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Aula 1.

1
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS - C (2023.OUT)
1.1 - Introdução à Resistência dos Materiais
1.2 - Tensão: forças
2.1 - Tensão, deformação e módulos de elasticidade
2.2 - Tensão de cisalhamento e esmagamento
3.1 - Torção: tensão de cisalhamento
3.2 - Torção I
4.1 - Flexão I
4.2 - Círculo de Mohr Para o Estado Plano de Tensões

Introdução à Resistência dos Materiais


_1.1_
Apresentação
A resistência dos materiais é capítulo da Mecânica dos Corpos Sólidos que estuda o equilíbrio dos
referidos corpos, considerando os efeitos internos, produzidos pela ação das forças externas: as
relações entre cargas aplicadas em um corpo deformável e a intensidade das forças internas que
atuam dentro do corpo, o cálculo das deformações do corpo e o estudo da sua estabilidade, quando
submetido a solicitações.

Nesta Unidade de Aprendizagem você será apresentado a uma introdução geral à resistência dos
materiais, a importância da identificação das forças atuantes e solicitações internas, para que o
dimensionamento dos elementos estruturais seja feito de forma segura, analisando o uso de
diferentes materiais.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Expressar a importância do estudo da resistência dos materiais para o dimensionamento das


estruturas.
• Mostrar as etapas para verificação ou projeto de uma estrutura.
• Comparar uso de diferentes tipos de materiais nas estruturas.

elm = Avaliação da aula. Ruim. Assinalada opções - Erros no conteúdo; - Precisei pesquisar
mais; (qdo assinala <regular, só há opções para assinalar) + Erro nos exercícios.
_1.1_ Desafio
As tensões e deformações calculadas ao longo das estruturas dependem do carregamento, da
geometria, da seção transversal dos elementos estruturais e do material a ser analisado. Você é
comprador de uma empresa de urbanismo e precisa adquirir bancos para uma praça; um fornecedor
enviou-lhe duas opções, dois bancos de preços similares, porém, de materiais totalmente
diferentes: um com estrutura em aço e outro com estrutura em madeira. A sabedoria popular diz
que “ferro é mais resistente que madeira”, mas como você comprovaria isto, tecnicamente falando,
para justificar sua compra?

elm = Testando para poder comparar o valor da resistência mecânica de cada


material. Importante lembrar que resistência é apenas um dos aspectos a
serem considerados; exemplos: preço, conforto, ergonomia, estética,
integração urbanística, durabilidade, facilidade de instalação, limpeza e
conservação, padronização.

Padrão de resposta esperado

Podemos pensar na solução deste desafio observando os diferentes valores de


módulo de elasticidade destes materiais. O módulo de elasticidade do aço (E)
pode ser até 20x maior que o módulo de elasticidade de determinadas madeiras.
Analisando graficamente a equação da Lei de Hooke (Tensão = E * Deformação)
para estes materiais, observamos que, para uma mesma tensão, a deformação da
madeira é 20x maior, ou ainda, para que o aço atinja a mesma deformação da
madeira, a tensão (carga aplicada no banco) tem de ser consideravelmente
maior.
_1.1_ Infográfico
Os objetivos da Resistência dos Materiais são:

- Determinar os esforços;
- Determinar as tensões e as deformações a que estão sujeitos os corpos sólidos devido à ação dos
esforços atuantes;
- Verificar o equilíbrio de um corpo deformável;
- Verificar a segurança;
- Realizar o dimensionamento.

Veja neste Infográfico quais são os esforços à que um corpo sólido pode estar submetido e as
etapas macro de projeto e dimensionamento.
ESFORÇOS ATUANTES

CABO UMA INCÓGNITA: F RÓTULA EXTERNA DUAS INCÓGNITAS: Fx,Fv


Fx
Fv

ROLETE UMA INCÓGNITA: F RÓTULA INTERNA DUAS INCÓGNITAS: Fx,Fv


F.x

FJ
APOIO UMA INCÓGNITA: F RÓTULA EXTERNA TR~S INCÓGNITAS: Fx,FY, M

ETAPASPARA O PROJETO

IDENTIFICAR CARGAS ESTUDO DAS

( ESTRUTURA )
EXTERNAS ATIVAS
------- ~

CALCULAR CARGAS
EXTERNAS REATIVAS
"-....

/ ___
ANÁLISE DAS
SOLICITAÇÕES
INTERNAS
/
~
~ TENSÕES
-----

ESTUDO DAS
DEFORMAÇÕES

CONHECER LIMITE APLICAÇÃO


~( PROJETO )
- ->.::... RESISTENTE 00 COEFICIENTE

------- ~
00 MATERIAL OE SEGURANÇA
VERIFICAÇÃO

LivrPt_Civ_Mecanica_p_Engenharia_Estatica_Plesha_2014_Parts_elm

Plesha, Michael E.
Mecânica para engenharia Lrecurso eleLrônicoJ : estática
/Michael E. Plesha, Gary L. Gray, Francesco Costanzo;
tradução: Eduardo Antonio Wink de Menezes ... let al.J ;
revisão técnica: Walter Jesus Paucar Casas. - Dados
l eletrônicos. - Porto Alegre: Bookman, 2014.
apoio reações
y

~X _//_ =a=
rolete oscilador rolete

~ _jj_ ~
rolete em superfície colar na
curso com sem atrito barra sem
folga atrito

~ ~~
cabo haste ou barra

t~
er , ~
cabo com haste ou barra
peso próprio curvada

_J{gx _jj_
pino superfície á~pera

y M

F-x
1
j ... OU .. . c5
embutido ou engastado R!Ja
y

~-X
colar resistente a momento

Figura 5.3 Apoios comuns para corpos em duas dimensões e suas forças de reação
associadas. Cabos, hastes e barras de apoio são considerados sem peso, exceto onde
indicado em contrário.
apoio reações

X
/
li,
superfície sem atrito

X
/liy X
/
li,
junta esférica superfície áspera

X
J-, X/
~-Y
pino dobradiça

Se também for um mancaa axial,


mancai
adicionar Rx.
Se for de autoalinhamento, M = M = O.
y '

engastado ou embutiido

Figura 5.25 Apoios comuns para corpos em três dimensões com suas reações asso-
ciadas.
_1.1_ Conteúdo do livro
O conhecimento de Resistência dos Materiais é o ponto de patida para se desenvolver qualquer
projeto estrutural, nas mais diversas áreas da Engenharia. Por meio dela é possível entender o
comportamento dos materiais em relação às cargas externas, ou seja, forças aplicadas ao corpo e
suas reações de apoio.
Assim, o conhecimento do assunto leva ao projetista a ter informações certeiras quanto à tensão
adminssível para o projeto com diversos tipos de materiais, bem como conhecer suas deformações
correspondentes, as quais podem ser ou não um limitante de seu projeto.

No capítulo Introdução à Resistência dos Materiais da obra Resistência dos Materiais I, você podera
aprofundar seu conhecimento.

Boa leitura.

elm = livro não encontrado na bib virtual.

Abhilfe pdf

LivrPt_Civ_Resistencia_Materiais_Hibbeler_

LivrPt_Civ_Mecanica_Materiais_Beer_etal_

LivrPt_Civ_Mecanica_p_Engenharia_Estatica_Pl
esha_2014_Parts_elm
(este disp na bib virtual !!)
Introdução à
resistência dos
materiais
Pedro Henrique Pedrosa de Melo

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

>> Expressar a importância do estudo da resistência dos materiais para o


dimensionamento das estruturas.
>> Mostrar as etapas para verificação ou projeto de uma estrutura.
>> Comparar o uso de diferentes tipos de materiais nas estruturas.

Introdução
A resistência dos materiais apresenta os critérios básicos de entendimento do
comportamento dos materiais utilizados nos mais diversos tipos de estrutura.
O estudo do conteúdo proporciona conhecimento em relação às dimensões ne-
cessárias para cada elemento estrutural, de forma que este consiga receber as
cargas externas e transmiti-las para outros elementos, até mesmo o solo (para o
caso de fundação). Assim, a resistência dos materiais analisa como essas cargas
atuam no interior dos corpos, fazendo com que eles permaneçam íntegros e
funcionais no sistema proposto.
Essa área do conhecimento se baseia principalmente em ensaios comporta-
mentais, os quais caracterizam os materiais e geram as informações sobre tensão
resistente e deformações correntes, bem como a proporcionalidade entre eles,
para todos os materiais utilizados. Essas informações são utilizadas pelos enge-
2 Introdução à resistência dos materiais

nheiros e pelo projetista, que buscam sempre utilizar ao máximo as propriedades


do material, visando à economia e à segurança.
Neste capítulo, você vai estudar o papel fundamental que a resistência dos
materiais tem no dimensionamento das estruturas, os quais são a base para
etapas de verificação e dimensionamento de elementos. Além disso, você vai
ver a diferença entre os principais elementos utilizados na engenharia e como a
resistência dos materiais pode ser utilizada para a escolha entre um material ou
outro no momento de projeto de estruturas com base no seu comportamento.

A importância do estudo da resistência


dos materiais para o dimensionamento
das estruturas
A engenharia é uma ciência aplicada no cotidiano da vida, uma que todos os
tipos de materiais precisam cumprir exigências mínimas quanto à integridade e à
funcionalidade, isto é, não podem atingir o estado de colapso ou ruína e devem
manter os níveis adequados de operacionalidade no que tange às dimensões
e à deformação. De forma geral, a engenharia aplicada por meio da resistência
dos materiais possibilita a manutenção da funcionalidade do material, a sua
aparência e até mesmo o aspecto econômico de seu uso, aproveitando todas
as propriedades do material, levando em consideração critérios de segurança.
É importante ressaltar que, no estudo da engenharia, os materiais são
estudados e dimensionados por sua resistência, que equivale à capacidade
do objeto ou material específico, de suportar e transmitir cargas. Assim,
o corpo recebe cargas externas, que podem ser classificadas como forças
de superfície, quando ocorre o contato direto entre corpos — ou forças de
corpo, quando um corpo exerce força sobre o outro sem que ocorra contato
direto. Um exemplo de força de corpo é o peso, que é causado pela ação
gravitacional, e faz com que não ocorra, assim, um contato entre os corpos,
mas a atração entre as massas.
Segundo Hibbeler (2019), na transmissão das cargas, surgem nos materiais
as reações de apoio, forças de superfície que se desenvolvem nos apoios ou
diretamente nos pontos de contato entre corpos. Uma forma simplificada
de descobrir a existência de uma força de apoio em um corpo é imaginar
que o elemento acoplado está sendo transladado ou girando de acordo com
uma direção. Caso o apoio impeça a translação, existe no contato uma força
de apoio contrária ao possível movimento; em outra situação, caso o apoio
impeça a rotação, existe na referida direção um momento fletor.
Introdução à resistência dos materiais 3

Para a quantificação das reações (força e/ou momento), são aplicadas as


condições de equilíbrio. Nessa etapa, o princípio básico é que o equilíbrio de
um corpo exige um “equilíbrio de forças”, de forma que impeça a translação
ou até mesmo o movimento acelerado do corpo ao longo de uma trajetória
em x ou y. Além disso, o “equilíbrio de momentos” é analisado para que possa
impedir que o corpo analisado gire em relação a um ponto genérico “O”. Tais
análises podem ser descritas matematicamente em análise coplanar (plano
bidimensional) por meio das Equações 1, 2 e 3.

∑ =0 (Equação 1)

∑ =0 (Equação 2)

∑ =0 (Equação 3)

Entender a forma como o corpo recebe a carga externa e como ela a


transmite em forma de reação de apoio é de extrema importância para o
conhecimento do arranjo estrutural formado pela associação de diferentes
elementos. Um exemplo disso é o sistema de apoio vigas/pilar; as estruturas
aporticadas, aquelas em que a viga e os pilares de apoio se comportam como
um só elemento (Figura 1); e até mesmo na análise da dissipação das cargas
no solo por meio da fundação das estruturas.
No entanto, além dessa análise de transmissão de cargas/esforços,
é preciso analisar o comportamento que essas cargas geram no interior do
corpo e como isso está relacionado com a própria resistência do material. Esse
estudo é feito por meio das “cargas resultantes internas”, especificamente
pela definição das forças normais (N) e cisalhantes (V) e pelos momentos
fletores e de torção, que surgem nas seções internas dos corpos.
4 Introdução à resistência dos materiais

Esquema estrutural Pórtico bidimensional

Pilar
Viga

Figura 1. Representação do pórtico por meio da associação de vigas e pilares em uma estrutura.

Hibbeler (2019) afirma que a análise das cargas resultantes internas é uma
das mais importantes aplicações da resistência dos materiais, uma vez que
essas cargas determinam a integridade e a funcionalidade do corpo sujeito
às cargas externas. A quantificação é feita por meio do método das seções,
que parte de uma seção ou “corte” imaginário, passando pela região de in-
teresse. Para que esse método seja implementado, são utilizadas as cargas
externas aplicadas ao corpo e as reações de apoio já definidas anteriormente.
Um exemplo da aplicação do método é apresentado na Figura 2, em que são
evidenciados o “corte” imaginário e o surgimento das cargas internas.
A quantificação, ou seja, a obtenção dos valeres das cargas internas são
definidas utilizando as equações de equilíbrio aplicados, por exemplo, na
Figura 2b. É importante destacar que, na situação apresentada na Figura 2b,
o momento de torção não é considerado devido ao fato de a representação
ser feita no plano, fazendo com que as cargas se restrinjam àquelas coplana-
res, ou seja, contidas no plano de representação. O ponto de aplicação das
cargas internas apresentadas é feito no centro de gravidade da seção, então
todas as cargas internas da seção “cortada” são agrupadas nesse ponto e
decompostas segundo as direções normal e cisalhante do corpo.
Introdução à resistência dos materiais 5

Figura 2. Aplicação do método das seções em um corpo genérico representado no plano:


(a) corpo sujeito às cargas (ou forças) externas e uma seção imaginária de interesse;
(b) “corte” e surgimento das cargas internas (forças normal e de cisalhamento, e momento
fletor).
Fonte: Hibbeler (2019, p. 4).

As forças não são aplicadas diretamente no dimensionamento dos mate-


riais e estruturas, assim, para esse caso, é utilizado prioritariamente o conceito
de tensão. Beer e Johnston Junior (2015) apontam que a análise e o projeto
de uma estrutura ou elemento são feitos por meio da análise das tensões e
deformações. A análise de tensões se refere à distribuição da força ao longo
de uma área específica. Além disso, os autores ainda destacam que mesmo
uma carga pontual estará sempre aplicada em determinada área, mesmo
que esta seja tida como infinitesimal. Assim, como na análise de cargas
internas obtêm-se as forças normais e cisalhantes, para essas forças t as
correspondentes tensão normal (σ) e tensão cisalhante (τ). As Equações 4 e 5
são aplicadas para obter as referidas tensões.
6 Introdução à resistência dos materiais

= (Equação 4)

= (Equação 5)

Cada tipo de material tem um valor limite (máximo) de resistência a ser


suportada, que é chamada de tensão de ruptura, ou seja, tensão à qual o corpo
não consegue manter sua integridade e funcionalidade dentro do projeto
estabelecido. Essa análise que envolve tensão aplicada e tensão de ruptura
para critérios de projeto parte da premissa que se deve considerar o material
contínuo, ou seja, tem distribuição uniforme da matéria sem a existência de
vazios, e coeso, o que significa que todas as suas partes estão interligadas,
não havendo trincas ou separações (HIBBELER, 2019).
Dessa forma, partindo dessa análise, é feito o dimensionamento princi-
palmente das seções dos elementos, como vigas e pilares. Esse processo leva
em consideração o limite do valor de tensão de ruptura e da força normal ou
cisalhante à qual a seção está sujeita. Assim, o projetista varia a área da seção
de forma a atender o teto da tensão, verificando tanto os aspectos estruturais
(integridade do elemento) como a economia, propondo a menor área possível.
Cabe destacar que não é apenas a tensão que norteia o dimensionamento
ou verificação da integridade das estruturas, pois esta também deve atender
requisitos relacionados à deformação. Pinheiro e Crivelaro (2016) ressaltam
que todo corpo sujeito a tensão (a qual é relacionada diretamente à força)
apresenta uma deformação correspondente. Essas deformações se relacionam
à tensão aplicada por meio do módulo de elasticidade ou módulo de Young
(E), e podem ser expressas pela Equação 6 para a tensão/deformação normal.
Essa equação é popularmente conhecida como Lei de Hooke:

σ=E∙ε (Equação 6)

Na Equação 6, ε é a deformação normal, uma característica que representa


o quanto um corpo alongou em relação ao comprimento inicial. Porém, a tensão
cisalhante (τ) também leva a um tipo de deformação específica, chamada de
deformação cisalhante ou distorção (γ), responsável por alterar o formato
do corpo, ou seja, são mudanças angulares entre as faces do corpo. Assim,
a Lei de Hooke assume a forma da Equação 7, onde G representa o módulo
de elasticidade ao cisalhamento.
Introdução à resistência dos materiais 7

τ=G∙γ (Equação 7)

Os valores do módulo de Young (E) e do módulo de elasticidade ao cisa-


lhamento (G) são obtidos de forma experimental para cada tipo de material
adotado no dimensionamento. Além disso, existe uma relação entre os dois
módulos que utiliza o Coeficiente de Poisson, que relaciona a deformação
longitudinal com a transversal em um ensaio de tração ou compressão simples.
A Equação 8 apresenta a expressão de cálculo do coeficiente de Poisson (υ),
e a Equação 9, a relação entre o módulo de elasticidade (E) e o módulo de
cisalhamento (G).

lat
=− (Equação 8)
long

= (Equação 9)
2(1 + )

Compreendendo os conceitos de tensão e deformação, ficam claros os


princípios básicos de dimensionamento de estruturas, pois, assim, se ga-
rante a integridade, não são atingidas as tensões de ruptura e se mantém a
funcionalidade por meio do controle dos limites de deformação do material.
No dimensionamento de qualquer elemento estrutural que utilize, por exem-
plo, concreto, madeira e aço, são adotados esses procedimentos básicos.
Em seguida, é feito o dimensionamento da estrutura para que ela opere abaixo
da tensão de ruptura ou falha e não apresente deformações que acarretem na
perda de sua funcionalidade. Além disso, é levado em consideração também
o aspecto econômico ao se adotar a menor quantidade de material possível.
8 Introdução à resistência dos materiais

Em um elemento tridimensional, as deformações normais são respon-


sáveis por aumentar o volume do corpo, enquanto as deformações
cisalhantes são responsáveis pela alteração na forma.

π π
( – gxy)
2 2
• Considerando as
Δz π π
(1 + ∈z)Δz ( – gxz) dimensões muito
2 2
π Δx pequenas
2 Δy π (1 + ∈x)Δx
( – gyz)
2 (1 + ∈y)Δy
Elemento sem Elemento
deformação deformado
Segmentos de reta
permanecem retos
após a deformação
• Deformação normal: muda os
comprimentos dos lados

• Deformação de cisalhamento: muda


os ângulos de cada lado

Fonte: Adaptada de Hibbeler (2019).

Etapas para verificação de uma estrutura


Verificar uma estrutura ou um elemento estrutural é conferir se as dimensões
propostas atendem às solicitações externas impostas a esse corpo, ou seja,
analisar se ele vai manter a sua integridade e funcionalidade ao receber e
transmitir cargas ou forças. Assim, o primeiro passo para a verificação de uma
estrutura é conhecer como o material que a compõe se comporta em termos
de tensão e deformação, verificando as propriedades mecânicas do material.
De acordo com Hibbeler (2019), a resistência de um material depende da
sua capacidade para suportar uma carga sem deformações excessivas, e as
propriedades que circundam a resistência do material devem ser obtidas
por métodos experimentais. O principal teste para a obtenção das proprie-
dades do material é o ensaio de tração ou compressão, em que são obtidas
as relações entre a tensão e a deformação caracterizada para um material
específico, se tenta compreender o comportamento do material enquanto
se eleva a tensão de compressão ou tração.
Dessa forma, nesse ensaio, além de se obter o valor máximo que um corpo
suporta, é possível perceber que os materiais têm variação na proporção
existente entre a tensão e deformação. Um exemplo disso é o gráfico da
Introdução à resistência dos materiais 9

Figura 3, que apresenta os resultados da relação de tensão e deformação


para um ensaio de tração de um material dúctil genérico.

Figura 3. Diagrama de tensão-deformação genérico para materiais dúcteis com seus respectivos
comportamentos para determinadas faixas de cargas atuantes.
Fonte: Hibbeler (2019, p. 58).

A partir da Figura 3, é possível compreender alguns comportamentos dos


materiais e como eles devem nortear o dimensionamento ou verificação das
estruturas. No primeiro trecho, o material submetido à tração apresenta
comportamento elástico, havendo proporção e correspondência fixa entre a
tensão e a deformação, e a inclinação da reta que caracteriza esse compor-
tamento gera o módulo de elasticidade, o denominado módulo de Young (E).
Quanto ao comportamento plástico, o material apresenta diferentes relações
entre a tensão e a deformação, sendo que, no escoamento, uma pequena
modificação na tensão causa uma grande deformação, e após essa etapa
chega-se no endurecimento por deformação, em que é necessário aplicar
uma carga cada vez maior para que o corpo se deforme. Essa última etapa
leva ao limite da resistência e da tensão de ruptura, quando o corpo perde
toda a sua capacidade portante, entrando, assim, em colapso ou ruína (BEER;
JOHNSTON JUNIOR, 2015).
10 Introdução à resistência dos materiais

Ao pensar em projetos estruturais, a previsibilidade de comportamento


é fundamental, e é sempre necessário conhecer a deformação exata para a
tensão aplicada no corpo. Essa situação só é possível dentro da região elástica
do carregamento, em que cada valor de tensão tem uma correspondência
única na deformação. Assim, tem-se a primeira exigência de dimensiona-
mento de elementos estruturais, os quais devem sempre estar submetidos
à tensão menor que a tensão de escoamento. É importante ressaltar que
esses valores-teto (valores máximos) de dimensionamento são obtidos por
ensaios experimentais, e materiais diferentes também têm comportamentos
diferentes, como, por exemplo, o concreto, que não apresenta região de
escoamento, e outros materiais considerados frágeis.
No dimensionamento estrutural e na resistência dos materiais, esses va-
lores-teto de tensão são denominados tensões ruptura para projeto. Segundo
Hibbeler (2019), para garantir a segurança, é preciso que o responsável pelo
dimensionamento escolha uma tensão para o cálculo menor do que a que o
elemento pode suportar totalmente. Essa tensão menor é denominada tensão
admissível, que é motivada por diversas razões, como as descritas a seguir.

„„ A carga aplicada deve ser diferente da que foi projetada.


„„ As possíveis imprecisões nas dimensões dos elementos ocorrem por
erros de projeto ou construtivos.
„„ A ocorrência de vibrações, impactos ou cargas acidentais não é utilizada
no dimensionamento ou verificação da estrutura.
„„ Os processos de deterioração nas seções dos elementos estruturais
acarretam na perda de área resistente e, consequentemente, no au-
mento de tensão: corrosão atmosférica ou exposição a intempéries.

O valor da carga admissível é obtido por meio da adoção de um número


responsável por reduzir o valor da carga ou tensão ruptura verificada para o
material no ensaio mecânico (compressão ou tração), o qual é denominado
fator de segurança (FS) ou coeficiente de segurança (CS). No dimensionamento,
confia-se que o FS incorpora todas as inseguranças citadas anteriormente,
sendo o seu valor numérico maior que 1. Assim, para o dimensionamento,
sempre serão utilizadas as cargas admissíveis, conforme as Equações 10 e 11.

σrup
σadm = (Equação 10)
FS
Introdução à resistência dos materiais 11

τrup
τadm = (Equação 11)
FS

Os valores adotados para o FS podem variar, relacionando diretamente


com o grau de segurança exigido para o material e as incertezas de seu uso.
Hibbeler (2019) cita exemplos ao explicar que esses valores são próximos
de 1 para componentes de avião ou até veículos espaciais, e para projetos
de componentes de uma usina nuclear, esse valor pode chegar a 3, devido à
grande incerteza no carregamento e à variabilidade no comportamento do
material adotado. É importante ressaltar que, atualmente, os valores para
o FS e para tensões admissíveis estão bem padronizados, pois as incertezas
envolvidas em diversos projetos já foram razoavelmente testadas.
Os valores dos FS para cada material são encontrados em normas de
projeto ou dimensionamento, como, por exemplo, a NBR 6118:2014, a NBR
8800:2008 e a NBR 7190:1997. Alguns valores de referência de tensão admissível
para materiais de construção civil estão apresentados no Quadro 1.

Quadro 1. Valores de referência para tensões admissíveis de diferentes


materiais de construção

p. Espec. Tração Compressão Cisalhamento


Material
(kg/m³) (kg/cm²) (kg/cm²) (kg/cm²)

Ferro

Laminado 7.650 1250 1.100 1.000

Fundido 7.200 300 800 240

Madeira*

Dura 1.050 110 80 65

Semidura 800 80 70 55

Branda 650 60 50 35

Alvenaria

Pedra 2.200 — 17 —

Tijolo comum 1.600 — 7 —

Tijolo furado 1.200 — 6 —

Tijolo prensado 1.800 — 11 —


(Continua)
12 Introdução à resistência dos materiais

(Continuação)

p. Espec. Tração Compressão Cisalhamento


Material
(kg/m³) (kg/cm²) (kg/cm²) (kg/cm²)

Concreto

Simples 1:3:6 1.100 — 18 —

Armado 1:2:4 2.400 — 45 —

Ciclópico 1:3:6 2.200 — 18 —

* Compressão paralela e cisalhamento perpendicular às fibras.

Fonte: Adaptado de Baêta e Sartor (1999).

Com as tensões admissíveis, o projetista faz o cálculo das áreas necessárias


para o seu elemento conforme o equacionamento proposto para as tensões,
que se relacionam com a carga imposta e a área. Dessa forma, são aplicadas
as Equações 12 e 13 para o cálculo da área necessária para situações de tensão
normal e cisalhante, respectivamente.

N
A= (Equação 12)
σadm

V
A=
τadm (Equação 13)

Lembrando que N representa a força normal, ou seja, aquela perpendicular


à seção transversal de interesse, e V representa a força cisalhante que atua
perpendicularmente à seção transversal de interesse. Essa seção de interesse
é aquela em que foi feito o “corte” citado na seção anterior.

A identificação da tensão de ruptura a ser adotada em um projeto


depende do comportamento do material no ensaio de tração e
compressão.
Materiais dúcteis são os que apresentam deformação significativa antes da
rutura ou colapso, nos quais deve-se limitar a tensão de ruptura àquela que an-
tecede o escoamento, ou seja, trecho em que, com pequena diferença na tensão,
a deformação é significativamente aumentada e não segue uma “linearidade”.
Introdução à resistência dos materiais 13

Já nos materiais frágeis ocorre menor deformação proporcional antes do


colapso da estrutura, não apresentando, na maioria das vezes, deformações
plásticas ou escoamento. Como esses materiais têm pouca deformação antes
da ruptura, eles são menos adotados em projetos estruturais e, caso o seu uso
seja indispensável, o dimensionamento é feito com a tensão de ruptura como
referência.

Uso de diferentes tipos de materiais


nas estruturas
Nas estruturas, são utilizados diferentes tipos de materiais, ou até mesmos
diferentes combinações do mesmo material. O ideal é encontrar um material
que tenha comportamento satisfatório para o tipo de solicitação aplicada e
que tenha o seu custo reduzido. Um exemplo simples disso é a escolha entre
ferro fundido e laminado para uma haste circular solicitada à tração. Como
visto no Quadro 1, na seção anterior, o ferro fundido apresenta resistência
(tensão) admissível de tração de 300 kg/cm², enquanto o ferro laminado
apresenta resistência de 1250 kg/cm².
Caso a solicitação seja de 100 kg normal à seção transversal da haste,
o cálculo da área necessária de aço para ferro laminado e ferro fundido é
realizado conforme a Figura 4.

Ferro fundido Ferro laminado

A A
adm adm

kg kg
A A kg
kg
cm cm
100 kg
A cm A cm

Área (A)?

Figura 4. Dimensionamento da área necessário para dois tipos de ferro diferentes sujeitos
à mesma solicitação.
14 Introdução à resistência dos materiais

A partir da Figura 4, percebe-se que a bitola (área circular) necessária para


a haste de ferro fundido é muito maior do que a necessária para a de ferro
laminado. Assim, caso a dimensão dessa haste seja um fator preponderante
no projeto, deve ser adotado o ferro laminado. É importante ressaltar que,
no ambiente de projeto de estruturas, não é apenas a dimensão que permeia
a escolha do material, devendo também ser analisado o custo do material,
estabelecendo a relação de custo-benefício nessa etapa.
A comparação entre materiais também ocorre no ambiente de projeto
de elementos estruturais. Imagine que, no projeto de uma área de lazer,
o projetista de estruturas precisa escolher entre realizar o projeto dos pi-
lares em madeira ou concreto estrutural. Como visto no Quadro 1, na seção
anterior, a tensão admissível para a madeira dura sujeita a compressão é de
80 kg/cm², enquanto para o concreto estrutural é de 45 kg/cm². Considere
que esse pilar esteja sujeito a uma compressão de 500 kg. O cálculo da área
necessária para cada material é apresentado na Figura 5.

2.500 kg
Madeira dura Concreto estrutural

A A
adm adm

kg kg
A kg A kg
cm cm

A cm A cm

Área (A)?

Figura 5. Dimensionamento da área necessário para madeira dura ou concreto armado para
um pilar.

A partir da Figura 5, é possível concluir que, caso o projetista queira um


pilar com uma área de seção transversal menor, deve ser adotado o concreto
estrutural como material, uma vez que este necessita de uma área bem
menor para resistir à mesma carga. Essa verificação faz parte da rotina de
projetistas de diversas áreas da engenharia, tanto na busca pela identificação
da área simples de elemento (fazendo a relação simples entre tensão admis-
Introdução à resistência dos materiais 15

sível, carga e área necessária) como na comparação de materiais diferentes,


em busca de um material que melhor atenda ao problema ou de alternativas
mais econômicas para o projeto.

Referências
BAÊTA, F. C.; SARTOR, V. Resistência dos materiais e dimensionamento de estruturas
para construções rurais. Viçosa, MG: Universidade Federal de Viçosa, 1999. Apostila
da Disciplina ENG 350. Disponível em: http://arquivo.ufv.br/dea/ambiagro/arquivos/
bib virt resistencia.pdf. Acesso em: 20 maio 2021.
BEER, F.; JOHNSTON JUNIOR, E. R. Resistência dos materiais. 3. ed. São Paulo: Pearson,
2015.
HIBBELER, R. C. Resistência dos materiais. 10. ed. São Paulo: Pearson, 2019.
PINHEIRO, A.; CRIVELARO, M. Fundamentos de resistência dos materiais. Rio de Janeiro:
LTC, 2016

Leitura recomendada
BOTELHO, M. Resistência dos materiais: para entender e gostar. 4. ed. Rio de Janeiro:
McGrawhill, 2015.

Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos


testados, e seu funcionamento foi comprovado no momento da
publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas
páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores
declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou
integralidade das informações referidas em tais links.
_1.1_ Dica do professor
Vamos assistir no vídeo a seguir a importância do estudo da mecânica dos sólidos e quais são as
etapas de projeto ou verificação de uma estrutura. Confira!
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/
cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/0e8613590a3416a72ec97b808a17db76

5 min

[VIDEO TRANSCRIPT] 1.1 INTRODUÇÃO À MECÂNICA DOS SÓLIDOS


Vamos ver qual a importância do estudo da Mecânica dos sólidos e também, de
um modo geral, quais são as etapas do projeto ou da verificação de uma
estrutura.

Primeiro tópico. Por que devemos estudar mecânica dos sólidos? - Uma das
possíveis respostas: para evitar possíveis tragédias estruturais, por
exemplo, o colapso da ponte de Tacoma que se localizava no estado de
Washington, nos Estados Unidos. Essa ponte entrou em colapso apenas seis
meses após a sua inauguração em 1940; a ruptura foi causada por grandes
oscilações geradas pela incidência do vento na estrutura.
A mecânica do sólidos fornece ferramentas iniciais necessárias para pôr em
prática projetos um pouco mais complexos, como o exemplo da ponte de Tacoma,
que estava submetida a cargas de vento de até 65 km/h.

Segundo tópico. Quais são as etapas gerais do


projeto ou da verificação de uma estrutura?

Primeiro passo: determinar quais são as cargas


que estão agindo na estrutura.

Exemplo: Viaduto de Millau, na


França. Devemos considerar cargas
devido ao peso próprio, carga
móvel (carga devido ao peso dos
veículos), as cargas de aceleração
e frenagem dos veículos e a ação
do vento ao longo da estrutura.

Segundo passo: calcular as reações de apoio.

Terceiro passo: a partir dessas reações de


apoio, determinar a solicitações internas ao
longo de cada elemento componente da estrutura.
Verificar se o elemento está sofrendo um
esforço normal de tração / compressão; esforço
de cisalhamento; ou está sofrendo uma flexão ou
uma torção.
Exemplo do viaduto de Millau. o
peso próprio do tabuleiro
superior vai provocar um esforço
de flexão ao longo do comprimento
do tabuleiro; então essa carga
será elevada pelos estais até as
torres e depois será distribuída
ao longo dos pilares e difundida
lá nas fundações. Os cabos
estaiados estarão sofrendo tração
e as torres e os pilares vão
sofrer um esforço de compressão.

Quarto passo. A partir da solicitações


internas, com a resistência dos materiais,
calcular as tensões e deformações que ocorrem
ao longo da estrutura.

Quinto passo: verificar se essas tensões e


deformações estão dentro do limite desejado,
ou seja, se a estrutura está em boas condições
de segurança ou não.
_1.1_ Exercícios

1) De forma geral, qual deve ser a sequência de cálculo para definir a tensão em um
determinado ponto da estrutura?

A) Determinar cargas externas, calcular reações externas, calcular solicitações internas.

B) Calcular reações externas, determinar cargas externas, calcular solicitações internas.

C) Calcular solicitações internas, determinar cargas externas, calcular reações externas.

D) Determinar cargas externas, calcular solicitações internas, calcular reações externas.

E) Calcular solicitações internas, calcular reações externas, determinar cargas externas.


2) Conforme a Lei de Hooke, quanto maior o módulo de elasticidade do material, menor será:

A) A torção.

B) O cisalhamento.

C) A flexão.
Exercícios 2: Anular.
- Nenhuma opção correta.
D) A tensão. Nenhuma opção se verifica com base no enunciado.
Uma reposta possível seria "... maior a razão entre a
E) A deformação. tensão e a deformação".
3) No estudo do projeto de um equipamento mecânico são avaliados três materiais diferentes:
o aço, o alumínio e a madeira. Sabendo que o aço apresenta um módulo de elasticidade igual
a 21.000 kN/cm2, o alumínio um módulo de elasticidade igual a 7.000 kN/cm2 e a madeira
um módulo de elasticidade igual a 1.400 kN/cm2, indique em qual material será observada
uma maior deformação, considerando a mesma estrutura e a tensão atuando no
equipamento.

A) A deformação será menor se a estrutura for de alumínio.

B) A deformação será menor se a estrutura for de aço.

C) A deformação será menor se a estrutura for de madeira.

D) A deformação será igual para qualquer material.

E) A deformação será menor se a estrutura for de alumínio ou de madeira.


4) Quando o engenheiro projetista estiver dimensionando uma determinada estrutura,
necessitará encontrar o ponto de maior solicitação e calcular a tensão neste ponto. Caso
esta tensão seja menor que a tensão limite do material, pode-se dizer que:

A) A peça está entrando em ruptura.

B) A peça não está em segurança.

C) A peça está em segurança.

D) A peça está tracionada.

E) A peça está flexionada.


5) Ao fazer o dimensionamento do cabo de uma estrutura atirantada, verificou-se que a tensão
máxima que passa nos cabos é de 625 kgf/cm2. Sabendo que a tensão limite do material
vale 1.500 kgf/cm2, assinale a alternativa correta:

A) Os cabos encontram-se em boas condições de segurança, sendo adotado um coeficiente de


segurança igual a 4,2.

B) Os cabos encontram-se em boas condições de segurança, sendo adotado um coeficiente de


segurança igual a 0,42.

C) Os cabos encontram-se em boas condições de segurança, sendo adotado um coeficiente de


segurança igual a 2,4.

D) Os cabos não encontram-se em boas condições de segurança, sendo adotado um coeficiente


de segurança igual a 2,4.

E) Os cabos não encontram-se em boas condições de segurança, sendo adotado um coeficiente


de segurança igual a 0,42.
_1.1_ Na prática
Nas últimas décadas soluções em materiais plásticos vem substituindo peças feitas
tradicionalmente de metais, devido a grande e constante evolução dos polímeros de engenharia de
alto desempenho. O uso de plásticos pode oferecer vantagens, desde que as diferenças inerentes
entre estes materiais sejam levadas em consideração desde o começo do projeto. Em busca do
objetivo da substituição, uma revisão completa do projeto é necessário para que a produção seja
adequada e vantajosa para a indústria.

Veja Na Pratica um comparativo entre plásticos e metais.

VANTAGENS DO PLÁSTICO DEVIDO ÀS SUAS PROPRIEDADES, NA MAIORIA DAS VEZES,


SINGULARES.
> Baixo peso específico (peças mais leves);
> Possibilidade de consolidação de peças (ganhos produtivos na fase de
montagem;
> Melhor acabamento, a peça pode sair pronta de molde (eliminando a
necesidade de operações secundárias);
> Maior liberdade de projeto (designs impossíveis em metal, por exemplo);
> Redução do custo final (fator muitas vezes determinante para a conversão);
> Produção direta em cores (eliminando a necessidade de operações
secundárias);
> Isolantes térmicos e elétricos.

VANTAGENS DO METAL QUE APARENTEMENTE OS PLÁSTICOS NÃO CONSEGUEM SUPERAR:


> Condutores elétricos excelentes;
> Condutores de calor;
> Quando a dissipação de calor é necessária, praticamente não há outra opção.

Já existem polímeros reforçados, como a poliarilamida (PAA, como Ixef, da


Solvay Advanced Polymers, Bélgica), com algumas de suas propriedades
semelhantes às de metais, como resistência à tração e acabamento superficial.

RESISTÊNCIA

A resistência à
tração dos polímeros
é comparável à do
alumínio e, embora o
módulo de
elasticidade (E)
seja menor, a
resistência
específica
(resistência à
tração dividida pela
densidade) é maior.
Os polímeros dilatam
menos.
RESISTÊNCIA AO
IMPACTO

COEFICIENTE DE
DILATAÇÃO E EXPANSÃO
TÉRMICA

DENSIDADE

CONCLUSÃO
A substituição do metal por plástico não apenas é possível, pode ser
extremamente viável e trazer vantagens competitivas para quem adota a
mudança. Entretanto, tudo deve ser feito meticulosamente para que essas
substituições sejam bem-sucedidas. Entre elas estão a correta seleçao do
polímero mais adequado e as mudanças necessárias no desenho das peças para que
elalas tragam todos os benefícios que os plásticos podem oferecer.
_1.1_ Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

Mecânica dos materiais


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link bib virtual

Resistência dos Materiais Aplicada


Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

Cuidado: Livro Sagah, capa laranja


(a própria capa já com defeito -
vazia, sem título...).
link bib virtual

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E CRÉDITOS DE IMAGENS


Banco de imagens Shutterstock.
SAGAH, 2015.
BEER, FERDINAND P.; JOHNSTON JR., E. RUSSEL; DEWOLF, JOHN T.; MAZUREK, DAVID F. Estática e
mecânica dos materiais. Porto Alegre: AMGH, 2013.
LEET, Kenneth M.; UANG, Chia-Ming; GILBERT, Anne M. Fundamentos da análise estrutural. 3. ed.
Porto Alegre: AMGH, 2010.

bib virt
EQUIPE SAGAH
Coordenador(a) de Curso
Alexandre Baroni
Professor(a)
Paula Manica Lazzari
Gerente
Rodrigo Severo
Analista de Projetos
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Vinicius Rafael Cárcamo

elm = extra sobre ELEMENTO DE DUAS FORÇAS - excerto livro encontrado bib virt
Aula 1.2
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS - C (2023.OUT)
1.1 - Introdução à Resistência dos Materiais
1.2 - Tensão: forças
2.1 - Tensão, deformação e módulos de elasticidade
2.2 - Tensão de cisalhamento e esmagamento
3.1 - Torção: tensão de cisalhamento
3.2 - Torção I
4.1 - Flexão I
4.2 - Círculo de Mohr Para o Estado Plano de Tensões

Tensão: forças
_1.2_
Apresentação
Nesta Unidade de Aprendizagem, você verá alguns conceitos iniciais da resistência dos materiais,
que é um ramo da mecânica que estuda as relações entre as cargas externas aplicadas a um corpo
deformável e a intensidade das cargas internas que agem no interior do corpo.

Neste propósito, você vai revisar, nesta Unidade, os princípios importantes da estática e a sua
aplicação na determinação das cargas resultantes internas nos elementos de uma estrutura simples.
Também estudará o conceito de tensão e como esta tensão pode ser determinada a partir da força
nesse elemento.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Determinar as forças atuantes em estruturas de barras.


• Construir o traçado dos diagramas de corpo livre de estruturas simples.
• Definir o conceito de tensão em elementos de uma estrutura.

elm = Avaliação da aula. Ruim. Assinalada opções - Erros no conteúdo; - Precisei pesquisar
mais; - Conteúdo Livro difícil (qdo assinala <regular, só há opções para assinalar)
_1.2_ Desafio
Você é Engenheiro em uma indústria de refrigeração e precisa fazer um suporte semelhante ao da
figura a seguir, para içamento de materiais diversos. O suporte é composto pelas barras AB, BC e
BD, conectadas por um pino em B, sendo todo este conjunto submetido a um carregamento P no
ponto A. Todas as barras da estrutura possuirão seção transversal uniforme, com área de 800 mm2.
Com base nestes dados conhecidos, antes mesmo de definir o material da construção, calcule qual
seria a máxima carga P que você conseguiria aplicar no ponto A da estrutura apresentada, sabendo
que a tensão normal na barra BD não pode ultrapassar 50 MPa.

elm = Pmax = 4*10^4 N (trecho vertical


de AB). Cisalhamento e Flexão
desconsiderados.

elm =
Resolução
correta,
mas
resposta
não. Note
que o
limite 50
MPa é só
para BD!
_1.2_ Infográfico

Para determinar as forças que agem em cabos e barras devemos desenhar um diagrama de corpo
livre e aplicar as equações de equilíbrio. Tal diagrama é um desenho que representa todas as forças
externas que agem sobre um ponto material, e auxilia muito a montagem das equações de
equilíbrio usadas para determinação das incógnitas de um problema - geralmente forças e ângulos.
Ao isolarmos um ponto para representamos as forças que agem sobre ele (ativas e reativas) é de
extrema importância identificar se lidamos com forças trativas ou compressivas, para seu preciso
dimensionamento.

Veja no Infográfico como sinalizar corretamente estas forças.

elm = infográfico aborda convenção de sinais para esforços solicitantes. Por


abordar o assunto de forma melhor, mais completa, substituí, com adaptação,
por excerto de:
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/7571151/mod_resource/content/1/
Apostila%20de%20Teoria%20-%20Cap%C3%ADtulo%205.pdf

5.2 Diagramas de esforços solicitantes de estruturas planas

5.2.1 Convenção de sinais

Considerem-se as duas vigas da Figura 5.6.

Nas seções correspondentes destas duas vigas têm-se esforços solicitantes que, apesar de possuírem
exatamente as mesmas intensidades, têm ações físicas bem distintas: na viga (a) as forças cortantes giram
o trecho de viga em que se aplicam no sentido horário, enquanto que na viga (b) giram o trecho de viga
em que se aplicam no sentido anti-horário; na viga (a) os momentos fletores tracionam as fibras
superiores da barra, ao passo que na viga (b) tracionam as fibras inferiores.

(a) (b)

Figura 5.6

Os diagramas de esforços solicitantes destas duas vigas devem ser diferentes, pois devem retratar as
diferentes ações físicas que se tem nos dois casos.

Esta identificação da ação física dos esforços solicitantes é feita mediante a atribuição de sinais a eles,
conforme se apresenta na Tabela 5.1.

Os sinais dos esforços solicitantes permitem a imediata identificação de sua ação física.

Assim, se se disser que em uma seção transversal de uma barra se tem os esforços solicitantes
Introdução à Mecânica das Estruturas 106
Capítulo 5 - Diagramas de Esforços Solicitantes

Convenção de sinais dos esforços solicitantes

Esforço solicitante Sinal positivo (+) Sinal negativo (-)

Força normal Tração Compressão

Gira o trecho de barra em que Gira o trecho de barra em que


Força cortante atua no sentido horário atua no sentido anti-horário

Momento fletor Traciona as fibras inferiores da Traciona as fibras superiores da


barra barra

O vetor momento tem o sentido O vetor momento tem sentido


da normal externa à seção contrário ao da normal externa à
Momento de torção2 transversal em que atua seção tranversal em que atua

Tabela 5.1

N  100 kN

V  200 kN (5.2)

M  150 kNm

está-se dizendo que se tem nesta seção uma força normal de tração de 100 kN, uma força cortante de 200
kN girando o trecho da barra em que se aplica no sentido horário e um momento fletor de 150 kNm
tracionando as fibras superiores da barra.

2
Apesar de nos sistemas planos não haver torção, está-se aproveitando a oportunidade para já apresentar
a convenção de sinais destes esforços.
Introdução à Mecânica das Estruturas 107
Capítulo 5 - Diagramas de Esforços Solicitantes

(a) (b)
Figura 5.7

Se cortar a barra nesta seção transversal se terá dos dois lados do corte os esforços solicitantes mostrados
na Figura 5.7: em (a) os esforços solicitantes à esquerda do corte, em (b), à direita do corte.

Para reforçar melhor a convenção de sinais da Tabela 5.1, apresentam-se na Figura 5.8 os dois trechos de
uma estrutura espacial cortada segundo uma seção transversal em que todos os esforços solicitantes são
positivos. Na Figura 5.9 faz-se o mesmo relativamente a uma barra cortada em uma seção transversal em
que todos os esforços solicitantes são negativos.

(a) (b)

Figura 5.8

(a) (b)

Figura 5.9

Os sinais dos esforços solicitantes devem ser considerados ao se traçar seus diagramas.
Forças normais, forças cortantes e momentos de torção positivos são indicados acima do eixo que
representa a viga; os negativos, abaixo do eixo.

Além disso, nos diagramas destes esforços indica-se explicitamente seu sinal.
Introdução à Mecânica das Estruturas 108
Capítulo 5 - Diagramas de Esforços Solicitantes

No caso dos momentos fletores, o critério para representá-los é outro: os diagramas são sempre
desenhados no lado tracionado da barra.

Como os momentos fletores são positivos quando tracionam as fibras inferiores da barra e negativos
quando tracionam as fibras superiores, os momentos fletores positivos são desenhados abaixo do eixo que
representa a viga e os negativos, acima do eixo. Nos diagramas de momentos fletores não se indica o seu
sinal.

Na Figura 5.10 os diagramas de esforços solicitantes da viga da Figura 5.6(a) estão traçados de acordo
com estas regras, estando indicados explicitamente nesta figura os sistemas de eixos utilizados em seu
traçado.

Figura 5.10

Na prática, omitem-se os eixos de referência, ficando os diagramas com o aspecto final mostrado na
Figura 5.11.

No caso da viga da Figura 5.6(b), os diagramas de esforços solicitantes são os da Figura 5.12.

Os diagramas das Figuras 5.11 e 5.12 informam claramente quais são as intensidades dos esforços
solicitantes e quais são suas ações físicas.

Como já se mencionou, em seções correspondentes destas duas vigas em balanço tem-se esforços
solicitantes de mesma intensidade, mas com ações físicas distintas, o que leva a diagramas distintos para
estas duas vigas.
Introdução à Mecânica das Estruturas 109
Capítulo 5 - Diagramas de Esforços Solicitantes

Figura 5.11 Figura 5.12

Observa-se também que a forma utilizada para representar os momentos fletores é muito eficiente: basta
olhar o diagrama de momentos fletores para saber qual é o lado tracionado e qual é o lado comprimido da
viga.

5.2.2 Exemplos

Serão agora apresentados vários exemplos de traçado dos diagramas de esforços solicitantes de estruturas
planas, cada vez mais complexas.

Exemplo 5.1

Traçar os diagramas de esforços solicitantes da viga em balanço da Figura 5.13(a).


_1.2_ Conteúdo do livro
As tensões ocorrem em todas as estruturas sob a ação de forças, sendo que estas forças podem
ocorrer pelo contato direto entre os corpos, por meio de suas superfícies, ou quando um corpo
exerce uma força sobre outro corpo, sem que haja contato direto entre estes corpos. Destas forças
surgem as reações nos elementos.

Estes elementos pode estar sujeitos a força normal, força de cisalhamento, momento de torção e
momento fletor. Para a perfeita compreensão da atuação destas forças, faz-se necessário o
desenvolvimento do diagrama de corpo livre, que corresponde a um esquema, onde são
apresentadas todas as forças externas que agem sobre o corpo, sejam ela, ativas ou reativas.

No capítulo Tensão: forças, da obra Resistência dos Materiais I, você irá identificar as forças atuantes
em estruturas de barras, irá compreender como traçar um diagrama de corpo livre e irá identificar o
conceito de tensão em elementos de uma estrutura.

Boa leitura.
elm = Conteúdo fraco com erros, não
consultar, perda de tempo!

elm = livro não encontrado na bib virtual.

Abhilfe pdf

LivrPt_Civ_Resistencia_Materiais_Hibbeler_

LivrPt_Civ_Mecanica_Materiais_Beer_etal_

LivrPt_Civ_Mecanica_p_Engenharia_Estatica_Pl
esha_2014_Parts_elm
(este disp na bib virtual !!)
Tensão: forças
elm = Conteúdo fraco com
erros, não consultar,
Jaqueline Ramos Grabasck perda de tempo!

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

>> Determinar as forças atuantes em estruturas de barras.


>> Construir o traçado dos diagramas de corpo livre de estruturas simples.
>> Definir o conceito de tensão em elementos de uma estrutura.

Introdução
Um corpo sofre ação de diversos tipos de forças, superfícies ou outros corpos.
Essas forças geram reações que podem, principalmente, comprimir ou tracionar
os elementos. As cargas resultantes podem ser do tipo força normal, força de
cisalhamento, momento de torçor e momento fletor. A compreensão de cada
uma dessas forças pode ser facilitada com um diagrama de corpo livre, em que
as cargas atuantes e resultantes são indicadas.
Neste capítulo, você vai estudar as diferentes forças atuantes em estruturas
de barras e a tensão em elementos de uma estrutura, além de como desenvolver
um diagrama de corpo livre.

Forças atuantes em estruturas de barras


De acordo com Hibbeler (2010), um corpo está sujeito a diversas cargas exter-
nas, que podem ser classificadas como força de superfície ou força de corpo.
As forças de superfície ocorrem mediante o contato direto de um corpo com
outro por meio de suas superfícies. Se a área de contato entre as superfícies
for pequena, essa força pode ser classificada como uma força concentrada
única, que tem a sua aplicação em um determinado ponto do corpo. Porém,
se a carga for aplicada ao longo da superfície atuando em uma faixa, será
2 Tensão: forças

classificada como uma carga distribuída linear. A carga aplicada ao longo de


uma viga é um exemplo típico desse tipo de idealização.
Já a força de corpo pode ser descrita como a força que um corpo exerce
sobre outro corpo, não havendo contato direto entre eles. Porém, há inter-
ferência em todas as partículas que constituem o corpo, e a força age de
forma concentrada.
Para as forças de superfície que atuam nos pontos de contato ou nos
apoios entre os corpos, dá-se o nome de reações. Quando os corpos estão
sob forças coplanares, ou seja, em situações bidimensionais, há alguns apoios
mais comuns, conforme a Figura 1.

Figura 1. Tipos de acoplamentos e reações ocorridas. elm = Ver Aula 1.1 Infográfico
Fonte: Hibbeler (2010, p. 3). (copiei lá tabela mais completa).

Em três dimensões, há quatro tipos de cargas resultantes que podem ser


observadas: força normal (N), força de cisalhamento (V), momento de torção
ou torque (T) e momento fletor (M). De acordo com Hibbeler (2010), a força
normal ocorre de forma perpendicular à área, desenvolvendo-se quando
as cargas externas atuam empurrando ou puxando as partes do corpo. Já a
força de cisalhamento se dá mediante o deslizamento de uma parte do corpo
sobre o outro, advindo das forças externas que ocorrem no plano da área.
O momento de torção ocorre por meio da torção de parte do corpo sobre o
outro em virtude dos efeitos acarretados pelas cargas externas. No momento
fletor, as cargas externas “[…] tendem a fletir o corpo em torno de um eixo que
Tensão: forças 3

se encontra no plano da área” (HIBBELER, 2010, p. 4). A Figura 2 apresenta as


quatro cargas resultantes que podem ocorrer na área seccionada de um corpo.

Figura 2. Cargas resultantes em área seccionada de um corpo.


Fonte: Hibbeler (2010, p. 4).

De acordo com Martha (2010), os esforços normais, também denominados


axiais, correspondem à força resultante no eixo x, ou seja, na direção axial,
“[…] de todas as forças de um lado da seção de corte” (MARTHA, 2010, p. 54).
Quando a força axial ocorre para fora da parte isolada da estrutura, temos
esforços normais de tração. Nesse caso, o positivo é adotado para a convenção
de sinais. Já a força axial que ocorre para dentro da parte isolada representa os
esforços normais de compressão, que são representados pelo sinal negativo.
A Figura 3 representa os esforços normais de tração.

N N N N x

Figura 3. Convenção para esforços normais positivos.


Fonte: Adaptada de Martha (2010).

Já para o esforço cortante será observado na direção do eixo y, no sentido


positivo, abrangendo as forças que se encontram à esquerda da seção trans-
versal, e a sua resultante ocorrerá no sentido para cima. Martha (2010) salienta
que, ao considerar as forças que estão à direita da seção transversal, será
4 Tensão: forças

observado o esforço cortante positivo que resulta no sentido contrário do eixo y.


A Figura 4 apresenta a convenção utilizada para os esforços cortantes positivos.

x
Q Q Q Q

Figura 4. Convenção para esforços cortantes positivos. elm = ver tb infográfico,


Fonte: Adaptada de Martha (2010). copiei material sobre isso!

No caso de momentos fletores, o esforço interno positivo deve apresentar


as forças e os momentos da seção transversal à esquerda, gerando um mo-
mento no sentido horário. No caso de forças que ocorrem a direita da seção
transversal, haverá momento fletor positivo, ocorrendo no sentido anti-horário
(MARTHA, 2010). A Figura 5 representa a convenção para momentos fletores
positivos e suas resultantes de tensão normais para tração e compressão
na seção transversal.

elm = ver tb infográfico,


copiei material sobre isso!

M M

x
M M M M

Figura 5. Convenção para momentos fletores positivos e suas resultantes de tensão normais
de tração e compressão.
Fonte: Adaptada de Martha (2010).
Tensão: forças 5

Para identificar o sinal que o momento fletor deve apresentar: um mo-


mento fletor positivo será observado quando ocorrer uma flexão da barra,
estando ela com a concavidade elástica direcionada para cima, enquanto que
o momento fletor negativo irá ocorrer quando a concavidade encontrar-se
voltada para baixo.
Segundo Melconian (2018), a força axial, ou força normal F, representa a
carga atuante no eixo longitudinal, sendo perpendicular à seção transversal,
conforme apresentado na Figura 6.

Eixo
longitudinal

Secção
transversal
F

Figura 6. Representação da força normal atuando em uma barra.


Fonte: Adaptada de Melconian (2018).

Melconian (2018) indica que esta força axial pode atuar como tração ou
compressão. A tração dá-se pela atuação da força axial no sentido do exterior
da peça, conforme indicado na Figura 7.
6 Tensão: forças

Figura 7. Força de tração.


Fonte: Adaptada de Melconian (2018).

A compressão, por sua vez, ocorre quando a atuação da força é no sentido


do interior da peça, conforme apresentado na Figura 8.

Figura 8. Força de compressão.


Fonte: Adaptada de Melconian (2018).

Ao aplicar uma força de tração axial na seção transversal de uma barra


de qualquer material, haverá o seu alongamento no sentido em que a força
foi aplicada. De acordo com Smith e Hashemi (2012, p. 159), o deslocamento
decorrente da aplicação dessa força é denominado deformação de enge-
nharia: “Por definição, a deformação de engenharia, que é provocada pela
Tensão: forças 7

ação da força de tração uniaxial aplicada à amostra metálica, é dada pelo


quociente entre a variação do comprimento da amostra segundo a direção de
aplicação da força e o comprimento inicial da amostra”. A Figura 9 representa
a deformação da barra cilíndrica por meio da tração uniaxial.

Figura 9. Barra cilíndrica (a) sem a aplicação de força e (b) com aplicação de força uniaxial F.
Fonte: Smith e Hashemi (2012, p. 159).

deformação de engenharia
A Equação 1 é usada para definir alongamento:

Equação 1

− 0 ∆
= =
0 0

De forma que:

„„ l0 é o comprimento inicial da amostra;


„„ l é o comprimento final da amostra após a aplicação da força de tração
uniaxial.
8 Tensão: forças

Conforme Smith e Hashemi (2012), é comum utilizar o valor 5,1 cm como


comprimento de deformação de referência em ensaios de tração para de-
terminar a deformação de engenharia, sendo marcada em uma amostra de
20,3 cm de comprimento, conforme apresentado na Figura 10. Normalmente,
utiliza-se como unidade de medida o metro por metro (m/m) ou a polegada/
polegada (in/in). Porém, no meio industrial podem ser utilizadas unidades
adimensionais, como deformação percentual ou alongamento percentual,
ou seja:

alongamento × 100% alongamento

* Alongamento = l - l0 (unidade: metro)


* Deformação de engenharia = ε ver eq. 1 (adimensional, mas é
usual e faz sentido usar m/m ou mm/mm ou in/in)
* Alongamento percentual = Deformação percentual = ε * 100%

Uma amostra de alumínio comercialmente puro com 1,27 mm de


largura, 0,10 cm de espessura e 20,3 mm de comprimento, com duas
marcas na parte central à distância de 5,1 mm, é deformada, de modo que a
distância entre as marcas passe a ser 6,65 mm (Figura 10). Calcule a deformação
nominal e o alongamento percentual sofrido pela amostra.

Figura 10. Corpo de prova plano de tração, antes e após deformação.


Fonte: Smith e Hashemi (2012, p. 160).

Solução

− 0 6,7 mm − 5,1 mm 1,6


= = = = 0,314
0 5,1 mm 5,1

alongamento percentual = 0,314 × 100% = 31,4%


Tensão: forças 9

Diagramas de corpo livre de estruturas


simples
De acordo com Nelson et al. (2013), o diagrama de corpo livre corresponde
a um esquema apresentando todas as forças externas que atuam no corpo,
sejam elas forças ativas, como as aplicadas e as gravitacionais, sejam elas
forças reativas, advindas do solo, paredes, pinos, rolos e cabos. Quando
conhecemos o ângulo da reação, devemos assumir em que sentido está
ocorrendo a reação. Quando há um sinal positivo no resultado, assumimos
que o sentido determinado anteriormente estava correto. Porém, caso seja
encontrado um sinal negativo, o sentido não é o que foi determinado ante-
riormente, mas sim o seu oposto.
O diagrama de corpo livre corresponde a um desenho para apresentar as
barras, separando-as de seus suportes, com o intuito de apresentar as reações
que esses suportes exercem sobre as estruturas. Desenvolve-se um croqui das
estruturas apresentando apenas os detalhes estritamente necessários (BEER
et al., 2021). Partindo da imagem de um guindaste, conforme apresentado na
Figura 11, podem ser desenvolvidos seus diagramas de corpo livre.

elm = mas DCL do guindaste não é abordado adiante (descuido do autor).

Figura 11. Guindastes utilizados para carregar e descarregar navios.


Fonte: Beer et al. (2021, p. 2).
elm = correção em verm consultada Beer et al 2015
10 Tensão: forças

Uma estrutura projetada para suportar 30 kN encontra-se mostrada


O croqui do guindaste encontra-se detalhado na Figura 12, onde pode-se
observar apenas as informações necessárias para o desenvolvimento dos
cálculos.

Figura 12. Barras utilizadas para suportar 30 kN.


Fonte: Beer et al. (2021, p. 3).

da estrutura
Ao desenvolver o diagrama de corpo livre, as barras do guindaste são
representadas conforme a Figura 13, desenvolvidas com a aplicação das
cargas e das forças de reação. Beer et al. (2021) reforçam que se pode notar
que os trechos AB e BC são considerados barras simples.

elm = Ver adiante (acabei copiando


este trecho...
Tensão: forças 11

Figura 13. Diagrama de corpo livre


apresentando as cargas
aplicadas e as forças de reação.
Fonte: Beer et al. (2021, p. 3).

Quais equações ?? (autor não copiou as equações do Beer et al !!) -


Devem ser incluídas para podermos entender !
Por meio das equações, são encontradas apenas duas incógnitas com
esse diagrama. Para encontrar as demais, devemos desmembrar a estrutura
e analisá-las separadamente. Na Figura 14, é apresentado o diagrama de
corpo livre da barra AB.

Figura 14. Diagrama de corpo livre da barra AB separada da estrutura.


Fonte: Beer et al. (2021, p. 3).
12 Tensão: forças

A reação em A se desenvolve ao longo do trecho AB, gerando a compressão


desse seguimento de barra, e o valor de A é 40 kN. Na barra BC observamos
tração ao longo de seu eixo, porque as componentes Cx e Cy são reações em
C, apresentando o valor de 50 kN, que ocorrem de forma proporcional em
B e C, tanto na vertical quanto na horizontal. O pino B recebe uma carga de
30 kN (BEER et al., 2021).

elm = copiado do Beer et al 2015 continuação que usa "barras simples"


elm = cont da p12 do original...

Nelson et al. (2013) apresentam os diagramas de corpo livre para uma viga
simples, submetida à força cortante V e ao momento M, conforme apresentado
na Figura 15.

Figura 15. Diagramas de corpo livre de uma viga simples.


Fonte: Nelson et al. (2013, p. 142).

