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Proteção SEP Vol2 - Geraldo

Kindermann - 2a ed
Engenharia Elétrica
Universidade de Brasília (UnB)
114 pag.

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ISBN 85-900853-6-8

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9 788590 085362
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o AUTOR

(
Gerald o Kinderm ann, natural GERALDO KINDERMANN
de Araranguá-SC, professor da PROFESSOR DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
Graduação e Pós-Graduação do
(
Departamento de Engenharia
Elétrica da Universidade Federal
de Santa Catarina (UFSC).
( Coordenador e Ministrante de
cursos promovidos pela
Eletrobrás. Ministrou vários cursos
~ palestras no País e no Exterior.
PROTEÇÃO DE SISTEMAS ELÉTRICOS DE
( E autor dos Livros: POTÊNCIA
• AteITamento Elétrico
• Choque Elétrico
• Curto-Circuito Volume 2
• Proteção Contra Descargas
Abnosféricas em Estruturas
Edificadas
• Proteção de Sistemas Elétricos
de Potência - Volume 1 .

Para adquirir o livro :


(
geraldo@labplan.ufsc.br Edição
Fone: (48) 3331-9731
Fax: (48) 3331-7538
do
Autor

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\. UFSC EEL LABPLAN


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\ (J Florianópolis -
2006
se

LabPlan
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(

© by Geraldo Kindermann
1ª edição : 2006
(

Capa: Marcos Fischbom GERALDO KINDERMANN dedica este livro a sua familia:
Revisão: Rubipiara Cavalcante Fernandes
Editoração: Geraldo Kindermann
" Maria das Dores (esposa)

Ficha Catalográfica • Katiuze (filha)

" Krisley (filha)

" Lucas (filho)


K51 P Kindem1ann, Geraldo, 1949-
Proteção de sistemas e1étricos de potência / Geraldo
Kindermann. - Florianópolis - Se: Edição do autor,
2006.
v.2: iI.

Bibliografia. ISBN: 85-900853-6-8

1. Sistemas de energia elétrica - Proteção. 2. Energia


elétrica - Transmissão. 3. Relés elétricos. 4. Relés de
proteção. I. Título.
CDU: 62 l.316.9

É proibida a repl'odução total ou parcial deste livro sem a autorização


do autor.

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(

(
(

Agradecimentos

(
o autor agradece em especial

( .:. Ao Professor Rubipiara Cavalcante Fernandes, por ler


cuidadosamente e dar importantíssimas contribuições ao texto.
(

.:. Aos engenheiros Everton Pizolatti Medeiros e Giovanni


Baptista Fabris da ELETROSUL, pelas discussões e
contribuições técnicas .

•:. Marcos Fischborn, pela elaboração da capa e Mauricio


Sperandio pelo assessoramento de informática .

•:. Aos inúmeros alunos, da Graduação e Pós-graduação, que


contribuíram com desenhos.

Agradecimento em especial ao LABPLAN, principalmente aos


professores, técnicos, analistas, mestrandos e doutorandos, que de um modo
ou de outro sempre estiveram presentes na motivação, contribuição e
assessoramento na elaboração do livro .

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(

Apresentação
o Laboratório de Planejamento de Sistemas de Energia Elétrica - (

LabPlan, do Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Federal


de Santa Catarina, tem por objetivos realizar e promover o desenvolvimento
de atividades de pesquisa, ensino e extensão na área de Sistemas de Energia
Elétrica (SEE) com ênfase nos aspectos de planejamento e análise, nos
segmentos de geração, transmissão e distribuição.
A atuação dos professores do LabPlan, desde a sua constituição
em 1992, têm envolvido uma diversidade de atividades e contribuições à
sociedade que eXh'apolam em muito o escopo de atividades regulares nos
cursos de graduação e pós-graduação em Engenharia Elétrica. Um aspecto
de destaque nesta atuação tem sido a intensa interação com os diversos
agentes do setor elétrico brasileiro, realizada por meio de projetos de
pesquisa e desenvolvimento, de consultorias especializadas, cursos de
aperfeiçoamento e de especialização, e publicação de livros e aI1igos
técnicos.
O presente livro representa mais uma contribuição do Professor
Geraldo Kindermann para a sua extensa obra que inclui livros técnicos
envolvendo publicações específicas nas áreas engenharia de segurança,
projetos elétricos e proteção de sistemas elétricos de potência.
Especificamente, esta obra aborda dois temas de grande relevância,
teleproteção e proteção de transformadores, devendo contribuir tanto para
fins acadêmicos como para profissionais técnicos e engenheiros.
Seguindo a tradição de suas publicações anteriores, o Professor
Kindermann apresenta o desenvolvimento dos temas com grande riqueza
didática, sustentada por sua extensa experiência acadêmica e prática.
Indubitavelmente, contribuíram para esse resultado os inúmeros cursos
ministrados em universidades e empresas no Brasil, e em diversos países da
América Latina e África, bem como os diversos trabalhos de consultaria
técnica prestados à Agência Nacional de Energia Elétrica.

Ildemar Cassana Decker


Supervisor do LabPlan - UFSC

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Prefácio

Tendo recebido nos cursos e palestras várias manifestações de apoio


e receptividade de alunos, professores, técnicos e engenheiros, no que diz
respeito à aceitação dos meus livros, e devido principalmente a carência de
bibliografia, foi o que me motivou a escrever esse livro de PROTEÇÃO
DE SISTEMAS ELÉTRICOS DE POTÊNCIA - Volume 2.
Creio ser este livro mais uma contribuição, principalmente para a
graduação da Engenharia Elétrica e de técnicos que queiram se aprofundar e
conhecer a arte e a filosofia de proteção.
O livro foi escrito numa seqüência lógica, em linguagem simples e
técnica, de modo a ser uma fonte de consulta acessível aos técnicos da área
da Engenharia Elétrica. Todos os capítulos têm abrangência que cobre e
atende os requisitos para proporcionar um bom conhecimento na área de
proteção. O conteúdo desse volume 2 está focado na Teleproteção e
Proteção de Transformadores.
Devido à complexidade da proteção de sistemas elétricos de
potência, este livro cobre somente uma parte. Portanto, pretende-se dar
continuidade do conteúdo no livro de Proteção de Sistemas Elétricos de
Potência, 3º volume, nos assuntos referentes a Proteção de Barras, de
Reatares, de Capacitores, e de Máquinas Síncronas.

o Autor

I:
I
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(

Índice Geral

Capítulo l-ZONA DE PROTEÇÃO


1.1 Zona de Proteção ....................................... .................... .. ............. ........ 1
1.2 Relé de Sobretensão .......... ................ .... .. .... ................ ...... .. .................. 7
1.3 Relé de Subtensão ............................................................ .... .. ........ .... . 12
1.4 Proteção de Sobretensão para a Tena de Sistemas Isolados .............. 17

Capítulo II - RELÉ DIFERENCIAL


2.1 Relé Diferencial .................................................................................. 19
2.2 Relé Diferencial Comum .. ................ .. ................................................ 20
2.3 Relé Diferencial Percentual .............................. .. .. .. ................ .. .......... 22

Capítulo III - TELEPROTEÇÃO


3.1 Teleproteção .......................................... .... .... .. .............. ............ ........ .. 32

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l
(

II Iii

3.2 Fio Piloto ... .. ... .... ... .... .. ........................ ...... .... ..... ..... .. .. .. .... .......... .... ... 33 4.3 Proteção Diferencial no Transfom1ador Monofásico ................... ...... 97
3.3 Fibra Óptica ... .... ..... ............ ........ .. ............... .. ....... ....... .......... ..... ...... .. 37 4.4 Transformador Tri fásico ............. ... .. .... ....... .............................. .. ... ... 103
(
3.4 Cabo OPGW .......... .. ...... ... ............... .. .. ...... .... ........ .. ........................... 40 4.5 Proteção Diferencial do Transformador Ttifásico D. - y .......... .. ..... 104
3.5 Onda Portadora ............ .... .. .... ... ........................... ....... ... ............. ... .... . 43 4.6 Regra de Ligação dos TCs nos Transfonnadores Trifásicos .. ... ... .... 106
(
3.6 Microondas ...... ...... .. .... ........ .. ............... ... .... ....... .. ... .. .............. .. .... ..... 45 4.7 Transformador Trifásico sem Rotação de Fase ................................ 107
( 4.8 Transformador D. - Y ........................... .. ........... .......... .................... 109
3.7 Tipos de Sistemas de Teleproteção ........ ... ........... ................ ......... ..... 46
( 4.9 Ajuste do Relé Diferencial Percentual na Proteção do
3.8 Sistema de Bloqueio por Comparação Direciona1... .... .. .... ... ........... ... 47
Transformador ........... .. ...... ..... .... ... ............ ........ .......... ....... ........ .. .... 121
3.9 Sistema de Desbloqueio por Comparação Direcional.. .. ..... ....... ........ 51
4.10 Energização de Transformador.. .. ... .......... ... .. .. .... ...... .. .. .... ........ ... .. . l32
3.10 Sistema de Bloqueio por Comparação Direcional- Variante ............ . 54
( 4.10.1 B loqueio da Proteção Diferencial .. ... .. .. ... ....... ..... ....... .... .... ...... ..... . l35
3. 11 Transferência de Disparo Direto por Subalcance ................. ... .. ..... ... . 58
4.10.2 Proteção Diferencial com Atenuadores de Transitórios ........... ....... l35
3.1 2 Transferência de Disparo Permissivo por Subalcance ... .. .... ... ........... 59
( 4.1 0.3 Relé Diferencial com Retenção por HarmônÍcas .............. .......... .. . l37
3.13 Transferência de Disparo Permissivo por Subalcance com Aceleração
de Zona ................ ... ............ ................... ..... .. ...... ........ ......... ............... 61 4.10.4 Relé Diferencial com urna Unidade de Bloqueio de Harmónicas ... l39
3.1 4 Transferência de Disparo Permissivo por Sobrealcance ....... .. .... ....... 62 4.10.5 Relé Diferencial Digital para Transfonnador ... ....... ..... .. .... ........ .... 141
3.15 Lógica de Eco .... .. ........... ... .......... .... .... ......... ............... ....... .... .. .. ... ..... 62 4.1 1 Transformador com Impedância de Aterramento ... ...... .. .. ..... .... .... ... 142
3.16 Proteção de Linha Morta ...... .... ..................... ..... ... .. .. .. .... ............ ... .... 66 4.1 2 Proteção Diferencial de Terra Restrita .. ....... ............................ ....... . 142
3.17 Fraca Alimentação .... ........................... .. ........ ......................... ... ... ...... 68 4.13 Proteção do Transfonnador de Aterramento ........ .... .. ....... .. ... ...... .... 144
3.18 Proteção por Seqüência Negativa ... ... .... ... ......... ... ..... ......... .... ............ 70 4.1 4 Proteção de Carcaça do Transfonnador. ............. ... .... ......... ........... ... 148
3.19 Falha de Disjuntor ..... ........ .. .............. ... .. ... ... ....... .... .. ......................... 74 4.15 Relé Buchholz ........... .......... ... .... ....... ..... .. .. .... .. .. ............ ...... .. .......... 150
3.20 Fontes Intennediárias ........... .... ............ .......... ... ... ...... .... .. .................. 78 4.15.1 Relé Buchholz do Comutador.. .................... .. ........................... ..... . 155
3.21 Relé de Freqüência .. ...... ....................... ... ..... .. ........... ... .... .. ...... ...... .... 82 4.1 6 Termômetro .......... ......... ... .. .. .. ........... ....... .... ... ........ ... ... ... ... ... .. .... .... 156
3.22 Sistemas Especiais de Proteção .... ............. .... ... ............ ..... ....... ........... 85 4.1 7 Relé de Imagem Térmica ..... .... .... ......... .. ..... .................... .. .. ....... ...... 160
3.23 Esquema Regional de Alívio de Carga (ERAC) ............ ....... ... ... :-:".. ... 87 4. 18 Transformador Hermeticamente Fechado .. .. ... ... ...................... ... ..... 165
3.24 Esquema de Controle de Emergência ................................ ... .... ......... . 91 4.19 Relé de Súbita Pressão ... ... .... ...... ............ ... .................. ...... ... .. .......... 165
4.20 Válvula de Alívio de Pressão ................ ... ........... .. .......................... .. 167
4.21 Nível do Óleo ........ ...................... ... ............... .... .. .. .. ... ... ..... ......... ... ... 169
Capítulo IV - PROTEÇÃO DE TRANSFORMADOR
4.22 Relé de Sobre-Excitação .. .................. ... ... ........ ... ...... .................... .... 170
4.1 Introdução ..... ................ ..... ............ ... ... ................. ...... .. ..... .. ... ............ 94
4.23 Proteção Contra Falha de Disjuntor de Transfonnador.. ........... ....... 173
4.2 Transformador Monofásico ...... ........ ... .... ............ ... .. .. ...... .. ... ... .. ........ 95
4.24 Desumificador de Ar ... ....... ...... ... .................................... .... ...... .. ..... l74

