à sua volta, os cientistas precisam
comprovar suas ideias, por meio de expressões matemáticas, equações,
g ráficos, coleta de dados e experimentos.

Dessa forma, aqueles que buscam uma formação na área das ciên
cias precisam, fundamentalmente, aprofundar seu conhecimento mate-
mático, além de identificar e compreender fenômenos correlacionados
entre a física e a biolog ia. A proposta deste materia l é abranger as
ferramentas básicas da matemática e os conceitos mais importantes
da física, como suporte para a compreensão dos fenômenos naturais
com um viés voltado à biologia .

SUMÁRIO
Unidade 1

Introdução à matemática: conjunto, plano cartesiano


e Sistema Internacional de Unidades ......................................................... 15
Cristiane da Silva
Matemática: uma breve introdução .......................................................................................................... 16
Conjuntos numéricos e plano cartesiano .............................................................................................. 19
Sistema Internacional de Unidades (SI) ...................................................................................................23

Pontos e eixos, par ordenado, domínio e imagem .............................. 29


Cristiane da Silva
Relação binária ........................................................................................................................................................ 29
Domínio e imagem ..............................................................................................................................................32
Aplicações na física e na biologia ..............................................................................................................-3~

Noções de funções lineares e quadráticas .............................................. .41


Cristiane da Silva
Funções lineares e quadráticas ..................................................................................................................... 41
Representação gráfica ........................................................................................................................................ 47
Resoluções matemáticas .................................................................................................................................. 51

Noções de potência, radical e função exponencial ............................. 57


Cristiane da Silva
Potenciação, função exponencial e radiciação .................................................................................5/
Gráficos das funções............................................................................................................................................62
Aplicação das funções ......................................................................................................................................64
Função logarítmica e exponencial aplicadas à biologia .................... 69
Cristiane da Silva
Função logarítmica .............................................................................................................................................69
Relação entre função exponencial e logarítmica ............................................................................. 72
Aplicação das funções........................................................................................................................................73

Unidade 2

Leis de Newton e suas aplicações .............................................................. 77


Cristianeda Silva
Força e movimento ..............................................................................................................................................77
Segunda lei de Newton .....................................................................................................................................84
Terceira lei de Newton........................................................................................................................................86

Ondas: conceito e classificação ....................................................................91


Cristiane da Silva
Ondas ............................................................................................................................................................................91
Velocidade da onda .............................................................................................................................................95
Ondas sonoras na biofísica ..............................................................................................................................97

Período de frequênc ia e velocidade de uma onda ............................ 101


Cristiane da Silva
Ondas ......................................................................................................................................................................... 101
Espectro elet romagnético ............................................................................................................................ 106
Fenômenos ópticos .......................................................................................................................................... 1O8

Ressonância ....................................................................................................... 115


M ariana Sacrini Ayres Ferraz
Entendendo a ressonância ............................................................................................................................11 5
Fenômeno da ressonância ........................................................................................................................... 120
Aplicações da ressonância.............................................................................................................................121

Unidade 3

Introdução à derivada e à integral e regras de derivação ....................... 127


M ariana Sacrini Ayres Ferraz
O que é uma função7 ........................................................................................................................................ 127
Deriva dia de funções ........................................................................................................................................ 130
Integral de funções ............................................................................................................................................ 136

Noções de integral, cálcu lo e fu n ção integral...................................... 143


M ariana Sacrini Ayres Ferraz
Áreas e int egração ............................................................................................................................................. 143
Integrais indefi nidas .......................................................................................................................................... 146
Integrais definidas ............................................................................................................................................... 149
Unidade4

Introdução a fluidos ...................................................................................... 155


M ariana Sacrini Ayres Ferraz
Flu idos........................................................................................................................................................................ 155
Características dos fluidos ............................................................................................................................ 156
Dinâmica dos flu idos........................................................................................................................................ 166

Hidrostática e hidrodinâmica voltadas a fenômenos ....................... 17 1


M ariana Sacrini Ayres Ferraz
Hidrostática ............................................................................................................................................................ 171
Pressâo arterial....................................................................................................................................................... 178
Viscosidade e turbulência .............................................................................................................................. 18 O

Leis da termodinâmica voltada a fenômenos ...................................... 187


M ariana Sacrini Ayres Ferraz
Temperatura e calor .......................................................................................................................................... 187
Transferência de calor ...................................................................................................................................... 192
Leis da termodinâmica .................................................................................................................................... 194

Eletro magnetismo voltado a fenômenos .............................................. 201


M ariana Sacrini Ayres Ferraz
Cargas elétricas, forças e o modelo do átomo ................................................................................ 201
Forças eletrostáticas, campo elétrico e campo magnético .................................................... 204
Eletromagnetismo na física e na biologia ............................................................................................212

Rad iações: conceitos de radioatividade, energia nuclear


e suas aplicações ............................................................................................. 217
M ariana Sacrini Ayres Ferraz
O átomo e a física nuclear..............................................................................................................................21 7
O decaimento radioativo............................................................................................................................... 223
As aplicações biológicas ................................................................................................................................ 227

Gabarito ........................................................................... 233


https://sagah.com.br/gabaritos/FUNDAMENTOS_FISICA_MATEMATICA.pdf

Gabaritos Introdução à derivada e à 1. c


1. c
integral e regras de 2. d
Introdução à matemática: 2. e derivação
conjunto, plano cartesiano e 3. a
3. d
Sistema Internacional de 4. c
4. a
Unidades 5. c
5. b

Noções de integral, cálculo e 1. c


Pontos e eixos, par ordenado, 1. c função integral
domínio e imagem 2. a
2. a
3. c
3. d
4. d
4. b
5. d
5. e

Introdução a fluidos 1. a
Noções de funções lineares e 1. c 2. b
quadráticas 3. d
2. e
3. a 4. c

4. d 5. e

5. a
Hidroestática e hidrodinâmica 1. a
voltadas a fenômenos
2. e
Noções de potência, radical 1. d 3. d
e função exponencial 2. d 4. c
3. e 5. d
4. c
5. d

Leis da termodinâmica 1. d
voltada a fenômenos 2. e
Função logarítmica e função 1. a
exponencial aplicadas à 3. c
biologia 2. e
4. b
3. a
5. a
4. c
5. c
Eletromagnetismo voltado 1. d
a fenômenos
2. c
Leis de Newton e suas 1. c
aplicações 3. a
2. b
4. e
3. d
5. b
4. e
5. d
Radiações: conceitos de
1. b
radioatividade, energia
nuclear e suas aplicações 2. a
Ondas: conceito e 1. d
classificação 3. d
2. b
4. b
3. d
5. e
4. b
5. c

Período de frequência e 1. a
velocidade de uma onda 2. b
3. d
4. e
5. c

Ressonância 1. c

2. d
3. e
4. e
5. c
Ondas: conceito e
classificação
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Caracterizar os tipos de ondas.


 Aplicar um modelo matemático para ondas mecânicas.
 Interpretar o modelo de ondas sonoras em fenômenos físicos e
biológicos.

Introdução
Neste capítulo, você vai estudar os movimentos ondulatórios. Como você
sabe, as ondas podem ser observadas, por exemplo, na superfície da água,
quando tocada por um corpo. Para os seres humanos, as ondas sonoras
e luminosas são muito importantes para a percepção dos ambientes.
Aqui, você vai conhecer os tipos de ondas, os seus elementos, as suas
representações, bem como a sua aplicação na biofísica.

Ondas
De acordo com Resnick, Halliday e Krane (2017), os movimentos ondulatórios
aparecem em quase todos os ramos da física. Knight (2009) destaca que as ondas
são onipresentes na natureza. Você pode percebê-las, por exemplo, em pequenas
ondulações em um lago, no solo que oscila durante um terremoto, em uma corda
de violão que vibra, no som de uma flauta e também nas cores do arco-íris.
Aqui, você vai ver o que são as ondas mecânicas, aprender a caracterizá-las
em seus tipos e, além disso, verificar aplicações de um modelo matemático para
tais ondas. Por fim, vai ver a sua interpretação em fenômenos físicos e biológicos.
Para todos os tipos de ondas, emprega-se uma descrição matemática si-
milar. As ondas mecânicas incluem ondas sonoras e ondas aquáticas. Elas
se propagam através de um meio elástico e podem ser originadas por uma
2 Ondas: conceito e classificação

perturbação inicial em um ponto desse meio. Em função das propriedades


elásticas do meio, a perturbação se propaga através dele. Considerando o nível
microscópico, as forças entre os átomos são responsáveis pela propagação das
ondas mecânicas. Um dos exemplos que você pode considerar é uma folha que
flutua em um lago. Ela pode oscilar para cima e para baixo quando uma onda
estiver passando, mas logo volta a uma posição muito próxima da original
(RESNICK; HALLIDAY; KRANE, 2017).

Tipos de ondas
Resnick, Halliday e Krane (2017) explicam como as ondas podem ser classi-
ficadas. A seguir, você vai ver cada uma das classificações.

Direção de movimento das partículas

Uma onda mecânica pode ser classificada de acordo com a relação entre as suas
direções de propagação e as direções do movimento das partículas do meio
em que ela se move. Assim, se o movimento das partículas for perpendicular
à direção da propagação da onda, tem-se uma onda transversal. Mas, se o
movimento das partículas da onda mecânica for para frente e para trás ao
longo da direção de propagação, tem-se uma onda longitudinal.

Ondas transversais corda para cima e para baixo


Quando você faz a extremidade de uma mola tensa oscilar para frente e para trás,
surge uma onda transversal na mola. A perturbação move-se ao longo da mola, mas
as partículas vibram em ângulos retos com a direção de propagação da perturbação,
como mostra a Figura 1 (a). As ondas luminosas, apesar de não serem ondas mecânicas,
também são ondas transversais.
Ondas longitudinais
Quando você faz a extremidade de uma mola tensa oscilar para frente e para trás,
surge uma onda longitudinal ao longo da mola. As espiras vibram para frente e para
trás, paralelamente à direção em que a perturbação se dá ao longo da mola, como
mostra a Figura 1 (b). As ondas sonoras em um gás são ondas longitudinais.
Além disso, algumas ondas não são puramente longitudinais nem puramente trans-
versais. É o caso das ondas na superfície da água: as partículas de água se movem tanto
para frente e para trás quanto para cima e para baixo, formando trajetórias elípticas à
medida que as ondas se deslocam.
Ondas: conceito e classificação 3

mola

Figura 1. (a) Envio de uma onda transversal ao longo de uma corda. Cada elemento da
corda vibra em ângulos retos com direção de propagação da onda. (b) Envio de uma onda
longitudinal através da corda. Cada elemento da corda vibra paralelamente com a direção
de propagação da onda. (c) Envio de um pulso transversal simples ao longo da corda.
Fonte: Resnick, Halliday e Krane (2017).

Número de dimensões

Também se classificam as ondas quanto à sua dimensão. Por exemplo, ondas


que se deslocam ao longo de uma mola são unidimensionais. Já as ondas de
superfícies ou costelas na água, causadas pela queda de um graveto em um
remanso, são ondas bidimensionais. Por sua vez, as ondas sonoras e lumi-
nosas que trafegam radialmente para fora de uma pequena fonte são ondas
tridimensionais.

Periodicidade

As ondas podem ser classificadas pela forma como as partículas do meio se


movem no tempo. Um exemplo de onda periódica é a onda harmônica, em que
cada partícula é submetida a um movimento harmônico simples.
4 Ondas: conceito e classificação

Perfil da frente de onda

Para compreender esse conceito, imagine uma pedra jogada em um lago


parado. Do ponto em que a pedra toca a água partem ondas circulares, como
mostra a Figura 2. Todos os pontos de uma mesma onda têm o mesmo estado
de movimento. Esses pontos definem uma superfície chamada frente de onda.
Se o meio é de massa específica uniforme, a direção de movimento das ondas é
perpendicular à frente de onda. Uma linha normal às frentes de onda indicando
a direção do movimento das ondas é chamada raio. As frentes de onda podem
ser de diferentes perfis ou formas. Uma fonte pontual na superfície da água
produz ondas bidimensionais com frentes de onda circulares e raios que se
irradiam para fora do ponto de perturbação, como na Figura 2.

Figura 2. Ondas na superfície de um lago. As costelas circulares representam frentes de


onda. Os raios, que são perpendiculares à frente de onda, indicam a direção do movimento
das ondas.
Fonte: Resnick, Halliday e Krane (2017).

Por outro lado, uma vara muito longa largada horizontalmente na água produz
(próximo ao seu centro) perturbações que se propagam como linhas retas nas
quais os raios são linhas paralelas. De modo análogo, para o caso tridimensional,
a onda será plana quando todas as perturbações se propagarem em uma mesma
Ondas: conceito e classificação 5

direção. Em dado instante, as condições são as mesmas em qualquer ponto de


qualquer plano perpendicular à direção de propagação. Nesse caso, as frentes
de onda serão planas e os raios serão linhas retas, como mostra a Figura 3 (a).
A analogia tridimensional das ondas circulares são as ondas esféricas. Nesse
caso, a perturbação se propaga para fora em todas as direções a partir de uma
fonte pontual de ondas. As frentes de onda são esféricas e os raios são linhas
radiais partindo da fonte pontual para todas as direções, como você pode ver na
Figura 3 (b). Longe da fonte pontual, as frentes de onda têm uma curvatura muito
pequena e, respeitando-se uma região limitada, podem ser consideradas planas.
Há, naturalmente, muitos outros tipos possíveis de perfis de frente de onda.

Figura 3. (a) Uma onda plana. Os planos representam as frentes de onda espaçadas de um
comprimento de onda, e as setas representam os raios. (b) Uma onda esférica. As frentes de
onda, espaçadas de um comprimento de onda, são superfícies esféricas, e os raios estão
em direções radiais.
Fonte: Resnick, Halliday e Krane (2017).

A velocidade da onda
Agora você vai conhecer um modelo matemático para ondas mecânicas. Con-
forme Knight (2009), a perturbação de uma onda é criada por uma fonte que
poderia ser, por exemplo, uma pedra jogada na água, a sua mão que dedilha
um barbante esticado ou um cone de alto-falante que oscila, empurrando o
ar. A perturbação se propaga para longe da fonte, através do meio, com uma
velocidade de onda v.
A velocidade da onda em uma corda esticada com tensão TC é dada por
, onde μ é a razão entre a massa e o comprimento da corda: ,
também chamada de densidade linear. A unidade para a densidade linear é o
kg/m. Você ainda deve notar que uma corda grossa tem um valor de μ maior
do que o de uma corda fina feita do mesmo material. Ou seja, aqui você deve
6 Ondas: conceito e classificação

considerar que há uniformidade, o que significa que a densidade linear é a mesma


em todos os pontos ao longo do comprimento (KNIGHT, 2009).
Ainda é importante observar que a equação fornece o módulo
da velocidade de propagação de uma onda, e não a sua velocidade de propa-
gação. Por isso, tem sempre um valor positivo, e todos os pontos de
uma onda se propagam com essa velocidade (KNIGHT, 2009).

Que tal ver um exemplo da velocidade de um pulso de onda? Um barbante de


2,0 1,0 m de comprimento e massa de 4,0 g é amarrado a uma parede por uma das
extremidades, esticado horizontalmente por meio de uma polia a 1,5 m de distância.
Então, ele é amarrado a um livro de física de massa M, que fica pendurado pelo
barbante. Experimentos revelam que um pulso de onda se propaga ao longo do
barbante a 40 m/s. Qual é a massa do livro?
Modelo: o pulso de onda é uma onda progressiva em um barbante esticado. O livro
pendurado está em equilíbrio estático.
Visualização: a Figura 4 é a representação da situação.

Figura 4. Um pulso de onda se propaga em um barbante.


Fonte: Knight (2009).

Resolução: o bloco encontra-se em equilíbrio estático. Então:

Portanto, a tensão no barbante é Tb = Mg. A densidade linear do barbante é μ =


0,0040 kg/2,0 m = 0,0020 kg/m. O comprimento do barbante entre a parede e a polia
não é relevante nesse caso. Elevando os dois lados da equação ao
quadrado, você obtém:
Ondas: conceito e classificação 7

A partir daí, você obtém:


40

Avaliação: 330 g é a massa conjunta do livro e do curto comprimento de barbante


pendurado pela polia. Observe que a massa do barbante foi dada em gramas, mas μ
foi convertido para kg/m.
Fonte: Knight (2009).
vol 2, p604

Ondas sonoras na biofísica


Para modular a amplitude das ondas sonoras que chegam ao tímpano e são
transmitidas até a orelha interna por ossículos da orelha média, o ouvido conta
com um músculo chamado estapédio (MOURÃO JUNIOR; ABRAMOV, 2017).
Esse músculo, ao se contrair, aumenta a tensão sobre os ossículos, limitando a
amplitude da onda em propagação. O músculo estapédio é ativado quando as
pessoas são submetidas a sons muito intensos e duradouros, como em uma boate.
Uma fonte sonora como um alto-falante produz pequenos “tapinhas”, que
são forças, no ar contíguo a ele. Em frequência variável, eles se propagam
pelo ar como ondas de compressão e rarefação (MOURÃO JUNIOR; ABRA-
MOV, 2017). A seguir, você pode ver um exemplo que ilustra essa situação.
Na Figura 5, observe a representação de uma onda sonora (rarefação e
compressão) como uma oscilação bidimensional em um gráfico. A rarefação
representa os “vales” — ou seja, os pontos mais baixos da trajetória de uma
onda, do gráfico da onda — e a compressão representa as “cristas” — ou seja,
os pontos mais altos da trajetória de uma onda, do gráfico.

Figura 5. Onda sonora e sua representação gráfica.


Fonte: Mourão Junior e Abramov (2017).
8 Ondas: conceito e classificação

Os “tapinhas” produzidos pelo alto-falante podem ter frequência e amplitude


variáveis. Então, nem sempre ondas que se propagam precisam ser monótonas
e idênticas. Uma grande variabilidade de padrões de frequência e amplitude
pode se somar, fazendo surgir um composto complexo de oscilações que, a
princípio, parecem caóticas. Esse complexo é chamado de onda complexa.
Veja o exemplo na Figura 6.

Figura 6. Representação gráfica de um composto de quatro ondas com frequências e


amplitudes diferentes, reconhecidamente comuns na composição dos sons. À esquerda,
os componentes. À direita, a onda resultante.
Fonte: Mourão Junior e Abramov (2017).

Na natureza, várias fontes emitem ondas de mesmo tipo simultaneamente,


e essas ondas se cruzam. Por exemplo, se você falar no celular enquanto
caminha pelo centro de uma grande cidade às 18h, diversas ondas sonoras
vão se encontrar no seu ouvido: a voz ao telefone, as buzinas, os gritos de
ambulantes, o som dos motores dos carros, entre outras. Provavelmente, essas
ondas estarão interagindo continuamente.

Você pode saber mais sobre as ondas sonoras em fenômenos físicos e biológicos
consultando o capítulo 10 do livro Biofísica – fundamentos e aplicações (DURÁN, 2003).
Ondas: conceito e classificação 9

KNIGHT, R. Física 2: uma abordagem estratégica. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2009.
MOURÃO JÚNIOR, C. A.; ABRAMOV, D. M. Biofísica essencial. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2017.
RESNICK, R.; HALLIDAY, D.; KRANE, K. Física 2. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2017.

Leitura recomendada
DURÁN, J. E. R. Biofísica: fundamentos e aplicações. São Paulo: Prentice Hall, 2003.
_1.1_ Dica do professor
As ondas sonoras são um fenômeno físico muito relevante em nosso cotidiano, como
a ultrassonografia, que consiste em onda sonora. Além disso, elas influenciam fortemente na
sensação que temos de algo bom, por exemplo, ao ouvir música calma e relaxante ou ao sentir algo
ruim, como barulhos estridentes e excessivos, buzinas e sirenes.

Na Dica do Professor, você vai aprofundar os conhecimentos sobre ondas sonoras, conhecerá sua
caracterização e representação matemática e acompanhará exemplo aplicado.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/
d2e21185067adc1347692a7fc6aa0294

7min30
[VIDEO TRANSCRIPT] 1.1 ONDAS

Nesta aula você vai estudar ondas (tipos /


classificação) e o que são oscilações.

Uma onda tem um vale e uma crista. No vale há um


mínimo de amplitude e na crista, um máximo de
amplitude,

Onda é uma perturbação energética que se propaga.


Podem ser unidimensionais, bidimensionais ou
tridimensionais.

Exemplo de onda unidimensional: uma corda, ou ela


vai ou ela vem.
Exemplo de onda bidimensional: uma superfície lisa
plana, como a de um lago - se jogarmos uma pedrinha
dentro desse lago, vai gerar uma perturbação, vai
causar uma oscilação (onda bidimensional).
Exemplo de onda tridimensional: o som, pois se
propaga em todas as direções.

Além disso, temos ondas transversais e ondas


longitudinais.
Ondas transversais: um oscilador, uma pessoa gerando
pulsos em uma corda; a direção de propagação e a
direção de oscilação são diferentes,
perpendiculares.
Ondas longitudinais: o som gerado por um alto-
falante, por exemplo, a direção de propagação é
paralela à direção de oscilação.

Ondas também podem ser caracterizadas como mecânicas


ou eletromagnéticas.
Ondas mecânicas: precisam de um meio para se
propagar; exemplo: o alto-falante.
Ondas eletromagnéticas: não precisam do meio; podem
se propagar no vácuo.

Oscilações. Para entender a oscilação, podemos


pensar, por exemplo, num avião ao sofrer alguma
turbulência, indo para cima e para baixo, a própria
turbulência caracteriza a oscilação.
Definição: uma oscilação é um movimento alternado
que ocorre em sentidos opostos.
_1.1_ Exercícios elm = são exerc do Conteúdo Livro bib virtual

1) Sobre ondas mecânicas, é correto afirmar que:

A) transportam massa e energia.

B) transportam massa e quantidade de movimento.

C) transportam matéria.

D) transportam energia e quantidade de movimento.

E) transportam matéria e força.


2) Uma pessoa toca no piano tecla correspondente à nota mi e, em seguida, a que corresponde
à sol. Pode-se afirmar que serão ouvidos dois sons diferentes porque as ondas sonoras
correspondentes a tais notas têm:

A) amplitudes diferentes.

B) frequências diferentes.

C) intensidades diferentes.

D) timbres diferentes.

E) velocidade de propagação diferente.

De: https://blog.opus3ensinomusical.com.br/notas-musicais/
Fisicamente falando, uma nota musical é o resultado da agitação de moléculas de ar.
Estas vibrações são captadas e processadas pelos nossos ouvidos e interpretados como som.
O que difere uma nota musical de outra, é a sua frequência.
A unidade de frequência é o hertz (Hz), que equivale a 1 segundo.
Entende-se por frequência a quantidade de ciclos (oscilações) de uma onda sonora dentro de
um período de tempo.
As notas mais graves vibram menos vezes (menor frequência), enquanto as notas mais agudas
vibram mais (maior frequência).
O nosso sistema musical é composto por 7 notas naturais que você provavelmente já ouviu
falar:
Dó – Ré – Mi – Fá – Sol – Lá – Sí
As notas podem ser dispostas de maneira ascendente (iniciam na região grave e partem para a
região aguda), ou descendente (iniciam na região aguda e partem para a região grave).
É importante ter em mente a diferença entre Nota e Acorde.
O Acorde, nada mais é, do que um conjunto de 3 ou mais notas tocadas simultaneamente (se
aproxima do conceito de harmonia).
3) Diante de grande parede vertical, certo garoto bate palmas e recebe o eco um segundo
depois. Se a velocidade do som no ar é 340m/s, o menino pode concluir que a parede está
situada a uma distância aproximada de:

A) 17m.

B) 34m.

C) 68m.

D) 170m.

E) 340m.
4) Quando a tensão em uma corda é 100N, a velocidade de um pulso é 120m/s. Sabendo que

nesse contexto a velocidade do pulso, quando a tensão for de 200N, será de:

A) 280m/s.

B) 169,7m/s.

C) 269,8m/s.

D) 131,6m/s.

E) 196,7m/s.
3 2
5) Uma corda elástica de 0,8g/cm de densidade e seção transversal de 0,5 cm é submetida à
tensão de 100N. Em um extremo da corda, existe uma fonte que gera pulsos com frequência
de 2000Hz. Nesse contexto, é correto afirmar que o comprimento do pulso que se propaga
pela corda será de:

A) 0,25m.

B) 2,5m.

C) 0,025m.

D) 1m

E) 0,045m
_1.1_ Na prática
A onda é um movimento gerado por determinada perturbação e se propaga através de um
meio. Por exemplo, quando jogamos uma pedra em um lago de águas tranquilas, o impacto causará
perturbação na água, de modo que ondas circulares se propaguem na superfície.

Você vai acompanhar situação prática em que certa bióloga está estudando o comportamento de
golfinhos e baleias. O problema remete aos conceitos de ondas aquáticas.

Patrícia está trabalhando no projeto que estuda o comportamento de baleias e golfinhos.

A bióloga tem a seguinte situação para analisar e resolver.

Uma baleia está se movimentando com velocidade de 10m/s no mesmo sentido que uma
correnteza de 2m/s. Simultaneamente, um golfinho se movimenta a 30m/s em direção à baleia e
em sentido oposto à correnteza. A baleia emite um som de 9,74kHz. Em tal situação, com que
frequência o golfinho ouvirá esse som?

Patrícia faz esboço ilustrado do problema e organiza as informações para


resolvê-lo.
elm = imagem com solução do Na Prática estava confusa e descartei. Apresento minha
proposta e solução (o resultado final confere com a do material original.

A situação demanda análise do Efeito Doppler, pois envolve "fonte" e


"observador" de som que não estão em repouso.

Segue equação geral do efeito Doppler (excerto de https://


www.todamateria.com.br/efeito-doppler/

A frequência percebida também aparece em alguns livros como frequência Doppler ( ).

> Quando fonte e observador se aproximam: + no numerador e – no denominador.


> Quando fonte e observador se afastam: – no numerador e + no denominador.

Ilustração para o presente caso da baleia e golfinho

As velocidades na figura acima v[bal], v[golf] e v[corrente] são em relação à


terra!
Para aplicar a equação do efeito Doppler as velocidades devem ser expressas
relativas ao meio em que o som se propaga, no caso, relativas à água com
velocidade de 2 m/s (correnteza).
Segue figura com as velocidades da fonte (baleia) e do observador
(golfinho) relativas ao meio água (notar que v[corrente] não é mais
mostrada, pois agora é o referencial adotado).

Identificando os termos da equação do efeito Doppler:

> f[percebida] = ? = frequência percebida pelo golfinho; valor procurado.

> f[fonte] = 9,74 kHz = frequência de propagação do som no meio água do mar,
som emitido pela baleia (dado no enunciado).

> v[observador] = v[golf,rel] = + 32 m/s = veloc. do golfinho em relação ao


meio água do mar, com sinal positivo no numerador da equação, pois
observador golfinho e a fonte de som baleia aproximam-se.

> v[fonte] = v[bal,rel] = — 8 m/s = veloc. da baleia em relação ao meio água


do mar, com sinal negativo no denominador da equação, pois a fonte baleia e
o observador golfinho aproximam-se.

> v[som] = 1502 m/s = velocidade propagação do som no meio água do mar,
adotado o valor usado na solução original do Na Prática (deveria ser dado
fornecido no enunciado).

Cálculo de f[percebida]:

f[percebida] = 9,74 kHz * (1502 + 32) / (1502 — 8) = 10 kHz


https://www.todamateria.com.br/efeito-doppler/

Efeito Doppler
Escrito por Rafael C. Asth Professor de Matemática e Física

O efeito doppler é um fenômeno da física referente a variação de frequência percebida de uma onda em
movimento relativo a um observador.

Esse efeito foi estudado pelo físico austríaco Christian Doppler (1803-1853) e a descoberta foi batizada
em sua homenagem. Daí, efeito doppler.

O efeito doppler pode ser observado em toda e qualquer onda eletromagnética, como a luz, ou mecânica,
como o som.

Imagem ilustrativa do efeito doppler em


repouso (esquerda) e em movimento
(direita)

Desse modo, o efeito é percebido a partir do movimento. Conforme a fonte de som ou luz se
aproxima, a frequência percebida aumenta e ao se afastar do observador, a frequência
diminui.

Fórmulas do Efeito Doppler

É importante perceber que a frequência de propagação da onda não varia. A fórmula é


referente à frequência de onda captada pelo observador.

Fórmula clássica (som)

Assim, a fórmula clássica do efeito doppler utilizada para em sua relação com o som é:

A frequência percebida também aparece em alguns livros como frequência Doppler ( ).

> Quando fonte e observador se aproximam: + no numerador e – no denominador.


> Quando fonte e observador se afastam: – no numerador e + no denominador.
Exemplo
Suponha uma fonte sonora fixa, que emite um som de frequência de 680 Hz. Um observador se afasta
desta fonte com uma velocidade constante de 60 m/s. Determine a frequência percebida pelo observador.

A situação pode ser esquematizada como a seguir:

A seta vermelha indica a posição e sempre aponta do observador para a fonte.

Como a velocidade e o vetor posição possuem sentidos contrários, utilizamos o sinal negativo na fórmula.

No caso do som, mais fácil de ser observado, pode-se notar que o som tende a se tornar mais grave à medida
que a fonte se afasta do observador.

A frequência percebida varia de acordo com o movimento em relação aos observadores.

Fórmula relativística (luz)

No caso da luz, à medida que se aproximam, sua frequência tende ao ultravioleta (frequência mais alta) e
ao se afastarem, tendem ao infravermelho (mais baixa). Essa variação é observada por astrônomos em
relação ao movimento da luz no espaço.

O astrônomo Edwin Hubble observou que as galáxias vizinhas quando observadas apresentam um "desvio
para o vermelho", que demonstra que sua luz percebida está em uma frequência mais baixa (tendendo ao
vermelho) que a emitida.

Desse modo, deduziu que as outras galáxias estão se afastando da nossa, deixando deduzir que o universo
encontra-se em expansão. A Lei de Hubble teve como base o efeito doppler.

Diferente do som, a luz se propaga independentemente de um meio, sua velocidade será sempre. Sua
fórmula tem como base apenas a velocidade relativa entre a fonte e o observador.
_1.1_ Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

Elementos de uma onda


Neste vídeo, o professor aborda os elementos das ondas, iniciando pelos elementos de onda
transversal a partir de ilustrações. Além disso, ele apresenta as características da onda,
exemplificando os cálculos.

https://youtu.be/km_ytP0ISkM 5 min

Brasil Escola Oct 2, 2017 Física


Nesta aula, com a ajuda de um simulador interativo, você conhecerá os elementos que
caracterizam uma onda.

Classificação das ondas


Neste vídeo, o docente fala a respeito da presença dos fenômenos ondulatórios em nosso
cotidiano. Inicia com a definição de onda e dá exemplos que facilitam o entendimento. Além disso,
são abordados os tipos de ondas mecânicas, eletromagnéticas, transversais, longitudinais,
unidimensionais e bidimensionais, utilizando figuras que contribuem para a compreensão dos
conceitos.
https://youtu.be/tPcrnKtbV8Q 8 min

Brasil Escola oct 2, 2017 Física


Nesta aula, além de entender o que são ondas, você conhecerá todas as classificações
relacionadas a esse conteúdo de Ondulatória.

Equação fundamental da ondulatório


Neste vídeo, você vai aprender a equação que determina a velocidade das ondas, assim como
calcular a velocidade da luz, do som, constatando que as ondas têm velocidade constante. O
professor apresenta a fórmula, explica seus elementos e mostra exemplo aplicado.

https://youtu.be/Hz8pVO7fUW0 8 min

Brasil Escola Oct 2, 2017 Física


Nesta aula, você conhecerá a equação fundamental da ondulatória, que determina a velocidade
de propagação de uma onda como o produto da frequência pelo comprimento de onda.

Ondas sonoras
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Dica do Professor = Ondas sonoras

3 min elm = ver transscrição d vídeo na próxima pág.


[VIDEO TRANSCRIPT] 1.1 Saiba Mais ONDAS SONORAS

Nesta dica do professor vamos falar sobre ondas sonoras.


O som é a sensação produzida no ouvido humano por um trem de ondas que
percorre um meio elástico e que satisfaz certas frequências e intensidade.

O som não é transmitido no vácuo. Ele precisa de um meio para ser


reproduzido. Toda vez que experimentamos uma sensação sonora, existe um
movimento vibratório de um meio material, que podem ser sólidos, como uma
corda, líquidos, como a água, e gasosos, como o ar. Há um meio material
elástico entre o corpo vibrante e a orelha.

Os sons distinguem-se um do outro


pela Altura (frequência da onda
sonora), pelo Timbre (depende dos
harmônicos associados ao som) e a
Intensidade (ligada à amplitude das
vibrações).
> Altura de um som depende da
frequência, isto é, do número de
vibrações por segundo.

> Intensidade é a quantidade que permite distinguir um som forte de um som


fraco; ela depende da amplitude de vibração; quanto maior a amplitude, mais
forte é o som e vice-versa.
> Timbre é a qualidade que nos permite perceber a diferença entre dois sons
de mesma altura e intensidade produzidos por fontes sonoras diferentes.

A produção do som está relacionada com as vibrações de materiais, que


precisam de um meio para serem reproduzidas, podendo ser um meio sólido, um
meio líquido ou um meio gasoso.

No ar, o som movimenta moléculas do ar, que batem umas nas outras,
transferindo energia para outra molécula. Essas vibrações transmitidas são
chamadas de ondas sonoras.

A propagação do som não é instantânea. O som leva algum tempo para percorrer
determinada distância. Pense, por exemplo, nas tempestades: o trovão chega
aos nossos ouvidos segundos depois do relâmpago, embora ambos os fenômenos,
relâmpago e trovão, se formem ao mesmo tempo.
A velocidade de propagação do som
depende do meio em que ele se
propaga e da temperatura em que
esse meio se encontra.
> No ar com temperatura de 15°C, a
velocidade do som é de cerca de 340
m/s. Essa velocidade varia em 55
cm/s para cada grau de temperatura
acima de 0°C. À temperatura de 20°
C, a velocidade do som é de 342 m/
s; a 0°C, é de 331 m/s.

> Na água, a 20°C a velocidade do som é de aproximadamente 1130 m/s.


> Nos sólidos, a velocidade do som depende da natureza das substâncias.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E CRÉDITOS DE IMAGENS
DURÁN, J.E.R. Biofísica: fundamentos e aplicações. São Paulo: Prentice Hall, 2003.
HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de física: gravitação, ondas e
termodinâmica. Tradução de Ronaldo Sérgio de Biasi. 10. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2016. v.
2.
KNIGHT, R. Física 2: uma abordagem estratégica. Tradução de Iuri Duquia Abreu. 2. ed.
Porto Alegre: Bookman, 2009.
MOURÃO JÚNIOR, C.A.; ABRAMOV, D.M. Biofísica essencial. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2017.
RESNICK, R.; HALLIDAY, D.; KRANE, K. Física 2. Tradução de Pedro Manuel Calas Lopes
Pacheco et al. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2017.
SÓ BIOLOGIA. O som. Disponível em: https://www.sobiologia.com.br/conteudos/oitava_serie/
Ondas5.php. Acesso em: nov. 2018.
Banco de imagens Shutterstock.
SAGAH, 2018.
Aula 1.2
1.1 - Ondas: conceito e classificação
1.2 - Período de frequência e velocidade de uma onda
2.1 - Ondas eletromagnéticas e sonoras e sua interação com a matéria
2.2 - Osciladores e o movimento harmônico simples
3.1 - Luz e óptica: definições
3.2 - Refração e reflexão
4.1 - Óptica geométrica em lentes
4.2 - Óptica geométrica em espelhos
Conteúdo Complementar (não conta p/ avaliações, mas conta p/ frequência)
__ C.1 Movimento ondulatório Unidimensional
__ C.2 Movimento ondulatório bidimensional
__ C.3 Interferência e efeito Doppler
__ C.4 Modelo ondulatório e geométrico da luz
__ C.5 Fenômeno da luz

Período de frequência e velocidade de uma onda


_1.2_
Apresentação
Você sabia que, segundo Halliday, Resnick e Walker (2016), ondas eletromagnéticas são muito
usadas embora menos conhecidas? Os exemplos desse tipo de onda são: a luz visível e ultravioleta,
as ondas de rádio e de televisão, as micro-ondas, os raios X e as ondas de radar. Elas não precisam
de um meio material para existir. Já as ondas de matéria são aquelas estudadas nos laboratórios e
estão associadas a elétrons, prótons e outras partículas elementares, bem como a átomos e
moléculas.

Nesta Unidade de Aprendizagem, você estudará ondas eletromagnéticas e ondas de matéria, e


ainda aprenderá a interpretar a relação da velocidade, da frequência e do comprimento para ondas.
Verá também alguns exemplos práticos, bem como as leis matemáticas que podem descrever as
ondas. Por fim, estudará os fenômenos ópticos.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Interpretar a relação da velocidade, da frequência e do comprimento para ondas.


• Analisar o espectro eletromagnético para a compreensão de fenômenos físicos e biológicos.
• Resolver fenômenos ópticos, como reflexão, refração, dispersão, difração e interferência.

elm = Avaliação da aula. Ruim. Assinalada opções - Erros no conteúdo; - Precisei pesquisar
mais; - Conteúdo Livro difícil (qdo assinala <regular, só há opções para assinalar)
_1.2_ Desafio

Nesta Unidade de Aprendizagem, são retomados fenômenos ópticos, como reflexão, refração,
dispersão, difração e interferência. O arco-íris é um exemplo de fenômeno óptico. Você sabe qual é
a causa básica de um arco-íris?

CAUSA BÁSICA DE UM ARCO-ÍRIS

Imagine que seu professor tenha proposto um desafio que envolve a observação
de um fenômeno da natureza, mais especificamente a observação de um arco-
íris.

Como não é algo que se veja o tempo todo, o professor


solicitou que você reproduzisse o arco-íris,
apresentando sua imagem.

Mas, você sabe qual é a causa básica de um arco-íris?


Veja!

A figura ilustra a causa básica de um arco-íris.


Explique a causa básica do arco-íris, de acordo com os fenômenos ópticos estudados, e como você
enxerga as cores dele:

elm = Excerto de: https://brasilescola.uol.com.br/fisica/o-arcoiris.htm


"O arco-íris é um fenômeno óptico e meteorológico que ocorre quando há chuva seguida de
iluminação solar. Esse efeito acontece devido à dispersão da luz branca em cores do
espectro visível da luz.
As gotículas de água funcionam como um prisma, a luz refrata para dentro das gotas, é
refletida em um ângulo de aproximadamente 42º e volta a ser refratada para atmosfera,
chegando aos olhos dos observadores. Esse efeito demonstra o padrão das sete cores do arco-
íris, que, na realidade, é formado por infinitas cores, e aparece apenas quando o Sol está
no lado contrário do observador e com uma altura baixa, como no poente."

Padrão de resposta esperado

A causa básica do arco-íris é uma combinação de refração, reflexão e


dispersão. Talvez, inicialmente, você pense que a borda superior de um arco-
íris é violeta, mas, na verdade, a borda superior é vermelha, e a violeta
está embaixo.

Os raios que saem de uma gota de chuva se espalham, de modo que nem todos
eles podem chegar aos olhos. Um raio luminoso vermelho que atinge o olho
provém de uma gota de chuva mais alta no céu do que um raio luminoso violeta.
Em outras palavras, as cores que enxergo em um arco-íris são refratadas em
direção ao olho por diferentes gotas de chuva, e não pela mesma gota. É
preciso olhar mais alto no céu a fim de enxergar a luz vermelha do que para
enxergar a luz violeta.
_1.2_ Infográfico
Conforme Knight (2009), os fenômenos envolvendo modelos de raios luminosos estão presentes
no cotidiano das pessoas. Por exemplo, uma lanterna emite um feixe luminoso na escuridão da
noite, os raios solares entram em um quarto escuro por meio de um pequeno orifício na persiana,
etc.

Veja a seguir alguns exemplos de fenômenos como: reflexão, refração e dispersão.

REFLEXÃO
É possível ver a reflexão ao observar um feixe de raios luminosos paralelos
que se reflete em um superfície semelhante a um espelho.

REFRAÇÃO
Observe um exemplo deste fenômeno por meio da
refraçao do feixe de um laser ao atravessar um
prisma de vidro. Veja que a direção do raio
muda quando a luz entra e sai do vidro. A
figura 2 ilustra essa ideia.

DISPERSÃO
Uma pequena variação
do índice de
refração com o
comprimento de onda
é conhecida como
dispersão.
Veja as curvas de
dispersão de dois
vidros comuns.
Observe que n é
maior quando o
comprimento de onda
é menor.
A Figura 3 ilustra
essa ideia.
_1.2_ Conteúdo do livro
Você já parou para pensar no quanto as ondas eletromagnéticas são utilizadas? Alguns exemplos
são: ondas de radar, rádio, TV, a própria luz visível e ultravioleta. Já as ondas de matéria são aquelas
estudadas nos laboratórios e estão associadas a elétrons, prótons e outras partículas elementares.

Para compreender melhor o assunto, leia o capítulo Período de frequência e velocidade de uma
onda, da obra Fundamentos de física e matemática. O texto aborda os dois tipos principais de ondas:
ondas eletromagnéticas e ondas de matéria. Ao ler esse capítulo, você aprenderá a interpretar a
relação da velocidade, da frequência e do comprimento para ondas e analisar o espectro
eletromagnético para a compreensão de fenômenos físicos e biológicos. Além disso, verá como
resolver problemas envolvendo fenômenos ópticos.

Boa leitura.
PREFÁCIO
As condições de vida humana avançaram significativamente depois
que a ciência e a matemática se uniram, há mais ou menos 400 anos.
Essa união possibilitou uma nova compreensão dos fenômenos natu-
rais. Quando a ciência apresenta dados matemáticos, as suas ideias se
tornam mais exatas e os desenvolvimentos aceleram, uma vez que as
descobertas podem ser comprovadas ou descartadas com precisão.
Na Antiguidade, inúmeras descobertas foram feitas com base em
hipóteses filosóficas, posteriormente comprovadas ou negadas. Hoje,
mais do que observar o que acontece à sua volta, os cientistas precisam
comprovar suas ideias, por meio de expressões matemáticas, equações,
gráficos, coleta de dados e experimentos.

Dessa forma, aqueles que buscam uma formação na área das ciên
cias precisam, fundamentalmente, aprofundar seu conhecimento mate-
mático, além de identificar e compreender fenômenos correlacionados
entre a física e a biologia. A proposta deste material é abranger as
ferramentas básicas da matemática e os conceitos mais importantes
da física, como suporte para a compreensão dos fenômenos naturais
com um viés voltado à biologia .

SUMÁRIO
Unidade 1

Introdução à matemática: conjunto, plano cartesiano


e Sistema Intern acional de Unidades ......................................................... 15
Cristiane da Silva
Matemática: uma breve introdução .......................................................................................................... 16
Conjuntos numéricos e plano cartesiano .............................................................................................. 19
Sistema Internaciona l de Unidades (SI) ...................................................................................................23

Pontos e eixos, par ordenado, domínio e imagem .............................. 29


Cristiane da Silva
Relação binária ........................................................................................................................................................ 29
Domínio e imagem .............................................................................................................................................. 32
Aplicações na física e na biologia ...............................................................................................................35

Noções de funções lineares e quadráticas...............................................41


Cristiane da Silva
Funções lineares e quadráticas .....................................................................................................................41
Representação gráfica ........................................................................................................................................ 47
Resoluções matemáticas .................................................................................................................................. 51

Noções de potência, radical e função exponencial ............................. 57


Cristiane da Silva
Potenciação, função exponencial e radiciação .................................................................................SI
Gráficos das funções ............................................................................................................................................62
Aplicação das funções ......................................................................................................................................64
Função logarítmica e exponencial aplicadas à biologia .................... 69
Cristiane da Silva
Função logarítmica .............................................................................................................................................69
Relação entre fu nção exponencial e logarítmica .............................................................................72
Aplicação das funções........................................................................................................................................ 73

Unidade 2

Leis de Newton e suas aplicações .............................................................. 77


Cristiane da Silva
Força e movimento .............................................................................................................................................. 11
Segunda lei de Newton .....................................................................................................................................84
Terceira lei de Newton........................................................................................................................................86

Ondas: conceito e class ificação ....................................................................91


Cristiane da Silva
Ondas ............................................................................................................................................................................91
Velocidade da o nda .............................................................................................................................................95
Ondas sonoras na biofísica ..............................................................................................................................97

Período de frequênc ia e velocidade de uma onda ............................ 101


Cristiane da Silva
Ondas ......................................................................................................................................................................... 101
Espect ro elet romagnético ............................................................................................................................ 106
Fenômenos ópticos ..........................................................................................................................................1O8

Ressonância ....................................................................................................... 115


M ariana Sacrini Ayres Ferraz
Entendendo a ressonância ............................................................................................................................ 11 5
Fenômeno da ressonância ........................................................................................................................... 120
Aplicações da ressonância.............................................................................................................................121

Unidade 3

Introdução à derivada e à integral e regras de derivação ....................... 127


M ariana Sacrini Ayres Ferraz
O que é uma função7 ....................................................................................................................................... 127
Derivada de fu nções ......................................................................................................................................... 130
Integral de funções............................................................................................................................................. 136

Noções de integral, cálcu lo e função integral...................................... 143


M ariana Sacrini Ayres Ferraz
Áreas e int egração ............................................................................................................................................. 143
Integrais indefi nidas ........................................................................................................................................... 146
Integrais defin idas .............................................................................................................................................. 14 9
Unidade4

Introdução a fluidos ...................................................................................... 155


M ariana Sacrini Ayres Ferraz
Fluidos........................................................................................................................................................................ 155
Característ icas dos fl uidos ............................................................................................................................ 156
Dinâmica dos flu idos........................................................................................................................................ 166

Hidrostática e hidrodinâmica voltadas a fenômenos ....................... 17 1


M ariana Sacrini Ayres Ferraz
Hidrostática ......................................................................................................................... ................................... 171
Pressão arterial ...................................................................................................................................................... 178
Viscosidade e turbulência ............................................................................................................................. 18 O

Leis da termodinâmica voltada a fenômenos ...................................... 187


M ariana Sacrini Ayres Ferraz
Tem peratura e calor .......................................................................................................................................... 187
Transferência de calo r ...................................................................................................................................... 192
Leis da t ermodinâmica.................................................................................................................................... 194

Eletro magnetismo voltado a fenômenos .............................................. 201


M ariana Sacrini Ayres Ferraz
Cargas elétricas, forças e o modelo do átomo ................................................................................201
Forças eletrostáticas, campo elétrico e campo magnético ....................................................204
Eletromagnetismo na física e na biologia............................................................................................212

Rad iações: conceitos de radioatividade, energia nuclear


e suas aplicações .............................................................................................217
M ariana Sacrini Ayres Ferraz
O átomo e a física nuclear ..............................................................................................................................21 7
O decaim ento rad ioat ivo...............................................................................................................................223
As ap licações biológicas ................................................................................................................................ 227

Gabarito ........................................................................... 233


https://sagah.com.br/gabaritos/FUNDAMENTOS_FISICA_MATEMATICA.pdf

Gabaritos Introdução à derivada e à 1. c


1. c
integral e regras de 2. d
Introdução à matemática: 2. e derivação
conjunto, plano cartesiano e 3. a
3. d
Sistema Internacional de 4. c
4. a
Unidades 5. c
5. b

Noções de integral, cálculo e 1. c


Pontos e eixos, par ordenado, 1. c função integral
domínio e imagem 2. a
2. a
3. c
3. d
4. d
4. b
5. d
5. e

Introdução a fluidos 1. a
Noções de funções lineares e 1. c 2. b
quadráticas 3. d
2. e
3. a 4. c

4. d 5. e

5. a
Hidroestática e hidrodinâmica 1. a
voltadas a fenômenos
2. e
Noções de potência, radical 1. d 3. d
e função exponencial 2. d 4. c
3. e 5. d
4. c
5. d

Leis da termodinâmica 1. d
voltada a fenômenos 2. e
Função logarítmica e função 1. a
exponencial aplicadas à 3. c
biologia 2. e
4. b
3. a
5. a
4. c
5. c
Eletromagnetismo voltado 1. d
a fenômenos
2. c
Leis de Newton e suas 1. c
aplicações 3. a
2. b
4. e
3. d
5. b
4. e
5. d
Radiações: conceitos de
1. b
radioatividade, energia
nuclear e suas aplicações 2. a
Ondas: conceito e 1. d
classificação 3. d
2. b
4. b
3. d
5. e
4. b
5. c

Período de frequência e 1. a
velocidade de uma onda 2. b
3. d
4. e
5. c

Ressonância 1. c

2. d
3. e
4. e
5. c
Período de frequência e
velocidade de uma onda
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Interpretar a relação entre velocidade, frequência e comprimento


para ondas.
 Analisar o espectro eletromagnético para a compreensão de fenô-
menos físicos e biológicos.
 Resolver fenômenos ópticos como reflexão, refração, dispersão, di-
fração e interferência.

Introdução
Neste capítulo, você vai estudar dois tipos principais de ondas: ondas ele-
tromagnéticas e ondas de matéria. Você vai ver como interpretar a relação
entre velocidade, frequência e comprimento para ondas. Além disso, vai
aprender a analisar o espectro eletromagnético para a compreensão de
fenômenos físicos e biológicos. Por fim, vai resolver problemas envolvendo
fenômenos ópticos.

Ondas
As ondas eletromagnéticas são muito usadas, embora menos conhecidas.
Como exemplos desse tipo de onda, você pode considerar: a luz visível e
ultravioleta, as ondas de rádio e de televisão, as micro-ondas, os raios X e as
ondas de radar. Elas não precisam de um meio material para existir. Além
disso, todas as ondas eletromagnéticas se propagam no vácuo com a mesma
velocidade, c = 299.792.458 m/s. Já as ondas de matéria são aquelas estudadas
nos laboratórios. Elas estão associadas, por exemplo, a elétrons, prótons,
outras partículas elementares e mesmo a átomos e moléculas (HALLIDAY;
RESNICK; WALKER, 2016).
2 Período de frequência e velocidade de uma onda

Comprimento de ondas e frequência


É possível descrever uma onda em uma corda e o movimento de qualquer
elemento da corda por meio de uma função que reproduza a forma da onda.
Ou seja, é possível escrever: y = h(x, t), em que y é o deslocamento trans-
versal de um elemento da corda e h é uma função do tempo t e da posição
x do elemento na corda. Qualquer forma senoidal, como mostra a onda da
Figura 1, pode ser descrita tomando h como uma função seno ou cosseno,
já que a forma de onda é a mesma para as duas funções. Aqui, será utilizada
a função seno (HALLIDAY; RESNICK; WALKER, 2016).

Figura 1. Produção de uma onda senoidal.


Fonte: Halliday, Resnick e Walker (2016, p. 119).

A função senoidal está representada na Figura 1. Uma onda senoidal se


propaga no sentido positivo de um eixo x. Quando a onda passa por elementos,
por trechos muito pequenos da corda, os elementos oscilam paralelamente ao
eixo y. Em um instante t, o deslocamento y do elemento da corda situado na
Período de frequência e velocidade de uma onda 3

posição x é dado por y(x, t) = ymsen(kx – ωt). Essa equação pode dizer qual é
a forma da onda em dado instante de tempo e como essa forma varia com o
tempo (HALLIDAY; RESNICK; WALKER, 2016).

Veja este exemplo, que mostra cinco “instantâneos” de uma onda senoidal que se propaga
no sentido positivo de um eixo x. Observe a Figura 2. Note que o movimento da onda
está indicado pelo deslocamento para a direita da seta vertical que aponta para um dos
picos positivos da onda. De instantâneo, a seta se move para a direita juntamente com
a forma da onda, mas a corda se move apenas paralelamente ao eixo y. Para confirmar
esse fato, acompanhe o movimento do elemento da corda em x = 0, em vermelho.
No primeiro instantâneo (Figura 2a), o elemento está com um deslocamento y = 0. No
instantâneo seguinte, ele está com o maior deslocamento possível para baixo, porque
um vale (ou máximo negativo) da onda está passando pelo elemento. Em seguida, sobe
de novo para y = 0. No quarto instantâneo, está com o maior deslocamento possível para
cima porque um pico (ou máximo positivo) da onda está passando pelo elemento. No
quinto instantâneo, está novamente em y = 0, tendo completado um ciclo de oscilação.

Figura 2. Cinco instantâneos de uma onda senoidal.


Fonte: Adaptada de Halliday, Resnick e Walker (2016 , p. 120-121).
4 Período de frequência e velocidade de uma onda

Veja cada elemento da função y(x, t) = ymsen(kx – ωt) na Figura 3.

Figura 3. Grandezas da equação para uma onda senoidal


transversal.
Fonte: Adaptada de Halliday, Resnick e Walker (2016, p. 121).

Dada a equação, cabe destacar que a unidade mais comum usada interna-
cionalmente para expressar a frequência de uma onda é o hertz, simbolizado
por Hz, que equivale a uma oscilação por segundo.
De acordo com o Sistema Internacional de Medidas, a unidade da frequência
angular é o radiano por segundo, a unidade do período é o segundo, a unidade
da frequência é o ciclo por segundo (hertz) e a unidade do comprimento de
onda é o metro.

Amplitude e fase
Chama-se amplitude ym de uma onda o valor absoluto do deslocamento máximo
sofrido por um elemento a partir da posição de equilíbrio, quando a onda passa
por esse elemento. A fase da onda é o argumento kx – ωt do seno da equação da
Figura 3. Ou seja, em um elemento da corda situado em uma dada posição x, a
passagem da onda faz a fase variar linearmente com o tempo t. O valor do seno
oscila entre 1 e –1 (HALLIDAY; RESNICK; WALKER, 2016).

Comprimento e número de onda


Halliday, Resnick e Walker (2016) explicam que o comprimento de onda λ
de uma onda é a distância (medida paralelamente à direção de propagação da
Período de frequência e velocidade de uma onda 5

onda) entre repetições da forma de onda. O número de onda pode ser dado
pela equação , em que o parâmetro k é chamado de número de onda.

Período, frequência angular e frequência


O período T de oscilação de uma onda é o tempo que um elemento da corda leva
para realizar uma oscilação completa. A frequência angular é dada pela equação
, em que o parâmetro ω é chamado de frequência angular da onda. A
unidade de frequência angular é o radiano por segundo (rad/s). A frequência f
de uma onda é definida como e está relacionada à frequência angular ω por
meio da equação (HALLIDAY; RESNICK; WALKER, 2016).

Velocidade da onda
Para compreender a velocidade de uma onda progressiva, observe a Figura 4. Nela,
há dois instantâneos da onda separados por um pequeno intervalo de tempo
∆t. A onda está se propagando no sentido positivo de x, com toda a forma de
onda se deslocando a uma distância ∆x nessa direção durante o intervalo ∆t.
A razão é a velocidade v da onda. Quando a onda se move, cada ponto da
forma de onda conserva seu deslocamento y. A equação que determina esse
deslocamento é dada por:

Note que, embora o argumento seja constante, tanto x quanto t estão va-
riando. Quando t aumenta, x deve aumentar também para que o argumento
permaneça constante, o que reforça o fato de que a forma da onda se move
no sentido positivo do eixo x.
Para determinar a velocidade v da onda, deriva-se a equação kx – ωt em
relação ao tempo:

ou

Usando as equações e , você pode escrever a velocidade


da onda como:

Ou seja, a velocidade da onda é igual a um comprimento de onda por


período. A onda se desloca de uma distância igual a um comprimento de
onda em um período de oscilação. Uma onda que se propaga no sentido
6 Período de frequência e velocidade de uma onda

negativo de x pode ser descrita pela equação y(x, t) = ymsen(kx + ωt) e sua
velocidade pode ser descrita por . De forma arbitrária, será obtida
a equação y(x, t) = h(kx ± ωt), em que h representa qualquer função, sendo
a função seno apenas uma das possibilidades (HALLIDAY; RESNICK;
WALKER, 2016).

Figura 4. Dois instantâneos de onda, nos instantes t = 0 e t = ∆t. Quando a onda se move
para a direita com velocidade , a curva inteira se desloca de uma distância ∆x durante um
intervalo de tempo ∆t. O ponto A “viaja” com a forma da onda, mas os elementos da corda
se deslocam apenas para cima e para baixo.
Fonte: Halliday, Resnick e Walker (2016, p. 121).

Espectro eletromagnético
Antes de estudar o espectro eletromagnético, você deve se familiarizar com
as ondas eletromagnéticas. De acordo com Mourão e Abramov (2017), uma
onda eletromagnética é uma perturbação que se origina da vibração de um
campo elétrico e magnético, simultaneamente. A onda eletromagnética se
propaga no vácuo com a velocidade da luz (3 × 108 m/s). A principal diferença
física entre as ondas mecânicas e as ondas eletromagnéticas é que as últimas
se deslocam à velocidade da luz. Além disso, a sua velocidade é máxima e
constante no vácuo (MOURÃO; ABRAMOV, 2017). Veja um modelo de onda
eletromagnética na Figura 5.
Período de frequência e velocidade de uma onda 7

Figura 5. Os campos elétrico e magnético e a


onda eletromagnética.
Fonte: Mourão e Abramov (2017, p. 122).

Considere um cenário imaginário para essa realidade abstrata: dois cam-


pos perpendiculares oscilando transversalmente, em igual frequência. Cada
encontro de duas cristas é uma perturbação eletromagnética que configura
um “pacote” de energia (esferas) a se propagar pelo espaço.
Assim como nas ondas mecânicas, a quantidade de energia transferida
para o receptor de ondas eletromagnéticas é proporcional à frequência
dessas ondas. Além disso, segundo o modelo adotado atualmente, essa
transferência de energia se dá por meio dos fótons, que se comportam como
“pacotes de energia”.
O fóton é a partícula elementar mediadora da força eletromagnética. O
fóton também é a quantidade da radiação eletromagnética (incluindo a luz),
comportando-se ora como onda, ora como partícula. Mourão e Abramov (2017)
destacam que as ondas eletromagnéticas têm frequência, amplitude e compri-
mento de onda. No universo, existem infinitos grupos de ondas que vão de zero
até infinito com intervalos infinitamente pequenos. Todo conjunto de ondas
eletromagnéticas é chamado de espectro eletromagnético. Na Figura 6, você
pode ver um exemplo de espectro eletromagnético.
8 Período de frequência e velocidade de uma onda

Figura 6. Espectro eletromagnético que vai da frequência eletromagnética dos circuitos


eletrônicos (103 Hz) até a frequência eletromagnética dos raios gama (1024 Hz), destacando
a faixa da luz visível.
Fonte: Mourão e Abramov (2017, p. 123).

Algumas faixas de espectro conhecidas, estudadas pelo homem e aplicadas


na tecnologia são: os raios gama, os raios X, a luz, as micro-ondas e as ondas
de AM/FM.

Talvez você já tenha observado o arco-íris de cores gerado quando uma


luz brilhante se reflete na superfície de um CD. As cores de um CD estão
relacionadas à iridescência das penas das aves, aos hologramas, à tecnologia
dos leitores ópticos de caixas de supermercados e aos computadores ópticos.
Todos eles, de alguma forma, são consequência da interferência de ondas
luminosas. Ao estudo da luz dá-se o nome de óptica (KNIGHT, 2009).

Fenômenos ópticos
Como você viu, o estudo da luz é chamado de óptica. Newton estudou a
natureza da luz e percebeu que uma onda que se desloca na água, ao passar
por uma abertura, se propaga de modo a preencher o espaço existente atrás da
abertura. A Figura 7a mostra essa situação. Nela, ondas planas se aproximam
vindas da esquerda e se propagam em arcos circulares depois de passarem
por um orifício em uma barreira. Esse fenômeno é chamado de difração. A
difração indica que o que está passando pelo orifício é uma onda. A Figura 7b
mostra a sombra, após passar por uma porta, produzida pela luz solar. Não se
vê a luz solar se propagando em arcos circulares. Newton concluiu que a luz
consiste em partículas leves, rápidas e muito pequenas, que ele denominou
corpúsculos (KNIGHT, 2009).
Período de frequência e velocidade de uma onda 9

Figura 7. Ondas se propagam na água através


de um pequeno orifício em uma barreira, mas a
luz que passa por uma abertura dá origem a uma
sombra com bordas nítidas.
Fonte: Adaptada de Knight (2009, p. 671).
10 Período de frequência e velocidade de uma onda

Como a luz comporta-se de maneira diferente conforme as circunstâncias,


foram desenvolvidos três modelos de luz. A seguir, você pode conhecer su-
cintamente cada um deles.

 Modelo ondulatório: é o mais aplicável. A luz é uma onda pois, sob certas
circunstâncias, apresenta o mesmo comportamento das ondas sonoras ou
de água. O estudo da luz como onda é chamado de óptica ondulatória.
 Modelo de raios: a luz desloca-se em linhas retas. Esses caminhos
retilíneos são chamados de raios luminosos. As propriedades de prismas,
espelhos e lentes, por exemplo, são melhor compreendidas em termos
de raios luminosos. Esse modelo é base da óptica geométrica.
 Modelo de fótons: no mundo quântico, a luz consiste de fótons que têm
propriedades semelhantes às das ondas e das partículas.

Para aprender mais sobre esse assunto, consulte o capítulo “Ondas e óptica” do livro
Física 2: uma abordagem estratégica (KNIGHT, 2009).

Veja, nos exemplos a seguir, como resolver problemas envolvendo os


assuntos estudados.

Suponha que uma onda possui frequência de 8 Hz e está se propagando com velo-
cidade igual a 200 m/s. Determine o seu comprimento de onda.

Fonte: Silva (2018).


Período de frequência e velocidade de uma onda 11

Um roteador wireless emite ondas eletromagnéticas com frequência de 5,0 GHz.


Sabe-se que a velocidade de propagação dessa onda no ar é igual à velocidade da luz
no vácuo (c = 300.000 km/s). Calcule o valor do comprimento de onda λ, em metros,
para essa onda.

Assim:

3*10^8 = λ * 5*10^9

Fonte: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (201-?]).

Calcule a frequência de uma onda cuja velocidade é 195 m/s e cujo comprimento é
1 cm (0,01 m).

Fonte: Velocidade... ([201-?]).


12 Período de frequência e velocidade de uma onda

HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de física: gravitação, ondas e ter-
modinâmica. 10. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2016. v. 2.
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA. Física aplicada: exercícios
resolvidos. [201-?]. Disponível em: <https://sites.google.com/site/fisicaaplicadaifba/
curso-tecnico-em-informatica/exercicios-resolvidos>. Acesso em: 30 set. 2018.
KNIGHT, R. Física 2: uma abordagem estratégica. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2009.
MOURÃO, C. A.; ABRAMOV, D. M. Biofísica essencial. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2017.
SILVA, D. C. M. Velocidade de propagação de uma onda. Mundo Educação, 2018. Dis-
ponível em: < https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/velocidade-propagacao-
-uma-onda.htm>. Acesso em: 30 set. 2018.
VELOCIDADE de propagação das ondas. Só física. [201-?]. Disponível em: <https://
www.sofisica.com.br/conteudos/Ondulatoria/Ondas/velocidade.php>. Acesso em:
30 set. 2018.
_1.2_ Dica do professor
Você sabe por que o céu é azul? Halliday, Resnick e Walker (2016) explicam que o comprimento de
onda λ de uma onda é a distância (medida paralelamente à direção de propagação da onda) entre
repetições da forma de onda.

Nesta Dica do Professor, você verá a relação das ondas e da óptica a partir de fenômenos do
cotidiano, como enxergar o céu na cor azul. Será abordado, mais especificamente, o espalhamento
da luz, de maneira detalhada.

https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/
bd27ecce46b981032cd78f7cddf06bba

4min30

[VIDEO TRANSCRIPT] 1.2 ONDAS E ÓPTICA

Nesta Dica do Professor, vamos falar sobre os fenômenos ópticos.

Espalhamento da luz: céu azul e pôr do sol vermelho.

A luz pode ser dispersa ou absorvida por um meio. A absorção de luz pode ser
dependente do comprimento de onda e pode dar cor aos objetos. Exemplos: um
céu azul e um pôr do sol vermelho.

Quais são os efeitos do


espalhamento? — A luz
pode ser espalhada por
pequenas partículas
suspensas em um meio.

Se as partículas forem grandes em comparação aos comprimentos de onda da luz,


mesmo que elas sejam microscópicas e não facilmente visíveis a olho nu, a luz
será praticamente refletida nas partículas. Como a lei da reflexão não é
dependente do comprimento de onda, todas as cores serão igualmente
espalhadas. A luz branca espalhada por muitas partículas pequenas, faz com
que o meio pareça nublado e esbranquiçado.

Dois exemplos bem conhecidos: nuvens, onde gotículas de água de tamanho


micrométrico espalham a luz; e leite, que é uma suspensão coloidal de
gotículas microscópicas de gorduras e proteínas. No caso do pôr do sol, ele é
vermelho porque toda a luz azul é espalhada quando a luz solar atravessa a
atmosfera.

O espalhamento de Rayleigh.
Um aspecto mais interessante do espalhamento ocorre em nível atômico: os
átomos ou as moléculas de um meio transparente são muito menores do que os
comprimentos de onda da luz, então eles não podem simplesmente espalhar a luz
por reflexão; em vez disso, o campo elétrico oscilante da onda luminosa
interage com os elétrons de cada átomo, de maneira que a luz é espalhada.
Tal espalhamento em nível atômico é chamado de espalhamento de Rayleigh.
Diferentemente do espalhamento por pequenas partículas, o espalhamento de
Rayleigh por átomos ou moléculas depende do comprimento de onda da luz
incidente.

A intensidade da luz espalhada depende inversamente da


quarta potência do comprimento de onda.

Essa dependência do comprimento de onda explica porque o céu é azul e o pôr do


sol, vermelho. Enquanto a luz solar se propaga através da atmosfera, a
dependência do espalhamento de Rayleigh com λ^(–4) , faz com que os
comprimentos de onda mais curtos sejam preferencialmente espalhados.
Se considerarmos, por exemplo,
650 nanômetros como comprimento
de onda característica da luz
vermelha e 450 nanômetros o da
luz azul, a relação entre a
intensidade da luz azul
espalhada e a intensidade da
luz vermelha espalhada vai
resultar em 4, ou seja, quatro
vezes mais luz azul espalhada
em nossa direção do que luz
vermelha e, por isso, o céu
parece azul.

Devido à curvatura da terra, a


luz solar precisa percorrer uma
distância muito maior através da
atmosfera quando vemos aurora ou
o pôr do sol do que durante as
horas próximas ao meio-dia. O
comprimento do caminho através da
atmosfera no pôr do sol é tão
longo que praticamente os
comprimentos de onda se perdem
por causa do espalhamento de
Rayleigh; somente os comprimentos
de onda maiores permanecem,
laranja e vermelho, e são eles
que dão origem a coloração do pôr
do sol.
_1.2_ Exercícios
elm - exerc iguais do Conteúdo do Livro,
verificado na bib virtual e tem gabarito...

1) Sobre ondas eletromagnéticas é correto afirmar que:

A) são perturbações que se originam da vibração de um campo elétrico e magnético.

B) elas não se propagam no vácuo, mas têm a velocidade da luz.

C) são idênticas às ondas mecânicas.

D) nesse tipo de onda, a quantidade de energia transferida para o receptor de ondas


eletromagnéticas não é proporcional à frequência dessas ondas.

E) a velocidade máxima delas não é constante no vácuo.


2) Em relação aos fótons é correto afirmar que:

A) são partículas que medem massa, e não força.

B) são como pacotes de energia, responsáveis pela transferência de energia.

C) não têm relação com quantidade de radiação eletromagnética.

D) sempre se comportam como onda.

E) se comportam como partícula, nunca como onda.


3) Em relação ao espectro eletromagnético, é correto afirmar que:

A) não tem interferência de ondas luminosas.

B) está dissociado das ondas eletromagnéticas.

C) os raios X e a luz não representam faixas de espectro.

D) são um conjunto de ondas eletromagnéticas.

E) as ondas de AM/FM e as micro-ondas não representam faixas de espectro.


4) Uma onda periódica produzida em uma corda tem frequência de 20 Hz e comprimento de
onda de 2 m. Nesse contexto, é correto afirmar que sua velocidade é de:

A) 10 m/s.

B) 15 m/s.

C) 35 m/s.

D) 22 m/s.

E) 40 m/s.
5) Uma onda tem frequência de 10 Hz e se propaga com velocidade de 400 m/s. Então, é
correto afirmar que seu comprimento de onda (em metros) vale:

A) 0,04 m.

B) 0,4 m.

C) 40 m.

D) 4 m.

E) 400 m.
_1.2_ Na prática
Você sabe o que é Efeito Doppler? É o fenômeno no qual ocorre alteração na percepção do som
quando ele é emitido por uma fonte em movimento.

No anexo, você verá um exemplo desse fenômeno. Além disso, também verá uma situação real
envolvendo ondas estacionárias.
EFEITO DOPPLER

Você já ficou parado perto de uma avenida? Tente se lembrar do barulho do


motor dos veículos, das buzinas, das sirenes de ambulâncias, entre outros
tantos sons. Na aproximação, o som é mais agudo (alto) e, no afastamento,
mais grave (baixo). Por que isso ocorre?

Porque, na aproximação, a velocidade da onda


soma-se à velocidade da ambulância, então você
percebe uma frequência aparente (frequência
percebida pelo observador) maior que a
frequência verdadeira da onda sonora.
A figura ao lado ilustra essa ideia.

EFEITO DOPPLER
Observe como os três ouvidos na figura
percebem o som emitido pela ambulância de
maneira diferente. Essa diferença deve-se à
frequência aparente do som.

Agora, acompanhe uma situação real envolvendo ondas estacionárias.

> Tiago é estudante de biofísica e está realizando uma análise a respeito do


ouvido humano.
> Tiago aprendeu no curso que a onda estacionária da vibração de pressão
formada num tubo de comprimento L, com uma extremidade fechada e outra
aberta, apresenta um valor máximo de pressão (crista da onda) na
extremidade fechada e valor nulo de pressão na extremidade aberta. Para que
isso ocorra, o comprimento da onda λ deve satisfazer:
n*λn/4 = L (para n = 1,3,5,...)
Assim, λn = 4*L/n são os comprimentos de onda dos diversos harmônicos que
podem ocorrer dentro desse tubo.
A frequência harmônica f1 = v/λ1 = v /(4*L) , com v = velocidade do som no
tubo, é denominada frequência fundamental.

Tiago precisa analisar e resolver a seguinte situação:


Para qual valor de frequência, o ouvido humano é mais sensível se, em média, o
ouvido externo tem um canal auditivo, cujo comprimento é da ordem de 2,7 cm?
Solucionando a questão...

Esse caso corresponde a um tubo de L = 2,7 cm com ar, uma extremidade aberta
e a outra fechada.

Como a onda se propaga no ar a 340 m/s, a frequência fundamental é:


f1 = v/(4*L) = (340 m/s) / (4*2,7*10^(-2) m) = 3148 Hz

Esse valor corresponde à frequência para a qual o ouvido humano é mais


sensível.

elm = Excertos para compreender melhor. De: https://cursos.if.uff.br/!


fisica3-0117/lib/exe/fetch.php?media=cap21_1-2017.pdf
_1.2_ Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

Física ondulatória
Neste vídeo, o professor aborda a frequência, o período e a velocidade de uma onda. Além disso,
ele explica as fórmulas para realizar os cálculos, bem como os conceitos, e demonstra isso a partir
de ilustrações.
https://youtu.be/RMvhpXX8iO4 4 min

Período e frequência de uma oscilação


Neste vídeo, o professor fala sobre a frequência e o período de uma oscilação, mas inicia
explicando o que é uma oscilação com uma ilustração. Em seguida, ele fala sobre o movimento
periódico, aborda o período da oscilação e explica a frequência e suas unidades de medida. Com o
exemplo inicial, ele calcula o período e a frequência.
https://youtu.be/3yT4dA5UXWs 8min30

Velocidade de uma onda


O vídeo a seguir explica o que é uma onda e como ela pode ser representada. Aborda as
características das ondas, especialmente quando estamos procurando a velocidade de uma onda. O
professor fala sobre o comprimento e a frequência da onda para então estabelecer a velocidade de
uma determinada onda.

https://youtu.be/9Q3bxeEr1OQ 5 min

REFERÊNCIAS E CRÉDITOS DE IMAGENS


DURÁN, J. E. R. Biofísica - fundamentos e aplicações. São Paulo: Prentice Hall, 2003.
HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de física, volume 2: gravitação, ondas e
termodinâmica. Tradução: Ronaldo Sérgio de Biasi. 10 ed. Rio de Janeiro: LTC, 2016.
KNIGHT, R. Física 2: uma abordagem estratégica. Tradução Iuri Duquia Abreu. 2. ed. Porto
Alegre: Bookman, 2009.
MOURÃO JÚNIOR, C. A.; ABRAMOV, D. M. Biofísica essencial. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
ano 2017.
Arco-íris http://www.fotolibre.org/albums/userpics/10085/El_arco_iris.jpg >. Acesso em: 11
nov. 2018
Céu Azul <http://bejadehoje.blogspot.com/2010/07/ceu-azul.html. Acesso em: 11 nov. 2018
Pôr do sol vermelho <https://pt.dreamstime.com/foto-de-stock-pordo-sol-vermelho-e-nuvens-no-
mar-image57852579>. Acesso em: 11nov. 2018
Banco de imagens Shutterstock.
SAGAH, 2018.
Aula 1.2
1.1 - Ondas: conceito e classificação
1.2 - Período de frequência e velocidade de uma onda
2.1 - Ondas eletromagnéticas e sonoras e sua interação com a matéria
2.2 - Osciladores e o movimento harmônico simples
3.1 - Luz e óptica: definições
3.2 - Refração e reflexão
4.1 - Óptica geométrica em lentes
4.2 - Óptica geométrica em espelhos
Conteúdo Complementar (não conta p/ avaliações, mas conta p/ frequência)
__ C.1 Movimento ondulatório Unidimensional
__ C.2 Movimento ondulatório bidimensional
__ C.3 Interferência e efeito Doppler
__ C.4 Modelo ondulatório e geométrico da luz
__ C.5 Fenômeno da luz

Ondas eletromagnéticas e sonoras e


_2.1_ sua interação com a matéria

Apresentação
O estudo da ondulatória é muito importante para a compreensão dos princípios físicos da aquisição
das principais categorias de exames radiológicos. Um exemplo clássico é a ultrassonografia –
método que utiliza ondas sonoras para aquisição de imagens do corpo humano. A interação das
ondas sonoras com os tecidos do corpo humano não causa efeitos nocivos, por isso ela é utilizada
como um dos principais métodos de diagnóstico por imagem.

Originadas de variações de campos elétricos e magnéticos, as ondas eletromagnéticas também são


utilizadas no diagnóstico por imagem. Fazem parte do espectro eletromagnético: ondas
eletromagnéticas de baixa energia, que não causam danos aos tecidos do corpo, como é o caso dos
pulsos de radiofrequência utilizados durante a aquisição das imagens por ressonância magnética,
até radiações eletromagnéticas de alta energia como, por exemplo, raio X e raios gama, sendo estes
capazes de arrancar elétrons, ou seja, ionizar os tecidos, podendo causar danos a eles.

Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar as ondas mecânicas (sonoras) e


eletromagnéticas, diferenciando-as quanto à sua energia, modo de propagação, interação com os
tecidos do corpo humano e efeitos na saúde. Você vai, ainda, identificar algumas medidas de
proteção durante a sua utilização.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Categorizar ondas sonoras e eletromagnéticas, e campos elétricos e magnéticos.


• Listar a aplicação de tecnologias com radiação eletromagnética e ondas sonoras no cotidiano.
• Analisar o impacto biológico das ondas eletromagnéticas e sonoras.

elm = Avaliação da aula. Ruim. Assinalada opções - Erros no conteúdo; - Precisei pesquisar
mais; - Conteúdo Livro difícil (qdo assinala <regular, só há opções para assinalar)
_2.1_
Desafio
Na ultrassonografia, o equipamento que adquire as imagens apresenta uma variedade de
transdutores para o estudo de diferentes partes do corpo. Esses transdutores são calibrados para
gerarem ondas sonoras de frequências específicas de ultrassom.

Nesse contexto, imagine que você faz parte da equipe de diagnóstico por imagem de uma clínica e
recebeu a seguinte solicitação:

Paciente: Mariana da Silva, sexo feminino, 43 anos.

Requisição: realizar os seguintes exames de ultrassonografia:

> Tireoide (revisão anual de nódulos presentes no lobo esquerdo da


glândula).

> Abdome total (reclamação de dor na região epigástrica).

Agora, suponha que o equipamento que você vai utilizar tem apenas dois transdutores: um de
formato retangular, com frequência de 10MHz, e outro convexo, com frequência de 3,5MHz.
Baseando sua resposta nos aspectos físicos das ondas sonoras, qual seria o transdutor indicado
para cada exame? Justifique a sua resposta.

elm = Do Conteúdo do Livro desta aula 2.1: "... quanto maior a frequência do transdutor,
menor o comprimento de onda sonora e melhor a resolução espacial. Na prática, os
transdutores de menor frequência são utilizados para exames de tecidos profundos, como de
abdômen e pelve, e os de frequência elevada são utilizados para exames de tecidos
superficiais, como mama, tireoide, musculatura, etc. A ultrassonografia não utiliza radiação
ionizante e é um método não invasivo, sendo um dos principais exames no diagnóstico por
imagem."
Assim, provavelmente, o de 3,5 MHz p/ abdome e de 10 MHz p/ tireoide.

Padrão de resposta esperado

Exame de tireoide: transdutor linear 10MHz.

Devido à alta frequência, esse transdutor tem pouca penetração, porém,


apresenta grande resolução de imagem. Tendo em vista que a tireoide é um
órgão superficial e palpável, assim, será possível estudá-la.

Exame de abdome total: transdutor convexo 3,5MHz.

A baixa frequência desse transdutor propicia uma maior penetração no tecido,


como no caso do abdome, que tem órgãos muito distantes da superfície.
_2.1_ Infográfico
As ondas eletromagnéticas se originam de variações elétricas e magnéticas e carregam energia, a
qual é proporcional à sua frequência. Assim, forma-se uma classificação que abrange a maioria das
radiações. O chamado espectro eletromagnético organiza as radiações eletromagnéticas de forma
que engloba desde as ondas de menor energia, normalmente na faixa dos megahertz (MHz) (ondas
de rádio), até as ondas de alta energia (raios X e gama). Embora não se possa vê-las, é sabido que
elas estão presentes no cotidiano das pessoas e são essenciais para a vida moderna.

A seguir, no Infográfico, aproveite para conhecer alguns exemplos de aplicações das radiações
eletromagnéticas. Atente-se para a classificação dessas ondas no espectro eletromagnético.

APLICAÇÕES DAS RADIAÇÕES ELETROMAGNÉTICAS

Na atualidade, as pessoas estão cada vez mais imersas em ondas


eletromagnéticas. Estas ondas são geradas por lâmpadas, antenas
transmissoras, celulares, controle remoto, etc.

ESPECTRO ELETROMAGNÉTICO
Faixa contínua de ondas que compreende desde ondas de rádio até raios gama.

ONDAS DE RÁDIO
As ondas de rádio são as ondas com menor frequência e maior comprimento de
onda do espectro eletromagnético. Sua frequência varia de 20 kHz até 300 mil
MHz. São usadas, principalmente, nas transmissões de rádio, televisão e
telefonia celular, e também para aquisição de imagens em exames de
ressonância magnética.

MICRO-ONDAS
As micro-ondas são ondas que transmitem uma energia maior do que as ondas de
rádio. O aparelho de micro-ondas trabalha em uma faixa de frequência de 2,45
GHz, mesma frequência de ressonância da molécula de água, por isso, quando
ligado, provoca a vibração das moléculas de água do alimento e seu
consequente aquecimento.
INFRAVERMELHO
A frequência da radiação infravermelha está entre a luz visível e a micro-
onda. É utilizada na medicina para tratamentos fisioterápicos de dores
musculares e articulares, pela sua ação termogênica e relaxante.

RAIOS X E GAMA
A radiação X tem uma altíssima frequência e um comprimento de onda muito
pequeno, o que lhe confere a propriedade de atravessar o corpo humano. Devido
à sua alta energia, pode acarretar danos irreversíveis em tecidos e células
do corpo.
A radiação Gama, por sua vez, tem ainda mais energia e origina-se da
desintegração nuclear de elementos radioativos.
Ambas são utilizadas na medicina para diagnóstico e tratamento.

santillana.pt/files/DNLCNT/Priv/_11809_c.book/280/index.html
elm = extra.
Ondas mecânicas longitudinais e transversais

4.3.1 Ondas mecânicas longitudinais


Existem diversas situações em que a perturbação conduz à deformação do meio na mesma direção em que a onda se
propaga. É o caso da onda gerada numa mola, quando esta é comprimida longitudinalmente Fig. 10 .

Fig. 10 Onda longitudinal numa mola.

Uma onda mecânica diz-se longitudinal quando a direção de propagação é paralela ao movimento das partículas do meio.

4.3.2 Ondas mecânicas transversais

No exemplo que se tem estado a discutir, a perturbação consistiu numa deformação vertical da corda, no entanto, a
onda propaga-se na direção horizontal.

O mesmo acontece quando se coloca a extremidade de uma mola a executar um movimento perpendicular ao eixo da mola
Fig. 11 .

Fig. 11 Onda transversal numa mola.

Uma onda mecânica diz-se transversal quando a direção de propagação é perpendicular ao movimento das
partículas do meio.
santillana.pt/files/DNLCNT/Priv/_11809_c.book/280/index.html

4.3.3 Nem só transversal nem só longitudinal

Até agora discutiram-se apenas exemplos em que a perturbação se propaga numa só direção (unidirecional). Contudo,
quando uma pedra é deixada cair sobre uma superfície de água em repouso, por exemplo, de um lago ou de uma piscina, a
perturbação propaga-se em todas as direções Fig. 12A . Qual é o movimento da massa superficial de água?

Colocando um pequeno objeto flutuante, uma rolha ou uma boia, observar-se-ia que as partículas superficiais da água
avançam, descem, recuam e sobem, executando uma trajetória quase circular, mas mantêm-se na mesma região e não se
propagam com a onda Fig. 12B .

Fig. 12 Onda gerada numa superfície de água antes em repouso.

4.3.4 Velocidade de propagação e características do meio

No caso de uma onda mecânica, a velocidade a que a


mesma se propaga depende não só da elasticidade e da
inércia das partículas do meio, como também do tipo de
onda. Por exemplo, no ferro uma perturbação transversal
(t) não se propaga à mesma velocidade de uma onda
longitudinal (l).

Na tabela ao lado, podem comparar-se valores de


velocidade de propagação de diferentes tipos de ondas, em
diversos meios.

As ondas eletromagnéticas atingem a velocidade máxima


de propagação ao propagarem-se no vazio (~ 3 * 108 m s–1).
_2.1_ Conteúdo do livro
A onda sonora propaga-se de forma diferente nos diversos materiais de várias naturezas. Na
medicina, a sua principal aplicação é na ultrassonografia. As ondas eletromagnéticas também estão
presentes na vida das pessoas e na medicina, principalmente no diagnóstico por imagem, tendo
como exemplos principais os raios X e a ressonância magnética. Nesse contexto, o estudo e o
conhecimento dos fenômenos ondulatórios e das características das ondas são imprescindíveis para
a melhor compreensão da física aplicada à radiologia.

No capítulo Ondas eletromagnéticas e sonoras e sua interação com a matéria, da obra Imaginologia,
você vai conceituar e categorizar as ondas eletromagnéticas e sonoras, identificando as suas
principais aplicações clínicas.

Boa leitura.
PREFÁCIO
Os exames de imagem são de grande relevância na medicina atua l.
Eles auxiliam os médicos e outros profissionais da área da saúde a
elucidar casos clínicos e tratar o paciente de forma adequada. É por
meio da mamografia, por exemplo, que muitos cânceres de mama
são detectados a tempo de serem tratados e curados. A ressonância
magnética e a tomografia computadorizada, por sua vez, pe rmitem
uma análise precisa de lesões que facilita não só o diagnóstico como
também a recuperação do paciente e inclusive a indicação para um
procedimento cirúrgico. Sem a ultrassonog rafia, o diagnóstico pré-
-natal não existiria, o que impediria uma série de medidas de saúde
pública, elevando a morbidade e mortali dade materno-infantil.
No entanto, como profissional da saúde, é importante que você
compreenda a diferença entre esses exames, saiba como a imagem
é adquirida e montada e conheça os processos físico- químicos por
trás de todos esses procedimentos.
Neste livro, você será apresentado a fatos históricos como a desco-
berta da radiação e a criação da bomba atômica e conhecerá conceitos
importantes que abordam desde as técnicas em diagnóstico por
imagem até as avançadas técnicas de medicina nuclear. Ao concluir
a sua leitura, você terá um panorama sobre todos esses processos e
poderá reconhecer o uso de técnicas de diagnóstico por imagem
para os mais diversos fins e a aplicação das novas tecnologias em
exames na prática clínica.

Emiliana Claro Avila

SUMÁRIO
Unidade 1

Panorama histórico, fu ndamentos básicos e introdução


à radiolog ia.................................................................................................. 15
Josiane Maria Thomé
História da radiologia ............................................................................................................................... 16
Uso da radiologia na imaginologia ................................................................................................. 24
Radiação ionizante e não ionizante ...............................................................................................28

Ondas eletromagnéticas e sonoras e sua interação


com a matéria ............................................................................................. 35
Henrique Ribeiro Cruz
Ondas e suas características ................................................................................................................ 35
Aplicação das ondas ................................................................................................................................ 41
Interação das ondas com os tecidos ..............................................................................................44

Principais m étodos e conceitos na imagem radiológica


(efeito Compton, efeito fotoelétrico, produção de pares
e aniquilação) ..............................................................................................49
Tiago Todescatto
Tipos de radiação e estrutura da matéria ..................................................................................50
Produção de raios X e interação da radiação com a matéria ......................................... 54
Efeito fotoelétrico, efeito Compton, produção de pares e aniquilação................... 58
Fundamentos básicos da radioatividade..........................................67
Tiago Todescatto
História da radioativ idade e estrutura da matéria .................................................................68
Rad ioat ividade: conceitos gerais ......................................................................................................78
Grandezas e unidades .............................................................................................................................8 1

Unidade 2

Introdução à radiobiologia ....................................................................87


Josiane Maria Thom é
Rad iobiologia e radiação ionizante ................................................................................................87
Principais conceitos de radioterapia ..............................................................................................90
Aplicações d a radiobiologia e d a radioterapia ........................................................................95

Efeitos biológicos e mut agênicos da radiação ............................. 101


Miriãn Ferrão M aciel Fiuza
Agentes mutagênicos e teratogênicos .....................................................................................101
Agentes mutagênicos físicos e seus mecanismos de ação direta e indireta .... 105
Lei de Bergonié e Tribon deau ......................................................................................................... 109

A9entes mutagênicos............................................................................ 117


Miriãn Ferrão M aciel Fiuza
Efeitos celulares e moleculares da radiação ............................................................................ 11 7
Efeitos determinísticos, estocásticos e somáticos das radiações ..............................121
Agentes mutagênicos físicos, químicos e biológicos .......................................................124

Princípios de proteção radiológica ................................................... 131


Miriã n Ferrão M aciel Fiuza
Normas par a radio proteção ............................................................................................................... 131
Limitações de d ose de exposição a pacientes e profissionais da saúde ..............13 5
Equipamentos de proteção individual e coletiva !Utilizados
na aplicação de exames radiológicos ................................................................................... 138

Unidade 3

Introdução à radiologia conve ncional e digital ........................... 147


Emiliano Claro Avila
Radiologia convencional ................................................................................................................... 148
Processamento radiográfico..............................................................................................................155
Radiografia d igital ................................................................................................................................... 160

Mamografia e densitometria óssea ................................................. 169


Miriãn Ferrão M aciel Fiuza
Mamografia convencional, d igital e contrastada ............................................................... 169
Exame d e mamografia e as novas tecnologias.....................................................................173
Densitometria óssea ...............................................................................................................................177
Tomografia computadorizada........................................................... 185
Antônio M árcio Alves Pinheiro
A tomografia computadorizada como método de imagem médica ................... 18 6
O equipamento de tomografi a computadorizada: história e
evolução tecnológica ...................................................................................................................... 194
Técnica tomográfica em exames contrastados mult ifases,
ang iotomografias e tomografia intervencionista .......................................................... 201

Ressonância nuclear magnética ........................................................ 213


Antônio Márcio Alves Pinheiro
A ressonância magnética como método de imagem ......................................................214
Pré-exame em ressonância magnética .....................................................................................225
Imagem em ressonância magnética, contraste, ponderações
e sequências de pu lsos ................................................................................................................... 232

Unidade 4

Introdução à medicina nuclear ..........................................................247


Tiago Todescatto
Med icina nuclear e suas aplicações práticas .........................................................................248
Rad iofármacos e apílicações p ráticas .......................................................................................... 253
Equipamentos utilizados no d iagnóstico em medicina nuclear .............................. 255

Metodologias em medicina nuclear na oncologia .................... 259


Tiago Todescatto
Equipamentos e aplicações práticas na medicina nuclear........................................... 259
Noções de radioatividade e produção de radionuclídeos ........................................... 265
Medicina nuclear na oncologia ..................................................................................................... 26 9

Ultrassonografia ..................................................................................... 273


Marcelo Borda Ferreira
Fundamentos básicos do pulso-eco ............................................................................................274
Metodologia utilizada nos exames ultrassonográficos ..................................................280
Tecnolog ias q ue compõem os exames de ultrassom ..................................................... 2 81

O futuro da imaginologia: pesqui sas e aplicações .................... 287


Janine Hastenteufe/ Dias
A imaginologia na prática clínica .................................................................................................. 288
A m icrotomografia na pesquisa experimental .....................................................................295
Aplicações d a imag inologia na radio log ia forense ...........................................................298

Gabarito ..................................................................... 305


https://sagah.grupoa.com.br/gabaritos/IMAGINOLOGIA.pdf
UNIDADE .:i p15 do livro

Panorama histórico,
fundamentos básicos e
introdução à radiologia

Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Descrever os acontecimentos históricos que levaram ao uso das téc-


nicas radiológicas.
• Listar o uso da rad iologia dentro e fora da imaginologia.
• Diferencia r radiação ionizante e não ionizante e suas aplicações.

Introdução
A rad iologia é uma área importante, que abrange diversas técnicas que
utilizam radiação. A descoberta da radiação e de seus usos, no final do
século XIX e início do XX, resultou em grandes avanços na medicina, agri-
cultura, odontologia, veterinária e indústria. Na medicina, por exemplo, a
radiologia possibilita o d iagnóstico por imagem, bem como o tratamento,
o acompanhamento e a prevenção de doenças.
Neste capítulo, você vai estudar a história da radiologia, conhecendo
os principais acontecimentos que marcaram o seu desenvolvimento.
Além disso, vai ver como as técnicas radiológicas são empregadas em
diferentes áreas e vai ter uma noção geral do que são as radiações ioni-
zante e não ionizante.

p16 do livro
História da radiologia

No dia 8 de novembro de 1895, na tentativa de bloquear o efeito da luminosidade


externa sobre a fluorescência que emanava naturalmente de um novo tipo de tubo,
denominado de Crookes-Hittorf, o fisico alemão Wilhelm C. Rõntgen colocou
o tubo dentro de uma caixa de papelão e escureceu o ambiente. Ao fazer isso,
notou, espantado, que uma cartolina com platinocianeto de bário, colocada a
alguns metros do aparelhamento, fo sforescia no escuro. Alguma coisa estava
sendo emitida pelo tubo, pois, ao desligá-lo, a fosforescência desaparecia.
Rõntgen começou então uma série de experimentos que duraram semanas,
procurando entender a natureza do fenômeno. Sendo assim, testou colocar
vários objetos entre o tubo e a cartolina e percebeu que todos ficavam com
aparência transparente. Sua maior surpresa, porém, foi quando sua própria
mão escorregou para frente e ele pode ver seus ossos no papel.

A partir desse momento, a humanidade podia observar o interior do corpo


em um organismo intacto, por meio daquilo que foi por muitos anos, conhecido
pelo nome de seu descobridor: o roentgenograma.
Rõntgen registrou essas imagens em seus estudos e somente em período
posterior percebeu que estava diante de algo novo. Em 28 de dezembro de
1895 ele entregou à Sociedade Físico-Médica de Wurzburg, um relatório
preliminar da descoberta, descrevendo a pesquisa que fizera nas sete semanas
anteriores, na qual os objetos se tornavam transparentes diante de raios ainda
desconhecidos - motivo pelo qual ele chamou esses raios de raios X.
Em 1901, Rõntgen foi laureado pela descoberta com o primeiro Prêmio
Nobel da Física. Posteriormente, por sua importância histórica, seu nome foi
dado como o elemento número 11 1 da tabela periódica.

Saiba mais

Rõntgen descobriu os raios X por acaso - sobre isso parece não haver dúvidas. De
qualquer forma, não se sabe qual íoi o acidente que proporcionou essa descoberta
e em que momento exato ela ocorreu pela primeira veL. t difícil imaginar que, no
primeiro arranjo experimental, ele ten ha realmente envolvido o tubo com a cartolina.
O q ue, d e fato, ele esperava ver atravessando a cartolina, será q ue era mesmo o raio
X7 Seria possível alguém abordar aquela quantidad e de aspectos fundamentais de
um fenômeno totalmente desconhecido em q ues tão de meses, por mais genial que
seja? Acidente ou não, o fato é que a repercussão da descoberta foi de tal ordem que,
com j ustiça, ele rece beu o primeiro Prêmio Nobel de Física.

Rõntgen seguiu suas investigações com outros colegas, em países diversos.


Em dado momento, enquanto investigava a capacidade de vários materiais de
pararem os raios X, ele colocou uma peça de chumbo em posição enquanto
ocorria a descarga do tubo; com isso, viu pela primeira vez uma imagem
radiográfica. Seis dias depois de radiografar a mão de Anna Bertha Rõnt-
gen, sua esposa, ele apresentou seu achado aos colegas da Universidade de
Wurzburg, na Alemanha.
A imprensa noticiou o fato com destaque em 5 de janeiro de 1896. Logo
que ocorreu a descoberta, todos queriam ver o seu próprio esqueleto através
dos raios X - um exemplo é a radiografia a mostrada na Figura 1, da mão do
neurocientista Albert von Kõlliker. Nesse mesmo ano os médicos adotaram a
novidade, pois, graças a essa descoberta, poderiam observar ossos quebrados e
órgãos doentes dentro do corpo humano, por meio de imagens. Logo a técnica
também seria utilizada nos tratamentos do câncer, o que causou na sociedade
uma reação de deslumbre.

Figura 1. Uma das primeiras imagens de radio-


logia com humanos.
Fonte: Tokus (2014, documento on fine).
Rapidamente, o americano Thomas Alva Edison inventou um instru-
mento com uso de telas fluorescentes, que permitia ver as radiografias sem a
necessidade de revelação de filmes. Entretanto, o verdadeiro risco da radia-
ção continuou sendo ignorado em sua utilização, mas rapidamente as lesões
provocadas pelos raios X começaram a surgir. As primeiras vítimas seriam
os próprios operadores dessas máquinas, pois sofriam exposições repetidas
a quantidades grandes. Por esse motivo, vários acabaram perdendo as mãos.
Conforme relata Alan Bleich (1960), a radiografia passou a ser objeto de
curiosidade e até de preocupação, pois invadia a privacidade do corpo humano,
oferecendo uma representação fotográfica inestética do corpo .

Marcos históricos da radiologia

O francês Pierre Curie e a polonesa Marie Curie (cujo nome de solteira era
Marya Sklodowska), foram notáveis pesquisadores e, juntos, formaram o
famoso casal Curie. Marie se interessou por trabalhos do fisico Antoine H.
Becquerel quando estava em busca de um tema para sua tese de doutorado e,
a partir daí, o casal iniciou uma pesquisa pela origem das radiações, que fora
anteriormente observada por Becquerel com o minério de urânio.
Para melhor observar esse minério, o casal se instalou em um lugar úmido
dentro da Escola de Física e Química de Paris com alguns instrumentos de
detecção, incluindo um que fora construído pelo irmão de Pierre, Jacques.
Com a utilização de seu novo piezoeletrômetro, o casal conseguiu medir efeti-
vamente as radiações, podendo afirmar que eram uma propriedade intrínseca
do elemento urânio. Descobriu ainda que a intensidade era proporcional à
quantidade de urânio, não dependendo de uma combinação química na fase
de agregação e nem de condições exteriores.
Outra descoberta do casal fo i que o urânio não era o único elemento que
apresentava essa propriedade, pois os sais de tório também eram emissores de
radiação. Como resultado desse trabalho, nasceu o estudo do famoso fenômeno
da radioatividade. Por essas descobertas, Becquerel, Pierre e Marie Curie
foram vencedores do Prêmio Nobel de Física de 1903.
As pesquisas realizadas por Marie Curie resultaram ainda na descoberta
de mais dois novos elementos químicos: o polônio, que foi nomeado assim
em homenagem ao país natal de Marie, e o rádio. As pesquisas realizadas
pelo casal Curie foram de extrema importância para a humanidade, pois eles
foram percursores do tema e deixaram um legado para a pesquisa científica
e médica. Além do resultado direto de suas pesquisas, eles foram inspiração
para muitos cientistas que estudaram posteriormente esses assuntos.

Com a morte de Pierre, em 1906, Marie Curie não parou seus estudos sobre
radioatividade, mas seguiu, principalmente, na linha de estudo de técnicas de
uso da radiologia para aplicações terapêuticas. Em consequência disso, em
1911, mais uma vez recebeu um Prêmio Nobel, mas dessa vez de Química,
devido a suas pesquisas com o uso do elemento rádio, sendo a primeira pessoa
a ganhar o Prêmio Nobel duas vezes. Em atitude totalmente altruísta, optou por
tornar públicas suas descobertas, não patenteando o processo de isolamento
com uso do elemento rádio, permitindo que investigação das propriedades
pudessem continuar por toda a comunidade científica.
Fique atento

Em um período da história em que a ciência era totalmente dominada por homens,


Marie Curie fez importantes descobertas, que Foram uma revolução na hisLória da
ciência. Ela se tornou a primeira mulher a ganhar um Prêmio Nobel e a primeira pessoa
a receber dois Prêm ios Nobel - sendo, até hoje, a única mulher a ter recebido dois
prêmios.

Marie Curie ainda fundou o Instituto do Rádio, situado em Paris, local onde
se formaram diversos e importantes cientistas, reconhecidos no mundo inteiro
por suas contribuições cientificas. Em 1922, Marie Curie também se tornou
membro da Academia de Medicina. Seu falecimento, em 1934, foi uma perda
inestimável à comunidade científica, mas o seu legado já era concreto. A causa
da sua morte está associada à uma leucemia, provavelmente provocada pela
exposição aos elementos radioativos que tanto estudava em suas pesquisas.
O legado de Marie não acabou com seu falecimento. Sua filha Irene Joliot-
-Curie, totalmente inspirada pela mãe, trabalhou com o seu marido, Frédéric
Joliot, na análise de campos da estrutura dos átomos e em fisica nuclear, estu-
dando as estruturas de nêutrons. Assim descobriu a radioatividade artificial,
feito que lhe rendeu também um Prémio Nobel de Química, 1935.
Expondo um pouco mais da história da radioatividade, a Agência Inter-
nacional de Energia Atômica (Iaea) nos mostra aonde ocorreram alguns fatos
considerados "acidentes". Veja a seguir.

O projeto Manhattan
Em carta enviada ao presidente Franklin Roosevelt em agosto de 1939,
o conhecido fisico Albert Einstein, ganhador do Prémio Nobel de Física de
1921, afirmava que os Estados Unidos deveriam priorizar o desenvolvimento
de uma bomba baseada em energia nuclear, antes que os alemães a fizessem.
Dessa forma, em outubro de 1939, o presidente resolveu cl!.lstear uma pesquisa
atômica por meio do Advisory Committee on Uranium. Em fevereiro de 1940,
um contrato foi assinado para iniciar a construção de em reator nuclear na
Universidade de Columbia.
Na Universidade de Chicago, Arthur Compton observava o progresso
da pesquisa com grande interesse, pois tinha por objetivo estabelecer um
laboratório de pesquisa em física atômica naquela universidade. Usando seus
contatos com importantes cientistas, Compton assegurou a participação da
Universidade de Chicago nessas pesquisas pioneiras sobre energia nuclear.

Nesse mesmo ano, surgia o Projeto Manhattan, que tinha por objetivo
desenvolver e construir armas nucleares. O projeto recebeu esse nome pela
ligação que tinha com o Distrito de Engenharia de Manhattan, e, principal-
mente, pelo fato de toda a pesquisa inicial desse projeto ter sido realizada
nesse distrito, situado na cidade de Nova York.
O sucesso do projeto não demorou e, em julho de 1945, no estado do Novo
México, no meio do deserto, a cerca de 100 km da cidade de Alamogordo,
região habitada apenas por formigas, aranhas, cobras e escorpiões, a primeira
bomba atômica da história, conhecida como Gadget, foi detonada. A compo-
sição da bomba era de duas porções pequenas (bolas) de plutônio, cobertas
por níquel; em seu centro, havia berílio e urânio. O que ativava a explosão
eram explosivos convencionais.
Esse foi o início do desenvolvimento da indústria nuclear, e foi um marco
histórico na Segunda Guerra Mundial.

Bomba de Hiroshima e Nagasaki

Em agosto de 1945, em Hiroshima, Japão, um avião americano soltou uma


bomba atômica denominada Little Boy, alusão a Franklin Roosevelt. Ela tinha
3,2 metros de comprimento, 74 centímetros de diâmetro, pesava 4,3 toneladas
e tinha uma potência equivalente a 12,5 mil toneladas de TNT, porém era
provido de uma bala de apenas 2,26 kg de 235U. Quando as duas peças se
encontram, ocorre uma reação em cadeia. Pelo intenso calor e ocorrência

de diversos incêndios, Hiroshima foi totalmente destrnída e mais de 90 mil


pessoas morreram.
Após três dias dessa destruição, um novo avião atacou Nagasaki. A bomba
utilizada, chamada de Fat Man, em alusão a Winston Churchill, consistia em
dois hemisférios de plutônio unidos por explosivos convencionais, tinha 3,25
metros de comprimento e 1,52 metros de diâmetro e pesava 4,5 toneladas.
O ataque resultou em mortes imediatas de mais 40 mil pessoas. As conse-
quências não foram maiores porque o terreno montanhoso acabou protegendo
o centro da cidade.
Os. estragos materiais foram menores do que os de Hiroshima, porém,
12 horas após o ataque, era visível fogo em Nagasaki há mais de 320 km de
distância. Nagasaki, na verdade, era o objetivo secundário, pois foi atingida
porque as condições meteorológicas de Kokura, alvo principal, impediriam
que os efeitos destrutivas da bomba fossem verificados.
Até o final do ano de 1945, houve mais de 145 mil mortes em Hiroshima
e mais de 75 mil mortes em Nagasaki. Além disso, milhares de pessoas so-
freram os efeitos devastadores da radiação, que causa ferimentos sérios.
Em consequência, muitas mortes, além do nascimento de bebês com má
formação genética, ocorreram nos anos seguintes.
A grande maioria das vítimas afetadas pelas bombas atômicas eram civis.
Aquelas que estavam mais próximas do epicentro das explosões foram inci-
neradas imediatamente, enquanto as que estavam mais distantes receberam a
radiação em altas doses, o que provocou mortes dolorosas. Ainda hoje, mesmo
muito tempo após o ataque com as bombas nucleares, os sobreviventes sofrem
com as lembranças dos ataques.
Assim corno as pessoas, as estruturas fisicas das duas cidades sofreram
consequências gravíssimas com a radiação, e o meio ambiente também foi
inteiramente afetado. A ação americana foi considerada por alguns corno urna
demonstração desnecessária de crueldade contra a população civil japonesa.
O governo dos Estados Unidos justificou alegando que essa era a forma mais
rápida de encerrar de urna vez por todas a Segunda Guerra Mundial.

O acidente nuclear de Chernobyl

Em na madrugada de 26 de abril de 1986 ocorreu em Chernobyl, na Ucrânia,


o acidente nuclear mais grave de toda a história mundial. A explosão de um
dos quatro reatores da usina nuclear lançou na atmosfera urna nuvem radio-
ativa gigantesca, que atingiu a parte oeste da antiga União Soviética - hoje
os países de Belarus, Ucrânia e Rússia - e todo o norte e centro da Europa.

Três dias após a explosão, nenhum comunicado ainda havia sido feito pelo
governo soviético a respeito do acidente nuclear em Chernobyl. As autorida-
des soviéticas somente assumiram o ocorrido após o governo da Suécia ter
detectado altos níveis de radiação no Sul de seu país.
Um satélite americano varreu a região da Ucrânia, encontrando urna usina
com o teto destruído e o reator ainda em chamas, com fumaça vertendo do
interior. Mikhail Gorbachev, então presidente, demorou 18 dias para comentar
o acidente, só fazendo isso em maio de 1986. O total de mortos diretamente
relacionado ao acidente foi de 31 pessoas, devido a sua participação direta no
combate aos incêndios. Outros 237 trabalhadores foram hospitalizados com
sintomas da exposição, e muitas dessas vítimas apresentaram queimaduras
e outros tipos de lesões. Com base em dados ofi ciais, estima-se que mais de
8,4 milhões de pessoas foram expostas à radiação.

Mais de 40 radionuclídeos diferentes escaparam do reator em consequência


do incêndio nos primeiros 10 dias após o acidente, entre eles elementos e
compostos altamente voláteis, corno iodo, sais de césio e estrôncio. O césio
radioativo foi o mais perigoso, tendo contaminado urna região entre 125.000
e 146.000 krn 2 .
Com uso de helicópteros, foram jogadas toneladas de urna mistura de areia,
argila, bicarbonato de cálcio, magnésio, boro e chumbo sobre os reatores.
Após o incêndio ser controlado, a unidade 4 do reator foi selada com aço e
concreto. Apesar disso, essa estrutura não é resistente e, atualmente, há planos
para sua reconstrução.
Além das mortes diretas, houve um aumento contínuo no número de casos
de câncer, principalmente os de tireoide, em especial nas pessoas que eram
crianças ou jovens na época do acidente. O problema ocorreu por falta de
tempo hábil para a distribuição de comprimidos de iodeto de potássio, que é a
melhor maneira de evitar a presença de iodo radioativo na tireoide. O atraso na
administração dos comprimidos foi causado pela demora no aviso do acidente
por parte do governo. Os comprimidos foram distribuídos a tempo na Polônia
e em outros países da Europa, fazendo com que nesses lugares o número de
casos de câncer relacionados ao acidente de Chernobyl tenha sido desprezível.
O material radioativo segue presente no solo da região, por isso, outra
consequência seríssima e presente é a radioatividade distribuída pelo efeito
de chuvas e derretimento da neve, erosão pelo vento, incêndios na floresta e
transporte pelos rios.

As lições com o acidente foram numerosas, incluindo a segurança do


reator e administração em caso de acidentes severos, critérios de intervenção,
procedimentos de emergência, comunicação, tratamento médico das pessoas
irradiadas, métodos de monitoramento, processos radioecológicos, supervisão
da região e da agricultura, informação pública, e muitos outros.
Esse acidente também mostrou que, provavelmente, um acidente nuclear
grave teria implicações não só no local, mas também poderia afetar, direta
ou indiretamente, muitos países no entorno. Muitos países foram induzidos a
estabelecer planos de emergência, nas áreas científicas e técnicas, junto a novas
pesquisas com relação à segurança nuclear, especialmente no gerenciamento
de acidentes nucleares sérios. De qualquer forma, a comunidade internacional
demonstrou a capacidade de aprender lições extraídas desse evento, de modo
que estará mais bem preparada para lidar com desafios futuros dessa natureza.

O acidente radioativo de Goiânia

Em 13 de setembro de 1987, uma cápsula de césio, abandonada dois anos antes


nos escombros do antigo Instituto Goiano de Radiologia (IGR), desativado
depois de sofrer uma ação de despejo, foi removida por dois sucateiros, violada
e vendida como ferro-velho. Entre essa retirada e a descoberta do fato por
especialistas, dezenas de pessoas conviveram com material radioativo com
alta periculosidade de contato.
Atraídos pela luminescência de cor azul do elemento sal do Césio-137,
muitas pessoas, entre adultos e crianças, tiveram contato e distribuíram o
material. Os principais sintomas dessa contaminação eram náuseas, vômitos,
tonturas e diarreia, que já podiam ser percebidos logo nas primeiras horas
após a contaminação. As pessoas contaminadas procuraram farmácias e
hospitais, sendo, inicialmente, medicadas como vítimas de alguma doença
infectocontagiosa.

Somente no dia 29 de setembro os efeitos biológicos puderam ser identi-


ficados como característicos da síndrome da radiação. Alguns pacientes já
tinham sido recebidos pelo Hospital de Doenças Tropicais de Goiânia (HDT),
e um dos médicos consultou a Secretaria de Saúde de Goiás, cabendo ao
físico Walter M. Ferreira, que ali trabalhava, dar o alarme. Ferreira obteve da
agência local da NUCLEBRÁS um cintilômetro e foi até a sede da Vigilância
Sanitária, onde uma peça da cápsula tinha sido posta sobre uma cadeira, e o
medidor confirmou a hipótese. Ali estava a origem de tudo. Com essa evidência
se desencadeou uma grande operação para tratar as pessoas contaminadas.
Por fim, ocorreram quatro mortes diretas de pessoas, amputação de braço
em uma pessoa e contaminação em mais de 200 pessoas, com efeitos incal-
culáveis - um encadeamento de fatos que resultou na contaminação de três
forros-velhos e diversas residências, além de muitos locais públicos. Foi preciso
remover todos os traços da radioatividade dos locais contaminados, e esse
procedimento foi realizado com sucesso, sob a supervisão de funcionários da
Comissão Nacional de Energia Nuclear.

Uso da radiologia na imaginologia

A radiologia utiliza a radiação em benefício da população, e uma das grandes


áreas que se beneficiam do uso de radiação e material radioativo é a medicina.
Um dos principais ramos na área da saúde para diagnóstico é a medicina
nuclear, que utiliza a cintilografia óssea. Esse exame é uma das grandes
tendências atuais, pois pode ser considerado como uma das técnicas mais
eficientes para a obtenção de diagnóstico de patologias por uso de imagens,
como, por exemplo, para a descoberta de câncer. Tais avanços evoluem, sig-
nificativamente, a precisão dos exames de diagnóstico por imagens e, por
consequência, a área médica. São importantes inovações o avanço do uso de
radionuclídeos e de radiação ionizante voltada à medicina.
O exame de cintilografia tem o poder de avaliar o funcionamento fisiológico
de algumas estruturas, diferentemente de outras técnicas, como exames de
raio X, tomografia computadorizada, ultrassonografia e ressonância magné-
tica. Seu objetivo é visualizar toda a anatomia, mostrando más formações ou
patologias. Esses exames geralmente empregam a chamada câmara gama, que
detecta a radiação proveniente de substâncias radioativas, que são previamente
ingeridas pelos pacientes. As substâncias ingeridas são atraídas pelos órgãos,
e assim é possível detectar possíveis alterações no funcionamento de órgãos,
em qualquer grau de estágio, dos mais iniciais até os mais avançados.

Na área médica, o uso da radiologia para tratamentos foi iniciado pela


radioterapia, que utilizava a aplicação do elemento rádio para destruir células
cancerosas. Em sua evolução, outros radioisótopos começaram a ser utilizados,
que apresentaram um rendimento ainda maior do que o do rádio.

O uso terapêutico da radiação apresenta muitas vantagens, mas também


exige muitos cuidados e normas de radioproteção, que devem ser seguidas
para que haja uma limitação de dose nos tecidos sadios presentes, evitando
possíveis danos. Essas normas servem para garantir que os benefícios da
radiação não tragam aos pacientes efeitos e toxicidades durante os tratamentos.
O Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) mostra como
a radiologia está dividida em especialidades nem sempre ligadas à área de
imaginologia para diagnostico ou tratamento. Vejamos algumas delas a seguir.
Rad ioesteril ização

A esterilização por radiação ionizante é uma técnica altamente eficiente, que


vem sendo ut ilizada para minimizar a imunogenicidade, matar bactérias e
reduzir o risco de transferência de doenças contagiosas em todos tipos de
materiais biológicos transplantáveis (pele, osso, âmnion etc.).
A radioesterilização também vem sendo utilizada na área alimentícia,
na eliminação de bactérias e fungos. Nessa área é preciso haver um grande
cuidado, pois a radiação usada para matar todo e qualquer tipo de fungo e
bactéria é de alta potência. O problema dessa técnica é que ela eleva o preço
dos alimentos; por outro lado, a durabilidade dos alimentos aumenta em 13,
em muitos casos.

Radiologia industrial
A radiologia industrial é utilizada como método de inspeção, com emprego
de radiação ionizante em processos industriais, principalmente para controle
de qualidade de produtos (como peças, placas e soldas), ou em serviços de
segurança, como em portos, e aeroportos e aviões.
Em processos industriais, a aplicação de radiação em peças possibilita
inspecionar, conforme a penetração da radiação, se elas possuem falhas no
seu processo produtivo, como você pode visualizar na Figura 2. Em serviços
de segurança, o raio X é utilizado para identificar cargas indevidas em ae-
roportos e portos.

Figura 2. Acele rador de elétrons e Gammacell inspecionando


peças na indústria.
Fonte: Brasi l (2007, documento on fine).

Radiologia ambiental
É muito utilizada no tratamento de solos. Utilizando radionuclídeos, a técnica
aumenta a conservação do solo, ajudando no controle de erosões e da qualidade
de nutrientes. Os radionuclídeos são uma ferramenta poderosa para avaliar a
eficácia das medidas de conservação do solo. Segundo a Agência Internacional
de Energia Atômica (AIEA), o uso dessas técnicas pode melhorar a agricultura
sustentável, pois minimiza a degradação da terra.
Radiologia odontológica

A radiologia odontológica auxilia dentistas na saúde bucal, sendo o método de


diagnóstico por imagem mais efetivo e preciso disponível para a odontologia.
É utilizada, por exemplo, para diagnosticar lesões, fraturas ósseas, dentes
supranumerários e dentes inclusos, permitindo o planejamento, para a melhor
intervenção cirúrgica, e o acompanhamento. Acompanhe um exemplo de
emprego da radiologia odontológica a Figura 3.

Figura 3 . Exemplo de raio X panorâmico buco facial.


Fonte: mkarco/Shutterstock.com.

Radiologia veterinária

A radiologia veterinária tem uso, principalmente, em exames de diagnóstico,


para acompanhamento e tratamento de patologias em animais, que podem ser
de pequeno e grande porte. Exemplos de uso são a tomografia computadori-
zada, a ressonância magnética e o raio X. A radioterapia também é uma área
importante dentro da medicina veterinária, porque o câncer é a causa mais
comum de morte de animais pequenos com mais de 10 anos. Veja na Figura 4
um exemplo de raio X em uso veterinário.

Figura 4. Exemplo de raio X em uso veterinário.


Fonte: PRESSLAB/Shutterst ock.com.
Radiologia médica

Na medicina, as radiações são utilizadas para a realização de diagnósticos,


o controle e o tratamento de doenças. Ela permite a visualização de ossos,
órgãos ou estruturas por meio do uso de radiações ionizantes e não ionizantes.

Radiação ionizante e não ionizante

Radiação ionizante

As radiações ionizantes são ondas eletromagnéticas de frequência elevada com


capacidade de arrancar elétrons de átomos ou moléculas e, ainda, de produzir
íons. Elas possuem energia suficiente para produzir ionização mediante ruptura
dos enlaces atómicos.

Conforme Oliveira e Mota (1999), os efeitos da radiação irão depender da


quantidade e da qualidade da radiação incidente e da natureza do material com
a qual ela está interagindo. Os autores classificam as radiações ionizantes em
diretamente ionizante e indiretamente ionizante. São consideradas diretamente
ionizantes todas as partículas carregadas (alfa, beta, prótons, íons pesados
etc.), pois produzem ionizações ao perder energia. Nas radiações indireta-
mente ionizantes (raios X, raios gama e nêutrons), a energia é transmitida
para a matéria por meio das ionizações produzidas pelas partículas carregadas
secundárias, geradas pela radiação primária.
A radiação ionizante penetra de acordo com o seu tipo e energia. As par-
tículas alfa e beta possuem massa e carga elétrica relativamente maiores do
que as dos raios X e raios gama, porém são facilmente barradas. As partículas
alfa podem ser barradas por uma folha de papel, e as partículas beta penetram
apenas alguns milímetros do tecido humano, sendo barradas até por uma placa
de madeira com, no mínimo, 2,5 cm de espessura. Os raios X e raios gama
possuem alto poder de penetração, sendo barrados apenas por grossas placas
de chumbo ou paredes de concreto.
De todas as ondas eletromagnéticas, somente os raios X e gama são ra-
diação ionizante, porque possuem energia suficiente para ionizar átomos.
Os fótons de raios X e gama perdem toda ou quase toda energia quando entram
em interação com átomos, ejetando elétron e ionizando átomos até pararem.
Os fótons, ao interagirem, podem não perder energia, pois não existe
uma forma de blindá-los - esse é um dos motivos porque é necessário haver
proteção radiológica. Cada país tem um órgão que regula o uso das radiações,
adequando às normas internacionais. No Brasil esse órgão é a Comissão
Nacional de Energia Nuclear (CNEN).
No final do século XIX, com o uso das radiações ionizantes em medicina,
foram percebidos efeitos da radiação na saúde humana. Tais efeitos foram
identificados, principalmente, a partir de situações nas quais o homem já se
encontrava exposto. Esses efeitos decorreram de exposições às radiações sem
uso de proteção, e foram pouco estudados. Recentemente, novos estudos estão
sendo realizados para entender os efeitos, e a expectativa é que surjam novos
conceitos a respeito dos efeitos biológicos das radiações ionizantes.
Radiação não ionizante

As radiações ultravioletas (UV) são consideradas radiações não ionizantes,


pois não possuem energia suficiente para interagir com os elétrons dos prin-
cipais átomos que constituem o corpo humano, como hidrogênio, oxigênio,
carbono e nitrogênio.
Segundo o site do INCA, a radiação não ionizante é uma modalidade de
radiação de baixa frequência e baixa energia, também denominada de campo
eletromagnético, que se propaga através de uma onda eletromagnética, consti-
tuída por um campo elétrico e um campo magnético, podendo ser provenientes
de fontes naturais e não naturais.
Os campos eletromagnéticos são divididos em dois principais tipos:

1. Campos eletromagnéticos de frequência baixa: são ondas de rádio,


ondas de rede elétrica e equipamentos eletrônicos.
2. Campos de radiofrequência ou micro-ondas: são emitidos por tele-
fones celulares, antenas de telefonia, transmissores de rádio e TV, luz
elétrica, fiação elétrica em construções, equipamentos que emitem
radiação infravermelha e redes Wi-Fi.