Ao utilizar a parte esquerda A, obtemos a cortante pela soma de suas


forças, sendo ela V = 100 N. Porém, se for utilizada a parte B da direita,
a soma das forças que estão atuando na parte da direita será a força cortante,
de maneira que a sua força positiva estará disposta para baixo, apresentando
também V = 100 N.

Hibbeler (2010) apresenta as etapas para desenvolvimento do diagrama


de corpo livre (Figura 16). Primeiramente, é essencial manter “[…] as cargas
distribuídas externas, momentos, torques e forças que agem sobre o corpo
em suas localizações exatas” (HIBBELER, 2010, p. 5), para, então, criar uma
seção imaginária sobre os pontos das cargas a serem determinadas.
elm = autor mal copiou parte do procedimento
do Método das Seções do Hibbeler - para
entender só indo ao Hibbeler p5... Uma
Tensão: forças 13
lástima.

Figura 16. Desenvolvimento de diagrama de corpo livre.

Caso se trate de um elemento de uma estrutura ou um dispositivo me-


cânico, a seção deverá ser feita de forma perpendicular ao eixo longitudinal
do corpo. Nesse momento, devemos desenhar o diagrama de corpo livre de
uma das partes que foi seccionada e apresentar as resultantes N, V, M e T,
estando normalmente no centro geométrico ou no centroide da seção. Caso
o corpo esteja submetido a forças coplanares, ocorrerão no centroide apenas
N, V e M. O último passo compreende a definição dos eixos coordenados
(x, y e z), apresentando a sua origem no centroide e, ao longo dos eixos, são
apresentadas as componentes resultantes.
Os momentos gerados nos eixos coordenados no diagrama de corpo livre
devem ser somados, de forma a eliminar as forças desconhecidas (N e V),
acarretando em uma solução direta para as forças M e T. Caso o resultado das
equações de equilíbrio sejam negativos, o sentido direcional apresentado no
diagrama de corpo livre deve ser desconsiderado, e sua direção oposta deve
ser indicada (HIBBELER, 2010).

Tensão em elementos de uma estrutura


De acordo com Beer et al. (2021), as tensões são decorrentes da ação das forças
nas estruturas. Em uma área, a força ou a intensidade das forças distribuídas
em uma seção é denominada tensão na respectiva seção, representada pela
letra σ. Para obter a tensão na seção transversal, devemos dividir o valor da
carga axial P pela seção transversal de área A, conforme apresentado na
Equação 3:
14 Tensão: forças

Equação 3

A Figura 17 representa uma barra submetida a uma carga axial, represen-


tada pela Figura 17a e a distribuição uniforme considerada ideal perante uma
seção arbitrária, conforme apresentado na 17b.

Figura 17. Força distribuída uniformemente.


Fonte: Beer et al. (2021, p. 5).

Uma tensão de tração é indicada mediante o uso de um sinal positivo, utili-


zado quando a barra se encontra tracionada. Já para a tensão de compressão,
utiliza-se um sinal negativo; neste caso, a barra encontra-se comprimida.
Quando o corte traçado na barra for perpendicular ao eixo da barra, conforme
apresentado na Figura 17, considera-se que está submetida à tensão normal.
Dessa maneira, σ resultará na tensão normal em um elemento sob carga
Tensão: forças 15

axial. σ corresponde ao valor médio da tensão, não considerando essa tensão


em um ponto específico na seção transversal. Para considerar a tensão em não dá
um ponto específico, deve-se considerar uma pequena área e dividi-la pela para
entender!
intensidade. Assim, será obtido o valor médio da tensão nessa pequena área,
por meio da Equação 4:

Equação 4


= lim
∆ →0 ∆

Beer et al. (2021) reforçam que, em uma barra que recebe carga axial, haverá
uma distribuição de tensões normais, sendo a sua carga uniforme, mas isso
não ocorre na vizinhança imediata onde é aplicada a carga. Melconian (2018)
indica que, para o sistema internacional, utiliza-se como unidade de tensão
o Pascal (Pa), de forma que a carga de 1 N atua em uma superfície de 1 m².
Sendo a unidade pascal infinitesimal, podemos utilizar o megapascal (MPa)
e o quilopascal (kPa), conforme apresentado a seguir:

Pa = 106 Pa   kPa = 103 Pa

O MPa corresponde a 1 N na superfície de 1 m², sendo que 1 N/m² corres-


ponde a:

1 × 10 –6 MPa
copiou do Hibbeler sem contextualizar, desorganizadamente.
Conforme Hibbeler (2010), ao seccionar um corpo que se encontra sujeito
a uma carga externa, ocorre uma distribuição de forças que irá agir na área
seccionada, mantendo todos os segmentos do corpo em equilíbrio. “A in-
tensidade dessa força interna em um ponto do corpo é denominada tensão”
(HIBBELER, 2010, p. 17). A tensão é considerada o valor limite da força por
unidade de área, quando essa área irá tender a zero; assim, nesse ponto,
o material será considerado contínuo e coeso. O tipo de carga que atua sobre
o corpo e a orientação em que esse elemento se encontra no ponto serão de-
terminantes para o valor das componentes da tensão. No entanto, tratando-se
de um material homogêneo e isotrópico, ao sujeitar uma barra prismática a
um força axial, esta irá agir no centroide da área da seção transversal. Assim,
o material no interior da barra estará sujeito apenas à tensão normal, que
será considerada uniforme ou média (HIBBELER, 2010).
16 Tensão: forças

Compreender a atuação das forças e reações é essencial para avaliar as


tensões nas quais as estruturas estão sujeitas. Dessa maneira, podemos
desenvolver estruturas mais condizentes com as necessidades da edificação,
garantindo a segurança dos usuários. A seguir, vamos conferir alguns exemplos.

Exemplo 1
Uma barra de alumínio com 12,7 mm de diâmetro foi submetida a uma força de
11.120 N. Calcule a tensão axial na barra, em Pa (SMITH; HASHEMI, 2012, p. 158).

Solução
Equação 5

força 11.120 N
= = = = 12,700 N/mm2
área da seção inicial 0 ( /4)(12,7 mm)2

Exemplo 2
Determine as cargas internas resultantes que agem na seção transversal em B
do cano mostrado na Figura 18a. A massa do cano é 2 kg/m, e ele está sujeito
a uma força vertical de 50 N e a um momento de 70 Nm em sua extremidade A.
O tubo está preso a uma parede em C.

Figura 18. Cargas resultantes.


Fonte: Hibbeler (2010, p. 8).
Tensão: forças 17

Solução
O problema pode ser resolvido considerando o segmento AB, que não envolve
as reações do apoio em C. Os eixos x, y, z são definidos em B, e o diagrama
de corpo livre do segmento AB é mostrado na Figura 18b. Consideramos que
as componentes da força resultante e do momento na seção agem nas dire-
ções positivas das coordenadas e passam pelo centroide da área da seção
transversal em B. O peso de cada segmento do tubo é calculado conforme
as Equações 6 e 7.

Equação 6

WBD = (2 kg/m)(0,5 m)(9,81 N/kg) = 9,81 N

Equação 7

WAD = (2 kg/m)(1,25 m)(9,81 N/kg) = 24,525 N

Essas forças agem no centro de gravidade de cada segmento.

Equações de equilíbrio
Aplicando as seis equações escalares de equilíbrio, temos:

Equação 8

∑ =0 ( ) =0

Equação 9

∑ =0 ( ) =0

Equação 10

∑ =0 ( ) − 9,81 N − 24,525 N − 50 N = 0 ( ) = 84,3 N


18 Tensão: forças

Equação 11

∑( ) =0

( ) + 70 Nm − 50 N(0,5 m) − 24,525 (0,5 m) − 9,81 N(0,25 m) =

0( ) = −30,3 Nm

Equação 12

∑( ) =0

( ) + 24,525 N (0,625 m) + 50 N (1,25 m) = 0

( ) = −77,8 Nm

Equação 13

∑( ) =0 ( ) =0

O que os sinais negativos para (MB) x e (MB) y indicam? Observe que a


força normal é NB = (FB) y = 0, ao passo que a força de cisalhamento é
VB = (0)2 + (84,3)2 = 84,3 N. Além disso, o momento de torção é TB = (MB) y = 77,8Nm,
e o momento fletor é MB = (30,3)2 + (0) = 30,3 Nm.

Referências
BEER, F. P. et al. Mecânica dos materiais. 8. ed. Porto Alegre: AMGH, 2021.
HIBBELER, R. C. Resistência dos materiais. 7. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010.
MARTHA, L. F. Análise de estruturas: conceitos e métodos básicos. 2. ed. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2010.
MELCONIAN, S. Mecânica técnica e resistência dos materiais. 20. ed. São Paulo: Érica, 2018.
NELSON, E. W. et al. Engenharia mecânica: estática. Porto Alegre: Bookman, 2013.
(Coleção Schaum).
SMITH, W. F.; HASHEMI, J. Fundamentos de engenharia e ciência dos materiais. 5. ed.
Porto Alegre: AMGH, 2012.
_1.2_ Dica do professor
elm = ver pergunta após slides

Os esforços em um corpo sólido são classificados basicamente de acordo com a sua localização,
podendo ser externos ou internos. Os externos podem ser de dois tipos distintos: ativo (cargas
aplicadas) e reativo (reações nos apoios). Os internos se subdividem em resultantes e tensões. As
tensões são as forças internas no corpo subdivididas por todo o seu volume e existem apenas
quando o corpo está sendo solicitado por algum esforço externo, seja uma carga ou uma reação.

Nesta Dica do Professor você verá, na forma de exemplos práticos, que a tensão é a medida das
forças internas de um corpo deformável, por unidade de área em uma superfície deste corpo onde
existam forças internas.

Confira!
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d741008b5f13365aafc893a4b5d2d7cb

6 min

elm = resolve o caso da fig.12 do Conteúdo do livro (copiado do Beer)


considerando barras circulares e calcula as tensões nas barras.

Até aqui, Ax e Cx
conhecidos, mas
Ay e Cy não.
Então vamos
isolar barra AB
para determiná-
los.
Cy da equação do
slide anterior.

elm = Pergunta. Texto da dica (não é sobre o vídeo).


- O que significa "Esforços internos se subdividem em resultantes e tensões"?
Em particular, o que seriam "resultantes"?
Obs.: entendo que esforços internos, numa seção de uma viga por exemplo,
podem ser representados pelas forças e momentos atuantes na seção (N V Mf Mt)
OU pelas tensões (normais cisalhantes) atuantes na seção. Isso consiste em
formas alternativas de representar os esforços internos, sendo inadequado
falar que isso seja uma subdivisão de esforços internos.
_1.2_ Exercícios

1) Sabe-se que o perfil I, apresentado a seguir, possui uma tensão normal igual a 400 kPa, quando
submetido a duas forças de 1500 N. Determine, portanto, qual deverá ser a altura H da seção
transversal deste perfil para que estas condições sejam atendidas.

A) H = 150 mm

B) H = 155 mm

C) H = 160 mm

D) H = 170 mm

E) H = 175 mm
2) Um medidor de deformação localizado na barra AB indica que a tensão normal nesta barra é de
3,80 MPa, quando a mesma está submetida a duas forças de 1,2 kN, conforme mostra a figura.
Supondo que a seção transversal da barra seja vazada e sabendo que seu diâmetro externo é de 25
mm, determine o diâmetro interno d da seção transversal.

A)

B)

C)

D)

E)
3) Duas barras cilíndricas de seção transversal cheia, AB e BC, são soldadas uma à outra em B e
submetidas a um carregamento conforme mostra a figura. Sabendo que a tensão normal não pode
exceder 200 MPa na barra AB e 150 MPa na barra BC, determine os menores valores admissíveis
de d1 e d2.

A)

B)

C)

D)

E)
4) Duas barras cilíndricas de seção transversal cheia AB e BC são soldadas uma à outra em B e
submetidas a um carregamento conforme mostra a figura. Sabendo que d1 = 50 mm e d2 = 30 mm,
calcule a tensão normal no ponto médio da barra AB e barra BC.

A)

B)

C)

D)

E)
5) Uma barra está carregada e apoiada como mostra a figura. Determine a tensão normal na barra AB:

A)

B)

C)

D)

E)
_1.2_ Na prática
Vamos agora ver um exemplo prático de utilização do conceito de tensão.

O estudo das tensões atuantes sobre as estruturas proporciona ao engenheiro projetista meios
para analisar e dimensionar diversos tipos de máquinas e estruturas portadoras de cargas. Dessa
forma, é possível definir a seção transversal e o tipo de material a ser utilizado nos elementos, de
modo que as condições de resistência às tensões atuantes sejam verificadas.

Como exemplo de aplicação do conceito de tensão, podemos citar os guindastes utilizados na


construção civil e transporte de cargas, os quais possuem elementos de barra, eixos, parafusos e
pinos.

elm = foto de guindastes instalados em construção de edifícios descartada.


_1.2_ Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

Fundamentos de mecânica das estruturas


Para a elaboração deste texto de apoio, os assuntos descritos em seus conteúdos programáticos
foram consultados na bibliografia sugerida. Assim, os tópicos selecionados aqui apresentados
referem-se aos mesmos assuntos apresentados nas aulas presenciais.
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/1608509/mod_folder/content/0/texto_de_apoio.pdf

pdf 34p

e texto de apoio às disciplinas PEF2308 e PEF2309 - Fundamentos de Mecânica das Estruturas,

Resistência dos Materiais


HIBBELER, R. C. Resistência dos materiais. 7. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010.

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

elm = link não é do livro


do Hibbeler !!

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E CRÉDITOS DE IMAGENS


BEER, FERDINAND P.; JOHNSTON JR., E. RUSSEL; DEWOLF, JOHN T.; MAZUREK, DAVID F. Estática e
mecânica dos materiais. Porto Alegre: AMGH, 2013.
BEER, FERDINAND P.; JOHNSTON JR., E. RUSSEL; DEWOLF, JOHN T.; MAZUREK, DAVID F. Mecânica
dos materiais. Porto Alegre: AMGH, 2011.
Banco de imagens Shutterstock.
SAGAH, 2015.

EQUIPE SAGAH
Coordenador(a) de Curso
Alexandre Baroni
Professor(a)
Paula Manica Lazzari
Gerente
Rodrigo Severo
Aula 2.1
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS - C (2023.OUT)
1.1 - Introdução à Resistência dos Materiais
1.2 - Tensão: forças
2.1 - Tensão, deformação e módulos de elasticidade
2.2 - Tensão de cisalhamento e esmagamento
3.1 - Torção: tensão de cisalhamento
3.2 - Torção I
4.1 - Flexão I
4.2 - Círculo de Mohr Para o Estado Plano de Tensões

Tensão, deformação e módulos de elasticidade


_2.1_
Apresentação
Muito se estuda sobre os corpos rígidos, tanto em equilíbrio quanto em movimento acelerado. O
modelo de corpo rígido é muito útil e simplifica o estudo do movimento ou do equilíbrio de um
corpo. Em muitos casos, pode-se aplicá-lo sem comprometer os resultados. No entanto, existem
casos em que o estudo dos corpos rígidos não é adequado, principalmente quando são
aprofundados os estudos na mecânica dos materiais. Por exemplo, um engenheiro civil não pode
considerar que o vigamento de um telhado é rígido. Nesse caso, ele precisará determinar os
deslocamentos que o telhado terá. Quando um corpo é submetido a uma força, ele se deforma de
modo proporcional à carga.

Nesta Unidade de Aprendizagem, você aprenderá o conceito de tensão e seus efeitos nos sólidos.
Verá como calcular as deformações em sólidos e, assim, determinar as mudanças de comprimento e
volume em corpos submetidos a forças externas. Por fim, compreenderá que a tensão se apresenta
de duas formas: normal à seção, que tende a alongar ou comprimir o corpo, ou tangente à seção,
que tende a separar o corpo, cortando-o.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Analisar efeitos de tensão nos sólidos.


• Calcular variações no volume de sólidos e líquidos frente à ação de forças externas.
• Determinar efeitos de cisalhamento em sólidos.

elm = Avaliação da aula. Ruim. Assinalada opções - Erros no conteúdo; - Precisei pesquisar
mais; (qdo assinala <regular, só há opções para assinalar) + Erro nos exercícios + Vídeo
com conteúdo ruim.
_2.1_ Desafio
Tendo em vista que o cobre tem maior tensão máxima e maior dureza, geralmente, as máquinas
apresentam um eixo de alumínio e de cobre com a intenção de garantir baixo peso e, na área mais
crítica, maior resistência.

Sabendo disso, considere o seguinte problema:

O eixo de uma máquina será composto por uma haste CB de cobre-cromo e uma
haste BA de alumínio 2011, cada uma com diâmetro de 25 mm.
No projeto, as cargas P1 e P2 são carregamentos a que a máquina estará
sujeita e, quando forem aplicadas, o ponto A deverá se deslocar no máximo
1 mm para a direita e o ponto B , no máximo 0,5 mm para a esquerda.

Como projetista dessa máquina, determine as máximas forças P1 e P2. Utilize Ecobre = 124GPa e
Eal = 70GPa.

elm = P1 = 51,5 kN e P2 = 112,4 kN.


Padrão de resposta esperado (gab)

Os deslocamentos dos pontos A e B já são conhecidos e serão chamados de:

δA = 1,0mm

δB = 0,5mm
As áreas das duas barras são as mesmas. Assim, pode-se calcular uma única área:

π. d² π. (25. 10−3m)2
Área = = = 0,49. 10−3m²
4 4
Agora, as tensões nas barras BC e AB serão equacionadas:

P2 − P1 P1
σBC = σAB =
Área Área
Pelos deslocamentos, podem-se calcular as tensões:

δB 0,5mm
εBC = = = 1. 10−3
LCB 0,5m

σBC = εBC. Ecobre = 1. 10−3. 124. 109Pa = 124MPa


P2 − P1
124MPa =
0,49. 10−3m²
P2 − P1 = 60,76kN
O deslocamento do ponto A é igual à deformação da barra AB, subtraída da
deformação de BC. Então:

δAB 1,5mm
δAB = δA + δB = 1,5mm εAB = = = 1,5. 10−3
LAB 1,0m

σAB = εAB. Eal = 1,5. 10−3. 70. 109Pa = 105MPa

P1
σAB = P1 = 105MPa. 0,49. 10−3m2 𝐏𝐏𝐏𝐏𝟏𝟏𝟏𝟏 = 𝟓𝟓𝟓𝟓𝟏𝟏𝟏𝟏, 𝟒𝟒𝟒𝟒𝟓𝟓𝟓𝟓𝟒𝟒𝟒𝟒𝟒𝟒𝟒𝟒
0,49. 10−3m²
P2 − 51,45kN = 60,76kN

𝐏𝐏𝐏𝐏𝟐𝟐𝟐𝟐 = 𝟏𝟏𝟏𝟏𝟏𝟏𝟏𝟏𝟐𝟐𝟐𝟐, 𝟐𝟐𝟐𝟐𝟏𝟏𝟏𝟏𝟒𝟒𝟒𝟒𝟒𝟒𝟒𝟒


_2.1_ Infográfico
A força sobre um corpo se distribui uniformemente na área de seção. Essa distribuição é chamada
de tensão. A tensão se apresenta de duas formas distintas:
– tensão normal: quando a força é aplicada no sentido axial do corpo (pode apresentar sinal
positivo ou negativo, dependendo da forma como a força é aplicada);
– tensão de cisalhamento ou cisalhante: quando a força é aplicada tangente à seção (não apresenta
sinal).

Acesse o Infográfico para conhecer os efeitos dessas tensões nos corpos.

EFEITO DAS TENSÕES

As tensões são divididas em tensões normais e tensões de cisalhamento, cada


uma atuando de forma diferente sobre o corpo.

TENSÕES NORMAIS
Tensões normais podem assumir valores positivos ou negativos. Diz-se que a
tensão é positiva quando as forças aplicadas tendem a alongar o corpo e
negativa quando elas tendem a comprimir o corpo.

COMPRESSÃO
TRAÇÃO
Neste exemplo, os pés da mesa estão
Neste exemplo, o cabo é submetido a uma
submetidos a uma força que tende a
força que tende a alongá-lo. Portanto, a
comprimi-los. Portanto, a tensão é
tensão normal é positiva e o elemento
negativa e o elemento está sob
está sob tração.
compressão.

TENSÕES DE CISALHAMENTO

O cisalhamento não assume valor positivo ou negativo; simplesmente tende a


cortar paralelo à área de seção ou deformá-lo, não alterando seu comprimento,
mas sim, seus ângulos.
_2.1_ Conteúdo do livro
O estudo de corpos rígidos traz muitas informações valiosas, como as reações de um corpo a dada
força. Isso é um modelo simplificado da realidade, pois a maioria dos corpos não é totalmente
rígida, o que significa que, quando submetidos a esforços ou forças, ocorrerá um fenômeno
chamado deformação, que é diretamente proporcional à distribuição de força na área de seção, à
tensão e ao módulo de elasticidade do material.

No capítulo Tensão, deformação e módulos de elasticidade, da obra Cinemática dos corpos rígidos,
base teórica desta Unidade de Aprendizagem, estude o conceito de tensão e entenda como a
tensão normal e a tensão de cisalhamento agem sobre um corpo e como as deformações em
sólidos podem ser calculadas frente à ação de forças externas.

Boa leitura.
SUMÁRIO
Rotação de um corpo rígido em torno de um eixo fixo ·~Q~.: .... 13
Alessandra de Castro Machado
O corpo rígido e seu movimento de rotação ........................................................................... 13
Funções do movimento de rotação............................................................................................... 19
Casos particulares ......................................................................................................................................23

Momento de inércia ':O: ....................................................................... 29


Alessandra de Castro Machado
O momento de inércia ............................................................................................................................ 29
Cálculo do momento de inércia ....................................................................................................... 34
O momento de inércia para diferentes perfis ..........................................................................44

Torque ...........................................................................................................49
Ricardo Noboru lgarashi
Definição de torque .................................................................................................................................. 49
Torque: um tratamento vetorial ........................................................................................................ 53
Torque: uma anál ise trid imensional ................................................................................................ 59

Rotação de um corpo rígido em torno de um eixo fixo


quanto aos aspectos da dinâmica .......................................................65
Ricardo Noboru lgarashi
Movimento de rotação em torno de um eixo fixo ................................................................ 66
Equações do movimento de rotação ............................................................................................ 75
Momento angular ......................................................................................................................................80

Momento angular .....................................................................................85


Daniel Ferreira Cesar
As características do momento angular ...................................................................................... 86
As equações que definem o momento angular .................................................................... 89
Casos particulares do momento angular.................................................................................... 92

Conservação do momento angular :.Q.J ..........................................99


Daniel Ferreira Cesar
A lei de conservação do momento angular........................................................................... 100
Equações da colílservação do momento angular e sua aplicação .......................... 106
Casos particulares da lei de conservação do momento angular .............................. 11O

Simetria e leis de conservação ........................................................... 117


Daniel Ferreira Cesar
Tipos mais comuns de simetria ....................................................................................................... 118
Simetria e as leis de conservação da mecânica ................................................................... 123
Aplicação de simetria e leis de conservação em problemas ....................................... 127

Rolamento ::(J« ....................................................................................... 133


Everton Coelho de Medeiros
Definição de rolamento ....................................................................................................................... 133
Rolamento como um movimento de rotação ...................................................................... 136
Casos particu lares do rolamento ................................................................................................... 138
Giroscópios e precessão ....................................................................... 147
Daniel Ferreira Cesar
O giroscópio e o efeito g iroscópico............................................................................................. 148
A física por t rás de um giroscópio ................................................................................................. 150
O movimento de precessão ..............................................................................................................15 5

Equilíbrio e estabilidade ....................................................................... 161


Daniel Ferreira Cesar
Condições de equilíbrio estático ................................................................................................... 162
A estabilidade nos sistemas mecânicos .................................................................................... 165
Do cálculo diferencial à mecân ica ................................................................................................. 171

Análise bidimensional do equilíbrio de corpo rígido................. 175


Daniel Ferreira Cesar
Força reativa .................................................................................................................................................176
Equações do equilíbrio .........................................................................................................................177
Aplicação das equações de equilíbrio na resol ução de problemas ........ ..... ..... .. 178

Aná lise tridimensional do equilíbrio de corpo rígido ................ 187


Daniel Ferreira Cesar
Momento como grandeza vetorial .............................................................................................. 188
Forças no espaço t ridimensional ................................................................................................... 189
Diagrama de corpo livre no espaço e equações de equilíbrio .................................. 194

Tensão, deformação e módulos de elasticidade ......................... 201


Daniel Ferreira Cesar
Definição de tensão ............................................................................................................................... 202
Tensão normal média ........................................................................................................................... 204
Tensão de cisalhamento ..................................................................................................................... 206
Módulo de elasticidade e deformação ..................................................................................... 208

Vetores ........................................................................................................ 213


Daniel Ferreira Cesar
Representação de um vetor ..............................................................................................................214
Operações envolvendo vetores ......................................................................................................216
Produto escalar ......................................................................................................................................... 224

Tra balho e energia ................................................................................. 227


Daniel Ferreira Cesar
Trabalho e energia .................................................................................................................................. 228
Teorema trabalho-energia cinética ............................................................................................. 236
Conservação da energia mecânica.............................................................................................. 238

Tra balho de uma fo rça va riável .......................................................... 241


Daniel Ferreira Cesar
Trabalho por cálculo de área ............................................................................................................ 242
Trabalho realizado por uma mola ................................................................................................. 244
Cálculo do trabalho pela área geométrica ..............................................................................247
Tensão, deformação e
módulos de elasticidade
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

„„ Analisar efeitos de tensão nos sólidos.


„„ Calcular variações no volume de sólidos e líquidos frente à ação de
forças externas.
„„ Determinar efeitos de cisalhamento em sólidos.

Introdução
No projeto de uma máquina ou estrutura, é necessário utilizar os conceitos
de equilíbrio para determinar as forças que agem sobre o corpo. Mas
conhecer as forças que agem no corpo não é suficiente para garantir
que tudo funcione adequadamente. Afinal, o corpo pode se deformar a
ponto de comprometer o seu equilíbrio.
Todos os corpos se deformam sob a ação de determinada força,
ou seja, não são rígidos. Se uma força é aplicada ao corpo, ele se deforma
proporcionalmente a ela. Além disso, dependendo da intensidade da força
atuante sobre determinado corpo, ele pode se deformar permanente-
mente, o que faz com que a estrutura ou a máquina saia do equilíbrio.
Neste capítulo, você vai estudar a tensão, a deformação e os módulos
de elasticidade. Você vai ler sobre efeitos de tensão nos sólidos e ver
como calcular variações no volume de sólidos e líquidos frente à ação
de forças externas. Além disso, vai verificar como determinar os efeitos
de cisalhamento em sólidos.
2 Tensão, deformação e módulos de elasticidade

1 Definição de tensão
Ao analisar um corpo em equilíbrio, você pode determinar as forças que agem
sobre ele (HALLIDAY; RESNICK; WALKER, 2016). Tais forças podem ser
externas ou de reação. Essa etapa é muito importante, mas ela não é suficiente
para indicar se o corpo suporta determinada força com segurança (BEER, 2011).
De certa forma, é instintivo associar a resistência de um corpo à deforma-
ção de sua área: isso tem a ver com o conceito de tensão. Para compreender
o conceito de tensão, considere o seguinte: a força em uma extremidade de
uma haste de treliça é transmitida por toda a haste; se você faz um corte de
seção na haste (Figura 1), a força se distribui uniformemente.

Figura 1. Força distribuída em uma área de seção.

Você pode calcular a distribuição de força na área de seção. Essa distribuição


de força é definida como tensão e indicada pela letra grega σ (BEER, 2011).
A tensão perpendicular a uma área pode ser calculada por meio da divisão
da força normal à superfície pela área de seção:

(1)
Tensão, deformação e módulos de elasticidade 3

Se você analisar a tensão, vai notar que a força é dada em Newtons


(N), e a área, em m2. Já a grandeza da tensão é o Pascal (Pa). Muitas vezes,
as tensões têm valores muito altos, de modo que é preciso utilizar os múltiplos:

„„ quilopascal (kPa) — 1.103Pa;


„„ megapascal (MPa) — 1.106Pa;
„„ gigapascal (GPa) — 1.109Pa.

No caso da barra mostrada na Figura 1, a força está agindo no sentido axial


à barra, portanto normal em relação à área de seção da barra. Então, como a
carga é axial, a tensão sobre esse corpo é chamada de “tensão normal”. Esse
tipo de tensão é muito comum em estruturas chamadas “treliças”, nas quais
todas as forças estão nos sentidos axiais dos elementos. Você pode ver uma
estrutura desse tipo na Figura 2.

Figura 2. Estrutura sob ação de forças axiais.


Fonte: Elvira Tursynbayeva/Shutterstock.com.
4 Tensão, deformação e módulos de elasticidade

2 Tensão normal média


Geralmente, elementos estruturais ou mecânicos são compridos e delgados.
Além disso, normalmente estão sujeitos a cargas axiais aplicadas em suas
extremidades (HIBBELER, 2010). Na maioria dos casos, esses elementos
têm área de seção constante, sendo denominados “elementos prismáticos”
ou “barras prismáticas”.
Quando a tensão se distribui de forma homogênea na área de seção, há uma
força proporcional para cada porção infinitesimal de área. Veja essa dinâmica
na Figura 3, que mostra uma barra submetida a uma carga P.

Figura 3. Força interna em


uma barra prismática.

É possível definir a força infinitesimal dF da seguinte forma:

dF = σ · dA (2)
Tensão, deformação e módulos de elasticidade 5

Ao integrar o diferencial da força na área, você tem:

∫dF = ∫σ · dA (3)

Como o sistema deve se manter em equilíbrio, a integral do diferencial da


força deve ser igual à carga P. Assim:

Portanto, em qualquer ponto da seção, a tensão será a mesma, por isso ela
é chamada de “tensão normal média”.

Um cabo de aço possui um diâmetro de 40mm e está submetido a uma carga de


40kN. Sabe-se que a tensão máxima nesse cabo de aço é de 250Mpa. Determine se
o cabo suporta a carga aplicada.
A seguir, veja a solução.
Primeiro, calcule a área desse cabo:

Em seguida, calcule a tensão:

Como a tensão no cabo é menor do que a tensão máxima suportada, o cabo suporta
a carga aplicada.
6 Tensão, deformação e módulos de elasticidade

3 Tensão de cisalhamento
As cargas nem sempre são aplicadas na direção axial do corpo, normal à área
de seção. Em vários projetos, são utilizados pinos ou parafusos para fixar
elementos de uma estrutura ou máquina. Na Figura 4, veja um exemplo em
que as cargas não são normais à área de seção, e sim paralelas ou tangentes.

Figura 4. Parafuso fixando duas peças


Fonte: AlexanderZam/Shutterstock.com.

Na situação mencionada anteriormente, a tendência do carregamento


é cortar o corpo. Logo, essa força é chamada de “força cisalhante”. Veja
como a força de cisalhamento é aplicada a um corpo na Figura 4. Essa força
também gera uma tensão no interior do corpo: a tensão de cisalhamento ou
tensão cisalhante.
A tensão de cisalhamento pode ser calculada por meio da divisão da força
de cisalhamento pela área (HIBBELER, 2010). A tensão de cisalhamento é
representada pela letra grega τ. A tensão de cisalhamento, como seu nome
indica, tende a cortar o corpo no sentido paralelo à área de seção.

(4)
Tensão, deformação e módulos de elasticidade 7

Um parafuso (Figura 5) é utilizado para fixar três chapas metálicas.