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(
iv 1 (

(
4. 25 Proteçào do Transformador ..... ... ..... ... ... .. ... ... ... ... ....... .... ........ ... ...... . 176

(
APÊNDICE A
NOMENCLATURA DA PROTE ÇÃO ....... .. ................ .. .... .. ... ...... .. 178

BIBLIOGRAFIA ... ...... ........... ... .. ...... .. .. .................................... ...... .... 202

- ~ ------------ -----------------------_ .- -- ~

ZONA DE PROTEÇÃO

1.1 Zona de Proteção


Confonne apresentado no item 3.33 da referência [46], a proteção de
primeira defesa é feita pela proteção principal (primária) e em segunda instância
pela proteção secundária, que pode ser local por meio da proteção em réplica ou
remotamente por meio da proteção de retaguarda (back-up) .
_ Dependendo da importância e do porte do sistema elétrico, pode-se
constituir a proteção principal em réplica (redundância), ou seja, classificada em
proteção primária e alternativa. Neste caso as proteções são idênticas, ou seja,
existem duas proteções desempenhando funções idênticas com hierarquias iguais,
trabalhando com teleproteção. Os equipamentos da proteção primária e da
alternativa podem ser em réplica do mesmo fabricante ou de fabricantes diferentes.
No caso de haver duas proteções, em que não há redundância, ou seja, uma
trabalha com teleproteção (proteção primária) e a outra com escalonamento por

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2 Capítulo I Zona de Proteção 3

zonas (proteção secundária), por exemp lo. Neste caso. a proteção principal e a I" Proteção do
zona da proteção secundária podem ser inclusive concorrentes. Proteção do Gerador e
Gerador Transformador
Os relés de proteção primária constituem a primeira linha de defesa, caso
esta falhar, os relés da proteção alternativa, devem atuar, assim constituindo a proteçãd e ~í-I -: / ~ :~
segunda linha de defesa do sistema elétrico. Barra I IG I I I I GI I
\. I L - J I I L - J I
Cada proteção principal e alternativa é efetuada cobrindo linhas ou 'l\
:------i-j[-i-----i- k
I I 1 I
trechos de linhas ou equipamentos do sistema, cuja cobertura é denominada -~I
de zona de atuação ou zona de seletividade da proteção. I I 2 I I I I 1 I
Em relação à proteção principal, deve-se efetuar a proteção I L_ I I :
considerando: I I
I I I 1- I
I I I 4 I : 5 I I
• que haja superposição nas zonas de atuação dos relés da proteção

f
I I I I _~ _____ -. _ _ .J_ I
principal; --r- -------1- I

I I I I I
• cada disjuntor esteja coberto (contido) em pelo menos par duas I I I I I

'I-'1"'-
I I I I I
zonas de atuação dos relés da proteção principal; I I I : I
• sempre entre cada elemento ou conjunto de equipamentos deve I I Zonas de I I I
: Atuação I
existir pelo menos um disjuntor. I I da I Proteção de I
I Proteção I
Para exemplificar a figura 1.1.1 mostra a zona de atuação das proteções ~
II I / I Linhas de II
Transmissão
principais de partes de um sistema elétrico.
Note que quando ocorre um defeito dentro de uma determinada zona, ::
I I
:
I
~:
I
os relés que constituem a proteção principal, devem desligar todos os I I I I
disjuntores dentro de sua receptiva zona de atuação. Deste modo, para um I I I I
defeito localizado dentro da superposição de duas zonas, todos os I I I I
I I I I
disjuntares das duas zonas devem ser desligados. Este esquema funciona I _I I I
adequadamente, mas tem um inconveniente que ocorre quando existir um _....1--

defeito dentro da superposição de duas zonas, e num local onde a abertura Figura 1.1.1 - Zona de Atuação da Proteção Principal
de alguns disjuntares é desnecessária. Por exemplo, se um defeito ocorrer no
ponto k do esquema da figura 1.1.1, desligaria os disjuntores 1,2, 3,4 e 5, Um relé pode ter zona de atuação em que uma parte pertence à
enquanto que somente o desligamento do disjuntor 1 da barra A seria o proteção principal e a outra parte pertence à proteção de retaguarda. Como
suficiente. exemplo, pode-se citar o caso da proteção convencional (escalonada por
zona sem teleproteção) feita com a utilização de relés de distância (21), em
O inconveniente desse desligamento seria retirar um elemento não que a 23 zona tem 20% da LT na proteção principal e 50% da próxima LT
defeituoso do sistema elétrico . Entretanto a probabilidade da ocorrência coberta pela proteção de retaguarda da l a zona do relé a jusante da próxima
desse defeito e muito pequena dado que a zona de supel-posição é muito barra.
pequena e está próxima do disjuntor.

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(

4 Capítulo I ~Z0 n ~a d ~eP r o~ t~ e.çã~0 ________________________________________~5 (


(
Na prática a zona de atuação da proteção principal se inicia no local Cada conjunto de TCs alimenta relés de sistemas de proteçào diferentes.
(
da instalação do TC ou dos TCs do circuito elétrico. Nos disjuntores Por exemplo, o disjuntor 1 está coberto pelos TCs x e y. O TC y pertence ao
pertencentes à superposição os TCs estão entrelaçados, isto é, os TCs estão esquema diferencial (87) do conjunto (transfonuador e gerador síncrono), o TC x
posicionados de modo que o disjuntor fique no meio, conforme ilustrado na pertence a proteção diferencial (87) da Barra A.
figura 1.1.2. Salienta-se que os posicionamentos dos TCs apresentados na figura
Proteção 1.1.2 seria o ideal em termos de entrelaçamentos de zonas de proteçào, mas
(
Diferencial
do Ge rador
na prática é de alto custo e as empresas por motivos econômicos utilizam o
P ro teção
Diferenc i al do
esquema apresentado na figura 1.1.5. (
Ge rador e
Transformador Algumas vezes, como variante do esquema apresentado na figura
1. 1.2, é também utilizados a instalação dos TCs como mostrado na figura
1.1.3.
t Zona
taf! ·
87 87 ) A
LT

Zona B I
87 Figura 1.1.3 - Cruzamento de TCs sem Abraçar o Disjuntor

7~
t ________ _______ ~
Proteção de
Linh a d e

T_ra_n_
sm_
_ iS_Sã_O____ ~ ____________________ ~
Neste caso os TCs não cobrem o disjtmtor, isto é, o disjuntor está
coberto só pela proteção da zona B. Note que no esquema da figura 1.1.3
está apresentado, também, 2 TCs separados, a que constitui em uma
Proteção alternativa de alto custo. Na realidade, as empresas utilizam apenas um TC
Oife renc ia l
d e Barra
com vários enrolamentos independentes no secundário, assim nesse caso
bastaria um enrolamento primário e 2 enrolamentos secundários. Para este
propósito, convenciona-se que o símbolo apresentado na figura 1.lA
corresponde a um TC com 1 enrolamento primário e 2 enrolamentos
secundários. ~

~-
~lLf
I Zona A

";
. LT

Zona B I

Figura 1.1 .2 - Localização dos TCs Figura 1.1A - TC com um Enrolamento Primário e 2 Enrolamentos
Secundários

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6 Capítulo J Zona de Proteção 7

A fim de reduzir os custos e a quantidade de TCs utilizados na Note que com esta configuração econorrllzou-se 7 TCs.
conjugação dos entrelaçamentos das proteções de banas, as empresas
ado tam esquemas de proteções em que as ligações ficariam como as 1.2 Relé de Sobretensão
apresentadas na figura 1.1.5.
Os relés de sobretensão operam quando a tensão elétrica ultrapassa
Proteção um valor pré-ajustado. Recebe a denominação de função 59 pela
Dife rencial do
Gerador e nomenclatura ANSI. Ver apêndice A.
Transformador
OS relés de sobretensão podem ser classificados em:
a) Aspectos construtivos
87 87 • Eletromecânico;
• Eletrônico;
• Digital.
b) Tempo de atuação
3 Proteção de 4
- ' / Unhade ~ • Instantâneo;
--r Transmissão 21 •- --1
• Temporizado.
: ! 1
o Definido;
Proteção
o Tempo inverso.
Diferencial
de Barra O relé de sobretensão eletromecânico, em relação ao aspecto
construtivo, é idêntico ao relé de sobrecorrente tanto para a unidade
instantânea quanto para a unidade temporizada. A unidade instantânea e a
temporizada de tempo inverso estão apresentadas respectivamente nas
figuras 1.2.1 e 1.2.2.
I

IL O conjugado (torque) do relé de sobretensão é dado pela expressão


1.2.1.

1:Torque = kV 2 - k Mo1a (1.2.1)

Em que:
Figura 1.1 .5 - TCs com 2 Enrolamentos no Secwldários no Entrelaçamento V -+ é a tensão elétrica na bobina magnetizante do relé de
das Zonas de Proteção com a Proteção de Barras. sobretensão.

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Capítulo I Zona de Proteção

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Relé de Sobretensão
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do Relé 591
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\ l\ Curva de Tempo
, \, /, 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Figura 1.2.1 - Relé de Sobretensão Instantâneo (591) - \ ,\ / ,/ I I 117


- \ \ ' ,\.
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do Relé 59T
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Porcento do valor do Tap ajustado no 59

Figura 1.2.2 - Relé de Sobretensão Temporizado (59T) Figura 1.2.3 - Curva Tempo x Tensão do relé de Sobretensão

As unidades têm taps para possibilitar a escolha do ajuste mais


indicado para a respectiva proteção instantânea e temporizada a ser adotada
para o sistema elétrico em estudo. No relé de sobretensão temporizado de
tempo inverso escolhe-se uma curva Tempo x Tensão, conforme família de •
curvas disponibilizadas pelo fabricante apresentadas, na figura 1.2.3, por
exemplo. • MM\\__- - - '

1- Dependendo do porte e da importância do sistema elétrico a proteção


de elevação de tensão pode ser efetuada utilizando-se um ou mais relés de
*
sobretensão. Por exemplo, num sistema de grande porte, pode-se utilizar 3
relés de sobretensão, conectados enh-e fases ou entre fase e terra. A figura
1.2.4 mostra uma ligação com relés de sobretensão (59) entre fase e terra.
Figura 1.2.4 - Ligação dos Relés de Sobretensão Instantâneos e
Temporizados

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10 Capítulo I Zona de Proteção 11

o diagrama nmcional de proteção de sobretensão está apresentado digitais multifunção , em que a função 59 já está incorporada. Geralmente, a
na figma 1.2.5. função 59 no relé digital é de tempo definido.

+
591:f 159T ];O lO
Num relé de sobretensão eletromecânico é interessante obter a
relação de tensão de atuação (pick-up) e a tensão de desoperação (drop-out) ,
A 59T 591 conforme expressão 1.2.2.
59l B

591
I C
.
R e 1plck-up (0/
10)
= tensão de atuação
_ _ x
100
tensao de desoperaçao ( l.2 .2)
drop-out

Note que a expressão 1.2.2, deve-se principalmente ao relé


eletromecânico, em que o fluxo magnético mínimo gerado pela sobretensão
que é suficiente para acionar a alavanca fechando os contatos é bem maior
que o fluxo magnético gerado por uma tensão menor que consegue soltar a
Figura 1.2.5 - Diagrama Funcional da Proteção de Sobretensão alavanca do relé, abrindo-se os seus contatos. Pela expressão 1.2.2 este valor
é sempre maior que 100%. Note que este problema intrínseco do relé
Pelo esquema apresentado na figura 1.2.5, a proteção de sobretensão eletromecânico leva a um valor bem superior a 100%.
só provoca o disparo no disjuntor quando:
Quando ocorre uma sobretensão temporária que provoca a operação
tf> Ocorre uma sobretensão nas 3 fases com a conseqüente operação do relé de sobretensão instantâneo, pode muitas vezes permanecer o contato
das 3 unidades instantâneas. Os contatos das unidades fechado mesmo com o retomo da tensão nominal do sistema. Por isso, deve-
instantâneas estão em série, portanto, somente com os se sempre ter o cuidado para que a tensão de desoperação seja maior que a
fechamentos dos 3 contatos dos relés o disparo do disjuntor é tensão nominal do sistema, assim garante-se o restabelecimento do relé de
efetuado. Se ocorrer, por exemplo, uma sobretensão em uma só sobretensão instantâneo. O relé de sobretensão digital não tem este
fase , a unidade ' instantânea da fase correspondente fecha o seu problema, porque a relação de tensão do pick-up e drop-out é praticamente
contato, porém não ocorre a operação do disjuntor. 100%.
tf> Ocorre uma sobretensão em 1 ou 2 fases que se mantém por A sobretensão no sistema elétrico pode provocar os seguintes
certo tempo provocando a operação da unidade de sobretensão problemas:
temporizada. Note que os contatos das unidades temporizadas
estão em paralelo, portanto qualquer tmidade que atua provoca o @ Arcos elétricos entre condutores de uma linha transmissão;

disparo do disjuntor. @ Arcos elétricos nos isoladores;


Os TPs podem também serem conectados em /j. para a ligação dos @ Aumento da corrente de fuga nos pára-raios;
relés entre fases. @ Esforços maiores na isolação dos transfonnadores;
Apresentou-se aqui a proteção de sobretensão utilzando-~e relés de @ Esforços maiores na isol.ação dos geradores síncronos;
sobretensão eletromecânicos para possibilitar um melhor entendImento do
funcionamento físico do equipamento, mas atualmente utilizam-se relés @ Aumento dos esforços na isolação elétrica dos equipamentos.

