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MAI)
1.1 - Princípios fundamentais
1.2 - Vetores de Força – análise bidimensional
2.1 - Vetores de força – análise tridimensional
2.2 - Momento de inércia
3.1 - Torque
3.2 - Equilíbrio e estabilidade
4.1 - Análise bidimensional do equilíbrio de corpo rígido
4.2 - Análise tridimensional do equilíbrio de corpo rígido
Princípios fundamentais
–1.1–
Apresentação
A estática é uma das subdivisões da mecânica dos corpos rígidos, a qual se dedica ao estudo dos
corpos em repouso, ou seja, nas situações de equilíbrio que eles mantêm, mesmo quando
submetidos à ação de forças externas. Ela tem por base a física Newtoniana e, para que seja
possível analisar as situações de equilíbrio, algumas simplificações são aplicadas como, por
exemplo, a de que todos os corpos são considerados completamente rígidos. A partir dos
princípios fundamentais da estática, a engenharia pode responder a perguntas como: Essa viga
suporta o peso do telhado? Que espessura de madeira devo utilizar? Quantas ripas de sustentação
serão necessárias?
Nesta Unidade de Aprendizagem, você irá estudar os princípios fundamentais da estática, suas
grandezas, unidades, idealizações e as leis que a regem.
Bons estudos.
• Converter unidades para o Sistema Internacional de Unidades (SI), com base no padrão de
cálculos estabelecido.
–1.1– Desafio
Com o advento da tecnologia, o mercado automotivo vem crescendo e conquistando cada vez mais
o público com as suas inovações. A cada ano novas tecnologias são inseridas pensando na
segurança, no design e, inclusive, no conforto dos passageiros. Os novos modelos de carros já
contam com GPS, comandos de voz, DVD, e toda espécie de conectividade que você possa
imaginar. Entretanto, os consumidores não abrem mão de conhecer o básico sobre os novos
lançamentos: consumo, aceleração e potência.
Observe, na imagem a seguir, a ficha técnica de quatro modelos de automóveis em relação ao seu
desempenho:
Com base nos dados fornecidos nas fichas técnicas, elabore uma tabela com os valores das
acelerações em ordem decrescente, evidenciando qual seria a melhor escolha para compra com
base nesse quesito.
elm = Acelerações em km/h/s : Citroen C4 (100/9,1) ; Fiesta (100/9,2) ; VW Gol (100/12,3) ; VW Up (100/14,9).
Padrão de resposta esperado
–1.1– Infográfico
O Sistema Internacional de Unidades (SI) foi criado em 1960, na 11.ª Conferência Geral de Pesos e
Medidas (CGPM), com a finalidade de padronizar as unidades de medida das inúmeras grandezas
existentes a fim de facilitar a sua utilização e torná-las acessíveis a todos. O sistema internacional
define um grupo de sete grandezas independentes denominadas de grandezas de base. A partir
delas, as demais grandezas são definidas e têm suas unidades de medida estabelecidas. Essas
grandezas definidas a partir das básicas são denominadas grandezas derivadas.
Veja no Infográfico a seguir, quais são essas unidades básicas e derivadas do Sistema Internacional
de Unidades (SI) e conheça os fatores de multiplicação padronizados.
CONVERSÕES DE UNIDADES
As unidades também são expressas em função de prefixos, uma vez que uma grandeza pode ser medida por
unidades diferentes.
Os projetos desenvolvidos pela engenharia, cada vez mais surpreendem a sociedade. O avanço da
tecnologia permite grandes realizações que são postas em prática pelos engenheiros, em um
trabalho conjunto com outros profissionais das demais áreas do conhecimento. Toda essa evolução
tem origem nos cientistas da antiguidade, visionários para época em que viveram, com certeza
nunca imaginaram as maravilhas que nasceriam de suas idealizações. Muitos dos princípios por eles
apontados permanecem nas bases tecnológicas do século XXI e garantem o sucesso das novas
invenções. Conhecê-los constitui o primeiro passo na construção de uma carreira sólida e bem
fundamentada.
Para saber mais, acompanhe a leitura do capítulo Princípios Fundamentais, da obra Estática, que
serve como base teórica desta Unidade de Aprendizagem.
Boa leitura.
SUMÁRIO
Princípios fundamentais ......................................................................... 11
Beatriz Alice Weyne Kullmann de Souza
Grandezas e idealizações da Mecânica ........................................................................................ 11
Leis de Newton ............................................................................................................................................ 17
Conversão de unidades e resolução de problemas............................................................. 26
Introdução
A Estática é uma das subdivisões da Mecânica dos Corpos Rígidos, que
se dedica ao estudo dos corpos em repouso, ou seja, das situações em
que mantêm equilíbrio, mesmo quando submetidos à ação de forças
externas. A Estática tem por base a Física Newtoniana, e, para que seja
possível analisar as situações de equilíbrio, algumas simplificações são
aplicadas; por exemplo, todos os corpos são considerados completamente
rígidos. A partir dos princípios fundamentais da Estática, a Engenharia
pode responder a perguntas como: essa viga suporta o peso do telhado?
Que espessura de madeira utilizar? Quantas ripas de sustentação serão
necessárias?
Neste capítulo, você será apresentado aos princípios fundamentais
da Estática: suas grandezas, unidades e idealizações, bem como as leis
que a regem.
Imagine a seguinte cena: uma pessoa no meio de uma praça recebe uma mensagem
no celular dizendo “caminhe 20m, estou esperando aqui”. Agora, imagine a sequência:
a pessoa que recebeu a mensagem, com cara de dúvida, pensa “20m para onde?
A informação ‘20m’ não é suficiente para informar corretamente a posição do amigo
que vim encontrar”.
O valor numérico e a unidade não são suficientes para se compreender essa infor-
mação. Trata-se de uma grandeza vetorial, que precisa de complemento.
20m
O espaço, que é uma grandeza vetorial, depende do referencial. Como está associado
à posição, dependendo de onde está o observador, sua descrição pode mudar.
Vamos supor que você precise analisar o movimento do veículo da imagem ao longo
da estrada. Essa estrada possui 120km de extensão, já o veículo tem, aproximadamente,
5m. Nesse caso, como a dimensão do objeto é muito menor que a extensão da estrada,
ele pode ser considerado um ponto material.
Fonte: Viktoriia1208/Shutterstock.com.
Agora, se esse mesmo veículo está estacionado em uma garagem de 7m2, suas
dimensões são relevantes, então ele deverá ser considerado um corpo rígido.
Fonte: tele52/Shutterstock.com.
Leis de Newton
Para descrever o movimento dos corpos, Newton formula três princípios
que passaram a ser denominados de Leis de Newton. Você pode achar es-
tranho que, em Princípios Fundamentais de Estática, se aborde leis relativas
ao movimento, uma vez que a Estática está relacionada, justamente, com a
ausência de movimento. Entretanto, quando o cientista propôs os três princípios
conhecidos como Leis de Newton, deixou claro que “estar parado” nada mais
é do que uma particularidade do movimento, no qual a velocidade do objeto
é nula. Dessa forma, as três Leis de Newton, também se aplicam à Estática.
Vamos conhecê-las.
FR = 0 ↔ v = cte
De todas as três Leis de Newton, talvez, a segunda nos seja a mais familiar.
Com base em nossa intuição, podemos entendê-la sem maiores dificuldades.
Observe as Figuras 5 a 8.
E
M
P
P U
U
R X
R
A
A
R R
Fonte: FoxyImage/Shutterstock.com.
Determinar quem vai ganhar no cabo-de-guerra pode não ser tão simples assim.
Tudo vai depender da força resultante sobre a corda: se a mulher puxar com mais
força do que as crianças, a corda se deslocará para a direita e ela vence; entretanto,
se a soma das forças de cada criança for maior do que a força da mulher, a corda se
deslocará para a esquerda e as crianças vencem!
Na física, em geral, são feitas algumas simplificações quando se analisa uma situação.
Por exemplo, para analisar o movimento de um carro em deslocamento por uma
estrada, desprezamos o atrito dos pneus com o asfalto e a resistência do ar. Entretanto,
em alguns casos, precisamos levar em consideração todas as forças que atuam no
sistema. Para isso, utilizamos o termo resultante para designar a ação de um conjunto
de forças. Para determinar essa ação, procedemos da seguinte maneira:
Princípios fundamentais 13
F1 = 18N F2 = 10N
F3 = 8N F4 = 13N
Cuidado: o sinal apenas indica o sentido da força resultante, ou seja, nesse caso
o esboço do sistema equivalente. Depois de determinada, a força resultante será:
FR = 13N
Essa Lei se refere à interação entre os objetos. Quando uma força externa é
aplicada sobre um objeto, esse reage aplicando uma força de mesma intensidade
e mesma direção, porém em sentido oposto. Cabe lembrar que no princípio
da ação e reação as forças ocorrem simultaneamente e aos pares. As Figuras
9 a 11 ilustram esses pares.
14 Princípios fundamentais
Figura 9. Tênis. Ação: a raquete empurra a bola. Reação: a bola empurra a raquete.
Fonte: sirtravelalot/Shutterstock.com.
Figura 10. Remo. Ação: o remo empurra a água. Reação: a água empurra o remo.
Fonte: Popartic/Shutterstock.com.
Princípios fundamentais 15
Figura 11. Caminhada. Ação: o pé empurra o chão. Reação: o chão empurra o pé.
Fonte: Creaturart Images/Shutterstock.com.
Como identificar, no par ação e reação, que força corresponde à ação e que
força corresponde à reação?
Essa diferença é pontuada pelo sinal (+) ou (-) que se inclui nas equações dos pares.
Esse sinal indica o sentido da força. Quando a força F representa a ação, na fórmula,
ela é designada por +F ou apenas F. Por outro lado, se a força F representa a reação,
na fórmula, passa a ser designada por - F. Assim, para o exemplo anterior, teremos:
9 Raquete: F Bola: -F
10 Remo: F Água: -F
11 Pé: F Chão: -F
Onde:
m1 e m2 correspondem às massas dos corpos;
d é a distância entre eles
G corresponde à constante gravitacional.
No SI, G = 6,67 x 10 -11 N.m2/kg2.
kgf N 9,807
Tempo H s 3.600
Min s 60
mmHg Pa 133,3
Sobre uma caixa de ferramentas, que está em repouso em cima de uma bancada, é
aplicada uma força de 5N, perpendicular à face lateral da caixa, para esquerda. Sabendo
que a caixa tem massa de 5.000g, determine a aceleração e o sentido do movimento
que ela passa a descrever. Despreze o atrito entre a caixa e a superfície.
Fonte: Stock_VectorSale/Shutterstock.com.
F = 5N
m = 5.000g
a=?
No SI: F em N (confere)
m em kg (preciso converter)
a em m/s2
Para converter a massa, faça uma regra de três simples:
1 kg – 1.000g
X – 5.000g
5000g ∙ 1kg
x= = 5kg
1000g
Agora, com a massa de 5kg, você pode encontrar a aceleração usando a 2ª Lei de
Newton:
F=m∙a
5N = 5kg ∙ a
m
5kg ∙ 2
s m
a= =5 2
5kg s
1km = 1000m
x = 10668m
1m/s = 3,6km/h
247,2 m/s = x
Resposta: agora sim, você conseguiu visualizar a situação! O avião estava a uma
altura de 10,7km do solo, voando a uma velocidade de 890km/h, quando apresentou
problemas.
Confira a resolução:
No SI, a pressão deve ser expressa em Pascal (Pa), pela tabela de conversão apre-
sentada. Para transformar de bar para Pascal, multiplica-se por 100.000. Entretanto, o
enunciado apresenta os valores em mb; logo, você precisa converter para bar antes
de passar para Pascal. Para isso, lembre-se: mili = 10 -3 = 1/1.000
Assim, teremos:
(Média) 1.013mb = 1013/1.000 = 1,013b que correspondem a 1,013 x 100.000 = 101300 Pa
(Mínima) 970mb = 970/1.000 = 0,97b que corresponde a 0,97 x 100.000 = 97000Pa
(Máxima) 1.050mb = 1.050/1.000= 1,05b que corresponde a 1,05 x 100.000 = 105000Pa
(Tip) 870mb = 870/1.000 = 0,87b que corresponde a 0,87 x 100.000 = 87.000Pa
(Sibéria) 1.083,8mb = 1.083,8/1.000 = 1,084b que corresponde a 1,084 x 100.000 =
108.400Pa
Fonte: JrCasas/Shutterstock.com.
A figura ilustra um cabo-de-guerra, no qual estão sendo aplicadas quatro forças, da
esquerda para a direita: 5N. 3N, 10N e 19N. Considere que a corda tem massa de 300g.
Determine a força resultante sobre ela e calcule a aceleração do sistema.
Confira a resolução:
Vou considerar forças para esquerda como negativas; logo, a força para direita será
positiva.
Força resultante:
F = 1N
300g ∙ 1kg
m= = 0,3kg
1000g
Princípios fundamentais 21
F=m.a
1N = 0,3kg . a
a = 3,33 m/s2
Resposta: a força resultante será de 1N para direita e a aceleração será de 3,33 m/s2.
https://goo.gl/VYFaPh
https://youtu.be/k8TFGqfcmhI 17min
BEER, F. P. et al. Mecânica vetorial para engenheiros: estática. 9. ed. Porto Alegre: AMGH,
2012.
FITAS, A J. S. Os Principia de Newton, alguns comentários: primeira parte, a Axiomática.
Vértice , n. 72, p. 61-68, 1996. Disponível em: <http://home.uevora.pt/~afitas/Principia.
pdf>. Acesso em: 28 jan. 2018.
Leituras recomendadas
BRASIL. Agência Nacional de Aviação Civil. Turbulência. 2017. Disponível em: <http://
www.anac.gov.br/assuntos/setor-regulado/profissionais-da-aviacao-civil/meteoro-
logia-aeronautica/condicoes-meteorologicas-adversas-para-o-voo/turbulencia>.
Acesso em: 28 jan. 2018.
HALLIDAY, D.; RESNICK, R. Física. 4. ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos
Editora S/A, 1984.
5 min
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
–1.1– Exercícios
1) Uma pessoa, interessada em construir um móvel para sua sala, busca na Internet alguns
tutoriais de DIY (faça você mesmo). Em um deles, ela encontra exatamente o que estava
procurando, mas o vídeo é de um inglês, e ele menciona uma placa de MDF de 0,5 polegada
e outra de 0,8 polegada. No Brasil, em geral, nos referimos às placas de MDF em milímetros.
Que espessura aproximada de MDF ela deve procurar, uma vez que pretende comprar aqui?
C) 12,7 mm e 20 mm.
E) 2 mm e 3 mm.
2) Uma aeronave que viaja acima de 20.000 pés está sujeita a enfrentar uma zona de
“turbulência de céu claro”, fenômeno ocasionado por variações bruscas nas correntes de
vento. Acima de que altura, em km, ocorre esse fenômeno?
A) 11,11 e 16,66.
B) 143,9 e 215,9.
C) 111,1 e 166,6.
D) 1,111 e 1,666.
E) 1111 e 1666.
4) Em 1643, Toriccelli inventou o barômetro, equipamento que mede a pressão atmosférica
com base no comprimento de uma coluna de Mercúrio. Por isso, uma das unidades utilizadas
para medir a pressão atmosférica é o mmHg. Quanto vale, em mmHg, a pressão média da
Terra que, no SI, é dada por 101300Pa?
A) 101,3 mmHg.
B) 7,59 mmHg.
C) 133,3 mmHg.
D) 13503290 mmHg.
E) 759,94 mmHg.
5) Um corpo de massa m= 2 x 10^3 g sofre a ação de uma força externa e passa a se mover
com aceleração de 1,3 m/s^2. Nessas condições, podemos concluir que a intensidade da
força que agiu sobre ele foi de:
A) 2600 N.
B) 1538,5 N.
C) 3,3 N.
D) 2,6 N.
E) 0,7 N.
–1.1– Na prática
Uma das grandes dificuldades em física são os cálculos. Em geral, grande parte das pessoas erra
questões porque, apesar de ter aplicado a fórmula correta, de ter feito as operações matemáticas
adequadas, esqueceu de converter as unidades para o SI. Muitas vezes, decepcionados, podem até
pensar: “Mas eu só errei a unidade e acertei o resto! Grande coisa, que diferença isso faz?”
Acontece que, na prática, esse "simples" erro pode gerar um grande estrago.
Em 11 de dezembro de 1998, foi lançado o Orbitador Climático de Marte (MCO), uma sonda espacial projetada
pela NASA para estudar o clima de Marte.
A intenção era estudar como a água e o dióxido de carbono são processados e interagem com a atmosfera do
planeta, para montar um panorama evolutivo e buscar pistas de como será sua evolução futura.
Entretanto, um descuido da equipe que efetuou os cálculos de aterrissagem do MCO acarretou danos
irremediáveis. Os sistemas operacionais da sonda foram projetados para trabalhar no sistema métrico, mas a
equipe efetuou os cálculos no sistema inglês.
A altitude de inserção na órbita de Marte deveria ser de 140 km a 150 km, porém a sonda penetrou na atmosfera
do planeta a 57 km da superfície e, devido ao atrito, foi completamente destruída, acarretando em um prejuízo de
mais de 325 milhões de dólares.
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
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Acompanhe por meio do vídeo Conversão de Unidades e o
Sistema Internacional, explicações em relação à conversão de
unidades e utilização dos prefixos aceitos pelo sistema
internacional.
https://youtu.be/GwUe5SEq8zI
17 min
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AGUIAR, G. Teste: Ford Fiesta 1.0 Turbo Ecoboost. 2016. Disponível em:
http://revistaautoesporte.globo.com/Analises/noticia/2016/06/teste-ford-fiesta-10-turbo-
ecoboost.html. Acesso em: 22 fev. 2018.
OLIVEIRA, R. Citroen C4 Lounge 2018: versões, motor, detalhes, preços, ficha técnica.
Disponível em: https://www.noticiasautomotivas.com.br/citroen-c4-lounge-2018-versoes-motor-
detalhes-precos-ficha-tecnica/. Acesso em: 22 fev. 2018.
SAGAH, 2018.
MECÂNICA DOS SÓLIDOS - D (2023.MAI)
1.1 - Princípios fundamentais
1.2 - Vetores de Força – análise bidimensional
2.1 - Vetores de força – análise tridimensional
2.2 - Momento de inércia
3.1 - Torque
3.2 - Equilíbrio e estabilidade
4.1 - Análise bidimensional do equilíbrio de corpo rígido
4.2 - Análise tridimensional do equilíbrio de corpo rígido
_1.2_
Apresentação
Seja bem-vindo!
A análise de situações reais, mesmo considerando algumas idealizações que facilitam o estudo, é
um processo bastante complexo. Quando você estuda um objeto em movimento, considerando um
ponto fixo em sua superfície, a cada instante esse ponto se encontra em uma determinada posição.
Já quando você pretende analisar um objeto que está em repouso, as forças que atuam sobre ele
podem variar com o tempo, por exemplo, devido às deformações do material. Por isso, em ambos
os casos, torna-se interessante você representar a atuação das forças em cada momento específico,
explicitando sua direção, seu sentido e, também, sua intensidade.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você irá estudar a ferramenta matemática que lhe permite
representar as forças graficamente e realizar operações com elas em duas dimensões: os vetores.
Bons estudos.
A cultura do fast food que tomou conta do século XX, deixou heranças desastrosas para as novas
gerações: aumento da obesidade, doenças como hipertensão infantil e altos índices de enfarto em
pessoas jovens. Felizmente, frente a isso, surge, no século XXI, uma consciência em relação aos
hábitos saudáveis de vida, que possibilitam o bem-estar, aumentando a expectativa de vida, não
apenas em anos, mas em qualidade.
Além de procurar manter uma alimentação saudável, as pessoas se conscientizaram dos benefícios
da prática de atividades físicas regularmente. Com isso, cresce cada vez mais o número de
academias espalhadas pelas cidades, cuja prática é bastante comum para trabalhar diversos
músculos superiores, como pode ser observado na imagem a seguir:
Supondo que as hastes formam um ângulo de 90° entre si e que a força resultante é de 150 N,
apresente um gráfico ilustrando as componentes x e y, bem como a direção dessa força
resultante, descritas em coordenadas cartesianas. Para facilitar, posicione o sistema de eixos sobre
as hastes, de forma que a haste da mão esquerda corresponda ao eixo y positivo.
|y
| / 150 N
| /
| /
|——————x (elm)
_1.2_ Infográfico
COMPREENDENDO VETORES
Vetores são representações matemáticas que abrangem uma intensidade, uma direção e um sentido. Por isso, para
adicioná-los, não basta somar suas intensidades como se faz com escalares. A adição de vetores resulta em outro
vetor, com intensidade, direção e sentido próprio. Para adicionar vetores de mesma direção, você pode seguir o
padrão ponta-a-cauda. Já para vetores de direções quaisquer, aplicamos a regra do paralelogramo ou do triângulo
Padrão ponta-a-cauda
Coordenadas cartesianas:
_1.2_ Conteúdo do livro
A engenharia, por se tratar de uma física aplicada ao cotidiano, desenvolveu métodos próprios para
a resolução de problemas. Por isso, é muito importante o engenheiro conhecer as ferramentas que
vão lhe auxiliar na análise das situações reais do cotidiano. Uma das principais ferramentas
matemáticas para a sua profissão são os vetores. Com eles você pode esboçar graficamente as
forças que atuam em um objeto, avaliando a intensidade, a direção e o sentido das forças que sua
estrutura deverá ser capaz de suportar. Assim, o dimensionamento e a escolha dos materiais a
serem utilizados serão feitos com segurança.
Para saber mais, acompanhe a leitura do capítulo Vetores de força: análise bidimensional, da obra
Estática, que serve como base teórica desta Unidade de Aprendizagem.
Boa leitura.
SUMÁRIO
Princípios fundamentais ......................................................................... 11
Beatriz Alice Weyne Kullmann de Souza
Grandezas e idealizações da Mecânica ........................................................................................ 11
Leis de Newton ............................................................................................................................................ 17
Conversão de unidades e resolução de problemas ............................................................. 26
Introdução
A análise de situações reais, mesmo considerando algumas idealizações
que facilitam o estudo, é um processo bastante complexo. Quando você
estuda um objeto em movimento, considerando um ponto fixo em sua
superfície, a cada instante esse ponto se encontra em uma determinada
posição. Já quando você pretende analisar um objeto que está em re-
pouso, as forças que atuam sobre ele podem variar com o tempo, por
exemplo, devido a deformações do material. Por isso, em ambos os casos,
torna-se interessante poder representar a atuação das forças em cada
momento específico, explicitando sua direção, seu sentido e, também,
sua intensidade.
Neste capítulo, você vai estudar a ferramenta matemática que lhe
permite representar as forças graficamente e realizar operações com elas
em duas dimensões: os vetores.
2 Vetores de força: análise bidimensional
Representação
Componente Representação gráfica matemática
F1 F2
Quando trabalhamos com vetores, o sinal (+) e o sinal (–) na frente dos valores numéricos
indicam o sentido da grandeza. Se você precisa representar, na mesma figura, duas
grandezas contrárias, vai desenhar flechas com sentidos opostos (Figura 2). Por outro
lado, se você precisa representar matematicamente essas duas grandezas, uma delas
será representada com sinal positivo e, a outra, com sinal negativo. Assim, depois de
resolvida a equação, o sinal do resultado também representará o sentido da grandeza
resultante. Por exemplo, a força resultante na horizontal da Figura 2 seria calculada
da seguinte maneira:
FR = F1 + F2
FR = – 15 + 7 = – 8N ou seja, 8N para esquerda
Vetores de força: análise bidimensional 5
Figura 5. O vetor, que representa a tensão no cabo, é deslizante, pois pode ser representado
ao longo da sua linha de ação.
Fonte: adaptada de superjoseph/Shutterstock.com.
Vetores de força: análise bidimensional 7
10 20 10 + 20 = 30
– 10 – 20 – 10 – 20 = – 30
– 10 20 – 10 + 20 = 10
Você já refletiu sobre como isso pode ajudar a resolver exercícios? Vamos
analisar as situações a seguir e a Figura 7.
Vetores de força: análise bidimensional 9
FR = ∑F
FR = F1 + F2
A resultante do sistema deverá ser nula, uma vez que ele permanece
parado: F1 + F2 = 0.
+ F1 + (– F2) = 0
F1 – F2 = 0
10 Vetores de força: análise bidimensional
A resultante é uma força para a esquerda que gera uma aceleração pro-
porcional à massa do bloco (Lei de Newton). Então, você pode escrever:
F1 – F2 = m · a
5N – 8N = 50 kg · a
– 3N = 50kg · a
– 3N
a= = – 0,06m/s2
50kg
Mas o que significa esse sinal? O sinal indica que a aceleração é para a
esquerda.