As chapas exercem uma força de 20kN no parafuso. Determine a tensão de
cisalhamento nesse parafuso.

Figura 5. Parafuso fixando três chapas.

A seguir, veja a solução.


Primeiro, você deve calcular a área do parafuso. O diâmetro está em pole-
gadas, então é necessário converter o valor para o sistema métrico.

Agora, considere que a força de 20kN é aplicada em duas seções do parafuso.


Logo, você terá o dobro de área onde a carga é aplicada.
8 Tensão, deformação e módulos de elasticidade

4 Módulo de elasticidade e deformação


O modelo de corpo rígido é muito útil em vários sentidos, porém, na prá-
tica, não se aplica a todos os casos. Qualquer corpo submetido a uma carga
se deforma, e essa é uma característica muito importante (YOUNG, 2016).
É possível associar a tensão, um esforço, a uma deformação, de forma parecida
com o que acontece na Lei de Hooke (KNIGHT, 2009).
Agora, você vai estudar a deformação como a mudança nos comprimentos
de segmentos de reta e nos ângulos entre eles (HIBBELER, 2010). Observe
a Figura 6 e perceba que existe uma relação linear entre a força aplicada e a
deformação de um corpo.

Figura 6. Deformação de um corpo sob a ação de duas forças

A deformação de um corpo é representada pela letra grega ε. Ela é adi-


mensional e pode ser calculada por:

(5)

Como as deformações são muito pequenas, a área do corpo não varia de


modo significativo. Logo, conforme a força aplicada cresce, a tensão no corpo
cresce proporcionalmente. Assim, é possível relacionar a tensão num corpo
à deformação desse corpo.

σ∝ε (6)
Tensão, deformação e módulos de elasticidade 9

Existe uma constante de proporcionalidade entre a tensão e a deformação.


Essa constante recebe o nome de “módulo de elasticidade” ou “módulo de
Young”. Ela é específica de cada material. O módulo de elasticidade é dado
em Pa e representado pela letra E, visto que a deformação não tem dimensão
alguma. Você pode relacionar a tensão por meio da seguinte equação:

σ=E·ε (7)

Um corpo de formato cilíndrico com diâmetro de 15mm é submetido


a uma força no sentido axial, que puxa uma de suas extremidades (30kN).
A outra extremidade é fixa. O corpo tem comprimento inicial de 200mm e
é feito em liga de alumínio 2011, E = 70GPa. Determine quanto o corpo se
desloca.
A seguir, veja a solução.
Primeiro, calcule a área do corpo:

Em seguida, calcule a tensão no corpo:

Você pode calcular a deformação do corpo da seguinte forma:

Com a deformação, você pode calcular o deslocamento da extremidade


do corpo:

Logo, a extremidade puxada se deslocou 2,43mm.


10 Tensão, deformação e módulos de elasticidade

Agora considere este exemplo: um eixo de uma máquina com formato


cilíndrico com diâmetro de 30mm é submetido a uma força no sentido axial,
que empurra uma de suas extremidades (50kN). A outra extremidade é fixa.
O corpo tem comprimento inicial de 100mm e é feito em aço SAE 1050,
E = 200GPa. Determine a variação percentual do volume desse eixo.
A seguir, veja a solução.
Primeiro, calcule a área do corpo:

Em seguida, calcule a tensão no corpo:

Você pode calcular a deformação do corpo da seguinte forma:

Com a deformação, você pode calcular o deslocamento da extremidade


do corpo:

Calcule o volume inicial e final:


Tensão, deformação e módulos de elasticidade 11

A diferença de volume é:

Neste capítulo, você estudou o comportamento de um corpo real, verifi-


cando que as forças aplicadas sobre ele o fazem se deformar. Primeiramente,
você viu como a força se distribui na área de seção de um corpo. Como você
verificou, para qualquer seção e em qualquer ponto, a tensão será a mesma.
Em seguida, você viu que existem dois tipos de tensão, a normal e a de cisa-
lhamento, e cada uma delas age de forma diferente sobre o corpo.
Por fim, você verificou que um corpo se comporta de acordo com a Lei
de Hooke quando é submetido a uma carga. Mas, para facilitar um pouco,
é possível trabalhar com a tensão e a deformação, encontrando um fator de
proporcionalidade chamado “módulo de elasticidade”.

BEER, F. P. et al. Mecâni_ca dos materiais. 5. ed. Porto Alegre: AMGH, 2011.
HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de Física, volume 1: mecânica.
10. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2016.
HIBBELER, R. C. Resistência dos materiais. 7. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010.
KNIGHT, R. D. Física: uma abordagem estratégica, volume 1: mecânica newtoniana,
gravitação, oscilações e ondas. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2009.
TURSYNBAYEVA, E. Ancient village bridge over the river. The metal frame of the Red Bridge.
Wooden boards of the old bridge. Historical monument. Middle Asia. Kazakhstan. Country
road. Green grass and sky. [20--]. 1 fotografia. Disponível em: https://www.shutterstock.
com/pt/image-photo/ancient-village-bridge-over-river-metal-1774145690. Acesso
em: 27 set. 2020.
YOUNG, H. D.; FREEDMAN, R. A. Física I, Sears e Zemansky: mecânica. 14. ed. São Paulo:
Pearson Education do Brasil, 2016.
ZAM, A. Drafting sketch of a screw connection. [20--]. 1 fotografia. Disponível em: https://
www.shutterstock.com/pt/image-vector/drafting-sketch-screw-connection-42635122.
Acesso em: 27 set. 2020.
_2.1_ Dica do professor
Todas as estruturas são compostas por vários corpos e esses corpos, quando solicitados, sofrem a
ação de uma força, deformando-se. Entretanto, como muitas estruturas têm diversos elementos
estruturais, o deslocamento total de uma estrutura será a soma de todos os deslocamentos de cada
elemento. Caso o deslocamento total seja muito grande, isso pode acarretar no colapso da
estrutura.

Nesta Dica do Professor, veja, passo a passo, como determinar a deformação no ponto de uma
estrutura com dois elementos.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/
dd96954ad2f279fb46a5ae5a85d88ddf

4 min elm = Dica resolve um problema, copiados os slides e não


a transcrição (slides é o suficiente para entender).
elm = imagino que a solução correta deveria iniciar impondo vínculo
geométrico entre ∆LBCx e ∆LACx e ∆LBCy e ∆LBCy e, portanto entre as
deformações das barras...
_2.1_ Exercícios

1) Pontes rolantes são utilizadas na indústria para a movimentação de grandes cargas. Os operadores
desses equipamentos precisam passar por treinamento e devem ter habilidade e capacidade de se
orientar no espaço, pois, por meio de alavancas e botões, fazem a movimentação de cargas de
várias toneladas. A ponte rolante tem um carro que se desloca sobre grandes vigas e, para erguer a
carga, são utilizados cabos de aço adequados a esse fim.

A ponte rolante representada


suspende cargas de até 22 toneladas
por meio do gancho que está ligado
a quatro cabos. A tensão máxima nos
cabos deve ser 177 MPa.

Determine o diâmetro mínimo dos cabos e assinale a alternativa correta:

A) d = 25,4mm.

B) d = 12,7mm.

C) d = 19,7mm.

D) d = 22,2mm.

E) d = 15,9mm.
Primeiramente, será determinada a força a que cada cabo está submetido:

m
C = 22.000kg. 9,81 2 = 215,82kN
s
Como cada cabo suportará ¼ da carga total:

C 215,82kN
C4 = = = 53,95kN
4 4
Sabendo qual é a força em cada cabo, pode-se determinar a área de cada
cabo:

F 53,95kN
A= = = 0,30. 10−3 m²
σ 177MPa
Como os cabos têm seção circular:

π. d²
A=
4
Assim, o diâmetro dos cabos será:

4 4
d = �A. = �0,30. 10−3 m2 . = 19,7mm
π π
2) Flanges são utilizados em tubulações, conectando tubos ou ligando tubos a caldeiras ou vasos de
pressão. É muito comum encontrá-los em adutoras de água ou linhas grandes de gás ou vapor. Os
flanges podem ser do tipo soldado ou parafusados. Na união entre dois tubos, é colocada uma
gaxeta – um anel com a mesma furação do flange feito em borracha – para garantir vedação.

Você é engenheiro de manutenção de uma usina elétrica de ciclo Rankine (ciclo vapor) e um trecho
de tubulação precisou ser desconectado para a manutenção. Como não havia nenhuma válvula
para interromper o trecho, você optou por utilizar um disco com a mesma furação do flange do
tubo, no caso 16 parafusos M20 (d = 20mm).

Esse tubo tem diâmetro de 500 mm e sua


pressão interna é de 10 MPa . A força de
aperto dos parafusos é de 9 kN , sem
considerar a força exercida pela placa.

Determine a tensão em cada parafuso e assinale a alternativa correta:

A) σ = 395,16MPa.

B) σ = 424,16MPa.

C) σ = 390,36MPa.

D) σ = 39,64MPa.

E) σ = 68,55MPa.
Para determinar a força que a pressão de vapor no tubo causa sobre a placa
de vedação, em primeiro lugar, calcula-se a área onde essa força atua:

π. D² π. (0,5m)2
Aplaca = = = 0,196m²
4 4
Agora, calcula-se a força sobre a placa:

Fplaca = P. A = 10MPa. 0,196m2 = 1960kN

Cada parafuso estará sujeito a 1/16 da força sobre a placa. Então:

Fplaca 1960kN
Fparafuso = = = 122,5kN
16 16
A tensão em cada parafuso será a soma das forças sobre cada um por sua
área. Logo:

π. d2 π. (20. 10−3 m)2


Aparafuso = = = 0,31. 10−3 m2
4 4
Fparafuso 122,5kN − 9kN
σ= = = 395,16MPa = 366,13 MPa
Aparafuso 0,31. 10−3 m2 conta errada!

elm = ERR, a força de


aperto (9 kN) soma,
aumenta tração no
corpo do parafuso !!
3) O aço é empregado em diversos ramos industriais. Peças com espessuras menores e grandes áreas
são, em geral, laminadas. Peças laminadas são feitas de folhas de aço que vêm em bobinas para as
empresas. Normalmente, as folhas mais finas são cortadas em grandes tesouras. As bobinas têm
larguras específicas, mas o comprimento não, pois são vendidas por peso e vêm das usinas
siderúrgicas.

Você é engenheiro de manufatura e precisa


determinar a força correta para o corte de chapas
de aço finas de 2 mm de espessura e 1,2 m de
largura. Você sabe que o aço tem tensão máxima de
cisalhamento de 200 MPa .

Determine a força necessária para cortar as chapas de aço e assinale a alternativa correta:

A) F = 720kN.

B) F = 850kN.

C) F = 720N.

D) F = 125N.

E) F = 650kN.
4) Perfis I são muito utilizados na construção civil, em instalações industriais ou portuárias,
plataformas de petróleo, etc., devido a sua boa relação peso x resistência, além de serem
relativamente baratos e fáceis de se instalar.

Um engenheiro civil decidiu montar a


estrutura de um prédio nesse tipo de perfil.
No caso. foi utilizado o perfil I l610 180
de área 22.900 mm2 .

Entretanto, não foi verificado o quanto essas vigas se deformam quando é


aplicada uma carga de compressão de 1.000 kN (a viga tem 6 m de
comprimento).

Determine o deslocamento na extremidade da viga, considerando Eaço = 210GPa, e assinale a


alternativa correta:

A) D = 1,99mm.

B) D = 2,1mm.

C) D = 6,00mm.

D) D = 1,26mm.

E) D = 3,00mm.

Para resolver a questão, é preciso determinar a tensão sobre a viga. Nesse caso, será uma carga
de compressão:

F −1000kN
σ= = = −43,67MPa
A 22900. 10−6 m²
Pode-se relacionar a tensão com a deformação por meio do módulo de elasticidade:

σ −43,67MPa
ε= = = 0,21. 10−3
E 210GPa

Sabe-se que a deformação é o deslocamento dividido pelo comprimento inicial. Sendo assim:

D = ε. L = 0,21. 10−3 . 6m = 1,26mm


5) O fêmur é o maior osso do corpo humano e é altamente resistente, pois é nele que a maior parte
do peso do corpo é aplicada. Entretanto, algumas pessoas sofrem de uma condição chamada
desgaste do quadril, o que causa muita dor, uma vez que a cabeça do fêmur começa a atritar
diretamente com o osso da pélvis, o que, normalmente, não aconteceria porque existe uma
cartilagem macia entre os dois. Quando não há como recuperar a cartilagem, é realizada uma
cirurgia na qual a cabeça do fêmur é retirada e substituída por uma órtese, e o acetábulo (cavidade
onde o fêmur se encaixa na pélvis) é substituído por um novo acetábulo em polímero
biocompatível de baixo atrito. As órteses podem ser de aço inox, que é biocompatível, ou de liga de
titânio. O titânio é mais biocompatível que o aço inox, porém é mais caro. Quando solicitado,
ocorrerá deformação, seja osso ou órtese.

Como especialista em bioengenharia, você


precisa justificar o uso de uma órtese de
titânio no lugar de uma de aço. Nesse caso,
quanto mais próximo da deformação natural,
melhor será.

Considere comprimento de 100mm, força compressiva de 600N, área de 500.10−6m2, módulos de


elasticidade Eosso = 9,4GPa, Eaço = 200GPa e ETi= 55GPa, calcule as deformações sofridas pelo
osso, pelo osso com órtese de aço e pelo osso com órtese de titânio e encontre os deslocamentos:

A) Dfêmur = 12,7μm; Daço = 0,6µm; DTi = 2,182µm.

B) Dfêmur = 1,7μm; Daço = 0,02µm; DTi = 2,182µm.

C) Dfêmur = 2,9μm; Daço = 0,12µm; DTi = 8,23µm.

D) Dfêmur = 26,89μm; Daço = 2,36µm; DTi = 30,23µm.

E) Dfêmur = 2,89μm; Daço = 0,005µm; DTi = 0,29µm.


Para resolver o problema, é preciso calcular a tensão. Todas as situações têm
a mesma tensão por estarem sob a mesma carga e área, ou seja:

F 600N
σ= = = 1,2MPa
A 500. 10−6 m²
Agora, calculam-se as deformações:

σ 1,2MPa
ϵosso = = = 0,127. 10−3
E 9,4GPa
σ 1,2MPa
ϵaço = = = 6. 10−6
E 200GPa
σ 1,2MPa
ϵTi = = = 21,818. 10−6
E 55GPa
Dessa forma, os deslocamentos serão de:

Dfêmur = ϵosso . L = 0,127. 10−3 . 100mm = 12,7μm

Daço = ϵaço . L = 6. 10−6 . 100mm = 0,600μm

DTi = ϵTi . L = 21,818. 10−6 . 100mm = 2,182μm


_2.1_ Na prática
Um elemento muito utilizado na Engenharia é o parafuso. Trata-se de um elemento de fixação não
permanente, ou seja, pode ser retirado, possibilitando que a estrutura ou máquina seja desmontada.
Os parafusos podem ser vistos em pontes, estruturas de telhados, na fixação de equipamentos
como motores (a fixação do cabeçote ao bloco é feita por meio de parafusos para possibilitar a
separação do bloco e do cabeçote para eventual manutenção), entre outros. Para aplicá-lo
corretamente, é importante conhecer a sua classe de resistência.

Em Na Prática, veja como determinar a força máxima que deve ser aplicada a um parafuso a
ser utilizado na fixação de um barramento de torno.

DETERMINANDO A FORÇA MÁXIMA EM PARAFUSO

Os parafusos têm classes de resistência. Isso quer dizer que, mesmo que
sejam do mesmo material e da mesma medida, podem não suportar as mesmas
cargas. Geralmente, na cabeça do parafuso vem uma marcação que indica a
classe de resistência.

Neste exemplo, o parafuso tem classe


5.8, sendo que o valor "5" indica a
resistência à tração do parafuso de 500
MPa e o ".8" indica a classe que é o
percentual de quanto o parafuso suporta
até o escoamento, no caso, 80%, que
equivale a uma tensão de 400 MPa.

Pode parecer estranho, mas os parafusos sempre estão sujeitos às tensões


normais e, eventualmente, às tensões de cisalhamento. A tensão normal
aparece porque a fixação de peças por meio de parafusos é feita pelo atrito
entre as peças fixadas e, para isso, é necessária uma força normal às peças
proveniente do parafuso pelo aperto.

== PROBLEMA ==
Considerando que o parafuso exposto será utilizado na fixação de um
barramento de torno e que não deve escoar quando lhe for aplicada a força de
aperto, é preciso determinar a força máxima que deve ser aplicada nele.

== SOLUÇÃO ==
A tensão no parafuso não deve exceder 400 MPa. Sendo assim, a força dividida
pela área do parafuso deve ser menor que a tensão de escoamento. A área não
varia com a carga, sendo possível calculá-la:

A força máxima será:

elm = determinar o valor d torque de aperto seria melhor para tema de na prática...
_2.1_ Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

Definição de esforços solicitantes


Neste vídeo, o professor Valério da Silva Almeida, da Univesp, apresenta as definições de esforços
e as tensões normal e cisalhante no corpo. Confira.

https://youtu.be/1XODnxJnd_A 22 min

May 2, 2016 Engenharia Univesp - Resistência dos Materiais - 08º Bimestre Professor
responsável: Valério da Silva Almeida

Ensaio de tração
Acompanhe, neste vídeo, um ensaio de tração real e os dados obtidos.

https://youtu.be/sKBOdB0x4gk 0,5 min

Teste de tração (em inglês)


Neste link, você terá acesso ao simulador de uma máquina de ensaio de tração. Para iniciar a
simulação, é preciso informar os dados de área em mm, a máxima tensão do material em MPa e a
máxima força aplicada em kN.

https://content.steeluniversity.org/simulators/tensile-test/index.html

Módulo de deformação do concreto leve estrutural de alto

desempenho
Acompanhe este estudo, realizado para levantar o módulo de elasticidade do concreto leve
estrutural de baixa densidade para aplicação em elementos construtivos pré-fabricados.

http://www.fipai.org.br/Minerva%2002(01)%2011.pdf
Avaliação experimental das relações tensão-deformação de um
tecido de fibra de vidro recoberto com PTFE
Nesta Tese, foi feito um levantamento das relações entre tensão e deformação de compósito em
matriz polimérica de PTFE com elemento de reforço fibra de vidro.

https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/3/3144/tde-18122009-134136/publico/
dissertacao.pdf

pdf 95p

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E CRÉDITOS DE IMAGENS


BEER, F. P.; JOHNSTON JR., E. R.; MAZUREK, D. F.; EISENBERG, E. R. Mecânica dos materiais. 5.
ed. Porto Alegre: AMGH, 2011.
HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de física. V. l: Mecânica. 10. ed. Rio de
Janeiro: LTC, 2016.
HIBBELER, R. C. Resistência dos materiais. 7. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010.
KNIGHT, R. Física 1: uma abordagem estratégica. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2009.
YOUNG, H. D.; FREEDMAN, R. A. Física I: Mecânica. 14. ed. São Paulo: Pearson, 2016.
Bancos de imagens Pexels, Pixabay e Shutterstock.
SAGAH, 2020
Aula 2.2
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS - C (2023.OUT)
1.1 - Introdução à Resistência dos Materiais
1.2 - Tensão: forças
2.1 - Tensão, deformação e módulos de elasticidade
2.2 - Tensão de cisalhamento e esmagamento
3.1 - Torção: tensão de cisalhamento
3.2 - Torção I
4.1 - Flexão I
4.2 - Círculo de Mohr Para o Estado Plano de Tensões

Tensão de cisalhamento e esmagamento


_2.2_
Apresentação
A análise do projeto deve considerar que uma tensão de cisalhamento média aja sobre a área da
seção transversal. Para isso, o desenho adequado de um diagrama de corpo livre nos permitirá
obter a intensidade e a direção da força, e, consequentemente, determinar a tensão de
cisalhamento distribuída sobre a área secionada.

Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar o conceito de tensão de cisalhamento, e os


efeitos na estrutura ao qual é aplicada. Por exemplo, se duas peças finas forem interconectadas, as
cargas aplicadas podem provocar forças de cisalhamento no material.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Reconhecer as forças de cisalhamento atuantes nas estruturas.


• Resolver o cálculo das tensões de cisalhamento atuantes em elementos estruturais e
elementos de máquinas e o cálculo das tensões de esmagamento em conexões.
• Identificar a tensão de esmagamento nos elementos conectados por parafusos, pinos, pregos
e rebites.

elm = Comentário aula boa.


Usar este livro em todas as aulas. Não usar os livros capa laranja da Sagah (em geral, são
uma juntada de trechos de outros livros com pouca coesão e coerência e com erros).
Adotar um único livro-texto ou apostila para todas as aulas. Do jeito atual, um capítulo
de livro diferente a cada aula, assunto fica truncado e/ou com lacunas e/ou repetitivo e/
ou bagunçado - dificulta, desestimula o aprendizado.
_2.2_ Desafio

Uma força axial de 1000 N é aplicada ao longo do eixo que passa pelo centroide da área da seção
transversal da barra. Calcule a tensão de cisalhamento média que age no material ao longo do plano
de seção a-a e do plano de seção b-b.

elm = em aa, tau = 0 e em bb, tau = 0,173 MPa .


_2.2_ Infográfico
A tensão de cisalhamento, também chamada de tensão de corte ou cortante são tensões
transversais ou longitudinais agindo sobre a estrutura de acordo com as condições dos esforços
solicitantes. Geralmente este conceito é mais simples de perceber quando observamos as tensões
agindo sobre um parafuso tentando “cortá-lo”, ou também esmagá-lo.

Neste Infográfico você vai aprender como ocorrem e a maneira de calculamos as tensões de
cisalhamento e de esmagamento nas estruturas.
_2.2_ Conteúdo do livro
O livro Mecânica dos materiais traz, nos tópicos 1.6 e 1.7, mais detalhes sobre as tensões de
cisalhamento e esmagamento em conexões. O trecho selecionado está abaixo.

Boa leitura!

elm = livro completo da mesma ed 5 (na bib virtual há ed8 ! )


LivrPt_Civ_Mecanica_Materiais_Beer_etal_Amgh_ed5_2011_800p
LivrPt_Civ_Mecanica_Materiais_Beer_etal_Amgh_ed5_2011_Solucoes_1428p

___________________________________________________________
M486 Mecânica dos materiais [recurso eletrônico] / Ferdinand P. Beer
... [etal.] ; tradução técnica José Benaque Rubert, Walter
Libardi. – 5. ed. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre :
AMGH, 2011.

Editado também como livro impresso em 2011.


ISBN 978-85-8055-008-5

1. Engenharia mecânica. 2. Mecânica dos materiais. I. Beer,


Ferdinand P.

CDU 621
___________________________________________________________
Catalogação na publicação: Ana Paula M. Magnus – CRB 10/2052
P 1.6. Tensão de cisalhamento 29

P d
d
C M

P'

Fig. 1.13

P' P'

aplicada no centroide da seção e um conjugado M, cuja intensidade é dada (a) (b)


pelo momento M  Pd. A distribuição das forças, bem como a distribuição Fig. 1.14
correspondente das tensões, não pode ser uniforme. Assim como a distribui-
ção de tensões não pode ser simétrica como mostra a Fig. 1.11. Esse caso será
discutido detalhadamente no Capítulo 4.

1.6. Tensão de cisalhamento

As forças internas e as tensões correspondentes discutidas nas Seções 1.2


e 1.3 eram normais à seção considerada. Um tipo muito diferente de tensão é
obtido quando forças transversais P e P são aplicadas à barra AB (Fig. 1.15).
Ao passar um corte na seção transversal C entre os pontos de aplicação das
duas forças (Fig. 1.16a), obtemos o diagrama da parte AC mostrada na Fig.
P
1.16b. Concluímos que devem existir forças internas no plano da seção e que
a resultante dessas forças é igual a P. Essas forças internas elementares são A C B
chamadas de forças de cisalhamento e a intensidade P de sua resultante é a

P P'
(a)

A B A C P

P'

P' (b)

Fig. 1.15 Fig. 1.16


30 Introdução – O conceito de tensão força cortante na seção. Ao dividir a força cortante P pela área A da seção
transversal, obtemos a tensão média de cisalhamento na seção. Indicando a
tensão de cisalhamento pela letra grega t (tau), temos

P
tméd (1.8)
A

Deve-se enfatizar que o valor obtido é um valor médio da tensão de ci-


salhamento sobre a seção toda. Ao contrário do que dissemos antes para as
tensões normais, a distribuição da tensão de cisalhamento por meio da seção
não pode ser considerada uniforme. Conforme veremos no Capítulo 6, o valor
real t da tensão de cisalhamento varia de zero na superfície da barra até um
valor máximo tmáx, que pode ser muito maior que o valor médio tméd.

Fig. 1.17 Vista em corte de uma conexão com um parafuso


em cisalhamento.

As tensões de cisalhamento são encontradas comumente em parafusos,


pinos e rebites utilizados para conectar vários elementos estruturais e ele-
mentos de máquinas (Fig. 1.17). Considere as duas placas A e B, conectadas
por um parafuso CD (Fig. 1.18). Se as placas estiverem submetidas a forças
de tração de intensidade F, serão desenvolvidas tensões na seção EE do pa-
rafuso. Desenhando os diagramas do parafuso e da parte localizada acima do
plano EE (Fig. 1.19), concluímos que a força cortante P na seção é igual a F.
A tensão de cisalhamento média na seção é obtida de acordo com a Fórmula
(1.8), dividindo-se a força cortante P  F pela área A da seção transversal:

P F
tméd (1.9)
A A

C C
C F F
F E E' P
E A
F'
B E'
F'
D
D (a) (b)

Fig. 1.18 Fig. 1.19


1.7. Tensão de esmagamento em conexões 31

H
E H FC
P
K K'
K C K' F F
F' F L L'
B A P
FD
L D L'
J
G J (a) (b)

Fig. 1.20 Fig. 1.21

Podemos dizer que o parafuso que acabamos de considerar encontra-se


em cisalhamento simples. No entanto, podem ocorrer diferentes situações
de carga. Por exemplo, se forem utilizadas chapas de ligação C e D para
conectar as placas A e B (Fig. 1.20), o cisalhamento ocorrerá no parafuso
HJ em cada um dos dois planos KK e LL (e similarmente no parafuso EG).
Dizemos que os parafusos estão na condição de cisalhamento duplo. Para
determinar a tensão de cisalhamento média em cada plano, desenhamos
os diagramas de corpo livre do parafuso HJ e da parte do parafuso loca-
lizada entre os dois planos (Fig. 1.21). Observando que a força cortante
P em cada uma das seções é P  F2, concluímos que a tensão média de
cisalhamento é

P F 2 F
tméd (1.10)
A A 2A

1.7. Tensão de esmagamento em conexões

Parafusos, pinos e rebites criam tensões ao longo da superfície de esma- t


gamento, ou de contato, nos elementos que eles conectam. Por exemplo, con-
P C
sidere novamente as duas placas A e B conectadas por um parafuso CD que
A d F
discutimos na seção anterior (Fig. 1.18). O parafuso exerce na placa A uma
força P igual e oposta à força F exercida pela placa no parafuso (Fig. 1.22). A F'
força P representa a resultante das forças elementares distribuídas na super- D
fície interna de um meio-cilindro de diâmetro d e de comprimento t igual à
espessura da placa. Como a distribuição dessas forças e as tensões correspon- Fig. 1.22
dentes são muito complicadas, utiliza-se na prática um valor nominal médio
se para a tensão, chamado de tensão de esmagamento, obtido dividindo-se a
carga P pela área do retângulo que representa a projeção do parafuso sobre a
t
seção da placa (Fig. 1.23). Como essa área é igual a td, onde t é a espessura da
placa e d o diâmetro do parafuso, temos
A d

P P
se (1.11)
A td Fig. 1.23
32 Introdução – O conceito de tensão 1.8. Aplicação à análise e projeto de estruturas simples

Estamos agora em condições de determinar as tensões nos elementos e


conexões de várias estruturas simples bidimensionais e, portanto, em condi-
ções de projetar essas estruturas.
Como exemplo, vamos voltar à estrutura da Fig. 1.1 que consideramos
na Seção 1.2 e vamos especificar os suportes e conexões em A, B e C. Como
mostra a Fig. 1.24, a barra BC com diâmetro de 20 mm tem extremidades
achatadas com seção transversal retangular de 20 40 mm, ao passo que a
barra AB tem uma seção transversal retangular de 30 50 mm e está presa
com uma articulação na extremidade B. Ambos os elementos são conectados
em B por um pino a partir do qual é suspensa a carga de 30 kN, por meio
de um suporte em forma de U. A barra AB é suportada em A por um pino
preso em um suporte duplo, enquanto a barra BC está conectada em C a um
suporte simples. Todos os pinos têm 25 mm de diâmetro.

d = 25 mm
C

20 mm
Extremidade
achatada VISTA SUPERIOR
DA BARRA BC
40 mm d = 20 mm
C

d = 20 mm
d = 25 mm
600 mm
VISTA FRONTAL

Extremidade
achatada
50 mm B
A B

800 mm
Q = 30 kN Q = 30 kN
VISTA DA EXTREMIDADE
25 mm
20 mm
30 mm
20 mm
25 mm
A B
VISTA SUPERIOR DA BARRA AB
d = 25 mm

Fig. 1.24

a. Determinação da tensão normal nas barras AB e BC. Conforme


determinamos nas Seções 1.2 e 1.4, a força na barra BC é FBC  50 kN
(tração) e a área de sua seção transversal circular é A  314 106 m2; a ten-
são normal média correspondente é sBC  159 MPa. No entanto, as partes
1.8. Aplicação à análise e projeto de
achatadas da barra também estão sob tração, e na seção mais estreita, na qual
estruturas simples
33
está localizado um furo, temos

A 120 mm2140 mm 25 mm2 300 10 6


m2

O valor médio correspondente da tensão é, portanto,

1sBC 2 ext
P 50 103 N
167 MPa
A 300 10 6 m2

Note que esse é um valor médio: próximo ao furo, a tensão realmente terá
um valor muito maior, como veremos na Seção 2.18. Está claro que, sob uma C
carga crescente, a barra falhará próximo de um dos furos e não na sua parte
cilíndrica; seu projeto, portanto, poderia ser melhorado aumentando-se a lar-
gura ou a espessura das extremidades achatadas da barra.
50 kN
Voltando nossa atenção agora para a barra AB, recordaremos da Seção 1.2
que a força na barra é FAB  40 kN (compressão). Como a área da seção trans- (a)
versal retangular da barra é A  30 mm 50 mm  1,5 103 m2, o valor
d = 25 mm
médio da tensão normal na parte principal da barra entre os pinos A e B é
D
P
40 103 N 50 kN 50 kN
6
sAB 26,7 10 Pa 26,7 MPa Fb
1,5 10 3 m2 D'

(b) (c)
Observe que as seções de área mínima em A e B não estão sob tensão, pois a
barra está em compressão e, portanto, empurra os pinos (em vez de puxá-los Fig. 1.25
como faz a barra BC).

b. Determinação da tensão de cisalhamento em várias conexões.