A exposição do homem a radiações não ionizantes significativas no tra-


balho ocorrerá em atividades profissionais realizadas próximas aos sistemas
elétricos de grande potência por um longo período de tempo, como em locais
próximos a geradores ou cabos de força. As maiores exposições geralmente
ocorrem entre soldadores e eletricistas.
Essas exposições à radiação não ionizante aument aram muito nos últimos
anos, principalmente com o aumento de uso de equipamentos tecnológicos
eletrônicos, e devem ser observadas, pois, comprovadamente, têm efeito de
produzir uma estimulação em nervos e músculos e até de afetar processos bio-
lógicos. Por esse motivo, a exposição a campos eletromagnéticos de frequência
baixa podem aumentar o risco de câncer nas pessoas.
Para dirimir esses riscos, existem medidas de controle físico e administra-
tivo, como os programas de proteção individual e os exames de acompanha-
mento médico periódico. Esses controles têm por objetivo manter os níveis de
exposição dos trabalhadores dentro dos padrões estabelecidos pelas normas.

Hoje a principal fonte de radiação eletromagnética não ionizante ao ser


humano é a radiação solar, emitida pelo sol, que gera uma radiação UV. Seu
nível de emissão varia de acordo com fatores ambientais, como época do
ano, latitude, horário, posição de nuvens, poluição atmosférica e neblinas.
Para reduzir a exposição natural a essa radiação, é aconselhado usar roupas
de proteção e filtro solar, e evitar a exposição ao sol das 10 h e 16 h, horário
de maior radiação de raios UV. Profissionais diariamente expostos à radiação
solar estão sob maior risco de câncer de pele.
WfJ Fique atento

Mesmo à sombra, uma pessoa pode estar exposta às radiações UVemitidas pelo sol.
Existem superfícies, como pisos e areia da beira da praia, que são refletoras dessa
radiação, principalmente, as de cores claras, superfícies metálicas ou reflexivas. As
zonas do corpo que mais sofrem com essa exposição e, por consequências, apresentam
maior risco à saúde, são a pele e os olhos.

1 Exercícios
1. O casal Curie iniciou suas a) Ingestão do elemento
notáveis pesquisas quando radioativo, que causou náuseas
eslava em busca de um tema e vômitos nas pessoas.
para a tese de doutorado de b) Manuseio e contato com o
Marie. Com qual elemento eles material rad ioativo pelas pessoas.
começaram esses estudos? e) Contaminação pelo ar, após uma
a) Urânio. explosão do elemento radioativo.
b) Sais de tório. d) Contaminação pelo solo,
e) Polônio. pois o elemento radioativo se
d) Rádio. alastrou no solo quando a peça
e) Piezoeletrômetro. que o continha foi aberta.
2 . Em 1987 aconteceu um dos maiores e) Contaminação pela água,
acidentes radiológicos da história passando pelas redes de
do Brasil, em Goiânia. Qual foi a abastecimento pluvial.
principal causa da contaminação 3. A radiologia traz diversos
das pessoas pelo Césio-137? benefícios à população por meio
da medicina. Qual tratamento
utiliLa radiações ioniLantes aliadas

a outras técnicas de tratamento, 5. A radiação não ionizante é um


como c irurgia e quimioterapia? t ipo de radiação com baixa
a) Raio X e ultrassonografia. frequência e baixa energia, mas
b) Cinlilografia óssea e a exposição excessiva aos seus
ressonância magnética. campos eletromagnéticos pode
e) Rad ioterapia. causar danos para a saúde.
d) Tomografia compuradorizada Qual o Lipo de exposição é mais
e betaterapia. prejudicial ao corpo humano?
e) Medicina nuclear e mamografia. a) Exposição à radiação
4. A radiação ionizante penetra de infravermelha.
acordo com o seu tipo e energia. b) Uso contínuo de te lefones
Qual das rad iações a seguir têm celulares e televisão.
maior poder de penetração, sendo e) Aproximação à rede elétrica
mais difícil de serem bloqueadas? e ondas sonoras.
a) Partículas alfa e bel a. d) Manuseio de cabos de força
b) Raios X e gama. e exposição a m icro- ondas.
e) Raios X e elétrons. e) Exposição à radiação
d) Fótons de raio X e gama. ul travioleta (UV).
e) Elétrons e gama.
Referências

BRASIL. Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares. Brasília, DF, 2007. Disponível


em: https://www.ipen.br/ portal por/portal/interna.php?secao id=74l &campo=840.
Acesso em: 3 out. 2019.

OLIVEIRA, S. V.; MOTA, H. C. Notas do Curso básico de licenciamento e fiscalização em


radiologia médica eodontológica. Rio de Janeiro: IRD/CNEN, 1999.
TOKUS, A. Aprimeira radiografia. Brasil, 2014. Disponível em: https://raiosxis.com/primeira-
-radiografia. Acesso em: 3 out. 2019.

Leituras recomendadas

BRASIL. lnstitu to Nacional do Câncer. Radiações não-ionizantes. Brasília, DF, 2019. Dispo-
nível em: https://www.inca.gov.br/exposicao-no-trabalho-e-no-ambiente/radiacoes/
radiacoes-nao-ionizantes. Acesso em: 3 out. 2019.

ENTENENDO A RADIÇÃO MtDICA. Imagem molecular. Brasil, 2019. Disponível em:


http://www.radiacao-medica.eom.br/tipos-de-imagens-medicas/imagem-molecular/
Acesso em: 3 out. 2019.

FONSECA, M. R. M. da. Completamente química: físico-química. São Paulo: FTD, 2001 . v. 2.

ICRP PUBLICATION 118. ICRP Statement on Tissue. Reactions and Early and late effects
of radiation in normal tissues and organs: threshold doses for tissue reactions. Radiation
Protection Context, v. 41, n. 1-2, p. 1-322, 2012.

LEMBO, A. Química, realidade e contexto. São Paulo: Atica, 2000.

MEDCLOUD. Radiologia veterinária: entenda como funciona. Brasil, 2018. Disponível em:
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NOUAILHETAS, Y. Radiações ionizantes e a vida. Rio de Janeiro: [201 -?]. Disponível em:
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QQ[. Acesso em: 3 out. 2019.
OKUNO, E. Radiação: efeitos, riscos e benefícios. São Paulo: Harbra, 1988.

OKUNO, E.; YOSHIMURA, E. M. Física das radiações. São Paulo: Oficina de Textos, 2010.

XAVIER, A. M. et ai. Marcos da história da radioatividade e tendências atuais. Química


Nova, v. 30, n. 1, p. 83-91, 2007. Disponível em: httpJ/www.scielo.br/pdf/qn/v30nl/18.
QQ[. Acesso em: 3 out. 2019.
p35 do livro, p1 aqui

Ondas eletromagnéticas
e sonoras e sua interação
com a matéria
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

„„ Categorizar ondas sonoras, ondas eletromagnéticas, campos elétricos


e campos magnéticos.
„„ Listar a aplicação de tecnologias com radiação eletromagnética e
ondas sonoras no cotidiano.
„„ Analisar o impacto biológico das ondas eletromagnéticas e sonoras.

Introdução
Neste capítulo, você vai aprender que as ondas fazem parte do nosso
cotidiano e estão presentes nos principais métodos de diagnóstico por
imagens utilizados pela medicina atual. Para isso irá estudar as principais
características e propriedades das ondas sonoras e eletromagnéticas.
Também irá conhecer algumas das aplicações das ondas sonoras e eletro-
magnéticas no dia a dia e na prática da imaginologia, como nos exames
de ultrassonografia, ressonância magnética e radiologia geral.

Ondas e suas características


Para falarmos sobre os tipos de ondas e suas interações com a matéria, preci-
samos, primeiramente, analisar alguns conceitos básicos sobre ondulatória.
De acordo com Hewitt (2009), uma onda é uma oscilação que é função tanto
do espaço quanto do tempo, e que tem uma extensão espacial, ou seja, a onda
é uma oscilação ou perturbação que se propaga no espaço. A onda também
transmite energia sem carregar matéria.
2 Ondas eletromagnéticas e sonoras e sua interação com a matéria

A onda pode ser classificada quanto à sua natureza como:

„„ Onda mecânica: para sua propagação é necessário um meio material.


Um exemplo clássico é a onda sonora, que sempre necessita de um
meio para sua propagação. Lembre-se de que a onda sonora não se
propaga no vácuo.
„„ Onda eletromagnética: neste caso não há necessidade de um meio
material para sua propagação. Um exemplo é a luz solar, que se propaga
pelo espaço, mesmo havendo uma grande ausência de matéria durante
o percurso do raio solar.

De acordo com Bauer, Westfall e Dias (2012), as ondas também podem ser
classificadas quanto a sua propagação:

„„ Onda transversal: em uma onda transversal, a direção de propagação


formará um ângulo de 90° em relação à direção do pulso gerador. As
ondas em uma corda de violão são exemplos simples para entender-
mos. O violonista dedilha a corda de cima para baixo, provocando um
pulso que se propaga no sentido da corda. Outro exemplo é a onda
eletromagnética, que é composta por um campo magnético e elétrico,
formando um ângulo de 90° entre eles, como a luz, o raio X e outras
radiações eletromagnéticas.
„„ Onda longitudinal: na onda longitudinal, a direção de propagação
coincide com a direção ao longo do qual o pulso está sendo gerado. Por
exemplo, a onda de compressão em uma mola ou a onda sonora que se
propaga através da compressão e rarefação do ar.

Visualize os tipos de onda na Figura 1.


Ondas eletromagnéticas e sonoras e sua interação com a matéria 3

Figura 1. A imagem superior mostra a propagação da onda sonora no espação através


de regiões de compressão e rarefação do ar. A imagem inferior mostra a representação
de uma onda transversal, na qual o pulso acontece na direção vertical e a propagação na
direção horizontal.
Fonte: Fouad A. Saad/Shutterstock.com.

Elementos da onda
A onda é composta pelos seguintes elementos.

„„ Crista: corresponde à parte mais elevada da onda.


„„ Vale: refere-se ao ponto mais baixo da onda (também chamado de
ventre).
„„ Comprimento de onda (𝝀): é a distância de uma crista até a outra,
ou a distância entre um vale e outro, ou mesmo entre quaisquer partes
iguais e sucessivas da onda. No caso da onda sonora propagada no
ar, o comprimento de onda é a menor distância entre duas regiões de
compressão ou rarefação subsequentes.
„„ Amplitude (A): é a distância do ponto intermediário até uma crista ou
um vale, ou seja, a amplitude é igual ao ponto máximo de afastamento
em relação ao equilíbrio. A amplitude está diretamente relacionada à
quantidade de energia aplicada e que será transportada.
„„ Período (T): o período de uma onda é o tempo necessário para completar
um ciclo completo. Podemos calcular o período a partir da frequência;
por exemplo, se uma onda executa duas oscilações completas em
um segundo, temos uma frequência de 2 Hz e um período total de
meio segundo. Assim, frequência e período são direta e inversamente
proporcionais.
4 Ondas eletromagnéticas e sonoras e sua interação com a matéria

„„ Frequência (f): é a taxa de repetição de determinado movimento ou


ciclo em determinado tempo, cuja unidade de medida é o Hertz (Hz),
que representa o número de ciclos por segundo. No caso das ondas, a
frequência é a repetição do movimento ondulatório em relação ao tempo.
„„ Velocidade (v): refere-se à distância percorrida pela oscilação em uma
unidade de tempo. A velocidade da onda sonora dependerá do meio
em que ela se propaga (quanto mais denso o meio, maior a velocidade
de propagação); já a velocidade da onda eletromagnética é constante
no vácuo.

Onda sonora
O som é uma variação de pressão que se propaga através de algum meio. No ar,
por exemplo, a variação de pressão causa o movimento anormal das moléculas
do ar na direção de propagação (BAUER; WESTFALL; DIAS, 2012). Em outras
palavras, onda sonora é produzida por um pulso que provoca a compressão
das moléculas de ar próximas do elemento gerador do pulso — na Figura 1,
por exemplo, o gerador do pulso é um alto falante. Quando ficamos próximos
a um autofalante e sentimos as batidas do som, principalmente nas notas mais
graves, sentimos o deslocamento das moléculas de ar.
alto-falante Quanto a sua natureza, a onda sonora é considerada uma onda mecânica
e, como sua propagação se dá na direção do pulso, ela é então classificada
como longitudinal.
A frequência do som audível pelo ser humano está na faixa de 15 Hz a
20 kHz. Abaixo desse intervalo teremos os chamados infrassons, enquanto,
acima de 20 kHz, teremos os ultrassons, como você pode ver na Figura 2.

Figura 2. Espectro das ondas sonoras. O ouvido humano reconhece frequências entre
20 e 20.000Hz.
Fonte: Levitov, Dallas e Slonim (2013, p.11).
Ondas eletromagnéticas e sonoras e sua interação com a matéria 5

Por ser uma onda mecânica, o som necessita de um meio para sua propagação, portanto
ele não se propaga no vácuo, pois nele não existe matéria para sofrer compressão
e rarefação.

Onda eletromagnética
A onda eletromagnética é composta por um campo elétrico e um campo
magnético oscilantes a certa frequência, perpendiculares entre si (formando
angulo de 90°). Por esse motivo é classificada como onda transversal. Dentro
do espectro das ondas eletromagnéticas temos como principal exemplo a luz
visível.
Diferentemente das ondas sonoras, as ondas eletromagnéticas se propagam
no vácuo a uma velocidade constante de 3 × 108 m/s para todo o espectro, isto
é, todas as ondas eletromagnéticas, seja ela onda de rádio, luz visível ou raio
X, possuem a mesma velocidade no vácuo.
Considerando a velocidade constante, as características que mudam o
comportamento de determinada onda eletromagnética são a frequência e
o comprimento de onda. Dessa forma, quanto maior a frequência maior a
energia transportada pela onda e menor o seu comprimento de onda; portanto,
a frequência de uma onda eletromagnética é inversamente proporcional ao
comprimento de onda.

v=λ·f

A transferência da energia através da onda eletromagnética é resultado de


uma alta frequência. Dessa forma, as ondas de rádio têm menor frequência e
maior comprimento de onda, transferindo baixa energia e apresentando um
poder de penetração muito pequeno. O raio X, por sua vez, tem alta frequência
e, consequentemente, um comprimento de onda muito pequeno, o que lhe
confere uma alta capacidade de penetração.
6 Ondas eletromagnéticas e sonoras e sua interação com a matéria

Campos elétrico e magnético

Campo elétrico

Toda carga elétrica tem um espaço energizado a seu redor, uma espécie de
“aura energética”, chamado de campo elétrico. O campo elétrico é um campo
vetorial, ou seja, ele é formado a partir da distribuição de vetores, um para
cada ponto na região ao redor do objeto carregado eletrostaticamente, seja esse
objeto uma carga pontual, seja uma barra carregada. No sistema internacional
(SI), a unidade de medida de campo elétrico é o N/C (Newton por Coulomb)
(HEWITT, 2009).
Como exemplo de campo elétrico em nosso cotidiano podemos citar o
campo de atração formado no pente plástico após ele ser friccionado sobre o
cabelo. O atrito entre o cabelo e o plástico provoca uma carga eletrostática no
pente que, quando posicionado próximo a pequenos pedaços de papel, acaba
os atraindo devido a suas diferenças de cargas.

Campo magnético

Podemos definir o campo magnético como a região do espaço onde atua um


imã, que pode ser na forma de barra ou ferradura, que tem dois polos — um
polo norte e um polo sul. No SI, a unidade de medida do campo magnético é
o Tesla (T), porém ele também pode ser expressado em Gauss (G).

Em uma região chamada de Magnésia, localizada na Grécia Central, os gregos antigos


encontraram diversos tipos de minerais naturais, capazes de atrair e repelir uns aos
outros e de atrair certos tipos de metais, como o ferro. Esses minerais existem natural-
mente em diversas formas de óxido de ferro e são denominados imãs permanentes
(BAUER; WESTFALL; DIAS, 2012).
Ondas eletromagnéticas e sonoras e sua interação com a matéria 7

Aplicação das ondas

Ondas sonoras
Uma das principais técnicas de imagem utilizada na medicina, atualmente,
faz o uso de ondas sonoras de alta frequência, gerando imagens seccionais
das estruturas do corpo humano. Trata-se da ultrassonografia ou ecografia.
Por ser uma técnica de baixo custo e que não provoca efeitos prejudiciais ao
tecido humano, a ultrassonografia é amplamente aplicada para diagnóstico
em ginecologia, obstetrícia, gastroenterologia, ortopedia e traumatologia, etc.

Como já vimos, a frequência do som audível pelo ser humano está na faixa de 15 Hz a
20 kHz — abaixo desse intervalo ficam os infrassons e, acima, os ultrassons. Sendo
assim, os exames de ultrassonografia utilizam sons não audíveis ao ser humano, que
estão em faixas superiores a 20 kHz.

Na natureza, encontramos casos de uso do ultrassom por animais, que utilizam o


ultrassom para localização, direção e caça. Os golfinhos e os morcegos, por exemplo,
têm um mecanismo de localização que utilizam ecos de ultrassons emitidos por eles
mesmos, algo similar aos sonares de navios e submarinos.

Para a realização da ultrassonografia é utilizado um equipamento capaz


de transformar a energia elétrica em um pulso de ultrassom e vice-versa: o
transdutor. Esse equipamento é capaz de converter uma forma de energia em
outra. É composto por materiais piezoelétricos, capazes de transformar o pulso
elétrico em pulso ultrassônico; as ondas refletidas de volta são transformadas
em sinal elétrico e reconstruídas em imagens projetadas no monitor.
8 Ondas eletromagnéticas e sonoras e sua interação com a matéria

A relação entre o comprimento de onda e a frequência é uma configuração


importante para a execução de um exame de ultrassonografia. Essa relação
se dá da seguinte maneira: quanto maior a frequência do transdutor, menor
o comprimento de onda sonora e melhor a resolução espacial. Na prática, os
transdutores de menor frequência são utilizados para exames de tecidos pro-
fundos, como de abdômen e pelve, e os de frequência elevada são utilizados
para exames de tecidos superficiais, como mama, tireoide, musculatura, etc.
A ultrassonografia não utiliza radiação ionizante e é um método não
invasivo, sendo um dos principais exames no diagnóstico por imagem. A
capacidade de adquiri imagens em diversos planos de corte e de examinar
também a movimentação e fisiologia do corpo aumentam as possibilidades de
aplicação desse método, porém a qualidade do exame ultrassonográfico está
muito relacionada à experiência e ao conhecimento do operador.

Ressonância magnética
Desenvolvida no final dos anos 1970, a ressonância nuclear magnética (RNM),
ou apenas ressonância magnética, é um método que utiliza um grande magneto
(com potências de campo magnético de até 3,0T) e pulsos de radiofrequência
(RF) para a realização de diagnóstico por imagem.
A RNM funciona da seguinte maneira: quando determinados elementos
são inseridos em um forte campo magnético e submetidos a pulsos de ondas
de rádio com frequências específicas para transferir energia para esses ele-
mentos, os prótons desses elementos passam a emitir um sinal de rádio. Esse
elm =
sinal de rádio é captado pelo equipamento de RNM e processado; a imagem não deu
é reconstruída e apresentada no monitor com diferentes tons de cinza para p/
diferentes intensidade de sinal. entender

As imagens são adquiridas em diversos planos de corte. Diferentemente


das imagens obtidas com raios X, as imagens obtidas pela RNM se baseiam,
principalmente, nos tempos de relaxamento T1 e T2 dos tecidos, evidenciando,
com excelente resolução, a composição dos tecidos, principalmente a presença
de água e gordura. Veja um exemplo de equipamento de RNM e de imagens
geradas por RNM na Figura 3.
Ondas eletromagnéticas e sonoras e sua interação com a matéria 9

Figura 3. Equipamento de RNM e imagens ponderadas em T2 do encéfalo.


Fonte: (a) Mohammad Shariati/Shutterstock.com; (b) MriMan/Shutterstock.com.

Os núcleos de hidrogênio presentes em nosso corpo são utilizados para


a aquisição de imagens de RNM na aplicação clínica, devido a três fatores
principais:

„„ a simplicidade da composição do seu núcleo (1p + 1n), que lhe confere


o maior momento magnético;
„„ sua abundância no corpo humano (principalmente se considerarmos
que nosso corpo é composto por cerca de 70% de água);
„„ a associação de patologias com a presença de diferentes imagens do
hidrogênio no tecido patológico e no tecido normal.

Os núcleos de H possuem uma frequência de precessão quando submetidos


a um campo magnético de 1,5 T de 63,87 MHz — frequência utilizada nos
pulsos de RF para que ocorra o fenômeno da ressonância.
Conforme descrevem Chen, Pope e Ott (2012), ao colocar o paciente em um
equipamento de RNM, os núcleos de hidrogênio orientados randomicamente
se alinham com o campo magnético estático. A fim de detectar um sinal, um
pulso de RF perturbador é transitoriamente aplicado ao paciente, resultando
em uma alteração do alinhamento desses núcleos. Logo após o pulso ser
cessado, o próton de hidrogênio retorna ao seu estado de alinhamento com o
campo magnético, emitindo sinal de rádio.

elm =
explic
melhor
copiado de
hewitt
Fisica
Coneitual
IMAGEM POR RESSONÂNCIA MAGNÉTICA

imagem por ressonância magnética (JMR ou MRI, de mng11etic resonnnce imnging) é um procedimento não invasivo que

A utiliza eletroímãs poderosíssimos e ondas de rádio a fim de obter imagens de alta resolução de tecidos internos do corpo.
Bobinas superconduroras produLem um campo magnético, com intensidade mais de 60.000 vezes maior que a do campo
magnético da Terra, usado para alinhar os prótons dos átomos de hidrogênio que existem no corpo do paciente.

Assim como os elétrons, os prótons têm uma propriedade de "spin" e se alinharão com um campo magnético aplicado.
Diferentemente da agulha de uma bússola, que se alinha com o campo magnético da Terra, o eixo do próton bamboleia em torno
do campo aplicado. Os prótons "bamboleantes" são atingidos por uma rajada de ondas de rádio, sintonizadas para empurrar
lateralmente o eixo do spin do próton perpendicularmente ao campo magnético aplicado. Quando as ondas de rádio passam e os
prótons rapidamente retornam ao seu bamboleio habitual, eles emitem ténues sinais eletromagnéticos com frequências que
dependem ligeiramente do ambiente químico no qual os prórons se encontram . Os sinais são captados por sensores e, quando
analisados por um computador, revelam a densidade variável dos átomos de hidrogénio no corpo e suas interações com o tecido
circundante. As imagens distinguem claramente os fluidos dos ossos. A ressonância magnética não usa radiação ioniante para
produzir imagens. É interessante observar que a técnica de IMR foi inicialmente chamada de NMR (nuclenr mngnetic resonnnu,
ressonância magnética nuclear), porque os núcleos de hidrogênio entram em ressonância com os campos aplicados. Por causa da
fob ia do público com qualquer coisa "nuclear", os aparelhos sáo agora chamados de IMR ou MRI. Diga a seus amigos fóbicos que
cada átomo em seus corpos comém um núcleo!
10 Ondas eletromagnéticas e sonoras e sua interação com a matéria

Os aparelhos de ressonância magnética têm, em sua grande maioria, 1,5 até 3,0 T de
campo magnético. Esse é um campo magnético bastante forte — para você ter uma
ideia, esses valores correspondem, respectivamente, a 15.000 e 30.000 vezes a força
do campo gravitacional da Terra.
magnético

Interação das ondas com os tecidos

Ondas sonoras
Como vimos anteriormente, ondas sonoras são ondas mecânicas longitudinais
que podem se propagar em meios sólidos, líquidos e gasosos. Qualquer som
é resultado da propagação de ações mecânicas através de um meio material,
carregando energia na matéria; não há fluxo de partículas no meio, mas osci-
lações das partículas em torno de um ponto de repouso.
Na interação da onda sonora com o ouvido humano, o pulso de compressão
e descompressão do ar chega até o tímpano, provocando um deslocamento
dessa membrana. Esse deslocamento é transmitido pelos ossículos do ouvido
até o forame oval, onde o estribo está conectado à cóclea. O movimento do
estribo junto à janela oval provoca um movimento na linfa presente dentro da
cóclea, fazendo movimentar os microscópicos cílios sensitivos presentes nos
canais da cóclea. Esses cílios então transformam esse movimento em impulso
nervoso através do nervo auditivo, indo até a área responsável pela audição.
As propriedades da onda sonora estão relacionadas, principalmente, a sua
fonte e ao meio de propagação. Quanto ao meio em que a onda se propaga, a
onda se comportará de maneira diferente dependendo da pressão, da densidade,
da temperatura e da mobilidade da parte. Havendo a interação com um meio
heterogêneo, algumas situações devem correr nas interfaces do material, são
elas: refração, reflexão, atenuação, difração e interferência, e espelhamento.
Uma das características importantes do meio é a impedância acústica.
A impedância acústica está relacionada com a resistência ou a dificuldade
apresentada pelo meio à passagem do som. Ela corresponde ao produto da
densidade do material pela velocidade que o som se propaga no seu interior.
Quanto maior a diferença de impedância acústica nas interfaces dos tecidos,
maior será a intensidade de reflexão da onda sonora no corpo humano.
Ondas eletromagnéticas e sonoras e sua interação com a matéria 11

Interfaces são os limites entre os meios de diferentes impedâncias — por


exemplo o limite entre a gordura e a musculatura. Acompanhe no Quadro 1
as diferentes velocidades de propagação do som de acordo com os diferentes
meios biológicos.

Quadro 1. Velocidades de propagação do som nos diferentes meios biológicos

Meio biológico Velocidade de propagação do som (m/s)

Pulmões 300 a 1.000

Gordura 1.400

Tecido mole 1.540

Osso 2.000 a 4.000

Fonte: Adaptado de Levitov, Dallas e Slonim (2013).

Devido às baixas frequências e ao tipo de onda, o som não provoca efeitos


nocivos no corpo humano.

Pulsos de radiofrequência da ressonância magnética


Os pulsos de RF utilizados na RNM transmitem energia ao corpo do paciente,
que é transformada em calor no tecido devido às perdas resistivas durante a
interação com as células teciduais. Portanto, o efeito biológico mais associado
à RF estão associados aos aspectos termogênicos do campo eletromagnético.
A dose de RF absorvida pelo corpo é medida pela taxa de absorção espe-
cífica (SAR, do inglês, specific absorption rate), uma grandeza que mede a
quantidade de energia de RF depositada por unidade de massa do corpo do
paciente. Sua unidade é W/kg.
Os equipamentos de RNM possuem dispositivos que controlam a exposição
do paciente à RF a partir do peso de cada indivíduo e dos limites de SAR
estabelecidos pelas normas internacionais. Eles atuam bloqueando parâmetros
de aquisição que excedam os limiares de conforto do paciente.
12 Ondas eletromagnéticas e sonoras e sua interação com a matéria

A seguir seguem alguns cuidados que devem ser tomados durante o exame
de RNM.

„„ Orientar o paciente para trocar sua roupa pelo avental com tecido natural
(algodão).
„„ Informar ao equipamento o valor correto da massa corporal (kg) e da
idade do paciente.
„„ Não cobrir muito o paciente.
„„ Não fazer uso de materiais plásticos para envolver o paciente.
„„ Não iniciar o exame em pacientes molhados, suados ou com fralda
urinada.
„„ Não posicionar o paciente com os pés ou mãos cruzadas, nem em
contato direto pele com pele, evitando efeito de antena, que pode causar
queimaduras e choques nos locais de contato.
„„ Manter contato permanente com o paciente durante o exame.

BAUER, W.; WESTFALL, G. D.; DIAS, H. Física para universitários. Porto Alegre: AMGH,
2012. v. 4.
CHEN, M. Y. M.; POPE, T. L.; OTT, D. J. Radiologia básica. Porto Alegre: AMGH, 2012. (Série
Lange).
HEWITT, P. G. Fundamentos de física conceitual. Porto Alegre: Bookman, 2009.
LEVITOV, A. B.; DALLAS, A. P.; SLONIM, A. D. Ultrassonografia à beira do leito na medicina
clínica. Porto Alegre: AMGH, 2013.
_2.1_ Dica do professor
A classificação das radiações eletromagnéticas, principalmente a luz, foi alvo de discussão acirrada
na história da ciência. Isso se deve ao fato de a luz (principal onda eletromagnética estudada), em
alguns experimentos, comportar-se como onda e, em outros momentos, comportar-se como
partícula. A esse comportamento foi dado o nome de dualístico.

Pensando nisso, nesta Dica do Professor, você verá um breve histórico sobre essa discussão, os
experimentos que levaram a diferentes conclusões, bem como o conceito atualmente aceito pela
ciência.

Acompanhe a seguir.
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5 min

[VIDEO TRANSCRIPT] 2.1 DUALIDADE ONDA-PARTÍCULA


Vamos conversar sobre o comportamento onda - partícula das radiações
eletromagnéticas.
O espectro eletromagnético é composto por todas as radiações eletromagnéticas.
Para explicar o comportamento desse espectro, a definição da radiação
eletromagnética como uma onda seria de melhor entendimento.

Contudo, na história houve uma grande discussão no final do século XVII se a


luz era uma onda ou era uma partícula. Essa discussão estava encabeçada por
dois cientistas na época: Christiaan Huygens, um físico matemático holandês,
dizia que a luz se comportava como uma onda (Teoria Ondulatória da Luz); e
Isaac Newton defendia que a luz era uma partícula (Teoria Corpuscular da
Luz). Nesse embate prevaleceu a tese de Newton, muito em decorrência do
renome de Newton.
Porém, em 1801, Thomas
Young, um cientista
inglês, desenvolveu um
experimento que era
capaz de diferenciar a
natureza da luz, o
Experimento da Fenda
Dupla: uma fonte de luz
era colocada a uma
grande distância de uma
placa com duas fendas
separadas por uma
pequena distância e do
outro lado dessa placa com fendas, do lado oposto à fonte de luz, foi
colocado um anteparo para observar como se comportava o feixe de luz após
passar pelas fendas. De cada fenda, emergiu um feixe de luz, originando dois
feixes de luz que, acabaram por interferir um com o outro, resultando um
padrão de interferência no anteparo, com áreas de luz e áreas de escuridão
intercaladas. (luz-escuro-luz-escuro...). Ele concluiu então que a luz tem um
comportamento de onda, porque as interferências construtivas ou destrutivas
só poderiam ser explicadas se a luz for uma onda. Passou-se então a acreditar
que a luz era uma onda.

Entretanto, Heinrich Hertz, em


1887, descobriu o Efeito
Fotoelétrico, que é observado
quando determinadas frequências
de luz visível ao incidir sobre
uma placa de metal, acaba
retirando, provocando a ejeção de
elétrons dessa placa. Esse
comportamento não poderia ser
explicado se a luz fosse uma
onda; então, passou-se a defender
novamente que a luz era uma
partícula.

Em 1905, Albert Einstein propôs que a luz poderia ter os dois comportamentos,
de onda e de partícula (Comportamento Dualístico Onda-Partícula). A luz se
comportaria como onda em algumas situações e como partículas em outras
situações. Ele definiu que essas partículas seriam pequenos pacotes de
energia, denominados hoje de fótons. Essa definição é aceita até hoje.

Em 1924, o cientista Louis de Broglie, físico, foi mais longe ainda. Além de
confirmar a teoria de Einstein, ele sugere algo mais extraordinário: ele
afirma que não só a luz tem comportamento dual onda-partícula, como também
toda partícula tem comportamento de onda. Dessa forma, podemos pensar que
tudo, as partículas, sejam elétrons, átomos, metais, uma cadeira, eu, você...
Tudo na natureza tem um comportamento de onda e de partícula!
_2.1_ Exercícios
elm = iguais aos exerc Conteudo do Livro
(verifiquei na bib virtual)

1) As ondas sonoras apresentam um comportamento diferente em cada meio em que se


deslocam. Isso acontece porque elas são ondas mecânicas, ou seja, necessitam de um meio
para propagação.

Dessa forma, aponte em qual material o som se deslocará com maior velocidade.

A) Água.

B) Ar.

C) Osso.

D) Sangue.

E) Gordura.
2) Onda é uma oscilação ou perturbação que se propaga no espaço carregando apenas energia,
sem carregar matéria.

Nesse contexto, qual é a relação entre a frequência e o comprimento de onda sonora?

A) A frequência é diretamente proporcional ao comprimento de onda.

B) A frequência é inversamente proporcional ao comprimento de onda.

C) O comprimento de onda não se relaciona com a frequência.

D) Na onda sonora, a frequência é constante.

E) Na onda sonora, o comprimento de onda é constante.


3) Ondas eletromagnéticas podem ser categorizadas e organizadas de acordo com o
comprimento de onda e a frequência. Essa organização é denominada espectro
eletromagnético.

Dentro das radiações do espectro eletromagnético, aponte a alternativa que melhor


descreve a relação entre energia, velocidade, comprimento de onda e frequência.

A) A energia aumenta conforme aumenta a velocidade de propagação da radiação


eletromagnética.

B) A energia diminui conforme aumenta a velocidade de propagação da radiação


eletromagnética.

C) O aumento da frequência reduz o comprimento de onda e aumenta a energia transmitida pela


radiação eletromagnética.

D) O aumento do comprimento de onda e da frequência aumenta a energia transmitida pela


radiação eletromagnética.

E) A diminuição da frequência diminui a velocidade e aumenta a energia transmitida pela


radiação eletromagnética.
4) Atualmente, os equipamentos de ressonância magnética mais utilizados são os que
apresentam campo magnético de 1,5T. Eles trabalham com pulsos de radiofrequência com
frequência aproximada de 63,87MHz.

Diante disso, em qual elemento essa onda de rádio provoca o fenômeno de ressonância?

A) Carbono.

B) Oxigênio.

C) Hidrogênio.

D) Nitrogênio.

E) Ferro.
5) A ressonância magnética foi um dos mais recentes métodos de diagnóstico por imagem
desenvolvidos. O fenômeno da ressonância acontece com determinados elementos quando
inseridos em um forte campo magnético e submetidos a ondas de rádio com frequências
específicas para transferir energia para esses elementos.

Em relação aos riscos do exame de ressonância magnética, aponte a alternativa correta:

A) Os riscos são somente relacionados ao forte campo magnético.

B) Os pulsos de radiofrequência podem causar queimaduras graves.

C) As ondas de rádio apresentam uma frequência próxima do raio X, por isso, são também
ionizantes.

D) A melhor forma de proteção é reduzindo o tempo de exposição ao pulso de radiofrequência.

E) Não existe risco algum para o paciente nos exames de ressonância magnética.
_2.1_ Na prática
As radiações eletromagnéticas são muito importantes no cotidiano das pessoas e na medicina.
Contudo, seu uso e aplicação não podem ser indiscriminados e realizados sem os devidos estudos e
cuidados. Durante os exames de ressonância magnética, por exemplo, vários são os riscos
presentes, dentre eles, o forte campo magnético e o uso de ondas de radiofrequência que podem
interagir com o paciente e causar queimaduras, tonturas e hipertermia.

A seguir, Na Prática, veja um caso que traz a importância dos cuidados em relação às ondas de
rádio utilizadas nos exames de ressonância magnética.

EXAME DE RESSONÂNCIA MAGNÉTICA: PREVENÇÃO DE ACIDENTES

No exercício profissional do setor de ressonância magnética, é fundamental


estar atento aos procedimentos de segurança do paciente.

Em um determinado hospital, Vitor é o operador do equipamento de ressonância


magnética (RM) e Adriana é técnica de enfermagem do setor de RM.
Durante a rotina acelerada do setor de exames, a equipe da UTI trouxe uma
paciente para a realização de RM do crânio.
Após avaliação do prontuário, Adriana e Vitor constataram a presença de
eletrodos na paciente e, portanto, retiraram estes antes do início do exame.

Por que essa medida é importante?


Os pacientes internados em UTI, normalmente, estão monitorados por monitores
cardíacos e oxímetros, os quais usam eletrodos ou dispositivos que podem
gerar queimaduras devido à ação das ondas de rádio geradas pelo equipamento
de ressonância magnética.
Além disso, pacientes anestesiados, comatosos e/ou não responsivos não acusam
a sensação de dor ou queimação no momento do exame, o que pode levar a uma
lesão ainda mais grave.

Existem relatos de queimaduras de 3o. e 4o. graus causadas pela


radiofrequência emitida pelo equipamento de ressonância magnética (não
existem dados estatístcos sobre isso). Por isso, é muito importante seguir
os PROTOCOLOS DE SEGURANÇA para que isso não aconteça.

> 1 Coletar a história clínica para a pesquisa de possíveis fatores de


risco.

> 2 Trocar toda a roupa do paciente por avental adequado.

> 3 Examinar os pacientes internados para pesquisa de eletrodos, pulseiras


e outros dispositivos.

> 4 Manter contato visual com o paciente e, também, por meio do microfone e
da campainha.

> 5 Explicar ao paciente o funcionamento e as sensações que ele poderá


sentir.

> 6 Usar equipamentos de monitoramento específicos para uso em RM.


_2.1_ Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

Física do ultrassom
No vídeo a seguir, saiba mais sobre ondas ultrassônicas e compreenda o funcionamento do
aparelho de ultrassom, muito útil no diagnóstico e no tratamento de várias doenças.
https://youtu.be/UjBluExYxUU 6 min

Khan Academy Brasil Sep 25, 2015 Definição de ondas ultrassônicas e descrição do
funcionamento do aparelho de exames de imagens por meio de ultrassom, justificando o uso de
ondas sonoras de alta frequência. Titulo em inglês: Ultrasound medical imaging

Por que precisamos da dualidade onda-partícula?


A luz ora pode se comportar como uma onda, ora como partícula, apresentando uma dualidade
onda-partícula. No vídeo a seguir, saiba mais sobre os fatos e estudos do comportamento dualístico
da luz.
11 min
https://youtu.be/CgY_zBuK2Cw

Ciência Todo Dia 4.12M subscribers 5 years ago


O que é e por que precisamos de uma dualidade onda-partícula na física?

Física do som
No link a seguir, para reforçar os seus estudos, saiba mais sobre os principais conceitos do som.

http://efisica2.if.usp.br/home/ pág. internet consula online


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E CRÉDITOS DE IMAGENS
CHEN, Michael Y. M.; POPE, Thomas L.; OTT, David J. Radiologia Básica. 2. ed. Porto Alegre:
AMGH, 2012.
HEWITT, Paul G. Fundamentos de Física Conceitual. Porto Alegre: Bookman, 2009.
LEVITOV, Alexander B.; DALLAS, Apostolos P.; SLONIM, Anthony D. Ultrassonografia à Beira
do Leito na Medicina Clínica. Porto Alegre: AMGH, 2013.
WIKIPÉDIA. Cérebro de Albert Einstein. Flórida: Wikimedia Foundation, 2019. Disponível em:
<https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=C%C3%A9rebro_de_Albert_Einstein&oldid=55954005>
. Acesso em: 19 set. 2019.
WIKIPÉDIA. Heinrich Hertz. Flórida: Wikimedia Foundation, 2019. Disponível em: <https://
en.wikipedia.org/w/index.php?title=Heinrich_Hertz&oldid=914448848>. Acesso em: 19 set. 2019.
WIKIPÉDIA. Louis de Broglie. Flórida: Wikimedia Foundation, 2019. Disponível em: <https://
pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Louis_de_Broglie&oldid=55833508>. Acesso em: 19set. 2019.
WIKIPÉDIA. Thomas Young. Flórida: Wikimedia Foundation, 2019. Disponível em <https://
pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Thomas_Young&oldid=55902409>. Acesso em: 19 set.2019.
Banco de imagens Shutterstock.
SAGAH, 2019
Aula 2.2
1.1 - Ondas: conceito e classificação
1.2 - Período de frequência e velocidade de uma onda
2.1 - Ondas eletromagnéticas e sonoras e sua interação com a matéria
2.2 - Osciladores e o movimento harmônico simples
3.1 - Luz e óptica: definições
3.2 - Refração e reflexão
4.1 - Óptica geométrica em lentes
4.2 - Óptica geométrica em espelhos
Conteúdo Complementar (não conta p/ avaliações, mas conta p/ frequência)
__ C.1 Movimento ondulatório Unidimensional
__ C.2 Movimento ondulatório bidimensional
__ C.3 Interferência e efeito Doppler
__ C.4 Modelo ondulatório e geométrico da luz
__ C.5 Fenômeno da luz

Osciladores e o movimento harmônico simples


_2.2_
Apresentação
Talvez seja imperceptível, mas, no mundo atual, existem diversos objetos ou fenômenos que
realizam um tipo de movimento que se repete regularmente no tempo. Esses movimentos podem
ser encontrados a partir de um simples observar ao redor. Pense no movimento que a Terra realiza
em torno do Sol e de si mesma, que torna possível a contagem do tempo e das estações do ano.
Pense no vai e vem de uma criança que se diverte ao brincar em um balanço. Agora, pense nos
ponteiros de um relógio que completam ciclos que permitem acompanhar os períodos de um dia. E
no sino de uma igreja que badala, nas batidas do coração. A quantidade de objetos e fenômenos
que se movem em movimentos periódicos, bem como as aplicações que deles surgem, torna
importante conhecê-los e estudá-los.

De modo geral, é possível dizer que os movimentos oscilatórios são realizados por osciladores;
quando a periodicidade do movimento é regular e ordenada, é dito que o movimento é harmônico.
A grande maioria dos movimentos harmônicos que ocorrem na natureza é complexa; por isso, é
mais fácil estudá-los em termos de uma simplificação que ficou conhecida como movimento
harmônico simples (MHS). Embora o MHS seja uma idealização, seu estudo permitirá o
entendimento de características fundamentais e é importante para o entendimento futuro de
movimentos harmônicos que ocorrem na natureza.

Nesta Unidade de aprendizagem, você vai estudar sobre osciladores e o movimento harmônico
simples. Vai aprender a identificar esse tipo de movimento e a descrevê-lo e analisá-lo em termos
de expressões matemáticas e representação gráfica.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:


• Identificar um oscilador e um movimento harmônico simples (MHS).
• Definir as grandezas físicas relacionadas ao MHS.
• Analisar gráficos de MHS.
elm = Avaliação da aula. Ruim. Assinalada opções - Erros no conteúdo; - Precisei pesquisar
mais; - Conteúdo Livro difícil ; Exercícios com erros (qdo assinala <regular, só há opções
para assinalar)
_2.2_ Desafio
Atualmente, o desenvolvimento de softwares que permitem fazer previsões de determinado
fenômeno físico antes de testá-lo em laboratório tem sido amplo. Essa é uma estratégia que
permite economia de tempo, de trabalho e de material e que gera, consequentemente, redução de
gastos, permitindo melhor gerenciamento de recursos financeiros.

A empresa em que você trabalha foi contratada para construir um software que prevê o movimento
de sistemas massa-mola oscilatórios que oscilarão em uma situação ideal (livre de atrito). Você foi
designado para determinar quais parâmetros devem ser utilizados nesse software para que seja
possível determinar a massa que o sistema desejado deve ter para que ele oscile dentro das
especificações desejadas. O cliente informou que o sistema criado deve oscilar com frequência de
1,00Hz e amplitude de no máximo 2,00m.

Com base no exposto, qual grandeza física o programa criado precisa simular para que se chegue à
solução solicitada pelo cliente?

elm = A grandeza física a simular é a posição da massa x(t) durante o MHS, por derivação a
velocidade e aceleração são obtidas.

Padrão de resposta esperado

Para solucionar o problema, convém primeiramente escrever a expressão genérica que descreve o
deslocamento do oscilador como função do tempo:

𝑥𝑥(𝑡𝑡) = 𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴(𝜔𝜔𝑡𝑡 + 𝜑𝜑)

Como o cliente especificou a amplitude e a frequência do sistema, tem-se:

𝑥𝑥(𝑡𝑡) = 2,00𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴(2,00𝜋𝜋𝑡𝑡 + 𝜑𝜑)

Aqui, deve-se utilizar a relação: 𝜔𝜔 = 2 π f.


Considere que a constante de fase do movimento é igual a zero, resultando para a expressão da posição:

𝑥𝑥(𝑡𝑡) = 2,00𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴(2,00𝜋𝜋𝑡𝑡)

Agora que já se tem a expressão que descreverá o movimento do sistema, é preciso pensar na
expressão da força restauradora atuando sobre ele, que é:

𝐹𝐹 = 𝑘𝑘𝑥𝑥
Ou ainda:

𝑚𝑚𝑚𝑚 = 𝑘𝑘𝑥𝑥
Dessa expressão já se sabe o valor da expressão que descreve o deslocamento, e, a partir dela, é
possível conhecer a expressão para a aceleração, uma vez que:

𝑑𝑑2 𝑥𝑥(𝑡𝑡)
𝑚𝑚 =
𝑑𝑑𝑡𝑡 2
Desse modo, tem-se que

𝑚𝑚(𝑡𝑡) = −8.00𝜋𝜋 2 𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴(2𝜋𝜋𝑡𝑡)

Substitua os valores para x(t) e a(t) na expressão da força para obter:

𝑚𝑚(−8,00 𝜋𝜋 2 𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴(2𝜋𝜋𝑡𝑡)) = 𝑘𝑘(2,00 𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴(2𝜋𝜋𝑡𝑡))

Que resultará em:

1
𝑚𝑚 = − 𝑘𝑘
4𝜋𝜋 2
Assim, o programador deve ser informado de que deve ser criado um programa que simule valores
para constante de mola, de acordo com a equação descrita.
_2.2_ Infográfico
O movimento harmônio simples (MHS) é útil para descrever os fundamentos dos movimentos
oscilatórios. Porém, na natureza, raramente um oscilador realiza um movimento harmônico simples,
porque a ação de forças externas, como o atrito, dissipa continuamente a energia do oscilador.
Nesse caso diz-se que o movimento do oscilador se torna amortecido. A força do amortecimento
depende da natureza do meio circundante; por exemplo, o amortecimento não será o mesmo se
emergir um oscilador no óleo ou na água. Esse tipo de movimento encontra algumas aplicações na
vida real, como na suspensão de automóveis.

O movimento harmônico amortecido pode ser estudado a partir da descrição matemática do MHS,
como você pode ver no Infográfico a seguir.

OSCILADORES NA VIDA REAL: AS FORÇAS RESISTIVAS

No mundo real, raramente as oscilações seguem o Movimento Harmônico Simples


(MHS), porque elas são sujeitas à ação de forças resistivas (atrito,
viscosidade e arrasto).

Essas forças dissipam energia e promovem queda na amplitude ao longo do


tempos, impedindo que a oscilação continue indefinidamente. Nesse caso, o
movimento é amortecido até desaparecer completamente.

Veja o efeito dessa força no MHS:

Uma massa M, presa a uma mola,


oscila apenas por um curto tempo
quando está sob ação de uma força
resistiva.
Considerando que essa força seja
resultado da imersão da massa em
um fluido viscoso, o fluido exerce
sobre o sistema uma força de
arrasto que elimina rapidamente o
movimento.

O movimento seria mais duradouro se o sistema estivesse oscilando no ar;


embora o ar também exerça força de arrasto sobre o sistema, ela impõe menor
impacto ao movimento.

Quando forças resistivas entram em ação, um termo referente à sua ação é


adicionado na equação do MHS.
Para o caso do sistema massa-mola representado:

Nas equações:
F = força restauradora do movimento
k = constante da mola
x = deslocamento a partir da posição de equilíbrio.
b dx/dt = módulo da força viscosa de amortecimento do movimento
dx/dt = velocidade v
b = constante de amortecimento.

Na solução dessas equações, surge uma grandeza importante, ω0 ,


a frequência natural das oscilações.

Na comparação dos gráficos do


movimento harmônico com e sem
amortecimento, fica claro que quando
forças resistivas atuam no sistema
oscilatório, ocorre decaimento
exponencial da amplitude ao longo do
tempo.
Esse efeito é o mais pronunciado para
meios mais viscosos.

Tipos de amortecimento

Os sistemas oscilatórios estão sujeitos a três possibilidades de


amortecimento:

SUBAMORTECIMENTO
b < 2*(k*m)^0,5
A constante de amortecimento b
é menor que o valor crítico.
Há oscilação e o decaimento da
amplitude da oscilação é lento.

AMORTECIMENTO CRÍTICO
b = 2*(k*m)^0,5
A constante de amortecimento b
é igual ao valor crítico.
Não há oscilação, corpo retorna
à posição de equilíbrio sem
oscilar.

SUPERAMORTECIMENTO
b > 2*(k*m)^0,5
A constante de amortecimento b
é maior que o valor crítico.
Não há oscilação, corpo
retorna à posição de
equilíbrio de maneira mais
lenta (decaimento
exponencial).
_2.2_ Conteúdo do livro
Osciladores são entes cujo movimento oscilatório apresenta periodicidade ao longo do tempo em
torno de uma posição de equilíbrio. Se essa periodicidade ocorrer de forma ordenada e regular, diz-
se que o ente realiza um movimento harmônico. De modo geral, os movimentos harmônicos são
complexos, porém podem ser analisados em termos de um tipo de movimento ideal, denominado
movimento harmônico simples. O MHS raramente ocorre na natureza, porém sua abordagem teórica
permite definir conceitos fundamentais associados aos fenômenos oscilatórios, que são muitos
comuns na natureza e utilizados em aplicações que vão desde um relógio de pêndulo ao reforço em
edificações para que se tornem resistentes a intempéries da natureza, como tufões e terremotos.

Na obra Oscilações, ondas e mecânica dos fluidos, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, leia
o capítulo Osciladores e o movimento harmônico simples, no qual você irá aprender a identificar o
movimento harmônico e a descrever matematicamente seus elementos e a sua representação
gráfica.

Boa leitura.
IPREFÁCIOI
O estudo dos fenômenos de oscilações, dos diferentes tipos de ondas
e seus elementos, além da introdução à mecânica de fluidos, ajuda a
compreender importantes fenômenos presentes nas engenharias e
em suas aplicações no dia a dia.
Oscilações são percebidas em movimentos harmônicos, como a
marcação do tempo, ou em esportes radicais, como o bungeejumping.
Deste modo, estamos imersos em ondas de instrumentos do nosso
cotidiano, como o rádio e a televisão, e expostos à luz do sol e às
ondas sonoras. Além destas, podemos citar diversos exemplos de
ondas mecânicas. A mecânica dos fluidos, por sua vez, é apresentada
em aplicações como turbinas e o escoamento de ar em aeronaves.
Esta obra tem por objetivo apresentar conteúdos de oscilações,
ondas e mecânica dos fluidos, descrevendo matematicamente os
principais fenômenos e identificando exemplos do cotidiano.

Lizandro de Souza Oliveira

SUMÁRIO

Ondas............................................................................................................. 13
Midilane Sena Medina
Tipos de ondas e suas classificações .............................................................................................. 14
Ondas e seus elementos ....................................................................................................................... 17
Exemplos de ondas no cotidiano .................................................................................................... 29

Osciladores e o movimento harmônico simples ............................33


Midilane Sena Medina
Definição .......................................................................................................................................................... 34
Grandezas físicas relacionadas ao MHS ........................................................................................ 38
Análise de gráficos de MHS .................................................................................................................. 46

Movimento harmônico simp les: sistema massa-mola ................ 51


Everton Coelho de Medeiros
Movimento harmônico simples ........................................................................................................ 52
Sistema massa-mola ................................................................................................................................. 58

Movimento pendular ............................................................................... 63


Everton Coelho de Medeiros
Dinâmica do movimento pendular ................................................................................................ 63
Período e frequência do pêndulo....................................................................................................66
Cinética do movimento pendular ...................................................................................................69

Energia em MHS ........................................................................................73


Everton Coelho de Medeiros
Energia mecânica no MHS .................................................................................................................... 73
Conservação de energia ........................................................................................................................ 78
Tipos de energia ..........................................................................................................................................80
Osci lações forçadas e amortecidas ..................................................... 85
Ricardo Lauxen
Oscilações amortecidas e não amortecidas ..............................................................................86
Ação de forças externas .........................................................................................................................99
Ressonância ..................................................................................................................................................101

Movimento ondulatório unidimensional ...................................... 105


Ricardo Lauxen
Tipos de ondas ......................................................................................................................................... 105
Descrição matemática das ondas .................................................................................................. 11 4
Reflexão de ondas....................................................................................................................................121

Princípio da superposição e ondas estacionárias ........................ 125


Everton Coelho de Medeiros
Superposição de ondas ....................................................................................................................... 125
Ondas estacionárias ................................................................................................................................129
Fenômenos em ondas ..........................................................................................................................131

Som: ondas longitudi nais de pressão .............................................. 135


Everton Coelho de Medeiros
Oqueéosom? ..........................................................................................................................................135
Velocidade do som .................................................................................................................................. 141
Aplicações práticas ................................................................................................................................. 144

Intensidade sonora ................................................................................. 14 7


Everton Coelho de Medeiros
Intensidade do som ................................................................................................................................147
Escala logarítmica (dB) ..........................................................................................................................151
Intensidade relativa e alcance dinâmico ...................................................................................155

1nterferência e efeito Doppler ............................................................ 157


Everton Coelho de Medeiros
Interferência.................................................................................................................................................157
Efeito Doppler............................................................................................................................................ 162
Aplicações práticas: cones de Mach ............................................................................................ 166

Acústica: ressonância e tubos ............................................................ 169


Ricardo Lauxen
Som e estados estacionários............................................................................................................. 170
Tubos abertos e semiabertos............................................................................................................ 176
Ressonância .................................................................................................................................................. 181

Introdução à mecâ nica dos fluid os ................................................... 187


M idilane Sena M edina
Definição ....................................................................................................................................................... 188
Pressão de fluidos em repouso ....................................................................................................... 193
Escoamento de fluidos a partir de um modelo de fluido ideal.................................. 197
Hidrostática: co nceitos fundamentais e Lei de Stevin .............. 205
Everton Coelho de Medeiros
Definição de fluido ................................................................................................................................. 206
Pressão em fluidos .................................................................................................................................. 208
Lei de Stevin ................................................................................................................................................ 208
Lei de Pascal................................................................................................................................................. 215

Eq uação da co ntinuidade e a equação d e Bernoull i. ................. 219


Midilane Sena Medina
Definição das variáveis da hidrodinâmica usadas nos
problemas físicos de interesse ................................................................................................... 220
Conceitos das equações da continuidade e de Bernoulli
para resolver problemas de hidrodinâmica ...................................................................... 225
Relação entre as variáveis da hidrodinâmica ......................................................................... 2 31

Em puxo d inâmico e viscosidade ...................................................... 237


Everton Coelho de Medeiros
Empuxo.......................................................................................................................................................... 238
Empuxo dinâmico ................................................................................................................................... 242
Viscosidade .................................................................................................................................................. 244
Osciladores e o movimento
harmônico simples
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

„„ Identificar um oscilador e um movimento harmônico simples (MHS).


„„ Definir as grandezas físicas relacionadas ao MHS.
„„ Analisar gráficos de MHS.

Introdução
Uma bola que quica no chão, um pêndulo que se movimenta para a frente
e para trás, um sino que badala em um movimento vai e vem ou uma mola
comprimida descrevem um tipo especial de movimento, conhecido como
movimento oscilante. Nesse movimento, uma partícula unitária ou um
conjunto de partículas se movem para a frente e para trás, processo em que
se considera que a partícula volta ao seu estado inicial após determinado
período e pode ser descrito em termo das forças que atuam sobre uma
partícula do sistema. Assim, o estado inicial do sistema é aquele em que as
forças que atuam sobre a partícula estão em equilíbrio. Esse movimento
característico das oscilações é classificado como movimento periódico,
executado pelos sistemas chamados de osciladores e que tem um tipo
muito especial: o movimento harmônico simples (MHS), o qual ocorre
quando a força líquida que atua sobre uma partícula, também conhecida
como força restauradora, é diretamente proporcional ao deslocamento da
partícula a partir da sua posição de equilíbrio.
Neste capítulo, você estudará sobre osciladores e o MHS. Na verdade,
o MHS é uma idealização que só pode ser aplicada quando algumas ca-
racterísticas presentes em sistemas físicos reais são negligenciadas. Apesar
disso, é considerado uma aproximação suficientemente adequada para
o estudo de movimentos periódicos. Alguns sistemas físicos que podem
ser estudados em termos do MHS incluem a suspensão de automóveis,
2 Osciladores e o movimento harmônico simples

o balanço de uma criança, as cordas de instrumentos musicais e, mais


importante, as ondas sonoras e alguns circuitos elétricos.

1 Definição
Movimentos que se repetem regularmente no tempo são chamados de movi-
mentos oscilatórios, executados por aquilo que damos o nome de oscilador.
Na natureza, é possível encontrar dezenas de exemplos de movimentos os-
cilatórios (como visto na Figura 1a), já que muitas ações e movimentos são
repetitivos — uma cadeira de balanço, um satélite que orbita a terra, um peso
preso a uma mola, o movimento de um pêndulo, assim como as vibrações de
um diapasão, as batidas do coração, as oscilações neurais e os movimentos
financeiros.
Um sistema, como o pêndulo representado na Figura 1b, em repouso está
em posição de equilíbrio, o que implica que, neste ponto, nenhuma força ex-
terna está agindo sobre ele. Portanto, nessa condição, a força líquida atuando
sobre o sistema é nula. Agora, se uma força externa agir, fazendo com que o
sistema sofra um pequeno deslocamento da sua posição de equilíbrio, uma
força atuará para tentar trazê-lo de volta ao seu ponto fixo (Figura 1b). A força
que atua para trazer o sistema de volta ao seu equilíbrio recebe o nome de
força restauradora, responsável pelo surgimento do movimento oscilatório.
Uma das maneiras mais fáceis de identificar um movimento oscilatório se
dá a partir de um gráfico que identifique seu estado físico, por exemplo, sua
posição, em função do tempo. Na Figura 2a, podemos observar um gráfico de
uma função que descreve uma oscilação simples, no qual a variável indepen-
dente no eixo horizontal caracteriza o sistema. Desse modo, esse gráfico mostra
que, à medida que o tempo avança, a quantidade que varia no eixo vertical
circula pelos mesmos valores em um padrão previsível e repetitivo (veja a área
destacada na Figura 2a). Assim, ao olhar o gráfico, podemos identificar que
ele apresenta um padrão repetitivo, caracterizando um movimento periódico
e, consequentemente, um oscilador.
Osciladores e o movimento harmônico simples 3

(a)

(b)

Direção da força
restauradora

Posição de
equilíbrio
Figura 1. (a) Exemplo de entes que realizam movimentos periódicos. (b) Esquema
simplificado do movimento do pêndulo periódico de um pêndulo deslocado de sua
posição de equilíbrio e da força restauradora que atua para trazer o pêndulo de volta
à posição de equilíbrio, dando origem ao movimento oscilatório.
Fonte: (a) Irik Bik/Shutterstock.com, ktsdesign/Shutterstock, 3Dsculptor/Shutterstock, Fouad A.
Saad/Shutterstock.
4 Osciladores e o movimento harmônico simples

Nem todas as oscilações são simples, como a representada na Figura 1a,


já que, de fato, a maioria daquelas que ocorrem no mundo real é mais com-
plexa. No gráfico da Figura 1b, há a exemplificação do movimento periódico
de um ente que descreve um tipo mais complexo de oscilação. Apesar de
sua complexidade e de não conhecermos o ente que realiza o movimento, a
partir da análise gráfica é possível inferir que o ente realiza um movimento
oscilatório, visto que a oscilação da variável dependente ao longo do tempo
se repete após um período previsível (veja a área destacada na Figura 1b).
Assim, podemos claramente identificar uma oscilação a partir da observa-
ção de padrões repetitivos em gráficos que descrevem uma variável física do
sistema como função do tempo. Como você verá adiante, existe uma classe
de funções cujos gráficos exibem padrões de repetição, conhecidas como
funções periódicas e que são as mais adequadas para descrever movimentos
oscilatórios, em termos de sua posição, velocidade e aceleração em função
do tempo. Ainda, possibilitará determinar grandezas físicas inerentes ao
movimento oscilatório, como amplitude, frequência e período.
Aqui, definimos o movimento oscilatório como qualquer movimento
periódico que se repete em torno de uma posição de equilíbrio (TIPLER;
MOSCA, 2006). Apesar da complexidade apresentada por alguns movimentos
periódicos, todos podem ser analisados em termos de oscilações simples,
como visto na Figura 2a. Esse tipo de movimento periódico é denominado
movimento harmônico simples (MHS), e um sistema que oscila com o MHS
denomina-se oscilador harmônico.
O MHS é definido como o movimento realizado por um ente físico cuja
aceleração e, por consequência, a força resultante atuante são proporcionais
e atuam na direção oposta ao deslocamento sofrido pelo sistema.
Como já citado, esse sistema pode ser um pêndulo, uma massa presa a uma
mola ou qualquer objeto que, sob ação de uma força externa, consiga oscilar em
torno de um ponto fixo, tendendo sempre a voltar ao seu ponto de equilíbrio.
Além disso, outros fenômenos mais complexos podem ser aproximados e
estudados em termos do MHS.
Osciladores e o movimento harmônico simples 5

Figura 2. Exemplos de gráficos de funções que des-


crevem o movimento periódico simples (a) e complexo
(b). Nas duas figuras, a área pontilhada destaca ciclos
completos que se repetem ao longo do tempo.

A partir do que apresentamos, é possível identificar qualitativamente o


movimento periódico realizado por um oscilador e o MHS, tanto em termos
de definições quanto pela análise gráfica de uma função que descreva uma
variável do sistema oscilante como função do tempo. Agora, é importante
estudar esses sistemas em termos das funções periódicas que os descrevem,
as quais possibilitarão descrever as grandezas físicas que caracterizam os
movimentos periódicos, em particular o MHS. Assim, poderemos realizar
não apenas uma análise qualitativa, mas também quantificar os sistemas a
partir das grandezas físicas que os caracterizam.
6 Osciladores e o movimento harmônico simples

2 Grandezas físicas relacionadas ao MHS


Segundo a primeira lei de Newton, um objeto que se move para a frente e
para trás está experimentando a ação de uma força — na ausência dessa força,
o objeto se moverá para a frente em linha reta a uma velocidade constante.
A quantidade de vezes que o objeto oscila em determinado período define
uma grandeza física denominada frequência ( f ) de oscilação. Já a repetição
completa desse movimento é chamada de ciclo, e a duração de cada ciclo
denomina-se período (T). Ainda, o deslocamento máximo a partir da sua
posição de equilíbrio é chamado de amplitude (A).
Como mencionado, os sistemas oscilatórios podem ser entendidos a partir
do estudo do oscilador harmônico simples e um objeto exibe um MHS quando
a força resultante que atua sobre ele é proporcional ao seu deslocamento a
partir de um ponto de equilíbrio. Considere agora um oscilador, que pode
ser uma partícula presa a uma mola, perturbada da sua posição de equilíbrio
e que está sujeita a uma força restauradora diretamente proporcional ao seu
deslocamento. Tendo em conta que essa mola obedece à lei de Hooke, que
prediz que, para deslocamentos suficientemente pequenos, a força restau-
radora é proporcional ao deslocamento — alongamento ou compressão —
da posição de equilíbrio (Figura 3), infere-se que esse sistema realiza um MHS
(BAUER; WESTFALL; DIAS, 2012). Assim, podemos iniciar a descrição
matemática do MHS a partir do conhecimento da relação matemática entre
força e deslocamento, como visto a seguir.
Matematicamente, a lei de Hooke descreve a relação entre a força (F) e o
deslocamento (x) como:

F = –kx

Nessa equação, a constante de força k é uma medida da rigidez da mola.


A variável x é escolhida igual a zero na posição de equilíbrio, positiva para o
alongamento e negativa para a compressão. O sinal negativo reflete a natureza
restauradora da força, uma vez que ela sempre atua no sentido oposto ao do
deslocamento.
Osciladores e o movimento harmônico simples 7

Agora, observe a configuração apresentada na Figura 3, em que um bloco


de massa m é preso a uma mola verticalmente suspenso na direção x. Nessa
configuração, quando o bloco está em repouso, há um equilíbrio entre a força
da gravidade, que aponta na direção negativa de x e a força da mola, que aponta
na direção positiva de x.

Figura 3. Mola não carregada e seu movimento oscilatório


para cima e para baixo após ser carregada com uma massa
e liberada para se movimentar.

Ao ser perturbado da sua posição de equilíbrio, a equação do movimento


pode ser encontrada aplicando-se a segunda lei de Newton (F = ma) para a
força restauradora atuante sobre o sistema (F = –kx). Assim, encontramos que:

F = ma = –kx

onde a é a aceleração do corpo em movimento. Nesse ponto, é importante


relembrar que a aceleração de um corpo qualquer é escrita em termos da
derivada de segunda ordem da posição em função em tempo, como segue:
8 Osciladores e o movimento harmônico simples

Assim, é possível reescrever a equação para a força da seguinte maneira:

Tal equação é uma equação diferencial linear de segunda ordem. Por


enquanto, você não precisa se preocupar com a sua resolução, e sim apenas
em usar a sua solução, que, neste caso, fornecerá a equação que descreve o
deslocamento do ente que realiza o MHS em função do tempo. A solução
dessa equação tem uma forma senoidal no tempo dada por (HALLIDAY;
RESNICK; WALKER, 2016):

x(t) = Acos(ωt + φ)

onde a constante A representa a amplitude do movimento, ω frequência


angular e φ a constante de fase, grandezas que descrevem o MHS e que serão
definidas de modo a compreender a sua influência no movimento periódico.

„„ Amplitude: deslocamento máximo a partir da sua posição de equilíbrio.


No exemplo estudado, a amplitude do movimento realizado pelo sistema
varia entre os limites ±x (HEWITT, 2009).
„„ Frequência: quantidade de vezes que o sistema oscila em determinado
período (HEWITT, 2009).
„„ Frequência angular: taxa de variação de um ângulo com o tempo
(HEWITT, 2009).
„„ Período: a repetição completa do movimento é chamada de ciclo, e a
duração de cada ciclo de período (HEWITT, 2009).
„„ Constante de fase: determina a condição inicial do movimento
(HEWITT, 2009; LALIC, 2011).

Mais adiante, será apresentada a descrição gráfica do MHS em termos


dessas grandezas, quando ficarão mais claras as relações existentes entre
elas. Por agora, elas serão descritas em termos das suas relações matemáticas.
Em um movimento oscilatório, frequência e período são grandezas recí-
procas, isto é:
Osciladores e o movimento harmônico simples 9

Lembre-se de que a quantidade de vezes que o ente oscila determina a


frequência ( f ), das oscilações e que a duração de cada ciclo determina o
período (T). Para o caso da frequência angular, tem-se a seguinte relação:

A unidade no sistema internacional (SI) para a frequência é o inverso


do segundo (s–1) e, para a frequência angular, o radiano por segundo (rad/s).
Como a amplitude do movimento descreve os deslocamentos que o ente
realiza a partir de sua posição de equilíbrio, fica fácil inferir que a sua unidade
de medida no SI é dada em metros (m).
No MHS, frequência e período são independentes da amplitude. Por exem-
plo, ao tocar uma corda de um instrumento musical independentemente da
força aplicada na geração do movimento, ela oscilará com a mesma frequência.
Ainda, o período sofre influência da rigidez do sistema, ou seja, para uma mola
com alta constante , por exemplo, o oscilará com menor período. O período
depende também da massa do sistema oscilante, no sentido de que, quanto
maior a massa, maior será o período de oscilação.

Velocidade e aceleração no MHS


No MHS, a velocidade muda constantemente, oscilando da mesma maneira
que o deslocamento. Quando o deslocamento é máximo, a velocidade é zero;
do mesmo modo, quando a velocidade é máxima, o deslocamento é zero.
A velocidade do MHS é dada por:

Assim,

v(t) = –Aωsen(ωt + φ)

Nesta equação, a grandeza Aω é a amplitude da velocidade, ou seja, o ente


oscilará entre ±Aω.
10 Osciladores e o movimento harmônico simples

Já a aceleração do MHS será dada por:

Assim,

a(t) = –Aω2cos(ωt + φ) = –ω2 x(t)

Nesta equação, a grandeza Aω2 corresponde à amplitude da aceleração, ou


seja, a aceleração do movimento oscilatório deverá oscilar entre ±Aω.
A aceleração também oscila no MHS: se você considerar o movimento
da massa suspensa em mola (Figura 3), quando o deslocamento for zero,
a aceleração também será zero, em virtude da ausência da força restauradora.
Quando o deslocamento é máximo, a aceleração também é máxima, já que a
mola aplica força máxima; a força aplicada pela mola está na direção oposta
ao movimento.

Um bloco de 6,00 kg é colocado em uma superfície sem atrito e fixado em uma mola
com uma constante k = 35,0 N/m presa a uma parede. Em determinado instante,
o bloco é afetado por uma força externa que faz com que ele oscile a partir da sua
posição de equilíbrio (x = 0,00) entre ±0,02 m. Determine as equações que descrevem
o deslocamento do bloco sabendo que seu período de oscilação é de 1,57 s.

Solução:
Sabendo que a equação para posição do MHS como função do tempo é dada por:

x(t) = Acos(ωt + φ)

E que velocidade e aceleração são dadas pela sua derivada de primeira e segunda
ordem, respectivamente, para encontrar essas equações é preciso utilizar os valores
das grandezas físicas dadas no enunciado e, a partir delas, determinar as demais
grandezas faltantes.
Foi dado que a amplitude do movimento é x = A = 0,02m. A partir do enunciado,
é possível inferir também que o ângulo de fase é φ = 0 rad, uma vez que partiu da
sua posição de equilíbrio.
Osciladores e o movimento harmônico simples 11

Para completar a equação, é necessário determinar a frequência angular, dada por:

Assim, a equação do deslocamento do bloco será dada por:

x(t) = 0,02cos(4t)

Derivando essa equação, obtemos:

v(t) = –0,08sen(4t)

E:

a(t) = –0,32cos(4t)

A partir dessas equações, é possível descrever o deslocamento, a velocidade e a


aceleração para o movimento em qualquer instante de tempo.

Osciladores acoplados
Movimentos acoplados ocorrem quando um ou mais sistemas oscilantes estão
unidos de maneira a permitir a troca de movimento entre eles. Considere o caso
mais simples: o acoplamento de osciladores, duas massas idênticas conectadas
por uma mola, conforme a Figura 4.

Figura 4. Esquema que mostra dois osciladores idênticos acoplados. Nele, x1 e x2 representam
os deslocamentos que as massas realizam a partir da posição de equilíbrio.
12 Osciladores e o movimento harmônico simples

a resultante das forças


Começaremos escrevendo as expressões para as forças em cada massa em
termos das duas massas, de modo que:

F1 = –k1x1 – k2(x1 – x2) = –(k1 + k2)x1 + k2x2

F2 = –k1x2 – k2(x2 – x1) = – (k1 + k2)x1 + k1x1

Assim, é possível obter a expressão que descreve o movimento de cada


massa. Como acontece para o MHS, aqui a expressão resultante será uma
equação diferencial de segunda ordem:

Tais equações mostram que o movimento de uma das massas depende da


posição do outro, indicando que as equações que descrevem o movimento do
sistema estão acopladas. Nesse momento, também não serão resolvidas expli-
citamente, mas é importante que saiba que as expressões para o movimento
obtidas a partir dessas equações são:
com hipótese adicional que as três molas são iguais, k1=k2=k
(solução detalhada pode ser vista em "Vibrações Mecânicas",
Rao S., ed. 4 - Equação E.10 do Exemplo 5.1).

sendo que x1(t) e x2(t) são eq. do movimento de m1 e m2, cada


equação composta pela soma de:
- parcela do primeiro modo de vibração (m1 em fase com m2,
frequência angular ω1 e constante de fase ϕ1) e
- parcela do segundo modo de vibração (m1 em oposição de fase a
m2, frequência angular ω2 e constante de fase ϕ2).
Valores de (A1 ϕ1 A2 ϕ2) dependem das condições iniciais.

elm = ver extra próx pág


De: https://youtu.be/LAzSGzUWmUw Responde Aí = Oscilações Acopladas
De: https://youtu.be/LAzSGzUWmUw Responde Aí = Oscilações Acopladas
Osciladores e o movimento harmônico simples 13

Contudo, explicita-se que um resultado importante que pode ser obtido


a partir dessas equações é a frequência angular dos osciladores acoplados,
dada por:

Abordagem similar à utilizada para o MHS permite encontrar velocidade


e aceleração para o movimento harmônico de osciladores acoplados. Todas
as equações apresentadas, para deslocamento, velocidade e aceleração em
função do tempo, aplicam-se a qualquer MHS. O que distingue um sistema do
outro é magnitude das grandezas físicas que os caracterizam. A seguir, você
saberá analisar o MHS a partir da análise das funções e grandezas físicas que
descrevem as variáveis desse movimento como função do tempo.

Sistemas acoplados estão presentes em diversas áreas da natureza. Em física, química


e biologia, há muitos casos em que o acoplamento entre sistemas oscilantes que
apresentam consequências que é importante.

O conteúdo estudado até aqui permite analisar os osciladores e o MHS


tanto do ponto de vista qualitativo quanto quantitativo, por meio de expres-
sões matemáticas que relacionam as grandezas físicas que os caracterizam.
A partir desse ponto, serão apresentadas as descrições gráficas. Os gráficos
do movimento oscilatório são importantes, pois, como o gráfico de qualquer
função, permitem a obtenção de muitas informações de maneira rápida e fácil.
A partir de um gráfico do MHS, podemos escrever as equações que regem
o movimento e as grandezas físicas nele envolvidas, bem como comparar
movimentos e a verificação do efeito que a variação de uma grandeza produz
em parâmetros de movimentos que dela dependem.
14 Osciladores e o movimento harmônico simples

3 Análise de gráficos de MHS


Gráficos do MHS seguem o padrão seno ou cosseno — na Figura 5, são
apresentados gráficos que descrevem o movimento da posição, velocidade e
aceleração em função do tempo para o MHS, nos quais se destacam como é
possível obter a amplitude e o período, grandezas físicas que caracterizam
graficamente o MHS. Como vimos, a velocidade e a aceleração foram obtidas
a partir de derivadas da posição e da velocidade como função do tempo,
respectivamente.
Para analisar os gráficos do MHS, imaginemos a situação representada
na Figura 5, que apresenta gráficos de deslocamento, velocidade e aceleração
de uma partícula vibrando.

Figura 5. Comparação entre as curvas da posição, x(t), veloci-


dade, v(t), e aceleração, a(t), de um oscilador em função do tempo.
Osciladores e o movimento harmônico simples 15

Na Figura 6, podemos observar gráficos de x(t) em que se verifica em


maior detalhe as grandezas físicas que foram obtidas a partir da equação do
movimento. Na Figura 6(a), estão representadas curvas do MHS com diferentes
amplitudes. Note que +A representa o valor máximo de x(t) e –A, o seu valor
mínimo. Assim, a partir apenas da análise do gráfico, mesmo sem conhecer os
objetos que realizam esses movimentos, pode-se concluir que, embora com os
mesmos períodos oscilatórios, o movimento realizado pelo ente representado
na curva azul promove deslocamentos maiores.
Ainda, na Figura 6(b), são representadas as variações observadas em fun-
ção da diferença entre a frequência de oscilação do MHS. Nesse caso, ainda
que os sistemas trabalhem na mesma amplitude, são observadas diferenças
nas curvas da posição em função pela diferença de frequência entre os dois
movimentos. Embora essa análise tenha sido realizada para os gráficos da
posição como função do tempo, pode ser estendida para as funções da velo-
cidade e da aceleração.
No MHS, a constante de fase é determinada a partir da condição inicial
do movimento. Por exemplo, se em t = 0 o objeto estiver no seu deslocamento
máximo na direção positiva de x, então temos φ = 0; já se o deslocamento
estiver no seu deslocamento máximo na direção negativa de x, temos que
φ = π/2. Na Figura 6(c), encontra-se a representação gráfica da defasagem
entre a posição e a velocidade do um objeto em MHS defasados em π/4;
a partir de sua análise, observa-se que velocidade é igual a zero quando o
deslocamento é máximo e a velocidade é máxima quando o deslocamento
é zero (LALIC, 2011). Análise similar pode ser realizada para a aceleração
do movimento.

Por exemplo, para a função cosseno, se


16 Osciladores e o movimento harmônico simples

Figura 6. Gráficos que indicam mudanças na (a)


amplitude, na (b) frequência e na (c) defasagem
de um objeto em movimento harmônico simples.

Para um melhor entendimento, veja a seguir a construção de um gráfico


do MHS obtido a partir da equação do deslocamento como função do tempo.
Osciladores e o movimento harmônico simples 17

Imagine que um objeto realiza um MHS descrito pela equação:

Sabendo que o período é ω = 2π; φ = e a amplitude do movimento é A = 8,00 m,


como ficaria o gráfico que descreve esse movimento?
É possível obter o gráfico calculando o valor de x para alguns pontos. A ideia central
consiste em encontrar os valores de máximo e mínimo e os locais onde a função vale
zero, o que pode ser feito a partir da substituição de valores para t na equação dada:

Sabendo que os pontos de máximo e mínimo estão localizados entre os pontos


±8,00 m e o gráfico corta o eixo dos x, é possível agora construir o gráfico.
18 Osciladores e o movimento harmônico simples

Neste capítulo, foram apresentados o movimento oscilatório e o MHS de


modo qualitativo, passando para seu entendimento matemático e, finalmente,
à abordagem gráfica. Esse desenvolvimento possibilita não apenas compreen-
der, mas também descrever movimentos oscilatórios a partir das expressões
matemáticas que os definem, uma vez que essas equações permitem obter
as grandezas físicas que caracterizam o movimento, passíveis, por sua vez,
de ser obtidas também a partir da representação gráfica. Finalmente, se o
único conhecimento existente for as grandezas físicas que descrevam deter-
minado movimento oscilatório, vimos que é possível utilizá-las para escrever
a expressão matemática e para traçar o gráfico do movimento, tornando sua
descrição, assim, completa.

BAUER, W.; WESTFALL, G. D.; DIAS, H. Física para universitários: relatividade, oscilações,
ondas e calor. Porto Alegre: AMGH, 2012.
HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de física. 10. ed. Rio de Janeiro: LTC,
2016. (Gravitações, ondas e termodinâmica, v. 2).
HEWITT, P.G. Fundamentos de física conceitual. São Paulo: ABDR, 2009.
LALIC, M. Física C. Sergipe: CESAD, 2011.
TIPLER, P. A.; MOSCA, G. Física para cientistas e engenheiros. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC,
2006. (Mecânica, Oscilações e Ondas, Termodinâmica, v. 1).

Leituras recomendadas
KNIGHT, R. Física: uma abordagem estratégica. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2009.
(Termodinâmica Óptica, v. 2).
NUSSENZVEIG, H. M. Curso de física básica. 5. ed. São Paulo: Blucher, 2013. (Mecânica, v. 1).
YOUNG, H. D.; FREEDMAN, R. A.; ZEMANSKKY, S. E. Física II: termodinâmica e ondas.
14. ed. São Paulo: Pearson, 2016.
_2.2_ Dica do professor
Estudar movimentos oscilatórios a partir do MHS é importante, pois possibilita a definição e a
correlação de grandezas físicas que mais tarde serão úteis ao estudo do movimento harmônico não
idealizado. A partir de um gráfico do MHS, é possível visualizar de forma mais clara e escrever as
equações que regem o movimento e as grandezas físicas nele envolvidas. Além disso, a visualização
gráfica permite a comparação entre movimentos e a verificação do efeito que a variação de uma
grandeza produz em parâmetros de movimento que dela dependem.

Nesta Dica do Professor, veja, a partir do movimento de um pêndulo simples, a influência que as
grandezas físicas envolvidas exercem no MHS e alguns aspectos dos gráficos.

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2 min
_2.2_ Exercícios
1) No movimento harmônico simples, são definidas algumas grandezas físicas, como amplitude,
frequência e período que caracterizam as oscilações. A grandeza que descreve o
deslocamento máximo do objeto a partir da sua posição de equilíbrio é chamada de:

A) frequência.

B) período.

C) amplitude.

D) constante de fase.

E) frequência angular.
2) No estudo do MHS, é importante reconhecer e entender as equações que descrevem o
movimento. Considere um corpo que apresenta oscilação em função do tempo descrita pela
equação x(t) = 7,00cos(2πt + 0,75). Determine a velocidade e a aceleração desse corpo como
função do tempo e os valores da posição, da velocidade e da aceleração para o tempo t=0.

A) v(t) = -2,00π sen(2πt + 1,25π)


a(t) = -8,00π2 sen(2πt + 1,25π)

Quando t = 0 x(0) = 2,00 cos(2π0 + 1,25π) = -1,40m


v(t) = -2,00π sen(2π0 + 1,25π)= 4,45m/s
a(0) = -2,00π2 sen(2π0 + 1,25π) = 56,0m/s2

B) v(t )= -2,00π sen(2πt + 1,25π)


a(t) = -2,00π2 sen(2πt + 1,25π)

Quando t = 0 x(0) = 2,00 cos(2π0 + 1,25π) = -1,40m


v(t) = -2,00π sen(2π0 + 1,25π) = 4,45m/s
a(0) = -2,00π2 sen(2π0 + 1,25π) = 14,0m/s2

C) v(t) = -4,00π sen(2πt + 1,25π)


a(t) = -8,00π2 sen(2πt + 1,25π)

Quando t = 0 x(0) = 2,00 cos(2π0 + 1,25π) = -1,40m


v(t) = -4,00π sen(2π0 + 1,25π) = 8,89m/s
a(0) = -8,00π2 sen(2π0+1,25π) = 56,0m/s2

D) v(t) = -4,00π sen(2πt + 1,25π)


a(t) = -8,00π2 sen(2πt + 1,25π)

Quando t=0 x(0) = 2,00 cos(2π0 + 1,25π) = -1,40m


elm = Errata - Ex. 2 -
v(t) = -4,00π sen(2π0 + 1,25π) = 8,89m/s nenhuma opção correta.
a(0) = -4,00π2 sen(2π0 + 1,25π) = 23,0m/s2 - Anular.
Obs.1: As opções mostram
função cosseno diferente do
E) v(t) = -4,00π sen(2πt + 1,25π) enunciado.
a(t) = -4,00π2 sen(2πt + 1,25π) Obs.2: Em todas opções,
v(t) e a(t) são função
seno, logo, erradas.
Quando t=0 x(0) = 2,00 cos(2π0+1,25π) = -1,40m
Obs.3: Assinalei C, por
v(t) = -4,00π sen(2π0+1,25π) = 8,89m/s apresentar valores
numéricos mais coerentes.
a(0) = -4,00π2 sen(2π0+1,25π) = 56,0m/s2
elm - notar que a solução Gab (abaixo),
usou x(t) diferente do enunciado !!

Visto que o enunciado fornece a equação para o movimento


x(t) = (2,00 m) cos( 2π 𝑡𝑡 + 1,25 π ) ,
é preciso relembrar que a velocidade e a aceleração podem ser obtidas a partir das derivadas de
primeira e segunda ordem da equação da posição.

Ao aplicar corretamente esse conceito, você obterá as seguintes funções para as grandezas
solicitadas:

𝑣𝑣(𝑡𝑡) = −4,00𝜋𝜋 sen(2𝜋𝜋𝑡𝑡 + 1,25𝜋𝜋)

𝑎𝑎(𝑡𝑡) = −8,00𝜋𝜋 2 cos(2𝜋𝜋𝑡𝑡 + 1,25𝜋𝜋)

Ao aplicar o valor de 𝑡𝑡 = 0, deve-se obter:

𝑥𝑥(0) = −1,40m, 𝑣𝑣 (0) = 8,89m/s e 𝑎𝑎(0) = 56,0m/s2.

A obtenção de equações ou valores diferentes dos apresentados implica a aplicação incorreta de


algum dos conceitos.
Veja, a seguir, como obter essas equações:

𝑑𝑑(𝑥𝑥(𝑡𝑡)) 𝑑𝑑
𝑣𝑣(𝑡𝑡) = = ((2,00m)cos(2𝜋𝜋𝑡𝑡 + 1,25𝜋𝜋))
𝑑𝑑𝑡𝑡 𝑑𝑑𝑡𝑡
𝑑𝑑 2 (𝑥𝑥(𝑡𝑡)) 𝑑𝑑
𝑎𝑎(𝑡𝑡) = = ((2,00m)cos(2𝜋𝜋𝑡𝑡 + 1,25𝜋𝜋))
𝑑𝑑𝑡𝑡 2 𝑑𝑑𝑡𝑡

Assim:

𝑣𝑣(𝑡𝑡) = −4,00𝜋𝜋 sen(2𝜋𝜋𝑡𝑡 + 1,25𝜋𝜋)

𝑎𝑎(𝑡𝑡) = −8,00𝜋𝜋 2 cos(2𝜋𝜋𝑡𝑡 + 1,25𝜋𝜋)

Para o tempo 𝑡𝑡 = 0, tem-se que:

𝑥𝑥(0) = −2,00 cos(2𝜋𝜋0 + 1,25𝜋𝜋) = −1,40m

𝑣𝑣 (0) = −4,00 sen(2𝜋𝜋0 + 1,25𝜋𝜋) = 8,89m/s

𝑎𝑎(0) = −8,00 cos(2𝜋𝜋0 + 1,25𝜋𝜋) = 56,0m/s2


3) No MHS, a amplitude, a frequência e o período do movimento são grandezas que permitem
diferenciar as características dos entes em movimento. É importante saber determinar essas
grandezas tanto a partir da representação gráfica quanto da equação do movimento.

Para um MHS determinado pela equação


(t) = -7,00(m)cos(1,92t (rad/s) + 1,90 (rad)),
quais grandezas físicas podem ser determinadas a partir dessa equação?

A) 7,00m; 1,92rad; e 1,92rad/s.

B) 1,92rad/s; 1,92rad; e 7,00m.

C) 7,00m; 1,90rad; e 1,92rad/s.

D) 1,92rad/s; 1,92rad; e 7,00m.

E) 7,00m; 1,92rad/s; e 1,90rad.


4) A análise gráfica é de extrema importância em qualquer área do conhecimento. Por exemplo, a
partir dos gráficos que descrevem as funções de objetos realizando um MHS, é possível obter
informações a respeito da magnitude das grandezas físicas envolvidas no movimento em questão.
Assim, utilize o gráfico representado na figura para determinar a constante de fase do MHS
realizado por um objeto que se movimenta na direção +x.

A) φ = π/ 3.

B) φ = - π.

C) φ = π.

D) φ = 3π.

E) φ = - 3π.

Errata - Ex. 4 - enunciado não


especifica a função.
- Anular.
Obs.1: A função do gráfico pode ser
senoide ou cossenoide; enunciado
deve especificar.
Obs.2: Assinalei A pela viabilidade
numérica.
𝜋𝜋
O valor obtido para a constante de fase deve ser 𝜑𝜑 = , porque um gráfico
3

do deslocamento em função do tempo é descrito pela equação do MHS:

𝑥𝑥 (𝑡𝑡) = cos(𝜔𝜔𝑡𝑡 + 𝜑𝜑). Nessa equação, a constante de fase é representada


pelo valor 𝜑𝜑.

Uma análise do gráfico dado mostra que, quando o movimento desse objeto se
inicia, têm-se as seguintes condições iniciais de tempo (t) e amplitude (A):
1
𝑡𝑡 = 0 e 𝑎𝑎 = 𝐴𝐴. Desse modo, é possível escrever quando o tempo for igual a
2

zero:

1
𝐴𝐴 = 𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝜑𝜑
2
E então:

1
𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝜑𝜑 =
2

Como foi pedido o valor de 𝜑𝜑, é possível obtê-lo a partir do arco cosseno do
ângulo, como segue:

1 𝜋𝜋
𝜑𝜑 = arccos � � = ±
2 3

Como o objeto se movimenta na direção positiva, tem-se que:

𝜋𝜋
𝜑𝜑 =
3

Caso sejam encontrados valores fora do apresentado, é necessário rever os


parâmetros físicos envolvidos na equação do MHS e sua representação
gráfica.
5) Tão importante quanto a leitura do gráfico é saber usar sua equação e as grandezas físicas
que o descrevem para construí-lo. Considere um objeto que realiza um movimento
harmônico com amplitude de 2,0cm, frequência de 2,0Hz e constante de fase de 2π/3. A
partir desses valores, construa um gráfico da posição em função do tempo entre os tempos 0
e 1s.

A)

B)

C)

D)
E)
elm = Gab ERR
_2.2_ Na prática

Tradicionalmente, o problema de oscilações na construção civil esteve associado à ocorrência de


terremotos, mas, atualmente, a demanda pela construção de edifícios cada vez mais altos, que são
vulneráveis a vibrações excessivas provenientes do vento, do tráfego local e da ocupação humana,
fez surgir a necessidade de se desenhar modelos protetivos que tornem essas estruturas menos
suscetíveis aos efeitos desastrosos que podem resultar dessas vibrações.

Neste Na Prática, você vai compreender como osciladores podem ser utilizados na construção de
edificações para torná-las mais seguras contra intempéries naturais e artificiais e confortáveis para
a habitação humana.

OSCILAÇÕES EM EDIFÍCIOS - USO DO AMORTECEDOR EM PRÉDIOS ALTOS

CONHECENDO O PROBLEMA

PREVENINDO AS VIBRAÇÕES
> Ao desenharem um prédio, engenheiros podem
utilizar amortecedores, que, conectados à estrutura
principal do edifício, permitem alterar sua rigidez
por meio da ação de dispositivos ou forças externas.
> Esses dispositivos podem ser classificados como
passivos, ativos ou híbridos.
> No controle passivo, a instalação e um ou mais
dispositivos incorporados à estrutura absorve ou
transfere parte da energia transmitida pelas
vibrações externas, dissipando, assim, a energia nos
membros da estrutura principal, protegendo-a dos
efeitos dinâmicos dos ventos ou de origem sísmica.

OS AMORTECEDORES
> Os amortecedores são sistemas que
diminuem ou absorvem a amplitude das
vibrações sofridas pelas
edificações.
> Um sistema de controle passivo
muito utilizado é o sistema de
amortecimento de massa sintonizada
(TMD).
> O TMD mais simples é composto por
um sistema massa-mola-amortecedor.
Para edificações altas, os TMDs são
construídos com elementos de grande
dimensão, que podem atingir várias
centenas de toneladas de peso e são
constituídos por molas e pêndulos.

> Na ausência do amortecedor, a vibração da edificação pode facilmente entrar


em ressonância com vibrações externas, de modo que a amplitude do movimento
tende ao infinito, cujo resultado é danoso ou catastrófico.
> Por meio da redução da amplitude da vibração, por intermédio da absorção, é
possível reduzir a magnitude de esforços instalados na estrutura, bem como
tornar habitáveis os pisos superiores de arranha-céus, que, de outra forma,
se tornariam desconfortáveis para humanos.
EXEMPLO DE USO DE TMD NA EDIFICAÇÃO

TAIPEI 101
> Um dos exemplos mais conhecidos do uso de TMD é o arranha-céu Taipei 101,
localizado em Taiwan. Esse edifício, com ~509 metros de altura, tem 106
andares. Entre os andares 87 e 92, existe um enorme amortecedor passivo
esférico com cerca de 660 toneladas de peso, o maior do mundo do seu gênero.
== Parâmetros envolvidos na construção do modelo ==
> O amortecedor do Taipei 101 é um TMD esférico, suspenso por 16 cabos. Com
cerca de 660 toneladas, ele se desloca no sentido oposto aos efeitos do vento
e dos abalos sísmicos, evitando deslocamentos excessivos e consequentes danos
à sua estrutura.
== Resultado da solução ==
> O fato de o edifício apresentar esse dispositivo no seu interior, bem como
a sua qualidade estrutural, permitem que ele consiga resistir a ventos de até
450 km/h e a terremotos de até 7 graus na escala Richter.
> Quando o tufão Soudelor atingiu Taiwan, o TMD sofreu um deslocamento com
amplitude de 1 metro, movimento nunca antes registrado para um TMD.

https://www.slideshare.net/
Pranjal14/high-rise-building-
taipei-101-taiwan-89327679
_2.2_ Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

Simulação computacional com o software Algodoo:


movimentos harmônicos
Programas de computadores podem ser úteis para realizar simulações de fenômenos físicos,
especialmente quando não se tem um laboratório ao alcance que permita a realização de
experimentos que suportam o aprendizado de determinados conceitos. Este artigo aborda o uso e a
importância de programas computacionais como auxiliares no processo de ensino-aprendizagem de
fenômenos físicos.
https://www2.ifrn.edu.br/mnpef/_dissertacoes/Dissertacao_Sergio_Silva.pdf pdf 122p

Simulação computacional com o software Algodoo: movimentos harmônicos / Sergio Damasceno da


Silva. – Natal, 2018. 121 f : il. color. Dissertação (Mestrado Nacional Profissional em
Ensino de Física) – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do
Norte. Natal, 2018. Orientador (a): Dr. Melquisedec Lourenço da Silva

Soluções clássicas de sistemas acoplados dependentes do


tempo
Sistemas compostos por osciladores acoplados estão presentes em diversas áreas, e seu estudo
pode ser interessante. Neste artigo, você encontra um estudo mais detalhado sobre esse tipo de
oscilação.
https://www.scielo.br/j/rbef/a/Sm58YNW5nVKnqLZ6JkgfGdM/?format=pdf&lang=pt pdf 7p

Métodos matemáticos para Biologia


Leia este artigo, que apresenta os conceitos e as equações envolvidos no entendimento dos
osciladores acoplados e aborda a sua aplicação na Biologia.

https://sites.ifi.unicamp.br/aguiar/files/2014/11/math-meth-bio.pdf pdf 101p

Métodos Matemáticos para Biologia


Marcus A. M. de Aguiar
25 de Abril de 2015
Equações diferenciais ordinárias
Leia o artigo a seguir, que apresenta os conceitos fundamentais de equações diferenciais, com
exemplos para aprofundar o seu conhecimento a respeito das EDOs.
http://www.uel.br/projetos/matessencial/superior/pdfs/edo.pdf pdf 60p

Equações Diferenciais Ordinárias - Notas de aulas - 21 de Maio de 2003 - Computação,


Engenharia Elétrica e Engenharia Civil - Prof. Ulysses Sodré

Copyright c 2002 Ulysses Sodré. Todos os direitos reservados.


Este material pode ser usado por docentes e alunos desde que citada a fonte, mas não pode
ser vendido e nem mesmo utilizado por qualquer pessoa ou entidade para auferir lucros.
Para conhecer centenas de aplicações da Matemática, visite a Home Page: http://
pessoal.sercomtel.com.br/matematica/

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E CRÉDITOS DE IMAGENS


DA SILVA, Samuel; LOPES JÚNIOR, Vicente. Revisão sobre técnicas de controle em estruturas inteligentes. Ciencia y
Engenharia/Science and Engineering Journal, v. 14, n. 1, p. 1-8,2005. Disponível em: http://hdl.handle.net/11449/68106.
Acesso em: 28 maio 2020.
DUÓ, Danielli; Felix; Jorge Luis Palacios. Análise de controle de vibrações em estruturas, através da utilização de
sistemas passivos, ativos e semiativos, tendo como foco sua aplicação
em edificações de dois andares. Anais do Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão 5.2, 2013.
KIM, Sunjoong; KIM, Ho-Kyung. Damping identification of bridges under nonstationary ambient vibration. Engineering , v.
3, n. 6, p. 839-844, 2017.
LABORATÓRIO do pêndulo. Phet Interactive Simulations. Disponível em: https://phet.colorado.edu/_m/pt_BR/. Acesso em: 28
maio 2020.
LANDRY, Keith; BRIAN, Winkel. Peak frequency responses and tuned mass dampers–exciting applications of systems of
differential equations. The UMAP Journal , v. 29, n. 10, p. 15-30,
2008.
MIGUEL, Letícia Fleck Fadel. Estudo teórico e experimental de amortecedores de vibração por atrito. 2002. Dissertação
(Mestrado em Engenharia Civil) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2002.
OLIVEIRA, Fernando dos Santos. Critérios de projeto para amortecedor tipo pêndulo para controle de vibrações em
edifícios altos. 2012. Dissertação (Mestrado em Estruturas e Construção Civil) – Universidade de Brasília, Brasília,
2012.
PAREDES, Miguel Moura. Utilização de amortecedores de massas sintonizadas no controlo de vibrações em estruturas. 2008.
(Trabalho de Conclusão de Curso) – Bacharelado em Engenharia Mecânica, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto
Alegre, 2008.
POON, Dennis et al. Structural design of Taipei 101, the world’s tallest building. Proceedings of the CTBUH 2004 Seoul
Conference, Seoul, Korea, 2004.
ROSSATO, Luciara Vellar. Otimização de amortecedores de massa sintonizados em estruturas submetidas a um processo
estacionário. 2017. Dissertação (Mestrado em Engenharia Mecânica) –Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto
Alegre, 2017.
SANTOS, Gedeel et al. Sequência de ensino investigativa para o ensino da Lei de Hooke e movimento harmônico simples:
uso do aplicativo Phyphox, o simulador Phet e GIF’s. Revista de Enseñanza de la Física, v. 31, n. 2, p. 91-108, 2019.
SARAIVA, Aléxia. Uma bola de 660 toneladas mantém o 3.º prédio mais alto do mundo em pé; conheça. Jornal Gazeta do
Povo, Paraná, 5 ago. 2018. Disponível em: https://www.gazetadopovo.com.br/haus/arquitetura/taipei-101-terceiro-maior-
predio-mundoestrutura/. Acesso em: 28 maio 2020.
VASCONCELOS, Francisco Herbert Lima et al. A utilização de software educativo aplicado ao ensino de Física com o uso da
modelagem. Simpósio Nacional de Ensino de Física, n. 16, p. 1-4, 2005.
VERBENO, Carlos Henrique Santos. A modelagem computacional no ensino de Física: um estudo exploratório sobre o
oscilador harmônico simples. 2013. (Trabalho de Conclusão de Curso) – Bacharelado em Física, Universidade Federal do
Espírito Santo, Vitória, 2013.
WATANABE, Ailton M.; SANTOS, Adriano dos; BUENO, Paulo R. Harmonical oscillator and electro-mechanical analogy: an
interdiscinary experiment to high precision mass variation measurements. Eclética Química, v. 34, n. 3, p. 57-75, 2009.
Banco de imagens Shutterstock.
SAGAH, 2020.
Aula 3.1
1.1 - Ondas: conceito e classificação
1.2 - Período de frequência e velocidade de uma onda
2.1 - Ondas eletromagnéticas e sonoras e sua interação com a matéria
2.2 - Osciladores e o movimento harmônico simples
3.1 - Luz e óptica: definições
3.2 - Refração e reflexão
4.1 - Óptica geométrica em lentes
4.2 - Óptica geométrica em espelhos
Conteúdo Complementar (não conta p/ avaliações, mas conta p/ frequência)
__ C.1 Movimento ondulatório Unidimensional
__ C.2 Movimento ondulatório bidimensional
__ C.3 Interferência e efeito Doppler
__ C.4 Modelo ondulatório e geométrico da luz
__ C.5 Fenômeno da luz

Luz e óptica: definições


_3.1_
Apresentação
O questionamento "o que é a luz?" não é recente. Os primeiros filósofos e cientistas, na Grécia, não
diferenciaram a luz da visão. Ao longo dos anos, surgiu o argumento de que a luz "existe" de fato, e
que é, de certa forma, uma entidade física que sempre está presente, mesmo que não haja alguém
olhando.

Nesta Unidade de Aprendizagem, serão aprofundados os conhecimentos sobre o belo e fascinante


universo da luz e da óptica. Serão definidos e caracterizados diferentes modelos.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Definir luz e óptica.


• Identificar os diferentes modelos da óptica.
• Relacionar os experimentos à pesquisa da natureza da luz.

elm = Avaliação da aula. Boa. Comentário: Usar este livro em todas as aulas. Não usar os
livros capa laranja da Sagah (em geral, são uma juntada de trechos de outros livros com
pouca coesão e coerência e com erros). Adotar um único livro-texto ou apostila para todas as
aulas. Do jeito atual, um capítulo de livro diferente a cada aula, assunto fica truncado e/
ou com lacunas e/ou repetitivo e/ou bagunçado - dificulta, desestimula o aprendizado.
Infográfico: apresentar o conteúdo em texto simples para facilitar o estudo via pdf
(ilustração desnecessária).
Na Prática: apresentar o conteúdo em texto simples para facilitar o estudo via pdf
(ilustração desnecessária).
_3.1_ Desafio
Newton considerava que a luz deveria ser constituída de partículas rápidas, leves e muito
pequenas, que ele chamou de corpúsculos. Já Young alegava que a luz era uma onda, mas deixava
uma dúvida, o que estava ondulando?

Você consegue explicar por que cada um defendia a sua respectiva posição?
Também consegue explicar o que estava oscilando na alegação de Young?

elm = Abordado em Dica Professor aula 2.1


Nesta aula 3.1: v. início Conteúdo do Livro:
> Newton, 1606 - teoria corpuscular da luz - fato indicativo: sombra nítida
de uma produzida atrás de vão grande, como uma porta.
> Young, 1801 - teoria ondulatória da luz - fato indicativo: interferência
observada no experimento de fenda dupla de Young.
> Fim séc XIX - luz é uma onda eletromagnética. Campos eletromagnéticos que
oscilam. (v. Conteúdo Livro início).

Padrão de resposta esperado

Newton alegava que a luz deveria ser formada de corpúsculos, pois não se
observavam fenômenos ondulatórios na luz, como a difração da luz ao passar
por uma porta.

Porém, tudo mudou quando Young demonstrou a interferência na luz, assim


ficou demonstrado que a luz era uma onda de fato, mas o que oscilava? Alguns
anos mais tarde, descobriu-se, com o eletromagnetismo, que eram os campos
elétrico e magnético que oscilavam.
_3.1_ Infográfico
No infográfico a seguir, estão ilustradas as formas possíveis de se tratar a luz: um raio, um fóton e
uma onda.

Pode-se tratar a LUZ como:


> Um RAIO e, assim, obtém-se a óptica geométrica.
> Uma ONDA e, assim, obtém-se a óptica ondulatória.
> Um FÓTON e, assim, obtém-se a óptica quântica.
_3.1_ Conteúdo do livro
O trecho selecionado para estudo nesta Unidade de Aprendizagem aborda tópicos sobre a
natureza da luz: "o que é?" e como se classifica.

Acompanhe uma discussão fascinante sobre a natureza da luz no livro Física: uma abordagem
estratégica, volume 2, termodinâmica e óptica. Inicie a leitura a partir do capítulo óptica ondulatória.

Boa leitura!

LivrPt_Fisica_Randall_Knight_2_Termod_Optic_ed2_2009_322p

K71f Knight, Radall.


Física 2 [recurso eletrônico] : uma abordagem estratégica /
Randall Knight ; tradução Iuri Duquia Abreu. – 2. ed. – Dados
eletrônicos – Porto Alegre : Bookman, 2009.

Randy Knight leciona Física básica há 25 anos na Ohio State University, EUA, e na California
Polytechnic University, onde atualmente é professor de física. O professor Knight bacharelou-
se em Física pela Washington University, em Saint Louis, e doutorou-se em Física pela Univer-
sity of California, Berkeley. Fez pós-doutorado no Harvard-Smithsonian Center for Astrophy-
sics, antes de trabalhar na Ohio State University. Foi aí que ele começou a pesquisar sobre o
ensino da física, o que, muitos anos depois, o levou a escrever este livro.
Os interesses de pesquisa do professor Knight situam-se na área de laser e espectroscopia,
com cerca de 25 artigos de pesquisa publicados. Ele também dirige o programa de estudos am-
bientais da Cal Poly, onde, além de física introdutória, leciona tópicos relacionados a energia,
oceanografia e meio ambiente. Quando não está em sala de aula ou na frente de um compu-
tador, o professor Knight está fazendo longas caminhadas, remando em um caiaque, tocando
piano ou desfrutando o seu tempo com a esposa Sally e seus sete gatos.
1 Sumário Resumido!
VOLUME1
L Parte 1 As Leis de Newton Parte Ili Aplicações da Mecânica
Newtoniana
Capítulo 1 Conceitos do Movimento 2

Capítulo 2 Cinemática em uma Dimensão 34 Capítulo 12 Rotação de um Corpo Rígido 340

Capítulo 3 Vetores e Sistemas de Capítulo 13 A Teoria de Newton da Gravitação 385


Coordenadas 72
Capítulo 14 Oscilações 41 O
Capítulo 4 Cinemática em duas Dimensões 90 Apêndice A Revisão Matemática A-1
Capítulo 5 Força e Movimento 126 Respostas dos Exercícios e Problemas de Numeração
fmpar R-1
Capítulo 6 Dinâmica 1: Movimento ao Longo de
uma Reta 151 Créditos C-1
Capítulo 7 A Terceira Lei de Newton 183 fndice 1-1
Capítulo B Dinâmica li: Movimento no Plano 21 O

Parte li Princípios de Conservação


Capítulo 9 Impulso e Momentum 240

Capítulo 10 Energia 267

Capítulo 11 Trabalho 302

VOLUME2
Capítulo 15 Fluidos e Elasticidade 442
Parte V Ondas e Óptica
Capítulo 20 Ondas Progressivas 602
Parte IV Termodinâmica
Capítulo 21 Superposição 634
Capítulo 16 Uma Descrição Macroscópica da
Matéria 480 Capítulo 22 Óptica Ondulatória 670

Chapter 17 Trabalho, Calor e a Primeira Lei da Capítulo 23 Óptica Geométrica 700


Termodinâmica 506
Capítulo 24 Instrumentos Ópticos 739
Capítulo 18 A Conexão Micro/Macro 541

Capítulo 19 Máquinas Térmicas e Capítulo 25 Óptica Moderna e Ondas de


Refrigeradores 566 Matéria 763

Apêndice A Revisão Matemática A-1

Apêndice B Tabela Periódica dos Elementos B-1

Respostas dos Exercícios e Problemas de Numeração


fmpar R-1

Créditos C-1

fndice 1-1
VOLUME3

Parte VI Eletricidade e Magnetismo Capítulo 34 Indução Eletromagnética 1041

Capítulo 26 Cargas Elétricas e Forças 788 Capítulo 35 Campos Eletromagnéticos e


Ondas 1084
Capítulo 27 O Campo Elétrico 818
Capítulo 36 Circuitos CA 1114
Capítulo 28 Lei de Gauss 850
Apêndice A Revisão Matemática A-1
Capítulo 29 O Potencial Elétrico 881
Respostas dos Exercícios e Problemas de Numeração
Capítulo 30 Potencial e Campo 911 Ímpar R-1
Capítulo 31 Corrent e e Resistência 941 Créditos C-1

Capítulo 32 Fundamentos de Circuitos 967 Índice 1-1

Capítulo 33 O Campo Magnético 998

VOLUME4
Capítulo 43 Física Nuclear 1333
Parte VII Relatividade e Física
Quântica Apêndice A Revisão Matemática A-1

Capítulo 37 Relatividade 1142 Apêndice B Tabela Periódica dos Elementos 8-1

Capítulo 38 O Fim da Física Clássica 1184 Apêndice C Dados Atômicos e Nucleares C-1

Capítulo 39 Quantização 1208 Respostas dos Exercícios e Problemas de Numeração


Ímpar R-1
Capítulo 40 Funções de Onda e Incerteza 1239
Créditos C-1
Capítulo 41 Mecâ nica Quântica
Unidimensional 1262 Índice 1-1

Capítulo 42 Física Atômica 1300


PARTE V Ondas e Óptica
PANORAMA Além do modelo de partícula 601

Capítulo 20 Ondas Progressivas 602 Capítulo 24 Instrumentos Ôpticos 739


20.1 O modelo de onda 602 24. ·1 Lentes compostas 739
20.2 Ondas unidimensionais 605 24.2 A câmera fotográfica 742
20.3 Ondas senoidais 608 24.3 Visão 745
20.4 Ondas em duas e três dimensões 614 24.4 Sistemas ópticos de ampliação 749
20.5 Som e luz 616 24.5 Resolução de instrumentos ópticos 753
20.6 Potência, intensidade e decibels 620 RESUMO 757
20.7 O efeito Doppler 623 QUESTÕES E PROBLEMAS 7 58
RESUMO 627

QUESTÕES E PROBLEMAS 628


Capítulo 25 Ôptica Moderna e Ondas de
Matéria 763
Capítulo 21 Superposição 634 25.1 Espectroscopia: desvendando a estrutura dos
21.1 O princípio da superposição 634 átomos 764
2 1.2 Ondas estacionárias 636 25.2 Difração de raios X 766
2 1.3 Onda<> estacionárias transversais 638 25.3 Fótons 769
21.4 Ondas estacionárias sonoras e acústica 25.4 Ondas de matéria 772
musical 642 25.5 A energia é quantizada 776
21.5 Interferência em uma dimensão 647 RESUMO 779
2 1.6 A matemática da interferência 650 QUESTÕES E PROBLEMAS 78()
21.7 Interferência em duas e três dimensões 653
21.8 Batimentos 658 PARTE V RESUMO Ondas e Óptica 784
RESUMO 66 1

QUESTÕES E PROBLEMAS 662


Apêndice A Revisão Matemática A-1

Capítulo 22 Ôptica Ondulatória 670 Apêndice B Tabela Periódica dos Elementos B-1
22. 1 Luz e óptica 670
Respostas dos exercícios e problemas de numeração
22.2 Interferência luminosa 672
ímpar R-1
22.3 Redes de difração 678
Créditos C-1
22.4 Difração de fenda simples 68 1
22.5 Difração em aberturas circulares 684 Índice 1-1
22.6 1.nterferômetros 687
RESUMO 692

QUESTÕES E PROBLEMAS 693

Capítulo 23 Óptica Geométrica 700


23. 1 O modelo de raios luminosos 700
23.2 Reflexão 7 03
23.3 Refração 706
23.4 Formação de imagens por re fração 7 11
23.5 Co r e dispe rsão 713
23.6 Lentes delgadas: traçado de raios 7 16
23.7 Le ntes delgadas: teoria da refração 722
23.8 Formação de imagens por espelhos
esféricos 728
RESUMO 732

QUESTÕES E PROBLEMAS 733


22
;

Opti
A iridescência desta pena de pavão -
cores que mudam com o ângulo da
visão - deve-se à interferência luminosa.

iridescente 1 Que reflete


ou mostra as cores do arco-
íris. 2 Objeto que mostra
cores que parecem mudar
conforme as diferentes
luzes que nele incidem.

..,,. Olhando adiante


O objetivo do Capítulo 22 é Provavelmente você já notou o arco-íris de cores quando uma luz brilhante se reflete
compreender e aplicar o modelo de na superfície de um CD. Talvez você fique surpreso ao saber que as cores de um CD
onda luminosa. Neste capítulo, você estão intimamente relacionadas à iridescêocia das penas das aves, aos hologramas, à
aprenderá a: tecnologia subjacente dos leitores ópticos de caixas de supermercados e aos computa-
dores ópticos. Todos eles, de uma forma ou de outra, são conseqüência da intetferência
• Usar o modelo de onda luminosa. de ondas luminosas.
• Reconhecer as evidências O estudo da luz é chamado de ópti~, e este é o primeiro de quatro capítulos que ex-
experimentais da natureza da onda ploram a óptica e a natureza da luz. A luz é um assunto desconcertante. Você descobrirá,
luminosa. talvez com surpresa, que não existe uma descrição simples da luz. A luz se comporta de
• calcular os padrões de interferência maneira muito diferente em situações distintas, e, em última análise, precisaremos de
produzidos por fendas duplas e três modelos diferentes da luz para explicar tal comportamento. Neste capítulo, inicia-
grades de difração. remos com situações nas quais a luz se comporta como uma onda. Os fundamentos para
• Compreender como a luz se a óptica ondulatória foram estabelecidos nos Capítulos 20 e 21, e agora aplicaremos
.! difrata através de fendas simples e aquelas idéias às ondas luminosas.
aberturas circulares. Embora a luz s~ja uma onda eletromagnética, este capítulo depende unicamente das
• Compreender como os "ondulações" das ondas lumjnosas. Você pode estudar o capítulo antes ou depois do
interferômetros controlam a estudo da eletricidade e do magnetismo na Parte VI.
interferência da luz.

~ Em retrospectiva 22.1 Luz e óptica


A óptica ondulatória depende das
propriedades básicas das ondas, que O que é a luz? Os primeiros cientistas e filósofos gregos não fizeram uma distinção en-
foram desenvolvidas nos Capítulos 20 tre a luz e a visão. A luz, para eles, não era algo que existia independentemente da visão.
e 2 1. Revise: Porém, gradualmente, foi surgindo o ponto de vista de que a luz de fato "existe", que
a luz é algum tipo de entidade física que está presente independentemente de alguém
• Seções 20.4- 20.6 Frentes de estar olhando ou não. No entanto, se a luz é uma entidade física, qual é ela? Quais são
onda, fase e intensidade, uma vez suas características? Ela é uma onda, semelhante ao som? Ou a luz é uma coleção de
que elas dizem respeito a ondas pequenas parúculas que se deslocam pelo espaço como o vento?
luminosas Além de seu trabalho pioneiro em matemática e mecânica na década de 1660, Newton
• Seção 21 .7 Interferência em duas também investigou a natureza da luz. Ele sabia que uma onda que se desloca na água,
e três dimensões após passar por uma abertura, se propaga de modo a preencher o espaço existente atrás da
CAPÍTULO 22 ■ Óptica Ondulatória 671

abertura. Pode-se ver isto na FIGURA 22.1a, onde ondas planas, que se aproximam vindas da Ondas planas se aproximam a partir da
esquerda, se propagam em arcos circulares após passarem por um orifício em uma barreira. esquerda.
Esse espalhamento inexorável das ondas é o fenômeno chamado de difração. A difração
constitui uma indicação segura de que o que está passando pelo orifício é de uma onda.
Em contrate, a FIGURA 22.1b mostra que a luz solar produz uma sombra com bordas ní-
tidas após passar por uma porta. Não vemos a luz solar se propagando em arcos circulares.
Este comportamento é exatamente o que você poderia esperar se a luz consistisse de partí-
culas que se deslocassem em linhas retas. Algumas partículas passariam pela porta e da-
riam origem a uma área brilhante no solo, outras seriam bloqueadas e isso daria origem a
uma sombra bem-definida. Este raciocínio levou Newton à conclusão de que a luz consis-
te de partículas leves, rápidas e muito pequenas, que ele denominou de corpúsculos.
Newton sofreu uma oposição vigorosa por parte de Robert Hooke (o mesmo da lei
de Hooke) e do cientista holandês Christiaan Huygens, os quais argumentavam que a
luz devia ser algum tipo de onda. Embora o debate fosse enérgico, e por vezes ácido,
Ondas circulares se propagam para a direita.
Newton acabou prevalecendo. A crença de que a luz é formada por corpúsculos não foi
seriamente questionada durante mais de cem anos após a morte de Newton.
A situação mudou drasticamente em 1801, quando o cientista inglês Thomas Young
anunciou que tinha produzido interferência entre duas ondas luminosas. O experimento
de Young, que analisaremos na próxima seção, foi penosamente difícil de realizar com
a tecnologia disponível na época. Apesar disso, o experimento de Young definiu rapida-
mente o debate em favor de uma teoria de ondas luminosas porque a interferência é um
fenômeno caracteristicamente ondulatório.
Todavia, se a luz é uma onda, o que está ondulando? Esta foi a questão que Young
propôs aos cientistas do século XIX. Acabou-se concluindo mais tarde que a luz é uma Um feixe de luz
onda eletromagnética, uma oscilação do campo eletromagnético que não requer qual- solar apresenta
quer meio material para se propagar. Além disso, como já vimos, a luz visível correspon- uma borda nítida.
de apenas a uma pequena faixa de um espectro eletromagnético muito mais amplo.
Que a luz fosse uma onda, mais exatamente uma onda eletromagnética, parecia bem
estabelecido por volta de 1880. Porém, essa conclusão satisfatória foi logo questionada a
partir de uma nova descoberta, denominada efeito fotoelétrico, que parecia inconsistente
com a teoria da luz como onda eletromagnética. Em 1905, um jovem físico então desco-
nhecido chamado Albert Einstein conseguiu explicar o efeito fotoelétrico considerando
a luz como um novo tipo de onda que possui certas características corpusculares. Essas
partículas de luz com características de ondas logo ficaram conhecidas como fótons.
A introdução, feita por Einstein, do conceito de fóton pode ser vista agora como o
final da física clássica e o início de uma nova era, a da física quântica. Igualmente im- FIGURA 22.1 Ondas se propagam na água
portante, a teoria de Einstein marcou ainda outra mudança em nosso antigo esforço para atrás de um pequeno orifício em uma
compreender a luz. barreira, mas a luz que passa por uma
abertura dá origem a uma sombra com
Modelos da luz bordas nítidas.
A luz é uma entidade física real, mas a natureza da luz é evasiva. A luz é o camaleão
do mundo físico. Sob algumas circunstâncias, ela se comporta como se fosse formada
por partículas deslocando-se em linhas retas. No entanto, quando as circunstâncias são
alteradas a luz revela comportamento semelhante ao de ondas, como ondas sonoras ou
ondas na água. Altere as circunstâncias mais uma vez e a luz exibirá um comportamento
que não é típico de onda nem de partícula, e sim, característico de ambas.
Em vez de uma “teoria da luz” que englobe tudo, será melhor desenvolver diversos
modelos de luz. Cada modelo explica com sucesso o comportamento da luz dentro de
um determinado domínio – ou seja, para uma determinada gama de situações físicas.
Nossa tarefa terá duas partes:

1. Desenvolver modelos de luz claros e diferentes.


2. Conhecer as condições e as circunstâncias para as quais cada modelo é válido.

A segunda tarefa é particularmente importante.