Figura 8. Paralelogramo.
Fonte: adaptada de Beer et al. (2012, p. 20).
Veja que, para obter o vetor força resultante P + Q + S da Figura 11, você também
poderia ter aplicado a regra do triângulo para adicionar os vetores P e Q, obtendo o
vetor força resultante P + Q e, a esse vetor, adicionar o vetor S (Figura 12):
A regra do triângulo é sempre aplicada para adicionar dois vetores de maneira que
formem um triângulo. Ela pode ser aplicada sucessivamente até termos adicionado
todos os vetores desejados.
Vetores de força: análise bidimensional 15
Quando você soma o vetor P com o vetor Q (a), ou o vetor Q com o vetor
P (b), obtém como resultante o vetor força P + Q. Ou seja, a soma de vetores
é comutativa, por isso podemos escrever:
P+Q=Q+P
P+Q
(P + Q) +S
Q+S
(Q + S) + P
P + Q + S = (P + Q) + S = P + (Q + S)
16 Vetores de força: análise bidimensional
3. Além disso, você pode multiplicar um vetor força por um escalar (nú-
mero). Como consequência, você obterá uma vetor força de mesma
direção, com módulo proporcional ao escalar e sentido designado pelo
sinal do escalar. Observe:
Na Figura 15, duas forças representadas pelos vetores P e Q atuam sobre o parafuso A.
Determine o vetor força resultante.
No triângulo BCD:
CD = Q sen25° = 60N sen25° = 25,36N
BD = Q cos25° = 60N sen25° = 54,38N
Vetores de força: análise bidimensional 19
No triângulo ADC:
CD 25,36
tan A = = = 0,268 então A = tan–1 0,268 = 15°
AD 94,38
CD 25,36 25,36 25,36
sin A = = então R = = = 97,53N
R R sin 15 0,26
Resposta: a força resultante sobre o parafuso tem intensidade de 97,53N e direção 35°.
Na origem do vetor soma (R), trace duas retas perpendiculares entre si,
montando um sistema de eixos; por convenção, costuma-se designá-los
por x e y. A direção do vetor R será descrita pelo ângulo α.
Em seguida, partindo da extremidade do vetor soma, trace retas pon-
tilhadas perpendiculares aos eixos desenhados até encontrá-los; por
convenção, essas projeções são denominadas componentes do vetor
e são designadas por componente x (R x) e componente y (Ry) do vetor
em questão. Observe a imagem a seguir:
Ry R
Rx x
20 Vetores de força: análise bidimensional
R x = R cos α e Ry = R sen α
Por convenção, a medida do ângulo α sempre é feita partindo do eixo x positivo. Dessa
forma, se uma força tem sua componente x para o lado negativo no eixo, seu ângulo
será maior que 90°. Nesse caso, costuma-se utilizar o ângulo suplementar β e considerar
o sinal negativo no módulo de F da componente que está no lado negativo do eixo,
isso facilita os cálculos. Observe a imagem a seguir:
F Fy
β α
Fx
α > 90°
β = 180 – α
β < 90°
Neste caso:
Fx = – F cos β
Fy = F sen β
Essa relação pode ser aplicada às forças que atuam em um objeto retratado
em uma situação real. A decomposição das forças em suas components x e y
simplifica os cálculos, pois você poderá efetuar as somas algébricas das com-
ponentes em x e em y para, depois, determinar o vetor resultante do sistema,
utilizando o Teorema de Pitágoras.
Vetores de força: análise bidimensional 21
Observe a Figura 19, que traz um esboço que representa três forças que atuam sobre
um objeto. Vamos determinar a força resultante através de suas componentes x e y:
Assim, teremos:
R = √Rx2 + Ry2
Na direção:
R
α = tan–1 Ry
x
4,7
α = tan–1 = tan–1 23,5
0,2
α = 87,5°
Vetores de força: análise bidimensional 23
F = Fxi + Fyj
Na Figura 22, a pessoa está puxando a corda com uma força de 300N. Determine as
componentes x e y da força, bem como sua direção e represente o vetor resultante
em notação cartesiana.
Com base na Figura 22(a), pode-se representar graficamente a situação como de-
monstrado na Figura 22(b). Pelo esboço (b), teremos:
Fx = 300 cos α
Fy = – 300 sen α
Então:
BEER, F. P. et al. Mecânica vetorial para engenheiros: estática. 9. ed. Porto Alegre: AMGH,
2012.
VETORES de força. [201-?]. Disponível em: <http://www.eletrica.ufpr.br/ufpr2/profes-
sor/49/TE224/Aula%202%20Vetores.pdf>. Acesso em: 15 fev. 2018.
Leitura recomendada
VESTIBULAR1. Física, cinemática, vetores: exercício específico de física, cinemática,
vetores. 2000. Disponível em: <http://www.vestibular1.com.br/simulados/simulados-
-por-exercicios/exercicio-de-fisica/fisica-cinematica-vetores/>. Acesso em: 15 fev. 2018.
Ao trabalhar com vetores, é sempre interessante se ter uma régua, um esquadro e um transferidor
em mãos, pois uma vez que os desenhos sejam feitos em escala, você poderá medir as retas e
ângulos para obter ou conferir suas respostas em um exercício que exija calcular o módulo e a
direção da resultante de maneira gráfica.
Acompanhe o vídeo a seguir e veja a resolução de dois exercícios, um com gráfico e outro com
álgebra vetorial.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/
embed/
cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/80656238a8
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3 min
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_1.2_ Exercícios
1) Em um suporte tipo gancho, pendurado no teto de uma casa, atuam as forças F1 = 75 N e F2 = 125
N. Fazendo, respectivamente, ângulos de 20° e 35° com a vertical. A força resultante sobre ele é de
aproximadamente:
A) 178,9 N.
B) 102 N.
C) 45 N.
D) 2123 N.
E) 15 N.
2) Determine a força resultante sobre um bloco de concreto que está sendo puxado para a
esquerda por uma força horizontal de 7 N, e para a direita com uma força horizontal de 12 N.
A) 19 N para a esquerda.
B) 5 N para a esquerda.
C) 19 N para a direita.
D) 5 N para a direita.
E) Nula.
3) O vetor força resultante que se obtém ao adicionar os vetores A = 12i + 5j, B = 15i – 12j e C
= - 22i + 15j, corresponde ao vetor R representado na alternativa:
A) R = 49i + 32j.
B) R = 5i + 8j.
C) R = 5i - 2j.
D) R = - 49i - 32j.
E) R = 8i + 5j.
4) Considere o esquema de forças que atuam em um objeto conforme ilustrado na figura. Sabendo
que F1 = 40N, F2 = 30N e F3 = 20N, a força resultante que atua no objeto tem módulo e direção
respectivamente de:
A) 25,7 N e166,5°.
B) 55 N e 60°.
C) 46 N e 4°.
D) 25 N e 76,5°.
E) 45,5 N e 30°.
Para determinar a força resultante, você pode decompor a força e efetuar a soma algébrica
nas direções x e y.
1
cos 60° 30. 15
2
√3
sen 60° 30. 26
2
15 40 25
26 20 6
25 6 25,7
6
cos 0,233
25,7
E,
arccos 0,233 76,5°
Logo,
90° 76,5° 166,5°
5) Um homem puxa a corda da figura com uma força de 200 N, ele está a 10 m do prédio e a uma
distância vertical de -5 m do suporte da corda. Nessas condições, as componentes x e y da força
aplicada pelo homem são, respectivamente:
A) (198N)i e (1,6N)j.
B) (198N)i e (0,02N)j.
C) (88N)i e (178N)j.
D) (11,2N)i e (125N)j.
E) (179N)i e (90N)j.
_1.2_ Na prática
O cálculo das forças resultantes que atuam sobre um objeto, a Segunda Lei de Newton e todas as
operações com vetores, são peças fundamentais, capazes de garantir a segurança das obras de
engenharia que invadem nossas vidas.
Um dos maiores cartões postais brasileiros é o bondinho do Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro,
inaugurado em 1912. O teleférico foi idealizado pelo engenheiro Augusto Ferreira Ramos, com
intuito de facilitar o acesso ao cume do morro, inspirado pela evolução técnica da engenharia na
época. No início, o bondinho só fazia o trecho da Praia Vermelha ao Morro da Urca e seus carrinhos
tinham capacidade para transportar 22 pessoas. Devido ao sucesso do empreendimento, em janeiro
de 1913, o passeio já se estendia até o Pão de Açúcar.
No início da década de 1950, um dos cabos de sustentação do bondinho se rompeu, pois o material
importado da Alemanha, de fabricação inglesa, não resistiu à tensão devido ao peso de transportar
os passageiros. Felizmente, nesse caso, não houve mortes, mas a situação de pânico tomou conta
da população na época. O acidente foi retratado no jornal Imprensa Popular, do dia 22 de fevereiro
de 1951.
Veja na imagem a seguir, de que modo esse acidente reforça a relevância de se levar em conta as
forças resultantes no dimensionamento e na escolha dos materiais a serem empregados nessas
obras.
Conhecendo as trações às quais o cabo estaria submetido, com as relações da resistência dos materiais, levando
em consideração o desgaste natural do material, o acidente poderia ter sido evitado, pois teria sido utilizado um
cabo que suportasse as trações determinadas.
_1.2_ Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Decomposição de forças
Veja como determinar uma força resultante a partir da decomposição de outras forças, no eixo x e
y do plano cartesiano. Assim como o ângulo em relação ao eixo x positivo da força resultante.
https://youtu.be/4bkh6RpnHeA
10 min
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Regra do Paralelogramo
Acompanhe neste vídeo de que forma é possível resolver um exercício contendo conceitos básicos
como Regra do Paralelogramo, Lei dos Senos e Lei dos Cossenos.
https://youtu.be/yw2RMyZkfaQ
5 min
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Exercícios de fixação
Teste seus conhecimentos por meio desta lista de exercícios sobre Decomposição de Forças.
http://200.17.101.9/wiki/images/a/a8/Decomposi%
C3%A7%C3%A3o_de_for%C3%A7as.pdf
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MECÂNICA DOS SÓLIDOS - D (2023.MAI)
1.1 - Princípios fundamentais
1.2 - Vetores de Força – análise bidimensional
2.1 - Vetores de força – análise tridimensional
2.2 - Momento de inércia
3.1 - Torque
3.2 - Equilíbrio e estabilidade
4.1 - Análise bidimensional do equilíbrio de corpo rígido
4.2 - Análise tridimensional do equilíbrio de corpo rígido
_2.1_
Apresentação
Seja bem-vindo!
A análise tridimensional permite ao engenheiro uma aproximação mais realista das situações a
serem estudadas, pois está embasada em um sistema de referência espacial. Na prática, as forças
que atuam sobre um objeto não se restringem ao plano, tendo componentes nas três dimensões do
espaço. Nesse sentido, as operações vetoriais constituem excelentes ferramentas para lhe auxiliar
no processo de análise.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você irá estudar como aplicar os vetores na determinação de
forças resultantes em três dimensões.
Bons estudos.
Seu primo, estudante do 3.º ano do ensino médio, está participando de uma gincana de profissões
na escola. Três engenheiros foram falar sobre a profissão e, como tarefa da gincana, lançaram um
desafio para a turma: quem conseguisse resolver o exercício que estava no envelope e, no dia
seguinte, resolvesse um exercício semelhante em sala de aula, iria ganhar um dia de visita à
empresa de engenharia onde eles trabalham, podendo vivenciar a profissão na prática.
Imediatamente, seu primo lembrou de você e veio lhe pedir ajuda com a resolução do problema
proposto. Como ele está muito entusiasmado em visitar a empresa, você se dispõe a resolver o
exercício e ajudá-lo a resolver o outro em aula, sem a sua ajuda.
Você pede para ver o desafio proposto e seu amigo lhe entrega um envelope que contém:
Ângulos diretores
E o seguinte exercício:
Responda:
(A) Se a origem fosse na âncora B, como seria o vetor
que representaria a tensão no cabo?
(B) Se a origem fosse na âncora B, como seriam os
ângulos que representam a direção do vetor tensão
no cabo?
Sendo assim, para ajudar seu primo, você deve fazer um relatório que apresente:
1. As respostas do exercício.
elm = A mudança da origem do sistema de coordenadas de O para B não altera os valores dos ângulos diretores
da tensão no cabo (haveria alteração se houvesse rotação no sistema de referência - no caso houve só translação).
_2.1_ Infográfico
Trabalhar com forças em três dimensões envolve várias relações matemáticas. As representações
gráficas das forças e de suas componentes auxiliam na visualização dessas relações.
No Infográfico a seguir, você dispõe de uma maneira prática de visualizar essas componentes e
suas relações.
MECÂNICA DOS SÓLIDOS - D (2023.MAI)
Infográfico_Aula 2.1 - Vetores de força – análise tridimensional
Pleito: Corrigir figura.
Justificativa:
_ Ângulos diretores Tx e Ty indicados local errado (ver imagem abaixo e fig. 4 do Conteúdo do livro).
Obs.1: Ao responder, peço que a Mentoria confirme ou não os erros apontados (não responda apenas "será encaminhado ao setor
responsável", por não contribuir para o aprendizado ora em andamento).
Imagem da figura do infográfico:
_2.1_ Conteúdo do livro
A Engenharia tem como objetivo lidar com situações reais, práticas do nosso cotidiano. Para isso,
são utilizadas as leis e fórmulas da Física e da Matemática. Por isso, você precisa saber utilizar essas
ferramentas em três dimensões, uma vez que o cotidiano assim é construído. No início de sua
caminhada, você se deparou com muitas simplificações e idealizações para facilitar a análise das
situações. Agora, você é convidado a se aventurar no universo 3D. Então, vamos começar a
diversão!
Para saber mais, acompanhe a leitura do capítulo Vetores de Força: análise tridimensional, da obra
Estática, que serve como base teórica desta Unidade de Aprendizagem.
Boa leitura.
SUMÁRIO
Princípios fundamentais ......................................................................... 11
Beatriz Alice Weyne Kullmann de Souza
Grandezas e idealizações da Mecânica ........................................................................................ 11
Leis de Newton ............................................................................................................................................ 17
Conversão de unidades e resolução de problemas ............................................................. 26
Forças internas em elementos estruturais 1 •..... . . . ..... . .•.... ....•.. •. ••. . . 215
Eduard o Alcides Peter
Forças internas e suas solicitações ................................................................................................216
Método das seções ................................................................................................................................ 221
Método das seções aplicado ........................................................................................................... 222
Introdução
Neste capítulo, você vai estudar como aplicar os vetores na determinação
de forças resultantes em três dimensões. A análise tridimensional permite
ao engenheiro uma aproximação mais realista das situações a serem
estudadas, pois está embasada em um sistema de referência espacial.
Na prática, as forças que atuam sobre um objeto não se restringem ao
plano, possuem componentes nas três dimensões do espaço. Nesse
sentido, as operações vetoriais constituem excelentes ferramentas para
lhe auxiliar no processo de análise.
x
Figura 1. Representação do vetor no espaço.
Na Figura 1, foram feitas duas representações que podem sofrer alterações, dependendo
da situação em questão:
O vetor foi representado na origem do sistema de eixos, mas, isso não é uma
obrigatoriedade. Entretanto, como vetores são caracterizados por um módulo,
um sentido e uma direção, estes podem ser deslocados para a origem, desde que
sejam respeitadas suas características.
O eixo z foi representado na vertical, mas isso também, em geral, é opcional. Desde
que seja mantida a ortogonalidade entre os eixos, eles podem ser posicionados
da maneira que você julgar mais interessante para sua análise. Na Engenharia, por
exemplo, muitas vezes o eixo y é mantido na vertical.
Vetores de força: análise tridimensional 3
Az
Ay
y
α
Ax
A’
x
Figura 2. Componentes no espaço.
Fonte: adaptada de Vetores... ([201-?]).
4 Vetores de força: análise tridimensional
Então, o vetor A poderá ser escrito como a soma vetorial de seus compo-
nentes: A = Ax + Ay + Az
Se escrevermos o vetor A em componentes cartesianos, A = Axi + Ayj + Az k,
onde (i, j, k) é o vetor unitário associado aos eixos x, y, z, respectivamente,
podemos determinar o módulo de A (Figura 3):
Azk
2 2 2
A A = √Ax + Ay + Az
Az
A
Ayj
y
Axi Ax
A’
Ay
x
Figura 3. Componentes cartesianos.
Fonte: adaptada de Vetores... ([201-?]).
Azk
uA
y
β
α Ayj
y
A xi
x
Figura 4. Vetor no espaço.
Fonte: adaptada de Vetores... ([201-?]).
O vetor A, que está na direção uA, forma o ângulo ∝ com o eixo x, o ângulo
β com o eixo y e o ângulo 𝛾 com o eixo z.
Para determinar a direção do vetor A, partimos das suas projeções sobre
os eixos x, y e z. Os ângulos mencionados estarão sobre os planos que contém
o vetor e o eixo em questão, conforme ilustrado na Figura 5:
z z z
90º
Az
A y A
A
α β 90º
90º y Ay y y
Ax
x x x
Cabe lembrar que existe uma propriedade dos cossenos diretores que é
muito útil para a análise em Engenharia, pois permite determinar a direção
de um vetor A qualquer, com base em apenas dois ângulos:
A = AuA
A = A cos α i + A cos β j + A cos γ k
A = Axi + Ayj + Az k
A
θy F
O
x
ф
C
z
Figura 6. Força resultante no espaço.
Fonte: adaptada de Beer et al. (2012, p. 47).
Fy
A
θy F
O
x
Fh
C
z
Figura 7. Decomposição de F.
Fonte: adaptada de Beer et al. (2012, p. 47).
8 Vetores de força: análise tridimensional
Fy = F cos θy Fh = F sin θy
Fy
Fx
O
ф D x
Fz
Fh
E C
z
Fx = Fh cos FZ = Fh sin
F = √Fx 2 + Fy 2 + Fz 2
y y y
B B B
Fy Fy Fy
A A
F θx A F
O θy F
Fx D x O O
Fx D x Fz D x
Fz
Fz θz Fx
E C
z E C E C
z z
Figura 9. Ângulos de F.
Fonte: adaptada de Beer et al. (2012, p. 48).
Dessa forma, assim como fizemos anteriormente para Fy, (Figura 7), po-
demos escrever as componentes Fx e Fz da força resultante em função desses
ângulos (θx e θz). Teremos:
F = FuF
F = F cos θx i +F cos θy j + F cos θz k
F = Fxi + Fyj + Fz k
10 Vetores de força: análise tridimensional
Produto Escalar
Muitas vezes, na Engenharia, você precisa determinar o ângulo que duas retas formam
entre si, ou, ainda, o componente perpendicular e o componente paralelo de uma
força em relação a um determinado eixo. Existe uma maneira simples de se obter
essas incógnitas, usando uma propriedade da álgebra vetorial: o produto escalar.
Como o próprio nome sugere, o produto escalar resulta em um escalar e é repre-
sentado da seguinte maneira:
Considerando os vetores: A = axi + ayj + azk e B = bxi + byj + bzk
Teremos o produto escalar A · B = axbx + ayby + azbz
Suponha que os vetores A e B, formem entre si o ângulo θ, o produto escalar será:
z z
B(xB , yB , zB)
B
r r (zB – zA)k
rB A
A(xA , yA , zA) (xB – xA)i
rA y y
(yB – yA)j
x x
Pela ilustração, podemos concluir que o vetor de posição rAB é dado por:
rAB = rB – rA
ou, na forma cartesiana:
rAB = (xB – xA)i + (yB – yA)j + (zB – zA)k
F dy = y2 – y1
y
λ dz = z2 – z1 < 0
z
Figura 11. Força e pontos em sua linha de ação.
Fonte: adaptada de Beer et al. (2012, p. 50).
12 Vetores de força: análise tridimensional
E, como o vetor F pode ser obtido multiplicando seu módulo pelo vetor
unitário na direção dada, teremos:
F
F = Fu = (d i + dy j + dzk)
d x
zN
N
d
dz
zM
M
yN N’
yM dy
M’ dx
xM xN
N
d dy d
cos θx = dx cos θy = cos θz = dz
d
80 m 40 m
A
30 m
80 m F
40 m
λ
j A
30 m
i x
k
Você pode ver que os pontos A e B estão sobre a linha de ação da força F. Vamos
considerar o vetor unitário u que representa a direção da força. Cabe lembrar que o
sinal de um componente representa o sentido em relação ao eixo.
Vetores de força: análise tridimensional 15
Assim, você deve considerar que a força F tem componente negativo em relação
ao eixo x, pois aponta no sentido contrário do vetor unitário i e positivo em relação
aos demais eixos.
Então: dx = − 40m dy = +80m dz = +30m
Sendo que o módulo do vetor AB, que determina sua distância total, é:
2500N
F= [(–40m) i + (+80m) j + (+30m) k]
94,3m
Fx –1060
cos θx = = = –0,424
F 2500
Fy 2120
cos θy = = = 0,848
F 2500
F 795
cos θz = z = = 0,318
F 2500
θx = cos–1 –0,424 = 115,1°
C
y TAC = (5.400 N) λAC
B
λAC
2,4 m λAB
j 4,8 m
TAB = (3.780 N) λAB
A
k i 3,3 m
z 4,8 m
x
Com isso, você pode utilizar a relação a seguir para determinar TAB e TAC :
TAB = TABuAB = 3780N (–0,76i + 0,38j + 0,52k)
BEER, F. P. et al. Mecânica vetorial para engenheiros: estática. 9. ed. Porto Alegre: AMGH,
2012.
FINOTTI, G. Mecânica geral I. 2014. Disponível em: <http://www.joinville.ifsc.edu.
br/~rubens.hesse/estatica_dinamica/Mecatronica/apostila1_gilson.pdf>. Acesso
em: 21 mar. 2018.
VETORES de força. [201-?]. Disponível em: <http://www.eletrica.ufpr.br/ufpr2/profes-
sor/49/TE224/Aula%202%20Vetores.pdf>. Acesso em: 15 fev. 2018.
Leitura recomendada
HIBBELER, R. C. Estática: mecânica para engenharia. 12. ed. São Paulo: Pearson Pren-
tice Hall, 2011.
Nas análises de situações reais, é fundamental que o engenheiro saiba representar as coordenadas
graficamente, da mesma forma que é imprescindível que ele saiba interpretar um esboço de
determinada situação a ser analisada. Com certeza são muitos detalhes, e grande parte deles recai
sobre a ferramenta vetor.
Na Dica do Professor a seguir, você verá uma maneira simples e prática de lidar com o sentido de
um vetor representado graficamente.
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47c1aca7bd89c3c32a2
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_2.1_ Exercícios
A) 217 N.
B) 206,6 N.
C) 232,1 N.
D) 40 N.
E) 99 N.
2) Uma força resultante F é designada na forma cartesiana por:
A) 422 N.
B) 622 N.
C) 383,2 N.
D) 483,2 N.
E) 178125 N.
3) O vetor de uma força de intensidade 230 N forma, com os eixos cartesianos x, y e z,
respectivamente, ângulos de 40°, 130° e 90°. Esse vetor está escrito corretamente na forma
cartesiana na alternativa:
O vetor cartesiano e os ângulos diretores que representam a força que atua no ponto C, estão
corretamente representados na alternativa:
Veja a seguir.
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A Torre Eiffel tem 324 m de altura, pesa 9.547 toneladas, das quais 7.300 são de ferro, uma vez que, para montar
sua estrutura, foram necessárias 18.038 peças de material fundido.
As peças, fabricadas na periferia de Paris, foram produzidas com precisão de décimos de milímetros, para que
pudessem ser encaixadas com perfeição e fixadas com 2 milhões e 500 mil rebites.
O design inovador da obra. sustentada por quatro colunas de treliça que se unificam em direção ao topo, foi
idealizado por Eiffel e seus colaboradores, os engenheiros Emile Nouguier e Maurice Koechlin
Para garantir a sustentação da torre, os operários tiveram que trabalhar abaixo do nível da água do Rio Sena, com
auxílio de um sistema de ar comprimido, que lhes permitiu construir pilares subterrâneos de 200 m3 em aço,
preenchidos com concreto.
O maior desafio nessa construção foram as quatro colunas inclinadas de treliça que compõem a base, pois elas
deveriam se encontrar, com perfeição, aos 57 m no primeiro andar da torre. Imagine fazer isso sem guindastes e
outros equipamentos que hoje temos à disposição? Deve ter sido o maior desafio 3D da época.
A estrutura de treliças foi feita de forma que, ao analisar a distribuição de forças em três dimensões, o
monumento é estático, mesmo sobre as mais diversas condições.