Para determinarmos a tensão de cisalhamento em uma conexão, por exemplo
um parafuso, pino ou rebite, primeiro mostramos claramente as forças aplica-
das pelas várias barras que ela conecta. Assim, no caso do pino C em nosso
exemplo (Fig. 1.25a), desenhamos a Fig. 1.25b, mostrando a força de 50 kN,
aplicada pela barra BC sobre o pino, e a força igual e oposta aplicada pelo
suporte. Desenhando agora o diagrama da parte do pino localizada abaixo do A
plano DD em que ocorrem as tensões de cisalhamento (Fig. 1.25c), concluí-
mos que a força cortante naquele plano é P  50 kN. Como a área da seção
transversal do pino é 40 kN

b
25 mm 2
A pr 2 pa p112,5 10 3
m2 2 491 10 6
m2
2

concluímos que o valor médio da tensão de cisalhamento no pino C é (a)

d = 25 mm
P 50 103 N
tméd 102 MPa
A 491 10 6 m2
Fb
P
Considerando agora o pino em A (Fig. 1.26), notamos que ele está na D D' 40 kN
40 kN
condição de cisalhamento duplo. Desenhando os diagramas de corpo livre do E E'
Fb P
pino e da parte do pino localizada entre os planos DD e EE em que ocorrem
as tensões de cisalhamento, concluímos que P  20 kN e que
(b) (c)
P 20 kN
tméd 40,7 MPa Fig. 1.26
A 491 10 6 m2
34 Introdução – O conceito de tensão Considerando o pino em B (Fig. 1.27a), verificamos que ele pode ser
dividido em cinco partes que estão sob a ação de forças aplicadas pelas
barras e suporte. Considerando sucessivamente as partes DE (Fig. 1.27b) e
DG (Fig. 1.27c), concluímos que a força cortante na seção E é PE  15 kN,
1
2 FAB = 20 kN enquanto a força cortante na seção G é PG  25 kN. Como a carga do pino
é simétrica, concluímos que o valor máximo da força cortante no pino B
1
2 FAB = 20 kN J é PG  25 kN e que a maior tensão de cisalhamento ocorre nas seções G e
H 1
Pino B G 2Q = 15 kN H, em que
E
D FBC = 50 kN
1
2Q = 15 kN
PG 25 kN
tméd 50,9 MPa
(a) A 491 10 6 m2

PE

c. Determinação das tensões de esmagamento. Para determinarmos


E a tensão de esmagamento nominal em A na barra AB, utilizamos a Fórmula
D (1.11) da Seção 1.7. Da Fig. 1.24, temos t  30 mm e d  25 mm. Lembrando
1 que P  FAB  40 kN, temos
2Q = 15 kN
(b)
F 40 kN
130 mm2125 mm2
se 53,3 MPa
td
1
2 FAB = 20 kN
Para obtermos a tensão de esmagamento no suporte em A, utilizamos
PG
G t  2(25 mm)  50 mm e d  25 mm:
D
1 P 40 kN
2Q = 15 kN
150 mm2125 mm2
se 32,0 MPa
td
(c)

Fig. 1.27 As tensões de esmagamento em B na barra AB, em B e C na barra BC e no


suporte em C são encontradas de forma semelhante.

1.9. Método de solução do problema

Você deve abordar um problema em resistência dos materiais da mes-


ma maneira como abordaria uma situação real de engenharia. Utilizando sua
experiência e intuição, você terá mais facilidade para entender e formular
o problema. No entanto, uma vez definido claramente o problema, não há
lugar em sua solução para divagações. A solução deverá ser com base nos
princípios fundamentais da estática e nos princípios que você aprenderá neste
curso. Cada passo a executar deverá ser justificado com base no que acabamos
de dizer, não restando lugar para “intuição”. Depois de obtida a resposta, ela
deverá ser verificada. Aqui novamente, você pode utilizar o seu bom senso e a
experiência pessoal. Se não estiver completamente satisfeito com o resultado
obtido, verifique cuidadosamente a formulação do problema, a validade dos
métodos utilizados em sua solução e a precisão dos seus cálculos.
O enunciado do problema deverá ser claro e preciso. Deverá conter os da-
dos fornecidos e indicar as informações necessárias. Deve-se incluir também
um desenho simplificado que mostre todas as grandezas essenciais envolvi-
das. A solução da maioria dos problemas que você encontrará, necessitará que
primeiro sejam determinadas as reações nos apoios e as forças e conjugados 1.10. Precisão numérica 35
internos. Isso vai requerer o desenho de um ou vários diagramas de corpo
livre, como fizemos na Seção 1.2, a partir dos quais você escreverá as equa-
ções de equilíbrio. Essas equações podem ser resolvidas em função das forças
desconhecidas, a partir das quais serão calculadas as tensões e deformações
correspondentes.
Após obter a resposta, ela deverá ser cuidadosamente verificada. Erros
de raciocínio frequentemente podem ser detectados ao rastrear as unidades
envolvidas nos cálculos feitos e verificando se as unidades obtidas para a res-
posta são compatíveis. Por exemplo, no projeto da barra discutida na Seção
1.4, encontramos, após especificar as unidades nos nossos cálculos, que o
diâmetro necessário para a barra estava expresso em milímetros, que é a uni-
dade correta para uma medida de comprimento; se tivéssemos encontrado
uma outra unidade, saberíamos que algum engano foi cometido.
Erros de cálculo geralmente podem ser detectados substituindo-se nas
equações os valores numéricos obtidos que ainda não foram utilizados, e veri-
ficando se a equação é satisfatória. Nunca é demais destacar a importância do
cálculo correto na engenharia.

1.10. Precisão numérica

A precisão da solução de um problema depende de dois itens: (1) a preci-


são dos dados fornecidos e (2) a precisão dos cálculos executados.
A solução não pode ser mais precisa do que o menos preciso desses dois
itens. Por exemplo, se a carga de uma viga for 75 000 N com um possível
erro de 100 N para mais ou para menos, o erro relativo que mede o grau de
precisão dos dados é
100 N
0,0013 0,13%
75.000 N
Ao calcular a reação em um dos apoios da viga, não teria significado expres-
sá-la como 14 322 N. A precisão da solução não pode ser maior do que 0,13%,
não importa quanto precisos sejam os cálculos, e o erro possível na resposta
pode ser de até (0,13100)(14 322 N)  20 N. A resposta adequada deverá ser
dada como 14 320  20 N.
Em problemas de engenharia, raramente os dados são conhecidos com uma
precisão maior do que 0,2%. Portanto, não se justifica dar as respostas desses
problemas com uma precisão maior que 0,2%. Uma regra prática é utilizilar
quatro algarismos para representar números começados com um “1” e três al-
garismos em todos os outros casos. A menos que seja indicado o contrário, os
dados fornecidos em um problema deverão ser considerados conhecidos com
um grau comparável de precisão. Por exemplo, uma força de 40 N deverá ser
lida como 40,0 N e uma força de 15 N deverá ser lida como 15,00 N.
As calculadoras de bolso e os computadores são amplamente utiliza-
dos pelos engenheiros e estudantes de engenharia. A velocidade e precisão
desses dispositivos facilitam os cálculos numéricos nas soluções de muitos
problemas. No entanto, os estudantes não devem utilizar mais algarismos sig-
nificativos do que os necessários meramente porque são facilmente obtidos.
Conforme mencionamos, uma precisão maior que 0,2% raramente é necessá-
ria ou significativa na solução prática dos problemas de engenharia.
_2.2_ Dica do professor

A ação de tensões cisalhamento sejam transversais ou longitudinais, fazem parte da natureza das
forças que agem nas estruturas, dos equipamentos, máquinas, ferramentas sendo importante para
determinação do dimensionamento mecânico.

No vídeo da dica do professor, você verá uma breve introdução sobre o conceito de tensão de
cisalhamento.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/
c86eb594fd7a01eca037bcf2ad78fbf1

5 min

elm = a seguir apresenta como exemplos os pinos já vistos


no Conteúdo do Livro p. 33 e 34 , até as figura são
iguais... - não copiei e o livro explica melhor.
_2.2_
Exercícios

1) O suporte abaixo resiste a uma força de 10 kN. Se o pino tiver um diâmetro de 8 mm, determine a
tensão média de cisalhamento no pino.

A) τ = 49,74 MPa

B) τ = 24,87 MPa

C) τ = 53,05 MPa

D) τ = 99,47 MPa

E) τ = 198,94 MPa
2) Na figura abaixo, temos uma junta sobreposta em aço. Considerando que os elementos são finos e
que a porca não está muito apertada, podemos desprezar o atrito entre os elementos. Sendo os
elementos finos podemos desprezar também o momento criado pela força F. Neste caso, a qual
tipo de tensão a área da seção transversal do parafuso e a superfície de fixação entre os elementos
estão principalmente sendo solicitadas?

A) Tensão de cisalhamento simples.

B) Tensão de cisalhamento duplo.

C) Tensão normal.

D) Tensão de compressão.

E) As estruturas listadas não estão sendo submetidas a nenhum tipo de tensão.


3) Na figura abaixo, temos uma junta de dupla superposição em aço. Considerando que os elementos
são finos e que a porca não está muito apertada, podemos desprezar o atrito entre os elementos.
Sendo os elementos finos podemos desprezar também o momento criado pela força F. Neste caso,
a qual tipo de tensão a área da seção transversal do parafuso e a superfície de fixação entre os
elementos estão principalmente sendo solicitadas?

A) Tensão de cisalhamento simples.

B) Tensão de cisalhamento duplo.

C) Tensão normal.

D) Tensão de compressão.

E) As estruturas listadas não estão sendo submetidas a nenhum tipo de tensão.


4) A escora de madeira está suspensa por uma haste de aço de 6 mm de diâmetro que está presa na
parede. Considerando que a escora suporta uma carga vertical de 3 kN, calcule a tensão de
cisalhamento média na haste na parede.

A) Τ = 53,05 MPa

B) Τ = 13,26 MPa

C) Τ = 106,10 MPa

D) Τ = 26,53 MPa

E) Τ = 63,70 MPa
5) Considere as duas placas A e B conectadas por um parafuso CD. O parafuso exerce na placa A uma
força P igual e oposta à força F exercida pela placa no parafuso. Qual é a tensão de esmagamento
que ocorre nesta conexão.

A)

B)

C)

D)

E)
_2.2_ Na prática
A determinação das tensões de cisalhamento, nesses casos, é fundamental para o
dimensionamento da conexão e também para a escolha do tipo de junta a ser utilizada.

Na vida prática, as tensões de cisalhamento são encontradas normalmente em pregos, parafusos,


pinos, material de solda e rebites utilizados para conectar vários elementos estruturais e elementos
de máquinas.
_2.2_ Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

Tensão de Cisalhamento
Neste vídeo de tensão de cisalhamento, será mostrado como calcular a tensão em um conjunto de
parafusos e placas.

https://youtu.be/rowHl3gSkkk 19 min

Aula 03 - Tensão de Cisalhamento Mar 1, 2016 Resistência dos Materiais conteúdo das
principais disciplinas do curso de Engenharia Civil.

elm - resolve passo a passo 3 bons exemplos.

Telecurso 2000 - Ensaios de Materiais - 07 Ensaio de


cisalhamento
Neste vídeo será apresentada aula sobre a ação das tensões de cisalhamento, dando exemplos e
aplicações.
https://youtu.be/vLjP0WqV35s 13 min

Nesta aula você ficará conhecendo dois modos de calcular a tensão de cisalhamento:
realizando o ensaio de cisalhamento e utilizando o valor de resistência à tração do
material. E ficará sabendo como são feitos os ensaios de cisalhamento de alguns componentes
mais sujeitos aos esforços cortantes.
Acesse meu site bmalbert.yolasite.com e aprenda sobre gestão da Produção Industrial e sobre
o mundo corporativo em geral, o site conta com diversas vídeos aulas, apostilas, vídeos
interessantes, humor e as mais variadas formas para que você possa aprender e ampliar seus
conhecimentos, tudo gratuitamente, confira.

Análise da distribuição das tensões de cisalhamento na


interface aço-concreto de pilares mistos parcialmente revestidos
Neste artigo tem como caráter objetivo analisar numericamente a distribuição das tensões de
cisalhamento na interface aço-concreto de pilares mistos parcialmente revestidos.

http://repositorio.unicamp.br/Acervo/Detalhe/433752

GAIGA, Flavio. Analise da distribuição das tensões de cisalhamento na interface aço-


concreto de pilares mistos parcialmente revestidos. 2008. 180p. Dissertação (mestrado) -
Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo,
Campinas, SP. Disponível em: https://hdl.handle.net/20.500.12733/1607983. Acesso em: 7
out. 2023.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E CRÉDITOS DE IMAGENS
Banco de imagens Shutterstock.
BEER, FERDINAND P.; JOHNSTON JR., E. RUSSELL; DEWOLF, JOHN T.; MAZUREK, DAVID F. Mecânica
dos materiais. 5. ed. Porto Alegre: AMGH, 2011.
SAGAH, 2015.

EQUIPE SAGAH
Coordenador(a) de Curso
Alexandre Baroni
Professor(a)
Paula Manica Lazzari
Gerente
Rodrigo Severo
Aula 3.1
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS - C (2023.OUT)
1.1 - Introdução à Resistência dos Materiais
1.2 - Tensão: forças
2.1 - Tensão, deformação e módulos de elasticidade
2.2 - Tensão de cisalhamento e esmagamento
3.1 - Torção: tensão de cisalhamento
3.2 - Torção I
4.1 - Flexão I
4.2 - Círculo de Mohr Para o Estado Plano de Tensões

Torção: tensão de cisalhamento


_3.1_
Apresentação
Nesta unidade de aprendizagem, será demonstrado como é feito o cálculo da tensão de
cisalhamento em eixos circulares, provocada pelos efeitos da torção. Se esta tensão de
cisalhamento no eixo não ultrapassar a tensão de escoamento ou o limite de proporcionalidade,
terá variação linear ao longo da seção transversal. A partir desta unidade, será possível também
aprender a calcular a capacidade resistente quanto à torção do eixo circular submetido a um
determinado valor de torção.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Resolver o cálculo da tensão máxima de cisalhamento provocada pela torção.


• Identificar o maior torque permitido, considerando um pré-dimensionamento da seção.
• Desenvolver o cálculo da tensão de cisalhamento provocada pela torção em qualquer ponto
da seção.

elm = Comentário aula boa.


Usar este livro em todas as aulas. Não usar os livros capa laranja da Sagah (em geral, são
uma juntada de trechos de outros livros com pouca coesão e coerência e com erros).
Adotar um único livro-texto ou apostila para todas as aulas. Do jeito atual, um capítulo de
livro diferente a cada aula, assunto fica truncado e/ou com lacunas e/ou repetitivo e/ou
bagunçado - dificulta, desestimula o aprendizado.
_3.1_ Desafio
Eixos de transmissão ou de propulsão são muito utilizados na indústria aérea, naval,
automobilística. Considerando o eixo indicado na figura a seguir, composto pelo trecho AB e BC, e,
sabendo que ambos os eixos são de seções cheias, determine a tensão de cisalhamento máxima. Os
torques mostrados são aplicados nas polias A, B e C.

elm = prob 10.7 do livro


Beer etal do Conteúdo do
Livro (verifiquei bib
virtual).

elm = τABmax = 75,47 MPa e τACmax = 63,75 MPa (max na superfície externa do eixo)
_3.1_
Infográfico
No esquema a seguir, os diagramas de distribuição de tensão de cisalhamento em uma seção
circular e em uma seção circular vazada podem ser visualizados.

elm = Descartei. Segue defeito a ser reportado ao mentor da disciplina.


" Descartar ilustração.
- As informações já constam de forma clara no Conteúdo do Livro.
- Ilustração mal feita, parece associar tensão máxima só à seção cheia e
tensão em qualquer lugar da seção só à seção vazada.
- O desenho da seção cheia está errado e faltou fórmula de J para a seção
cheia.
- Ampliar imagem do gráfico τ x ρ.
- Se quiserem manter uma ilustração, em vez de corrigir, mais fácil, melhor
é copiar a fig. 10.14 e respectivas fórmulas do Conteúdo do Livro."
_3.1_ Conteúdo do livro
Para saber mais sobre o conteúdo desta unidade de aprendizagem, leia atentamente a seção que
trata sobre o estudo das tensões em eixos circulares submetido à torção no livro Estática e
mecânica dos materiais.

Boa leitura.

Ver pdf - cap 3


LivrPt_Civ_Mecanica_Materiais_Beer_etal_Amgh_ed5_2011_800p

elm = Conteúdo do Livro = algumas pág. do cap 10 do livro abaixo. Equivale,


prov. é igual ao cap 3 o pdf acima. Melhor ver cap inteiro lá !

E79 Estática e mecânica dos materiais / Ferdinand P. Beer ... [et al.] ;
tradução: Antônio Eustáquio de Melo Pertence; revisão
técnica: Antonio Pertence Júnior. – Porto Alegre : AMGH,
2013.
xviii, 706 p. : il. color. ; 28 cm.

ISBN 978-85-8055-164-8

1. Engenharia mecânica. 2. Mecânica dos materiais. 3. Está-


tica. I. Beer, Ferdinand P.

CDU 621:531.2

Catalogação na publicação: Ana Paula M. Magnus – CRB 10/2052


Capítulo 10 䉬 Torção 415

dos ângulos formados pelos lados daquele elemento. Como os círculos que
definem dois dos lados do elemento considerado aqui permanecem inalte-
rados, a deformação de cisalhamento  deve ser igual ao ângulo entre as
linhas AB e A'B. (Lembre-se de que  deve ser expresso em radianos.)
Observamos na Fig. 10.13c que, para pequenos valores de , podemos
expressar o comprimento do arco AA' como AA' = L, no entanto, temos c
O
AA' = . Segue-se que L = , ou 
(a) L

 = (10.2)
L
B
onde  e  são ambos expressos em radianos. A equação obtida mostra,
como já podíamos prever, que a deformação de cisalhamento  em deter- A O
ρ
minado ponto de um eixo circular em torção é proporcional ao ângulo de
L
torção . Ela mostra também que  é proporcional à distância  da linha (b)

central do eixo até o ponto em consideração. Assim, a deformação de ci-


salhamento em um eixo circular varia linearmente com a distância do
B 
eixo do eixo.
Conclui-se da Eq. (10.2) que a deformação de cisalhamento é máxima A′ ρ
na superfície do eixo, em que  = c. Temos A O

c (c) L
 máx = (10.3)
L
Figura 10.13
Eliminando  das Eqs. (10.2) e (10.3), podemos expressar a deformação de
cisalhamento  a uma distância  do eixo do eixo como


 =  máx (10.4)
c

10.4 Tensões
Não foi considerada até aqui nenhuma relação particular tensão-deforma-
ção em nossa discussão de eixos circulares em torção. Vamos agora consi-
derar o caso quando o torque T é tal que todas as tensões de cisalhamento
no eixo permanecem abaixo da tensão de escoamento Y. Sabemos do
Cap. 9 que, para todos os fins práticos, isso significa que as tensões no
eixo circular permanecerão abaixo do limite de proporcionalidade e abai-
xo do limite elástico também. Assim, vale a lei de Hooke e não haverá
deformação permanente.
Recordando a lei de Hooke para tensão e deformação de cisalhamento
da Seção 9.12, escrevemos
 = G (10.5)
onde G é o módulo de elasticidade transversal do material. Multiplicando
ambos os membros da Eq. (10.5) por G, escrevemos

G = G  máx
c
416 Estática e mecânica dos materiais

 máx ou, utilizando a Eq. (10.5),


=  máx (10.6)
c
O
c ρ A equação obtida mostra que, desde que a tensão de escoamento (ou limi-
te de proporcionalidade) não seja excedida em nenhuma parte do eixo cir-
cular, a tensão de cisalhamento no eixo circular variará linearmente com
(a) a distância  do eixo do eixo. A Fig. 10.4a mostra a distribuição de tensões
em um eixo circular cheio de raio c, e a Fig. 10.14b, em um eixo circular
vazado com raio interno c1 e raio externo c2. Da Eq. (10.6), verificamos

máx que, nesse último caso,
mín
c1
 mín =  (10.7)
c2 máx

O
Lembramos agora da Seção 10.2 que a soma dos momentos das forças
c1 c2 ρ elementares aplicadas em qualquer seção transversal do eixo circular deve
ser igual à intensidade T do torque aplicado ao eixo circular:

(b) 兰  ( dA ) = T (10.1)

Figura 10.14 Substituindo  de (10.6) em (10.1), escrevemos


 máx 2
T = 兰  dA =
c
兰 dA

Mas a integral no último membro representa o momento polar de inércia J


da seção transversal com relação ao seu centro O. Temos, portanto

 máx J
T= (10.8)
c

ou, resolvendo para máx,

Tc
 máx = (10.9)
J

Substituindo máx de (10.9) em (10.6), expressamos a tensão de cisalhamen-


to a qualquer distância  do eixo do eixo circular como

T
= (10.10)
J

As Eqs. (10.9) e (10.10) são conhecidas como fórmulas da torção no regi-


me elástico. Recordamos da estática que o momento polar de inércia de
um círculo de raio c é J = 1/2 πc4. No caso de um eixo circular vazado de
raio interno c1 e raio externo c2, o momento polar de inércia é

J = 12  c42 – 1
2 c41 = 12  (c42 – c41 ) (10.11)
Capítulo 10 䉬 Torção 417

Notamos que, em unidades métricas SI, na Eq. (10.9) ou (10.10), T será


expresso em N  m, c ou  em metros e J em m4, e a tensão de cisalhamen-
to resultante será expressa em N/m 2, ou seja, pascais (Pa).
T 60 mm
Exemplo 10.1. Um eixo circular vazado de aço cilíndrico tem 1,5 m de com-
primento e diâmetros interno e externo, respectivamente, iguais a 40 e 60 mm 40 mm
(Fig. 10.15). (a) Qual é o maior torque que pode ser aplicado ao eixo circular se a 1,5 m
tensão de cisalhamento não deve exceder 120 MPa? (b) Qual é o valor mínimo
correspondente da tensão de cisalhamento no eixo circular?
Figura 10.15
a. Maior torque permitido. O maior torque T que pode ser aplicado ao eixo
circular é aquele para o qual máx = 120 MPa. Como esse valor é menor que a ten-
são de escoamento do material do eixo, podemos usar a Eq. (10.9). Resolvendo
essa equação para T, temos

J máx
T= (10.12)
c
Lembrando que o momento polar de inércia J da seção transversal é dado pela Eq.
1 1
(10.11), onde c1 = 2 (40 mm) = 0,02 m e c2 = 2 (60 mm) = 0,03 m, escrevemos
1 1
J= 2  (c42 – c41 ) = 2  (0,034 – 0,024 ) = 1,021 × 10–6 m 4

Substituindo J e máx em (10.12) e fazendo c = c2 = 0,03 m, temos

J máx (1,021 × 10–6 m 4 ) (120 × 106 Pa )


T= = = 4,08 kN  m
c 0,03 m

b. Tensão de cisalhamento mínima. O valor mínimo da tensão de cisa-


lhamento ocorre na superfície interna do eixo. Ele é obtido da Eq. (10.7), a qual
mostra que mín e máx são proporcionais, respectivamente, a c1 e c2:
c1 0,02 m
 mín =  = (120 MPa ) = 80 MPa ■
c2 máx 0,03 m

As fórmulas de torção (Eqs. [10.9] e [10.10]) foram deduzidas para um


eixo de seção transversal circular uniforme submetido a torques em suas
extremidades. No entanto, elas também podem ser utilizadas para um eixo
de seção transversal variável ou para um eixo submetido a torques em loca-
lizações que não são suas extremidades (Fig. 10.16a). A distribuição de
tensões de cisalhamento em determinada seção transversal S do eixo circu- E TE S

lar é obtida da Eq. (10.9), onde J representa o momento polar de inércia na B TC


seção, e T, o esforço solicitante de torção ou esforço interno de torção na
TB
seção. O valor de T é obtido quando desenhamos o diagrama de corpo livre A
da parte do eixo circular localizada em um dos lados da seção (Fig. 10.16b)
e escrevemos que a soma de torques aplicados a essa parte, incluindo o es- C TA
forço interno de torção T, é zero (ver Problema Resolvido 10.1). (a)
Até agora, nossa análise de tensões em um eixo circular esteve limita-
TE
da a tensões de cisalhamento, porque o elemento que selecionamos estava E
orientado de modo que suas faces eram paralelas ou perpendiculares ao B
eixo do eixo circular (Fig. 10.5). Sabemos pelas discussões anteriores (Se-
TB T
ções 8.8 e 8.9) que podem ser encontradas tensões normais, tensões de
cisalhamento ou uma combinação de ambas sob as mesmas condições de S
carregamento, o que dependerá da orientação do elemento escolhido. Con- (b)
sidere os dois elementos a e b localizados na superfície de um eixo circular Figura 10.16
418 Estática e mecânica dos materiais

T submetida à torção (Fig. 10.17). Como as faces do elemento a são, respec-


máx tivamente, paralela e perpendicular ao eixo do eixo circular, as únicas ten-
T′
a
sões no elemento serão as tensões de cisalhamento definidas pela Eq.
b
(10.9), ou seja, máx = Tc/J. Em contrapartida, as faces do elemento b, que
formam ângulos arbitrários com o eixo do eixo circular, estarão submeti-
Figura 10.17
das a uma combinação das tensões normal e de cisalhamento.
Vamos analisar o caso particular de um elemento c (não mostrado) a
45º do eixo do eixo. Para determinarmos as tensões nas faces desse ele-
F F′ mento, consideramos os dois elementos triangulares mostrados na Fig.
D E 10.18 e desenhamos seus diagramas de corpo livre. No caso do elemento
máx A0
da Fig. 10.18a, sabemos que as tensões exercidas nas faces BC e BD são
máx A0
45º 45º as tensões de cisalhamento máx = Tc/J. A intensidade das forças de cisa-
B C B C lhamento correspondentes será então máx A0, em que A0 representa a área
máx A0 máx A0
da face. Observando que as componentes nas faces DC das duas forças de
(a) (b) cisalhamento são iguais e opostas, concluímos que a força F aplicada em
Figura 10.18
DC deve ser perpendicular àquela face. Trata-se de uma força de tração,
e sua intensidade é
F = 2( máx A 0 )cos 45º =  máx A 0 √2 (10.13)
A tensão correspondente é obtida dividindo a força F pela área A da face
DC. Observando que A = A 0 √2, escrevemos

F  máx A 0 √2
T σ = = =  máx (10.14)
A A 0 √2
T′
a c Uma análise similar aplicada ao elemento da Fig. 10.18b mostra que a ten-
são na face BE é σ = – máx. Concluímos que as tensões exercidas nas faces
de um elemento c a 45º do eixo do eixo (Fig. 10.19) são tensões normais
máx = Tc σ45º = ± Tc
J J iguais a ± máx. Assim, enquanto o elemento a na Fig. 10.19 está em cisa-
Figura 10.19
lhamento puro, o elemento c na mesma figura está submetido à tensão de
tração em duas de suas faces e à tensão de compressão nas outras duas.
Notamos também que todas as tensões envolvidas têm a mesma intensida-
de, Tc/J.*
Como foi visto na Seção 9.3, os materiais dúcteis geralmente falham
em cisalhamento. Portanto, quando submetido à torção, um corpo de prova
J feito de um material dúctil rompe-se ao longo de um plano perpendicular
ao seu eixo longitudinal (Foto 10.2a). Entretanto, materiais frágeis falham
mais em tração do que em cisalhamento. Assim, quando submetido à tor-
ção, um corpo de prova feito de um material frágil tende a se romper ao
longo das superfícies perpendiculares à direção na qual a tensão de tração
é máxima, isto é, ao longo das superfícies que formam um ângulo de 45º
com o eixo longitudinal do corpo de prova (Foto 10.2b).

T
T

T′
T′
(a) (b)

Foto 10.2

*
Tensões em elementos de orientação arbitrária, como o elemento b da Fig. 10.17, serão dis-
cutidas no Cap. 14.
_3.1_ Dica do professor
No vídeo a seguir, há um exemplo mostrando como é feito o cálculo da tensão de cisalhamento,
provocada por um momento torsor em um eixo de motor elétrico.

Confira.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/
f43847b64ff928ca749f2644bf962f3f

5 min elm = é problema 3.11 do Beer etal


Mecanica dos Materiais (pdf).
_3.1_ Exercícios

1) Um eixo circular vazado de aço cilíndrico tem comprimento L = 2 m e diâmetros interno e


externo iguais a 30 e 50 mm, respectivamente. Qual é o maior torque que pode ser aplicado
ao eixo circular, sabendo que a tensão de cisalhamento não deve exceder 110 MPa?

A) T=2,35 kN.m

B) T=3,25 kN.m

C) T=4,47 kN.m

D) T=5,34 kN.m

E) T=6,25 kN.m
Um eixo circular vazado de aço cilíndrico tem comprimento L = 2 m e diâmetros interno e
2) externo iguais a 30 e 50 mm, respectivamente. Sabendo que a tensão de cisalhamento não
deve exceder 110 MPa, qual é o valor mínimo correspondente da tensão de cisalhamento no
eixo circular?

A) τmin = 10Mpa

B) τmin = 33Mpa

C) τmin = 55Mpa

D) τmin = 66Mpa

E) τmin = 110Mpa

elm = Exercício 2. Anular.


- Enunciado mal elaborado. Nada impõe ao torque, logo, a tensão mínima seria zero (sem
torque).
- Nenhuma opção correta. Obs.1: Cheguei à opção D (valor de τmin, 66 MPa, quando ocorre τmax
na superfície externa do eixo).
3) Determine o torque T que causa uma tensão de cisalhamento máxima de 70 MPa no eixo
cilíndrico de aço mostrado na figura.

A) T = 320,7kN.m

B) T = 641,3kN.m

C) T = 641,3 N.m

D) T = 1282,6kN.m

E) T = 1282,6 N.m
Determine a tensão de cisalhamento máxima provocada por um torque de intensidade T =
4) 800 N.m.

A) τmáx = 16,5Mpa

B) τmáx = 87,3Mpa

C) τmáx = 165Mpa

D) τmáx = 174,6Mpa

E) τmáx = 800Mpa
5) Para o eixo vazado e o carregamento mostrado, determine a máxima tensão de
cisalhamento:

A) τmáx = 71,4Mpa

B) τmáx = 88Mpa

C) τmáx = 123,4Mpa

D) τmáx = 144Mpa

E) τmáx = 186,4Mpa
_3.1_ Na prática
Um exemplo de aplicação de estrutura submetida à torção é observada em eixos propulsores de
embarcações de pequeno, médio e grande porte. Pode-se dizer que, durante a navegação, o eixo
propulsor fica sujeito a dois esforços: torção e tração.

O esforço de torção, que provoca um giro em torno do seu


eixo longitudinal, é transmitido ao eixo propulsor pelas
engrenagens da caixa de redução e reversão.
O esforço de tração é transmitido ao eixo propulsor pelo
movimento do hélice, sendo que a transmissão ocorre no
sentido longitudinal do próprio eixo, provocando o
deslocamento da embarcação.
Para que o sistema de propulsão funcione de forma
eficiente, sem que haja comprometimento da vida útil dos
seus componentes, torna-se fundamental a verificação
quanto às solicitações existentes.
_3.1_ Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

Fundamentos da Análise Estrutural


Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! elm = livro na bib
virtual

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E CRÉDITOS DE IMAGENS


BEER, FERDINAND P.; JOHNSTON JR., E. RUSSEL; DEWOLF, JOHN T.; MAZUREK, DAVID F. Estática e
mecânica dos materiais. Porto Alegre: AMGH, 2013.
Banco de imagens Shutterstock.
SAGAH, 2015.