Começaremos com um breve resumo dos três modelos, fornecendo um mapa do
roteiro que seguiremos nos próximos quatro capítulos.
O modelo ondulatório: é o modelo mais aplicável, responsável pelo “fato” am-
plamente conhecido de que a luz é uma onda. É certamente verdadeiro que, sob certas
circunstâncias, a luz exibe o mesmo comportamento que as ondas sonoras ou de água.
672 Física: Uma Abordagem Estratégica

Os lasers e os aparelhos eletro-ópticos, tecnologias essenciais do século XXI, são mais


bem-compreendidos em termos do modelo ondulatório da luz. Alguns aspectos do modelo
ondulatório foram introduzidos nos Capítulos 20 e 21, e o modelo de ondas é o foco prin-
cipal deste capítulo. O estudo da luz como onda é chamado de óptica ondulatória.
O modelo de raios: é um “fato” igualmente bem-conhecido que a luz desloca-se
em linhas retas. Esses caminhos retilíneos são chamados de raios luminosos. Do ponto
de vista de Newton, os raios luminosos corresponderiam às trajetórias dos corpúsculos
de luz, como se eles fossem partículas. As propriedades de prismas, espelhos e lentes
são melhor compreendidas em termos de raios luminosos. Infelizmente, é difícil recon-
ciliar o enunciado de que a “luz se desloca em linha reta” com o enunciado de que “a
luz é uma onda”. Na maioria das vezes, as ondas e os raios constituem modelos da luz
mutuamente exclusivos. Uma de nossas tarefas mais importantes será aprender quando
cada modelo é apropriado. O modelo de raios luminosos, base de óptica geométrica, é
o assunto dos Capítulos 23 e 24.
O modelo de fótons: a tecnologia moderna é cada vez mais dependente da física
quântica. No mundo quântico, a luz não se comporta nem como uma onda nem como
uma partícula. Ao contrário, a luz consiste de fótons que têm propriedades semelhantes
às das ondas e das partículas. Muito da teoria quântica da luz está além do escopo deste
livro, porém, no Capítulo 25, daremos uma olhada nas idéias mais importantes, e nova-
mente na Parte VII.

22.2 Interferência luminosa


2,5 cm Newton poderia ter chegado a uma conclusão diferente se tivesse visto o experimento
mostrado na FIGURA 22.2. Aqui, a luz passa por uma “janela” – uma fenda estreita – com
Tela de visualização
somente 0,1 mm de largura, o que corresponde aproximadamente ao dobro da largura de
um fio de cabelo humano. A fotografia mostra como a luz aparece em uma tela de visua-
lização situada 2 m atrás da fenda. Se a luz consistisse de corpúsculos que se deslocam
A luz se em linhas retas, como Newton pensava, deveríamos ver uma faixa estreita de luz, com
propaga por
trás da fenda.
largura de aproximadamente 0,1 mm, cercada de sombras escuras nos dois lados. Ao
2m contrário, vemos uma banda de luz que se estende por aproximadamente 2,5 cm, uma
largura muito maior do que a da abertura, com faixas menos brilhantes de luz que se es-
tendem dos dois lados.
Fenda de 0,1 mm Se você comparar a Figura 22.2 à Figura 22.1 para uma onda na água, verá que a
de largura em um luz se propaga para as partes situadas atrás do orifício de 0,1 mm de largura. A luz está
anteparo opaco exibindo difração, o claro indício de uma ondulação. Analisaremos a difração detalha-
damente mais adiante neste capítulo. Por enquanto, precisamos apenas da observação de
Feixe de laser incidente 1
que a luz, de fato, se propaga por trás de um orifício suficientemente pequeno.

FIGURA 22.2 Assim como uma onda que O experimento da fenda dupla de Young
se propaga na água, a luz se propagará Ao invés de um pequeno orifício apenas, suponha que sejam usados dois. A FIGURA 22.3A
por trás de um orifício se este for mostra um experimento no qual um feixe de laser é direcionado para um anteparo opa-
suficientemente pequeno. co contendo duas fendas longas e estreitas, muito próximas uma da outra. Este par de
fendas é denominado fenda dupla, e em um experimento elas têm larguras da ordem de
0,01 mm separadas por distâncias da ordem de 0,05 mm. Presumiremos que o feixe de
laser ilumine igualmente as duas fendas, e que qualquer luz que passe por elas incide em
uma tela de visualização. Esta é a essência do experimento de Young de 1801, embora
ele tenha usado a luz solar em vez da luz de um laser.
O que poderíamos esperar enxergar na tela? A FIGURA 22.3B é uma visão superior do
arranjo experimental, correspondente a olhar para baixo sobre as extremidades superio-
res das fendas e sobre a borda superior da tela de visualização. Como as fendas são mui-
to estreitas, a luz se propaga por trás de cada fenda, como ilustrado na Figura 22.2, e
essas duas ondas em propagação se superpõem na região entre as fendas e na tela.

1
É interessante notar que Newton estava familiarizado com a difração, mas o padrão obtido com a luz
solar – a única fonte brilhante de luz disponível no século XVII – nem de longe é tão nítido quanto o
da Figura 22.2. Newton não reconheceu a relevância do fenômeno.
CAPÍTULO 22 ■ Óptica Ondulatória 673

1. Uma onda plana incide


Tela de visualização sobre a fenda dupla.
2. As ondas se
espalham por
trás de cada
fenda.
O desenho não está em escala:
a distância até a tela, na verdade,
é muito maior do que a distância
entre as fendas.
Máximo
Fenda dupla central

Fenda dupla
vista de cima
Feixe de laser incidente 3. As ondas interferem na
região onde se superpõem.
4. Franjas brilhantes ocorrem onde as
linhas antinodais interceptam a tela de
visualização.

FIGURA 22.3 O experimento da interferência de fenda dupla.

A conclusão principal do Capítulo 21 foi de que duas ondas superpostas, e de mesmo


comprimento de onda, produzem interferência. De fato, a Figura 22.3b é equivalente
àquelas figuras de interferência produzidas pelas ondas emitidas por dois alto-falantes,
uma situação que analisamos na Seção 21.7. (É muito útil comparar a Figura 22.3b com
as Figuras 21.28 e 21.30a.) Nada nesta análise depende do tipo de onda que interfere, de
modo que as conclusões obtidas lá se aplicam igualmente bem a duas ondas luminosas
superpostas. Se a luz realmente fosse uma onda, deveríamos ver a interferência entre as
duas ondas luminosas na pequena região da tela de visualização, tipicamente com alguns
centímetros de largura, onde elas se superpõem.
A fotografia na Figura 22.3b mostra como a tela se parece. Como esperado, a luz é
intensa nos pontos onde uma linha antinodal intercepta a tela. Não há luz em todos os
pontos onde uma linha nodal cruza a tela. Essas faixas que se alternam entre claras e
escuras, em razão da interferência construtiva e destrutiva, são chamadas de franjas de
interferência. As franjas são numeradas por m  0, 1, 2, 3,.., nos dois lados, a partir do
centro. A franja mais clara, no ponto médio da tela de visualização, e correspondente a
m  0, é chamada de máximo central.

PARE E PENSE 22.1 Suponha que a tela de visualização da Figura 22.3 seja aproximada da
fenda dupla. O que acontece com as franjas de interferência?

a. Elas se tornam mais claras, porém nada mais é alterado.


b. Elas se tornam mais claras e se aproximam.
c. Elas se tornam mais claras e se afastam.
d. Elas saem de foco.
e. Elas enfraquecem e desaparecem.

Analisando a interferência de fenda dupla


A Figura 22.3 mostrou de forma qualitativa como a interferência é produzida atrás de
16.1–16.3
uma fenda dupla pela sobreposição das ondas luminosas que se propagam por atrás de
cada fenda. Agora vamos analisar o experimento mais cuidadosamente. A FIGURA 22.4 na
página seguinte mostra um arranjo de fenda dupla em que o espaçamento entre as fendas
é d e a distância até a tela de visualização é L. Consideraremos que L seja muito maior do
que d. Conseqüentemente, nem mesmo conseguimos enxergar as fendas individualmen-
te na parte principal da Figura 22.4.
674 Física: Uma Abordagem Estratégica

Essas ondas se
encontram no ponto P.
Os caminhos são
praticamente paralelos
porque a tela está Duas ondas luminosas
ento muito distante. se encontram e
Comprim interferem em P.
c a m inho
do
Fenda dupla tg
Espaça-
mento ento
entre as Comprim
c a m inho
fendas d d o Nesta escala, as fendas são
invisíveis porque d L.
Este pequeno segmento
 dsen é a diferença Tela de
de caminho. visualização

FIGURA 22.4 Geometria do arranjo de fenda dupla.

Considere um P ponto da tela correspondente ao ângulo . Nosso objetivo agora é


determinar se a interferência em P é construtiva, destrutiva ou intermediária. A inserção
na Figura 22.4 mostra as fendas individuais e as distâncias das fendas até o ponto P.
Como P está muito distante nesta escala, os dois caminhos são praticamente paralelos,
ambos correspondentes ao ângulo . As duas fendas estão iluminadas pela mesma frente
de onda proveniente do laser; assim, as fendas se comportam como fontes de ondas idên-
ticas, que emitem em fase (0  0). No Capítulo 21 você aprendeu que a interferência
construtiva entre as ondas emitidas por fontes em fase ocorre nos pontos em que a dife-
rença de caminho r  r2 – r1 é um número inteiro de comprimentos de onda:
(interferência construtiva) (22.1)

Dessa forma, a interferência no ponto P será construtiva, produzindo uma franja bri-
lhante, se naquele ponto. O ponto central da tela de visualização, em y  0,
está igualmente distante das duas fendas (r  0) e, portanto, é também um ponto de
interferência construtiva. Esta é a franja brilhante identificada como o máximo central na
Figura 22.3b. A diferença de caminho aumenta à medida que você se distancia do centro
da tela, e as franjas correspondentes a m  1 ocorrem nos pontos onde – ou
seja, aqueles nos quais uma das ondas percorreu exatamente um comprimento de onda
mais longe do que a outra. Em geral, a franja brilhante de ordem m ocorre onde a
onda proveniente de uma fenda percorre m comprimentos de onda a mais do que a
onda proveniente da outra fenda e, portanto, .
Pode-se ver da parte ampliada da Figura 22.4 que a onda proveniente da fenda infe-
rior percorre uma distância extra

(22.2)

Se substituirmos isso na Equação 22.1, veremos que as franjas brilhantes (interferência


construtiva) ocorrem para os ângulos m, de forma que
(22.3)

Adicionamos o subscrito m para indicar que m é o ângulo correspondente à franja bri-


lhante de ordem m, começando com m  0 no centro.
Na prática, em um experimento de fenda dupla o ângulo  é muito pequeno ( 1°).
Podemos, então, usar a aproximação de ângulos pequenos sen  , onde  deve estar
em radianos, para escrever a Equação 22.3 na forma

(ângulos de franjas brilhantes) (22.4)

Isso fornece as posições angulares, em radianos, das franjas brilhantes do padrão de


interferência.
CAPÍTULO 22 ■ Óptica Ondulatória 675

Geralmente é mais fácil medir distâncias em vez de ângulos, então podemos especi-
ficar o ponto P por sua posição em um eixo y com origem diretamente à frente do ponto
central entre as fendas. Na Figura 22.4, pode-se verificar que
(22.5)

Usando a aproximação de ângulos pequenos novamente, desta vez na forma tg  ,


podemos substituir m da Equação 22.4 por tgm na Equação 22.1 para verificar que a
franja brilhante de ordem m ocorre na posição

(posições de franjas brilhantes) (22.6)

O padrão de interferência é simétrico, ou seja, há uma franja brilhante de ordem m a


uma mesma distância nos dois lados do centro. Pode-se ver isso na Figura 22.3b. Como
se pode ver, as franjas de ordem m  1 ocorrem nos pontos da tela onde a luz pro-
veniente de uma das fendas percorre exatamente um comprimento de onda mais
longe do que a luz proveniente da outra fenda.

NOTA  As Equações 22.4 e 22.6 não se aplicam à interferência de ondas sonoras


emitidas por dois alto-falantes. As aproximações que usamos (ângulos pequenos, L
d) geralmente não são válidas para os comprimentos de onda muito mais longos
das ondas sonoras. 

A Equação 22.6 prevê que o padrão de interferência é uma série de linhas claras
com espaçamentos iguais na tela, exatamente como mostrado na Figura 22.3b. Como
sabemos que as franjas têm espaçamentos iguais? O espaçamento entre a franja m e a
franja m  1 é

(22.7)

Uma vez que y independe de m, quaisquer duas franjas brilhantes têm mesmo espaça-
mento entre si.
As franjas escuras na fotografia correspondem à interferência destrutiva. No Capítu-
lo 21 você aprendeu que a interferência destrutiva ocorre em posições onde a diferença
de caminho das ondas é um número semi-inteiro de comprimentos de onda:

(interferência
(22.8)
destrutiva)

Podemos usar a Equação 22.2 para r e a aproximação de ângulos pequenos para cons-
tatar que as franjas escuras estão localizadas nas posições

(22.9)

(posições das franjas escuras)

Usamos , com um apóstrofo, para distinguir a localização do mínimo de ordem m do


máximo de ordem m em ym. Da Equação 22.9, pode-se ver que as franjas escuras estão
localizadas exatamente a meio caminho entre as franjas brilhantes.

EXEMPLO 22.1 Interferência de fenda dupla da luz MODELO Duas fendas próximas produzem um padrão de interferência
de um laser de fenda dupla.
A luz emitida por um laser de hélio-neônio (  633 nm) ilumina VISUALIZAÇÃO O padrão de interferência se parece com o mostrado
duas fendas espaçadas por 0,40 mm. Uma tela de visualização en- na fotografia da Figura 22.3b. Ele é simétrico, com as franjas bri-
contra-se 2,0 m atrás das fendas. Quais são as distâncias entre as duas lhantes de ordem m  2 a distâncias iguais dos dois lados do máxi-
franjas brilhantes de ordem m  2 e entre as duas franjas escuras de mo central.
ordem m  2? Continua
676 Física: Uma Abordagem Estratégica

RESOLUÇÃO A franja brilhante de ordem m  2 está localizada na po-


sição

Dessa forma, a distância entre as duas franjas escuras de ordem m 


2 é de 15,8 mm.
AVALIAÇÃO Como as franjas são contadas do centro para fora, a franja
Cada uma das franjas de ordem m  2 encontra-se a 6,3 mm do máximo brilhante de ordem m  2 ocorre antes da franja escura de ordem
central; logo, a distância entre as duas franjas brilhantes de ordem m  também m  2.
2 é de 12,6 mm. A franja escura de ordem m  2 está localizada em

EXEMPLO 22.2 Medição do comprimento de uma onda Usando este espaçamento de franjas na Equação 22.7, verificamos
luminosa que o comprimento de onda é
Um padrão de interferência de fenda dupla é observado em uma tela
posicionada 1,0 m atrás de duas fendas com espaçamento de 0,30 mm
entre si. Dez franjas brilhantes cobrem uma distância de 1,7 cm. Qual
é o comprimento de onda da luz? Costuma-se expressar os comprimentos de onda luminosa em
nanômetros. Certifique-se de ter feito isso antes de resolver um
MODELO Nem sempre é óbvio identificar qual das franjas corresponde
problema.
ao máximo central. Pequenas imperfeições nas fendas podem fazer
alterar o padrão de interferência das franjas em relação ao padrão ide- AVALIAÇÃO O experimento da fenda dupla de Young, além de de-
alizado. Entretanto você não precisa identificar a franja de ordem m monstrar que a luz é uma onda, também fornece um meio de medir o
 0 porque pode usar o fato de que o espaçamento entre as franjas comprimento de onda. Você aprendeu no Capítulo 20 que os compri-
vizinhas y é uniforme. Dez franjas brilhantes contêm nove espaços mentos de onda da luz visível cobrem a faixa de 400-700 nm. Esses
entre elas (e não dez – atenção!). comprimentos são menores do que podemos facilmente imaginar.
Um comprimento de onda de 570 nm, no meio do espectro visível,
VISUALIZAÇÃO O padrão de interferência se parece com o mostrado na
corresponde apenas a cerca de 1% do diâmetro de um fio de cabelo
fotografia da Figura 22.3b.
humano.
RESOLUÇÃO O espaçamento entre as franjas é

PARE E PENSE 22.2 Luz de comprimento de onda  ilumina uma fenda dupla, e as franjas
1
de interferência são observadas em uma tela atrás das fendas. Quando o comprimento de
onda é alterado para 2, as franjas se aproximam umas das outras. 2 é maior ou menor
do que 1?

Intensidade do padrão de interferência de fenda dupla


As Equações 22.6 e 22.9 fornecem as posições de intensidade luminosa máxima e de
intensidade nula, respectivamente. Para completar a análise, precisamos agora calcular
a intensidade da luz em todos os pontos na tela. Todas as ferramentas de que precisamos
para realizar o cálculo já foram desenvolvidas nos Capítulos 20 e 21.
No Capítulo 20, você aprendeu que a intensidade I de uma onda é proporcional ao
quadrado da amplitude da mesma. A luz que se propaga atrás de uma fenda simples
produz uma ampla banda de luz como a que você vê na Figura 22.2. A intensidade dessa
banda de luz é I1  ca , onde a é a amplitude de uma onda luminosa na tela e c é uma
2

constante de proporcionalidade.
Se não ocorresse interferência, a intensidade luminosa resultante produzida por duas
fendas seria duas vezes maior do que a intensidade produzida por uma fenda apenas: I2
 2I1  2ca . Em outras palavras, duas fendas fariam com que a faixa larga de luz na
2

tela fosse duas vezes mais clara do que quando iluminada apenas com uma. Todavia não
é isso o que acontece. Em vez disso, a superposição de duas ondas luminosas cria franjas
de interferência claras e escuras.
No Capítulo 9, verificamos (Equação 9.36) que a amplitude resultante de duas ondas
superpostas é

(22.10)
CAPÍTULO 22 ■ Óptica Ondulatória 677

onde a é a amplitude de cada onda individual. Como as fontes (isto é, as duas fendas)
emitem em fase, a diferença de fase  no ponto onde as duas ondas se combinam deve-
se somente à diferença de caminho: . Usando a Equação 22.2 para r,
junto com a aproximação para ângulos pequenos e com a Equação 22.5 para y, obtemos
a diferença de fase na posição y na tela como

(22.11)

Substituindo a Equação 22.11 na Equação 22.10, encontramos que a amplitude de onda


na posição y é

(22.12)

Conseqüentemente, a intensidade de luz na posição y na tela é igual a

(22.13)

2
Porém, ca é I1, a intensidade de luz produzida por uma fenda simples. Assim, a intensi-
dade do padrão de interferência de fenda dupla na posição y é

(22.14)

A FIGURA 22.5a é o gráfico da intensidade luminosa produzida pela fenda dupla versus
a posição y. Note a orientação incomum do gráfico, em que a intensidade aumenta em
direção à esquerda, de forma que o eixo y equivalha ao esboço experimental. Pode-se
ver que a intensidade oscila entre franjas escuras (Idupla  0) e franjas brilhantes (Idupla
 4I1). A intensidade máxima ocorre nos pontos onde ym  mL/d. Trata-se do mesmo
resultado que encontramos anteriormente para as posições das franjas brilhantes; logo, a
Equação 22.14 é consistente com nossa análise inicial.

A luz das duas franjas Na realidade, a intensidade


teria intensidade das franjas diminui porque
uniforme 2I1 se elas a intensidade luminosa
não interferissem. produzida por uma
fenda simples não é
uniforme.
Espaçamento
entre franjas

Fendas Fendas
Máximo
central

A intensidade
máxima é 4I1.

Intensidade luminosa Intensidade luminosa

FIGURA 22.5 Intensidade das franjas de interferência em um experimento de fenda dupla.

Uma característica curiosa é que a intensidade luminosa nos máximos é de I  4I1,


quatro vezes maior do que a intensidade produzida individualmente por cada fenda. Talvez
você tenha pensado que as duas fendas tornariam a luz duas vezes mais intensa do que uma
fenda apenas, no entanto a interferência leva a um resultado diferente. Matematicamente,
duas fendas tornam a amplitude duas vezes maior nos pontos de interferência construtiva
(A  2a), de modo que a intensidade luminosa aumenta por um fator igual a 2  4. Fisica-
2

mente, isso significa conservação de energia. A linha indicada por 2I1 na Figura 22.5a cor-
678 Física: Uma Abordagem Estratégica

responde à intensidade uniforme que as duas fendas produziriam se as ondas emitidas não
interferissem. A interferência não altera a quantidade de energia luminosa proveniente das
duas fendas, mas redistribui a energia luminosa na tela de visualização. Pode-se ver que a
intensidade média da curva ondulada é 2I1, mas a intensidade das franjas brilhantes aumen-
ta de 2I1 para 4I1 a fim de que a intensidade das franjas escuras se reduza de 2I1 para 0.
Existe ainda um problema. A Equação 22.14 prevê que todas as franjas de interfe-
rência sejam igualmente claras, mas você vê na Figura 22.3b que o brilho das franjas
diminui à medida que você se afasta do centro. Essa previsão errônea surge de nossa
pressuposição de que a amplitude a da onda de cada fenda seja constante na tela. Na
verdade, isso não é verdade. Um cálculo mais detalhado, em que a amplitude diminui
gradualmente à medida que você se afasta do centro, mostrará que a Equação 22.14 es-
tará correta se I1 diminuir lentamente conforme y aumentar.
A FIGURA 22.5b resume nossa análise representando em gráfico a intensidade lumi-
nosa (Equação 22.14), onde I1 diminui lentamente com o aumento de y. Comparando
este gráfico à fotografia, pode-se verificar que o modelo ondulatório da luz fornece uma
descrição excelente do experimento de interferência de fenda dupla de Young.

N fendas com Ondas circulares se propa-


espaçamento d gam a partir de cada fenda,
22.3 Redes de difração
se superpõem e interferem. Suponha que substituíssemos a fenda dupla por uma tela opaca com N fendas muito
próximos umas das outras. Quando iluminadas de um lado, cada uma dessas fendas se
torna a fonte de uma onda luminosa que sofre difração e se propaga por trás da fenda.
Esse dispositivo multifendas é chamado de rede de difração. O padrão de intensidade
luminosa em uma tela posicionada atrás de uma rede de difração se deve à interferência
de N ondas ali superpostas.
A FIGURA 22.6 mostra uma rede de difração na qual N fendas estão igualmente es-
paçadas por uma distância d. Trata-se de uma vista superior da rede, que se vê quando
ção
Em dire nte olhamos o experimento de cima, e as fendas se estendem acima e abaixo da página.
te la d ista
à Somente 10 fendas são mostradas aqui, mas uma rede real terá centenas ou mesmo mi-
sen lhares de fendas. Suponha que uma onda plana de comprimento de onda  se aproxime
proveniente da esquerda. A crista de uma onda plana chega simultaneamente a cada uma
das fendas, fazendo com que a onda que emerge de cada uma delas esteja em fase com as
ondas que emergem de todas as fendas restantes. Cada uma dessas ondas emergentes se
propaga, assim como a onda luminosa da Figura 22.2, e após uma curta distância todas
se superpõem e interferem.
Desejamos saber como será o padrão de interferência em uma tela posicionada atrás da
A onda proveniente de rede. Na tela, a onda luminosa é a superposição de N ondas, emitidas por N fendas. Assim
Onda plana cada fenda percorre como fizemos no caso da fenda dupla, consideraremos que a distância L até a tela seja muito
se aproxima uma distância
proveniente extra. sen
grande em comparação com o espaçamento entre as fendas, d; logo, o caminho seguido pela
da esquerda. luz de uma fenda até um ponto da tela é quase paralelo ao caminho seguido pela luz emitida
por qualquer das fendas vizinhas. Os caminhos não podem ser perfeitamente paralelos, ou
FIGURA 22.6 Vista superior de uma rede de eles nunca se encontrariam para dar origem à interferência, todavia o ligeiro desvio em
difração com N  10 fendas. relação ao paralelismo perfeito é pequeno demais para ser notado. Pode-se verificar a partir
da Figura 22.6 que a onda proveniente de uma das fendas percorre uma distância extra r
 dsen em relação à onda proveniente da fenda vizinha acima dela e uma distância r 
dsen a menos do que a onda emitida pela fonte vizinha abaixo dela. É o mesmo raciocínio
que usamos na Figura 22.4 para analisar o experimento de fenda dupla.
Tela A Figura 22.6 é uma vista ampliada das fendas. A FIGURA 22.7 se estende até onde po-
entre
ondas adjacentes. demos ver na tela de visualização. Se o ângulo  for tal que r  dsen  m, onde m é
um número inteiro, a onda luminosa que chega à tela proveniente de uma fenda estará
Rede
exatamente em fase com as ondas luminosas que ali chegam provenientes das duas fendas
laterais vizinhas. No entanto, cada uma dessas ondas está em fase com as ondas prove-
nientes das fendas ao seu lado, e assim por diante, até chegarmos ao fim da rede. Em ou-
tras palavras, N ondas luminosas, emitidas por N fendas, estarão todas em fase entre
si quando chegarem a um ponto da tela correspondente ao ângulo ␪m, de forma que
entre
ondas adjacentes. (22.15)

FIGURA 22.7 Ângulos de interferência A tela mostrará franjas brilhantes de interferência construtiva para os valores de m da-
construtiva. dos pela Equação 22.15. Dizemos que a luz é “difratada segundo o ângulo m”.
CAPÍTULO 22 ■ Óptica Ondulatória 679

Como geralmente é mais fácil medir distâncias em vez de ângulos, a posição ym da


franja brilhante de ordem m é determinada por

(posições das franjas brilhantes) (22.16)

O número inteiro m é chamado de ordem da difração. Por exemplo, a luz difratada se-
gundo 2  60° é a franja de difração de segunda ordem. Redes reais, com valores muito
pequenos de d, apresentam somente algumas poucas franjas. Como d geralmente é muito
pequeno, costuma-se caracterizar uma rede pelo número de linhas por milímetro que ela
possui. Aqui, “linha” é sinônimo de “fenda”, portanto o número de linhas por milímetro
é, simplesmente, o inverso do espaçamento entre as fendas d expresso em milímetros. Visão lateral microscópica de uma rede de
difração
NOTA  A condição para interferência construtiva em uma rede com N fendas é
idêntica à Equação 22.4 para duas fendas apenas. A Equação 22.15 corresponde,
simplesmente, à exigência de que a diferença de caminho entre fendas adjacentes,
duas ou N, seja igual a m. Entretanto, diferentemente dos ângulos na interferência
de fenda dupla, os ângulos de interferência construtiva em uma rede de difração
geralmente não são ângulos pequenos. A razão é que, em uma rede de difração, o
espaçamento d entre fendas vizinhas é tão pequeno que /d não é um número pe-
queno. Assim, você não pode usar a aproximação para ângulos pequenos a fim de
simplificar as Equações 22.15 e 22.16 

A amplitude de onda nos pontos de interferência construtiva é Na porque N ondas de Franjas brilhantes
e estreitas. A maior
amplitude a se combinam em fase ali. Uma vez que a intensidade depende do quadrado da parte da tela está
amplitude, as intensidades das franjas brilhantes de uma rede de difração são dadas por escura.

Imax  N2I1 (22.17)


onde, como antes, I1 é a intensidade luminosa produzida por uma fenda simples. A Equa-
ção 22.17 é consistente com nossa conclusão anterior de que a intensidade de uma franja
brilhante em um experimento de interferência de fenda dupla é quatro vezes maior do
que a intensidade da luz de cada fenda individual. Pode-se ver que as intensidades das
franjas aumentam rapidamente com o aumento do número de fendas.
Além das franjas tornarem-se mais claras à medida que N aumenta, elas também fi-
cam mais estreitas. Novamente, isso está relacionado à conservação da energia. Se as Intensidade
Rede
da luz
ondas luminosas não interferissem, a intensidade produzida por N fendas seria NI1. A
interferência aumenta a intensidade das franjas brilhantes por um fator extra igual a N;
logo, para haver conservação da energia, a largura das franjas escuras deve ser propor- A luz cinza tem comprimen-
to de onda maior do que o do
cional a 1/N. Para uma rede de difração real, com N  100, o padrão de interferência
azul claro e, por isso, é mais
consiste de um pequeno número de franjas muito claras e muito estreitas, enquanto a difratada.
maior parte da tela permanece escura. A FIGURA 22.8a representa graficamente o padrão
de interferência por trás de uma rede de difração, com uma ilustração da tela de visuali-
zação. Uma comparação com a Figura 22.5b mostra que as franjas brilhantes produzidas
por uma rede de difração são muito mais nítidas e distinguíveis do que as franjas produ-
zidas por uma fenda dupla. Todos os comprimentos
Como as franjas brilhantes são muito distinguíveis, as redes de difração são usadas de onda se superpõem
em y  0.
para medir os comprimentos de onda da luz. Suponha que a luz incidente consista em
dois comprimentos de onda ligeiramente diferentes. Cada um deles sofrerá difração se-
Intensidade
gundo um ângulo ligeiramente diferente e, se N for suficientemente grande, veremos duas Rede da luz
franjas distintas na tela. A FIGURA 22.8b ilustra esta idéia. Em contraste, as franjas brilhan-
tes em um experimento de fenda dupla são largas demais para que possamos distinguir as FIGURA 22.8 O padrão de interferência por
franjas correspondentes a um comprimento de onda das franjas produzidas pelo outro. trás de uma rede de difração.

EXEMPLO 22.3 Medindo os comprimentos de onda VISUALIZAÇÃO A situação é mostrada na Figura 22.8b. As duas fran-
emitidos por átomos de sódio jas são muito próximas, portanto esperamos que os comprimen-
A luz proveniente da lâmpada de sódio de um abajur atravessa uma tos de onda sejam apenas ligeiramente diferentes. Nenhuma outra
rede de difração com 1000 fendas por milímetro. O padrão de inter- franja amarela é mencionada no enunciado, de modo que presu-
ferência é visto em uma tela que se encontra 1,000 m atrás da rede. miremos que as duas franjas correspondam à difração de primeira
Duas franjas brilhantes amarelas são visíveis a 72,88 cm e 73,00 cm ordem (m  1).
do máximo central. Quais são os comprimentos de onda correspon- Continua
dentes às duas franjas?
680 Física: Uma Abordagem Estratégica

RESOLUÇÃO A distância ym de uma franja brilhante ao máximo central espaçamento de uma fenda à próxima deve ser de 1/1000 mm, ou d
6
está relacionada ao ângulo de difração por ym  Ltgm. Logo, os ân-  1,000  10 m. Portanto, os comprimentos de onda que criam as
gulos de difração dessas duas franjas são duas franjas brilhantes são:

Esses ângulos devem satisfazer a condição de interferência dsen1  AVALIAÇÃO Dispúnhamos de dados com precisão de quatro dígitos
, então os comprimentos de onda são   dsen1. Quanto vale d? significativos, e todos os quatro foram necessários para distinguir os
Se um comprimento de 1 mm da rede contém 1000 fendas, então o dois comprimentos de onda.

Denomina-se espectroscopia a ciência de medir comprimentos de onda de emis-


16.4, 16.5
sões atômicas ou moleculares. Os dois comprimentos de onda de sódio do exemplo
constituem um dubleto de sódio, nome técnico dado para dois comprimentos de onda de
valores muito próximos emitidos pelos átomos de um elemento ou substância. Este du-
bleto é uma característica identificadora do sódio. Como nenhum outro elemento emite
exatamente esses dois comprimentos de onda, o dubleto pode ser usado para identificar
a presença de sódio em uma amostra de composição desconhecida, mesmo que o sódio
Luz incidente Comprimentos de onda
seja apenas um constituinte pouco importante. Tal procedimento é chamado de análise
diferentes refratados em espectral.
ângulos distintos
Redes de reflexão
Acabamos de analisar o que é chamado de rede de transmissão, com muitas fendas para-
Superfície
espelhada lelas. Na prática, a maioria das redes de difração é fabricada na forma de redes de refle-
xão. A rede de reflexão mais simples que existe, mostrada na FIGURA 22.9a, é um espelho
com centenas ou milhares de ranhuras estreitas riscadas paralelamente na superfície. As
Poucos Om ranhuras, assim, dividem a superfície em inúmeras faixas refletoras paralelas, e cada
Uma rede de reflexão pode ser feita cortando qual, quando iluminada, torna-se a fonte de uma onda que se propaga a partir dali. Por-
ranhuras paralelas numa superfície espelhada.
Elas podem ser muito precisas, no caso de uso tanto, uma onda luminosa que incida nesta rede será dividida, na reflexão, em N ondas
científico, ou produzidas maciçamente, em superpostas. O padrão de interferência será exatamente igual ao produzido por luz trans-
plástico. mitida através de N fendas paralelas.
As redes de reflexão que ocorrem naturalmente são responsáveis por alguns padrões
coloridos vistos na natureza. Como mostra a micrografia da FIGURA 22.9b, uma pena de
pavão consiste de bastonetes de melanina quase paralelos. Eles se comportam como
uma rede de reflexão e criam os padrões iridescentes vistos na foto à medida que varia o
ângulo entre o plano da rede e a linha de visada. A iridescência apresentada por alguns
insetos deve-se à difração produzida por sulcos microscópicos paralelos existentes na
carapaça.
O arco-íris de cores refletidas na superfície de um CD é um exemplo análogo de
10.000 interferência. A superfície de um CD é plástico macio com um revestimento refletor
semelhante a um espelho. A informação é codificada digitalmente em milhões e milhões
de microscópicas depressões circulares com 1 m de diâmetro. No entanto, do ponto
de vista óptico, o conjunto de orifícios na superfície brilhante constitui uma versão bi-
dimensional da rede de reflexão mostrada na Figura 22.9a. Redes de reflexão plásticas
Bastonetes paralelos
de melanina formam
menos precisas podem ser fabricadas a custo muito baixo simplesmente cunhando-se
uma rede de difração. pequenos orifícios ou ranhuras em uma superfície refletora, sendo amplamente vendidas
como brinquedos e itens de decoração. São vistos arco-íris de cor porque cada compri-
FIGURA 22.9 Redes de difração. mento de onda da luz branca é refratado segundo um ângulo diferente.

PARE E PENSE 22.3 A luz branca atravessa uma rede de difração e forma padrões do tipo
arco-íris em uma tela posicionada atrás da rede. Em cada um desses arco-íris,

a. O lado vermelho está à direita, e o lado violeta, à esquerda.


b. O lado vermelho está à esquerda, e o violeta, à direita.
c. O lado vermelho está mais próximo do centro da tela, e o lado violeta, mais afastado.
d. O lado vermelho está mais afastado do centro da tela, e o violeta, mais próximo.
CAPÍTULO 22 ■ Óptica Ondulatória 681

22.4 Difração de fenda simples


Abrimos o capítulo com uma fotografia (Figura 22.1a) de uma onda que se propaga
16.6
em água, atravessa um orifício em uma barreira e, depois, segue se propagando para o
outro lado. Depois você viu uma fotografia (Figura 22.2) que mostrava que a luz, após
passar por uma fenda muito estreita, também se propagava para o outro lado. Estes
fenômenos são chamados de difração. Agora estamos prontos para analisar os detalhes
desse fenômeno.
A FIGURA 22.10 mostra um esquema do arranjo experimental usado para observar a Máximos secundários
difração da luz através de uma fenda estreita de largura a. A difração através de uma
fenda vertical comprida e estreita é conhecida como difração de fenda simples. Uma
Tela de visualização
tela de visualização é posicionada a uma distância L, atrás da fenda, e vamos considerar
que L a. O padrão de luz visto na tela consiste de um máximo central ladeado por
uma série de máximos secundários mais fracos e por franjas escuras alternados. Obser- Máximo central
ve que o máximo central é significativamente mais largo do que os secundários. Ele
Distância L
também é significativamente mais brilhante do que os máximos secundários, embora
seja difícil notar isso aqui, pois a fotografia foi tirada com superexposição a fim de que
os máximos secundários aparecessem melhor. Fenda simples
de largura a
Princípio de Huygens
Nossa análise da superposição de ondas de fontes distintas, como dois alto-falantes ou Luz incidente de
as duas fendas em um experimento de fenda dupla, considerou explicitamente que as comprimento de
fontes fossem puntiformes, sem uma extensão mensurável. Para entender a difração, onda 
precisamos pensar na propagação de uma frente de onda estendida. Esse problema foi
FIGURA 22.10 Um experimento de difração
considerado pela primeira vez pelo cientista holandês Christiaan Huygens, um contem-
de fenda simples.
porâneo de Newton que argumentava que a luz é uma onda.
Huygens viveu antes que fosse formulada uma teoria matemática das ondas, por isso
ele desenvolveu um modelo geométrico da propagação de ondas. Sua idéia, que agora
chamamos de princípio de Huygens, tem duas partes:

1. Cada ponto de uma frente de onda é fonte de um pulso de onda esférico que se
propaga em todas as direções com a mesma velocidade da onda.
2. O formato daquela frente de onda em um instante posterior é dado pela linha que
tangencia todos os pulsos esféricos que se propagaram até este instante a partir de
todos os pontos da frente de onda no instante inicial.

A FIGURA 22.11 ilustra o princípio de Huygens para uma onda plana e para uma onda
esférica. Como você pode ver, a linha que tangencia as ondulações esféricas no caso de
uma onda plana é um plano, que corresponde a uma frente de onda plana que se propa-
gou para a direita. No caso de uma onda esférica, a curva que tangencia as ondulações
esféricas é uma esfera maior.

Onda plana Onda esférica


Frente de
Frente
onda inicial
de onda
inicial

Cada ponto
é a fonte de
uma ondulação
esférica.
Cada um destes A frente de onda
pontos é a fonte em um momento
de uma ondulação posterior é tangente
esférica. a todas às ondulações
esféricas.
A frente de onda em um
momento posterior é tangente
a todas às ondulações esféricas.

FIGURA 22.11 Princípio de Huygens aplicado à propagação de ondas planas e de ondas


esféricas.
682 Física: Uma Abordagem Estratégica

O princípio de Huygens é um método geométrico, e não, uma teoria de ondas. Ape-


sar disso, a teoria matemática completa das ondas, formulada durante o século XIX, jus-
tifica a idéia básica de Huygens, embora a sua prova esteja além do escopo deste livro.

Analisando a difração de fenda simples


Vista da fenda muito ampliada A FIGURA 22.12a mostra uma frente de onda ao passar por uma fenda estreita de largura a.
De acordo com o princípio de Huygens, cada ponto dessa frente de onda pode ser consi-
Frente derado a fonte de uma ondulação esférica. Essas ondulações se superpõem e interferem
de onda umas com as outras, produzindo o padrão de difração visto na tela de visualização. A
inicial análise matemática completa, usando todos os pontos da frente de onda, é um problema
relativamente difícil em cálculo. Uma análise geométrica baseada em apenas algumas
Largura de fenda a ondulações esféricas será suficiente.
A FIGURA 22.12b mostra diversas ondulações esféricas que se propagam diretamente
para o ponto central da tela. (A tela está muito longe, à direita, nesta visão amplificada
da fenda.) Os caminhos até a tela são praticamente paralelos entre si, de forma que
todas as ondulações viajam a mesma distância e chegam à tela em fase umas com as
outras. A interferência construtiva entre elas produz o máximo central do padrão de
As ondulações provenientes de cada ponto difração em   0.
da frente de onda inicial se superpõem e A situação é diferente nos pontos fora do centro. As ondulações 1 e 2 na FIGURA 22.12c
interferem, criando um padrão de difração
na tela.
iniciam em pontos que estão separados por uma distância a/2. Suponha que r12, a dis-
tância extra viajada pela ondulação 2, seja /2. Neste caso, as ondulações 1 e 2 chegarão
ao ponto da tela fora de fase e interferirão destrutivamente ali. Porém, se r12 é /2,
então a diferença r34 entre os caminhos 3 e 4 e a diferença r56 entre os caminhos 5 e
6 também serão /2. Estes pares de ondulações também interferem destrutivamente. A
superposição de todas as ondulações produz interferência destrutiva perfeita.
A Figura 22.12c mostra seis ondulações, mas nossa conclusão é válida para qualquer
que seja o número de ondulações usadas. A idéia central é que cada ponto de uma fren-
te de onda pode ser combinado a outro ponto situado a uma distância de a/2 do pri-
meiro. Se a diferença de caminho for /2, as ondulações com origem nesses dois pontos
chegarão à tela fora de fase, e ali a interferência será destrutiva. Quando somamos os
deslocamentos produzidos por todas as N ondulações, o resultado da soma – par a par –
será nulo. A tela de visualização, nesta posição, estará escura. Esta é a idéia principal da
As ondulações que seguem diretamente para
a frente percorrem todas a mesma distância até análise, sobre a qual vale a pena pensar cuidadosamente.
a tela. Assim, elas chegam em fase e interferem Na Figura 22.12c, pode-se ver que r12  (a/2)sen. Esta diferença de caminho será
construtivamente para produzir ali o máximo igual a /2, condição para interferência destrutiva, se
central.
(22.18)

ou, de forma equivalente, se asen1  .


Cada ponto da
frente de onda é
NOTA  A Equação 22.18 não poderá ser satisfeita se a largura a da fenda for menor
combinado a outro
ponto situado a do que o comprimento de onda . Se uma onda passa por uma abertura menor do
uma distância que seu comprimento de onda, o máximo central do padrão de difração será tão largo
de a/2. que preencherá completamente o espaço atrás da abertura. Não haverá mínimos ou
pontos escuros para nenhum ângulo. Essa é uma situação incomum no caso de ondas
luminosas, pois  é muito pequeno, mas muito comum no caso da difração de ondas
sonoras e de ondas que se propagam na água. 
Todas essas ondulações se encontram na tela
segundo o ângulo . A ondulação 2 percorre
Podemos estender essa idéia para encontrar outros ângulos de interferência destruti-
uma distância sen extra em
relação à ondulação 1. va perfeita. Suponha que cada ondulação seja combinada a outra ondulação proveniente
de um ponto a a/4 de distância. Se a distância r entre essas ondulações for /2, todas
FIGURA 22.12 Cada ponto da frente de as N ondulações novamente se anularão aos pares, resultando em interferência destru-
onda é uma fonte de ondulações esféricas. tiva completa. O ângulo 2 para o qual isso ocorre é determinado substituindo-se a/2
A superposição dessas ondulações produz na Equação 22.18 por a/4, o que leva à condição asen2  2 . Esse processo pode ser
o padrão de difração visto na tela. repetido, e encontraremos que a condição geral para interferência destrutiva completa é
(22.19)
CAPÍTULO 22 ■ Óptica Ondulatória 683

Quando p 1 rad, o que é quase sempre verdadeiro para ondas luminosas, pode-
mos usar a aproximação para ângulos pequenos e obter

(ângulos das franjas escuras) (22.20)

Cada par de vetores interfere destrutivamente.


A Equação 22.20 fornece, em radianos, os ângulos correspondentes aos mínimos escu- A soma dos seis vetores é nula.
ros do padrão de difração da Figura 22.10. Observe que p  0 está explicitamente ex-
cluído. O valor p  0 corresponde à posição   0 diretamente à frente da fenda, mas
você vê nas Figuras 22.10 e 22.12b que   0 é o máximo central, e não, um mínimo.

NOTA  Talvez seja surpreendente que as Equações 22.19 e 22.20 sejam matema-
ticamente as mesmas que a condição para o máximo de ordem m do padrão de
interferência de fenda dupla. No entanto, o significado físico aqui é bem diferente.
A Equação 22.20 localiza os mínimos (franjas escuras) do padrão de difração de Cada par de vetores interfere construtivamente.
fenda simples.  Ainda assim, a soma dos seis vetores é nula.

FIGURA 22.13 A interferência destrutiva


Você pode ter pensado que poderíamos usar este método de ondulações combina-
entre pares resulta em interferência
das provenientes de diferentes pontos da frente de onda para determinar os máximos
destrutiva, mas a interferência construtiva
do padrão de difração. Por que não pegar dois pontos na frente de onda que estão a
entre pares não necessariamente resulta
uma distância de a/2, encontrar o ângulo no qual suas ondulações estão em fase e inter-
em interferência construtiva.
ferem construtivamente e, a seguir, somar todos os pontos na frente de onda? Há uma
distinção sutil, porém importante. A Figura 22.13 mostra seis setas vetoriais. As setas
da FIGURA 22.13a estão dispostas aos pares, de forma que os dois membros de cada par
se anulem. A soma dos seis vetores, claramente, é igual ao vetor nulo , representando
interferência destrutiva. Este é o procedimento que usamos na Figura 22.12c para che-
gar à Equação 22.18. As setas da FIGURA 22.13b estão dispostas aos pares de maneira
que os dois membros de cada par apontem no mesmo sentido – interferência construti-
va! Apesar disso, a soma dos seis vetores ainda é . Ter N ondas interferindo construti- Fenda Tela
vamente requer mais do que simplesmente ter interferência construtiva entre pares. simples
Cada par também deve estar em fase com todos os outros pares, uma condição que não
é satisfeita na Figura 22.13b. Dito de outra forma, a interferência destrutiva por pares
leva à interferência destrutiva resultante, mas a interferência construtiva por pares não Largura w
necessariamente resulta em interferência construtiva. Acontece que não existe uma
Máximo
fórmula simples que sirva para localizar os máximos do padrão de difração de uma
central
fenda simples.
Embora esteja além do escopo deste livro, é possível calcular todo o padrão de inten-
Intensidade
sidade da luz. Os resultados deste cálculo estão mostrados graficamente na FIGURA 22.14. da luz
Pode-se ver o máximo central claro em   0, os máximos secundários mais fracos e
os pontos escuros de interferência destrutiva para os ângulos dados pela Equação 22.20.
Compare este gráfico com a fotografia da Figura 22.10 e certifique-se de ter comprovado FIGURA 22.14 Gráfico da intensidade do
a concordância entre os dois. padrão de difração de fenda simples.

EXEMPLO 22.4 Difração de um laser através de uma fenda


A luz de um laser de hélio-neônio (  633 nm) passa por uma fenda
estreita e é vista em uma tela posicionada 2,0 m atrás da fenda. O pri-
O primeiro mínimo corresponde ao ângulo , de onde obte-
meiro mínimo do padrão de difração está a 1,2 cm do máximo central.
mos o valor da largura da fenda:
Qual é a largura da fenda?
MODELO Uma fenda estreita produz um padrão de difração de fenda
simples. Um deslocamento de apenas 1,2 cm a uma distância de 200
cm significa que o ângulo 1 é certamente um ângulo pequeno.
VISUALIZAÇÃO O padrão de intensidade terá a aparência da Figura 22.14. AVALIAÇÃO Essa largura é típica de fendas usadas para observar a di-
fração de fenda simples. Pode-se verificar que a aproximação para
RESOLUÇÃO Podemos usar a aproximação para pequenos ângulos e pequenos ângulos é bem satisfeita.
determinar que o ângulo para o primeiro mínimo é
684 Física: Uma Abordagem Estratégica

A largura de um padrão de difração de fenda simples


Como fizemos para a fenda dupla, será de utilidade medir posições na tela em vez de
ângulos. A posição da franja escura de ordem p, correspondente ao ângulo p, é yp  L
tgp, onde L é a distância da fenda até a tela de visualização. Usando a Equação 22.20
para p e a aproximação para pequenos ângulos, p  p, concluímos que as franjas es-
curas do padrão de difração de fenda simples estão localizadas em

(posição das franjas escuras) (22.21)

O valor p  0 é explicitamente excluído porque o ponto central da tela de visualização


corresponde ao máximo central, e não, a uma franja escura.
Todo padrão de difração é dominado pelo máximo central, que é muito mais claro
do que os máximos secundários. A largura w do máximo central, mostrada na Figura
22.14, é definida como a distância entre os dois mínimos correspondentes a p  1 dos
O máximo central deste padrão de difração
dois lados do máximo central. Como o padrão é simétrico, a largura é simplesmente w
de fenda simples parece branco porque
 2y1, ou seja,
a foto foi obtida com superexposição. A
largura do máximo central é evidente.
(22.22)

A largura do máximo central é duas vezes maior do que o espaçamento ␭L/a entre
as franjas escuras dos dois lados. Quanto mais distante estiver a tela (L maior), mais
largo é o padrão de luz visto nela. Em outras palavras, as ondas luminosas se espalham
por trás da fenda e atingem uma região cada vez mais larga à medida que percorrem
distâncias maiores.
Uma aplicação importante da Equação 22.22 que é contrária ao senso comum é o
fato de que uma fenda mais estreita (a menor) produz um padrão de difração mais largo.
Quanto menor for a abertura pela qual se faz passar uma onda, mais ela se espa-
lhará do outro lado.

EXEMPLO 22.5 Determinando o comprimento de onda RESOLUÇÃO Com base na Equação 22.22, o comprimento de onda é
A luz passa por uma fenda de 0,12 mm de largura e forma um padrão
de difração em uma tela posicionada 1,0 m atrás da fenda. A largura
do máximo central é 0,85 cm. Qual é o comprimento de onda da luz
usada?

PARE E PENSE 22.4 A figura mostra dois padrões de difração de fenda simples. A
distância entre a fenda e a tela de visualização é a mesma nos dois casos. Quais
das afirmativas abaixo (pode ser mais de uma) poderiam ser verdadeiras?

a. As fendas são iguais em ambos os casos; 1  2.


b. As fendas são iguais em ambos os casos; 2  1.
c. Os comprimentos de onda são iguais em ambos os casos; a1  a2.
d. Os comprimentos de onda são iguais em ambos os casos; a2  a1.
e. As fendas e os comprimentos de onda são iguais em ambos os casos; p1  p2.
f. As fendas e os comprimentos de onda são iguais em ambos os casos; p2  p1.

22.5 Difração em aberturas circulares


A difração ocorrerá se uma onda passar por uma abertura de qualquer que seja o for-
16.7
mato. A difração produzida por uma fenda simples estabelece as idéias básicas sobre
a difração, mas uma situação bastante comum e de importância prática é a difração
de uma onda por uma abertura circular. A difração circular é matematicamente mais
CAPÍTULO 22 ■ Óptica Ondulatória 685

complexa do que a difração em uma fenda, de modo que apresentaremos resultados


sem demonstração.
Considere alguns exemplos. O cone de um alto-falante produz som pela rápida osci-
lação de seu diafragma, todavia a onda sonora deve passar pela abertura circular definida
pela borda externa do cone do alto-falante a fim de se propagar para a sala que está do
outro lado. Trata-se, portanto, de difração produzida por uma abertura circular. Com
telescópios e microscópios é o contrário. Ondas luminosas provenientes do exterior do
instrumento precisam primeiro entrar no mesmo. Para tanto, elas devem passar por len-
tes circulares. De fato, o limite de desempenho de instrumentos ópticos é determinado
pela difração nas aberturas circulares pelas quais as ondas devem passar. Esta é uma
questão que analisaremos no Capítulo 24.
A FIGURA 22.15 mostra uma abertura circular de diâmetro D. Ondas luminosas que
passam pela abertura se propagam para gerar um padrão de difração circular. Compare
esta figura com a Figura 22.10 para o caso de uma fenda simples e note as semelhanças
e as diferenças. O padrão de difração ainda possui um máximo central, agora circular, e
está cercado por uma série de franjas brilhantes secundárias. A maior parte da intensida-
de pertence ao máximo central.

Abertura
circular

Diâmetro D Largura w
Máximo
central

Intensidade
da luz

FIGURA 22.15 A difração da luz em uma abertura circular.

O ângulo 1 localiza o primeiro mínimo na intensidade, onde ocorre interferência


destrutiva perfeita. Uma análise matemática da difração circular resulta em

(22.23)

onde D é o diâmetro da abertura circular. Isto se parece muito com o resultado obtido
para o caso da fenda simples, mas não é exatamente o mesmo. Para obter a Equação
22.23 utilizou-se a aproximação para pequenos ângulos, que é quase sempre válida para
a difração de luz, mas que geralmente não vale para a difração de ondas sonoras de com-
primentos de onda maiores.
Na aproximação de pequenos ângulos, a largura do máximo central é dada por

(22.24)

Isto se assemelha à largura do máximo central de um padrão de difração de fenda sim-


ples, mas não é exatamente o mesmo. O diâmetro do padrão de difração aumenta com
a distância L, mostrando que a luz se propaga por trás de uma abertura circular, mas
diminui se o tamanho D da abertura for aumentado.

EXEMPLO 22.6 Iluminando um orifício circular com um laser RESOLUÇÃO A Equação 22.24 nos dá a distância apropriada da tela:
A luz de um laser de hélio-neônio (  633 nm) passa por um orifício
de 0,50 mm de diâmetro. A que distância uma tela de visualização de-
veria ser colocada para observar um padrão de difração cujo máximo
central tenha 3,0 mm de diâmetro?
686 Física: Uma Abordagem Estratégica

Comprimento de onda longo, O modelo ondulatório e o modelo geométrico da luz


 a. Essa onda praticamente
preenche a região atrás do Iniciamos o capítulo com a observação de que existem três modelos para a luz, cada qual
anteparo contendo a abertura. sendo útil em uma determinada variedade de circunstâncias. Agora atingimos um ponto
em que podemos estabelecer uma condição importante que define o domínio de validade
do modelo ondulatório e do modelo geométrico da luz.
Quando a luz passa por uma fenda de tamanho a, o ângulo do primeiro mínimo de
difração é

(22.25)

A Equação 22.25 é válida para uma fenda, mas o resultado é praticamente o mesmo se
a fosse o diâmetro de uma abertura circular. Independentemente da forma da abertura,
o fator que determina quanto uma onda se espalha por trás de uma abertura é a
Comprimento de onda curto,
razão ␭/a entre o valor do comprimento de onda e o tamanho da abertura.
 a. Essa onda se espalha A FIGURA 22.16 ilustra a diferença entre uma onda cujo comprimento de onda é muito
muito pouco e o feixe menor do que o tamanho da abertura e uma segunda onda cujo comprimento de onda
permanece bem-definido. é comparável ao da abertura. Uma onda para a qual /a  1 rapidamente se espalha de
modo a preencher a região atrás da abertura. As ondas luminosas, devido ao seu com-
FIGURA 22.16 Difração de uma onda com
primento de onda muito pequeno, quase sempre correspondem à condição /a 1e
longo comprimento de onda e de outra,
com curto comprimento de onda, através difratam produzindo um “feixe” de luz que se espalha muito pouco.
da mesma abertura. Agora podemos apreciar melhor o dilema de Newton. Com aberturas de tamanho
ordinário, as ondas de som e as ondas na água satisfazem /a  1 e difratam para pre-
encher o espaço por trás da abertura. Conseqüentemente, é este o comportamento que
se espera para ondas. Newton não viu evidências de tal comportamento na luz que passa
por aberturas. Agora vemos que a luz realmente se propaga por trás de uma abertura, mas
a razão /a, muito pequena, geralmente torna o padrão de difração pequeno demais para
ser notado. A difração começa a ser discernível apenas quando o tamanho da abertura é
de uma fração de milímetro ou menos. Se quiséssemos que a luz difratada preenchesse
o espaço atrás da abertura (1  90°), como faz uma onda sonora, precisaríamos reduzir
o tamanho da abertura para a  0,001 mm! Embora atualmente se possa confeccionar
orifícios deste tamanho, por meio dos processos empregados para confeccionar circuitos
integrados, a luz que passar por uma abertura tão pequena será fraca demais para ser
vista a olho nu.
Se a luz se propaga em linhas retas, a imagem A FIGURA 22.17 mostra a luz que passa por um orifício de diâmetro D. De acordo com
na tela é do mesmo tamanho que o orifício. A o modelo geométrico, os raios luminosos que passam através do orifício seguem por li-
difração não será percebida, a menos que a luz nhas retas para criar um ponto circular brilhante de diâmetro D em uma tela de visuali-
se espalhe sobre um diâmetro maior do que D.
zação. Trata-se de uma imagem geométrica da fenda. Na realidade, a difração faz com
que a luz se propague também por trás da fenda, mas – e este é o ponto importante – não
Tela perceberemos seu espalhamento se ele for menor do que o diâmetro D da imagem
geométrica, ou seja, não teremos consciência da difração a menos que o diâmetro do
ponto brilhante na tela seja ampliado.
Essa idéia fornece um critério razoável para se saber quando usar a óptica geométri-
Orifício de ca ou a óptica ondulatória:
diâmetro D
■ Se o espalhamento devido à difração for menor do que o tamanho da abertura, use o
modelo de raios e considere que a luz se desloca em linhas retas.
Luz incidente ■ Se o espalhamento devido à difração for maior do que o tamanho da abertura, use o
modelo ondulatório da luz.
FIGURA 22.17 A difração será percebida
somente se o ponto brilhante na tela for O ponto de encontro entre esses dois regimes ocorre quando o espalhamento causado
mais largo do que D. pela difração for igual ao tamanho da abertura. A largura do máximo central de um pa-
drão de difração de abertura circular é 2,44 L/D. Igualando esta largura de difração ao
diâmetro da própria abertura, teremos

(22.26)

onde o subscrito c em Dc indica que se trata do valor crítico, onde se encontram os domí-
nios de validade do modelo geométrico e do modelo ondulatório. Isolando Dc, obtemos
(22.27)
CAPÍTULO 22 ■ Óptica Ondulatória 687

Este é o diâmetro de uma abertura circular cujo padrão de difração, à distância L, tem
uma largura w  D. Sabemos que a luz visível tem   500 nm e que uma distância
típica no trabalho de laboratório é L  1 m. Para esses valores,
Dc  1 mm
Isto nos leva a uma conclusão importante e de muita utilidade prática, apresentada
no Box Tático 22.1.

BOX TÁTICO
22.1 A escolha de um modelo para a luz

Quando a luz passa por aberturas com tamanhos menores do que 1 mm, os efeitos
da difração geralmente são importantes. Use, então, o modelo ondulatório da luz.
Quando a luz passa por aberturas com tamanhos maiores do que 1 mm, os efei-
tos da difração geralmente não são importantes. Use, então, o modelo geométri-
co da luz.

Aberturas com tamanho  1 constituem zona indefinida. O uso do modelo geométrico


ou do modelo ondulatório dependerá dos valores precisos de  e de L. Evitaremos esses
casos ambíguos neste livro, usando exemplos e problemas que se encaixem claramente
apenas no modelo ondulatório ou no modelo geométrico. Lentes e espelhos, em especial,
quase sempre têm tamanhos maiores do que 1 mm. Estudaremos a óptica das lentes e dos
espelhos no capítulo sobre a óptica geométrica. O presente capítulo sobre a óptica ondula-
tória considera apenas objetos e aberturas com tamanhos menores do que 1 mm.

22.6 Interferômetros
Cientistas e engenheiros desenvolveram muitos métodos engenhosos de usar a inter-
ferência para controlar o fluxo de luz ou para fazer medições muito precisas com o
emprego de ondas luminosas. Um dispositivo que faz uso prático da interferência é o
interferômetro.
A interferência requer duas ondas com exatamente o mesmo comprimento de onda.
Uma maneira de garantir que duas ondas tenham comprimentos de onda exatamente
iguais é dividir uma onda em duas ondas de amplitudes menores. Posteriormente, em
outro ponto do espaço, as duas partes são recombinadas. Os interferômetros, portanto,
são baseados na divisão e na recombinação de uma única onda.
Para ilustrar essa idéia, a FIGURA 22.18 mostra um interferômetro acústico. Uma onda
sonora parte da extremidade esquerda do tubo. A onda se divide em duas, na junção, e as
duas ondas, com amplitudes menores, se propagam por dois caminhos diferentes. A 1. A onda é
dividida
distância L pode ser alterada deslizando o tubo superior para dentro e para fora, como neste ponto.
em um trombone. Após percorrer as distâncias r1 e r2, as ondas são recombinadas, e a
superposição resultante se propaga para o microfone. O som que emerge da extremidade
direita tem intensidade máxima, intensidade nula ou algo intermediário dependendo da
diferença de fase entre as duas ondas ao se recombinarem.
As duas ondas que se propagam pelo interferômetro partiram da mesma fonte, o alto-
falante; logo, automaticamente, a diferença de fase 0 entre as fontes de onda é nula.
A diferença de fase  entre as ondas recombinadas deve-se inteiramente às distâncias 2. As ondas são recombinadas
neste ponto, e ali interferem
diferentes percorridas pelas duas ondas antes da recombinação. Conseqüentemente, as uma com a outra.
condições para interferência destrutiva e construtiva são as mesmas que obtivemos no
3. O microfone detecta a superposição
Capítulo 21 para fontes idênticas:
das duas ondas que percorreram
distâncias diferentes.
(22.28)
FIGURA 22.18 Um interferômetro acústico.

A distância que cada onda percorre é facilmente obtida da Figura 22.18:


688 Física: Uma Abordagem Estratégica

Assim, a diferença de caminho entre as ondas é  r  r2 – r1  2L, e as condições para


interferência construtiva e destrutiva são

(22.29)

As ondas que percorrem os dois


caminhos interferem construtiva-
Intensidade mente. As condições de interferência envolvem /2, em vez de , simplesmente porque a onda
que se propaga pelo caminho superior percorre a distância L duas vezes, uma vez para
cima e outra para baixo. Quando L  /2, a onda da parte superior percorre um compri-
mento de onda completo  a mais do que a onda da parte inferior.
O interferômetro é usado para gravar os máximos e mínimos alternantes do som à medi-
da que o tubo superior é puxado e L é alterado. A interferência muda de construtiva máxima
Posição do tubo móvel para perfeitamente destrutiva, e de volta para construtiva máxima toda vez que L aumentar
Um deslocamento do tubo em meio comprimento de onda. A FIGURA 22.19 é o gráfico da intensidade sonora no micro-
móvel de /4 transforma a fone em função do aumento sofrido por L. Pode-se ver na Equação 22.29 que o número m
interferência em destrutiva. de máximos que aparecem enquanto o comprimento é alterado em L é dado pela relação
FIGURA 22.19 Os máximos e mínimos de
interferência se alternam quando o tubo
(22.30)
superior de um interferômetro acústico é
puxado para fora. A Equação 22.30 é a base para a medição muito precisa de comprimentos de onda.

EXEMPLO 22.7 Medição do comprimento da onda sonora RESOLUÇÃO Usando a Equação 22.30, obtemos
Um alto-falante emite uma onda sonora em direção a um interferômetro
acústico. O interferômetro é ajustado de forma que a intensidade sonora
de saída seja máxima, e depois o tubo superior é lentamente puxado
para fora. Exatamente 10 novos máximos são percebidos quando o tubo
é deslocado em 31,52 cm. Qual é o comprimento da onda sonora? AVALIAÇÃO O comprimento de onda pode ser determinado com quatro
dígitos significativos porque a distância foi medida com precisão de
MODELO Um interferômetro produz um novo máximo a cada vez que
quatro dígitos significativos.
L aumenta em /2, o que faz com que a diferença de caminho r
aumente em .

O interferômetro de Michelson
Albert Michelson, o primeiro cientista americano a receber o prêmio Nobel, inventou
um interferômetro óptico análogo ao interferômetro acústico. O interferômetro de Mi-
chelson tem sido amplamente usado por mais de um século para realizar medições pre-
cisas de comprimentos de onda e de distâncias, e variações desse interferômetro estão
sendo utilizadas agora para controlar a luz em computadores ópticos.
A FIGURA 22.20 mostra o esquema de um interferômetro de Michelson. A onda lumino-
1. A onda é
sa é dividida por um separador de feixes, um espelho parcialmente prateado que reflete
Espelho dividida neste metade da luz e transmite a outra metade. As duas ondas, então, se propagam em direção
ponto. aos espelhos M1 e M2. Metade da onda refletida por M1 é transmitida pelo separador de
Espelho
feixes e se recombina com a metade da outra onda refletida por M2. As ondas superpostas
seguem em propagação para um detector de luz, que originalmente era o olho de um ob-
servador humano, e que agora provavelmente seria um fotodetector eletrônico.
O espelho M2 pode ser movimentado para a frente ou para trás ajustando-se um pa-
Fonte rafuso de regulagem de precisão. Isso equivale a puxar o tubo superior no caso do inter-
Separador
ferômetro acústico. As ondas percorrem as distâncias r1  2L1 e r2  2L2, onde o fator 2
de feixes surge porque as ondas se propagam até os espelhos e retornam pelos mesmos caminhos.
Parafuso Assim, a diferença de caminho entre as duas ondas é
de ajuste
3. O detector mede a 2. As ondas que r  2L2 – 2L1 (22.31)
superposição das duas retornam se
ondas que percorreram recombinam A condição para interferência construtiva é r  m; portanto, a interferência cons-
caminhos diferentes. neste ponto. trutiva ocorre quando
FIGURA 22.20 Esquema do interferômetro Construtiva: (22.32)
de Michelson.
CAPÍTULO 22 ■ Óptica Ondulatória 689

Este resultado é praticamente idêntico à Equação 22.29 para um interferômetro acús-


tico. Ambos dividem uma onda, direcionam as duas ondas de menor amplitude por
dois caminhos que diferem em comprimento por r e, depois, as recombinam em um
detector.
Talvez você esperasse que a saída do interferômetro fosse do tipo “claro” ou “escu-
ro”. Em vez disso, uma tela de visualização mostra o padrão de franjas de interferência
circular visto na FIGURA 22.21. A análise que fizemos é válida apenas para ondas lumino-
sas que incidem nos espelhos exatamente perpendiculares às suas superfícies. Em um
experimento real, algumas das ondas luminosas entram no interferômetro em ângulos
levemente diferentes e, como resultado, as ondas recombinadas apresentam caminhos
r ligeiramente diferentes. Essas ondas produzem as franjas alternadamente claras e
escuras à medida que nos afastamos do centro do padrão. A análise correspondente a
esta situação será deixada para cursos de óptica mais avançados. A Equação 22.32 é vá-
lida para o centro do padrão circular, de modo que existe um ponto central brilhante
quando a Equação 22.32 é satisfeita.
Se o espelho M2 for movimentado apertando-se o parafuso, o ponto central do pa-
drão de franjas será alternado de claro para escuro. A saída registrada por um detector se
parece exatamente com os sons alternadamente altos e baixos representados na Figura
22.19. Suponha que o interferômetro seja ajustado de modo a produzir um ponto central
brilhante. O próximo ponto brilhante aparecerá quando M2 tiver se movido a metade de
FIGURA 22.21 Fotografia das franjas
um comprimento de onda, o que aumenta a diferença de caminho total em um compri- de interferência produzidas por um
mento de onda completo. O número  m de máximos que aparecem quando M2 é movi- interferômetro de Michelson.
mentado em uma distância L2 é

(22.33)

Pode-se realizar medições muito precisas de comprimentos de onda movendo-se o


espelho e contando-se o número de novos pontos brilhantes que simultaneamente apa-
recem no centro do padrão. O número m pode ser contado e conhecido com muita
precisão. A única limitação quanto à precisão com que  pode ser medido dessa maneira
é determinada pela precisão com que a distância L2 pode ser medida. Diferentemente
de , que é microscópico, L2 mede tipicamente uns poucos milímetros, uma distância
macroscópica que pode ser medida com muita precisão por meio de parafusos de preci-
são, de micrômetros e outras técnicas. A invenção de Michelson forneceu uma maneira
de transformar a precisão em medições de distâncias macroscópicas para uma precisão
igual em medições de comprimentos de onda de luz.

EXEMPLO 22.8 Medição do comprimento de onda luminosa RESOLUÇÃO O espelho é movimentado em L2  3,164 mm  3,164
3
Um pesquisador usa um interferômetro de Michelson para medir um  10 m. Usando a Equação 10.33, obtemos
dos comprimentos de onda luminosa emitidos por átomos de neônio.
Ele movimenta lentamente o espelho M2 até que tenham aparecido
10.000 novos pontos centrais brilhantes. (Em um experimento mo-
derno, um fotodetector e um computador eliminariam a possibilidade AVALIAÇÃO Uma medição de L2 com precisão de quatro dígitos signi-
de erro de contagem por parte do pesquisador.) Ele, então, mede a ficativos nos permite determinar  com quatro dígitos significativos.
distância ao longo da qual o espelho foi deslocado como igual a 3,164 Este é o comprimento de onda do neônio que é emitido no feixe de
mm. Qual é o comprimento de onda da luz? um laser de hélio-neônio.
MODELO Todo interferômetro produz um novo máximo a cada vez
que L2 aumenta em /2.

PARE E PENSE 22.5


Um interferômetro de Michelson é usado com luz de comprimento de
onda  e ajustado para produzir um ponto brilhante no centro do padrão de interferên-
cia. O espelho M1, então, é deslocado por uma distância  em direção ao separador de
feixes, enquanto M2 é afastado do separador de feixes por uma distância . Durante os
deslocamentos, quantas alterações são vistas de franja escura para franja brilhante?

a. 0 b. 1 c. 2 d. 4
e. 8 f. Não é possível dizer sem conhecer .
690 Física: Uma Abordagem Estratégica

Medição de índices de refração


Pequeno recipiente para o gás, com O interferômetro de Michelson pode ser usado para medir índices de refração, principal-
largura d. mente de gases, em função do comprimento de onda. Na FIGURA 22.22, um pequeno reci-
Espelho piente de largura d conhecida com precisão foi inserido em um dos braços do interferô-
Espelho metro. Inicialmente, todo o ar é bombeado para fora da célula. Quando a luz se propaga
do separador de feixes até o espelho e retorna, o número de comprimentos de onda que
cabem dentro do recipiente é

Fonte (22.34)
Separador
de feixes
onde o fator 2 surge porque a luz atravessa duas vezes o recipiente.
A seguir, a célula é preenchida com um gás a uma pressão de 1 atm. A luz se pro-
FIGURA 22.22 Medição do índice de paga no gás com velocidade ligeiramente menor e seu índice de refração é n  c/v. No
refração. Capítulo 20, você aprendeu que o comprimento de onda luminosa em um material com
índice de refração n é vac/n. Com o recipiente preenchido com o gás, o número de com-
primentos de onda que cabem na distância d é

(22.35)

A distância física não sofreu alteração, todavia o número de comprimentos de onda


ao longo do caminho inferior foi alterado. O preenchimento da célula com o gás aumen-
tou o caminho inferior em

(22.36)

comprimentos de onda. Cada aumento de um comprimento de onda causa uma mudança


de franja brilhante para franja escura na saída, portanto o índice de refração pode ser de-
terminado contando-se as alterações das franjas à medida que o recipiente é preenchido
com o gás.

EXEMPLO 22.9 Medindo o índice de refração RESOLUÇÃO Rearranjando a Equação 22.36, obtemos o índice de re-
Um interferômetro de Michelson usa luz de comprimento de onda vac fração:
 633 nm emitida por um laser de hélio-neônio. À medida que um
pequeno recipiente de 4,00 cm de largura é lentamente preenchido
com um gás, são vistas e contadas 43 mudanças de franja brilhante
para franja escura. Qual é o índice de refração do gás para este com- AVALIAÇÃO Pode parecer que este resultado tenha seis algarismos sig-
primento de onda? nificativos, mas na verdade são apenas dois. O que estamos medindo
MODELO A presença do gás aumenta o número de comprimentos de não é n, e sim n – 1. Determinamos o valor da contagem de franjas
onda em um dos braços do interferômetro. Cada comprimento de onda com dois dígitos significativos, o que nos permitiu computar n – 1 
adicional causa uma mudança de franja brilhante para franja escura. vacm/2d  3,4  104.

Holografia
Nenhuma discussão da óptica ondulatória estaria completa sem mencionar a holografia,
que possibilita aplicações científicas e artísticas. A idéia básica é uma simples extensão
da interferometria.
A FIGURA 22.23a mostra como é feito um holograma. Um separador de feixe divide
um feixe de laser em duas ondas. Uma delas ilumina o objeto de interesse. A luz espa-
lhada pelo objeto é uma onda muito complexa, mas é a onda que você veria se olhasse
para o objeto a partir da posição do filme. A outra onda, chamada de feixe de referência,
é refletida diretamente em direção ao filme. A luz espalhada e o feixe de referência se
encontram no filme e lá interferem. O filme, portanto, grava o padrão de interferência.
Os padrões de interferência que analisamos neste capítulo são padrões simples, for-
mados por franjas ou círculos, porque as ondas luminosas usadas foram ondas planas e
esféricas bem comportadas. A onda luminosa espalhada pelo objeto da Figura 22.23a é
CAPÍTULO 22 ■ Óptica Ondulatória 691

complexa demais. Como resultado, o padrão de interferência gravado no filme – o holo-


grama – é um padrão aparentemente aleatório de espirais e manchas. A FIGURA 22.23b é
uma fotografia ampliada de uma porção de um holograma. Certamente não é óbvio que
as informações estejam armazenadas neste padrão, mas de fato elas estão.

Gravando um holograma Um holograma Rodando o holograma


A interferência entre a luz Uma foto aumentada do A difração do feixe de laser através
espalhada e o feixe de referência filme revelado. Isto é o das partes brilhantes e escuras do filme
é gravada no filme. holograma. reconstrói a onda espalhada original.
Um observador
Filme A luz espalhada
“vê” o objeto como
tem uma frente
Ondas planas Holograma se ele estivesse aqui
de onda complexa.
(filme revelado)
Feixe de
referência
Laser Objeto
Separador Feixe que Feixe de laser ao longo do
de feixes incide no sentido do feixe de referência
objeto

FIGURA 22.23 A holografia é uma aplicação importante da óptica ondulatória.

O holograma é “passado” enviando apenas o feixe de referência através dele, como


visto na FIGURA 22.23c. O feixe de referência difrata através das partes transparentes do
holograma, assim como o faria através das fendas de uma rede de difração. Convenien-
temente, a onda difratada é exatamente igual à onda luminosa que fora espalhada pelo
objeto! Em outras palavras, o feixe de referência difratado reconstrói a onda original que
fora espalhada. À medida que você olha para a onda difratada, do outro lado do holo-
grama, você “vê” o objeto exatamente como se ele estivesse lá. A visão é tridimensional
porque, ao mover sua cabeça com relação ao holograma, você poderá ver diferentes
porções da frente de onda.
692 Física: Uma Abordagem Estratégica

RESUMO
O objetivo do Capítulo 22 foi compreender e aplicar o modelo ondulatório para a luz.

Princípios gerais
O princípio de Huygens afirma que cada ponto A difração é o desvio de uma onda ao passar por uma
de uma frente de onda é fonte de uma pequena abertura.
ondulação esférica. Em um instante posterior, a A interferência construtiva e destrutiva devem-se à su-
frente de onda é a curva que tangencia todas as perposição de duas ou mais ondas quando elas se propa-
ondulações naquele instante. gam atrás de aberturas.

Conceitos importantes
O modelo ondulatório considera a luz como uma onda que se propaga através do espaço. A difração e a interferência são muito importantes.
O modelo geométrico considera que a luz se desloca em linhas retas, como se fosse formada por pequenas partículas. A difração e a interfe-
rência não são relevantes.
A difração é importante quando a largura do padrão de difração de uma abertura é igual ou maior do que o tamanho da própria abertura. Para
uma abertura circular, o limite entre os domínios de validade do modelo ondulatório e do modelo geométrico ocorre para uma abertura com
diâmetro .
Na prática, Dc  1 mm. Portanto,
• Use o modelo ondulatório quando a luz passa por aberturas com tamanhos  1 mm. Os efeitos da difração geralmente são importantes.
• Use o modelo geométrico quando a luz passa por aberturas com tamanhos  1 mm. A difração geralmente não é importante.

Aplicações
Fenda simples de largura a. Interferência devido à divisão de frentes de onda
Um máximo central claro As ondas se superpõem quando se propagam atrás das fendas. A interferên-
com largura cia construtiva ocorre ao longo de linhas antinodais. As franjas brilhantes
são vistas onde as linhas antinodais interceptam a tela de visualização.
Fenda dupla com separação d.
Franjas brilhantes igualmente espaçadas se lo-
é ladeado por máximos secundários mais fracos. Franjas calizam em
escuras estão localizadas em ângulos tais que

Se , então, com base na aproximação para peque- O espaçamento entre as franjas é


nos ângulos, Rede de difração com espaçamento d entre fendas.
Franjas muito claras e estreitas se localizam em ân-
gulos e posições dadas por

Abertura circular com diâmetro D. Interferência devido à divisão da amplitude


Um máximo central claro com diâmetro de Um interferômetro divide uma onda, faz com que as duas novas ondas per-
corram caminhos diferentes e, depois, as recombina. A interferência será
construtiva se uma das ondas percorrer um número inteiro de comprimen-
tos de onda a mais ou a menos do que a outra onda. A diferença pode se
é cercado por máximos secundários circulares. dever a uma diferença de caminho real ou a um índice de refração diferente
A primeira franja escura está localizada em ao longo de um dos caminhos.
Interferômetro de Michelson
Quando o espelho M2 é deslocado em uma distância L2, o número de alte-
Para uma abertura de formato qualquer, um tamanho menor rações de franja brilhante para franja escura é
da abertura causa um grande espalhamento da onda por trás
do anteparo contendo a abertura.
CAPÍTULO 22 ■ Óptica Ondulatória 693

Termos e notação
óptica fenda dupla ordem, m abertura circular
difração franjas de interferência espectroscopia interferômetro
modelos da luz máximo central difração de fenda simples separador de feixes
óptica ondulatória espaçamento entre as franjas, y máximos secundários holograma
óptica geométrica rede de difração princípio de Huygens

A dificuldade de um problema é indicada por símbolos que vão


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Q U E S T Õ E S C O N C E I T UA I S
1. A FIGURA Q22.1 mostra ondas luminosas que passam por duas fen- 4. A FIGURA Q22.3 mostra o padrão de interferência visto em uma tela
das estreitamente espaçadas. O gráfico representa a intensidade da de visualização atrás de 2 fendas. Suponha que elas fossem subs-
luz em uma tela atrás das fendas. Reproduza esses eixos do gráfico, tituídas por 20 fendas com o mesmo espaçamento d entre fendas
incluindo o zero e as marcas que indicam a localização das fran- adjacentes.
jas de fenda dupla, depois desenhe um gráfico que mostre como a. O número de franjas na tela aumentaria, diminuiria ou permane-
o padrão de intensidade de luz se parecerá se a fenda direita for ceria inalterado?
bloqueada, permitindo-se que a luz passe apenas através da fenda b. O espaçamento entre as franjas aumentaria, diminuiria ou perma-
esquerda. Explique seu raciocínio. neceria inalterado?
c. A largura de cada franja aumentaria, diminuiria ou permaneceria
Luz
incidente
inalterada?
d. O brilho de cada franja aumentaria, diminuiria ou permaneceria
Intensidade inalterado?
5. A FIGURA Q22.5 mostra a intensidade de luz na tela de visualização
atrás de uma fenda simples de largura a. O comprimento de onda da
FIGURA Q22.1 luz é . Decida se   a,   a,   a, ou isso não é possível saber?
Explique.
2. Em um experimento de interferência de fenda dupla, quais das se-
guintes ações (pode haver mais de uma) fariam com que o espaça-
mento entre as franjas aumentasse? (a) Aumentar o comprimento
de onda da luz. (b) Aumentar o espaçamento entre as fendas. (c)
Aumentar a distância da tela de visualização. (d) Submergir todo o
FIGURA Q22.5
arranjo experimental na água.
3. Considere a FIGURA Q22.3, que mostra a tela de visualização de um
6. A FIGURA Q22.6 mostra a intensidade de luz na tela de visualização
experimento de fenda dupla.
atrás de uma abertura circular. O que acontecerá com a largura do
a. O que acontecerá ao espaçamento entre as franjas se o compri-
máximo central se:
mento de onda da luz for diminuído?
a. O comprimento de onda for aumentado?
b. O que acontecerá ao espaçamento entre as franjas se o espaça-
b. O diâmetro da abertura for aumentado?
mento entre as fendas for diminuído?
c. Como será a aparência da tela se o diâmetro da abertura for me-
c. O que acontecerá ao espaçamento entre as franjas se a distância
nor do que o comprimento de onda da luz usada?
até a tela for diminuída?
d. Suponha que o comprimento de onda da luz seja 500 nm. Quão
mais afastado da fenda esquerda está o ponto da tela no centro da
franja E em relação à fenda direita?

FIGURA Q22.3 FIGURA Q22.6


694 Física: Uma Abordagem Estratégica

7. Franjas estreitas e brilhantes são observadas atrás de uma rede de


difração. A seguir, todo o arranjo experimental é imerso em água. t0s
Na tela, as franjas se aproximam, se afastam, permanecem inaltera-
das ou desaparecem? Explique. L  8,0 cm
8. a. Luz verde incide em um orifício com 100 mm de diâmetro e é ob-
servada em uma tela. Se o diâmetro do orifício for aumentado em
Entrada Saída
20%, o diâmetro do ponto circular luminoso na tela diminuirá,
aumentará ou permanecerá inalterado? Explique.
b. Luz verde incide em um orifício de 100 m de diâmetro e é ob- , ,
servada em uma tela. Se o diâmetro do orifício for aumentado em
FIGURA Q22.9
20%, o ponto circular luminoso na tela diminuirá, aumentará ou
permanecerá inalterado? Explique. b. As ondas recombinadas interferem construtiva ou destrutivamen-
9. A FIGURA Q22.9 mostra um tubo no qual se propagam ondas so- te? Explique.
noras com   4,0 cm da esquerda para a direita. A onda se di- 10. Um interferômetro de Michelson é ajustado para mostrar interfe-
vide na primeira junção e se recombina na segunda. Os pontos e rência construtiva (um ponto central brilhante no padrão de franjas
os triângulos assinalados indicam as posições das cristas de onda da Figura 22.21) quando a luz usada tem comprimento de onda .
em t  0 s – bem como um diagrama de frente de onda muito Se o comprimento de onda for alterado para /2, o ponto central
simples. permanecerá brilhante, tornar-se-á escuro ou as franjas desaparece-
a. Que distância extra a onda superior deve percorrer? Essa distân- rão? Explique. Suponha que as franjas sejam vistas por meio de um
cia extra equivale a quantos comprimentos de onda? detector sensível aos dois comprimentos de onda.

EXERCÍCIOS E PROBLEMAS
Exercícios 7. Um padrão de interferência de fenda dupla é criado por duas fen-
||
das estreitas com espaçamento de 0,20 mm entre si. Em uma tela
Seção 22.2 Interferência luminosa posicionada 60 cm atrás das fendas, a distância entre o primeiro e o
1. | Duas fendas estreitas, separadas por 50 m de distância, são ilu- quinto mínimo é 6,0 mm. Qual é o comprimento de onda (em nm)
minadas por luz de comprimento de onda igual a 500 nm. Qual é o da luz usada no experimento?
ângulo, em radianos, correspondente à franja brilhante de ordem m 8. || A luz emitida por um laser de hélio-neônio (  633 nm) ilumi-
 2? Quanto vale este ângulo em graus? na duas fendas estreitas. O padrão de interferência é observado em
2. | Luz com comprimento de onda de 500 nm ilumina uma fenda du- uma tela posicionada 3,0 m atrás das fendas. Doze franjas brilhan-
pla, e o padrão de interferência é observado em uma tela. Na posi- tes são vistas ao longo de uma distância de 52 mm na tela. Qual é o
ção da franja brilhante correspondente a m  2, quão mais afastada espaçamento (em mm) entre as fendas?
ela está da fenda mais distante que dá mais próxima?
3. | Uma fenda dupla é iluminada simultaneamente com luz laranja de Seção 22.3 Redes de difração
comprimento de onda de 600 nm e com outra luz de comprimento de
9. | Uma rede de difração de 1,0 cm de largura possui 1000 fendas.
onda desconhecido. A franja brilhante correspondente a m  4 de-
Ela é iluminada por luz de comprimento de onda de 550 nm. Quais
vido ao comprimento de onda desconhecido se sobrepõe à franja la-
são os ângulos (em graus) das duas primeiras ordens de difração?
ranja clara correspondente a m  3 devido ao comprimento de onda
10. | Uma rede de difração produz um máximo de primeira ordem cor-
conhecido. Qual é o valor do comprimento de onda desconhecido?
respondente a um ângulo de 20,0°. Qual é o ângulo correspondente
4. | Um experimento de fenda dupla é realizado com luz de compri-
ao máximo de segunda ordem?
mento de onda igual a 600 nm. As franjas brilhantes de interferên-
11. || Luz de comprimento de onda de 600 nm ilumina uma rede de
cia se encontram à distância de 1,8 mm da tela de visualização.
difração. O máximo de segunda ordem corresponde a um ângulo de
Qual será o espaçamento entre as franjas se o comprimento de onda
39,5°. Quantas linhas por milímetro a rede possui?
da luz usada for alterado para 400 nm?
12. || Um laser de hélio-neônio (  633 nm) ilumina uma rede de di-
5. | Luz de comprimento de onda igual a 600 nm ilumina uma fenda
fração. A distância entre as duas franjas brilhantes correspondentes
dupla. O padrão de intensidade mostrado na FIGURA EX22.5 é visto
a m  1 é de 32 cm, em uma tela posicionada 2,0 m atrás da rede.
em uma tela posicionada 2,0 m atrás das fendas. Qual é o espaça-
mento (em mm) entre as fendas? Qual é o espaçamento entre as fendas da rede?
13. || Os dois comprimentos de onda predominantes na luz emitida por
Intensidade uma lâmpada de hidrogênio são 656 nm (luz vermelha) e 486 nm
(luz azul). A luz de uma lâmpada de hidrogênio ilumina uma rede
de difração com 500 linhas/mm, e a luz difratada é observada em
FIGURA EX22.5 uma tela posicionada 1,5 m atrás da rede. Qual é a distância entre as
franjas de primeira ordem vermelhas e azuis?
6. || A luz proveniente de uma lâmpada de sódio (  589 nm) ilu- 14. || Uma rede de difração com 500 linhas/mm é iluminada por luz de
mina duas fendas estreitas. O espaçamento entre as franjas em uma comprimento de onda igual a 510 nm. Quantas franjas brilhantes
tela posicionada 150 cm atrás das fendas é de 4,0 mm. Qual é o são vistas em uma tela de 2,0 m de largura posicionada 2,0 m atrás
espaçamento (em mm) entre as duas fendas? da rede?
CAPÍTULO 22 ■ Óptica Ondulatória 695

Seção 22.4 Difração de fenda simples 28. Um interferômetro de Michelson usa luz cujo comprimento de
||
onda vale 602,446 nm. O espelho M2 é lentamente deslocado, en-
15. | Um laser de hélio-neônio (  633 nm) ilumina uma fenda sim-
quanto são observadas 33.198 alterações de franjas brilhantes para
ples e é observado em uma tela posicionada 1,5 m atrás da fenda.
escuras. Em que distância M2 foi deslocado? Certifique-se de expres-
A distância entre o primeiro e o segundo mínimos do padrão de
sar a resposta com o número adequado de algarismos significativos.
difração é 4,75 mm. Qual é a largura (em mm) da fenda?
29. | Um interferômetro de Michelson usa luz emitida por uma lâm-
16 | Em um experimento com uma fenda simples, a largura da mesma
pada de sódio. Os átomos de sódio emitem luz com comprimentos
é 200 vezes maior do que o comprimento de onda da luz usada.
de onda de 589,0 nm e 589,6 nm. O interferômetro é inicialmente
Qual é a largura (em mm) do máximo central em uma tela posicio-
ajustado com ambos os braços de mesmo comprimento (L1  L2),
nada 2,0 m atrás da fenda?
produzindo um ponto claro no centro do padrão de interferência
17. | O segundo mínimo do padrão de difração de uma fenda com 0,10
visto na tela. Em que distância o espelho M2 deve ser deslocado a
mm de largura corresponde ao ângulo de 0,70°. Qual é o compri-
fim de que um comprimento de onda produza um novo máximo a
mento de onda (em nm) da luz usada?
mais do que o outro comprimento de onda?
18. | Luz de comprimento de onda de 600 nm ilumina uma fenda sim-
ples. O padrão de intensidade mostrado na FIGURA EX22.18 é ob-
servado em uma tela posicionada 2,0 m atrás das fendas. Qual é a Problemas
largura (em mm) da fenda?
30. || A FIGURA P22.30 mostra a intensidade de luz em uma tela de vi-
Intensidade sualização posicionada 2,5 m atrás de uma abertura. A abertura é
iluminada por luz de comprimento de onda igual a 600 nm.
a. A abertura é uma fenda simples ou uma fenda dupla? Explique.
FIGURA EX22.18 b. Se a abertura é uma fenda simples, quanto vale a sua largura?
Caso seja uma fenda dupla, quanto vale o espaçamento entre as
19. Uma fenda com 0,50 mm de largura é iluminada por luz de com-
||
fendas?
primento de onda igual a 550 nm. Qual é a largura (em mm) do Intensidade Intensidade
máximo central em uma tela posicionada 2,0 m atrás da fenda?
20. || Você precisa usar o telefone celular, que transmite um sinal de
800 MHz, mas está atrás de prédios enormes que absorvem ondas
de rádio, sendo de 15 m a distância entre os prédios. Qual é a largu- FIGURA P22.30 FIGURA P22.31
ra angular, em graus, da onda eletromagnética depois que ela emer-
ge entre os prédios? 31. | A FIGURA P22.31 representa a intensidade de luz em uma tela de
21. || A abertura de uma caverna é uma rachadura alta com 30 cm de visualização situada 2,5 m atrás de uma abertura. A abertura é ilu-
largura. Um morcego que se prepara para sair da caverna emite um minada com luz de comprimento de onda igual a 600 nm.
guincho ultra-sônico de 30 kHz. Qual é a largura do “feixe de som” a. A abertura é uma fenda simples ou uma fenda dupla? Explique.
a 100 m fora da entrada da caverna? Considere vsom  340 m/s. b. Se a abertura é uma fenda simples, quanto vale a sua largura?
Caso ela seja uma fenda dupla, quanto vale o espaçamento entre
Seção 22.5 Difração em aberturas circulares as fendas?
32. | Em um experimento de fenda dupla, a separação entre as fendas
22. | Um orifício com 0,50 mm de largura é iluminado por luz de com-
é 200 vezes maior do que o comprimento de onda da luz usada.
primento de onda igual a 500 nm. Qual é a largura (em mm) do
Qual é a separação angular (em graus) entre duas franjas brilhantes
máximo central em uma tela posicionada 2,0 m atrás da fenda?
adjacentes?
23. | Luz infravermelha de comprimento de onda igual a 2,5 m ilumi-
33. || Um padrão de interferência de fenda dupla revela um espaçamen-
na um orifício com 0,20 mm de diâmetro. Qual é o ângulo corres-
to entre franjas de 4,0 mm. A que distância do máximo central está
pondente à primeira franja escura em radianos? E em graus?
a primeira posição em que a intensidade é igual a I1?
24. || A luz de um laser de hélio-neônio (  633 nm) passa por uma
34. || A FIGURA P22.34 representa a intensidade luminosa em uma tela
abertura circular e é observada em uma tela posicionada 4,0 m atrás
posicionada atrás de uma fenda dupla. O espaçamento entre as fen-
da abertura. A largura do máximo central é 2,5 cm. Qual é o diâme-
das é 0,20 mm, e o comprimento de onda da luz é 600 nm. Qual é a
tro (em mm) do orifício?
distância das fendas até a tela?
25. || Você deseja fotografar um padrão de difração circular cujo má-
ximo central tem um diâmetro de 1,0 cm. Você dispõe de um laser Intensidade
de hélio-neônio (  633 nm) e de um anteparo com um orifício
de 0,12 mm de diâmetro. A que distância atrás do furo você deve
posicionar a tela de visualização?
FIGURA P22.34 ,

Seção 22.6 Interferômetros


35. A FIGURA P22.34 representa a intensidade luminosa em uma tela
||
26. | Deslocar o espelho M2 de um interferômetro de Michelson em situada atrás de uma fenda dupla. O espaçamento entre as fendas é
100 m causa 500 alterações de franjas brilhantes em franjas escu- 0,20 mm, e a tela está posicionada 2,0 m atrás das fendas. Qual é o
ras. Qual é o comprimento de onda da luz usada? comprimento de onda (em nm) da luz usada?
27. | Um interferômetro de Michelson usa luz vermelha com compri- 36. || A FIGURA P22.34 representa a intensidade luminosa em uma tela
mento de onda igual a 656,45 nm emitida por uma lâmpada de hi- situada atrás de uma fenda dupla. Suponha que uma das fendas es-
drogênio. Quantas alterações de franjas escuras para claras serão teja coberta. Qual será a intensidade da luz no centro da tela produ-
observadas se o espelho M2 for deslocado exatamente em 1 cm? zida pela luz restante?
696 Física: Uma Abordagem Estratégica

37. || Uma rede de difração com 500 linhas/mm refrata luz visível em da fenda. A distância entre a primeira e a terceira franjas brilhantes
30°. Qual é o comprimento de onda da luz usada? é de 7,5 mm. Qual é a largura (em mm) da fenda?
38. || A luz passa por uma rede com 200 linhas/mm e é observada em 48. || As asas de alguns besouros con-
uma tela com 1,0 m de largura posicionada 1,0 m atrás da rede. têm linhas paralelas de melanina
Três franjas brilhantes são vistas nos dois lados do máximo central. estreitamente espaçadas, fazendo
Quais são os valores mínimos e máximos possíveis para o compri- com que a asa se comporte como
mento de onda (em nm) da luz usada? uma rede de reflexão. Suponha que
39. || Átomos de hélio emitem luz em diversos comprimentos de onda. a luz solar incida diretamente so-
A luz emitida por uma lâmpada de hélio ilumina uma rede de difra- bre a asa de um besouro. Se as li-
ção e é observada em uma tela posicionada 50,0 cm atrás da rede. nhas de melanina da asa estiverem
A emissão no comprimento de onda 501,5 nm produz uma franja espaçadas por 2,0 m, qual será o
brilhante de primeira ordem a 21,90 cm do máximo central. Qual é ângulo correspondente à difração
o comprimento de onda que produz uma franja brilhante a 31,60 cm de primeira ordem para luz verde
do máximo central? (  550 nm)?
40. || A luz emitida pelo elemento X passa por uma rede de difração 49. || A FIGURA P22.49 mostra o padrão de interferência de segunda
com 1200 linhas/mm. O padrão de difração é observado em uma ordem visto em uma tela 1,50 m atrás de uma rede de difração. O
tela posicionada 75,0 cm atrás da rede. As franjas brilhantes são maior dos dois comprimentos de onda que produz o padrão vale
vistas na tela a distâncias de 56,2 cm, 65,9 cm e 93,5 cm em relação 610 nm. Quanto vale o menor dos dois comprimentos de onda?
ao máximo central. Nenhuma outra franja é observada.
Intensidade
a. Qual é o valor de m correspondente a cada um desses compri-
mentos de onda difratados? Explique por que apenas um valor é
possível de ser visto.
b. Quais são os comprimentos de onda luminosa emitidos pelo Ele- , ,
mento X? Distância em relação ao
FIGURA P22.49 máximo central (cm)
41. || Uma rede de difração com 600 linhas/mm é iluminada por luz
de comprimento de onda igual a 500 nm. Uma tela de visualização
bastante larga está posicionada 2,0 m atrás da rede. 50. Para qual razão entre largura de fenda e comprimento de onda
||

a. Qual é a distância entre as duas franjas brilhantes corresponden- o primeiro mínimo de um padrão de difração produzido em uma
tes a m  1? fenda simples corresponde a (a) 30°, (b) 60° e (c) 90°?
b. Quantas franjas brilhantes podem ser vistas na tela? 51. || Qual é a largura de uma fenda para a qual o primeiro mínimo cor-
42. | Uma rede de difração é iluminada simultaneamente por luz ver- responde a 45° quando a fenda é iluminada por um laser de hélio-
melha de comprimento de onda de 660 nm e por luz de comprimen- neônio (  633 nm)?
to de onda desconhecido. O máximo de quinta ordem produzido 52. || A luz de um laser de hélio-neônio (  633 nm) incide sobre
pelo comprimento de onda desconhecido se sobrepõe exatamente uma fenda simples. Qual é a maior largura de fenda para a qual não
ao máximo de terceira ordem produzido pela luz vermelha. Qual é ocorrem mínimos no padrão de difração?
o valor do comprimento de onda desconhecido? 53. || A FIGURA P22.53 mostra a intensidade luminosa em uma tela atrás
43. || A luz branca (400-700 nm) incidente em uma rede de difração de uma fenda simples. A largura da fenda é 0,20 mm, e a tela en-
com 600 linhas/mm produz um arco-íris de luz difratada. Qual é a contra-se 1,5 m atrás da fenda. Qual é o comprimento de onda (em
largura do arco-íris de primeira ordem em uma tela posicionada 2,0 nm) da luz usada?
m atrás da rede?
Intensidade
44. || Para o seu projeto em uma feira de ciências, você precisa projetar
uma rede de difração que dispersará o espectro visível (400-700
nm) ao longo de 30,0° em primeira ordem.
a. Quantas linhas por milímetro a sua rede precisará conter? FIGURA P22.53
b. Qual será o ângulo de difração correspondente à primeira ordem
para a luz emitida por uma lâmpada de sódio (  589 nm)? 54. | A FIGURA P22.53 representa a intensidade de luz em uma tela atrás
45. || A FIGURA P22.45 mostra o padrão de interferência em uma tela de uma fenda simples. O comprimento de onda da luz é de 600 nm, e a
posicionada 1,0 m atrás de uma rede de difração com 800 linhas/ largura da fenda vale 0,15 mm. Qual é a distância da fenda até a tela?
mm. Qual é o comprimento de onda (em nm) da luz? 55. || A FIGURA P22.53 mostra a intensidade luminosa em uma tela po-
Intensidade
sicionada atrás de uma abertura circular. O comprimento de onda
da luz é 500 nm, e a tela encontra-se 1,0 m atrás da fenda. Qual é o
diâmetro (em mm) da abertura?
56. || A luz de um laser de hélio-neônio (  633 nm) ilumina uma
, , abertura circular. Observa-se que o diâmetro do máximo central,
FIGURA P22.45 , , em uma tela posicionada 50 cm atrás da abertura, equivale ao di-
âmetro da imagem geométrica. Qual é o diâmetro (em mm) da
46. || A FIGURA P22.45 mostra o padrão de interferência em uma tela abertura?
posicionada 1,0 m atrás de uma rede de difração. O comprimento 57. || Um dia, após baixar a persiana da janela, você nota que a luz
de onda da luz é igual a 600 nm. Quantas linhas por milímetro esta solar passa por um pequeno furo na persiana, projetando luz sobre
rede contém? uma região da parede oposta. Como recentemente estudou óptica
47. || A luz proveniente de uma lâmpada de sódio (  589 nm) ilumi- nas aulas de física, você não fica tão surpreso ao ver que a porção
na uma fenda estreita e é observada em uma tela situada 75 cm atrás iluminada da parede parece conter um padrão de difração circular.
CAPÍTULO 22 ■ Óptica Ondulatória 697

O máximo central aparenta ter uma largura de aproximadamente 1 d. O vidro faz com que o padrão de interferência das franjas na tela
cm, e você estima que a distância da persiana até a parede seja de seja deslocado para os lados. Para que lado é deslocado o máxi-
aproximadamente 3 m. Estime (a) o comprimento de onda médio mo central (em direção a ou se afastando da fenda coberta com o
da luz solar (em nm) e (b) o diâmetro do furo (em mm). vidro) e em que distância?
58. || Um radar de rastreamento de aeronaves emite um feixe de mi- 62. || Uma rede de difração com 600 linhas/mm encontra-se dentro de
croondas de 12 GHz por uma antena circular de radar com 2,0 m um tanque vazio de um aquário. O índice de refração do vidro das
de diâmetro. Do ponto de vista ondulatório, a antena constitui uma paredes é nvidro  1,50. Fora do aquário, encontra-se um laser de
abertura circular na qual as microondas sofrem difração. hélio-neônio (  633 nm), o qual atravessa a parede de vidro e
a. Qual é o diâmetro do feixe de radar a uma distância de 30 km? ilumina a rede de difração.
b. Se a antena emite 100 kW de potência, qual é a intensidade mé- a. Qual é o ângulo de difração do feixe de laser correspondente à
dia de microondas a 30 km de distância? primeira ordem?
59. || Um laser de hélio-neônio (  633 nm) é construído com um b. Qual será o ângulo de difração de primeira ordem para o feixe do
tubo de vidro de diâmetro interno de 1,0 mm, como mostrado na laser depois que o aquário for enchido com água (nágua  1,33)?
FIGURA P22.59. Um espelho transmite parcialmente a luz interna a 63. || Você ajusta um interferômetro de Michelson com um laser de
fim de permitir que saia do tubo um feixe de laser. Uma descarga hélio-neônio (  632,8 nm). Após ajustar o espelho M2 de modo
elétrica dentro do tubo faz com que ele brilhe com luz emitida pelo a produzir um ponto brilhante no centro do padrão, delicadamente
neônio. Do ponto de vista óptico, o feixe de laser é uma onda lu- você afasta M2 do separador de feixes e conta 1200 novos pontos
minosa que sofre difração ao passar pela abertura circular com 1,0 brilhantes no centro durante o afastamento. A seguir, você guarda
mm de diâmetro. o laser. Mais tarde, outro aluno deseja restaurar o interferômetro
Espelho Feixe
à sua condição inicial, entretanto, equivocadamente, ele escolhe
Descarga , do laser uma lâmpada de hidrogênio e usa a emissão de 656,5 nm dos áto-
mos de hidrogênio como luz. Assim, ele conta 1200 novos pontos
brilhantes enquanto lentamente aproxima M2 do separador de fei-
xes. Qual é o deslocamento resultante de M2 quando o estudante
Espelho
Eletrodos termina de movimentar o espelho? Com respeito à situação origi-
parcialmente
Fonte de energia
refletor nal, agora M2 estará mais próximo ou mais distante do separador
FIGURA P22.59
de feixes?
a. Um feixe de laser pode se propagar perfeitamente paralelo, sem 64. || Um interferômetro de Michelson que opera com luz de compri-

tornar-se mais largo? Justifique sua resposta, seja ela afirmativa mento de onda igual a 600 nm contém um pequeno recipiente de
ou negativa vidro, com 2,00 cm de comprimento, em um de seus braços. Ini-
b. O ângulo 1 correspondente ao primeiro mínimo é chamado de cialmente o ar é bombeado para fora da célula, e o espelho M2 é
ângulo de abertura do feixe emitido por um laser. Qual é o ângu- ajustado para produzir um ponto brilhante no centro do padrão de
lo de abertura deste feixe de laser? interferência. A seguir, uma válvula é aberta e o ar é lentamente
c. Qual é o diâmetro (em mm) do feixe de laser após ter percorrido admitido no recipiente. O índice de refração do ar a uma pressão
3,0 m? de 1,00 atm é de 1,00028. Quantas alterações de franjas brilhantes
d. Qual é o diâmetro do feixe de laser após ter percorrido 1,0 km? para escuras são observadas enquanto o recipiente se enche de ar?
60. || Para medir a distância até a Lua com grande precisão, os cientis- 65. || No vácuo, uma determinada onda luminosa tem um comprimen-

tas usam um telêmetro a laser. Um breve pulso de laser é emitido to de onda igual a 500 nm.
para a Lua, depois se mede o intervalo de tempo transcorrido para a. Qual será o comprimento de onda dessa luz quando ela se propa-
que o “eco” seja visto por um telescópio na Terra. Todo feixe de gar na água (nágua  1,33)?
laser se alarga à medida que se propaga por ter sofrido difração ao b. Suponha que uma lâmina de água com 1,0 mm de espessura seja
passar pela abertura circular de saída do laser. A fim de que a luz inserida em um dos braços de um interferômetro de Michelson.
refletida na Lua seja suficientemente intensa para ser detectável, a Quantos comprimentos de onda “extras” a luz percorre, agora,
área da Lua iluminada pelo laser não deve ter mais do que 1,0 km neste braço?
de diâmetro. Consegue-se que o feixe atinja na Lua um diâmetro d. Que número de franjas a introdução dessa lâmina de água deslo-
menor do que este usando um laser especial com um grande diâme- cará no padrão de interferência?
tro de saída. Se   532 nm, qual é o diâmetro mínimo da abertura 66. || Um pedaço de vidro com 0,10 mm de espessura é inserido em um

circular pela qual sai o feixe do laser? A distância Terra-Lua é de dos braços de um interferômetro de Michelson que opera com luz
aproximadamente 384.000 km. de comprimento de onda igual a 500 nm. Isso faz com que o padrão
61. || Luz de comprimento de onda igual a 600 nm passa por duas fen- das franjas seja deslocado em 200 franjas. Qual é o índice de refra-
das separadas por 0,20 mm e é observada em uma tela posicionada ção do vidro usado?
1,0 m atrás das fendas. O local do máximo central está marcado na 67. || Computadores ópticos necessitam de comutadores ópticos mi-

tela, e sua coordenada é tomada como y  0. croscópicos para ligar e desligar sinais. Um dispositivo usado para
a. A que distância se encontram as franjas brilhantes corresponden- isso, e que pode ser implementado em um circuito integrado, é o
tes a m  1 nos dois lados de y  0,? interferômetro de Mach-Zender, representado esquematicamente na
b. Um pedaço de vidro muito fino é colocado sobre uma fenda. FIGURA P22.67. A luz infravermelha (  1,000 m) emitida por
Como a luz se propaga mais lentamente no vidro do que no ar, um laser implementado em um chip eletrônico é dividida em duas
a onda que atravessa vidro atrasa-se 5,0  1016 s em relação ondas que percorrem distâncias iguais nos braços do interferômetro.
à onda que passa pela outra fenda. A que fração do período da Um dos braços contém um cristal eletro-óptico, um material trans-
onda luminosa equivale este atraso? parente capaz de alterar seu índice de refração em resposta a uma
c. Com o pedaço de vidro no lugar, qual é a diferença de fase 0 voltagem aplicada. Suponha que os dois braços tenham exatamente
entre as duas ondas quando elas emergem das fendas? o mesmo comprimento e que o índice de refração do cristal, quando
nenhuma voltagem é aplicada, também seja de 1,522.
698 Física: Uma Abordagem Estratégica

a. Sem voltagem aplicada, a saída é brilhante (comutador fechado, 72. A FIGURA PD22.72 mostra dois picos de intensidade luminosa quase
sinal óptico passando) ou escura (comutador aberto, ausência de sobrepostos, do tipo que você produziria com uma rede de difração
sinal)? Explique. (ver Figura 22.8b). Na prática, os Separação
b. Qual é o primeiro valor de índice de refração do cristal eletro- dois picos estarão no limite de se- entre os
picos
óptico, maior do que 1,522, que inverte o comutador óptico em paração visual se o espaçamento
relação à situação descrita no item a? y entre eles for igual à largura w Largura
dos
de cada pico, onde w corresponde picos
Cristal
eletro-óptico
ao ponto onde a intensidade é
igual à metade da intensidade de
Saída pico. Dois picos que estejam mais
Dois picos estão no limite de
, próximos um do outro do que w se resolução quando  w.
confundirão em um único pico.
FIGURA PD22.72
Podemos usar essa idéia para ana-
Entrada
lisar a resolução de uma rede de difração.
Fonte Separador de a. Na aproximação de pequenos ângulos, a posição do pico corres-
FIGURA P22.67 feixes
pondente a m  1 produzido por uma rede de difração incide no
mesmo local que a franja correspondente a m  1 produzida por
68. || Para ilustrar uma das idéias da holografia de maneira simples,
uma fenda dupla: y1  L/d. Suponha que dois comprimentos de
considere uma rede de difração com espaçamento d entre as fen-
onda que diferem em  entre si passem simultaneamente por
das. A aproximação para pequenos ângulos geralmente não é vá-
uma rede. Obtenha uma expressão para y, a separação entre os
lida para redes de difração, pois d é apenas ligeiramente maior do
picos de primeira ordem.
que , todavia suponha que a razão /d para esta rede seja sufi-
b. Observamos que as larguras das franjas brilhantes são proporcio-
cientemente pequena para que a aproximação de pequenos ângu-
nais a 1/N, onde N é o número de fendas da rede. Formulemos a
los seja válida.
hipótese de que a largura das franjas seja dada por w  y1/N. De-
a. Use a aproximação de pequenos ângulos a fim de obter uma ex-
monstre que isso é verdadeiro para o padrão de fenda dupla. Con-
pressão para o espaçamento entre as franjas vistas a uma distân-
sideraremos, então, que isso seja verdadeiro quando N aumenta.
cia L atrás da rede.
c. Use seus resultados nos itens a e b, junto com a idéia de que ymin
b. Ao invés de uma tela, suponha que você coloque um pedaço de
 w para obter uma expressão de min, a diferença mínima en-
filme à distância L atrás da rede. As franjas brilhantes irão revelar
tre os comprimentos de onda (em primeira ordem) para a qual as
o filme, mas os espaços escuros intermediários deixarão o filme
franjas de difração estão no limite de resolução.
não-revelado. Depois de revelado, o filme consistirá de uma série
d. Átomos do hidrogênio comum emitem luz vermelha com com-
de faixas brilhantes e escuras alternadas. E se você, agora, “ro-
primento de onda de 656,45 nm. No caso do deutério, que é um
dasse” o filme usando-o como uma rede de difração? Em outras
isótopo “pesado” de hidrogênio, o comprimento de onda corres-
palavras, o que aconteceria se você incidisse um feixe de laser
pondente é 656,27 nm. Qual é o número mínimo de fendas que
sobre o filme e observasse o padrão de difração produzido pelo
uma rede de difração deve ter para que esses dois comprimentos
filme em uma tela posicionada à mesma distância L? Mostre que
de onda do padrão de difração de primeira ordem estejam no li-
o padrão de difração do filme será uma reprodução da rede de
mite de resolução?
difração original.
73. A análise das redes de difração feita neste capítulo supôs que a luz
incidisse perpendicularmente à rede. A FIGURA PD22.73 mostra uma
Problemas desafiadores onda plana que se aproxima de uma rede de difração segundo um
ângulo .
69. Um experimento de fenda dupla é montado usando laser de hé- a. Demonstre que os ângulos m correspondentes à interferência
lio-neônio (  633 nm). A seguir, um pedaço de vidro (n  construtiva são dados pela equação de rede
1,50) muito fino é posicionado sobre uma das fendas. Em con-
seqüência, o ponto central da tela fica ocupado pelo que era a
franja escura correspondente a m  10. Qual é a espessura do onde m  0, 1, 2... Os ângulos são considerados positivos se
pedaço de vidro? estão acima da linha horizontal, e negativos em caso contrário.
70. A intensidade do máximo central de um padrão de interferência de b. Os dois máximos de primeira ordem, m  1 e m  1, não são
fenda dupla é 4I1. A intensidade do primeiro mínimo é nula. A que mais simétricos em relação ao centro. Encontre 1 e 1 para uma
fração da distância do máximo central ao primeiro mínimo corres- luz de 500 nm que incida segundo   30º sobre uma rede com
ponde a distância na qual a intensidade é I1? 600 linhas/mm.
71. A luz composta por dois comprimentos de onda muito parecidos, Rede
   e , onde , incide sobre uma rede de difração. A
separação entre as fendas da rede é d.
a. Mostre que a separação angular entre esses dois comprimentos
de onda na franja de ordem m é

b. Átomos de sódio emitem luz de 589,0 nm e 589,6 nm. Quais são


as separações angulares (em graus) produzidas por uma rede de
difração com 600 linhas/mm, em primeira e em segunda ordem, Onda incidente Difração segundo
entre os dois comprimentos de onda? FIGURA PD22.73 o ângulo 
CAPÍTULO 22 ■ Óptica Ondulatória 699

74. A FIGURA PD22.74 mostra uma luz de comprimento de onda  que 75. A câmera escura com um furo de alfinete mostrada na FIGURA
incide em uma rede de reflexão de espaçamento d segundo um ân- PD22.75 forma imagens de objetos distantes ao permitir que ape-
gulo . Desejamos descobrir os ângulos m para os quais ocorre nas um feixe estreito de raios luminosos passe pelo orifício e atin-
interferência construtiva. ja o filme. Se a luz consistisse de partículas, você poderia tornar
a. A figura mostra os caminhos 1 e 2 ao longo dos quais as duas a imagem cada vez mais nítida (à custa de torná-la cada vez mais
ondas se deslocam e interferem. Obtenha uma expressão para a escura) fazendo a abertura cada vez menor. Na prática, a difração
diferença de caminho  r  r2 – r1 entre elas. da luz na abertura circular limita a nitidez máxima que se pode
b. Usando o resultado obtido no item anterior, obtenha agora outra obter. Considere dois pontos luminosos distantes, como dois pos-
equação (análoga à Equação 22.15) dos ângulos m para os quais tes de luz distantes. Cada um produzirá um padrão de difração
a difração ocorre quando a luz incide com ângulo . Observe que circular no filme. As duas imagens estarão no limite de resolução
m pode ser um número inteiro negativo na sua expressão, o que se o máximo central de uma delas incidir sobre a primeira franja
indicaria que o caminho 2 é mais curto do que o caminho 1. escura da outra imagem. (Este é o chamado critério de Rayleigh, e
c. Mostre que a difração de ordem zero é simplesmente uma “refle- no Capítulo 24 exploraremos suas conseqüências na fabricação de
xão”, ou seja, 0  . instrumentos ópticos.)
d. Luz de comprimento de onda igual a 500 nm incide segundo   a. A máxima nitidez de uma imagem ocorre quando o diâmetro do
40° sobre uma rede de reflexão com 700 linhas de reflexão/mm. máximo central é igual ao diâmetro do furo. Qual é o melhor ta-
Determine todos os ângulos m para os quais a luz é difratada. manho do orifício de uma câmera escura com um furo de alfinete
Valores negativos de m devem ser interpretados como corres- na qual o filme esteja posicionado 20 cm atrás do furo? Suponha
pondentes a ângulos à esquerda da vertical. que   550 nm, o que corresponde ao valor médio para a luz
e. Desenhe uma figura que mostre um único raio de luz de 500 nm visível.
incidindo a   40° e também todas as ondas difratadas segundo b. Para este diâmetro do furo, qual será o ângulo (em graus) entre
os ângulos corretos. duas fontes distantes que se encontrem no limite de resolução?
c. Qual é a distância entre dois postes, ambos a 1 km de distância do
Frente de Frente de
onda incidente onda difratada observador, para a qual os objetos estão no limite de resolução?
Filme
Imagem de B

Imagem de A
Rede de reflexão Furo
FIGURA PD22.75

Frente de Frente de
onda incidente onda difratada

Imagem
FIGURA PD22.74 ampliada

RESPOSTAS DAS QUESTÕES DO TIPO PARE E PENSE

Pare e Pense 22.1: b. As linhas antinodais vistas na Figura 22.3b são de onda maior do que a luz violeta, portanto aquela luz é difratada para
divergentes. mais longe do centro.
Pare e Pense 22.2: Menor. A luz de comprimento de onda mais curto Pare e Pense 22.4: b ou c. Aumentou a largura do máximo central, que
não se propaga com a mesma rapidez que a luz de comprimento de onda é proporcional a /a. Isto poderia ocorrer porque o comprimento de
mais longo. O espaçamento das franjas y é diretamente proporcional onda aumentou ou porque a largura da fenda diminuiu.
ao comprimento de onda .
Pare e Pense 22.5: d. Deslocar M1 em  diminuirá r1 em 2. Deslocar
Pare e Pense 22.3: d. Comprimentos de onda maiores correspondem M2 em  aumentará r2 em 2. Conjuntamente, as duas ações alterarão a
a ângulos de difração maiores. A luz vermelha tem um comprimento diferença de caminho em r  4.
23 Óptica Geométrica
Uma colher brilhante constitui um belo
espelho curvo. Mas por que a imagem
está de cabeça para baixo?