Os cálculos de decomposição de forças resultantes precisaram ser extremamente exatos. Além disso, tirar o
projeto do papel para o Champ de Mars, onde foi construída, exigiu várias manobras estratégicas. Por exemplo,
as bases inclinadas tiveram que ser escoradas com estacas de madeira para sustentar as caixas de areia, nas quais
as peças de ferro eram apoiadas
Para conseguir a inclinação correta das colunas, a areia tinha que ser retirada aos poucos e foi necessário utilizar
quatro macacos hidráulicos, um para cada base, para ajustar a altura de cada coluna de treliça.
Por incrível que pareça, não foi necessário serrar nenhuma peça. Todas se encaixaram perfeitamente,
permitindo que as colunas se encontrassem de forma exata no primeiro andar.
Como na época não havia guindaste de grande porte, cerca de 300 operários trabalharam na obra sobre
andaimes de madeira. Apesar do risco, não se tem relato de nenhum acidente fatal.
_2.1_ Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
12 min
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MECÂNICA DOS SÓLIDOS - D (2023.MAI)
1.1 - Princípios fundamentais
1.2 - Vetores de Força – análise bidimensional
2.1 - Vetores de força – análise tridimensional
2.2 - Momento de inércia
3.1 - Torque
3.2 - Equilíbrio e estabilidade
4.1 - Análise bidimensional do equilíbrio de corpo rígido
4.2 - Análise tridimensional do equilíbrio de corpo rígido
Momento de inércia
_2.2_
Apresentação
No estudo do movimento de rotação de um corpo rígido, as características intrínsecas ao corpo e as
características de estado de cada elemento que compõem o sistema são de extrema importância
para a compreensão do movimento. Uma dessas características está relacionada à distribuição de
massa do corpo que vai executar o movimento de rotação. Cada partícula do corpo contribui para
que esse movimento ocorra ou não, e essa contribuição depende diretamente da distância radial de
cada partícula ao eixo de rotação.
A medida dessa contribuição é chamada de momento de inércia. A análise dessa grandeza permite
avaliar a resistência que um corpo oferece à mudança de estado no movimento de rotação. Por
exemplo, quando um atleta de patinação artística executa uma pirueta, ele começa com os braços
abertos e depois encolhe os braços para alterar seu momento de inércia e, com isso, alterar sua
velocidade de giro. O momento de inércia também é muito utilizado em projetos de construção
civil. Ele é um dos parâmetros que o projetista precisa avaliar para manter seu sistema em
equilíbrio, ou seja, analisar a resistência que aquele elemento oferece ao movimento de rotação.
Bons estudos.
O momento de inércia (I) mede a resistência que o corpo oferece à mudança de estado em um
movimento de rotação; ou seja, quanto maior o momento de inércia, mais difícil será mudar o
estado de rotação. Se o corpo está em repouso, será difícil colocá-lo em movimento, mas, se ele
está girando, será mais difícil freá-lo. Essa grandeza é diretamente proporcional à massa (m) e à
distância radial (r) entre suas partículas e ao eixo de rotação e é representada por
Sabendo que uma das funções do volante de inércia é ajudar a manter o movimento de rotação,
armazenando energia cinética, imagine a seguinte situação:
Um motor utilizado para elevação de cargas em vários momentos tem picos de consumo (cargas elevadas). Para
que o movimento de rotação se mantenha estável durante esses picos de consumo, pode-se acoplar ao motor um
volante de inércia.
Para garantir a estabilidade nos momentos de pico de consumo, é necessário o volante que armazena a maior
quantidade de energia cinética de rotação.
Dessa forma, qual dos três volantes apresentados você escolheria para ser acoplado ao motor?
Como a energia cinética de rotação é diretamente proporcional ao momento de inércia, o volante que irá
armazenar a maior quantidade de energia é aquele que tiver o maior momento de inércia.
Como os três volantes têm a mesma massa, o parâmetro que fará diferença no momento de inércia é a distância
radial (r) das partículas do corpo em relação ao eixo de rotação.
O volante que apresenta a maior distância radial é o volante número 1. Logo, ele irá armazenar a maior
quantidade de energia cinética, sendo também a escolha correta para ser acoplado ao motor.
_2.2_ Infográfico
Veja, neste Infográfico, algumas dessas geometrias para diferentes posicionamentos do eixo de
rotação.
Veja o momento de inércia de algumas geometrias simples para diferentes posições do eixo de rotação:
UM ANEL FINO
Os anéis abaixo têm raio R, massa m. Seus eixos de rotação estão, respectivamente:
no centro de massa;
no diâmetro central;
na extremidade (paralelamente ao eixo no centro de massa).
Os cilindros abaixo têm raio R, comprimento L e massa m. Seus eixos de rotação estão, respectivamente:
no centro;
no diâmetro central;
na extremidade (paralelamente ao diâmetro central).
As placas abaixo têm massa m, comprimento a e largura b. Seus eixos estão, respectivamente:
UMA ESFERA
As esferas abaixo têm raio R e massa m. Os eixos de rotação das duas esferas passam pelo seu centro de massa; A
diferença entre elas é que a primeira esfera é maciça, e a segunda, uma casca fina.
MECÂNICA DOS SÓLIDOS - D (2023.MAI)
Infográfico_Aula 2.2 - Momento de inércia
Pleito: Corrigir fórmula de inércia de cilindro.
Justificativa:
_ Tabela com erro na fórmula do cilindro do meio da tabela (ver imagem A abaixo).
Obs.1: Proposta de correção na imagem B abaixo.
Obs.2: Encontrei erros na tabela do livro indicado no Saiba + para haste e cilindro (ver imagem C abaixo)
Obs.3: Ao responder, peço que a Mentoria confirme ou não os erros apontados (não responda apenas "será
encaminhado ao setor responsável", por não contribuir para o aprendizado ora em andamento).
Imagens A B C mencionadas:
w-~ lN/m
,._ 6m
-a
Engenharia Mecânica
Estática
Mais de 630 problemas resolvidos
• Explanaçõcs concisas de todos os conceitos
• Inclui triada ortogonal de vetores unjcirios, n.'!iuh:antc de sistema~ de
forças di.'>tribuídas, dos si5tern a~ não coplanan:s de forças, declividade
do diabrr.ama de cort:rnt<..., e declividade do diagrama de momentos
E. W. NELSON graduou-se como B.S.M.E. e M.Adm.E. pela NewYork University. Ensi nou Engenharia Mecânica na
Faculdade de Lafayette e, mais tarde, integrou a consultoria em engenharia da Western Electric Company (atualmente
Lucent Technologies). Aposentado, deixou a Western Electric, e atualmente é membro da Sociedade Americana de En-
genharia Mecânica. Detém o título de Professional Engineer e é membro de Tau Beta Pi e Pi Tau Sigma.
CHARLES L. BEST é professor emérito da Faculdade de Engenharia de L1fayette. Graduou-se B.S.M.E. em Princeton,
M.S. em Matemática pelo Instituto Politécnico do Brooklyn e é Ph.D. em Mecânica Aplicada pelo Instituto Politécnico
da Virgínia. É coautor de dois livros de Engenharia Mecânica e de outro de programação em FORTRAN, para estudantes
de engenharia. É membro da Tau Beta Pi.
W. G. McLEAN é diretor emérito da Faculdade de Engenharia de Lafayette. Graduou-se B.S.M.E. pela Faculdade de
Lafayette e Sc.M. pela Brown University. É Eng. D. honorário da Faculdade de Lafayette. É coautor de dois livros em
engenharia mecânica, ex-presidente da Sociedade de Profissionais de Engenharia da Pennsylvania e é participante ativo
nos comitês de normalização e padronização da Sociedade Americana de Engenharia Mecânica. Detém o título de Pro-
fessional Engineer e é membro de Phi Beta Kappa e de Tau Beta Pi.
MERLE C. POTTER graduou-se B.S. e M.S. pela U niversidade Tecnológica de Michigan, B.S. e Ph.D. pela Univer-
sidade de Michigan. É autor de livros em Mecânica dos Fluidos, Termodinâmica, Ciências do Calor, Equações Diferen-
cirus, Matemática Avançada em Engenharia e Resistência dos Materiais, além de revisor técnico de inúmeros cadernos
de exames para engenheiros. Suas pesquisas envolvem estabilidade de escoamento de fluidos e tópicos relacionados à
energia. Além de receber vários prêmios na área do emsino, a ASME o premiou com a Medalha de Ouro James Harry
Potter em 2008. É professor emérito de Engenharia Mecânica na Universidade Estadual de Michigan e continua a escre-
ver e jogar golfe.
Sumário
CAPÍTULO 1 Vetores 1
1.1 Definições
1.2 Adição de vetores 1
1.3 Subtração de vetor 2
1.4 Vetor zero 2
1.5 Composição de vetores 2
1.6 Multiplicação de vetores por escalares 3
1.7 Tríada ortogonal de vetores unitários 3
1.8 Vetor posição 4
1.9 Produto escalar 4
1.1 O O produto vetorial 5
1.11 Cálculo vetorial 6
1.12 Unidades e dimensões 7
dl). = / dA
(12. 1)
dl y =x2 dA
O momento de inércia de uma área é a soma dos momentos de inércia de seus elementos:
l ). = Jl dA
( 12.2)
2
ly = Jx dA
( 12.3)
* O termo "segundo momento" é mais apropriado que "momento de inércia", já que inércia implica em massa. No entanto, é
comum o uso de " momento de inércia" para ambas, áreas e massa<;.
O momento polar de inércia de uma área é a soma dos momentos polares de inércia de cada um de seus elementos:
J = Jp2dA ( 12.5)
O produto de inércia de uma área é a soma dos produtos de inércia de seus elementos:
lo=l+Ar2
)'
,.'
b
e t'
d
.\
o
Figura 12-2 Eixos utilizados para aplicação do teorema dos eixos paralelos.
O prodluto de inércia de uma área em relação a qualquer par de eixos é igual ao produto de inércia em relação
aos dois eixos paralelos centroidais mais o produto da área pelas respectivas distâncias entre os eixos paralelos:
onde b e d são as coordenadas de Cem relação aos eixos (x, y) por O, ou as coordenadas de O em relação aos eixos
(x', y') por C. No primeiro caso, de b são positivos; no segundo caso, eles serão negativos. Em ambos os casos,
seus produtos são positivos. Observe a Fig. 12-2.
lx = J(y2 + z2 )dm
fy = J(x2 + z2 )dm (12.12)
lz = J(x2 + / )dm
onde lx, ly, 4. = momentos de inércia axiais (oom relação aos x, y e z, respectivamente).
Para.uma placa fina essencial mente contida no plano xy, aplicam-se as seguintes relações:
lx = Jy2dm
fy = Jx2 dm (12.13)
dm
y
dm
1,---~
I
I \
''
z
Figura 12-3 Elemento de massa utilizado para o Figura 12-4 Elemento de massa utilizado para o
momento de inércia de massa. produto de inércia de massa.
O raio de giração k de um corpo com relação a um eixo é
k=!f (12.14)
isto é, a raiz quadrada do quociente de seu momento de inércia dividido pela massa.
O produto de inércia de uma massa é a soma dos produtos de inércia de seus elementos (observe a Fig. 12-4):
O produto de inércia é zero se um dos eixos de referência, ou ambos, for um eixo de simetria.
O teorema dos eixos _paralelos estabelece que o momento de inércia de um corpo em relação a wn eixo é igual ao
momento de inércia l em relação a um eixo paralelo que passa pelo centro de gravidade do corpo mais o produto
da massa do corpo pelo quadrado da distância entre os dois eixos paralelos (considere a Fig. 12-2):
Problemas Resolvidos
12.1 Determine o momento de inércia do retângulo de base h e altura h em relação a um eixo centroidal paralelo
à base. Considere a Fig. 12-5.
Solução
Escol ha um elemento de área dA paralelo à base e a uma distância y do eixo centroidal x conforme mostra a Fig. 12-6:
- 2 " f2 2 l 3
l.x = l = y dA = y b dy = - bh
J J
-hi2 12
H rH
x- ------:l p=------->:
l__b dA = bdy ]
h
._____,_ti
b
1, = fi. BH 3 - bh 3)
-a- lx = !7Tab3
e
- ...... H
X
h
b
8
12.2 Determine o momento de inércia do retângulo no Problema 12.1 com relação a sua base. Considere a Fig.
12-7.
Solução
~
dy
h- ]I
1
dA•bdJ
_j_ X
Figura 12-7
Tabela 12.2 Momentos centroidais de inércia de massas
y
12.34 Esfera i5 mR2 'l.5 mR2
12.3 Determine o momento de inércia de um retângulo em relação a sua base utilizando o teorema dos eixos
paralelos. Veja a Fig. 12-8. Considere conhecidos os resultados do Problema 12.1.
Solução
Figura 12-8
12.4 Determine o momento de inércia de um triângulo de base b e altura h em relação ao eixo centroidal paralelo
a sua base. Considere a Fig. 12-9 e a Tabela 12. 1.
Solução
b z ou z= ~ (~h-y)
;; = ~,, - y
" 3
b ~ 1
Figura 12-9
12.5 Determine o momento de inércia de um triângulo de base b e altura h em relação à base. Observe a Figura
12- JO.
Solução
z b
ou
b
z = -(h-y)
h - )' h h
r
. rs
, IT.
I· b -1
Figura 12-10
12.6 Conhecendo os resultados do Problema 12.5 (um problema de integração comparativamente mais simples),
encontre o momento de inércia do triângulo em relação ao seu eixo centroidal paralelo à base. Veja a Fig.
12-11.
Solução
Esta é uma aplicação na forma inversa do teorema dos eixos paralelos ( 12.8):
2 2
i =I nin
- A ( -l h)
3
= -bh
1 3-
12
(1- bli ) ( -bh
2
] )
3
= -bh
l
36
3
----->~
b
·I
Fi~ura 12-11
12.7 Determine o momento de inércia de um círculo de raio r em relação ao seu diâmetro. Cons.idere a Fig. 12-12.
Solução
Observe que essa in tegral poderia ter sido avaliada entre - r e r em vez de mu ltiplicar por do is a integração entre Oe r.
Isso é adm issível porque o momento de inércia das duas metades em relação ao diâmetro é igual ao momento de inércia
do todo.
Figura 12-12
12.8 Determine o momento de inércia do círculo de raio r em relação ao diâmetro usando a área diferencial dA
mostrnda na Fig. 12-13.
Solução
Este problema ilustra o cálculo do momento de inércia partindo de uma escolha diferente de elemento de área.
dA = pdpd()
Figura 12-1 3
12.9 Determine o momento polar de inércia para um círculo de raio r em relação a um eixo por seu centro e per-
pendicular ao plano que contém esse círculo. Considere a Fig. 12- E4.
Solução
Escolha a área diferencial em forma anelar wm raio p e espessura dp. Ass im, dA será igual à circunferência 2;rp vezes
a espessura dp:
este ponto, é possível derivar o valor do momento de inércia axial em relação ao diâmetro. Uma vez que
1- 1 4
J = 1. + 1, e :. fx = 2 J = 4 7rr
)'
Figura 12-14
12.10 De te rmi ne os mome ntos de inércia fx , fy e J para a elipse mostrada na Fig. 12- 15.
Solução
Então,
- l , ,
J = f., + ly = 4 7rab(a· + bº)
dy
M=h~~~·t2Z:zzzZZZ:Z225~=i~
y
Figura 12-15
12.11 Determine o momento de inércia da seção T mostrada na Fig. 12-l 6 em relação ao eixo centroidal paralelo
à base.
Solução
O primeiro passo é calcular a posição do centroide C usando os do is retângulos mostrados. Assim,
Em seguida, determine I para cada retângulo em relação aos seus próprios eixos centroidais paralelos as suas bases
utilizando/ = fibh3:
1
11 = 12 (180)(603) = 3,24 x 106 mm4
i= (/1 + A1df ) + (/2 +A2di ) = (3.24 X 106 + 10800 X 362 ) + (8,64 X 106 +7200 X 542 )
= 46,9 x 106 mm4
60mm
Az
-.,---
120mm
IB
di
)i -60 mm _ _L_..!.:_l_--1..=:::::;-l,;--r
Y1 A1
t 180 mm
Figura 12-16
12.12 Determine o momento de inércia e m relação a um eixo centroidal paralelo à base da área composta mostra-
da na Fig. 12-1 7.
Solução
O primeiro pa'iso é determinar a localização do centroide da área composta. Suponha que Tseja a área retan&'U lar supe-
rior, B a área re tangular inferior e C a área circular. Usando a base como reta de referência, temos
Analogamente,
Os valores de I para cada componente de área em relação ao seu próprio eixo centroidal parale lo à base da área com-
posta são os seguintes:
1 1
Ir = 12brh~. = 12(100)(100)3 = 8,33 x 106 mm 4
1 1 4
l n = T2.bnh1 = !2(200)(100)3 = 16,67 x 10 6 mm
1 l
Ic = 47TY4 = 47T (30)4 = 0,64 x 10 mm
6 4
5'=76,4 mm
Fii:iura 12-17
12.13 Determine o momento de inércia para o canal mostrado na Fig. l 2-18 em relação ao eixo centroidal paralelo
à base h .
Solução
Neste caso, o eixo centroidal está, por simetria, à meia altura acima da base. Considere que o canal é formado por um
retângulo de base b e altura h do qual subtraíram-se dois triângulos de altura te base a e um retângulo de base a e altura
2d. Observe a Fig. 12- 19.
Para determ inar!,, para o canal, subtraia o l.rdos triângu los e do retângulo menor daquele l x do retângulo maior. Isto é,
l 3 2 2 .2 1 .1 2 3
l =-bh - atd - - ard - - ar - - ad
X 12 3 6 3
É óbvio que esse resultado resultará numérico quando valores forem atribuídos às dimensões.
J_
d a
lt
..
, .,___ _ b _ _ _. ..,
'
Figu ra 12-18
T CD
1-a-1
~ ~
1-b~
Fígura 12-19
12.14 Uma coluna é construída com pranchas de 40 mm de espessura, conforme mostrado na Fig. 12-20. Deter-
mine o momento de inércia em relação ao eixo centroidal paralelo a um lado.
Solução
A localização do ccntroide no ponto médio é feita por inspeção. Para determinar i, apena~ é necessário dobrar o soma-
tório dos momentos axiais da~ áreas 1 e 2 em relação a uma reta que passa pelo ponto médio.
1 1
/1 = 12b1hf = 3
12(40)(160 ) = 13,65 X
6
10 mm
4
1 1
lz=
12 b2h~ + A2di =
12
(80)(403)+3200x602 = ll ,95x J06 mm~
t
dz
t
160cm
~160cm~
Figura 12-20
12.15 Determine o momento de inércia em relação ao eixo centroidal horizontal da seção Z mostrada na Fig. 12-
21. Qual é o raio de giração?
Solução
O eixo centroidal é um eixo de simetria, neste caso. O momento de inércia i é, então, igual à soma dos momentos de
segunda ordem da área 2 mais duas vezes o da área 1:
[j 14,4 X 106
k = Y"A = 3,74 x J03 = 62,1 mm
12mm
e T J50mm
12mm
t
12 nun -
Figura 12-21
12.16 Qual é o produto de inérc ia em relação a dois lados adjacentes de um retângulo de base b e altw-a h'!
Solução
Confom1e mostr.ido na Fig. l 2-22(a), os eixos x e y estão orientados em relação a lados adjacentes. Denote o produto
de inércia por lxy. Então
lxy =
Jxy dA = fo
hJb
o xy d.x dy = [I2 ]b
x2o[I
2 y2 ]'o=
' 4 J b2112
Em seguida, escolha o ei xo y como lado di reito do retângu lo [veja Fig. 12-22(/J)]. Então
Isso indica que o produto de inércia pode ser posi tivo ou negativo, clepenclenclo ela localização ela área em relação aos eixos.
dA = dxtly )
~.~- .l
(a) (b)
Figura 12-22
12.17 Determine o produto de inércia em relação ao eixo centroidal paralelo aos lados de um retângulo de base b
e altw-a h.
Solução
A Fig. 12-23 mostra que os limites de in tegração x' são ele -b/2 a b/2. Os limi tes ele integrnção y' são ele -h/2 a /t/2.
Assim,
f~y' = 12
Jx'y' dA = [- lr/ 2
Jb/2x'y dx' dy' = J"f2
- b/ 2 - h/2
[I (b)2
y' - -
2 2
(b)2]dy' = O
- -1 -
2 2
Isso também poderia ser deduzido a partir do resultado do Problema 12.16, usando o teorema dos ei xos parnlelos para
o produto de inércia:
)~
Ir >' = !b h
2 2
-bhGb)G1i) =0
y'
------------r>---~x'
~---+----+---X
- _!_ b
2
Figura 12-23
12.18 Determine o produto de inércia com relação à base e à altura de um triângulo retângulo. Considere a Fig.
12-24.
Solução
Por defin ição,
/-'>=
J"J"xydxdy
0 0
O limite superior da variável de integração x depende de y . Portan to, ela deve ser avaliada a partir da equação da reta
inclinada, que é
li b
y =- - x+h ou X = - - (y- h)
b h
T,.., = o o
h[ (b/l1){y- h)
xydxdy = o 2x2
J" [
1 J - (b/h)()"- h) b2
ydy = o 2h2 (y2
J'' -
1
2yh + h2)ydy = 24 b2h2
J
y
dA=dxdy
,, X
)'
! - X
~b~
Figura 12-24
12.19 Determine o produto de inércia com relação ao raio de contorno de um quadrante de um círculo de raio r.
Utilize (a) o elemento de área mostrado na Fig. 12-25 e (b) o elemento de área mostrado na Fig. 12-26.
Solução
(a) Pela defin ição,
r Jr
= o oxydxdy
f xy
J
A in tegral dup la sign ifica um somatório, em primeiro lugar, em relação à variável x, que depende de y de acordo
com a equação i2 +y2 = ?. Substituindo,
(b) Igualmente,
dA = dxdy
12.20 No Problema 12.19, determine o produto de inércia para um quadrante de círculo de raio r igual a 50 mm.
Solução
1 4
lx)• =Sr = g1(50)4 = 7,81 X 10 mm
5 4
12.21 Mostre que os momentos de inércia de uma área em relação a um conjunto de eixos rotacionado (x' , y ')
pode ser expresso da seguinte forma:
1 1
lx' = 2(/x + ly) + 2Ux - ly) cos 20 - lxy sen 20
1 1
ly' = 2(/x + ly) - 2Ux - ly) cos 20 + lxy sen 20
Solução
A Figura 12-27 indica um elemento de área dA. Por definição,
Mas, na fig urn, x' = X cose + y sen e e y' = - X sen e + y cos e. Elevando ao quadrado,
Também,
x' y' = -x2 cos 8 sen (:} - xy sen 2 B + xy co.J- B + y2 cos 8 sen B
Substituindo na equação ( 1),
1,.,1 = J -x2 cos Oscn O<IA + Jl scn Ocos OdA + Jxy(cos 2 O- sen 2 0) dA
Uma vez que a integração sobre a área é independente de O, as eq uações acima podem ser escritas (usando fx = J ydA,
11 = J
X: dA e f xy= Jxy dA) como
1,., = 11 sen 2 () - Iry scn 20 + !,. cos2 9
ly = 11 cos2 8 + ! ,>' sen 28 + f x sen2 8
J
l.r>' =
2(/.. - l>.) sen 29 + lxy cos 29
i
Util izando cos2 8 = ( 1 + cos 28) e sert 8 = i (1 - cos 20), obtemos, finalmente,
1 1
'" = 2 (1,. + !,) + 2(1, - 1,) cos 29 - Íxy sen 29
1 1
ly = 2 (1,. + l>)-2(1" - /J)cos20+ lxySen29
-·-·-·-·
\_..
Figura 12-27
12.22 Determine os valores de fx' e l y' no Problema 12.21 em relação aos eixos principais, sistema de eixos gUJe
produz valores máximos ou mínimos de/.
Solução
Para determinar o valor de 8 que torna l x· um máx imo, derive a expressão de lx' em relação a 8 e iguale a expressão
resultante a zero. Assim,
dl,,, 1 21
d O = 2(/,, - ly)(-2 sen 20) - lxy(2 cos 20) = O ou tg 2 0' = - •')
1;, - ly
O valor O' é o valor de 8 que faz com que /.r' seja um máximo (ou mín imo). É necessário avaliar sen 20' ecos 28'; isso
é mais facilmente feito wnsider.mdo a Fig. 12-28. Ass im,
21,y
cos 29' = + -;:::==' ·· =====
- ly sen 28' = + ·2
- Jux- 11 ) 2 + 4fi,, Jux- ly) + 4fi,,
Substituindo esses valores e simplificando, obtemos
Derivando a expressão de ll com relação a 8, podemos observar que o mesmo valor de O' faz ly' um máximo (ou
mínimo). Substituindo os valores de sen 2JJ' ecos 28', obtemos
Uma vez que ly' tem um sinal de menos antes da rcliz pam valores de ()' que fornecem um sinal de mais antes da
raiz no cálculo de l.r· , podemos concluir afim1ando que, com relação aos eixos principais (x' , y' ), um valor, por exemplo,
lx·, é um máximo enquanto o outro valor, Í f, é um mínimo. Observe ainda que, para esse valor particular de (J' (eixos
principais),
Figura 12-28
12.23 Dados !.., I 1 e lxy de uma área em relação aos eixos (x, y), determine graficamente, utilizando o Círculo de
Mohr, os valores de 1;,, l y' e I x' y' para um siste ma de eixos (x', y') rotacio nado no sentido m1ti-horário de um
â ng ulo e com relação aos eixos (x, y) .