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12 Capítulo I Zona de Proteção (
13

1.3 Relé de Subtensão que mantém atraída a alavanca (armadura) do relé, confonne ilustrado na
figura l.3 .2.
o relé de subtensão, função de proteção 27, opera quando a tensão
.....
-
(
diminui abaixo de um valor pré-ajustado. Construtivamente é idêntico ao -

relé de sobretensão, mas sua operação ocorre somente quando há uma -- --"" +__.._ O.C (
Taps
redução da tensão elétrica no circuito no qual está instalado . ~ -4b~

As características e esquemas de ligação são os mesmos da proteção


de sobretensão. A curva de temporização desse relé é mostrada na figura Bobina
Mola
l.3 .l. Magnetizante
do Relé 271
Alavanca
Rel I.' \h: S"hlc n ,s;)., I-
I- ~ t, Eixo
.- Figura 1.3.2 - Relé de Subtensão Instantâneo (271) nâo Operado
I'" ;e

.. o
§
~ .
A mola neste caso se mantém pennanentemente tracionada. Quando
a tensão elétrica do circuito diminui abaixo de um valor ajustado, o fluxo

....

100 &
· H ~
E
magnético diminui e solta a alavanca. A mola que está tracionada puxa a
alavanca de volta fechando o contado do relé, isto é, concretizando a
operação propriamente dita do relé de subtensão 27 . Ver figura l.3.3 .

...
70

{rn-i:,
TP ~ Taps

--
""

'. Bobina
Magnetizante
do Relé 271
I _ ____' _ -_~J -~ ~ - -.
10

o lO 20 30 110 !lO eo N .. eo 100 • Eixo


Porc ento' d o ..·;,1 0" lln TLl I) niUSlndn
Figura 1.3.3 - Relé de Subtensão Instantâneo (271) Operado
Figura 1.3.1 - Curva de Temporização do Relé de Subtensão
O relé de subtensão (27) é utilizado em várias situações na proteção
Os relés de subtensão são idênticos aos relés de sobretensão, do sistema elétrico, muitas vezes combinado com outros relés. Por exemplo,
mostrado na figura 1.2.1, com bobina magnetizante com vários taps para utiliza-se o relé de sobrecorrente com monitoramento (pennissivo) por
possibilitar a escolha do percentual (%) da tensão ajustada para a qual o relé subtensão. Isto significa que a atuação da proteção é combinada, isto é, o
u:á atuar. A atuação é por ação da desoperação (drop-out) da alavanca. Na disjuntor só receberá disparo se houver atuação dupla, do relé de
operação normal do sistema, a tensão nominal produz um fluxo magnético

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14 Capítulo I Zona de Proteçào 15

sobrecorrente 51 e elo re lé ele subtensão 271. O esquema apresentado na


figura 1.3 .4 mostra como se realiza a operação desta proteção.
DJ
BARRA ou 51
LT
BARRA \ .. _ ~ -
~

TP \

t-@ F igura 1.3.6 - Relé de Sobrecorrente com Restrição de Subtensão


O esquemático em DC está apresen tado na fi gura 1.3.7.
Figura 1.3.4 - Diagrama U nifilar e Esquemático em DC da Proteção de
Sobrecorrente com Supervisão do Relé de Subtensão (51/27)
O esquemático em De está apresentado na figura 1.3.5 .
+ I
5215oou51
+
BA

52a
I
Figura 1.3.7 - Esquemático em DC
O torque no relé de sobrecorrente eletromecâ.nico, ou sej a, a sua
Figura 1.3.5 - Esquemático em DC da Proteção de Sobrecorrente com corrente de atuação depende do tap escolhido e varia em função do valor da
Supervisão do Relé de Subtensão (51/27) tensão elétrica aplicada após atuação do relé 27. Isto é, a corrente de ajuste
do relé de sobrecorrente varia de acordo com a tensão elétrica aplicada e
Na representação numérica da ANSI (apêndice A), o relé de pode ser dada pela expressão 1.3.1.
sobrecorrente temporizado com monitoramento de subtensão é denominado
por 51/27. IOjuste500u51 = Tap 50 ou 5 1 .f (V27 ) (1.3.1)
Outra variante, muito utilizada é a denominada de proteção por relé Para o relé digital ou eletrônico, a corrente de ajuste varia de acordo
de sobrecorrente com restrição de tensão. Neste caso, o torque de atuação no com a expressão 1.3.2.
relé de sobre corrente eletromecânico é dependente da tensão, que pode ser
Iojuste 50 ou 5 1 = I aj us tado no 50 ou 5 J • f (V27 ) (1.3.2)
por subtensão ou sobretensão. Por exemplo, a figura 1.3.6 mostra o
diagrama uni filar desta configuração por restrição de subtensão. Em que:

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16 Capítulo I Zona de Proteção 17
(
f(V ~7 ) Representa uma função que varia de acordo com o valor da
-t t Tem po
tensão sobre o relé 27.
A corrente de ajuste do relé de sobrecorrente 50 ou 51 pode ser
l'
-----------------------------------------'!""""'"------
vlsualizada, por exemplo, na figura 1.3_8. ~m l' I
de -.v (
l ajuste do relé de sobrecorrente
Atuação ~

Tap Ajustado .....- - - - - - - - - --.


27 59 Tensão

Figura 1.3.9 - Característica de Atuação do Relé de Tensão 27 e 59

IA Proteção de Sobretensão para a Terra de Sistemas


v Isolados
Tensão Nominal Num sistema isolado ou ateITado com uma alta impedância,
geralmente para a proteção de defeito à terra, utiliza-se a tensão de
Figura 1.3.8 - Curva do I ajuste versus tensão V
seqüência zero obtida por 3 TPs ligados em b,. aberto. A figura 1.4. 1. ilustra
Note-se que com o abaixamento da tensão aumenta-se a esse esquema de ligação.
sensibilidade do relé de sobrecorrente, esta característica é útil em vários A 8 C
esquemas de proteção, principalmente os utilizados na partidas de máquinas
rotativas. ~-. .
vA
+ ~-
.
A proteção por relé de sobre corrente com restrição (dependência) de
tensão é denominada de 50V ou 51Y. + Funçao
-
R
O relé digital de multi função contém várias funções incorporadas, 3\10 59 64
inclusive a de subtensão 27 e a de sobretensão 59. A característica de
atuação com respeito à tensão e à temporização são mostradas na figura
1.3.9 _
Neste caso o relé opera quando a tensão sai da faixa de operação
mostrada na figura 1.3_9, inclusive as temporizações podem ser diferentes Figura 1.4.1 - Relé de Sobretensão Conectados nos Terminais do b,. Aberto
para as funções 27 e 59_ Neste tipo de sistema elétrico, quando ocorre um defeito em rel ação
à terra, haverá um desequilíbrio de tensão com a conseqüente geração de

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18 Capítulo I 19

tensão de seqüência zero. Assim, conforme descrito na referência [5], na


ligação em A abelio aparecerá uma tensão de seqüência zero com o valor de
JVo que ativa o relé de sobretensão 59. Apesar de o relé ser de sobretensão
esta função de proteção é denominada de 64 pela ANSI, dita também de
proteção de terra ou de contato à terra.
Por exemplo, no circuito de 13,8 kV dos serviços auxiliares de uma
subestação, proveniente do terciário ligado em /').. do transformador de
.~ ~ -' -"T,~ :".' :-~ ? ·~:3".,_- ~7 - -. ~ •• -. ___ o - .-. '~;-?:C" ~: i
potência de 3 emolamentos, utiliza-se a proteção de sobretensão mostrada
na figura 1.4.l. Note que neste caso, em funcionamento normal, a tensão no _. ~ .. I

. - - - - '. - '1
secundário dos TPs é de 115 / .J3 = 66,4 V. ~ =- '--_-_o _. _ _ ~ __
-._ _._- ':_~_-' ~ . _. _. _c _ _ ~ -:: __ .::::-.::. ~ , __ ~ _~ _, ' _ _ .=:::........:.

Em termos fasoriais, tem-se:


Y. = 66,4L O° V
Yb = 66,4L -120 V 0

Vc = 66,4L - 240 V 0

RELÉ DIFERENCIAL
A tensão sobre o relé 59 é:

VRelé59 = Va + Vb + Yc = zero
Portanto em funcionamento normal do sistema elétrico a tensão no
relé 59 é nula. Havendo um defeito à terra, no sistema elétrico isolado, as
I 2.1 Relé Diferencial
tensões desequilibradas geram tensões de seqüência zero iguais e em fase no
secundário dos TPs, e o relé 59 ficará submetido a o relé diferencial é um dispositivo de proteção de um equipamento
que se baseia no princípio da comparação de corrente elétrica de entrada e
VRelé59 = 3Vo = 3 x 66,4 = 199,2V saída, podendo haver várias possibilidades de conexões, sendo
simbolicamente representada pela figura 2.1.1.
Desse modo o relé 59 deve ser ajustado com uma tensão bem menor,
por exemplo: ientrada
Elemento
VAjuste doRe lé 59 = V no min ai < 3Vo • Protegido

Na prática, na figura 1.4.l , é necessário colocar em paralelo com o Figura 2.1.1 - Plincípio da Proteção Diferencial
relé 59 uma resistência elétrica (R) de estabilização, principalmente para
A ftmção de proteção fundamenta-se na 1a Lei de Kirchhoff aplicada
minimizar as sobretensões advindas da própria operação do relé e também
ao equipamento, isto é
para atenuar possíveis problemas de ferro-ressonância tão comum neste tipo
de circuito.

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(

20 Capítulo II Relé Diferencial 21

Elemento
Protegido
(2. 1.1 )
(
o dispositivo de proteção vai atuar do seguinte modo:
Ísaída
Íe nrrada (secundário;
a) Se i entrdda =: i..ida , a corrente irei'; =: O, e o relé não atua, isto é, o ( secundário)
Relé
elemento protegido não apresenta defeito.

b) Se i.ntrnda - i saida ::; I .juste do relê ' a proteção não atua porque a Figura 2.2.1 - Proteção Diferencial Comum na Operação Normal do
diferença de corrente é menor que a corrente de ajuste do relé. Sistema Elétrico
c) Se i entrada - i saida > I aj uste do relé ' a proteção atua porque a diferença No caso da figura 2.2.1 em que o sistema elétrico está operando
de corrente é maior que o ajuste no relé. Neste caso há um normalmente, isto é, alimentando uma carga, as con-entes de entrada e saída
defeito no elemento protegido. são iguais é o relé não opera. Note que a proteção diferencial pode ser
empregada em sistemas elétricos radiais e em anéis, sendo que sua zona
A comparação das correntes elétricas é feita por meio de TCs. seletiva de atuação é entre os dois TCs.
A proteção diferencial é largamente empregada na: A figura 2.2.2 apresenta o caso de um curto-circuito fora da zona
• Proteção de transformadores de potência protegida pelos dois TCs.

• Proteção de cabos subterrâneos Elemento


• Proteção de máquinas síncronas Protegido

• Proteção de barras
• Proteção de cubículos metálicos Bobina de i 2 =: ii
magnetização do
• Proteção de linhas de transmissão curta ~ relé de
sobrecorrente
A proteção diferencial é denotada pelo número de função 87.
Apresentam-se a seguir várias possibilidades do emprego da Figura 2.2 .2 - Defeito Fora da Zona Protegida
proteção utilizando o relé 87. Supondo o sistema em anel, as correntes que suprem o cUlto-circuito
vêm dos dois lados como mostra figura 2.2.2, mas como o defeito ocorreu
12.2 Relé Diferencial Comum fora da zona protegida pela proteção diferencial, os dois TCs vêm a mesma
corrente i I , e o relé não opera.
É uma proteção em que se utiliza um relé de sobrecorrente 50 ou 51,
Já a figura 2.2.3 apresenta um curto-circuito interno à ligação
fazendo a função 87. A figura 2 .2. 1 mostra o esquema genérico desta
diferencial.
proteção, em que os TCs têm relação 1: 1.