 Olhando adiante Os humanos sempre foram fascinados pela luz. Espelhos simples são encontrados
Os objetivos do Capítulo 23 são em antigos sítios arqueológicos no Egito e na China. Por volta de 1500 a.C., nossos an-
compreender e usar o modelo de cestrais haviam aprendido a iniciar fogueiras focando a luz solar por meio de uma lente
raios luminosos. Neste capítulo, você simples. A partir daí, é apenas um pequeno passo para se conseguir perfurar buracos
aprenderá a: com um feixe do laser focado.
No Capítulo 22 introduzimos os três modelos para a luz, mas enfatizamos a óptica on-
■ Usar o modelo de raios luminosos. dulatória relacionada à interferência e à difração. Neste capítulo e no seguinte analisaremos
■ Calcular os ângulos de reflexão e sistemas ópticos básicos, como espelhos e lentes, em relação às trajetórias em linha reta da
de refração. luz. Isto é a óptica geométrica, um tema de imenso valor prático. O modelo de raios lumi-
■ Compreender as cores e o nosos agora estará no centro do palco, mas a óptica ondulatória fará um retorno de surpresa
fenômeno da dispersão luminosa. no Capítulo 24, quando explorarmos os limites de desempenho dos sistemas ópticos.
■ Usar o traçado de raios para
analisar sistemas formados por
lentes e espelhos.
■ Usar a teoria da refração para
23.1 O modelo de raios luminosos
calcular as propriedades de Uma lanterna emite um feixe luminoso na escuridão da noite. Os raios solares entram
sistemas de lentes. em um quarto escuro através de um pequeno orifício na persiana. Os feixes de laser
são ainda mais bem definidos. Nossa experiência cotidiana de que a luz se desloca em
 Em retrospectiva linhas retas constitui a base do modelo de raios luminosos.
O material deste capítulo depende do O modelo de raios é uma simplificação exagerada da realidade, entretanto, apesar
modelo ondulatório da luz. Revise: disso, é muito útil em seu domínio de validade. Em particular, o modelo de raios lumi-
nosos é válido contanto que quaisquer aberturas através das quais passe a luz (lentes,
■ Seção 20.5 Ondas luminosas e espelhos e orifícios) sejam muito grandes quando comparadas ao comprimento de onda
índice de refração da luz usada. Em tais aberturas, a difração e os outros aspectos ondulatórios da luz são
■ Seções 22.1 e 22.5 O modelo desprezíveis e podem ser ignorados. A análise da Seção 10.5 constatou que o limite do
ondulatório e o modelo geométrico domínio de validade da óptica ondulatória e da óptica geométrica ocorre para aberturas
para a luz com diâmetros da ordem de 1 mm.
CAPÍTULO 23 ■ Óptica Geométrica 701

As lentes e os espelhos são, quase sempre, maiores do que 1 mm, de modo que o Raios
modelo geométrico para a luz é uma base excelente para a óptica prática de formação luminosos
de imagens. Sentido de
Para começar, vamos definir um raio luminoso como sendo uma linha orientada ao propagação
longo da qual a energia luminosa se propaga. Um raio luminoso é uma idéia abstrata, e
não uma entidade física ou uma “coisa”. Qualquer feixe luminoso estreito, como o feixe Um feixe luminoso
do laser visto na FIGURA 23.1, é, na verdade, um conjunto de muitos raios luminosos para- FIGURA 23.1 Um feixe do laser ou um raio
lelos uns aos outros. Pode-se considerar um único raio luminoso como o caso limite de de sol é um conjunto de raios luminosos
um feixe do laser cujo diâmetro se aproxima de zero. Feixes de laser são boas aproxima- paralelos entre si.
ções para raios luminosos, certamente adequados para demonstrar o comportamento de
um raio, todavia qualquer feixe do laser real é um conjunto de muitos raios paralelos.
A tabela a seguir destaca cinco idéias e pressuposições básicas do modelo de raios
luminosos, num modelo geométrico para a luz.

O modelo de raios luminosos


Raios luminosos se propagam em linhas retas.
A luz se propaga através de um material transparente em linhas retas chamadas de raios
luminosos. A velocidade da luz é v  c/n, onde n é o índice de refração do material.

Raios luminosos podem se cruzar.


Raios luminosos não interagem uns com os outros. Dois raios podem se cruzar sem serem
afetados de forma alguma.

Um raio luminoso se propaga indefinidamente, a menos que interaja com a matéria.


Material 1 Material 2
Um raio luminoso continua para sempre, a menos que tenha uma interação com a matéria
Reflexão
Refração que faça com que o raio mude de sentido ou seja absorvido. A luz interage com a matéria
de quatro maneiras diferentes:
Em uma interface entre dois materiais, a luz pode ser refletida ou refratada.
Espalhamento
Em um material, a luz pode ser espalhada ou absorvida.
Absorção
Essas interações serão discutidas mais adiante neste capítulo.

Todo objeto é uma fonte de raios luminosos.


Qualquer objeto constitui uma fonte de raios luminosos. Os raios se originam de todos os
pontos do objeto, e cada ponto dele emite raios em todas as direções. Não faremos distinção
entre objetos que emitem luz própria e objetos refletores.

Feixe de raios divergente O olho enxerga ao focar um feixe de raios divergentes.


O olho “enxerga” um objeto quando feixes de raios divergentes emitidos de cada ponto do
objeto entram na pupila e são focados para formar uma imagem sobre a retina. (A formação
de imagens será discutida mais adiante neste capítulo.) Dos movimentos que a lente do olho
precisa fazer para focar a imagem, o cérebro “calcula a distância d na qual os raios se origi-
Olho
d nam e você percebe o objeto como localizado neste ponto.

O Sol é um objeto que


Objetos emite luz própria.

A FIGURA 23.2 ilustra a idéia de que os objetos podem emitir luz própria, como o Sol, as
chamas e as lâmpadas, ou serem refletores. A maioria dos objetos é refletora. Uma árvo- Luz emitida
re, a menos que esteja pegando fogo, é vista ou fotografada por causa da luz solar ou da
radiação celeste difusa que é refletida. Pessoas, casas e esta página do livro refletem a
luz emitida por fontes de luz própria. Neste capítulo, não estamos interessados em como
a luz se origina, mas em como ela se comporta após deixar o objeto. Luz refletida
Os raios luminosos provenientes de um objeto são emitidos em todas as direções e A câmera “enxerga”
sentidos, mas você não tem consciência dos raios luminosos a menos que eles entrem na os raios luminosos
pupila de seu olho. Conseqüentemente, a maioria dos raios luminosos passa completa- A árvore é um refletidos pela árvore,
objeto refletor. mas não, os raios
mente despercebida. Por exemplo, os raios luminosos se propagam do Sol para a árvore
provenientes do Sol.
na Figura 23.2, mas você não está consciente disso, a não ser que a árvore reflita alguns
deles em direção ao seu olho. Ou considere um raio laser. Você provavelmente já notou FIGURA 23.2 Objetos que emitem luz
que é quase impossível ver um feixe de um laser quando se está posicionado lateralmen- própria e objetos refletores.
702 Física: Uma Abordagem Estratégica

te em relação ao mesmo, a menos que exista pó no ar. O pó espalha alguns dos raios
luminosos em direção ao seu olho, mas na ausência de pó você ficaria completamente
inconsciente acerca de um feixe do laser muito poderoso que passa por você. Os raios
luminosos existem independentemente de serem vistos.
A FIGURA 23.3 mostra dois conjuntos idealizados de raios luminosos. Os raios diver-
Fonte puntiforme Feixe paralelo gentes emitidos por uma fonte puntiforme são emitidos em todas as direções e sentidos.
É útil pensar em cada ponto de um objeto como uma fonte puntiforme de raios lumino-
FIGURA 23.3 Fontes puntiformes e feixes
paralelos representam objetos idealizados.
sos. Um feixe paralelo de raios poderia ser um feixe do laser. De forma alternativa, ele
poderia representar também um objeto distante, como uma estrela, tão distante que os
raios que chegam ao observador são praticamente paralelos uns aos outros.

Diagramas de raios
Os raios se originam de todos os pontos de um objeto e se propagam externamente em
todas as direções e sentidos, mas um diagrama que tentasse mostrar todos esses raios
Estes são apenas alguns dos
pareceria irremediavelmente caótico e confuso. Para simplificar a figura, geralmente
raios infinitamente numerosos
que saem do objeto. usamos um diagrama de raios que mostra apenas alguns deles. Por exemplo, a FIGURA
23.4 é um diagrama de raios mostrando apenas alguns raios que saem dos pontos superio-
res e inferiores do objeto e se propagam para a direita. Esses raios serão suficientes para
FIGURA 23.4 Um diagrama de raios nos revelar como o objeto é representado por meio de lentes ou espelhos.
simplifica a situação mostrando apenas
NOTA  Diagramas de raios constituem a base para uma representação pictórica
alguns raios.
que usaremos neste capítulo. Tenha o cuidado de não pensar que um diagrama de
raios mostre todos os raios emitidos. Os raios mostrados no diagrama são apenas um
subconjunto dos raios infinitamente numerosos que saem do objeto. 
Imagem na
parede oposta Aberturas
Abertura Uma forma popular de entretenimento durante os tempos da Roma antiga era uma visita
à câmera obscura, termo que significa “sala escura” em latim. Como mostra a FIGURA
23.5a, uma câmera escura é uma sala escura com um único orifício pequeno que a comu-
Sala escura
nica com o mundo exterior. Depois que os olhos se acostumavam com o escuro, os visi-
tantes conseguiam ver uma imagem fraca, mas colorida, do mundo exterior formada
Objeto sobre a parede oposta da sala. Entretanto, a imagem aparecia de cabeça para baixo! Uma
câmera com um orifício de alfinete é uma versão em miniatura da câmera escura.
O orifício pelo qual a luz passa chama-se abertura. A FIGURA 23.5b usa o modelo de
Esses raios não passam
pelo orifício.
raios luminosos que passam por uma pequena abertura a fim de explicar como funciona
a câmera escura. Cada ponto de um objeto emite raios luminosos em todas as direções
e sentidos, todavia apenas alguns poucos raios passam pela abertura e atingem a parede
traseira. Como ilustra a figura, a geometria dos raios faz com que a imagem apareça de
cabeça para baixo.
Na verdade, como você deve ter percebido, cada ponto do objeto ilumina uma pe-
A imagem está de cabeça para baixo. Se quena, mas extensa, parte da parede. Isso ocorre porque o tamanho não-nulo da abertura
o orifício for suficientemente pequeno, – necessário para que a imagem seja brilhante o suficiente para ser vista – permite que
cada ponto da imagem corresponderá a um
ponto do objeto.
diversos raios provenientes de cada ponto do objeto passem pela abertura segundo ân-
gulos ligeiramente diferentes. Como resultado, a imagem é um pouco borrada e fora de
FIGURA 23.5 Uma câmera escura. foco. (A difração também se torna um fator importante se o orifício for muito pequeno.)
Veremos mais tarde como uma câmera moderna, dotada de uma lente, melhora a câmera
Luz
escura.
Alguns raios são
A partir dos triângulos semelhantes da Figura 23.5b, pode-se verificar que a altura do
Sombra
bloqueados pela objeto e da imagem estão relacionadas por
tela opaca.
(23.1)
Tela

onde do é a distância até o objeto e di é a profundidade da câmera escura. Qualquer câme-


Abertura ra escura realista possui di  do; logo, a imagem é menor do que o objeto.
Podemos aplicar o modelo de raios para aberturas mais complexas, como a abertura
em formato de L da FIGURA 23.6. O padrão de luz visto na tela é encontrado traçando-se
Fonte puntiforme
todos os caminhos em linha reta – as trajetórias dos raios – que começam na fonte pun-
FIGURA 23.6 A luz que atravessa uma tiforme e passam pela abertura. Veremos na tela um L aumentado, com uma fronteira
abertura. bem-definida entre a imagem e a sombra escura.
_3.1_ Dica do professor

No vídeo a seguir, apresentam-se os modelos ópticos da luz e são mostradas experiências em que
eles se aplicam.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/
cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/63cf86c761b187e7d512a713ba415321

5 min

elm = uma enrolação, adaptado, cortado


comentários supérfluos.

VIDEO TRANSCRIPT] 3.1 LUZ E ÓPTICA: DEFINIÇÕES


Vamos conversar sobre luz e Óptica, definições, sobre os modelos da óptica
da luz.
Na óptica geométrica, a luz é tratada como um raio para explicar fenômenos
como a reflexão e a refração. Na reflexão, um raio com ângulo de incidência
é refletido com o mesmo ângulo de incidência com a normal. Na refração
acontece um desvio do ângulo que estava vindo o raio de luz. Outros
fenômenos da óptica geométrica ocorrem nos óculos, em cujas lentes acontece
uma refração, em lupas, nos telescópios, nas câmeras. Nos espelhos ocorrem
reflexos, miragens que podem ser explicados pela óptica geométrica. também
temos a dispersão cromática e o ângulo de ?brauter?.

Na óptica ondulatória, a luz é uma onda e ocorrem os fenômenos de difração e


interferência. Na difração, ao passar por uma fenda, a luz não vai ficar com
contorno da fenda, ela vai se dispersar e vai ter um contorno diferente, vai
apresentar uma abertura. Na interferência, duas ondas podem se interferir de
maneira construtiva ou destrutiva. Alguns dispositivos explicados pela
ondulatória: DVD / CD / blu-ray. Há uma grade de alumínio em que a luz bate
e volta difratada, com um padrão de difração possibilitando obter informação
contida no disco.

No modelo de fótons, da óptica quântica, a luz é tratada como partícula


(fóton), mas com características de onda. A luz pode ser tanto onda quanto
partícula (dualidade da luz). Exemplo moderno de aplicação: painel solar,
explicado pelo efeito fotoelétrico (Einstein). Esse assunto não será tratado
na unidade.
_3.1_ Exercícios

Analise as afirmações a seguir.


1)
I - Um raio de luz pode cruzar outro sem que a sua trajetória seja alterada.
II - Para a óptica geométrica, a luz é tratada como uma onda.
III - Para a óptica geométrica, a luz se propaga indefinidamente, a não ser que interaja com a
matéria.

Quais estão corretas?

A) Apenas a II.

B) Apenas a I e a III.

C) Apenas a I e a II.

D) Apenas a II e a III.

E) A I, a II e a III.
Relacione as imagens e os fenômenos nelas representados à respectiva óptica.
2)

A) I – Óptica geométrica
II – Óptica quântica
III – Óptica ondulatória.

B) I – Óptica ondulatória
II – Óptica geométrica
III – Óptica quântica.

C) I – Óptica ondulatória
II – Óptica quântica
III – Óptica geométrica.

D) I – Óptica quântica
II – Óptica ondulatória
III – Óptica geométrica.

E) I – Óptica quântica
II – Óptica geométrica
III – Óptica ondulatória.
Para a óptica geométrica, quais dessas afirmações são verdadeiras?
3)
I - A luz é uma onda.
II - A luz, ao passar por uma fenda, difrata.
III - Raio de luz é o que compõe um feixe de luz.

Quais estão corretas, segundo a óptica geométrica?

A) Apenas a I.

B) Apenas a II.

C) Apenas a I e a II.

D) Apenas a III.

E) Apenas a II e a III.
Analise as afirmações a seguir.
4)
I – A luz sofre difração ao passar por uma fenda.
II – A luz é uma onda.
III – A luz sofre o fenômeno da interferência.

Para a óptica ondulatória, quais estão corretas?

A) Apenas a I.

B) Apenas a II.

C) Apenas a III.

D) Apenas a I e a II.

E) A I, a II e a III.
Analise as afirmações a seguir.
5)
I – Pode-se dizer que a luz é uma onda.
II – A luz é composta por fótons.
III – Com os fótons, é possível explicar corretamente o efeito fotoelétrico.

Para a óptica quântica, quais estão corretas?

A) Apenas a II e a III.

B) Apenas a I.

C) Apenas a I e a II.

D) Apenas a I e a III.

E) A I, a II e a III.
_3.1_ Na prática
O fascinante mistério da natureza da luz oportunizou um grande avanço tecnológico, e isso se deve
à contribuição de muitos pesquisadores.

elm = descartada foto de casa com painel solar..

Não se pode esquecer do brilhantismo de Albert Einstein, que descreveu, com maestria, o efeito
fotoelétrico, cuja ideia consiste em dizer que a luz é um pacote de energia que pode liberar
elétrons de algumas superfícies e, assim, surge o painel fotovoltaico. Esse feito o conduziu o
cientista ao Prêmio Nobel.
_3.1_ Saiba +

Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

https://www.youtube.com/playlist?list=PL0ssn1ZYrfXfl3Bb0PHjjYTYHU2cUMrfS

9 vídeos da khan academy espanhol sobre interferência de ondas ~15 min cada

Telecurso2000 - Aula 35/50 - Física - Natureza da Luz


https://youtu.be/mxrDHwkxaDA

15 min
VicVideos2000 Jul 7, 2011 Aprenda sobre a Natureza da Luz. Se inscreva também em meu canal
e tenha acesso a conteúdos audiovisuais diários. Acesse também esse blog e veja todos os
vídeos: http://vicvideos2000.blogspot.com

Fenômenos Ópticos – Exercícios


https://www.coladaweb.com/exercicios-resolvidos/exercicios-resolvidos-de-fisica/fenomenos-
opticos

dez questões básicas de óptica .

Física para universitários: óptica e física moderna. Porto Alegre:


McGraw-Hill, 2013. Páginas 8 e 9.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

elm = cap 3 Óptica ondulatória


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E CRÉDITOS DE IMAGENS
KNIGHT, Randall. Física 2: uma abordagem estratégica. Porto Alegre: Bookman, 2009.
Banco de imagens Shutterstock.
SAGAH, 2015.

EQUIPE SAGAH
Coordenador de Curso : Edilson Vargas
Professor : Eduardo Galle
Gerente Unidade de Negócios : Rodrigo Severo
Analista de Projetos : Fernanda Osório
Líder da Equipe Metodológica : Daniela da Graça Stieh
Analista Metodológica : Fernanda Crixel Zimpel
Líder da Equipe de Design Instrucional : Marcelo Steffen
Designers Instrucionais : Bianca Basile Parracho ; Cesar Felipe Ferreira ;
Daniela Polycarpy ; Franciane de Freitas ; Ezequiel Alves ; Luciana Helmann
Líder da Equipe de Design Gráfico : Thais Gliosci
Designers Gráficos : Carol Becker ; Kaka Silocchi ; Juarez Menegassi ; Rafael
Zago ; Vinicius Rafael Cárcamo
Aula 3.2
1.1 - Ondas: conceito e classificação
1.2 - Período de frequência e velocidade de uma onda
2.1 - Ondas eletromagnéticas e sonoras e sua interação com a matéria
2.2 - Osciladores e o movimento harmônico simples
3.1 - Luz e óptica: definições
3.2 - Refração e reflexão
4.1 - Óptica geométrica em lentes
4.2 - Óptica geométrica em espelhos
Conteúdo Complementar (não conta p/ avaliações, mas conta p/ frequência)
__ C.1 Movimento ondulatório Unidimensional
__ C.2 Movimento ondulatório bidimensional
__ C.3 Interferência e efeito Doppler
__ C.4 Modelo ondulatório e geométrico da luz
__ C.5 Fenômeno da luz

Refração e reflexão
_3.2_
Apresentação
Alguma vez você já observou a formação de um arco-íris após a chuva? Ou já imaginou como
funciona um binóculo para ver longas distâncias? Ou como a óptica mudou o mundo tecnológico,
propondo soluções como a fibra óptica? Todos esses fenômenos e dispositivos tecnológicos podem
ser explicados a partir da óptica geométrica, ou, mais precisamente, a partir da reflexão e da
refração.

Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai se aprofundar nos conhecimentos sobre os conceitos da
reflexão e da refração da luz. Verá como eles são utilizados para explicar vários fenômenos naturais
e tecnológicos que frequentemente se vê ou se utiliza. Ainda, você verá formulações e exemplos de
exercícios relacionados com a reflexão e a refração da luz. Você conseguirá identificar os
fenômenos da refração e da reflexão, assim como resolver problemas físicos relacionados,
e aprenderá a descrever tecnologias que utilizam esses fenômenos físicos.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Identificar os fenômenos da refração e da reflexão.


• Resolver problemas físicos relacionados à refração e à reflexão.
• Descrever tecnologias que utilizam esses fenômenos físicos.

elm = Avaliação da aula. Boa. Comentário: Adotar um único livro-texto ou apostila para todas
as aulas. Do jeito atual, um capítulo de livro diferente a cada aula, assunto fica truncado
e/ou com lacunas e/ou repetitivo e/ou bagunçado - dificulta, desestimula o aprendizado.
Exercício 4 sem opção correta e Exercício 5 melhor não considerar igualdade do ângulo
crítico de reflexão total.
_3.2_ Desafio

A óptica geométrica, principalmente os conceitos de reflexão e refração da luz, são frequentemente


utilizados em desenvolvimentos tecnológicos, seja na área de comunicação, medicina ou mesmo de
lazer. A sua aplicabilidade abrange praticamente todas as áreas, e os bons resultados que a
aplicação desses fenômenos apresenta nunca deixam de surpreender. Mas, claro, tudo tem um
limite, e, para isso, sempre se deve fazer os cálculos prévios para saber se é viável, ou não, a sua
implementação.

Imagine que você seja engenheiro de uma empresa de efeitos audiovisuais e


trabalhe como operador e projetista de efeitos de luzes e som para todos os
tipos de eventos.

Recentemente, seu chefe conversou com você e lhe pediu que faça uma inovação
para um novo efeito de luz utilizando lasers para um dos eventos próximos e,
para o qual, a empresa prestará serviços.

Seu chefe pede que você coloque uma camada de 1,5 cm de água sobre uma mesa
de vidro com 1,5 cm de espessura. Assim, os raios de luz serão refletidos
totalmente sobre a mesa, mas serão refratados na água. Esse efeito produzirá
a sensação de que a própria mesa está disparando os lasers, embora a mesa
seja somente de vidro.

Você faz as anotações dos requisitos do projeto e cria um croqui para


auxiliá-lo no desenvolvimento da ideia:

Ao observar o croqui, você percebe que deve calcular o ângulo crítico θc do


raio de luz dentro do vidro para depois calcular o ângulo de incidência θ2
e θ1 . A princípio, os ângulos de incidência e refração do raio no momento
da entrada na mesa do vidro são iguais aos ângulos de incidência e refração
do raio no momento de saída da mesa. Esse efeito também acontece quando há
reflexão interna total do raio, como pode ser visto na parte inferior da
mesa de vidro.

É possível realizar o experimento que foi solicitado? Existe um ângulo de incidência θ1 real para
que esse efeito seja executado? Como se deve proceder para validar esse experimento?
elm = Não é possível realizar, pois theta1 teria de ser >= 90° (não
executável na prática).

Padrão de resposta esperado

Primeiramente, para ver se esse projeto é possível, é necessário encontrar valores reais
e possíveis de todos os ângulos e principalmente de θ1 e θc. É recomendável começar
realizando o cálculo do ângulo crítico, que é o ângulo mínimo para que a reflexão interna
seja total, ou seja, θc.

𝑛3 1
𝜃𝑐 ≥ 𝑠𝑒𝑛−1 ( ) ≥ 𝑠𝑒𝑛−1 ( ) ≥ 41,81°
𝑛1 1,5

Para calcular θ2, é necessário utilizar a Lei de Snell, ou Lei da Refração. Veja que o
ângulo de θc.= θ3, devido às identidades geométricas. Assim:
𝑛2 ∙ 𝑠𝑒𝑛 𝜃2 = 𝑛3 ∙ 𝑠𝑒𝑛 𝜃𝑐

𝑛3 1,5
𝜃2 ≥ 𝑠𝑒𝑛−1 ( ∙ 𝑠𝑒𝑛 𝜃𝑐 ) ≥ 𝑠𝑒𝑛−1 ( ∙ 𝑠𝑒𝑛(41,81°)) ≥ 48,75°
𝑛2 1,33
Aplicando novamente a Lei de Snell, ou da Refração, é possível finalmente calcular o
valor do ângulo de incidência do raio θ1, sempre em relação à superfície normal. Assim:
𝑛1 ∙ 𝑠𝑒𝑛 𝜃1 = 𝑛2 ∙ 𝑠𝑒𝑛 𝜃2

𝑛2 1,33
𝜃1 ≥ 𝑠𝑒𝑛−1 ( ∙ 𝑠𝑒𝑛 𝜃2 ) ≥ 𝑠𝑒𝑛−1 ( ∙ 𝑠𝑒𝑛(48,75°)) ≥ 90°
𝑛1 1

De acordo com os cálculos, o ângulo de incidência do raio deve ser igual ou maior do
que 90º (θ1≥90º). Isso torna impossível a sua implementação, devido ao fato de que,
quando se dispara um laser a 90º a respeito da normal, o raio vai paralelamente à
superfície da água e nunca a incide. Além disso, para que tenha maior efetividade, o raio
deveria ter ângulo maior de que 90º, o que impossibilita ainda mais a execução do
projeto.

Uma dica para que esse projeto seja viável é que, no lugar de utilizar água sobre a mesa,
seja utilizada outra substância ou meio óptico, cujo valor de índice de refração seja menor
do que o da água, mas maior do que do ar, isto é, 1<n2<1,33, como, por exemplo algum
tipo de gás.
_3.2_ Infográfico

Você já parou para observar a formação de um arco-íris? Já percebeu que, se você caminha e se
desloca do seu lugar original, o arco-íris o acompanha? Há como reproduzir um arco-íris em casa? O
arco-íris é um fenômeno que pode ser explicado a partir da óptica geométrica, com um conceito
conhecido como dispersão cromática. A dispersão cromática é um caso de refração da luz.

Neste Infográfico, você verá a explicação de como se produz a dispersão cromática e de como se
formam os arco-íris. Verá também como reproduzir artificialmente um arco-íris em sua casa.

DISPERSÃO CROMÁTICA E O ARCO-ÍRIS

O arco-íris é um fenômeno da óptica que acontece naturalmente. Para


compreender esse fenômeno de dispersão cromática da luz, é necessário
utilizar os conceitos da óptica, principalmente do modelo geométrico, e
também conceitos do modelo ondulatório.

Conheça mais desse fenômeno e veja como é possível fazer um arco-íris dentro
de casa, utilizando os raios de sol e elementos simples, como um DVD ou um
prisma.

DISPERSÃO CROMÁTICA

Esse fenômeno acontece quando a luz


branca (ou uma luz composta de várias
frequências, como é a luz do sol) se
refrata em um meio óptico, produzindo a
separação das diversas cores da luz,
devido aos seus diferentes comprimentos
de onda.

O arco-íris é um caso de dispersã


cromática que acontece naturalmente.

Como se forma?
A luz do sol entra em uma gotícula de
água e é refratada. Nessa primeira
refração, é dividida em cores e logo é
parcialmente refletida e novamente
refratada ao sair ao ar. Na segunda
dispersão, aumenta ainda mais a
dispersão. O ângulo entre a luz do Sol
que ingressa e a luz refratada azul e
vermelho é de 40° e 42° ,
respectivamente.
O arco-íris é formado
quando a luz do Sol
atravessa as gotas de
chuva, mas, para vê-lo,
você deve estar de
costas para o Sol e de
frente a uma região de
chuva.
Assim, você verá uma
arco-íris que, na
realidade, é a borda de
um cone tridimensional
que se estende através
da região da chuva.

ARCO-ÍRIS CASEIRO

Ao deixar que a luz do Sol


incida sobre um prisma, os
diferentes comprimentos de onda
da luz do Sol são refratados em
ângulos diferentes, e é possível
enxergar as cores do espectro
luminoso.
_3.2_ Conteúdo do livro
A óptica geométrica estuda amplamente o comportamento da luz; normalmente é realizada uma
simplificação, e os feixes de luz são tratados como raios e fontes puntiformes. Assim, a óptica
analisa a luz principalmente desde o ponto de vista do modelo de raios, proposto por Newton.

Entre os fenômenos mais aprimorados na óptica geométrica, estão a reflexão e a refração. A


reflexão e a refração explicam muitos dos fenômenos do dia a dia, inclusive os que acontecem
naturalmente. Por exemplo, explicam o funcionamento dos binóculos, como funciona a fibra óptica,
por que se formam os arco-íris, como é formada a dispersão cromática produzida por um prisma de
vidro, entre outros.

No capítulo Refração e reflexão, da obra Óptica e termodinâmica, base teórica desta Unidade de
Aprendizagem, você vai entender os conceitos de refração e reflexão da luz e verá uma abordagem
sobre as situações reais relacionadas com a refração e a reflexão. Por último, encontrará exemplos
de tecnologias que utilizam esse tipo de princípio físico.

Boa leitura.
Refração e reflexão
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

>> Identificar os fenômenos da refração e da reflexão.


>> Resolver problemas físicos relacionados aos fenômenos da refração e da
reflexão.
>> Descrever tecnologias que utilizam os fenômenos da refração e da reflexão.

Introdução
A luz é um fenômeno da física amplamente estudado pela óptica, a qual, por
sua vez, divide-se em três áreas: ondulatória, geométrica e quântica. Aqui,
trataremos de assuntos relacionados à óptica geométrica, em que a luz é
caracterizada como raios.
Provavelmente, você já contemplou um arco-íris e se observou em algum
tipo de espelho que fez você parecer muito pequeno ou gigante. Esses são
alguns dos fenômenos explicados pela óptica geométrica, que veremos, a
seguir, como reflexão e refração da luz. Nessas duas áreas de estudo, os
efeitos ondulatórios da luz são desconsiderados, pois são insignificantes
em relação ao sistema físico em estudo para trabalhar com a refração ou
reflexão da luz.
Neste capítulo, inicialmente vamos definir os fenômenos da refração e
reflexão da luz, bem como os conceitos a eles associados. Na sequência, tra-
taremos dos problemas físicos relacionados com a refração e a reflexão, e,
por fim, veremos alguns exemplos de tecnologias que utilizam esses tipos de
fenômeno físico.
2 Refração e reflexão

Conceitos fundamentais
Um raio de luz é uma simplificação extrema do comportamento de um feixe
de luz e sempre segue uma trajetória retilínea, ao menos que se intercepte
com um objeto ou matéria, fazendo o raio mudar de sentido ou ser absorvido.
De acordo com Knight (2009), quando um raio de luz interage com um objeto
ou matéria, podem acontecer os efeitos apresentados na Figura 1.

Figura 1. Interação da luz com a matéria.


Fonte: Knight (2009, p. 701).

De acordo com a Figura 1, podemos observar os seguintes efeitos da luz.

„ Se incide em uma superfície composta por dois tipos de materiais, a


luz pode ser refletida ou refratada.
„ Se incide em um único material, a luz pode ser espalhada ou absorvida.

A seguir, discutiremos os efeitos dos fenômenos de refração e reflexão


da luz.

Reflexão da luz
De acordo com Hewitt (2013), quando a luz incide na superfície de determi-
nado material, ela pode ser absorvida, esquentando, assim, o material, ou
reemitida sem alterar sua frequência. Quando a luz retorna ao meio de onde
veio, tem-se um processo de reflexão.
Refração e reflexão 3

A reflexão da luz pode ser mais bem compreendida a partir do princípio


de Fermat, também conhecido como princípio de Fermat do mínimo tempo.
Veja a Figura 2.

Figura 2. Reflexão da luz e o princípio de Fermat: (a) dois pontos para ir de A até B; (b) traje-
tórias possíveis; (c) menor distância entre A e B e o ponto B’ virtual.
Fonte: Hewitt (2015, p. 520–521).

De acordo com o princípio de Fermat e observando a Figura 2a, conside-


ramos que a luz deve ir do ponto A ao ponto B, mas refletindo, necessaria-
mente, no espelho. Embora possam existir vários caminhos, existe somente
um caminho que é o mais rápido, como pode ser visto na Figura 2b. Veja
que a luz se desloca em velocidade constante, então podemos definir que o
mínimo tempo é a menor distância entre os pontos A e B, necessariamente
incidindo no espelho.
Mas em qual ponto do espelho a luz deve incidir para que essa distância
seja a menor possível? De acordo com a Figura 2c, é possível encontrar esse
ponto de incidência exato mediante o auxílio da geometria. Assim, define-se
um ponto artificial B’, de forma que a distância do ponto B ou B’ até a borda
do espelho seja a mesma e sempre em uma linha perpendicular à superfície
do espelho. Dessa forma, o ponto C, que é o ponto de incidência no espelho,
pode ser obtido pela intersecção entre o ponto A e B’ com uma linha reta, e o
ponto C é o lugar geométrico onde a reta intercepta com o plano do espelho
(HEWITT, 2015).
4 Refração e reflexão

Lei de reflexão
Fermat, assim, definiu a lei da reflexão da luz, enunciada abaixo e ilustrada
na Figura 3 (HEWITT, 2015).

O ângulo de incidência é sempre igual ao ângulo de reflexão.

Figura 3. Lei da reflexão da luz.


Fonte: Hewitt (2015, p. 522).

Como visto na Figura 3, quando um raio é refletido em uma superfície


plana, similar a um espelho, o ângulo de incidência (θi) é sempre igual ao
ângulo de reflexão (θr). Esses ângulos são sempre medidos a partir de uma
linha imaginária perpendicular ao plano, conhecida como linha normal,
ou, simplesmente, normal, e os ângulos θi e θr são medidos em relação à
normal. Veja, ainda, que o raio incidente e o raio refletido pertencem ao
mesmo plano. Esse tipo de reflexão é conhecido como reflexão especular,
produzida frequentemente por espelhos com superfícies lisas (HEWITT,
2015; KNIGHT, 2009).

Espelhos planos
Suponha, agora, que você coloque uma vela na frente de um espelho plano
e que os raios de luz são emitidos em todas as direções, como mostra a
Figura 4.
Refração e reflexão 5

Figura 4. Em espelhos planos, o objeto e a imagem estão à mesma distância do plano do


espelho.
Fonte: Hewitt (2015, p. 522).

Veja que, na Figura 4, embora haja um número infinito de raios que saem
na vela, são apresentados somente quatro. Esses quatro raios incidem sobre
o espelho e logo divergem em diversas direções.
Utilizando uma linha auxiliar tracejada à direita do espelho, vemos que os
raios divergentes se unem em um ponto e geram uma imagem, de forma que
o observador enxerga que o espelho está à mesma distância do objeto e da
imagem. Ainda, observe que a imagem e objeto possuem o mesmo tamanho:
não houve ampliação ou redução da imagem em relação do objeto, uma
característica particular dos espelhos planos. Além disso, a imagem gerada
está do lado direito do plano do espelho. Vale ressaltar que, nos espelhos
curvos, os objetos e as imagens não possuem o mesmo tamanho, e podem
ou não gerar imagens no lado direito do plano do espelho. No entanto, a
lei da reflexão é válida tanto para espelhos planos quanto para os curvos
(HEWITT, 2015; KNIGHT, 2009).

Se você se observar em um espelho a uma distância de 3 m, você (ou


melhor, sua imagem) parecerá estar a 6 m de distância de si mesmo.
É como se você estivesse a 3 m de uma janela e seu irmão gêmeo estivesse a 3 m
da mesma janela, mas do outro lado.
6 Refração e reflexão

Reflexão difusa
A maioria dos objetos não é reflexiva, por isso a enxergamos. De acordo
com Knight (2009), a lei de reflexão (θi = θr) também é atendida em todos os
pontos; porém, devido às irregularidades da superfície, os raios são refletivos
em direções aleatórias. Veja a Figura 5, um caso clássico da reflexão difusa.

Figura 5. Superfície irregular amplificada. A lei de reflexão continua sendo válida.


Fonte: Knight (2009, p. 704).

De acordo com a Figura 5, é dessa forma que observamos os objetos ao


nosso redor, sendo esse tipo de reflexão muito mais frequente do que a
reflexão de espelhos (KNIGHT, 2009).
Ainda, é importante destacar que não existem superfícies exatamente lisas,
pois, em nível atômico, isso não é possível. No entanto, Knight (2009) define
que qualquer superfície que possua irregularidades ou arranhões maiores de
que 1 µm causarão reflexão difusa em vez de reflexão especular. Assim, um
papel, mesmo que, ao tato, seja uma superfície suave, em nível microscópico
existem fibras que o compõem e formam uma superfície com irregularidades
maiores do que 1 µm. O próprio vidro ou um metal bem polido (polimento ao
espelho) possuem irregularidades, mas em padrões muito menores do que
1 µm, por isso eles formam superfícies reflexivas especulares.
Refração e reflexão 7

Refração da luz
De acordo com Knight (2009), quando um raio de luz incide sobre a superfície
regular ou suave entre dois materiais transparentes (como o ar ou o vidro),
acontecem duas coisas:

1. uma fração da luz que incide na superfície do material é refletida (lei


de reflexão), como as fontes de água ou vidreiras;
2. uma fração da luz incidida continua sua trajetória no segundo material,
ou seja, ela é “transmitida” em vez de refletida, e esse raio de luz tem
sua direção alterada após atravessar a superfície do material. Essa
alteração da direção do raio que ocorre quando a luz passa de um
meio a outro é conhecida como refração (Figura 6).

Figura 6. Um feixe de luz de um laser incide sobre um prisma. Grande parte do raio é refratada,
mas pequenos feixes são refletidos.
Fonte: Knight (2009, p. 706).

Veja, na Figura 6, que, quando um feixe de luz atravessa o prisma de vidro,


ele entra e sai do vidro, mas sua direção muda durante esse processo. No
entanto, para entender bem o processo de refração, vamos a desconsiderar
a reflexão fraca que apresentam os objetos transparentes (KNIGHT, 2009).
Assim como nesse exemplo, um feixe de luz está composto por uma quanti-
dade infinita de raios que incidem na superfície. No entanto, para a análise
da refração da luz, será considerado somente um raio luminoso, como visto
no diagrama de raios da Figura 7.
8 Refração e reflexão

Figura 7. Análise de refração de raios de luz.


Fonte: Knight (2009, p. 706).

Veja, na Figura 7a, que um único raio de luz incide e entra na superfície de
dois materiais, passando de um meio 1 a um meio 2, sendo meios materiais
transparentes diferentes (como água, éter, ar, vidro, etc.). Veja que θ1 é o
ângulo de incidência do raio no meio 1 e que θ2 é o ângulo do mesmo raio,
mas no meio 2, conhecido como ângulo de refração. Os ângulos de incidência
e refração sempre se referem ao sentido de movimento do raio, se é entrante
(incidente) ou saliente (refração). Veja, ainda, que, na Figura 7b, θ2 é o ângulo
incidente, e θ1 é o ângulo de refração, pois o raio se propaga em sentido
oposto; mesmo assim, os ângulos não mudaram (HEWITT, 2015; KNIGHT, 2009).
De acordo com Knight (2009), a lei de refração, também conhecida como
lei de Snell, relaciona o grau de refração de um raio quando passa de um
meio 1 para um meio 2, de acordo com seus respectivos índices de refração
e os ângulos que possuem em cada meio, sem especificar quem é o ângulo
incidente ou refratado. A lei de Snell pode ser escrita matematicamente de
acordo com (1):

(1)

A seguir, veremos como são definidos ou calculados os índices de refração


em função do tipo de material.
Refração e reflexão 9

Índice de refração
De acordo com a lei de Snell, o índice de refração depende do material em qual
a luz se movimenta e, mais especificamente, de dois fatores: da velocidade
da luz (c) e do valor da velocidade com que a luz se movimenta nesse meio,
de acordo com (2):

(2)

Veja que a velocidade da luz é uma constante, cujo valor é de c = 2,99792458


× 108 m/s. No entanto, o valor de vmeio é o módulo da velocidade da luz dentro
do meio e vai depender do tipo de material, pois a luz não possui a mesma
velocidade em diferentes meios (KNIGHT, 2009). O índice de refração corres-
ponde sempre a um valor n > 1, a não ser no vácuo, onde n = 1. No Quadro 1,
são apresentados diversos valores de índices de refração para diferentes
materiais transparentes.

Quadro 1. Índices de refração de diferentes meios ou materiais

Meio n

Vácuo Exatamente 1,00

Ar (real) 1,0003

Ar (aceito) 1,00

Água 1,33

Álcool etílico 1,36

Óleo 1,46

Vidro (comum) 1,50

Plástico poliestireno 1,59

Zircônio cúbico 2,18

Diamante 2,41

Silício (no infravermelho) 3,50

Fonte: Adaptado de Knight (2009).


10 Refração e reflexão

Até o momento, foram definidos os conceitos de reflexão e refração da


luz, como esses fenômenos são percebidos em nosso dia a dia e como se re-
lacionam geométrica e matematicamente entre si. Na próxima seção, veremos
alguns exemplos de fenômenos e situações do cotidiano que envolvem os
conceitos de refração e reflexão da luz.

Resolução de problemas físicos


relacionados à refração e reflexão
Dentro do estudo da óptica geométrica, existem muitos fenômenos que podem
ser explicados utilizando os conceitos associados à reflexão e à refração. A
seguir, serão apresentados alguns exemplos da natureza e do cotidiano que
envolvem esses dois conceitos.

Miragens
É provável que você já esteja familiarizado com esse fenômeno, que acontece
principalmente em dias quentes. Vemos miragens na rodovia, de forma que
parece que a estrada está molhada, mas, quando chegamos mais perto, a
rodovia está seca. O mesmo acontece em desertos e longos espaços de terra
ou areia quente. De acordo com Hewitt (2015), esse efeito se deve ao fato de
que o ar bem próximo à superfície é quente e, logo mais acima, o ar é mais frio.
Por estar mais quente, seu índice de refração é diferente, e a luz se propaga
mais rapidamente no ar quente. Assim, a luz que vem do horizonte do céu,
em vez de fazer trajetórias retilíneas, faz uma pequena curvatura sobre a
superfície quente antes de alcançar os nossos olhos (Figura 8).

Figura 8. A luz se desloca mais rapidamente sobre a superfície de ar quente, produzindo uma
curvatura na trajetória dos raios.
Fonte: Hewitt (2015, p. 527).
Refração e reflexão 11

Assim como na Figura 8, no lugar de uma estrada molhada, estamos, de


fato, vendo o céu. Portanto, contrariando o que muita gente pensa, a miragem
não é uma ilusão mental; ela é real, mas não é água o que nós observamos
(HEWITT, 2015). Esse efeito é observado também em objetos quentes, como uma
chapa, onde vemos um efeito ondulante ou tremeluzente. Da mesma forma,
podemos explicar por que as estrelas “piscam”: devido ao efeito análogo que
ocorre em nossa atmosfera, pelas pequenas variações de temperatura das
camadas onde a luz percorre até chegar aqui.

Reflexão interna total


Suponha que, em uma noite bem escura, você mergulhe em uma piscina e ligue
uma lanterna, apontando diretamente para cima e, depois, vá inclinando-a
levemente ao longo do tempo, similar ao apresentado na Figura 9.

Figura 9. Refração da luz para diferentes ângulos de incidência. O ângulo crítico é quando
existe reflexão total da luz, sem passar a superfície.
Fonte: Hewitt (2015, p. 531).

Veja, na Figura 9, que o ângulo de refração aumenta significativamente mais


do que o ângulo de incidência do feixe de luz. Assim, de acordo com Hewitt
(2015), para determinado ângulo, conhecido como ângulo crítico, você poderá
observar que o feixe luminoso já não atravessa a superfície da água, mas
que ele é refletido. O ângulo crítico é o valor do ângulo mínimo de incidência,
para o qual a luz não atravessa a superfície, mas é refletida completamente.
No ângulo crítico, a luz refletida segue uma trajetória tangencial à superfície
da água. Se você continuar aumentando o ângulo de inclinação da lanterna,
ultrapassando o valor do ângulo crítico, verá que a luz refletirá totalmente
e se dirigirá até o fundo da piscina, efeito conhecido como reflexão interna
total (Figura 10).
12 Refração e reflexão

Figura 10. Fenômeno de refração e reflexão dos raios em função do ângulo de incidência.
Fonte: Knight (2009, p. 710).

De acordo com a Figura 10, podemos analisar o fenômeno anteriormente


descrito como uma fonte de luz puntiforme, e a luz se encontra em um meio
onde o coeficiente de difração é de n1 (no caso, a água). Já do outro lado da
superfície, o meio 2 possui um índice de refração de n2 < n1. Dessa forma,
quando um raio de luz passa de um meio 1 para um meio 2, onde n2 < n1, os
raios se afastam da normal, isto é, θ2 > θ1. Assim, de acordo com Knight (2009),
duas coisas acontecem quando aumenta o ângulo θ1:

1. o ângulo de refração se aproxima de 90°;


2. a energia luminosa transmitida fora da superfície (refratada) diminui,
enquanto a energia luminosa refletida aumenta.

Dessa forma, o ângulo crítico é quando θ2 = 90°. Assim, aplicando a lei de


Snell apresentada em (1), temos a expressão (3):

(3)

onde o valor de θc representa o valor do ângulo crítico. Qualquer ângulo


acima de θc produziria uma reflexão interna total. Agora, veja que não existe
qualquer ângulo crítico nem reflexão interna total quando n2 > n1.
Refração e reflexão 13

Aplicando a lei de Snell e utilizando (3), vemos que o ângulo crítico para o
caso da Figura 9 (água e ar) é de θc = 48,75°. Para esse ângulo, a luz se refrata
sobre a superfície da água de forma horizontal, e, qualquer ângulo acima
desse, a reflexão é total.

É importante notar que, sempre que um raio passa de um meio 1


com n1 e vai para um meio 2 com n2, o raio refratado:
„„ quando n2 < n1, tende a se afastar da normal perpendicular à superfície de
refração, e θ2 > θ1;
„„ quando n2 > n1, tende a se aproximar da normal perpendicular à superfície
de refração, e θ2 < θ1.

Até aqui, foram apresentados os conceitos de reflexão e refração da luz,


explicados alguns dos fenômenos naturais a eles relacionados e, ainda, foi
definido qual é o caso crítico quando ocorre uma reflexão interna total. Na
próxima seção, veremos aplicações tecnologias em que esses fenômenos
são utilizados.

Tecnologias que utilizam os fenômenos


da refração e da reflexão
Um estudo mais aprofundado da óptica geométrica levou ao avanço da uti-
lização desses conceitos em novas tecnologias e, inclusive, a sua utilização
em novos equipamentos, que melhoraram nossa qualidade de vida. A seguir,
entre uma enorme quantidade de aplicações, serão explicadas a utilização
da óptica geométrica em fibras ópticas e em binóculos, e também veremos
no que consiste o efeito de dispersão cromática.

Fibra óptica
Uma das aplicações tecnológicas mais interessantes do princípio de reflexão
interna total é a fibra óptica. Nela, a luz necessariamente deve ser injetada
com um ângulo de incidência específico, que deve ser maior do que o ângulo
crítico, de forma que não exista refração, somente reflexão interna. Dessa
forma, a luz é transportada através da fibra, que tem forma tubular, até chegar
a seu destino, onde há um receptor que interpreta os dados lumínicos (BAUER;
WESTFALL; DIAS, 2013; KNIGHT, 2009).
14 Refração e reflexão

Uma das vantagens da fibra óptica é que ela pode transportar a luz sem que
precise estar sempre reta; ela pode ter importantes e inúmeras curvaturas,
sempre que o ângulo de incidência da luz for maior do que o ângulo crítico
(θi > θc). Caso aconteça o contrário, a luz será absorvida pelos revestimentos
internos da fibra óptica. De acordo com Bauer, Westfall e Dias (2013), isso é
válido para aquelas fibras ópticas cujo diâmetro interno é maior que 10 µm.
As fibras ópticas utilizadas em comunicação são formadas por um núcleo
de vidro, que está envolto por um revestimento de outro tipo de vidro, cujo
índice de refração é menor que o do núcleo. Na Figura 11, é apresentado um
esquemático desse tipo de fibras ópticas.

Figura 11. Estrutura de uma fibra óptica de comunicação.


Fonte: Bauer, Westfall e Dias (2013, p. 29).

Veja, na Figura 11, que o raio de luz vai “quicando” ao longo do percurso da
fibra óptica. De acordo com Bauer, Westfall e Dias (2013), a perda de potência
do feixe de luz na fibra óptica é mínima, devido ao fato de que a refração é
total, já que nnúcleo > nrevest. reflexão
Uma fibra óptica comercial clássica possui um núcleo de SiO2 dopado
com Ge, o que aumenta seu índice de refração, de modo que pode realizar
transmissões de dados em forma de luz a uma média de 500 m de distância,
sem perdas significativas. O tipo de luz que emitem os LEDs (diodos emissores
de luz) dedicados à transmissão de dados são pequenos pulsos curtos de
luz, mas com longos comprimentos de onda. A maioria das aplicações utili-
zadas em fibras ópticas é para a transmissão de dados digitais. Em sistemas
digitais, pequenas perdas de luz não afetam o sinal, o que os diferencia dos
sinais analógicos. Assim, na transmissão de dados via fibra óptica, mesmo
se tratando de sistemas digitais, a cada certa distância (500 m, por exemplo,
para o tipo de fibra óptica em questão), é necessário amplificar o sinal e
Refração e reflexão 15

retransmiti-lo novamente; assim, o sistema fica imune à perda de sinal e é


possível realizar a comunicação em longas distâncias. A fibra óptica é um dos
suportes físicos mais importantes para a transmissão da internet moderna.

Dispersão cromática
Vimos que o índice de refração de um meio óptico transparente altera a ve-
locidade do raio (no caso, monocromático) naquele meio. No entanto, Bauer,
Westfall e Dias (2013) afirma que o índice de refração também depende do
comprimento de onda da luz. Isto é, quando uma luz branca (com todos os
comprimentos de onda da luz visível) incide sobre uma interface entre dois
meios diferentes, cada cor (cada comprimento de onda) terá um ângulo de
refração diferente. Esse efeito é conhecido como dispersão cromática.
Geralmente, o índice de refração aumenta quanto menor é o comprimento de
onda da luz. Assim, a luz azul terá maior refração do que a luz vermelha, devido
ao fato de que o comprimento da primeira é menor, como visto na Figura 12.

Figura 12. Dispersão cromática para a luz refratada entre dois meios ópticos.
Fonte: Bauer, Westfall e Dias (2013, p. 32).

Como podemos observar na Figura 12, o ângulo de refração da cor azul é


menor do que o da cor vermelha (θr > θb); isto é, a cor azul é mais refratada do
que a vermelha, embora os meios ópticos sejam os mesmos para ambos os
raios. O mesmo efeito de dispersão cromática pode ser observado quando um
feixe de luz branca incide sobre um prisma de vidro, como visto na Figura 13.
16 Refração e reflexão

Figura 13. Feixe de luz branca sendo projetada em um prisma de vidro e apresentando
a dispersão cromática.
Fonte: Bauer, Westfall e Dias (2013, p. 32).

Veja, na Figura 13, que o feixe de luz branca é separado em seus diversos
comprimentos de ondas, e isso acontece porque cada comprimento de onda
é refratado a um ângulo diferente, confirmando o conceito de dispersão
cromática da luz. Nessa figura, somente são apresentadas três cores (ver-
melho, verde e azul); porém, quando a luz branca é refratada, é possível
observar, em sua dispersão cromática, todas as cores que observamos em
um arco-íris.
Um arco-íris é um fenômeno natural em que podemos observar o efeito
da dispersão cromática. Frequentemente, é visto quando está chovendo e os
raios do Sol incidem nas gotículas de água que estão caindo. Um observador
devidamente posicionado pode apreciar esse fenômeno, que, como o nome
já diz, tem forma de arco (BAUER; WESTFALL; DIAS, 2013).
No exemplo a seguir, veremos como utilizar um prisma para a medição
do índice de refração.
Refração e reflexão 17

A Figura 14 mostra que um feixe de luz de um laser monocromático


é desviado por um prisma, cujos ângulos são de 30°, 60° e 90°, res-
pectivamente. Calcule qual é o índice de refração do prisma utilizado, sabendo
que um dos meios ópticos é o ar.

Figura 14. Prisma que desvia um feixe de luz de um laser.


Fonte: Adaptada de Knight (2009).

Observe que o ângulo de incidência θi = 0, então o feixe de luz é perpendicular


à superfície do prisma. Assim, dentro do prisma, não existirá difração. O mesmo
não acontece quando o feixe de luz sai do prisma; portanto, é necessário calcular
a difração dos raios de saída do prisma. Para isso, vamos a simplificar a Figura 14.
Utilizaremos o modelo de raios e, na saída do prisma, indicaremos a linha normal,
que é perpendicular à superfície. Veja a Figura 15.

Figura 15. Representação de um raio que atravessa o prisma e é difratado.


Fonte: Knight (2009, p. 709).
18 Refração e reflexão

Considerando a Figura 15 e o prisma como se fosse um triângulo, podemos


observar que o ângulo de incidência do raio sobre a hipotenusa é de θ1 = 30°.
O mesmo raio, que é refratado, sai da hipotenusa com um ângulo θ2, e podemos
ver que o desvio é de φ = θ2 – θ1 = 22,6°. Dessa forma, o valor de n2 = 1, θ2 = 52,6°, e,
utilizando a lei de Snell, podemos determinar o valor de n1 da seguinte maneira:

Com o valor de n1 = 1,59, quando checamos esse valor no Quadro 1, podemos


ver que o prisma corresponde a um material de plástico poliestireno.

Binóculos
Os óculos binoculares são dispositivos que utilizamos para aumentar a visão
a longas distâncias e que utilizam os princípios da reflexão e refração da luz
para funcionar. De acordo com Knight (2009), as lentes dos binóculos são mais
afastadas entre elas do que nossos olhos entre si, e isso requer que os raios
de luz sejam aproximados antes que a imagem esteja disponível nas oculares
do dispositivo. No lugar de utilizar espelhos, que podem sujar e precisar de
eventuais alinhamentos, os binóculos utilizam prismas, dois de cada lado do
dispositivo, como apresentado na Figura 16.

Figura 16. Os binóculos utilizam prismas e as propriedades de reflexão interna total (RIT)
da luz para funcionar.
Fonte: Knight (2009, p. 710).
Refração e reflexão 19

Na Figura 16, são empregadas duas peças prismáticas em cada lado do binó-
culo. Essa configuração permite que a imagem não apareça em posição normal,
devido ao fato de que cada prisma reflete a imagem em 180°. Assim, cada prisma
do binóculo inverte a imagem, de forma que, com uma dupla inversão dos raios,
as coisas podem ser vistas em posição normal (KNIGHT, 2009; HEWITT, 2015).
De acordo com Hewitt (2015), os binóculos utilizam os prismas para aumentar
o trajeto que os raios de luz percorrem até chegar nas lentes e, com isso, elimina
a necessidade de utilizar longos tubos para a fabricação desses dispositivos.
Assim, um binóculo compacto é tão eficiente quanto um telescópio mais longo.

Neste capítulo, vimos dois importantes conceitos da óptica geométrica: reflexão


e refração. Ainda, foram definidas as leis básicas desses fenômenos e estabe-
lecidas as equações matemáticas fundamentais para resolver problemas a eles
relacionados. Também foram apresentados os efeitos da reflexão e da refração
da luz em fenômenos naturais, e mostradas algumas das aplicações tecnológicas
desses conceitos. Por fim, um exemplo de resolução de exercício envolvendo
problemas de refração e reflexão foi discutido.

Referências
BAUER, W.; WESTFALL, G. D.; DIAS, H. Física para universitários: óptica e física moderna.
Porto Alegre: AMGH, 2013.
HEWITT, P. G. Física conceitual. 12. ed. Porto Alegre: Bookman, 2015.
KNIGHT, R. D. Física 2: uma abordagem estratégica. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2009.

Leitura recomendada
YOUNG, H. D.; FREEDMAN, R. A. Física IV: ótica e física moderna. 12. ed. São Paulo:
Pearson, 2009.

Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos


testados, e seu funcionamento foi comprovado no momento da
publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas
páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores
declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou
integralidade das informações referidas em tais links.
_3.2_
Dica do professor
Alguma vez você já teve problemas ao otimizar o tamanho do seu espelho? Isto é, qual é o tamanho
ideal do espelho, de forma que você possa se ver nele dos pés até a cabeça, e ainda seja o menor
possível? Claro que sempre se busca pelo melhor custo-benefício. Mas isso ainda não é tudo.
É importante saber qual a altura na qual se deve instalar o espelho na parede para que se possa
observar a imagem de corpo inteiro.

Nesta Dica do Professor, você verá uma explicação sobre o melhor tamanho do espelho e sua
altura ideal, ou seja, como se deve resolver a questão do ponto de vista da reflexão de raios. Você
verá, ainda, como funcionam os espelhos planos e como são geradas as imagens virtuais neles.

https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/
cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/14e60ef80a710aee6dbf5c9e21a06d3b

3 min
elm = prov. tudo do Randall Knight vol2, cap23 !!

[VIDEO TRANSCRIPT] 3.2 ÓPTICA GEOMÉTRICA

Nesta Dica do Professor, você


verá uma aplicação da óptica
geométrica através do exemplo
e da resolução de um problema
relacionado a instalação de um
espelho plano.

Nos espelhos planos, todos os raios se propagam em linha reta e os raios se


refletem no espelho e aparentam vir sempre de um mesmo ponto, que nós
chamamos de ponto P. Os raios provenientes do ponto P refletem no espelho
obedecendo a lei de reflexão.

Quando se observa um raio refletido, esse raio faz com que vejamos um objeto
atrás do espelho, que nós chamamos de imagem virtual. Então os nossos olhos
observam a imagem virtual que está na mesma distância do espelho em que está o
objeto real. Essas distâncias são chamadas de s e s’ .
Se temos um objeto complexo com
uma grande quantidade de
pontos, cada ponto desse objeto
é refletido em um raio de luz.
Ao observarmos os raios
refletidos que estão do lado
oposto do espelho, nós
observamos esse objeto em forma
virtual. As distâncias nesse
caso são chamadas de Sp e
Sp’ . Os raios sempre atingem
lugares separados e diferentes
do espelho, porém o olho capta somente uma parte desses raios e depende também
do tamanho do objeto, ou seja, o olho capta apenas uma parte de toda a fração
dos raios refletidos.
A óptica geométrica pode ser usada
para instalar um espelho. Qual é a
altura e o tamanho adequado do
espelho para que possamos ver
completamente o nosso corpo dentro
do espelho? Se você tem uma altura
h, a que altura da parede o espelho
deve ser instalado para que você
possa ver a sua imagem inteira?
Para resolver essa questão, é
preciso utilizar o modelo de raios.

Neste caso, o modelo com dois raios é suficiente. Você deve conseguir enxergar
desde os pés até a cabeça e o tamanho do espelho tem que ser o menor possível.
Aqui temos uma representação de
uma pessoa que tem uma altura
h ; então dividimos este lado em
duas partes uma altura L1 e uma
altura L2 . A altura L1
corresponde do olho até a ponta da
cabeça e a altura L2 , do olho
até as pontas dos pés.
Para que a pessoa possa enxergar a
ponta da sua cabeça, ela projeta
um raio na borda superior e então,
mediante a lei de reflexão,
consegue ver a ponta da cabeça;
isto define a borda limite
superior do espelho.
De maneira similar, para a pessoa conseguir enxergar a ponta dos pés, a borda
inferior limite é fixada empregando a lei da reflexão para um raio
proveniente dos pés. Tracejado de uma linha horizontal a 1/2*L1 para o raio
da ponta da cabeça e, outra linha horizontal a 1/2*L2, para o raio da pés
definem a extensão do espelho, que resulta da soma das alturas 1/2*L1 mais
1/2*L2 , que vai valer 1/2*h, ou seja, metade da altura da pessoa.
Perceba que esse resultado não depende da distância que a pessoa está em
relação ao espelho.
_3.2_ Exercícios

1) Em virtude do modelo geométrico e ondulatório da luz, quando estudamos a óptica


geométrica, sabemos que a velocidade da luz pode variar dependendo do meio no qual ela se
desloca. Dessa forma, depende do material que está atravessando, o que, em óptica
geométrica, é conhecido como índice de refração.

Para fazer um cálculo prévio antes de um experimento de óptica, e a partir do conhecimento


da velocidade da luz no vácuo e do índice de refração do vidro, qual é a velocidade com
que a luz se desloca dentro do vidro?

A) L = 2,99792458×108m/s.

B) L = 200.000km/s.

C) L = 150.000km/s.

D) L = 1,998×106m/s.

E) L = 1,097×105km/s.
2) Em um experimento de óptica geométrica, um laser é apontado sobre uma lâmina de vidro de
2,54cm de espessura em um ângulo de 65º em relação à superfície do vidro, conforme a figura 1.
Qual é o ângulo de difração θ2 do laser dentro do vidro?

A) θ2 = 25º.

B) θ2 = 32,72º.

C) θ2 = 12,23º.

D) θ2 = 16,36º.

E) θ2 = 34,87º.
3) Você coloca uma lâmpada no fundo de uma piscina de 2,5m de profundidade. A lâmpada direciona
os seus raios principalmente para cima e para os lados da superfície, tal como apresentado na
figura. Qual é o diâmetro da circunferência luminosa projetada na superfície da piscina?

A) D = 6,8m.

B) D = 5,7m.

C) D = 5,2m.

D) D = 4,1m.

E) D = 2,5m.
4) Você está estudando óptica geométrica e decide realizar um experimento em laboratório.
Utilizando um laser, você aponta sobre uma lâmina de plástico poliestireno de 2,54cm de espessura
em um ângulo de θ1=35º em relação à normal da superfície, conforme a figura. Qual é o desvio que
apresenta o raio ao sair do poliestireno em relação à sua trajetória original?

A) d = 2,72cm.

B) d = 1,54cm.

C) d = 0,51cm.

D) d = 2,54cm.

E) d = 1,1cm.
5) Você dispõe de uma fibra óptica longa, cujo índice interno de refração é de n = 1,265. Ela não tem
revestimento e está no ar circundante. Uma das extremidades da fibra óptica é polida, de forma
que seja perpendicular à extensão da própria fibra. Assim, um laser incide um raio de luz bem no
centro de seção circular da fibra óptica, conforme mostra a figura:

De acordo com a situação problemática, qual é o ângulo máximo de incidência do raio de luz (θar)
na fibra óptica, de forma que a luz consiga ser transportada e não absorvida durante o trajeto pela
fibra óptica?

A) θar > 50,78º.

B) θar = 52,23º.

C) θar ≥ 37,77º.

D) θar < 88,5º.

E) θar ≤ 50,78º.

Pergunta - Ex. 5 -
nenhuma opção correta?
- A igualdade do
ângulo crítico de
reflexão total se
aplica?
- Com ângulo crítico,
haveria apenas uma
única reflexão e o
raio seria
transportado junto à
parede da fibra?
_3.2_ Na prática
O modelo de raios é um modelo teórico do comportamento da luz proposto por Newton e que
ainda hoje é utilizado em diversas aplicações. Ainda, a óptica geométrica é uma das áreas da Física
que já vinha sendo estudada há muito tempo, desde os gregos, que observavam os cosmos, até
Galileu Galilei, que fabricou o primeiro telescópio. Embora a óptica geométrica, em determinadas
ocasiões, precise de auxílios da óptica ondulatória, uma grande quantidade de exercícios e
explicações pode ser realizada utilizando leis básicas em conjunto com a aritmética e trigonometria.

Neste Na Prática, você verá um exemplo de aplicação da lei de reflexão, em que se trabalha com a
projeção da luz de um espelho sobre o chão de um quarto para decidir qual é o melhor local para
colocar a cama.
elm = Problema abaixo é quase igual ao Exemplo 23.1, p703 do Randall Knight vol2.

Pedro é aluno de Ciências Exatas. Atualmente, está cursando a disciplina de


Óptica Geométrica. Ele estudou as leis da reflexão e refração da luz e sabe
que os feixes de luz podem ser tratados de forma simplificada como raios.
Com esse conhecimento, Pedro decide organizar seu quarto. Ele quer acomodar
a sua cama onde o reflexo da luz não a alcance.

No quarto de Pedro, o espelho da porta do seu guarda-roupas tem 1 m de


altura. A parte inferior do espelho está a 0,8 m do piso. A lâmpada está no
teto a 2,5 m de altura do piso e a 1 m de distância do espelho em linha
horizontal.

Um esquema simplificado do quarto e da situação é representado de acordo com


a figura:
Com essas informações, Pedro saberá se há espaço par alocar a sua cama
corretamente no quarto.

Para que Pedro possa calcular os valores de h , θ1 , θ2 , d1 , d2 , L , ele


precisa utilizar trigonometria e álgebra elementar. No entanto, antes, é
necessário tracejar os raios máximos e mínimos que farão os extremos da
projeção, como mostra a figura acima.

RESOLUÇÃO
O primeiro passo que Pedro precisa seguir é calcular o valor de h . Assim:

Usando a trigonometria, Pedro calcula os valores de θ1 e θ2 :

Como os ângulos de incidência e de refração são iguais, no piso também é


mantida essa constante. Assim, é possível calcular d1 e d2 :

Com essas informações, Pedro pode definir L .

Com isso, a largura total da projeção da luz da lâmpada é de L = 2,1 m ;


d1 = 0,47 m e d2 = 2,57 m .

Com essas informações, Pedro terá condições de acomodar a sua cama


corretamente.
_3.2_
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

Óptica geométrica em uma perspectiva matemática


Nesta dissertação, você encontrará mais informações sobre como se faz uma aplicação do ensino
da óptica geométrica em uma perspectiva matemática.
https://repositorio.bc.ufg.br/tede/bitstream/tede/6769/5/Dissertação - Manoel Nunes do Couto
Guimarães Netto - 2015.pdf?v=2137751851

Nâo deu certo. Site pede senha !!

Refração
Veja, neste experimento de óptica geométrica, como um raio de luz pode mudar a sua trajetória.

http://www2.fc.unesp.br/experimentosdefisica/opt07.htm?v=670575606

Idéia do Experimento Uma caixa de sapatos com uma lâmpada dentro é arranjada de modo que
saia dela um feixe fino de luz. O feixe, ao atravessar uma caixa transparente cheia de água é
refratado, ficando claro que ele muda sua trajetória.

Pente reflexivo
Confira, nesta página, como é feito um experimento simples de óptica geométrica sobre a reflexão
da luz.
http://www2.fc.unesp.br/experimentosdefisica/opt03.htm?v=719808445

Idéia do Experimento
Um espelho é colocado na posição vertical em contato com a
superfície de uma mesa. Em sua frente, coloca-se um pente com os
dentes encostados na mesma superfície. Posiciona-se uma lanterna de
modo que a sombra produzida pelos dentes do pente atinjam o espelho
fazendo sombra na superfície, tanto quando incide no espelho, como
quando refletem. Para conferir a lei da reflexão coloque um papel na
superfície da mesa, em baixo do espelho e do pente. Risque o papel
com um lápis na base do espelho. Risque a trajetória de um dos raios
que saem do pente e são refletidos pelo espelho. Observe que no
papel aparecerá a trajetória de um dos feixes de luz. É possível
medir com um transferidor os ângulos de incidência e reflexão e
constatar que eles são iguais.
Formulações da óptica geométrica
Neste vídeo, veja as demonstrações de diferentes experimentos de óptica geométrica utilizando
raios, lentes e espelhos.
https://youtu.be/uKN3X16f-ng 5 min

Uma proposta metodológica para o ensino de óptica geométrica


com o auxílio do Geogebra
Leia, nesta dissertação, uma proposta metodológica para o ensino da óptica geométrica com o
auxílio da ferramenta Geogebra.
https://repositorio.ufscar.br/bitstream/handle/ufscar/9334/DissDES.pdf?
sequence=1&isAllowed=y?v=1691536311

pdf 87p
Diante de um quadro de desmotivação por parte dos alunos durante as aulas de física e
a presença de novas tecnologias digitais que podem auxiliar no ensino, o presente trabalho
consiste em propor uma metodologia capaz de promover uma aprendizagem em Óptica
Geométrica, especificamente o tema Reflexão, através do software Geogebra, como recurso
pedagógico

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E CRÉDITOS DE IMAGENS


BAUER, Wolfgang; WESTFALL, Gary D.; DIAS, Helio. Física para universitários: óptica e física
moderna. Porto Alegre: AMGH, 2013.
FÍSICA UNIVERSITÁRIA. Formulações da óptica geométrica | Experimentos – lentes e espelhos.
ano2016. (5min19s). Disponível em: https://www.youtube.com/embed/uKN3X16f-ng Acesso em: 21
out. 2020.
HEWITT, P. G. Física conceitual. 12. ed. Porto Alegre: Bookman, 2015.
KNIGHT, Randall. Física 2: uma abordagem estratégica. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2009.
NETTO, Manoel Nunes do Couto Guimarães. Óptica geométrica em uma perspectiva matemática.
ano2015. 94 f. Dissertação (Mestrado em Matemática) – Universidade Federal de Goiás, Goiânia,
2015. Disponível em: https://repositorio.bc.ufg.br/tede/bitstream/tede/6769/5/Disserta%C3%A7%
C3%A3o%20-%20Manoel%20Nunes%20do%20Couto%20Guimar%C3%A3es%20Netto%20-%202015.pdf?
v=2137751851. Acesso em: 21 out. 2020.
PENTE reflexivo. Disponível em: http://www2.fc.unesp.br/experimentosdefisica/opt03.htm?
v=719808445. Acesso em: 21 out. 2020.
REFRAÇÃO. Disponível em: http://www2.fc.unesp.br/experimentosdefisica/opt07.htm?v=670575606.
Acesso em: 21 out. 2020.
SOUZA, D. E. de. Uma proposta metodológica para o ensino de óptica geométrica com o auxílio
do software Geogebra. 2017. 87 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Exatas e Tecnologia) –
Universidade Federal de São Carlos, Sorocaba, 2017. Disponível em: https://
repositorio.ufscar.br/bitstream/handle/ufscar/9334/DissDES.pdf?sequence=1&isAllowed=y?
v=1691536311. Acesso em: 21 out. 2020.
YOUNG, Hugh D.; FREEDMAN, Roger A. Física IV: ótica e física moderna. 12. ed. São Paulo:
Pearson, 2009.
Banco de imagens Pexels, Pixabay e Shutterstock.
SAGAH, 2020
Aula 4.1
1.1 - Ondas: conceito e classificação
1.2 - Período de frequência e velocidade de uma onda
2.1 - Ondas eletromagnéticas e sonoras e sua interação com a matéria
2.2 - Osciladores e o movimento harmônico simples
3.1 - Luz e óptica: definições
3.2 - Refração e reflexão
4.1 - Óptica geométrica em lentes
4.2 - Óptica geométrica em espelhos
Conteúdo Complementar (não conta p/ avaliações, mas conta p/ frequência)
__ C.1 Movimento ondulatório Unidimensional
__ C.2 Movimento ondulatório bidimensional
__ C.3 Interferência e efeito Doppler
__ C.4 Modelo ondulatório e geométrico da luz
__ C.5 Fenômeno da luz

Óptica geométrica em lentes


_4.1_
Apresentação
Lupas, óculos, câmeras, projetores, microscópios, telescópios: instrumentos ópticos foram
utilizados e continuam fazendo parte do cotidiano de profissionais de todos os ramos. Graças à
compreensão dos fenômenos ópticos relacionados às lentes, pode-se usufruir de tecnologias
digitais, biologia e medicina avançadas, materiais inteligentes e resistentes em projetos de
engenharia e muitos outros avanços científicos importantes. Compreender como os raios luminosos
se comportam ao serem refratados por superfícies esféricas, como é o processo de formação da
imagem e como funcionam os principais instrumentos ópticos é essencial para profissionais que
queiram inovar em suas áreas e trabalhar de forma criativa.

Nesta Unidade de Aprendizagem, você irá identificar os tipos de lentes esféricas existentes,
agrupados em grupos de lentes convergentes e divergentes. Você estudará a formação da imagem
e poderá compreender como as lentes podem ser associadas para gerar uma imagem de interesse.
Diversas tecnologias foram desenvolvidas por meio do uso de lentes, e você verá como várias delas
funcionam, desde câmeras fotográficas, microscópios e telescópios até a óptica da visão, os óculos
e as lentes de contato.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Identificar os tipos de lentes e a posição da imagem da lente.


• Relacionar os parâmetros das lentes às situações em que elas se encontram.
• Reconhecer as tecnologias que utilizam o conhecimento de lentes para o seu funcionamento.

elm = Avaliação da aula. Ruim. Assinalada opções - Erros no conteúdo; - Precisei pesquisar
mais; - Conteúdo Livro difícil
_4.1_ Desafio
Você já utilizou uma lupa? Historiadores e antropólogos já haviam encontrado uma lupa feita de
quartzo na região da Assíria, cerca de 700 a.C. Há também relatos romanos do uso de lupas como
queimadores, entre 23 e 79 d.C.

Lupas são instrumentos ópticos que continuam fazendo parte do cotidiano de diversos
profissionais: esteticistas, técnicos e engenheiros eletrônicos, biólogos, médicos, joalheiros e todos
aqueles que necessitam ampliar seu objeto de trabalho para observá-los com mais detalhes.

Suponha que você trabalhe em uma assistência técnica de equipamentos


eletrônicos na área de manutenção. Para manipular dispositivos eletrônicos
como os SMD (componentes menores que 3 mm), você utiliza uma lupa de bancada
com aumento angular de 4x.

Eventualmente você necessita de ampliação ainda maior do seu objeto de


trabalho e, para isso, usa uma lente convergente convexo-côncava de forma a
criar um microscópio composto.

Como mostra a figura, o objeto é posicionado à distância de 2 cm da primeira


lente, e a lupa é posicionada à distância de 15 cm dela. A imagem gerada é
ampliada, distante 25 cm da lupa.

Considerando as informações apresentadas e o uso desse sistema de lentes, você deve determinar:

1)) Qual é o comprimento focal da lupa de bancada?

2) A imagem produzida pela lente convergente servirá de objeto para a lupa de bancada. Qual a
posição dessa imagem intermediária para que a imagem resultante seja formada a 25cm da lupa?

3)) Sabendo que o objeto se encontra a 2cm da lente, qual é a vergência dessa lente convergente?

4) Qual o aumento obtido por essa composição de lentes? Como seria o diagrama de raios para
confirmar os seus resultados?
elm = Será isso? : 1) f2 = 6,25 cm 2) s2 = 6,25 cm 3) V1 = 1 / f1 = 0,614 4) m tot =
17,5 vezes.

Padrão de resposta esperado

1) Uma das informações fornecidas era a de que sua lupa de bancada tem aumento
angular de 4X. Esse aumento é obtido pela expressão:

0,25
𝑀= ,
𝑓
por considerar que o ponto próximo da visão humana se situa a 25cm de distância.
Dessa forma:

0,25 0,25
4= ⟹ 𝑓)*+, = = 0,0625𝑚 = 6,25𝑐𝑚
𝑓)*+, 4
Portanto, o comprimento focal da lupa de bancada é de 6,25cm.

2) Sabendo que o foco da lupa está localizado a 6,25cm e que a imagem é formada a
25cm (𝑝’)*+, = −25𝑐𝑚, pois a imagem é virtual), basta utilizar a equação das lentes
para obter a posição do objeto intermediário (𝑝)*+, ).

1 1 1 1 1 1 1 1 1
= + 7 ⟹ = + ⟹ = +
𝑓)*+, 𝑝 𝑝 6,25 𝑝 −25 𝑝 6,25 25
⟹ 𝑝)*+, = 5𝑐𝑚.

É importante perceber que 𝑝)*+, é a distância do objeto em relação à lupa. Mas 𝑝)*+, é a
posição da imagem formada pela lente do objeto localizado no ponto 𝑝)9:;9 = 2𝑐𝑚, e a
distância da lupa até a lente é de 15𝑐𝑚. Dessa forma, em relação à lente, 𝑝’)9:;9 =
15𝑐𝑚 – 𝑝)*+, = 10𝑐𝑚.
3) Com a posição do objeto (𝑝)9:;9 = 2𝑐𝑚) conhecida e a posição da imagem
intermediária calculada (𝑝′)9:;9 = 10𝑐𝑚), basta usar novamente a equação das lentes
para obter a vergência da lente. Assim:

1 1 1 1 1
= + 7= + = 60 𝑑𝑖𝑜𝑝𝑡𝑟𝑖𝑎𝑠
𝑓 𝑝 𝑝 0,02 0,10

Portanto, a vergência da lente é +60 𝑑𝑖𝑜𝑝𝑡𝑟𝑖𝑎𝑠.

4) Por fim, para obter o aumento da imagem final, basta obter o aumento provocado
pelas lentes e multiplicá-los.
I
+EFGH JK,LM
O aumento provocado pela lupa é: 𝑀)*+, =− =− = +5.
+EFGH K,KM
I
+ENOPN K,Q
O aumento provocado pela lente é: 𝑀)9:;9 =− =− = −5.
+ENOPN K,KL

Portanto, o aumento total proporcionado é: 𝑀 = (+5) ⋅ (−5) = −25. O sinal negativo


indica que a imagem é invertida em relação ao objeto.

O diagrama de raios luminosos pode ser representado desta forma:

Não há problema em utilizar outros raios para compor a imagem final e intermediária,
mas é importante que as imagens sejam obtidas corretamente.
_4.1_ Infográfico
Uma das principais aplicações da óptica geométrica em lentes é a visão humana. O olho humano é
composto por um sistema interessante de lentes convergentes, capaz de captar os raios luminosos
provenientes de um objeto e focalizá-lo no fundo do olho, sob a retina.

Neste Infográfico, você conhecerá a óptica da visão, por meio de representação simplificada do
olho humano. Você compreenderá como um olho perfeito (emétrope) deve funcionar e o que
ocorre quando alguns defeitos surgem, como aqueles que causam presbiopia, hipermetropia e
miopia. Por fim, você poderá acompanhar quais tipos de lentes corretivas são sugeridos para cada
situação.
COMO FUNCIONA O OLHO HUMANO?
O olho humano funciona como um sistema de lentes convergentes, capaz de formar
uma imagem real e invertida sobre a retina. A imagem é detectada pelas células
fotossensíveis da retina (cones e bastonetes), que produzem um sinal elétrico
conduzido pelo nervo óptico ao cérebro.

elm = Segundo
Bauer Wesfall,v2,
p47, Dioptria
(medida de
potência de uma
lente D), é
adimensional:
D = 1 m / f

O sistema de lentes é composto por:


> CÓRNEA e HUMOR AQUOSO, partes mais anteriores ao olho;
> ÍRIS, parte colorida, e PUPILA, orifício na íris que pode variar de
tamanho, permitindo que mais ou menos raios luminosos adentrem a região
ocular, dependendo da luminosidade do ambiente.
> CRISTALINO, lente convergente de vergência variável.
> LIGAMENTOS DA LENTE, CORPO CILIAR E CORIOIDE, músculos responsáveis por
aumentarem ou diminuirem a vergência do cristalino durante o processo de
focalização da imagem.

VERGÊNCIA
A vergência (C) de uma lente esférica é definida como o inverso da distância
focal (f):

A unidade de medida no SI é a dipotria: 1 di = 1m-1

Popularmente, utiliza-se a palavra "grau" para se referir a dioptrias,


principalmente pelos usuários de óculos.
DEFEITOS NA VISÃO
Um olho saudável (EMÉTROPE) deve enxergar nitidamente objetos a partir de 25cm
de distância até objetos infinitamente distantes, comparando com o diâmetro do
olho. Dessa forma, o cristalino e os músculos ciliares de um olho saudável
devem variar a vergência dessa lente por uma amplitude de 4 di . Conheça
alguns problemas de visão mais comuns:

PRESBIOPIA / VISTA CANSADA


> O que é: com a idade, o cristalino não consegue ajustar seu foco para a
posição da retina ao observar objetos muito distantes e também não consegue
aproximar o ponto focal o suficiente para ver objetos a distâncias pequenas.
> Quais os principais sintomas: não enxergar com nitidez nem de perto, nem de
longe.
> Como resolver: deve-se usar óculos bifocais ou multifocais.
> Sugestões: evitar passar tempo prolongado no computador ou celular.
Descansar a visão olhando para objetos ou paisagens distantes.

MIOPIA
> O que é: o sistema de lentes do olho é excessivamente convergente em
relação ao diâmetro do globo ocular.
> Quais os principais sintomas: não enxergar com nitidez de longe.
> Como resolver: deve-se usar óculos com lentes divergentes.

HIPERMETROPIA
> O que é: o sistema de lentes do olho é excessivamente divergente em relação
ao diâmetro do globo ocular.
> Quais o principais sintomas: não enxergar com nitidez de perto.
> Como resolver: deve-se usar óculos com lentes convergentes.
_4.1_ Conteúdo do livro

A compreensão dos fenômenos ópticos possibilitou grandes avanços para a ciência e a tecnologia
mundiais, em especial a descoberta de como a luz muda de direção ao passar de um meio para
outro. A refração da luz possibilitou o entendimento do processo da visão humana e de como
instrumentos ópticos poderiam ser desenvolvidos para corrigir problemas, aumentar a capacidade
de visualização de seres microscópicos ou de constelações muito distantes, guardar imagens de
momentos importantes, entre tantas outras aplicações.

No capítulo Óptica geométrica em lentes, do livro Óptica e termodinâmica, você compreenderá


como a geometria da lente e seus aspectos construtivos estão relacionados à formação de imagens
reais ou virtuais, aumentadas ou reduzidas. Para determinar as características da imagem a partir
dos parâmetros das lentes, você conhecerá a equação das lentes esféricas e a equação dos
fabricantes de lentes, com exemplos de aplicação. Por fim, você conhecerá instrumentos ópticos e
aplicações importantes baseados nos princípios físicos da óptica em lentes.
Sumário
, t"1ca: def"1n1çoes
Luz e op . - ............................................................................... 13
Anselmo Cukla
Um pouco de história ..................................................................................................................... 14
Modelos da óptica ............................................................................................................................. 16
Expe ri ment os e pesqu isas sobre a natu reza da luz ....................................................... 21

Interferência e dif ração ............................................................................... 29


Anselmo Cukla
Fenômenos de interfe rência e de difração ........................................................................ 30
Problemas práticos de interferência e difração .............................................................. 37
Descrição matemática do fenômeno da inte rferência na fenda
dup la e em filmes finos ............................................................................................................ 40

Modelos ondulató rio e geométrico da luz.............................................. 45


Anselmo Cukla
Os modelos da luz e seus limites.............................................................................................. 46
Fenômenos ópticos de cada modelo...................................................................................... 49
Análises dos pressupostos dos modelos ondulatório e geométrico .................. 53

Refração e reflexão ....................................................................................... 59


Anselmo Cukla
Conceitos fun damentais................................................................................................................. 60
Resolução de problemas físicos relacionados à refração e reflexão ................. 68
Tecnologias que utilizam os fenômenos da refração e da reflexão...................... 71

Óptica geométrica em espelhos ................................................................ 79


Jessica Gloria Jorge Batista
Espelhos e reflexão........................................................................................................................... 80
Espelhos e formação das imagens........................................................................................... 82
A equação dos espelhos................................................................................................................. 86

Óptica geométrica em lentes..................................................................... 91


Jessica Gloria Jorge Batista
Lentes e a refração............................................................................................................................ 92
Lentes e formação das imagens................................................................................................ 95
Lentes e aplicações........................................................................................................................... 100

Ca lor, traba lho e a prim eira Lei da Term od inâm ica ............................. 105
Alessandra de Castro Machado
A termodinâmica................................................................................................................................. 106
A primeira lei da termodin âmica............................................................................................... 111
Processos termod inâmicos........................................................................................................... 115

Gases ideais: leis empíricas........................................................................ 123


Alessandra de Castro Machado
A lei dos gases ideais....................................................................................................................... 124
Os gases ideais e a t ermodinâm ica......................................................................................... 132
Aplicações.............................................................................................................................................. 136
Segu nda Lei da Termodinâmica e entropia ............................................ 139
Alessandra de Castro Machado
Conceitos fu nd ament ais................................................................................................................. 140
As equiva lências entre os enunciados da segunda Lei................................................ 148
A segunda lei da termod inâm ica na reali dade .................................................................. 152

Tubos de Ventuiri e Pitot............................................................................... 157


Alessandra de Castro Machado
A hidrodinâm ica.................................................................................................................................. 157
A pressão e a velocidade de um flui do em movimento................................................ 162
Aplicações dos t ubos de Venturi e Pitot................................................................................ 166

Expansão té rmica.......................................................................................... 169


Daniel Ferreira Cesar
Afinal, o que é expansão t érm ica?............................................................................................ 170
A expansão t érm ica dos só l id os................................................................................................ 172
Pro blemas envolvendo a dilatação t érm ica de sól id os e líqui dos......................... 180

Calores e mudanças de fase ....................................................................... 189


Daniel Ferreira Cesar
Conce itos fun dament ais................................................................................................................. 190
Calor sensível e o ca lo r late nte.................................................................................................. 195
Resolução de alguns problemas envolvendo capacidade
t érmica, calor específico e calo r ........................................................................................... 201

Transfe rência de energia té rm ica.............................................................. 207


Sincler Peixoto de Meireles
Conce itos fu nd ame nta is.................................................................................................................. 208
Mo dos de t ransfe rência de energia t érmica....................................................................... 213

e.1n e' t 1ca


º d e um gas
' 1ºd ea l.............................................................................. 227
Sincler Peixoto de Meireles
Conce ito de gás ideal ........................................................................................................................ 227
Leis dos Gases e do Gases Id eais.............................................................................................. 231
Trabalho e ene rgia de um gás ideal......................................................................................... 241

Teoria cinética dos gases ............................................................................ 247


Alessandra de Castro Machado
Distribuição de veloc idade........................................................................................................... 248
Pressão, t emperat ura e energia interna............................................................................... 251
Fenómenos descritos pela teoria cinét ica dos gases................................................... 257

Máq uinas térmicas e refrigeradores........................................................ 261


Daniel Ferreira Cesar
Conce itos fun dament ais................................................................................................................. 262
O conceit o de eficiência e o ciclo de Carnot....................................................................... 267
Relação das máquinas do coti diano com as máqu inas
térm icas e os refrigeradores ideais......................................................................................... 272
Óptica geométrica
em lentes
Jessica Gloria Jorge Batista

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

>> Identificar os tipos de lentes e a posição da imagem da lente.


>> Relacionar os parâmetros das lentes às situações em que elas se encontram.
>> Reconhecer as tecnologias que utilizam o conhecimento de lentes para seu
funcionamento.

Introdução
Lentes são estruturas ópticas baseadas no princípio físico da refração. As lentes
estão naturalmente presentes em nosso sistema de visão, mas também em lentes
corretivas, em microscópios, em telescópios, em câmeras fotográficas, etc.
Neste capítulo, vamos analisar os diferentes tipos lentes esféricas. Veremos
que, dependendo da posição em que o objeto se encontra e das características
físicas da lente, imagens podem ser reais ou virtuais, direitas ou invertidas, am-
pliadas ou reduzidas. Ainda, vamos explicar como os parâmetros físicos de uma
lente, como centro de curvatura, ponto focal próximo e ponto focal distante, são
utilizados para determinar as características da imagem por meio de uma equação
simples. Por fim, vamos aplicar a equação do fabricante de lentes e conhecer
outras aplicações e tecnologias desenvolvidas.
2 Óptica geométrica em lentes

Lentes e a refração
Certamente você se recorda que uma fonte luminosa, como o Sol ou uma
lâmpada, emite luz em todas as direções, sempre em linha reta. Essas ondas
eletromagnéticas, que são tratadas como raios luminosos na óptica geomé-
trica, interagem com a superfície dos materiais e dos objetos e, na maioria
dos casos, sofrem uma reflexão difusa, de forma aleatória e sem um padrão
definido. Dessa forma, podemos considerar que cada ponto de qualquer
objeto que nos é visível está refletindo luz em todas as direções.
Se você já estudou sobre os espelhos, viu que os raios luminosos que
incidiam em uma superfície bastante lisa, como um metal polido, eram re-
fletidos de forma especular, obedecendo às leis de reflexão. No entanto,
quando a luz incide sobre a interface entre dois meios transparentes como
ar e vidro, por exemplo, pode ser refletida e transmitida. Essa transmissão
da luz de um meio para outro é o que chamamos de refração (KNIGHT, 2009).
A lei física que nos diz como feixes luminosos se comportam ao partirem
de um meio transparente, com índice de refração n1, e atravessarem uma
interface seguindo para outro meio, com índice de refração n2, é a Lei de Snell:

Lembre-se de que o índice de refração de um meio é definido como a


razão entre a velocidade da luz no vácuo e a velocidade da luz no meio em
questão: n = c/vmeio. É importante também ter em mente que os ângulos de
incidência θ1 e θ2 são dados em relação à normal da superfície. No caso de
uma superfície plana, qualquer ponto dela tem seu vetor normal apontando
na mesma direção, perpendicular à superfície. Já em superfícies esféricas, a
normal sempre aponta na direção do centro de curvatura.
O fenômeno da refração é o responsável pela formação de imagens através
de lentes. Lentes são materiais transparentes que utilizam a refração em super-
fícies curvas para formar uma imagem a partir de raios luminosos divergentes
(KNIGHT, 2009). Assim como com os espelhos, você poderá utilizar o método de
traçado de raios luminosos para compreender a formação de imagens em lentes.

Lentes convergentes e divergentes


Podemos separar as lentes esféricas, aquelas cuja interface entre os meios
refringentes pode ser caracterizada por um raio de curvatura fixo, em dois tipos:
as lentes convergentes e as lentes divergentes. Como você pode constatar na
ilustração da Figura 1a, lentes convergentes fazem os raios luminosos serem
Óptica geométrica em lentes 3

refratados em direção ao eixo óptico. Elas são mais finas nas extremidades e
engrossam conforme se aproximam do eixo óptico. O ponto comum pelo qual
os raios que incidem paralelamente ao eixo da lente se cruzam é chamado de
ponto focal (F), enquanto a distância focal (f) é o comprimento entre a lente
e o ponto focal.

Figura 1. Trajeto dos raios paralelos ao atravessarem uma lente a) convergente, onde são
desviados na direção do eixo óptico e convergem para o ponto focal; b) divergente, onde o
desvio faz com que se afastem do eixo óptico, como se estivessem partindo do ponto focal.
Fonte: Knight (2009, p. 716).

Ao contrário do que você observou anteriormente, as lentes divergentes


(como o próprio nome sugere), atuam fazendo a luz incidente se afastar do eixo
óptico. Esse tipo de lente tem as bordas mais grossas que sua região central.
Quando os raios incidem paralelamente ao eixo da lente, eles são refratados
como se tivessem sido originados de um ponto focal (F), como você pode ob-
servar na Figura 1b. Da mesma maneira, a distância focal (f) é definida como o
comprimento entre o ponto focal e o ponto central da lente, sobre o eixo óptico.
Para facilitar as análises de formação da imagem, é conveniente que você
considere lentes cuja espessura é muito menor que a distância focal: lentes
delgadas. Dessa forma, você pode considerar que o fenômeno da refração
ocorre quando os raios atingem o plano da lente, como você verá nos casos
estudados a seguir. Fique tranquilo: essa é uma boa aproximação para a
maioria das aplicações práticas (BAUER; WESTFALL; DIAS, 2013).

Trajeto dos raios luminosos em lentes esféricas


Para analisar a formação de imagens em uma lente delgada, é preciso entender
seu comportamento em algumas situações importantes. Como você observou,
raios que incidem paralelamente ao eixo óptico e, portanto, perpendicularmente
4 Óptica geométrica em lentes

ao plano da lente, convergem para o ponto focal em lentes convergentes ou


divergem do ponto focal em lentes divergentes (Figura 2a). Se o sentido dos
raios for invertido, teremos que raios provenientes do ponto focal em uma lente
convergente são refratados paralelamente ao eixo, e que raios que incidem
na direção do ponto focal em lentes divergentes são refratados também de
forma paralela, como mostrado na Figura 2b. Outro raio de especial interesse é
aquele que incide sobre o centro da lente, seguindo sem qualquer desvio tanto
em lentes convergentes quanto em lentes divergentes (Figura 2c).

Figura 2. Três conjuntos de raios luminosos que atravessam uma lente delgada convergente,
à esquerda, e divergente, à direita.
Fonte: Adaptada de Knight (2009).
Óptica geométrica em lentes 5

Ao analisar o comportamento dos conjuntos de raios luminosos apresen-


tados nas figuras acima, você deve ter reparado que as lentes, diferentemente
dos espelhos, possuem dois pontos focais. Nas lentes convergentes, os raios
que incidem paralelamente sobre a superfície da lente são refratados em
direção ao ponto focal distante. Já os raios que partem do ponto focal pró-
ximo, são refratados paralelamente ao eixo óptico. Enquanto isso, nas lentes
divergentes, os raios paralelos são refratados como se partissem do ponto
focal próximo, e os raios que são incididos na direção do ponto focal distante
são refratados paralelamente. Como não se confundir com esses conceitos?
Eis uma dica importante:

O ponto focal próximo de uma lente sempre estará voltado para o lado
onde se encontra o objeto, independentemente do tipo de lente.

Utilizando o método do traçado de raios, vamos, na próxima seção, compre-


ender como a imagem é formada em uma lente e quais são suas características,
dependendo da posição em que o objeto se encontra. Ainda, veremos como
os parâmetros físicos da lente definem o tipo de imagem formada.

Lentes e formação das imagens


Assim como ocorre em espelhos, podemos ter formações de imagens reais
ou virtuais em lentes. As imagens reais são aquelas formadas pelos raios
convergentes, do lado oposto ao plano do objeto e sempre invertidas. As
imagens virtuais são formadas pelos raios divergentes, do mesmo lado do
objeto e direitas.
O Quadro 1 mostra como a posição do objeto e o tipo de lente influenciam
a imagem resultante. Aqui, consideramos um sistema composto por uma única
lente delgada. Você consegue imaginar que tipo de aplicações essas lentes
podem ter em cada configuração?
6 Óptica geométrica em lentes

Quadro 1. Formação da imagem em lentes esféricas

Características
Situação Formação da imagem
da imagem

Objeto localizado „ Real (formada do outro


a uma distância lado da lente)
maior que a dis- „ Invertida (orientação
tância do ponto vertical oposta ao
focal próximo objeto)
de uma lente „ Reduzida (se d0 > 2f),
convergente. igual (se d0 = 2f) ou au-
mentada (se f < d0 < 2f)

Objeto localizado „ Virtual (formada


a uma distância do mesmo lado do
menor que a dis- objeto)
tância do ponto „ Direita (mesma orien-
próximo focal tação vertical do
(f) de uma lente objeto)
convergente. „ Aumentada (maior que
o objeto)

Objeto localizado „ Virtual (formada


em qualquer do mesmo lado do
posição relativo objeto)
a uma lente „ Direita (mesma orien-
divergente. tação vertical do
objeto)
„ Reduzida (menor que o
objeto)

Fonte: Adaptado de Bauer, Westfall e Dias (2013).

O mesmo tipo de lente pode ser utilizado para situações distintas. Quando
o objeto está localizado a uma distância maior que a distância focal de uma
lente convergente, como no primeiro caso do Quadro 1, a imagem é real. Ao
deslocar a posição do objeto em relação à lente, o plano da imagem também se
desloca. Quanto mais próximo o objeto está do ponto focal, maior será imagem
e mais distante estará do centro da lente. Quanto mais distante do ponto focal
o objeto estiver, menor será imagem, que será formada mais próxima ao eixo
da lente. Esse é o princípio de funcionamento de projetores, em que o ajuste
do foco da lente permite a formação de uma imagem nítida sob um anteparo.
Óptica geométrica em lentes 7

Quando o objeto está localizado a uma distância menor que a distância


focal também em uma lente convergente, como no segundo caso do Quadro 1,
a imagem formada é virtual, direita e aumentada. Esse tipo de lente é utilizado
nas lupas e nas lentes de aumento, com muita frequência e em diversas aplica-
ções, como microscópios e telescópios, em associação com lentes divergentes.

Da mesma maneira como acontece com o espelho côncavo, quando


o objeto se posiciona exatamente sobre o foco de uma lente con-
vergente, todos os raios luminosos provenientes de um ponto P são refletidos
paralelamente entre si, convergindo apenas no infinito. A imagem gerada é dita
imprópria e, na prática, não há formação de imagem nesse caso. Se você tiver
uma lupa em casa, tente encontrar a distância focal desse instrumento óptico.

Equações das lentes delgadas


No início deste capítulo, relembramos o fenômeno de refração e da Lei de
Snell. A partir dessa Lei, é possível derivar algumas expressões importantes
de análise de imagem em superfícies transparentes com índices de refração
distintos. Considerando a aproximação de ângulos pequenos (objetos distan-
tes e raio R de curvatura grande), um ponto objeto em p, localizado no meio
com índice de refração n1, tem sua imagem observada no meio de índice de
refração n2 a uma distância pʹ, obedecendo à seguinte equação:

Em uma lente delgada, os raios luminosos atravessam uma superfície


refratora duas vezes. A imagem formada a partir da primeira interação servirá
de objeto para a segunda, gerando uma imagem final. Para definir o foco de
uma lente delgada, é preciso conhecer o raio de curvatura de cada uma das
interfaces. Supondo que essa lente delgada seja utilizada no ar (índice de
refração nar = 1) e seja composta de um material de índice de refração n, que o
raio de curvatura da interface mais próxima ao objeto seja R1 e que o raio de
curvatura da segunda interface seja R1, o foco da lente é dado pela equação:
8 Óptica geométrica em lentes

Essa equação é conhecida como Equação do Fabricante de Lentes.


A Figura 3 mostra algumas estruturas possíveis de lentes delgadas.
Lembre-se de que lentes mais finas nas bordas e mais grossas na região
central são convergentes, enquanto lentes com as bordas mais grossas e
centro mais fino não divergentes.

Figura 3. Principais tipos de lentes criadas por raios de curvatura distintos nas interfaces de
entrada e saída da superfície do material.
Fonte: Bauer, Westfall e Dias (2013, p. 44).

Com a distância focal de uma lente delgada conhecida, a determinação


da posição da imagem e seu aumento são definidos exatamente da mesma
forma como no caso de espelhos. A equação da lente delgada é dada por:

onde p e pʹ são as posições do objeto e da imagem, respectivamente. O


aumento linear transversal (A) é definido como a razão entre o tamanho da
imagem (i) e do objeto (o), equacionado por:
Óptica geométrica em lentes 9

Para não errar os cálculos e as conclusões, é importante sempre estar


atento à convenção de sinais. Use as definições do Quadro 2, a seguir, para
garantir que não haverá confusões.

Quadro 2. Convenção de sinais para a equação das lentes esféricas

Variável Descrição Características

R Raio de curvatura, distância do „„ + (para superfícies convexas em


centro da lente ao centro de relação ao objeto);
curvatura „„ – (para superfícies côncavas em
relação ao objeto).

f Distância focal „„ + (para lentes convergentes);


„„ – (para lentes divergentes).

p Distância do ponto P do objeto Sempre + (para o padrão de posição


à lente, traçada paralelamente do objeto)
ao eixo principal

pʹ Distância do ponto Pʹ da ima- „„ + (para imagem real, oposta ao


gem à lente, traçada paralela- objeto);
mente ao eixo principal „„ – (para imagem virtual, mesmo
lado do objeto).

A Ampliação da imagem relativa „„ + (imagem direita);


ao objeto „„ – (imagem invertida);
„„ A > 1 (imagem ampliada);
„„ A < 1 (imagem reduzida).

Pode parecer complicado no início, mas trabalhar com a equação das


lentes delgadas e a equação dos fabricantes de lentes é bastante simples.
Acompanhe o exemplo a seguir e compreenda como as equações podem ser
aplicadas.

Exemplo
Uma lente côncavo-convexa possui um raio de curvatura R igual a 30 cm para
as duas superfícies. Quando imersa no ar (n1 = 1), a lente se comporta como
uma lente divergente de distância focal f = 90 cm. Um objeto é observado,
pela lente, a 40 cm de distância do eixo central. Assim, responda o seguinte.

1. Qual é o índice de refração do material da lente?


2. Quais são as características da imagem?
3. Qual é o aumento resultante?
10 Óptica geométrica em lentes

Resposta:

1. De acordo com os dados do problema, a lente possui distância focal


f = –0,9 m (lente divergente), R1 = –0,30 m (côncava em relação ao objeto)
e R1 = +0,30 m (convexa em relação ao objeto). Substituindo os dados
na equação do fabricante de lentes, temos:

2. Usando a equação das lentes delgadas e sabendo que p = +0,4 m, temos:

O sinal negativo nos diz que a imagem formada é virtual, localizada a 27,7
cm do eixo da lente, do mesmo lado do objeto.

3. Por fim, para saber o aumento, basta calcular:

O sinal positivo informa que a imagem é direita, e, como A < 1, a imagem


é reduzida a apenas 70% do objeto.

Agora que você já compreende o processo de formação de imagem em lentes


e sabe determinar suas principais características, como posição, orientação e
aumento, na próxima seção, veremos algumas aplicações de lentes esféricas
e como elas se relacionam com os instrumentos ópticos de nosso cotidiano.

Lentes e aplicações
Uma das aplicações mais naturais de lentes em nosso dia a dia está, literal-
mente, na frente de nossos olhos. A visão humana foi desenvolvida graças
a um interessante sistema de lentes convergente composto por córnea,
humor aquoso, cristalino e músculos ciliares. O cristalino, principal lente do
olho humano, tem um papel importante: é uma lente de vergência variável.
Vergência (C) é uma grandeza inversa à distância focal definida por:
Óptica geométrica em lentes 11

A unidade de vergência, no sistemas internacional de unidades, é a dioptria.


No entanto, popularmente, chamamos de “graus”, aquele mesmo obtido nas
consultas com o oftalmologista. O fato de o cristalino ter a vergência variável
decorre de a distância focal do olho humano variar. O intuito é projetar uma
imagem real (e invertida) nítida na retina, que vai transportar a imagem ao
cérebro pelo nervo óptico. Ao olhar para o horizonte, um olho emétrope
(visão perfeita) está mais relaxado, com ponto focal localizado no fundo do
olho. Já quando queremos observar uma imagem mais próxima, temos que
ajustar o ponto focal para mais próximo do cristalino, a fim de observar uma
imagem focalizada.
Espera-se que uma pessoa que tenha em torno de 30 anos seja capaz de
enxergar com nitidez objetos a uma distância de 25 cm de seu olho, até objetos
infinitamente distantes. A distância mínima em que uma pessoa enxerga
bem é chamada de ponto próximo, e a distância máxima, de ponto distante.
O avançar da idade e alguns defeitos na visão alteram esses parâmetros,
fazendo com que não se enxergue com nitidez objetos muito distantes, como
é o caso da miopia (ponto distante reduzido), ou mais próximos, como é o
caso da hipermetropia (ponto próximo afastado).
Existem, porém, soluções para esses problemas. A mais usual e simples é o
uso de lentes corretivas, em óculos ou lentes de contato. O exemplo a seguir
mostra como uma lente pode ser projetada. Há, também, a possibilidade de
solução cirúrgica, via laser, chamada LASIK. A cirurgia consiste em remover
parte da córnea, deixando-a menos curvada (menos convergente) no caso
de miopia, ou mais curvada (mais convergente) no caso de hipermetropia.

Exemplo
Uma pessoa com hipermetropia não consegue ler um livro a uma distância
convencional. Ela precisa afastar o livro a uma distância de 75 cm para enxergar
corretamente. Com base nisso, responda o seguinte.

1. Qual deve ser a potência das lentes corretivas indicadas para que
consiga ler bem a uma distância de 25 cm?
2. Sabendo que o raio de curvatura da córnea do paciente é 0,8 cm, como
deve ser projetada a lente de contato? Considere que o material tem
índice de refração n = 1,46.
12 Óptica geométrica em lentes

Resposta:

1. Como a pessoa enxerga bem a 75 cm de distância, o uso de lentes corre-


tivas deve produzir uma imagem a 75 cm de distância das lentes quando
o objeto for posicionado a 25 cm. Usando a equação das lentes delgadas:

Observe que, como a imagem é virtual, do mesmo lado do objeto, pʹ < 0


As lentes devem ter, portanto, uma potência de +2,7 dioptrias (ou “graus”), o
que equivale a uma distância focal f = +0,37 m.

2. Da equação do fabricante de lentes, temos que:

Portanto, o raio de curvatura dessa lente deve ser de 7,6 mm.

Outro instrumento óptico simples, mas amplamente utilizado, é a lupa.


Você deve se recordar que lupas, dispositivos utilizados para ampliar a imagem
de um objeto, são possibilitadas por uma lente convergente, colocando o
objeto entre o ponto focal e centro da lente. A capacidade de ampliação de
um objeto como esse é, normalmente, relacionada ao conceito de ampliação
angular (mθ) . A ampliação angular é definida como a razão entre o ângulo de
visão da imagem e o ângulo de visão do objeto quando localizado no ponto
próximo da visão (aprox. 25 cm). Com algumas considerações de ângulos
pequenos, pode-se definir:

Dessa forma, uma lente que fornece um aumento de 4×, por exemplo, tem
comprimento focal f = 0,25/4 = 6,25 cm.

elm1 = trecho a seguir copiado da bib virtula Bauer Westfall

elm2 = melhor ver cap 33 inteiro no pdf


LivrEn_Physics_Bauer_Westfall_University_2011_1472p
Uma forma de fazer um objeto parecer maior é aproximá-lo. Se o objeto é levado para muito
perto do olho, aparecerá borrado. A posição mais próxima ao olho em que um objeto pode ser
colocado sem perder o foco é chamada de "ponto próximo", como discutiremos em detalhe
adiante. Outra maneira de fazer com que um objeto pareça grande é usar uma lupa ou lente de
aum ento (Figura 2.14).

Figura 2.14 Lente de aumento típica.

Uma lupa nada mais é do que uma lente convergente que produz uma imagem virtual am-
pliada de um objeto. Essa imagem se forma a uma distância que ou se encontra no ponto pró-
ximo do olho ou além dele, assim um observador pode ver claramente a imagem. A ampliação
angular m 0 da lupa é definida como a razão do ângulo aparente subtendido pela imagem em
relação ao ângulo subtendido pelo objeto quando localizado no ponto p róximo.
A Figura 2.15 mostra a geometria de uma lupa. Pressuponha um objeto com altura h0 •
Sem uma lupa, o maior ângulo 0 1 que você pode conseguir e ainda ver o objeto nitidamente
ocorre quando você coloca o objeto no ponto próximo dpróximo(Figura 2.15a). Você pode obter
uma imagem ampliada de um objeto colocando o objeto dentro do comprimento focal de uma
lente convergente (Figura 2.lSb). Você, então, olha através da lente para a imagem, a qual está
intencionalmente localizada o mais distante possível do ponto próximo. Dessa forma, você
pode enxergar uma imagem ampliada, ereta e virtual. O ângulo subtendido pela imagem é 02 .
A ampliação angular da lupa é definida como

82
mo =- (2.4)
81

(a)

Imagem

(b)

Figura 2.15 Geometria de uma Lupa. (a) Visão de um objeto no


ponto próximo. (b) Visão ampliada da imagem do objeto.
A Figura 2. l Sa mostra que o ângulo subtendido pelo objeto sem a lupa
é dado por

h
tg81 =--º-.
dpróximo

A Figura 2. lSb mostra que o ângulo subtendido pela imagem do objeto


é dado por

ho
tg ()2 = - ,
f
onde fé o comprimento focal da lente. Supomos que o objeto está colo-
cado no ponto focal da lente, assim a imagem está em menos infinito.
(Reveja a Seção 2.1 em que um raio através do centro da lente não é
desviado. É esse raio que forma a hipotenusa do triângulo retângu lo
usado nesta equação.) Nós fazemos, então, uso da aproximação de ân-
gulos pequenos para obter tg 8 1 "" 8 1 e tg 8 2 "" 8 2 • Assim, a ampliação
angular de uma lupa pode ser escrita como

Supondo um valor típico para o ponto próximo de 25 cm (o qual é o valor para uma pessoa de
meia-idade; para um jovem de 20 anos, o ponto próximo pode ser perto de 10 cm), a ampliação
angular pode ser escrita como

m - dpróx1mo - 0,25 m
o- f - f (2.5)

Alternativamente, a imagem final pode ser colocada perto do ponto próximo. Usando a equa-
ção das lentes com d; = - d próximo para encontrar d" e então usando 82 = hJd0 , encontramos
m 8 = (0,25 m/f) + l, se dpróximo = 0,25 m. Doravante, a menos que citado, assumiremos que a
imagem está no infinito e usaremos a equação 2.5.

2.3 Exercidos
de sala de aula
Qual é o comprimento focal (em
metros) de uma lente de aumen-
to que fornece uma ampliação
angular de 6?
a) O,QlO m d) 0,042 m
b) 0,021 m e) 0,055 m

c) 0,035 m

Vários instrumentos ópticos são constituídos por um sistema de duas


ou mais lentes. É o caso das lentes de zoom das câmeras fotográficas, das
lentes objetivas, dos microscópios e dos telescópios refratores. Para resolver
os problemas com lentes compostas, é preciso definir a posição da imagem
Óptica geométrica em lentes 13

formada pela primeira lente para, em seguira, utilizá-la como objeto para
a lente seguinte. A Figura 4 mostra dois exemplos de composição de lentes
esféricas. A Figura 4a mostra um sistema de duas lentes convergentes, onde a
imagem resultante é real e direita. Sistemas desse tipo podem ser utilizados
para projetar imagens em uma tela sem que estejam invertidas. Já a Figura 4b
mostra um sistema com uma lente divergente e outra divergente, onde a
imagem final é virtual e invertida em relação ao objeto original.

Figura 4. Sistema óptico composto por duas lentes, sendo (a) um sistema de duas lentes
convergentes e (b) um sistema de uma lente convergente e outra divergente.
Fonte: Bauer, Westfall e Dias (2013, p. 50).

Neste capítulo, vimos os tipos de lentes esféricas e analisamos a forma-


ção da imagem a partir dos parâmetros de curvatura e de ponto focal, bem
como da posição do objeto em relação à lente. Ainda, vimos quais são os
resultados obtidos a partir da solução da equação das lentes esféricas, a
mesma utilizada para espelhos esféricos, e identificamos o tipo de imagem
formada e suas características, sempre atentos à convenção de sinais. Com
o conhecimento da equação do fabricante de lentes, você poderá projetar
uma lente que atenda aos requisitos de um novo produto.
O conhecimento acerca dos princípios físicos de lentes é fundamental para
diversas aplicações tecnológicas. Técnicas como a pinça óptica, uma ferramenta a
laser capaz de manipular partículas tão pequenas quanto bactérias, é um exemplo
de inovação na área, cujo desenvolvimento idealizado pelo pesquisador Dr. Arthur
14 Óptica geométrica em lentes

Ashkin foi laureado com o prêmio Nobel de Física em 2018. Aproveite seu aprendi-
zado para se aprofundar nas aplicações da teoria, pesquisar seu desenvolvimento
e pensar em inovações e soluções de problemas da sociedade.

Referências
BAUER, W.; WESTFALL, G. D.; DIAS, H. Física para universitários: óptica e física moderna.
Porto Alegre: AMGH, 2013.
KNIGHT, R. D. Física 2: uma abordagem estratégica. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2009.

Leituras recomendadas
HEWITT, P. G. Física conceitual. 12. ed. Porto Alegre: Bookman, 2015.
YOUNG, H. D.; FREEDMAN, R. A. Física IV: ótica e física moderna. 12. ed. São Paulo:
Pearson, 2009.

Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos


testados, e seu funcionamento foi comprovado no momento da
publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas
páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores
declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou
integralidade das informações referidas em tais links.
_4.1_ Dica do professor

Grande parte dos defeitos que envolvem a visão do ser humano está relacionada a problemas de
convergência da imagem sob a retina. O olho funciona como uma lente convergente que deve
projetar no fundo do olho uma imagem nítida, ajustando, para isso, o comprimento focal do sistema
natural de lentes que apresenta. Os conhecimentos da óptica geométrica em lentes possibilitaram o
desenvolvimento de lentes corretivas artificiais, como os óculos e as lentes de contato, capazes de
contrapor os efeitos de defeitos existentes.

Nesta Dica do Professor, você irá compreender como projetar uma lente delgada com um foco
específico a partir do raio de curvatura das superfícies dessa lente e do material utilizado (índice de
refração). Será apresentada, portanto, a equação do fabricante de lentes, enfatizando o que cada
uma das variáveis significa.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/
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4 min

[VIDEO TRANSCRIPT] 4.1 EQUAÇÃO DO FABRICANTE DE LENTES

Nessa Dica do
Professor você
compreenderá como a
Equação do
Fabricante de Lentes
é construída a
partir dos
conhecimentos da lei
da refração.

Para compreender como raios Luminosos são desviados


em uma lente esférica, é importante ter em mente a
Lei de Snell: o produto do índice de refração do
meio 1, n1 , pelo seno do ângulo de incidência em
relação à normal, θ1 , é igual ao produto do
índice de refração do meio 2, n2 , pelo seno do
ângulo refratado, θ2 .

Numa superfície esférica, a normal sempre aponta na direção do centro de


curvatura C . Dessa forma, os ângulos θ1 e θ2 são dados em relação ao
eixo radial.
Se analisarmos a condição de ângulos pequenos, é possível fazer algumas
aproximações que ajudarão nos cálculos.

Se os ângulos θ1 e
θ2 forem pequenos,
podemos aproximar sen
θ1 por θ1 e sen θ2
por θ2 . Dessa forma
a Lei de Snell é
reduzida a
simplesmente a n1.θ1
= n2.θ2 .

Podemos aproximar também a tangente dos ângulos Alfa, Beta e Gama. Tangente de
Alfa é cateto oposto h sobre cateto adjacente p que é aproximadamente
igual ao próprio Alfa. Tangente de Beta é o cateto oposto h sobre R , que é
aproximadamente igual a Beta. Tangente de Gama é igual a h sobre p’ , que
é aproximadamente Gama. E das propriedades de ângulos externos
de triângulos temos também Theta1 = Alfa + Beta e Beta = Gama + Theta2 ;

Substituindo as
expressões desenvolvidas
na Lei de Snell
aproximada, chegamos a
expressão que define a
relação entre o ponto
objeto e imagem ao
passarem de um meio com
índice de refração n1
para outro meio com n2,
atravessando uma
superfície esférica de
raio R.
Fique atento à tabela de
convenção de sinais.
Numa lente delgada, os raios luminosos atravessam uma superfície curva duas
vezes e a espessura é desprezível.
Os raios luminosos provenientes do ponto P sofrem desvio na primeira
superfície como se eles estivessem partindo do ponto imagem em P’ em
direção à segunda superfície; ao atravessá-la, os raios serão desviados mais
uma vez, gerando um ponto imagem em P’’ .

Analisando uma lente delgada de índice de refração n imersa no ar, que tem
índice de refração igual 1, você pode utilizar a expressão deduzida para
Superfície 1 e considerar que o ponto e imagem da Superfície 1 servirão de
objeto para a Superfície 2.

Aí, basta somar as duas equações e rearranjar os termos para obter essa
expressão: 1/p + 1/p’’ = (n-1) (1/R1-1/R2).

A partir da Equação das Lentes Esféricas, sabemos que


1/p + 1/p’’ = 1/f .

Com isso, chegamos a expressão


1/f = (n-1) (1/R1-1/R2)
que é a Equação do Fabricante de Lentes.
A Equação do Fabricante de Lentes permite que a vergência da lente seja
definida pelo formato da lente e o material utilizado.
A equação é válida para qualquer formato de lente delgada, desde que atenda
a tabela de convenção de sinais.
_4.1_ Exercícios

1) Uma lupa de comprimento focal de 5cm é utilizada para observar uma formiga de cerca de
2mm de comprimento.

Quando a lupa é colocada a 4cm de distância do inseto, qual o tamanho da imagem obtida?

A) 20,0cm.

B) 1,0cm.

C) 1,25cm.

D) 0,75cm.

E) 10,0cm.
2) Uma pessoa com miopia foi ao oftalmologista para analisar sua visão e definir a vergência
atualizada das suas lentes de contato corretivas. O médico fez os exames e constatou a
necessidade de lentes de -0,5 dioptrias para ambos os olhos.

Sabendo que com as lentes ela enxerga perfeitamente, qual a distância máxima que o
paciente ainda consegue enxergar com nitidez (ponto distante do olho)?

A) 5m.

B) 20m.

C) 2m.

D) 1m.

E) 10m.
3) Um objeto é posicionado na frente de uma tela a uma distância d=1,5m. Uma lente delgada
convergente, de raio de curvatura de 30cm, é posicionada entre a tela e o objeto, conforme mostra
a figura:

Em qual(quais) posição(posições) a
lente pode ser colocada para que
a imagem do objeto seja projetada
de forma nítida na tela?

A) p=0,67m ou p=0,83m.

B) p=1,17m.

C) p=0,45m ou p=1,05m.

D) p=0,17m ou p=1,33m.

E) p=0,34m.
Primeiramente, como as posições da tela e do objeto são fixas, pode-se
estabelecer uma relação funcional entre 𝑝, 𝑝’ e 𝑑. Assim:

𝑝& = 𝑑 − 𝑝.
Substituindo esse resultado na equação das lentes esféricas, tem-se que:

1 1 1 1 1 1 𝑑−𝑝+𝑝 𝑑
= + & ⟹ = + = =
𝑓 𝑝 𝑝 𝑓 𝑝 (𝑑 − 𝑝) 𝑝(𝑑 − 𝑝) 𝑝(𝑑 − 𝑝)
𝑝(𝑑 − 𝑝) = 𝑑𝑓 ⟹ 𝑝0 − 𝑝𝑑 + 𝑑𝑓 = 0.

−(−𝑑) ± 4𝑑0 − 4𝑑𝑓 𝑑 ± 4𝑑0 − 4𝑑𝑓


𝑝2,0 = =
2 2
Substituindo os valores fornecidos pelo problema:

𝑅 30
𝑑 = 1,5 𝑚; 𝑓 = = = 15 𝑐𝑚 = 0,15𝑚
2 2
Na solução da equação de segundo grau, tem-se que:

1,5 + 4(1,5)0 − 4(1,5)(0,15)


𝑝2 = ≈ 1,33𝑚
2
1,5 − 4(1,5)0 − 4(1,5)(0,15)
𝑝0 = ≈ 0,17𝑚
2
Portanto, existem duas posições possíveis em que a lente pode ser colocada, a
fim de produzir uma imagem nítida sobre o anteparo: quando 𝑝 = 1,33𝑚 ou 𝑝 =
0,17𝑚.
4) Um objeto de 15cm de altura é posicionado à esquerda de um sistema de lentes, como ilustrado na
figura, a 30cm da lente L1.

A lente L1 é uma lente bicôncava, feita em policarbonato (n=1,58), com ambas as superfícies com
raio de curvatura R=20cm. Já a lente L2 é uma lente convergente, biconvexa, de comprimento focal
f=30cm e distante 40cm à direita de L1. Qual a distância (d) da imagem final em relação ao objeto?

A) d = 1,18m.

B) d = 0,48m.

C) d = 0,73m.

D) d = 1,43m.

E) d = 0,92m.
Primeiramente, é necessário determinar o comprimento focal da lente
divergente bicôncava. Para isso, é necessário utilizar a equação dos
fabricantes de lentes, junto com a informação de que o raio de curvatura de
ambas as faces é de 20cm.

1 1 1
= (𝑛 − 1) * − -
𝑓$ 𝑅$ 𝑅,

1 1 1 2
= (1,58 − 1) * − - = 0,58 *− - = −5,8
𝑓$ (−0,2) 0,2 0,2

𝑓$ = −0,172𝑚.
Perceba que a face com 𝑅$ é côncava em relação ao objeto; por isso, o valor de
𝑅$ é negativo. O foco também é negativo, o que era de se esperar para uma
lente divergente.