EQUIPE SAGAH
Coordenador(a) de Curso
Alexandre Baroni
Professor(a)
Paula Manica Lazzari
Gerente
Rodrigo Severo
Aula 3.2
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS - C (2023.OUT)
1.1 - Introdução à Resistência dos Materiais
1.2 - Tensão: forças
2.1 - Tensão, deformação e módulos de elasticidade
2.2 - Tensão de cisalhamento e esmagamento
3.1 - Torção: tensão de cisalhamento
3.2 - Torção I
4.1 - Flexão I
4.2 - Círculo de Mohr Para o Estado Plano de Tensões

Torção I
_3.2_
Apresentação

Nesta unidade de aprendizagem, será feito estudo do comportamento de elementos estruturais e


peças de máquinas submetidos a torção. De forma mais específica, a partir deste estudo, poderão
ser analisadas as tensões e as deformações que ocorrem em elementos com seção transversal
circular submetidos a momentos de torção ou torques. Serão abordadas também algumas
aplicações nas quais a verificação quanto à torção não pode ser ignorada.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Analisar o comportamento estrutural devido à solicitação de torção.


• Expressar a deformação de cisalhamento gerada pela torção.
• Resolver o cálculo do momento torsor ao longo dos elementos estruturais.

elm = Avaliação da aula. Ruim. Assinalada opções - Erros no conteúdo; - Precisei pesquisar
mais; - Conteúdo Livro difícil (qdo assinala <regular, só há opções para assinalar) + Video
com erro.
_3.2_ Desafio
No projeto ou na verificação de uma peça submetida à torção, deve-se fazer o cálculo da tensão
máxima que ocorre na estrutura e comparar esta tensão com a tensão limite do material. Para o
cálculo desta tensão máxima, será necessário fazer o cálculo do momento polar de inércia da seção
transversal da barra.

Considerando o eixo indicado na figura a seguir, com seção transversal circular vazada, calcule o
momento polar de inércia. Verifique também qual é o aumento da rigidez do eixo se ele fosse com
seção plena. Explique suas respostas

elm = J vazada = 5,11*10^-7 m4 .


Comparação i (c = c2): Jvazada = 40% de Jcheia
Comparação ii (c para que haja igualdade de área de seção transversal, mesmo
kg/m de material): Jvazada é 30% maior que Jcheia.

elm = errei na conta do J vazada e interpretei a comparação


de maneira distinta, mas não errada, da resposta padrão...
Padrão de resposta esperado

Para um eixo com seção circular vazada, utiliza-se a seguinte equação para
determinar o momento de inércia polar:

Se o eixo fosse com seção plena, a seguinte formulação seria usada:

Calculando as áreas das seções transversais de cada tipo de eixo:

Desta forma, conclui-se que a rigidez de um eixo com seção transversal


circular é 1,25 vezes maior do que a de um eixo com seção transversal
circular vazada.

Calculando as áreas das seções transversais:

Ou seja, para ter um aumento de rigidez de 1,25, haverá, também, um


aumento de 1,8x no custo com material para fabricar o eixo.
_3.2_ Infográfico
No esquema a seguir, é possível observar as deformações que ocorrem em um eixo circular
submetido à solicitação de torção.
elm = descartei o infográfico desordenado. Compus fig abaixo com base no livro Beer.
_3.2_ Conteúdo do livro

Para saber mais a respeito do conteúdo desta unidade de aprendizagem, leia atentamente o
capítulo Torção I que trata do estudo preliminar de tensões e deformações em um eixo circular
submetido à torção da obra Ensaios Mecânicos.

Boa leitura.
isUMÁRIQl
Unidade 1 l
Objetivos, classificação e tipos dos ensaios mecânicos .............. 15
Cláudia Luisa Mendes
Objetivos de realiLar ensaios mecânicos..................................................................................... 15
Classificação dos ensaios mecânicos ............................................................................................. 19
Tipos de ensaios mecânicos realizados pela indústria ......................................................22

Normalização ..............................................................................................29
Cláud ia Luisa Mendes
Normas técnicas para ensaios mecânicos ..................................................................................29
Relação entre qualidade, conformidade e normaliLação ................................................ 37
Efeito da normalização na qualidade de processos produtivos .................................. 39

Ensaios destrutivos ................................................................................... 43


Cláudia Luisa Mendes
Conceito de ensaios destrulivos e aplicações .........................................................................43
Ensaios destrulivos existentes............................................................................................................ 45
Identificação do tipo de ensaio de acordo com a propriedade
ou falha que precisa ser investigada ........................................................................................54

Ensaio de tração ......................................................................................... 61


Afine Morais da Silveira
Execução do ensaio de tração ........................................................................................................... 61
Diagrama tensão-deformação...........................................................................................................65
Identificando propriedades do material a partir do diagrama
tensão-deformação .............................................................................................................................68

Unidade 2

Ensaio de compressão ............................................................................. 75


Aline M orais da Silveira
Execução do ensaio de compressão ............................................................................................. 75
Propriedades aval iadas pelo ensaio de compressão ........................................................... 19
Apl icações relacionadas à prática na indús tria ........................................................................ 84

Flexão 1.......................................................................................................... 87
Aline Morais da Silveira
Efeito da flexão em elementos estruturais ................................................................................. 87
Centroide, linha neutra e momento de inércia ....................................................................... 91
Estruturas nas quais há efeito de flexão ...................................................................................... 94

Torção 1..........•...•....... ..........•. •.............................. ......................................... 99


Aline Mo rais da Silveira
Comportamento estrutural devido à torção ............................................................................99
Deformação de cisalhamento gerada pela torção ............................................................ 100
Cálculo do momento torsor ............................................................................................................. 104
!unidade 3

Ensaios destrutivas e ensaios não destrutivas ............................ 109


Cláudia Luísa M endes
Qua ndo aplicar ensaios destrutivos e ensaios não destrutivos................... .............. 109
Casos de ensaios destrutivos e não destrutivos em componentes
que não podem ser levados até o laboratório ................................................................. 112
Como ela borar um relatório de ensaio den tro das normas técnicas ...................... 11 6

Ensaio de dureza 1 ..................... . ..................................................... ........ 123


Afine Morais da Silveira
Método Brinell de medição de dureza ...................................................................................... 123
Cá lculo dos resu ltados do ensaio ......................................................... ......................................... 128
~p licações irndustriais ......................................................... .......................... ........................................ l~

~saio de impacto................................................................................... 1351


Afine Morais da Silveira
Etapas do ensaio de impacto ........................................................................................................... 135
Comportamento dos materia is dúcteis e frágeis ................................................................ 138
Relação entre o comportamento dos materiais e o resu ltado do ensaio ............ 141

Ensaio de fadiga .......................................................................................145


Afine Morais da Silveira
Mecanismo de deformação em que ocorre a fadiga ........................................................ 145
Ensaio de fadiga e suas variáveis significativas ..................................................................... 148
Aplicação prática do ensaio de fadiga ........................................................................................ 153

Ensaio de flu ência ................................................................................... 155


Afine M orais da Silveira
Mecanismo de deformação em que ocorre a fluência .................................................... 155
Ensaio de fluência e suas variáveis significativas .................................................................. 157
~plicações práticas do ensaio de fluência .............................................................................. 16..:.J

Unidade 4

Ultrassom .................................................................................................. 165


Cláudia Luísa Mendes
Princípios básicos do ullrassom ..................................................................................................... 165
Exemplos de aplicações do ensaio por ul l rassom ............................................................. 169
Recursos materia is e humanos necessários para a execução
de ensaios de ullrassom ................................................................................................................. 112

Raios X e raios Gama ..............................................................................177


Cláudia Luísa Mendes
Aplicação dos ra ios X e Gama em ensaios não des trutivos .......................................... 177
Energia de raios X e raios Gama ..................................................................................................... 180
Aplicações práticas de ensaios não destrutivas empregando
raios X e raios Gama .......................................................................................................................... 184
ITomografia computadorizada ............................................................ 195
Cláudia Luisa Mendes
Princípio de funcionamento da tomografia computadorizada ................................ 195
Aplicações da tomografia computadorizada em ensaios
mecânicos não destrutivos ........................................................................................................... 197
Geração de imagens 20 e 30 por meio da tomografia computadorizada ...... 20 O

Partículas magnéticas e líquidos penetrantes ............................. 207


Cláudia Luisa Mendes
Princípio da aplicação de partícu las magnéticas em
ensaios mecânicos não destrutivos........................................................................................208
Uso de líquido penetrante na detecção de trincas ........................................................... 211
Etapas de preparação das superfícies a serem exploradas
com partículas magnéticas e líquidos penetrantes ......................................................213

1 Gabarito ......................................................................224 ,

Objetivos, Torção I 1. e Ultrassom 1. d


1. d
classificação e 2. c
tipos de ensaios 2. d 2. e
mecânicos 3. b 3. c
3. c
4. c 4. d
4. a
5. a 5. a
5. b

Raios X e 1. d
Normalização 1. b Ensaios
1. b raios Gama
destrutivos e 2. c
2. e não destrutivos 2. c
3. c
3. b 3. e
4. d
4. c 4. d
5. e
5. e 5. a

Ensaios 1. d Ensaio de 1. a
destrutivos 2. a dureza I Tomografia 1. b
2. a computadorizada
3. d 2. d
3. d
4. b 3. c
4. e
5. c 4. e
5. a
5. a

1. a Ensaio de 1. d Partículas 1. c
Ensaio de tração
impacto 2. c magnéticas e
2. a 2. e
líquidos
3. b 3. d penetrantes 3. d
4. c 4. e 4. e
5. c 5. d 5. a

1. a Ensaio de 1. a
Ensaio de
fadiga
compressão 2. e 2. d
3. a 3. a
4. c 4. c
5. e 5. e

Flexão I Ensaio de
1. e 1. d
fluência
2. a 2. e
3. d 3. d
4. b 4. b
5. c 5. b
Torção I
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

„ Analisar o comportamento estrutural devido à solicitação de torção.


„ Expressar a deformação de cisalhamento gerada pela torção.
„ Resolver o cálculo do momento torsor ao longo dos elementos
estruturais.

Introdução
A torção é um tipo de esforço a que uma peça é submetida em torno
de seu eixo longitudinal, gerando determinada distribuição de tensões
em seu interior. O esforço de torção é muito comum em nosso cotidiano,
presente em eixos, parafusos e muitos outros objetos e situações, incluindo
postes que suportam outdoors e pontes estaiadas.
Neste capítulo, você vai estudar a torção e seus efeitos em peças e
componentes estruturais, vai expressar a deformação de cisalhamento
gerada pela torção e vai calcular o momento torsor ao longo de ele-
mentos estruturais.

Comportamento estrutural devido à torção


Normalmente, as peças estudadas na torção são barras de seção transversal
circular, chamadas de eixos. As formas mais comuns são o eixo circular maciço
e o eixo circular tubular. Quando um eixo é submetido a um esforço de torção
em torno de seu eixo longitudinal, chamamos esse esforço de momento de
torção ou torque.
A aplicação mais comum de eixos sob o esforço de torção é a dos eixos de
transmissão de potência, como os de automóveis, que transmitem a potência do
motor para as rodas, ou os que conectam turbinas a vapor a um gerador elétrico.
2 Torção I

Quando, por exemplo, o torque é aplicado em uma extremidade de um eixo,


na conexão com uma turbina, a outra extremidade, conectada com o gerador,
reage com um torque igual e oposto, a fim de manter a peça em equilíbrio.
Segundo Beer et al. (2013), quando um eixo circular é submetido à torção,
todas as seções transversais permanecem planas e indeformadas, como se o
eixo fosse dividido em diversos elementos circulares que sofrem rotação um
em relação ao outro. Quando o ângulo de torção for pequeno, o comprimento
e o raio do eixo não se alteram.
Quando o esforço de torção é excessivo, pode ocorrer o rompimento desse
eixo. Num material dúctil, a ruptura é perpendicular ao eixo do eixo (Figura 1a).
Já num material frágil, a ruptura é helicoidal (Figura 1b). Nos dois casos, não
há estricção do eixo.

a b
Figura 1. Tipos de fraturas de torção para (a) material dúctil e (b) material frágil.
Fonte: Souza (1995, p. 161).

Eixos feitos de madeira tendem a rachar quando submetidos a uma torção excessiva,
devido à distribuição axial de tensão de cisalhamento. Sua resistência ao cisalhamento
é muito menor no sentido paralelo do que no sentido perpendicular das fibras.

Deformação de cisalhamento gerada


pela torção
Quando é aplicado um torque na extremidade de um eixo e a outra extremidade
está fixa, conforme ilustrado na Figura 2, o eixo sofre uma rotação, fazendo
com que a extremidade livre gire um ângulo chamado de ângulo de torção.
Torção I 3

O ângulo de torção é proporcional ao torque e ao comprimento do eixo. Para


um eixo com comportamento linear-elástico e com torque constante aplicado,
o ângulo de torção é dado pela equação:
MtL
Ø=
JG

Onde ϕ é o ângulo de torção [rad]; Mt é o momento torsor (também chamado


de torque e muitas vezes representado pela letra T) [N ∙ m]; L é o comprimento
do eixo [m]; J é o momento polar de inércia da área da seção transversal [m4];
e G é o módulo de elasticidade transversal do material [Pa].

γmáx

T
c

L

Figura 2. Eixo submetido a torção em sua extremidade livre.


Fonte: Beer et al. (2013, p. 425).

É importante ressaltar que deve ser utilizada a regra da mão direita para a convenção
de sinais, conforme a Figura 3, onde o torque e o ângulo serão positivos quando o
polegar apontar no sentindo de afastar-se do eixo quando os dedos são fechados
para indicar a rotação.
4 Torção I

Figura 3. Regra da mão direita na torção.


Fonte: Adaptada de Beer et al. (2013, p. 75).

Quando o eixo sofre uma torção, ocorre uma deformação de cisalhamento,


dada pela equação:
ρ
γ=
L

Onde γ é a deformação de cisalhamento [rad] e ρ é a posição radial inter-


mediária [m].
A deformação de cisalhamento em um eixo circular varia linearmente
com a distância do eixo. Desta forma, podemos calcular a deformação de
cisalhamento máxima, que ocorre na superfície do eixo, pela equação:
c
γmáx =
L

Onde γmáx é a deformação de cisalhamento máxima [rad] e c é o raio externo


do eixo [m]. Dessa forma a deformação de cisalhamento também pode ser
expressa pela equação:

ρ
γ= γ
c máx
Torção I 5

Os ângulos inseridos nas equações devem ser expressos em radianos.

Quando o material apresenta um comportamento elástico, se aplica a lei


de Hooke. Isso indica que, quando há uma variação linear na deformação de
cisalhamento, ocorre uma variação linear na tensão de cisalhamento. Essa
distribuição de tensão na seção transversal do eixo pode ser expressa pela
equação:
ρ
τ= τ
c máx

Onde τ é a tensão de cisalhamento [Pa] e τmáx é a tensão de cisalhamento


máxima [Pa]. Desta forma, se o eixo for maciço, τ será zero no centro do eixo
e máximo na superfície externa do eixo. A tensão de cisalhamento aumenta
com o comprimento do eixo ou quando a aplicação do momento torsor se
afasta da extremidade fixa.
Para que o eixo permaneça em equilíbrio, é necessário que o torque interno
resultante seja igual ao torque produzido pela distribuição de tensão na seção
transversal. A tensão de cisalhamento máxima pode ser calculada por meio
da equação:
Mtc
τmáx =
J

Caso se deseje calcular a tensão de cisalhamento em uma posição interme-


diária, a qualquer distância ρ do eixo do eixo, a equação deve ser:
Mt ρ
τ=
J
O cálculo do momento polar de inércia para um eixo sólido é dado pela
equação:

 4
J= c
2
6 Torção I

E para um eixo tubular é dado pela equação:


 4
J= (c e – c4i)
2

Onde ce é o raio externo [m] e ci é o raio interno do eixo [m].

Cálculo do momento torsor


O momento torsor, ou torque, é dado pela multiplicação da força aplicada
pelo braço de aplicação da carga, também chamado de braço de alavanca.
Normalmente o braço de alavanca é o raio do eixo, mas em alguns casos,
como em uma chave de roda (Figura 4) soltando um parafuso, pode ser o
comprimento do “braço” desta chave.

Mt = c P ou Mt = d P

Figura 4. Chave de roda.


Fonte: Viktorija Reuta/Shutterstock.com.

Onde P é a força aplicada [N] e d é o comprimento do braço de alavanca


[m]. Quanto maior for o braço de alavanca, menor será a força necessária para
se obter o mesmo torque.
Torção I 7

Outra forma para o cálculo do momento torsor é através da equação da


tensão de cisalhamento, ficando da seguinte forma:
τJ
Mt =
ρ

BEER, F.P. et al. Estática e mecânica dos materiais. Porto Alegre: AMGH, 2013.
HIBBELER, R. C. Resistência dos materiais. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2004.
SOUZA, S. A. Ensaios mecânicos de materiais metálicos: fundamentos teóricos e práticos.
São Paulo: E. Blucher, 1982.

Leitura recomendada
GARCIA, A.; SPIM, J. A.; SANTOS, C. A. Ensaios dos materiais. 2. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2012.
_3.2_ Dica do professor
No vídeo a seguir, há algumas características do efeito da torção em elementos de eixo e um
exemplo de cálculo de deformação máxima de cisalhamento. Confira!
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/
cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/80ad31a636d5d1feae3b0ae609136849

5 min elm = sem transcrição, principais slides bastam...


_3.2_
Exercícios

1) Considerando o sistema estrutural abaixo, calcule o valor do momento torsor gerado na barra AB.

A) Mt = 140 kN.m

B) Mt = 120 kN.m

C) Mt = 60 kN.m

D) Mt = 50 kN.m

E) Mt = 40 kN.m

elm = Exercício 1. Anular.


- A figura mostra uma estrutura tridimensional hipostática. Os apoios A e B são apoios
articulados, não resistem a movimento de rotação, logo não resistem ao torque aplicado pela
força de 20 kN (a estrutura não se encontra em equilíbrio).
Obs.: Também há equívoco nos símbolos dos apoios, pois os mostrados são bidimensionais, não
de estruturas tridimensionais.
2) Analisando a placa indicada na figura abaixo, solicitada por uma carga P = 10 kN, calcule o valor do
momento torsor no poste do outdoor.

A) Mt = 70 kN.m

B) Mt = 60 kN.m
Como a carga está
C) Mt = 30 kN.m aplicada exatamente
na parte central da
placa, ela não gera
D) Mt = 20 kN.m
torção no poste.

E) Mt = 0 kN.m

elm = Exercício 2. Anular.


- A figura é muito deficiente, não permite análise
completa do problema. Algumas deficiências:
- A cota de 5 m não chega até o chão, logo, a
rigor, a distância entre P e o apoio do poste é
desconhecida.
- Não mostra como o poste está fixado ao chão
(apoio nem aparece na figura cortada).
- Supondo que o apoio do poste no chão seja engaste
simétrico em relação ao poste, como P está aplicado
no plano de simetria do poste, P não causaria
momento torçor no engaste, só momento fletor; se o
engastamento for assimétrico, haveria momento
torçor e fletor, mas não é possível calculá-los
devido aos dados insuficientes da figura.
- Mesmo supondo poste com engaste simétrico no
chão, há mais ambiguidade na figura, pois pode ser
interpretada como 3D ou 2D:
- Supondo figura tridimensional (3D): P aplicado na
direção -x (ver figura abaixo) causa momento fletor
no engaste com direção do eixo -y.
- Supondo figura bidimensional (2D): P aplicado no
plano yz, direção com ângulo α em relação ao eixo
y, causando momento fletor no engaste com direção
do eixo -x (entrando no papel).
3) Dependendo da geometria de uma ponte estaiada, as cargas móveis, que são aplicadas ao longo do
seu eixo longitudinal, podem gerar esforços de torção.
Logo abaixo representamos a seção transversal do tabuleiro de uma ponte estaiada com suas
respectivas dimensões.
Sabendo que a carga do veículo vale P = 45 kN, calcule o valor do momento torsor gerado pela
carga do veículo no ponto A.

A) Mt = 90 kN.m

B) Mt = 180 kN.m

C) Mt = 270 kN.m

D) Mt = 450 kN.m

E) Mt = 540 kN.m

elm = Exercício 3. Anular.


- A figura é deficiente, não permite
análise completa do problema.
- O momento em A depende de P e das
reações de apoio NÃO identificadas no
enunciado. Ver figura abaixo em que
apresento três casos bidimensionais de
reações de apoio que lembram a
disposição típica dos cabos de ponte
estaiada. Cada caso resulta momento em
A diferente.
Obs.: Na realidade, a disposição dos
cabos de ponte estaiada é
tridimensional.
- A figura apresenta estrutura sem
apoio algum, apenas com carga P, logo
não estaria em equilíbrio (é
necessário incluir reações de apoio na
análise!).
4) Um eixo circular conectado a um suporte rígido em uma das extremidades é submetido a um
torque T na extremidade livre.
Sabendo que este eixo apresenta diâmetro de 6 cm, comprimento de 2 m e gira com um ângulo de
torção de 0,5 radianos, determine a deformação máxima de cisalhamento que ocorrerá na peça.

A) Deformação máxima de cisalhamento=0,00075 radianos

B) Deformação máxima de cisalhamento=0,00375 radianos

C) Deformação máxima de cisalhamento=0,0075 radianos

D) Deformação máxima de cisalhamento=0,015 radianos

E) Deformação máxima de cisalhamento=0,025 radianos


5) Um eixo circular conectado a um suporte rígido em uma das extremidades é submetido a um
torque T na extremidade livre.
Sabendo que este eixo apresenta comprimento de 3 m, deformação máxima de cisalhamento de
0,002 radianos e gira com um ângulo de torção de 0,3 radianos, determine o diâmetro do eixo.

A) Diâmetro do eixo = 4 cm

B) Diâmetro do eixo = 3 cm

C) Diâmetro do eixo = 2 cm

D) Diâmetro do eixo = 1 cm

E) Diâmetro do eixo = 0,5 cm


_3.2_ Na prática
Sabe-se que o torque ou a torção é o momento que tende a torcer a peça em torno de seu eixo
longitudinal. Seu efeito deve ser estudado cuidadosamente para que a verificação do projeto de
peças submetidas a esse esforço seja feita com segurança.

Um exemplo típico de torção pode ser observado em eixos de transmissão usados em veículos e
máquinas. Os eixos com seção transversal circular são empregados para transmitir a potência de
motores para as máquinas.

elm = Duas imagens (provavelmente eixo de turbinaa vapor e eixo longo de


motor elétrico). Nada identificado, nada explicado. Descartei...
_3.2_ Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

Fundamentos da Análise Estrutural


Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

elm = livro na bib


virtual

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E CRÉDITOS DE IMAGENS


BEER, FERDINAND P.; JOHNSTON JR., E. RUSSEL; DEWOLF, JOHN T.; MAZUREK, DAVID F. Estática e
mecânica dos materiais. Porto Alegre: AMGH, 2013.
Banco de imagens Shutterstock.
SAGAH, 2015

EQUIPE SAGAH
Coordenador(a) de Curso
Alexandre Baroni
Professor(a)
Paula Manica Lazzari
Gerente
Rodrigo Severo
Aula 4.1
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS - C (2023.OUT)
1.1 - Introdução à Resistência dos Materiais
1.2 - Tensão: forças
2.1 - Tensão, deformação e módulos de elasticidade
2.2 - Tensão de cisalhamento e esmagamento
3.1 - Torção: tensão de cisalhamento
3.2 - Torção I
4.1 - Flexão I
4.2 - Círculo de Mohr Para o Estado Plano de Tensões

Flexão I
_4.1_
Apresentação
A flexão é um conceito importante usado no projeto de muitos componentes de máquinas e
componentes estruturais, como vigas e traves. São geralmente esforços transversais ao objeto que
tendem a fletir o componente, gerando efeitos importantes e precisam ser previstos nos cálculos
para garantir a segurança e vida útil do produto.

Nesta Unidade de Aprendizagem você vai estudar o efeito da flexão em elementos prismáticos.
Também fará uma revisão do cálculo do momento de inércia e da determinação do centroide,
ponto de equilíbrio da seção transversal, pois serão elementos fundamentais para o cálculo de
tensões e deformações geradas pela flexão.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Analisar o efeito da flexão em elementos estruturais.


• Revisar o cálculo do centroide nas seções transversais e o cálculo do momento de inércia.
• Identificar estruturas nas quais há efeito de flexão.

elm = Avaliação da aula. Ruim. Assinalada opções - Erros no conteúdo; - Precisei pesquisar
mais; - Conteúdo Livro difícil (qdo assinala <regular, só há opções para assinalar) +
Exercícios com erro.
_4.1_ Desafio
A empresa em que trabalha venceu uma licitação de construção de paradas de ônibus para a
cidade. Você foi contratado para projetar a cobertura metálica cuja estrutura deve resistir a flexão
suportando seu peso. Conforme a figura abaixo:

O serralheiro comentou ter 3 formatos diferentes de barras para serem aplicados ao projeto e lhe
pediu para escolher a melhor opção, ou seja, qual serial o perfil mais adequado entre o perfil
quadrado /caixão, o perfil tubular redondo e o perfil em “I”.

Tendo a apresentação das geometrias e dimensões dos perfis conforme as figuras abaixo:
Neste contexto: Qual é a mais adequada na construção de uma parada de ônibus?

Para este cálculo, considere que a tensão de flexão, depende da inércia da seção transversal. Ou
seja, quanto maior a inércia, menor será a tensão e, consequentemente, menor será a deformação
por flexão.

elm = Mais adequada, a de maior Ix, perfil caixão.


Padrão de resposta esperado

a) Perfil Quadrado / Caixão


elm = Seção Retângulo (preparação para estudo da seção caixão):

b) Perfil Tubular Redondo

elm = Seção Circular (preparação para estudo da seção tubular):


c) Perfil I

Tendo como resultados:

Observa-se que o perfil


quadrado /caixão é o
melhor, perante o maior
Momento de Inércia.
Entretanto caso os
cálculos do projeto
permitam utilizar o perfil
em “I”, ao qual possui Ix
= 2187,46 cm^4, sendo
percentualmente bem
próximo ao valor do
quadrado. Se aplicado na
estrutura na posição em
que se aproveita este
máximo Momento de Inércia,
será mais vantajoso frente
ao perfil quadrado /
caixão.
O ponto positivo principal
do Perfil em “I” é de ter
área menor, ou seja, mais
leve, logo terá um custo-
benefício melhor.
_4.1_ Infográfico
Quando uma barra prismática é solicitada por um momento fletor, dentre outros fenômenos, as
seções transversais deixam de ser paralelas, elas sofrem uma rotação (que é diferente para cada
uma) fazendo com que passe a existir um ângulo de inclinação (φ) entre elas.

Veja neste Infográfico como se comporta um elemento estrutural sujeito a tensões normais num
processo de Flexão Pura Normal.

FLEXÃO NORMAL PURA EM UMA SEÇÃO DE UMA BARRA

Seção transversal,
de área A , sendo
conhecido o par de
eixos central de
inércia (y;z) ,
solicitada por um
momento fletor M ,
cujo plano contém o
eixo z .

Estas seções sofrem uma rotação (diferente para


cada seção) entre elas, em torno do eixo y,
proveniente das deformações.

No elemento, surge uma linha


chamada de neutra, onde as tensões
são nulas, que "divide" a seção em
duas partes: uma parte em que os
pontos são tracionados e outra, em
que os pontos são comprimidos.
_4.1_ Conteúdo do livro
As cargas do próprio elemento favorecem a flexão da peça, estrutura, produto. Podendo ter a ação
de cargas pontuais além das distribuídas ao longo do comprimento. Estudar o comportamento da
flexão é importante para vida útil e perfeito dimensionamento, favorecendo a melhor relação de
custo-benefício.

No capítulo Flexão I, você encontra detalhes sobre flexão tratados nesta Unidade de
Aprendizagem. O livro é Ensaios mecânicos que serve de material base para esta disciplina.
~UMÁRIO
Unidade 1

Objetivos, classificação e tipos dos ensaios mecânicos .............. 15


Cláudia Luísa Mendes
Objetivos de realizar ensaios mecânicos..................................................................................... 15
Classificação dos ensa ios mecânicos............................................................................................. 19
Tipos de ensaios mecânicos realiLados pela indúslria ...................................................... 22

Normalização .............................................................................................. 29
Cláudia Luísa Mendes
Normas técnicas para ensaios mecânicos .................................................................................. 29
Relação entre qualidade, conformidade e normalização ................................................ 3/
Efeito da normalização na qualidade de processos produtivos .................................. 39

Ensaios destrutivos................................................................................... 43
Cláudia Luisa Mendes
Conceito de ensaios destrutivas e aplicações .........................................................................43
Ensaios destrutivas existentes............................................................................................................ 45
Identificação do tipo de ensaio de acordo com a propriedade
ou falha que precisa ser investigada ........................................................................................ 54

Ensaio de tração ......................................................................................... 61


Afine Morais da Silveira
Execução do ensaio de tração ........................................................................................................... 61
Diagrama tensão-deformação ...........................................................................................................65
Identificando propriedades do material a partir do diagrama
tensão-defarmação .............................................................................................................................68

Unidade 2

Ensaio de compressão ............................................................................. 75


Afine Morais da Silveira
Execução do ensaio de compressão .............................................................................................75
Propriedades aval iadas pelo ensaio de compressão ........................................................... 79
Aplicações relacionadas à prática na indúsLria ........................................................................ ~

Flexão 1 . .................. ... ................... ...... . ............... .................... . ....... ...... . .... .... 87
Aline Morais da Silveira
Efeito da flexão em elementos estruturais.................................................................................81
Centroide, linha neutra e momento de inércia ....................................................................... 91
Estruturas nas quais há efeito de flexão ......................................................................................94

Torção 1........ . .... ........ . ............. ............................ ......... ................. ................. 99


Afine Morais da Silveira
Comportamento estrutural devido à torção ............................................................................99
Deformação de cisalhamento gerada pela Lorção ............................................................ 100
Cálculo do momento torsor ............................................................................................................. 104
flJnidade 3

Ensaias destrutivas e ensaios não destrutivas ............................ 109


Cláudia Luisa Mendes
Qua ndo aplicar ensaios destrutivos e ensaios não destrutivos................................. 109
Casos de ensaios destrutivos e não destrutivos em componentes
que não podem ser levados até o laboratório ................................................................. 112
Como elaborar um relatório de ensaio dentro das normas técnicas ...................... 11 6

Ensa io de dureza 1 ............................................................................. ...... 123


Afine Morais da Silveira
Método Brinell de medição de dureza ...................................................................................... 123
Cá lculo dos resu ltados do ensaio .................................................................................................. 128
LAplicações industriais ........................................................................................................................... 1~

~saio de impacto ................................................................................... 1351


Afine Morais da Silveira
Etapas do ensaio de impacto ........................................................................................................... 135
Comportamento dos materia is dúcteis e frágeis ................................................................ 138
Relação entre o comportamento dos materiais e o resu ltado do ensaio ............ 141

Ensaio de fadiga ....................................................................................... 145


Afine Morais da Silveira
Mecanismo de deformação em que ocorre a fadiga ........................................................ 145
Ensaio de fadiga e suas variáveis significativas ..................................................................... 148
Aplicação prática do ensaio de fadiga ........................................................................................ 153

Ensaio de fluência ................................................................................... 155


Afine Morais da Silveira
Mecanismo de deformação em que ocorre a fluência .................................................... 155

L Ensaio de fluência e suas variáveis significativas .................................................................. 157


Aplicações práticas do ensaio de fluência .............................................................................. 16..:.J

Unidade 4

Ultrassom .................................................................................................. 165


Cláudia Luísa Mendes
Princípios básicos do ultrassom ..................................................................................................... 165
Exemplos de aplicações do ensaio por ultrassom ............................................................. 169
Recursos materiais e humanos necessários para a execução
de ensaios de ultrassom ................................................................................................................. 172

Raios X e raios Gama ..............................................................................177


Cláudia Luísa Mendes
Aplicação dos ra ios X e Gama em ensaios não des trutivos .......................................... 11 /
Energia de raios X e raios Ga ma ..................................................................................................... 18 0
Aplicações práticas de ensaios não destru livos empregando
raios X e raios Gama .......................................................................................................................... 184
Tomografia computadorizada ............................................................195
Cláudia Luisa M endes
Princípio de funcionamento da tomografia computadoriLada ................................ 195
Aplicações da tomografia computadorizada em ensaios
mecânicos não destrutivos ...........................................................................................................197
Geração de imagens 20 e 30 por meio da tomografia computadorizada ...... 20 O

Partículas magnéticas e líquidos penetrantes ............................. 207


Cláudia Luisa M endes
Princípio da aplicação de partícu las magnéticas em
ensaios mecânicos não destrutivos........................................................................................ 208
Uso de líquido penetra nte na detecção de trincas ........................................................... 211
Etapas de preparação das superfícies a serem exploradas
com partículas magnéticas e líquidos penetrantes ......................................................213

. Gabarito ...................................................................... 22~

Objetivos, Torção I 1. e Ultrassom 1. d


1. d
classificação e 2. c
tipos de ensaios 2. d 2. e
mecânicos 3. b 3. c
3. c
4. c 4. d
4. a
5. a 5. a
5. b

Raios X e 1. d
Normalização 1. b Ensaios
1. b raios Gama
destrutivos e 2. c
2. e não destrutivos 2. c
3. c
3. b 3. e
4. d
4. c 4. d
5. e
5. e 5. a

Ensaios 1. d Ensaio de 1. a
destrutivos 2. a dureza I Tomografia 1. b
2. a computadorizada
3. d 2. d
3. d
4. b 3. c
4. e
5. c 4. e
5. a
5. a

1. a Ensaio de 1. d Partículas 1. c
Ensaio de tração
impacto 2. c magnéticas e
2. a 2. e
líquidos
3. b 3. d penetrantes 3. d
4. c 4. e 4. e
5. c 5. d 5. a

1. a Ensaio de 1. a
Ensaio de
fadiga
compressão 2. e 2. d
3. a 3. a
4. c 4. c
5. e 5. e

Flexão I Ensaio de
1. e 1. d
fluência
2. a 2. e
3. d 3. d
4. b 4. b
5. c 5. b
Flexão I
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

„„ Analisar o efeito da flexão em peças e componentes estruturais.