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( Capítulo II Relé Diferencial 23
(
Este esquema de proteção utiliza um relé diferencial percentual
( E lemento
apresentado na figura 2.3.1 .
Protegido
(
TC TC
( 11
.
"~ ~ Elemento "~ ~ i2
L
I
Protegido
"[
i2
11
I
BOBiJ'IADE
ki2 N1 BOBINA DE
Figura 2.2.3 - Defeito Dentro da Zona Protegida N2
OPERAÇÃO
RESTRlÇÃO
I
Se o sistema for radial a conente 12 = O, e se for em anel a conente
+
--
1-
12 será uma conente de curto-circuito. A conente que passa pela bobina !' ~"C Ir-
magnetizante do relé será ii + i 2 e a proteçâo atuará.
É importante observar que o uso das ligações anteriores é freqüente. Apesar
12
! ~
EIX O
I 1 MOLA BATENTE

das ligações anteriores serem usadas, elas apresentam problemas na


oconência de elevado curto-circuito fora da zona seletiva, mas muito Figura 2.3.1 - Relé Diferencial Percentual
próximo ao TC. Isto se dá devido a: Note-se que:
• não ser perfeito o casamento dos TCs; • Se o elemento protegido for um cabo subtenâneo, uma máquina
• saturação dos TCs; síncrona ou uma linha de transmissão curta, as conentes II e
12 serão iguais.
• carregamento -(burden) nos secundários dos TCs, que causam
saturação no núcleo; • Se o elemento protegido for um transfonnador, as conentes i I e
.• outros problemas inerentes ao equipamento protegido. i 2 serâo determinadas pelas relações de h·ansfonnação do
As situações acima produzem enos nos TCs, podendo provocar a transfonnador e que deverão ser compensadas pelas relações de
atuação indevida do relé de sobreconente que está fazendo a função de transfoffilação dos TCs e, se necessário, pelo emprego de TCs
proteção 87. auxiliares.

Para contornar esses problemas é melhor utilizar o relé diferencial O esquema de proteção diferencial percentual apresentado pela
percentual. figura 2.3 .1 baseia-se na interação de duas bobinas, que são:
• Bobina de restrição, que tem uma derivação central. O campo
12.3 Relé Diferencial Percentual magnético gerado nesta bobina de restrição atua atraindo um
êmbolo produzindo um torque negativo, isto é, contrário ao
torque de operação.

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24 Capítulo II Relé Diferencial 25

• Bobina de operação, cuj o campo magnético atrai u m êmbolo que torque de operação é grande e o torqu e de resu·ição é nulo. ficando desse
produz o tOl·que positivo . modo, garantida a operação do relé.
(
O relé 87 irá operar se o torque positivo (rJ for superior ao tOl·que Elemento TC
(
negativo (rJ. Protegido
O funcionamento básico do relé diferencial percentual da figura
2.3.1 baseia-se nos torques gerados nas bobinas de restrições e de operação.
Para analisar melhor o funcionamento, apresentam-se os itens a seguir.
a) Operação normal do sistema elétrico ou defeito fora da zona BOBINA D E
N1
protegida. BOBINA DE N2 OPERAÇÃO (
RESTRIÇÃO
Este é o caso em que as conentes seClmdárias nos TCs do esquema
da figura 2.3.1 são iguais (ii =i 2 ) . Nota-se que a bobina de restlição é
composta de duas partes emoladas no mesmo sentido, portanto as conentes
i I e i 2 produzem um campo magnético concordante que atrai com bastante
força o êmbolo, produzindo um forte tOl·que negativo. Já na bobina de
operação, a corrente resultante é ii - i 2 = O, ou seja, o torque será nulo.
Assim, o forte torque negativo (restrição) garantirá a não operação do relé Figura 2.3.2 - Defeito Interno
87 . Esta é grande vantagem desse relé, que se traduz em:
b) Defeito interno entre os dois TCs. • Defeitos externos, o relé fortifica a restlição e enfraquece a
Quando o defeito (curto-circuito) é interno, ou sej a, dentro da zona operação, garantindo a não atuação do relé.
limitada pelos dois Tes, as correntes ii e i 2 dirigem-se ao ponto do • Defeitos internos, o relé enfraquece a restlição e fortifica a
defeito. Neste caso, tem-se a inversão da corrente i2 como mostra a figura operação, garantindo a atuação do relé.
2.3.2. O relé diferencial percentual (87) apresentado na figura 2.3 .l é
representado pelo esquema da figura 2.3.3, em que aparece a bobina de
Para dar ênfase ao funcionamento deste relé, supõe-se que a corrente
operação e a bobina de restrição separada em duas partes.
12 tenha o mesmo valor em módulo da corrente i I' deste modo, o campo
Passa-se a obter a expressão analítica de operação do relé diferencial
magnético gerado pela corrente i 2 , na meia bobina de restrição, tem sentido
percentual, considerando que as correntes ii e i 2 estão referenciadas de
oposto ao campo criado pela corrente ii ' assim, o campo magnético de
acordo com as figuras 2.3 .1 e 2 .3.3.
restrição resultante é nulo, conseqüentemente não existe torque de restlição.
Já a corrente resultante ii + i 2 = 2i l , passa totalmente pela bobina de • Na bobina de resttição, age a COtTente resultante que é dada por
operação, produzindo um elevado torque positivo. Note que neste caso, o ii + i21
I corrente de restri ção = --2-

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26 Capítulo TI Relé Diferencial 27

r rele 87 == T operacão - T re!-triçào


Elemento
Protegido
• • (2.3 .1)

No limiar (r relé 87 = O) do relé 87 , tem-se :


I - I
[ ~ Bobin a~e
~ operaçao

.< >.-
Bobinas de restnçoes I -I
I 2
=~K}.
K
I
II +I}
2 (2.3.2)
Figura 2.3 .3 - Relé Diferencial Percentual (87)

= - -J , tem-se
Para simplificar, utiliza-se apenas a média dos módulos individuais,
isto é
Fazendo-se, a
~ KI
l [ +1
11 +1 2 2
I I -I 2 = a ·2- -
Icorrente de restrição == - -2 - (2.3 .3)

cujo torque de restrição será dado por Fazendo-se, y = I[ - 12 , tem-se a expressão 2.3.3 ,
e x = I[ + 12
2 2
II + 12 reescrita como sendo a expressão 2.3.4, que é uma equação de uma reta que
(
(
2
r re ~ trição
(
ex: (<:J) restrição ) ex: --2-
J passa pela origem dos eixos cartesianos y - x .

( • Na bobina de operação, a conente resultante é, y=ax (2.3.4)

I opel1lção = I ii - i 2 1 Fazendo-se o gráfico da expressão 2.3.3 de ( - 12 em função de


II + 12
e para simplificar utiliza-se -- , tem-se a figura 2.3.4.
2
I opernçãO = II - 12
Em que:
cujo torque de operação é dado por
a = taga = ~K 2, que é chamado de inclinação, ou declividade (slope) da
\. KI
reta do limiar de operação do relé 87.
Portanto, desprezando-se a restrição da mola restauradora, o tOl'que O efeito da mola de restauração do relé só aparecerá para pequenas
resultante que age no balancim do re lé diferencial percentual é dado pela conentes de defeito, neste caso, sua ação está representada na figura 2.3.4, em que
expressão 2.3 .1. a reta não passa pela origem, mas tem um pequeno desvio.

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(

28 Capítulo II Relé Diferencial 29 (

Para isso é definido outro tenno que é a percentagem da corrente


diferenc ial II - 12 em relação à menor das correntes de retenção 11 ou 12 ,

~m iar de operação Supondo-se que 12 < II' assim a percentagem diferencial " p" é dada
OPERA por:

Desenvolvendo-se, tem-se:
Devido ao
efeito da
mola NÃO OPERA I = 100 +p . I (2.3 .5)
I 100 2

Supondo-se que I I < 12 , tem-se

Figura 2.3.4 - Curva de Operação do Relé Diferencial Percentual


Desenvolvendo, tem-se
Para o relé diferencial percentual, devem-se fazer dois ajustes:
a) Ajuste da declividade (slope), que pode ser: I = 100 . I (2 .3.6)
I 100 +p 2
• 5 a 25% para máquinas síncronas;
Usando-se no relé diferencial percentual, o percenhlal "p" de 10% e
• 10 a 45% para transformadores de potência. 25%, o gráfico da zona de atuação do relé é apresentado na figura 2.3 .5.
Deve-se obse-rvar que se a declividade for de 25%, que Nota-se que a reta superior da gravata é dada pela expressão 2.3.5 e a
corresponde a taga = 0,25 e a = arctagO,25 = 14,04° . Quanto reta inferior pela expressão 2.3.6.
maior for a declividade, menor é a sensibilidade do relé. Assim, para qualquer operação que produza um ponto dentro da
região hachurada o relé 87 não ahla.

J
b) Ajuste do valor inicial ou pick-up do relé para compensar o efeito
K Qualquer ponto de operação fora da gravata representa uma corrente
da mola de restauração, seu valor mínimo é limitado por 3 ,
KI diferencial além do ajustado no relé 87 e a proteção atua.
em que K3 representa o efeito da mola. Por exemplo, o ajuste do De uma maneira geral na proteção de transformadores ou máquinas
pick-up ou corrente mínima de atuação do relé, pode ser O,IA ou síncronas o relé 87 não atua diretamente no dispositivo de abertura do
0,2A, ou o valor recomendado pelo fabricante do relé. disjuntor. O relé atua ativando o relé auxiliar de bloqueio (86), que
Pode-se também representar o relé diferencial percentual, em um providencia uma série de comandos, sendo um deles o disparo da abertura
do disjuntor ou disjw1tores, conforme pode ser visualizado na figura 2.3.6.
gráfico da corrente de retenção II em função da corrente de retenção 12 ,

\..

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30 Capítulo II Relé Diferencial 31

18
1 (Ampêres
retenção) ~tua
, , :<-

:<- -
,-
a =10%
Zona Inoperante
+ -j2A

-
1r---52 1-r
~
---r
A
~, .,I-1r

52B 1""'--
52B ~I -
16
.alua
14 a =25%
BA
12
11 ~ 100 + a 12 -~ - 1= ~ 12
100 100 + a
10
8 Figma 2.3.7 - Esquemático em De da Proteção Diferencial Percentual

6 Em que:
VM ~ lâmpada vennelha, indicando disjuntor fechado.
4
VD ~ lâmpada verde, indicando disjuntor abelio .
2
1 51 .34°= arctg 100+25
As notações numéricas são identificadas no apêndice A.
I 100
Note que na proteção de linhas de transmissão com relés 50, 51, 21,
-~+12 67, 32, utilizam-se TCs com fator de sobrecorrente de 20, com classe de
4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 exatidão de 10%. Os TCs utilizados na proteção diferencial, os erros dos
(Ampéres retenção)
mesmos influenciam no ajuste do relé, portanto esses TCs devem ter
Figura 2.3.5 - Zona de Atuação do Relé Diferencial Percentual em FOlma de precisão analisada para cada caso, e podem ser de classe de exatidão de
Gravata 2,5%, de 5% ou de 10%. Desse modo, em alguns casos, os TCs da proteção
diferencial devem ser melhores do que os TCs das outras proteções.
B
Transformador ou
Gerador Síncrono
,,

: e
,,,
,
,
~-<I( 86 -~.!
: ,

~
~-;87r

Figura 2.3.6 - Diagrama Esquemático da Proteção Diferencial


A figura 2.3.7 apresenta o diagrama esquemático simplificado em
DC da atuação da proteção.