Com o comprimento focal da lente 𝐿$ e a distância do objeto à lente 𝑝 = 0,3𝑚,


tem-se que:

1 1 1 1 1 1
= + 9 ⟹ = + 9
𝑓 𝑝 𝑝 −0,172 0,3 𝑝

1 1 1
= − − = −9,14
𝑝9 0,172 0,3

𝑝9 = −0,109𝑚

O sinal negativo de 𝑝′ indica que a imagem da primeira lente é virtual e direita.


Tem-se, agora, que considerar essa imagem como o objeto para a segunda
lente. Como a distância entre as lentes é de 40𝑐𝑚 e a primeira imagem é
formada a 10,9𝑐𝑚 à esquerda de 𝐿$ , a distância 𝑝∗ da primeira imagem, que
será objeto para a segunda lente, em relação a 𝐿, é:

𝑝∗ = 0,4 + 0,109 = 0,509𝑐𝑚.


Usando novamente a equação das lentes esféricas, tem-se que:

1 1 1 1 1 1
= ∗ + ∗9 ⟹ = + ∗9
𝑓 𝑝 𝑝 0,3 0,509 𝑝

1 1 1
= − = 1,37
𝑝∗9 0,3 0,509

𝑝∗9 = 0,73𝑚
Sabe-se que 𝑝∗9 é a distância da segunda imagem formada (imagem final) em
relação à lente 𝐿, . Dessa forma, para obter a distância da imagem final em
relação ao objeto, é necessário somar a distância entre 𝐿$ e 𝐿, e a distância 𝑝:

𝑑 = 𝑝∗ 9 + 𝑝 + 0,4 = 0,73 + 0,3 + 0,4 = 1,43𝑚


A distância da imagem formada em relação ao objeto é de 1,43m.
5) Um sistema de lentes com distância x ajustável de uma câmera fotográfica é construído com uma
lente convergente e outra divergente, como ilustrado na figura:

Sabendo que a distância focal f1 = 20cm e f2 = -30cm, qual é o efeito produzido com a variação da
distância entre as lentes, partindo de x = 100mm até x = 50mm?

A) Ao diminuir a distância entre as lentes, há aumento da distância focal efetiva do conjunto de


25cm para 35cm, diminuindo o ângulo de visão e aumentando o zoom da câmera.

B) Ao diminuir a distância entre as lentes, há diminuição da distância focal efetiva do conjunto


de 35cm para 15cm, aumentando o ângulo de visão e diminuindo o zoom da câmera.

C) Ao diminuir a distância entre as lentes, há aumento da distância focal efetiva do conjunto de


20cm para 30cm, aumentando o ângulo de visão e diminuindo o zoom da câmera.

D) Ao diminuir a distância entre as lentes, há diminuição da distância focal efetiva do conjunto


de 40cm para 35cm, diminuindo o ângulo de visão e aumentando o zoom da câmera.

E) Ao diminuir a distância entre as lentes, há aumento da distância focal efetiva do conjunto de


15cm para 25cm, aumentando o ângulo de visão e o zoom da câmera.
A partir da equação das lentes esféricas, é possível deduzir uma equação para a
distância focal efetiva do sistema de lentes.

Suponha que um objeto esteja localizado muito distante da primeira lente, de


forma que 𝑝 = +∞. Isso faz com que os raios luminosos provenientes do objeto
sejam convergidos no ponto 𝑓& , ou seja:

1 1 1 1 1 1
= + ( ⟹ = lim 2 3 + ( ⟹ 𝑝( = 𝑓& .
𝑓& 𝑝 𝑝 𝑓& .→01 𝑝 𝑝

Se a distância entre as lentes é 𝑥, então a imagem em 𝑝( = 𝑓& estará distante da


segunda lente a uma distância 𝑝( − 𝑥, à direita da segunda lente. Este será o
ponto objeto (𝑝∗ ) para a segunda lente, lembrando que o sinal deve ser trocado,
pois o objeto não está à esquerda da lente. Dessa forma:

𝑝∗ = −(𝑝( − 𝑥) = −(𝑓& − 𝑥)

Substituindo na equação das lentes esféricas para a segunda lente, obtém-se:

1 1 1 1 1 1
= ∗ + (∗ ⟹ = + (∗
𝑓: 𝑝 𝑝 𝑓: −(𝑓& − 𝑥) 𝑝
1 1 1 𝑓& − 𝑥 + 𝑓:
= + =
𝑝(∗ (𝑓& − 𝑥 ) 𝑓: 𝑓: (𝑓& − 𝑥 )

𝑓: (𝑥 − 𝑓& )
𝑝∗( = .
𝑥 − (𝑓& + 𝑓: )
O foco efetivo do sistema será, portanto, a soma do ponto imagem gerado pela
segunda lente e a distância entre as duas lentes:

𝑓: (𝑥 − 𝑓& )
𝑓;< = 𝑥 + 𝑝∗( = 𝑥 + .
𝑥 − (𝑓& + 𝑓: )

Com a equação deduzida, basta simplesmente substituir os valores dados pelo


problema.

Para 𝑥 = 10𝑐𝑚, 𝑓& = 20𝑐𝑚, 𝑓: = −30𝑐𝑚:

(−30)(10 − 20)
𝑓;< = 10 + = 25𝑐𝑚.
10 − (20 − 30)

Para 𝑥 = 5𝑐𝑚, 𝑓& = 20𝑐𝑚, 𝑓: = −30𝑐𝑚:

(−30)(5 − 20)
𝑓;< = 5 + = 35𝑐𝑚.
5 − (20 − 30)

Portanto, a diminuição da distância entre as lentes provoca aumento da


distância focal efetiva do sistema de lentes. Como o ângulo de visão é
inversamente proporcional à distância focal, o aumento de 𝑓;< diminui o ângulo
de visão, aumentando o zoom da câmera como consequência.
_4.1_ Na prática
Apesar de o processo de formação da imagem em uma câmara escura com um pequeno orifício já
ter sido imaginado e estudado pelos filósofos gregos, a primeira câmera fotográfica comercial com
filme foi desenvolvida apenas no final do século XVIII, com a utilização das lentes. Desde então, o
avanço tecnológico permitiu a popularização da câmera fotográfica, com a possibilidade da
gravação de imagens por meio de processos eletrônicos de sensores, como o CCD (dispositivo de
carga acoplada).

Apesar da evolução da tecnologia digital, os princípios da captura e da formação da imagem se


mantêm muito semelhantes aos de anteriormente, baseados na óptica geométrica em lentes.

Neste Na Prática, você conhecerá Amanda, uma fotógrafa profissional que precisa conhecer os
princípios físicos do funcionamento de seu instrumento de trabalho para tomar as decisões corretas
e tirar as melhores fotografias. Veja como Amanda manipula lentes com comprimentos focais e
abertura do diafragma distintos em diferentes situações de seu dia a dia.

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

CÂMERA FOTOGRÁFICA : PRINCÍPIOS DE FUNCIONAMENTO

Amanda é fotógrafa profissional e grande conhecedora dos sistemas ópticos que


constituem seu instrumento de trabalho.

A maioria das câmeras apresenta um sistema convergente de lentes com distância


focal (f) ajustável.
Isso torna possível ajustar o ponto da imagem a que se quer dar mais nitidez
ou alterar o zoom.

As câmeras fotográficas também apresentam um


diafragma, que funciona como a íris dos olhos
humanos.
A capacidade de abertura do diafragma está
associada ao número (#) da lente: f/#.
Quanto maior a abertura, menor é #.

Os raios luminosos que atravessam o sistema


de lentes e a abertura do diafragma formam
uma imagem invertida e reduzida no sensor
digital, que capta os sinais luminosos
recebidos e converte-os em imagem na tela.
Os sensores mais comuns são do tipo CCD, e o
tempo de exposição dos sensores à luz é
definido pela velocidade do obturador.
Quanto maior a abertura do diafragma, mais raios
luminosos são captados, provenientes de várias
direções. Isso faz com que a imagem próxima ao ponto
focal fique nítida, mas os objetos distantes fiquem
borrados.
Amanda costuma usar lentes com f/1 a f/2.8 , para
isso, além de f=85mm, para restringir o campo de
visão enquanto tira fotos de casamentos e vida
selvagem.

Quando a abertura do diafragma é menor, menos


raios luminosos o atravessam. Isso faz com que
tanto objetos mais próximos quanto os mais
distantes apareçam nítidos na imagem.
Para isso, Amanda gosta de usar lentes grandes
angulares, com f=35mm e abertura f/6 a f/32 para
fotos de belas paisagens.

Quando pretende fazer fotos esportivas, em que existem


movimentos, ela sempre escolhe lentes rápidas, ou seja,
com maior abertura do diafragma e alta velocidade do
obturador.

CASO
Amanda foi convidada por uma revista para fotografar uma
montanha de cerca de 1km de altura e 5km de extensão.

Ela estará em um acampamento localizado a


2km da base para fazer essas fotos e estava
em dúvida sobre se as lentes que tinha
seriam suficientes para enquadrar a imagem
toda no sensor da câmera. Amanda estava
utilizando um sensor full-frame de 24x36mm.

Fazendo uma conta simples, Amanda obteve o


comprimento focal máximo necessário para
enquadrar 5km do objeto a 2km de distância
em sua tela de 36mm de largura. Como o
objeto está distante, ela pode considerar
que a imagem se forma nítida na tela na
distância focal f. Assim:

Ela precisa adquiris, portanto, uma lente de distância focal menor que
14,4mm , uma ultra wide angle, lentes de ângulo ultra-amplo.
Com todos os detalhes planejados e calculados, Amanda fez uma excelente foto,
e seu trabalho rendeu a capa da revista, um resultado que demonstra como os
conhecimentos de Física foram importantes para sua carreira.
_4.1_ Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

Como fazer uma luneta


Neste vídeo do Canal Arte e Ciência, projeto de extensão da USP, você irá aprender como montar
uma luneta refratora, além de compreender como ela funciona fisicamente.
https://youtu.be/oIs__poKBAc 6 min
Dec 22, 2019 Se você seguir direitinho todos os passos desse vídeo, você será capaz de
fazer a própria luneta! Assim conseguirá enxergar bem longe, além disso, irá entender a
física por trás desse objeto.

Como funcionam os telescópios?


Veja, neste vídeo da UNESP TV, uma abordagem sobre os diversos tipos de telescópios, seus
princípios de funcionamento e contexto histórico.

https://youtu.be/FG215URhvhQ 7 min

Jul 13, 2019 Como funcionam os telescópios? Nessa edição você fica sabendo os tipos de
telescópios e como eles funcionam. Além disso, o prof. Roberto Boczko (IAG/USP) conta como
os astrônomos fazem os telescópios "enxergarem" o espectro invisível, como o infravermelho e
os raios gama.

Laboratório virtual — óptica geométrica de lentes convergentes


Veja como os raios de luz são refratados por uma lente convergente. Observe como a imagem
muda quando você ajusta a distância focal da lente, move o objeto, move a lente ou move a tela.

https://phet.colorado.edu/pt_BR/simulations/geometric-optics

simulador online / Exemplos de Objetivos de Aprendizagem


Explicar como uma imagem é formada por lentes ou espelhos, convergentes ou divergentes,
utilizando diagramas de raios.
Determinar como ao mudar os parâmetros da lente ou do espelho (raio da curvatura, índice de
refração) afeta a posição da imagem e suas características (brilho, ampliação e inversão).
Prever onde uma imagem se formará sabendo a distância do objeto e parâmetros ópticos.
Aprisionamento óptico de micropartículas e desenvolvimento
de potenciais ópticos dinâmicos
Leia, nesta tese, como funciona a técnica de pinças ópticas, conheça seus princípios e veja uma
aplicação realizada com ela.
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/76/76132/tde-12092019-141442/publico/
ThalytaTavaresMartins_ME_corrigida.pdf

pdf 163p

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E CRÉDITOS DE IMAGENS


ARTE E CIÊNCIA. Como fazer uma luneta. 2020. (5m34s). Disponível em: https://www.youtube.com/
watch?v=oIs__poKBAc&feature=youtu.be. Acesso em: 1 nov. 2020.
BAUER, Wolfgang. Física para universitários: eletricidade e magnetismo. Porto Alegre: AMGH,
ano2012.
BAUER, Wolfgang; WESTFALL, Gary D.; DIAS, Helio. Física para universitários: óptica e física
moderna. Porto Alegre: AMGH, 2013.
DUBSON, Michael; PERKINS, Kathy. Ótica geométrica. PHET Interactive Simulations. Laboratório
Virtual. Disponível em: https://phet.colorado.edu/pt_BR/simulation/legacy/geometric-optics.
Acesso em: 1 nov. 2020.
GERSTENBLITH, Adam T.; RABINOWITZ, Michael P. Manual de doenças oculares do Wills Eye
Hospital: diagnóstico e tratamento no consultório e na emergência. Porto Alegre: Artmed,
ano2015.
HEWITT, P. G. Física conceitual. 12. ed. Porto Alegre: Bookman, 2015.
KNIGHT, Randall. Física 2: uma abordagem estratégica. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2009.
LIMA, Carlos Henrique Moreira. Prêmio Nobel de Física: o que são pinças ópticas? South
American Journal of Basic Education, Technical and Technological, v. 7, n. 1, p. 78-93, 2020.
TV UNESP. Astrolab – Como funcionam os telescópios? 2019. (6m55s). Disponível em: https://
www.youtube.com/watch?v=FG215URhvhQ. Acesso em: 1 nov. 2020.
YOUNG, Hugh D.; FREEDMAN, Roger A. Física IV: ótica e física moderna. 14. ed. São Paulo:
Pearson, 2015.
Banco de imagens Pexels, Pixabay e Shutterstock.
SAGAH, 2020
https://cdnportaldaobmep.impa.br/portaldaobmep/uploads/material_teorico/d5lgpfueadwsw.pdf

Material teórico – Óptica Geométrica IV


Propriedades básicas e comportamento óptico de lentes
Segundo Ano do Ensino Médio
Autor: Thales Azevedo
Revisor: Lucas Lima

1. Introdução às lentes delgadas

Agora que já estudamos em detalhe os diversos aspectos da refração luminosa, podemos aplicar
nossos conhecimentos ao estudo das lentes. Uma lente é um sistema óptico feito de material homogêneo e
transparente à luz, cujo funcionamento é baseado na refração. De fato, podemos dizer que as lentes estão para
a refração assim como os espelhos estão para a reflexão, e é possível traçar alguns paralelos entre os dois
sistemas ópticos, como veremos.
As lentes possuem muitas aplicações do dia a dia, estando presentes em óculos, lupas,
microscópios, telescópios, projetores, dentre vários outros exemplos.

Figura 1: Uma lupa consiste essencialmente de uma lente presa a uma haste.

Nos nossos estudos, vamos nos concentrar em uma classe particular de lentes, chamadas de lentes
delgadas. Tais lentes são caracterizadas por possuírem uma espessura muito menor que seu raio de curvatura
típico. Além disso, podemos classificar as lentes como convergentes ou divergentes, dependendo do seu
formato e da relação entre o índice de refração do material de que é feita a lente e o índice de refração do
meio no qual a lente está inserida.

1.1 Formatos e tipos de lentes delgadas


Para classificar uma lente delgada como convergente ou divergente, precisamos analisar o seu
formato. Mais especificamente, é necessário avaliar se a lente em questão possui borda fina ou borda grossa
(em relação à espessura da região central da lente). A figura a seguir ilustra a diferença entre os dois
formatos de lente.

Figura 2: Do lado esquerdo, temos uma lente de borda fina (note que as extremidades são menos espessas
que a região central). Do lado direito, temos uma lente de borda grossa (note que as extremidades são mais
espessas que a região central).

De acordo com a convenção mais comum, lentes de borda fina ou grossa são representadas
esquematicamente como mostrado na figura 3.
Figura 3: Do lado esquerdo, temos a representação de uma lente de borda fina (note que as setas apontam para
fora da lente). Do lado direito, temos a representação de uma lente de borda grossa (note que as setas apontam
para dentro da lente).

Finalmente, a classificação da lente também depende do seu índice de refração (nL) e do índice de
refração do meio no qual ela está inserida (nM), como mencionado na introdução. Na situação mais comum,
temos nL > nM. Neste caso, lentes de borda fina são convergentes, enquanto lentes de borda grossa são
divergentes. Se nL < nM, então a classificação é invertida. Tais informações estão resumidas na tabela abaixo.
Note que um mesmo objeto pode funcionar como uma lente convergente ou uma lente divergente, dependendo
do meio no qual está inserido.

nL > nM (mais comum) nL < nM (menos comum)

Borda Lente convergente Lente divergente


fina

Borda Lente divergente Lente convergente


grossa

Tabela 1: Classificação de lentes de acordo com seu formato e índice de refração.

Mas o que significa, na prática, uma lente ser convergente ou divergente? O fato de a lente ser
convergente implica que, quando raios luminosos incidem sobre a lente paralelamente ao seu eixo de simetria
(chamado de eixo principal ou eixo focal), aqueles raios sofrem refração e convergem para um único ponto. Por
outro lado, se a lente é divergente, aqueles raios paralelos sofrem refração e divergem, como se tivessem partido
de um único ponto. A figura abaixo, na qual supomos nL > nM, ilustra essas duas possibilidades.

Figura 4: Do lado esquerdo, temos a representação de raios luminosos incidindo paralelamente sobre uma lente
convergente. Do lado direito, temos a representação de raios luminosos incidindo paralelamente sobre uma lente
divergente. (Note que estamos supondo nL > nM).

1.2 Propriedades geométricas das lentes delgadas


Para concluir esta seção introdutória, vamos definir algumas propriedades geométricas importantes das
lentes delgadas, sejam elas convergentes ou divergentes. Observe a figura 5, abaixo. Nela, está representada uma
lente genérica (omitimos propositalmente a informação sobre a borda da lente, que não é relevante aqui), bem
como seu eixo de simetria e alguns pontos importantes.
Figura 5: Propriedades geométricas de uma lente delgada.

Como já adiantamos no final da seção anterior, o eixo de simetria recebe o nome de eixo principal ou
eixo focal. O ponto O onde esse eixo intercepta a lente é chamado de centro óptico da lente. Os pontos F e F´
são os focos da lente, enquanto os pontos A e A´ são chamados de pontos antiprincipais.

A distância f entre O e F (que é igual à distância entre O e F´), é a distância focal da lente; já a distância
entre O e A (que é igual à distância entre O e A´) é o raio da lente, denotado por r. Assim como nos espelhos
esféricos, vale a relação r = 2f, o que resulta numa analogia entre o ponto antiprincipal da lente e o centro de
curvatura de um espelho esférico. De fato, esse é um dos paralelos que podemos traçar entre lentes e espelhos
esféricos. Veremos mais alguns nas próximas seções.
P/espelhos SIM, p/lentes NÂO!
(ver próx. pág.)
2. Tipos e nomenclatura de lentes esféricas

Até aqui, temos classificado os formatos das lentes que estudamos de forma genérica, como lentes de
borda fina ou lentes de borda grossa. Vimos também que, na situação (mais comum) em que o índice de
refração do material de que a lente é feita é maior que o índice de refração do meio no qual ela está inserida,
uma lente de borda fina é convergente, enquanto uma lente de borda grossa é divergente.

Aprofundando nosso estudo das lentes delgadas, vamos agora discutir alguns formatos específicos de
lentes, conhecidas como lentes esféricas. Nessas lentes, pelo menos uma parte da sua superfície tem o formato
de uma calota esférica, como ficará mais claro no decorrer deste texto. Veremos que as lentes esféricas de borda
fina ou grossa podem ser de seis tipos diferentes: biconvexa, plano-convexa, côncavo-convexa, bicôncava,
plano-côncava ou convexo-côncava. Tal nomenclatura será explicada nas próximas subseções.

2.1 Tipos de lentes esféricas de borda fina


Lentes esféricas de borda fina possuem o formato da região compreendida entre duas calotas esféricas,
ou da região compreendida entre uma calota esférica e um plano (note que este pode ser entendido como uma
calota esférica de raio infinito).

2.1 Tipos de lentes esféricas de borda fina


Lentes esféricas de borda fina possuem o formato da região compreendida entre duas calotas esféricas,
ou da região compreendida entre uma calota esférica e um plano (note que este pode ser entendido como uma
calota esférica de raio infinito).
Se uma parte da superfície da lente corresponde à parte externa de uma calota esférica, dizemos que essa
parte da lente é convexa. Por outro lado, se uma parte da lente corresponde à parte interna de uma calota
esférica, dizemos que essa parte da lente é côncava. Tal nomenclatura é análoga àquela dos espelho esféricos.

Se a superfície completa de uma lente é formada pela união de duas superfícies convexas, a lente é
chamada de biconvexa. Um exemplo de lente biconvexa é dado na figura a seguir. Note que os raios das calotas
esféricas que dão formato à lente não precisam ser iguais.
https://cref.if.ufrgs.br/?contact-pergunta=distancia-focal-de-lentes-e-espelhos

Distância focal de lentes e espelhos 15 de março, 2014 às 16:52 | Postado em Óptica geométrica

Nos espelhos esféricos de Gauss é válida a relação do raio de curvatura R com sua distância focal f (R = 2.f), mas nas lentes
não há essa validade, gostaria de saber se você tem algum material que possa me fornecer explicando porque o não da
validade.

Respondido por: Prof. Fernando Lang da Silveira - www.if.ufrgs.br/~lang/

Para se entender a razão de a distância focal de uma lente esférica delgada NÃO ser função exclusiva dos raios de
curvaturas das superfícies refratoras consideremos um sistema simples.

Imaginemos dois meios com índices de refração diversos cuja interface é uma superfície esférica, sendo do CC o centro de
curvatura da superfície conforme representado na figura abaixo.

Um raio luminoso (representado em vermelho) incide


sobre a interface dos dois meios paralelamente ao
eixo principal da superfície.

O raio REFLETIDO é desviado passando pelo foco


F da superfície REFLETORA.

O raio REFRATADO é desviado passando pelo foco


F2 da superfície REFRATORA.

O ângulo de incidência α define o ângulo de reflexão β pois como é bem sabido a Lei
da Reflexão afirma serem iguais os dois ângulos.

Entretanto o ângulo de refração θ NÃO depende apenas do ângulo de incidência


α, dependendo também dos índices de refração dos dois meios. Desta forma a
distância focal 2 será diferente dependendo dos dois índices de refração ceteris
paribus (mantido todo o resto constante). A posição do foco 2 poderá estar mais
próxima ou mais afastada da superfície esférica então. E dependendo dos dois índices
de refração ela poderá até mudar de lado em relação à superfície de separação, isto é,
poderá o foco 2 passar de REAL (é o caso na figura) para VIRTUAL.

Uma lente possuiu usualmente duas superfícies de separação entre os dois ou até três meios diferentes. A distância focal da
lente dependerá então dos raios de curvatura das superfícies que separam os diferentes meios e dos índices de refração dos
diferentes meios.

Em um interessante vídeo do Mago da Física – https://www.youtube.com/watch?v=lsVvPthvpsg – é demonstrado a


importância dos índices de refração para lentes. Ele mostra que apenas a geometria de uma lente não define sequer se ela é
divergente ou convergente.

A refração no olho humano acontece PRINCIPALMENTE na interface da córnea com o ar. O restante das refrações no
interior do olho (por exemplo no cristalino) muito pouco altera a trajetória de um raio luminoso comparado com o desvio
acontecido na interface da córnea com o meio externo. O meio externo não é ar para um mergulhador sem óculos de
mergulho. Todos os mergulhadores se tornam hipermétropes quando tentam olhar embaixo da água pelo fato de que a luz
ao atravessar a interface da água com córnea sofre menor desvio do que quando vem do ar. Uma forma de reduzir este
efeito é pela contração da pupila que acontece com pessoas do povo moken da Tailândia.

Ainda sobre o tema do mergulho há um outro aspecto interessante. Megulhadores podem necessitar em seus óculos de
mergulho lentes corretoras de algum defeito de visão. Tais lentes operam então sobre os raios luminosos de maneira inusual
para a quase totalidade das lentes que conhecemos: elas operam da água para a lente e depois da lente para o ar anterior
ao olho do mergulhador. Lentes de mergulho NÃO podem ser usados no ar pois no ar apresentam “grau” maior (vergência
mais acentuda) do que na água.
Figura 6: Exemplo de lente esférica biconvexa.

Quando a lente tem o formato da região compreendida entre o interior de uma calota esférica e um dado
plano, como ilustrado na figura abaixo, ela recebe o nome de plano-convexa.

Figura 7: Exemplo de lente esférica plano-convexa.


Finalmente, uma lente de borda fina pode ter sua superfície completa formada pela união de uma
superfície convexa com uma superfície côncava. Nesse caso, é necessário que o raio de curvatura da superfície
côncava seja maior que o raio de curvatura da superfície convexa, e dizemos que a lente é côncavo-convexa.
Veja um exemplo na figura abaixo.

Figura 8: Exemplo de lente esférica côncavo-convexa (note que r1 > r2).


Uma pergunta bastante natural que pode surgir aqui é: por que chamamos essa lente de côncavo-
convexa e não de convexo-côncava? A razão é que, por convenção, a primeira palavra que compõe a expressão
corresponde à superfície de maior raio de curvatura (note que isso também é consistente com a expressão
“plano-convexa”). De fato, convexo-côncava denota um tipo de lente esférica de borda grossa, como veremos
na próxima subseção.

2.2 Tipos de lentes esféricas de borda grossa


Lentes esféricas de borda grossa possuem o formato da região compreendida entre duas calotas
esféricas, ou da região compreendida entre o exterior de uma calota esférica e um plano, e delimitada por dois
outros planos paralelos. Aplicam-se os adjetivos “côncava” e “convexa” da mesma maneira que vimos para as
lentes esféricas de bora fina.
Se a superfície completa de uma lente é formada pela união de duas superfícies côncavas, além dos
planos paralelos que sempre estão presentes em lentes de borda grossa, a lente é chamada de bicôncava. Um
exemplo de lente bicôncava é dado na figura a seguir. Também nesse caso, os raios das calotas esféricas que dão
formato à lente não precisam ser iguais.

Figura 9: Exemplo de lente esférica bicôncava.

Quando a lente tem o formato da região compreendida entre o exterior de uma calota esférica e um dado
plano, como ilustrado na figura abaixo, ela recebe o nome de plano-côncava.

Figura 10: Exemplo de lente esférica plano-côncava.


Finalmente, uma lente de borda grossa pode ter sua superfície completa formada pela união de uma
superfície convexa com os planos paralelos e uma superfície côncava. Nesse caso, é necessário que o raio de
curvatura da superfície convexa seja maior que o raio de curvatura da superfície côncava, e dizemos que a lente
é convexo-côncava, como adiantamos no final da seção anterior. Veja um exemplo na figura abaixo.

Figura 11: Exemplo de lente esférica convexo-côncava (note que r1 > r2).

2.3 Comportamento das lentes esféricas


Podemos agora justificar as afirmações feitas na seção 1 sobre lentes delgadas, ou seja, que uma lente de
borda fina é convergente, enquanto uma lente de borda grossa é divergente (supondo que o material de que a
lente é feita seja mais refringente que o meio no qual está inserida; senão, vale o contrário).
Analisando raios luminosos que incidem paralelamente ao eixo de simetria das lentes esféricas, usando as
leis da refração da luz, verificamos os comportamentos esperados, como ilustra a figura a seguir para o caso das
lentes plano-convexa e plano-côncava. Deixamos os casos envolvendo os outros tipos de lentes esféricas como
exercícios para quem tiver interesse.
Figura 12: Comportamento de raios luminosos que incidem paralelamente ao eixo de simetria de uma lente plano-
convexa (convergente) e de uma lente plano-côncava (divergente).
As retas normais foram incluídas na figura para facilitar a determinação dos raios refratados.

3. Refração de raios particulares em lentes delgadas

Nesta seção, continuaremos o estudo das lentes delgadas, iniciado nas seções anteriores. Em particular,
analisaremos os comportamentos de alguns raios particulares que incidem sobre as lentes convergentes e
divergentes, que são essenciais para compreender a formação de imagens por tais lentes, conforme veremos mais
adiante.
Os raios particulares que estudaremos têm propriedades muito semelhantes às dos raios particulares
estudados no contexto dos espelhos esféricos. A principal diferença é
que, enquanto os raios luminosos são refletidos pelos espelhos, eles sofrem refração ao entrar em contato com
as lentes.
3.1 Refração de raios particulares nas lentes convergentes
Para compreender a formação de imagens por lentes delgadas, é importante conhecer os comportamentos
de alguns raios particulares ao serem refratados por aquelas lentes. Esses são os raios incidentes que passam (ou
cujos prolongamentos passam) por um dos pontos especiais sobre o eixo focal da lente: os pontos antiprincipais,
os focos ou o centro óptico. Ao longo desta seção, suporemos sempre que o índice de refração do material de que
é feita a lente é maior que o índice de refração do meio do qual aquela está inserida.

Apresentamos abaixo uma tabela com um resumo dos raios particulares e seu comportamento após
sofrerem refração em uma lente convergente. Note as semelhanças com os raios particulares estudados no
contexto dos espelhos esféricos.

Raio incidente passa pelo: Raio é refratado:

Ponto antiprincipal Na direção do ponto antiprincipal imagem


(atrás da lente).

Foco Paralelo ao eixo principal.

Centro óptico Sem mudar de direção.

Tabela 2: Resumo do comportamento dos raios particulares após sofrerem refração em


uma lente convergente.
Repare que, de acordo com o princípio da reversibilidade dos raios luminosos, o comportamento
apresentado na terceira linha da tabela implica que os raios que incidem paralelamente ao eixo principal são
refratados na direção do foco, como já havíamos comentado no texto anterior. Além disso, os comportamentos
apresentados acima nos permitem traçar um claro paralelo entre os pontos antiprincipais da lente e o centro de
curvatura de um espelho esférico, enquanto o centro óptico é análogo ao vértice.

A figura abaixo ilustra a refração dos raios particulares no caso de uma lente convergente.

Figura 13: Raios particulares sendo refratados por uma lente convergente.

Note que a determinação do comportamento dos raios particulares acima não envolve traçar seus
prolongamentos. Neste sentido, as lentes convergentes são análogas aos espelhos côncavos. Como veremos a
seguir, a situação é bem diferente no caso das lentes divergentes.

3.2 Refração de raios particulares nas lentes divergentes


Uma vez concluída a análise dos raios particulares na presença de uma lente convergente, vamos agora
discutir o comportamento de alguns raios particulares ao serem refratados por uma lente divergente.

Podemos começar com o caso que é idêntico nos dois tipos de lente. De fato, assim como ocorre na lente
convergente, raios luminosos que incidem sobre centro óptico O da lente divergente também são transmitidos
sem alterar sua direção. Os demais raios particulares são definidos não pelos pontos onde cruzam o eixo focal,
mas pelos pontos pelos quais os seus prolongamentos passam.

Apresentamos abaixo uma tabela com um resumo dos raios particulares e seu comportamento após
sofrerem refração em uma lente divergente.

Prolongamento do raio incidente passa pelo: Raio é refratado:

Ponto antiprincipal imagem (atrás da lente) Na direção do ponto antiprincipal objeto (na
frente da lente).

Foco imagem (atrás da lente) Paralelo ao eixo principal.

Centro óptico Sem mudar de direção.

Tabela 3: Resumo do comportamento dos raios particulares após sofrerem refração em


uma lente divergente.
Mais uma vez, o princípio da reversibilidade dos raios luminosos permite-nos concluir que o
comportamento apresentado na terceira linha da tabela implica que os raios que incidem paralelamente ao eixo
principal são refratados na direção do foco objeto, como já havíamos comentado no texto anterior.

A figura abaixo ilustra a refração dos raios particulares no caso de uma lente divergente.

Figura 14: Raios particulares sendo refratados por uma lente divergente.

Note que a determinação do comportamento dos raios particulares acima envolve traçar seus prolongamentos.
Neste sentido, as lentes divergentes são análogas aos espelhos convexos.

Como veremos mais adiante, essas analogias entre espelhos côncavos e lentes convergentes e entre
espelhos convexos e lentes divergentes também se farão presentes no estudo da formação de imagens por
lentes delgadas, onde a análise dos raios particulares é fundamental.

4. Referências
[1] https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/1/15/Magnifying_Glass_Photo.jpg (Figura 1, acesso em
20/02/2021)
Aula 4.2
1.1 - Ondas: conceito e classificação
1.2 - Período de frequência e velocidade de uma onda
2.1 - Ondas eletromagnéticas e sonoras e sua interação com a matéria
2.2 - Osciladores e o movimento harmônico simples
3.1 - Luz e óptica: definições
3.2 - Refração e reflexão
4.1 - Óptica geométrica em lentes
4.2 - Óptica geométrica em espelhos
Conteúdo Complementar (não conta p/ avaliações, mas conta p/ frequência)
__ C.1 Movimento ondulatório Unidimensional
__ C.2 Movimento ondulatório bidimensional
__ C.3 Interferência e efeito Doppler
__ C.4 Modelo ondulatório e geométrico da luz
__ C.5 Fenômeno da luz

Óptica geométrica em espelhos


_4.2_
Apresentação
Nesta Unidade de Aprendizagem, serão estudados os espelhos planos e os esféricos, por meio da
óptica geométrica.

Será possível identificar os tipos de espelhos, relacionando-os às respectivas imagens e, ainda,


analisar as situações físicas relacionadas a espelhos.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Identificar os tipos de espelhos.


• Relacionar as imagens ao tipo de espelho.
• Analisar as situações e os parâmetros físicos relacionados a espelhos.

elm = Avaliação da aula. Boa. Comentário: Adotar um único livro-texto ou apostila para todas
as aulas. Do jeito atual, um capítulo de livro diferente a cada aula, assunto fica truncado
e/ou com lacunas e/ou repetitivo e/ou bagunçado - dificulta, desestimula o aprendizado.
Infográfico: informa mal, não dá para entender a ilustração, melhor descartar.
Na Prática: informa pouco, melhor descartar.
_4.2_ Desafio
Muitas vezes, o nome está associado a alguma informação, como um apelido. Sendo assim, pode-se
explicar o porquê de os espelhos esféricos serem divididos em convergentes e em divergentes?

(Dica: o foco é a origem e o destino dos raios luminosos.)


elm = Seguindo a dica: nos espelhos convergentes, raios incidentes
paralelos convergem para o foco, aproximam-se do eixo óptico e, nos
espelhos divergentes, raios incidentes paralelos divergem do foco,
afastando-se do eixo óptico.

Padrão de resposta esperado

Todos os espelhos esféricos convergentes têm uma característica em comum:


todos os raios de luz paralelos ao centro óptico convergem para o foco,
convergem para um único ponto, ao passo que os espelhos esféricos
divergentes fazem os raios de luz dar a impressão de brotarem do foco. Por
isso, parece que eles divergem de um único ponto: o foco.
_4.2_ Infográfico

Em um espelho, os raios de luz são refletidos; se forem esféricos, existem diversos fenômenos que
podem surgir na imagem, como o seu aumento. Tudo depende da posição em que o objeto se
encontra e do tipo de espelho esférico.
_4.2_ Conteúdo do livro
O trecho selecionado para estudo nesta Unidade de Aprendizagem aborda tópicos sobre espelhos:
planos, côncavos, convexos e parabólicos.

Acompanhe um trecho do livro Física para universitários: óptica e física moderna. Inicie a leitura a
partir do tópico "Imagem formada por um espelho plano".

elm = ver tb. pdf LivrEn_Physics_Bauer_Westfall_University_2011_1472p e


outro pdf nome similar com solutions.

B344f Bauer, Wolfgang


Física para universitários [recurso eletrônico] : óptica e
física moderna / Wolfgang Bauer, Gary D. Westfall, Helio
Dias ; tradução: Manoel Almeida Andrade Neto, Trieste dos
Santos Freire Ricci ; revisão técnica: Helio Dias. – Dados
eletrônicos. – Porto Alegre : AMGH, 2013.

Editado também como livro impresso em 2013.


ISBN 978-85-8055-203-4

1. Física. 2. Óptica. 3. Radiação eletromagnética.


I. Westfall, Gary D. II. Dias, Helio. III. Título.

CDU 535
!Sumários resumidos!
Mecânica
CAPÍTULO 1 Visão Geral CAPÍTULO 7 Momento e Colisões

CAPÍTULO 2 Movimento em Linha Reta CAPÍTULO 8 Sistemas de Particulas e Corpos


Extensos
CAPÍTULO 3 Movimento em Duas e Três
Dimensões CAPÍTULO 9 Movimento Circular

CAPÍTULO 4 Força CAPÍTULO 10 Rotação


CAPÍTULO 5 Energia Cinética, Trabalho e Potência CAPÍTULO 11 Equilibrio Estático
CAPÍTULO 6 Energia Potencial e Conservação de CAPÍTULO 12 Gravitação
Energia

Relatividade, Oscilações, Ondas e Calor

CAPÍTULO 1 Sólidos e Fluidos CAPÍTULO 6 Calor e a Primeira Lei da


Termodinâmica
CAPÍTULO 2 Oscilações
CAPÍTULO 7 Gases Ideais
CAPÍTULO 3 Ondas
CAPÍTULO 8 A Segunda Lei da Termodinâmica
CAPÍTULO 4 Som
CAPÍTULO 9 Relatividade
CAPÍTULO 5 Temperatura

Eletricidade e Magnetismo
CAPÍTULO 1 Eletrostática CAPÍTULO 7 Magnetismo

CAPÍTULO 2 Campos Elétricos e a Lei de Gauss CAPÍTULO 8 Campos Magnéticos Produzidos


por Cargas em Movimento
CAPÍTULO 3 Potencial Elétrico
CAPÍTULO 9 Indução Eletromagnética
CAPÍTULO 4 Capacitores
CAPÍTULO 10 Correntes e Oscilações
CAPÍTULO 5 Corrente e Resistência Eletromagnéticas

CAPÍTULO 6 Circuitos de Corrente Continua CAPÍTULO 11 Ondas Eletromagnéticas

Óptica e Fisica Moderna


:APÍTULO 1 Óptica Geométrica CAPÍTULO 5 Mecânica Quântica

:APÍTULO 2 Lentes e Instrumentos Ópticos CAPÍTULO 6 Fisica Atômica

:APÍTULO 3 Óptica Ondulatória CAPÍTULO 7 Fisica das Particulas Elementares

:APÍTULO 4 Fisica Quântica CAPÍTULO 8 Fisica Nuclear


ISumáriol Óptica e Fisica Moderna
1 Óptica Geométrica 7 4 Fisica Quântica 114
1.1 Raios de luz e sombra 8 4.1 A natureza da matéria, do espaço
1.2 Reflexão e espelhos pia.nos I l e do tempo 115
1.3 Espelhos curvos 15 4.2 Radiação de corpo negro I 16
1.4 Refração e a Lei de Snell 24 4.3 O efeito fotoelétrico 12 I
O que já aprendemos 1 Guia de estudo para exercícios 34 4.4 Espalhamento Compton I26
Questões de múltipla escolha 35 4.5 O ndas de matéria 129
Questões 35 4.6 Relação de incerteza 132
P roblemas 37 4.7 Spin I36
4.8 Spin e estatística I 37
2 Lentes e Instrumentos O que já aprendemos 1 Guia de estudo para exercícios I42
Ópticos 40 Q uestões de múltipla escolha 145
Q uestões 146
2.1 Lentes 4 1
Problemas I46
2.2 Lupa 49
2.3 Sistemas com dois ou mais elementos ópticos 50 5 Mecânica Quântica 150
2.4 Olho hwnano 53
5.1 Função de onda 151
2.5 Câmera 56
5.2 Equação de Schrõdinger 154
2.6 Microscópio 59
5.3 Poço de potencial infini to 155
2.7 Telescó pio 60 5.4 Poço de potencial finito 161
2.8 Pinças Laser 65 5.5 Oscilador harmónico 169
O que já aprendemos 1 Guia de estudo para exercícios 6 5.6 Funções de onda e medições 172
Questões de múltipla escolha 7 I 5.7 Princípio da correspondência 176
Questões 72 5.8 Equação de Schrõdinger dependente do tempo 177
Problemas 73 5.9 função de onda de muitas partículas 178
5.10 Antimatéria 182
3 Óptica Ondulatória 78 O que já aprendemos 1 Guia de estudo para exercícios I 86
3.1 Ondas lwninosas 79 Questões de múltipla escoll1a I 90
3.2 Interferência 82 Questões 191
Problemas 192
3.3 Interferência em fenda dupla 83
3.4 Interferência em filmes finos e anéis de Newton 86
3.5 lnterferômetro 89
6 Fisica Atômica 195
3.6 Difração 91 6. 1 Linhas espectrais I 96
3.7 Difração de fenda simples 92 6.2 O modelo atómico de Bohr J 99
3.8 Difração por uma abertura circular 95 6.3 Função de onda do elétron do hidrogênio 202
3.9 Difração de fenda dupla 96 6.4 Outros átomos 214
3.10 Grades 97 6.5 Lasers 220
3.11 Difração de raios X e estrutura cristalina 103 O que já aprendemos 1 Guia de estudo para exercícios 224
O que já aprendemos 1 Guia de estudo para exercícios 104 Questões de múltipla escolha 227
Q uestões de múltipla escolha 108 Questões 227
Q uestões 109 P roblemas 228
Problemas J I O
7 Fisica de Particulas
Elementares 230
7.1 O reducionismo 231
7.2 Sondando a subestrutu ra 234
7.3 Partículas elementares 241
7.4 1!.xtensões do modelo-padrão 249
7.5 Partículas compostas 253
7.6 A cosmologia do Big Bang 259
O que já aprendemos 1Guia de estudo para exercícios 263
Questões de múltipla escolha 265
Questões 265
Problemas 266

8 Fisica Nuclear 269


8.1 Propriedades nucleares 270
8.2 Decaimento nuclear 278
8.3 Modelos nucleares 290
8.4 Energia nuclear: Fissão e fusão 295
8.5 Astroflsica nuclear 302
8.6 Medicina nuclear 303
O que já aprendemos 1 Guia de estudo para exercícios 305
Questões de múltipla escolha 308
Questões 309
Problemas 309

Apêndice A Resumo Matemático A-1


Apêndice B Massas de Isótopos, Energias de
Ligação e Meias-vidas B-1

Apêndice ( Propriedades dos Elementos C-1


Respostas das Questões e dos Problemas
Selecionados R-1
Créditos das Fotos c-1
Índice 1-1
Óptica Geométrica 1 1.4 Refração e a Lei de Snell 24
O QUE APRENDEREMOS 8
Princípio de Fermat 25
1.1 Raios de luz e sombra 8 Exemplo 1.3 Profundidade aparente 25
Problema resolvido 1.1 Sombra de uma bola 9 Problema resolvido 1.2 Deslocamento dos
1.2 Reflexão e espelhos planos 11 raios de Luz em materiais transparentes 26
Imagem fo rmada por um espelho plano 12 Reflexão int erna total 28
Exemplo 1.1 Com primento de um espelho 14 Fibra óptica 29
1.3 Espelhos curvos 15 Problema resolvido 1.3 Fibra óptica 30
Espelhos esféricos convergentes 15 Miragens 31
Espelhos esféricos divergent es 18 Dispersão cromática 32
Exemplo 1.2 Imagem formada por um espelho Polarização por reflexão 33
convergente 20
Aberração esférica 21 O QUE JÁ APRENDEMOS 1
Espelhos parabólicas 22 GUIA DE ESTUDO PARA EXERCÍCIOS 34
Parábolas de rotação 23 Guia de resolução de problemas 35
Quest ões de múlti pla escolha 35
Quest ões 35
Problemas 37

Figura 1.1 Formação de arco-íris primário e secundário pela refração e reflexão da


luz em gotas de chuva sobre a praia de Ka'anapali, em Maui, Havaí.
8 Física para Universitários: Óptica e Física Moderna

- O QUE APRENDEREMOS
• Em situações nas quais o comprimento de onda é pequeno
comparado a outras escalas de comprimento em um sistema
• A luz é refratada (muda de direção} quando incide sobre um
contorno entre dois meios optican1ente transparentes.
físico, ondas de luz podem ser descritas como raios lumino-
• A Lei de Snell estabelece que o produto do índice de refração
sos, movendo-se em trajetórias retilíneas, representando a
do meio do raio luminoso incidente vezes o seno do ângulo
direção de uma onda luminosa se propagando.
de incidência no contorno é igual ao produto do índice de
• A lei da reflexão estabelece que o ângulo de incidência é igual refração do meio do raio luminoso refratado vezes o seno do
ao ângulo de reflexão. ângulo da luz transmitida.

• Espelhos podem focalizar luz e produzir imagens governadas • Quando a luz atravessa o contorno entre dois meios e o ín-
pela equação dos espelhos, a qual estabelece que o inverso da dice de refração do segw1do meio é menor do que o índice
distância ao objeto mais o inverso da distância à imagem é de refração do primeiro meio, há um ângulo crítico de inci-
igual ao inverso da distância focal do espelho. dência acima do qual não há refração e, em vez disso, a luz é
totalmente refletida.

O estudo da luz é dividido em três campos: óptica geométrica, óptica ondulatória e óptica
quântica. Este capítulo discute a óptica geométrica, na qual luz é caracterizada como raios. A
óplica quântica se utiliza do fato de a luz ser quantizada, sua energia é localizada em partículas
pontuais chamadas fótons (Capítulos 4 e 5).
Arcos-íris (Figura 1.1) podem ser vistos somente quando há gotas de água no ar e o sol
está atrás do observador. Por quê? O motivo tem a ver em como as gotas de água refletem e
refratam a luz - os dois processos ópticos que são o assunto principal deste capítulo.
Já vimos que luz é uma onda, mas neste capítulo iremos examinar situações em que o
comprimento de onda é pequeno quando comparado às demais dimensões físicas do siste-
ma. Nesse caso, podemos ignorar o caráter ondulatório da luz e considerar somente como
a luz viaja pelo ar - ou vidro ou água ou qualquer outro meio. Modelar a luz dessa forma é
suficiente para explicar a óptica de espelhos, lentes e outros dispositivos ópticos, incluindo
prismas e até mesmo arco-íris. Mais adiante, no Capítulo 3, iremos examinar sistemas nos
quais o comprimento de onda não é tão pequeno e veremos como isso origina outros fenô-
menos ópticos.
Este capítulo considera em primeiro lugar a luz visível, mas lembre-se que as leis da refle-
xão, refração e formação de imagem também se aplicam a outros tipos de ondas eletromagné-
ticas. Por exemplo, muitas propriedades úteis das ondas de rádio são baseadas na reflexão e na
refração.

Vimos que as ondas eletromagnéticas se espalhavam esfericamente a partir de uma fonte pon-
tual. As esferas concêntricas amarelas na Figura 1.2 representam o espalhamento de frentes d e
' onda esféricas da luz emilida por uma lâmpada incandescente (uma frente de onda é o local

~ .: /
geométrico dos pontos que Lêm o mesmo valor inslanlâneo para o campo elétrico). As flechas
pretas são os raios d e luz, os quais são perpendiculares à frente de onda em cada ponto do
espaço e apontam na direção e no sentido da propagação da luz. As ondulações em vermelho
0 ºoVV vvv . representam o campo elétrico oscilante.
Ondas luminosas longe da fonte podem ser tratadas como ondas planas cujas frentes de
onda viajam em linha rela (Figura 1.3). Esses planos viajando podem ainda ser representados
por vetores paralelos ou por flechas perpendiculares às superficies dos planos. Neste capítulo,
iremos lralar a luz como um raio viajando em uma linha rela enquanto denlro de um meio
homogêneo. Tratando a luz como raios nos permitirá analisar e resolver um grande número de
problemas práticos, ambos geometricamente e por meio de várias construções.
Figura 1.2 Luz se espalhando de
A experiência do dia a dia nos diz que a luz viaja em linha rela. Não podemos enxergar
uma fonte. Amarelo: frentes de onda
esférica; vermelho : campo elétrico facilmente que a luz é uma estrutura ondulatória o u uma estrutura quântica, visto que os com-
oscilante; preto: raios. primentos de onda da luz visível (400-700 nm) são pequenos comparados às estruturas que
formam a nossa experiência do cotidiano (algumas notáveis exceções, como películas de sabão,
serão discutidas no Capítulo 3).
Capítulo 1 Óptica Geométrica 9

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Figura 1.3 Planos representando frentes de onda de uma onda de luz se
propagando. As oscilações senoidais em vermelho representam o campo Figura 1.4 Luz brilhando através de uma abertura sobre uma tela.
elétrico ou magnético oscilante. As flechas pretas são os corresponden-
tes raios de luz que são sempre perpendiculares à frente de onda.

Uma pessoa posicionada fora do b rilho dos raios do Sol irá ver sombras causadas pelos obje-
Los sob a luz do Sol Os limiles das sombras serão delimiLados com razoável precisão; d essa forma,
o indivíduo concluirá que a luz se propaga em linhas retas e os objetos bloqueiam os raios de luz
vindos do Sol quando eles colidem com o objelo. Uma sombra é criada onde a luz é inlerceplada,
enquanto áreas iluminadas são criadas onde os raios d e luz não interceplados continuam em li-
nhas relas e alingem o solo ou o ulras superfícies. A sombra não é complelamenle escura, porque
a luz é espalhada por outras superfícies e ilumina parcialmente a área sombreada, e o limite da
sombra não é complelamenle preciso, pois o Sol tem um diâmeLro não desprezível Apesar disso, a
formação de sombras ainda fornece credibilidade à hipótese do movimento retilineo da luz.
Essa observação pode ser feila d e uma forma mais controlada colocando-se um carlão
contendo um pequeno orifício no meio na frente da luz emitida por uma lâmpada incandes-
cenle (Figura 1.4), o que produz uma mancha circ ular b rilhanle sobre a Lela - a imagem. Assim,
uma aber tura menor irá produzir uma imagem m enor sobre a tela. Uma abertura maior irá
produzir uma imagem maior.
Se a fonte luminosa for suficiente men te pequena Ctipo pontual"), a semelhança de triân-
g ulos na Fig ura 1.4 pode ser uLilizada para achar a relação enlre o tamanho da abertura {r), o
tamanho da imagem (R), a distância e ntre a fonte luminosa e a abertura (d) e a d istância entre
a abertura e a Lela (D):

(1.1)

Essa equação é referida algumas vezes como a lei dos raios.

PROBLEMA RESOLVIDO 1._:_.fSombra de uma bola


,,..-
A luz de wna pequena lâmpada incandescente cria a sombra de wna bola sobre uma parede. O
diâmetro da bola é de 14,3 cm e o diâmetro da sombra da bola é de 27,5 cm. A bola está afastada
1,99 m da parede.

PROBLEMA
A que distância se encontra a lâmpada incandescente da parede?

SOLUÇÃO
PENSE
A lâmpada incandescente é pequena, significando que podemos desprezar seu tamanho e tratá-la
como wna fonte pontual. O triângulo formado pela lâmpada e pela parede é semelhante ao triâ11-
gulo formado pela lâmpada e pela sombra. Foi fornecida a distância da bola até a parede, assim
podemos achar a distância da lâmpada até a bola, adicionando esse comprimento à distância da
bola à parede, obtendo a distância da lâmpada até a parede.

Continua ~
10 Física para Universitários: Óptica e Física Moderna

DESENHE
A Figura 1.5 mostra o desenho de uma lâmpada incandescente projetando a sombra de uma bola
sobre uma parede.

PESQUISE
Lâmpada O triângulo formado pela lâmpada e pela bola é semelhante ao triângu-
incandescente Bola Parede

--·~ó====~= = ====~====~==~~=1·
lo formado pela lâmpada e pela sombra. Usando a equação 1.1, pode-
mos escrever:

-------- ------
-y-----------
1
onde r é o raio da bola, R é o raio da sombra projetada sobre a parede,
d é a distância da lâmpada até a bola e D é a distância da bola até a
parede.
Figura 1.5 Lâmpada projetando a sombra de uma bola sobre
uma parede. SIMPLIFIQUE
Podemos rearranjar a lei dos raios, obtendo

Rd
d + D=-.
r

Isolando os termos envolvendo a distância da lâmpada à bola no lado esquerdo, obtemos

Resolvendo para a distância da lâmpada à bola leva a

d =_E__ = rD .
R R- r
- -1
r

A distância da lâmpada até a parede d lâmpada é

rD
d lâmpada = d+ D = - - + D.
R- r

CALCULE
Colocando nossos valores numéricos, temos

rD (1,99 m )(0,143 m)
d lâmpada =-- + D = ( .) ( ) + 1,99 m = 2,15583 + 1,99 = 4, 14583 m.
R- r 0,275 m - 0,143 m

ARREDONDE
Registramos nosso resultado com três algarismos significativos

dlâmpada = 4,15 m.

SOLUÇÃO ALTERNATIVA
Avaliando nosso resultado, calculamos a razão de r/ d e comparamos o resultado com a razão
R!(d+D) , que devem ser iguais de acordo com a lei dos raios - equação 1.1. A partir do exposto
anterior, notamos que a distância da lâmpada até a bola é 2,16 m. A primeira razão é

!... =0,143 m = 0,0662.


d 2,16m

A segunda razão é

R 0,275 m 0,0663.
d+ D 4,15m
Nossas razões concordam dentro do erro de arredondamento; assim, nossa resposta parece razoável.
Capítulo 1 Óptica Geométrica 11

Como uma segunda avaliação do nosso resultado, podemos analisar os casos limite e ver se
eles concordam com nossas expectativas. O que acontece com nosso resultado no caso limite em
que a distância d da lâmpada até a bola é grande comparada à distância D da bola até a parede?
Esse é um caso análogo à luz do Sol atingindo a bola e projetando uma sombra. Nessa situação,
sabemos que a sombra é aproximadamente do mesmo tamanho que a bola. E o caso limite na
nossa fórmula r/d=R/(d+D) confirma tal fato, uma vez que d  D vemos que r/d=R/(d+D) ≈ R/d
e assim r ≈ R.
O que acontece com o caso inverso, com d  D, onde a lâmpada está muito próxima da bola
quando comparada à distância entre a bola e a parede? O tamanho da sombra diverge. Nossa fór-
mula também mostra esse caso limite, porque R=(d+D)r/d ≈ rD/d  r, ou seja, o raio da sombra
se torna muito grande comparado ao raio da bola.

Vamos finalizar esta discussão introdutória dos raios de luz e do traçado dos raios de luz com
uma observação muito importante: o sentido dos raios é reversível. Na discussão que segue da
reflexão e refração em superfícies através de fronteiras entre diferentes meios, raios de luz irão
surgir com um sentido implícito, como se emergissem dos objetos e então espalhados ou refra-
tados. Mas todos os traçados de raios são igualmente válidos se o sentido dos raios é revertido.
Guarde isso em mente conforme continuamos com os exemplos e as derivações.

1.2 Reflexão e espelhos planos


Alguns objetos (lâmpadas incandescentes, fogo, Sol) emitem luz e, portanto, são fontes pri-
márias de luz. Objetos que não são fontes primárias de luz podem ser vistos porque eles
refletem a luz. Há dois tipos diferentes de reflexão: difusa e especular. Na reflexão difusa, as
ondas luminosas ao colidirem com a superfície do objeto são espalhadas randomicamen-
te. Na reflexão especular, todas elas são refletidas da mesma forma. A maioria dos objetos
apresenta reflexão difusa, na qual a cor da luz refletida é uma propriedade não somente do
comprimento de onda da luz incidente antes da reflexão, mas também das propriedades da
superfície do objeto que reflete a luz. A diferença entre reflexão difusa e especular está na (a)
rugosidade da superfície na escala do comprimento de onda da luz. Para uma superfície
mostrando reflexão especular, os vetores normais locais na superfície (setas vermelhas na
Figura 1.6b) estão alinhados, ao passo que para uma superfície mostrando reflexão difusa
eles não estão (Figura 1.6a).
Um espelho é uma superfície que reflete luz de forma especular. Aqui estudaremos so- (b)
mente os espelhos “perfeitos” – aqueles que não absorvem qualquer luz e que refletem 100% da
Figura 1.6 Orientação dos vetores
luz incidente, independente da intensidade da luz incidente. Vimos que luz é um tipo de onda
normais para uma superfície mostran-
eletromagnética. A luz visível consiste em ondas eletromagnéticas com comprimentos de onda do (a) reflexão difusa e (b) reflexão
de aproximadamente 400 nm a 700 nm. Para um espelho ser considerado perfeito, ele deve especular.
refletir 100% da luz incidente pelo menos nesta faixa de comprimentos de onda. Não se atinge
perfeição em espelhos de forma fácil.
Espelhos convencionais de banheiros consistem em uma peça de vidro com uma arma- elm = "caixa de
dura de metal por trás. Normalmente eles são suficientes para nossas necessidades, mas não remédios"? Deve ser
são espelhos perfeitos. Você pode verificar isso com auxílio de uma caixa de remédios com espelho armário de
banheiro com três portas
três lados espelhados. Abra as laterais da esquerda e da direita até o ponto em que fiquem
espelhadas...
defronte uma da outra, parecendo paralelas, e então coloque sua cabeça entre elas. Você verá
um grande número de suas próprias reflexões, com a luz emitida de sua cabeça ricochete-
ando para frente e para trás várias vezes entre os dois espelhos até que atinja seus olhos. A
imagem formada pela luz que sofreu múltiplas reflexões é notavelmente fosca (Figura 1.7).
A razão é que cada reflexão absorve uma fração de intensidade da luz incidente, talvez da
ordem de 1%.
Em 1998, Yoel Fink, na época um estudante de graduação no MIT, inventou o “omnidirec-
tional dieletric mirror”, que pode ser considerado perfeito no sentido definido anteriormente,
com perda por absorção menor que 0,0001%. Ele fez isso utilizando muitas camadas alterna-
das, de aproximadamente 1 ␮m de espessura, de um polímero e um vidro semicondutor. Essa
Figura 1.7 Reflexão da luz entre dois
pesquisa foi feita inicialmente com financiamento do “Defense Advanced Research Projects espelhos planos quase exatamente
Agency” (DARPA), e agora essa tecnologia está sendo implementada com sucesso para criar paralelos.
12 Física para Universitários: Óptica e Física Moderna

ferramentas extremamente avançadas de cirurgia a laser, sendo outro exemplo de como os


avanços na pesquisa em física moderna continuam conduzindo a descobertas tecnológicas fan-
r
tásticas, mesmo em um campo há muito tempo estabelecido como a óptica geométrica.
i Começaremos com espelhos planos, delgados. Para reflexão dos espelhos planos, há uma
lei simples para raios de luz incidente sobre a superfície do espelho conhecida como a lei da re-
flexão: o ângulo de incidência i é igual ao ângulo de reflexão r, os quais são sempre medidos
Figura 1.8 O ângulo de incidência é a partir da normal à superfície, que é definida como uma linha perpendicular à superfície do
igual ao ângulo de reflexão pela re- espelho plano. Como consequência, o raio incidente, a normal e o raio refletido se encontram
flexão da luz em um espelho plano. A no mesmo plano (Figura 1.8).
linha tracejada é normal (perpendicu- Matematicamente, a lei da reflexão é dada por
lar) ao espelho.
(1.2)
Raios paralelos incidentes em um espelho plano são refletidos de tal forma que os raios refleti-
dos também são paralelos (Figura 1.9), pois toda normal à superfície (linha tracejada na Figura
1.8) é paralela a outras normais.

Imagem formada por um espelho plano


Uma imagem pode ser formada pela luz refletida de um espelho plano. Por exemplo, quando
você para na frente de um espelho, vê a sua imagem que parece estar atrás do espelho. Essa per-
cepção ocorre porque o cérebro assume que os raios de luz que alcançam os olhos viajaram em
linhas retas sem mudança de direção. Assim, se os raios de luz parecem se originar em um ponto
(digamos, atrás do espelho), o olho (ou câmera) vê uma fonte de luz naquele ponto, esteja ou
não a fonte de luz lá. Esse tipo de imagem, da qual a luz não emana, é denominado de imagem
(a)
virtual. Pela sua natureza, imagens virtuais não podem ser mostradas em uma tela. Em contras-
te, imagens reais são formadas em um local no qual você pode fisicamente colocar um objeto,
como uma tela ou um dispositivo de carga acoplada (CCD) de uma câmera.
O próximo exemplo irá esclarecer a noção de imagem virtual. Na Figura 1.10, cada ponto
na superfície da chama da vela emite luz, com os raios de luz se afastando orientados radial-
mente. Um observador pode localizar a chama da vela no espaço traçando de forma reversa os
raios de luz até o ponto onde eles se interceptam. A maioria desses raios está traçada em cinza,
e os raios de luz que atingem o espelho estão realçados em preto. Cada um deles foi refletido de
acordo com a lei básica da reflexão (equação 1.2), com o ângulo de reflexão relativo à normal
à superfície sendo igual ao ângulo de incidência. Os raios refletidos também têm um ponto no
qual eles se interceptam, o qual é encontrado dando-se continuidade aos raios refletidos atrás
do espelho (linhas escuras tracejadas). Entretanto, para o observador, a luz parece se originar
de um ponto atrás do espelho, que é a localização da imagem formada pelo espelho.

(b)
Figura 1.9 (a) Raios de luz paralelos
em um espelho plano. (b) Setas so-
brepostas aos raios de luz.

Figura 1.10 Imagem de uma vela como vista em um espelho (linha azul).
Capítulo 1 Óptica Geométrica 13

Imagens formadas por espelhos planos aparecem invertidas esquerda-direita porque os


raios de luz incidentes sobre a superfície do espelho são refletidos de volta sobre o outro lado
da normal. Assim, temos o termo imagem do espelho. Aprofundaremos esse ponto a seguir,
com o auxílio das Figuras 1.12 e 1.13.
No entanto, primeiro vamos considerar quantitativamente o processo da formação de
imagens com um espelho plano (Figura 1.11) a partir da utilização da técnica do traçado de
raios. Veremos que uns poucos raios são suficientes para construir a imagem e estamos livres
para selecionar os mais convenientes.
Para esta construção de imagem, escolhemos o caso em que um objeto com altura h0 é
colocado a uma distância d0 do espelho. Seguindo a convenção usual, o objeto é representado
por uma seta, que indica a altura e orientação do objeto. O objeto está orientado de forma que a
origem da seta esteja no eixo óptico, o qual é definido como normal ao plano do espelho (para
um espelho plano, o eixo óptico pode ser mostrado passando por qualquer ponto do espelho,
mas mais adiante, quando examinarmos os espelhos curvos, veremos que há uma localização
única para o eixo óptico.) Três raios de luz determinam onde a imagem é formada.
1. O primeiro raio de luz parte do fundo da seta ao longo do eixo óptico. Esse raio reflete
diretamente sobre si mesmo. A extrapolação desse raio refletido ao longo do eixo
óptico para a direita do espelho indica que a parte inferior da imagem está localizada
sobre o eixo óptico.
2. O segundo raio de luz parte do topo da seta paralelo ao eixo óptico e é refletido dire-
tamente sobre si mesmo. A extrapolação desse raio passando o espelho é mostrada na
Figura 1.11 como uma linha tracejada.
3. O terceiro raio parte do topo da seta e atinge o espelho onde o eixo óptico intercepta
o espelho, e é refletido com um ângulo igual ao seu ângulo de incidência. A extrapo-
lação do raio refletido é mostrada como uma linha tracejada na Figura 1.11.
As extrapolações desses dois últimos raios se interceptam em um ponto onde o topo da ima-
gem se forma (Figura 1.11). É evidente que todos os raios oriundos da seta que atingem o
espelho – não somente os dois raios mostrados aqui – extrapolam-se de tal forma que eles in-
terceptam a imagem. A imagem tem uma altura hi e está localizada a uma distância di à direita
do espelho. Na Figura 1.11 o triângulo amarelo é congruente com o triângulo azul. Assim,

(1.3)
e

(1.4)
Por convenção, o sinal da distância da imagem, para uma imagem virtual produzida por
um espelho, é negativa. Dessa forma, usamos o valor em módulo para a distância da imagem na
equação 1.4. A imagem produzida por um espelho plano tem a mesma distância em relação ao
espelho do que o objeto posicionado na frente dele. Além disso, a imagem aparece na posição
vertical e do mesmo tamanho do objeto. Por que as imagens do espelho aparecem invertidas
esquerda-direita e não invertidas de cima para baixo? Uma pessoa posicionada em frente a um
espelho plano observa sua imagem conforme a Figura 1.12. A imagem vista por uma pessoa pode
ser construída com dois raios de luz conforme mostrado, mas, é claro, os raios de luz se originam
de todos os pontos visíveis da pessoa. A imagem é ereta (tem a mesma orientação que o objeto,
não “invertida”) e virtual (é formada atrás da superfície do espelho).

Espelho
plano
do di

Raio 2
ho Objeto 90°i 90°r Imagem hi
Raio 3
Eixo i r
óptico Raio 1 r

Figura 1.12 Uma pessoa em pé na


frente de um espelho vê uma imagem
Figura 1.11 Diagrama de raios para a imagem formada por um espelho plano. virtual de si mesma.
14 Física para Universitários: Óptica e Física Moderna

E sobre a aparente inversão esquerda-direita? Na Figura 1.13, a imagem virtual é


novamente construída com dois raios, sendo que todos os outros apresentam mesmo
comportamento. A figura mostra que de fato o espelho faz uma inversão de trás para
frente e não inversão esquerda-direita ou de cima para baixo. Se você segurar uma
seta apontando para a direita e olhar no espelho, a seta ainda estará apontando para
a direita! Você pode notar que uma pessoa real tem seu relógio no seu pulso direito.
Ela observa que seu eu virtual usa o relógio no pulso esquerdo somente porque o
Figura 1.13 Uma pessoa sentada na frente cérebro imagina que a imagem foi formada por uma rotação de 180º através de um
de um espelho vê a imagem dela mesma no eixo vertical e não por uma inversão de trás para frente. Se você acha isso muito com-
espelho. plicado, talvez a seguinte visualização funcione: suponha que você pinte as letras da
sua universidade sobre sua testa preparando-se para o grande jogo. Então você pega
um pedaço de fita adesiva branca, colocando-a sobre as letras pintadas em sua testa.
Conforme você retira a fita, parte da tinta gruda nela. Se você colocar a fita mais longe, você
verá a parte adesiva da fita que entrou em contato com a tinta, e as letras impressas nela estão
tipo revertidas pelo espelho. Olhar a sua imagem no espelho é exatamente como olhar a parte
adesiva da fita.
Se você observar uma imagem de si mesmo através de uma webcam em seu computador,
você se verá como as outras pessoas o veem – a imagem da webcam não é invertida de trás para
frente. Essa imagem é confusa devido a sua longa experiência vendo-se através de um espelho.
Cada movimento que você faz parece ir no sentido oposto daquela imagem que você esperava.
Por essa razão, alguns pacotes de software de videoconferência apresentam agora uma imagem
invertida que representa a inversão de trás para frente inerente a uma imagem de espelho, o que
está mais de acordo com a experiência comum.

EXEMPLO 1.1 Comprimento de um espelho

PROBLEMA
Um indivíduo com 184 cm de altura deseja comprar um espelho no qual ele possa enxergar todo
o seu corpo. Seus olhos distam 8 cm do topo de sua cabeça. Qual é a altura mínima necessária
para o espelho?

SOLUÇÃO
Por simplicidade, representamos o indivíduo por uma haste de 184 cm de altura com os olhos
a 8 cm do topo da haste (este número não importa, conforme a discussão que segue mostrará),
segundo apresentado na Figura 1.14.

Topo da cabeça
Olhos
8 cm

r
184 cm
i

Espelho

Pés
Pessoa Imagem
Figura 1.14 Distância e ângulos para um indivíduo em pé na frente de um espelho, que é a linha azul.
Capítulo 1 Óptica Geométrica 15

Primeiro, considere qual caminho a luz oriunda dos pés do indivíduo deve Olhos
percorrer para atingir seus olhos. A luz partindo dos pés é representada por uma
seta vermelha na Figura 1.14. O ângulo de incidência sobre o espelho, i , é igual
ao ângulo de reflexão do espelho, r . Podemos desenhar dois triângulos que in-
(184 cm - 8 cm)/2
cluem esses ângulos (Figura 1.15).
Esses dois triângulos são congruentes, já que i = r, cada um deles tem um
ângulo reto e eles compartilham um lado comum. Portanto, os lados verticais r
de cada triângulo devem ter o mesmo comprimento. A soma dos dois lados é i
igual à altura da pessoa menos a distância do topo da cabeça do indivíduo até
seus olhos. Dessa forma, o lado vertical de cada triângulo tem o comprimento de
(184 cm − 8 cm)/2, conforme indicado na Figura 1.15. (184 cm - 8 cm)/2
Vemos agora que o fundo do espelho precisa se estender somente até uma Espelho
altura de (184 cm − 8 cm)/2 = 88 cm acima do piso. Uma análise semelhante
dos dois triângulos congruentes nos fornece o lado de cima do espelho, o qual Pés
deve ser (8 cm)/2=4 cm abaixo do topo da cabeça do indivíduo. Assim, a altura Pessoa
mínima do espelho é 184 cm – 88 cm = 92 cm. Esse espelho tem exatamente Figura 1.15 Dois triângulos congruentes formados pela
metade da altura do indivíduo. Então, um espelho que tem metade do tamanho luz vinda dos pés do indivíduo.
de um indivíduo permite a visualização de todo o seu corpo. Esse resultado não
depende da distância dos olhos até o topo da cabeça do indivíduo ou o quão
perto do espelho o indivíduo está. Entretanto, ele depende de como o espelho
está pendurado, devendo ser posicionado de forma que o topo do espelho esteja a meio caminho
entre os seus olhos e o topo da sua cabeça.

1.3 Espelhos curvos


Quando a luz é refletida a partir da superfície de um espelho curvo, os raios de luz seguem a
lei da reflexão em cada ponto da superfície. Os raios de luz que são paralelos antes de atingir
o espelho são refletidos em diferentes direções, considerando a parte do espelho que eles atin-
gem. Dependendo de quando o espelho é côncavo ou convexo, podem ser formados raios de
luz convergentes ou divergentes.

Espelhos esféricos convergentes


i
Considere um espelho esférico com uma superfície refletora no seu lado interno. Esse é um es-
pelho côncavo. A Figura 1.16 representa esta superfície esférica refletora como o segmento de C r
um círculo. O eixo óptico do espelho, representado aqui pelo desenho de uma linha horizontal
tracejada, é uma linha através do centro da esfera, marcado como C na Figura 1.16. Imagine
que um raio de luz horizontal acima do eixo óptico está incidindo sobre a superfície do espe-
lho, paralelo ao eixo óptico. A lei da reflexão se aplica no ponto onde o raio de luz atinge o espe-
lho. A normal à superfície neste ponto, a linha tracejada na Figura 1.16, é uma linha radial que
passa pelo centro da esfera. No triângulo isósceles da Figura 1.16, você pode notar que cada um
dos lados mais curtos do triângulo possui cerca de metade do comprimento do lado mais lon- Figura 1.16 Um raio de luz horizon-
go, indicando que r é pequeno. Portanto, o raio refletido cruza o eixo óptico aproximadamente tal é refletido através do ponto focal
na metade do caminho entre o espelho e o ponto C. de um espelho côncavo.
Agora suponha que existam vários raios de luz horizontais incidentes sobre o espelho es-
férico (Figura 1.17). Cada raio de luz obedece a lei da reflexão em cada ponto. Dessa forma,
cada raio irá cruzar o eixo óptico na metade do caminho entre o espelho e o ponto C. Esse
ponto de cruzamento F é chamado de ponto focal. A menos que especificado de outra forma, C F
considera-se que todos os raios horizontais estejam próximos o suficiente do eixo óptico para
passar através de F na reflexão.
O ponto F é metade do caminho entre o ponto C e a superfície do espelho. O ponto C está
localizado no centro da esfera, assim a distância de C da superfície do espelho é simplesmente
o raio do espelho, R. Dessa forma, o foco f de um espelho esférico convergente é

(1.5)
Figura 1.17 Vários raios de luz para-
Raios de luz incidentes sobre um espelho convergente verdadeiro são mostrados na Figura 1.18. lelos refletidos através do ponto focal
de um espelho côncavo.
16 Física para Universitários: Óptica e Física Moderna

Agora vamos considerar a formação de imagens reais com um espelho con-


vergente, tal como o da Figura 1.19. Um objeto com altura h0 é colocado à distân-
cia d0 do espelho, onde d0 > f. O objeto é representado por uma seta, que indica a
altura e orientação do objeto. O objeto é orientado de forma que a origem da seta
esteja sobre o eixo óptico, o qual, como antes, é normal à superfície do espelho
esférico ao longo da linha passando através do centro C da esfera. Quatro raios de
luz determinam onde a imagem é formada.
1. O primeiro raio de luz parte da base da seta ao longo do eixo óptico e
normalmente não é mostrado. Esse raio meramente indica que a origem
(a) da imagem está localizada sobre o eixo óptico.
2. O segundo raio de luz parte do topo da seta paralelo ao eixo óptico e
refletido através do ponto focal do espelho.
3. O terceiro raio parte do topo da seta, passa através do centro da esfera, C,
e então é refletido voltando sobre si mesmo.
4. O quarto raio parte do topo da seta, passa através do ponto focal, F, e se
reflete voltando de forma paralela ao eixo óptico.
Os últimos três raios se cruzam em um ponto onde a imagem do topo do objeto
é formada (Figura 1.19). De fato, todos os raios da ponta de seta que atingem o
espelho – não somente os três mostrados aqui – se cruzam na imagem. Dessa
forma, dizemos que o espelho focaliza os raios para formar a imagem.
(b) A reconstrução do caso especial mostrado na Figura 1.19 descreve uma ima-
Figura 1.18 (a) Raios de luz paralelos refletidos gem real (do mesmo lado do espelho que o objeto, não atrás do espelho), com
para o ponto focal por um espelho convergente. (b) altura hi à distância di da superfície do espelho. Essa imagem tem uma altura hi, à
A mesma imagem com as setas sobrepostas. qual é designado um valor negativo para indicar que a imagem é invertida e está à
distância di do espelho. Por convenção, essa distância da imagem é definida como
positiva devido ao fato de que a imagem se encontra do mesmo lado do espelho que o objeto.
A imagem é invertida e, nesse exemplo, tem seu tamanho reduzido conforme o objeto que
produziu a imagem. Uma imagem é chamada de real quando uma tela colocada na posição da
imagem fornece uma precisa projeção da imagem naquele ponto. Para uma imagem virtual, os
raios de luz não passam através da imagem e, portanto, nenhuma luz atinge uma tela colocada
na posição da imagem.
Agora vamos reconstruir outro caso para um espelho convergente, onde d0 < f (Figura
1.20). O objeto se encontra sobre o eixo óptico, e três raios de luz determinam onde a imagem
é formada.
1. O primeiro raio meramente indica que a origem da imagem se encontra sobre o eixo
óptico e normalmente não é mostrado.
2. O segundo raio parte do topo do objeto paralelo ao eixo óptico e é refletido através do
ponto focal.
3. O terceiro raio deixa o topo do objeto ao longo de um raio e é refletido de volta sobre
si mesmo através do centro da esfera.

Espelho

ho C F
hi

do

di

Figura 1.19 Imagem produzida por um espelho convergente de um objeto com distância do objeto maior do que o foco do espelho.
Capítulo 1 Óptica Geométrica 17

Espelho

ho hi

C F do di

Figura 1.20 Imagem produzida por um espelho convergente com distância menor do objeto do que o foco do espelho.

Os raios refletidos claramente são divergentes. Para determinar a localização da imagem, de-
vemos extrapolar os raios refletidos para o outro lado do espelho. Esses dois raios se cruzam a
uma distância di da superfície do espelho, produzindo uma imagem com altura hi.
Nesse caso, a imagem é formada no lado oposto do espelho em relação ao objeto, uma
imagem virtual – por convenção, é atribuído um valor negativo à quantidade di para indicar
que a imagem é virtual. Para um observador, a imagem aparece como se estivesse atrás do
espelho, como foi o caso para o espelho plano. A imagem é ereta e maior que o objeto. Esses
resultados para do < f são um tanto diferentes daqueles para do > f. Espelhos de barbear ou para
maquiagem são geralmente espelhos convergentes, cuja face é posicionada mais próxima do
que o foco, produzindo uma imagem ereta e maior.
Antes de tratar sobre os espelhos divergentes, vamos formalizar a convenção de sinais para
distâncias e alturas.
1. Todas as distâncias no mesmo lado do espelho que o objeto são definidas como positi-
vas, e todas as distâncias no lado oposto do espelho em relação ao objeto são definidas
como negativas. Portanto, f e do são positivas para espelhos convergentes.
2. Para imagens reais, di é positivo; para imagens virtuais, di é negativo.
3. Se a imagem é direita, então hi é positivo, enquanto se a imagem é invertida, hi é ne-
gativo.
Podemos derivar a equação do espelho (equação 1.6), a qual relaciona a distância do objeto do,
a distância da imagem di e o foco do espelho f:

(1.6)

Os sinais dos termos nessa equação são baseados nas convenções recém-definidas.
Espelho

DEMONSTRAÇÃO 1.1 Equação do espelho esférico


do
A equação do espelho esférico pode ser derivada começando por um
espelho esférico que tem um comprimento focal f. Um objeto de al- ho 1
tura ho se encontra sobre o eixo óptico à distância do da superfície do
espelho (Figura 1.21). 2
hi f
Desenhe um raio a partir do topo do objeto paralelo ao eixo óptico
que se reflete através do ponto focal. Faça um segundo raio do topo
do objeto passando pelo ponto focal e se refletindo paralelamente di
ao eixo óptico. A imagem é formada com altura hi à distância di do
espelho. Forme um triângulo reto com altura ho e base do (triângu-
lo verde 1 na Figura 1.21). Forme também um segundo triângulo Figura 1.21 Os dois triângulos semelhantes 1 e 2 na derivação da
reto com –hi > 0 como altura e di como base (triângulo verde 2 na equação do espelho esférico.
Figura 1.21). Utilize a lei da reflexão para um raio atingindo o es-
pelho sobre o eixo óptico – os ângulos indicados nos dois triângu-
Continua →
18 Física para Universitários: Óptica e Física Moderna

los são os mesmos, portanto os dois triângulos são similares.


Espelho
Assim,

do ou
(i)
ho 3
Agora vamos observar a mesma geometria, mas considerar dois
4 triângulos diferentes. Um triângulo reto (triângulo amarelo 4 na
hi f
Figura 1.22) é definido pela altura –hi e pelo comprimento da
base di – f. O segundo triângulo (triângulo amarelo 3 na Figura
di 1.22) é definido pela altura ho e pela base f. Esses dois triângulos
são congruentes, assim

Figura 1.22 Os dois triângulos semelhantes 3 e 4 na derivação da ou


equação do espelho esférico.
Substituindo a equação (i) para a razão dos comprimentos deri-
vados anteriormente, obtemos

Multiplicando ambos os lados dessa equação por f, temos

Finalmente, dividindo ambos os lados dessa equação pelo produto fdi leva à equação do espelho
esférico:

A ampliação m do espelho é definida como

(1.7)
Note que a ampliação m é negativa para a situação usada na derivação. Algebricamente, isso
ocorre porque hi < 0. O significado de m negativo é que m < 0 nos informa que a imagem é
invertida. A Tabela 1.1 resume as características das imagens formadas por um espelho conver-
gente para cinco diferentes classes de distâncias do objeto.

Espelhos esféricos divergentes


Suponha que temos um espelho esférico com a superfície refletora sobre o lado de fora da
esfera (Figura 1.23).
Este é um espelho convexo, e os raios refletidos divergem. Na Figura 1.23, essa superfície
esférica refletora é indicada por um semicírculo. O eixo óptico do espelho é uma linha através

r

i Tabela 1.1 Características da imagem para espelhos convergentes


C Caso Tipo de imagem Orientação da imagem Ampliação
do< f Virtual Ereta / direita Aumenta
do= f Real Ereta Imagem no infinito
f < do< 2f Real Invertida Aumenta
Figura 1.23 Reflexão de um raio de do= 2f Real Invertida Mesmo tamanho
luz horizontal em um espelho esférico do > 2f Real Invertida Reduzida
divergente.
Capítulo 1 Óptica Geométrica 19

do centro da esfera, representada pela linha horizontal pontilhada. Imagine que um raio
de luz horizontal acima do eixo óptico incide sobre a superfície do espelho. No ponto
em que o raio de luz atinge o espelho, a lei da reflexão se aplica. F C
Em contraste com o espelho convergente, a normal aponta para fora do centro da
esfera. Quando extrapolamos a normal através da superfície da esfera, ela intercepta o
eixo óptico da esfera no seu centro, marcado como C na Figura 1.23. Quando observa-
mos o raio refletido, parece que ele vem do centro da esfera.
Suponha que muitos raios horizontais estão incidindo sobre esse espelho esférico
(Figura 1.24). Cada raio de luz obedece a lei da reflexão. Os raios divergem e parece que
não formam qualquer tipo de imagem. Entretanto, se os raios refletidos são extrapo-
lados através da superfície do espelho, todos eles irão interceptar o eixo óptico em um
ponto, o qual é chamado de ponto focal do espelho divergente.
A Figura 1.25a mostra cinco raios de luz paralelos incidentes sobre um espelho
esférico divergente real. As linhas pontilhadas na Figura 1.25b representam a extrapola- Figura 1.24 A reflexão de raios de luz pa-
ção dos raios refletidos mostrando o ponto focal. ralelos a partir da superfície de um espelho
divergente.
Agora, vamos discutir as imagens formadas pelos espelhos
divergentes (Figura 1.26). Novamente, usamos três raios.
1. O primeiro raio estabelece que a origem da seta esteja
sobre o eixo óptico e em geral não é mostrada.
2. O segundo raio parte do topo do objeto, viajando para-
lelamente ao eixo óptico, e é refletido a partir da super-
fície do espelho de forma que sua extrapolação cruze
o eixo óptico a uma distância da superfície do espelho
igual ao comprimento focal do espelho.
3. O terceiro raio se origina no topo do objeto e é orien-
tado de forma que sua extrapolação intercepte o centro
da esfera. Esse raio é refletido voltando sobre si mesmo.
Os raios refletidos divergem, mas os raios extrapolados con-
(a)
vergem a uma distância di a partir da superfície do espelho no
lado do espelho oposto ao do objeto. Os raios convergem a uma
distância hi acima do eixo óptico, formando uma imagem ereta,
reduzida no lado do espelho oposto ao do objeto. Essa imagem é
virtual, pois os raios de luz de fato não passam através dela. Essas
características (imagem ereta, reduzida, virtual) são válidas para
todas as distâncias do objeto em relação ao espelho divergente.
Esses espelhos são geralmente usados em lojas para fornecer aos
funcionários na frente da loja uma ampla visão nos corredores
abaixo e para o espelho retrovisor externo do lado do passageiro
nos automóveis.
No caso de um espelho divergente, o comprimento focal f
é negativo, já que o ponto focal do espelho está no lado oposto
ao do objeto. Um valor negativo também é atribuído ao raio de
uma espelho divergente. Assim, (b)
Figura 1.25 (a) Raios de luz paralelos refletidos a partir de um espe-
lho esférico divergente. (b) As setas correspondem aos raios de luz,
com as linhas pontilhadas representando os raios de luz extrapolados.
A distância ao objeto do é sempre tomada como positiva. Rear-
ranjando a equação dos espelhos (equação 1.6), que também é
válida para um espelho divergente, obtemos
1.1 Pausa para teste
(1.8) Você se encontra a 2,50 m em
frente de um espelho diver-
Se do é sempre positivo e f é sempre negativo, di é sempre negativo. Aplicando a equação 1.7
gente com comprimento focal
para a ampliação, percebemos que m é sempre positivo. Examinado a Figura 1.26 também f = −0,500 m. O que você vê no
notamos que a imagem é sempre reduzida em tamanho. Dessa forma, um espelho divergente espelho? (A resposta “Eu mes-
(mesmo que do > ) sempre produzirá uma imagem virtual, ereta e reduzida. mo” não é boa o suficiente!)
20 Física para Universitários: Óptica e Física Moderna

Espelho
R
f

ho hi
do F C
di

Figura 1.26 Imagem formada por um objeto colocado defronte um espelho esférico divergente.

EXEMPLO 1.2 Imagem formada por um espelho convergente


Considere um objeto de 5,00 cm de altura colocado a 55,0 cm de um espelho convergente com
distância focal 20,0 cm (Figura 1.27).

Figura 1.27 Um objeto (seta ver-


de) que forma uma imagem através
de um espelho convergente.

PROBLEMA 1
Onde é formada a imagem?

SOLUÇÃO 1
Podemos usar a equação do espelho para achar a distância da imagem di em termos da distância
do objeto do, e da distância focal do espelho f,

Foi especificado que o espelho é convergente, assim o comprimento focal é positivo. A distância
da imagem é

1.1 Exercícios
PROBLEMA 2
de sala de aula Qual é o tamanho e a orientação da imagem formada?
Um pequeno objeto é posicio-
nado em frente a um espelho SOLUÇÃO 2
convergente de raio R = 7,50 A ampliação é dada por
cm de forma que a distância da
imagem iguala-se à distância do
objeto. A que distância o pe-
queno objeto está do espelho? onde ho é a altura do objeto e hi é a altura da imagem formada. A altura da imagem é então

a) 2,50 cm
b) 5,00 cm
A ampliação lateral é
c) 7,50 cm
d) 10,0 cm
e) 15,0 cm Assim, a imagem formada é invertida e reduzida.
Capítulo 1 Óptica Geométrica 21

Aberração esférica
As equações que demonstramos para espelhos esféricos e

se aplicam somente para raios de luz que estão próximos ao eixo

óptico. Se os raios de luz estão longe do eixo óptico, eles não serão focalizados
através do ponto focal do espelho, levando a uma distorção da imagem. Estri-
tamente falando, não há um ponto focal preciso nessa situação. Essa condição
é chamada de aberração esférica.
A Figura 1.28 mostra vários raios de luz próximos do eixo óptico inci-
dente no espelho esférico convergente. Os raios incidentes mais longe do eixo
óptico são refletidos de modo que eles atravessam o eixo óptico mais próximo
ao espelho do que os raios que incidem sobre o espelho mais próximo ao eixo.
Conforme os raios aproximam-se do eixo óptico, eles são refletidos através de Figura 1.28 Raios de luz paralelos incidentes sobre um
espelho esférico convergente, mostrando a aberração
pontos cada vez mais próximos ao ponto focal.
esférica.

DEMONSTRAÇÃO 1.2 Aberração esférica para espelhos convergentes


Até agora assumimos que os raios de luz paralelos ao eixo óptico e que estão próximos ao
eixo são refletidos de forma que cruzam o eixo óptico no ponto focal do espelho. O ponto R
focal se encontra na metade do raio de curvatura do espelho. Entretanto, os raios de luz 2
R

que estão longe do eixo óptico não são refletidos através do ponto focal. Para derivar uma 2
d
expressão para o ponto no qual os raios paralelos que estão afastados do eixo óptico cru- 
C F
zam o eixo, desenhamos a seguinte geometria na Figura 1.29.
x y
Partimos de um raio de luz paralelo ao eixo óptico e a uma distância d deste. O raio
se reflete e cruza o eixo a uma distância y do espelho. O raio faz um ângulo  em relação à
normal à superfície do espelho, o qual é o raio R do espelho esférico. A lei da reflexão nos diz
que o ângulo de incidência do raio sobre a superfície do espelho é igual ao ângulo de reflexão.
Defina a distância do centro do espelho esférico ao ponto no qual o raio refletido
cruza o eixo óptico como x. Desenhe uma linha do ponto onde o raio cruza o eixo per-
pendicular à normal. Isso forma dois triângulos retângulos congruentes com ângulo , Figura 1.29 Geometria para a aberração es-
hipotenusa x, e lados adjacentes R/2, tal que férica de um espelho esférico convergente.

Podemos expressar também  em termos de d como

A distância y é dada por

Relembrando a identidade trigonométrica cos(sen–1(x)) = podemos reescrever nosso resul-


tado para y como

Continua →
22 Física para Universitários: Óptica e Física Moderna

1.2 Pausa para teste Podemos ver que para d R, 1 ⫺ (d/R)2 艐 1 e y 艐 R/2, o que concorda com a equação 1.5. Pode-
mos fazer uma aproximação melhor utilizando a expansão em série de Maclaurin
Considere um espelho esférico
convergente com R = 7,20 cm
sem assumir que os raios de luz
incidentes estão próximos do
Tomando x ⫽ (d/R) 1, podemos fazer a aproximação
eixo óptico do espelho. Entre-
tanto, os raios incidentes são
paralelos ao eixo. Calcule a posi-
ção na qual os raios de luz refle-
tidos interceptam o eixo óptico
se os raios incidentes estão Assim, a quantidade de aberração esférica é dada aproximadamente por
a) 0,720 cm afastado do eixo
óptico.
b) 0,800 cm afastado do eixo
óptico.
c) 1,80 cm afastado do eixo
óptico.
d) 3,60 cm afastados do eixo Espelhos parabólicos
óptico. Os espelhos parabólicos têm uma superfície que reflete a luz de uma fonte distante para o pon-
to focal incidente em qualquer lugar sobre o espelho. Assim, todo o tamanho do espelho pode
ser usado para coletar luz e formar imagens que não sofrem de aberração esférica. A Figura
1.30 mostra raios de luz vertical incidentes sobre um espelho parabólico. Todos
os raios são refletidos através do ponto focal do espelho.
Se uma parábola é descrita por uma equação y(x) = ax2, então seu ponto focal
y está localizado no ponto (x = 0, y = 1/(4a)). Seu comprimento focal é, portanto,

(1.9)
Os espelhos parabólicos são mais difíceis de fabricar do que espelhos esféri-
cos e são mais caros. Os maiores telescópios refletores usam espelhos parabólicos
f de forma a evitar aberração esférica. Muitos faróis de automóveis usam refletores
parabólicos com a mesma ideia, mas enviam luz no sentido oposto: a fonte de
luz é colocada no ponto focal, e o refletor envia luz para fora em um feixe forte
paralelo ao eixo óptico, conforme ilustrado na Figura 1.31. No entanto, em um
futuro não muito distante, faróis de automóveis incandescentes irão provavel-
mente ser trocados por faróis de LED, que usarão pequenas lentes para realizar
a mesma tarefa.
A Figura 1.31(a) mostra a luz alta e a luz baixa dos faróis de um veículo. Os
x
refletores parabólicos para os faróis são facetados. Uma face é uma área plana so-
bre o refletor. Essas faces ajudam a produzir a distribuição de luz necessária para
Figura 1.30 Raios de luz refletidos por um espelho
os faróis. A Figura 1.31(b) mostra a lâmpada de luz para o feixe de luz do farol no
parabólico.
foco do espelho parabólico, que funciona como um refletor para a luz produzida
pela lâmpada, formando um feixe de luz paralelo e focalizado.

Refletor
parabólico

Figura 1.31 (a) Montagem do farol


para um carro. A luz da esquerda é
a luz baixa, e a luz da direita é a luz
alta. (b) O desenho mostra a luz alta Bulbo de luz
com a lâmpada no foco do refletor
parabólico. (a) (b)
Capítulo 1 Óptica Geométrica 23

As antenas de TV por satélites ("discos") encontradas em muitos 1

telhados também têm forma parabólica. Esses discos de satélites não


1
'
~ ''
são espelhos no sen tido de que eles não refletem luz visível de forma '
especular. Mas eles ainda são espelhos parabólicas na faixa de compri-
mentos de onda usada para transmissão de TV por satélite.
dy
Parábolas de rotação
Para aplicações ópticas de precisão, obviamente é melhor ter espelhos
parabólicas. Por exemplo, no Capítulo 2 veremos que espelhos para-
bólicas enormes são usados em telescópios. Uma maneira muito inte-
-mgy
ressante de fabricar espelhos parabólicas é colocando um líquido em
movimento de rotação. Em cada ponto sobre a superfície do líquido, a Figura 1.32 Geometria de uma parábola em rotação e diagrama
superfície será perpendicular à força do fluido agindo sobre aquele ele- de corpo Livre para um elemento de fluido da superfície. A força
mento de superfície. Esta força Fdeve ser somada à força da gravidade F exercida pelo fluido sobre o elemento de superfície é mostrada
agindo no elemento de superfície, - mg)'para fornecer a força centrípe- em magenta. Ele precisa equilibrar a força da gravidade (verme-
lho) e fornecer a força centrípeta (verde) necessárias para man-
ta resultante, a qual é necessária para manter o elemento de superfície
ter o elemento se movendo em uma t rajetória circular.
sobre uma trajetória circular (Figura 1.32). No sistema de coordenadas
xy escolhido aqui, a força centrípeta é - rnú/xx.
o ângulo e do elemento de superfície em relação à horizontal é dado por e= dy!dx (veja
~igura 1.32). O mesmo ânguJ~pode também ser usado para expressar as componentes da força 1.3 Pausa para teste
F . A componente vertical de F tem que equ ilibrar a fo rça da gravidade, e a componente hori- Mostre que a derivada de y(x) =
zontal tem que fornecer a força centripeta resultante, (w2 /2g}x2 para a superfície de
Fcos9=mg um líquido em rotação pode ser
obtida a partir de argumentos de
F sen O= m<ix. conservação de energia.
Dividir essas duas equações uma pela outra leva a e= (wJg)x. Anteriormente, nós mostramos
e
que = dy!dx, assim

dy w2
-=-X.
dx g
Integrando, en tão, resulla na fo rma desejada para a superfície

w2 2
y(x)=-x,
2g
2
que é uma parábola. Como o comprimento focal de uma parábola do tipo y = ax éf = l / (4a), o
comprimento focal deste espelho parabólico obtido de um líquido em rotação é

f=_L.
2w2
A rotação de superfícies liquidas tem sido usada com sucesso para construir grandes es-
pelhos para telescópios. Um espelho desse Lipo é mostrado na Figura 1.33. Neste momento, há
projetos para construir uma versão bem maior desse tipo de telescópio na Lua. Mesmo que por
enquanto isto possa parecer ficção científica, um telescópio desse tipo seria muito mais barato
de construir do que um com espelho sólido. Como não há aLmosfera na Lua, o telescópio não
sofreria os efei tos da distorção atmosférica ocasionada em todos os telescópios baseados na Figura 1.33 Telescópio de espelho
superfície da Terra. E ele pode ser construído em uma escala muito maior do que é possível líquido da University of British Co-
com os telescópios baseados em satélites Lipo o Telescópio Espacial Hubble. (Falaremos sobre lumbia.
telescópios com muito mais detalhes no Capítulo 2.)

11.2.3 Exercidos de sala de aula l Suponha que você tem um t elescópio de espelho líquido de comprimento focalJ;, e você quer
dobrar esse comprimento focal. Que ajustes você t em que fazer à velocidade angular de rotação de
seu espelho líquido?
a) reduzi-la por um fator de 0,5 b) reduzi-la por um fator de 0,707 c) mantê-la igual
d) aumentá-la por um fator de 0,707 e) aumentá-la por um fator de 2
24 Físiica para Universitários: Óptica e Física Moderna

A luz viaja a velocidades diferentes em materiais opticamente transparentes. A razão da ve-

1
Índices de refração
locidade da luz no vácuo dividido pela velocidade da luz no material é chamada de índice de
para alguns materiais
refração do material. O índice de refração n é dado por
comuns*
e
Índice de n =- , (1.10)
V
Material refração
onde e é a velocidade da luz no vácuo e v é a velocidade da luz no meio. A velocidade da luz em
Gases um meio físico tal como vidro é sempre menor do que a velocidade da luz no vácuo. Assim, o
Ar 1,000271 índice de refração de llffi material é sempre maior do que ou igual a 1, e por definição, o índice
Hélio 1,000036 de refração do vácuo é 1. A Tabela 1.2 lista os índices de refração de alguns materiais comuns.
Dióxido de Car- 1,00045 Em geral, o índice de refração é uma função do comprimento de onda da luz, mas a tabela for-
bono nece os valores para a luz visível. Voltaremos à dependência do comprimento de onda no fim
Líquidos desta seção na discussão sobre dispersão cromática.
Agua 1,333 Quando a luz atinge a superfície limite entre dois materiais transparentes, parte dela é
Álcool metílico 1,329 refletida, mas normalmente parte da luz cruza o contorno para o outro material e é refratada
Álcool etílico 1,362 no processo. Refração significa que os raios d e luz não viajam em uma linha reta durante a
Glicerina 1,473 passagem e um meio para outro, mas mu am e ireção. Quan o a uz cruza uma super cie
partindo de um meio com um índice de refração menor n 1 para um meio com um índice de
Benzeno 1,501
r efração maior n 2 os raios de luz alteram sua direção desviando-se no sentido da normal à
Óleo típico 1,5
s u perfície (Figura 1.43). Mudança de direção n o sentido da normal significa que o ângulo de
Sólidos
refração() 2 é menor do que o ângulo de incidên cia ()e
Gelo 1,310
A Figura 1.35 mostra raios de luz reais no ar íncidentes sobre uma superfície limite entre
Fluoreto de cálcio 1,434
ar e vidro. Os raios de luz são refratados no sentido da normal. A luz refletida também pode
Quartzo fundido 1,46 ser observada.
Sal 1,544 Quando a luz cruza uma superfície vinda de um meio com um índice de refração mais
Poliestireno 1,49 alto n1 para um meio com um ín dice de refração mais baixo nZ> os raios de luz são desviados, se
Acrílico típico 1,5 afastando da normal (Figura 1.36). Desviar afastando-se da normal indica que €J 2 > ()1 •
Vidro típico 1,5 A Figura 1.37 mostra raios de luz reais no vidro íncidente sobre a superfície entre vidro e
Quartzo 1,544 ar. Os raios de luz são refratados se afastando da normal.
Diamante 2,417 A partir das medidas dos ângulos de incid ência e de refração dos raios em meios com
diferentes índice de refração, podemos construir uma lei de refração baseada em observa-
• Para luz com comprimento de onda
de 589,3 nm
ções empíricas, a qual pode ser expressa
como

(1.11)
onde n 1 e () 1 são o índice de refração e o
ângulo de incidência (relativos à normal à
superfície) no primeiro meio, e n 2 e() 2 são o
índice de refração e o ângulo do raio trans-
mitido (relativos à normal à superfície) no
(a) segundo meio. Essa lei de refração também
nz >'li
1
1
1
1
1
1

(b)
Figura 1.35 (a) Raios de Luz refratada
quando cruzam a superfície entre ar e vi-
Figura 1.34 Raio de Luz refratados na superfí- dro. (b) Setas sobrepostas aos raios Lumi-
cie de separação de dois meios com n, < n 1• O nosos. As Linhas tracejadas são normais à Figura 1.36 Raios de Luz refratados na superfí-
raio refletido não é mostrado. superfície. cie entre dois meios ópticos com '\ > n1 .
Capítulo 1 Óptica Geométrica 25

é chamada de Lei d e Snell. Ela não pode ser provada usando somente óptica de raios;
entretanto, no Capítulo 3 esta lei será deduzida usando óptica ondulatória.
O índice de refração do ar é muito próximo de 1, conforme mostrado na Tabela 1.2, e
neste livro iremos assumir sempre que o índice de refração do ar n.,.. = 1. É muito comum
para a luz incidir em vários meios a partir do ar, dessa forma escrevemos a fórmula para
refração da luz incidente sobre uma superfície com índice de refração '1neio como

sen &ar
nmeio = (}
sen meio (1.12) (a)

e
onde ar é o ângulo de incidência (em relação à normal à superfície) para luz no ar e meio e
é o ângulo do raio de luz refratado (em relação à nor mal à superfície) no meio. Note que
e.,é sempre maior do que e meio!

Observe também que para a luz oriunda de um meio para o ar, a fórmula é a mesma
(equação 1.12)! Esse é um caso especial de uma regra geral obtida anteriormente: todos
os valores definidos pelo traçado de raios continuam válidos se o sentido dos raios de
luz é revertido. Por exemplo, mudando o sentido das setas sobre a linha vermelha na
Figura 1.36 ainda leva a um caminho fisicamente válido para um raio de luz que cruza a
fronteira entre os dois meios.

Figura 1.37 (a) Raios de Luz refratada quando


Principio de Fermat cruzam a superfície entre o vidro e o ar. (b)
Citamos há pouco que a Lei de Snell não pode ser provada somente com a óptica de Setas sobrepostas aos raios Luminosos. As Li-
raios. Mas há um q ualificador para essa afirmação, em que se você aceitar o Princípio nhas tracejadas são normais à superfície.
de Fermat, então a Lei de Sn ell emerge automaticamente. O Princípio d e Fermat, ou
princípio do menor caminho, conforme expresso por Fermat em 1657, afirma que a trajetória
realizada por um raio de luz entre dois pontos no espaço é o caminho que levar o men or tempo.
Como podemos provar a Lei de Snell dessa forma? O ponto-chave é a conexão entre a velo-
cidade da luz em um meio, v, e o índice de refração, n, que foi estabelecido na equação 1.10. Se a
luz se move em diferentes velocidades em dois meios, então o Princípio de Fermat é completa-
mente equivalente a vencer uma corrida de aquatlo, que nós já resolvemos no nosso livro Mecâ-
n ica, Capítulo 2, Exemplo 2.6, e no texto que segue. Naquele problema, calculamos o ângulo com
o qual um competidor d eve nadar para a costa numa corrida que consiste em nadar para a praia
(com uma dada velocidade) e correr ao longo da praia (com ou tra velocidade). Vencer a corrida
significa obter o menor tempo, que é exatamente o que postula o Princípio de Fermat.
Se você aceitou o Princípio de Fermat e quer provar a Lei de Snell, então tudo o que você
tem ue fazer é rever a solu ão ara o Exem lo 2.6. Mas, é claro,
você po e p ergunta r e on e vem o Princípio e Fermat. Usar o
tempo mínimo para vencer uma corrida parece óbvio. Porém, o que

d·~-~~
faz os raios de luz entender que eles devem ir do ponto A até o pon-
to B no menor tempo possível? A resposta para isso pode ser en-
contrada no Princípio de Huygens. Entretanto, para ganhar a com-
X
preensão da física por trás desse princípio, precisamos esperar até o
Capítulo 3, quando revisitaremos o modelo da luz como uma onda.

EXEMPLO 1.3 Profundidade aparente

Você está em pé à beira de um lago e olhando para a água em um ân-


gulo de (} 2 = 45,0º com a vertical conforme mostrado na Figura 1.38. d,J~-1
Você vê um peixe na lagoa. A profw1didade real do peixe é t-7't~~-- - - _ 1_ dreal

~-----!-
d,,,.i = l,50 m.

PROBLEMA
Qual é a profundidade aparente do peixe do seu ponto de vista?

SOLUÇÃO
Raios de luz do peixe são refratados na superfície da água para os Figura 1.38 Você está olhando para a superfície de um Lago em um
seus olhos em um ângulo de 45,0º conforme mostra a Figura l.38.
ângulo de 82 = 45,0° e vê um peixe sob a água. Os raios emitidos pelo
peixe que atingem os seus olhos são mostrados no cone semitranspa-
Continua -+ rente, com o centro da Linha do cone representado por uma Linha sólida.
26 Física para Unive rsit ários: Óptica e Física Moderna

Na figura, mostramos não somente um raio, mas uma coleção de raios emitidos de um ponto
sobre o corpo do peixe em torno do raio central (con e semitransparen te). Onde os olhos veem a
intersecção desses raios é onde localizamos o peixe.
A profundidade aparente do peixe está localizada ao longo da linha vermelha pontilhada mos-
trada na Figura 1.38 extrapolada da direção dos raios de luz conforme chegam em seus olhos. Esta
e
linha extrapolada faz um ângulo de 2 = 45,0° com a normal em relação à superfície da água.
Usando a Lei de Sn ell, podemos calcular o ângulo 02 que os raios de luz do peixe devem fazer
1.3 Exercidos
na superfície da água:
de sala de aula
Se o mesmo peixe que nada na
mesma profundidade é visto por Usan do n.,= 1,00 e n água = 1,333 da Tabela 1.2, podemos calcular [OJ
um observador diferente, e esse
outro observador vê o peixe sob
()1 = sen_, (sen
-- fJ2 ) = sen_, ( sen 45,0º) = 32,Oº .
um ângulo () 2 maior do que o
nágua 1,333
valor especificado mo Exemplo
1.3, então ele vê o peixe a uma Definimos a distância horizontal entre o ponto onde os raios de luz cruzam a superfície da água e
profundidade aparente que é o peixe como x, como mostrado na Figura 1.38. Podemos, então, definir o triângulo vermelho e o
a) maior do que a calculada no triângi.úo aztú. No triângtúo vermelho temos

Exemplo 1.3. X
tgfl2= - - - ,
b) a mesma que calculamos no d aparente
Exemplo 1.3.
e no triângulo aztú
c) menor do que aquela calcula-
X
da no Exemplo 1.3. tg 8, = - - .
d,eal
Resolvendo cada uma dessas duas equações para x e igualando tun a à outra, obtemos

que podemos resolver para a profundidade aparente do peixe:

1· t- - +1•1 ~/ =
(1.50 m ) tg(32,0°)
( ) = 0,937 m.
,/ d tg 45,0º
/
/
/

/
/ Assim, o peixe parece estar mais próximo da superfície da água do que ele realmente está.
/
/
/
/
/
/
/
/'.

º· -
n

(a)
PROBLEMA RESOLVIDO 1.2 Deslocamento dos raios de luz em
materiais transparentes
t-->-1•1 \-"' Um raio de luz no ar in cide sobre wna folha de material transparente com espessura t = 5,90 cm e
// d
/ com índice de refração n = 1,5. O ângulo de incidência é 8., = 38,5º (Figura l.39a}.
/
/
/
/

/
/
- - - -· PROBLEMA
8 d"f / / l} Qual é a distância d que o raio é deslocado após passar sobre a folha?
~"' L " meio

8~, -
~~ 11i~º------ SOLUÇÃO
n
PENSE
Os raios de luz são refratados para a normal conforme entram na folha transparente e se refratam
(b) afastando-se da normal quando deixam a folha transparente. Após passar pela folha, o raio de luz
Figura 1.39 (a) Raio de Luz inciden- é paralelo ao raio de luz incidente, mas está deslocado. Usando a Lei de Snell, podemos calcular
te sobre uma folha de material t rans- o ângulo de refração na folha transparente. Tendo este ângulo, podemos usar trigonometria para
parente com espessura t e índice de calcular o deslocamento dos raios de luz que passaram pela folha .
refração n. (b) Ângulos de incidência
e refração conforme o raio entra e sai DESENHE
da folha. A Figura l.39b mostra um desenho do raio de luz passando sobre mna folha transparente.
Capítulo 1 Óptica Geométrica 27

PESQUISE
O raio de luz incide sobre a folha com um ângulo e...
A Lei de Snell relaciona o ângulo incidente
e
ao ângulo refratado, meio• através do índice de refração do material transparente n,

sene.,
n=
senemeio (i)

Podemos resolver esta equação para o ângulo de refração:

(Jmeio = sen-1(-
sen8ar
n- ) .
-
(ii)
Chamemos de L a distância que o raio de luz percorre na folha transparente. Usando a Figura
l .39b, podemos relacionar a espessura t da folha com o ângulo de refração:

t
cosemeio =1· (iii)
Se ed,r é a diferença entre o ângulo de incidência e o ângulo de refração, conforme mostrado na
Figura l.39b, então

(iv)
Podemos ver na Figura l .39b que o deslocamento do raio de luz d pode ser relacionado à distância
que o raio de luz percorre na folha e a diferença entre o ângulo de incidência e o ângulo refratado,

(v)

SIMPLIFIQUE
Podemos combinar as três equações anteriores (ii), (iii) e (iv) para obter

d = L sen Owr = t sen (e., - emeio) .


cosOmeio
o nde, da equação (i)

emeio =sen -l (
- n- J.
senear
-

CALCULE
Calculamos primeiro o ângulo de refração, usando a equação (i)

_1[sen (38,5º) ] 0
(}meio = sen = 24,5199 .
1,50

Depois calculamos o deslocamento dlo raio de luz, usando a equação (v)

d= 5,90
( cm ) sen (38,5º -24,519, 9º) = l,:>~6663 cm.
cos 24,5199°

ARREDONDE
Registramos nosso resultado com três algarismos significativos,

d = l,57 cm.

SOLUÇÃO ALTERNATIVA
Se o raio de luz incidisse perpendicularmente sobre a folha (Oar = 0°), o deslocamento do raio
seria zero. Para calcular qual seria o deslocamento no limite conforme o ângulo de incidência se
aproxima de (}ar = 90º, podemos reescrever a equação (v) como

tsen(e., - 9 meio) sen e., cosemeio-cose., sen8mcio


d = ----''-------'-· = t ,
cosemcio cosOmcio Continua ---+
28 Física para Universitários: Óptica e Física Moderna

1.4 Exercidos usando a identidade trigonométrica sin (a-/3) =sen a cos f3 - cosa sen {3. Tomando 8ar = 90º, obtemos
de sala de aula
d = t l(cos8mcio )- O(senOmcio) t.
No problema resolvido 1.2,
cosOmeio
assumimos que o material
transparente estava imerso no Portanto, nosso resultado deve estar entre zero e a espessura da folha. Nosso resultado é d = 1,57
ar. Se o colocarmos imerso em cm, comparado com d = 5,90 cm paraª' = 90º, assim ele parece consistente.
outro material, digamos água, o
que você deveria esperar para o
deslocamento do raio de luz sob
o mesmo ângulo de incidência? Reflexão interna total
Assuma que o índice de refração Agora vamos considerar a luz viajando em um meio óptico com índice de refração n 1 e que
daquele material transparente cruza o limite com outro meio óptico com um índice de refração n 2 tal que n2 < n 1• Nesse caso,
ainda é maior do que o da água. a luz é curvada se afastando da normal. Conforme aumentamos o ângulo de incidência 8 1, o
a) Ele será maior. ângulo da luz transmitida 82 se aproxima de 9á'. Quando 8 1 excede o ângulo para o qual 82 =
90°, ocorre reflexão interna total em vez de refração; toda a luz é refletida internamente. O
b) Ele será o mesmo.
e
ân ulo crítico e para o qual se tem reflexão interna total é dado por
c) Ele será menor.
"'2 sen Oi sen ec
-=--=---
n1 sen 02 sen 90º

ou

(1.13)
já que sen 90º = 1. Você pode perceber dessa equação que a reflexão interna total pode ocorrer
somente para luz viajando através de um meio com um índice de refração maior para um meio
com um índice de refração menor, pois o seno do ângulo não pode ser maior do que 1. Para
ângulos menores do que O~ parte da luz é refletida e parte é transmitida. Para ângulos maiores
do que ec,toda a luz é refletida e nada é transmitido.
Se o segundo meio é o ar, então podemos fazer~ = 1 e obter uma expressão para o ân-
gulo crítico para reflexão interna total para luz deixando um meio com índice de refração n e
entrando no ar:

1
sene, = -
n (1.14)

A reflexão interna total é ilustrada na Figura 1.40. Nessa figura, raios de luz estão viajando em
vidro com índice de refração n da direita embaixo para a esquerda em cima. Na Figura l.40a, raios
de luz estão incidindo no contorno entre vidro e ar e são refratados de acordo com a Lei de Snell.
Na Figura l.40b, raios de luz estão incidindo sobre o contorno sob o ângulo crítico de reflexão
interna total, 8{ Nesse ângulo, os raios refratados têm um ângulo 8 2 = 90º, conforme ilustrado pela
seta tracejada. Os raios de luz na Figura l.40c estão incidindo sobre o contorno com um ângulo
e
maior do que o ângulo crítico de reflexão interna total, 8.> e> e assim toda luz é refletida.

Ar Ar

(a) (b) (e)


Figura 1.40 Raios de luz viajando através do vidro com índice de refração n da direita embaixo para a
esquerda em cima estão incidindo no contorno entre vidro e ar. Os painéis de cima são fotos e os painéis
de baixo são desen os i ustrando as trajetórias dos raios e luz. a A uz é re ratada no contorno. Uma
pequena quantidade de luz também é refletida no contorno, mas é muito fraca para ser vista na foto.
(b) A luz está incidindo sobre o contorno sob o ângulo crítico para reflexão interna total. (c) A luz é
totalmente refletida de volta no contorno.
Capítulo 1 Óptica Geométrica 29

Fibra óptica
Uma aplicação importante da reflexão interna total é a transmissão da luz cm fib ras ópticas. A
luz é injetada cm uma fibra sempre que o ângulo de incidência na superfície externa da fibra é
maior do que o ângulo crítico para reflexão interna total. A luz é então transportada pelo com-
primento da fibra conforme ela ricocheteia repetidamente dentro da fibra óptica. Dessa forma,
fibras ópticas podem ser usadas para transportar luz de uma fonte para um destino. A Figura
1.41 mostra um maço de fibras ópticas com o final das fibras apontando para a câmcra. A outra
extremidade das fibras ópticas está conectada a uma fonte de luz. Note que as fibras ópticas
podem transportar luz em outras direções e não apenas em uma linha reta. A fibra pode ser cur-
vada tanto quanto o raio de curvatura da dobra não seja pequeno o suficiente para permitir que Figura 1.41 Luz transportada de
a luz viajando na fibra óptica tenha ângulos de incidência O; menores do que 8 e Se~ <e~ a luz uma fonte de Luz pela fibra óptica.
será absorvida pelo revestimento cm torno da superfície da fibra. Esses argumentos se aplicam a
fibras ópticas com diâmetros do núcleo maiores do que 10 µ m, isto é, um núcleo com diâmetro
grande comparado ao comprimento de onda da luz.
Um tipo de fibra óptica usada para comunicação digital consiste em um núcleo de vidro
envolto por revestimento feito de vidro com um índice de refração menor do que o do núcleo.
O revestimento é então coberto para prevenir danos (Figura 1.42).
Para uma fibra óptica comercial tíípica, o material do núcleo é de Sieli dopado com Ge para
aumentar o índice de refração. A fibra óptica comercial típica pode transmitir luz por 500 m
com pequenas perdas. A luz é gerada usando-se díodos emissores de luz (LEDs) para produzir
luz com longo comprimento de onda. A luz é gerada por pulsos curtos. Pequenas perdas de luz
não afetam o sinal digital porque os sinais digitais são transmitidos como bits binários em vez
de sinais analógicos. O tanto quanto esses bits forem registrados corretamente, a informação
é transmitida impecável, em contraste com os sinais analógicos, que seriam imediatamente
degradados com qualquer perda no sinal. A cada 500 mos sinais são recebidos, amplificados e
retransmitidos. Dessa forma, altas taxas de transmissão de dados que são imunes à interferên-
cia podem ser transmitidas por longas distâncias. Esse cenário explica a física por trás da fibra
óptica que é o suporte principal da internet moderna.
Ffüras ópticas também são usadas para transmissão de sinais analógicos, se a distância so-
bre a q ual o sinal tem que ser transportado não é muito grande, somente de uns poucos metros.
Uma aplicação de transmissão de sinais analógicos via fibra óptica é o endoscópio, e dispositivos
similares como o boroscópio. Um endoscópio é utilizado para olhar dentro do corpo humano
sem a necessidade de cirurgia, enquanto o boroscópio é utilizado para ver locais pequenos e de

Revestimento

Figura 1.42 A estrutura de uma fibra


óptica incorporando reflexão interna
total.

Lente

Fo nte de Luz

Figura 1.43 (a) Um endoscópio. (b)


Uma imagem de dentro do estômago
(a) (b) usando um endoscópio.
30 Física para Universitários: Óptica e Física Moderna

difícil acesso em máquinas. Um endoscópio típico é mostrado na Figura 1.43a. O endoscópio


usa pequenas le ntes para produzir uma imagem da área de interesse. A imagem produzida pelas
lentes é focalizada em uma extremidade d e um punhado de centenas de fibras ópticas. Esse
punhado de fibras ópticas tem um diâmetro pequeno e é flexível o suficiente para ser inserido
dentro do corpo humano através de vários orifícios, como o esôfago. Cada fibra transporta um
pixel de imagem para a outra extremidade do punhado de fibras ópticas onde uma segunda len-
te reproduz a imagem que está sendo vista pelo profissional da área da saúde. Um endoscópio
pode ter de 7.000 a 25.000 fibras produtoras de imagem. Além disso, outro conjunto de fibras
ópticas transporta luz para iluminar a região de interesse. Em geral, a extremidade final do en-
doscópio pode ser remotamente articulada para observar as áreas desejadas.

PROBLEMA RESOLVIDO 1.3 j Fibra óptica


Considere uma longa fibra óptica com índice de refração n = 1,265 que está cercada por ar - não
há revestimento. A extremidade da fibra é polida para ser plana e perpendicular ao comprimento
da fibra. Um raio de luz de um laser incide do ar no centro da face circular da fibra óptica.

PROBLEMA
Qual é o ângulo máximo de incidência para este raio de luz que será confinado e transportado
pela fibra óptica? Despreze qualquer reflexão quando a luz penetra na fibra.

SOLUÇÃO
PENSE
O raio de luz será refratado conforme entra na fibra óptica. Uma vez dentro da fibra óptica, se o
ângulo de incidência sobre a superfície da fibra óptica é maior do que o ângulo crítico para refle-
xão interna total, então a luz é transmitida sem perda.

DESENHE
A Figma 1.44 mostra um desenho do raio de luz entrando na fibra óptica e se refletindo na
sutperfície interna.

PESQUISE
Figura 1.44 Luz entrando numa fibra óptica O ângulo crítico para reflexão interna total (}e na fibra para luz vinda do ar é dado por
e perfazendo reflexão interna total.
l
senOc = - ,
n ro
onde n é o índice de refração da fibra óptica. Para a luz entrando na fibra óptica, a Lei de Snell nos
diz que uma vez que n., = l ,

sen (}ar = n sen (}me-.« (ii)


onde (}meio é o ângulo do raio de luz refratado na fibra. Da Figura 1.44 podemos ver que

(}meio= 90º - (}e· (iii)

SIMPLIFIQUE
Podemos resolver a equação (ii) para obter o ângulo máximo de incidência,

Usando a equação (iii) podemos escrever

e., = -•cn sen(90º -


sen (} )) = sen -•cn cos 8)
onde usamos a identidade trigonométrica sen(9<f - a) = cos a . Podemos usar a equação (i) para obter
Capítulo 1 Óptica Geométrica 31

CALCULE
Colocando os valores numéricos, temos

ARREDONDE
Registramos nosso resultado com quatro algarismos significativos, pois o índice de refração foi
dado com essa precisão:

e,r=50,78°.
SOLUÇÃO ALTERNATIVA
O ângulo crítico para reflexão interna total para a fibra óptica é

1
e,= sen- 1 ( -1,265
- ) =52,23º.