„„ Revisar o cálculo de centroide nas seções transversais e o cálculo do
momento de inércia.
„„ Identificar estruturas nas quais há efeito de flexão.

Introdução
A flexão é um esforço normalmente resultante de carregamentos trans-
versais que curvam o corpo e geram uma distribuição de tensões em
seu interior. O esforço de flexão é muito comum em nosso cotidiano, em
prédios, pontes, escadas, veículos automotores e mais uma infinidade de
produtos e situações.
Neste capítulo, você vai estudar a flexão e seus efeitos em peças e
componentes estruturais; vai revisar o cálculo de algumas propriedades
de suma importância no estudo da flexão, além de identificar estruturas
em que há o efeito da flexão.

Efeito da flexão em elementos estruturais


As peças estudadas na flexão normalmente são barras, na maioria das vezes
de eixo reto e seção constante. Dependendo da aplicação, a barra pode ter
diferentes denominações, como viga (a mais comum), pilar, eixo, biela, tirante,
cabo, etc.
O corte perpendicular ao eixo da barra é chamado de seção transversal e
pode ter diversas formas, como ilustrado na Figura 1.
2 Flexão I

Retangular Tubular Seção em I Seção em C


retangular

Seção em T Circular cheia Circular vazada

Figura 1. Seções transversais de algumas barras.


Fonte: Adaptada de Rodrigues (2015, documento on-line).

As vigas podem também ser classificadas de acordo com seus apoios,


conforme Figura 2:

„„ Viga simplesmente apoiada — tem apoio fixo em uma extremidade


e um apoio móvel na outra.
„„ Viga em balanço — é engastada em uma extremidade e livre na outra.
„„ Viga biengastada — tem as duas extremidades engastadas.

(a) (b) (c)

Figura 2. Viga: (a) simplesmente apoiada, (b) em balanço e (c) biengastada.


Fonte: Adaptada de Dicionário Ilustrado Estruturas – PréIC (2012, documento on-line).
Flexão I 3

Quando submetidas a uma carga externa, as vigas reagem nos apoios ou


pontos de contato. A carga externa pode ser concentrada em uma pequena
área ou distribuída linearmente ao longo de uma área. Na Figura 2, a carga
externa distribuída é representada pelas setas.
Duas situações são necessárias para que um corpo permaneça em equilíbrio:
o equilíbrio de forças, para que o corpo não sofra translação ou aceleração; e
o equilíbrio de momentos, para que o corpo não sofra rotação. Ilustrados na
Figura 3, forças e momentos são descritos a seguir.

„„ Força normal (N) — é criada quando as forças externas tendem a


tracionar ou comprimir o corpo. Esta força atua de forma perpendicular
à área e pode ser:
■■ força normal de tração, que tende a produzir um alongamento junto
à seção considerada. É uma força positiva e orientada para fora da
seção;
■■ força normal de compressão, que tende a produzir um encurtamento
junto à seção considerada. É uma força negativa e orientada para o
centro da seção.
„„ Força cortante ou de cisalhamento (V) — é criada quando as forças
externas tendem a provocar um deslizamento entre duas partes do
corpo. Esta força atua de forma paralela à área.
„„ Momento de torção ou momento torçor (T) — ocorre quando as cargas
externas tendem a torcer uma parte do corpo em relação à outra. Este
momento atua de forma paralela à área.
„„ Momento de flexão ou momento fletor (M) — ocorre quando as
cargas externas tendem a fletir o corpo em relação ao eixo localizado
no plano da área. O esforço de flexão positivo produz um alongamento
(tração) na parte de baixo da barra e um encurtamento (compressão) na
parte de cima da barra, junto à seção considerada.
4 Flexão I

(a)
F4
F3

Seção

F1 F2

(b) Momento
de torção
Força
T normal
M F


V Força de
 cisalhamento
Momento M
fletor

F1 F2

Figura 3. (a) Corpo mantido em equilíbrio por quatro forças externas e (b)
componentes que atuam no corpo.
Fonte: Adaptada de Hibbeler (2004, p. 5).
Flexão I 5

Quando a carga de flexão é aplicada sobre uma viga, no seu interior são
gerados a força cortante e o momento fletor, que variam ao longo do eixo
longitudinal, dependendo de onde a carga é aplicada.

Alguns componentes estruturais estão sujeitos à concentração de tensão em pontos


onde há uma mudança na seção transversal, como entalhes e furos. Quanto mais severa
for a mudança, mais significativa será a concentração de tensão, principalmente se o
material for frágil e/ou sujeito à fadiga.

Centroide, linha neutra e momento de inércia


Centroide (C) é o centro geométrico de um corpo. Se o corpo possui apenas
um eixo de simetria, o centroide se localiza ao longo dele. Quando tem dois,
o centroide se localiza na sua interseção.
Linha neutra é a interseção de uma superfície neutra que passa ao longo
uma sob flexão
do eixo longitudinal do corpo com qualquer seção transversal. A linha neutra
pura e
representa fisicamente o eixo em torno do qual gira a seção, passando pelo
material
centro geométrico (centroide) do corpo e não se deslocando durante a flexão. homogêneo,
Momento de inércia (I) pode ser definido como a resistência à rotação
que um corpo oferece durante a deformação por flexão. Também é chamado
de módulo de rigidez à flexão da viga.

Quanto maior for o momento de inércia de um corpo, menor será a tensão, e conse-
quentemente, menor será a deformação.

Na Figura 4 são apresentadas propriedades geométricas, como momento


de inércia e o centroide, de alguns elementos de área mais comuns.
> Momento de Inércia (I) / Momento Inércia de Área / Momento de Área de
Segunda Ordem [m^4]: é uma medida de como uma área é distribuída em torno
de um eixo. Sob flexão, uma viga com seção de maior I resistirá mais,
apresentará menor tensão de flexão. I depende apenas geometria da área e
do eixo selecionado, mas não depende de esforços / materiais envolvidos.
> A nomenclatura Momento de Área de Segunda Ordem é mais apropriada, pois,
por seu cálculo envolver área vezes distância ao quadrado, concorda bem
com a nomenclatura Momento de Área de Primeira Ordem, cujo cálculo envolve
área vezes distância; além disso, seu cálculo não envolve massa / inércia
do corpo, como é o caso do Momento de Inércia de Massa [kg.m^2], que é
uma medida de como uma massa é distribuída em torno de um eixo; em
dinâmica, um corpo com maior momento de inércia de massa, apresentará
maior resistência à mudança no seu movimento de rotação (análogo à massa
no movimento de translação); depende tanto da geometria (tamanho e forma)
como da densidade (material) do corpo.
> Atenção: em engenharia, é comum usar o termo "momento de inércia" sem
qualificador, supondo-se que o contexto possibilite saber se está se
tratando de área ou de massa.
Adaptado de [Plesha, Mecânica para Engenharia: Estática, 2014] e [Beer et
al., Mecânica dos Materiais, ed. 5, 2011]

elm = De https://4semestrecivil.files.wordpress.com/2015/02/apostila-flexc3a3o-em-
vigas.pdf
Hipóteses - Os modelos de flexão utilizados em nosso estudo de resistência dos
materiais baseiamse nas seguintes hipóteses:
Sobre o Corpo Sólido
I - O material é considerado homogêneo e isotrópico;
II - A viga admite um plano de simetria;
III - O corpo é formado por um conjunto de fibras unidas entre si e paralelas ao
plano longitudinal.
Sobre as forças
IV - As forças atuam no plano de simetria;
V - As forças atuantes são perpendiculares ao eixo, portanto trata-se de um problema
de flexão simples:
Sobre Deformações
VI. Hipótese de Bernoulli: Os sólidos sob flexão são elásticos longitudinalmente e
rígidos transversalmente.
VII. Hipótese de Navier:
Sob ação de cargas de flexão, algumas fibras longitudinais que compõem o corpo
sólido são submetidas à tração e outras “a compressão, existindo uma Superfície
intermediária onde a deformação (εx) e a tensão (σx) para as fibras nela cintidas
tornam-se nulas, isto é, não se encurtam e nem se alongam. Esta superfície é chamada
de superfície neutra. A superfície neutra intercepta uma dada secção transversal da
barra segundo uma reta chamada linha neutra.
- Os esforços de tração e compressão aumentam à medida que se afastam da superfície
neutra, atingindo sua máxima na fibras mais distantes a ela.
- O material obedece a Lei de Hooke, ou seja, as tensões e deformações produzidas no
sólido estão abaixo do limite de proporcionalidade do material (regime elástico).
Conclusões:
1. Supondo uma viga submetida a esforços de flexão, constituída por uma série de
fibras planas longitudinais, as fibras próximas à superfície convexa estão sob
tração e portanto sofrem um aumento em seu comprimento. Da mesma forma, as fibras
próximas à superfície côncava estão sob compressão e sofrem uma diminuição no seu
comprimento. Como na superfície neutra o esforço é nulo, a deformação resultante
também será nula, sendo assim um plano de transição entre as deformações de tração e
compressão.
2. De acordo com a Lei de Hooke, a tensão varia linearmente com a deformação. Desta
forma temos que a tensão de flexão varia linearmente numa dada seção transversal de
uma viga, passando por zero (tensão nula) na linha neutra.
6 Flexão I

  

  =  

  

 
 = 




 = 


 
 
  =  
 
 

 π2
=
2

4  = π 4

 3π
    =  π 4


= π 2
1
 = π 4
 4
 1
 = π
 4 4

2

5

2
= 
3


3 declividade nula
 
8

Figura 4. Propriedades geométricas de alguns elementos de área.


Fonte: Adaptada de Hibbeler (2004, p. 672).

Para o caso de áreas compostas, como os perfis T e I, normalmente as


áreas são divididas em áreas mais simples. Nesses casos, o centroide (e, con-
sequentemente, a linha neutra) pode ser calculado pelas seguintes equações:
Flexão I 7

∑x~A
x– =
∑A

∑y~A
y– =
∑A

Onde ~xe~y são as distâncias algébricas do centroide de cada parte do com-


ponente e ∑A representa a área total, ou seja, a soma das áreas componentes.
Já o momento de inércia de áreas compostas pode ser calculado pela
equação:

I = ∑ (I x’ + Ady2)


Onde I x’é o momento de inércia em torno do eixo x’ (sendo x’ o eixo do
centroide), A é a área e dy é a distância entre os eixos paralelos x e x’.

em relação ao eixo x' (paralelo


a x que passa pelo centróide C),

Cálculo do centroide e do momento de inércia para área de seção transversal T ilustrada


a seguir.


8 pol

3 pol


11,5 pol
10 pol

5 pol


2 pol
8 Flexão I

Centroide:
O eixo y foi posicionado ao longo do eixo de simetria, de modo que x– = 0. Para
obtermos y–, definimos o eixo x ao longo da base da área. A área foi dividia em dois
retângulos. Dessa forma temos:

∑y~A {[5 pol] (10 pol) (2 pol))} + {[11,5 pol] (3 pol)(8 pol)}
y–= = = 8,55 pol
∑A (10 pol) (2 pol) + (3 pol) (8 pol)

Momento de inércia:

8 pol
1,5 pol
1,5 pol 4,45 pol


10 pol
8,55 pol
5 pol

2 pol

A área foi dividida em dois retângulos, determinando a distância do eixo x’ para


cada eixo do centroide.

I = [∑ ( bh
3

12
+ (bh) (dy)2]
1
= [ 12 (2pol) (10 pol)3 + (2 pol) (10 pol) (8,55 pol – 5 pol)2]
1
+ [ 12 (8 pol) (3 pol)3 + (8 pol) (3 pol) (4,45 pol – 1,5 pol)2] = 646 pol4

Estruturas nas quais há efeito de flexão


Segundo Hibbeler (2004) as vigas (barras compridas e retas com área de seção
transversal constante), são consideradas o mais importante dos componentes
estruturais, pois estão presentes em edificações, pontes, aviões, automóveis,
guindastes, entre outras aplicações.
Todas as vigas submetidas à flexão devem resistir aos esforços de tração e
compressão. O concreto, por exemplo, tem baixa resistência, principalmente à
tração. Para compensar esta deficiência e fazer com que ele resista ao momento
Flexão I 9

fletor, são adicionadas barras de aço no seu interior, principalmente onde o


material sofre tração.
Escadas, andaimes e postes, são exemplos de estruturas da construção civil
que também sofrem esforços de flexão. Na ginástica artística, temos outros,
como o trampolim de uma piscina (Figura 5), onde a carga é concentrada na
extremidade sem apoio da viga em balanço, causando uma compressão na
parte inferior do trampolim e uma tração na parte superior. É semelhante
ao que ocorre na vara de salto (Figura 6), onde a carga é concentrada na
extremidade superior enquanto a outra extremidade está apoiada no chão. No
caso do cavalo, as alças (Figura 7) são biapoiadas e sofrem a flexão no centro.

Figura 5. Trampolim.
Fonte: Adaptada de Raul Ruano Pavon/Shutterstock.com.

Figura 6. Salto com vara.


Fonte: sirtravelalot/Shutterstock.com.
10 Flexão I

Figura 7. Cavalo com alças.


Fonte: Polhansen/Shutterstock.com.

Diversos objetos de nosso uso cotidiano sofrem esforços de flexão, tais


como o assento de uma cadeira; o galho de uma árvore com uma criança
andando de balanço; o cabo de energia entre dois postes com um passarinho
sentado sobre ele; a barra de academia, onde as mãos do usuário são o apoio
e as anilhas são a carga; os trilhos de uma ferrovia bem como o próprio trem,
além de carros, motos, ônibus e caminhões. Em grande parte destes casos,
o corpo que sofre o esforço não tem uma seção transversal constante, o que
pode dificultar a análise e a determinação de propriedades, esforços e reações.

Acesse o link a seguir para assistir a um vídeo que explica


o momento fletor.

https://goo.gl/r6DaZS

https://youtu.be/So7bmKCRvwg 11 min

Vida Engenharia Aug 5, 2016


Flexão I 11

1. A estrutura de barra abaixo está a) Flexão; Fibra inferior: compressão;


suportando uma carga distribuída Fibra superior: tração; Ponto de
de forma uniforme. Indique a que maior deslocamento vertical: B.
tipo de solicitação principal ela está b) Flexão; Fibra inferior: tração; Fibra
submetida e o que ocorre nas fibras superior: compressão; Ponto de
superiores e inferiores quando a maior deslocamento vertical: B.
estrutura se encontra deformada. c) Flexão; Fibra inferior: tração; Fibra
superior: compressão; Ponto de
maior deslocamento vertical: A.
d) Esforço Normal; Fibra inferior:
tração; Fibra superior:
compressão; Ponto de maior
deslocamento vertical: A.
e) Esforço Normal; Fibra inferior:
a) Esforço normal; Fibra compressão; Fibra superior:
inferior: tração; Fibra tração; Ponto de maior
superior: compressão. deslocamento vertical: A.
b) Torção; Fibra inferior: compressão; 3. Calcule o ponto onde passa
Fibra superior: tração. a linha neutra na seção
c) Torção; Fibra inferior: tração; semicircular indicada a seguir.
Fibra superior: compressão.
d) Flexão; Fibra inferior: compressão;
Fibra superior: tração.
e) Flexão; Fibra inferior: tração;
Fibra superior: compressão. a) Linha neutra = 12 mm
2. A estrutura de barra abaixo está (em relação à base)
suportando uma carga distribuída b) Linha neutra = 8,2 mm
de forma uniforme. Indique a (em relação à base)
que tipo de solicitação principal c) Linha neutra = 6,9 mm
ela está submetida, o que ocorre (em relação à base)
nas fibras superiores e inferiores d) Linha neutra = 5,1 mm
quando a estrutura se encontra (em relação à base)
deformada, e em qual ponto ocorre e) Linha neutra = 3,4 mm
o maior deslocamento vertical. (em relação à base)
4. Calcule o ponto onde passa
a linha neutra na seção perfil
T, indicada a seguir.
12 Flexão I

e entre os momentos de inércia


das seções indicadas a seguir.

a) Linha neutra = 42 mm
(em relação à base) a) Centroide: (1) = (2); Momento
b) Linha neutra = 38 mm de Inércia: (1) = 1,33 ∙ (2)
(em relação à base) b) Centroide: (1) ≠ (2); Momento
c) Linha neutra = 36 mm de Inércia: (1) = 1,77 ∙ (2)
(em relação à base) c) Centroide: (1) = (2); Momento
d) Linha neutra = 32 mm de Inércia: (1) = 1,77 ∙ (2)
(em relação à base) d) Centroide: (1) ≠ (2); Momento
e) Linha neutra = 28 mm de Inércia: (1) = 2,3 ∙ (2)
(em relação à base) e) Centroide: (1) = (2); Momento
5. Calculando as seções (a) e (b), diga de Inércia: (1) = 2,3 ∙ (2)
qual a relação entre os centroides

DICIONÁRIO Ilustrado Estruturas – PréIC. 2012. Disponível em: <http://dicioilustrado-


estruturas.blogspot.com/>. Acesso em: 05 jul. 2018.
HIBBELER, R. C. Resistência dos materiais. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2004.
RODRIGUES, R. Momento de inércia de pilares e vigas I. 2015. Disponível em: <https://
engiobra.com/calculadoras/momento-inercia/pilares-vigas-i/>. Acesso em: 05 jul. 2018.

Leitura recomendada
GARCIA, A. Ensaios dos materiais. 2. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2012.
_4.1_ Dica do professor
Resumidamente o momento de inércia expressa o grau de dificuldade em se alterar o estado de
movimento de um corpo em rotação. Imagine uma régua escolar, quando deitada é possível dobrá-
la facilmente, agora, com régua “em pé”, não é possível sem fazer muita força. O material é o
mesmo, a seção é a mesma, simplesmente alterando-se a posição da seção transversal, a resistência
do elemento aumenta consideravelmente.

Veja na Dica de hoje como o tipo da seção transversal, e sua posição, podem influenciar
diretamente na flexão e quantidade de deformação dos elementos.

https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/
ec6e0c8a944695e394aabcd786b43533

6 min

elm = sem
transcrição,
principais
slides
bastam...
_4.1_ Exercícios

1) A estrutura de barra abaixo está suportando uma carga distribuída de forma uniforme. Indique que
tipo de solicitação principal ela está submetida e o que ocorre nas fibras superiores e inferiores
quando a estrutura encontra-se deformada.

A) Esforço normal; Fibra inferior: tração; Fibra superior: compressão.

B) Torção; Fibra inferior: compressão; Fibra superior: tração.

C) Torção; Fibra inferior: tração; Fibra superior: compressão.

D) Flexão; Fibra inferior: compressão; Fibra superior: tração.

E) Flexão; Fibra inferior: tração; Fibra superior: compressão.


2) A estrutura de barra abaixo está suportando uma carga distribuída de forma uniforme. Indique que
tipo de solicitação principal ela está submetida, que ocorre nas fibras superiores e inferiores,
quando a estrutura encontra-se deformada, e em qual ponto ocorre o maior deslocamento vertical.

A) Flexão; Fibra inferior: compressão; Fibra superior: tração; Ponto de maior deslocamento
vertical: B.

B) Flexão; Fibra inferior: tração; Fibra superior: compressão; Ponto de maior deslocamento
vertical: B.

C) Flexão; Fibra inferior: tração; Fibra superior: compressão; Ponto de maior deslocamento
vertical: A.

D) Esforço Normal; Fibra inferior: tração; Fibra superior: compressão; Ponto de maior
deslocamento vertical: A.

E) Esforço Normal; Fibra inferior: compressão; Fibra superior: tração; Ponto de maior
deslocamento vertical: A.
3) Calcule o ponto onde passa a linha neutra na seção semicircular indicada abaixo:

A) Linha neutra = 12 mm (em relação à base)

B) Linha neutra = 8,2 mm (em relação à base)

C) Linha neutra = 6,9 mm (em relação à base)

D) Linha neutra = 5,1 mm (em relação à base)

E) Linha neutra = 3,4 mm (em relação à base)

elm = Exercício 3. Anular.


- Enunciado apresenta dados insuficientes para resolver o problema.
Obs.1: é provável que o enunciado visou à localização do centroide, ponto da linha neutra
sob determinadas condições, mas não sempre, contraexemplos: sob tração simples; flexão em
barra composta por diferentes materiais; carregamento axial excêntrico.
Obs.2: a figura deveria mostrar os eixos xy e o enunciado especificar a solicitação
envolvida, por exemplo flexão pura com momento aplicado na direção do eixo x e supor válidas
as hipóteses de modelos de flexão em estudos de resistência dos materiais.
4) Calcule o ponto onde passa a linha neutra na seção perfil T, indicada abaixo:

A) Linha neutra = 42 mm (em relação à base)

B) Linha neutra = 38 mm (em relação à base)

C) Linha neutra = 36 mm (em relação à base)

D) Linha neutra = 32 mm (em relação à base)

E) Linha neutra = 28 mm (em relação à base)

elm = Exercício 4. Anular.


- Enunciado apresenta dados insuficientes para resolver o problema.
Obs.1: é provável que o enunciado visou à localização do centroide, ponto da linha neutra sob
determinadas condições, mas não sempre, contraexemplos: sob tração simples; flexão em barra
composta por diferentes materiais; carregamento axial excêntrico.
Obs.2: a figura deveria mostrar os eixos xy e o enunciado especificar a solicitação
envolvida, por exemplo flexão pura com momento aplicado na direção do eixo x e supor válidas
as hipóteses de modelos de flexão em estudos de resistência dos materiais.
5) Calculando as seções (a) e (b), diga qual a relação entre os centroides e entre os momentos de
inércia das seções indicadas abaixo.

A) Centroide: (1) = (2); Momento de Inércia: (1) = 1,33*(2)

B) Centroide: (1) ≠ (2); Momento de Inércia: (1) = 1,77*(2)

C) Centroide: (1) = (2); Momento de Inércia: (1) = 1,77*(2)

D) Centroide: (1) ≠ (2); Momento de Inércia: (1) = 2,3*(2)

E) Centroide: (1) = (2); Momento de Inércia: (1) = 2,3*(2)

elm = Exercício 5. Anular.


- Enunciado apresenta dados imprecisos para resolver o problema.
Obs.: é provável que o enunciado visou relação dos momentos principais de inércia horizontal,
mas deveria indicar isso claramente, ou então, mostrar na figura o eixo em relação ao qual o
momento deve ser calculado.
_4.1_ Na prática
A flexão em um elemento estrutural pode ser gerada pela aplicação de cargas de forma
perpendicular ao eixo da barra, ou, então, por momentos fletores concentrados, obtidos da
aplicação de cargas excêntricas. A flexão provoca uma deformação perpendicular ao eixo da barra.

Na Prática, pode-se observar este tipo de solicitação em elementos mais simples, como estruturas
de suporte de sofás/bancos, prateleiras e paradas de ônibus, bem como em estruturas que
apresentam um nível de carga bem maior, como vigas de edifícios, vigas de pontes, componentes
mecânicos.

Cabe comentar que quanto maior o vão livre, ou seja, ausência de apoios
intermediários, maior será a flexão na estrutura e menor será sua capacidade
de carga.

elm = imagem com desenho de estante, sofá e ponte descartadas...


_4.1_ Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

Análise dos esforços tensionais de compressão, flexão e


cisalhamento em elementos estruturais de alvenaria
Neste link você terá acesso a uma dissertação que propõe fazer uma análise computacional dos
esforços tensionais nos elementos estruturais de alvenaria. Confira!
http://poscivil.sites.uff.br/wp-content/uploads/sites/461/2018/10/dissertacao.pdf

pdf 198p

Flexão Pura Normal


Neste vídeo será abordado sobre a introdução de Flexão Pura, Flexão Simples, Flexão Normal
(ortogonal) e Flexão Oblíqua; Será também abordado as Hipóteses básicas: Seções inicialmente
planas permanecem planas após a deformação por flexão (Bernoulli-Navier), Material elástico,
linear, homogêneo e isótropo (Hooke); Iniciará os estudo da Flexão Pura Normal.

https://youtu.be/DXNpVr1w9Ds 15 min

Resistência dos Materiais Nov 24, 2020 Resistência dos Materiais: Capítulo 5- Flexão Pura
e Simples (Normal e Oblíqua) 1- farei uma breve introdução sobre o significado de cada
assunto: Flexão Pura, Flexão Simples, Flexão Normal (ortogonal) e Flexão Oblíqua; 2- Falarei
sobre as Hipóteses básicas: Seções inicialmente planas permanecem planas após a deformação
por flexão (Bernoulli-Navier), Material elástico, linear, homogêneo e isótropo (Hooke); 3-
Iniciarei o estudo da Flexão Pura Normal.
- Docente: Gilberto Carbonari - Discente: Beatriz Catanelli Freschi

Aplicação da teoria do dano concentrado para estimativa da


rigidez à flexão em vigas de concreto simples
O presente trabalho trata da aplicação da Teoria do Dano Concentrado (TDC) para estimar arigidez
à flexão em vigas de concreto simples submetidas ao ensaio experimental de flexão de quatro
pontos.

https://paginas.fe.up.pt/~tem2/Proceedings_TEMM2018/data/papers/7374.pdf

artigo pdf 10p


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E CRÉDITOS DE IMAGENS
BEER, FERDINAND P.; JOHNSTON JR., E. RUSSEL; DEWOLF, JOHN T.; MAZUREK, DAVID F. Estática e
mecânica dos materiais. Porto Alegre: AMGH, 2013.
Banco de imagens Shutterstock.
SAGAH, 2015

EQUIPE SAGAH
Coordenador(a) de Curso
Alexandre Baroni
Professor(a)
Paula Manica Lazzari
Gerente
Rodrigo Severo
Aula 4.2
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS - C (2023.OUT)
1.1 - Introdução à Resistência dos Materiais
1.2 - Tensão: forças
2.1 - Tensão, deformação e módulos de elasticidade
2.2 - Tensão de cisalhamento e esmagamento
3.1 - Torção: tensão de cisalhamento
3.2 - Torção I
4.1 - Flexão I
4.2 - Círculo de Mohr Para o Estado Plano de Tensões

Círculo de Mohr Para o Estado Plano de Tensões


_4.2_
Apresentação
Desenvolvido inicialmente pelo engenheiro alemão Otto Mohr, entre 1860 e 1914, o Círculo de
Mohr é aplicado na resolução de cálculos de forma gráfica, em determinadas tensões representadas
em um plano cartesiano bidimensional. Seus círculos possibilitam a transformação de coordenadas
de deformações, de tensões principais, de cisalhamento e dos produtos de inércia de figuras
planas. Além disso, é com o auxílio da Teoria das Falhas do Círculo de Mohr que se descobre o
limite de um determinado material na presença de esforços, até o momento de sua falha.

Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai acompanhar o surgimento e a aplicação do Círculo de


Mohr, conhecendo algumas das fórmulas básicas relacionadas com a transformação de tensões no
estado plano de tensão. Você também irá aprender a utilizar o critério de ruptura de Mohr, o qual
se baseia em três simples ensaios – tração, compressão e cisalhamento –, e, na continuidade do
estudo desta lei, conhecerá as tensões em um plano genérico para entender a construção do
Círculo de Mohr.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Descrever a aplicação do Círculo de Mohr.


• Reconhecer o critério de ruptura de Mohr.
• Definir tensões em um plano genérico.

elm = Avaliação da aula. Péssima. Assinalada opções - Erros no conteúdo; - Precisei pesquisar
mais; - Conteúdo Livro difícil (qdo assinala <regular, só há opções para assinalar) + Erro
nos exercícios ; Conteudo desatualizado.
_4.2_ Desafio
Em um projeto de estruturas e componentes de máquinas, é de extrema importância conhecer as
tensões normais e as tensões de cisalhamento dos elementos que compõem esses sistemas.

No desenvolvimento de projeto de um mecanismo, seu supervisor solicitou que você utilizasse o


Círculo de Mohr para fazer os cálculos de um determinado componente de face perpendicular ao
eixo x (figura anexa), com tensão normal de tração e tensão de cisalhamento que, por sua vez,
tende a girar o elemento no sentido horário.

DESENVOLVIMENTO DE UM
PROJETO DE MECANISMO

A partir das informações e da figura acima, você deverá:

a) Desenvolver o Círculo de Mohr.


b) Determinar os planos e as tensões principais.
c) Determinar os componentes de tensão.

elm = s1=+132 MPa ; s2=+28MPa ; Taumax=52MPa ; Thetap=33,69gr anti-horário.