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(

31 _T~e 1_ep ~r0teçã __________________________________________~3 (


(

A filosofia da teleproteção é a mesma da proteção utilizada no (


sistema de energia elétrica, com o adicional que a confiabilidade da
(
tecnologia da comunicação é fundamentaL
(
A teleproteção basicamente utiliza 2 processos para a ação de
desligamento do trecho em defeito. Os 2 processos são:

:t;'. ",c:'-:,
• comunicação efetiva ou não entre os relés, para o bloq ueio do
desligamento do disjuntor;
,- "~' ,,' .'
(

[~7:i "',~ "'~. ' c ,- - "','" ~ • cOlmmicação entre os 2 relés, para o desligamento efetivo dos
disj untores.
:. ~ - -II '. . ~. ~ _ _ >_ _ _• __ ~' ~ , ~ . _ ' _:': _ ' __

Na teleproteção a necessidade de se utilizar a proteção principal e


alternativa é importante, possibilitando a garantia de seletividade de 100%
da linha de transmissão.
Na teleproteção as vias de comunicação, conhecida como canais
piloto, podem ser de vários tipos:
TELEPROTEÇÃO • fio piloto;
• onda portadora (Carrier);
• microondas;
13.1 Teleproteção • fibras ópticas do tipo:
A proteção que utiliza comunicação entre os relés das barras 7- cabo dielétrico de fibra óptica;
adjacentes de uma linha de transmissão é denominada de teleproteção. O 7- cabo OPGW.
p~ncío básico da teleproteção é a utilização da proteção diferencial (87) a
d~stâncIa , em q,ue a transmissão do sinal de um relé ao outro é feita pelas Na teleproteção é imprescindível que o meio de comunicação tenha
Vlas de comumcação. Do mesmo modo da proteção diferencial, o trecho alta confiabilidade e alta velocidade. Isto porque a teleproteção é um
supervisionado (selecionado) para a proteção é o compreendido entre os 2 componente incorporado ao sistema de proteção. Desse modo é importante
r~lés. A figura 3.1.1 mostra simplificada e esquematicamente a proteção da considerar a segurança do meio de comunicação, principalmente quanto à
lmha de transmissão utilizando a teleproteção. sua exposição fisica. Geralmente em linhas de transmissão, o sistema de
comunicação abrange todo o comprimento da linha, ficando exposto a toda
Barra A Barra B
sorte de riscos, inclusive o de vandalismo.
Os mecanismos das vias de comunicação são resumidan1ente
apresentados a seguir.
- - - - - - - - - - - - - - - RB
Via de Comunicação

Figura 3.1.1 - Teleproteçâo F_ioPl


LI3_.2__ _t o ~ ____________________________~ 1 I

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34 Capítulo III Teleproteção 35

Fio piloto é um condutor físico utilizado para conduzir (transmitir) o Transformador


sinal de comunicação entre os sistemas de proteção instalados em cada
terminal do elemento protegido.
• •
O condutor, meio de propagação, pode dependendo do tipo de
proteção, ser:
o Fios telefônicos; Bobina de
Operação
o Cabos elétricos;
o Fios nus. Bobina de Bobina de
Restrição 1 Restrição 2
A comunicação por fio piloto é feita por um par de condutores, em
que o sinal de transmissão pode ser efetivado (transmitido) por: Figura 3.2.1 - Proteção Diferencial do Transformador
• Corrente contínua (DC) Barra A Barra B

Linha de Transmissão
• Corrente alternada (AC) em 60 Hz;
• AC em sinal de áudio.
O esquema de proteção utilizando fio piloto é mais indicado quando
o elemento protegido for de pequenas dimensões, tais como: Bobina de Bobina de
Restrição 1 Fio Piloto Restrição 2
~ Transformador;
Figura 3.2.2 - Proteção com fio Piloto
~ Gerador síncrono;
Identicamente à proteção diferencial comum, nos relés da figura
~ Cabos elétricos, principalmente os subterrâneos;
3.2.2 as bobinas de restrições produzem ação para a não operação e as
~ Linha de h"ansmissão curta. bobinas de operação produzem ação para a operação da proteção
provocando o desligamento dos disjuntores.
Pode-se utilizar o fio piloto para proteção de linha de transmissão
curta de até 30 km, mas na prática não é muito usado. Simbolicamente a teleproteção, com vias de comunicação através do
canal piloto com o uso de relés 87 em cada terminal da linha de transmissão,
No tipo de proteção por fio piloto, por exemplo, utiliza-se a mesma
é representada pelo esquema da figura 3.2.3.
fIlosofia do relé diferencial (87) adotada no transformador de potência,
sendo que neste caso a proteção diferencial é feÜa por 2 equipamentos de Barra A
Linha de Transmissão
proteção instalados em cada terminal da linha de transmissão. A figura 3.2.1
mostra a proteção diferencial (87) de um transformador de potência.
SubstihlÍndo o transfOlmador por uma linha de transmissão e
._____ Via de Com unicação _____ ~
utilizando a proteção diferencial com o emprego de 2 relés em cada Canal Piloto
terminal, tem-se a figura 3.2.2.
Note que ao se unirem os 2 relés da extremidade da linha de Figura 3.2.3 - Esquema Básico da Teleproteção com Canal Piloto
transmissão, têm-se a constituição do relé diferencial tradicional.

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\
(

37 (
36 Capítulo III Te lepro teçã o
r
No esquema da figura 3.2 .2, com o sistema elétrico operando em realidade as correntes de curto-circuito proveniente das barras A e B não são (
condição nOlmal, as correntes no circuito secundários dos 2 TCs são iguais e pela cablagem do canal piloto passa a diferença das correntes.
apresentadas na figura 3.2.4, que é o mesmo caso para um curto-circuito no Pode-se, também, efetuar o mesmo tipo de proteção utilizando o
ponto 1. esquema de proteção por oposição de correntes. Neste tipo de proteção, em
Barra A Barra B operação normal do sistema elétrico, não passa corrente pela cablagem do
fio piloto , como mostra a figura 3.2 .6.
Barra A Barra B
Linha de Transmissão

Fio Piloto

Figura 3.2.4 - Operação Normal
Nesse caso, com não há defeito na linha de transmissão, a corrente é
a mesma no início e no final, desse modo, as correntes secundárias nos TCs
são as mesmas e não passa COlTentes pelas bobinas de operação nos 2 relés
operação
das extremidades. As correntes passam somente pelas bobinas de restrições restrição

garantindo a não operação dos relés. Uma característica deste tipo de Figura 3.2.6 - Proteção por Canal Piloto em Oposição na Operação Normal
esquema de proteção é que na operação normal do sistema elétrico sempre
Havendo um defeito na linha de transmissão, uma das correntes de
circula corrente pela cablagem do canal piloto. Assim, quando ocorre um
defeito na cablagem do canal piloto, devidamente a proteção pode provocar curto-circuito inverte-se na extremidade, o que, por sua vez, determina a
o desligamento do elemento protegido. condução de corrente pela cablagem do canal piloto, com mostra a figura
3.2.7.
A figura 3.2.5 mostra o sentido das correntes elétricas para o caso de Barra B
Barra A
curto-circuito na linha de transmissão. TC,
• Linha de Transmissão

Barra A
Linha de Transmissão ii
Barra B
• •

Curto-circuito
87

restrição
Fio Piloto
Figura 3.2.7 - Defeito na Linha de Transmissão
Figura 3.2.5 - Curto-circuito na Linha de Transmissão . ./
Neste exemplo da figura 3.2.7, foi considerado que I = I .
Nesse caso de curto-circuito na linha de transmissão, a título de
exemplo, supõe-se que as correntes I e l' são iguais em módulo. Assim,
deduz-se que não passa corrente pela cablagem do fio piloto e toda a
COlTente passa na bobina de operação de cada relé com o conseqüente I 3.3 Fibra Óptica
disparo dos disjuntores, em cada extremo da linha de transmissão. Na

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38 Capítulo III Teleproteção 39
(
No esquema apresentado na figura 3.2.3 o canal de comunicação © Rapidez na transmissão do sinalumo~
pode ser fe ito por um cabo dielétrico de fibra óptica, como está representado © Precisão nos dados transmitidos;
na figura 3.3 .l.
© Disponibilização de vários canais de comunicação possibilitando
Barra A Barra B
TC , Linha de Transmissão • TC2 as realizações de outras funções , tais como: telefonia, medição,
• supervisão e controle, transmissão de sinal de áudio e de vídeo,
• • principalmente para ações de segurança do monitoramento do
pátio das subestações;
(
© Mudança de ajustes de relés;
© Possibilidade de ações de autodiagnose na integridade do sistema
Transdutor
Cabo Fibra Ótica de proteção com respeito aos relés e das fibras ópticas e
Fotoelétrico
transmissão do sinal;

Figura 3.3.1 - Teleproteção com Cabo de Fibra Óptica © Canal de comunicação dedicado e seguro para as ações de
transferência de sinal objetivando o bloqueio ou o disparo do
Este esquema de teleproteção é similar ao de fio piloto, em que o disjuntor remoto;
meio fisico da via de transmissão é constituído por um cabo de fibra óptica.
Neste tipo de teleproteção, o sinal elétrico obtido no relé 87 é dirigido ao © Pequena atenuação do sinal transmitido cobrindo grandes
transdutor fotoelétrico, que o transforma em um sinal luminoso equivalente. distâncias de comunicação;
O sinal luminoso, que tem uma freqüência dentro do espectro do © Separação galvânica entre os circuitos elétricos do sistema de
infravermelho, é transmitido pela fibra óptica ao outro terminal, assim se proteção com o sistema de fibras ópticas;
estabelece à comunicação entre os relés dos terminais da linha de
transmissão. © Grande largura de banda;
Com a informação das correntes nos 2 terminais da linha de © Extremamente leves.
transmissão, e de acordo com o esquema de proteção adotado, os relés A fibra óptica é constituída de um núcleo de sílica, revestido com
podem: uma camada de silicone. Para confmar ainda mais os raios luminosos dentro
do núcleo de sílica da fibra óptica, há necessidade de aumentar o índice de
~ não operar;
refração. Com esse propósito dopa-se a fibra com Ge02 (dióxido de
~ operar; germânio) e Si0 2 (dióxido de silício).
~ bloquear a ação de desligamento do disjuntor remoto; As fibras ópticas de acordo com o tipo de transmissão e índice de
~ permitir o desligamento de um disjuntor remoto; refração podem ser:
~ bloquear o religamento. • Fibra óptica monomodo, que utiliza diâmetros de 9 ~m e lO
~m , com comprimento de onda (Â.) de 131 nm e 1550 nm,
As vantagens da utilização da fibra óptica no esquema de proteção tem menor atenuação no sinal, é empregada para grandes
da figura 3.3.1 são:
distâncias de transmissão;
© O cabo de fibra óptica não está suj eito à interferência • Fibra óptica multimodo que se divide em:
eletromagnética e eletrostática;

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41 (
40 Capítulo III Teleproteção
(

~ índjce degrau que tem dois índices de refraçào, um Cabo OPGW (Optical Ground Wires) é um cabo condutor metálico, (
para o núcleo e outro para a casca. São fibras grossas onde coaxialmente estào instalados os cabos de fibra ópti ca. Ver fig ura
(
com diâmetro de I 00 ~Lm a 850 pm. São empregadas 3.4.1.
em distâncias cUlias. ....... - Fibra Ótica (

~ Índice gradual que apresenta índice de refração


variável, a dimensão do núcleo é de 50 pm, 62,5 ~lm e (
Cabo de Fibra
100 ~m , e da casca de 125 ~m e 140 ~ lm. Podem ser
usadas em maiores distâncias com atenuações de 1 a ;~, Ótica /
6 dB /km. ~ Capa ~
A fibra óptica multimodo, tem diâmetro do núcleo de 50 11m, 62,5 , Alumínio
~m e 200 ~m , com comprimento de onda da luz emitida na ordem de 650,
820 e 1300 mn. Figura 3.4.1 - Cabo OPGW
Os transdutores (conversores) fotoelétricos dos relés em cada O cabo OPGW é utilizado como cabo de cobertura (cabo pára-raios
terminal da linha de transmissão devem ser compatíveis, isto é, devem gerar ou cabo guarda) de uma linha de transmissão. Ver figura 3.4.2.
sinais luminosos com o mesmo comprimento de onda. Os cabos de fibra
óptica podem ser simples ou acompanhados de um cabo (guia) de aço. O
cabo de fibra óptica com guia de aço possibilita lançar o cabo em maiores
vãos entre torres de transmissão e resguarda de tensionamentos mecânicos
nas fibras.
A perda de sinal na fibra óptica é medida em dB. Deve-se considerar
as perdas em dB em todo o sistema de transmissão do sinal de fibra óptica,
concernentes às emendas, às conexões e os cabos propriamente dito.
Por exemplo, o cabo de fibra óptica de 9,3 ~lm tem perdas de:
• 0,4 clB/km para À = 1310 run;
• conector, perdas de 2 dB/conector;
• emenda, perda de 0,4 dB/emenda.
A distância de comunicação direta entre relés fica limitada pela
geração de sinal no conversor e pelas atenuações de sinal no sistema de
comunicação. Estas limitações restlingem a operação direta entre relés em
torno de 50 km.
Figura 3.4.2 - Cabo de Cobertura do tipo OPGW
O cabo de cobertura está aterrado na torre de transmissão . Assim, na
13.4 Cabo OPGW ocorrência de uma descarga atmosférica, o raio será captado pela parte
metálica do cabo de cobeltura, será conduzido até à torre mais próxima, e