A Lei de Snell na entrada da fibra óptica nos fornece

_ _ 1 [sen(so,78º)] -
emeio - sen - 37,770 .
l ,265

Logo, 8meio = 37,77° = 90° - 8c = 90° - 52,23 º = 37,77 ~ e nosso resultado parece coerente.

Miragens
Miragens são geralmente associadas com viagens em desertos. Parece q ue vemos um oásis com
água a distância. Quando nos aproximamos deste lugar aprazível, ele desaparece. Entretanto,
não é preciso viajar pelo deserto para observar o fenômeno. Em geral, podemos enxergar uma
miragem quando estamos viajando por uma longa autoestrada em um dia muito quente. Um
exemplo de tal miragem é mostrado na Figura 1.45a.
A miragem é causada pela refração no ar próximo à superfície da estrada quente. O ar próxi-
mo à superfície da estrada está mais quente do que o ar afastado da superfície. Como mostrado na
Figura 1.45b, o índice de refração do ar diminui conforme s ua temperatura se eleva. Portanto, o ar
próximo à estrada tem um índice de refração menor do que o ar mais frio acima dele. Quando a luz
de objetos distantes passa através dessa camada, ela é refratada para cima, como ilustrado na Figura
l .45c. A aparência de água é criada por luz refratada do céu. Vemos a imagem como se fosse luz
refletida a partir da superfície da água, como pode ser notado da Figura 1.45a. Outros objetos tam-
bém são visíveis na miragem mostrada na Figura 1.45a, tais como árvores e faróis de automóveis.
Mantendo-se em movimento, rapidamente percebemos que não há água sobre a pista.

1,00030
1,00028
:;;1,00026
e::
1,00024
1,00022
1,000200
20 40 60 80
T (ºC)
Figura 1.45 (a) Uma miragem na estrada
(b) quente. Parece haver água sobre a pista e
Objeto os objetos parecem refletidos a partir da
distante superfície da água. (b) Índice de refração

~:±::::::3
(a) do ar como uma função da temperatura.
Esraaiiêie. menor Ti_ .,,
Imagem
(e) Diagrama de raios mostrando luz de
um objeto distante sendo refratada pela
aparente camada de ar próxima à superfície da es-
(e) t rada quente.
32 Física para Universitários: Óptica e Física Moderna

Dispersão cromática
O índice de refração de um meio óptico depende do comprimento de onda da luz viajando na-
quele meio. A dependência do índice de refração com o comprimento de onda da luz significa
que luz de d iferentes cores é refratada diferentemente na interface entre dois meios ópticos.
n
Esse efeito é chamado de disper são cromática.
Em geral, o índice de refração para um dado meio óptico é maior para pequenos com -
primentos de onda do que para comprimentos de onda maiores. Portanto, a luz azul é mais
refratada do q ue a luz vermelha. Podemos notar que (}b < (}, na Figura 1.46.
Figura 1.46 Dispersão cromática A luz branca consiste da superposição de todos os comprimentos de onda visíveis. Quan-
para luz refratada através da superfí- do um feixe de luz branca é proje tado através de um prisma de vidro (Figura 1.47), a luz branca
cie ent re dois meios ópticos. incidente é separada nos diferentes comprimentos de onda visíveis, pois
cada comprimento de onda é refratado em um ângulo diferente. A Fi-
gura 1.47 mostra três raios refratados, para luz vermelha, verde e azul,
mas a luz branca contém um contínuo de comprimentos de onda, como
podemos observar em um arco-íris.
Um arco-íris é um exemplo comum de dispersão cromática (Figura
1.48). Quando gotas de ar estão suspensas no ar e você observa as gotas
de água com o Sol nas costas, você vê um arco-íris. A luz branca do Sol
penetra na gota de água, se refrata na superfície da gota, e é transmiti-
da através da gota para o outro lado. Aq ui há reflexão interna total, e é
transmitida novamente para a superfície da gota, onde deixa a gota e de
novo é refratada. Nos dois passos da refração, o índice de refração é di-
ferente para comprimentos de onda distintos. O índice de refração para
luz verde é 1,333, enquanto o índice de refração para luz azul é 1,337,
Figura 1.47 A luz branca incidindo sobre um prisma de vi- e para a vermelha é 1,331. Ocorre um contínuo de índices de refração
dro é separada nas suas cores componentes pela dispersão para todas as cores.
cromática. Um arco-íris típico é mostrado na Figura 1.1, onde você pode ver
a luz azul na parte interna do arco-íris e a luz vermelha na parll:e exter-
na. O arco do arco-íris apresenta um ângulo médio de 42° em relação à direção do Sol. Outra
característica do arco-íris é evidente nesta fotografia: a região interna do arco-íris parece
mais brilhante do q ue as regiões externas do arco. Você pode entender esse fenômeno obser-
vando a trajetória que os raios de luz percorrem confor me são refratados nas gotas de chuva
(Figura 1.49).
Você pode ver apartir desse diagrama que a maior parte da luz que é refratada e refletida
de volta para o obser vador tem um ângulo menor do que 42º . Para ângulos menores do que
42º, a maior parte da luz é refratada e refletida de volta para o observador, embora não haja
uma separação observável dos com primentos de onda porque as cores dispersadas por um raio
se misturam com as cores dispersadas por outro raio e formam luz branca. Para ângulos gran-
des, não h á luz enviada de volta para o observador por esse processo - dessa forma, do lado
Figura 1.48 A dispersão cromática externo do arco do arco-íris aparece muito menos luz. Mesmo assim alguma luz ainda aparece
em uma gota de água esférica produz lá porque é espalhada por outras fontes.
um arco-íris.
A Fi ra 1.1 também tem um arco-íris secundário. O arco-íris
- --- - -------------------- ~ - , secundário aparece com um ângulo maior do que o arco-íris primário,
42º)/ e nele a ordem das cores é invertida. O arco-íris secundário é criado
/
/
/
por luz que se reflete duas vezes dentro das gotas de chuva (Figura
/
,, /
/

1.50). Em contraste com a situação mostrada na Figura 1.48, quando o


/

/
/ raio na Figura 1.50 atinge a gota pela terceira vez (após uma refração
/

/
/ e uma reflexão), nem toda a luz se refrata e deixa a gota. Ao contrá-
/
/ rio, uma parte dela perfaz reflexão interna total novamente e então se

/
/ " refrata para fora da gota, formando o arco-íris secundário. Na Figura
1.50, é possivel notar q ue o ângulo com que emergem os raios azul e
vermelho é invertido comparado com o raio azLui e com o vermelho
da Figura 1.48 para o arco-íris primário. Para o arco-íris secundário
também há um ângulo preferido, nesse caso de aproximadamente 50º,
Figura 1.49 Trajetórias percorridas por raios de luz paralelos em no qual os raios paralelos entrando na gota se espalham para o arco-
uma gota de água esférica. -íris secundário.
Capítulo 1 Óptica Geométrica 33

Arco-íris
secundário

Figura 1.50 Dispersão cromática e dupla refração em Arco-íris


uma gota de chuva produzindo o arco-íris secundário. primário

Figura 1.51 Geometria do espalhamento da luz na formação dos arco-íris


primário e secundário.

Finalmente, combinando nossas observações para os arco-íris primário e secundário 1.5 Exercidos
leva a um entendimento quantitativo do fenômeno físico por trás da Figura 1.1. Os ângu- de sala de aula
los observados dos arco- íris primário e secundário em relação ao Sol são mostrados na
Figura 1.51. A luz do Sol atinge um pedaço
de vidro sob um ângulo de in-
cidência de €J ; = 33,4°. Qual é a
Polarização por reflexão diferença no ângulo de refração
Agora vamos lidar com uma forma de criar luz polarizada, ou pelo menos parcialmente po- entre o raio de luz vermelha
larizada. Quando a luz é incidente a partir do ar em um meio óptico tal como vidro ou água, (À. = 660,0 nm) e o raio de luz
parte da luz é refletida e parte da luz é refratada. A luz refletida nessa situação é parcialmente violeta (À= 410,0 nm) dentro
polarizada. Quando a luz é refletida em certo ângulo, chamado d e ângulo de Brew ster' eB, a luz do vidro? O índice de refração
refletida é completamente polarizada na horizontal, conforme ilustrado na Figura 1.52. para luz vermelha é n = 1,520,
e o índice de refração para luz
O nome ângulo de Brewster foi dado após o físico escocês Sir David Brewster (1781-1868)
violeta é n = 1,538.
ter demonstrado este efeito em 1815. O ângulo de Brewster ocorre quando os raios refletidos
são perpendiculares aos raios refratados. A Lei de Snell dos diz que a) 0,03° d) 0,26°

n arsene B = n vidro Sene r , b) 0,12° e) 0,82°

onde e, é o ângulo do raio refratado. A Figura 1.52 mostra que c) O, 19°


'---
180° =eB +e + 90° r

pois os raios refletidos e os raios refratados são perpendiculares um ao Não polarizada Polarizada perpendicular
ao plano de i11cidência
outro. Essa relação entre os â ngulos pode ser escrita como

e = 90º -
r eB. l\idro "" 1,5
Substituindo isso na Lei de Snell resulta em

n., Sen€J B = n vidro Sen(9Qº - €JB) = n vidro COS(€J 8 ), Parcialmente polarizada paralela
o que pode ser rearranjado para finalmente obtermos ao plano de incidência

Figura 1.52 A luz não polarizada incide do ar no vidro.


nvidro _ t (e ) Quando o ângulo de incidência é igual ao ângulo de Brews-
- - - g B'
nar (1.15) te r, €J B' a luz refletida é 100% polarizada perpendicular ao
onde fizemos uso da ident idade trigonométrica tg8 = sene!cos8. A equação plano de incidência. A luz refratada é parcialmente polariza-
da paralela ao plano de incidência.
1.15 é chamada de Lei de Brewster.
O fato de que a luz no ar, refletida a part ir de superfícies como a água,
ser de forma parcial polarizada horizontalmente significa que aquele brilho da luz do Sol na
superfície da água pode ser bloqueado por óculos de sol cobertos com filtro cuja polarização
permita somente a passagem de luz verticalmente polarizada através dele.
34 Física para Universitários: Óptica e Física Moderna

O QUE JÁ APRENDEMOS 1 GUIA DE ESTUDO PARA EXERCÍCIOS

• O ângulo de incidência é igual ao ângulo de reflexão, 9; = 9, . • A luz é refratada (muda de direção) ao cruzar a interface en-
tre dois m eios com diferentes índices de refração. Essa refra -
• A distância focal de urn espelho esférico é igual à metade do
o
ção é governada pela Lei de Snell: n 1 sen 1 = '1i sen T e
raio de curvatura./= f R. O raio R é positivo para espelhos • O ângulo crítico para reflexão interna total na interface en-
convergentes (côncavos) e negativo para espelhos divergentes
tre dois meios com djferentes índices de refração é dado por
(convexos). n
sen ec= ___!__ (r1i::;; n,).
• Para imagens formadas com espelhos esféricos, a distância do n,
objeto, a distância da imagem e a distância focal do espelho • O ângulo de Brewster, O8 , é o ângulo de incidência de luz a
partir do ar para um meio com índice de refração maior na
- re1acwna
estao . - d o espelh o, - 1 + -1= -.
d as pela equaçao 1
qual a luz refletida está completamente polarizada na direção
do di J
horizontal O ângulo é dado pela Lei de Brewster: tg 08 = njn 1,
Aqui, d 0 é sempre positivo, enquanto d,é positiva se a inrn-
onde n 2 > nr
gem estiver do mesmo lado do espelho que o objeto e nega-
tiva se a imagem estiver do outro lado. A distância focal fé
positiva para espelhos convergentes (côncavos) e negativa
para espelhos divergentes (convexos).

TERMOS-CHAVE
Aberração esférica, p. 21 Espelho convexo, p. 19 Lei da reflexão, p.12 Princípio do menor
Ampliação, p. 18 Fibras ópticas, p. 29 Lei de Brewster, p. 33 caminho, p. 25
Ângulo de Brewster, p. 33 Foco,p. 15 Lei de Sn ell, p. 24 Raios de luz, p. 8
Dispersão cromática, p. 32 Frentes de onda, p. 8 Lei dos raios, p. 9 Reflexão interna total,
Eixo óptico, p. 13 Imagem, p. 12 Óptica geométrica, p. 8 p. 28
Equação do espelho, p. 17 imagem real, p. 12 Ponto focal, p. 15 Refração, p. 24
Espelho, p. 11 imagem virtual, p. 12 Princípio de Fermat,
Espelho côncavo, p. 15 Índice de refração, p. 24 p.25

NOVOS SÍMBOLOS E EQUAÇÕES


ep ângulo de incidência d o' distância ao objeto h~ altura da imagem

e? ângulo de reflexão d i> distância à imagem n = .E., índice de refração


V

(), = ()i> lei da reflexão f, distância focal n, sen e=n


1 2 sen 82 , Lei de Snell

e~ ângulo crítico de reflexão total h o' altura do objeto tg eB = n/ n1, n2 > nl, Lei de Brewster

RESPOSTAS DOS TESTES


d f (2,50 m )(- 0,500 m ) 1.2 Pode mos usar o resultado da Demonstração 1.2
1.1 d-1 = -0 - = = - 0417 m
d0 - f (2,50 m)-(- 0,500 m) ' 1
y =R 1 - -~---~ Distância ao Distân cia ao
m=- d; = - - 0,417 m = 0, 167 1
2cos(sen- ( d / R)) eixo (cm ) espelho (cm )
d0 2,50 m
Dessa forma, você vê uma versão ereta e pequena de você Notamos que conforme nos 0,72 3,58
mesmo. aproximamos do eixo óptico, 0,8 3,58
a distância do ponto de 1,8 3,48
cruzamento se aproxima da
3,6 3,04
distância focal f = R/2 = 3,60 cm.~----~----~
1.3 Energia c inética de rotação K = ..!.. mffi 2x2; Energia
. 2 Z..2
potencial U = mgy . Iguale-as e encontre x w /2g.
Capítulo 1 Óptica Geométrica 35

GUIA DE RESOLUÇAO DE PROBLEMAS


(

1. Desenhar um diagrama grande, com indicações claras e resolver um problema usando a equação do espelho, um dese-
precisas, deve ser o primeiro passo para resolver quase todos nho preciso pode ajudá-lo a encontrar a resposta aproximada
os problemas de óptica. Inclua todas as informações que você e a conferir seus cálculos.
tem e todas as informações que você precisa encontrar. 3. Quando você calcula distâncias para espelhos, lembre-se
Lembre-se que os ângulos são medidos a partir da normal da convenção de sinais e seja cuidadoso para usá-las corre-
para a superfície e não da superfície para ela mesma. tamente. Digamos que se um diagrama indica uma imagem
2. Será necessário, normalmente, desenhar somente dois raios invertida, mas seus cálculos não têm um sinal negatiivo, volte
principais para localizar a imagem formada por espelhos, para a equação inicial e confira os sinais de todas as distâncias
mas você deve desenhar um terceiro raio para checar se todos e os comprimentos focais.
foram desenhados de no correto. Mesmo que seja necessário

QUESTÕES DE MÚLTIPLA ESCOLHA


1.1 A lenda diz que Arquimedes ateou fogo na frota romana d) é igual a 90º - ângulo de reflexão.
quando esta invadia Siracusa. Arquimedes criou um espelho e) pode ser maior do que, menor do q ue ou igual ao ângulo
_ _ _ _ enorme e focalizou os raios do Sol nos navios ro- de reflexão.
manos.
1.4 Parado em uma piscina cheia de água, em que condições
a) plano e) parabólico convergente você verá um reflexo do cenário do lado oposto através da re-
b) parabólico divergente flexão interna total da luz do cenário?
1.2 Quais das seguintes interfaces combinadas têm o menor a) Seus olhos nivelados com a água.
ângulo crítico? b) Observando a piscina a um ângulo de 41,8°.
a) luz indo do gelo para o diamante. e) Sob nenhuma condição.
b) luz indo do quartzo para o acrílico. d) Você observa a piscina a um ângulo de 48,t' .
e) luz indo do diamante para o vidro. 1.5 Você está usando um espelho e uma câmera para tirar
d) luz indo do acrílico para o diamante. seu retrato. Você focaliza a câmera em você mesmo através do
e) luz indo do acrílico para o quartzo. espelho. O espelho está a uma distância D de você. Para que
distância você deve colocar o ajuste do foco na câmera?
1.3 Para reflexão especular de um raio de luz, o ângulo de
incidência a) D b) 2D e) D/ 2 d) 4D
a) deve ser igual ao ângulo de reflexão. 1.6 Qual é o fator de ampliação para um espelho plano?

b) é sempre menor do que o ângulo de reflexão. a) +1 e) maior do que + 1


e) é sempre maior do que o ângulo de reflexão. b) -1 d) não é definido para um espelho plano

QUESTOES
1.7 A figura mostra a dife- Índice de refração, n Índice de refração, n

~~"(<)
rença entre o perfü do índi- n núcleo ..----;- - - ,
ce de refração de uma fibra
nrevestimento n revestimento
chamada de índice degrau
comparada ao perfü do ín- )
Raio Raio
dice de refração em uma fi-
bra chamada de índice gra- Núcleo 50 µ.m Núcleo 50 µm
dual. Analisando a luz se
propagando através da fibra
da perspectiva da óptica de
raios, comente a trajetória Revestimento Revestimento
seguida pelos raios ao en-
trarem em cada uma das i.----125 µm
duas fibras.

Índice degrau Índice gradual


36 Física para Universitários: Óptica e Física Moderna

1.8 Uma placa de Plexiglas de 2,00 cm de espessura e índice 1.12 Muitos dispositivos com fibras ópticas têm especificados
de refração de 1,51 é colocada sobre um livro de física. A placa os ângulos mínimos de curvatura. Por quê?
tem lados paralelos. O texto está na altura y = O. Considere 1.13 Um estudante de física está observando um disco de bate-
dois raios de luz que estão deixando a letra "t" do texto sob a ria, a parte de cima tem a forma aproximada de uma superfície
placa de Plexiglas e se dirigindo para um observador que está esférica côncava. A superfície é suficientemente polida de for-
acima do Plexiglas, olhando para baixo. Desenhe sobre a figu- ma que ele mal consegue formar o reflexo do seu dedo quando
ra a posição aparente y do texto sob a placa de Plexiglas. Dica: colocado acima do disco. Conforme ele move seu dedo se
De onde no Plexiglas esses raios parecem se originar para o aproximando e se afastando da superfície, você pergunta a ele o
observador? Usando dois raios A e B após terem deixado o que ele está fazendo. Ele responde que está estimando o raio de
Plexiglas, determine a altura aparente (posição y) do texto sob curvatura do disco da bateria. Como ele pode fazer isso?
o Plexiglas conforme visto pelo observador. Este experimento
1.14 Responda se verdadeiro ou falso com uma explicação
pode ser feito por você facilmente. Se você não tem um bloco
de vidro ou uma placa de Plexiglas, você pode usar um copo para o seguinte: O comprimento de onda da luz do laser de He-
de água com fundo chato sobre o texto. -Ne na água é menor do que seu comprimento no ar - o índice
de refração da água é 1,33.

1.15 Entre os instrumentos que os astronautas da Apollo dei-


Observador xaram na Lua estão refletores usados para refletir feixes de raio
laser de volta para a Terra, o q ue permitiu medir a distância
Terra-Lua com uma precisão jamais obtida até então (incerte-
Ar zas da ordem de uns poucos centímetros em relação a 384.000
n 2 = 1,00
km), para estudo de ambos, mecânica celestial e atividade de
placas tectônicas na Terra. Os refletores não são espelhos ordi-
1
1
tD = 2,00 cm nários, mas uma rede de cantos de cubos, cada um consistindo

"·º~' Plexiglas em três espelhos planos fixos, perpendiculares uns aos outros,
n 1 =1,51 como faces adjacentes de um culbo. Por quê? Explique o fun-
- ----y=O cionamento e as vantagens dessa configuração.
1.16 Um prisma triangular de 45° - 45' - 90° pode ser usado
para reverter um raio de luz. A luz entra perpendicular à hipo-
1.9 Um único espelho esférico côncavo é usado para criar tenusa do prisma, reflete-se nas arestas e emerge perpendicu-
uma imagem de uma fonte com 5,00 cm de altura que está lar à hipotenusa novamente. As superfícies do prisma não são
localizada na posição x = O cm, a qual está 20 cm à esquerda espelhadas. Se o prisma é feito de vidro com índice de refração
do ponto C, o centro de curvatura do espelho, conforme mos- n vidro = 1,520 e o prisma está cercado por ar, o raio de luz será

trado na figura. O tamanho do raio de curvatura do espelho refletido com uma perda mínima de intensidade (há perdas
é 10,0 cm. Sem por reflexão conforme a luz entra e sai de um prisma).
mover o espelho,
a) Isso irá ocorrer se o prisma estiver debaixo da água, a qual
como podemos tem um índice de refração de nH,o = 1,333?
reduzir a aberra-
ção esférica pro- b) Tais prismas são usados de preferência em espelhos, para
duzida por este desviar o caminho óptico em binóculos de qualidade. Por quê?
'1'4-----20,0 cm- - -
espelho? Haverá 1.17 Um objeto tem sua imagem formada por um espelho
alguma desvan- esférico convergente conforme mostrado na Figura 1.19, du-
tagem na sua plicada a seguir. Suponha que um pano preto é colocado entre
aproximação para o objeto e o espelho de forma que ele cubra tudo o que está do
reduzir a aberra- lado de cima do eixo do espelho. Como será afetada a imagem?
ção esférica? x= o
1.10 Sevocê
enxerga um objeto no fundo de uma piscina, a piscina parece
menos funda do que ela realmente é.
a) Do que você aprendeu, calcule o quão funda uma piscina
parece ser se ela tem de fato 4 m de profundidade e você olha
diretamente para baixo. O índice de refração da água é 1,33.

b) A piscina parecerá mais ou menos funda se você olhar para 1.18 Você está debaixo da água em um lago e olha para a su-
ela por outro ângulo que não o vertical? Responda qualitativa- perfície, notando que o Sol está no céu. O Sol está realmente
mente, sem usar uma equação. mais alto do que você observa ou ele está mais abaixo?
1.11 Porque existe refração? Isto é, qual a razão física de uma 1.19 Segurando uma colher na frente do seu rosto, o lado
onda se mover com uma velocidade diferente em um novo convexo na sua direção, estime a localização da imagem e sua
meio em relação ao meio original? ampliação.
Capítulo 1 Óptica Geométrica 37

1.20 Um forno solar usa um grande espelho parabólico (vá- dam 6000 K (a temperatura da fotosfera do Sol) em um forno
rios andares de espelhos foram construídos) para focalizar a solar? Como, ou, por que não?
luz do Sol para aquecer Lun alvo. Uma grande fornalha solar
pode derreter metais. É possível obter temperaturas que exce-

PROBLEMAS
Um • e dois .. indicam um crescente nível de dificuldade dos desenho. Qual é a altura h; da imagem? A imagem é direita o u
problemas. invertida (direita = apontando para cima, invertida = de cabeça
para baixo)? Ela é real ou virtual?
Seção 1.2 1.27 Espelhos convexos são geralmente usados como retro-
1.21 Uma pessoa se senta a 1,0 m na frente de um espelho visores laterais em automóveis. Em muitos desses espelhos há
plano. Qual é a localização da imagem? o aviso «Objetos no espelho estão mais próximos do que eles
1.22 Um periscópio consiste em dois espelhos planos e é utili- parecem". Assuma que um espelho convexo tem um raio de
zado para ver objetos quando um obstáculo impede a visuali- curvatura de 14,0 cm e nele há um carro que está 11,0 m atrás
zação direta. Suponha que George está olhando através de um do espelho. Para um espelho plano, a imagem estaria a 11,0 m

periscópio para o Homem do Chapéu Amarelo, cujo chapéu e a amp iaçao sena . ncontre a istancia a imagem e a am-
está a d0 = 3,0 m do espelho superior, e suponha que os dois pliação para esse espelho.
espelhos planos estejam separados por uma distãncia L = 0,4 1-28 Um objetro de 5,0 cm é colocado a uma distância d e 30
m. Qual é a distãncia D da imagem final do chapéu amarelo cm de um espelho convexo de comprimento focal de 1O cm.
em relação ao espelho de baixo? Determine o tamanho, a posição e a orientação da imagem.
1.23 Uma pessoa se encontra no ponto P !felativo a dois espe- 1..29 A ampliação de um espelho convexo é 0,60 vezes para
lhos planos orientados em 90º, como mostrado um objeto a 2,0 m do espelho. Qual é a distância focal desse
na figura. A que distância as imagens da pessoa espelho?
estarão uma em relação à outra para o obser- r 2m+I • 1.30 Um objeto está localizado a 100 cm de um espelho côn-

~
vador? cavo de comprimento focal de 20 cm. Outro espelho côncavo
• 1.24 Mesmo os melhores espelhos absorvem de comprimento focal de 5 cm está localizado 20 cm na frente
ou transmitem a luz incidente neles. Os espe- do primeiro espelho côncavo. Os lados espelhados dos dois
lhos de mais alta qualidade podem refletir 99,997% de inten- espelhos se encontram frente a frente. Qual é a localização da
sidade da luz incidente. Suponha um quarto cúbico de 3,00 imagem fmal formada pelos dois espelhos e a ampliação total
m de lado onde construiram-se deste espelhos paredes, teto dada pela comb inação?
e chão. O quão d evagar este quarto ficará escuro? Estime o •• 1.31 A forma de um espelho elíptico é descrita pela curva

-x2 + -y2 = 1 , com semieixo


.. . ..
tempo necessário para a luz neste quarto cair a 1,00% do valor
inicial após a unica fonte de luz apenas ser desligada. ma10r a e semieixo menor b. O
ª2 b2
Seção 1.3 foco dessa elipse são os pontos (e, O) e (-e, O), com e= (a -
2 112
1.25 O raio de curvatura de um espelho convexo é 25 cm. b ) • Mostre que qualquer raio de luz no plano xy, que passa
através de um dos focos, irá se refletir passando pelo outro.
Qual é sua distância focal?
Galerias de murmúrios fazem uso desse fenômeno com ondas
1.26 Um único espelho esférico côncavo é usado para criar sonoras.
uma imagem de uma fonte de 5,00 cm de altura que está loca-
lizada na posição Seção 1.4
x = Ocm, a qual 1.32 Qual é a velocidade da luz no vidro cujo índice de refra-
se localiza a 20,0 ção é 1,52?
cm à esquerda do
1.33 Uma fibra óptica com índice de refração de 1,5 é usada
centro de curva-
para transportar luz de comprimento de onda de 400 nm.
e
tura do espelho, M - - - -20,0 cm - ----.,
Qual é o ângulo crítico para a luz ser transportada através
conforme mostra dessa fibra sem perdas? Se a fibra estiver imersa em água? Em
a figura. O raio
óleo?
de curvatura do
1.34 Um laser de hélio-neon prod uz luz com comprimento de
espelho tem um
tamanho de 10,0 onda de "-vac= 632,8 nm no vácuo. Se essa luz passa através da
X= O
água, cujo índice de refração é 1,333, qual será então
cm. Calcule a
posição x ;onde a) sua velocidade? e) seu comprimento de onda?
a imagem é formada. Use o sistema de coordenadas dado no b ) suafrequência? d) sua cor?
38 Física para Universitários: Óptica e Física Moderna

1.35 Um raio de l uz incide a partir da água com índice de ma que nenhuma luz passe para o revestimento é amax= l4,033°,
refração de 1,333 sobre uma placa de vidro cujo índice de re- calcule a diferença percentual entre o índice de refração do nú-
fração é 1,73. Qual é o ângulo de incidência, para termos luz cleo e o índice de refração do revestimento.
refletida totalmente polarizada? •• 1.40 Use a Figura 1.49 e prove que o arco do arco-íris pri-
• 1.36 Suponha que você está em pé no fundo de uma piscina mário representa o ângulo de 42° da direção do Sol.
de mergulho olhando para a superfície acima, que assumimos •• 1.41 Use o Princípio de Fermat para derivar a lei da reflexão.
estar calma. Olhando para cima você vê uma janela circular
•• 1.42 O Princípio de Fermat, no qual a óptica geométrica
para o "mundo exterior''. Se seus olhos estão aproximadamente
pode ser derivada, estabelece que a luz se desloca segundo
2 metros abaixo da superfície, qual é o diâmetro dessa janela
uma trajetória que minimiza o tempo de viagem entre dois
circular?
pontos. Considere um feixe de luz que percorre uma distância
• 1.37 Um raio de luz incide sobre um prisma triangular equilá- horizontal De uma clistância vertical h, através de dois gran-
tero de índice de refração 1,23. O raio é paralelo à base do prisma des blocos de material, com uma interface vertical entre os
quan o e e se aproxima o pns- materiais. Um dos materiais tem uma espessura de D/2 e índi-
ma. O raio entra no prisma no ce de refração n 2 . Determine a equação envolvendo os índices
ponto médio de um de seus lados de refração e os ângulos a partir da horizontal que a luz faz
conforme mostrado na figura. na interface (e 1 e eJ, os quais minimizam o tempo para esse
Qual é a direção do raio quando deslocamento.
ele emerge do prisma triangular?
• 1.38 Um feixe de laser colima- Problemas adicionais
do atinge o lado (A) de um bloco de vidro com um ângulo de 1.43 Suponha que sua altura é 2,0 m e você está a 50 cm e em
20,0º em relação à horizontal, como mostrado na figura. O bloco pé na frente de um espelho plano.
tem um índice de refração de 1,55 e está imerso no ar com índice a ual é a distância da ima em?
de refração de 1,00.
b) Qual é a altura da imagem?
O lado esquerdo do
bloco de vidro é c) A imagem está invertida ou direita?
vertical (90º com a n = 1,00 d) A imagem é real ou virtual?
horizontal) enquan- 1.44 Um raio de luz de comprimento de onda 700 nm viajando
to o lado direito (B) no ar (n 1 = 1,00) incide em uma superfície com líquido (n 2 =
forma 60º com a 1,63).
horizontal. Deter-
a) Qual é a frequência do raio refratado?
mine O ângulo eBT>
em relação à hori- b) Qual é a velocidade do raio refratado?
zontal na qual a luz c) Qual é o comprimento de onda do raio refratado?
sai da superfície B. 1.45 Você tem um espelho esférico com raio de curvatura de
• 1.39 Em uma fibra de índice degrau, o índice de refração sofre +20 cm (ou seja, a face côncava está de frente para você). Você
uma descontinui- está olhando para um objeto cujo tamanho quer que dobre na
dade (salto) na in- Índice de refração, n imagem, assim pode vê-lo melhor. Onde você deve colocar o
terface núcleo-re- objeto? Onde estará a imagem? Ela será real ou virtual?
vestimento,
conforme mostrado
na figura. A luz in-
n,...,,mmento
'""° r]r~. 1.46 Você está submerso cm urna piscina de mergulho. Qual
é o ângulo máximo que você pode ver a luz vinda acima da
s uperfície da piscina? Isto é, qual é o ângulo para reflexão in-
fravermelha com Núcleo~ Raio terna total da água para o ar?
comprimento de
onda de 1550 nm se -1 - 9µm
1.47 A luz atinge a superfície da água com um ângulo de inci-
dência de 30° cm relação à linha normal. Qual é o ângulo entre
propaga e m tal fibra o raio refletido e o raio refratado?
de índice degrau
Revestimento 1.48 Um enfeite de árvore de Natal esférico e metálico tem

---
através de reflexão
interna total na in- um diâmetro de 8,00 cm. Se um Papai Nocl está próximo à la-
terface núcleo-re- reira, 1,56 m adiante, onde ele irá ver seu reflexo no ornamen-
vestimento. O índi- to? A imagem é real ou virtual?
ce de refração para 1.49 Um dos fatores que faz o diamante ser muito brilhante é
o núcleo em 1550 seu ângulo crítico relativamente pequeno. Compare o ângulo
nm é n núc:leo = 1,48. crítico do cliamante no ar em relação ao ângulo crítico do clia-
Se o ângulo máxi-
mo amax no qual a
luz pode ser acopla-
Ar
... -- - _ - ~ Revestimento, n,_i;mento ?

~~----------------
Núcleo, n núcleo 1,48
mante na água.
1.50 Que tipos de imagens, reais ou virtuais, são formadas por
uma espelho convergente quando o objeto é colocado a uma
da na fibra, de for- distância do espelho que está
Capítulo 1 Óptica Geométrica 39

a) além do centro de curvatura do espelho, da equação, a reversão temporal (tempo negativ o) também é
b ) entre o centrn de curvatura e metade do centro de curva- uma solução.
tura, e a) Suponha que alguma configuração de densidade de carga
e) mais próxima do que metade do centro de curvatura. J,
elétrica p, densidade de corrente campo elétrico E, e campo
magnético Bé solução das equações de Maxwell. Qual é a cor-
e
1.51 Em que ângulo mostrado no
respondente solução de tempo-reverso?
diagrama deve um feixe de foz penetrar
na água de forma que o feixe refletido b ) Como, então, os "espelhos de sentido único" (espelhos uni-
forme um ângulo de 40° em relação à direcionais) funcionam?
normal à superfície da água? •• 1.56 Retorne ao Exemplo 1.3 e use os números fornecidlos
lá. Ainda, asstuna que seus olhos estão a uma altura de 1,70 m
acima da água.
a) Calcu]e o tempo que leva para a luz percorrer a distância
en tre o peixe e os seus olhos.
• 1.52 Um espelho côncavo forma uma imagem real que é
b ) Calcule o tempo que a luz leva sobre uma linha reta entre o
o dobro do tamanho do objeto. O objeto é então deslocado
de forma que a nova imagem real produzida tem três vezes o peixe e os seus olhos.
tamanho do objeto. Se a imagem foi deslocada de 75 cm em c) Calcule o tempo que a luz leva partindo de uma trajetória
relação à sua posição inicial, qual a distância que o objeto foi vertical para cima a partir do peixe até a superfície da água e
deslocado e qual é a distância focal do espelho? então diretamente para os seus olhos.
• 1.53 Que profundidade aparente wn ponto no meio de uma d ) Calcule o tempo que a luz leva cm uma linha reta da posi-
piscina de 3 m de profundidade terá para tuna pessoa em pé ção aparente do peixe para seus olhos.
do lado de fora dela a 2 m na horizontal acima do ponto? Uti- e) O que você pode afirmar a respeito do Princípio de Fermat
lize 1,3 como índice de refração da piscina e l para o ar. pelos números anteriores?
• 1.54 Na figura, qual é o menor 1.57 Se você quer construir um espelho líquido de compri-
ângulo de incidência ; para o feixe mento focal de 2,50 m, qual a velocidade angular que você
sofrer reflexão interna total na su- deve girar seu líquido?
perfície do prisma tendo um índice
de refração de 1,5? N ___ _ Ar •• 1.58 Uma proposta para um telescópio baseado no espaço
é colocar um grande espelho líquido em rotação na Lua. Su-
ponha que você deseje um espelho líquido de 100,0 m de diâ-
Ar Vidro
metro e queira que ele tenha uma distância focal de 347,5 m. A
aceleração gravitacional da Lua é 1,62 m/S.
70º( a) Qual é a velocidade angular de seu espelho?
•• 1.55 A Reflexão e a refração, como todas as características b) Qual é a velocidade linear de um ponto no perímetro do
clássicas da luz e outras ondas eletromagnéticas, são governa- espelho?
das pelas eq uações de Maxwell. As equações de Maxwell são e) Qual altura acima do centro se encontra o perímetro do
invariantes por translação temporal, ou seja, para cada solução espelho?
Respostas das Questões e
dos Problemas Selecionados
Capitulo 1: Óptica Geométrica

Múltipla escolha
l.l e. l.3 a. 1.5 b.

Problemas
l.21 - 1,0 m . 1.23 6 m. 1.25 - 13 cm. 1.27 0,389. 1.29 - 3,0 m .
e
l.33 e.ar = 42º, 8 c,água = 63º, 8 c,úlco = 90º. 1.35 52,4º. 1.37 16,3º.
I.39 1,36 %.

Problemas adicionais
l.43 (a) A distância da imagem é 50 cm dentro do espelho.
(b) A imagem tem a mesma altura, h = 2,0 m. (c) A imagem
está direita. (d) A imagem é virtual. 1.45 Se o obje to for posi-
cionado a 15 cm, a imagem será real e estará a uma distância
de 30 cm do espelho. Se o objeto for posicionado a 5,0 cm, a
imagem será virtual e es tará a - 10 cm d o espelho. l.47 126º .
I.49 3 1,4 %. l.51 40º em relação à normal. 1.53 2 m. 1.55 (a)
B(x,t) --+ - B(x ,- t). (b) Eles não emitem luz unidirecionalmen
te. l.57 1,40 rad/s.
_4.2_ Dica do professor
No vídeo a seguir, há uma conversa com os principais tópicos sobre espelhos, em que são
abordados os espelhos côncavo, plano e convexo.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/
d1d690322ef46aa549e4b77f86f1c9c1

5 min

[VIDEO TRANSCRIPT] 4.2 ÓPTICA GEOMÉTRICA EM ESPELHOS

Vamos conversar sobre óptica geométrica em espelhos. Vamos ver quais são os
espelhos que nós vamos estudar, como obter imagens através de diagramas e
vamos conhecer os raios de luz para obter as imagens procuradas.

Os três espelhos a serem


estudados: um espelho plano e dois
espelhos esféricos, o côncavo e o
convexo. Temos o centro do espelho
que é o centro da esfera, o foco
que é a metade da distância do
centro até o espelho e o espelho,
parte cinza. Espelho plano é o
mais comum de ter em casa
(banheiro, quarto) e os convexos
em lojas, carros etc.

Vamos ver como construir imagens e fazer algumas análises.


Raios de luz são usados para construir o diagrama e obter a imagem do
espelho, conforme figuras.

Esse é o diagrama para achar a imagem do objeto na


frente do espelho côncavo, a partir dos raios vistos
anteriormente. Resulta uma imagem invertida, ampliada e
real, por estar no mesmo lado do objeto. Dificuldade de
desenhar o diagrama: os raios não se cruzando exatamente
no foco, causam erro na obtenção da imagem.

No espelho convexo é mais comum imagem virtual, atrás do espelho.


_4.2_ Exercícios

1) Analise as afirmações acerca espelhos planos:


I – Em um espelho plano, as imagens são reais.
II – Em um espelho plano, as imagens parecem serem formadas atrás dele.
III – Em um espelho plano, não há inversão entre esquerda e direita.
Quais estão corretas?

A) Apenas a I.

B) Apenas a II.

C) Apenas a III.

D) Apenas a I e a II.

E) Apenas a II e a III.
2) Suponha um espelho esférico convergente. Se a distância do objeto é de 0,1 m e a da
imagem é de 0,2 m, qual é a distância do foco? (para respostas em formato decimal,
apresente-as com duas casas decimais.)

A) f=0,10 m

B) f=0,30 m

C) f=0,0(5) m

D) f=6/90 m

E) e) f=1/2 m
3) Suponha um espelho esférico, diga o que se pode afirmar em cada caso de acordo com as
informações dada.
I – di=0,4 m do =0,8 m
II – m= - 0,25

A) Em I, a imagem é reduzida e invertida; em II, também.

B) Em I, a imagem é ampliada e ereta; em II, é reduzida e invertida.

C) Em I, a imagem é reduzida e ereta; em II, também.

D) Em I, a imagem é ampliada e invertida; em II, também.

E) Em I, a imagem é ampliada e invertida; em II, é reduzida e invertida.


4) Quais afirmativas sobre aberração esférica e espelhos parabólicos são verdadeiras?
I – Raios paralelos ao eixo óptico não necessariamente são refletidos para o foco.
II – Para raios de luz distantes do eixo óptico as equações dos espelhos esféricos não
necessariamente são válidas.
III – Espelhos parabólicos sofrem os efeitos da aberração esférica.
Assinale a alternativa que contém todas as afirmações corretas.

A) I

B) II

C) I e II

D) II e III

E) todas as afirmações estão corretas.


5) Em um espelho esférico divergente, um objeto é colocado a 0,25 m do espelho, que tem um
raio de curvatura de 2 m. Qual é a distância da imagem? (Expresse sua resposta em número
decimal, com duas casas decimais.)

A) d i=1,75 m

B) d i=5,00 m

C) d i=0,20 m

D) d i=-5,00 m

E) d i=-0,20 m
_4.2_
Na prática
Espelhos estão presentes na história do homem há milênios. Os primeiros eram simplesmente um
pedaço de metal que refletia uma imagem, ou até um mais natural, o reflexo em um copo de água.
Com as mais diversas utilidades, ao projetar um espelho, o tipo será escolhido de acordo com a
finalidade.

Por exemplo, numa loja de departamentos,


é comum ter um espelho, onde os
funcionários podem ver tudo ao mesmo
tempo, esse espelho é convexo.
_4.2_ Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

Faça essa lista de exercícios introdutória sobre o assunto.


https://fisicaevestibular.com.br/novo/optica/optica-geometrica/reflexao-da-luz-e-espelhos-
planos/exercicios-de-vestibulares-com-resolucao-comentada-sobre-reflexao-da-luz-e-espelhos-
planos/

pág. internet 50 exerc com resolução.

Leia este material, do porquê de as antenas serem parabólicas.


https://www.ufrgs.br/espmat/disciplinas/geotri/modulo4/complementos/antenas_parabolas1.pdf

pdf 5p

Espelho esférico (i) - o que são espelhos côncavos e convexos ? -


óptica
https://youtu.be/q3bgLFmW4Rs 30 min videoaula prof Boaro.

Física para Universitários


Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

https://biblioteca-a.read.garden/viewer/9788580552034/7

Trecho desse livro é Conteúdo do Livro desta aula (ver especs. lá).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E CRÉDITOS DE IMAGENS
BAUER, Wolfgang; WESTFALL, Helio. Física para universitários: óptica e física moderna.
Porto Alegre: AMGH, 2013.
Banco de imagens Shutterstock.
SAGAH, 2015

EQUIPE SAGAH
Coordenador de Curso
Edilson Vargas
Professor
Eduardo Galle
Gerente Unidade de Negócios
Rodrigo Severo
Analista de Projetos
Fernanda Osório
Líder da Equipe Metodológica
Daniela da Graça Stieh
Analista Metodológica
Fernanda Crixel Zimpel
Líder da Equipe de Design Instrucional
Marcelo Steffen
Designers Instrucionais
Bianca Basile Parracho
Cesar Felipe Ferreira
Daniela Polycarpy
Franciane de Freitas
Ezequiel Alves
Luciana Helmann
Líder da Equipe de Design Gráfico
Thais Gliosci
Designers Gráficos
Carol Becker
Jader Rotta
Kaka Silocchi
Juarez Menegassi
Vinicius Rafael Cárcamo
Aula C.1
1.1 - Ondas: conceito e classificação
1.2 - Período de frequência e velocidade de uma onda
2.1 - Ondas eletromagnéticas e sonoras e sua interação com a matéria
2.2 - Osciladores e o movimento harmônico simples
3.1 - Luz e óptica: definições
3.2 - Refração e reflexão
4.1 - Óptica geométrica em lentes
4.2 - Óptica geométrica em espelhos
Conteúdo Complementar (não conta p/ avaliações, mas conta p/ frequência)
__ C.1 Movimento ondulatório Unidimensional
__ C.2 Movimento ondulatório bidimensional
__ C.3 Interferência e efeito Doppler
__ C.4 Modelo ondulatório e geométrico da luz
__ C.5 Fenômeno da luz

Movimento ondulatório Unidimensional


_C.1_
Apresentação
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar o movimento ondulatório em uma dimensão
bem como o modelo matemático que o representa.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Identificar propriedades e elementos ondulatórios.


• Expressar matematicamente o comportamento de uma onda.
• Diferenciar ondas transversais de ondas longitudinais.

elm = Avaliação da aula. Boa. Comentário:


> Adotar um único livro-texto ou apostila para todas as aulas. Do jeito atual, um capítulo de
livro diferente a cada aula, assunto fica truncado e/ou com lacunas e/ou repetitivo e/ou
bagunçado - dificulta, desestimula o aprendizado.
> Conteúdo do Livro deve consistir de pelo menos um capítulo inteiro do livro, incluindo
exemplos e exercícios (só um trecho do capítulo dificulta muito o aprendizado).
> Não usar os livros capa laranja da Sagah (em geral, são uma juntada de trechos de outros
livros com pouca coesão e coerência e com erros).
_C.1_ Desafio
Uma antiga brincadeira de criança era conversar através de um telefone de lata, que consistia em
duas latas com furos na base por onde passava um barbante, ligando uma à outra. Assim, para falar
com o amigo que estava suficientemente longe (tão longe quanto alcançava o barbante), falava-se
dentro de uma lata enquanto o amigo colocava a sua lata próxima ao ouvido.

COMO FUNCIONA O TELEFONE DE COPOS? [ https://chc.org.br/acervo/como-funciona-o-telefone-de-


copos/ ]

O telefone é um aparelho feito para reproduzir o som a distância. Várias versões existem
dessa engenhoca. Mas você sabe como funciona um modelo feito de copos de papelão?

A brincadeira, você já conhece: depois de amarrar cada uma das extremidades de um barbante a
dois copos diferentes, uma dupla de amigos pode se comunicar. O que parece mágica, porém, é
explicado pela ciência, como vamos descobrir agora.

Digamos que você fale em um dos copos. Com isso, você faz com que o ar no interior dele vibre
para frente e para trás muito rapidamente – algo como mil vezes por segundo. É isso o que nós
chamamos de som. Essa vibração vai se propagar até bater no fundo do copo, que acabará
funcionando como uma membrana, passando a vibrar também muito depressa para frente e para
trás.

Essas vibrações não são visíveis porque o fundo do copo se movimenta pouco e muito
rapidamente. Se estivéssemos lidando com um autofalante grande, e com o som alto, porém,
seria possível vê-las. Mas, na nossa brincadeira, tente pensar no cenário: o fundo do seu
copo está se movimentando dessa maneira, ao mesmo tempo em que está preso pelo barbante a um
outro copo. Resultado? O fundo do seu copo acaba puxando e soltando o fundo do outro copo,
que também acaba se movimentando, como se fosse uma membrana. Esse puxar e soltar gerará
vibrações para dentro do segundo copo. Assim sendo, se outra pessoa colocar o ouvido próximo
a ele, poderá escutar a voz de quem falou no primeiro copo – no nosso exemplo, você – de
forma bastante nítida.

O segredo para o telefone funcionar está no barbante que une os dois fundos dos copos e que
deve estar bem esticado, de maneira que possa transmitir os puxões dados por uma membrana
para a outra, ou seja, conduzir o som de um copo para o outro. Assim, nossa voz viaja pelo
barbante e chega ao outro lado, ou seja, ao ouvido da pessoa com quem você se comunica.

Mas fique esperto! Caso o barbante esteja um pouco frouxo, as vibrações não serão tão bem
transmitidas, correndo o risco de o seu telefone não funcionar. Ah! Esse telefone também
funciona com latas no lugar de copos. É só tomar cuidado e verificar se existem partes
cortantes ou enferrujadas para não se machucar!

Roberto A. Pimentel Jr. ; Colégio de Aplicação ; Universidade Federal do Rio de Janeiro ; em


05.11.2007

Padrão de resposta esperado

O som é uma onda mecânica. Ao falar dentro da lata, a criança emite uma onda
sonora que perturba o ar dentro da lata, esta perturbação se propaga,
atingindo o barbante. No barbante, a perturbação continua a se propagar, indo
até a outra lata, onde volta a se propagar no ar e, se houver alguém
suficientemente perto para ouvir, perturbando o tímpano e proporcionando a
sensação de audição.
_C.1_ Infográfico
Uma onda é uma vibração que se propaga. Esta vibração pode se dar na mesma direção de
propagação ou na direção perpendicular. Veja no esquema a seguir como definimos cada onda de
acordo com a direção de oscilação de seus elementos.

Gráfico do deslocamento do meio em um


ponto do espaço em função do tempo.
Cada elemento descreve um MHS. O
período T mostrado na figura é o
tempo que cada elemento leva para
executar uma oscilação completa.

Para a mesma onda, temos agora o


gráfico deslocamento, mostrando,
em um instante, a posição x de
diversos elementos do meio onde a
onda se propaga. O comprimento de
onda λ mostrado na figura é a
distância correspondente a um
ciclo da onda.
_C.1_ Conteúdo do livro
Os modelos matemáticos e conceitos da ondulatória que você encontrará nesta unidade servem de
base para muitas áreas da Física e possui grande aplicabilidade tecnológica. Vamos aprender mais
acompanhando um trecho do livro Física para universitários: relatividade, oscilações, ondas e calor, de
Wolfgang Bauer, que servirá de base teórica para nossa Unidade de Aprendizagem.

elm = ver tb. pdf LivrEn_Physics_Bauer_Westfall_University_2011_1472p e


outro pdf nome similar com solutions.

B344f Bauer, Wolfgang


Física para universitários [recurso eletrônico] :
relatividade, oscilações, ondas e calor / Wolfgang Bauer,
Gary D. Westfall, Helio Dias ; tradução: Manuel Almeida
Andrade Neto, Trieste dos Santos Freire Ricci, Iuri Duquia
Abreu ; revisão técnica: Helio Dias. – Dados eletrônicos. –
Porto Alegre : AMGH, 2013.

Editado também como livro impresso em 2013.


ISBN 978-85-8055-160-0

1. Física. 2. Princípios da física. 3. Relatividade. 4. Oscila-


ções. 5. Ondas. 6. Calor. I. Westfall, Gary D. II. Dias, Helio.
III. Título.

CDU 530.1
!Sumários resumidos!
Mecânica

CAPÍTULO 1 Visão Geral CAPÍTULO 7 Momento e Colisões

CAPÍTULO 2 Movimento em Linha Reta CAPÍTULO 8 Sistemas de Particulas e Corpos


Extensos
CAPÍTULO 3 Movimento em Duas e Três
Dimensões CAPÍTULO 9 Movimento Circular

CAPÍTULO 4 Força CAPÍTULO 10 Rotação


CAPÍTULO 5 Energia Cinética, Trabalho e Potência CAPÍTULO 11 Equilibrio Estático

CAPÍTULO 6 Energia Potencial e Conservação de CAPÍTULO 12 Gravitação


Energia

Relatividade, Oscilações, Ondas e Calor

CAPÍTULO 1 Sólidos e Fluidos CAPÍTULO 6 Calor e a Primeira Lei da


Termodinâmica
CAPÍTULO 2 Oscilações
CAPÍTULO 7 Gases Ideais
CAPÍTULO 3 Ondas
CAPÍTULO 8 A Segunda Lei da Termodinâmica
CAPÍTULO 4 Som
CAPÍTULO 9 Relatividade
CAPÍTULO 5 Temperatura

Eletricidade e Magnetismo

CAPÍTULO 1 Eletrostática CAPÍTULO 7 Magnetismo

CAPÍTULO 2 Campos Elétricos e a Lei de Gauss CAPÍTULO 8 Campos Magnéticos Produzidos


por Cargas em Movimento
CAPÍTULO 3 Potencial Elétrico
CAPÍTULO 9 Indução Eletromagnética
CAPÍTULO 4 Capacitares
CAPÍTULO 10 Correntes e Oscilações
CAPÍTULO 5 Corrente e Resistência Eletromagnéticas

CAPÍTULO 6 Circuitos de Corrente Continua CAPÍTULO 11 Ondas Eletromagnéticas

Óptica e Fisica Moderna

:APÍTULO 1 Óptica Geométrica CAPÍTULO 5 Mecânica Quântica

:APÍTULO 2 Lentes e Instrumentos Ópticos CAPÍTULO 6 Fisica Atômica

:APÍTULO 3 Óptica Ondulatória CAPÍTULO 7 Fisica das Particulas Elementares

:APÍTULO 4 Fisica Quântica CAPÍTULO 8 Fisica Nuclear


~umáriOl Relatividade, Oscilações, Ondas e Calo
1 Sólidos e Fluidos 7 4 Som 114
1.1 Átomos e a composição da matéria 8 4.1 Ondas longitudinais de pressão 11 5
1.2 Estados da matéria 10 4.2 Intensidade sonora 119
1.3 Tensão, compressão e cisalharnento 11 4.3 Interferência sonora 123
1.4 Pressão 15 4..4 Efeito Doppler 126
4.5 Ressonância e música 132
1.5 Princípio de Arquimedes 20
1.6 Movimento do fluido ideal 24 O que já aprendemos 1 Guia de estudo para exercícios 135
Questões de múlLipla escolha 140
1.7 Viscosidade 32
1.8 Turbulência e fronteiras da pesquisa em fluxo de
Auidos 34
O que já aprendemos 1Guia de estudo para exercícios 35
Questões 141
Problemas 141 J
Questões de múJtipla escolha 39 5 Temperatura 146
Questões 40 5.1 Definição de Lemperatura 147
Problemas 40 5.2 Variações de temperatura 149
5.3 Mensuração da temperatura 153
5.4 Expansão térmica 153
2 Oscilações 45
5.5 Temperatura da superfície terrestre 161
2.1 Movimento harmónico simples 46 5.6 Temperatura do universo 163
2.2 Movimento pendular 54 O que já aprendemos 1 Guia de estudo para exercícios 164
2.3 Trabalho e energia em oscilações harmónicas 56 Questões de múltipla escolha 166
2.4 Movimento harmónico amortecido 60 Questões 166
2.5 Movimento harmónico forçado e ressonância 67 Problemas 167
2.6 Espaço de fase 69
2.7 Caos 70
6 Calor e a Primeira Lei
O que já aprendemos 1Guia de estudo para exercícios 71
da Termodinâmica 171
Questões de muJtipla escolha 75
Questões 76 6.1 Definição de caJor 172
Problemas 77 6.2 Equivalente mecânico do caJor 173
6.3 Calor e trabalho 174
3 Ondas 82 6.4 Primeira lei da termodinâmica 176
6.5 Primeira lei para processos especiais 178
3.1 Movimento ondulatório 83
6.6 Calores específicos de sólidos e fluidos 179
3.2 Osciladores acoplados 84
3.3 Descrição matemática de ondas 85 6.7 Calor latente e transições de fase 182
3.4 Derivação da equação de onda 88 6.8 Modos de transferência de energia térmica 186
3.5 Ondas em espaços de duas e Lrês dimensões 92 O que já aprendemos 1Guia de estudo para exercícios 195
3.6 Energia, potência e intensidade de ondas 95 Questões de múltipla escolha 198
3.7 Princípio <la superposição e interferência 98 J Questões 199
Problemas 200
3.8 O ndas estacionárias e ressonância 100
3.9 Pesquisa sobre ondas 103 7 Gases Ideais 204
O que já aprendemos 1Guia de estudo para exercícios l 05
7.1 Leis empíricas dos gases 205
Questões de múltipla escolha l 09
7.2 Lei dos gases ideais 207
Questões 11O
7.3 Teorema da equiparlição 213
Problemas 110
7.4 Calor específico de um gás ideal 2 16
7.5 Processos adiabálicos para um gás ideal 220
7.6 Teoria cinética dos gases 224
O que já aprendemos 1Guia de estudo para exercícios 230
Questões de múltipla escolha 234
Questões 234
Problemas 235
8 A Segunda Lei da
Termodinâmica 239
8.1 Processos reversíveis e
irreversíveis 240
8.2 Máquinas e refrigeradores 242
8.3 Máquinas ideais 244
8.4 Máquinas reais e eficiência 248
8.5 A segunda lei da lennodinãmica 254
8.6 Enlrnpia 256
8.7 Interpretação microscópica da entropia 259
O que já aprendemos 1 Guia de estudo para exercícios 262
Questões de múltipla escolha 267
Questões 268
Problemas 269

9 Relatividade 273
9.1 A pesquisa pelo éter 274
9.2 Os postulados de Einstein e os
sistemas de referência 275
9.3 Dilatação do tempo e contração do
comprimento 279
9.4 Deslocamento de frequência relalivíslico 285
9.5 Transformação de Lorentz 286
9.6 Transformação relativística de velocidades 289
9.7 Momento e energia relativíst:icos 292
9.8 Relalividade geral 299
9.9 A reJaLivida<le no colidiano: o GPS 301
O que já aprendemos 1 Guia de estudo para exercícios 302
Questões de múltipla escolha 305
Queslôes 306
Problemas 306

Apêndice A Resumo Matemático A-1


Apêndice B Massas de Isótopos, Energias de
Ligação e Meias-vidas B-1

Apêndice ( Propriedades dos Elementos C-1


Respostas das Questões e dos Problemas
Selecionados R-1
Créditos das Fotos c-1
Índice 1-1
Respostas das Questões e
dos Problemas Selecionados

Capitulo 3: Ondas Problemas adicionais


Múltipla escolha 3.49 (a) 69,23 Hz. (b) 54,73 Hz. 3.51 (a)80 ms. (b) 7,9 j/,s.
(c)
620 mil 3.53 136 m/s. 3.55 0,0627. 3.57h - f 1; 2 v - v / 3 ; À 2 -
3.1 a. 3.3 c. 3.5 d. 3.7 a. A/ /3. 3.59 (a) 1,27 Hz. (b) 1,60 m/s. (c) 0,26 N. 3.61 v - 410.
m/s; vmu - 6,43 m/s. 3.63 310 Hz.
Problemas 3.65 (a) IX

3.17 O tempo de resolução n o ar é tmu - 0,20 m/(343 m/s) - A

5,8 · 10 _.. s. Na água, o tempo de resolução é Lm:u - 0,20 m / ( 1.500


.....
m/s) - 1,3·10 s. Se uma pessoa puder somente resolver uma
diferença de tempo de 5,8 · 10-4 s, ela não será incapaz de distin-
guir uma diferença de tempo de 1,3·10__.. s. 3.19 (a) 0,00200 m.
(b) 6 ondas. (c) 127 ciclos. ( d) O, 157 m. (e) 4,00. 1Os m / s. 3.21
-A
---------- ------------------
(a) A força sobre a primeira mola é: 1-; - k(- 2.x. + li). Analoga- 1 À- --i

mente, a força sobre a última mola é r~- k (x ,,_1 -2x). A força


exercida sobre a segunda partícula devido à partícula de índice
..,
(b) 100 m/s. (c) 31,4 rad/m. (d) 300 N. (e) D(z,t) -

~; - k( J<;_, - 2'; - 'j J. (b) 2wsrn[ 2(:=1) J.


1
(0,0300 m) cos ( 10,011 rad/m)x - 217' rad)(500 s- )L).
n- 1 obedece a:

para K - 1, ..., n. 3.23 y(x,t) - (8,9 mm)sen(lO,S m-•x - 1007TL-

2,67). 3.25 Um mesmo intervalo de tempo é necessário. 3.27 2,3


vezes maior. 3.29 No ar, o som atinge Alice 0,255 s antes do som
no fio.
3.31 (b)
t =O t= 1 t =2 t =3

4
.>(m) 3

• 10 O IO 20
x(m)

3 .33 280 km. 3.35 360 W 3.37 (a) O. (b) - 4,0 rad. (c) 53 m /s.
(d) 8,4 m. (e) 6,4 Hz. (f) 4,3 W. 3.39 (a) 173 m/s. (b) 86,5 Hz.
3.41 700 N. 3.43 f (x,t) - (1,00 cm)sen((20,0 m-~x - (150 s- 1)
1
l), g(x, L) - (1,00 cm) sen ((20,0 m- )x - (150 s-• )L); 7,50 m/s.
3.45 z(m)

t(s)

z(t) não depende da localização das fontes de ondas nas bordas


da piscina.
Ondas
D QUE APRENDEREMOS 83 3 .6 Energia, potência e intensidade de ondas 95
Energia de uma onda 95
3.1 Movimento ondulatório 83 Potência e intensidade de uma onda 96
3 .2 Osciladores acoplados 84 Problema resolvido 3 .1 Potência transmitida
Ondas transversais e longitudinais 85 por uma onda em uma corda 97
3.3 Descrição matemática das ondas 85 3.7 Principio da superposição e
Período, comprimento de onda e velocidade 86 interferência 98
formas de onda senoidais, número de Exemplo 3.3 Superposição de pulsos de onda 98
onda e fase 87 Interferência ondulatória 99
3 .4 Derivação da equação de onda 88 3.8 Ondas estacionárias e ressonância 100
Soluções da equação de onda 89 Ondas estacionárias em uma corda 100
Ondas em uma corda 90
Exemplo 3.4 Afinando um piano 102
Exemplo 3..1 Cabo de elevador 91
3.9 Pesqu;sa sobre ondas 103
Reflexão de ondas 91
3.5 Ondas em espaços de duas O QUE JÁ APRENDEMOS/
e três dimensões 92 GUIA DE ESTUDO PARA EXERCÍCIOS 105
Ondas esféricas 92 Prática de resolução de problemas 106
Ondas planas 93 Problema resolvido 3.2 Onda progressiva 106
Ondas de superfície 93 Problema resolvido 3.3 Onda estacionária
Ondas sísmicas 94 em uma corda 108
Exemplo 3.2 Medindo o tamanho Questões de múltipla escolha 109
do núcleo derretido da Terra 95 Questões 110
Problemas 110

Figura 3.1 Surfista pegando uma onda gigante na Austrália.


Capítulo 3 Ondas 83

O QUE APRENDEREMOS
,,--- -----,

• Ondas são perturbações (ou excitações) que se propagam • O principio da superposição estabelece urna propriedade fun-
através do espaço ou de algum meio no transcorrer do tempo. damental das ondas: duas formas de onda podem ser somadas
de modo a formar uma terceira onda.
• As ondas podem ser longitudinais ou transversais.
• As ondas podem interferir urnas às outras de forma conslruli-
• A equação de onda governa o movimento geral das ondas
va ou destrutiva. Sob certas condições, padrões de interferên-
• As ondas transporlam energia através de distâncias; no entan- cia são formados e podem ser analisados.
to, embora ela seja propagada pelas vibrações dos átomos do
• Pode-se formar urna onda estacionária pela superposição de
meio, em geral uma onda não transporta matéria consigo.
duas ondas progressivas.
• As condições de contorno para cordas determinam os possíveis
comprimentos de onda e frequência das ondas estacionárias.

1 Quando a maioria das pessoas ouve falar em ondas, a primeira coisa em que pensam é em
ondas oceânicas. Todos já viram fotos de surfistas pegando ondas enormes no Havaí ou na
Austrália (Figura 3. 1), ou as ondas gigantescas criadas por ferozes tempestades em alto mar.
Essas paredes de água são ondas certamente, assim como aquelas que quebram suavemente e
lavam uma praia. Todavia, as ondas são mais gerais do que perturbações em água. Luz e som
também são ondas, e o movimento ondulatório está envolvido em terremotos e tsunamis, bem
como nas transmissões de rádio e de televisão. De fato, mais adiante neste livro, veremos que
as partículas mais fundamentais da matéria compartilham muitas propriedades com as ondas.
Em certo sentido, somos todos feitos de ondas e de partículas.
Neste capíhtlo, examinaremos as propriedades e o comportamento das ondas, baseados
diretamente no que foi abordado no Capíhtlo 2 solbre oscilações. Retornaremos ao asstmto do
movimento ondulatório quando esh1darmos a luz e quando abordarmos a mecânica quântica
e a estrutura atômíca. Áreas inteiras da física são devotadas ao estudo das ondas; por exemplo,
a óptica é a ciência das ondas huninosas, e a acústica, o estudo das ondas sonoras (veja o Ca-
píhtlo 4). As ondas também são de importância fundamental na astronomia e na eletrônica.
Os conceitos deste capítttlo constituem precisamente os primeiros passos na direção de uma
1 compreensão de uma grande parte do mw1do físico que nos rodeia. _J
Íli
Se você atirar uma pedra em uma lagoa parada, criará cristas circulares que se propagarão ra-
dialmente ao longo da superfície da água (Figura 3.2). Se tun objeto estiver fluruando na super-
fície da lagoa {um galho, tuna folha ou tun pato de borracha), você conseguirá notar que o ob-
jeto passará a se movimentar para cima e para baixo enquanto as cristas se movem para fora
passando por baixo dele, mas sem mover o objeto significativamente junto consigo.
Se você fixar uma corda em tuna parede, segurar a outra extremidade, esticando a corda,
e movê-la rapidamente para cima e para baixo, tal movimento criará tuna crista de onda que
se propagará através da corda, como ilustrado na Figura 3.3. Novamente, essa onda se move
e o material através do qual a onda se propaga (a corda) se move para cima e para baixo, mas
permanecendo essencialmente no mesmo lugar.
Esses dois exemplos ilustram uma das principais características das ondas: tuna onda é
tuna excitação que se propaga através do espaço ou de algum meio em função do tempo, mas Figura 3.2 Cristas circulares na su-
geralmente sem transportar matéria junto consigo. Dessa maneira ftmdamental, o movimen- perfície da água.
to ondulatório difere completamente do movimento que temos esrudado até aqui. As ondas
eletromagnéticas e as gravitacionais não necessitam de tun meio para se propagar; elas podem
fazê-lo através do espaço vazio. Outras ondas só se propagam em tun meio; por exemplo, as
ondas de som podem se propagar através de um gás (o ar) ou mn líquido (a água) ou um sólido
1
tun trilho de aço), mas não através do vácuo.

~ Muitos outros exemplos de ondas estão à nossa volta no dia-a-dia, a maioria delas oscilan-
do de maneira pequena demais para que possamos notá-las. A luz é uma onda eletromagnética,
bem como as ondas de rádio que os receptores de rádios AM e FM recebem e das ondas que
transportam sinais de TV para nossos lares - seja através de cabos coaxiais ou através do ar,
itidas de antenas em torres ou de satélites geoestacionários.
1
184 -Física para Universitários - Relatividade, Oscilações, Ondas e Calor
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -'
----i

Neste capítulo, estudaremos a propagação de ondas através de meios.


(a) "" ~--------: Uma vibração mecânica recai nesta categoria, assim como as ondas de
som, as ondas de terremoto e as ondas em água. Em função da impor-
(b) ~~-- tância fundamental que o som desempenha na comunicação humana, o
(e) ~'-------~ Capítulo 4 será devotado exclusivamente a ele.
A onda feita em estádios - apelidada de "ola" - é parte da maioria
dos principais eventos esportivos: os espectadores ficam em pé e erguem
(d) ~~---------1
seus braços assim que vêem seu vizinho fazer o mesmo, e depois se sen-
Figura 3.3 Uma corda é segura por uma mão em uma extre- tam novamente. Dessa maneira, a onda se propaga pelo estádio, mas cada
midade, e presa firmemente a uma parede pela outra. (a) A espectador mantém-se no lugar. Com que rapidez essa onda se propaga?
extremidade livre da corda é movida para cima e paira baixo Suponha que cada espectador tenha wn tempo de retardo comparável a
pelo movimento da mão. Em (b), (c) e (d} uma onda se pro- seu tempo de reação, de 0,1 s, antes de imitar o espectador seu vizinho e
paga ao Longo da corda em direção à parede. erguer-se de seu assento. Tipicamente, os assentos têm 0,6 m de largura.
Isso significa que a onda percorre 0,6 m em 0,1 s. A partir de simples
cinemática, sabemos que isso equivale a wna velocidade v = 6.x!dt = (0,6 m)/(0,1 s) = 6 m!s.
Uma vez que um estádio de futebol geralmente tem uma forma oval com uma circunferência
L de aproximadamente 400 m, podemos estimar que leve cerca de 1 min para que a "ola" com- 1

1 p !ete wna volta no estádio. Essa estimativa um pouco grosseira está aproximadamente correta, 1
dentro de um fator de 2. Empiricamente, sabemos que a "ola" se desloca com uma rapidez de
aproximadamente 12 m/s. A razão para esse valor mais alto de velocidade é que as pessoas
antecipam a chegada da onda e se levant am ao verem as pessoas a dois ou três assentos de
_J
L
~===========
distância se levantar.

3.2 ~
1

Vamos iniciar nossa discussão quantitativa das ondas examinando uma série de osciladores

llfill acoplados - por exemplo, uma fila de objetos idênticos acoplados cada qual aos seus vizi-
nhos por molas idênticas. Uma realização física disso está expressa na Figura 3.4, onde uma

•~ 111.w ~1m~~m
série de hastes idênticas é mantida no lugar por uma barra central horizontal. As hastes po-
dem girar livremente em torno de seus centros e são ligadas às suas vizinhas mais próximas
por molas idênticas. Quando a primeira haste for empurrada, tal excitação será transmitida
de cada haste para a sua vizinha e o pulso gerado, dessa maneira, se deslocará ao longo da

VfiUI 11111.W fil lWI


fila de hastes. Cada haste constitui um oscilador e se move para frente e para trás no plano
do papel. Tal conjw1to representa um acoplamento longitudinal entre os osciladores, no
sentido de que a direção de propagação e a direção de acoplamento entre osciladores vizi-
nhos são a mesmas.
llll.1.Ul.W Uma realização física de um acoplamento transversal está mostrada na Figura 3.5.
Na parte (a) da figura, todas as hastes estão presas a uma tira de borracha em suas posi-

M l tW
Figura 3.4 Uma série de barras idênti-
ções de equilíbrio horizontais; na parte (b ), a haste i está inclinada em um ângulo O;com
respeito à horizontal. Uma inclinação dessas tem dois efeitos: primeiro, a tensão na fita
constituí uma força restauradora que tende a fazer a haste i retornar à posição de equilí-
brio; segundo, uma vez que a tira de borracha está torcida dos dois lados da haste i, a in-
cas acopladas por molas às suas vizinhas
clinação de cada haste em um ângulo O; gera uma força que atua no sentido de inclinar as
mais próximas. Os números dos quadros
indicam a sequência temporal. Cada par hastes i- l e i+ 1 em 8;· Se as hastes podem girar livremente, elas serão inclinadas naquela
1 de quadros está separado por um interva-
direção e cada haste, por sua vez, exercerá forças sobre suas duas vizinhas mais próxinlas.
e tempo de 0,133 s. A Figura 3.6 mostra uma vista lateral do arranjo de hastes paralelas da Figura 3.5.
1

Cada círculo representa a extremidade de uma haste, e o movimento deste círculo pode 1

1
ser caracterizado por wna coordenada y;. Então J; está relacionado ao ângulo de inclina-
ção, 8;, por y; = ±l sen 6;, onde l é o comprimento da haste. A linha que liga os círculos repre-

. i-l:_l____.,....
, ~,_,,
Figura 3.5 Hastes paralelas sus- i-1 ~~(},
tentadas por uma tira de borracha
tensio nada constituem um modelo /
..
de osciladores acoplados transversal- 7~
/

mente: (a) posição inicial, todas as


hastes paralelas; (b} a haste i está
1
inada em um ângulo &. (a) ( b) _J
Capítulo 3 Ondas 85

(a)

(b)

yi
⌬x
(c) xi⫺1 xi xi⫹1 Figura 3.6 Vistas das hastes acopla-
x das da Figura 3.5: (a) posição de equi-
yi ⫹ 1 líbrio; (b) uma haste é inclinada; (c)
yi ⫺ 1 yi
todas as hastes podem girar e inclinar.

senta a borda da tira de borracha. Na Figura 3.6a, todas as hastes se encontram em equilíbrio, o
que implica que todas as inclinações são nulas. Na Figura 3.6b, a haste i tem uma inclinação, a
mesma desenhada na Figura 3.5b. A força exercida sobre a haste i devido à tensão na tira é como
a de uma mola, dada por Fi = – kyP, onde a constante elástica efetiva é determinada a partir das
propriedades da tira tensionada. Finalmente, na Figura 3.6c, todas as hastes já estão inclinadas.
A força resultante exercida sobre a haste i, então, é a soma das forças exercidas sobre ela pelas
hastes i+1 e i–1, mediadas pela tira tensionada que une as hastes. Essas forças dependem da
diferença entre as coordenadas y do início e do final da seção da tira que liga as três hastes:
F+ = – k(yi – yi+1)
e
F– = – k(yi – yi–1).
Logo, a força resultante exercida sobre a haste i é a soma dessas duas forças:
Fi = F+ + F– = – k(yi – yi+1) – k(yi – yi+1) – k(yi – yi–1) = k(yi+1 – 2yi + yi–1).
Da Segunda Lei de Newton, F = ma, obtemos então a aceleração, ai, da haste i:
mai = k(yi+1 – 2yi + yi–1) (3.1)
Com as condições iniciais para a posição e a velocidade de cada oscilador, poderíamos re-
solver o conjunto resultante de equações em um computador. Entretanto, podemos realmente
derivar uma equação de onda usando a equação 3.1, e o faremos na Seção 3.4.

Ondas transversais e longitudinais


É preciso enfatizar uma diferença essencial entre os dois sistemas de osciladores
acoplados mostrados na Figura 3.4 e na Figura 3.5. No primeiro caso, os osciladores
(a)
podem se mover apenas na direção de seus vizinhos mais próximos, enquanto no
segundo caso, os movimentos dos osciladores estão restritos a uma direção perpen-
dicular à direção de seus vizinhos mais próximos (Figura 3.7). Em geral, uma onda
que se propaga ao longo da direção na qual os osciladores se movem é chamada de
onda longitudinal. No Capítulo 4, veremos que as ondas sonoras constituem um (b)
protótipo de ondas longitudinais. Uma onda que se move em uma direção perpen- Figura 3.7 Representações de (a) onda longitudi-
dicular à direção em que os osciladores individuais se movem é chamada de onda nal e (b) onda transversal se propagando horizon-
transversal. As ondas luminosas são ondas transversais. talmente para a direita.
As ondas sísmicas criadas por terremotos existem como ondas longitudinais
(ou compressão) e como ondas transversais. Essas ondas podem se propagar ao longo da su-
perfície da Terra, assim como através de seu interior, e ser detectadas a grandes distâncias do
epicentro do terremoto. O estudo das ondas sísmicas tem revelado informações detalhadas
acerca da composição do interior da Terra, como veremos no Exemplo 3.2.

3.3 Descrição matemática das ondas


Até aqui, examinamos simples pulsos de onda, tais como a onda nos estádios e as ondas re-
sultantes de se empurrar uma só vez uma cadeia de osciladores acoplados. Uma classe muito
mais comum de fenômeno ondulatório envolve uma oscilação periódica – em particular, uma
excitação senoidal. Na cadeia de osciladores da Figura 3.4 ou Figura 3.5, pode-se gerar uma
onda contínua movimentando-se periodicamente a primeira haste de um lado para o outro.
Essa oscilação senoidal também se desloca através da cadeia de osciladores, da mesma forma
como um simples pulso.
86 Física para Universitários – Relatividade, Oscilações, Ondas e Calor

Figura 3.8 Onda senoidal: (a) a onda


em função das coordenadas espaciais
e do tempo; (b) dependência da onda 2
com o tempo na posição x = 0; (c) v
dependência da onda com a posição 0 y(x, t) (cm)
no instante t = 0 (curva azul) e em
um instante posterior t = 1,5 s (curva ⫺2
tracejada cinza). 80
60 60
40 40 x (cm)
t (s) 20 20
T 0 ␭

(a)

y(x,0) y(x,1,5s)
2 2

y(0,t) (cm)

y (cm)
0 0

⫺2 ⫺2
0 20 40 60 0 20 40 60 80
T t (s) ␭ x (cm)
(b) (c)

Período, comprimento de onda e velocidade


A Figura 3.8 mostra o resultado de uma excitação senoidal em função tanto do tempo quanto
da coordenada horizontal, limite em que os osciladores acoplados, em grande número, são
muito próximos um do outro – isto é, no limite contínuo. Primeiro, vamos examinar esta onda
ao longo do eixo do tempo para x = 0. Esta projeção está mostrada na Figura 3.8b, que é uma
plotagem da oscilação senoidal do primeiro oscilador da cadeia:
y(x = 0, t) = A sen(␻t + ␪0) = A sen(2␲ ft + ␪0), (3.2)
onde ␻ é a frequência angular (ou velocidade angular), f é a frequência, A é a amplitude da
oscilação e ␪0 fornece o deslocamento de fase. (Os valores usados na Figura 3.8 são A = 2,0 cm,
␻ = 0,2 s–1 e ␪0 = 0,5.) Como para qualquer oscilador, o período é definido como o intervalo de
tempo entre dois máximos sucessivos, e está relacionado à frequência por

x A Figura 3.8c mostra que, para um instante qualquer, t, a dependência da oscilação à coorde-
nada horizontal, x, também é senoidal. Tal dependência é mostrada para t = 0 (curva azul) e t
v = 1,5 s (curva tracejada cinza). A distância espacial entre dois máximos consecutivos é definida

como o comprimento de onda, ␭.
T Como se pode ver na Figura 3.8a, linhas diagonais de mesma altura descrevem o movi-
t mento ondulatório no plano xt. Essas linhas são denominadas frentes de onda. O que é mais
importante de perceber acerca do movimento ondulatório desenhado na Figura 3.8 e do movi-
Figura 3.9 Vista do plano xt da Fi- mento ondulatório em geral é que, durante um período, qualquer frente de onda dada avança
gura 3.8, mostrando a relação entre
exatamente um comprimento de onda.
a velocidade da onda, o período e o
comprimento de onda.
A Figura 3.9 mostra o triângulo sombreado em roxo no topo da superfície da onda da
Figura 3.8a no plano xt para melhor ilustrar a relação entre a velocidade da onda, o período e
o comprimento da onda. Agora, você pode verificar que a velocidade de propagação da onda
é dada, em geral, por

ou, usando a relação entre o período e a frequência, T = 1/f, por


v = ␭f. (3.3).
Essa relação entre comprimento de onda, frequência e velocidade é válida para todos os tipos
de onda e é um dos resultados mais importantes deste capítulo.
Capítulo 3 Ondas 87

Formas de onda senoidais, número de onda e fase 3.1 Pausa para teste
Como obter uma descrição matemática de uma onda senoidal em função do espaço e do tem- Você está sentado em um barco
po? Comecemos com o movimento do oscilador em x = 0 (veja a equação 3.2), e note que é no meio do Lago Michigan. As
preciso um tempo t = x/v para que a excitação se desloque em uma distância x. Assim, pode- ondas que chegam ao barco des-
mos simplesmente substituir t por t – x/v na equação 3.2 para encontrar o deslocamento y(x, t) locam-se a 3,0 m/s e as cristas
fora da posição de equilíbrio em função do espaço e do tempo: são separadas por 7,5 m. Qual é
a frequência com a qual as cris-
tas de onda incidem no barco?

Podemos usar, então, a equação 3.3 para a velocidade da onda, v = ␭ f, e obter

Análoga a ␻ = 2␲/T, é a expressão para o número de onda, ␬ é

(3.4)

Substituindo ␻ e ␬ na expressão acima para y(t), obtemos a função descritiva que desejávamos:

(3.5)

Uma forma de onda senoidal como essa é quase que universalmente aplicável quando existe
somente uma dimensão espacial na qual a onda pode se propagar. Mais adiante neste capítulo,
generalizaremos esta forma de onda para mais de uma coordenada espacial.
Podemos também começar com uma determinada forma de onda senoidal, em algum
ponto do espaço, e indagar onde se encontrará esta forma de onda em um instante posterior.
Desse ponto de vista, podemos escrever a expressão para a forma de onda em função do espaço
e do tempo na forma

(3.6)

As equações 3.5 e 3.6 são equivalentes entre si, pois sen (–x) = – sen (x) = sen (␲ + x). A dife-
rença de fase na equação 3.6, ␾0, está relacionada ao ângulo de fase da equação 3.5, ␪0, por ␾0 =
␲ – ␪0. Usaremos a equação 3.6, que é a forma mais comum, de aqui em adiante.
O argumento da função seno da equação 3.6 é denominado fase da onda, ␾:
3.2 Pausa para teste
␾ = ␬x – ␻t + ␾0 (3.7). A figura mostra o gráfico, em t =
Ao considerar mais de uma onda simultaneamente, a relação entre as fases das ondas desempe- 0, de uma forma de onda y(x, t)
nha um papel fundamental na análise. Mais adiante neste capítulo, retornaremos a esse ponto. = A sen (␬x – ␻t + ␾0). Deter-
Finalmente, usando ␬ = 2␲ /␭ e ␻ = 2␲ /T, podemos reescrever a equação para a velocida- mine a amplitude, A, o número
de da frente de onda (3.3) em termos do número de onda e da frequência angular: de onda, ␬, e o deslocamento de
fase, ␾0, da onda.
(3.8)
10

A frequência angular, ␻, conta o número de oscilações ocorridas em cada intervalo de 5


y (cm)

2␲ s: ␻ = 2␲/T, onde T é o período. Analogamente, o número de onda, ␬, conta o número de 10 20 30 40 50


comprimentos de onda, ␭, que cabem em uma distância igual a 2␲ m: ␬ = 2␲/␭. Por exemplo, –5 x (cm)
no gráfico da Figura 3.8, ␬ = 0,33 cm–1. –10

Uma onda progressiva no instan-


te t = 0.
88 Física para Universitários – Relatividade, Oscilações, Ondas e Calor

3.4 Derivação da equação de onda


Nesta seção, derivaremos uma equação de movimento geral para as ondas, chamada de equa-
ção de onda:

(3.9)

onde y(x, t) é o deslocamento em relação à posição de equilíbrio em função de uma única coorde-
nada espacial, x, e da coordenada temporal, t, e v é o módulo da velocidade de propagação da onda.
A equação de onda descreve qualquer movimento ondulatório não amortecido em uma dimensão.

DEMONSTRAÇÃO 3.1 Equação de onda

⌬x A Figura 3.10 reproduz a Figura 3.6c. O eixo x, orientado da maneira


convencional, na horizontal e para a direita, é (como usual) perpendicu-
xi⫺1 xi xi⫹1
x lar ao eixo y, ao longo do qual ocorre o movimento de cada oscilador. A
distância horizontal entre osciladores vizinhos é ⌬x. Os deslocamentos
yi⫹1
yi dos osciladores, dados por y(x, t), são então funções do tempo e da po-
yi⫺1 sição ao longo do eixo x, com yi = y(yP, t). A aceleração é definida como
Figura 3.10 Vistas laterais das hastes acopladas, em que todas a derivada segunda do vetor posição, y (x, t), em relação ao tempo. Uma
elas podem girar e inclinar. vez que, neste caso, o vetor posição depende de mais de uma variável
(do tempo e também da coordenada horizontal), precisamos usar uma
derivada parcial para expressar esta relação:

(i)

Se voltarmos à definição original da derivada como o limite de uma razão entre diferenças, pode-
mos aproximar uma derivada parcial em relação à coordenada x por

E podemos aproximar a derivada segunda por

Mas o lado direito desta equação e o lado direito da equação 3.1 contêm o termo y i+1 – 2yi + y i–1.
Assim, podemos combinar essas duas equações:

Substituindo a derivada parcial segunda da posição em relação ao tempo da equação (i) no lugar
da aceleração, obtemos

Por fim, dividimos pela massa do oscilador e obtemos

(ii)

Esta equação relacionando as derivadas parciais segundas em relação ao tempo e à posição é uma
forma da equação de onda. A razão entre a constante elástica da mola e a massa do oscilador é igual
Capítulo 3 Ondas 89

ao quadrado da frequência angular, como havíamos visto no Capítulo 2. Esta também é a frequên-
cia angular da onda progressiva. Assim, o produto da frequência angular, ␻, pelo deslocamento
horizontal, ⌬x, é a velocidade da onda (a velocidade com que ela se move através do espaço),

(iii)

Assim, a equação (ii) torna-se a equação de onda dada pela equação 3.9:

No limite em que os osciladores estão muito próximos entre si – isto é, ⌬x → 0 – a solução


da equação de onda 3.9 fornece uma solução exata para a equação diferencial 3.1. A equação
3.9 é de importância fundamental, e sua aplicabilidade vai muito além do problema dos osci-
ladores acoplados. A forma básica dada pela equação 3.9 é válida para a propagação de ondas
sonoras, de ondas luminosas ou de ondas em uma corda. A diferença entre os sistemas físicos
que exibem movimento ondulatório se manifesta apenas na maneira como v, a velocidade de
propagação da onda, é calculado.
Em termos matemáticos, a equação 3.9 é uma equação diferencial parcial. Como talvez
você saiba, cursos de um semestre são inteiramente devotados às equações diferenciais par-
ciais, e você encontrará muitas mais equações diferenciais parciais se especializar-se em ciên-
cias físicas e engenharia. Entretanto, a equação de onda será a única equação diferencial parcial
que encontrará neste livro, e será suficiente tratar as derivadas parciais da mesma maneira
como as derivadas ordinárias de funções de uma só variável.

Soluções da equação de onda


Na Seção 3.3, desenvolvemos a equação 3.6, que descreve uma forma de onda senoidal. Vamos
verificar se ela constitui uma solução da equação de onda geral 3.9. Para isso, tomamos a deri-
vada parcial da equação 3.6 em relação à coordenada x e em relação ao tempo:

Inserindo essas derivadas parciais na equação 3.9, obtemos

(3.10)

Assim, vemos que a função dada pela equação 3.6 é uma solução da equação de onda 3.9, desde
que ␻2 – v2␬2 = 0. Todavia, da equação 3.8, sabemos ser este o caso, de modo que acabamos de
determinar que a equação 3.6 é uma verdadeira solução da equação de onda.
Existe uma classe maior de soluções que inclui como caso particular a solução que aca-
bamos de obter? Sim, qualquer função Y, continuamente diferenciável, com um argumento
contendo a mesma combinação linear de x e t que a equação 3.6, ␬x – ␻t, constitui uma so-
lução da equação de onda. As constantes ␻, ␬ e ␾0 podem ter valores arbitrários. Entretanto,
90 Física para Universitários – Relatividade, Oscilações, Ondas e Calor

a convenção geralmente aceita é que a frequência angular e o número de onda sejam, ambos,
números positivos. Portanto, existem duas soluções gerais da equação de onda:
(3.11)
e
(3.12)
Este resultado talvez fique óbvio se você escrever essas funções em termos de argumentos que
envolvam a velocidade da onda, v = ␻/␬. Vemos então que Y(x – vt + ␾0/␬) é uma solução para
uma forma de onda arbitrária que se move no sentido positivo de x, enquanto Y(x + vt + ␾0/␬)
é uma solução para forma de onda que se move no sentido negativo de x.
Como afirmado anteriormente, a forma funcional de Y em nada importa. Podemos veri-
ficar isso usando a regra da cadeia da diferenciação, df(g(x))/dx = (df/dg)(dg/dx). As derivadas
parciais em relação ao espaço e ao tempo contêm um fator comum, df/dg, que se anulam da
mesma maneira que a função seno colocada em evidência na equação 3.10. Portanto, as deriva-
das da função g = ␬x ± ␻t + ␾0 sempre levam à mesma conclusão, ␻2 – v2␬2 = 0, como no caso
da forma de onda senoidal.

Ondas em uma corda


Instrumentos de corda constituem uma classe vasta de instrumentos musicais. Guitarras (Fi-
gura 3.11), violoncelos, bandolins, harpas e outros instrumentos caem nessa categoria. Tais
instrumentos produzem sons musicais quando se induz vibrações em suas cordas.
Suponha que uma corda possua uma massa M e um comprimento L. A fim de obter a ve-
locidade de onda, v, nesta corda, podemos considerá-la como formada por inúmeros pequenos
segmentos individuais de comprimento ⌬x e massa m, onde

Aqui, a densidade linear de massa da corda, ␮, é igual à sua massa por unidade de comprimen-
to (considerada constante):

Podemos, então, tratar o movimento de uma onda em uma corda como o dos osciladores acopla-
dos. A força restauradora é fornecida pela tensão da corda, T = k⌬x. Usando a relação m = ␮⌬x
na equação para a velocidade de onda em um sistema de osciladores acoplados, k(⌬x)2/m = v2
[equação (iii) na Demonstração 3.1] e isolando v, obtemos a velocidade de onda em uma corda:

(3.13)

Note que a letra T foi usada para representar tanto a tensão da corda quanto o período de os-
cilação, de acordo com a convenção usual. Você deve ter certeza de qual grandeza se aplica a
uma dada situação.
O que implica a equação 3.13? Existem duas consequências imediatas. Primeiro, aumentar
a densidade linear de massa da corda (isto é, usar uma corda mais grossa) reduz a velocidade
de onda na corda. Segundo, aumentar a tensão da corda (por exemplo, apertando os tarraxos
da guitarra elétrica mostrada na Figura 3.11) aumenta a velocidade de onda. Se você toca um
instrumento de corda, sabe que, aumentando a tensão, aumenta a frequência do som produzi-
do por uma corda. Mais adiante neste capítulo retornaremos à relação entre a tensão e o som
Figura 3.11 (a) Uma guitarra elétri-
ca comum usada por bandas de rock. produzido.
(b) A menor guitarra do mundo, pro-
duzida em 2004 na Cornell NanoScale
Science and Technology Facility. Ela é
menor do que a guitarra mostrada na
parte (a) por um fator de 105, e tem
um comprimento de 10 ␮m, aproxi-
2 mícrons
madamente da largura de um fio de
cabelo humano. (a) (b)
Capítulo 3 Ondas 91

EXEMPLO 3.1 Cabo de elevador

Um técnico em manutenção de elevadores (massa = 73 kg) está sentado no topo de uma cabine
de elevador de massa igual a 655 kg no poço de um arranha-cfo. Um cabo de aço com 61 m de
comprimento e massa de 38 kg sustenta a cabine. O homem envia um sinal para seu colega no
topo do poço do elevador batendo co m seu martelo no cabo do elevador.

PROBLEMA
Quanto tempo levará para que o pulso de onda gerado pelo martelo suba pelo cabo?

SOLUÇÃO
O cabo está sob a tensão produzida pelo peso conjunto da cabine e do técnico em manutenção:

T = mg = (73 kg + 655 kg)(9,8 1 mtf) =7.142 N.


A densidade linear de massa do cabo de aço é

M 38 kg
µ, = - = - - = 0,623 kg/m.
L 6l m
Portanto, de acordo com a equação 3.13, a velocidade de onda neste cabo tem valor

v= ~ = 107 nlls.
Para subir ao longo dos 61 m do cabo, o p ulso precisa de um tempo

L 6lm
t = - = - - - = 0,57 s.
V 107 mJs

DISCUSSÃO
Essa solução implica que a tensão da corda é a mesma em qualquer lugar do cabo. Isso é verda-
deiro? Não inteiramente! Não podemos de fato desprezar o peso do próprio cabo ao determinar
a tensão. A velocidade que calculamos é correta para o ponto mais baixo do cabo, onde ele está
I preso à cabine. Entretanto, a tensão na extremidade superior do cabo também tem de incluir o
L_.!'eso total do mesmo. Lá, a tensão vale

1 T = mg = (73 kg + 655 kg + 38 kg)(9,81 m/s~ = 7.514 N,


o q ue dá uma velocidade de .onda de 110 m/s, cerca de 3% maior do que o valor q ue havíamos
calculado. Se tivéssemos de levar em conta esse efeito, teríamos de calcular a dependência da
velocidade de onda com a afüma e, depois, efetuar a integração apropriada. Todavia, uma vez
q ue a cor reção máxima é de 3%, podemos considerar q ue a correção média é de aproxima-
damente 1,5%, usando uma velocidade de onda média de 108,6 m/s e obtendo um tempo de
propagação para o sinal de 0,56 s. Assim, levar em conta a massa do cabo altera o resultado
em apenas 0,01 s.

Reflexão de ondas
O que acon tece quando um a onda que se propaga em uma corda encon tra uma bar reira? A
extremidade de uma corda amarrada a um suporte fixo em um a parede pode ser considerada
wna barreira. Na Figura 3.3, u m a onda foi iniciada em wna corda movendo-se wna de suas
extremidades para cima e para baixo. A onda, então, se propaga ao longo da corda. Quando ela
atinge a extremidade da corda que está presa ao suporte fixo na parede, a onda se reflete como
mostrado na Figura 3.12. Uma vez que a extremidade da corda é fixa, a onda refletida tem sua
fase deslocada em 180º, e retorna em sentido oposto e invertida. Nesse ponto fixo, a amplitude
1
onda é nula.
Se a extremidade da corda for presa a uma conexão móvel e desprovida de atrito, tal como
a mostrada na Figura 3.13, a onda será refletida sem sofrer mudança de fase, e a onda que re-
torna tem amplitude positiva. A amplitude máxima na extremidade móvel d a corda é o dobro
da amplitude inicial da o nda.
~ Física para Universitários - Relatividade, Oscilações, Ondas e Calor

(a)

(e) ~:~=====' (c) ~~~........................,, ..,..+


........,.......,_~~

(d) (d) ~~~-~--~--, ~~


(e) -"';t~-------+
__,
(f) (f)
+ v
(g) ~~~. . ..;.J' --------"l<f
Figura 3.12 Uma corda segurada por uma mão por um das ex- Figura 3.13 Uma corda segurada por uma mão por um das extremidades,
tremidades e atada firmemente a uma parede pela outra. (a) A atada a uma parede por uma conexão móvel e livre de atrito pela outra
extremidade livre da corda é movimentada para cima e para baixo. extremidade. (a) A extremidade livre da corda é movimentada para cima e
Em {b), (c) e {d), uma onda se desloca ao longo da corda para a para baixo. Em (b), (c) e {d), uma onda se desloca ao longo da corda para
direita. Em (e), (t) e (g), após ser refletida na extremidade fixada a direita. Em (e), (f) e (g), após ser refletida na extremidade móvel da I
1
parede, a onda se desloca ao longo da corda para a esquerda. parede, a onda se desloca ao longo da corda para a esquerda. __J

3.5 Ondas espaços de duas e três dimensões


Até aqui, descrevemos apenas ondas unidimensionais, aquelas que se movem em uma corda ou
ao longo de uma cadeia linear de osciladores acoplados. Entretanto, as ondas na superfície da
água, como as da Figura 3.2, espalham-se através de um espaço bidimensional - o plano da
superfície líquida. Uma lâmpada incandescente e um alto-falante também emitem ondas, as
quais se espalham em três dimensões. Portanto, é necessária uma descrição matemática mais
completa do movimento ondulatório. Um tratamento completamente generalizado ultrapassa
os objetivos deste livro, mas podemos examinar dois casos especiais que cobrem a maior parte
dos fenômenos ondulatórios que ocorrem na natureza.

Ondas esféricas
Se você examinar as Figuras 3.2 e 3.14, verá ondas geradas em um ponto e que se espalham
Figura 3.14 Ondas se espalhando como círculos concêntricos. A idealização matemática de ondas emitidas por fontes puntifor-
radialmente para fora de uma fo nte mes descreve ondas que se propagam para fora em círculos concêntricos em duas dimensões
puntiforme (uma lâmpada incandes- espaciais, ou em esferas concêntricas no caso de três dimensões espaciais. Formas de onda
cente, neste caso). As superfícies senoidais que se espalham dessa maneira são descritas matematicamente por
interna e externa de cada faixa con-
cêntrica colorida estão separadas por y(r, t) =A(r)sen ( Kr - wt -1 </>0). (3. 14)
1 comprimento de onda.
Aqui, r representa o vetor posição (em duas ou três dimensões), er =lrl
é o seu valor absoluto. !
Você pode se convencer de que esta função realmente descreve formas de onda em círculos
concêntricos (em duas dimensões) ou esferas concêntricas (em três dimensões) lembrando-se
de que a circunferência de um círculo ou a superfície de uma esfera se encontra a uma mesma
distância ,d a origem e, portanto, r tem um mesmo valor para todos os seus pontos. Um valor
constante de r em algum instante t implica tuna fase constante, </> = Kr - wt + </>0 • Uma vez que
todos os pontos de um determinado círculo ou da superfície de uma dada esfera possuem a
mesma fase, todos eles estão no mesmo estado de oscilação. Portanto, a equação 3.14 de fato
descreve ondas circulares ou esféricas.
Uma forma de onda descrita pela equação 3.14 de fato não possui uma amplitude, A, cons-
tante, mas tuna amplitude que depende da distância radial até a origem da onda (Figura 3.15).
Na Seção 3.6, quando falarmos na energia transportada por ondas, ficará claro que a depen-
dência radial da amplitude é necessária para ondas bi e tridimensionais, e que a amplitude tem
de ser um a ftmção monotonicamente decrescente da distância em relação à fonte. Usaremos
a conservação da energia para descobrir como exatamente a amplitude varia com a distância,
mas, por ora, usaremos A(r) = C/r (onde C é uma constante) para uma onda esférica tridimen-
sional. Nesse caso, a equação 3.14 se torna _J
e . - wt + <bo).
y(r,t)=-sen(Kr (3.15) ......____. y
r

Ondas planas
Em pontos muito distantes de uma fonte puntiforme que emite ondas esféri-
cas, estas podem ser aproximadas por ondas planas. Como mostrado na Figura
3. 16, ondas plan as são aquelas para as quais as superfícies de fase constante são
planos. Por exemplo, a luz proveniente do Sol incide sobre a Terra na forma de
ondas planas. Por que se pode usar a aproximação de onda plana nestes casos?
Se você calcular a curvatura de uma esfera em função de seu raio, e fizer o raio
Figura 3.15 Uma onda esférica em função de duas
tender a infinito, a curvatura tenderá a zero. Isso significa que qualquer setor da coordenadas espaciais.
superfície dessa esfera se parece localmente com um plano. Por exemplo, a Terra
é basicamente uma esfera, mas ela é tão grande que, localmente, a superfície pa-
rece wn plano para nós.
Para uma descrição matemática de uma onda plana, podemos usar a mesma forma funcio-
nal que para wna onda unidimensional:

y(r, l) = Asen{KX- wl + c/J 0) , (3.16)

onde o eixo x é definido localmente como perpendicular ao plano da onda. Você pode estar se
perguntando por que a equação 3.16 inclui novamente uma amplih1de constante. A resposta
é que, em pontos muito distantes da origem, A / r varia muito lentamente em função de r, de
modo que usar uma amplitude constante resulta em uma aproximação tão boa quanto apro-
ximar a curvatura de uma esfera por zero. Para uma onda perfeitamente plana, a amplih1de é
realmente constante.
Figura 3.16 Ondas planas. Cada pla-
Ondas de superfície no paralelo representa uma superfície
Em 26 de dezembro de 2004, um terremoto de magnih1de 9,0, sob o Oceano Índico perto da de fase constante. Planos adjacentes
costa da Sumatra, originou um tsunami (palavra japonesa que significa "onda de porto"). O estão separados por dois comprimen-
tos de onda.
tsunami causou uma incrível destruição na provÚlcia Aceh, da Indonésia, e também se espa-
lhou pelo Oceano Índico a wna velocidade de um jato comercial, produzindo muitos danos
na Índia e no Sri Lanka. Uma simulação da propagação do tswiami feita por computador é
mostrada na Figura 3.17. Qual é base física do movimento de wn tsw1ami?
Quando ocorre um terremoto subaquático, quando duas placas da crosta terrestre se mo-
1 vem uma contra a outra, com frequência o fundo do mar é deslocado para cima e alterado.

ssa maneira, a água do oceano também é deslocada, originando uma onda de pressão. Essa _J
1 é wna das raras ocorrências de wna onda que transporta matéria consigo (neste caso, água); a

água de fato quebra na costa. Todavia, a água que atinge a costa não é originária do local onde 1

Figura 3.17 Uma simulação de com-


putador da propagação do tsunami
originado perto de Sumatra em 26 de
dezembro de 2004. Os quatro quadros
correspondem a um período de tempo
L de várias horas. 1
Física para Universitários - Relatividade, Oscilações, Ondas e Calor

ocorreu o terremoto, de modo que, em um tsunami, não ocorre transporte de água por longas
distâncias. Abordaremos ondas de pressão com mais detalhes no Capítulo 4. Por ora, você pre-
cisa apenas saber que as ondas de pressão no oceano possuem comprimentos de onda muito
longos, de até 100 km ou mais.Uma vez que este comprimento de onda é muito maior do que
a profundidade típica do oceano, de aproximadamente 4 km, as ondas de pressão resultantes
de terremotos não pode se espalhar esfericamente, mas apenas como ondas de superfície. Para
essas ondas super ficiais, a velocidade de onda local não é constante, mas depende da profun-
didade do oceano: 1

1 1 Exercidos ') Ysupcrflcie = ,Jgd' (3.17)


de sala de aula
onde g= 9,81 mts2 é a aceleração da gravidade e d é a profundidade do oceano, em metros.
Ourante uma aula de golfe, sua
Para uma profundidade de 4.000 m, resulta uma velocidade de 200 m/s, ou cerca de 700 km/h,
bola encontra-se bem na borda
de uma área de risco que é uma praticamente a velocidade de tun jato de linha. Todavia, quando a frente do tsunanú atinge as
Lagoa circular com 120,0 m de águas costeiras, mais rasas, a velocidade de onda diminuí de acordo com a equação 3.17. Isso
diâmetro e 1,00 m de profundi- faz a onda se empinar, já que a água que vem do oceano por trás, ainda com velocidade maior,
dade. Em vez de bater na bola superpõe-se à água das partes frontais do tsunami. Dessa maneira, wna crista de onda de um
como planejado, fazendo-a voar tsunami tem uma altura da ordem de apenas meio metro no oceano aberto, passando sob os
por sobre essa área, você bate navios sem ser percebida, ao passo que, perto da costa, ela cria uma parede de água com até 300
de modo que a bola caia exa- m de altura varrendo tudo em seu caminho.
tamente no meio dela. Quanto
tempo levará para que a onda
criada na água por sua bola de Ondas sismicas
golfe chegue a seus pés? Os terremotos também podem gerar ondas que se propagam através da Terra. Dois tipos de
a) 19,2 s. d) 67,l s. ondas sísmicas geradas por terremotos são as ondas de compressão e as ondas transversais. As
ondas de compressão geralmente são chamadas de ondas P (ou primárias). enquanto que as
b) 34,7 s. e) 89,3 s. ondas sísmicas transversais são geralmente chamadas de ondas S (ou secundárias). As ondas
c) 56,1 s. P podem se propagar através de sólidos e líquidos, porém as ondas S se propagam apenas em
sólidos. Líquidos, como ferro derretido, não podem sustentar ondas S.
A Terra tem uma composição variável em função da distância em relação ao centro, como
ilustrado na Figura 3.18a. No centro da Terra existe um núcleo interno composto principal-
mente por ferro sólido. Por cima deste, existe o núcleo externo, que é formado principalmente
por ferro derretido. Os mantos interno e externo são compostos por materiais mais leves e
existem em um estado sólido e plástico. A crosta é dura e quebrad iça. A maior parte da massa I
da Terra encontra-se no manto.
Crosta

{a) {b)
Figura 3.18 (a) A composição do interior da Terra. Um terremoto ocorre, gerando ondas S. Essas ondas propagam-se na crosta, no manto superior
e inferior, mas não conseguem deslocar-se no núcleo externo derretido. (b) Nenhuma onda S proveniente do terremoto é detectada em pontos ao
redor da Terra ue se encontrem em ãn ulos maiores do ue O o~ ue as ondas S não odem se ro agar no núcleo externo derretido.
As ondas sísmicas se propagam do epicentro, a partir do terremoto, através da Terra e
podem ser detectadas na superfície em localidades muito distantes. As ondas de compressão
sísmicas (P) podem atravessar o volume inteiro da Terra, enquanto as ondas transversais sís-
m icas (S) não podem penetrar no núcleo derretido. Assim, os limites do núcleo podem ser
determinados a partir de observações das ondas S, como ilustrado na Figura 3.18.

EXEMPLO 3.2 Medindo o tamanho do núcleo derretido da Terra

Os cienlistas observaram que o ângulo máximo correspondente aos pontos da superfície terrestre
onde as ondas S geradas por um terremoto podem ser detectadas é 8 = 105° (veja Figura 3.18b).
Esse efeito se deve ao fato de que as ondas S não podem atravessar o núcleo externo da Terra, onde
o ferro derretido não pode resistir a forças de cisalhamento. O raio da lerra é de 6.370 km.

PROBLEMA
l_,9ual é o raio do núcleo derretido da Terra?

isoLUÇÃO
Examinando a Figura 3.18b, vemos que podemos relacionar o raio do núcleo derretido, Rmidro' com
o raio da Terra, ~'erra' e com o ângulo máximo de observação das ondas S na superfície terrestre:

cos(~) = R núdeo,
2 R Terra

Podemos, então, isolar o raio do núcleo derretido:

cos(~) = (6.370 km )cos( ~ ) = 3.880 km.


1 0
Rmicleo = RTcl'ra

Observe que este resul tado é somente aproximado. As ondas transversais sísmicas de falo não se
propagam exatamente em linhas retas devido à variação da densidade em função da profundidade
na Terra. Todavia, o resultado calculado está razoavelmente próximo do valor mais precisamente
medido, Rnúdco = 3.480 km, obtido alravés da combinação de diferentes métodos.

Os terremotos não constituem a única fonte de ondas sísmicas. Essas ondas também podem
ser geradas por explosivos detonados no subsolo, como dinamite ou mesmo bombas nucleares.
Por isso, o monitoramento de ondas sísmicas é usado para fiscalização da realízação de testes nu-
cleares proibidos e da não proliferação de armas nucleares. Outros meios de gerar ondas sísmicas
são os thurnper-trucks (enormes caminhões bate-estacas que erguem grandes massas até 3 m de
1
ra do solo e as deixam cair), armas de ar comprimido, fontes sonoras e vibradores hidráulicos
ou eletromecânicos. Por que alguém desejaria gerar ondas sísmicas? De maneira análoga a como
as ondas S foram usadas no Exemplo 3.2 para procurar por depósitos de densidades diferentes
no subsolo. Essa técnica básica de reflexão sismológica é amplamente utilizada na prospecção de
petróleo e de gás natural e, portanto, é de grande interesse para a pesquisa atual.

3.6 ll.!:J!..rgia, potência e intensidade de ondas


A Seção 3. 1 enfatizou que as ondas geralmente não transportam matéria. Todavia, elas trans-
portam energia, e nesta seção determinaremos sua quantidade.

Energia de uma onda


No Capítulo 2, vimos que a energia de uma massa que oscila presa a uma mola é proporcional
à constante elástica e ao quadrado da amplitude oscilação: E = +Juf.
Uma vez que podemos
conceber uma onda como o conjunto de oscilações de inúmeros osciladores acoplados, cada
pequeno volume do meio através do qual a onda passa tem esta energia por oscilador. Usando
2 2
(novamente) k!m = w , ou k = mw , a energia da onda é dada por

(3. 18)
~9_6~~-F1_·s_ic_a~p~a_r_a_U_n_iv_e_r_si_ta_·r_io_s~--R_e_~_t_i~_-d_a_d_e~,_O_s_ci_~~ç~õ_e~s,~O_n_d_a_s_e~Ca_l_o_r~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

onde a amplitude da onda tem uma dependência radial, como explicado na discussão geral
sobre ondas em duas e três dimensões. Vemos que a energia de uma onda é proporcional ao
quadrado da amplih1de e ao quadrado da frequência.
Se a onda se move em um meio elástico, a massa m, que aparece na equação 3.18 pode ser
expressa como m = p V, onde pé a densidade e V é o volume que a onda travessa. Este volume é
o produto da área da seção transversal, A _ (a área perpendicular à velocidade vetorial da onda),
que a onda atravessa pela distância que ela percorre durante o tempo t, ou l = vt. (Observaçã.o:
o símbolo A_ indica a área, enquanto o súnbolo A, sem o subscrito _, é usado para representar
a amplih1de da onda!) Assim, obtemos a energia para este caso:

(3.19)

Se a onda é wna oscilação esférica irradiada a partir de uma fonte puntiforme, e se ne-
nhuma energia é perdida por amortecimento, podemos determinar a dependência radial da
amplitude da equação 3.19. Neste caso, a energia é uma constante em wn valor fixo de r, assim
como a densidade do meio, a frequência angular e a velocidade de onda. A equação 3.19, entã.o,
2
fornece a condição A .L IA(r) l = constante. Para uma onda esférica tridimensional, a área que a
L onda atravessa é a superfície de uma esfera, como mostrado na Figura 3.14. Logo, neste caso, 1

~
2 2
A.L = 4'1Tf, e obtemos r IA(r)l = constante :::;. A(r) ex l /r. Este é exatamente o resultado para a 1

dependência da amplitude que foi usada na equação 3.15.


Se a onda se espalha estritamente em um espaço bidimensional, como no caso de ondas
1 na superfície da água, a área da seção transversal é proporcional à circunferência de wn círcu-
2
lo e, portanto, é proporcional ar, e não a r2 . Neste caso, obtemos para rlA(r) l = constante :::;.
1
1
12 ------ ~ ---
A(r) ex l/J; para a dependência radial da amplitude da onda.
1

'2
Potência e intensidade de uma onda
Figura 3.19 Lei cio inverso do qua-
rado para a intensidade de uma Sabemos que a potência média é a taxa de transferência de energia pelo tempo. Com a energia
nda esférica em duas diferentes dis- contida em uma onda dada pela equação 3.19, temos então
âncias em relação à fonte.
P= ~ =tpAl.vw2 [A(r )J2 . (3.20) 1

Uma vez que todas as grandezas do lado direito da equação 3.20 são independentes do tempo, 1

a potência irradiada em uma onda é constante no decorrer do tempo.


A intensidade, I, de wna onda é definida como a potência irradiada por unidade de área
transversal:
p
! =-.
A.i
Substihlindo Pdado pela equação 3.20 nesta definição, resulta em

2
1 =tpvw 1A(r)J2. (3.21)

Figura 3.20 A intensidade de uma


Como se pode ver a partir do resultado, a intensidade depende do quadrado da amplih1de, e,
onda a uma distância r é l . À distân- assim, a dependência radial da intensidade deve-se à dependência da amplih1de com a distân-
eia 2r, a intensidade é 1/4. À distân- cia radial em relação ao ponto de propagação. No caso de uma onda esférica tridúnensional,
_J
1

3r, ela vale 1/9. A(r) ex l /r e, portanto,

13 .3 Pausa para teste


1
A intensidade das ondas eletro- Portanto, para dois pontos que estão a distâncias r1 e r 2 do ponto de propagação da onda esféri-
magnéticas provenientes do Sol, ca, as intensidades J1 = I (~) e I2 = I (r ~ medidas nestas posições são relacionadas por:
na Terra, é de aproximadamente
1.400 W/rrí. Qual é a intensida-
de das ondas eletromagnéticas (3.22)
provenientes do Sol na posição
de Marte? A distância da Terra como mostrado na Figura 3.19.
ao Sol vale 149,6 · Hf km, e a
A Figura 3.20 ilustra a dependência da intensidade de wna onda com distância a partir
distância de Marte ao Sol é de da fonte. Se a intensidade da onda a uma distância r for I, a intensidade da onda a wna distân-
6
L 27,9. 10 km .
eia 2r será J/4. Na Figura 3.20, podemos ver por que esta relação é verdadeira, pois a mesma 1
E]
F
quantidade de potência atravessa um a área quatro vezes maior que Ar Analogamente, a mna
distância 3r, a intensidade será I/9, pois a mesma quan tidade de potência atravessa um a área
Capítulo 3 Ondas

3.2 Exercidos
de sala de aula
nove vezes maior.
A inte nsidade das ondas eletro-
magnéticas provenientes do Sol,
PROBLEMA RESOLVIDO 3~ Potência transmitida por uma onda em na Terra, é de 1.400 W/m2 • Qual é
a potê ncia total gerada pelo Sol?
,..--- uma corda A distância da Terra ao Sol é de
PROBLEMA 6
149,6 · 10 km.
O deslocamento transversal de uma corda tensionada específica em relação ao equilíbrio, em fun -
a) 1,21 · 10 W d) 2,11 . 10 w
20 28
ção da posição e do tempo, é dado por y(x, t) = (0,130 m) cos [(9,00 ni' 1 )x + (72,0 Ç 1)t] . A densi-
dade linear de massa da corda é de 0,00677 kg/m. Q ual é a potência média transmitida pela onda b) 2,43 . 10 2• w e) 9,ll · 1030 W
através da corda? 26
c) 3,94 · 10 W

SOLUÇÃO
PENSE
Começamos usando a equação 3.20 para a po tência média transmitida por urna onda. Podemos
obter a amplitude, A(r), o número de onda, K , e a frequência angular, cv, a partir da função y(x, t)
fornecida comparando-a com a solução da equação de onda para o caso de uma onda que se
propaga no sentido negativo do eixo x (compare com a equação 3.6). O produto pA.L é dado pela
densidade linear de massa,µ. .

DESENHE A
r-----"-..
K
,--------"-..
w
r-----"-..
A Figura 3.21 identifica os fatores relevantes da função de onda. y (x, t) = (0,130 m)cos({9,00 m- 1 )x + (72,0 ç t)t)
Figura 3.21 Função de onda com seus fatores
PESQUISE
relevantes identificados.
A po tência transmitida por uma onda é dada pela equação 3.20:

P=+pA.1v w2 [ A(r)J2 .
Para uma onda que se move em uma corda elástica, o produto da densidade, p, pela área da seção
transversal, A.L , pode ser escrito na forma
m m m
pAJ. = V A.i = L A.i AJ. = L= µ.,
onde µ., = mi L é a densidade linear de massa da corda. No caso de uma onda que se move em uma
corda elástica, A(r) é constante e, assim, podemos expressar a potência transmitida como

P=+ µ. vw2 [ A (r )J2.


~odemos usar a equação 3.8 para obter o valor da velocidade da onda: _J
w
V=- .
K
1
SIMPLIFIQUE
A partir da função de onda especificada no enunciado, vemos que A(r) = 0,130 m, K = 9,00 nf 1 e
w = 72,0 s-•. Por convenção, w é um número positivo, e a função de onda especificada representa
uma onda q ue se propaga no sentido negativo do eixo x. Podemos, então, calcular v:

w 72,0 s- 1
v =- = = 8,00 m/s.
K 9,0om- 1

CALCULE
Substituin do os valores num éricos na equação 3.20, obtemos

P= t µ. vw2 [ A(r)J2 = t( 0,00677 kg/m )( 8,00 m/s )(n,o s- 1)\0,130 m)


2

= 2,37247 W.