Padrão de resposta esperado

a) Círculo de Mohr:

b) Planos e tensões principais:

c) Componentes de tensão que atuam no elemento obtido pela rotação do


elemento dado no sentido anti-horário de 30º:

elm = item c
não perguntou
isto... (erro
no enunciado,
para
variar...)

Faltou circ
Mohr
mostrando K
L x' y'...
_4.2_ Infográfico
Se a realização de cálculos complexos com o auxílio de calculadoras e softwares de engenharia já
não é algo tão simples nos dias de hoje, imagine como era a vida dos matemáticos, físicos e
engenheiros do início do século passado, sem toda essa tecnologia.

No Infográfico a seguir, você vai acompanhar um exemplo para desenvolver cada etapa dos
cálculos utilizando um software específico para o Círculo de Mohr.

CÍRCULO DE MOHR
Exemplo das etapas de utilização de um software para desenvolvimento dos
cálculos do Círculo de Mohr.

PRIMEIRA ETAPA Desenvolver a planilha para o estado simples de tensões.


Nesta etapa, o programa trata de um elemento solicitado por um estado
simples de tensões, de modo que o dado de entrada seja σ , e realiza as
seguintes funções: cálculo das tensões normais e de cisalhamento na seção
inclinada e plotagem do Círculo de Mohr referente ao elemento, incluindo o
raio que chega ao ponto representativo de uma seção, cuja normal está
inclinada em ϕ .

Elemento de
partida em torno
do ponto
solicitado

SEGUNDA ETAPA O programa aborda um elemento solicitado por um estado plano


de tensões, considerando os dados de entrada σx , σy e τxy , e realiza
as seguintes funções: cálculo das tensões normas e de cisalhamento na seção
inclinada de ϕ , determinação das tensões normais máxima e mínima para o
elemento solicitado, e plotagem do Círculo de Mohr generalizado, incluindo o
raio que chega ao ponto representativo de uma seção cuja normal está
inclinada de ϕ .
Elemento de
partida em torno
do ponto
solicitado

TERCEIRA ETAPA O programa trata de um elemento solicitado por um estado


triplo de tensões, na posição principal, sendo que os dados de entrada são
σ1 , σ2 e σ3 , e realiza as seguintes funções: cálculo das tensões
normais máxima e mínima, bem como da tensão máxima de cisalhamento absoluta,
e plotagem do Círculo de Mohr generalizado, incluindo o raio que chega ao
ponto da tensão máxima absoluta de cisalhamento.

Elemento de
partida em torno
do ponto solicitado
_4.2_ Conteúdo do livro
Você vai estudar o círculo de Mohr, utilizado para o estado plano de tensões. Desenvolvido pelo
engenheiro alemão Otto Mohr (1835-1918), que seus círculos são utilizados para a transformação
de coordenadas das deformações de forma simples, por meio de representações gráficas em um
plano cartesiano de esforços de tração, compressão e cisalhamento. Dessa forma, determina-se o
componente mais adequado em um projeto, em função de seus esforços e de sua aplicabilidade.

No capítulo Círculo de Mohr para o estado plano de tensões, da obra Resistência dos materiais, você
vai ver o surgimento e a aplicação do Círculo de Mohr.

Boa leitura.

elm = livro não encontrado na bib virtual.

Abhilfe pdf

LivrPt_Civ_Resistencia_Materiais_Hibbeler_

LivrPt_Civ_Mecanica_Materiais_Beer_etal_

LivrPt_Civ_Mecanica_p_Engenharia_Estatica_Pl
esha_2014_Parts_elm
(este disp na bib virtual !!)
Círculo de Mohr para o
estado plano de tensões
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Descrever a aplicação do círculo de Mohr.


 Reconhecer o critério de ruptura de Mohr.
 Definir tensões em um plano genérico.

Introdução
Desenvolvido inicialmente pelo engenheiro alemão Otto Mohr, entre
1860 e 1914, o círculo de Mohr é aplicado na resolução de cálculos de
forma gráfica, em determinadas tensões representadas em um plano
cartesiano bidimensional. Seus círculos possibilitam a transformação de
coordenadas das deformações, das tensões principais, do cisalhamento
e dos produtos de inércia de figuras planas. Além disso, é com o auxílio
da teoria das falhas do círculo de Mohr que descobrimos o limite de um
determinado material na presença de esforços, até o momento de sua
falha.
Neste capítulo, você vai estudar o surgimento e a aplicação do círculo
de Mohr, verificando algumas das fórmulas básicas relacionadas com a
transformação de tensões no estado plano de tensão. Você vai aprender
a utilizar o critério de ruptura de Mohr, que se baseia em três simples
ensaios, como tração, compressão e cisalhamento. Por fim, você vai
relacionar as tensões em um plano genérico para entender a construção
do círculo de Mohr.

O círculo de Mohr

O estado mais geral de tensão em um dado ponto Q pode ser representado por seis
componentes — σx , σy , σz , τxy , τyz e τzx . Para fins de análise das forças e
2 Círculo de Mohr para o estado plano de tensões

e considerando um estado plano de tensões,


tensões de cisalhamento, adota-se o eixo z como o eixo perpendicular a estes ao plano
(σz = τxz = τzy = 0). Assim, o plano de tensão Q fica definido a partir de σx, σy e de
τxy. Pode-se rotacionar o sistema no eixo Z a um ângulo θ, definindo o plano tensões

de tensão Q a partir de σ x', σ y' e τ x'y', conforme mostra a Figura 1.

y
B
 yx C n
A
 xy n
x x 
P 
 xy P

 yx
y

Figura 1. Rotação do sistema no eixo z.


Fonte: Adaptada de Santos (2010).

As tensões normais — σx, σ y e σz — atuam nas faces de um pequeno elemento


de volume centrado em Q e com a mesma orientação dos eixos de coorde-
nadas, enquanto os outros três componentes, τ xy, τ yz e τzx, definem as tensões
de cisalhamento no mesmo elemento, conforme demonstrado na Figura 2.

y
y  yx
 yz

 xy
 zy
Q
x
z
 xz
 zx
O

z
x

Figura 2. Componentes das tensões.


Fonte: Adaptada de Beer et al. (2013).

Podemos representar o mesmo estado de tensão por um conjunto diferente


de componentes, caso os eixos de coordenadas sofram uma rotação. Nesse
Círculo de Mohr para o estado plano de tensões 3

caso, as tensões devem ser multiplicadas pelos senos e cossenos do ângulo de


rotação em relação às tensões normais σ x, σ y e σz e às tensões de cisalhamento
τ xy, τ yz e τzx, conforme demonstrado na Figura 3.

y
y'  y'x'
y'
 y'x'
 x'y'

 z'y' z'  x'z'


 z'x' x'
O

z
x
z'

Figura 3. Eixos em rotação.


Fonte: Adaptada de Beer et al. (2013).

Entretanto, um método alternativo e eficiente para a solução de problemas


que envolvem o estado plano de tensão é a transformação de tensões planas
com base no uso do círculo de Mohr. O círculo de Mohr para o estado plano
de tensão, usado para deduzir algumas das fórmulas básicas relacionadas
com a transformação de tensões no estado plano de tensão, foi introduzido
inicialmente pelo engenheiro alemão Otto Mohr (1835–1918). Seus círculos
também são utilizados para a transformação de coordenadas das deformações,
momentos de inércia e produtos de inércia de figuras planas.
Dessa forma, esse círculo pode ser utilizado como um método alterna-
tivo na solução de vários problemas. Por exemplo, a Figura 4 demonstra um
diagrama do círculo de Mohr, com um sistema de coordenadas com tensões
normais traçadas ao longo da abscissa e tensões de cisalhamento traçadas como
ordenadas. Na abscissa, as tensões normais de tração (positivas) são traçadas
para a direita da origem O, e as tensões normais de compressão (negativas)
são traçadas à esquerda da origem. Na ordenada, tensões de cisalhamento no
sentido horário são traçadas para cima, e tensões de cisalhamento no sentido
anti-horário são traçadas para baixo.
Com o intuito de representar os valores de tensão normal e tensão de
cisalhamento normal em um sistema de eixos cartesiano, obtemos a expressão
da tensão média.
4 Círculo de Mohr para o estado plano de tensões

Na Figura 4, o ponto X é representado à direita do eixo vertical e abaixo


do eixo horizontal. De forma análoga, o ponto Y, que representa a face oposta,
deverá ser representado a 180° de X. Traçando a linha XY, obtemos o centro
C do círculo de Mohr, cuja abscissa é:

Figura 4. Exemplo de diagrama do círculo de Mohr.


Fonte: Adaptada de Beer et al. (2013).

Esse método se baseia em considerações geométricas simples e não requer


o uso de fórmulas especializadas. Embora tenha sido idealizado originalmente
para soluções gráficas, ele se adapta muito bem ao uso de uma calculadora
científica ou um software de engenharia.
Círculo de Mohr para o estado plano de tensões 5

Se você quiser se aprofundar nos cálculos do círculo de Mohr,


pode acessar uma calculadora disponível na web, que lhe aju-
dará a realizar os cálculos. A calculadora Mohr's Circle (Figura 5)
fornece uma maneira intuitiva de visualizar o estado de estresse
em um ponto em um material carregado. A calculadora está
disponível no link a seguir.

https://goo.gl/6afyK7
https://mechanicalc.com/calculators/mohrs-circle/

Figura 5. Interface da calculadora para transformações de estresse e círculo de MohrFonte: MechaniCalc (2019).

Critério de falha de MOHR


Materiais frágeis são imprevisíveis, ou melhor, rompem sem aviso prévio.
Ensaios de tração mostram que a superfície de fratura desses materiais é
plana, pois provém diretamente da componente de tensão normal presente na
seção transversal. Já em um teste de torção, ocorre falha por fratura em
planos de máxima tensão de tração, ou seja, materiais frágeis são menos
resistentes à tração que ao cisalhamento. Além disto, materiais frágeis não
6 Círculo de Mohr para o estado plano de tensões

apresentam patamar de escoamento durante testes mecânicos, podendo


romper abruptamente ainda no regime elástico, são exemplos destes
materiais: compósitos de fibra de carbono, o ferro fundido, o vidro, a
porcelana e o concreto.
Quando trabalhamos com materiais frágeis, onde as propriedades de
tração e compressão são diferentes, podemos usar um critério baseado no
círculo de Mohr para prevermos sua falha, conforme descrito a seguir:
1. Executam-se três ensaios no material, um ensaio de tração uniaxial,
um ensaio de compressão uniaxial, sendo estes usados para
determinação dos limites de resistência a tração e a compressão (rt) e
(rc), respectivamente, mais um ensaio de torção, para determinação do
limite de resistência ao cisalhamento (r) do material.
2. Um círculo de Mohr então é construído para cada uma dessas
condições de tensão conforme apresentado na Figura 6.


Envelope de falha
B
A C
Ø D
E

σ
σrc σrt

Compressão Tração

Figura 6. Três círculos de Mohr.


Fonte: Adaptada de Budynas e Nisbett (2016).

• Repare que o círculo A apresenta as seguintes condições de tensão


(para as tensões máxima, intermediária e mínima): , compressão uniaxial

1 =2=0 e 3 = - (r)c σ3 = − σrc ; σ2 = 0 ; σ1 = 0

• Já o círculo B apresenta as condições de tensão: tração uniaxial:

3 = 2 = 0 e 1 = (r)t σ3 = 0 ; σ2 = 0 ; σ1 = +σrt
Círculo de Mohr para o estado plano de tensões 7

• E finalmente o círculo C, que representa a condição de cisalhamento


puro ().
σ3 = - τr ; σ2 = 0 ; σ1 = + τr

• Os três círculos estão contidos em um envelope de falha, indicado pela


curva extrapolada, desenhada tangencialmente a eles. A determinação
experimental dessa curva é feita aumentando-se proporcionalmente
algumas vezes as tensões em um determinado estado de tensão, até
que se verifique a ruptura do material.

Caso o estado plano de tensões em determinado ponto seja representado


por um círculo contido dentro do envelope, diz-se que o material não
falhará. Se o círculo tiver um ponto de tangência com o envelope ou se
Figura estender além deste, então ocorrerá falha. Considerando-se as relações
6 não
serve!!
obtidas através da Figura 6 (“a” é o centro do círculo de compressão, “e” é o
centro do círculo de tração e “c” é o centro do círculo do estado principal de
tensões do ponto analisado.

Da mesma figura também se verifica facilmente por semelhança de


triângulos, que a circunferência definida pelas tensões principais σmax e
σmin do estado de tensão em estudo não ultrapassam a envolvente de
resistência, isto é, o material não rompe, enquanto se verificar a condição:

por manipulação algébrica, obtém-se:

Próx pág, figura 6*, feita consultando fonte:


LivrPt_Mec_Elementos_Maquinas_de_Shigley_Budynas_Nisbett_ed10_Amgh_2016_10
96p_ocr.pdf
http://www.labciv.eng.uerj.br/rm4/Cap_2_criterios.pdf
http://www.labciv.eng.uerj.br/rm4/files/powerpoints/cap_2_powerpoint.pdf
8 Círculo de Mohr para o estado plano de tensões
critério de Mohr
coincide com o

Se as tensões principais forem todas de tração, o critério de Mohr fornece


resultados diferentes dos observados experimentalmente. Isto ocorre porque
a envolvente de resistência aproximada por duas retas apresenta o vértice V
que não existe na curva real. Nesses casos, deve-se utilizar o critério da
tensão normal máxima, ou seja, deve se verificar a condição:
Para σmin<0:

Esta expressão traduz o critério de Mohr para a previsão da ruptura de


materiais frágeis. Em algumas aplicações deste critério, especialmente no
campo da Mecânica dos Solos e Rochas, utilizam-se como parâmetros que
caracterizam a ruptura o ângulo de atrito e a coesão, em vez de tensões
máximas e mínimas. O ângulo indica o acréscimo resistência às tensões
tangenciais quando atua na face onde exista uma tensão normal de
compressão. A coesão indica a resistência às tensões tangenciais quando a
tensão normal é nula. A expressão do critério de Mohr em função destes
parâmetros pode ser deduzida a partir das relações entre os raios ef = σrt/2 e Figura
ag = σrc/2 e os parâmetros . Da Figura 6, verifica-se facilmente que: 6 não
serve!!

incluir
figura!!

Substituindo-se estes valores de σrt e σrc na Equação XX, obtém-se a


expressão do critério de Mohr em função de . Assim, segundo este
critério, o material não rompe enquanto se verificar a condição:

Pode-se representar o critério de outra forma, conforme a Figura 7, que seria


o gráfico (plano) das tensões principais, σ1 e σ2 (σ3 = 0). A falha ocorre
quando o valor absoluto de qualquer uma das tensões principais atinge um
valor maior ou igual que (σr)t ou (σr)c, ou em geral se o estado de tensão em
um ponto é definido pela coordenada da tensão (σ1, σ2), localizada no limite
ou fora da área sombreada. O critério de Mohr se reduz ao critério de
Rankine.
Círculo de Mohr para o estado plano de tensões 9

Figura 7. Critério de falha de Mohr.


Fonte: Adaptada de Budynas e Nisbett (2016).

Hibbeler (2010), pág. 392

A utilidade deste critério é bastante limitada. A fratura por tração ocorre


repentinamente e seu início depende das concentrações de tensão
desenvolvidas em imperfeições microscópicas do material, tais como
inclusões ou vazios, entalhes na superfície e pequenas trincas. Essas
irregularidades variam de corpo de prova para corpo de prova e assim torna-
se difícil definir a falha com base em um único teste. Nota-se também que
trincas e irregularidades tendem a se fechar quando o corpo de prova é
comprimido e, portanto, não constituem pontos de falha como ocorreria se o
corpo-de-prova fosse submetido a tração.
elm = adaptado de Hibbeler, 2010, p.392 - lá o comentário é para
dois critérios: o da Tensão Normal Máxima (Rankine) e do Mohr.

Obs.elm: o Hibbeler faz apresentação breve dos critérios, não


deixando claro, nem mencionando a diferença entre Mohr de
Coulomb-Mohr (ou Mohr Simplificado), mais detalhado em Budynas
Nisbett.
10 Círculo de Mohr para o estado plano de tensões

O círculo de Mohr foi muito utilizado no século XIX, principalmente para obter gra-
ficamente e em escala as respostas para os problemas de distribuição de tensões,
quando não haviam os modernos software de cálculos e as calculadoras de engenharia.
Apesar de termos atualmente esse software de engenharia (engenharia auxiliada
por computador — EAC — ou, em inglês, computer aided engineering), a importância
do círculo de Mohr permanece quase inalterada. Ele é utilizado como uma verificação
rápida da solução numérica e é também o único método viável na ausência das
tecnologias EAC. Além disso, o método gráfico dos círculos de Mohr possui uma
grande vantagem: ele é capaz de proporcionar uma apresentação visual do estado
de tensões em um determinado ponto.

Tensões em um plano genérico


A construção do círculo de Mohr para o estado plano de tensão será bem
simplifi cada se considerarmos separadamente cada face do elemento utilizado
para defi nir os componentes de tensão. Observamos que, quando a tensão de
cisalhamento que atua sobre determinada face tende a girar o elemento no
sentido horário, o ponto do círculo de Mohr correspondente a essa face está
localizado acima do eixo σ. Quando a tensão de cisalhamento em determinada
face tende a rodar o elemento no sentido anti-horário, o ponto correspondente
a essa face está localizado abaixo do eixo σ, demonstrado nas Figuras 8 e 9.
No que se refere às tensões normais, vale a convenção usual; isto é, uma
tensão de tração considerada positiva é representada à direita, enquanto uma
tensão de compressão considerada negativa é representada à esquerda.

elm = entendo que essa convenção de sinal de


τxy basta para decidir se devemos plotar τxy
acima ou abaixo do eixo de σ no círculo de
Mohr, não sendo necessário memorizar a regra de
X(σx;-τxy) e Y(σy;+τxy).
Se na face y, τxy for >0, na face x, será <0,
ficando o ponto X e Y diametralmente opostos.
Círculo de Mohr para o estado plano de tensões 11

Figura 8. Construção do círculo de Mohr no sentido horário.


Fonte: Adaptada de Beer et al. (2013).

Figura 9. Construção do círculo de Mohr no sentido anti-horário.


Fonte: Adaptada de Beer et al. (2013).

De maneira simplificada, para determinar as tensões em um plano genérico,


a construção do círculo de Mohr é desenvolvida nas seguintes etapas:

1. Construir o círculo de Mohr.


2. Determinar as tensões principais.
3. Determinar a tensão de cisalhamento máxima e a tensão normal
correspondente.

Construir o círculo de Mohr


Verificamos em nosso estudo que a tensão normal que atua na face orientada
em direção ao eixo X é de tração (positiva) e que a tensão de cisalhamento
que atua nessa face tende a rodar o elemento no sentido anti-horário. O ponto
X do círculo de Mohr, portanto, é representado à direita do eixo vertical e
abaixo do eixo horizontal.
(ver figura 4)
12 Círculo de Mohr para o estado plano de tensões

Como exemplo, na Figura 10 temos um elemento que deverá suportar


um determinado tipo de solicitação, que seria uma pequena parte de uma
estrutura de máquina, equipamento, dispositivo, etc.

Figura 10. Exemplo para desenvolvimento do círculo de Mohr.


Fonte: Adaptada de Beer et al. (2013).

Vamos desenvolver nosso exemplo passo a passo, utilizando o método do


círculo de Mohr.
Ver figura 11 para identificar os
pontos do círculo de Mohr.

1º passo: calcular a tensão média e o centro da circunferência do círculo de


Mohr.

Os lados do triângulo são:

CF = 50 – 20 = 30 Mpa
FX = 40 MPa

Então, o raio do círculo será:

2º passo: desenvolver o círculo de Mohr. O desenvolvimento das tensões


normal e de cisalhamento que atuam na face superior do elemento mostra
que o ponto Y deverá ser representado à esquerda do eixo vertical e acima do
horizontal. Quando traçamos a linha XY, obtemos o centro C do círculo de
Mohr, conforme demonstrado na Figura 11.
Círculo de Mohr para o estado plano de tensões 13

Figura 11. Círculo completo de Mohr.


Fonte: Adaptada de Beer et al. (2013).

3º passo: determinar os planos principais e as tensões principais:

σmáx = OA = OC + CA = 20 + 50 = 70 MPa
σmín = OB = OC – BC = 20 – 50 = – 30 MPa

Lembrando que o ângulo ACX representa 2 θp, escrevemos:

2θp = 53,1°
θp = 26,6°
Como a rotação que faz CX coincidir com CA na Figura 11 é anti-horária, a
rotação que faz Ox coincidir com o eixo Oa correspondente a σmáx na Figura 11
também será anti-horária.

4º passo: determinar a tensão de cisalhamento máxima. Como mais uma


rotação de 90º no sentido anti-horário faz CA coincidir com CD, conforme
Oa mostra a Figura 12, uma rotação adicional de 45º no sentido anti-horário fará
o eixo OA coincidir com o eixo OD, correspondendo à tensão de cisalhamento
Od máxima da Figura 12. Notamos que τmáx = R = 50 MPa e que a tensão normal
correspondente é σmed. = 20 MPa. Como o ponto D está localizado acima do
eixo σ, as tensões de cisalhamento que atuam nas faces perpendiculares a OD
Od
14 Círculo de Mohr para o estado plano de tensões

da Figura 12 devem ser direcionadas, de modo que obtenham a tendência de


rodar o elemento no sentido horário.

Figura 12. Tensão de cisalhamento máxima.


Fonte: Adaptada de Beer et al. (2013).

Para aprofundar-se nos conhecimentos sobre os cálculos do círculo de Mohr para


carga axial centrada e círculo de Mohr para carga torcional, além de vários outros
exemplos de aplicação do círculo de Mohr, leia o livro Estática e mecânica dos materiais,
dos autores Beer et al. (2013).
Círculo de Mohr para o estado plano de tensões 15

BEER, F. P. et al. Estática e mecânica dos materiais. Porto Alegre: AMGH, 2013.
BEER, F. P. et al. Mecânica dos materiais. 7. ed. Porto Alegre: AMGH, 2015.
BUDYNAS, R.; NISBETT, J. K. Elementos de máquinas de Shigley. 10. ed. Porto Alegre:
AMGH, 2016.
MECHANICALC. Stress Transformations & Mohr's Circle. [S. l.] 2019.Disponível em: <https://
mechanicalc.com/calculators/mohrs-circle>. Acesso em: 13 fev. 2019.
NORTON, R. L. Projeto de máquinas: uma abordagem integrada. 4. ed. Porto Alegre:
Bookman, 2013.
SANTOS, A. P. et al. O Círculo de Mohr: transformações de tensão e deformação: capítulo
7. Unicamp, São Paulo, 2010. Disponível em: <http://www.fem.unicamp.br/~assump/
Projetos/2010/g9.pdf>. Acesso em: 13 fev. 2019.
_4.2_ Dica do professor

O Círculo de Mohr é uma forma gráfica, na qual se pode visualizar bidimensionalmente quais são as
tensões principais atuantes em um elemento infinitesimal à medida que ele é rotacionado. Ou
seja, a orientação desse elemento para as novas tensões principais.

No vídeo a seguir, você vai compreender o princípio do Círculo de Mohr e aprender a desenvolver,
passo a passo, seus cálculos e sua representação gráfica.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/
cbb0924233c7d54edcab537e9f227924

3 min elm = sem transcrição,


principais slides bastam...
_4.2_ Exercícios elm = será Critério de mohr

1) Qual o objetivo principal de utilizar o Círculo de Mohr para análise de falhas?

A) Analisar os esforços que os elementos sofrerão durante sua montagem.

B) Prever falhas de corpos formados por materiais frágeis, observando a ausência de


deformações plásticas e de baixos níveis de deformação.

C) Prever falhas de materiais frágeis que apresentam tensões resistentes últimas diferentes
quando solicitados à tração e à compressão.

D) Mostrar graficamente os ensaios de materiais frágeis.

E) Seu objetivo é apenas ilustrativo e não pode ser utilizado em cálculos estruturais.
2) A ideia de Mohr, na análise de falhas, baseia-se em três ensaios simples. Quais são eles?

A) Tração, compressão e fadiga.

B) Tração, cisalhamento e ruptura.

C) Tração, compressão e cisalhamento.

D) Compressão, elasticidade e fadiga.

E) Compressão, flambagem e cisalhamento.


3) Qual fórmula é utilizada para determinar a tensão média (σméd) no Círculo de Mohr?

A) σméd = σx + σy * 2

B) σméd = σx – σy / 2

C) σméd = σx – σy * 2

D) σméd = σx + σy / 2

E) σméd = ½σx2 + σy2


4) Analisando a figura a seguir, quais são a tensão de x (σx), a tensão de y (σy) e a tensão de
cisalhamento (τxy ), respectivamente?

A) σx = –12 / σy = 0 / τxy= –6

B) σx = –12 / σy = –6 / τxy = 0

C) σx = –6 / σy = 12 / τxy = 0

D) σx = 12 / σy = 0 / τxy = –6

E) σx = –12 / σy = 0 / τxy = 6 elm = (interpretação razoável)


τxy atua perpend a x na direção y
(logo negativo, sentido neg de y)
τyx atua perpend a y na direção x
(logo tb negativo, sent. neg de x)
5) Analisando a figura abaixo, qual será o valor do raio (MPa) no desenvolvimento do Círculo de
Mohr?

A) 4,24 MPa

B) 6 MPa

C) 8,48 MPa

D) 12 MPa

E) 14,49 MPa
_4.2_ Na prática
Na análise estrutural de um projeto de engenharia, é preciso especificar um material para a
composição da estrutura ou sistema estrutural. Também deve ser levada em consideração a
intensidade das tensões atuantes. Como cada material apresenta uma capacidade própria de resistir
a um dado estado de tensão, faz-se necessária a imposição de um limite superior ao estado de
tensão no material, de forma a definir as tensões solicitadas, visando a prevenir eventuais falhas.

Neste tópico, será apresentado um case em que aconteceu uma falha em uma estrutura, devido à
falta de planejamento do setor de projetos em seguir o fluxograma descrito no procedimento da
empresa.

FALHA ESTRUTURAL

CAUSA -
No desenvolvimento de
uma estrutura, os
engenheiros
responsáveis não
seguiram o fluxograma
da análise de falhas,
descrito no
procedimento da
empresa, o que acabou
gerando a falha na
estrutura.

ANÁLISE DE FALHA SOB CARREGAMENTO ESTÁTICO

> (x Pressuponha x) !! Análise para materiais são homogêneos e isotrópicos.

> Encontre todas as forças aplicadas, momentos, torques etc. e desenhe os


diagramas de corpo livre DCLs para mostrá-los aplicados à geometria da peça.

> Com base na distribuição dos esforços internos solicitantes ao longo da


peça, determine quais seções transversais da peça são mais solicitadas.

> Determine a distribuição das tensões nas seções transversais de interesse e


identifique os locais de maiores tensões aplicadas e combinadas.

> Desenhe um elemento de tensões tridimensional para cada um dos pontos de


interesse selecionados dentro da seção e identifique as tensões que nele
atuam.

> Calcule as tensões aplicadas que atuam sobre cada faace do elemento e então
calcule as tensões principais e as máximas tensões de cisalhamento delas
resultantes.

Siga a análise abaixo observando se o material é dúctil ou frágil.


MATERIAL DÚCTIL

> Se o material for dúctil, então calcule a tensão equivalente de


Von Mises em cada elemento de tensão selecionado com base nas
tensões principais calculadas.

> Escolha tentativamente um material e calcule um coeficiente de


segurança com base na resistência ao escoamento desse material.

MATERIAL FRÁGIL

> Se o material for frágil, então calcule a tensão equivalente de


Coulomb-Mohr em cada elemento de tensão selecionado com base nas
tensões principais calculadas.

> Escolha tentativamente um material e calcule um coeficiente de


segurança com base na resistência À RUPTURA desse material.

Se uma trinca conhecida ou suspeita está presente, calcule o fator


intensificador de tensão da equação 5.14 (???) e compare com a resistência à
fratura do material para determinar se existe algum perigo de falha por
propagação de trinca.

DICAS DE PROJETOS

> Não podemos saber se nossas hipóteses são válidas até despender tempo e
energia consideráveis necessários para analisar completamente o projeto
proposto.

> O valor de projetar o modelo analítico em um programa de computador, como


uma planilha de cálculo ou um solucionador de equações, atualmente deve ser
óbvio.

> A análise da geometria reprojetada pode ser literalmente cumprida em


minutos, se inialmente foi dedicado algum tempo para digitalizar o modelo.

> Materiais não uniformes e frágeis como ferro fundido, têm tipicamente
suas resistências à tração muito abaixo de suas resistências à compressão e
suas resistências ao cisalhamento estão entre esses dois valores.

> O ferro fundido é considerado um dos materiais mais fracos sob tração e a
teoria de Mohr descreve melhor suas falhas.

> Se trincas conhecidas estiverem presentes, então a possibilidade de falha


súbita devido à propagação da trinca deve ser investigada usando a mecânica
da fratura.

elm = descartei imagens de vários equacionamentos de decomposição de


vetores e retas avulsos (muito úteis, mas aqui não é local adequado...
_4.2_ Saiba +

Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

Elementos de máquinas de Shigley


A leitura do livro Elementos de máquinas de Shigley permite entender melhor as aplicações do
Círculo de Mohr para o estado plano de tensões aplicado em elementos de máquinas.

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

LivrPt_Mec_Elementos_Maquinas_de_Shigley_Budynas_Nisbett_ed10_Amgh_2016_1096p_ocr

Projeto de máquinas – uma abordagem integrada


Para conhecer melhor as aplicações do Círculo de Mohr para o estado plano de tensões aplicado no
desenvolvimento de projetos de máquinas, leia o livro Projeto de máquinas – uma abordagem
integrada.

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

Norton, Robert L. ; Projeto de Máquinas [recurso eletrônico]: uma abordagem integrada ;


[tradução: Konstatinos Dimitriou Stavropulos et al.] - 4. ed. - Bookman, 2013.

Resistência dos materiais I – Círculo de Mohr – Parte 1 de 2 –


Exercício
Confira a primeira parte de uma interessante aula sobre utilização do Círculo de Mohr.

https://youtu.be/roGTnHwvBcs 8 min

Resistência dos materiais I – Círculo de Mohr – Parte 2 de 2 –


Exercício
Confira a segunda parte de uma interessante aula sobre utilização do Círculo de Mohr.

https://youtu.be/MxOib1DodGU 7 min

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E CRÉDITOS DE IMAGENS


BEER, Ferdinand P.; JOHNSTON Jr., E. Russel.; DEWOLF, John T.; MAZUREK, David F. Estática e mecânica
dos materiais. Porto Alegre: McGraw-Hill/Bookman, 2013.
BEER, Ferdinand P.; JOHNSTON Jr., E. Russel.; DEWOLF, John T.; MAZUREK, David F. Mecânica dos
materiais. Porto Alegre: McGraw-Hill/Bookman, 2015.
NORTON, Robert L. Projeto de máquinas. Porto Alegre: Bookman, 2013.
PEIXOTTO, Sérgio Luiz. Análise sísmica de estruturas em Engenharia Civil. 19 jul. 2011. Disponível em:
<http://eng-civilsergiopeixotto.blogspot.com/2011/07/analise-sismica-deestruturas-em.html>. Acesso em:
11 fev. 2019.
Banco de imagens Shutterstock.
SAGAH, 2019

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