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(

( 42 Capítulo III Teleproteção 43

será escoado a terra pelo aterramento (contrapeso) do pé da torre. Esta © Serviços para companhias telefônicas ou de TVs não
condução do raio não afeta a transmissão do sinal luminoso dentro do pertencentes à empresa. Isto é. podem-se comercializar os canais
( núcleo da fibra óptica. excedentes para empresas particulares .
( O esquema da teleproteção e da VIa de comunicação é apresentado
simbolicamente pela figura 3.4.3. [ 3.5 Onda Portadora
( Barra A Barra B
TC, Linha de Transmissão A transmissão por onda pOliadora é feita utilizando o meio fisico ,
• • TC 2
isto é, o próprio cabo condutor da linha de transmissão para a propagação do
• • sinal de comunicação. O sinal a ser transferido é modulado na onda
portadora, é injetado na extremidade da linha de transmissão e é recebido na
(
outra extremidade onde é demodulado, isto é, o sinal é separado da onda
( portadora. Este sistema é conhecido por OPLAT - Onda POliadora sobre
(
Linha de Alta Tensão. O esquema da figura 3.5.l mostra os elementos
e CaboOPGW e básicos da teleproteção com onda portadora (Sistema Carrier).
Receptor Receptor
de Canal de comunicação de Bobina de
Sinal Sinal Bloqueio Canal de
Barra TC de Carrier Comunicação
Figura 3.4.3 - Teleproteção com Cabo OPGW
Linha de
Neste tipo de teleproteção a comunicação entre os relés é feita pela Transmissão
transmissão do sinal pelas fibras ópticas contidas no cabo OPGW,
possibilitando efetuar vários esquemas de proteção. Apenas para ilustração, TP
por exemplo, o cabo OpGW com 18 pares de fibras ópticas pode trafegar t·- ·- - - -·~
L -______~:. ,~. . __- - - - _ ,
em cada par, 7560 canais, perfazendo no total 136.080 canais de
comunicação.
A transmissão com OPGW pode cobrir grandes distâncias com a
introdução de repetidora de sinal.
Transmissor
e
II .zCôlrg as d05
Equipamcnlos

Receptor
Desse modo, pode-se utilizar a transmissão de sinal pela fibra óptica, Carrier
9
para o uso da:
Chave
© Proteção;
l
© Comunicação telefônica; Figura 3.5.1- Teleproteção Onda Portadora (Carrier)
© Transmissão de sinal de TV; O sinal é transmitido por uma onda portadora de alta freqüência na
© Comunicação via Internet; ordem de 20 a 400 kHz, que se superpõe à corrente elétrica (60 Hz) da linha
de transmissão . Cada sinal, com sua respectiva freqüência, propaga-se
© Comunicação do sistema de supervisão e controle; independentemente como se o outro sinal não existisse, apenas seus efeitos
são somados. O receptor, no outro extremo da linha de transmissão, que está

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44 Capítulo m Teleproteção 45 (

sintonizado na freqüência Carrier, absorve apenas o sinal da onda portadora, Rádio Navegação
.. lo (
sendo que a correspondente demodulação extrai o sinal da infonnação. 20kHz 30kHz 400kHz 535kHz

Para a finalidade de usar o sistema Carrier por onda portadora na 16kHz


I I I I I (
200kHz 4G5kHz ------+-
teleproteção, há necessidade de apenas apresentar a figura 3.5 .1 de modo _.------ -- ----- Faixa Carrier - --------- --- ... Rádio Difusão (
mais simplificado, como mostra o desenho da figura 3.5.2.
Figura 3 .5 .3 - Faixa de Freqüência Carrier
Bobina de

Barra A TC
Bloqueio de Canal de Preqüências menores que 20 kHz prejudicam o acoplamento com os
D-1
Carrier Comunicação TC Barra B
~ ~ r-
I
W'-----r--------.-----'W ,",.-.
I DCPs , e para freqüências maiores que 400 kHz as perdas de transmissão do

'-18 8- sinal são mais acentuadas e também começa a haver interferências com os
Linha de Transmissão
1 serviços de rádio.
O sistema de proteção que utiliza onda portadora (Carrier) depende
muito da integridade dos condutores da linha de h·ansmissão. Sendo
prejudicados nos seguintes casos:
® Abertura dos condutores da linha de transmissão;
Figura 3.5 .2 - Sistema Carrier ® Curtos-circuitos;
Em que T representa o transmissor e R o receptor da onda portadora ® Manobras de disjuntores;
Carrier.
® Interferências eletromagnéticas;
Os equipamentos que constituem o sistema de transmissão por onda
pOltadora podem utilizar a tecnologia digital, porém a transmissão da onda ® Interferência eletrostática.
portadora pela linha de transmissão é feita sempre no modo analógico.
O sistema completo da transmissão por onda portadora (Carrier), 13.6 Microondas
sucintamente é composto pelos seguintes equipamentos:
Na transmissão por microondas o meio de propagação do sinal é pelo
• Bobina de bloqueio do Carrier; ar. O sinal é transmitido numa freqüência de 900 kHz a 20 MHz. O sinal de
alta freqüência da microonda é dirigido por antenas parabólicas de ponta a l
• Divisor Capacitivo de Potencial (DCPs);
ponta. Por este motivo as antenas parabólicas devem estar colocadas em
\
• Equipamento de sintonia; torres de comunicação para que sua visada tenha longo alcance. Ver figura
3.6.1.
• Transmissor Carrier;
A faixa de freqüência deste sistema de comunicação é:
• Receptor Carrier;
• UHF de 300 MHz a 3 GHz;
• Filtro da onda.
O capítulo 2 da referencia [5] foi dedicado ao equipamento DCPs • Microondas de 3 GHz a 30 GHz.
contendo o seu funcionamento e utilização. \.
O sistema de comunicação por microondas é muito complexo e caro.
A faixa de freqüência utilizada para a propagação de sinal confinada l
na linha de transmissão, em comparação com outras freqüências, é mostrada As antenas parabólicas devem estar direcionadas umas em relação às
na figura 3.5.3. outras, de modo que o sinal seja transmitido entre as torres de comunicação

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(

46 Capítulo III Teleproteção 47

até o seu destino tillal. Em condições ±àvoráveis a máxima distância entre c) Sistema de Transferência de Disparo Direto por Subalcance (Di recr
duas torres pode ser de até 60 km. Underreach Transfer Trip - DUTT) ;
(
Antena d) Sistema de Transferência de Disparo Pennissivo Por Subalcance
Parabólica (Permissive Underreach Tran. ~fer Trip - PUTT) ;
e) Sistema de Transferência de Disparo por Sobrealcance (Pei"Jnissive
Overreach Transfer Trip - POTT).
( Existem vários sistemas de proteçào que utilizam os esquemas
anteriores ou suas variantes, sendo que alguns serão apresentados nos itens a
seguir. Neste tipo de esquema qualquer relé pode ser utilizado, sendo os
Cabo Guia mais usuais os relés 21 , 67 50,51.
(
~ de
Microondas
I 3.8 Sistema de Bloqueio por Comparação Direcional
O sistema de bloqueio por comparação direciona l (CDB), conhecido
Equipamento de
também por Bloding, utiliza o sistema de comunicação para enviar um sinal
Transmissão e
para bloquear, isto é, para não pernlitir a operação de abertura do disjuntor
Recepção remoto adjacente. Por este motivo, o sinal enviado pelo canal de
comunicação será utilizado para impedir a operação de desligamento do
Figura 3.6.1 - Torre de Comunicação de Microondas disjuntor, mesmo que a proteção local queira abrir o disjuntor. O sinal é de
bloqueio da abertura do disjuntor, daí advindo o nome sistema de bloqueio
Este sistema sofre influência das conclições atmosféricas, sendo um
por comparação direcional.
problema para a fidelidade desse sistema de transmissão, principalmente
para a teleproteção. A vantagem desse sistema é que a comunicação Para o caso de proteção principal e alternativa, quando se têm 2
independente dos efeitos das correntes de curtos-circuitos na linha de sistemas de proteção separados e independentes por terminal da linha de
transmissão e das interferências eletromagnéticas geradas na subestação. transmissão, é garantida a atuação da proteção local, sem preocupação com
a obrigatoriedade da atuação da proteção de retaguarda remota.

13.7 Tipos de Sistemas de Teleproteção Pode-se utilizar o sistema de bloqueio por comparação direcional
(CBD), apresentado a seguir, cujo diagrama unifilar é mostrado na figura
Os sistemas complexos de proteção que utilizam a técnica de 3.8. 1.
comunicação entre subsistemas de proteções são conhecidos genericamente
por teleproteção. As proteções e as comunicações entre relés podem ser
efetuadas com o emprego de várias técnicas, denominadas:
a) Sistema de Bloqueio por Comparação Direcional ou Sistema de
Comparação Direcional por Bloqueio - CDB - (Blocking);
21 P
b) Sistema de Comparação Direcional por Desbloqueio - CDD - 21S
( Unblocking); Figura 3.8.1 - Diagrama Unifilar do Sistema Elétrico para a Proteção CDB

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48 Capítulo III Teleproteção 49

No diagrama unifilar da figura 3.8.1 está apresentado somente à 21S'" contato do relé 2 1S;
proteção primária da LT A S de uma configuração em anel.
BA -+ bobina de abertura do disjuntor:
Na barra A, o relé 21P está direcionado no sentido da linha de
TR -+ transmissor, equipamento que envia o sinal de comunicação para
h'ansrnlssão L T AB e sobrea1cança a bana remota B e vai até, por exemplo, a
a barra remota;
40% da próxima linha de transmissão, LT BC, e o relé 21 S (instantâneo) está
direcionado ao sentido contrário (reverso) e alcança a barra adjacente, barra RC -+ receptor, equipamento que está sintonizado para receber o sinal
D, como mostrado no esquema da figura 3.8 . l. de comunicação enviado pelo transmissor da barra remota. Quando o
receptor RC recebe o sinal de comunicação, o seu contato RC abre;
A filosofia do cnB é que sempre que o relé 21S vê o defeito, um
sinal de comunicação é enviado para a outra barra para não deixar que o Relé de Tempo ... fecha o seu contato To quando transcorre o seu tempo
disjuntor abra, isto é, o sinal é enviado para BLOQUEAR a abertura do ajustado. O tempo de ajuste To = 6 a 20 ms. O tempo de ajuste To é um
disjuntor da barra remota. Na proteção da fig ura 3.8.1, as zonas de atuação tempo muito baixo, mas deve ser maior que o tempo da propagação do
sinal de transmissão de uma barra a outra. Ou seja, To > Tempo de (
do relé 21 são designadas por P e S, em que P significa proteção piloto ou
principal e S significa Start, ou seja, partida (disparo) do transmissor que propagação do sinal pelo sistema de telecomunicação. Este tempo To
envia um sinal pelo sistema de telecomunicação para a outra barra. muitas vezes já vem incorporado no equipamento fomecido pelo
fabricante, e está fixado enh'e 15 a 20 ms .
O diagrama funcional em DC do sistema de bloqueio por
comparação direcional aplicado ao diagrama unifilar da figura 3.8.1 está Passa-se a seguir a analisar a atuação da proteção para os defeitos
mostrado na figura 3.8.2. assinalados no diagrama uni filar da figura 3.8.1.

Relé de Relé de a) Defeito no ponto Fi da linha LT AB •


+ Tempo Tempo +
As proteções das barras A e B, atuarão com o acionamento dos
seguintes contatos.
i
21 P
RC
t ~ RC
21P Terminal A

To BA BA To • Fecha o contato 21P que energiza o relé de tempo;


• Transcorrido o tempo To, o relé de tempo fecha o seu contato To;
• O disjuntor A é desligado.
Sistema de Terminal B
Telecomunicação
• Fecha o contato 21P que energiza o relé de tempo;

F igura 3.8.2 - Diagrama Funcional em DC do CDB • Transcorrido o tempo To, o relé de tempo fecha o seu contato To;

Em que: • O disjuntor B é desligado.

21 ... relé de distância. Poder-se-ia utilizar um outro relé no lugar do Note que neste caso, nenhuma proteção 2 1S viu o defeito, pOltanto
relé 21, por exemplo, o relé 50 ou o relé 67; nenhum sinal de comunicação foi enviado.

21P -+ contato do relé 21P; b) Defeito no ponto Fz.