ARREDONDE
Apresentamos nosso resultado com três algarismos significativos:

p = 2,37 w.
Continua --> _J
198 Física para Universitários - Relatividade, Oscilações, Ondas e Calor

SOLUÇÃO ALTERNATIVA
Para avaliar nossa resposta, vamos considerar que a energia da onda corresponda à energia de um
objeto cuja massa seja igual à massa de uma parle da corda de comprimento igual a um compri-
mento de onda. Esse objeto se move no sentido negativo de x com a mesma velocidade da onda.
A potência, então, é a energia transmitida durante um período. A partir dos valores de K e de w,
obtidos da função de onda fornecida, obtemos o comprimento de onda e o período:

21T
À= - = 0,698 m
K

2
T= 'TT = 0,0873 s.
w
Podemos escrever a eneq,>ia cinética na forma

K = Hµ.A)v 2 = 0,151 J.
A potência, portanto, é

P =K = 0,151 J l ,73 \V
' .
T 0,0873 s
O resultado é semelhante ao nosso resultado para a potência transmitida ao longo da corda. As-
sim, nossa resposta perece plausível.
~~~~~~~~~~~
3.7 IR!:i!:!,gpio da superposição e interferência il
Equações de onda como a equação 3.9 possuem uma propriedade muito importante: elas são
lineares. O que isso significa? Significa que, se você encontrar duas soluções diferentes, y1 (x,t) e
y2 (x,t), para uma equação diferencial, ent ão qualquer combinação linear dessas duas soluções,
tal como

y(x, t) = ay 1(x, t) + by2 (x, t) (3.23)


onde a e b são constantes arbitrárias, também será uma solução para a mesma equação dife-
rencial. Você pode comprovar esta propriedade linear na equação diferencial, pois ela contém
2
a função y(x, t) elevada apenas à primeira potência [não existem termos contendo y(x, t) ou
~y(x,t) ou qualquer outra potência da função].
Em termos físicos, a propriedade linear significa que soluções de onda podem ser adicio-
nadas, subtraídas ou combinadas segundo qualquer outra combinação linear, e o resultado
será novamente tuna solução de onda. Essa propriedade física constitui a base matemática do
princípio da superposição:

Duas ou mais soluções de onda podem ser adicionadas, res ultando outra solução de onda.

y(x, t) = y 1(x, t) + yJx, t) (3.24)


A equação 3.24 é um caso especial da equação 3.23, com a = b = 1. Vamos, agora, examinar
um exemplo da superposição de dois pulsos de onda com amplitudes e velocidades dife-
rentes. 1

EXEMPLO 3.3 Superposição de pulsos de onda l


Dois pulsos de onda, y1(x, t) =A1e-(x-•,l)'e y 2 (x, t )= A 2e-(x t •,tl', onde A 2 = 1,7 A 1 e~ = 1,6 v 2 en-
contram-se a determinada distância um do outro. Por causa de sua forma matemática particular,
os pulsos são chamados de pacotes de onda gaussianos. Consideraremos que as duas ondas sejan1
do mesmo Lipo, como, por exemplo, o ndas cm uma cord a.

PROBLEMA
Qual será a amplitude da o nda resultante quando for máxima a superposição dos dois pulsos, e
em que ins tante isso ocorrerá?
r-- Capítulo 3 Ondas
1 -----------------------~ 1
991

SOLUÇÃO
Os dois pacotes de onda gaussianos são da forma funcional y(x, t) = Y(x ± vt) e são, portanto,
soluções válidas da equação de onda unidimensional 3.9. Logo, vale o princípio da superposição
(equação 3.23), e podemos simplesmente adicionar as duas funções de onda para obter a função
que representa a onda resultante. Os dois pacotes de onda gaussianos atingem superposição má-
xima quando seus centros estão na mesma posição do espaço de coordenadas. O centro de um
pacote de onda gaussiano encontra-se na posição para qual o expoente é nulo. Como se pode ver
a partir das funções fornecidas, ambos os pacotes estarão centrados em x =O no instante t =O, que
(a)
é a resposta à questão sobre quando é máxima a superposição. Na superposição máxima, a am-
plitude é, simplesmente, A= A1 +Ai= 2,7 A1 (pois A2 = 1,7 A1, como especificado no enunciado
do problema). f\ A

DISCUSSÃO
É inslrulivo analisar o gráfico que ilustra essas ondas e sua superposição. Os dois pacotes de onda
gaussianos iniciam no instante t = -3, em unidades de largura do pacote dividida pela velocidade
v 1 e se propagam. A Figura 3.22a é um gráfico tridimensional da função de onda y(x, t) = y 1(x, t)
_ _ A_ _""-----
v
+ yJx, t) em função da coor,denada x e do tempo t. Os vetores velocidade v1 e 2são mostrados. ri\
A Figura 3.22b mostra gráficos das ondas no espaço de coordenadas em diferentes instantes de
tempo. A curva azul representa )\(X, t), a curva vermelha representa y 2 (x, t), e a curva preta, sua
soma. No instante médio, os dois pacotes de onda alingem a superposição máxima.
X

L (b)
Figura 3.22 Superposição de dois
_J
O que é essencial lembrar acerca do princípio da superposição é que as ondas podem se pacotes de onda gaussianos: (a)
interpenetrar sem alterar suas frequência, amplitude, velocidade e direção de movimento. A representação tridimensional; (b)
tecnologia das comunicações modernas é absolutamente dependente deste fato. Em qualquer plotagem no espaço de coordenadas
cidade, diversas estações de rádio e televisão comerciais emitem seus sinais em frequências di- para diferentes instantes de tempo.
ferentes; existem também as transmissões de celulares e transmissões de TV via satélite, assim
como ondas luminosas e ondas sonoras. Todas essas ondas devem de ser capazes de penetrar
Lunas nas outras sem sofrer alteração, ou nossas comunicações diárias seriam impossíveis.

Interferência ondulatória
A interferência é uma consequência do princípio da superposição. Se as ondas se atravessam,
seus deslocamentos simplesmente se somam, de acordo com a equação 3.24. Alguns casos inte-
ressantes surgem quando os comprimentos e as frequências das ondas são os mesmos, ou pelo
menos quando são próximos. Aqui, examinaremos apenas o caso de duas ondas de comprimen-
tos de onda e frequências idênticas. O caso de ondas de frequências muito próximas uma da
outra será abordado no Capítulo 4, sobre o som, quando discutirmos os batimentos.
Primeiro, vamos considerar duas ondas unidimensionais de amplitude idêntica, A, mes-
1 mo número de onda, K, e mesma frequência angular, w. A constante de fase% é nula no caso
da onda l, mas pode variar no caso da onda 2. A soma das formas de onda é, portanto,

y(x, t) =A sen(Kx - wt) + A sen(Kx - wt + </>0 ) . (3.25)


Para </> 0 =O, as duas fimções seno da equação 3.25 possuem argumentos idênticos, de modo
que sua soma resulta simplesmente y(x, t) = 2A sen (Kx - wt). Nesse caso, as duas ondas se
adicionam no maior grau possível, o que é denominado interferência construtiva.
Quando se desloca o argumento de uma fimção seno ou cosseno em 7T, obtém-se o ~<Po =-h
negativo daquela função: sen (8 + 7T) = - sen 8. Por isso, os dois termos da equação 3.25 cPo
se anulam exatamente quando <f>o = 7T. Tal situação é chamada de interferência destru-
tiva. Os padrões de interferência correspondentes a estes dois valores de </>0 , juntamente
~<Po=in
com outros três casos, são mostrados na Figura 3.23 para t = O.
Padrões de interferência interessantes também são obtidos com duas ondas esféricas
cujas fontes estão separadas por certa distância. A Figura 3.24 mostra wn padrão esque-
oeoeGO< <Po=TI
1
mático para duas ondas idênticas com K = 1 m- e mesmos valores de w e de A . Uma das Figura 3.23 Interferência de ondas unidi-
mensionais em função de suas constantes
ondas foi deslocada t.x para a direita, e a outra foi deslocada - t.x para a esquerda. A figu-
de fase em t = O. Em instantes posteriores,
ra ilustra dez valores diferentes de t.x, o que dá wna boa ideia do comportamento do pa- os padrões se moveram, sem alteração de
drão de interferência em função da separação entre os centros das ondas. Se você deixar forma, para a direita. A onda 1 é vermelha,
cair duas pedras simultaneamente em uma lagoa, perceberá que esses padrões de interfe- a onda 2 é azul e em preto está rep resenta- I
1 rência são iguais ao formado pelas ondulações que resultam da queda das pedras na água. da a soma das duas. __J
1100 Física para Universitários - Relatividade, Oscilações, Ondas e Calor

Figura 3.24 Padrões esquemáti-


cos de interferê ncia de duas ondas
idênticas periódicas bidimensionais
deslocadas em l1x para cada lado da
origem, onde a unidade de l1x é o
metro. Os círculos brancos e pretos
indicam os mínimos e os máximos; e
os círculos cinzentos indicam os pon-
tos onde a soma das ondas é nula.

Um caso especial de superposição ocorre para duas ondas progressivas se elas são idên ticas
exceto pelos sinais opostos de w: y,(x, t) =A sen (Kx + wt) e y !x, t) =A sen (Kx + wt) . Vam os
primeiro examinar o resultado matemático dessa superposição (após o que teremos adquirido
sensibilidade física):

y(x ,t) = y1(x ,t)+ Yz (x, t)


= Asen(Kx + wt) + Asen(Kx -wt) ""*'

y(x, t) =2A sen(Kx)cos(wt). (3.26)

No último passo para obter a equação 3.26, usamos a fórmula da adição trigonométrica, sen (a
± {3) =sen a cos f3 ±cosa sen {3 . Portanto, no caso da superposição de duas ondas progressivas
de mesma amplitude, mesmo número de onda e mesmo módulo de velocidade, mas com sen -
tidos oposto de propagação, a dependência com a coordenada espacial e com o tempo podem
ser separadas (ou fatoradas) em wna fw1ção apenas de x multiplicada por uma fwição apenas
de t. O resultado dessa superposição é uma onda que possui nodos (onde y = O) e antinodos
(onde y atinge seu valor máximo) em posições particulares ao longo do eixo x. Cada antinodo
está localizado a meio caminho entre dois nodos vizinhos.
Essa superposição é muito mais fácil de visualizar na forma gráfica. A Figura 3.25a
mostra uma onda representada por y lx, t) = A sen(Kx + wt), e a Figura 3.25b mostra
.....x outra onda dada por y 2(x, t) =A sen(Kx - wt) . A Figura 3.25c mostra a soma das duas
ondas. Em todos os gráficos, a forma de onda é mostrada em fwição da coordenada x.
Cada gráfico também mostra a onda em 11 instantes de tempo diferentes., com um in-
tervalo de tempo de Ti/10 entre instantes vizinhos, como se estivéssemos vendo uma
sequência de fotografias tiradas de tempo em tempo. A fim de comparar os mesmos ins-
tantes de tempo de cada gráfico, as curvas são codificadas por cores, começando do ver-
melho e prosseguindo pelo laranja e o amarelo. Podemos ver que as ondas progressivas
se movem para a esquerda e para a direita, respectivamente, porém a onda resultante da
superposição das duas oscila no mesmo lugar, com os nodos e os antinodos mantendo-
-se em posições fixas do eixo x. Essa onda de interferência é conhecida como onda esta-
cionária, que resulta da fatoração da dependência temporal e da dependência espacial da
Figura 3.25 (a) e (b) mostram duas ondas pro-
gressivas com velocidades vetoriais opostas. ( c) equação 3.26. Nos nodos, as duas ondas progressivas estão sempre fora de fase.
Superposição das duas ondas, resultando em Os nodos de uma onda estacionária possuem sempre amplitude nula. De acordo
uma onda estacionária. com a equação 3.18, a energia contida em wna onda é proporcional ao quadrado da
amplitude. Logo, nenhuma energia é transportada por uma onda estacionária através
de qualquer de seus nodos. A energia da onda permanece "presa" entre os nodos de
uma onda estacionária, e lá se mantém localizada. Note também que, embora uma onda esta-
cionária não se mova, a relação entre comprimento de onda, frequência e velocidade de onda,
v = >...f, continua válida. Aqui, v representa o módulo das velocidades das ondas progressivas
que formam a onda estacionária.

Ondas estacionárias em uma corda


A base para a criação de sons musicais por instrumentos de corda é a geração de ondas estacio-
nárias nas cordas que foram tensionadas. Na Seção 3.4, discutimos de que maneira a velocida-
de de uma onda em uma corda depende da tensão da corda e da densidade linear de massa da
mesma (veja a equação 3.13). Nesta seção, discutiremos as bases físicas das ondas estacionárias
L unidimensionais. 1
1~
F Comecemos com uma demonstração. A Figura
3.26 mostra uma corda presa a uma argola firme-
(a)t- Antinodo
Capítulo 3 Ondas

~ fo
mente fixada, pelo lado esquerdo, e a um pistão pela
direita. O pistão oscila para cima e para baixo, de
forma senoidal, com uma frequência f que pode ser
(b) 1-=--- ;.&. l ,lJi
~
variada. O movimento oscilatório vertical do pistão Anti nodo Nodo Antinodo

~
(c) 2fo
tem uma amplitude muito pequena que podemos
considerar como se a corda estivesse fixa nas duas
~ Anti nodo ~ 3 !
Antinodo Nodo Antinodo Nodo
extremidades. A frequência de oscilação do pistão, (d) 0
então, é variada, até que, em uma determinada fre-
lquência fo, a corda desenvolve um movimento de Figura 3.26 Geração de ondas estacionárias em uma corda.
nde amplitude com um antinodo central (Figura
l3.26a). Claramente, a excitação da corda produziu uma onda ,estacionária. Trata-se de
J
uma excitação ressonante da corda, no sentildo de que a amplitude torna-se grande so- L
mente em uma frequência de ressonância bem determinada. Se a frequência de mo-
vimento do pistão é aumentada em 10%, como mostrado na Figura 3.26b, a oscilação
ressonante da corda extingue-se. Reduzindo a frequência do pistão em 10% em relação
à frequência de ressonância tem o mesmo efeito. Dobrando-se a frequência em relação
a fo resulta em outra excitação ressonante, com um antinodo no centro da corda e dois
nodos, um em +e outro em ~do comprimento da corda (Figura 3.26c). Triplicando-se
a frequência em relação a..fo resulta em nova onda estacionária com dois nodos. e três
antinodos (Figura 3.26d). A continuação desta série é clara: uma frequência n.fo resul-
tará em uma onda estacionária com n anti.nodos e n- 1 nodos (mais dois nodos nas
extremidades da corda), igualmente espaçados ao longo da corda.
A Figura 3.27 mostra que a condição para wna onda estacionária é que um mune-
ro inteiro, n, de meios comprimentos de onda se ajuste perfeitamente no comprimento
L da corda. Usando um subíndice n para estes comprimentos de onda especiais, po-
demos escrever
À
n_..!!_= L, n =l,2, 3, ....
2
iando o comprimento de onda, obtemos Figura 3.27 As cinco excitações mais baixas

F A =2L n = l,2,3, ....


n
n '
O subíndice n dos comprimentos de onda {ou das frequências) indica de que harmônico se
de onda estacionária em uma corda.

(3.27)
3.3 Exercidos
de sala de aula
trata. Ou seja, n = l identifica o primeiro harmônico (também chamado de frequência funda - Uma corda de determi nado com-
mental), n = 2 identifica o segundo harmônico, n = 3 o terceiro e assim por diante. primento é fixada em ambas as
Como já foi mencionado, v = Af continua válida para uma onda estacionária. Usando essa extremidades e esticada sob certa
relação, podemos encontrar as frequências de ressonância de uma corda a partir da equação 3.27: tensão. Qual das afirmativas abai-
xo acerca de uma onda estacioná-
V V
f,, = - =n - , n=l,2,3, .... ria nesta corda é verdadeira?
À,, 2l,
a) Quanto maior for a frequência
Finalmente, usando a equação 3.13 para a velocidade de onda em uma corda com densida- de uma onda estacionária em uma
corda, mais próximos estarão os
de linear de massa µ, e sob tensão T, v = ~TIµ, , temos nodos uns dos outros.

Ín =A,,
V fi rI
=n 2Lf;_ =n.~413;·
(3.28)
b) Para qualquer frequência de
onda estacionária, os nodos esta-
rão sempre igualmente espaçados.
A equação 3.28 revela fatos muito interessantes acerca da construção de instrumentos e) Para uma onda estacionária
musicais de cor,da. Primeiro, quanto mais longa for a. corda, menores serão as frequências de em uma corda sob determi nada
ressonância. Esta é a razão fundamental para que um violoncelo, que produz notas mais bai- tensão, somente uma frequência
é possível.
1
' seja maior do que um violino. Segw1do, as frequências de ressonância são proporcionais
==:::::.=
1 à raiz quadrada da tensão da corda. Se a frequência de um instnunento é bailxa demais, ele soa d) Quanto menor for a frequência
"sem contraste': e você deve aumentar a tensão. Terceiro, quanto maior for a densidade linear de uma onda estacionária em uma
de massa da corda, µ,, mais baixa a frequência. As cordas "mais gordas" produzem as notas corda, mais próximos estarão os
nodos uns dos outros.
mais baixas. Quarto, o segundo harmônico tem uma frequência que é o dobro da frequência
fundamental, o terceiro mna frequência três vezes maior que a fimdamental e assim por diante.
1
ando discutirmos o som no Capítulo 4, veremos que este fato constitui a base para a defmi-
---d
~1_0_2~~-F_ís_ic_a~p~a_r_a_U_n_iv_e_r_s1_"t_á_ri_os~--R_e_la_t_i~_-_da_d_e_,_O_s_c1_·l_a ç~õ_e_s_,_O_n_da_s_e~C_a_lo_r~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

ção de oitava. Por ora, você pode comprovar que consegue produzir o segundo harmô1úco em
wna mesma corda usada para produzir o prim eiro harmônico, pressionando-a com a ponta de
wn dedo exatamente no meio da corda, assim , forçando o nodo a estar localizado ali.

EXEMPLO 3.4 Afinando um piano

O trabalho de um afinador de piano é garan tir que todas as teclas do inslrumenlo produzam o
som correto. Em um pian o, a corda correspondente à Leda da nota Lá cen tral está sob tensão de
2.900 N , tem uma massa de 0,006000 kg e um comprimento igual a 0,6300 m.
li
PROBLEMA
Por qual fator o afinador deve allerar a tensão dessa corda a fim de obter dela a frequência correta
de440,0 Hz?
li
SOLUÇÃO
Primeiro, vamos calcular a frequência fundamental (ou primeiro harmónico), usando n = 1 na
equação 3.28 e a tensão fornecida, o comprimen to e a massa: _J
Íi = 2.900 N
4(0,6300 m)(0,006000 kg)
=438 Hz. -íl
Esta frequência difere em 2 Hz da frequência correta, ou 0,5% mais baixa q ue o valor correto, de
modo que a tensão deve ser aumentada. A tensão adequada pode ser encontrada isolando-se 7' na
equação 3.28 e depois substituindo a frequência fundamental de 440,0 Hz, a correta do Lá central:

=n~ 4Lm
2
Ín =n T T =*T=4Lm[f,, )
4L2 (m!L) n

Substituindo os valores numéricos, obtemos

3.4 Exercidos T = 4(0,6300 m)(0,006000 kg)(440,0 Hz)2 = 2.927 N.


de sala de aula
A tensão deve ser aumentada em 27 N , o que corresponde a 0,93% de 2.900 N. O afin ador de

Ll ma corda de guitarra tem o, 75 o


de comprimento e uma massa
e 5,00 g. A corda é sintonizada
--eiii Mi (660 Hz) quando vibrar e""m=~=
sua frequência fundamental. Qual
piano precisa aumentar a tensão da corda em 0,93% para que ela emita a frequência correta do
Lá central.

DISCUSSÃO
_J
----ii
é o valor necessário de tensão da Poderíamos também ter obtido a variação correspondente de tensão raciocinado da seguinte ma-
corda? neira: a frequência é proporcional à raiz quadrada da tensão, e J1-
x :::::: J - .l x para x pequenos.
3 3 Uma vez que é necessário produzir uma variação de 0,5% na frequência, a teiisão tem de ser alte-
a) 2,90 · 10 N d) 8,11 · 10 N
rada no dobro dessa quantidade, ou 1%.
b) 4,84 · 103 N e) 1,23 · lo' N A propósito, um afinador de piano consegue perceber facilmente uma frequência que eslá
errada em 2 Hz escutando os batimentos produzidos, o que discutiremos no Capítulo 4.
c) 6,53 · 1ü3 N

3.4 Pausa para teste


Pesquisadores da Cornell NanoScale Scien-
ce and Technology Facility, on de foi fabri-
ca.da a guitarra da Figura 3. llb, também
produziram uma corda de guitarra ainda
menor, a partir de um único nanotubo de
carbono com diâmetro de apenas 1 a 4
nm . Ela é suspensa sobre um sulco de Lar-
gura W = 1,5 µm. Em um artigo de 2004
publicado na revista Nature, os pesquisa-
dores de Cornell relataram uma frequência
de ressonância do nanotubo de carbono
de 55 MHz. Quanto vale a velocidade de Base
uma onda neste nanotubo de carbono?
Capítulo 3 Ondas 1031

(a) (b) (e)

Figura 3.28 Padrões de nodos de onda estacionária sobre uma placa quadrada excitada em freq uências de (a) 348 Hz, (b) 409 Hz e (c) 508 Hz.

Ondas estacionárias também podem ser geradas em duas e três dimensões. Apesar de
esses casos serem abordados por nós sem nenhum detalhe matemático, é interessante ver os
padrões ondulatórios que emergem. Para visualizar padrões de onda estacionária em chapas
bidimensionais, estas são excitadas por baixo por tun oscilador cuja frequência pode ser varia-
da, e grãos de sal comwn são espalhados uniformemente sobre ela. Os grãos de sal são chaco-
1 alhado~e~tE_ aprisionados nos nodos da onda, onde não sofr~ Íl!lP~t~gnificativos

por parte do oscilador abaixo Oaehapa. A Figura 3.28 mostra o resültado disso para o caso
de uma placa quadrada excitada em três frequências diferentes. Você pode verificar as linhas
nodais das ondas estacionárias, com formas diferentes para diferentes frequências de excitação.
Não discutiremos aqui essas linhas nodais com detalhes qualitativos, porém é importante per-
ceber que, quanto mais alta a frequência usada, mais próximas as linhas nodais estarão umas
das outras. Isso está em completa an alogia com o caso de ondas estacionárias m1idimensionais
em uma corda.

3 5 Exercidos de sala de aula


1 A placa circular mostrada na figura é excitada em três frequências diferentes. A partir do exame
das fotos abaixo, ordene as frequências excitadoras usadas em ordem crescente de valor.

(a) (b) (e)

Este capítulo apresenta apenas tun breve resumo dos fenómenos ondulatórios. Todos os espe-
cialistas em física e engenharia terão um curso completo sobre ondas em que o assunto será
abordado com mais detalhes. Vários outros capítulos deste livro abordarão ondas. O Capítulo
4 é devotado às ondas longitudinais de pressão denominadas ondas sonoras. Esse caráter on-
dulatório da matéria conduz diretamente ao desenvolvimento da mecânica quântica, a base da
maior parte da física moderna, incluindo a n anociência e a nanotecnologia.
Os cientistas e os engenheiros continuam a descobrir aspectos novos da física ondulatória,
que vão de conceitos fundamentais a aplicações. Do lado das aplicações, os engenheiros estão
investigando maneiras de guiar micro-ondas através de geometrias diferentes com ajuda de
métodos de elementos finitos (que são métodos computacionais que subdividem um objeto
grande em um grande número de objetos pequenos) e de programas de computador muito
rápidos. Se as geometrias não possuem simetria espacial - isto é, se elas não são exatamente
1 redondas ou retangulares - algtms resultados surpreendentes podem ocorrer. Por exemplo, os _J
104 Física para Universitários - Relatividade, Oscilações, Ondas e Calor

físicos podem estudar o caos quântico com ajuda de micro-ondas que são sentidas
em uma cavidade metálica com a forma de um estádio (mna forma com ambas as
extrem idades semicirculares, ligadas entre si por mna seção reta). A Figura 3.29
mostra uma geometria de estádio, não para micro-ondas, mas para um sistema
físico - mna coleção de átomos de ferro individuais arranjados sobre uma super-
fície de cobre - usando mn microscópio de varredura por tunelamento. As cris-
tas de onda vistas no interior do "estádio" são de ondas estacionárias de matéria
eletrônica.
Talvez wna das pesquisas experimentais mais interessantes em física ondula-
tória seja a da busca por detecção de ondas gravitacionais. As ondas gravitacionais
foram previstas pela teoria da relatividade geral de Einstein, mas são de intensi-
dade muito fraca e de difícil detecção, a menos que tenham sido geradas por um
Figura 3.29 Átomos de ferro sobre uma superfície objeto de massa extremamente grande. Os astrofísicos têm postulado que alguns
de cobre formam uma estrutura de cavidade em objetos astronôrnicos emitem ondas gravitacionais de intensidade tão grande que
forma de estádio, na qual os cientistas podem es- deveriam ser observáveis a partir da Terra. Evidências indiretas da existência de
tudar ondas de matéria eletrônicas. ondas gravitacionais provêm do estudo das frequências orbitais de pares de estrelas
de nêutrons, pois o decréscimo da energia de rotação do par medido pode ser ex-
plicado pela emissão de radiação de ondas gravitacionais. Todavia, ainda não se tem qualquer
observação direta de ondas gravitacionais. Grupos de físicos norte-americanos e internacionais
têm construído ou se encontram em rocesso de constr~o de diversos detectores de ondas
gravitacionais, corno o LIGO (Laser Interferometer Gravitational-Wave Observatory - Obser-
vatório de Ondas Gravitacionais por lnterferômetro a Laser). Todos esses detectores operam
usando o princípio de interferência de ondas luminosas. A ideia básica é suspender, no vácuo,
por fios muito finos, várias massas de teste com lados espelhados, posicionados nas extremida-
des de dois braços perpendiculares do instrwnento. Assim que wna onda gravitacional passas-
se por ele, deveria causar, alternadamente, alongamento e encurtamento do espaço, o que colo-
caria fora de fase os dois braços, e que deveriam ser observáveis corno diminutos movimentos
dos espelhos. Em princípio, fazendo a luz se refletir nos espelhos e, em seguida, recombinado
os feixes, poderia se revelar a interferência lmninosa devido ao movimento detectado como mn
padrão de interferência. Esses detectores de ondas gravitacionais exigiriam túneis muito longos
para os lasers. O LIGO consiste em dois observatórios, wn deles em Hanford, Washington,
EUA, e o outro em Livingstone, na Louisiana (veja a Figura 3.30), com uma distância de 3.002
km entre si. Cada observatório possui dois túneis, cada qual com 4 km de comprimento, dis-

(a) (b)

Figura 3.30 (a) Vista aérea do LIGO


(Laser Interferometer Gravitatio-
nal-Wave ObseNatory ou Observatório
de Ondas Gravitacionais por Inter-
ferômetro a Laser) na Localidade de
Livingstone, EUA; (b) visualização de
1.1ma onda gravitacional; ( c) cientis-
1 tas ajustando o interferômetro; (d)

alização do LIGO em ma pa. (d) (e) _J


postos em forma de um L. Tais experimentos impulsionam a fronteira do que é tecnicamente
possível e mensurável. Por exemplo, o movimento esperado das massas de teste devido a ondas
gravitacionais é da ordem de somente 10- 18 m, um tamanho menor do que o do átomo de hi-
drogênio por um fator de 100 milhões, ou Hf. Medir wna deflexão tão pequena quanto esta
constitui um enorme desafio tecnológico.
Outros laboratórios na Europa (Virgo e GE0-600) e no Japão (TAMA) também estão ten-
tando medir o efeito de ondas gravitacionais. Existem também planos para um observat·ó rio de
ondas gravitacionais baseado em órbita, chamado de LISA (Laser Interferometer Space Antenna -
Antena Espacial de lnterferômetro a Laser), que consistiria em três espaçonaves dispostas segun-
6
do um triângulo equilátero com wn lado de 5 · 10 km. Recentemente, os cientistas usaram um
supercomputador para simular as ondas gravitacionais que seriam emitidas pela colisão de dois
buracos negros de grande massa, como ilustrado na Figura 3.31 em cálculo feito por um grupo
Figura 3.31 Simulação em compu-
da NASA. Essas ondas poderiam ser suficientemente intensas para serem detectadas na Terra.
tador da colisão entre dois buracos
negros de grande massa, criando on-

L
l o ou E J Á A p REN D EM os 1 Gu 1 A o E Es Tu o o pA RA E X E R e Í e 1os
das gravitacionais que poderiam ser
observadas. _J

• A equação de onda descreve o deslocamento y(x, t) em re- • A energia contida em uma onda é E = f pVw 2 [A(r)]2 =
lação à posição de equilíbrio produzido por qualquer movi-
a2 a2 +p(A 1l)w2 (A(r)) 2 = ~p(A 1vt)w2 (A(r))2, onde A .i. é a área da
mento ondulatório: - y(x,t) - v2 - y(x, t) =O. seção transversal que a onda atravessa perpendicularmente.
at
2
ax2 • A potência transmitida por uma onda é p = ~= i pA .l vw2
• Para lllna onda qualquer, v é a velocidade de onda, A é o com-
primento de onda, e f, a frequência, as quais se relacionam [A(r)] 2, enquanto sua intensidade é J = +pvw2 [A(r)]2.
através de v = Af
• Para uma onda tridimensional esférica, a intensidade é inver-
• O número de onda é definido como K = 27T/À, de forma aná- samente proporcional ao quadrado da distância em relação
loga a como a frequência angular se relaciona com o período à fonte.
por w = 27T/ 1'.
• O princípio da superp osição é válido para as ondas: soman-
• Qualquer função da forma Y(Kx - wt + <f>J ou Y(Kx + wt + do-se duas soluções da equação de onda resulta em outra
c/>0 ) constitui uma solução da equação de onda. A primeira solução válida da mesma equação.
função descreve uma onda que se propaga para a direita, e a
segundá, uma onda que se propaga para a esquerda. • As ondas podem interferir no espaço e no tempo, conslruliva
ou destrutivamente, dependendo de suas fases relativas.
.J
• A velocidade de onda em uma corda, v = T / µ. , onde µ. =
miL é a densidade linear de massa da corda e T é sua tensão. • Somando-se duas ondas progressivas idênticas, a não ser por
possuírem velocidades vetoriais contrárias, resulta em uma
• Uma onda senoidal unidimensional é representada por y(x, t) onda estacionária tal como y(x, t) = 2A sen (Kx) cos (wt), em
= A sen (Kx - wt + cf>J, onde o argumento da função seno é a
que as dependências com o espaço e a posição estão fatoradas.
fase instantânea da onda, e A, sua amplitude.
• As frequências de ressonância (ou harmônicos) para ondas
• Uma onda esférica senoidal é descrita por
y(r , t)= A sen{Kr - wt + cf>o) enquanto uma onda plana é em unrn corda são dadas por / 11 = -
V JT
= n----r, para n=
r À,, 2L'lf µ
descrita por y(r, t) = Asen(Kx - wt + </>0 )
1,2,3, .... O índice n mostra o harmônico (por exemplo, n = 4
corresponde ao quarto harmônico).

TERMOS-CHAVE
r antinodos, p. 100 frequência de ressonância, interferência destrutiva, onda longitudinal, p. 85
comprimento de onda, p. 101 p. 99 onda plana, p. 93
p.86 harmónico, nodos, p. 100 onda transversal, p. 85
equação de onda, p. 88 p. 101 número de onda, p. 87
fase, p. 87 interferência construtiva, onda, p. 83
~ente de onda, p. 86 p.99 onda estacionária, p. 100
Fí_si_ca_._p_ar_a_U_n_iv_e_rs_it_á_ri_o_s_-_R_e_la_ti_~_-d_a_de~,_O_s_ci_la~ç~õ_es~,_O_n_da_s_e_Ca_l_or_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _~_-
l 106___ _

1 NOVOS SÍMBOLOS E EQUAÇÕES


( a2 2 a2 y(x, t) = A sen (Kx - wt + </>0 ) , onda progressiva
- y(x, t) - v - y(x, t)=O, equação de onda
2 2 uni dimensional
Õt Õx
v = Af, velocidade, comprimento de onda e frequência de uma y(x, t) = 2A sen (Kx) cos (wt), onda estacionária
onda uni dimensional

K = 2Tr/À, níunero de onda { V


111 = - = n
JTC , f requencias
• . d e ressonancia
• , d e tuna on d a
v = ~ T / µ, , velocidade de onda em uma corda Àn 2Lv µ,

L em tuna corda

RESPOSTAS DOS TESTES


f = 0,40 Hz.
( 3.1 3.3
2
3.2 A = l O cm , K = 0,3 1 c m - •, c/>0 = 0,30.
TE
f:-,1
('
M
= rE
)
JM = lE(rE )2 =(l.400 Wm2)[149,6 ·10: km ]2 = 603,3 W/m2.
'.\i 227,9·10 km
V V
3.4 Freq uên cia de ressonân cia m a is baixa=: J. = - = -
A1 2L
6 7 1
Velocidade d e onda: v = 2LJ. = 2( 1,5 · 10- m )(5,5 · 10 s- ) =
165 m /s. 1

!PRÁTICA DE RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS


Guia de solução de problemas 2. Se uma onda é estacionária em uma corda, suas frequências
1. Se uma onda se ajusta à descrição de tuna onda progressiva de ressonância são determinadas pelo comprimento da corda,
unidimensional, você pode escrever uma equação matemática L, e pela velocidade, v, das ondas componentes que a formam.
que a descreva a partir da amplitude conhecida, A, do movi- A velocidade de onda, por sua vez, é determinada pela tensão
mento e de duas destas três grandezas: velocidade, v, compri- da corda, T, e sua densidade linear de massa, µ,.

J
mento de onda, À, e frequência,f (Alternativamente, você pre-
cisa conhecer duas das três grandezas velocidade, v, níunero de
~da, K , e frequência angular, w.)

PROBLEMA RESOLVIDO 3.2 ( Onda progressiva


PROBLEMA
Um a onda em uma corda é dada pela função

y(x, t) = (0,00200 m) sen l (78,8 m-')x + 346 s- )t] .


1

Qual é o comprimen lo desla onda? Qual é o período? E a velocidade?

SOLUÇÃO
PENSE
Da função de onda fornecida, podem os identificar o número de onda e a frequência ang ular, das
q uais podem os obler o comprimenlo de onda e o período. Podemos, enlão, calc ular a velocidade
da o nda progressiva a parlir da razão enlre a frequência angular e o número de onda.

DESENHE
A Figura 3.32 m oslra o gráfico da função de onda em t = O(parle a) e em x = O(parle b).
Capítulo 3 Ondas 107

0,2 TI I 0,2

0,1
(\ (\
" (\ (\

0,1
Ê Ê
~ X (m) ~ t (s)
::>., O, 02 ), e4 0,5 ::>., IC,1 1 ~ o e 2
- 0,1 - 0,1

- 0,2 V V V V V V - 0,2
(a) ( b)
Figura 3.32 (a) A fu nç.ão de onda em t = O. (b) A função de onda em função do tempo em x =O.

PESQUISE
Examinando a fu nção de onda fornecida no enunciado do problema, y(x, t) = (0,00200m)
sen[(78,8 m- 1 ) ...L (346 Ç 1)tJ , e comparando-a com a solução de uma equação de o nda que se
propaga no sentido negativo do eixo x (veja equação 3.6),

y(x, t) =A sen (Kx + wt + <P0 ) ,

vemos q ue K = 78,8 m- 1 e w = 346 s- · .


SIMPLIFIQUE
Podemos obter o comprimento de onda a partir do nú mero de o nda,

À= 27T .
K

e o período <la frequência angular,

T = 2rr.
w
Então, podemos calcular a velocidade de onda a parLir de
w
v=-.
K

CALCULE
Substituindo os valores numéricos, obtemos o comprimento de onda e o período:
27T
A= = 0,079736 m
78,8 m- 1
e
27T
T = - - = 0,0181 59s.
346 s-•
A seguir, calculamos a velocidade da onda progressiva:

346 s-1
v= = 4,39086 m/s.
78,8 m- 1

ARREDONDE
Apresentamos nossos resullados com três algarismos significativos:

À= 0,0797 m
T= 0,0182s
v= 4,39 mls.

SOLUÇÃO ALTERNATIVA
Para avaliar nosso resultado para o comprimento de onda, examinamos a Figura 3.32a. Podemos
verificar que o comprimento de onda (a distância necessária para completar uma oscilação) é de
aproximadamente 0,08 m, em concordância com nosso resullado. Examinando a Figura 3.32b,
podemos nolar que o período (o tempo necessário para completar uma oscilação) é de aproxima-
d a m en te 0,018 s, t a mh~m em c:on c:ord~ n c.ia c:om nosso res11 l1·acfo.
108 Física para Universitários - Relatividade, Oscilações, Ondas e Calor

PROBLEMA RESOLVIDO 3.3 Onda estacionária em uma corda

PROBLEMA
Um motor vib ratório é usado para produzir uma onda estacionária em uma corda elástica, como
mostrado na Figura 3.33a. A corda é esticada, passando sobre uma polia sem atrito, sustentando
um bloco metálico (Figura 3.33b). O comprimento do ramo horizontal da corda, desde a polia
até o motor, é de 1,25 m, e a densidade linear de massa da corda é de 5,00 gim. A frequência de
vibração do motor é de 45,0 Hz. Qual é a massa do bloco metálico?

SOLUÇÃO
PENSE
O peso do bloco de metal é igual à tensão da corda. Da Figura 3.33a, pode-se verificar que a corda
vibra no terceiro harmónico, pois três antinodos são visíveis. Assim, podemos usar a equação
3.28 para relacionar a tensão na corda, o harmónico, a densidade linear de massa da corda e a
frequência. Uma vez que tenhamos determinado a tensão da corda, poderemos calcular a massa
do bloco de metal.

DESENHE
A Figura 3.33b mostra a corda elástica sob tensão devido ao bloco de metal pendurado nela. Aqui,
L representa o comprimento da corda entre a polia e o motor, µ, representa a densidade linear de
massa da corda, em, a massa do bloco. A Figura 3.33c mostra o diagrama de corpo livre do bloco
de melai suspenso, onde T é a tensão da corda e mg é o peso do bloco metálico.

(a)


Figura 3.33 (a) Uma onda estacio-
nária em uma corda elástica excitada
por um motor vibratório. (b) A corda
é tensionada por uma massa por ela
suspensa. (c) Diagrama de corpo Livre
a o bloco suspenso. (b) (e)
1

PESQUISE
Uma onda estacionária em uma corda de comprimento L e densidade linear de massaµ,, que vibra
no harmónico n, com frequência f,, satisfaz á equação 3.28:

/r.
f,, =n
v41!;
Com base no diagrama de corpo livre da Figura 3.33c, e no fato de que o bloco metálico não se
move, podemos escrever

T-mg = O.
Portanto, a tensão da corda é T = mg.

SIMPLIFIQUE
Da equação 3.28, isolamos a tensão da corda:

Substituindo mg por Te rearranjando os lermos, obtemos


Capítulo 3 Ondas 109

CALCULE
Substituindo os valores numéricos, oblemos
2 2
m = µ, ( 2Lf,, ) = 0,00500 kg/m ( 2(1,25 m)( 45,0 Hz))
g n 9,81 m/s2 3
= 0,716743 kg.

ARREDONDE
Apresentamos nosso resultado com Lrês algarismos significativos:

m = 0,717 kg.

SOLUÇÃO ALTERNATIVA
Com uma avaliação de nosso resullado, usaremos o falo de que uma garrafa de meio lilro de água
tem uma massa de aproximadamente 0,5 kg. Mesmo uma corda fina poderia suslenlar essa massa
sem se romper. Porlanto, nossa resposla é plausível.

ioUESTÕES DE MÚLTIPLA ESCOLHA


3.1 Em um estádio de futebol, os torcedores locais estão tão a) A frequência da onda sonora será aproximadamente tun
excitados por seu time estar vencendo que eles iniciam uma milhão de vezes maior do que a da onda luminosa.
"ola" em comemoração. Qual (ou quais) das quatro seguintes b) A frequência da onda sonora será aproximadamente mil
afirmações é(são) falsa(s)? vezes maior do que a da onda luminosa.
1. Trata-se de uma onda progressiva. e) A frequência da onda luminosa será aproximadamente mil
II. Trata-se de uma onda transversal. vezes maior do que a da onda sonora.
III. Trata-se de uma onda longitudinal. d) A frequência da onda luminosa será aproximadamente um
IV. Trata-se de tuna onda formada pela combinação de uma milhão de vezes maior do que a da onda sonora.
onda longitudinal com outra transversal. e) Não existe informação suficiente para se determinar a rela-
a) I e II e) Apenas III e) I e III ção entre as duas frequências.
b) Apenas II d) 1 e IV 3.6 Uma corda é posta a oscilar, e tuna onda estacionária com
três antinodos é criada. Se a tensão da corda, então, for au-
3.2 Você deseja diminuir a velocidade de uma onda que se
mentada por tun fator de 4,
propaga em uma corda para a metade de seu valor atual alte-
rando a tensao da corda. Por qual fator você deve diminuir a a) o número de antinodos aumentará.
tensão da corda? b) o número de antinodos permanecerá inalterado.
a) 1 e) 2 e) Nenhtuna das e) o m'.unero de antinodos diminuirá.
b) ../2 d) 4 anteriores
d) o níunero de antinodos será igual ao número de nodos.
1 3.3 Suponha que fosse dobrada a tensão da corda em que tuna 3.7 As diferentes cores da luz ciue percebemos resultam das
jonaaestacionária vibra. Como se alteraria a velocidade da diferentes frequências (e comprimentos de onda) da radiação
onda estacionária? eletromagnética. A radiação infravermelha possui frequên-
a) Ela dobraria. e) Ela seria multiplicada por../2. cias mais baixas do que as da luz visível, enquanto a radiação
b) Ela quadrnplicaria. d) Ela seria multiplicada por+. ultravioleta possui frequências maiores do que as da luz. As
cores primárias são o vermelho (V), o amarelo (A) e o azul
3.4 Qual das seguintes ondas transversais transmite maior (B). Ordene essas cores em sequência crescente quanto a seus
potência?
comprimentos de onda.
a) Uma onda com velocidade v, amplitude A e frequência f. a) B.A. V
b) Uma onda com velocidade v, amplitude 2A e frequência f/2. b) B, V, A
e) Uma onda com velocidade 2v, amplih1de A/2 e frequência f
e) V, A , B
d) Uma onda com velocidade 2v, amplitude A e frequência f/2. d) V, B, A
e) Uma onda com velocidade v, amplitude A/2 e frequência 2f 3.8 Se ondas transversais viajam em tuna corda com veloci-
3.5 No ar, a velocidade das ondas ltuninosas é maior do que dade de 50 m/s quando a corda está sob tuna tensão de 20 N,
a velocidade do som no mesmo meio por um fator de aproxi- qual deverá ser a tensão necessária a ser aplicada à corda para
madamente um milhão. Dadas uma onda sonora e uma onda que as ondas viajem com uma velocidade de 30 m/s?
luminosa de mesmo comprimento de onda, ambas propagan- a) 7,2 N e) 33 N e) 45 N
1 do-se através do ar, qual das afirmativas abaixo acerca de suas
b) 12N d) 40N f ) 56N
quências é verdadeira?
110 Física para Universitários - Relatividade, Oscilações, Ondas e Calor

QUESTÕES
3.9 Você e um colega seguram as extremidades de um Slinky uma onda sonora que se propaga dentro de um espaço fecha-
{Lun brinquedo que consiste em wna longa mola homogênea), do, como wn longo corredor?
esticado entre vocês. De que maneira você movimentaria a sua 3.13 Se duas ondas progressivas possuem o mesmo compri-
extremidade do Slinky a fim de produzir (a) ondas tra nsversais mento de onda, a mesma frequência e a mesma amplitude, e
e (b) ondas longitudinais? são adicionadas adequadamente, o resultado é wna onda esta-
3.10 Um cabo de aço é formado por duas partes com seções cionária. É possível combinar, de algi.una maneira, duas ondas
transversais de áreas diferentes, A 1 e Ai. Uma onda seno idal estacionárias para obter uma onda p rogressiva?
progressiva é enviada pelo cabo, partindo da extremidade da 3.14 Uma bola de pingue-pongue flutua no meio de uma
parte mais fina do cabo. O que acontecerá quando a onda en- lagoa e ondas começam a se propagar na superfície da água.
contrar a interface A.f Al Como serão alteradas a velocidade, Você consegue imaginar uma situação em que a bola per-
a frequência e o comprimento de onda? maneça estacionária? Você pode imaginar uma situação que
ft ºS""f'lU''tff'"''U!tff•"''"'Uº"uUtt
envolva uma única onda no lago e na qual a bola se mantenha
estacionária?
3.11 O núdo resulta da superposição de um grande número 3.15 Por que as ondas circulares que se propagam na superfí-
de ondas sonoras de diversas frequências (geralmente for- cie da água de uma lagoa têm sua amplitude diminuída ao se
m ando wn espectro contínuo), amplitudes e fases. Pode surgir afas tarem da fonte?
interferência do ruído produzido por duas fontes? 3.16 Considere uma onda monocromática em uma corda de
1 3.12 A dependência da intensidade com l/K" deve-se ao fato amplitude A e comprimento de onda À, propagando-se em uma
de que a mesma potência distribui-se sobre a superfície de dada direção. Encontre a relação entre a velocidade máxima de
uma esfera cada vez maior. O que ocorre com a intensidade de uma parte qualquer da corda, v m&l e a velocidade de onda, v.

PROBLEMAS
Um • ou dois •• indica o crescente nível de dificuldade dos b) Determine a separação, ilxAB> entre dois pontos A e B se o
problemas. ponto B oscila com uma diferença de fase de 0,7854 em rela-
ção ao ponto A.
Seções 3.1 a 3.3
3.17 Uma das razões principais que permitem aos seres hu - c) Determine o número de cristas da onda que passam pelo
ponto A em um intervalo de tempo ilt = 1Os e o número de
manos descobrirem se um som vem da esquerda ou da direita
é o fato de que o som atinge cada ouvido em instantes diferen- ventres que passam pelo ponto B no mesmo intervalo.
tes. Dado que a velocidade do som no ar é de 343 m/s, e que os d) Em que ponto de sua trajetória deveria um motor vibra-
ouvidos hwnanos, tipicamente, estão separados um do outro tório, conectado a Luna das extremidades da corda em x = O,
por 20 cm de distância, qu al o tempo máximo de resolução começar a oscilar para criar uma onda progressiva senoidal na
para a audição huma na que permite que sons o riundos da es- corda?
querda sejam distingi.údos de sons provenientes da direita? Por •• 3.21 Considere um arranjo linear de n massas, cada qual
que é impossível para um mergulhador dizer de onde vem o igual a m, conectadas por n t- 1 molas, todas de massa despre-
som de um barco a motor? A velocidade do som na água é de zível e de constante elástica k, com as extremidades externas
aproximadamente 1.500 m/s. da primeira e da última mola fixadas. As massas podem se
I ~~~ 8 Caminhando nas montanhas, você grita "Hei~ espera 2 se mover sem atrito ao longo do comprimento do arranjo.
~ta de novo. Qual é a distância entre as ondas sonoras que você a) Escreva as equações de movimento para as massas.
~oduziu? Se você escuta o primeiro eco após 5 s, qual é a distân- b) As configurações de movimento para as quais todas as par-
cia entre você e o ponto onde sua voz incidiu na montanha? tes de wn sistema oscilam com a mesma frequência angi.uar
3.19 O deslocamento em relação ao equilíbrio causado por são chamadas de modos normais do sistema; as frequências
uma onda em wna corda é dado por y(x, t) = (- 0,00200 m) sen angi.uares correspondentes são denominadas frequências angu-
[(40,00 m- 1)x - (800, s- 1)t]. Para esta onda, quanto vale (a) a lares dos modos normais. Determine as frequências angulares
amplitude, (b) o número de onda, (c) o número de ciclos com- dos modos normais deste arranjo.
pletados em 1 s, (d) o comprimento de onda e (e) o módulo da
velocidade de onda? Seção 3.4
3.22 Mostre que a função D =A ln (x+ vt) é wna solução da
• 3.20 Uma onda progressiva se propaga em wna corda e é
equação de onda (equação 3.9) .
descrita pela seguinte equação:
3.23 Uma onda progressiva se propaga a 30 m/s ao longo de
y(x, t) = (5 nun\sen (157,08 m -•)x - (3 14,16 s- )t + 0,7854J
1 uma corda no sentido positivo do eixo x. A frequência da onda
é de 50 Hz. Em x = Oe t = O, a velocidade de onda é de 2,5 m/s
a) Determine a separação minima, ilxmin• entre dois pontos dia e o deslocamento transversal é y = 4 mm. Escreva a função
corda que oscilam em exata oposição de fase (movem-se em y(x, t) para a onda.
~ntidos opostos em todos os instantes).
Capítulo 3 Ondas 111 I
3.24 Uma onda em uma corda tem timção de onda dada por •• 3.30 Um arame com densidade linear de massa uniforme
1 1 pende do teto. Sabe-se que transcorre 1,00 s para que um
y(x, t) = (0,0200 m) sen 1(6,35 m )x 1- (2,63 s- )tl.
pulso de onda se propague ao longo do arame. Qual é o seu
a) Qual é a amplitude da onda? comprimento?
b) Qual é o período da onda? •• 3.31 a) Partindo da equação geral de onda (equação 3.9),
c) Qual é o comprimento de onda da onda? prove por derivação direta que o pacote de onda gaussiano des-
cnto - Y(x , t ) -- (5 m ) e--0,J(x-srj e,
. pe1a equaçao ' de fato, uma onda
d) Qual é a velocidade dessa onda?
progressiva (isto é, ele satisfaz a equação de onda diferencial).
e) Em que sentido ela se propaga?
b) Se x está expresso em metros e tem segundos, determine
• 3.25 Uma onda senoidal que se propaga no sentido positivo
da direção x possui um comprimento de onda de 12 cm, uma a velocidade de onda do pacote. Em um mesmo gráfico, plote
esta onda em função de x para os instantes t .. O, t = 1 s, t .. 2 s
frequência de 10 Hz e uma amplitude de 10 cm. A parte da
onda situada na origem em t - Oapresenta wn deslocamento e t - 3s.
vertical de 5 cm. Para esta onda, determine c) De forma mais geral, prove que qualquer função j{x, t) que
a) o número de onda, d) a velocidade, dependa de x e t através da combinação x ± t constitui mna
solução da equação de onda, sem importar a forma específica
b) o período, e) o ângulo de fase, e
da função/
c) a frequência angular; f ) a equação de movimento.
Seção 3.5
• 3.26 Uma massa m está suspensa no teto por meio de um bar-
bante. Você belisca rapidamente a corda logo acima da massa e • 3.32 Suponha que a declividade de uma praia abaixo da
água seja de 12 cm de variação vertical por cada 1,0 m de
um pulso de onda se propaga pelo barbante até o teto, reflete-se
nele e retorna à massa. Compare o tempo de ida e volta deste distância horizontal. Uma onda se move em direção à terra e
desacelera ao entrar em águas mais rasas. Qual será sua acele-
pulso de onda ao correspondente para um pulso de onda seme-
lhante que se propaga na mesma mola, mas com a massa presa à ração quando ela estiver a 10 m da linha da praia?
mola aumentada para 3m. (Considere que o barbante pratica- • 3.33 Um terremoto normalmente gera três tipos de ondas:
mente não seja esticado em ambos os casos e que a massa do bar- ondas de superfície (ondas L). que são as mais lentas e menos
bante praticamente não contribua para a tensão do barbante.) intensas; ondas (S) de cisalhamento, que são ondas transver-
• 3.27 O ponto A da figura sais e transportam muita energia; e ondas (P) de pressão, que
1 são longitudinais e as que se propagam mais rapidamente.
encontra-se 30 cm abaixo do teto. 1
Determine quanto tempo a mais 30º A velocidade das ondas Pé de aproximadamente 7,0 km/s,
6~~
Arame 1 Arame2
enquanto a das ondas Sé de cerca de 4,0 km/s. Animais pa-
decorrerá para que um pulso de Ponto~
1

onda propague-se ao longo do ara- recem sentir as ondas P. Se wn cachorro sentir a chegada de
me 1 do que do arame 2.
_] uma onda P e começa a latir 30,0 s antes que o terremoto seja
Massa m
sentido pelos humanos, a que distância aproximada o cão se
• 3.28 Uma determinada corda de encontra do epicentro do terremoto?
guitarra tem uma massa por unidade de comprimento igual a
1,93 gim. Seção 3.6
a) Se a tensão da corda for de 62,2 N, qual será a velocidade 3.34 Uma corda com 30 g dle massa e 2 m de comprimento
de onda na corda? está esticada sob uma tensão de 70 N. Que potência deverá ser
fornecida à corda a fim de nela gerar uma onda progressiva
b ) Para que a velocidade de onda aumen te em 1,0%, em quan-
com uma frequência de 50 Hz e Luna amplitude de 4 cm?
to a tensão deve ser alterada?
3.35 Uma corda com densidade linear de massa de 0, 1 kg/m
• 3.29 Bob está falando com Alice usando um telefone de
está sob uma tensão de 100 N. Que potência deverá ser for-
brinquedo, que consiste em duas fatas de conserva ligadas por
necida a ela a fim de gerar wna onda senoidal com 2 cm de
um arame de aço esticado e de 20,0 m de comprimento (veja a
amplitude e 120 Hz de frequência?
figura). O arame tem densidade linear de massa igual a 6,13 gim
e sua tensão vale 25,0 N. As ondas sonoras saem da boca de Bob, • 3.36 Uma onda senoidal em uma corda é descrita pela
são coletadas pela lata da esquerda e, então, produzem vibrações equação y = {O, 1O m) sen (O, 75x - 40t). onde x está expresso
no arame que se propagam até a Lata de Alice, onde são nova- em metros e tem segundos. Se a densidade linear de massa da
mente transformadas em ondas sonoras no ar. Alice escuta tanto corda é de lOg/m, determine (a) a constante de fase, (b) a fase
a onda sonora que se propagou através do arame (onda 1) quan- da onda em x = 2 cm e t = 0,1 s, (c) a velocidade da onda, (d )
to a que se propagou através do ar (onda 2). por fora do arame. seu comprimento de onda, (e) sua frequência e (f) a potência
Essas duas ondas chegam juntas ao ouvido de Alice? Em caso transmitida pela onda.
negativo, qual delas chega antes e com que diferença de tempo Seções 3. 7 e 3.8
em relação á outra? A velocidade do som no ar é de 343 m/s.
3.37 Em um experimento acústico, uma corda de piano com
Lata de 5,0 g de massa e 70 cm de comprimento é mantida sob tensão
.. ~erva por meio de mna polia sem atrito, por sobre a qual a corda pas-
p 4•) )):'ir))]))), - - +Onda 1 sa e sustenta um peso de 250 kg preso em sua extremidade. O
'J ))_ _ . Onda 2 Arame

L Bob
20,0 m
Alice sistema inteiro encontra-se instalado dentro de um elevador.
1 11 2~~-Fí_s_ic_a~p_a_ra~U_n_iv_e_rs_i_tá_r_io_s_-~R_e_la_ti_~_-d_a_d_e,~O_sc_i_~~ç_õ_es_,_O_n_d_a_s_e_C_a_lo_r~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

a) Qual será a frequência fundamental de vibração da corda •• 3.45 Uma bola pequena flutua no centro de uma piscina
quando o elevador estiver em repouso? circular com 5 m de raio. Três geradores de onda estão posicio-
b) Com que valor de aceleração e em que sentido (para cima nados na borda da piscina, separados por 120º um do outro. O
ou para baixo) o elevador deve se mover a fun de que a corda primeiro gerador de onda opera na frequência de 2 Hz. O segun-
produza uma frequência apropriada de 440 Hz, que corres- do deles opera na frequência de 3 Hz, e o terceiro, em 4 Hz. Se
ponde ao Lá central de tun piano afinado? a velocidade de qualquer onda na água for de 5 m/s e suas am-
plitudes forem iguais, esboce um desenho indicando a altura da
3.38 Uma corda de 35,0 cm de comprimento e massa por tuü-
bola em flmção do tempo, desde t = Oaté t = 2 s, considerando a
dade de comprimento de 5,51 · 10-4kg/m. A que valor de ten-
superfície da água não perturbada como o nível de altura nula.
são a corda deve ser esticada para ela que vibre com frequência
Considere também que todos os geradores de onda começam a
fundamental de 660 Hz?
funcionar com tuna constante de fase nula. De que maneira sua
3.39 Uma corda de 2,00 m de comprimento e massa de 10,0 g resposta mudaria se um dos geradores de onda fosse movido
é fixada nas duas extremidades. A tensão da corda vale 150 N. para tuna posição diferente ao longo da borda da piscina?
a) Qual é a velocidade de tuna onda nesta corda? •• 3.46 Uma corda com densidade linear de massa µ, = 0,0250
b) A corda é beliscada de modo a vibrar. Qual é o compri- kg/me sob tuna tensão T = 250,0. N está orientada na direção
mento de onda e a frequência da onda resultante se ela dá ori- x. Duas ondas transversais de mesma amplitude e com um
gem a uma onda estacionária com dois antinodos? deslocamento de fase nulo (em t = O}, mas de frequências di-
• 3.40 Escreva a equação para tuna onda estacionária que pos- ferentes (w = 3.000 rad/s e w/ 3 = 1.000, rad/s) são geradas na
1 sui três antinodos de 2 cm ao longo de tuna corda de 3 m de corda por um oscilador localizado em x = O. As ondas resul-
mprimento fixa nas duas extremidades e que vibra 15 vezes tantes, propagando-se no sentido positivo da direção x, sofrem ~
j Por segundo. O instante t = Ofoi escolhido como aquele em reflexão em tun ponto afastadü,àe modo que também existe I
que a corda está reta. Se um pulso de onda se propagasse ao um par de ondas propagando-se no sentido negativo da dire-
longo desta corda, com que velocidade o faria? ção x. Encontre os valores de x nos quais são produzidos os
primeiros dois nodos devido às quatro ondas progressivas.
• 3.41 Uma corda de 3 m de comprimento, fixa nas duas
extremidades, tem uma massa de 6 g. Se você deseja estabe- •• 3.47 A equação de uma onda estacionária em mna corda
lecer uma onda estacionária nesta corda, de frequência igual de densidade linear de massaµ, é y(x, t) = 2A cos (wt) sen
a 300 Hz e com três antinodos, a que tensão deve submeter a (Kx). Mostre que a energia cinética média e a energia poten-
corda? cial média temporal desta onda, por unidade de comprimen-
2 2
to, são dadas respecti~amente por K'" 00 (x) = µ,w A sen KX e
2
• 3.42 Um vaqueiro caminha calmamente a dois passos por
U:ned(x) = T(KA) (cos KX).
segm1do, segurando um copo com leite de 10 cm de diâmetro.
O leite oscila no copo cada vez mais alto, até que acaba derra- Problemas adicionais
mando pela beira do copo. Determine a velocidade máxima 3.48 Uma onda senoidal propaga-se em uma corda no sen-
das ondas no leite. tido positivo da direção x. A onda tem wn comprimento de
• 3.43 Em tun laboratório, estudantes produzem ondas esta- onda de 4 m, uma frequência de 50 Hz e mna amplitude de 3
cionárias em cordas esticadas e conectadas a geradores de vi- cm. Qual é a flmção de onda que a representa?
bração. Uma dessas ondas é descrita pela função de onda y(x, 3.49 Uma corda de guitarra com massa de 10,0 g e compri-
t) = (2,00 cm) sen [(20,0 m-')x] cos [{150,0 s-1)t], onde y é o mento de 1,00 m está fixada à guitarra em dois pontos separa-
deslocamento transversal da corda, x é a posição ao longo dela dos por 65,0 cm.
e t é o tempo. Reescreva essa função de onda de forma que se
a) Qual será a frequência do primeiro harmônico da corda se
aplique tanto a uma onda que se propaga para a direita quanto ela for submetida a mna tensão de 81,0 N?
1 para a esquerda: y (x, t) =f(x- vt) + g(x+ vt}; isto é, determine

l_E flmções f e ~velocidade, v. b) Se a corda de guitarra for substituída por uma mais pesada, _J
I • 3.44 U~ conjlmto de emissores de ondas, arranjados como com massa âeTI>,O ge comprunento de um
m, qual sera a fre- 1

quência do primeiro harmônico da corda substituta?


mostrado na figura, emite tuna onda de comprimento de onda
A que é detectada a uma distância L diretamente acima do 3.50 Escreva uma equação de onda para tuna onda senoidal
emissor mais à direita. A distância entre emissores de onda ad- que se propaga no sentido negativo da direção x com mna ve-
jacentes é d . locidade de 120 m/s, se uma partícula do meio de propagação
da onda se move de um lado para o outro ao longo de uma
a) Mostre que, quando L » d, a onda proveniente do n-ésimo distância de 6 cm em 4 s. Considere t = Ocomo o instante em
emissor (contando-se direita para a esquerda, com n = Osendo
que a partícula se encontra em y = O, e que ela se move no sen-
o emissor mais à direita) tem de percorrer u m a ]•
2 tido positivo da direção y imediatamente após t = O.
distância adicional de t::i.s = n (d 2J2L).
2 3.51 A figura mostra o y (t)
b) Se A = d !2L, a interferência produzida no de- gráfico do deslocamento 10 cm
tector será construtiva ou destrutiva? L» d L
transversal em uma corda, y,
3
c) Se A = <Í"! 2L = 10- me L = 1.000 m, quanto 1 devido a uma onda senoidal
v.i, d, ' dfatând• '"'" 'm'"º'" •dÍ"'"'"' !m ~ transversal que se propaga
nela, em função do tempo t.

L n= 4 n=3 n= 2
1--d----J
n= 1 n=O
Quanto valem (a) o período,
(b) a velocidade máxima e
_J
(c) a aceleração máxima desta onda na direção perpendicular corda foi afinada para emitir o Dó central, cuja frequência
àquela na qual a onda se propaga? é de 256 Hz, quando oscila em seu modo fundamental, isto
3.52 Uma arame de 5() cm de comprimento e 10,0 g de massa é, com um antinodo entre as extremidades. Se a corda for
está sob tuna tensão de 50,0 N. As duas extremidades do ara- deslocada lateralmente 2,00 mm em seu ponto médio e solta
me são mantidas fixas enquanto ele é beliscado. para produzir tal nota, qruais serão a velocidade de onda, v, e
a velocidade máxima, V max' do movimento do ponto central
a) Qual será a velocidade das ondas na corda?
da corda?
b) Qual será a frequência fundamental da onda estacionária
• 3.62 A máxima tensão a que pode ser submetida uma corda
produzida?
esticada com densidade linear de massaµ, , mesmo em princí-
c) Qual será a frequência do terceiro harmônico? 2
pio, é dada por t = µ,c , onde e é a velocidade da luz no vácuo.
3.53 Qual é a velocidade de uma onda em tun arame de bron- (Trata-se de tun valor enorme. As tensões de ruptura de todos
ze com 0,500 mm de raio, esticado sob tuna tensão de 125 N? os materiais comuns são aproximadamente 12 ordens de gran-
A densidade do bronze vale 8,60 · HY kg/m .
3
deza menores do que isso.)
3.54 Dois arames de aço são esticados sob a mesma tensão. O a) Qual é a velocidade de uma onda progressiva sob tal ten-
primeiro deles tem um diâmetro de ú,500 mm, e o segtmdo, são?
um diâmetro de 1,00 mm. Se a velocidade das ondas que se b) Se tuna corda de guitarra com 1,000 m de comprimento,
propagam no primeiro arame for de 50,0 m!s, quanto vale a esticada entre extremidades fixas, fosse feita desse material hi- I
1 velocida.de das ondas no segtmdo arame?
patético, qual seria a frequência de seu primeiro harmônico? __J
~55 A tecla do Dó ce11tral de um piano (a tecla de número
52) corresponde a uma frequência fundamental de aproxi-
c) Se a corda de guitarra fosse tocada no ponto médio e des- 1
locada lateralmente em 2 mm a fim de produzir a frequência
madamente 262 Hz, enquanto a tecla do Dó soprano (tecla de fundamental, qual seria a velocidade máxima do ponto médio
níunero 64) corresponde a uma frequência fundamental de da corda?
1.046,5 Hz. Se as cordas usadas nas duas teclas são idênticas
• 3.63 Uma tira de borracha com massa de 0,21 g é esticada
em densidade e comprimento, determine a razão entre as ten-
entre dois dedos, posta sob uma tensão de 2,8 N. O compri-
sões das duas cordas.
mento total esticado da tira é de 21,3 cm. Um dos seus lados é
3.56 Uma onda senoidal se propaga ao longo de tuna corda beliscado, estabelecendo uma vibração em 8,7 cm do compri-
esticada. Um determinado ponto da corda possui mna veloci- mento da tira esticada. Qual é a frequência de vibração mais
dade máxima de 1 m/s e atinge tun deslocamento transversal baixa dessa parte da tira de borracha? Considere que a tira seja
máximo de 2 cm. Qual é a aceleração máxima daquele ponto? esticada uniformemente.
• 3.57 Como mostrado na figura, uma onda senoidal se propa- 3.64 Duas ondas se propagam em sentidos opostos ao lon-
ga para a direita, a uma velocidade v1, pela corda 1 cuja densi- go de uma corda fixada em ambas as extremidades, criando
dade linear de massa é µ, 1 • Essa onda possui uma frequência J. e uma onda estacionária descrita por y(x, t) = 0,01 sen (25x)
um comprimento de onda A1• Como a corda 1 está presa à corda cos(l.200t). A corda possui uma densidade linear de massa de
2 (com densidade linear de massa µ, 2= 3µ, ~'a primeira onda 0,01 kg/m, e a tensão da corda deve-se a uma massa pendu-
excita tuna nova onda na corda 2, que também se propaga para rada em tuna das suas extremidades. Se a corda vibra em seu
a direita. Qual é a frequência .h da onda produzida na corda 2? terceiro harmônico, determine (a) o comprimento da corda,
Qual a velocidade, v2 , dessa onda? Qual é o seu comprimento de (b) a velocidade das ondas e (c) a massa pendurada.
~nda, Ai? Expresse todas as respostas em termos de f" v, e A1• 3.65 Uma onda transversal senoidal com 20,0 cm de compri- _J
1 µ.1
Corda 1 Corda 2 mento de onda e 500 Hz de frequência se propaga ao longo
de uma corda no sentido positivo da direção z. As oscila-
ções da onda ocorrem no plano xz com amplitude de 3,00
cm. No instante t =O, o deslocamento lateral da corda em
x = Oé z = 3,00 cm.
• 3.58 A tensão de um cabo de aço (p = 7.800 kg/nf) com
2,7 m de comprimento e 1,0 cm de diâmetro é de 840 N. Qual a) No instante t = O, uma foto é tirada da onda. Faça um esbo-
é a frequência fundamental de vibração do cabo? ço simples (incluindo os eixos) da corda nesse instante.
• 3.59 Uma onda que se propaga em uma corda tem por equa- b) Determine a velocidade da onda.
ção de movimento y(x, t) = 0,02 sen (5x - 8t). c) Determine seu níunero de onda.
a) Calcule o comprimento de onda e sua frequência. d) Se a densidade linear de massa da corda for de 30,0 gim,
b) Calcule sua velocidade. quanto vale a tensão da corda?
c) Se a densidade 1U1ear de massa da corda éµ,= 0, 10 kg/m, e) Determine a fimção D(z, t) que descreve o deslocamento x
quanto vale a tensão da corda? que esta onda produz na corda.
• 3.60 Calvin se mexe para frente e para trás dentro de uma ba- •• 3.66 Um cabo pesado com massa total Me comprimento
nheira, produzindo uma onda estacionária. Qual é a frequência L = 5,0 m tem tuna das extremidades fixada em um suporte
dessa onda se a banheira tem 150 cm de comprimento e 80 cm rígido, enquanto a outra pende livremente. Um pequeno des-
de largura, e contém ágt1a com profundidade de 38 cm? locamento transversal é iniciado na extremidade inferior do
cabo. Quanto tempo decorrerá para que o deslocamento se
• 3.61 Considere uma corda de guitarra esticada ao longo
propague até o topo do cabo?
l__!os 80 cm que separam os pontos onde ela está fixada. A
_C.1_ Dica do professor
Acompanhe no vídeo a seguir, os principais pontos sobre o conceitos de movimento ondulatório
unidimensional e a sua aplicabilidade por meio da resolução de algumas questões.

https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/
f51603141383ffa153ab9cd42177efba

7min

elm = narração da Dica muito fraca, video transcript não executado.


_C.1_ Exercícios

1) A figura a seguir representa o deslocamento, em x = 0, do meio por onde uma onda se


propaga uma onda senoidal com velocidade de propagação v = 5,0 m/s. O número de onda e
a velocidade angular desta onda valem, respectivamente:

A) 105m-1 e 10,5 rad/s

B) 0,16 m-1 e 6,28 rad/s

C) 1,26 m-1 e 6,28 rad/s

D) 2,09 m-1 e 10,5 rad/s

E) 4,19 m-1 e 20,9 rad/s


2) Uma onda senoidal tem função de onda dada por:

y (x, t) = (0,0600 m) sen [ (12,5 m -1) x + (4,00 πs -1) t ]

Pode-se dizer que:

A) O período desta onda vale 0,500 s, o seu comprimento de onda vale 0,503 m e ela viaja no
sentido positivo do eixo x.

B) O período desta onda vale 0,500 s, o seu comprimento de onda vale 0,503 m e ela viaja no
sentido negativo do eixo x.

C) O período desta onda vale 4,00π s, o comprimento de onda vale 12,5 m e esta onda se
propaga no sentido negativo do eixo x.

D) O período desta onda vale 4,00π s, o comprimento de onda vale 12,5 m e esta onda se
propaga no sentido positivo do eixo x.

E) O período desta onda vale 0,500 s, o seu comprimento de onda vale 0,0600 m e ela viaja no
sentido negativo do eixo x.
3) Clara e Jonier conversam utilizando um telefone de lata, que consiste em duas latas de
conserva ligadas por um barbante de 20,0 m de comprimento. O barbante está tencionado
em 5,00 N e a sua densidade linear vale 2,00 g/m. Quando Jonier fala, a Clara ouve a onda
sonora que se propagou através do barbante (onda 1 ) e através do ar (onda 2 ).
Considerando que a velocidade do som no ar vale 340 m/s, pode-se dizer que:

A) Clara irá ouvir a onda que se propagou pelo barbante 3,94 segundos antes da onda que se
propagou pelo ar.

B) Clara irá ouvir a onda que se propagou pelo ar 3,94 segundos antes da onda que se propagou
pelo barbante .

C) A onda 1 e a onda 2 chegam no mesmo instante em Clara.

D) Clara irá ouvir a onda que se propagou pelo barbante 0,34 segundos antes da onda que se
propagou pelo ar .

E) Clara irá ouvir a onda que se propagou pelo ar 0,34 segundos antes da onda que se propagou
pelo barbante .
4) Uma onda progressiva propaga-se ao longo de uma corda no sentido positivo do eixo x a 20
m/s. A frequência desta onda é de 40 Hz. No instante e posição iniciais (t = 0 e x = 0), a
velocidade da onda é de 2,0 m/s e o deslocamento transversal é y = 5,0 mm. Sabendo que
velocidade de uma onda é derivada da função y ( x,t ) em relação ao tempo e é dada por v (
x,t ) = - ω Acos ( kx - ωt + φ0 ), a função y ( x,t ), em unidades do SI, para esta onda é:

A) y ( x,t ) = 5,0 X 10-3 sen (12,6x - 80πt + 0,56)

B) y ( x,t ) = 9,41 X 10-3 sen (12,6x - 80πt + 0,56)

C) y ( x,t ) = 9,41 X 10-3 sen (12,6x - 80πt + 2,58)

D) y ( x,t ) = 5,0 X 10-3 sen (12,6x - 80πt + 2,58)

E) y ( x,t ) = 9,41 X 10-3 sen (126x - 80πt + 2,58)


5) Uma massa m está presa ao teto por meio de um arame, como na figura. Você perturba este
arame em um ponto logo acima da massa m e um pulso de onda se propaga pelo arame até o
teto, reflete-se e retorna à massa. Suponha que haja outro arranjo igual, exceto pelo objeto
suspenso, de massa 4m, e compare quanto tempo o pulso de onda leva para percorrer a
trajetória de ida e volta no arame nos dois casos. Considere que o arame tem massa muito
menor que a massa dos blocos e que ele não se deforma significativamente com a suspensão
das massas.

A) O tempo que o pulso leva para percorrer a trajetória no segundo arranjo é a metade do
tempo que o pulso leva para percorrer a mesma trajetória no primeiro arranjo.

B) O tempo que o pulso leva para percorrer a trajetória no primeiro arranjo é a metade do tempo
que o pulso leva para percorrer a mesma trajetória no segundo arranjo.

C) O tempo que o pulso leva para percorrer a trajetória no primeiro arranjo é quatro vezes o
tempo que o pulso leva para percorrer a mesma trajetória no segundo arranjo.

D) O tempo que o pulso leva para percorrer a trajetória no segundo arranjo é quatro vezes o
tempo que o pulso leva para percorrer a mesma trajetória no primeiro arranjo.

E) Já que a distância é a mesma, o tempo que um pulso levaria para percorrer a trajetória
descrita no enunciado em ambos os arranjos será igual.
_C.1_ Na prática
Um fenômeno que aterroriza pessoas ao redor do mundo é o Tsunami. O que diferencia o Tsunami
de uma onda comum é o período de oscilação das águas, que para o Tsunami é muito maior que
para uma onda comum. Isso faz com que o Tsunami seja uma onda de grande comprimento de
onda, quando em alto mar.

Em alto mar, também a velocidade do Tsunami é muito alta, mas, quando chega na costa e a
espessura da lâmina de água diminui, o comprimento de onda e a velocidade da frente de onda
diminuem também e, em compensação, a amplitude aumenta consideravelmente.

elm = ver tb
conteúdo do
livro (melhor
comentado!)
_C.1_ Saiba +

Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

Para compreender melhor a formação de Tsunamis, acesse:


https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/85066/000518610.pdf?sequence=1

pdf 19p

Reflexão de ondas.
https://www.sofisica.com.br/conteudos/Ondulatoria/Ondas/reflexao.php

pág internet.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E CRÉDITOS DE IMAGENS


BAUER, Wolfgang; WESTFALL, Gary D.; DIAS, Helio. Física para universitários: relatividade,
oscilações, ondas e calor. Porto Alegre: AMGH, 2013.
KNIGHT, Randall D. Física: uma abordagem estratégica. Termodinâmica e Óptica. Volume 2.
Porto Alegre: Bookman, 2009.
Banco de imagens Shutterstock.
SAGAH, 2015.
Aula C.2
1.1 - Ondas: conceito e classificação
1.2 - Período de frequência e velocidade de uma onda
2.1 - Ondas eletromagnéticas e sonoras e sua interação com a matéria
2.2 - Osciladores e o movimento harmônico simples
3.1 - Luz e óptica: definições
3.2 - Refração e reflexão
4.1 - Óptica geométrica em lentes
4.2 - Óptica geométrica em espelhos
Conteúdo Complementar (não conta p/ avaliações, mas conta p/ frequência)
__ C.1 Movimento ondulatório Unidimensional
__ C.2 Movimento ondulatório bidimensional
__ C.3 Interferência e efeito Doppler
__ C.4 Modelo ondulatório e geométrico da luz
__ C.5 Fenômeno da luz

Movimento ondulatório bidimensional


_C.2_
Apresentação
Uma onda é uma perturbação que se propaga, no entanto, essa perturbação pode se propagar em
uma, duas ou três dimensões. Ondas bidimensionais podem ser visualizadas como ondas formadas
por uma pedra atirada em um lago, ondas sísmicas ou qualquer perturbação que se propaga em um
plano.

Nesta Unidade de Aprendizagem, você verá mais sobre como simplificar o estudo das ondas e de
suas principais aplicações no cotidiano e na ciência.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Diferenciar teoricamente as ondas devido à dimensão do seu vetor de propagação.


• Aplicar as aproximações de diminuição de dimensão de uma onda nas análises.

• Identificar informações a partir de exemplos reais de ondas bidimensionais.

elm = Avaliação da aula. Ruim. Assinalada opções - Erros no conteúdo; - Precisei pesquisar
mais; - Conteúdo Livro difícil (qdo assinala <regular, só há opções para assinalar) - Vídeo
com conteúdo ruim.
_C.2_ Desafio
As ondas bidimensionais podem ser bem difíceis de tratar, tanto que nos livros de física geral não
são vistas as partes mais avançadas. Também não é discutido sobre o vetor de propagação,
tratando-se apenas do seu módulo, pois tratam de ondas simétricas radialmente, assim, para uma
mesma distância do centro, o módulo do vetor de propagação é o mesmo. Porém, podemos pensar
no vetor de propagação como um conceito, que nada mais é do que a direção na qual um segmento
que estamos analisando se propaga.

Faça um desenho com uma onda bidimensional simétrica no raio, isto é, igual para uma mesma
distância do centro, com 4 frentes de onda. Divida o desenho em 12 pedaços igualmente
espaçados, como uma pizza de 12 pedaços, onde cada linha será um vetor de propagação, sendo
que a metade do arco entre dois vetores de propagação (1 e 2) mais a metade do arco entre dois
vetores de propagação (2 e 3) será descrito pelo vetor 2 e assim por diante.

Após feito isso: explique o motivo pelo qual podemos tratar pequenas porções da circunferência
das frentes de onda como planas para grandes distâncias. Relacione ao fato dos vetores de
propagação, inicialmente desenhados, estarem com um arco cada vez maior.
elm = Adaptado de [ Bauer, Wesfall, Física para Universitários - Relatividade, Oscilações,
Ondas e Calor ; 2013 ; p93 ].
Ondas planas
Em pontos muito distantes de uma fonte puntiforme que emite ondas esféricas, estas podem ser
aproximadas por ondas planas. Nas ondas planas, as superfícies de fase constante são planos.
Por exemplo, a luz proveniente do Sol incide sobre a Terra na forma de ondas planas.
Por que se pode usar a aproximação de onda plana nestes casos?˜— Se você calcular a
curvatura de uma esfera em função de seu raio, e fizer o raio tender a infinito, a curvatura
tenderá a zero. Isso significa que qualquer setor da
superfície dessa esfera se parece localmente com um plano. Por exemplo, a Terra é
basicamente uma esfera, mas ela é tão grande que, localmente, a superfície parece um plano
para nós.
Para uma descrição matemática de uma onda plana, podemos usar a mesma forma funcional que
para uma onda unidimensional: y(r,t) = A sen( [kapa] x - [omega] t + [phi 0] ) , onde o
eixo x é definido localmente como perpendicular ao plano da onda e a amplitude A é
constante. Note que, em pontos muito distantes da origem, A/r varia muito lentamente em
função de r , de modo que usar uma amplitude constante resulta em uma aproximação tão boa
quanto aproximar a curvatura de uma esfera por zero. Para uma onda perfeitamente plana, a
amplitude é realmente constante.

Padrão de resposta esperado

Ao olhar o desenho, vemos que próximo à origem,


o tamanho do arco só é muito pequeno ao expandir
a onda. O mesmo tamanho de arco fica com uma
variação menor de abertura angular, e quando
temos pouca variação de ângulo em um mesmo arco,
podemos representar todo aquele pedaço da frente
de onda por apenas um vetor de propagação.

Observe que esse desenho ainda é pequeno, mas


para distâncias como do Sol à Terra, os vetores
que cobrem a área desta têm um ângulo entre si
menor do que o decimal.
http://pleclair.ua.edu/ph105/Slides/L27_waves-2D.pdf
Chapter 17 Waves in Two and Three Dimensions

© 2015 Pearson Education, Inc.

Concepts

Section 17.1: Wavefronts

The figure shows cutaway


views of a periodic
surface wave at two
instants that are half a
period apart.

When the source of the wavefront can be


localized to a single point, the source
is said to be a point source.

The figure shows a periodic


surface wave spreading out
from a point source.

The curves (or surfaces) in the medium on


which all points have the same phase is
called a wavefront.

Consider the figure.

If we assume that there is no


energy dissipation, then there
is no loss of energy as the wave
moves outward.

As the wavefront spreads, the


circumference increases, and
hence the energy per unit length
decreases.
Checkpoint 17.1

(a) The wave speed c is constant, so in twice the time it covers twice the
distance, R2 = 2 R1

(b) Energy per unit length?


At 1: E1 = E / 2π R1 .
At 2: If the radius doubles, so does the circumference. Now at point 2, same
energy but double the circumference, so E2 = E / 2π R2 = E / 4π R1 = E1 / 2

(c) Energy per unit length goes as 1/r since circumference increases with
r .

The expansion of the circular


wavefronts causes the energy per
unit length along the wavefront
to decrease as 1/r .

In Chapter 16 we saw
Eλ = 1/2 (µ λ) ω2 A2 (Eq. 16.41),

Therefore, it follows that for


waves in two dimensions
A ~ 1/r
e.g., water waves,
y(r,t) ~ sin(ωt)/√r

The waves that spread out in 3


dimensions are called spherical
waves.

The energy carried by a spherical


wavefront is spread out over a
spherical area of 4πr2.

So, for waves in three dimensions,


E ~ 1/r2 , and therefore A ~ 1/r .

e.g. sound waves y(r,t) ~ sin(ωt)/r

Example 17.1 Ripple amplitude


The amplitude of a surface wave for which λ = 0.050 m is 5.0 mm at a
distance of 1.0 m from a point source. What is the amplitude of the wave

(a) 10 m from the source and (b) 100 m from the source

From 1 m to 10 m, factor 3 decrease goes as √(r1/r2) ~ √10 ~ 3 .

From 10 m to 100 m also a factor of three, even though distance is 10 times


larger.
Far from a point source, the
spherical wavefronts essentially
become a two-dimensional flat
wavefront called a planar
wavefront.

Checkpoint 17.2
Notice that in the views of the
surface wave in Figure 17.1 the
amplitude does not decrease with
increasing radial distance r . How
could such waves be generated?

Would work to decrease the source


amplitude as a function of time.

First wave out is diminished when


the second one is created, so make
the second one smaller to
compensate.
By the time the third one comes out, both the first and second are smaller
(but still equal), so make the third one even smaller...
Makes it uniform over space, but not in time – uniformly decreases over
entire wave pattern.

Section 17.1 Question 1

Which of the following factors plays a role in how much a wave’s amplitude
decreases as the wave travels away from its source? Answer all that apply.

1 Dissipation of the wave’s energy


2 Dimensionality of the wave
3 Destructive interference by waves created by other sources

Answer: 1 ok ; 2 ok ; 3 Nok(don’t lose any energy/amplitude this way!)

Section 17.2: Sound


Section Goals
> Define the physical characteristics of sound.
> Represent sound graphically.
Longitudinal waves propagating through
any kind of material is what we call
sound.

The human ear can detect longitudinal


waves at frequencies from 20 Hz to 20
kHz.

Sound waves consist of an alternating


series of compressions and rarefactions.

For dry air at 20C, the speed of sound


is ~343 m/s.

Exercise 17.2 Wavelength of audible


sound

Given that the speed of sound waves in


dry air is 343 m/s, determine the
wavelengths at the lower and upper ends
of the audible frequency range
(20 Hz–20 kHz).

SOLUTION The wavelength is equal to the


distance traveled in one period.
At 20 Hz, the period is
1/(20 Hz) = 1/(20 s–1) = 0.050 s , so
the wavelength is (343 m/s)(0.050 s) =
17 m .
The period of a wave of 20 kHz is 1/(20,000 Hz) = 5*10–5 s, so the
wavelength is (343 m/s)(5.0*10–5 s) = 17 mm .
[Conveniently, the size of everyday objects...]

The figure illustrates a mechanical


model for a longitudinal waves.

Checkpoint 17.3

Does the wave speed along the chain


shown in Figure 17.9 increase or
decrease when
(a) the spring constant of the springs
is increased and
(b) the mass of the beads is increased?

(a) Increase – the greater spring


constant, the faster any disturbance
is passed along. Just like increasing
tension in a string (same mechanical
model)!

(b) Decrease – greater mass slows down the transmission of the wave just like
with beads on a string.
Checkpoint 17.4

(a) Plot the velocity of the


beads along the chain in Figure
17.9b as a function of their
equilibrium position x.
(b) Plot the linear density
(number of beads per unit
length) as a function of x.

$%"
!" =
$&

Longitudinal waves can also


be represented by plotting
the linear density of the
medium as a function of
position.

The compressions and


rarefactions in
longitudinal waves occur at
the locations where the
medium displacement is
zero.
The figure shows a sound wave generated by an
oscillating tuning fork.

At any fixed position: oscillates


in time

At any given time: spatial


oscillation

Section 17.3: Interference

Section Goals

You will learn to


> Visualize the superposition of two or more two- or three-dimensional waves
traveling through the same region of a medium at the same time.
> Define and represent visually the nodal and antinodal lines for interference
in two dimensions.
Let us now consider the superposition of
overlapping waves in two and three
dimensions.

The figure shows the interference of two


identical circular wave pulses as they
spread out on the surface of a liquid.

Sources that emit waves having a


constant phase difference are called
coherent sources.

The pattern produces by overlapping


circular wavefronts is called a
Moiré pattern.
Along nodal lines the two waves
cancel each other and the vector sum
of the displacement is always zero.

The figure shows a magnified view of the interference pattern seen on the
previous slide.

Along antinodal lines the displacement is a maximum.


One consequence of nodal
regions is illustrated in
the figure.

When the waves from two


coherent sources interfere,
the amplitude of the sum of
these waves in certain
directions is less than that
of a single wave.

The effect that the separation between the two point sources have on the
appearance of nodal lines is shown in the figure.

If two coherent sources located a distance d apart emit identical waves of


wavelength λ , then the number of nodal lines on either side of a straight
line running through the centers of the sources is the greatest integer
smaller than or equal to 2(d/λ) .

With more than two coherent


sources?

Do one pair first, then add a


third source to the resultant
of that pair. Repeat.

Find path lengths from either


source, divide by λ

Difference is ½ integer:
destructive

Difference is integer:
constructive
The figure shows what happens when 100 coherent
sources are placed close to each other:

When many coherent point sources are placed


close together along a straight line, the
waves nearly cancel out in all directions
except the direction perpendicular to the axis
of the sources.

Checkpoint 17.11

How does the wave amplitude along the beam


of wavefronts in Figure 17.20 change with
distance from the row of sources?

It doesn’t very much! Neighboring sources


‘shore each other up’

Utility? directional transmission!

Section 17.4: Diffraction

Section Goals - You will learn to


> Define the physical causes of
diffraction.
> Represent diffraction
graphically.

Huygens’ principle states that


any wavefront can be regarded as
a collection of closely spaced,
coherent point sources.

All these point sources emit


wavelets, and these forward-
moving wavelets combine to form
the next wavefront.

The figure shows planar


wavefronts incident on gaps
of varying size.

Obstacles or apertures whose


width is smaller than the
wavelength of an incident
wave give rise to
considerable spreading of
that wave.

The spreading is called


diffraction.
Checkpoint 17.12

Suppose the barriers in Figure 17.22 were held at an angle to the incident
wavefronts. Sketch the transmitted wavefronts for the case where the width of
the gap is much smaller than the wavelength of the incident waves.

Incident angle doesn’t make a difference:


the gap causes the same diffraction
regardless. Only relies on incident waves
causing the gap to become a point source.

Examples

This happens with


sound too!
Doppler Effect: moving relative to waves

v
in one period T , you move closer
to the source by v sT

the waves appear squashed together


vs by vsT

the apparent frequency ( 1/T ) is


still velocity / wavelength

Approaching the source: pitch (freq) seems higher

Moving away from source: pitch (freq) seems lower

similarly: doesn’t matter who is moving

happens for light too - receding galaxies have “red shift” (lower freq)
Chapter 17: Self-Quiz #5
Because sound waves diffract around an open doorway, you can hear sounds
coming from outside the doorway. You cannot, however, see objects outside the
doorway unless you are directly in line with them. What does this observation
imply about the wavelength of light?

Answer - Because light does not diffract as it travels through the


doorway, this observation implies that the wavelength of the light must
be smaller than the width of the doorway.
Given that visible light has wavelength between 4*10–7 m and 7*10–7 m
and most doorways are about 1 m wide and 2 m tall, this is indeed
the case.

Chapter 17: Waves in Two and Three Dimensions

Quantitative Tools
Section 17.5: Intensity

Section Goals - You will learn to


> Define the intensity of a wave.
> Calculate the intensity of a wave using the decibel scale.

For waves in three dimensions, intensity I is defined as I = P / A

P is the power delivered by the wave over an area A [SI units: W/m2)

If the power delivered by a point source is Ps , the intensity at a distance


r from the source is

Ps Ps
I= = 2
(uniformly radiating point source)
Asphere 4π r
For two-dimensional surface waves, the intensity is P SI
I= units:
W/m
L
The human ear can handle an extremely wide range of intensities, from the
threshold of hearing Ith ≈ 1*10–12 W/m2 to the threshold of pain at ≈
1.0*W/m2 .

To deal with this vast range of intensities, it’s convenient to use a


logarithmic scale and it’s logical to place the zero of the scale at the
threshold of hearing.

To do so, we define the intensity level β , expressed in decibels (dB), as

β ≡ (10 dB) log ( I / Ith ) where Ith = 1*10–12 W/m2 .

Average auditory response of the human ear. Most sensitive at 3kHz.(lower


magnitude means more sensitive. 3kHz is very annoying.)
Exercise 17.5 Doubling the intensity
A clarinet can produce about 70 dB of sound. By how much does the intensity
level increase if a second clarinet is played at the same time?

SOLUTION If the intensity of the sound produced by one clarinet is


Ic , the intensity level of one clarinet is
β1 = (10 dB) log ( Ic / Ith ) = 70 dB

The second clarinet doubles the intensity, so the intensity level


becomes

β2 = (10 dB) log ( 2*Ic / Ith ) = (10 dB) [ log 2 + log ( Ic / Ith ) ] =
= (10 dB) log 2 + β1
where I have used the logarithmic relationship log AB = log A + log B .
Because log 2 ≈ 0.3 , the intensity level increases to β2 ≈ (10 dB)
(0.3) + 70 dB = 73 dB .

So, even though the intensity doubles, the intensity level increases by
only 3 dB.

Checkpoint 17.13

In Exercise 17.5, how many clarinets must play at the same time in order to
increase the intensity level from 70 dB to 80 dB ?

10 dB means a factor of 10 increase in intensity (log scale!), so we


need 10 clarinets playing at the same time.

Section 17.6: Beats

Section Goals - You will learn to


> Establish the concept of beats, which arises from the overlap of equal
amplitude waves with slightly different frequency.
> Derive the mathematical formula that relates the frequency of the beats to
the frequencies of the overlapping waves.
Part (a) shows the
displacement curves
for two waves of
equal amplitude A,
but slightly
different
frequencies.

The superposition
of the two waves
result in a wave of
oscillating
amplitude as shown
in part (b).

This effect is
called beating.

The displacement caused by the two individual waves at some fixed point is
given by

D1x = A sin( 2π f1 t )
D2x = A sin( 2π f2 t )

The superposition of the two waves gives us

Dx = D1x + D2x = A [ sin( 2π f1 t ) + sin( 2π f2 t ) ]

Using trigonometric identities, we can simplify the equation to

Dx = 2A cos 1/2 [ 2π ( f1 - f2 ) t ] * sin 1/2 [ 2π ( f1 + f2 ) t ]

Using Δf = | f1 – f2 | and fav = 1/2 ( f1 + f2 ) , we can write

Dx = 2A * cos[ 2π ( 1/2 Δf ) t ] * sin( 2π fav t )

We can see that the resulting wave has a frequency of fav .

The frequency of the amplitude variation is 1/2*Δf .

However, since two beats occur in each cycle of this amplitude variation, the
beat frequency is twice that

fbeat ≡ f1 – f2

This is how you know you’re out of tune. Faster beating means farther apart.
Exercise 17.7 Tuning a piano

Your middle-C tuning fork oscillates at 261.6 Hz . When you play the
middle-C key on your piano together with the tuning fork, you hear 15 beats
in 10 s . What are the possible frequencies emitted by this key?

SOLUTION The beat frequency — the number of beats per second — is equal
to the difference between the two frequencies (Eq. 17.8).

I am given the frequency of the tuning fork, ft = 261.6 Hz , and the


beat frequency, fB = (15 beats)/(10 s) = 1.5 Hz .

I do not know, however, whether the frequency fp of the struck


middle-C piano key is higher or lower than that of the tuning fork.

If it is higher, then f B = f p – ft .
If it is lower, then fB = f t – f p . So

fp = ft ± fB = 261.6 Hz ± 1.5 Hz
and the possible frequencies emitted by the out-of-tune middle-C key are
260.1 Hz and 263.1 Hz .

Section 17.6 Question 6


One way to tune a piano is to strike a tuning fork (which emits only one
specific frequency), then immediately strike the piano key for the frequency
being sounded by the fork, and listen for beats.
In making an adjustment, a piano tuner working this way causes the beat
frequency to increase slightly. Is she going in the right direction with that
adjustment?
1 Yes. 2 No.

Answer: 2 No - faster beating means larger difference in freq.


_C.2_ Infográfico
Em se tratando de ondas de superfície, assim como as ondas superficiais, a velocidade de onda local
não é constante, mas depende da profundidade do corpo líquido, no caso do oceano.

ONDAS BIDIMENSIONAIS elm =Obs.1: O texto


do parágrafo indica
que o infográfico
Esta é a estrutura tratará da
de uma onda influência da
bidimensional: profundidade do mar
em ondas do oceano.
Obs.2: as figuras
mostradas não
tratam do enunciado
no parágrafo.

Quando tratamos com ondas planas, podemos utilizar uma estrutura matemática
de onda unidimensional.
Y(r,t) = A sen ( κ.r - ω.t )

As ondas bidimensionais se propagm em duas direções ( x e y ) do plano


cartesiano, como a onda provocada pela queda de um objeto na água.

elm = Obs.1: o gráfico apresentado é caso


particularíssimo de uma onda em que λ = T
(péssima escolha).

Obs.2: Sugiro substituir pelo gráfico abaixo (https://lief.if.ufrgs.br/pub/


IF_ead/FIS01183/slides/area_3/area_3_aula_2a.pdf).
elm - Extra - https://lief.if.ufrgs.br/pub/IF_ead/FIS01183/slides/area_3/area_3_aula_2a.pdf

Aula 2a -Ondas

Definições das grandezas de uma onda 1D


Velocidade de fase de uma onda 1D

EQUAÇÃO DA ONDA HARMÔNICA UNIDIMENSIONAL

Parte espacial

Fotografia da onda ao tempo t = 0

Comprimento de onda

Número angular de onda FASE


As fases
Número de onda absolutas do
seno

Parte temporal

Filme da onda na posição x = 0 Comprimento de onda - O tamanho em unidades


de comprimento ( m, cm, mm, etc.) de uma
oscilação da onda.

Número de onda - O número de comprimentos


de onda que cabem numa unidade de
comprimento ( 1/m, 1/cm, 1/mm, etc.)

Número angular de onda - O número de


comprimentos de onda que cabem
Período em 2π unidades de comprimento ( rad/m, rad/
cm, rad/mm, etc.)
Frequência angular Período - O tempo que leva em unidades de tempo
( s, min, etc.) uma oscilação da onda.
Frequência
Frequência - O número de oscilações cabem
numa unidade de tempo ( 1/s, 1/min, etc.)

Frequência angular - O número de oscilações


cabem em 2π unidades de tempo ( rad/s, rad/
min, etc.)
Velocidade de fase: Derivação usando a definição de velocidade
Considere a onda em dois momento diferentes muito próximos t e t+dt

Desejamos saber como a onda se movimenta neste tempo dt. Para isto temos que seguir um ponto na onda.
Escolhemos o topo da onda como mostrado na figura.
Como a onda é dada por

este ponto corresponde à ou

A velocidade de fase é logo

Velocidade de fase: Derivação usando a manipulação da equação e a equação da onda.

Outras forma de escrever a equação da onda

EXERCÍCIO
_C.2_ Conteúdo do livro
O exemplo de ondas bidimensionais, assim como as ondas formadas pela perturbação das águas de
um lago, mesmo sendo um exemplo de fácil visualização, é um dos mais complexos do estudo
matemático, pois em nenhum aspecto elas se assemelham ao som ou à luz.

Na obra Física II, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, leia o capítulo Movimento
ondulatório bidimensional, onde você irá conhecer mais sobre as ondas em duas dimensões: ondas
superfície, a exemplo das ondas que se espalham por meio de um espaço bidimensional - o plano da
superfície líquida, e a radiação solar, que apesar de ser emitida nas três direções do espaço,
também pode ser reduzida em duas dimensões.

Boa leitura.

elm = livro não encontrado na bib


virtual.
Movimento ondulatório
bidimensional
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Diferenciar teoricamente as ondas devido à dimensão do seu vetor


de propagação.
 Aplicar as aproximações de diminuição de dimensão de uma onda
nas análises.
 Identificar informações a partir de exemplos reais de ondas
bidimensionais.

Introdução
Uma onda é uma propagação que se dissemina, porém, essa perturbação
pode se propagar em uma, duas ou três dimensões. Ondas bidimensionais
podem ser visualizadas como as ondas formadas por uma pedra atirada
em um lago, ondas sísmicas ou qualquer perturbação que se alastra em
um plano.
Neste capítulo, você verá mais sobre como simplificar o estudo das
ondas e sobre suas principais aplicações no cotidiano e na ciência.

Vetor de propagação
Existe uma grandeza relacionada às ondas, que é o k, quando falamos de
módulo e que chamamos de número de onda. Já quando falamos em termos
de vetor, o chamamos de vetor de propagação, ou vetor de onda.
2 Movimento ondulatório bidimensional

O vetor de propagação e o vetor de onda não, necessariamente, são a mesma coisa,


porém, nos nossos casos mais simplificados, tratamos como a mesma coisa.

Mas o que é o número de onda? Em uma abordagem matemática, ele é


o análogo da frequência. Contudo, o número de onda está ligado ao espaço,
sendo a frequência relacionada ao tempo.
Então, o número de onda significa quantas vezes o tamanho de um com-
primento de onda há em 2pi, que é um ciclo do seno (BAUER, 2013).
Veja o Quadro 1, que sintetiza e relaciona as quantidades de período,
frequência, comprimento e número de onda.

Quadro 1. Definições das quantidades de período, frequência angular, comprimento de


onda e número de onda.

Período (T) Comprimento de onda (λ)


Quantidade de tempo necessário para Quantidade de comprimento
dar um ciclo no seno. necessário para dar um ciclo no seno.

Frequência angular (w) Número de onda (k)


Quantidade do ciclo do seno Quantidade do ciclo do seno
completo em um período. completo ao variar um comprimento
de onda.

Vamos entender melhor o significado do número de onda e do vetor de


propagação com comparações sucessivas matemáticas.
Veja a equação (1) comum a oscilações. Supondo que y(t) seja a amplitude
em que a oscilação se encontra em um dado tempo: ordenada

y(t) = A * sen(w * t) (1)


Movimento ondulatório bidimensional 3

ordenada
Essa equação diz que a amplitude da oscilação muda no tempo, de acordo
com a frequência w. Porém, poderíamos ter a seguinte equação:

y(x) = A * sen(k * x) (2)

Essa equação é para uma foto, pois não temos o tempo. Aqui, imagine
uma corda de 1 metro bem esticada. Se dermos uma oscilação inicial, todos
os pontos dela oscilarão. Então, em um instante, batemos uma foto e assim
descrevemos todas as amplitudes desta por essa equação.
Ainda, podemos querer uma corda, mas desta vez não queremos somente
em uma foto, queremos um filme. Para isso, temos a seguinte equação:

y(x,t) = A * sen (k * x + w * t) (3)

Aqui, temos uma descrição da amplitude da corda para o tempo e para


a posição. Podemos, por fim, aumentar a dimensão. Porém, nesse caso, não
tratamos mais de uma corda, mas, sim, de uma superfície, ou do espaço em
três dimensões. Para isso, a equação fica:

y(r⃑ , t) = A(r⃑ ) * sen (k⃑. r⃑ + w * t) (4)

Essa equação é diferente. Nela, temos vetores, pois temos mais de uma
dimensão e a amplitude máxima muda com a distância. Então, o k é o número
de onda e o k⃑ é o vetor de propagação. Observe que as ondas unidimensionais
também têm direção e sentido, mas omitimos essas informações por não serem
necessárias no tratamento matemático.
Por fim, em uma onda multidimensional, o vetor de propagação representa
a direção de uma pequena parcela da onda, pois, quanto menor a parcela que
ele representar, isto é, quanto mais vetores de propagação diferentes usarmos,
maior é a precisão da descrição do fenômeno. Então, se usarmos um número
limitado de vetores de propagação, é como se pegássemos uma frente de onda
e fragmentássemos em vários pedaços lineares, com o plano se propagando
na direção do vetor de propagação, isto é, a equação (4) não representa toda
a função y, mas, sim, uma para um dado vetor de propagação.
Para ilustrar isso, veja, na Figura 1, o processo de representar uma onda
bidimensional com apenas alguns vetores de propagação.
4 Movimento ondulatório bidimensional

k2 k3
k4
k1

k5

Figura 1. Nesta figura, aproximamos a onda por várias ondas planas, cada uma com seu
vetor de propagação.

Relação do vetor de propagação e a dimensão da onda


Como é o vetor de propagação de onda nos casos unidimensionais, bidimen-
sionais e tridimensionais?
No caso unidimensional, para uma onda, precisamos de apenas um vetor
de propagação para descrevê-la. Já nos demais casos, melhoramos a descrição
com mais vetores de propagação, porém, há uma diferença nos casos bidi-
mensionais e tridimensionais. No primeiro, todos os vetores de propagação
estão em um plano, como a superfície de um lago, já no segundo, pelo menos
uma das direções do vetor de propagação da onda não está em um plano com
as outras direções.

Aproximar a matemática de dimensões maiores


Uma dificuldade na descrição matemática de uma onda tridimensional são
as diversas peculiaridades que esta pode ter, como, por exemplo, nas ondas
provenientes do Sol, pois, para descrevermos todas elas, teríamos que usar
todas as possibilidades de vetor de propagação, ou ainda em uma onda tridi-
mensional, que não é esférica. A amplitude desta não é tão simples.
Mas, por sorte, na maioria das nossas necessidades não precisamos de
uma análise exata (KNIGHT, 2009). Por isso, aproximamos a onda por um
caso mais simples. Usemos a equação (4) como exemplo de aproximação. No
caso da luz do Sol que chega até nós, podemos aproximar a equação (4) por:

y(r,t) = A * sen (k * r + w * t) (5)


Movimento ondulatório bidimensional 5

Aqui, nós reduzimos o tratamento a um caso semelhante ao unidimen-


sional, como se tivéssemos reduzido a dimensão da onda para um caso de
uma dimensão que só depende da distância. Repare que podemos fazer essa
simplificação, pois o vetor de propagação é praticamente o mesmo em toda
a superfície da Terra.

Ondas planas
Veja a Figura 2 para entender o conceito de ondas planas e suas aproximações.

Figura 2. Ilustração do comportamento de ondas planas. Todos os vetores de


propagação vão em uma direção, em que são todos os paralelos e as ondas
parecem os mesmos, porém, deslocados.
Fonte: Knight (2009).

A ilustração de onda plana parece uma onda copiada e deslocada. Todas


as frentes de onda se movem juntas, tornando o tratamento matemático quase
igual ao de uma onda unidimensional, pois aqui todas as frentes de onda se
propagam em uma única direção.
Observe a grande importância do vetor de propagação, pois é quando
conseguimos descrever uma onda tridimensional. Por apenas um vetor de
propagação podemos usar o modelo de onda plana.
6 Movimento ondulatório bidimensional

Ondas bidimensionais: como tratar?


Se você souber um par de informações sobre uma onda unidimensional, poderá
obter todas as grandezas associadas a essa onda. Mas as ondas bidimensionais
têm algumas características e situações diferentes associadas à dimensão a
mais de propagação, o que gera todo tipo de situação a mais para refletirmos.
Vejamos o Exemplo para entendermos como a geometria do meio já pode
influir.

Em um lago retangular, atiramos uma pedra em um ponto da água. Quando a primeira


frente de onda atingir a beirada A do lago, a segunda frente de onda estará a 1 metro
da beirada B.

Esse molde de situação precisaria de mais informações e de uma pergunta, mas agora
o fato de termos mais direções pelas quais a onda se propaga gera novos tratamentos.

Como visto no Exemplo, agora a geometria da superfície começa a aparecer


nos exercícios. Também podemos ter complicações no sentido do meio ser
diferente em cada direção, ou ao longo do caminho de um vetor de propagação.
Movimento ondulatório bidimensional 7

A velocidade de propagação de uma onda de superfície — bidimensional — na água


depende da profundidade do meio em que a onda se encontra, por essa razão ocorre
o fenômeno de Tsunami.
Essas ondas gigantes se formam em alto mar com muita energia devido a algum
evento gigantesco, como um abalo sísmico. Porém, lá elas são pequenas, os navios
podem até não as sentir, contudo, sua velocidade é gigantesca. Então, quando a onda
chega à costa, onde a profundidade é menor, a frente de onda aumenta sua amplitude
devido ao acúmulo de água da frente da onda que se aglutina, fazendo com que se
forme uma onda de grande altura, com centenas de metros.

BAUER, W.; WESTFALL, G. D.; DIAS, H. Física para universitários: relatividade, oscilações,
ondas e calor. Porto Alegre: AMGH, 2013. cap. 3.
KNIGHT, R. D. Física: uma abordagem estratégica. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2009.
v. 2: Termodinâmica óptica. cap. 20.

Leitura recomendada
CHAUDHURI, R. N. Waves and oscillations. 2. ed. New Delhi: New Age, 2010.
_C.2_ Dica do professor
A onda plana é um modelo ideal que utilizamos para descrever alguns aspectos de uma onda.
Podemos utilizar essa condição quando, variando uma certa quantidade à posição da onda, não
notamos diferença nas grandezas desta. Assim como a luz do Sol que chega na Terra, a qual é
praticamente igual e uniforme quando chega, mesmo o planeta sendo bem extenso.

Veja, na Dica do Professor os tipos de ondas e as características das ondas em 2 dimensões.


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cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/22582a52a8f0c46f514f23c9547628f6

3 min [VIDEO TRANSCRIPT] C.2 ONDA EM


DUAS DIMENSÕES
Estudaremos ondas em duas
dimensões. Um exemplo de onda de
duas dimensões são ondas na
superfície da água, onde temos a
direção da onda, a crista da onda,
o vale da onda e as moléculas que
se movem em órbitas circulares
quando a onda passa.
Um sistema com uma distribuição
bidimensional de massa também tem
comportamento ondulatório. Quando
são dadas as condições de contorno
para livre oscilação, teremos
situações em que os máximos e
mínimos serão regidos por suas
frequências harmônicas
características ou tons e sobretons.

Classificação das ondas. Podemos


classificar as ondas quanto à sua
natureza; quanto à direção de
oscilação em relação à direção de
propagação; quanto à direção de
propagação; quanto à duração; e
quanto ao tipo de energia
transportada.

Quanto à direção de oscilação em


relação à direção de propagação: -
Ondas transversais, sua perturbação
ela é perpendicular a sua direção
de propagação; e - Ondas
longitudinais, em que a perturbação
está na mesma direção da direção de
propagação.
Quanto à direção de propagação:
ondas unidimensionais, que se
propagam em uma dimensão; as
bidimensionais, em duas e; as
tridimensionais em três dimensões.
Princípio de Huygens: quando o
movimento ondulatório se
propaga num meio qualquer, cada
partícula do meio se comporta
como se fosse a origem do
movimento. Para isso, aplicamos
o estudo das ondas de duas
dimensões.

Frente de onda é a linha


superfície tangente às várias
ondas produzidas pelas
partículas do meio, fontes
secundárias. Temos frente de
onda plana e frente de onda
esférica.

Frente de onda produzida pelo


movimento originado de uma
única fonte puntiforme. Temos:
a fonte primária do movimento,
as fontes secundárias do
movimento, e as ondas
produzidas pelas fontes
secundárias, e a direção de
propagação bidimensional. Neste
exemplo, a frente de onda é uma
circunferência numa visão
bidimensional e uma esfera numa
visão tridimensional.

Frente de onda produzida pelo


movimento originário de um
conjunto de fontes dispostas
num plano. Neste exemplo, a
frente de onda é uma reta numa
visão bidimensional e um plano
numa visão tridimensional. Para
isso temos a diminuição das
dimensões para melhor a
compreensão das ondas.
_C.2_ Exercícios

1) Analise as afirmações a seguir sobre o vetor de propagação e assinale a única alternativa


correta.

A) Todos os tipos de onda têm apenas uma direção do vetor de propagação.

B) Uma onde bidimensional é uma onda onde não conseguimos colocar os vetores de
propagação em uma direção, somente em várias direções de um plano.

C) As informações sobre a propagação da onda nada nos diz sobre a dimensão da mesma.

D) Se conseguirmos achar uma direção, na qual a onda só se propaga nela, essa é uma onda
tridimensional.

E) A onda tridimensional tem apenas três vetores de propagação.


2) Assinale a alternativa correta relacionada às ondas planas.

A) Todas as ondas são planas.

B) As ondas tridimensionais são planas.

C) As ondas bidimensionais são planas.

D) Sob certas condições, podemos tratar uma onda tridimensional como plana.

E) Onda plana é uma onda de superfície.


3) Podemos considerar a luz do Sol que chega na Terra como uma luz plana, ou seja, ela é igual
em toda área do topo da atmosfera terrestre, sendo apenas modificada no caminho da
atmosfera até o chão. Qual é a justificativa para isso?

A) Devido à grande distância do Sol à Terra, toda luz que chega no planeta é como se tivesse
vindo em linha reta.

B) O Sol é muito grande, logo, a fonte é a mesma.

C) A Terra é pequena, logo, quase não faz diferença uma luz chegar no polo norte ou no polo sul.

D) A luz plana é impossível, logo, esse modelo não é viável.

E) O Sol está distante o suficiente para que a luz tenha uma diferença de fase muito grande
entre os polos.
4) Você e seu amigo estão a 10 metros um do outro e no meio de vocês há um lago. Vocês
planejam calcular a velocidade de propagação da onda nesse lago. Para isso, vocês atiram
diversas pedras no lago, até que em uma região, quando a segunda frente de onda chega em
seu amigo, a primeira frente chega em você. Vocês fazem uma medida aproximada e acham
que a região está a 3 metros dele e 7 a metros de você. Usando esses dados, qual é o
comprimento da onda?

A) 2 metros.

B) 3 metros.

C) 4 metros.

D) 5 metros.

E) 6 metros.
5) Uma onda bidimensional se forma no centro de um lago com formato de quadrado e se
propaga com velocidade de 1m/s. Se leva 2 segundos para a primeira frente de onda atingir
um lado, quanto tempo levará para a primeira frente de onda atingir a diagonal do quadrado?

A) 2,82 segundos.

B) 3 segundos.

C) 2,56 segundos.

D) 2,30 segundos.

E) 1,8 segundos.
_C.2_ Na prática
Na física da propagação das ondas, uma onda plana é uma onda de frequência constante, cujas
frentes de onda (superfícies de fase constante) são infinitos planos paralelos de pico a pico
constante e amplitude normal à velocidade de vetor de fase. Na prática, não é possível ter uma
verdadeira onda plana, apenas uma onda plana de infinita extensão que se propagará como uma
onda plana. No entanto, muitas ondas são, aproximadamente, ondas de plano em uma região
localizada do espaço.

Por exemplo, uma fonte localizada, como uma antena produz um campo que é
aproximadamente uma onda plana distante da antena em sua região de campo
distante.

Da mesma forma, se as escalas de comprimento são muito mais longas do que o


comprimento de onda da onda, como é frequentemente o caso da luz, no campo
da óptica, uma pode tratar as ondas como raios de luz que correspondem
localmente às ondas planas.

As ondas planas são soluções para uma equação de onda escalar em um meio homogêneo. Para
equações de ondas vetoriais, como àquelas que descrevem radiações ou ondas eletromagnéticas
em um sólido elástico, a solução para um meio homogêneo é semelhante às ondas bidimensionais
planas.
_C.2_ Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

Física - Ondas: Interferência de ondas bidimensionais


Saiba mais sobre interferência de ondas bidimensionais no vídeo a seguir.

https://youtu.be/mqKCeczWW_k 11 min

Como é bom ser nerd - Pura Física - Sep 26, 2017 - Curso completo de ondulatória: Nessa
aula: interferência de ondas bidimensionais.

Física - Ondas: frentes de onda e princípio de Huygens


Veja no vídeo a seguir, mais informações sobre ondas bidimensionais, a representação destas por
meio do conceito de frente de onda e uma explicação sobre o que é uma frente de onda por meio
do princípio de Huygens
https://youtu.be/1vDpyQkPo84 11 min

Como é bom ser nerd - Pura Física - Sep 28, 2015 - Ondulatória: Curso completo
Se até o momento nesse nosso curso sobre ondas, apenas falamos em ondas que se propagam em
uma corda, que são ondas unidimensionais, chegou a hora de comerçarmos a falar de ondas
bidimensionais, que se propagam em duas dimensões. Para representar essas ondas vamos usar
o conceito de frente de onda e vamos explicar o que é uma frente de onda através do
princípio de Huygens. Prof. Rafael Irigoyen

Física para Universitários


Para melhor aprendizado com um texto dinâmico e exercícios práticos, consulte o livro Física para
Universitários.

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

https://www.falstad.com/ripple/ simulador de ondas e outros fenômenos online.


http://hyperphysics.phy-astr.gsu.edu/hbase/hph.html

Rationale for Development


HyperPhysics is an exploration environment for concepts in physics which employs concept
maps and other linking strategies to facilitate smooth navigation. For the most part, it is
laid out in small segments or "cards", true to its original development in HyperCard. The
entire environment is interconnected with thouands of links, reminiscent of a neural
network. The bottom bar of each card contains links to major concept maps for divisions of
physics, plus a "go back" feature to allow you to retrace the path of an exploration. The
side bar contains a link to the extensive Index, which itself is composed of active links.
That sidebar also contains links to relevant concept maps. The rationale for such concept
maps is to provide a visual survey of conceptually connected material, and it is hoped that
they will provide some answers to the question "where do I go from here?". Whether you need
further explanation of concepts which underly the current card content, or are seeking
applications which go beyond it, the concept map may help you find the desired information.

Part of the intent for this exploration environment is to provide many opportunities for
numerical exploration in the form of active formuli and standard problems implemented in
Javascript. An active exploration in physics will typically lead you to something which
needs to be quantified, and it is hoped that the many Javascript-enabled calculations will
provide many opportunities to answer "What if .." type questions.

New content for HyperPhysics will be posted as it is developed. The intent is to maintain
the entire HyperPhysics project on the Web with stable locations so that links to it may be
established with confidence that they will be there for an extended period of time. As the
basic phase nears completion, the author is interested in extensions to specific applied
areas. If you are interested in developing specific material for a specialized course, you
might consider building it upon this framework with links to HyperPhysics to provide the
basic conceptual background. The entire HyperPhysics project can be made available on a
cross-platform DVD or USB memory since it will remain compatible with the standard web
browsers.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E CRÉDITOS DE IMAGENS


BAUER, Wolfgang; WESTFALL, Gary D.; DIAS, Helio. Física para Universitários: Relatividade,
Oscilações, Ondas e Calor. Editora McGraw-Hill: Porto Alegre, 2013.
Banco de imagens Shutterstock.
SAGAH, 2018.
Aula C.3
1.1 - Ondas: conceito e classificação
1.2 - Período de frequência e velocidade de uma onda
2.1 - Ondas eletromagnéticas e sonoras e sua interação com a matéria
2.2 - Osciladores e o movimento harmônico simples
3.1 - Luz e óptica: definições
3.2 - Refração e reflexão
4.1 - Óptica geométrica em lentes
4.2 - Óptica geométrica em espelhos
Conteúdo Complementar (não conta p/ avaliações, mas conta p/ frequência)
__ C.1 Movimento ondulatório Unidimensional
__ C.2 Movimento ondulatório bidimensional
__ C.3 Interferência e efeito Doppler
__ C.4 Modelo ondulatório e geométrico da luz
__ C.5 Fenômeno da luz

Interferência e efeito Doppler


_C.3_
Apresentação
O ser humano é submetido diariamente a efeitos sonoros de diversas naturezas. Quando existem
duas fontes sonoras, é possível ter efeitos de interferência construtiva ou destrutiva. Há também o
batimento quando as ondas de frequências estão próximas.

Outro fenômeno ocorre quando o emissor e o receptor estão em movimento entre si, esse
fenômeno é o efeito Doppler. Essa dinâmica produz variações na frequência observada, por
exemplo, quando um carro com som alto vem na direção de alguém e tem-se a sensação de que a
música está sendo reproduzida de forma distorcida.

Nesta Unidade de Aprendizagem, você verá o estudo da interferência construtiva e destrutiva, o


batimento produzido por ondas e o efeito Doppler.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Analisar os fenômenos físicos de interferência e o efeito Doppler.


• Aplicar os conceitos físicos na resolução de problemas.
• Identificar os princípios físicos em aplicações práticas.

elm = Avaliação da aula. Ruim. Assinalada opções - Erros no conteúdo; - Precisei pesquisar
mais; - Conteúdo Livro difícil (qdo assinala <regular, só há opções para assinalar)
_C.3_ Desafio
Ao andar pelas ruas é possível perceber que o som dos carros que passam é diferente à medida que
os carros se afastam ou se aproximam. Quando ele se aproxima o som é mais agudo (frequência
mais alta) e quando ele se afasta o som passa ser mais grave (frequência mais baixa). Porém, quando
o observador está parado ao lado do carro também parado, ou dentro dele, o som tem frequência
invariável.

Essa mudança de frequência é consequência do movimento relativo entre a fonte sonora e o


observador, uma vez que um deles esteja em repouso ou mesmo os dois estejam em movimento,
mas com velocidades diferentes. Esse efeito relativo recebeu o nome de efeito Doppler.

Imagine que uma ambulância está prestando socorro em um acidente:

O acidente aconteceu em uma estrada e uma viatura policial foi chamada para
isolar o local. Considerando que a velocidade da viatura era de 90 km/h ,
a frequência do som emitido pela sirene era de 1 kHz e a velocidade do som
no ar é de 340 m/s .

Considerando as informações apresentadas, responda:

a) Qual a frequência do som que o policial irá perceber em sua viatura?

b) Imagine que a ambulância comece a sair do local a uma velocidade de 54km/h, qual será a
frequência da sirene percebida pelo policial nessa situação?

elm = a 926,47 Hz b 887,32 Hz.


elm = o enunciado é ambíguo. Entendi de forma diferente do Gabarito. Minha
solução concorda mais com o desenho apresentado no enunciado...

Padrão de resposta esperado


https://www.todamateria.com.br/efeito-doppler/ elm - artigo tb
na copiada na
aula 1.1
Efeito Doppler

Escrito por Rafael C. Asth Professor de Matemática e Física

O efeito doppler é um fenômeno da física referente a variação de frequência percebida de uma onda em
movimento relativo a um observador.

Esse efeito foi estudado pelo físico austríaco Christian Doppler (1803-1853) e a descoberta foi batizada
em sua homenagem. Daí, efeito doppler.

O efeito doppler pode ser observado em toda e qualquer onda eletromagnética, como a luz, ou mecânica,
como o som.

Imagem ilustrativa do efeito doppler em


repouso (esquerda) e em movimento
(direita)

Desse modo, o efeito é percebido a partir do movimento. Conforme a fonte de som ou luz se
aproxima, a frequência percebida aumenta e ao se afastar do observador, a frequência
diminui.

Fórmulas do Efeito Doppler

É importante perceber que a frequência de propagação da onda não varia. A fórmula é


referente à frequência de onda captada pelo observador.

Fórmula clássica (som)

Assim, a fórmula clássica do efeito doppler utilizada para em sua relação com o som é:

A frequência percebida também aparece em alguns livros como frequência Doppler ( ).

> Quando fonte e observador se aproximam: + no numerador e – no denominador.


> Quando fonte e observador se afastam: – no numerador e + no denominador.
Exemplo
Suponha uma fonte sonora fixa, que emite um som de frequência de 680 Hz. Um observador se afasta
desta fonte com uma velocidade constante de 60 m/s. Determine a frequência percebida pelo observador.

A situação pode ser esquematizada como a seguir:

A seta vermelha indica a posição e sempre aponta do observador para a fonte.

Como a velocidade e o vetor posição possuem sentidos contrários, utilizamos o sinal negativo na fórmula.

No caso do som, mais fácil de ser observado, pode-se notar que o som tende a se tornar mais grave à medida
que a fonte se afasta do observador.

A frequência percebida varia de acordo com o movimento em relação aos observadores.

Fórmula relativística (luz)

No caso da luz, à medida que se aproximam, sua frequência tende ao ultravioleta (frequência mais alta) e
ao se afastarem, tendem ao infravermelho (mais baixa). Essa variação é observada por astrônomos em
relação ao movimento da luz no espaço.

O astrônomo Edwin Hubble observou que as galáxias vizinhas quando observadas apresentam um "desvio
para o vermelho", que demonstra que sua luz percebida está em uma frequência mais baixa (tendendo ao
vermelho) que a emitida.

Desse modo, deduziu que as outras galáxias estão se afastando da nossa, deixando deduzir que o universo
encontra-se em expansão. A Lei de Hubble teve como base o efeito doppler.

Diferente do som, a luz se propaga independentemente de um meio, sua velocidade será sempre. Sua
fórmula tem como base apenas a velocidade relativa entre a fonte e o observador.
_C.3_ Infográfico
No momento em que duas ondas sonoras de frequências próximas são emitidas, dificilmente
percebe-se qual delas está sendo a predominante. Por isso, é possível ver uma onda que tenha a
média entre as duas fontes sonoras e uma variação da intensidade seguindo uma alternância com
frequência diferente. Esse fenômeno é chamado de batimento.

No Infográfico a seguir, você verá o que é o batimento produzido por ondas e um exemplo desse
fenômeno sonoro.

BATIMENTO SONORO

Instrumentos musicais produzem 8 notas musicais fundamentais. Ao tocar


diferentes instrumentos, tocando notas musicais de frequências próximas, como
as notas Mi e Fá, que têm os valores de suas frequências como 330 Hz e 352
Hz, respectivamente, a onda resultante será vista como:

Porém, há uma variação na intensidade da onda sonora. Essa variação é chamada


de batimento sonoro e segue uma nova função harmônica com frequência de
batimento:

Note que há pontos em que a amplitude é zero. Ou seja, mesmo


com a emissão de ondas sonoras ao mesmo tempo, elas se
interferem destrutivamente e produzem uma onda resultante com