Produtos de
inércia
.I'
(a) (b)
Figura 12-29
Solução
A Figura 12-29(a) mostra a orientação dos eixos. Na Fig. 12-29(/J), há um conjunto de retas ortogonais. Qualquer mo-
mento de inércia l se localizará à direita do eixo vertical. Qualquer produto de inércia se localizará acima ou abaixo do
eixo horizontal.
Considere que I x > I1 e lxy positivo. Posicione o ponto X de coordenadas (Jx, IX>) e o ponto Y de coordenadas (1,.
- lxy). Desenhe o segmento de reta XYque cruza o eixo horizontal em C confonne mostrado. Desenhe uma circunfe-
rência com centro em C e contendo os pontos X e Y (veja a Fig. 12-29(/J)).
Em seguida, desenhe uma reta fonnando um ângulo igual a 28 a partir do segmento de reta XY no sentido anti-
-horá rio. As coordenadas de X' e Y' são os valores de 1..., Iy' e Íx·y• (veja a Fig. 12-30).
Esses valores podem ser verificados da seguinte forma: Desenhe retas verticais XA e YB, a distância BC = CA =
'h(r, - 11 ) . A distância XA é lxy O raio da circunferência CX é a hipotenusa do triângulo retângulo ACX, assim como
qualquer mio será igual a j[!<fx - 11 )]
2
+ l},.
Agora a coordenada l de X' é igual à distância de O até o centro tux+ l) mais a projeção de CX' na horizontal.
CX' (o r.iio) forma um ângulo (28 + 20') com o eixo horizontal de/. O ângulo 28' do Problema 12.22 é o ângulo que
toma lx· um máx imo:
Projeção de ex' = ~
[ Ux - ly) r + Ii (cos(20 + 20 ) ]
1
= [ r
~ Ux- l y) + 1.; [cos 28 cos 28' - sen 28 sen 28'] (1)
Substituindo,
1
e'• - Ux - l y)
2
cos 28
'
= - = --;:========
/'t
e sen 28' = A
__X = --;:===l= xy====
ex
ux- Iy)]2+ I~
2
ex [1
2 Gux- fy)J + !~
na equação (1) e simplificando, encontrnmos
Assim,
1 1
Ir = 2(lx + ly) + 2Ux - ly) COS 28 - IX) sen 28
Analogamente
Observe que o máxi mo l ocorre na extremidade da direita do diâmetro horizontal do círcul o cujo valor é igual à distân-
cia do centro mais o mio. Assim,
Produtos de
inércia
Figura 12-30
12.24 Determine os momentos de inércia centroidais principais para a cantoneira de abas desiguais mostrada na
Fig. 12-31.
26,9mm
B
J60 mm
e
---•~ 43, I mm
----~--'-- X
'-+--~ ~
1-+-- ... A --1--~~
----~-~ -~..._- x"
._ 20mm
36,9mm
120 mm
Figura 12-31
Solução
Primeiro determi ne a localização do centroide da cantoneira usando os eixos (x ", y") conforme mostrado. A cantoneira
é dividida nas partes A (20 x 100) e B (20 x 160):
_
11
_ 2000 X 70- 3200 X JO _
X - 100 X 20 - 160 X 20 - 33 , 1 mm
_
11
_ 2000 X J0 ~ 3200 X 80 _
y - 100 x 20 - 160 x 20 - 53 ' 1 mm
Em seguida., desenhe os eixos (x, y) pelo centroide C cujas coordenadas foram determi nadas. Então determine lxe 11
pela trnnslação dos eixos centroidais par.ilelos de A e B:
1, = ~ (20)( 100
1
1
3
) + 2000(36,92 ) + 12
( 160)(203 ) + 3200(23, 1)2 = 6,20 x 10 6 mm4
Parn determinar os momentos principais de inércia, deve-se determinar o valor do produto de inércia lxy· Este também
deve ser transladado a partir dos eixos centroidais paralelos de A e B, considerando-se que os produtos de inércia em
relação aos eixos centroidais de A e B são ambos nulos, porque esses eixos centroidais são também eixos de simetria.
Assim, em termos das distâncias de translação, o valor de lxy converte-se em
IA)' = o+ ( 160 X 20)(- 23, 1)(26,9) +o+ (100 X 20)(36,9)(- 43, 1) = - 5, 17 X lo'' mm 4
Observação: Os sinais das distâncias de translação são importantes na detem1inação do produto de inércia. Na
equação acima, os valores 36,9 e -43, 1 são as coordenadas do centroide de A em relação aos eixos (x, y). Da mesma
forma, os valores -23, 1 e 26,9 são as coordenadas do centroide de Bem relação aos eixos (x, y).
A análise via Círculo de Mohr será usada para determinar os valores dos momentos principais e seus eixos. Os
pontos X e Y são posicionados conforme mostrado na Fig. 12-32. Então, utilizando .xy como diâmetro, desenhe o círculo.
A distância até o centro do círculo é tU
x+ I 1) = 9,56, e o raio do círculo é.J3.362 + 5, 172 = 6, 17. Assim,
f,nãx = (9,56+6, 17) x 1Ó'= 15,73 x 10 6 mm4
e ocorre no sentido horário, a contar do eixo vertical um ângulo 8 1 definido por e• = Í tg(5, 17/3,36) = 28,5°. O valor
mínimo de / é
e está localizado no sentido horário, a conta r do eixo horizontal, conforme mostrado na Fig. 12-33.
y
,. i --_9_.5_6_ __ _ _ 13,36
~ 1
"
-o
o"'
'5
'8
i>:
Momentos
de inércia
01----t---------~->--+---~
12.25 Calcule os momentos principais de iné rcia para a cantoneira de abas iguais em relação ao seu centroide.
Considere a Fig. 12-34.
25mm - - j
y - B
F--
-
125 mm
l_
25mm IA
e
- - J_:
fl· 125mm ·I
Figura 12-34
Solução
Primeiro determine a posição do centroide da cantoneira, a qual se divide em duas áreas, A e 8:
O centroide está 40,3 mm acima da base e 40,3 mm para a esquerda de seu lado direito.
Em seguida, determine os valores de Í.r• ~e 1.ry para os eixos (x, y) que passam pelo centroide da área total. Isso é
feito trnnspo1tando-se cada valor relativo aos centroides individuais da-; partes A e B:
1~ ( 125)(25)
lx = 3 + 1 25 x 25(40,3 - 12,5)2+ / (25)(100)3 +25 x 100(75 - 40,3)2 = 7,67 x J06 mm4
2
O segundo resultado confirma o primeiro; eles devem ser iguais para a cantoneirn de abas iguais. Então,
Utilizando a construção do c írculo de Mohr com o ponto X de coordenadas l.r e lxy• isto é, 7 ,67 x 1(1> e 4,34 x 1CY>, e
com o ponto Y de coordenada'i ~e - l.ry, isto é, 7,67 x 106 e - 4,34 x JO<>, é evidente que o raio é 4,34 x 10 6• Veja a
Fig. 12.35. Assim,
Os eixos principais são 2fJ = 90º no círculo de Mohr ou 45º na situação real. O valor máximo no círculo de Mohr
é no sentido horário a partir do ponto X. Assi114 na situação real, isto corresponde a um giro horário de 45°, a contar do
eixo x. Analogamente, o valor núnfo10 está a 90° no sentido horário, a contar do ponto Y, e na situação real corresponde
a um giro de 45° no sentido horário, a contar do eixo y, conforme mostrado na Fig. 12-36.
Produtos
d e inérc ia
90º Momentos
~----+-------e-----+--de inércia
Y(1,61, -4,34)
12.26 Derive a expressão do momento de iné rc ia de massa em relação ao e ixo centroidal perpendicular à barra
de comprimento L, massa m e seção transversal peque na, conforme mostrado na Fig. 12-37 . Determine seu
raio de giração.
Solução
f
Por definição, 11 = x2dm. No e ntanto, dm é a massa de uma porção da barrn com comprime nto dx. S ua massa dm é
dx / Lda massa total m, isto é, (dx / L)m = dm .
Assim,
L/2 111 J
11 = x2 dx = ml 2
J- L/2 l 12
O raio de giração
k-
-
ffe - .!:_
~TI/ - v'f2
I· • •
·I
Figura 12-37
12.27 Derive a expressão para o mo me nto de inérc ia de massa de uma barra e m relação a um eixo que passa por
uma extre midade e é pe rpendicular a essa barra, cujo comprimento é L. Admita que a massa é m e que a
seção transversal é peque na se comparada ao comprime nto. Considere a Fig. 12-38.
Solução
Assim como no Problema l 2.26, escreva
= ~ = JLx 2 -m dx = -) mL-
J
?
lv r dm
, o l 3
O mesmo resul tado poderia ser obtido pelo uso do teorema dos eixos parnlelos com o resultado do Problema 12.26:
2
IE= l- + m ( -' l ) = 1- ml2 +-1 ml2 =-l ml 2
2 12 4 3
dm
Ei::::======::::::i~==============::::i..- x
-x-,l ~dx
Figura 12-38
12.28 Qual é o momento de inércia de massa em relação ao eixo centroidal perpendicular à face retangular de um
paralelepípedo (bloco)?
Solução
Conforme pode ser observado na F ig. 12-39, o momento de inércia do bloco em relação ao eixo z é igual à soma de uma
série de placas finas, cada uma wm espessura dz, seção transversal b por e e massa dm.
Primeiro determine /z para uma placa fina de seção transversal b por e, espessura dz e massa dm (veja a Fig.
12-40) . Uma vez que lz = 1;+ I'1 , encontre 1; + !~ para obter o resultado. Contudo, /~ realmente é a soma dos mo-
mentos centroidais de uma série de barras de massa dm' com seção transversal desprezível (dx' por dz) e altura b.
De acordo com o Problema 12.26, isto pode ser escrito como
!'
)'
= f2-dnt
12
c = 2-c dm
2
12
2
Segue-se a isso o fato de que lz para uma placa fina de massa dm é igual a/~ +!~, ou a lz = fi dm(b 2 + c2 ) . Para o bloco
inteiro, observa-se que
y'
1. dx'~ ~
e
12.29 Determine o momento de inércia em relação a um diâmetro para um disco circular fino homogêneo de raio
r, espessura te densidade 8.
(a) Considere o disco feito de barras finas de seção transversal dx porte alturas variáveis 2y, conforme
mostrado na Fig. 12-41.
(h) Considere o elemento diferencial conforme àCJJuele mostrado na Fig. 12-42.
Solução
(a) A massa da tira escol hida é dm = 28 ty dx. Utilizando o resultado do Problema 12.26, seu momento de inércia de
massa é 1112 dm(2y)2 . Para o disco todo,
Íx =
Ir
-r
J
2(2)8tydx(2y)
1
2
= J' -32 &y3 dx
- r
Que leva a
I = -2 8t-r
3 4 [1 (-7T- 1 )
--'Tr ] =-(11-r
1 2 fü)r 2 =-mr21
""3 82 2 4 4
(b)
= 81 ( -1 r4) -
4 2
(1 X27T
) =-41 8t7Tr4=-41(&7Tr)r
2 =-1 mr2
4
?
dm =&pdp d8
p scn 8
2y
12.30 Admita que o disco do Problema 12.29 é feito de aço com de nsidade de 7800 kg/m 3. S ua es pessura é de 0,5
mm e seu diâmetro é de 100 mm. Dete rmine o momento de iné rcia e m relação ao diâmetro.
Solução
A massa do disco é
m = densidade x volume
= 78()() X 7T X 0,05 2 X 0,0005 = 0,0306 kg
12.3 1 Mostre que o momento polar de inércia para o disco do Problema 12.29é1m,Z. QuaJ é o raio de g iração?
Considere a Fig. 12-43. Utilize o resul tado do Problema 12.29.
Solução
Uma vez que 11 = f x = ! mr; o momento polar de inércia será
1, = lx+ l y = 1mr2
O raio de giração é
1
k= g_= 2 /Il i ). = ,.
y;, m
J
Figura 12-43
12.32 De te rmine o mome nto de inérc ia em re lação ao e ixo de um c ili ndro c ircular reto de raio R e mao;sa m. Veja
a Fig. 12-44.
Solução
Considere que o c ilindro é fei to de uma série de discos finos de altum dz. conforme mostrado. Para um disco fino (Pro-
= =
blema 12.31), 1, ~(massa)R 2 ~ (m dz!h)R1 . P.dra o cilindro intei ro,
_L
~
Figura 12-44
12.33 Determine o momento de inércia para um cilindro circular reto de raio R e ma<;sa m em relação ao eixo
centroidal x mostrado na Fig. 12-45. Qual é o raio de giração?
Solução
Assim como no Problema 12.32, considere que o cilindro é feito de uma série de discos finos de altura dz e massa m
dz/h . O momento de inércia do disco fino cm relação ao eixo x' paralelo ao eixo x é dado no Problema 12-29 como
!,,· = 'A(m dzfh)R2. Com o transporte para o eixo x através do teorema dos eixos paralelos,
fl. 1
k= 1.: =
\ Ili 12
(3R2 + /,2)
Figura 12-45
12.34 Determine o momento de inércia de massa em relação a um diâmetro de uma esfern de massa m e raio R.
Qual é seu raio de giração?
Solução
Escolha um disco fino, paralelo ao plano xz. conforme mostrado na Fig. 12-46. Admita a densidade igual a S. O momen-
to de inércia de um disco fino de raio x em relação ao eixo y é ~(massa)x2. Para encontrar 11 da esfera completa, some
os momentos individuais confonne indicado, onde dm = 15 dV = 15('TTX1- dy):
O raio de giração é
y
Figura 12-46
12.35 Determine o momento de inércia de massa de um cilindro circular reto vazado e homogêneo com relação ao
seu eixo geométrico. Considere a Fig. 12-47.
Solução
Para o cilindro externo,
Para o tubo,
Expandindo,
2 h7rôr~' (ro + r 1 )
lz = ( -21 h7rôr{)2 - -
1 ') 2 2
= (1-2"
m - 1 m ) (r2 + r 2 )
-2 = -21 m(r(2 +) 2)
' {) ' '
Figura 12-47
12.36 Determine os momentos de inércia em relação aos eixos x e y do cone circular reto de massa me dimensões
mostradas na Fig. 12-48. Se o cone tem tuna massa de 500 kg, raio R = 250 nun e altura h = 500 mm, mos-
tre que fx = 9,38 kg·m 2 e que fy = 79,7 kg·m 2.
)'
i -- - - - -Ji - - - - - -:
Figura 12-48
Solução
Parn encontrnr /_.,escolha um elemento circular fi no perpendicular ao eixo x, conforme mostrndo na Fig. 12-48. Admita
densidade igual a 8. O momento de inércia em relação ao eixo x desse elemento de raio y é!(massa)y 2 • Para determinar
/_. do cone completo, some os momentos individuais como indicado, observando que a massa do elemento escolhido é
= = =
dm 8 dV 8 (7T)~ dx). Uma vez que y Rx / h (Fig. 12-49),
Para encontrar ly. que é igual a l ,, é necessário aplicar o teorema dos eixos paralelos para obter o momento de
inércia em relação ao eixo y . Uma vez que y = Rx I h,
Numericamente,
_ Jõ
fx -
3 (500)(0,25)2 -_ 9,38 kg
'
· m2 e fy = ~ (500)[~ (0,25)2 + (0,5)2 ] = 79,7 kg. m
2
Ir
Figura 12-49
12.37 Compute o momento de inércia do volante de ferro fundido mostrado na Fig. 12-50. A densidade do ferro
fundido é p = 7200 kg/ ni3. Todas as dimensões estão em mm.
Seção A- A
l-200 - i
Figura 12-50
Solução
Analisando o problema, considere o cubo e o aro como cilindros vazados e os raios como hastes esbeltas. Primeiro
determine as massas dos componentes:
9
lllcubo= (7TrJ - rrr;2)hp = [r.(8cY - 4<l2) 180] x 10 x 7200 = 19,54 kg
m0 , 0 = (7Tri- 7Tr;2)hp = ['1T(3602 - 3202)200] X 10 ' 1
X 7200 = 123 kg
Para w11 raio de seção transversal elíptica,
Em seguida, determ ine I para cada componente em relação ao eixo de rotação. Para os rai os, isso implicará em um
trjnsporte parn o eixo centro idal paralelo,
! _,, = 6 ( 1 mL2
12 + md·' ) = 6[4,75
""12 x 2402 + 4.75 x 120-' ] x lO - 6 = 0,547 kg· m2
Problemas Complementares*
12.38 Um retângulo tem base igual a 40 mm e altura igual a 120 mm. Calcule seu momento de inércia em relação a um eixo
que passa pelo centroide e é paralelo à base.
Resp. 5,76 x !CP mm 4
12.39 Determine o momento de inércia de um triângulo isósceles, de base 150 mm e lados de 125 mm, em relação a sua base.
Resp. 12,5 x !CP mm 4
12.40 Determine o momento de inércia de um círculo de raio i.gual a 480 mm em relação ao diâmetro.
Resp. 41,7 x Hf mm 4
12.41 Enwntre o momento de inércia em relação ao eixo y da área plana en tre a parábola y =9 - 1 e o eixo x.
Resp. 324/5
12.42 Determine o momento de inércia em relação a cada eixo coordenado da área entre a curva y = cos x de x = Oaté x = !TT
e o eixo x.
Resp. lx = 2/9, ~ = (-n-2/4) - 2.
12.44 Observe a Fig. 12-51. Determine o momento de inércia da figura composta em relação a um eixo que passa pelo cen-
Lroide e é par.i.lelo à base. Qual é o raio de giração?
Resp. 7 ,4 1 mm 4, 44,8 mm
IOmm
-t
l20mm lOmm
1 .-----------
20 mm
l·--
.... 1oomm- -·I
Figura 12-51
12.45 Em relação à Fig. 12-52, determine o momento de inércia da figura rnmposta em relação ao eixo centmidal horizontal.
Resp. 883 x 106 mm 4
250mrn
_L
12Smm
t
Figura 12-52
12.46 Observe a Fig. 12-53. Compute o momento de inércia da figurn simétrica composta em relação ao eixo centroidal para-
lelo ao lado de 250 mm. Qual é o rdio de gi ração?
Resp. 1,35 x 1Ó' mm 4, 2 1, 1 mm
Figura 12-53
12.47 Observe a Fig. 12-54. Compu te o momento de inércia da figura composta em relação ao eixo centroidal horizontal.
Todas as dimensões estão em mm.
Resp. 2,05 x 1Ó' mm 4
110 5
!
f
3,75
1~.,_4_2_,s__, 1i - . 3_3_,1_s_.1
. ...
Figura 12-54
12.48 Qual é o momento polar de inércia de um círculo com 80 mm de diâmetro em relação a um eixo que passa pelo seu
centroide e é perpendicular ao seu plano?
Resp. 4,02 x 1Ó' mm 4
12.49 Calcule o produ to de inércia de um retângu lo de base igual a 100 mm e altu ra igual a 80 mm em relação a do is lados
adjacentes.
Resp. 16 x 106 mm4
12.50 Calcule o produto de inércia de um retângulo de base ig ual a 150 mm e altur.i igual a 100 mm em relação a dois lados
adjacentes.
Resp. 56,3 x 1CP mm 4
12.51 Determine os valores de lx, lye l .ry para a área limitada pelo eixo x, pela reta x = a e pela curva y = (b/ <f ).t'.
Resp. l x= ab 3 / 3(3n + 1), Iy = álb/ (n + 3), l.ry= a2b 2 / 2(2n + 2)
12.52 No problema anterior, a área será triangular quando n = 1. Verifique os valores por integração direta.
Resp. l x= fi ab 3, l y =!a3b, l.ry = ia2b2
12.53 Determine os valores de lx, lye l .ry para a área limitada pelo eixo y, pela reta y = b e pela curva y = (b/ <f ).t'.
Resp. l x= nab 3/ (3n + 1), ~ = na.3b!3(n + 3), l.ry= nci1b2/ 4(n + 1)
12.54 As áreas nos Problemas 12.5 1 e 12.53 fom1am um retângulo quando colocadas j untas. Some os valores de l x e compare
com o resultado do Problema 12. 1 para verificar se você o btém o momento de inércia de um retângulo em relação a sua
base. Repita o processo para l.rye compare seus resultados com os do Problema 12.16.
12.55 Detem1ine ly e l.ry para a Fig. 12-52, onde os eixos (x , y) passam pelo centroide.
Resp. fy= 590 x 10<• mm4 , l.ry = O
12.56 Determine lx, ly e l xy para os eixos (x, y) que passam pelo centroide da cantoneira de a bas des iguais mostrada na Fig.
12-55.
Resp. fx= 63,5 x JO<>mm 4, l y = 114 x J(J> mm4 , l.ry = - 46,9 x HY•mm4
50mm
200 111111
50mm
250mm
Figura 12-55
12.57 No problema anterior, use o círculo de Mohr pam determ inar os principa is eixos e a local.ização dos princ ipais momen-
tos de inércia (veja a F ig. 12-56).
Resp. lmáx = 142 x lo" mm 4 a 30,9 º, no sentido horário, a partir do eixo y, lmrn = 35,5 x IÓ' mm 4 a 30,9 º, no sentido
horário, a parti r do eixo x.
Figura 12-56
12.58 Determine a orientação dos eixos principais que passam pelo centroide da área mostrada na Fig. 12-57. Em seguida,
determine os momentos principais de inércia parn esses eixos.
Resp. l máx = 59,7 x 106 mm4 a 28,8º, no sentido horário, a partir do eixo y, l mln = 7,2 x Hf' mm4 a 28,8º, no sentido
horário, a partir do eixo x.
y
40mm
Figura 12-57
12.59 Encontre ixpara a área sombreada na Fig. 12-58. Todas as dimensões estão em mm.
Resp. 2860 x 106 mm4
Figura 12-58
12.60 Encontre ix para a úrea formada pela subtração do quadrado de lado r do círculo de raio r, conforme mostrado na Fig.
12-59.
Resp. ix= 0,702r4
Figura 12-59
12.61 Encontre 1.r para a área formada pela subtmção do círculo de raio 20 mm do quadrado de lado 80 mm, conforme mos-
trado na Fig. 12-60.
Resp. 1x = 3,29 x 106 mm4
Figura 12-60
12.62 Determine os momentos de inércia do disco elíptico fi no de massa m mostrado na Fig. 12-61. Considere o Problema
12.29.
RefJ1 2
· · l X = 4!,mb ' lY=4! ma2> lt = !4 rn(a 2 + b2 )
Figura 12-61
12.63 Detennine os momentos de inércia do elipsoide de revolução de ma~sa 111 mostrado na Fig. 12-62.
Resp. lx = ;mb 2 , 11 = 1: = ~m(a 2 + b2)
Figura 12-62
1 2.(~ Determine os momen tos de inércia do paraboloide de revol ução de massa m mostrado na Fig. 12-63. A equação no
plano xy é y2 = - (R2/h~x 2 + If'.
Resp. lx =;mR~ 1, = ~ = ~m(R + 1z2)
2
Figura 12-63
12.65 Mostre que o momento de inérci a em rel ação a um diâmetro para uma esfera vazada fina de massa m é (2/3)mlf'.
12.66 Determine o momento de inérci a em relação ao diâmetro parn uma esfera vazada de massa m com raios interno e exter-
no dados respectivamente por R; e R0 •
Resp. I = ~m(R~ - R~) /(R~ - R])
12.67 Mostre que o momen to de inércia em relação a um eixo centroidal paralelo ao lado de um cubo de massa m é I = i nul,
onde a. é o comprimento do lado.
12.68 Encontre o momento de inércia de uma haste de aço com 960 mm de comprimento e 1O mm de diâmetro em relação a
um eixo que passa por uma de suas extremidades e é perpendicular à haste. O aço tem dens idade igual a 7800 kg/m1 .
Resp. 0,18 1 kg · m 2
12.69 Determine o momento de inércia de um tubo de aço com 3000 mm de comprimento, diâmetro externo de 87,5 mm e
diâmetro interno de 72,25 mm com relação ao seu eixo longitudinal. A densidade do aço é igual a 7800 kg/m3 .
Resp. 0,0355 kg · m 2
12.70 Encontre o momento de inércia de um eixo cilíndrico de 75 mm de diâmetro e 3 m de comprime nto em relação ao seu
eixo geométrico de rotação. Use a de nsidade igual a 8500 kg/m3.