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(
( 50 Capítulo III Teleproteçâo 5]
(
Este defeito é fora da LT AB. portanto nenhwl1 disjuntor deve ser promove a abemlra do contato RC. Esta função é feita por um relé 85
(
desligado. auxiliar. O funcionamento baseia-se no esquema mostrado na figura 3.8.3.
(
A seqüência de atuação da proteção é a que segue: RC

(
Terminal B
• Fecha instantaneamente o contato 21 S; J
i 85 i
(
• Ativa-se o transmissor B, que envia um sinal pelo sistema de
telecomunicação para o receptor A da barra A.
'\'
Terminal A I RC ~ ~ Sistema de
• Fecha instantaneamente o contato do relé 21P; Telecomunicação

• O receptor A recebe o sinal do transmissor B e abre o seu contato


RC. Note que o contato RC estando agora aberto, nâo será mais Figura 3.8.3 - Relé 85
possível efetuar a operação de abertura do disjuntor A, isto é, o
Quando o receptor recebe um sinal de comunicação, ativa o relé 85
disjuntor A está bloqueado;
que promove a abertura do contato RC . O relé 85 tem também outros
• O relé de tempo fecha o seu contato To no tempo To. Note que o contatos auxiliares NA e NF, para realizar outras funções. Geralmente,
tempo To > tempo da propagação do sinal de comunicação entre provoca-se um retardo intencional no tempo de rearme do relé 85 , a fim de
as barras; evitar problemas na proteção de linhas operando em paralelo.
• O disjuntor A permanece fechado, em operação normal. No esquema de proteção apresentado, a seletividade é de 100% da
linha de h·ansmissão com um tempo de atuação de To.
O problema nesJe tipo de sistema de proteção de bloqueio por
comparação direcional é que:
® Se houver um defeito no sistema de telecomunicação, de modo 13.9 Sistema de Desbloqueio por Comparação Direcional
que o sinal seja emitido indevidamente, a abertura do disjuntor Sistema de proteção de desbloqueio por comparação direcional
fica bloqueada, independente da atuação da proteção local. (Unblocldng) será analisado em relação ao diagrama unifilar da figura 3.9.1.
® Se houver uma falha no sistema de telecomunicação, de modo
j que o sinal transmitido não chegar no receptor remoto, poderá
haver atuação indevida da proteção local para defeito fora da
linha de transmissão. Fato este que geralmente ocorre neste tipo
de esquema de proteção.
Como não se sabe se há defeito no sistema de telecomunicação, há
necessidade de uma constante vigilância no sistema para garantir o seu Figura 3.9. 1 - Diagrama Unifilar
desempenho.
Os relés de proteção de cada barra têm direcionalidade para a linha
O esquema funcional apresentado na figura 3.8.2 é simplificado, na de transmissão com sobrealcance da linha adjacente.
realidade o esquema é mais complexo e, pode-se citar que o receptor não

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(

52 Capítulo m Teleproteção 53
(
A filosofia do sistema de proteção de desbloqueio por Se o sinal guarda está em fu ncionamento é porque o sistema de
(
comparação direcional (CDD) é manter um canal de comunicação sempre telecol11Lmicação está em funcionamento normal.
ativo e mantido numa freqüência chamada de guarda. Portanto, o sinal (
A seguir apresenta-se a atuação das proteções para os defeitos
permanente no canal é indicativo que o canal de transmissão de assinalados no diagrama unifilar da figura 3.9.l.
telecomunicação está funcionando em perfeito estado, isto é importante
porque é uma garantia de que quando houver defeito no sistema elétrico o a) Defeito no ponto Fl dentro da LT AB •
canal de comunicação está pronto para enviar um novo sinal de desbloqueio Os relés operam na seguinte seqüência: (
em uma nova freqüência, diferente da freqüência do canal guarda. O sinal de
desbloqueio é sempre no sentido de promover o desligan1ento do disjuntor. Terminal A

Na operação normal do sistema elétrico, no sistema de proteção • Fecha o contato P do relé da barra A;
CDD, é sempre enviado, permanentemente, um sinal de guarda (na • Ativa-se o transmissor A, que muda a freqüência do sinal de
freqüência guarda) entre os sistemas de proteção da barra A e B, que comunicação transmitido. A fre qüência do sinal é comutada da
mantém aberto o contato que está em série com a bobina de abertura do freqüência de guarda para a freqüência de desbloqueio; (
disjuntor. Havendo defeito no sistema elétrico a proteção troca a freqüência
do canal de comunicação para freqüência de desbloqueio, que será enviada • O receptor A recebe o sinal de comunicação na freqüência de (
para a outra barra, no sentido de permitir o desligamento do disjuntor desbloqueio que foi enviada pelo transmissor B. O receptor A
remoto. fecha o seu contato RC;

Portanto a lógica do CDD é: • Ativa-se a bobina de abertura BA que promove o desligamento


do disjtmtor A.
7- Freqüência de guarda significa operação nomlal do sistema e os
disjuntores devem permanecem fechados; TemlÍnal B
7- Freqüência de desbloqueio significa defeito no sistema elétrico e Seqüência igual a do terminal A.
os disjuntores devem ser desligados. Observa-se que o sinal na freqüência de desbloqueio provoca o
O esquema funcional do diagrama unifilar apresentado na figura desbloqueio (pemussão) de operação de desligamento do disjuntor.
3.9.1 está mostrado na figura 3.9.2 . b) Defeito no ponto F 2 fora da L T AB.
+ + A seqüência de atuação dos relés é:

J:--r-----..~
p
RC BA BA P Terminal B

: I~ ~
A proteção deste terminal não vê o defeito em F2, portanto nada
acontece.
• O receptor B recebe o sinal do transmissor A na freqüência de
~ , Sistema de ~ ~ desbloqueio e fecha o seu contato RC, mas não há operação do
Telecomunicação ~
TR disjuntor B porque o contato P permanece aberto.

Figura 3.9.2 - Funcional em De do CDD TenninalA ·


A proteção deste terminal vê o defeito F2 e:

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54 Capítulo III Teleproteção 55
(
• Fecha o conta to P do relé A; reverso que deverá cobrir todo o circuito da linha de transmissão reversa
(anterior). O esquema funcional em De de cada sistema de proteção está
( • Ativa-se o transmissor A, que penlluta a freqüência do sinal que
apresentado na figura 3.10.2.
é enviado para a barra B.
Relé de _ Relé de
Note que não há operação do disjuntor A, porque o receptor A não + +
FD Tempo Tempo FD
recebe sinal na freqüência de desbloqueio. ---ll-- O--
Observação: Este sistema de proteção de desbloqueio por
~-'

II Z, T?rf
-
I-Gz-,-
comparação direcional (CDD) é mais simples que o CDB, é mais confiável r-1f---;----i ~f-
BA BA
devido à existência permanente do sinal guarda. Normalmente o tempo de : z.., RC To I ~o f-~
RC I z.,
comutação do sinal de comunicação dá-se em 5 ms.
ILi f~
Z:.
"--\ ~ - H l -1
I
A B
I
T3 T3 Z,
3.10 Sistema de Bloqueio por Comparação Direcional -
Variante
Z, ZR
~
~
,. +Linha deTransmissão

Capacitor l ____ / ~-{RC


I

ZR Z,
Este esquema é utilizado na proteção tradicional com re lés de ' ~ ~ -I TR f-1
distância que usufi-ui do sistema de comunicação.
Para assimilar com mais propliedade estes fundamentos , o diagrama Figura 3.10.2 - Esquema Funciona em DC do Sistema de Proteção por
unifilar da figura 3.10.1 mostra as zonas de atuação do sistema de proteção Bloqueio por Comparação Direcional
instalado nas barras A e B com sentido direcional para dentro da linha de Em que:
transmissão, isto é, como indicado pelas setas sobre os TCs.
ZI -. contatos NA e NF da 1a zona ( instantânea) do relé de distância 21;
FD Direcional 67A
Z2 -. contato da 2 a zona (temporizada = T2) do relé de distância 2 1;
ZR Z3 -. contato da 3a zona (temporizada = T 3) do relé de distância 21;
ZR -. contato da zona reversa de atuação (instantânea) do relé de
distância 21R;
TR -. Transmissor do sinal Carrier para a barra remota;
RC -. Receptor do sinal Carrier proveniente da barra remota. Quando o
ZR
Receptor RC recebe um sinal Carrier o seu contato RC abre
instantaneamente;
FD Direcional 67B FD -. contato da unidade direcional 67;
Figura 3.10.1 - Alcance das Zonas dos Relés 2 1 To -. é um tempo muito baixo, porém maior que o tempo da propagação
do sinal de transmissão Can-ier de uma barra a outra. Ou seja, To >
Neste esquema os relés de distancia 21 têm seus ajustes de zonas de
Tempo de propagação do sinal Carrier;
atuação e suas conespondes tempOlizações indicadas no item 5.8 da
referencia [46]. Alimentado pelo mesmo TC, há um relé de distância T2 = 0,4 a 0,5s -. temporização da 2a zona do relé de distância 21;

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56 Capítulo III Teleproteção 57
(
T 3 = 1s -+ temporizaçào da 3" zona do relé de distância 21. Terminal B:
Passa-se a analisar o funcionamento da proteção de acordo com seu -7 Fecham simultaneamente os cantatas FD, Z~ e Z3: (
diagrama funcional para algtills pontos assinalados na figura 3.10.1.
-7 Ativa-se o relé de tempo , que transcorrido o tempo To fecha o
a) Defeito no ponto FI do diagrama unifIlar da figura 3.10.1. contato To, provocando o disparo do disjuntor B.
Os relés de proteção atuam do seguinte modo: O temúnal A da linha de transmissão LT AB foi desligado
Terminal A: instantaneamente pelo disjuntor A e o terminal B foi aberto no tempo Toque
é muito baixo. Note que aqui também não houve necessidade do sistema de (
-7 Fecham simultaneamente os cantatas FD, Z\, Z2 e Z3 e o cantata telecomunicação.
ZI NF abre-se;
c) Defeito no ponto F3 do diagrama unifi]ar da figura 3.10.1.
-7 Através dos fechamentos dos contatos FD e Z I ocorre a ativação
da bobina de abertura BA e o desligamento do disjuntor A. Os relés de proteção atuam do seguinte modo:

T errninal B: Terminal B:

-7 Fecham simultaneamente os cantatas FD, Z[ , Z2 e Z3 e o contato -7 Fecha instantaneamente o contato ZR;


ZI NF abre-se; -7 Ativa-se o transmissor TR que envia um sinal Canier para o
-7 Através dos fechamentos dos contatos FD e Z[ ocorre a ativação receptor A da barra A.
da bobina de abertura BA e o desligamento do disjtmtor B. Terminal A:
Neste caso os 2 di sjtmtores A e B da LT AB foram desligados -7 Fecham simultaneamente os contatos FD, Z2 e Z3;
(abertos) instantaneamente. Note que para este tipo de defeito dentro da
linha de transmissão, na qual é visto pela 1a zona dos 2 relés terminais,
-7 Ativa-se o relé de tempo;
nenhum sinal de comunicação foi ativado pelo transmissor TR, porque -7 O receptor RC recebe sinal Carrier do transmissor TR da Barra
nenhum relé de distância reverso viu o defeito e os contatos ZR B. Ao receber o sinal Carrier, o receptor RC abre o seu cantata
permaneceram abertos e ainda os cantatas ZI NF foram abertos. Note que RC;
pelo esquema do diagrama funcional da figura 3.10.2, quando o defeito está
-7 O relé de tempo no tempo To fecha o seu cantata To. Note que
dentro da I a zona, o relé de distância atua prioritariamente e
agora não há desligamento do disjuntor porque o sinal Carrier
instantaneamente no disparo do disjuntor, nào havendo necessidade do sinal
recebido pelo receptor abriu o cantata RC antes do fechamento
de comunicação do Carrier.
do contato To. Esta ação é que dá o nome deste esquema de
b) Defeito no ponto F 2 do diagrama unifilar da figura 3.10.1. proteção, ou seja, o sinal Carrier transmitido bloqueou o disparo
do disjuntor A. Observa-se aqui há necessidade de ter-se To >
Os relés de proteção atuam do seguinte modo:
Tempo de propagação do sinal Carrier da barra B até a barra A,
Terminal A: isto é, o receptor da barra A deve receber o sinal Carrier e abrir o
-7 Fecham simultaneamente os cantatas FD, Z [, Z2 e Z3 e o cantata contato RC antes que o relé de tempo feche o seu cantata To.
Z I NF abre-se; Além do mais, o tempo To deve ser o menor possível, porque
quando o relé da outra barra vê o defeito dentro de sua la zona,
-7 Ocorre a ativação da bobina de abertura BA e o desligamento do esta infonnação é imediatamente passada via Carrier para que o
disjuntor A.