repetições de valores nulos.
_C.3_ Conteúdo do livro
Os fenômenos sonoros de interferência, batimento e efeito Doppler são percebidos em várias
situações do cotidiano. Esses fenômenos acontecem quando há mais de uma fonte sonora,
sendo possível ver o efeito resultante entre elas. A cinemática entre a fonte de emissão e o
receptor do som também provoca mudanças na percepção da onda, isso é frequentemente
observado entre veículos em movimento.

No capítulo Interferência e efeito Doppler, da obra Oscilações, ondas e mecânica dos fluidos, você
aprenderá sobre a interferência destrutiva e construtiva de ondas sonoras, o fenômeno de
batimento e o efeito Doppler.

Boa leitura.
IPREFÁCIOI
O estudo dos fenômenos de oscilações, dos diferentes tipos de ondas
e seus elementos, além da introdução à mecânica de fluidos, ajuda a
compreender importantes fenômenos presentes nas engenharias e
em suas aplicações no dia a dia.
Oscilações são percebidas em movimentos harmônicos, como a
marcação do tempo, ou em esportes radicais, como o bungeejumping.
Deste modo, estamos imersos em ondas de instrumentos do nosso
cotidiano, como o rádio e a televisão, e expostos à luz do sol e às
ondas sonoras. Além destas, podemos citar diversos exemplos de
ondas mecânicas. A mecânica dos fluidos, por sua vez, é apresentada
em aplicações como tu rbinas e o escoamento de ar em aeronaves.
Esta obra tem por objetivo apresentar conteúdos de oscilações,
ondas e mecânica dos fluidos, descrevendo matematicamente os
p rincipais fenômenos e identificando exemplos do cotidiano.

Lizandro de Souza Oliveira

SUMÁRIO

Ondas ............................................................................................................. 13
Midilane Sena Medina
Ti pos de ondas e suas classificações ........................................................................................ ..... 14
Ondas e seus elementos ....................................................................................................................... 17
Exemplos de ondas no cotid iano ................................................ -.................................................. 29

Osciladores e o movimento harmônico simples ............................33


Midilane Sena Medi na
Definição .......................................................................................................................................................... 34
Grandezas físicas relacionadas ao MHS ........................................................................................ 38
Análise de gráficos de MHS .................................................................................................................. 46

Movimento harmônico simples: sistema massa-mola ................ 51


Everton Coelho de Medeiros
Movimento harmônico simples ........................................................................................................ 52
Sistema massa-mola ................................................................................................................................. 58

Movimento pendular ...............................................................................63


Everton Coelho de Medeiros
Dinâmica do movimento pendular ................-.............................................................................. 63
Período e frequência do pêndulo .................................................................................................... 66
Cinética do movimento pendular ................................................................................................... 69

Energia em MHS ........................................................................................ 73


Everton Coelho de Medeiros
Energia mecânica no MHS .................................................................................................................... 73
Conservação de energia ........................................................................................................................78
Tipos de energia.......................................................................................................................................... 80
Oscilações forçadas e amortecidas ..................................................... 85
Ricardo Lauxen
Oscilações amortecidas e não amortecidas ..............................................................................86
Ação de forças externas .........................................................................................................................99
Ressonância ..................................................................................................................................................101

Movimento ondulatório u nidimensional ...................................... 105


Ricardo Lauxen
Tipos de ondas ......................................................................................................................................... 105
Descrição matemática das ondas .................................................................................................. 11 4
Reflexão de ondas....................................................................................................................................121

Princípio da superposição e ondas estacionárias ........................ 125


Everton Coelho de Medeiros
Superposição de ondas ....................................................................................................................... 125
Ondas estacionárias ................................................................................................................................129
Fenômenos em ondas ...........................................................................................................................131

Som: ondas longitudinais de pressão .............................................. 135


Everton Coelho de Medeiros
Oqueéosom7 ...........................................................................................................................................135
Velocidade do som ................................................................................................................................... 141
Aplicações práticas .................................................................................................................................. 144

Intensidade sonora..................................................................................14 7
Everton Coelho de Medeiros
Intensidade do som ................................................................................................................................147
Escala l ogarítmica (dB) ...........................................................................................................................151
Intensidade relativa e alcance dinâmico ....................................................................................155

1nterferência e efeito Doppler ............................................................ 157


Everton Coelho de M edeiros
Interferência .................................................................................................................................................157
Efeito Doppler ............................................................................................................................................ 162
Aplicações práticas: cones de Mach............................................................................................ 166

Acú stica: ressonância e tubos............................................................ 169


Ricardo Lauxen
Som e estados estacionários.............................................................................................................170
Tubos abertos e semiabertos ............................................................................................................ 176
Ressonância .................................................................................................................................................. 181

1ntroduçã o à mecânica dos fl uidos...................................................187


Midilane Sena M edina
Definição ....................................................................................................................................................... 188
Pressão de fluidos em repouso ....................................................................................................... 193
Escoamento de fluidos a partir de um modelo de fluido ideal. .................................197
Hidrostática: conceitos fundamentais e Lei de Stevin .............. 205
Everton Coelho de Medeiros
Defi nição de fluido ................................................................................................................................. 206
Pressão em fluidos .................................................................................................................................. 208
Lei de Stevin ................................................................................................................................................ 208
Lei de Pascal.................................................................................................................................................215

Equação da continuidade e a equação d e Bernoulli .................. 219


Midi/ane Sena Medina
Definição das variáveis da hidrodinâmica usadas nos
problemas físicos de interesse ................................................................................................... 220
Conceitos das equações da continuidade e de Bernoulli
para resolver problemas de hidrodinâmica ...................................................................... 225
Relação entre as variáveis da hidrodinâmica ......................................................................... 2 31

Em puxo d inâmico e viscosidade ...................................................... 237


Everton Coelho de Medeiros
Empuxo.......................................................................................................................................................... 238
Em puxo dinâmico ................................................................................................................................... 242
Viscosidade .................................................................................................................................................. 244
Interferência e
efeito Doppler
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

„„ Analisar os fenômenos físicos de interferência e o efeito Doppler.


„„ Aplicar os conceitos físicos na resolução de problemas.
„„ Identificar os princípios físicos em aplicações práticas.

Introdução
Fenômenos que envolvem duas ou mais fontes ondulatórias estão pre-
sentes no cotidiano: a interferência e o batimento, por exemplo, são
frequentes quando escutamos músicas tocadas por mais de um aparelho
de rádio ligado em uma loja. Já quando há um movimento relativo entre
o emissor e o receptor, temos variações da frequência percebida, o que se
dá pelo efeito Doppler. Neste capítulo, identificaremos esses fenômenos
e suas aplicações práticas.

1 Interferência
A interferência consiste no processo de encontro entre duas ondas, sofrido por
ondas transversais como as ondas sonoras (chamadas de ondas longitudinais de
pressão). Consideremos o caso de duas ondas iguais que se propagam no mesmo
espaço. Essas duas ondas, chamadas de S1 e S2, apresentam distâncias L1 e L2
diferentes até um mesmo ponto P (HALLIDAY; RESNICK; WALKER, 2016).
Se as distâncias L1 e L2 fossem iguais, teríamos no ponto P a situação em
que as ondas estariam em fase; logo, haveria uma interferência totalmente
construtiva nesse momento. Já se fossem diferentes, existiria diferença de fase
(φ) entre as ondas; logo, a diferença de fase no ponto P depende da diferença
de percurso, conforme a Equação (1).
2 Interferência e efeito Doppler

∆L = |L2 – L1| (1)

Para fazer a relação da diferença de percurso com a diferença de fase,


devemos lembrar que uma diferença de fase igual a 2π rad corresponde ao
comprimento de onda λ; portanto, teremos as Equações (2) e (3).

(2)

(3)

A interferência construtiva acontece sempre que a diferença de fase for


nula, 2π ou algum múltiplo de 2π; assim, a interferência totalmente construtiva
somente ocorrerá para valores inteiros, conforme a Equação (4).

(4)

Já a interferência totalmente destrutiva virá dos valores que sejam números


ímpares de π, como dado na Equação (5).

(5)

Na Figura 1, há um exemplo de um equipamento chamado de oscilos-


cópio, em que se observam duas ondas iguais, mas com ângulos de fase
iniciais diferentes. No primeiro caso, teremos a coincidência das duas ondas,
ou seja, uma interferência construtiva, amplificando, assim, a onda original.
No segundo, as ondas apresentam uma diferença de fase igual a 180° ou π rad;
logo, os picos de uma onda coincidirão com os vales de outra, determinando
uma interferência totalmente destrutiva (TIPLER; MOSCA, 2009).
Outra demonstração dessa interferência pode ser vista na Figura 2, na qual
dois alto-falantes são postos lado a lado emitindo a mesma onda sonora, em
que estão apresentados os pontos de interferência construtiva e destrutiva.
A onda, que tem variação senoidal, coincidirá com outra onda sonora emitida
pela outra fonte.
Interferência e efeito Doppler 3

Amplificação

Na fase do comprimento da onda

Construtiva

Cancelamento

180° fora da fase

Destrutiva

Figura 1. Interferência entre duas ondas.


Fonte: Adaptada de Fouad A. Saad/Shutterstock.com.

te
In

r fe ti v
a

rê n
cia es tr u
c o n st cia d
r u ti v a Inter ferên
Figura 2. Pontos de interferência construtiva e destrutiva.
Fonte: Adaptada de Fouad A. Saad/Shutterstock.com.
4 Interferência e efeito Doppler

Quando temos ondas de frequências próximas, como ondas sonoras de


432 Hz e 446 Hz, torna-se uma tarefa difícil diferenciá-las. Quando ambos
os sons chegam ao ouvido ao mesmo tempo, teremos a percepção de escutar
uma onda sonora de frequência igual a 439 Hz, ou seja, a média entre as duas
frequências originais.
Além disso, há a percepção de uma variação da intensidade sonora, cha-
mada de batimento e que tem, como frequência de repetição desse evento,
o valor de 34 Hz (NUSSENZVEIG, 2013). Na Equação (6), é possível ver como
chegamos a essa conclusão, considerando duas ondas s1 e s2:

s = s1 + s2 (6)

onde que cada onda é expressa pela função da Equação (7).

sn = smcos(ωnt) (7)

Assim, a superposição das ondas na Equação (6) será dada pela Equação (8):

s = sm(cos(ω1t) + cos(ω2t)) (8)

Utilizando a identidade trigonométrica, teremos a Equação (9).

(9)

A variação da superposição total na Equação (8) será igual à Equação (10):

(10)

Chamando as partes internas dos cossenos de ωʹ e ω, teremos a Equação (11).

s = [2sm cos ωʹt] cos ωt (11)

onde, conforme a Equação (12):

(12)
Interferência e efeito Doppler 5

A variação da amplitude da onda resultante (Equação 11) é dada em função


da velocidade angular ωʹ e apresentará dois valores máximos absolutos; com
isso, o valor da velocidade angular do batimento é igual a 2ωʹ.
Assim, teremos a Equação (13):

(13)

Como ω = 2πf, a frequência de batimento será (Equações 14 a 16):

ωbat = ω1 – ω2 (14)

2πf bat = 2πf1 – 2πf2 (15)

f bat = f1 – f2 (16)

Note que a frequência de batimento está expressa na forma de fbat = f1 – f2. Caso o
valor seja negativo, não há como dizer que a frequência de batimento é negativa. Para
evitar tal erro de notação, o ideal é a expressão da frequência de batimento como o
módulo da diferença, ou seja, fbat = |f1 – f2|.

Até aqui, vimos o que do se trata a interferência sonora e suas versões


totalmente destrutivas ou construtivas, assim como acontece com ondas trans-
versais, além do fenômeno do batimento, em que duas ondas semelhantes se
combinarão de modo que sua intensidade se altera seguindo uma frequência
de batimento. A partir de agora, veremos o que acontece com a frequência
de uma fonte, ao ser percebida por um observador, quando há movimento
relativo entre eles.
elm = Ver tb artigo copiado
no Desafio desta aula. Ver
6 Interferência e efeito Doppler tb p13 aula C.2 (inglês).

2 Efeito Doppler
Dá-se o nome de efeito Doppler à alteração da frequência notada pelo observa-
dor em virtude do movimento relativo de aproximação ou de afastamento entre
fonte e observador. Embora compreenda um efeito que ocorra com qualquer
propagação de ondas, o das ondas sonoras é o mais notável no dia a dia.
O efeito Doppler permite a medição da velocidade de objetos pela reflexão
de ondas emitidas pelos próprios equipamentos de medição, que podem ser
radares, baseados em radiofrequência ou lasers, que empregam frequências
luminosas. É comumente utilizado para medir a velocidade de automóveis,
aviões, bolas de tênis e qualquer outro objeto que permita reflexão (JEWET
JR.; SERWAY, 2011).
Na medicina, por exemplo, um ecocardiograma utiliza esse efeito para
medir a direção e a velocidade do fluxo sanguíneo ou do tecido cardíaco.
Outra aplicação reside na comunicação entre objetos que se movimentam em
alta velocidade entre eles, como o caso de satélites artificiais.
O efeito Doppler não é observado apenas em ondas sonoras, mas também
em ondas eletromagnéticas, sendo sua equação geral a Equação (17):

(17)

Quando há aproximação entre a fonte e o observador, será percebido um


valor maior de frequência do que a original da fonte; caso se afastem, a per-
cepção será contrária, ou seja, uma frequência menor do que a original, como
percebido na Figura 3. Note que, quando a fonte se aproxima do observador,
as frentes de onda, produzidas pela sirene, terão menor distância entre elas, o
que levará à percepção de maior frequência. Do ponto de visto do observador
que vê a fonte se afastando, as frentes de onda estarão cada vez mais distantes,
dispondo, assim, de uma menor frequência de percepção.
Interferência e efeito Doppler 7

Baixa frequência Alta frequência

Figura 3. Efeito Doppler e as diferentes frequências percebidas quando o observador está


se afastando ou se aproximando.
Fonte: Adaptada de Vecton/Shutterstock.com.

Agora, vamos analisar situações diferentes: primeiro quando o observador


está em movimento e a fonte está estática. Quando isso acontece, a Equação
(17) pode ser resumida na Equação (18):

(18)

Exemplo 1: Um celular está tocando em um cômodo de uma casa, com uma frequência
sonora de 400 Hz. A velocidade do dono do equipamento eletrônico ao correr para
atender a chamada antes de desligar é de 5 m/s. Qual a frequência percebida pelo dono
enquanto corre até o aparelho celular? (Considere velocidade do som igual a 340 m/s)
8 Interferência e efeito Doppler

Solução:
Considerando a frequência da fonte como o 400 Hz, a fonte está parada; logo, sua
velocidade será nula e a velocidade do observador é de 5 m/s. Como há aproximação
entre fonte e observador, a frequência percebida deverá ser maior; assim, no numerador
precisaremos ter uma soma entre a velocidade do som e a velocidade do observador:

Considerando uma segunda situação, quando o observador está em repouso


e a fonte em movimento, a Equação (17) pode ser resumida na Equação (19):

(19)

Exemplo 2: Uma ambulância que foi chamada para o atendimento de resgate emite
em sua sirene uma onda sonora de frequência igual a 800 Hz. Considerando que a
ambulância se desloca a 72 km/h (20 m/s), qual a frequência da sirene percebida pelo
paciente enquanto espera a chegada da ambulância? (Considere velocidade do som
igual a 340 m/s)

Solução:
Considerando a frequência da fonte como 800 Hz, a fonte está em movimento com uma
velocidade de 20 m/s. Como há aproximação entre fonte e observador, a frequência
percebida deverá ser maior; logo, no denominador, precisaremos ter uma subtração
entre a velocidade do som e a velocidade da fonte:
Interferência e efeito Doppler 9

Por fim, vamos imaginar um exemplo que envolva movimento da fonte


e do observador ao mesmo tempo. Para tanto, utilizamos a Equação (17)
realizando as considerações necessárias para escolher o sinal no numerador
e no denominador.

Exemplo 3: Após o roubo em um banco, bandidos utilizam um carro para a fuga


da cena do crime. Uma viatura policial percebe o roubo e entra em perseguição
dos bandidos. Pensando que a velocidade do veículo dos bandidos é de 108 km/h
(30 m/s) e a da viatura policial de 126 km/h (35 m/s), além do fato de que a sirene emitida
pelo carro policial tem frequência de 500 Hz, qual a frequência da sirene percebida
pelos bandidos enquanto tentam fugir do roubo ao banco? (Considere velocidade
do som igual a 340 m/s).

Solução:
Considerando a frequência da fonte como 500 Hz, a fonte está em movimento com uma
velocidade de 35 m/s e o observador está em movimento com velocidade de 30 m/s.
Como ambos — fonte e observador — estão na mesma direção, enquanto o observador
tenta se afastar, a fonte está se aproximando; logo, haverá uma percepção maior da
frequência da sirene. Considerando os movimentos do observador de se afastar da
fonte, no numerador a velocidade do som deverá ser subtraída do observador; como
a fonte tenta se aproximar, no denominador haverá uma subtração entre a velocidade
do som e a velocidade da fonte:

elm = Notar seria errado considerar tentar considerar um "velocidade de


aproximação líquida / relativa" de 35-30=5m/s; pois teríamos de escolher entre
> fonte (viatura) parada e receptor (bandidos) se aproximando:
(vs + vobs)/(vs)*f0 [exemplo 1] = (340+5)/(340)*500 = 507,353 Hz XXX
> fonte (viatura) se aproximando e receptor (bandidos) parado:
(vs)/(vs-vfonte)*f0 [exemplo 2] = (340)/(340-5)*500 = 507,463 Hz XXX
Ambos resultados diferentes da solução correta apresentada na próx pág!!!
10 Interferência e efeito Doppler

A movimentação relativa entre emissor e receptor causa o efeito Doppler,


refletindo na percepção da frequência, ao deixarmos a fonte parada ou o
observador parado. Em seguida, veremos aplicações desse efeito em situações
práticas, bem como a maneira como os cones de Mach, como quando um jato
ultrapassa a velocidade do som, são formados.

3 Aplicações práticas: cones de Mach


Vimos que as frequências percebidas variam em função da condição dinâmica
do observador e da fonte. Mas e quando a velocidade da fonte é superior à
velocidade do som?
Nessa condição, a Equação (17) não será mais válida. As frentes de onda
coincidirão em uma envoltória em forma de V; visto de maneira bidimensional,
como as ondas se propagam tridimensionalmente, a forma de coincidência será
em cones tridimensionais, chamados de cones de Mach (Figura 4).
Número de Mach consiste na razão entre a velocidade que se movimenta o
objeto (p. ex., um jato) e a velocidade do som (BAUER; WESTFALL; DIAS,
2013), conforme a Equação (20).

(20)
Interferência e efeito Doppler 11

Figura 4. Formação dos cones de Mach quando um jato ultrapassa a velocidade do som
(número de Mach maior que 1).
Fonte: Dn Br/Shutterstock.com.

No site da agência espacial norte-americana NASA (National Aeronautics and Space


Administration), estão disponibilizadas mais informações sobre a formação dos cones
de Mach. Além disso, no final da página, é apresentado um aplicativo de calculadora
que realiza cálculos do cone de Mach automaticamente. Para conferir esse material,
busque na internet por “Mach Angle”.

Finalizando os estudos de ondas, vimos do que se trata a interferência


sonora, o batimento entre duas fontes de frequências semelhantes, o efeito
Doppler e sua relação com a formação dos cones de Mach, quando um jato
ultrapassa a velocidade do som.
12 Interferência e efeito Doppler

BAUER, W.; WESTFALL, G. D.; DIAS, H. Física para universitários: relatividade, oscilações,
onda e calor. Porto Alegre: AMGH, 2013.
HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de física. 10. ed. Rio de Janeiro: LTC,
2016. (Gravitação, Ondas e Termodinâmica, v. 2).
JEWET JR., J. W.; SERWAY, R. A. Física para cientistas e engenheiros. 2. ed. São Paulo: Cen-
gage Learning, 2011. (Oscilações, Ondas e Termodinâmica, v. 2).
NUSSENZVEIG, H. M. Curso de física básica. 5. ed. São Paulo: Blucher, 2013. (Fluidos,
Oscilações e Ondas, Calor, v. 2).
TIPLER, P. A.; MOSCA, G. Física para cientistas e engenheiros. 6. ed. Rio de Janeiro: LTC,
2009. (Mecânica, Oscilações e Ondas, Termodinâmica, v. 1).
_C.3_ Dica do professor
O efeito Doppler é utilizado em várias aplicações da ciência: na área da saúde, o exame de eco-
Doppler, por exemplo, permite estudar os vasos (arteriais ou venosos) de diferentes estruturas
anatômicas utilizando-se de ondas ultrassônicas; na medição de velocidade, feita por aparelhos
radares, também é utilizado o efeito Doppler como meio matemático para obter a velocidade que o
objeto está se movimento.

Nesta Dica do Professor, você conhecerá alguns problemas que envolvem o efeito Doppler em
diferentes situações.
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cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/34808d95a3056e030f663f4f0fab26f0

11 min
[VIDEO TRANSCRIPT] C.3 EFEITO DOPPLER

Exemplo 1. O Observador e a Fonte se aproximam


um do outro. Observador a uma velocidade de 40
m/s e a fonte, a 20 m/s. Qual será a
frequência percebida segundo o efeito Doppler?

Como há aproximação entre observador e fonte, a distância entre as frentes de


ondas é cada vez menor, consequentemente a frequência percebida deverá ser
maior do que a frequência original f0 de 1110 Hz.
Então, devemos escolher os sinais na fração no numerador e no denominador da
equação para que a frequência percebida pelo observador seja maior do que a
original f0.
Para que a frequência seja maior no numerador, devemos somar a velocidade do
observador, dessa forma a fração irá gerar um número maior multiplicado pela
frequência original e assim a frequência percebida será superior, escolhemos
sinal positivo no numerador.
Para que o denominador gere uma fração em que eleve o valor da frequência
percebida pelo observador, temos que subtrair, portanto escolhemos sinal
negativo.
Substituindo os valores com os valores dados no
exemplo 1, resulta frequência percebida pelo
observador aproximadamente 1318,1 Hz (como
esperado, valor superior à frequência
original).

Exemplo 2. Um juiz de futebol, após uma falta


cometida no jogo, utiliza um apito e emite uma
onda sonora com frequência de 1000 Hz. A fonte
sonora está em repouso, ou seja, a velocidade da
fonte é 0 m/s. Imediatamente o jogador começa a
se afastar do juiz a uma velocidade de 15 m/s.
Qual será a frequência percebida pelo jogador
enquanto o juiz acionar o apito?

Como o jogador se afasta do juiz, a distância entre as frentes de ondas fica


maior, logo a frequência percebida será inferior.
Como não há velocidade da fonte, não temos essa parcela no denominador. No
numerador, temos que escolher um sinal para que a fração seja menor, que, ao
multiplicar pela frequência original, gera uma frequência observada inferior.
Assim, escolhemos o sinal negativo no numerador.
Substituindo os valores, resulta uma frequência percebida será
aproximadamente 960 Hz (um valor inferior à frequência emitida pelo apito do
juiz).
Exemplo 3. Um trem, ao chegar numa
estação com velocidade vfon , apita uma
sirene, e um observador estático percebe
uma frequência de 880 Hz. E, quando o
trem sai da estação com velocidade igual
(vfon), a frequência percebida é 800 Hz.
Qual é a velocidade do trem ou seja a
velocidade da fonte (vfon) para que o
observador estático consiga perceber
essas duas frequências nas duas
condições descritas.

Como a frequência percebida pelo observador estático, quando o trem chega é


maior do que a frequência original, a equação do efeito Doppler fica com vobs
=0 no numerador (observador estático) e, para gerar uma frequência percebida
superior à original, escolhemos sinal negativo para vfon no no denominador.
Substituindo os valores, para trem chegando à estação, resulta equação para
f0 com vfon desconhecida (eq. em azul na figura)
Utilizando de pensamento análogo, para trem saindo da estação, apenas muda o
sinal do denominador, resultando em outra equação para f0 com vfon
desconhecida (eq. em vermelho na figura).

Igualando as duas equações para f0,


resulta velocidade da fonte (do trem)
igual a 16,2 m/s ou aproxidamente
58,32 km/h.
_C.3_ Exercícios
1) Na área de engenharia elétrica, os estudos de telecomunicações vêm sendo mais dedicados
a ampliar a capacidade de ondas para mandar sinais de boa qualidade a distâncias maiores.
Caso isso não seja possível, deve-se fazer o uso de equipamentos para replicar o sinal ou de
antenas mais próximas com o mesmo sinal. Porém, é necessário um sincronismo nesse envio
de ondas.

Considerando que duas antenas emitam ondas eletromagnéticas com frequências de 2,4GHz
e de 2,5GHz. Qual a frequência aparente da superposição dessas ondas e qual fenômeno
pode ser percebido?

A) 2,45GHz; fenômeno de batimento (fbat = 100 kHz).

B) 2,45GHz; interferência construtiva.

C) 2,55GHz; fenômeno de batimento (fbat = 150 kHz).

D) 0,1GHz; fenômeno de batimento (fbat = 200 kHz).

E) 0,1GHz; interferência destrutiva.


2) O fenômeno de batimento é percebido quando duas fontes de ondas têm frequências
próximas. Esse fenômeno tem como característica a variação da intensidade ao longo do
tempo, tendo assim uma frequência própria.

Considerando dois alto-falantes que emitem sons com frequências de 20 e de 40Hz, qual
será o período e o comprimento de onda do batimento resultante dessas duas ondas sonoras
(considere a velocidade do som como 340m/s)?

A) 0,1s e 17m.

B) 0,05s e 17m.

C) 0,1s e 20m.

D) 0,05s e 20m.

E) 1s e15m.
3) Veículos de emergência utilizam sirenes e fontes luminosas para alertarem que estão com
pressa quando realizam ultrapassagens de veículos e para prevenção de acidentes, em um
cruzamento por exemplo.

Imagine que um caminhão de bombeiros, que tem uma sirene com frequência de 400Hz,
passe em alta velocidade (34,3m/s) por um observador em repouso. Qual será a frequência
aproximada da sirene percebida quando o caminhão estiver se afastando do observador
(considere a velocidade do som no ar igual a 343m/s)?

A) 110,98Hz.

B) 212,67Hz.

C) 363,63Hz.

D) 491,12Hz.

E) 591,36Hz.
4) Trios elétricos são caminhões montados com vários alto-falantes e sistemas de alimentação
para ir guiando uma micareta ou algum festival pelas ruas, como se fosse um show itinerante.

Imagine que um instrumento musical esteja tocando a uma frequência f0. Para que um
observador parado perceba esse som a uma frequência de 2.f0, é necessário que o caminhão
esteja se aproximando ou se afastando? A qual velocidade?

A) Afastamento, vsom/2

B) Aproximação, vsom/4

C) Afastamento, vsom/3

D) Aproximação, vsom/2

E) Aproximação, vsom/8
5) Os procedimentos de decolagem e de pouso de aviões geram variações nas frequências
sonoras percebidas por pessoas que estão no solo.

Considerando que um avião se aproxima para pouso com uma frequência do ruído das
turbinas no valor de 1.000Hz percebida no solo e quando decola; quando se afasta, ele tem

frequência de 800Hz. Qual a velocidade do avião? Considere a velocidade do som no ar igual


a 340m/s.

A) 142km/h.

B) 186km/h.

C) 110km/h.

D) 210km/h.

E) 136km/h.
_C.3_ Na prática

O efeito Doppler é um conceito físico utilizado em várias aplicações. Entre elas, estão os radares
móveis, aparelhos comumente utilizados para medir a velocidade de carros.

Neste Na Prática, confira como os radares móveis conseguem registrar velocidades de automóveis
utilizando do efeito Doppler.

EFEITO DOPPLER - RADARES MÓVEIS

Radares móveis são frequentemente


utilizados para a medição da velocidade de
carros em pontos em que não existe o
aparato físico de inferência da velocidade
dos veículos.

Radares móveis emitem continuamente ondas eletromagnéticas de frequência


igual a 21,4 GHz. Essas ondas são refletidas pelo automóvel e retornam ao
equipamento com sua frequência modificada.
A partir disso, um circuito eletrônico converte essa diferença de frequências
em velocidade do veículo que se aproxima.

> Considerando que o automóvel vem em direção ao radar, que está estático, ou
seja, a velocidade da fonte é nula e o observador em aproximação, a
frequência do observador "recebida" pelo automóvel será igual a:

> Então o automóvel irá refletir essas ondas, passando a ser a fonte e o
radar será o observador:

> Substituindo-se o valor da frequência primária do observador, que é o


automóvel:
> A diferença será então:

Imagine que a medição da diferença de frequência é igual a 4,3 kHz,


considerando frequência da fonte igual a 21,5 GHz e velocidade da luz igual a
3*10^8 m/s, qual a velocidade do carro?
_C.3_ Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

Efeito Doppler
Veja, a seguir, um vídeo tratando de efeito Doppler, realizado pelo professor Paulo Nussenzveig, do
Instituto de Física da USP, no qual são abordadas mais informações desse efeito e como considerar
a realização de cálculos com sua equação geral.

https://youtu.be/zQh861A2UWw 34 min

Canal USP 393K subscribers Nov 30, 2017 Física II | Aulas USP Neste vídeo, o Profº Paulo
Nussenzveig apresenta a última aula da disciplina Física II, na Escola Politécnica da USP.
Esta aula foi gravada durante o segundo semestre de 2017.

Superposição de oscilações
O batimento sonoro é um efeito interessante, devido à percepção da modulação de amplitude em
fontes sonoras de frequências próximas. Veja um exemplo virtual de batimento (tempo 1:40min)
feito pelo professor Cláudio Furukawa, da UNIVESP/USP, mostrando esse fenômeno juntamente
de diapasões.

https://youtu.be/bmh7NseTF_w 5 min

Fisica Universitária Jun 3, 2016 Experimentos de Oscilações e Ondas

Efeito Doppler com tablet e smartphone


Estudos do efeito Doppler no campo da ciência e da tecnologia são frequentes. Veja, a seguir, o
artigo Efeito Doppler com tablet e smartphone, publicado pela Revista Brasileira de Ensino de Física,
apresentando esse efeito em conjunto com equipamentos eletrônicos, muito utilizados atualmente.

https://www.scielo.br/j/rbef/a/KMNFb4j6KP7JysLgcZM7dfq/?format=pdf&lang=pt

artigo pdf 8p

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E CRÉDITOS DE IMAGENS


HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de Física - Gravitação, Ondas e
Termodinâmica. v. 2. 10. ed. São Paulo: LTC, 2016. ISBN: 9788521630364.
NUSSENZVEIG, H. M. Curso de Física básica: fluidos, oscilações e ondas, calor. V. 5. ed. São
Paulo: Edgard Blücher, 2013. ISBN: 9788521207474.
TIPLER, P. A.; MOSCA, G. Física para cientistas e engenheiros. v. 1. 6. ed. Rio de Janeiro:
LTC, 2009. ISBN: 9788521617105.
Banco de imagens Shutterstock.
SAGAH, 2020.
Aula C.4
1.1 - Ondas: conceito e classificação
1.2 - Período de frequência e velocidade de uma onda
2.1 - Ondas eletromagnéticas e sonoras e sua interação com a matéria
2.2 - Osciladores e o movimento harmônico simples
3.1 - Luz e óptica: definições
3.2 - Refração e reflexão
4.1 - Óptica geométrica em lentes
4.2 - Óptica geométrica em espelhos
Conteúdo Complementar (não conta p/ avaliações, mas conta p/ frequência)
__ C.1 Movimento ondulatório Unidimensional
__ C.2 Movimento ondulatório bidimensional
__ C.3 Interferência e efeito Doppler
__ C.4 Modelo ondulatório e geométrico da luz
__ C.5 Fenômeno da luz

Modelo ondulatório e geométrico da luz


_C.4_
Apresentação
Na óptica geométrica, sabe-se que a luz é composta de raios luminosos que se propagam em linha
reta; já na óptica ondulatória, a luz é uma onda. Essas e outras características desses dois modelos
geométricos serão estudadas nesta Unidade de Aprendizagem, buscando os limites de cada um.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Identificar cada modelo e estabelecer os limites de cada um.


• Relacionar os fenômenos ópticos a um determinado modelo.
• Analisar os pressupostos de cada modelo.

elm = Avaliação da aula. Ruim. Assinalada opções - Erros no conteúdo; - Precisei pesquisar
mais; - Conteúdo Livro difícil (qdo assinala <regular, só há opções para assinalar) -
Exercícios com erros (queria dizer ruins) ; Video conteudo ruim.
_C.4_ Desafio
Um mesmo experimento pode ser incluso na óptica geométrica ou na óptica ondulatória.

Por exemplo, a luz passando através de uma porta é um experimento da óptica


geométrica.
Agora, se a porta fosse realmente pequena, ocorreria difração e seria um
experimento da óptica ondulatória.
elm = ilustração do Desafio descartada (não fazia sentido, além de
escala muito reduzida).

elm = abaixo ilustração copiada do Conteúdo do Livro da Aula 3.1:

Você consegue explicar por que um mesmo experimento, porém em escalas diferentes, consegue
produzir resultados tão distintos?
elm = No primeiro a luz se comporta como raio de luz e no segundo como
onda (no segundo a fenda é da ordem de grandeza do comprimento de onda da
luz).

Padrão de resposta esperado

Para que os fenômenos ondulatórios da luz sejam perceptíveis, tais como


difração e interferência, é preciso que as proporções da fenda, ou da dupla
fenda pela qual a luz passa, sejam de ordens pequenas. Por isso, o
experimento da luz passando por uma porta pode ser explicado pela óptica
geométrica: a fenda é muito grande. Agora, se o tamanho da porta fosse
reduzido suficientemente, poderiam ser observados fenômenos de difração.
_C.4_ Infográfico
A seguir, você encontra um esquema que mostra a diferença entre a óptica geométrica e a óptica
ondulatória, no que diz respeito à luz.

Óptica Geométrica
** usa-se este modelo quando os fenômenos ondulatórios são desprezíveis.
> A luz é composta de raios luminosos e que se propagam em linha reta.
> Raios luminosos podem se cruzar sem interagir um com outro.
> Um raio se propaga sempre, ou até interagir com a matéria.

Óptica Ondulatória
** usa-se estem modelo quando os tamanhos das fendas e objetos que irão
interagir com a luz são de tamanho próximo ao comprimento de onda da luz.
> A luz é uma onda.
> A luz sofre interferência e difração.
> Uma onda de luz interage com outras ondas de luz.
_C.4_ Conteúdo do livro
O trecho selecionado para estudo nesta Unidade de Aprendizagem aborda tópicos sobre os
modelos ópticos ondulatório e geométrico, e cada modelo explica um conjunto de fenômenos
físicos do cotidiano.

Acompanhe um trecho do livro Física para universitários: óptica e física moderna.

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

elm = !!! Somente páginas: 8,9,10 e 79,80,81 (não possível gerar pdf...,
mas consegui copiar cada página como figura).

elm = ver tb. pdf LivrEn_Physics_Bauer_Westfall_University_2011_1472p e


outro pdf nome similar com solutions.

elm = ver tb. pdf alguns trechos em português


LivrPt_Fisica_Bauer_Wesfall_4_Optica_Fisica_Moderna_2013_Parts_elm

B344f Bauer, Wolfgang


Física para universitários [recurso eletrônico] : óptica e
física moderna / Wolfgang Bauer, Gary D. Westfall, Helio
Dias ; tradução: Manoel Almeida Andrade Neto, Trieste dos
Santos Freire Ricci ; revisão técnica: Helio Dias. – Dados
eletrônicos. – Porto Alegre : AMGH, 2013.

Editado também como livro impresso em 2013.


ISBN 978-85-8055-203-4

1. Física. 2. Óptica. 3. Radiação eletromagnética.


I. Westfall, Gary D. II. Dias, Helio. III. Título.

CDU 535
!Sumários resumidos!
Mecânica

CAPÍTULO 1 Visão Geral CAPÍTULO 7 Momento e Colisões

CAPÍTULO 2 Movimento em Linha Reta CAPÍTULO 8 Sistemas de Particulas e Corpos


Extensos
CAPÍTULO 3 Movimento em Duas e Três
Dimensões CAPÍTULO 9 Movimento Circular

CAPÍTULO 4 Força CAPÍTULO 10 Rotação


CAPÍTULO 5 Energia Cinética, Trabalho e Potência CAPÍTULO 11 Equilibrio Estático

CAPÍTULO 6 Energia Potencial e Conservação de CAPÍTULO 12 Gravitação


Energia

Relatividade, Oscilações, Ondas e Calor

CAPÍTULO 1 Sólidos e Fluidos CAPÍTULO 6 Calor e a Primeira Lei da


Termodinâmica
CAPÍTULO 2 Oscilações
CAPÍTULO 7 Gases Ideais
CAPÍTULO 3 Ondas
CAPÍTULO 8 A Segunda Lei da Termodinâmica
CAPÍTULO 4 Som
CAPÍTULO 9 Relatividade
CAPÍTULO 5 Temperatura

Eletricidade e Magnetismo

CAPÍTULO 1 Eletrostática CAPÍTULO 7 Magnetismo

CAPÍTULO 2 Campos Elétricos e a Lei de Gauss CAPÍTULO 8 Campos Magnéticos Produzidos


por Cargas em Movimento
CAPÍTULO 3 Potencial Elétrico
CAPÍTULO 9 Indução Eletromagnética
CAPÍTULO 4 Capacitares
CAPÍTULO 10 Correntes e Oscilações
CAPÍTULO 5 Corrente e Resistência Eletromagnéticas

CAPÍTULO 6 Circuitos de Corrente Continua CAPÍTULO 11 Ondas Eletromagnéticas

Óptica e Fisica Moderna

:APÍTULO 1 Óptica Geométrica CAPÍTULO 5 Mecânica Quântica

:APÍTULO 2 Lentes e Instrumentos Ópticos CAPÍTULO 6 Fisica Atômica

:APÍTULO 3 Óptica Ondulatória CAPÍTULO 7 Fisica das Particulas Elementares

:APÍTULO 4 Fisica Quântica CAPÍTULO 8 Fisica Nuclear


_.
ISumáriol Optica e Fisica Moderna
1 Óptica Geométrica 7 4 Fisica Quântica 114
1.1 Raios de luz e sombra 8 4. 1 A natureza da matér ia, do espaço
1.2 Reflexão e espelhos planos 11 e do tempo 115
1.3 Espelhos curvos 15 4.2 Radiação de corpo negro 116
1.4 Refração e a Lei de Snell 24 4.3 O efeito fotoelétrico 12 l
O que já aprendemos 1Guia de estudo para exercícios 34 4.4 Espalhamento Compton 126
Questões de múltipla escolha 35 4.5 Ondas de matéria 129
Questões 35 4.6 Relação de incerteza 132
Problemas 37 4.7 Spin 136
4.8 Spin e estatística 137
2 Lentes e Instrumentos O que já aprendemos 1 Guia de estudo para exercícios 142
Ópticos 40 Questões de múltipla escolha 145
Questões 146
2.1 Lentes 41
Problemas 146
2.2 Lupa 4 9
2.3 Sistemas com dois o u mais elementos ópticos 50 5 Mecânica Quântica 150
2.4 Olho humano 53
5.1 função de onda 151
2.5 Câmera 56
5.2 Equação d e Schrõdinger 154
2.6 Microscópio 59
5.3 Poço de potencial infinito 155
2. 7 Telescópio 60 5.4 Poço de potencial fin ito 161
2.8 Pinças Laser 65 5.5 Oscilador harmónico 169
O que já aprendemos 1 Guia de estudo para exercícios 6 5.6 Funções de onda e medições 172
Questões de múltipla escolha 71 5.7 Princípio da correspondência 176
Questões 72 5.8 Equação de Schrõdinger dependente do tempo 177
Problemas 73 5.9 Função de onda de muitas partículas 178
5. 10 Antimatéria 182
3 Óptica Ondulatória 78 O que já aprendemos 1 Guia de estudo para exercícios 186
3. 1 Ondas luminosas 79 Questões de múl tipla escolha 190
3.2 interferência 82 Questões 191
Problemas 192
3.3 interferência em fenda dupla 83
3.4 interferência em filmes finos e anéis de Newton 86
3.5 interferômetro 89
6 Fisica Atômica 195
3.6 Difração 91 6.1 Linhas espectrais 196
3 .7 Difração de fenda simples 92 6.2 O modelo atômico de Bohr 199
3.8 Difração por uma abertura circular 95 6.3 Fw1ção de onda do elétron do hidrogénio 202
3.9 Difração de fenda dupla 96 6.4 Outros átomos 2 14
3.10 Grades 97 6.5 Lasers 220
3.11 Difração de raios X e estrutura cristalina 103 O que já aprendemos 1 Guia de estudo para exercícios 224
O que já aprendemos 1 Guia de estudo para exercícios 104 Questões de múltipla escolha 227
Questões de múltipla escolha 108 Questões 227
Q uestões 109 Problemas 228
Problemas 11 O
7 Fisica de Particulas
Elementares 230
7. 1 O reducionismo 23 1
7.2 Sondando a subestrutura 234
7.3 Parlículas elemenlares 241
7.4 Extensões do modelo-padrão 249
7.5 Partículas composlas 253
7.6 A cosmologia do Big Bang 259
O que já aprendemos 1Guia de estudo para exercidos 263
Questões de múltipla escol ha 265
Questões 265
Problemas 266

8 Fisica Nuclear 269


8. 1 Propriedades nuclea res 270
8.2 Decaimento nuclear 278
8.3 Modelos nucleares 290
8.4 Energia nuclear: fissão e fusão 295
8.5 Astrofísica nuclear 302
8.6 Medicina nuclear 303
O que já aprendemos 1 Guia de estudo para exerdcios 305
Questões de múltipla escolha 308
Questões 309
Problemas 309

Apêndice A Resumo Matemático A-1

Apêndice B Massas de Isótopos, Energias de


Ligação e Meias-vidas B-1

Apêndice ( Propriedades dos Elementos C-1

Respostas das Questões e dos Problemas


Selecionados R-1
Créditos das Fotos c-1
Índice 1-1
8 Física para Universitários: Óptica e Física Moderna

O QUE APRENDEREMOS
• Em situações nas quais o comprimento de onda é pequeno • A luz é refratada (muda de direção) quando incide sobre um
comparado a outras escalas de comprimento em um sistema contorno entre dois meios oplicamente transparentes.
físico, ondas de luz podem ser descritas como raios lumino-
• A Lei de Snell estabelece que o produto do índice de refração
sos, movendo-se em trajetórias retilíneas, representando a
do meio do raio luminoso incidente vezes o seno do ângulo
direção de uma onda luminosa se propagando.
de incidência no contorno é igual ao produto do índice de
• A lei da reflexão estabelece que o ângulo de incidência é igual refração do meio do raio luminoso refratado vezes o seno do
ao ângulo de reflexão. ângulo da luz transmitida.
• Espelhos podem focalizar luz e produzir imagens governadas • Quan do a luz atravessa o contorno entre dois meios e o ín-
pela equação dos espelhos, a qual estabelece que o inverso da dice de refração do segundo meio é menor do que o índice
distância ao objeto mais o inverso da distância à imagem é de refração do primeiro meio, há um ângulo crítico de inci-
igual ao inverso da distância focal do espelho. dência acima do qual não há refração e, em vez disso, a luz é
totalmente refletida.

O estudo da luz é dividido em três campos: óptica geométrica, óptica ondulatória e óptica
quântica. Este capítulo discute a óptica geométrica, na qual luz é caracterizada como raios. A
óptica quântica se utiliza do fato de a luz ser quantizada, sua energia é localizada em partículas
pontuais chamadas fótons (Capítulos 4 e 5).
Arcos-íris (Figura 1.1) podem ser vistos somente quando há gotas de água no ar e o sol
está atrás do observador. Por quê? O motivo tem a ver em como as gotas de água refletem e
refratam a luz - os dois processos ópticos que são o assunto principal deste capítulo.
Já vimos que luz é uma onda, mas neste capítulo iremos examinar situações em qu e o
comprimento de onda é pequeno quando comparado às demais dimensões físicas do siste-
ma. Nesse caso, podemos ignorar o caráter ondulatório da luz e considerar somente como
a luz viaja pelo ar - ou vidro ou água ou qualquer outro meio. Modelar a luz dessa forma é
suficiente para explicar a óptica de espelhos, lentes e outros dispositivos ópticos, incluindo
prismas e até mesmo arco-íris. Mais adiante, no Capítulo 3, iremos examinar sistemas nos
quais o comprimento de onda não é tão pequeno e veremos como isso origina outros fenó -
menos ópticos.
Este capítulo considera em primeiro lugar a luz visível, mas lembre-se que as leis da refle-
xão, refração e formação de imagem também se aplicam a outros tipos de ondas eletromagné-
ticas. Por exemplo, muitas propriedades úteis das ondas de rádio são baseadas na reflexão e na
refração.

Vimos que as ondas eletromagnéticas se espalhavam esfericamente a partir de uma fonte pon-
tual. As esferas concêntricas amarelas na Figura 1.2 representam o espalhamento de frentes de
onda esféricas da luz emitida por uma lâmpada incandescente (uma frente de onda é o local
geométrico dos pontos que têm o mesmo valor instantâneo para o campo elétrico). As flechas
pretas são os r aios de luz, os quais são perpendiculares à frente de onda em cada ponto do
espaço e apontam n a direção e no sentido da propagação da luz. As ondulações em vermelho
representam o campo elétrico oscilante.
Ondas luminosas longe da fonte podem ser tratadas como ondas planas cujas frentes de
o~v \?o o onda viajam em linha reta (Figura 1.3). Esses planos viajando podem ainda ser representados
por vetores paralelos ou por flechas perpendiculares às superfícies dos planos. Neste capítulo,
iremos tratar a luz como um raio viajando em uma linha reta enquanto dentro de um meio
homogéneo. Tratando a luz como raios nos permitirá analisar e resolver um grande número de
problemas práticos, ambos geometricamente e por meio de várias construções.
A experiência do dia a dia nos diz que a luz viaja em linha reta. Não podemos enxergar
Figura 1.2 Luz se espalhando de facilmente que a luz é uma estrutura ondulatór ia ou uma estrutura quântica, visto que os com-
uma fonte. Amarelo: frentes de onda primentos de onda da luz visível (400-700 nm) são pequenos comparados às estruturas que
esférica; vermelho: campo elétrico formam a nossa experiência do cotid iano (algumas notáveis exceções, como películas de sabão,
oscilante; preto: raios. serão discutidas no Capítulo 3).
Capítulo 1 Óptica Geométrica 9

-d~D,
'\;: '>
V
~
V ~
+
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V
~
V 7 c. V
.A
c.• ~~ --------1
_____________ JR
- - --

'\;: '> ~ A
~
A
~
+
V V 7 V ;

--._ - ------- ----


Figura 1.3 Planos representando frentes de onda de uma onda de luz se
propagando. As oscilações senoidais em vermelho representam o campo Figura 1.4 Luz brilhando através de uma abertura sobre uma tela.
elétrico ou magnético oscilante. As flechas pretas são os corresponde n-
tes raios de luz que são sempre perpendiculares à frente de onda.

Uma pessoa posicionada fora do brilho dos raios do Sol irá ver sombras causadas pelos obje-
tos sob a luz do Sol. Os limites das sombras serão delimitados com razoável precisão; dessa forma,
o indivíduo concluirá que a luz se propaga em linhas retas e os objetos bloqueiam os raios de luz
vindos do Sol quando eles colidem com o objeto. Uma sombra é criada onde a luz é interceptada,
enquanto áreas iluminadas são criadas onde os raios de luz não interceptados continuam em li-
nhas retas e atingem o solo ou outras superfícies. A sombra não é completamente escura, porque
a luz é espalhada por outras superfícies e ilumina parcialmente a área sombreada, e o limite da
sombra não é completamente preciso, pois o Sol tem um diâmetro não desprezível. Apesar disso, a
formação de sombras ainda fornece credibilidade à hipótese do movimento retilíneo da luz.
Essa observação pode ser feita de uma forma mais controlada colocando-se um cartão
contendo um pequeno orifício no meio na frente da luz emitida por uma lâmpada incandes-
cente (Figura 1.4), o que produz uma mancha circular brilhante sobre a tela - a imagem. Assim,
uma abertura menor irá produzir uma imagem menor sobre a tela. Uma abertura maior irá
produzir uma imagem maior.
Se a fonte luminosa for suficientemente pequena ("tipo pontual"), a semelhança de triân-
gulos na Figura 1.4 pode ser utilizada para achar a relação entre o tamanho da abertura (r), o
tamanho da imagem (R), a distância entre a fonte luminosa e a abertura (d) e a distância entre
a abertura e a tela (D):

r R
- =- - (1.1)
d d+ D
Essa equação é referida algumas vezes como a lei dos raios.

PROBLEMA RESOLVIDO 1.1 j Sombra de uma bola


~z de uma pequena lâmpada incandescente cria a sombra de uma bola sobre uma parede. O
1 diâmetro da bola é de 14,3 cm e o diâmetro da sombra da bola é de 27,5 cm. A bola está afastada
1,99 m da parede.

PROBLEMA
A que distância se encontra a lâmpada incandescente da parede?

SOLUÇÃO
PENSE
A lâmpada incandescente é pequena, significando que podemos desprezar seu tamanho e tratá-la
como uma fonte pontual. O triângulo formado pela lâmpada e pela parede é semelhante ao triân-
gulo formado pela lâmpada e pela sombra. Foi fornecida a distância da bola até a parede, assim
podemos achar a distância da lâmpada até a bola, adicionando esse comprimento à distância da
bola à parede, obtendo a distância da lâmpada até a parede.
Continua -->
10 Física para Universitários: Óptica e Física Moderna

DESENHE
A Figura 1.5 mostra o desenho de uma lâmpada incandescente projetando a sombra de uma bola
sobre uma parede.

PESQUISE
Lâmpada O triângulo formado pela lâmpada e pela bola é semelhante ao triângu-
incandescente
lo formado pela lâmpada e pela sombra. Usando a equação 1.1, pode-
mos escrever:

onde ré o raio da bola, R é o raio da sombra projetada sobre a parede,


d é a distância da lâmpada até a bola e D é a distância da bola até a
parede.
Figura 1.5 Lâmpada projetando a sombra de uma bola sobre
uma parede. SIMPLIFIQUE
Podemos rearranjar a lei dos raios, obtendo

Rd
d i- D= - .
r
Isolando os termos envolvendo a distância da lâmpada à bola no lado esquerdo, obtemos

Resolvendo para a distância da lâmpada à bola leva a

d =____E__ = rD .
B_ _1 R - r
r
A distância da lâmpada até a parede dtãmpada é

rD
d lâmpada = d+D =- - + D.
R- r

CALCULE
Colocando nossos valores numéricos, temos

rD (1,99 m)(o,143 m)
d lâmpada =--+ D = ( ) ( ) + 1,99m = 2,15583 + 1,99 =4, 14583 m.
R-r 0,275 m - 0,143 m

ARREDONDE
Registramos nosso resultado com três algarismos significativos

dlãrnpada =4,15 m.

SOLUÇÃO ALTERNATIVA
Avaliando nosso resultado, calculamos a razão de r/d e comparamos o resultado com a razão
Rl(d+D), que devem ser iguais de acordo com a lei dos raios - equação 1.1. A partir do exposto
anterior, notamos que a distância da lâmpada até a bola é 2,16 m. A primeira razão é

.!'... =0,143 m =0,0662.


d 2,16m
A segunda razão é

_R_= 0,275 m =0, 0663.


d + D 4,15 m
Nossas razões concordam dentro do erro de arredondamento; assim, nossa resposta parece razoável.
Capítulo 3 Óptica Ondulatória 79

O QUE APRENDEREMOS
• A natureza ondulatória da luz conduz a fenómenos que não • Interferência pode ocorrer em luz que é parcialmente refle-
podem ser explicados usando-se a óptica geométrica. tida de cada uma das duas superfícies (frente e verso) de um
filme fino óptico.
• Ondas de luz em fase e superpostas interferem construtiva-
mente; ondas de luz defasadas em 180° e superpostas interfe- • Um interferômetro é um dispositivo projetado para medir
rem de forma destrutiva. comprimentos ou variações de comprimentos usando -se in-
terferência de luz.
• A luz supe.rposta percorrendo diferentes trajetórias pode
interferir construtiva ou destrutivamente, dependendo da • A difração pode limitar a resolução de um telescópio ou de
diferença de caminho. uma cãmera para objetos distantes.
• Ondas de luz são espalhadas ao atravessar uma pequena • Uma grade de difração consiste em várias fendas estreitas ou
abertura ou após encontrar um obstáculo. Esse espalhamento linhas que podem ser usadas pa.ra produzir um padrão de
é chamado de difração. intensidade que constava de franjas daras estreitas separadas
por áreas escuras mais largas para uma fonte de luz de um
• Ondas de luz que têm a mesma fase e frequência são denomi-
único comprimento de onda.
nadas de ondas de luz coerente.
• Difração de raios X pode ser usada para estudar a estrutura
• Luz coerente incidente em uma fenda estreita produz um
atómica dos materiais.
padrão de difração; luz coerente incidente em duas fendas
estreitas produz um padrão de interferência.

Bolhas de sabão consistem em água misturada com um pouco de sabão líquido. Por que, então,
vemos as cores do arco-íris quando olhamos para bolhas de sabão pairando no ar (Figura 3.1)?
Acontece que a óptica das bolhas de sabão não é a mesma da reflexão e refração que dá origem
aos arco-íris (Capítulo 1). Aqui as cores das bolhas aparecem devido à interferência de vários
comprimentos de onda - um efeito ondulatório, não explicado pela óptica geométrica.
Estudamos a formação de imagens assumindo que a luz viajava em linha reta, indepen-
dente da natureza da luz: por exemplo, se a luz constava de partículas ou ondas. Neste capítulo,
olhamos para efeitos ópticos cuja melhor explicação se deve à natureza ondulatória da luz - um
estudo chamado algumas vezes de óptica física, para distingui-lo da óptica geométrica. Estuda-
remos o conceito de interferência e uma propriedade da onda chamada difração que se tornam
importantes quando lidamos com comprimentos de onda muito pequenos, tais como os da luz.
As duas propriedades, interferência e difração, explicam não somente as cores das bolhas de
sabão, mas também questões de como podemos ver objetos distantes separados e não borrados
como um só.
O material deste capítulo não responde completamente a questões como o que é a luz e
como ela se comporta. Veremos nos próximos capítulos que a investigação sobre a natureza
da luz levou a alguns dos maiores desenvolvimentos na física no século XX, conceitos que são
geralmente agrupados pelo nome de física moderna. As ideias neste capítulo serão cruciais em
nossa análise da atual compreensão da luz, do tempo, da matéria e do espaço.

Aprendemos no Capítulo 11 de nosso livro Eletricidade e Magnetismo que a luz é uma onda ele-
tromagnética. Entretanto, normalmente não pensamos a luz como uma onda, pois seu compri-
mento de onda é tão pequeno que não notamos seu comportamento ondulatório. Dessa forma,
nos Capítulos 1 e 2, discutimos a luz como raios, uma descrição apropriada para todas as situações
físicas onde podemos desprezar o comprimento de onda da luz em comparação com as demais
dimensões físicas. Esses raios viajam em linhas retas, exceto quando são refletidos por um espelho
ou refratados pela interface entre dois meios ópticos.
Agora queremos direcionar para situações físicas onde não podemos mais desprezar o
comprimento de onda da luz como muito pequeno. Neste capítulo, discutiremos a natureza
ondulatória da luz e aplicaremos à luz muito dos conceitos de onda (superposição, coerência,
interferência, reflexão na interface, entre outros). Algumas vezes, isso irá levar a resultados
surpreendentes. Mas todos estes resultados podem ser verificados experimentalmente.
80 Física para Universitários: Óptica e Física Moderna

Figura 3.2 Construção de Huygens


para uma onda plana viajando verti- Nova frente de onda após lit
calmente para cima.

Frente de onda plana


Pontos fonte para as ondaletas secundárias

Uma maneira de reconciliar a natureza ondulatória da luz com as propriedades ópticas geo-
métricas da luz é usar o Princípio de Huygens, desenvolvido pelo físico holandês Christiaan Huy-
gens (1629-1695). Huygens propôs uma teoria ondulatória para a luz em 1678, muito antes de
Maxwell desenvolver suas teorias da luz. O Princípio de Huygens estabelece que cada ponto de
uma frente de onda se propagando serve como uma fonte de ondaletas esféricas secundárias. Na
sequência, o envelope dessas ondaletas secundárias se tornará uma nova frente de onda. Se a onda
original tem frequência f e velocidade v, as ondaletas secundárias terão a mesmaf e v. Diagramas
do fenómeno baseados no Princípio de Huygens são chamados de construções de Huygens.
A Figura 3.2 mostra uma construção de Huygens para uma onda plana. Iniciamos com
uma onda plana viajando à velocidade da luz, e. Assumimos fontes pontuais de ondaletas es-
féricas ao longo da frente de onda, conforme mostrado. Essas ondaletas também viajam a e,
assim no tempo l:::i.t os comprimentos de onda percorreram uma distância de cl:::i.t. Assumindo
muitas fontes pontuais ao longo da frente de onda, a Figura 3.2 mostra que o envelope dessas
ondaletas forma uma nova frente de onda paralela à frente de onda original. Assim, a onda
continua a viajar em uma linha reta com a frequência e velocidade original.
No Capítulo l, o índice de refração nem um meio foi definido como a razão da velocidade
da luz no vácuo, e, dividido pela velocidade da luz no meio, v,
e
n=-. (3.1)
V

DEMONSTRAÇÃO 3.1 Lei de Snell


Uma construção de Huygens pode ser usada para derivar a Lei de
Snell para a refração entre dois meios ópticos com índices de refração
diferentes. Suponha que uma onda com frentes de onda separadas por
um comprimento de onda À1 viajando a velocidade v 1 em um meio
Meio 1, n1 óptico transparente incide sobre a superfície limite formada com um
Meio 2, n2 segundo meio opticamente transparente (Figura 3.3).
O ângulo da frente de onda incidente (linha verde no meio 1) em
relação à superfície de separação é 81, o qual também é o ângulo que o
raio de luz (seta preta) faz em relação à normal à superfície. Quando
a onda entra no segundo meio, ela viaja com velocidade v,. De acordo
com o Princípio de Huygens, as frentes de onda são o resultado da
propagação das ondaletas com a velocidade da onda original; assim,
a separação das frentes de onda no segundo meio pode ser escrita em
Onda refratada função do comprimento de onda no segundo meio, À2• Dessa forma,
o intervalo de tempo entre as frentes de onda para o primeiro meio
é À/v" e o intervalo de tempo para o segundo meio é À) v" O ponto
Figura 3.3 Construção de Huygens de uma onda viajando através de um
essencial é que esse intervalo de tempo é o mesmo para ondas em
meio óptico incidente sobre a superfície de separação de um segundo
ambos os lados no contorno. Se esses intervalos não fossem iguais,
meio óptico. As linhas verdes representam as frentes de onda, enquanto
frentes iriam aparecer ou desaparecer nústeriosamente. Assim:
as setas pretas denotam os raios.
-
À1 À2
= -
A, =
Ç? - -
V1

V1 V2 À2 V2
Capítulo 3 Óptica Ondulatória 81

Portanto, os comprimentos de onda da luz nos dois meios são proporcionais à velocidade da luz
naqueles meios.
Podemos obter uma relação entre o ângulo das frentes de onda incidentes na superfície, 81'
e o ângulo das frentes de onda transmitidas na superfície, 8v analisando a região hachurada em
amarelo na Figura 3.3, mostrada com mais detalhes na Figura 3.4.
A partir da Figura 3.4, e usando trigonometria, segue que

A A
sene, =-1 e sen 8, =-.
2
X - X

Dividindo essas duas equações uma pela oulra, obtemos


Figura 3.4 Seção expandida da Figura
seno, = ~ = 2'.!.
sen82 A2 v2 3.3 mostrando a direção da frente de
onda incidente, bem como a direção
Dado que a definição do índice de refração n de um meio óptico é n = c/v, onde e é a velocidade da frente de onda transmitida.
da luz no vácuo e v é a velocidade da luz no meio óptico,

seno, =5.. = c!n1=n2 3.1 Pausa para teste


sen 82 v2 c/n 2 n 1 A água tem um índice de refra-
ção de 1,33, o que significa que
ou
comprimentos de onda da luz
emitida de objetos são diferen-

l que é a Lei de Snell.


tes se propagando na água em
relação àqueles que se propa-
gam no ar. Isso significaria que
você enxerga objetos com cores
diferentes quando olha para eles
Usando essa definição, a Lei de Snell pode ser expressa como dentro da água? (Você pode rea-
lizar esse experimento dentro da
(3.2) sua banheira, se você quiser.)
O Capítulo l mostrou que essa lei descreve corretamente o fenômeno de refração na superfície
limite entre meios diferentes, mas a derivação da Lei de Snell foi adiada para o presente capítu- 3.1 Exercicios
lo. Com o Princípio de Huygens na mão, podemos agora proceder a essa demonstração.
Vimos que o comprimento de onda da luz muda quando ela passa do vácuo para um
de sala de aula
meio óptico com índice de refração maior do que um. Tomando o resultado À ifv1 = A2/v2 da Dois blocos de materiais dife-
Demonstração 3.1 com o meio 1 sendo o vácuo enquanto o meio 2 tem um índice de refração rentes e transparentes estão
n, podemos escrever imersos em ar e têm raios de luz
idênticos de um único compri-
V ,\ mento de onda incidentes sobre
Àn =À - = - . eles sob o mesmo ângulo. Exa-
e n
minando a figura, o que você
Assim, o comprimento de onda da luz é menor em um meio com índice de refração maior do pode dizer sobre a velocidade
que um do que ele era no vácuo. A frequência f da luz pode ser calculada de v = Af A frequên- da luz nestes blocos?
cia f,, da luz viajando em um meio é então dada por

v e/ n e
f,, = - = - = - = f. (3.3)
,\n ,\ / n ,\

Logo. a frequência da luz viajando em um meio óptico com n > 1 é a mesma do que a frequên -
cia da luz viajando no vácuo. A equação 3.3 é equivalente à afirmação feita anteriormente de
que o intervalo de tempo entre frentes de onda para o primeiro meio é igual ao intervalo de
tempo entre as frentes de onda para o segundo meio.
a) A velocidade da luz é a mes-
ma nos dois blocos.
3.2 Exercicios de sala de aula
b) A velocidade da luz é maior
Um raio de luz com comprimento de onda À= 560,0 nm entra em um bloco de plástico transparen- no bloco da esquerda.
te vindo do ar com um ângulo de incidência 8; = 36, 1ºem relação à normal. O ângulo de refração c) A velocidade da luz é maior
é O, = 21,7°. Qual é a velocidade do raio de luz dentro do plástico? no bloco da direita.
a) 1, 16x108 m/s c) 1, 67X10 8 m/s e) 3,00 X 108 m/s
d) Não podemos determinar em
b) 1,31 x 108 m/s d) 1,88x108 m/s qual deles a velocidade da luz é
maior com as informações dadas.
_C.4_ Dica do professor

No vídeo a seguir há uma aula descontraída acerca desses dois modelos ópticos: ondulatório e
geométrico.

https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/
cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/229d9589bf6316d1b5c5b1c6cc5d3378

6 min

elm = transcrição adaptada,


narrativa mal elaborada!

[VIDEO TRANSCRIPT] C.4 MODELO ONDULATÓRIO E GEOMÉTRICO DA LUZ

Vamos conversar sobre o modelo ondulatório e o modelo geométrico da luz.


Vamos falar um pouco dos fenômenos e de uma perspectiva histórica,o confronto
entre Newton e Hooke sobre modelos para descrever a luz.

Modelo ondulatório;
A luz é uma onda, sofre difração e interferência.
A luz passa por duas fendas e ocorre interferência
(imagem é representativa da interferência entre as
duas ondas que saem das fendas).

Difração por abertura circular. Dois objetos


serão indistinguíveis se não estiverem uma
certa distância um do outro. Há de se
considerar a resolução para conseguir
distinguir dois objetos observados à
distância, pode parecer que os dois objetos
são um só. Exemplo de aplicação: telescópio
espacial Hubble, que tem alta resolução e
consegue enxergar muito longe, distinguindo
galáxias e outros objetos espaciais.

Modelo geométrico.
A reflexão é explicada pelo modelo geométrico, em que a luz é composta por
raios de luz, tratados como linhas retas.
A refração e a reflexão são fenômenos explicados pelo modelo geométrico.
Existem outros fenômenos como a polarização da luz por reflexão e a difração
cromática da luz, por exemplo , o prisma de Newton, em que há dispersão da
luz em função do comprimento de onda, permitindo enxergar as várias cores da
luz.
Exemplos de aplicação: lentes, câmeras, óculos e muitos outros.

Confronto histórico Newton vs Hooke. Newton achava que a luz era composta por
corpúsculos e Hooke que luz era composta por ondas. Na época, Newton
prevaleceu.
O experimento de dupla fenda de Young mostrou que havia interferência e,
durante um tempo, prevaleceu que a luz era uma onda.
Hoje, sabemos que ambos são modelos aplicáveis segundo a situação física em
questão.
Quando usar o modelo geométrico ou o ondulatório? - Depende de alguns
fatores:
> Fenômenos em que nem a difração nem a interferência aparecem, podemos dizer
que a luz é um raio e usar o modelo geométrico. Exemplo: analisar a sombra de
uma luz que passa por uma porta.
> Já se a luz passar por uma fenda muito pequena com comprimento da fenda do
tamanho próximo ao do comprimento de onda da luz, haverá difração /
interferência e o modelo ondulatório deverá ser adotado.

Com isso, não podemos dizer que a luz é uma onda ou uma partícula. Hoje a luz
é entendida como uma construção quântica, composta por fótons, que é uma
partícula, mas com o comportamento de onda; então não é onda nem partícula, é
um conceito mais complexo.
_C.4_ Exercícios

Considere os fenômenos a seguir.


1)
I – A luz sendo usada para extrair informações de um DVD.
II – A luz atravessando uma janela de vidro.
III – A reflexão do céu em um lago.

Dos fenômenos descritos, quais estão relacionados à óptica geométrica?

A) a) Apenas a I.

B) b) Apenas a I e a II.

C) c) A I, a II e a III.

D) d) Apenas a I e a III.

E) e) Apenas a II e a III.
Dos fenômenos listados a seguir, quais são característicos de estudo da óptica ondulatória?
2)
I – O arco-íris, já que parece uma onda.
II – A luz polarizada pela reflexão devido ao ângulo de Brewster.
III – A luz colorida que se vê em uma bolha de sabão.

Quais estão corretas?

A) a) Apenas a I.

B) b) Apenas a I e a II.

C) c) Apenas II.

D) d) Apenas a III.

E) e) A I, a II e a III.
Observe os dois experimentos a seguir. Há dois resultados possíveis para cada experimento,
3) um para cada modelo óptico estudado. Você deve relacionar o modelo ao resultado.

A)) A luz atravessa uma porta, vai até uma parede ao fundo
I – somente há luz no formato da abertura da porta;
II – há luz com um máximo central na abertura da porta e se observa máximos e mínimos de
intensidade de luz na mesma parede.

B)) Ao se iluminar uma bolha de sabão com luz branca, vê-


I – a luz branca refletida;
II – diversas cores na bolha.

Os modelos que correspondem ao experimento 1 situação I, 1 situação II, 2 situação I, 2


situação II são:

A) a) A- I) óptica ondulatória;
II)
I) óptica ondulatór
B -I) óptica ondulatória;
II)
I) óptica ondulatór

B) b) A - I) óptica geométrica;
I) óptica ondulatór
II)
B - I) óptica geométrica;
II)
I) óptica ondulatór

C) c) A - I) óptica geométrica;
II)
I) óptica geométri
B - I) óptica geométrica;
II)
I) óptica geométri

D) d) A - I) óptica geométrica;
II)
I) óptica ondulatór
B - I) óptica ondulatória;
II)
I) óptica ondulatór

E) e) A - I) óptica ondulatória;
II)
I) óptica ondulatór
B - I) óptica geométrica;
II)
I) óptica geométri
Os modelos ópticos são usados para explicar os fenômenos físicos que nos rodeiam. Por
4) isso, como é possível um míope, que quando olha para uma lâmpada a vê difusa, conseguir
enxergar normalmente apenas colocando sua mão na frente do olho e formando uma
pequena fenda circular por onde a luz passará? Qual modelo explica essa situação?

A) a) A explicação, segundo o modelo ondulatório, é que o sujeito deixa de ser míope por um
tempo.

B) b) A explicação, segundo o modelo geométrico, é que o sujeito deixa de ser míope por um
tempo.

C) c) Segundo o modelo geométrico, a fenda limita a quantidade de luz que passará para o olho e
os raios que entram serão focados corretamente pelo olho.

D) d) Segundo o modelo ondulatório, ocorre uma difração retificadora que corrigirá a miopia
enquanto a fenda existir.

E) e) Segundo o modelo ondulatório, a interferência que ocorre faz o máximo central convergir
para o ponto certo do olho.

Míope vê melhor quando achata a sua córnea


super.abril.com.br/comportamento/miope-ve-melhor-quando-achata-a-sua-cornea

Por que os míopes conseguem focar melhor uma imagem com os olhos quase fechados?

O problema do míope é que, quando olha para um objeto, a imagem, que deveria se fixar
na retina (parte de trás do olho) forma-se em algum lugar do globo ocular antes dela.
Fica tudo fora de foco. Quanto mais longe da retina estiver a imagem, maior o grau da
miopia. O olho é formado basicamente por duas lentes: a córnea e o cristalino. Elas são
convergentes, ou seja, fazem com que os raios de luz que entram no globo ocular se
dirijam todos para um mesmo ponto antes de se transformarem em imagem.

Nos míopes, as duas lentes não fazem com que os raios sejam suficientemente
convergentes. Por isso, a imagem se forma antes do lugar certo. “Quando se aperta o
olho, a musculatura ao redor dele achata a córnea”, explica o oftalmologista Cláudio
Lottenberg, do Hospital Albert Einstein, em São Paulo. “Isso muda o formato da lente e o
desvio que ela causa na luz, fazendo a imagem se formar no lugar certo”.
Um CD, um DVD, ou um Blu-Ray são dispositivos explicados pela óptica ondulatória. Qual
5) alternativa explica o princípio em comum por trás desses dispositivos?

A) a) O princípio de funcionamento é que uma luz, normalmente monocromática, atinge uma


grade e lá ela difrata. Então, o padrão de difração é lido pelo dispositivo que o interpreta
como uma informação.

B) b) O princípio de funcionamento é a reflexão, a luz é refletida e, então, o reflexo é lido pelo


dispositivo.

C) c) O princípio de funcionamento é a refração, a luz atravessa o disco e, do outro lado, de


acordo com a refração, as informações contidas no disco são obtidas.

D) d) O princípio de funcionamento é explicado pela interferência de dupla fenda, pois o laser


passa sempre por duas fendas ao mesmo tempo.

E) e) O princípio de funcionamento é da área da óptica quântica, o efeito fotoelétrico, pois a luz


colide com a superfície de alumínio do disco e, então, libera informações em forma de
voltagem.
_C.4_ Na prática
Os modelos ópticos explicam diversos fenômenos do dia a dia, como a óptica geométrica, que
explica a refração, ou a óptica ondulatória, que explica como funcionam os DVDs.

A óptica geométrica é uma bênção para quem sofre de miopia ou de outros


problemas de visão, pois fornece alternativas para corrigir a visão
defeituosa com auxílio de lentes, seja a de óculos ou as de contato.

As lentes funcionam convergindo a luz para um determinado ponto dentro do


olho, o ponto que deveria convergir natralmente. Desta forma a pessoa volta
a enxergar naturalmente.
_C.4_ Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

Simulação da interferência, um fenômeno típico da óptica


ondulatória.
https://youtu.be/AAXqE8616Jk 3 min

André Vilela Jun 3, 2012 Simulações Computacionais - Fenômenos Físicos site http://
www.andrevilela.com/videos para ver a lista de problemas resolvidos de física.
Neste vídeo vamos utilizar simulações computacionais para ilustrar o experimento de Young,
em que a luz que atravessa um anteparo com dois furos interage formando um padrão de franjas
claras e escuras em um anteparo de visualização.
Se desejar, baixe o simulador no site www.falstad.com.

Simulação de difração, um fenômeno típico da óptica


ondulatória.
https://youtu.be/-uwEgYGzmZM 3 min

similar ao anterior (fenda dupla), aqui fenda simples.

Simulações envolvendo óptica geométrica


https://youtu.be/GyZlhq1cS4g 25 min

FisicaInterativa.Com Aug 30, 2013 Nesta aula nós definimos a refração da luz, a lei de
snell e suas aplicações na fibra ótica e na correção dos defeitos da visão.

BAUER, Wolfgang; WESTFALL, Gary D.; DIAS, Helio. Física para universitários: óptica e
física moderna. Porto Alegre: McGraw-Hill, 2013.
Banco de Imagens: Shutterstock.
SAGAH, 2015

EQUIPE SAGAH / Coordenador de Curso Edilson Vargas / Professor Eduardo Galle / Gerente
Unidade de Negócios Rodrigo Severo
Aula C.5
1.1 - Ondas: conceito e classificação
1.2 - Período de frequência e velocidade de uma onda
2.1 - Ondas eletromagnéticas e sonoras e sua interação com a matéria
2.2 - Osciladores e o movimento harmônico simples
3.1 - Luz e óptica: definições
3.2 - Refração e reflexão
4.1 - Óptica geométrica em lentes
4.2 - Óptica geométrica em espelhos
Conteúdo Complementar (não conta p/ avaliações, mas conta p/ frequência)
__ C.1 Movimento ondulatório Unidimensional
__ C.2 Movimento ondulatório bidimensional
__ C.3 Interferência e efeito Doppler
__ C.4 Modelo ondulatório e geométrico da luz
__ C.5 Fenômeno da luz

Fenômeno da luz
_C.5_
Apresentação
Foi somente no século XVII que o físico inglês Isaac Newton demonstrou que a luz branca é
composta por luzes de diferentes cores, que vão do vermelho, com menor frequência e maior
comprimento de onda, até o azul, de maior frequência e também com mais energia, como bem
mostrou, mais tarde, o físico alemão Max Planck, fundador da Física Quântica, no fim do século XIX
(Ferreira, 2015).

Ainda no início do século XX, em 1915, o maior físico de todos tempos, Albert Einstein, utilizou a
Física Quântica para propor que a luz, além de ser composta por ondas de vários comprimentos,
também apresenta caráter dual, ou seja, é composta por partículas, os fótons. Essas partículas
elementares compõem o largo espectro da radiação eletromagnética proveniente do Sol, das
estrelas, das galáxias e de todo o universo visível (Ferreira, 2015).

Nesta Unidade de Aprendizagem, você verá o conceito de espectro eletromagnético, ondas


eletromagnéticas e luz visível, assim como o conceito da física da cor, classificação e sua formação
em sínteses aditivas e subtrativas.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Conceituar o espectro eletromagnético e a luz visível.


• Reconhecer a física da cor: a tríade da cor luz (RGB).
• Identificar a formação das cores: sínteses aditiva e subtrativa.

elm = Perdi o prazo, não possível avaliar, seria: Avaliação da aula. Ruim. Assinalada opções
- Erros no conteúdo; - Precisei pesquisar mais; - Conteúdo Livro difícil (qdo assinala
<regular, só há opções para assinalar) - Erro nos exercicios.
_C.5_ Desafio
A luz é uma manifestação de energia radiante pertencente ao espectro eletromagnético, capaz de
ser detectada pelo olho humano por meio de uma sensação visual. Ela somente é visível, e pode ser
percebida, quando encontra uma superfície para refleti-la. Assim, a luz causa ao olho humano a
impressão de luz e cor, que é determinada pelas características da luz emitida e do objeto que a
reflete (INNES, 2014).

Você acabou de ver que o espectro eletromagnético determina cores para a luz, faixa chamada
de espectro de luz visível. Quando se acende uma vela, quando se liga uma lâmpada incandescente
ou mesmo quando se olha para os raios do Sol, tem-se, em comum nesses três exemplos, a
presença da luz.

Observe a figura a baixo:

Quatro feixes de luz, de mesma intensidade, podem ser vistos atravessando uma sala. O feixe 1 é
vermelho, o 2 é verde, o 3 é azul e o 4 é branco.

Faça um esboço, à mão, de forma que os feixes 1, 2 e 3 se cruzem e depois responda: Após o
cruzamento dos feixes de luz, haverá alteração de cor?

elm = No sistema RGB, a sobreposição das três cores juntas resulta o branco.

Padrão de resposta esperado

Pelo princípio da independência


dos raios luminosos, após o
cruzamento, os feixes continuam
como se nada tivesse acontecido,
todos com a mesma cor.

elm = não entendi o enunciado...


https://sala7design.com.br/2016/06/28/falando-sobre-
cores-entenda-o-que-e-cmyk-rgb-e-pantone/

CMYK
O CMYK é uma abreviação do sistema formado pelas
cores Ciano, Magenta, Amarelo (Yellow) e Preto
(Black), ela é uma cor subtrativa, ou seja, ela é
uma cor pigmento. As cores pigmento, como o nome
sugere, são formadas de pigmentos sólidos que quando
sobrepostos tendem a ficar cada vez mais escuros.
Isso acontece porque a cor que vemos é apenas um
reflexo da luz que incide sobre o pigmento, e uma
vez sobrepostos esses pigmentos refletem menos luz,
até haver uma ausência total dela, que é o preto.

Este sistema é o principal sistema de cores utilizado pelas indústrias gráficas para material
impresso. Além das três cores primárias, também é preciso do preto, ele é essencial para
definir os detalhes da imagem, e porque K e não B, de black? Este K, vem de do inglês “Key”
que significa “chave”. O preto é a cor chave para definir o tom das outras cores, ou seja:
para conseguir um amarelo mais escuro, adiciona-se o preto, por exemplo. Nem todas as cores
podem sem impressas através deste sistema, algumas só serão possíveis com a adição de uma cor
pantone, como veremos mais adiante

RGB
Lembra que falamos lá no cmyk que ele era uma cor pigmento porque refletia a luz? Bem agora
falaremos do RBG, que também é uma abreviação mas só que desta vez de Red (vermelho), Green
(verde) e Blue (blue). Ao contrário do CMYK que é cor pigmento, o RGB é cor luz, portanto é
uma sistema de síntese aditiva, ou seja, se projetarmos o azul, verde e vermelho (RGB) a
sobreposição, duas a duas, dessas cores, irão resultar em cores primárias (magenta, amarelo,
azul ciano), e a sobreposição das três juntas resulta o branco. Isso acontece porque, como
as cores são a luz propriamente dita, ao juntar todas elas iremos emitir mais luz, e a
junção de todas as cores de luz resulta na luz branca, assim como as cores do arco-íris são
resultantes da separação da luz branca.

PANTONE
A Pantone Inc., é uma empresa americana
sediada em New Jersey, considerada hoje
uma autoridade quando a questão é cor. O
seu sistema de cores é amplamente
conhecido , eles possuem todo tipo de cor
que você imaginar, e por isso é utilizado
por diversos segmentos da indústria
gráfica, além da têxtil, tintas e
plástico

As cores produzidas por ela, são cores exatas, prontas e possuem uma alta fidelidade de cor.
Elas não estão naquelas quatro do CMYK, elas devem ser usadas a parte, e são escolhidas
através de uma numeração em seu catálogo, como por exemplo a coca cola: o vermelho usado na
marca é o Pantone 185, com essa numeração ela garante que o vermelho de sua embalagem seja o
mesmo, não importando aonde ela seja impresso. Um outro exemplo simples é a impressão da
capa de um livro que tenha uma cor fluorescente. Esta impressão não será feita pelo sistema
RGB, lembra? Será pelo CMYK, porém ele não tem como gerar esta cor fluorescente, (outras
sim, apesar de não ficar com a mesma fidelidade) pois é formado pela mistura de quatro
pigmentos primários, e é aí que entra a cor Pantone, que será escolhida através do seu
código, e assim trabalhar em conjunto para que a impressão saia como desejada.
_C.5_ Infográfico
O estudo da cor abrange várias áreas, como pinturas, iluminação, artes gráficas, cinema,
arquitetura, etc. Desde a Grécia Antiga, diversos pensadores como Platão elaboraram teorias sobre
as cores e a natureza da luz. Porém, foi no século XVII que Isaac Newton conseguiu identificar os
espectros da cor e trabalhar em uma teoria de base científica sobre o assunto, a partir de diversas
experiências com luz branca sobre um prisma, conseguindo identificar todas as cores do arco-íris.

O Infográfico a seguir apresenta a classificação das cores.

CLASSIFICAÇÃO DAS CORES

Cores primárias
São cores que não podem ser formadas por nenhuma mistura.
Azul ; Amarelo ; Vermelho.

Cores secundárias
São cores que surgem da mistura de duas primárias na mesma
proporção.
Azul + Vermelho = Violeta
Azul + Amarelo = Verde
Amarelo + Vermelho = Laranja

Cores terciárias
São cores obtidas pela mistura de uma primária e uma secundária.
São, ao todo, seis, indepenentemente da síntese.
Laranja ; Oliva ; Turquesa ; Celeste ; Violeta ; Rosa.

HARMONIAS / ESQUEMAS CROMÁTICOS

Complementares
São as cores no disco de cores.
Ex.: o vermelho é complementar do verde, o azul é complementar do laranja.
Se misturadas, resultam no ponto final de cada síntese, ou seja, branco na
aditiva e preta na subtrativa.

Análogas
São as que aparecem lado a lado no disco de cores. São análogas porque há
nelas uma mesma cor básica.
Exemplo: o amarelo-ouro e o laranja-avermelhado, que têm em comum a cor
laranja, apresentando, assim, pouquíssimo contraste entre elas.
Triádica
Usa trê cores equidistantes no círculo cromático.
Exemplo: azul, amarelo e vermelho.
Essa harmonia é muito popular entre os artistas por oferecer um alto
contraste visual, conservando o balanço e a riqueza das cores.
Tal harmonia não é tão contrastante como o esquema de complementares, mas
aparece mais balançado e harmonioso.

Tetrádicas
Refere-se à harmonia conseguida por dois pares de cores complementares entre
si. Essas combinações são as mais ricas de todas as harmonias porque utilizam
quatro cores complementares em pares: se as cores são utilizadas em iguais
proporções, a harmonia será desequilibrada; deverá sempre ser escolhida uma
cor como dominante e, com esta, dominar as restantes.

Monocromática
Harmonia resultante de uma mesma cor da roda das cores. As tonalidades podem
mudar, mas todas ficam no mesmo matiz da roda de cores. Utiliza variações de
luminosidade e saturação de uma mesma cor.
_C.5_ Conteúdo do livro

Tudo o que se vê no mundo, se vê por causa de um único fenômeno físico: a luz. A frequência de
ondas do espectro eletromagnético em uma determinada escala nos permite perceber o mundo e
todas as coisas que fazem parte dele. De maneira contrária, tudo seria a mais completa
escuridão; portanto, a luz cria a matéria da qual você é parte, da qual se tem consciência e com a
qual se percebe tudo ao nosso redor.

Na obra Teoria e prática da cor, leia o capítulo Fenômeno da luz, base teórica desta Unidade de
Aprendizagem, em que você vai identificar a formação das cores: sínteses aditiva e subtrativa.

Boa leitura.
~EFÁCjg
A cor é um fenômeno fascinante. Sua presença no mundo visível exerce
incontestável atração sobre nós desde a pré-história, despertando
sensações, interesse e deslumbramento. As cores têm a capacidade
de liberar um leque de possibilidades criativas na imaginação humana.
Sua expressividade é tanta que elas se tornam um transmissor de ideias
tão poderoso que ultrapassa fronteiras espaciais e temporais, sendo
compreendida por todos.
Neste livro veremos que, para saber usar as cores, é necessário co-
nhecê-las muito bem. O objetivo deste materia l é trazer informações
referentes à teoria da cor, que envolve diversos aspectos da percepção,
cognição, elementos físicos, químicos, tecnológicos, psicológicos, entre
outros. Profissionais que trabalham com a cor sabem que e la é uma
ferramenta fundamental no processo de comunicação e transmissão de
ideias e emoções, seja no campo das artes, seja no da publicidade, da
arquitetura e do design de interiores.

lsuMARtol
Unidade 1

Fenômeno da luz ............................................................................................... 13


Carolina Corso Rodrigues Marques
O espectro eletromagnético e a luz visível ............................................................................................ 14
Física da cor ................................................................................................................................................................ 18
Form ação das cores: sínteses adit iva e subtrativa ............................................................................. 20

Interação da luz com a matéria .................................................................... 25


Carolina Corso Rodrigues Marques
A química das cores .............................................................................................................................................. 25
Pigmentos ................................................................................................................................................................... 27
Tríade da cor pigmento opaco e cor pigmento transparente ................................................... 28
Meios gráficos para a construção de estruturas cromáticas ...................................................... 31

Unidade 2

O papel do sistema visua l e a temperatura de cor ................................ 37


Carolina Corso Rodrigues Marques
Características da cor ........................................................................................................................................... 37
Matiz, luminosidade, saturação e temperatura da cor ................................................................... 39

O processo de visão e de percepção da cor ............................................49


Derli Kraemer
Visão e percepção da cor .................................................................................................................................. 49
Como a cor é percebida pelo olho e interpretada pelo cérebro .......................... ................. 52
Os meios gráficos d ig itais e a construção de estruturas cromáticas ................................... 55
Unidade 3

Psicodinâm ica das cores ................................................................................. 61


Carolina Corso Rodrigues Marques
Significado cultura l e simbólico das cores ............................................................................................. 61
Harmonias cromáticas, contrastes e pós-imagem da cor ............................................................64

Influência das cores nas artes ....................................................................... 83


Derli Kraemer
Histórico da cor no campo das artes .......................................................................................................... 83
Aspectos conceituais e simbólicos da cor nas artes ......................................................................... 92

Influência das cores na publicidade ........................................................... 99


Derli Kraemer
Breve histórico da cor na publicidade....................................................................................................... 99
Aspectos conceituais e simbólicos da cor na publicidade ....................................................... 103
Composições cromáticas utilizadas na publicidade..................................................................... 106

Unidade4

Sensações visuais acromáticas e cromáticas ......................................... 115


Derli Kraemer
Conceito de sensação visual acromática e cromática .................................................................. 116
Identificando as composições acromáticas e cromáticas .......................................................... 121
Como aplicar as composições acromáticas e cromáticas .......................................................... 126

Psicologia das cores........................................................................................ 133


Derli Kraemer
Aspectos psicológicos das cores ................................................................................................................ 133
Fatores que influenciam na escolha das cores .................................................................................. 136
Como aplicar a psicologia das cores no âmbito do projeto ..................................................... 141

Cor, memória e comunicação ..................................................................... 147


Derli Kraemer
Interface entre memória, cor e comunicação .................................................................................... 147
Metodologias que orientam o emprego da cor no âmbito do projeto ............................ 151
As cores no âmbito do projeto .................................................................................................................... 153

Gabarito ............................................................................................................160
Gabaritos https://sagah.com.br/gabaritos/TEORIA_PRATICA_COR.pdf

1. a
1. a
2. b
2. a
3. e
3. b
4. b
4. c
5. b
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Fenômeno da luz
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

„„ Conceituar o espectro eletromagnético e a luz visível.


„„ Reconhecer a física da cor: a tríade da cor luz (RGB).
„„ Identificar a formação das cores: sínteses aditiva e subtrativa.

Introdução
No século XVII, o físico inglês Isaac Newton demostrou que a luz branca
é composta por luzes de diferentes cores, que vão do vermelho, com
menor frequência e maior comprimento de onda, até o azul, de maior
frequência e mais energia. Mais tarde, no fim do século XIX, o físico alemão
Max Planck, fundador da Física Quântica, conseguiu comprovar isso. Já no
século XX, em 1915, Albert Einstein utilizou a Física Quântica para propor
que a luz, além de ser composta por ondas de vários comprimentos de
onda, também possui caráter dual, ou seja, é também composta por
partículas, os fótons. Essas partículas elementares compõem o largo
espectro da radiação eletromagnética proveniente do Sol, das estrelas,
galáxias e de todo o universo visível.
Neste capítulo, você verá os conceitos de espectro eletromagnético,
ondas eletromagnéticas, luz visível, física da cor, além da classificação da
cor e de sua formação em sínteses aditiva e subtrativas.

O espectro eletromagnético e a luz visível


Os cientistas perceberam, com as evoluções da Física, que a luz possui um
comportamento muito parecido ao das ondas eletromagnéticas. Ela é uma
oscilação que se propaga no vácuo com certa variação no tempo (frequência).
https://
sagah.com.br/
gabaritos/
TEORIA_PRATICA_COR_
2 Fenômeno da luz C01.pdf

Podemos associá-la, por exemplo, como o som, uma vibração mecânica do ar,
em que diferentes frequências caracterizariam sons graves e agudos. Assim
como o som, as frequências determinam cores para a luz; em determinada faixa
de frequência pode-se observar as cores, e essa faixa é chamada de espectro
de luz visível (HALLIDAY; RESNICK; WALKER, 2003).

Figura 1. Espectro visível (Luz)


Fonte: Präkel (2015, p.10)

Os limites do espectro visível podem variar de pessoa para pessoa, mas, em


média, os olhos humanos têm uma faixa limitada entre 350 nm a 700 nm dos
comprimentos de ondas. Nesse intervalo do espectro, tem-se: as cores violeta,
nos comprimentos de onda de 380 a 440 nm; a cor azul, de 440 a 500 nm; a cor
verde, de 500 a 570 nm; a cor amarela, de 570 a 590 nm; a cor laranja, de 590
a 630 nm; e a cor vermelha, de 630 a 780 nm. A soma dessa faixa de emissões
do espectro gera a luz branca (PEDROSA, 1982). Com isso, podemos dizer que,
para cada cor, temos uma frequência e comprimento de onda que a difere das
demais — por exemplo, a luz vermelha tem menor frequência e menor energia,
e a luz violeta tem maior frequência, que nos submete a maior energia.
Existe uma relação inversamente proporcional entre comprimento de onda
(λ) e frequência (f). O comprimento da onda é dado pela divisão da velocidade
da onda — no caso, a velocidade da luz (c = 3 × 108 m/s) — pela frequência
da onda. Observe:

λ = c/f
Fenômeno da luz 3

Ondas eletromagnéticas
A radiação eletromagnética é uma das diversas maneiras em que a energia
viaja no espaço. O calor de uma fogueira, a luz do Sol, os raios X usados
pelos médicos e também a energia usada em um micro-ondas são formas
de radiação eletromagnética. Embora pareçam muito diferentes, todas essas
energias exibem propriedades de ondas.
Ondas são perturbações em um determinado meio ou campo físico, re-
sultando em vibrações ou oscilações. A elevação de uma onda no mar e sua
imersão são vibrações ou oscilações da água na superfície. Ondas eletromag-
néticas são semelhantes, mas também diferem, por consistirem em 222 ondas
que oscilam perpendicularmente entre si — uma é um campo magnético
oscilante, a outra, um campo elétrico oscilante, podendo ser visto conforme
mostra a Figura 2.

Figura 2. As ondas eletromagnéticas consistem em um campo elétrico oscilante com um


campo magnético oscilante perpendicular.
Fonte: Patel, Vo e Hernandez (2015, documento on-line).

Embora seja interessante entender sobre radiação eletromagnética, é ne-


cessário que se discuta mais sobre propriedades físicas das ondas de luz.
Toda onda possui um vale (ponto mais baixo) e uma crista (ponto mais alto).
A distância vertical entre a extremidade da crista e o eixo central da onda é
denominada amplitude, propriedade associada ao brilho ou intensidade da
onda. Já a distância horizontal é conhecida como comprimento de onda da
onda. Visualize essas medidas na Figura 3.
4 Fenômeno da luz

Figura 3. Características básicas de uma onda, entre elas a amplitude e o comprimento de onda.
Fonte: Patel, Vo, Hernandez (2015, documento on-line).

Algumas ondas, inclusive as eletromagnéticas, oscilam no espaço e, assim,


oscilam em determinada posição conforme o tempo passa. A grandeza co-
nhecida como frequência corresponde ao número de comprimentos de onda
completos que passam por um determinado ponto no espaço a cada segundo.
A unidade para frequência é o Hertz (Hz), que equivale à frequência de um
evento periódico por segundo (escrito como 1/s ou s−1).
O comprimento de onda e a frequência são inversamente proporcionais:
quanto menor o comprimento de onda, maior será a frequência e vice-versa.
Essa relação é dada pela seguinte equação:

c = λν

Onde:
λ = comprimento de onda em metros.
ν = frequência em Hertz.
c = constante (a velocidade da luz, 3 × 108 m/s).
Podemos concluir então que toda radiação eletromagnética, independen-
temente de comprimento de onda ou frequência, viaja à velocidade da luz
(CHEMWIKI, 2015).

Luz visível
A luz visível é um conjunto de ondas eletromagnéticas que sensibilizam a retina
e desencadeiam a visão; como qualquer outra radiação eletromagnética, tem
sua origem em cargas elétricas oscilantes. Isaac Newton percebeu que a luz
Fenômeno da luz 5

se propagava em linha reta e também que, ao atravessar um prisma de vidro,


a luz branca se dispersava e se decompunha nas cores do arco-íris. Newton
defendia que a luz era constituída por partículas constituídas por atividade
oscilatória de um meio não identificado, o que levou o físico e astrônomo
holandês Christiaan Huygens a propor, em 1687, a teoria ondulatória da luz
(BARDINE, 2008).
As ondas eletromagnéticas se diferenciam por sua frequência e comprimento
de ondas, e a interação dessas ondas com a matéria depende da frequência de
onda e da estrutura atômico-molecular da matéria. As ondas eletromagnéticas
correspondem ao espectro eletromagnético que nosso olho enxerga. A luz é
produzida por corpos em alta temperatura, assim como o filamento de uma
lâmpada, e pela reordenação dos elétrons em átomos e moléculas (SILVA,
2018). Reveja a Figura 1 para localizar o espectro de luz visível.
As classificações do comprimento de onda são segundo sua cor, por
exemplo: a cor violeta tem comprimento de onda λ = 4 × 10 −7 m; a cor
vermelha λ = 7 × 10 −7 m. Sendo assim, a sensibilidade dos olhos também é
uma função do comprimento de onda, sendo sua máxima λ = 5,5 × 10 −7 m,
cor amarelo-esverdeada. A visão seria, então, o resultado de sinais transmi-
tidos ao cérebro por elementos presentes na retina: os cones e os bastonetes
(SILVA, 2018).
Os cones se ativam com a presença de luz intensa, como a luz do dia, e
também são muito sensíveis à cor. Já os bastonetes atuam com iluminação
menos intensa, como em uma sala escura, e assim são menos sensíveis à cor.
De tão importante, a luz originou um ramo especial na Física aplicada: a
Óptica, ciência que estuda os fenômenos relacionados à luz e à visão, incluindo
instrumentos ópticos (SILVA, 2018).

Física da cor
As cores, como as percebemos, são produzidas pela luz. A luz do sol, a nosso
ver aparentemente branca, na verdade é composta por várias cores. Quando a
luz do sol ilumina um objeto, algumas dessas cores são absorvidas, enquanto
outras são refletidas na direção dos olhos, e é esse fenômeno nos permite dizer
qual a cor dos objetos (MORATO; MACHADO, 2017).
De acordo com sua cor, a luz pode ser classificada como monocromática
ou policromática. Chamamos de luz monocromática aquela composta por
apenas uma cor — por exemplo, a luz amarela emitida por lâmpadas de sódio.
6 Fenômeno da luz

Chamamos de luz policromática aquela composta pela combinação de duas


ou mais cores — por exemplo, a luz branca emitida pelo sol ou por lâmpadas
comuns. Utilizando um prisma, é possível decompor a luz policromática nas
luzes monocromáticas, o que já não é possível para cores monocromáticas,
como o vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, anil e violeta.
Um exemplo da composição das cores monocromáticas que formam a luz
branca é o disco de Newton, uma experiência composta por um disco com as
sete cores do espectro visível que, ao girar em alta velocidade, “recompõe”
as cores monocromáticas, formando a cor policromática branca.
Enxergamos as cores da seguinte maneira: quando a luz branca incide
sobre um corpo de cor verde, por exemplo, esse corpo absorve todas as outras
cores do espectro visível, refletindo apenas o verde. Um corpo de cor branca
reflete todas as cores (sem absorver nenhuma), enquanto um corpo de cor
preta absorve todas as cores (sem refletir nenhuma). A luz branca é uma
composição de todas as cores (SILVA JÚNIOR, 2018). É por esse motivo que
só podemos ver objetos que emitem luz (fonte primária de luz) ou que refletem
a luz que recebem (fontes secundárias).

Classificação das cores


As cores são tradicionalmente classificadas da seguinte forma:

„„ cores primárias: são cores puras — vermelho, azul e amarelo.


„„ cores secundárias: são a união de duas cores primárias — verde (azul e
amarelo), laranja (amarelo e vermelho) e roxo ou violeta (vermelho e azul).
„„ cores terciárias: são a união de uma cor primária e uma secundária —
vermelho-arroxeado (vermelho e roxo) e vermelho-alaranjado (vermelho
e laranja); amarelo-esverdeado (amarelo e verde) e amarelo-alaranjado
(amarelo e laranja); azul-arroxeado (azul e roxo) e azul-esverdeado
(azul e verde).
Fenômeno da luz 7

Figura 4. Círculo de cores complementares.


Fonte: Silva Júnior (2018, documento on-line).

O círculo de cores apresenta sete cores básicas do espectro e suas variantes,


em um total de doze cores. São três cores primárias, três secundárias e seis
terciárias. As cores denominadas complementares são aquelas que, juntas,
formam tonalidades de cinza e apresentam maior contraste entre si. No círculo,
as cores complementares estão localizadas na extremidade oposta às cores
primárias; assim, são complementares as seguintes cores: azul (primária)
e laranja (secundária); vermelho (primária) e verde (secundária); amarelo
(primária) e roxo (secundária).

As cores primárias apresentam uma cor secundária como complementar, e vice-versa.


Já as cores terciárias possuem outra cor terciária como complementar.
8 Fenômeno da luz

Formação das cores: sínteses aditiva e subtrativa


Tradicionalmente, aprendemos que as cores primárias ou cores puras (verme-
lho, azul e amarelo), existem sem mistura de outras cores, sendo assim, não
se decompõem em outras. Elas recebiam esse nome pelo fato de que, a partir
delas, poderiam ser formadas outras cores, as secundárias. Hoje, no entanto,
sabe-se que essa não é a melhor tríade para reproduzir uma mistura de cores.
Uma vez que sabemos que as cores somente existem em função da luz, surge
então o sistema de cores-luz, as sínteses aditiva e subtrativa (MORATO;
MACHADO, 2017).

Cores de luz e pigmento


As cores aditivas definem-se somando ou sobrepondo luzes emitidas por
diferentes fontes. Essa mescla fica visível em ambientes não iluminados e que
permitem a obtenção de cores. São cores primárias da luz, porque a soma dessas
três resulta na luz branca. A síntese aditiva ocorre a partir de três diferentes
conjuntos, que correspondem àqueles que estimulam cada um dos três tipos
de receptores da retina humana: vermelho (red, em inglês, composto pelas
ondas longas da luz), verde (green, em inglês, composto pelas ondas médias)
e azul (blue, em inglês, composto pelas ondas curtas). Temos daí o sistema
RGB. Observe a Figura 5.
Cada uma das cores primárias da mescla aditiva corresponde a 1/3 da tota-
lidade da luz. Se você fizer uma sobreposição de projeções das luzes vermelha
e verde em uma superfície branca, em um ambiente não iluminado, obterá
uma luz da cor amarela, o que soma 2/3 da totalidade da luz — portanto, mais
luminosa que as cores geradoras (MORATO; MACHADO, 2017).
As cores subtrativas são cores secundárias da luz e são utilizadas para
reproduzir as cores aditivas da luz em impressões coloridas — ou seja, são
as cores pigmentos. Elas são obtidas mediante a mistura de cores da tríade
aditiva: vermelho + verde = Amarelo; vermelho + azul = magenta; verde +
azul = ciano. São chamadas subtrativas em virtude de essa mistura de cores
primárias resultarem no preto, ou seja, na ausência de luz. A síntese subtrativa
pode ser chamada de sistema CMYK — do inglês Cyan (ciano), Magenta
(magenta), Yellow (amarelo) e K (de black/key, ou preto). O K é inserido na
escala porque, com a “mistura” de todas as primárias, não obtemos um preto
puro (MORATO; MACHADO, 2017).
Fenômeno da luz 9

Cada tipo de pigmento tem seu próprio poder seletor, ou seja, absorve
(subtrai) uma ou mais das radiações da luz branca. A cada sobreposição de
um pigmento, diminui o número de radiações refletidas, até se conseguir a
ausência absoluta de toda radiação, isto é, a sensação de preto, fim da mistura
subtrativa.
As cores básicas da mescla subtrativa são o amarelo, o ciano e o magenta.
Essa escolha se deve ao fato de que o pigmento de cada uma das três cores
não é o resultado da combinação de outros. Pelo contrário, da mistura desses
pigmentos, de dois em dois ou de três em três, em porções oportunas, pode-se
obter uma vastíssima gama de outras tonalidades.

Figura 5. Cores aditivas e o sistema RGB: Vermelho (Red), Verde (Green) e Azul (Blue).
Fonte: Ambrose e Harris (2012, p. 122).

Figura 6. Cores subtrativas e o sistema CMYK: Ciano (Cyan), Magenta (Magenta), Amarelo
(Yellow) e Preto (Key/Black).
Fonte: Ambrose e Harris (2012, p. 122).
10 Fenômeno da luz

Para visualizar esta figura


em cores, acesse o link
ou código QR a seguir:

https://goo.gl/SE9pR3

Figura 6. Cores subtrativas e o sistema CMYK: Ciano (Cyan), Magenta (Magenta), Amarelo
(Yellow) e Preto (Key/Black).
Fonte: Ambrose e Harris (2012, p. 122).
Fenômeno da luz 11

1. Se analisarmos um pedaço de 4. Levando em conta o estudado


tecido de cor vermelha em uma até agora sobre luz e cores,
sala iluminada com luz na cor azul, pode-se afirmar que:
esse mesmo tecido parecerá: a) Ao passar de um meio para o
a) preto. outro, um feixe monocromático
b) branco. de luz muda de cor.
c) vermelho. b) O comprimento de onda para
d) azul. uma determinada cor permanece
e) amarelo. inalterado, independentemente
2. As folhas de uma árvore, quando do meio de propagação.
iluminadas pela luz do Sol, c) A frequência da luz é
mostram-se verdes por quê? diretamente proporcional à sua
a) Refletem difusamente a luz velocidade de propagação.
verde do espectro solar. d) A luz branca é composta
b) Absorvem somente a luz por apenas um
verde do espectro solar. comprimento de onda.
c) Refletem difusamente e) A radiação ultravioleta possui
todas as cores do espectro comprimento de onda
solar, exceto o verde. maior que a luz visível.
d) Difratam unicamente a luz 5. Em 1895, o físico alemão Wilheim
verde do espectro solar. Conrad Roentgen descobriu
e) A visão humana é mais os raios X, que são usados
sensível a essa cor. principalmente na área médica
3. As antenas de emissoras de rádio e industrial. Esses raios são?
emitem ondas eletromagnéticas a) Ondas eletromagnéticas de
que se propagam na atmosfera frequências iguais as das
com a velocidade da luz (3 × 105 ondas infravermelhas.
km/s) e com frequências que b) Ondas eletromagnéticas de
variam de uma estação para a frequências menores do que
outra. Uma rádio específica emite as das ondas luminosas.
uma onda de frequência 90,5 c) Ondas eletromagnéticas de
MHz e comprimento de onda frequências maiores que as
aproximadamente igual a? das ondas ultravioletas.
a) 2,8m. d) Radiações formadas por elétrons
b) 3,3m. dotados de grandes velocidades.
c) 4,2m. e) Radiações formadas por
d) 4,9m. partículas alfa com grande
e) 5,2m. poder de penetração.
12 Fenômeno da luz

AMBROSE, H.; HARRIS, P. Fundamentos de design criativo. 2. ed. Porto Alegre: Bookman,
2012.
HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de física. Rio de Janeiro: LTC, 2003.
(Óptica e Física Moderna, v. 4).
MORTAO, R. G.; MACHADO, R. P. P. Cores. e-Disciplinas, 2017. Disponível em: <https://
edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/2612831/mod_resource/content/2/7%20Cores2017.
pdf>. Acesso em: 28 set. 2018.
PATEL, N.; VO, K.; HERNANDEZ, M. Electromagnetic radiation. Chemistry, 19 set. 2015.
Disponível em: <https://chem.libretexts.org/Textbook_Maps/Physical_and_Theore-
tical_Chemistry_Textbook_Maps/Supplemental_Modules_(Physical_and_Theoreti-
cal_Chemistry)/Spectroscopy/Fundamentals_of_Spectroscopy/Electromagnetic_Ra-
diation>. Acesso em: 28 set. 2018.
PEDROSA, I. Da cor a cor inexistente. Rio de Janeiro: Léo Christinao Editorial, 1982.
PRÄKEL, D. Iluminação. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2015.
SILVA JÚNIOR, J. S. Cores e a frequência da luz. Brasil Escola, 2018. Disponível em: <https://
brasilescola.uol.com.br/fisica/cores-2.htm>. Acesso em: 28 set. 2018.
SILVA, D. C. M. Luz visível. Mundo Educação, 2018. Disponível em: <https://mundoedu-
cacao.bol.uol.com.br/fisica/luz-visivel.htm>. Acesso em: 28 set. 2018.

Leituras recomendadas
BARROS, L. A cor no processo criativo: um estudo sobre a Bauhaus e a teoria de Goethe.
São Paulo: Senac, 2006.
COR e frequência. Só Física, 2018. Disponível em: <http://www.sofisica.com.br/conteu-
dos/Otica/Refracaodaluz/cor_e_frequencia.php>. Acesso em: 28 set. 2018.
FERREIRA, J. L. Os fenômenos da luz. Xapuri socioambiental, 12 maio 2015. Disponível em:
<https://www.xapuri.info/ciencia/os-fenomenos-da-luz/2015>. Acesso em: 28 set. 2018.
GONZALEZ, R. C. Processamento digital de imagens. 3. ed. São Paulo: Pearson Prentice
Hall, 2010.
SILVA JÚNIOR, J. S. A Óptica e as cores dos objetos. Mundo Educação, 2018. Disponível
em: <https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/a-optica-as-cores-dos-objetos.
htm>. Acesso em: 28 set. 2018.
_C.5_ Dica do professor

O que é luz? Luz é uma energia eletromagnética radiante que pode ser captada pelo sentido da
visão. Luz é uma energia que se propaga, que é levada através de ondas eletromagnéticas e que
é capaz de sensibilizar nossos olhos. Luz é o que se pode ver.

Esta Dica do Professor apresenta o conceito de luz, ondas eletromagnéticas, espectro da luz visível
e como se vê as cores.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/
c4961665679e57bc98adcb7a829b66c7

4 min
[VIDEO TRANSCRIPT] C.5 O QUE É LUZ?

A luz é uma energia que se propaga: é


levada através de ondas
eletromagnéticas, capaz de
sensibilizar nossos olhos, é o que
conseguimos ver.
Quais são as luzes que conseguimos
enxergar? - Existe uma faixa de
vibração que o nosso olho consegue
enxergar, podemos chamá-la de
frequência de onda, energia da onda.
Vemos no espectro de luz visível, que começa na cor violeta e vai até a cor
vermelha.
Pergunta: você está vendo aqui a cor branca? - Não, mas você enxerga o branco
não é? - Acontece que branco não é uma cor. Se eu pegar todas as cores
possíveis de se enxergar e misturar elas, aí obtenho o branco, ou seja,
branca são todas as cores juntas.
E o preto então é ausência de cor. Lembrando aqui que estamos falando de cor
luz, ok?

E falando em cor, como nós vemos as cores?


Se um objeto iluminado com luz branca tem a cor vermelha, isso significa que
ele absorveu todas as cores e está refletindo somente a cor vermelha.
Se um objeto iluminado com luz branca tem a cor azul, isso significa que ele
absorveu todas as outras cores e está refletindo somente a cor azul.
E um objeto preto? - A luz branca está mandando para ele todas as cores e ele
absorve todas elas e não reflete cor nenhuma.
Agora vejamos o seguinte:
Se mudarmos a cor da luz ambiente para vermelha, luz monocromática vermelha.
Agora a luz vermelha bate no quadradinho vermelho, ele não absorve a luz e
reflete vermelho, então o seu olho vai enxergar vermelho.
No mesmo ambiente, entrando somente luz vermelha, a luz vermelha bate no
quadradinho azul e a luz vermelha fica aprisionada nele e ele não vai
refletir nenhuma luz para o seu olho, pois um objeto azul só pode refletir
azul, assim o seu olho vai enxergar preto.
No mesmo ambiente, o quadradinho preto, que não reflete cor alguma,
continuará parecendo preto.
_C.5_ Exercícios

1) Conforme visto no estudo sobre formação das cores, se analisarmos um pedaço de tecido de
cor vermelha em uma sala iluminada com luz na cor azul, esse mesmo tecido parecerá:

A) preto.

B) branco.

C) vermelho.

D) azul.

E) amarelo.
2) Ainda sobre o estudo das cores, as folhas de uma árvore, quando iluminadas pela luz do Sol,
mostram-se verdes. Por quê?

A) Porque refletem difusamente a luz verde do espectro solar.

B) Porque absorvem somente a luz verde do espectro solar.

C) Porque refletem difusamente todas as cores do espectro solar, exceto o verde.

D) Porque difratam unicamente a luz verde do espectro solar.

E) Porque a visão humana é mais sensível a essa cor.


3) As antenas de emissoras de rádio emitem ondas eletromagnéticas que se propagam na
atmosfera com a velocidade da luz (3,0.105 km/s) e com frequências que variam de uma
estação para a outra.

Uma rádio específica emite uma onda de frequência 90,5 MHz e comprimento de onda
aproximadamente igual a?

A) 2,8 m.

B) 3,3 m.

C) 4,2 m.

D) 4,9 m.

E) 5,2 m.
4) Levando em conta o estudado até aqui sobre luz e cores, pode-se afirmar que:

A) Ao passar de um meio para o outro, um feixe monocromático de luz muda de cor.

B) O comprimento de onda para uma determinada cor permanece inalterado,


independentemente do meio de propagação.

C) A frequência da luz é diretamente proporcional à sua velocidade de propagação.

D) A luz branca é composta por apenas um comprimento de onda.

E) A radiação ultravioleta possui comprimento de onda maior do que a luz visível.

elm = A opção C do gabarito, apesar estar em conformidade com a equação


v=lambda*f , não está correta, pois a frequência da luz não se altera,
o que varia é a velocidade e o comprimento de onda. Assim faria sentido
em falar que a velocidade de propagação é inversamente proporcional ao
comprimento de onda, mas não se referir à frequência, uma vez que ela
se mantém constante ao passar de um meio para outro.
Obs.: o gabarito menciona "velocidade de frequência", que deve ser
corrigido para "velocidade de propagação".
5) Em 1895, o físico alemão Wilheim Conrad Roentgen descobriu os raios X, que são usados
principalmente na área médica e industrial. Esses raios são:

A) ondas eletromagnéticas de frequências iguais às das ondas infravermelhas.

B) ondas eletromagnéticas de frequências menores do que as das ondas luminosas.

C) ondas eletromagnéticas de frequências maiores do que as das ondas ultravioletas.

D) radiações formadas por elétrons dotados de grandes velocidades.

E) radiações formadas por partículas alfa com grande poder de penetração.


_C.5_ Na prática

As cores exercem diferentes efeitos fisiológicos sobre o organismo humano e tendem, assim, a
produzir vários juízos e sentimentos, de modo que as pessoas, aparentemente, dão certo peso às
cores. A cor, elemento fundamental em qualquer processo de comunicação, merece uma atenção
especial, afinal é um componente com grande influência no dia a dia de uma pessoa, interferindo
em seus sentidos, emoções e intelecto.

Veja, neste Na Prática, algumas considerações sobre possibilidades de misturas de cor e luz.

LUMINÁRIAS QUE UTILIZAM SISTEMAS DE MISTURA DE COR DE LUZ

RGB
A luz do sol contém todas as cores, de modo que a maneira mais fiel para
reproduzir essa luz é por meio de um sistema chamado RGB. Nesse sistema, a
luz é "fragmentada" em três cores: o vermelho (Red), o verde (Green) e o
azul (Blue). É a partir desse sistema que se consegue a reprodução digital
das imagens em aparelhos como televisores, monitores e projetores.

RGBW
Porém, existem limitações em relação à quantidade de cores que esse sistema
reproduz. Por isso, para melhorar a fidelidade de reprodução dessas cores,
foi criado um sistema chamado RGBW. Além das cores tradicionais RGB, é
acrescentada a cor branca, para aumentar a capacidade de reprodução da cor.
Trata-se de um sistema muito utilizado em televisões de ultra definição (4k)
e lâmpadas especiais.

7x Color System
Sistema de cor utilizado nas artes cênicas, em que se faz uso de 7 cores
diferentes para se reproduzir as cores vermelho, laranja, âmbar, verde,
ciano, azul e índigo.

Grow Light Led


Lâmpada especial que emite radiação muito próxima à da luz solar; é
utilizada para cultivo em locais fechados, onde a luz do sol não chega.
_C.5_ Saiba +

Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

TED Global 2012 - Neil Harbisson - Eu escuto as cores


Assista Neil Harbisson, apresentação no TED. Nasceu completamente cego para cores, mas,
atualmente, um dispositivo preso à sua cabeça transforma as cores em frequências audíveis.
https://www.ted.com/talks/neil_harbisson_i_listen_to_color?language=pt-br

10 min

Teoria das cores – guia sobre teoria e harmonia das cores no


Design
Leia, saiba como as cores funcionam e aprenda a usar a teoria das cores e
todo o seu poder a seu favor.
https://chiefofdesign.com.br/teoria-das-cores/

Desenho a cores - técnicas de desenho de projeto para


arquitetos, paisagistas e designers de interiores.
Este é um clássico indispensável para profissionais e alunos que precisam desenvolver e comunicar
ideias com desenhos claros, atraentes e eficientes. Fácil de manusear, com um projeto gráfico que
privilegia o acesso rápido à informação, ensina o desenho de projeto em cores, desde o esboço até
a arte final.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E CRÉDITOS DE IMAGENS
AMBROSE, G.; HARRIS, P. Fundamentos de design criativo. 2. ed. Porto Alegre: Bookman,2012.
BOYCE, P. Human factors in lighting. 2. ed. New York: Taylor & Francis Group, 2003.
CHING, F.; BINGGELI, C. Arquitetura de interiores ilustrada. Porto Alegre: Bookman, 2013.
CUTTLE, C. Lighting design: a percepion-based approach. New York: Routledge, 2015.
DEL-NEGRO, D. Arquitectura em luz. Portugal: Caleidoscópio Edições e Artes Gráficas,2012.
GANSTLAND, R.; HOFMAN, R. Handbook of Lighting Design. ViegBraunschweig/Viesbaden:
ViewegVerlag, 1992.
GONÇALVES, J. C.; VIANNA, N. S. Iluminação e arquitetura. São Paulo: Geros, 2001.
INNNES, M. Iluminação no projeto de interiores. São Paulo: Gustavo Gilli, 2014.
KELLER, M. Fantastic light. 3. ed. Prestel: Munique, 2010.
LAM, W. Perception and lighting as formgiversfor architecture. New York: Van Nostrand
Reinhold, 1992.
LOE, D.; TREGENZA, P. Projeto de Iluminação. Porto Alegre: Bookman, 2015.
NEUMANN, D.; STERN, R. The strucutre of light: Richard Kelly and the illumination of modern
architecture. Yale University Press, 2010.
OSRAM. Iluminação: conceitos e projetos. 2008. Disponível em: http://joinville.ifsc.edu.br/
~luis.nodari/Disciplinas/IEI/Luminot%C3%A9cnica/Manual%20de%20Luminot%C3%A9cnica%20Osram/
Manual_Luminotecnico_-_parte_01.pdf Acesso em: 25 set. 2018.
PEDROSA, I. Da cor a cor inexistente. Rio de Janeiro: Léo Christinao Editorial, 1982.
PRÄKEL, D. Iluminação. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2015.
Banco de imagens Shutterstock.
SAGAH, 2018.

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