Resp. 0,079 kg · m2
12.71 No Problema 12.70, qual é o momento de inércia de ma-;sa e m relação a um eixo que (a) é centroidal e perpendicular ao
eixo geométrico e que (b) passa pela extremidade e é perpendicular ao eixo geométrico?
Resp. (a) 84,5 kg · 1n2, (b) 338 kg · m 2
12.72 Calcule o momento de inércia de um pris ma retangular com 150 mm de altura, 100 mm de largurn e 250 mm de com-
primento com relação ao seu eixo centroidal mais longo. Use a densidade igual a 640 kgfm 3.
Resp. 0,0025 kg · m 2
12.73 Encontre o momento de inércia de uma esfern de alumínio de 200 mm de diâmetro com relação ao seu eixo centroidaJ.
O alumínio tem uma densidade de 2560 kg/m3 .
Resp. 0,043 kg · m2
12.74 Determjne o mome nto de inércia do volante mostrado na Fig. 12-64 (alma sólida) com relação ao seu eixo de rotação.
O ferro fund ido tem densidade igual a 7400 kgfm3.
Resp. 1,01 kg· m2
Figura 12-64
12.75 Conforme mostrndo na Fig. 12-65, um cone de bronze é montado no topo de um cilindro de alumínio. A densidade do
bronze é de 8500 kg/m3 e a do alumínio é de 2560 kg/m 3 • Determine o momento de inércia do siste ma e m relação ao
eixo geométrico vertical.
Resp. 11 = 3,86 kg . m2
t
300mm
i 400mm
_J_
Figura 12-65
12.76 Um eixo de aço e um disco de aço são conectados confonne mostra a Fig 12-66. A densidade do aço é igual a 7850 kg/ni3.
Detennine o momento de inércia do sistema em relação ao eixo y que pa.,sa pela sua extremidade.
Resp. 11 = 5,38 x 10 4
kg. m2
Figura 12-66
12.77 A F igura 12-67 mostra em forma esquemática um balde de aço de parede e base com espessura de 6 mm. O balde é
preenchido a té a metade por uma mistura de concreto. A densidade do aço é de 7850 kg/m 3 e a da mistu ra de concreto
é de 2400 kg/m 3. Determine o momento de inércia total em relação ao eixo centroidal vertical.
Resp. 5,79 kg· m2
~soomm :i
.l .
Figura 12-67
12.78 Uma esfera homogênea tem massa igual a 10 kg e 1 m de d iâmetro. Duas barras esbeltas são conectadas à esfera, em
posições d iametralmente opostas, ao longo de uma linha ho rizontal. Cada barra tem massa igual 2 kg e comprimento
igual a 1,5 m. Qual é o momento de inércia das três massas em relação ao eixo centroidal vertical?
Resp. I = 8 kg · m2
12.79 Um peso semelhan te a um halteres cons iste de duas esferns sólidas com 100 mm de diâmetrn conectadas às extremida-
des de uma haste esbelta de comprimento igual a 900 mm e com 25 mm de diâmetro. As esferas e a haste são de cobre
com uma densidade de 9000 kg/m 3 . Qual é o momento de inércia de massa em relação a um eixo perpendicular à ha>te
pelo seu pon to médio?
Resp. I = 1,454 kg · Jril
12.80 A Figura 12-68 mostra um satélite de comunicações estilizado. O cubo central sólido tem quatro braços esbeltos idên-
ticos, cada um pesando 10 N, conectados a 90º, conforme mostrado. O cubo tem um peso de 170 N. Qual é o momento
de inércia de massa em relação ao eixo centroidal y?
Resp. ly= 0,456 kg· m2
ISOmm
i
f
Figura 12-68
12.81 No Problema 12.80, qual é o momento de inércia de ma~sa em re lação ao e ixo centroidal x?
Resp. I..=0,228 kg · m 2
_2.2_ Conteúdo do livro
O momento de inércia é uma das principais características para o estudo do movimento de rotação
de um corpo rígido. Ele mede a influência da distribuição de massa de um corpo em rotação. Ou
seja, ele avalia a resistência que o corpo oferece à mudança de estado em um movimento de
rotação.
Seu estudo tem grande aplicação para a conservação de energia em máquinas rotativas ou em
projetos em que é preciso manter equilíbrio estático. Por isso, é muito importante compreender as
características dessa grandeza e identificar cada parâmetro envolvido.
No capítulo Momento de inércia, da obra Cinemática dos corpos rígidos, você vai identificar as
características do momento de inércia e entender como ele influencia o movimento de rotação.
Além disso, vai aprender a determinar o momento de inércia para diversas formas geométricas e
também para diferentes tipos de perfis.
Boa leitura.
SUMÁRIO
Rotação de um corpo rígido em torno de um eixo fixo ·~Q.: .... 13
Alessandra de Castro Machado
O corpo rígido e seu movimen to de rotação ........................................................................... 13
Funções do movimento de rot ação............................................................................................... 19
Casos particulares ...................................................................................................................................... 23
Torque ...........................................................................................................49
Ricardo Noboru lgarashi
Definição de torque .................................................................................................................................. 49
Torque: um tratamento vetorial ........................................................................................................ 53
Torque: uma anál ise trid imensional ................................................................................................59
Vetores ........................................................................................................213
Daniel Ferreira Cesar
Representação de um vetor ..............................................................................................................214
Operações envolvendo vetores ......................................................................................................216
Produto escalar ......................................................................................................................................... 224
Introdução
Para que um corpo rígido execute um movimento de rotação, faz-se
necessário analisar algumas características, como a localização e o es-
tado do eixo de rotação, os quais são essenciais para o estudo desse
movimento. Outra característica que se deve analisar é a distribuição de
massa do corpo que entrará em rotação, pois ela tem grande influência
no movimento. A grandeza que mede essa influência é chamada de
momento de inércia.
Neste capítulo, você estudará sobre o momento de inércia, bem como
conhecerá as suas principais características. Além disso, verá exemplos
do cálculo dessa grandeza para diferentes formas geométricas e deter-
minados perfis.
1 O momento de inércia
Para demonstrar a sua habilidade no basquete, você pode pegar uma bola e
colocá-la para girar na ponta do seu dedo indicador (Figura 1a), movimento
que você já deve ter visto jogadores profissionais e amadores executando com
certa facilidade. No entanto, você provavelmente não executará esse movimento
com a mesma facilidade se, em vez de uma bola de basquete, tentar girar uma
2 Momento de inércia
bola de futebol americano (Figura 1b). A diferença básica entre essas duas
bolas está na sua distribuição de massa.
(a) (b)
Figura 1. Exemplos de diferentes distribuições de massa: (a) jogador girando uma bola
de basquete em torno de seu eixo fixo; (b) jogador com uma bola de futebol americano.
Fonte: (a) Ehow Brasil ([201-?], documento on-line); (b) Pilares... (2017, documento on-line).
I = mi r i 2
R r dm
Logo, o momento de inércia será:
I = m r2
Figura 3. Cálculo do momento de inércia para um anel fino de massa m e raio R girando
em torno de um eixo fixo que passa pelo seu centro de massa.
1
I = 2 m R2
Figura 4. Cálculo do momento de inércia para um disco fino de massa m e raio R girando
em torno de um eixo fixo que passa pelo seu centro de massa.
R r dm
r
h
Por último, veremos o cálculo para uma esfera sólida de raio R. Para isso,
imagine a esfera como um conjunto de discos de raio r, que varia de acordo
com sua distância do centro da esfera (x). A Figura 6, a seguir, apresenta uma
esfera sólida de raio R e massa m girando em torno de seu centro de massa.
Como é possível observar, esse disco tem uma espessura infinitesimal dx.
Para esse cálculo, o elemento de massa será o disco de raio r. Como pode
ser visto na Figura 6, r depende de x e R, e eles formam um triângulo retân-
gulo. Logo:
dV = πr2 dx
dV = π(R2 – x2)dx
dm = ρ dV
dm = ρ π(R2 – x2)dx
Momento de inércia 9
r
dx
x
R
Integrando:
10 Momento de inércia
Essa análise pode ser feita para diversas formas geométricas de distribui-
ção de massa homogênea, sempre analisando-se o elemento de massa dm e o
comportamento da distância radial entre esse elemento e o eixo de rotação.
O Quadro 1, a seguir, apresenta alguns exemplos de momento de inércia para
corpos de geometria simples.
Caracte- Eixo de
Geometria Equação Ilustração
rísticas rotação
I = mR2
(Continua)
Momento de inércia 11
(Continuação)
Caracte- Eixo de
Geometria Equação Ilustração
rísticas rotação
(a) (b)
(c)
Figura 7. Exemplos de eixo de rotação fora do centro de massa de um corpo: (a) carro
com o eixo de rotação da porta na borda superior; (b) porta de um micro-ondas com o
eixo de rotação na borda lateral; (c) laptop com o eixo de rotação da tela na borda inferior.
Fonte: a) Batista (2019, documento on-line); b) Proteste (2017, documento on-line); c) Canuto (2019, do-
cumento on-line).
Momento de inércia 13
I0 = ICM + mh2
Eixo 0 paralelo ao
eixo que passa
pelo centro de
massa
Figura 8. Haste fina de massa m com um eixo que passa pelo centro de massa (CM) e outro
eixo 0 que passa pela extremidade da haste. A distância entre os dois eixos é igual a h.
14 Momento de inércia
Na prática
(a) (b)
Figura 10. (a) Perfil em formato T dividido em duas hastes; (b) perfil em forma de I dividido
em 3 hastes.
I = I1 + I2 + I3 + I4
Figura 11. Perfil em formato de T dividido em duas hastes com o eixo de rotação passando
pelo ponto A. eixo de rotação com direção perpendicular ao plano da folha.
A haste número 1 tem o eixo passando pelo seu centro massa, já a haste número 2
tem o eixo passando pela sua extremidade.
O momento de inércia da haste 1 é dado por:
BATISTA, R. DeLorean, o carro que viaja no tempo e nos corações dos fãs. Tribuna
Hoje, jun. 2020. Disponível em: https://tribunahoje.com/noticias/especialautomo-
tos/2019/03/22/delorean-o-carro-que-viaja-no-tempo-e-nos-coracoes-dos-fas/. Acesso
em: 20 jun. 2020.
Momento de inércia 19
CANUTO, A. Saiba como ser mais produtivo no trabalho. In: PERFIL WE. [S. l.: s. n.], 2019.
Disponível em: http://perfilwe.com.br/saiba-como-ser-mais-produtivo-no-trabalho/.
Acesso em: 20 jun. 2020.
EHOW Brasil. Quais são as habilidades fundamentais no futebol? [S. l.: s. n., 201-?].
Disponível em: https://www.pinterest.com.mx/pin/301600506286613800/. Acesso
em: 20 jun. 2020.
GALVAMINAS. Perfis estruturais. Belo Horizonte: Galvaminas, 2020. Disponível em: https://
www.galvaminas.com.br/contato/. Acesso em: 20 jun. 2020.
HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de física: mecânica. 10. ed. Rio de
Janeiro: LTC, 2016. v. 1.
HIGIDIO, J. Talento acima das controvérsias: conheça Tonya Harding. Jornalismo Júnior,
maio 2019. Disponível em: http://jornalismojunior.com.br/talento-acima-das-contro-
versias-conheca-tonya-harding/. Acesso em: 20 jun. 2020.
HEWITT, P. G. Física conceitual. 12. ed. Porto Alegre: Bookman, 2015.
NUSSENZVEIG, H. M. Curso de física básica: mecânica. 5. ed. São Paulo: Edgard Blücher,
2013. v. 1.
PILARES da liderança: as lições do futebol americano. In: UNIVOZ. [S. l.: s. n.], 2017.
Disponível em: https://univoz.com.br/site/pilares-da-lideranca-as-licoes-do-futebol-
-americano/. Acesso em: 20 jun. 2020.
PROTESTE. Micro-ondas: desvendamos, de vez, todos os mitos! [S. l.: s. n.], 2017. Disponível
em: https://www.proteste.org.br/eletrodomesticos/micro-ondas/oticia/micro-ondas-
-desvendamos-de-vez-todos-os-mitos/. Acesso em: 20 jun. 2020.
Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun-
cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a
rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de
local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade
sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
O teorema dos eixos paralelos é uma ferramenta muito útil no estudo do momento de inércia de
um corpo, pois nem sempre o eixo de rotação está no centro de massa desse corpo. Identificar
corretamente a localização do eixo de rotação é o parâmetro principal na utilização desse teorema.
Nesta Dica do Professor, você entenderá melhor o teorema dos eixos paralelos e verá um exemplo
de como aplicá-lo.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/
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4 min
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_2.2_ Exercícios
Qual dos eixos de rotação irá fornecer a esse corpo maior energia cinética de rotação?
A) Eixo 1.
B) Eixo 2.
C) Eixo 3.
D) Eixo 4.
E) Eixo 5.
2) Um dos movimentos do planeta Terra é o de rotação em torno de seu próprio eixo. Considerando
isoladamente esse movimento, e que a Terra é uma esfera sólida de distribuição de massa
homogênea, com o eixo passando pelo seu centro de massa, calcule o momento de inércia do
planeta Terra, conforme dados apresentados na figura:
A) I = 98,3.1030kg m2
24 2
B) I = 491,5.10 kg m
36 2
C) I = 98,3.10 kg m
36 2
D) I = 491,5.10 kg m
12 2
E) I = 98,3.10 kg m
3) Um gerador de indução assíncrono é uma máquina rotativa de geração de energia elétrica
por meio do fenômeno de indução eletromagnética. A peça rotativa desse gerador é o rotor,
que, para um gerador de 4 polos, gira a aproximadamente 1.800rpm. Considere um rotor
com cilindro maciço de aço com baixo carbono (densidade ρ = 7,86g/cm3) com raio de
32mm e altura de 357mm. Calcule a energia cinética de rotação desse rotor hipotético.
A) K = 81,86J.
B) K = 816J.
C) K = 188,5J.
D) K = 46,8kJ.
E) K = 0,8J.
4) O pêndulo de um relógio faz um movimento de rotação em torno de um eixo que passa por uma de
suas extremidades. Considere descrevê-lo como um disco e uma haste, como na figura a seguir:
A haste tem comprimento L e massa m. O disco tem raio R e massa M. Encontre a equação que
descreve o momento de inércia do pêndulo desse relógio:
2 2 2
A) I = (1/2 )M R + M (L) + (1/3 )m L .
2 2 2
B) I = (1/2 )M R + M (R + L) + (1/12 )m L .
2 2 2
C) I = (1/2 )M R + M (2R + L) + (1/3 )m L .
2 2 2
D) I = (1/2 )M R + M (R + L) + (1/12 )m L .
2 2 2
E) I = (1/2 )M R + M (R + L) + (1/3 )m L .
5) O perfil metálico é um elemento muito utilizado para sustentação de estruturas na construção civil.
Essas estruturas devem ficar em equilíbrio estático e suportar diversos tipos de carga. Para
projetar uma estrutura desse tipo, é preciso conhecer o momento de inércia dos perfis que serão
utilizados. Calcule o momento de inércia do perfil mostrado na figura em relação ao eixo de
rotação.
2
A) I = (1/2 )m L .
2
B) I = (1/12 )m L .
2
C) I = (3/2)m L .
2
D) I = (1/3 )m L .
2
E) I = (5/2 )m L .
_2.2_ Na prática
Em um projeto de uma máquina rotativa, um dos elementos principais é o eixo de rotação. Para
projetá-lo, o engenheiro precisa se preocupar com o dimensionamento, a resistência do material
com que o eixo será produzido, com as cargas que deve suportar e, principalmente, fazer um
estudo de possíveis falhas com o objetivo de minimizá-las.
Neste Na Prática, você verá onde o momento de inércia é utilizado nessa análise de falhas e como
ele é um parâmetro importante na prevenção de vibrações.
A VIBRAÇÃO DE UM EIXO ROTATIVO
Eixo rotativo é um elemento que transmite movimento de rotação. Porém, ele precisa suportar algumas cargas e
torques. Se essas cargas variarem no tempo, uma das falhas esperadas é a vibração desse eixo.
Luiz é engenheiro mecânico e irá fazer um projeto de um eixo de rotação. Ele precisa minimizar as possíveis falhas
desse projeto.
Essas vibrações aumentam o desgaste da máquina, podendo ocasionar, com o tempo, falhas de operação ou
acidentes.
A vibração rotacional de um volante de inércia em forma de disco montado em um eixo, por exemplo, tem a
seguinte frequência torcional natural de vibração:
É nesse ponto do projeto que Luiz precisa utilizar o momento de inércia. Normalmente, em projetos de grandes
máquinas, esse disco funciona como volante de inércia. Em geral, mais de um volante é colocado em um eixo, e
o momento de inércia de cada um deles contribui para a vibração rotacional do eixo.
_2.2_ Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_momentos_de_in%C3%A9rcia
elm
Momento de inércia
Neste vídeo, você entenderá como o momento de inércia influencia no movimento de um
equilibrista ao atravessar uma corda bamba ou de uma bailarina quando está fazendo uma pirueta.
https://youtu.be/ABElj9m6kRg
5 min
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https://phet.colorado.edu/pt_BR/simulations/torque
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https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?
codigo=7410295
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O estudo sobre a biomecânica dos fundamentos do voleibol é importante para o treinador entender as respostas cinemáticas e cinéticas
dessas técnicas esportivas. O objetivo da revisão foi apresentar as pesquisas da biomecânica sobre o saque e o ataque do voleibol. O
saque em suspensão e o ataque possuem fases similares durante a sua execução (corrida de aproximação, impulsão, voo e queda).
Nessa revisão foram apresentados os aspectos cinemáticos e cinéticos dessas fases do saque em sus-pensão e do ataque. Em conclusão,
a biomecânica merece ser utilizada durante as sessões do treino com o intuito de proporcionar um incremento na execução do saque
em suspensão e do ataque.
MECÂNICA DOS SÓLIDOS - D (2023.MAI)
1.1 - Princípios fundamentais
1.2 - Vetores de Força – análise bidimensional
2.1 - Vetores de força – análise tridimensional
2.2 - Momento de inércia
3.1 - Torque
3.2 - Equilíbrio e estabilidade
4.1 - Análise bidimensional do equilíbrio de corpo rígido
4.2 - Análise tridimensional do equilíbrio de corpo rígido
Torque
_3.1_
Apresentação
No seu cotidiano, é possível verificar uma infinidade de movimentos de rotações, como quando
você utiliza uma chave de boca para soltar um parafuso ou, ainda, quando abre uma porta. As
aplicações que ocorrem usando o movimento de rotação são inúmeras e vão desde a construção
civil até a geração de energia. Por exemplo, para que um carro parta do repouso, é necessário que o
motor faça rotações para vencer essa inércia. Por conta disso, a Física se ocupa em estudar esse
tipo de fenômeno. Com o mesmo formalismo com que se estudam os movimentos de translação, a
Física estuda o movimento de rotação. Assim, uma grandeza que tem papel central no movimento
de rotação é o torque.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai conhecer o que é torque e como fazer seus cálculos.
Conhecerá, ainda, a Segunda Lei de Newton para rotação e verá como calcular o torque para um
sistema de forças bidimensionais e tridimensionais.
Bons estudos.
O torque em relação a determinado ponto é definido como força vezes distância, lembrando que o
componente da força responsável pelo torque será o componente perpendicular da força em
relação à distância. O componente paralelo da força não vai produzir o torque. Isso pode ser
verificado pela definição de torque por meio do produto vetorial τ=r×F (os vetores aqui estão
destacados). Essa grandeza é muito importante para aplicações, como na construção civil, por
exemplo.
Ele explicou que, nesse esquema, a massa da barra é de 500kg, com 10m de comprimento, e deve suportar, em
sua ponta, uma massa de 100kg. Ele também falou que a corda esticada presa bem no centro de massa da barra
pode tensionar no máximo 500N. Nos cálculos que ele fez, o sistema fica em equilíbrio.
Com a finalidade de segurança, o seu supervisor pediu para você confirmar esses cálculos. Com o
conhecimento que você tem de torque, qual é a sua conclusão? Lembre-se de apresentar os
cálculos realizados.
Na Física do movimento rotacional, é possível fazer uma analogia das grandezas que aparecem
nesse movimento com as grandezas que aparecem no movimento de translação. Por exemplo, no
movimento translacional, há a aceleração linear, enquanto no movimento rotacional há a aceleração
angular.
No estudo do movimento de rotação, é possível usar as Leis de Newton na forma rotacional. Por exemplo, com o
uso da Segunda Lei de Newton rotacional, pode-se obter a aceleração angular e, por meio disso, calcular outras
grandezas de interesse.
Veja como obter a Segunda Lei de Newton para rotação:
TRANSLAÇÃO
Observe, na imagem, o movimento de um corredor. Esse movimento pode ser classificado como translacional. O
movimento de translação é o primeiro tipo de movimento estudado na Física. Nele, são apresentadas as equações
de movimento que podem ser usadas para analisar o movimento.
[foto de de corredor]
ROTAÇÃO
Observe, na imagem, o movimento de rotação da bailarina. Nesse tipo de movimento, existe um eixo de rotação
fixo, e o movimento se faz em torno desse eixo. O interessante é que você pode fazer uma analogia entre os
movimentos de translação e rotação para obter as equações de movimento.
[desenho de contorno de bailarina]
TRANSLAÇÃO X ROTAÇÃO
Uma analogia entre esses dois movimentos pode resultar no seguinte:
o deslocamento linear ∆S pode ser substituído pelo deslocamento angular ∆θ ,
a velocidade linear v será substituída por ω ,
e a aceleração linear a será substituída pela aceleração angular α .
FIQUE ATENTO!
Observe, ainda, o cálculo do torque devido a uma força F atuando em uma partícula:
_3.1_ Conteúdo do livro
A Física estuda todos os tipos de movimento, que vão desde movimento simples, como o
movimento retilíneo uniforme (MRU), até movimentos desordenados microscopicamente. Os
estudos desses movimentos envolvem o uso de equações matemáticas. O uso desses
movimentos serve para estudar a cinemática dos corpos, como deslocamento, velocidade,
aceleração, tempo de percurso, etc. Nesse contexto, movimentos de translação são analisados
usando as Leis de Newton. A grandeza fundamental nas Leis de Newton é a força resultante que
atua no corpo. Por sua vez, também existe o movimento de rotação. Na Física, existe a
possibilidade de fazer uma analogia com as equações do movimento de translação. Por exemplo, no
movimento translacional, há a Segunda Lei de Newton para o movimento rotacional. A grandeza
que tem importância nessa Lei é o torque.
Na obra Cinemática dos corpos rígidos, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, leia o capítulo
Torque e conheça o que é o torque e como essa grandeza pode ser relacionada com a Segunda Lei
de Newton para rotação.
Boa leitura.
MECÂNICA DOS SÓLIDOS - D (2023.MAI)
Conteúdo Livro_Aula 3.1 - Torque
Pleito: Substituir o Conteúdo do Livro (ou revisão detalhada e corrigir erros no Conteúdo do Livro).
Justificativa:
_ Pág. 9: Figura 7 b) - Diagrama de forças do Disco faltando forças (imagem A abaixo).
mA
_Pág. 9: Último parágrafo - Corrigir texto e incluir identificação da equação (4) (imagem B abaixo).
mB
_Pág. 10: Incluir texto explicativo no segundo parágrafo e excluir terceiro parágrafo (imagem C abaixo).
mC
_Pág. 10: Corrigir equação trocar r por R (imagem D abaixo).
mD
_Pág. 12: penúltima linha, corrigir, trocar eixo "y" por "x" (imagem E abaixo).
mE
_Pág. 14: Última linha, incluir sinal negativo de Theta (imagem F abaixo).
mF
Obs.1: Acho que os livros capa laranja da Sagah deveriam ser evitados, geralmente o conteúdo é um apanhado de transcrições de livros
melhores, porém, infelizmente, com qualidade pior (provavelmente publicados com pouca ou sem revisão).
Obs.2: Sugestão para substituição do Conteúdo do livro: "capítulo 10 do livro Física para universitários: mecânica, de Wolfgang
Bauer" (também sugerido no Saiba +).
Obs.3: Caso a mentoria responda, peço que a resposta confirme ou não esses erros apontados (com explicação em caso de não
confirmação).
SUMÁRIO
Rotação de um corpo rígido em torno de um eixo fixo ·~Q.: .... 13
Alessandra de Castro Machado
O corpo rígido e seu movimento de rotação ........................................................................... 13
Funções do movimento de rotação............................................................................................... 19
Casos particulares ...................................................................................................................................... 23
Torque ...........................................................................................................49
Ricardo Noboru lgarashi
Definição de torque .................................................................................................................................. 49
Torque: um tratamento vetorial ........................................................................................................ 53
Torque: uma anál ise trid imensional ................................................................................................59
Rolamento ~0·:
1
....................................................................................... 133
Everton Coelho de Medeiros
Definição de rolamento ....................................................................................................................... 133
Rolamento como um movimento de rotação...................................................................... 136
Casos particu lares do rolamento ................................................................................................... 138
Giroscópios e precessão ....................................................................... 147
Daniel Ferreira Cesar
O giroscópio e o efeito g iroscópico............................................................................................. 148
A física por t rás de um giroscópio ................................................................................................. 150
O movimento de precessão ..............................................................................................................15 5
Introdução
A grandeza chamada de torque tem um papel muito importante no
estudo do movimento rotacional, visto que está relacionada à segunda lei
de Newton para rotação. Usando essa lei, obtemos a aceleração angular
e, com isso, podemos calcular as outras grandezas, como deslocamento
angular, velocidade angular, tempo de rotação, etc. (HEWITT, 2015).
Neste capítulo, você vai aprender a definir o torque e a calcular essa
grandeza de maneira simples, em sistemas bidimensionais. Depois, estu-
dará como usar esse conceito de torque com a segunda lei de Newton
para rotação. Por fim, verá uma análise vetorial para analisar sistemas
tridimensionais em termos de vetores unitários.
1 Definição de torque
Considere a chave de boca representada na Figura 1. O que acontece quando
aplicamos uma força F1 nessa chave? Você provavelmente vai responder que
essa força F1 vai rotacionar o ponto O. Assim, podemos imaginar que a força
F2 vai girar o ponto O mais facilmente. Usando essa mesma figura, podemos
verificar que a força F3 não pode girar o ponto O. O que você acabou de ver
com esse exemplo simples foi o conceito de torque. Pode-se definir que o
2 Torque
torque é uma grandeza física que dá origem a uma rotação de um corpo por
meio da aplicação de uma força (HALLIDAY; RESNICK; WALKER, 2016).
F1 F2
F3
Para escrever uma equação para o torque, você pode pensar, com base
na equação anterior, que essa grandeza vai depender da força aplicada e da
distância do ponto O em relação a essa força. Contudo, deve lembrar que
a orientação da força com relação à distância é muito importante. Em um
primeiro momento, veja a seguinte equação:
τ = r F' (1)
onde:
τ = torque;
r = distância do ponto O em relação à força;
F' = força perpendicular à distância r.
Outro ponto que você deve levar em conta é o sentido de rotação. Nesse
caso, a rotação pode ter dois sentidos possíveis: horário e anti-horário (Figura 3).
Para diferenciá-los, marca-se o sentido anti-horário com um sinal de mais,
e o horário com um sinal de menos. Para ver como isso funciona, considere
o Exemplo 1 a seguir.
4 Torque
Figura 3. Força aplicada em uma barra para produzir rotação no sentido anti-horário ou
horário.
Exemplo 1
Calcule o torque de cada força mostrada na Figura 4.
Veja como calcular o torque realizado por cada força apresentada na Figura 4.
Força F1: essa força vai produzir uma rotação no ponto O no sentido
anti-horário.
τ1 = 10 · 0,4 = 4 N.m
Força F2: essa força não pode produzir torque. Nesse caso, a força é paralela
à distância.
τ2 = 0
Força F3: essa força vai produzir uma rotação no ponto O no sentido horário.
Nesta seção, você viu o conceito de torque de uma maneira simples. Veja
que as forças e as distâncias estão localizadas nos eixos x e y. Na sequência,
você verá um tratamento com uma matemática mais formal.
Neste capítulo, usamos as unidades no sistema internacional, mas você poderá encon-
trar nos seus estudos outros tipos de unidades, como CGS (centímetro, grama, segundo).
τ = Fsenθ r
τ = Frsenθ
τ⃗ = r⃗ × F⃗ (2)
Torque 7
No Exemplo 2, você vai ver como a Equação (2) é aplicada em uma situação
física.
Exemplo 2
Calcule o módulo do torque aplicado pela força F da Figura 6.
Veja que o ângulo entre o vetor posição e o vetor força é de 120°. Fechamos
esta seção apresentando a forma de calcular o torque como produto vetorial
entre dois vetores. A seguir, vamos fazer a conexão do conceito do torque com
o momento de inércia (I) e a sua aceleração angular (α).
(3)
Você pode usar a segunda lei de Newton na forma rotacional para estudar
exemplos bem interessantes. Veja nos Exemplos 3 e 4 o uso dessa lei na forma
da Equação (3).
Exemplo 3
Suponha que determinado dispositivo (pode ser uma roda) sofra um toque de
38 N.m, produzindo uma aceleração angular de 12 rad/s2. Calcule o momento
de inércia desse dispositivo.
Use a segunda lei de Newton na forma rotacional dada na Equação (3).
Nesse caso, pense apenas no módulo das grandezas:
Exemplo 4
Veja agora um exemplo mais elaborado. Na Figura 7, um disco uniforme de
massa M = 2,0 kg e de raio R = 15 cm está montado em um eixo fixo. Nesse
disco é colocada uma massa m = 1 kg pendurada por uma corda de massa
desprezível que está enrolada na borda do disco. Considere que a corda não
escorrega e que não existe atrito no eixo. Calcule:
Reação
Mancal
do Disco
Peso Mg
Figura 7. (a) Disco de massa M fixada em um eixo fixo preso a uma massa m. (b) Diagrama
de forças para cada corpo.
T – mg = ma
τ = –TR
(5)
(6)
elm =
Repare que consideramos que os dois corpos formam apenas um sistema;
ERR !!
assim, têm a mesma aceleração.
Usando as Equações (4) e (6), podemos eliminar a tração na corda:
Repare que o raio do disco teve a sua unidade modificada para metros.
Para calcular o valor da tração, podemos usar tanto a Equação (4) quanto
a (6). Nesse caso, vamos usar a Equação (6):
Por fim, usando a Equação (3), podemos obter outras grandezas de inte-
resse físico, por exemplo, deslocamento angular, velocidade angular, tempo
de rotação, etc. Contudo, até agora consideramos sistemas bidimensionais.
Na próxima seção, você verá o cálculo do torque para sistemas tridimensionais.
Torque 11
τ⃗ = r⃗ × F⃗
Figura 8. (a) Partícula de massa m localizada no plano xy, sujeita a uma força F. (b) Aplicação
da regra da mão direita para determinar o sentido do vetor torque.
Fonte: Instituto Federal de Santa Catarina (2020, documento on-line).
Para indicar a direção do torque, você pode usar a regra da mão direita para
produto vetorial. Para isso, coloque a força na origem, para que tenha mesma
da origem do vetor posição, e use os dedos da mão direita partindo do vetor
r⃗ e apontado para F⃗. O polegar da mão direita será o sentido do torque. Aqui
o torque tem a direção z no sentido para cima.
Outra maneira de descobrir a direção do torque seria pensar em termos de
vetores unitários. Para isso, considere dois vetores genéricos A⃗ e B⃗. Vamos
escrever esses dois vetores em termos dos vetores unitários î, ĵ e k̂ . Lembre-se
de que esses vetores unitários representam as direções x, y e z, respectivamente.
12 Torque
Assim, A⃗ = Axî + Ayĵ + Azk̂ e A⃗ = Bxî + Byĵ + Bzk̂ . Desse modo, podemos
escrever o produto vetorial C⃗ = A⃗ × B⃗ na forma de um determinante (WIN-
TERLE, 2000):
(7)
A⃗ × B⃗ = –B⃗ × A⃗
Exemplo 5
Considere que, na Figura 8, o vetor posição seja dado por r⃗ = 2mî + 3mĵ e
F⃗ = –3Nî + 4Nĵ. Calcule o vetor torque.
Usando a Equação (7), temos:
τ⃗ = (2 · 4 – 3 · (–3))k̂ = 17 N · mk̂
Exemplo 6
Considere que uma partícula de massa m esteja localizada no plano xz, con-
forme mostra a Figura 9. O vetor posição r⃗ indicado na figura tem módulo
de 5 m e faz um ângulo de 30° com o eixo x positivo. As forças F⃗1 e F⃗2 são
paralelas aos eixos z e y, respectivamente, e têm módulo de 3 N. Calcule o
torque resultante que atua nessa partícula.
Torque 13
Figura 9. (a) Partícula de massa m localizada no planoxz, sujeita a duas forças F⃗1 e F⃗2.
b) Ângulo entre o vetor posição e o vetor força F⃗1.
c) Ângulo entre o vetor posição e o vetor força F⃗2.
Usando a regra da mão direita, verificamos que os dois torques têm sentidos
opostos e ficam na direção y. Assim, o módulo do torque resultante é
rx = 5cos300 = 4,33 m
rz = 5sen300 = 2,5 m
14 Torque
Agora veja que os dois métodos fornecem o mesmo resultado para o torque
resultante. Contudo, vale salientar que você usará este último método nos seus
estudos de ciências exatas e engenharia.
Exemplo 7
Considere uma partícula localizada no plano xy com o vetor posição r⃗ = 2mî
+ 4mĵ em relação à origem. Essa partícula está sujeita a uma força F⃗ = 4Nî +
3Nĵ. Com essas informações, calcule:
Para resolver o primeiro item, usamos apenas o último termo da Equação (7):
|τ⃗| = |r⃗||F⃗|senθ
Neste capítulo, você estudou o que é o torque realizado por uma força.
Fisicamente, você viu que o torque pode ser interpretado como uma força que
produz uma rotação. Assim, verificou que as direções das distâncias em relação
ao ponto que deseja calcular e a força são muito importantes. Essa direção foi
desenvolvida no conceito de produto vetorial. Por fim, você viu como usar o
produto vetorial para calcular o torque em sistemas tridimensionais.
FECHADURA ELETRÔNICA IDEAL. Chaveiro para abrir porta em SP São Miguel Paulista.
[2020]. Disponível em: http://www.chaveiroportal.com.br/chaveiros-24-hs/chaveiro-
-para-chave-de-carro/chaveiro-para-abrir-porta-em-sp-sao-miguel-paulista. Acesso
em: 30 maio 2020.
HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de física. 10. ed. Rio de Janeiro: LTC,
2016. (Mecânica, v. 1).
HEWITT, P. G. Física conceitual. 12. ed. Porto Alegre: Bookman, 2015.
INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA. Index of Gleison Renan. [2020]. Disponível em:
http://www.joinville.ifsc.edu.br/~gleison.renan/. Acesso em: 30 maio 2020.
TIPLER, P. A.; MOSCA, G. Física para cientistas e engenheiros. 6. ed. Rio de Janeiro: LTC,
2009. (Mecânica, Oscilações e Ondas, Termodinâmica, v. 1).
WINTERLE, P. Vetores e geometria analítica. São Paulo: Makron Books, 2000.
YOUNG, H. D.; FREEDMAN, R. A. Física I: mecânica. 14. ed. São Paulo: Pearson Education
do Brasil, 2016.
Leituras recomendadas
JEWET JR., J. W.; SERWAY, R. A. Física para cientistas e engenheiros. 8. ed. São Paulo:
Thomson Pioneira, 2012. (Mecânica, v. 1).
NUSSENZVEIG, H. M. Curso de física básica. 5. ed. São Paulo: Blucher, 2013. (Mecânica, v. 1).
16 Torque
Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun-
cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a
rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de
local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade
sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
A grandeza torque é um vetor que tem módulo direção e sentido. Nesse contexto, usa-se o
conceito de produto vetorial para obter o torque. Os vetores que entram no cálculo são os vetores
posição e força. Portanto, o importante será usar de maneira correta a direção entre esses vetores.
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_3.1_ Exercícios
1) No movimento de rotação, é usada a Segunda Lei de Newton para rotação para analisar o
fenômeno. Por meio desse modelo matemático, é possível calcular diretamente o momento
de inércia, o torque externo ou a aceleração angular. Nesse contexto, o momento de inércia
de um disco tem valor de 150kg.m2. Esse disco tem aceleração angular constante de
1,5rad/s2. A partir disso, o valor do torque em N.m vai ser de:
A) 225.
B) 150.
C) 100.
D) 200.
E) 300.
2) Considere que uma barra fina e homogênea de comprimento L=2m esteja articulada na parede
(ponto O). Essa barra é largada da posição indicada na figura a seguir. Desprezando as forças
dissipativas, marque a opção referente à aceleração angular da barra em rad∕s2. Considere a
g=10m/s2 e que a massa da barra fica localizada bem no centro da barra.
A) 7,5.
B) 15.
C) 10.
D) 12.
E) 5.
3) Ao definir os vetores posição e força em termos de vetores unitários, o conceito de produto
vetorial é usado para calcular o torque. Assim, por meio do uso dessa operação matemática,
considere que uma força de F=3Ni-2Nj produz um torque em uma partícula de massa m de
módulo 5 N.m. Essa partícula tem um vetor posição r em relação à origem dado por
r=2mi+3mj. O valor do ângulo entre os vetores força e posição vai ser de:
A) 230.
B) 200.
C) -370.
D) 370.
E) -200.
A) O torque em relação a um ponto pode ser obtido pelo produto vetorial entre a posição da
partícula em relação a esse ponto e a força aplicada nessa partícula.
B) O torque em relação a um ponto será máximo quando a força e a distância forem paralelas
entre si.
C) Quando a força aplicada for perpendicular à distância em relação a um ponto, o torque será
nulo.
D)
• O torque em relação a um ponto pode ser obtido pelo produto escalar entre a posição
da partícula em relação a esse ponto e a força aplicada nessa partícula.
E) Na Segunda Lei de Newton para rotação, o torque vai depender apenas da sua aceleração
angular.
5) No cálculo do torque em sistemas tridimensionais, geralmente é usado o produto vetorial
em termos de um determinante. Para isso, é necessário escrever os vetores posição e força
em termos de vetores unitários. Com isso, é possível usar o conceito de determinante. Desse
modo, considere uma partícula que tenha as coordenadas dadas por (0,-4m,8m) sendo
sujeita a duas forças: F1=3Nk e F2=2Nj. O módulo do torque atuando sobre a partícula e sua
direção serão de:
E) 0.
_3.1_ Na prática
A aplicação do conceito de torque está presente no cotidiano das pessoas. Por exemplo, quando
você abre uma porta, o conceito de torque está presente. Outro exemplo seria quando você brinca
com um ioiô — nesse caso, o responsável pelo torque seria a tração na corda. Contudo, o interesse
em aplicações é muito grande. Essas aplicações englobam desde a parte de mecânica até efeitos de
eletromagnetismo.
Veja, Na Prática, uma aplicação na área de construção civil que envolve o conceito de torque.
Nesse exemplo, o objetivo é a construção de grandes estruturas que devem ficar estáticas. Assim,
serão usados os conceitos de força resultante e torque resultante.
O conceito de torque é muito usado em diversas áreas da Engenharia. Por exemplo, na área de construção civil, ele
é muito utilizado para dimensionar estruturas que precisam ficar estáticas. Nesse caso, o engenheiro deve modelar
as forças que atuam nessa estrutura. Desse modo, essas forças devem produzir uma força resultante e um torque
resultante nulo.
Veja alguns exemplos:
EQUILÍBRIO ESTÁTICO
Uma ponte, quando dimensionada, deve suportar os pesos dos
carros que irão passar por ela e também o próprio peso da ponte.
É necessário que a ponte não tenha movimento de translação
e também não tenha movimento de rotação.
GRUA
Na área de construção civil, geralmente existem gruas. Na grua, há o
contrapeso, que deve se equilibrar com o peso que ele está levantando.
Nesse caso, o torque que o contrapeso faz na base da grua deve ser
igual ao torque do peso.
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Introdução ao torque
Para saber mais, assista a esta videoaula sobre o conceito inicial de torque. Nela, o autor vai
apresentar o cálculo do valor do torque e alguns exemplos interessantes para que você fixe o
conceito de torque.
https://pt.khanacademy.org/science/physics/torque-
angular-momentum/torque-tutorial/v/introduction-
to-torque
10 min
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Conteúdo interativo
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MECÂNICA DOS SÓLIDOS - D (2023.MAI)
1.1 - Princípios fundamentais
1.2 - Vetores de Força – análise bidimensional
2.1 - Vetores de força – análise tridimensional
2.2 - Momento de inércia
3.1 - Torque
3.2 - Equilíbrio e estabilidade
4.1 - Análise bidimensional do equilíbrio de corpo rígido
4.2 - Análise tridimensional do equilíbrio de corpo rígido
Equilíbrio e estabilidade
_3.2_
Apresentação
Quando um arquiteto ou um engenheiro projetam edificações, eles precisam ter em mente as várias
exigências atreladas à edificação, como, por exemplo, sua funcionalidade, seu conceito
arquitetônico,
entre outras. Entretanto, antes de atender a todas as exigências que o projeto demanda, existe uma
que supera todas as demais e a que mais preocupa os projetistas: como manter o equilíbrio e a
estabilidade da edificação a ser construída? De nada servirá ao projetista cumprir com as demais
exigências caso ele não garanta que a estrutura tenha as mínimas condições necessárias para
permanecer em equilíbrio estático estável e atender, assim, às demais funcionalidades.
A estática dos corpos rígidos tem enorme aplicação no cotidiano, principalmente na área
da engenharia civil. Quem trabalha na elaboração do projeto de uma edificação precisa, antes de
pensar na estética arquitetônica, certificar-se de que a edificação que está sendo projetada ficará
de pé. Para que isso ocorra, é necessário que o projetista, quando fizer os cálculos da estrutura,
se assegure de que os os conceitos de equilíbrio e estabilidade sejam satisfeitos, a fim de que ela
não se movimente.
Como parte de seu trabalho, você será responsável por refazer os cálculos de estabilidade do projetista e dizer se
os cálculos estão adequados ao projeto e, consequentemente, se seu projeto pode ser implementado pela
empresa ou se precisará passar por ajustes.
elm = Barragem não tomba. Momento do Peso da barragem maior que o da água.
_3.2_ Infográfico
O equilíbrio dos sistemas físicos, em particular do corpo rígido, é um tópico de especial interesse
dentro da mecânica devido à sensibilidade com que alguns conceitos físicos de alta relevância se
apresentam. Além disso, o estudo do equilíbrio reúne elementos não apenas da física; ele pode ser
analisado a partir da conexão entre elementos de cálculo diferencial e física.
Neste Infográfico, você verá as condições para que um corpo atinja a condição de equilíbrio, seja
equilíbrio estático, seja dinâmico. Você verá quais conceitos físicos estão por trás da compreensão
de equilíbrio e como ele pode ser analisado atrelando-se elementos do cálculo diferencial com
importantes quantidades da mecânica.
EQUILÍBRIO
Para que um corpo rígido se encontre em estado de equilíbrio, é preciso que ele satisfaça algumas condições
físicas.
Veja quais são as condições para que um corpo rígido esteja fisicamente em equilíbrio.
O EQUILÍBRIO DINÂMICO
O Equilíbrio dinâmico translacional
Embora haja conservação de momento linear, o módulo dessa grandeza sendo
diferente de zero garante, ao mesmo tempo, translação e estabilidade, originando
o equilíbrio dinâmico.
EQUILÍBRIO ESTÁTICO
Diferentemente da condição de equilíbrio dinâmico, na condição de equilíbrio estático
não há nem rotação, nem translação do corpo.
O EQUILÍBRIO ESTÁVEL, INSTÁVEL E INDIFERENTE
Além das classificações estático e dinâmico, o equilíbrio pode ser classificado ainda como estável, instável e
indiferente, conforme o comportamento do corpo rígido quando perturbado por uma força F(x) = 0.
De acordo com a configuração da energia potencial U(x) assumida, E1, E2, E3, o corpo estará,
respectivamente, em situação de equilíbrio estável, equilíbrio indiferente (ou neutro) ou equilíbrio instável
quando:
_3.2_ Conteúdo do livro
Na obra Cinemática dos corpos rígidos, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, leia o capítulo
Equilíbrio e estabilidade, no qual você compreenderá como, a partir da aplicação das Leis de
Newton, podem ser derivadas condições gerais para a compreensão do equilíbrio e da estabilidade
de um corpo rígido. Você iniciará o capítulo com a análise dos tipos de equilíbrio e das condições
físicas necessárias para sua ocorrência; em seguida, verá como aplicar as Leis de Newton na
obtenção de resultados gerais que descrevem as condições de equilíbrio dos corpos rígidos. Por
último, irá olhar a condição do equilíbrio do ponto de vista da configuração energética de um corpo
rígido e determinar, usando elementos de cálculo diferencial, as condições para a ocorrência do
equilíbrio.
SUMÁRIO
Rotação de um corpo rígido em torno de um eixo fixo tJ..: .... 13
Afessandra de Castro Machado
O corpo rígido e seu movimento de rotação ........................................................................... 13
Funções do movimento de rotação............................................................................................... 19
Casos particulares ......................................................................................................................................23
Torque ...........................................................................................................49
Ricardo Noboru lgarashi
Definição de torque .................................................................................................................................. 49
Torque: um tratamento vetorial ........................................................................................................ 53
Torque: uma análise tridimensional ................................................................................................59
Introdução
A estática, tanto do ponto material quanto dos corpos rígidos, é a parte da
física que estuda as condições necessárias para que um corpo ou sistema
permaneça em equilíbrio. O estudo dessas condições é particularmente
importante, pois advém diretamente da aplicação das leis de Newton da
mecânica, tanto para o movimento linear (i.e., de translação) como para o
movimento angular (i.e., de rotação). Além disso, o equilíbrio de um corpo
pode ser derivado a partir da compreensão do seu estado energético.
Visto de outro modo, o estudo do equilíbrio e da estabilidade de um
corpo rígido está diretamente vinculado à compreensão de como as
forças e os torques externos aplicados sobre um corpo rígido são capazes
de estabelecer uma configuração energética que restrinja os vários graus
de liberdade do corpo, restringindo a sua liberdade e constrangendo-o
a permanecer no estado de equilíbrio, seja estático ou dinâmico.
Neste capítulo, você estudará sobre os conceitos da mecânica e das
leis de Newton, bem como conhecerá as condições que possibilitam
que um corpo se apresente em diferentes estados de equilíbrio. Além
disso, conhecerá os diferentes tipos de equilíbrio e as condições físicas
necessárias à ocorrência destes nos sistemas físicos estudados. Por fim,
verá quais são as consequências da imposição de certas condições para
a ocorrência da estabilidade de um corpo.
2 Equilíbrio e estabilidade
A relatividade de Galileu
Embora tenhamos dado um exemplo simples da aplicação da relatividade do movi-
mento, muitos outros conceitos, como velocidade, aceleração e descrição de trajetórias,
dependem exclusivamente do referencial do observador.
Equilíbrio e estabilidade 3
O equilíbrio estático faz parte do nosso dia a dia e, portanto, faz mais
sentido ao nosso senso do que seria o equilíbrio. Ele diz respeito a corpos que
se encontram em repouso em relação a um determinado referencial inercial,
no qual também estamos em repouso. Portanto, ao afirmar que um livro está
em equilíbrio sobre uma mesa, pode-se adotar a mesa como referencial inercial,
ou, ainda, pode-se adotar o chão como referencial inercial. Nesse caso, o livro
não está se movendo em relação ao referencial escolhido. Portanto, dizer que
um corpo possui equilíbrio estático é o mesmo que dizer que o corpo está em
repouso em relação a um referencial.
Já o equilíbrio dinâmico é associado a um corpo dotado de movimento
em relação a um referencial inercial. Entretanto, não pode ser qualquer mo-
vimento, pois é preciso que o corpo esteja dotado de movimento retilíneo
uniforme (MRU). As causas do porquê desse tipo de movimento ficarão
mais claras adiante. Portanto, pode-se dizer que um carro se movimentando
horizontalmente em uma estrada, com uma velocidade constante, é um corpo
que está em equilíbrio dinâmico.
Além dessas duas formas de equilíbrio, é possível classificar o equilíbrio
como estável, instável e indiferente (ou neutro). Essa segunda classificação
está ligada à capacidade do corpo de retornar ao equilíbrio caso sofra uma
perturbação em relação à sua condição de equilíbrio imediatamente anterior à
perturbação. Confira, a seguir, a diferença entre essas três formas de equilíbrio:
A Figura 1, a seguir, apresenta uma pequena esfera repousando, inerte, em três configu-
rações diferentes, sobre três superfícies de mesmo coeficiente de atrito μ. Na situação
(a), se a esfera sofrer uma perturbação cujo resultado seja o seu deslocamento até a
borda da depressão e, depois, tal perturbação seja cessada, ela iniciará um movimento
de vai e vem, diminuindo cada vez mais a amplitude de sua altura devido ao atrito, até
retornar à condição inicial, antes de sofrer a perturbação. Já na situação (b), qualquer
que seja a perturbação sofrida pela esfera, por mais mínima possível, ela rolará ou para
a direita ou para a esquerda, e não mais retornará à condição inicial. Por fim, na situação
(c), qualquer perturbação sofrida pela esfera causará o seu deslocamento. Entretanto,
após a perturbação, encerra-se o movimento, e a esfera recupera, imediatamente,
a sua condição inicial de equilíbrio.
Figura 1. Um corpo sob três configurações diferentes de equilíbrio: (a) equilíbrio estável;
(b) equilíbrio instável; e (c) equilíbrio indiferente.
p=0 (1)
Equilíbrio e estabilidade 5
L=0 (2)
Essas duas afirmações implicam dizer que o corpo não pode estar em
movimento translacional nem rotacional em relação ao referencial de obser-
vação. As condições para o equilíbrio estático estável são bem razoáveis, em
virtude do nosso senso comum de equilíbrio. Assim, ao repensar a situação
de um livro parado sobre uma mesa, é fácil inferir que, se ele estivesse em
rotação — ainda que essa rotação fosse fixa em relação a um eixo que passa
pelo seu centro de massa —, de imediato, nosso senso refutaria a afirmação
de que o livro está em equilíbrio estático.
A seguir, será apresentado o embasamento físico que sustenta as afirmações
feitas e concluídas a partir da análise das Equações 1 e 2.
(3)
onde Rext é a resultante das forças externas individuais, Fi, que atuam sobre
o corpo.
6 Equilíbrio e estabilidade
(4)
(5)
(6)
Rext = m · a
Rext = 0 ⇔ a = 0 (8)
Equilíbrio e estabilidade 7
(9)
A segunda lei de Newton para o movimento linear pode ser escrita como:
(10)
(11)
p=0
Rext = 0
8 Equilíbrio e estabilidade
(12)
onde τext é resultante dos torques individuais, τi, que atuam sobre o corpo,
medidos em relação a qualquer ponto.
Similar ao caso translacional, esse resultado apresenta duas consequências
importantes e imediatas a serem discutidas. A primeira delas é o fato de a
somatória dos torques individuais que atuam sobre o corpo ser nula. Essa
consequência implica dizer que podem haver torques externos atuando sobre
um corpo que esteja na configuração de equilíbrio estático rotacional estável,
porém que esses torques se equilibram. A segunda consequência é que, sendo o
torque uma grandeza física de caráter vetorial, a Equação 12 pode ser reescrita
em três equações escalares:
(13)
(14)
(15)
τext = I · α (16)
τext = 0 ⇔ α = 0 (17)
(18)
Assim, a segunda lei de Newton para o movimento linear pode ser escrita
como:
(19)
(20)
L=0
10 Equilíbrio e estabilidade
A constância de p e L
Como visto, as duas condições necessárias para que um corpo esteja em equilíbrio
estático estável são:
p=0
L=0
p = constante ≠ 0 e L = constante ≠ 0
as equações serão:
Rext = 0 e τext = 0
Ou seja, as condições ainda serão satisfeitas, porém não haverá mais a condição de
equilíbrio estático estável, mas sim de equilíbrio dinâmico estável, translacional e
rotacional, respectivamente. No primeiro caso, o corpo executará um MRU, pois a = 0.
Já no segundo caso, o corpo executará um MCU (movimento circular uniforme), pois
a = 0.
p=0 e L=0
(21)
(22)
(23)
Embora essa seja uma curva hipotética, é importante ter em mente que
uma função potencial associada a qualquer função U(x) apresentará pontos
que, genericamente, corresponderiam a, pelo menos, algum ponto extremo:
máximo, mínimo ou de inflexão.
Sabe-se que a condição de equilíbrio estático estável impõe que R x = 0.
Entretanto, aplicando essa condição à Equação (21), tem-se, por consequência,
que:
(24)
(25)
ALONSO, M.; FINN, E. J. Física: um curso universitário. 2. ed. São Paulo: Blucher, 2014.
(Mecânica, v. 1).
BEER, F. P. et al. Mecânica vetorial para engenheiros: estática. 9. ed. Porto Alegre: AMGH,
2012.
SHAPIRO, I. S.; PEIXOTO, G. B. Introdução à mecânica clássica. São Paulo: Livraria da
Física, 2010.
SIMON, K. R. Mechanics. 3rd ed. [S. l.]: Addison-Wesley, 1971.
Nesta Dica do Professor, você aprenderá um procedimentos que auxilia na análise de problemas
envolvendo o equilíbrio e a estabilidade dos corpos rígidos. Esse procedimento, denominado
diagrama de corpo livre, é de suma importância, devendo, em muitos problemas, figurar como o
primeiro passo na solução de qualquer problema envolvendo o equilíbrio de corpos rígidos.
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_3.2_ Exercícios
A) B) C) D) E)
2) Do ponto de vista físico, o equilíbrio estático estável associado a um corpo rígido, observado
a partir de um referencial inercial, é caracterizado pelo corpo não ter, simultaneamente, nem
movimento de translação, nem movimento de rotação.
Sobre as condições físicas que estabelecem o equilíbrio dos corpos rígidos, assinale a
alternativa que indica, corretamente, as condições físicas necessárias para que um corpo
rígido esteja na configuração de esquilíbrio estático estável.
A) O momento linear (p) e o momento angular (L) são constantes e iguais a zero.
B) O momento linear (p) e o momento angular (L) são constantes e diferentes de zero.
C) O momento linear (p) e o momento angular (L) são constantes e maiores do que zero.
D) O momento linear (p) e o momento angular (L) são constantes e menores do que zero.
E) O momento linear (p) e o momento angular (L) não são constantes e podem assumir
quaisquer valores, exceto zero.
3) O equilíbrio é uma importante grandeza associada aos sistemas físicos e com grande
aplicabilidade no dia a dia. Em geral, o equilíbrio de um sistema está relacionado à forma
como as forças e os torques estão sendo aplicados a esse corpo e à forma como esse corpo
reage às forças e aos torque aplicados.
II. No equilíbrio instável, quando um corpo sofre pequena perturbação, invariavelmente não
retorna à posição de equilíbrio em que se encontrava antes da perturbação.
III. No equilíbrio indiferente ou neutro, quando um corpo sofre pequena perturbação, essa
perturbação não é capaz de produzir qualquer efeito sobre seu estado de equilíbrio.
A) V, V, V, F.
B) V, V V, V.
C) V, F, F, V.
D) F, V, F, V.
E) F, V, V, F.
4) O equilíbrio é uma importante grandeza associada aos sistemas físicos e com grande
aplicabilidade no dia a dia. Em geral, o equilíbrio de um sistema está relacionado à forma
como as forças e os torques estão sendo aplicados a esse corpo e à forma como esse corpo
reage às forças e aos torque aplicados.
A) No equilíbrio dinâmico, a força resultante que atua sobre o corpo é diferente de zero, e o
corpo executa movimento retilíneo uniforme (MRU).
B) No equilíbrio estático, a força resultante que atua sobre o corpo é igual a zero, e o corpo
executa movimento retilíneo uniformemente variado (MRUV).
C) No equilíbrio dinâmico, a força resultante que atua sobre o corpo é igual a zero, e o corpo
executa movimento retilíneo uniformemente variado (MRUV).
D) No equilíbrio estático, a força resultante que atua sobre o corpo é diferente de zero, e o
corpo executa movimento retilíneo uniforme (MRU).
E) No equilíbrio dinâmico, a força resultante que atua sobre o corpo é igual a zero, e o corpo
executa movimento retilíneo uniforme (MRU).
5) O equilíbrio é um importante conceito com grande aplicabilidade na engenharia civil e na
arquitetura. O cálculo da estabilidade de uma estrutura é uma das grandes preocupações dos
projetistas, haja vista as condições adversas, muitas vezes, associadas aos fenômenos da natureza
sobre determinadas estruturas.
Suponha que o vento aplique sobre uma face do edifício uma carga constante e uniforme de
10kN/m. Qual é o torque de tombamento, em relação ao ponto A, suportado pelo edifício devido à
ação do vento?
A) 594,7kN.m.
B) 637,4kN.m
C) 819,2kN.m
D) 1067,3kN.m
E) 1.247,8kN.m
_3.2_ Na prática
Umas das grandes aplicações do estudo do equilíbrio e da estabilidade dos corpos rígidos ocorre
nas áreas da engenharia civil e da arquitetura, permitindo a construção de estruturas com alto grau
de equilíbrio estático estável.
Neste Na Prática, você verá, ainda que de forma simplificada, como as condições de equilíbrio:
Rext = ∑ Fi = 0
τext = ∑ τi = 0
Vigas são elementos estruturais usados em edificações e que têm como função principal transferir cargas verticais,
seja de lajes, telhados ou outros elementos, para os elementos de sustentação da estrutura, como pilares e
paredes, por exemplo. As vigas podem ser feitas de madeira, aço, ferro ou concreto armado.
Para que uma viga possa servir ao seu propósito em uma edificação, qualquer que seja seu modelo e composição, é
preciso que as condições de equilíbrio estático estável sobre a viga estejam bem determinadas, ou seja, é
necessário saber se os valores das forças que estejam atuando sobre ela estão dentro das especificações da viga, a
fim de que ela possa garantir a estabilidade da estrutura quando solicitada.
A figura mostra, de forma simplificada, o perfil de uma estrutura constituída por quatro elementos estruturais: uma
parede, um pilar, uma viga e um telhado. Além disso, existe ainda uma carga externa à estrutura.
Embora seja uma simplificação de um problema mais complexo, os princípios de aplicação são exatamente os
mesmos daqueles aplicáveis a uma viga real.
A viga está sendo solicitada pelo telhado, o
qual tem carga distribuída de 4,38kN/m, e por
uma carga externa, que exerce sobre a viga
força de 5,34kN e está localizada em sua
extremidade de balanço C. A função da viga
nessa estrutura é transferir os esforços
verticais desses elementos para a parede A e
para o pilar B. Esses elementos estruturais, por
sua vez, transferem para o chão toda essa
carga estrutural.
Por questões de segurança, é crucial determinar o valor das forças (reações de apoio) nos pontos A e B da viga, pois
estes são os pontos de transferência dos esforços entre a viga e os dois outros elementos estruturais. Cada viga é
projetada para suportar determinada carga, podendo se romper caso a carga seja superior ao limite da viga.
Agora que você já foi introduzido ao problema e às suas particularidades, veja o cálculo das reações de apoio sobre
a viga nos pontos A e B.
PRIMEIRO PASSO
O primeiro passo na determinação dessas
forças é saber como cada força está atuando
sobre a viga. Um recurso muito utilizado é o
diagrama de corpo livre, no qual são
representadas todas as forças que atuam sobre
a viga.
SEGUNDO PASSO
A força T que o telhado aplica sobre a viga é contínua e tem valor de 4,38kN/m. Como o telhado tem ao todo
5,48m, a força total será:
Essa força é aplicada no centro de gravidade da viga, em 2,74m a partir do ponto A, adotado como a origem, por
conveniência. Portanto:
Ainda não é possível calcular as forças verticais A e B sobre a viga, pois existe apenas uma equação e duas
incógnitas.
TERCEIRO PASSO
O terceiro passo, então, consiste na aplicação da condição de equilíbrio rotacional sobre a viga. Por
conveniência, será calculado o torque em relação ao ponto A, embora para qualquer ponto de cálculo o
resultado seja o mesmo.
A aplicação da equação anterior forneceu o valor da força B. Essa força é a mesma que aparece na equação A+ B
= 24 + 5,34. Portanto, agora é possível calcular o valor da força A:
A situação trazida nessa prática, embora aparentemente simplista, demonstrou uma generalidade: o cálculo das
reações de apoio em sistemas de corpos rígidos
na condição de equilíbrio estático estável.
Os três passos apresentados são gerais e se aplicam a problemas tanto mais simples como mais complexos.
Evidentemente, quanto mais complexo for o corpo rígido e o número de forças sobre ele, mais complexas se
tornarão as equações do ponto de vista matemático, mas as condições físicas serão as mesmas.
_3.2_ Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
pdf 3 pág.
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MECÂNICA DOS SÓLIDOS - D (2023.MAI)
1.1 - Princípios fundamentais
1.2 - Vetores de Força – análise bidimensional
2.1 - Vetores de força – análise tridimensional
2.2 - Momento de inércia
3.1 - Torque
3.2 - Equilíbrio e estabilidade
4.1 - Análise bidimensional do equilíbrio de corpo rígido
4.2 - Análise tridimensional do equilíbrio de corpo rígido
O estudo do equilíbrio em duas dimensões envolve o conceito de força reativa de um corpo sujeito
a esforços. Conhecendo essas forças, uma forma simples de representá-las é por meio de uma
ilustração chamada diagrama de corpo livre. Com ele, fica mais fácil aplicar as equações de equilíbrio.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você verá o equilíbrio de corpos em duas dimensões, que tem
grande importância, verá como representá-lo em diagramas e como aplicar as equações de
equilíbrio na resolução de problemas.
Bons estudos.
Suponha que você seja engenheiro em uma empresa do ramo de transmissão de energia.
Você precisa planejar uma torre de transmissão com um cabo para mantê-la o mais estável possível, conforme a
figura a seguir.
A estrutura tem massa total de 3000kg.
Com base no exposto, determine as reações nos pontos A e B. Considere que no ponto B o apoio
é roletado, sem reação no eixo x, e que em A o vínculo é pinado, com reação nos eixos x e y.
elm = RAX = 3,46kN p/esq ; RAY = 17,32kN p/cima ; RBX = 0 (rolete) ; RBY = 14,68kN p/cima. Nenhum
momento de reação, pois vínculo roletado e pinado não reagem com momento.
As forças que atuam no corpo são o seu próprio peso e a tração no cabo.
As reações estão nos pontos A e B.
= 𝐹5 = −𝑅A5 + 𝑇5 = 0
Os tipos de apoio devem ser cuidadosamente escolhidos; caso contrário, o problema fica
impossível de ser solucionado apenas com as equações de equilíbrio, sendo necessário métodos
mais complexos para a solução.
TIPOS DE VÍNCULOS
Os vínculos são os apoios que restringem os movimentos de uma estrutura. Cada tipo de vínculo tem uma
reação diferente.
CONDIÇÕES DE EQUILÍBRIO
Os vínculos estão diretamente relacionados com o equilíbrio e a possibilidade de determinação das reações do
problema. Existem três condições no equilíbrio estático:
CONDIÇÕES ISOESTÁTICAS
As reações em A e B
restringem o movimento na
direção vertical, e em B
temos um pino que restringe
o movimento em x. No
problema apresentado na
figura, o corpo se encontrará
em equilíbrio, sendo possível
determinar as reações.
CONDIÇÕES HIPERESTÁTICAS
As reações em A e B
restringem o movimento na
direção vertical na
horizontal. No problema
apresentado na figura, o
corpo se encontrará em
equilíbrio, não sendo
possível determinar as Há quatro incógnitas, porém apenas
reações. três equações.
_4.1_ Conteúdo do livro
O movimento é amplamente estudado; investigam-se as forças que causam a aceleração dos
corpos ou partículas. Entretanto, em muitas aplicações, é necessário que alguns corpos não estejam
sujeitos a nenhuma aceleração, mantendo-se em movimento retilíneo uniforme ou parado, como,
por exemplo, uma ponte — por motivos óbvios, ninguém deseja que ela tenha aceleração. Quando
um corpo, mesmo sujeito a forças, não adquire aceleração, diz-se que ele está em equilíbrio.
No capítulo Análise bidimensional do equilíbrio do corpo rígido, do livro Cinemática dos corpos
rígidos, você verá a definição de forças reativas — forças da reação de um corpo ou mais a uma
força. Conhecendo esse princípio, vindo da Terceira Lei de Newton, você verá que se
pode representar graficamente o comportamento das forças aplicadas e de reação em um
corpo por meio do diagrama de corpo livre. A partir dele, é possível calcular as forças de reação em
um corpo aplicando algumas equações para o equilíbrio.
Boa leitura.
SUMÁRIO
Rotação de um corpo rígido em torno de um eixo fixo ·~Q.: .... 13
Alessandra de Castro Machado
O corpo rígido e seu movimento de rotação ........................................................................... 13
Funções do movimento de rotação............................................................................................... 19
Casos particulares ......................................................................................................................................23
Torque ...........................................................................................................49
Ricardo Noboru lgarashi
Definição de torque .................................................................................................................................. 49
Torque: um tratamento vetorial ........................................................................................................ 53
Torque: uma anál ise trid imensional ................................................................................................ 59
Introdução
O estudo do movimento é bem extenso, pois corpos podem se movi-
mentar de diversas formas; um dos motivos para isso é a aplicação de
alguma força externa. Em alguns casos, o importante é que o corpo esteja
em equilíbrio — nesse caso, as forças aplicadas têm resultante igual a
zero, portanto, não há aceleração nos componentes ortogonais, bem
como não pode haver rotação.
O equilíbrio de um corpo pode ser estático, quando não há movi-
mento ou quando o corpo se encontra em movimento retilíneo uniforme,
em velocidade constante. A aplicação de equilíbrio é bem presente no
nosso dia a dia, como em pontes, construções e estruturas de telhados.
Neste capítulo, você vai estudar os conceitos de força reativa e dia-
grama de corpo livre aplicados a corpos rígidos em duas dimensões. Você
também vai estudar as equações de equilíbrio em duas dimensões para
corpos rígidos e vai verificar como aplicá-las na resolução de problemas.
2 Análise bidimensional do equilíbrio de corpo rígido
1 Força reativa
Forças que atuam sobre corpos rígidos podem ser externas ou internas (BEER
et al., 2011). As forças internas são as forças que mantêm o corpo unido
— por exemplo, um corpo composto por várias partes está sujeito a forças
internas sobre seus componentes. As forças externas são as forças aplicadas
ao corpo por um agente externo a este; tais forças são responsáveis por causar
movimento ou garantir que o corpo permaneça em repouso.
A força resultante que age sobre um corpo é igual ao produto da massa
do corpo pela aceleração (HALLIDAY; RESNICK; WALKER, 2016). A força
resultante é a soma vetorial de todas as forças aplicadas a um corpo (KNIGHT,
2009). Devemos nos atentar para o fato de que, para analisar as forças em um
corpo, somente as forças que atuam sobre este devem ser consideradas. Por
exemplo, em um jogo de basquete, quando vários jogadores disputam uma
bola, a força resultante sobre um jogador é a soma vetorial de todas as forças
que o jogador recebe, não incluindo as forças que o mesmo exerce sobre os
outros jogadores.
A terceira lei de Newton nos traz uma importante propriedade das forças:
elas sempre ocorrem aos pares (TIPLER; MOSCA, 2009). Um exemplo disso
é a força normal. Um corpo está sujeito à aceleração gravitacional; portanto,
quando em contato com uma superfície, esse corpo exerce uma força, chamada
peso (P), que é igual à sua massa multiplicada pela aceleração da gravidade.
Esse corpo se mantém sobre a superfície, pois esta reage com uma força de
mesma intensidade no sentido oposto, chamada de força normal (Figura 1),
que é um exemplo de força reativa.
2 Equações do equilíbrio
As forças externas que agem sobre um corpo rígido podem ser reduzidas a
um sistema de força e momento em um ponto qualquer (BEER et al., 2011).
Utilizando a segunda lei de Newton, somando todas as forças e definindo
como condição que a resultante seja nula, obtemos a chamada condição de
equilíbrio (YOUNG; FREEDMAN, 2016). As equações para condição de
equilíbrio bidimensional são:
∑Fx = 0 (1)
∑Fy = 0 (2)
∑M = 0 (3)
4 Análise bidimensional do equilíbrio de corpo rígido
Para realizar a soma dos componentes das forças, precisamos nos atentar
às referências adotadas. Consideramos um valor positivo no eixo x para forças
orientadas para a direita. Para o eixo y, consideramos que a orientação para
cima é a positiva e que a referência positiva para o momento é a tendência de
giro do corpo no sentido anti-horário.
Na Figura 3, é apresentado um corpo — no caso, uma viga sujeita a uma
força F orientada para baixo e duas forças com intensidade igual à metade
de F. Na primeira condição, em que a força F está deslocada do centro geo-
métrico, a condição de equilíbrio do somatório das forças é atendida; porém,
o momento nesse corpo não é zero — logo, esse corpo vai rotacionar. Na se-
gunda condição, a força F está localizada no centro geométrico — nesse caso,
as condições para força e momento são atendidas, e o corpo está em equilíbrio.
deve ter resultado nulo para que o equilíbrio seja garantido. O equilíbrio em
duas dimensões depende de três equações que possuem resultado nulo. Nesse
caso, a soma de todas as forças em cada um dos eixos deve ser nula, assim
como a somatória do momento em qualquer ponto deve ser. Aplicando essas
equações, é possível resolver a maioria dos problemas de estática em duas
dimensões. Existem problemas em que a aplicação dessas equações é insufi-
ciente para encontrar as reações, mas se trata de aplicações mais avançadas
na mecânica dos materiais. A seguir, serão apresentados três exemplos de
aplicação do conteúdo deste capítulo.
Exemplo 1
Vigas são elementos muito utilizados em estruturas na construção civil e em
equipamentos industriais como pontes rolantes. Na Figura 4, é apresentada
uma viga com seus apoios e carregamento. No ponto A, a viga está apenas
apoiada e, no ponto B, está presa por um pino. Determine as forças de reação
nos pontos A e B.
Solução:
R Bx = 0
R By = 7,5kN
R Ay =17,5 kN
Análise bidimensional do equilíbrio de corpo rígido 7
Exemplo 2
Empilhadeiras são equipamentos utilizados para movimentar cargas em in-
dústrias ou depósitos. Seu centro de gravidade é bem afastado da lança onde
as cargas são suspensas, com o intuito de garantir o equilíbrio e para que a
empilhadeira não gire e acabe tombando. Determine as reações nas rodas de
uma empilhadeira de massa de 4 toneladas que sustenta uma caixa de 300 kg,
conforme mostra a Figura 5.
Solução:
–31,38kN · m = R2 · 1m
R2 = 31,38kN
–42,18kN + R1 + 31,38kN = 0
R1 = 10,8 kN
Análise bidimensional do equilíbrio de corpo rígido 9
Exemplo 3
A Figura 6 representa um elemento de um aparelho de musculação que está
sujeito apenas ao seu peso. No ponto A, esse elemento é preso por um pino
e, no ponto B, está apenas apoiado sobre um rolete. Determine as forças de
reação nos pontos A e B.
Solução:
Neste problema, não teremos apenas força no sentido vertical — agora, para
manter o equilíbrio, forças no sentido horizontal são necessárias. As nossas
referências serão as mesmas adotadas anteriormente: no eixo horizontal,
a orientação à direta é a positiva; para o eixo vertical, a orientação para cima
é a positiva; para o momento, o sentido anti-horário é o positivo.
10 Análise bidimensional do equilíbrio de corpo rígido
BEER, F. et al. Mecânica vetorial para engenheiros: estática. 9. ed. Porto Alegre: McGraw-
-Hill Education, 2011.
HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de física. 10. ed. Rio de Janeiro:
LTC, 2016. v. 1.
KNIGHT, R. Física 1: uma abordagem estratégica. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2009.
TIPLER, P. A.; MOSCA, G. Física para cientistas e engenheiros. 6. ed. Rio de Janeiro: LTC,
2009. v. 1.
YOUNG, H. D.; FREEDMAN, R. A. Física I: mecânica. 14. ed. São Paulo: Pearson, 2016.
O equilíbrio é muito importante em engenharia civil e mecânica, visto que, por meio das equações
do equilíbrio, é possível determinar as reações de uma estrutura ou componente de uma
máquina e, assim, dimensionar corretamente esses elementos.
Nesta Dica do Professor, você verá a aplicação do uso do equilíbrio em um corpo rígido, mais
especificamente uma treliça bidimensional de dois elementos.
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_4.1_ Exercícios
1) Em ambientes de maior risco de incêndio, nos quais a carga térmica é elevada, é obrigatório que os
extintores tenham capacidade de extinguir um possível foco de incêndio. Para isso, é necessária
maior quantidade de agente de extinção, que pode ser água, pó químico ou CO2, entre outros
menos comuns e com aplicações mais restritas.
Um extintor do tipo carreta do tipo A, agente extintor água, tem massa total de 70kg. Na figura, é
representada uma situação em que o extintor está em equilíbrio. Determine a reação nas rodas e a
força F.
A) F = 520,04N e R = 166,66N.
B) F = 171,67N e R = 515,03N.
C) F = 196,2N e R = 490,5N.
D) F = 343,35N e R = 343,35N.
E) F = 137,34N e R = 549,36N.
Determinamos a força P:
𝑚
P = 70𝑘𝑔. 9,81 = 687,7𝑁
𝑠.
Adotamos a seguinte referência para o problema:
5 𝐹6 = 0
5 𝐹7 = 0
5 𝑀9 = 0
5 𝐹6 = 0
5 𝐹7 = 𝐹 + 𝑅 − 𝑃 = 0
171,67 + 𝑅 − 686,7𝑁 = 0
𝑅 = 515,03𝑁
F = 171,67N e R = 515,03N
2) Cabos e vigas são muito utilizados em construção civil, plataformas de petróleo e gás e muitas
instalações industriais. Conhecer as forças que agem sobre esses corpos é fundamental para um
bom projeto.
A figura representa parte de uma instalação em que uma viga é suspensa por dois cabos e é sujeita
a duas forças: uma conhecida e outra a ser dimensionada por um projetista. Determine a tração nos
cabos, sabendo que P = 12kN, para esse projeto.
A) T1 = 7,5kN e T2 = 14,5kN.
B) T1 = 14,5kN e T2 = 7,5kN.
C) T1 = 12kN e T2 = 10kN.
D) T1 = 14kN e T2 = 8kN.
E) T1 = 20kN e T2 = 2kN.
Adotamos a seguinte referência para o problema:
% 𝐹& = 0
% 𝐹) = 0
% 𝑀+ = 0
% 𝐹) = −10𝑘𝑁 − 12𝑘𝑁 + 𝑇3 + 𝑇4 = 0
−7,5𝑘𝑁. 𝑚 + 30𝑘𝑁. 𝑚
𝑇4 = = 7,5𝑘𝑁
3𝑚
−10𝑘𝑁 − 12𝑘𝑁 + 𝑇3 + 7,5𝑘𝑁 = 0
𝑇3 = 14,5𝑘𝑁
3) A fibra de carbono é utilizada com outros polímeros formando um composto de matriz polimérica.
Chamamos esse composto genericamente de fibra de carbono, um bom material de construção
mecânica, pois alia baixo peso e alta resistência mecânica.
B) P1 = 1.000,5N e P2 = 1.000,5N.
C) P1 = 24,5N e P2 = 24,5N.
D) P1 = 65,05N e P2 = 48,05N.
E) P1 = 10,03N e P2 = 30,8N.
elm = C mas enunciado capenga, admiti que vínculos, apoio em P1 e P2 são roletes....
MECÂNICA DOS SÓLIDOS - D (2023.MAI)
Ex. 3_Aula 4.1 - Análise bidimensional do equilíbrio de corpo rígido
Pleito: Anular o exercício.
Justificativa:
_Enunciado deficiente. Faltam dados.
_Faltou informar módulo de T ;
_Faltou informar Tipo de vínculo na extremidade P1 da barra ;
_Faltou informar Tipo de vínculo na extremidade P2 da barra ;
_Faltou informar distância entre massa 10kg e P2.
Obs.1: Supondo vínculos roletados e distância entre massa 10kg e P2 = 0,2m, cheguei à opção C.
Obs.2: Caso a mentoria responda, peço que a resposta confirme ou não esses erros apontados (não
responda apenas "será encaminhado ao setor responsável", por não contribuir para o aprendizado ora
em andamento).
Imagem do enunciado do exercício:
***********************************
Re: Ex. 3_Aula 4.1 - Análise bidimensional do equilíbrio de corpo rígido
por FELIPE AUGUSTO DA SILVA BARBOSA (MENTOR) - quinta, 11 mai 2023, 14:24
Essa questão falhou em informar as condições de contorno da barra!
A princípio se formos imaginá-la como uma barra de treliça, temos que as forças P1 e P2 são colineares,
logo não haveria equilíbrio devido ao torque gerado por T e o peso de 10kg.
No caso, para encontrarmos as reações, deveria haver um apoio do primeiro gênero em uma das
extremidades e um apoio do segundo gênero em outra, para termos uma estrutura isostática. Porém,
estaticamente não teria como determinar pois T também é uma incógnita, além das duas reações.
***********************************
Adotamos a seguinte referência para o problema:
•No eixo x, consideramos que a orientação positiva em x é para a direita.
•No eixo y, consideramos que a orientação positiva em y é para cima.
•O momento é positivo quando, utilizando a regra da mão direita, o
produto 𝐹⃗⃗ × 𝑟⃗ está orientado fora do plano. Aplicaremos, agora, as
equações do equilíbrio em duas dimensões:
Σ𝐹⃗⃗𝑥=0
Σ𝐹⃗⃗𝑦=0
Σ𝑀𝐴=0
Σ𝐹⃗⃗𝑥=𝑃1−𝑃2=0
Σ𝐹⃗⃗𝑦=𝑇−98,1 𝑁=0
𝑇=98,1 𝑁
∑ 𝑀𝑃1 = 0 = 𝑇 . 0,15m – 𝑃. 0,2m – 𝑃2 . 0,2m
4,9
∑ 𝑀𝑃1 = 0 = 98,1. 0,15m – 98,1 . 0,2m – 𝑃2 . 0,2m :. 𝑃2 = = 24,5 𝑁 =
02
𝑃1
*Obs: Lembre-se que o momento é o produto da força e a distância do eixo da força, e não a
multiplicação da força pela distância do ponto de referência ao ponto exato da força, onde ela é aplicada.
4) Rolamentos são muito utilizados em máquinas, pois reduzem significativamente a resistência ao
rolamento. Esses elementos de máquinas trazem algumas desvantagens, como o aumento da
rigidez no apoio. A força de reação em um rolamento depende de como este é montado.Por
exemplo, um rolamento de esferas rígidas só pode suportar carga no sentido radial, e um
rolamento de rolos cônicos reage no sentido radial e axial.
A) 452,12N.
B) 378,16N.
C) 412,23N.
D) 293,34N.
elm = marquei C por ter chegado a valor próximo supondo medidas totais da barra corretas , mas medidas barra com erro... ver
resolução!
∑ 𝐹𝑥 = 𝑅𝑅𝑋 − 𝑅𝑃𝑋 = 0
∑ 𝐹𝑦 = −400 − 𝑅𝑃𝑦 + 𝑅𝑟𝑦 = 0
a distância entre o centro do rolamento ao centro do pino direto, obtendo direto a força
aplicada ao Rolamento, sem estar decomposta.
860,6
Logo: 𝑅𝑅 = = 326,63 𝑁
2,6348
5) Vigas de aço são muito utilizadas na construção civil e em estruturas mecânicas devido à sua alta
resistência mecânica. As vigas são encontradas em diversos perfis, e cada um tem resistência
diferente. Elas são utilizadas como elemento estrutural tanto em construções como em estruturas
das mais diversas, como gruas.
Um muro está prestes a cair, e, por isso, o engenheiro responsável pela obra de contenção decidiu
manter esse muro preso por cabos. Para isso, os cabos foram fixados em uma viga chumbada
(engastada) a uma coluna de concreto armado. Determine as reações da viga a esse carregamento,
sabendo que a tração no cabo superior é de 300N e, no cabo inferior, de 400N.
Mesmo com as reações descobertas, não se sabe como as forças se distribuem internamente; por
isso, faz-se o diagrama de corpo livre para cada elemento da estrutura. Dessa forma, é
possível aplicar as equações do equilíbrio para um único elemento e determinar os esforços a
que que ele está sujeito.
Acompanhe, neste Na Prática, como um engenheiro determina os esforços em uma parte de uma
estrutura treliçada de uma ponte.
O primeiro passo que Alberto tomou foi encontrar as reações nos pontos A e
B. Para isso, aplicou as equações de equilíbrio:
Dessa forma, Alberto pôde concluir o planejamento da ponte, a qual foi executada.
_4.1_ Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
9 min Univesp
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Mecânica vetorial
Neste link, você verá um site em flash que contém jogos sobre equilíbrio estático de corpos rígidos,
vídeos de experimentos e material didático interativo sobre equilíbrio estático de corpos rígidos.
http://www.mecanicavetorial.com/
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MECÂNICA DOS SÓLIDOS - D (2023.MAI)
1.1 - Princípios fundamentais
1.2 - Vetores de Força – análise bidimensional
2.1 - Vetores de força – análise tridimensional
2.2 - Momento de inércia
3.1 - Torque
3.2 - Equilíbrio e estabilidade
4.1 - Análise bidimensional do equilíbrio de corpo rígido
4.2 - Análise tridimensional do equilíbrio de corpo rígido
Análise tridimensional do
equilíbrio de corpo rígido
_4.2_
Apresentação
O equilíbrio não se limita a análises em duas dimensões. Na verdade, muitas aplicações de
engenharia são construídas em três dimensões, ou seja, no espaço. Portanto, é muito importante
entender como corpos rígidos se comportam no espaço e também como as forças se direcionam.
Para a análise em três dimensões, faz-se necessário criar o diagrama de corpo livre em três
dimensões, não muito diferente do que em duas dimensões, em que é realizada uma simplificação
do corpo e das forças aplicadas. Tendo o diagrama de corpo livre, é possível aplicar as equações de
equilíbrio, que, nesse caso, são um número maior que em duas dimensões.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você verá como identificar as forças que atuam sobre um corpo
e, assim, traçar o diagrama de corpo livre para um problema. Verá também que, em três dimensões,
as equações de equilíbrio terão mais componentes a avaliar, visto que o corpo tem mais graus de
liberdade, e que, para resolver problemas, será necessário equacionar o problema com as equações
e equilíbrio e resolver uma a uma.
Bons estudos.
• Descrever o conceito de diagrama de corpo livre em três dimensões aplicado a corpos rígidos.
Com base nos dados apresentados, para concluir o seu projeto, determine as reações na rótula e a
tração no cabo que será escolhido no catálogo do fabricante.
#u#####
78 #⃗ = 0,958ȷ̂ − 0,287k0
A tração no cabo pode ser decomposta multiplicando-se o módulo da força de
tração pelas componentes do vetor unitário de posição:
#T########⃗ ######⃗
78? = 0,958ȷ̂. 1T78 1
#T#######⃗ 0 ######⃗
78A = −0,287k. 1T78 1
Agora, aplicando as equações de equilíbrio:
B FD = 0 = R FD
B F? = 0 = −P + 0,958T78 + R H?
B FA = 0 = −0,287T78 + R HA
B MH = 0
= J−2,5ı̂ − 0,3k0K × (−Pȷ̂)
+ J−4ı̂ − 0,3k0K × J0,958T78 ȷ̂ − 0,287T78 k0K + MH?
T78 = 1,957kN
MH? = 2,247kN. m
R H? = 1,125kN
R HA = 561,66N
_4.2_ Infográfico
Muitas estruturas são construídas utilizando-se elementos do tipo barras ou cabos, que têm como
característica transmitir força ao longo de seus corpos. Assim, quando são empregados elementos
desse tipo, é muito importante saber determinar o vetor posição desses corpos para, assim,
encontrar a direção e o sentido da força sobre eles.
Neste Infográfico, veja como determinar o vetor posição e o vetor unitário desse vetor posição
para, assim, calcular as componentes da força sobre um corpo.
O vetor unitário tem a mesma orientação e o mesmo sentido do vetor posição, sendo igual às componentes do
vetor divididas por seu módulo.
Em elementos nos quais os esforços são transmitidos ao longo de seus corpos, o vetor unitário oriundo do vetor
posição é muito útil para se conhecer a força nesse elemento, uma vez que, ao realizar o produto entre o módulo
dessa força e o vetor unitário, será encontrado o vetor força.
EXEMPLIFICANDO
Dois cabos são utilizados para sustentar um muro que não foi
construído sobre uma boa fundação. A tração no cabo AC é de 2,5kN,
e pede-se que sejam determinadas as componentes dessa força.
Etapas
1. Determinar o vetor posição:
2. Determinar o módulo:
No espaço tridimensional, a análise do equilíbrio não deve ser simplificada e tratada de forma
escalar, como na análise em duas dimensões, dada a maior quantidade de graus de liberdade. No
equilíbrio de corpo rígido no espaço, o momento é abordado como grandeza vetorial, pois,
diferente da análise no plano, existem três orientações para o momento. O raio do momento
também é tratado como vetor, visto que o momento é um produto vetorial do vetor posição e
força, e algumas forças irão depender do próprio vetor posição para se orientar. Por existir mais
dimensões nesse tipo de análise, haverá mais equações para garantir o equilíbrio.
No capítulo Análise tridimensional do equilíbrio de corpo rígido, da obra Cinemática dos corpos
rígidos, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar as condições de equilíbrio
em três dimensões a partir de diferentes exemplos.
Boa leitura.
SUMÁRIO
Rotação de um corpo rígido em torno de um eixo fixo ·~[J.~: .... 13
Alessandra de Castro Machado
O corpo rígido e seu movimento de rotação ........................................................................... 13
Funções do movimento de rotação............................................................................................... 19
Casos particulares ...................................................................................................................................... 23
Torque ...........................................................................................................49
Ricardo Noboru lgarashi
Definição de torque .................................................................................................................................. 49
Torque: um tratamento vetorial ........................................................................................................ 53
Torque: uma anál ise trid imensional ................................................................................................59
Introdução
O ambiente no qual você está inserido possui três dimensões. De modo
semelhante, em muitas situações, os corpos estão sujeitos a forças em
várias orientações no espaço tridimensional. Nesse cenário, corpos rígidos
podem se manter em equilíbrio desde que algumas condições sejam
satisfeitas. Entretanto, no ambiente em três dimensões, existem mais
componentes de força e momento.
Em duas dimensões, um corpo possui apenas três graus de liberdade,
translação em x, translação em y e rotação no plano. Já em três dimensões,
o corpo possui seis graus de liberdade: três componentes de translação
e mais três componentes de rotação.
Neste capítulo, você vai ler sobre a análise tridimensional do equilíbrio
de corpo rígido. Você vai conhecer o conceito de diagrama de corpo
livre em três dimensões aplicado a corpos rígidos e também estudar as
equações em três dimensões utilizadas para esses corpos.
2 Análise tridimensional do equilíbrio de corpo rígido
M⃗ = r⃗ × F⃗ (1)
Uma força F⃗ = (2î + 3ĵ – 2k ̂)N é aplicada a um corpo num ponto A, com vetor posição
em relação ao centro de massa r⃗ = (2î – 2ĵ + 1k ̂ )m. Determine o momento causado
por essa força nesse corpo.
A seguir, veja a solução.
Aplique o produto vetorial e calcule o momento da força:
r⃗ = xî + yĵ + zk̂ (6)
Uma prateleira é suspensa por dois cabos, como mostra a Figura 4. Determine os vetores
posição da origem aos pontos A e B. Considere que o ponto O tem coordenadas (0, 0, 0).
Muitas vezes, a força sobre um corpo está orientada do mesmo modo que
o corpo. Por exemplo, a força sobre uma barra em uma treliça está orientada
da mesma forma que esse corpo. Com isso em mente, você pode utilizar o
vetor posição para determinar as componentes da força que atua sobre um
corpo. Para tal, você deve calcular o vetor unitário utilizando o vetor posição.
O vetor unitário pode ser encontrado por meio da divisão de cada componente
do vetor posição por seu módulo:
(7)
Determine o vetor unitário que possua o mesmo sentido e a mesma orientação que:
Em seguida, calcule:
8 Análise tridimensional do equilíbrio de corpo rígido
∑Fx = 0 (8)
∑Fy = 0 (9)
∑Fz = 0 (10)
∑Mx = 0 (11)
Análise tridimensional do equilíbrio de corpo rígido 9
∑My = 0 (12)
∑Mz = 0 (13)
BEER, F. P. et al. Mecânica vetorial para engenheiros: estática. 9. ed. Porto Alegre: AMGH,
2011.
HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de Física, volume 1: mecânica. 10.
ed. Rio de Janeiro: LTC, 2016.
KNIGHT, R. D. Física: uma abordagem estratégica, volume 1: mecânica newtoniana,
gravitação, oscilações e ondas. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2009.
TIPLER, P. A.; MOSCA, G. Física para cientistas e engenheiros, volume 1: mecânica, oscilações
e ondas, termodinâmica. 6. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2009.
YOUNG, H. D.; FREEDMAN, R. A. Física I, Sears e Zemansky: mecânica. 14. ed. São Paulo:
Pearson Education do Brasil, 2016.
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_4.2_ Exercícios
1) Em uma indústria, uma máquina tem um eixo rotativo apoiado sobre mancais de rolamento. Para o
bom dimensionamento dos rolamentos, é necessário conhecer as reações nesses mancais. As
forças aplicadas às polias são Tb = 50N e Tc = 100N, e os diâmetros das polias C e B são,
respectivamente, de 20mm e 40mm.
Determine a reação em B, sabendo que esse apoio não restringe o movimento no eixo x, e assinale
a alternativa correta:
A) TCA = 258,03N.
B) TCA = 187,36N.
C) TCA = 300N.
D) TCA = 176,47N.
E) TCA = 167,74N.
MECÂNICA DOS SÓLIDOS - D (2023.MAI)
Ex. 3_Aula 4.2 - Análise tridimensional do equilíbrio de corpo rígido
Pleito: Anular o exercício.
Motivos:
_Não há opção correta. Encontrei T_AC = 201,94 N. Ver imagem abaixo da solução desenvolvida.
_Figura do ex. confusa 1: não há diferenciação entre "parede" e chapa da escotilha.
_Figura do ex. confusa 2: o peso P parece aplicado fora do centro da chapa.
_Figura do ex. confusa 3: há um ponto D perdido no meio da figura.
_Figura do ex. confusa 4: o "cabo" confunde-se com linhas de cota.
_Enunciado confuso: anuncia que escotilha é presa por dobradiças, depois diz para considerar apoio em F que restringe movimento em
z e y (!?).
Obs.1: Copiei uma figura do livro Beer Johnston e adaptei para indicar os dados deste exercício (ver imagem abaixo). Favor avaliar se
confere.
Obs.2: Caso a mentoria responda, peço que a resposta confirme ou não esses erros apontados (não responda apenas "será
encaminhado ao setor responsável", por não contribuir para o aprendizado ora em andamento).
Imagem do enunciado do exercício e solução desenvolvida:
###
CA ##⃗ = −20ı̂ + 60ȷ̂ + 30k0
O vetor unitário é:
1###
CA ##⃗1 = 70
#####
T #⃗ #####
45 = #u45 #⃗. 1#T#####⃗
45 1
< FD = R @D + 0,42k0 . 1T
######⃗
45 1 = 0
0
< M5 = F−20ı̂ − 30kG
× F−0,28ı̂. 1#T#####⃗ ######⃗ 0 ######⃗
45 1 + 0,85ȷ̂. 1T45 1 + 0,42k. 1T45 1G
+ F−10ı̂ − 30kG 0 × (−300ȷ̂N)
0 × FR A> + R AB G
+ F−60kG
#####
< M5 x = 25,5. 1T #⃗
45 1 − 9000N. cm + 60. R AB
#####
< M5 y = 8,41T #⃗
45 1 − 60R A> = 0
#####
< M5 z = −171T #⃗
45 1 + 3000N. cm = 0
3000N. cm
1#T#####⃗
45 1 = = 176,47N
17cm
###
AC ##⃗ = −50ı̂ + 32ȷ̂ + 20k0
Encontrando os módulos:
2###
AB ##⃗2 = 66,51cm
#####⃗2 = 62,64cm
2AC
#u#####
:; #⃗ = −0,75ı̂ + 0,48ȷ̂ − 0,45k0
u
######
:> #⃗ = −0,8ı̂ + 0,51ȷ̂ + 0,32k0
Assim, as trações podem ser definidas em suas componentes:
#####
T #⃗ ######⃗ 0
:; = 2T:; 2@−0,75ı̂ + 0,48ȷ̂ − 0,45kA
#####
T #⃗ ######⃗ 0
:> = 2T:> 2@−0,8ı̂ + 0,51ȷ̂ + 0,32kA
B FD = 0 = R D − 0,752#T#####⃗ ######⃗
:; 2 − 0,82T:> 2
#####
B FF = R F + 0,482T #⃗ ######⃗
:; 2 + 0,512T:> 2 − 600N = 0
#####
B FH = R H − 0,452T #⃗ ######⃗
:; 2 + 0,322T:> 2 = 0
B M = −50ı̂ × 2#T#####⃗ 0
:; 2@−0,75ı̂ + 0,48ȷ̂ − 0,45kA
#####
+ (−50ı̂) × 2T #⃗ 0
:> 2@−0,8ı̂ + 0,51ȷ̂ + 0,32kA
+ (−50ı̂) × −600ȷ̂
B Mx = 0
#####
B My = 22,52T #⃗ ######⃗
:; 2 − 162T:> 2 = 0
#####
B Mz = −242T #⃗ ######⃗
:; 2 − 25,52T:> 2 + 30000N. cm = 0
#####
Isolando 2T #⃗
:> 2 na equação de momento em z, tem-se:
#####
30000N. cm − 242T #⃗
:; 2
#####
2T #⃗
:> 2 =
25,5cm
Por fim, substituindo na equação de momento em y:
#####
30000N. cm − 242T #⃗
:; 2
22,52#T#####⃗
:; 2 − 16. =0
25,5cm
#####
2T #⃗
:; 2 = 872,71N
#####
2T #⃗
:> 2 = 355,10N
###
AC ##⃗ = −50ı̂ + 32ȷ̂ + 20k0
Encontrando os módulos:
2###
AB ##⃗2 = 66,51cm
#####⃗2 = 62,64cm
2AC
#u#####
:; #⃗ = −0,75ı̂ + 0,48ȷ̂ − 0,45k0
u
######
:> #⃗ = −0,8ı̂ + 0,51ȷ̂ + 0,32k0
Assim, as trações podem ser definidas em suas componentes:
#####
T #⃗ ######⃗ 0
:; = 2T:; 2@−0,75ı̂ + 0,48ȷ̂ − 0,45kA
#####
T #⃗ ######⃗ 0
:> = 2T:> 2@−0,8ı̂ + 0,51ȷ̂ + 0,32kA
B FD = 0 = R D − 0,752#T#####⃗ ######⃗
:; 2 − 0,82T:> 2
#####
B FF = R F + 0,482T #⃗ ######⃗
:; 2 + 0,512T:> 2 − 600N = 0
#####
B FH = R H − 0,452T #⃗ ######⃗
:; 2 + 0,322T:> 2 − 100N = 0
B M = −50ı̂ × 2#T#####⃗ 0
:; 2@−0,75ı̂ + 0,48ȷ̂ − 0,45kA
#####
+ (−50ı̂) × 2T #⃗ 0
:> 2@−0,8ı̂ + 0,51ȷ̂ + 0,32kA
+ (−50ı̂) × −600ȷ̂ + (−50ı̂) × −100k0
B Mx = 0
#####
B My = 22,52T #⃗ ######⃗
:; 2 − 162T:> 2 − 5000N. cm = 0
#####
B Mz = −242T #⃗ ######⃗
:; 2 − 25,52T:> 2 + 30000N. cm = 0
#####
Isolando 2T #⃗
:> 2 na equação de momento em z, tem-se:
#####
30000N. cm − 242T #⃗
:; 2
#####
2T #⃗
:> 2 =
25,5cm
Por fim, substituindo na equação de momento em y:
#####
30000N. cm − 242T #⃗
:; 2
22,52#T#####⃗
:; 2 − 16. − 5000N. cm = 0
25,5cm
#####
2T #⃗
:; 2 = 634,30N
#####
2T #⃗
:> 2 = 579,48N
Estruturas reticuladas tridimensionais, ou treliças espaciais, são estruturas compostas por barras
(elementos lineares) dispostas em diversos planos. As barras são ligadas por nós, e ambos suportam
cargas axiais, conseguindo distribuí-las no espaço, criando um sistema estável quando bem
dimensionado. Assim, essas estruturas apresentam altíssima rigidez e grande capacidade de
suportar carga, o que pode ser percebido quando são observadas as estruturas metálicas de
grandes coberturas. Os seus elementos são dispostos na forma de tetraedros, garantindo maior
rigidez e pequenas deformações mesmo em grandes estruturas.
Neste Na Prática, veja, passo a passo, como determinar os esforços em um elemento tetraédrico de
uma treliça.
Mateus é projetista de estruturas e precisa determinar os esforços no elemento tetraédrico de uma treliça, em
que a carga P é conhecida e vale 2kN.
SOLUÇÃO
Em um primeiro momento, ele precisou encontrar os
vetores posição de cada elemento da treliça:
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
28min univesp
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Equilíbrio de estruturas 3D
Neste vídeo, acompanhe a resolução de um exercício, em que foi necessário realizar uma análise
em três dimensões de equilíbrio em uma janela basculante.
https://youtu.be/HAiM_wmRIFc
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https://youtu.be/pZAXT0Gtnf8
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Simulador: projeção ortogonal 3D
No link a seguir, você terá acesso a um simulador para a representação em duas dimensões de
vetores tridimensionais.
https://www.geogebra.org/m/vmjbn2zs
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animação no geogebra
https://www.geogebra.org/m/xHHUNEcR