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58 Capítulo III TeleEroteçào 59

relé da barra adjacente abra com certeza o seu disjuntor no tempo


Z1 Z,
r--
Relé de Relé de
To. T empo Tempo
FD Z;; T2 T2 FO
Observação 1: Para o defeito no ponto F 3, a proteção da l a zona do relé B da Z2
LT Be deve atuar instantaneamente, somente em caso de defeito desta H H
proteção, deve atuar a 2a zona do relé 21 da barra A no tempo T2 . Z3 T3 T3 Za
Observação 2: No esquema de bloqueio por comparação direcional (CDB),
H H
RC
BA BA RC
o sistema de telecomunicação dedicado à proteção nunca promove o disparo
do disjuntor, atuando somente no sentido de bloquear o disparo do disjuntor. + +
Portanto, quando há um defeito no sistema de telecomunicação a proteção
toma-se a convencional.
Apresenta-se a seguir outro tipo de proteção de bloqueio por Sistema de
comparação direcional (CDB) para um sistema de proteção primária e Telecomunicação
alternativa, com zona de seletividade de 100% da linha de transmissão e não
há tisco de disparo do disjuntor, porque a ação do receptor não consegue de Figura 3.11.1 - Esquema Funcional do Sistema de Transferência de Disparo
modo algum provocar o disparo do disjuntor. Direto por Subalcance

Barra A
I 3.11 Transferência de Disparo Direto por Subalcance Barra B

Transferência de disparo direto por subalcance aplicado a um


sistema elétrico é quando o sinal de comunicação é utilizado para efetuar a l ______ !r:~ ê~ i: d.: ~sa ~r.:t ____ ~e!tor _ j
operação de desligamento direto do disjuntor. Este tipo de proteção também Via de Comunicação
é conhecido por DUTT - Direct Underreach Transfer Trip.
Figura 3. 11.2 - Transferência de Disparo para a Barra Remota
O diagrama unifilar e a zona de atuação dos relés é o mesmo
apresentado na figura 3.10.1, sendo que o esquema funcional em DC é Se ocorrer defeito no reator os 2 disjuntores deverão ser desligados,
mostrado na figura 3.11 .1. sendp que o disjuntor remoto da barra A é disparado diretamente pelo sinal
enviado pelo sistema de comunicação da barra B.
Note que o sinal de transferência provoca o disparo do disjuntor.
A figura 3. 11.3 mostra uma fotografia de um reator de linha
Neste esquema caso haja um defeito no sistema de comunicação que manobrável com disjuntor no terminal do aterramento.
provoque uma transmissão indevida de sinal, o disjuntor da barra remota
será desligado.
Uma variante deste esquema é a utilização do disparo direto do 3.12 Transferência de Disparo Permissivo por Subalcance
disjuntor da barra remota, quando é necessário o desligamento de um
Este sistema de proteção também é conhecido por PUTT
equipamento que não tenha disjuntor próprio. Por exemplo, é o caso do
Permissive Underreach Transfer Trip.
reator de linha não manobrável (figura 3.11 .2) ou que tenha disjuntor
próprio no lado terminal do aterramento. O sistema elétrico é o mesmo da figura 3.10.1 e o diagrama
funcional está apresentado na figura 3.12.1.

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60 Capítulo III Teleproteção 61 (

será possível se a unidade clirecional pelmitiJ. Apesar da introdução deste (


pequeno detalhe, já se produz mais segurança no esquema de proteção
associada à teleproteção. Isto porque, se o sistema de comunicação enviar
por falha , engano ou erro humano, um sinal de disparo, o disjuntor não será
acionado porque a unidade direcionalnão pemllte.

3.13 Transferência de Disparo Permissivo por Subalcance


com Aceleração de Zona
o seu esquema funcional está apresentado na figura 3.13.1 , em
relação ao diagrama uni filar da figura 3.10.1.

Figma 3. 11.3 - Reator de Linha Manobrável


-O- --O
l, Relé de Relé de z, I
I -H- -
TH~D
Tempo Tempo
FO Z-, T,

" 'J
-II- ! -lH
z,
~ -IH
BA BA
H r-- Sistema de
Telecomunicação
RC RC

I
+ +

~
Figura 3.13.1 - Funcional em De
r--
.--- Este esquema apresenta mais segurança porque a permissividade é
RC
L_ ..
Sistema de
l , Telecomunicação
.....---( l, feita pela unidade direcional e pela 2a zona. Portanto só haverá disparo do
-;r- TRJ -
Jf ~
-i TR '- --I r-- disjuntor, se 3 condições forem satisfeitas:
Figura 3. 12.1 - Funcional do Sistema com Transferência por Disparo • Recebimento do sinal de comunicação emitido pelo transmissor
Pelmissivo de Subalcance da barra remota;
É quase idêntico ao anterior, só que no esquema apresentado na • Defeito na direção da linha de transmissão protegida;
figura 3.12. 1 o disparo do disjuntor só ocorrerá com a pennissão da unidade
direcional que tem cantata em série com o contato RC. Assim, o nome • Defeito dentro da 2a zona.
permissivo, neste caso, é dado pela ulÚdade direcional, isto é, ° disparo só Este esquema é utilizado em linhas de transmissão média e longa
\.
distância.

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62 Capítulo III T eleproteção 63

1 3.14 Transferência de Disparo Permissivo por Sobrealcance Na utilização do sistema de proteção do tipo desbloqueio por
comparação direcional (COO), como apresentado no item 3.9 a abertura do
Este tipo de sistema de proteção também é conhecido por POTT - disjuntor só ocorre se houver recebimento do sinal de transmissão enviado
Permissive Overreach Tra1~f er Trip. pela proteção de linha de transmissão da bana remota. Devido a esta
Para o mesmo sistema elétrico apresentado na figura 3.10.1 , cUJo ftlosofia do sistema CDO, este esquema de proteçào fica prejudicado
diagrama funcional pode, por exemplo, ser o da figura 3.14.1. quando o disjuntor ou a chave seccionadora estiver aberta em um terminal
remoto de uma linha de transmissão de um sistema elétrico conectado em
anel. Por exemplo, no esquema do diagrama unifilar da figura 3.15.1 , em
ZI Relé de
que um terminal da linha de transmissão está aberto.
Tempo

--I PA Seccionadora

Barra A Barra B
Linha de Transmissão TC 2

BA
F

+ <
PB

Figura 3.15 .1- Tem1Ínal B da Linha de Transmissão Aberta


Sistema de
Telecomunicação Neste caso com o terminal B aberto e se ocorrer um curto-circuito no
ponto F, na lógica do cno o disjuntor A só abrirá se receber um sinal de
desbloqueio do terminal B. Mas como o telIDÍllal B não vê o defeito,
Figura 3.14. 1-Funcional em De do Esquema de Transferência de Disparo
nenhum sinal de desbloqueio será enviado ao terminal A . Ver figura 3.9.2.
Permissivo de Sobrea1cance
Por esse motivo, para possibilitar a abertura do disjuntor A, há necessidade
. Este esquema é idêntico ao anterior, com a diferença de que o de se efetuar a lógica de eco. A lógica de eco já está incorporada no
disparo do sinal de comunicação é feito pela unidade distância da 2a zona esquema de proteção cnn atuaI.
cujo alcance vai até 50% da linha de transmissão remota.
Esta lógica se baseia no princípio do eco, ou seja, o sinal de
É utilizado em linha de transmissão curta, dada a dificuldade de transmissão enviado pelo canal A ao terminal B deverá retomar
acionar o sinal de comunicação pela I a zona devido à imprecisão de se fazer instantaneamente ou após certo tempo ao tenninal A .
o ajuste para 80% da linha. É adequado neste caso ajustar aIa zona para
Por exemplo, no esquema de proteção da figura 3. 15.2, utiliza-se um
50% da linha.
relé de tempo, para enviar o sinal de volta ao terminal A.
Observação: Muitas empresas utilizam um sistema de proteção, em
Em que:
que o POTT tem zona de sobrea1cance independente da 2a zona da proteção
normal. S ~ contato auxiliar NF da chave seccionadora;
52 ~ contato auxiliar NF do disjuntor;
13.15 Lógica de Eco To~ contato do relé de tempo.

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Capítulo m 65
Teleproteção (
64

s s das chaves seccionado.ras que ativam diretarnente o transmisso.r para enviar


o sinal de retorno para a barra remota. A lógica de eco só será ativada se o
disj untor ou a chave seccio.nado.ra estiver aberto, o. diagrama tmifilar de
proteção da fi gura 3. 15.3 apresenta esta condição .

~R
S
C _ - RC:O-i S

~:- 1 I "~
--t
To
Sistema de
Telecomunicação p ~ ~ ~ t-
Figura 3.15.2 - Esquema Funcional do CDD com Lógica do Eco Sistema de
(
Telecomunicação
Em relação ao esquema de proteção da figura 3.15.2, na ocorrência
de um curto-circuito em F, a seqüência de atuação da proteção é:
~ Fecha o contato P do terminal A; Figma 3.15.3 - Lógica de Eco Ativada pelos Contatos ALlxiliares da Chave
Seccio.nadora ou do Disjuntor
~ Ativa-se o transmissor A que envia um sinal de desbloqueio
para o receptor B; Neste caso., não há necessidade de se utilizar o. relé de tempo, e para
um curto-circuito em F, a seqüência da atuação da proteção é:
~ O receptor B recebe o sinal transmitido pelo transmissor A. O
receptor B fecha o seus contatos RCs que ativa o relé de • O relé do telminal A vê o defeito. e fecha o seu contato P;
tempo do. tenninal B; • Ativa-se o transmissor A que envia um sinal de desbloqueio ao
~ Transcorrido o tempo o relé de tempo fecha o seu contato To; terminal B;

~ Com o fechamento do contato To ativa-se o translnissor B • O receptor B recebe o sinal enviado pelo transmissor A. O recepto.r
que envia um sinal de desbloqueio ao terminal A. Este sinal B fecha o seu contato. RC;
enviado é o eco; • Com o fechamento do contato RC do terminal B, ativa-se o
~ O receptor A recebe o sinal transmitido por B e fecha o seu translnissor B que envia um sinal de volta ao terminal A (lógica de
contato RC; eco);
~ Com o fechamento do contato RC, ativa-se a BA que • O receptor A recebe o sinal enviado pelo terminal B e fecha o seu
promove a abertura do disjuntor A. contato RC;

Nota-se que o tempo To ajustado no relé de tempo é maior que os • Ativa-se a BA com a conseqüente abertura do disjuntor A.
tempos de operação das proteções normais com o disjuntor ou seccionadora A lógica de eco, apresentada na figura 3.15.3 é melhor que a da
local fechadas. Este tempo To atrasa a abeltura do disjuntor, sendo o figura 3.15.2, porque atua muito rápido e só é ativada quando. o. disjunto.r ou
principal problema da lógica de eco deste tipo de esquema da figura 3.1 5.2. a chave seccionadora remota estiver aberto.. Existem também outras lógicas
Para contornar o problema apresentado e acelerar a abertura do de ecos utilizadas nos esquemas de proteção CDD.
disjuntor, na lógica de eco, utilizam-se os contatos auxiliares do disjuntor e

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( 66 Capítulo III Teleproteçâo 67

( I 3. 16 Proteção de Linha Morta 27 estiver operado. Esta proteçâo do relé de sobrecorrente supervisionado
pelo relé 27 é mostrada na figura 3.16.1 .
o relé 21 utiliza a medição de li para a sua lógica de atuação. Nos Barra A Barra B
casos de curtos-circuitos muito próximos da barra, isto é, próximo do relé, a

(
medição Yr fica prejudicada, porque o valor de tensão é muito baixo. Para
contornar este problema, o relé 21 dispõe do recurso da ação de memória,
que garante uma tensão residual no relé quando a tensão cai a zero ou
( próxima de zero. Esta ação de memória possibilita a atuação do relé 2 1 para
curtos-circuitos muito próximos à barra. A ação da memória no relé 21 só é Figura 3.16.1 - Relé 50 para Fechamento sob Falta de uma Linha de
efetiva quando a linha de transrnlssão está energizada, isto é, com tensão Transmissão Moda
( normal pré-falta. Quando uma linha de transmissão é desligada, o relé O esquemático em DC é mostrado na figura 3.16.2.
digital 21 mantém a ação de memória por um tempo de 0,1 a 2s.
A ação de memória no relé 21 não é efetiva, quando a linha de + 50fsf
transmissão estiver sem tensão (linha mOlia), que é o caso da linha que está
abelia ou desenergizada. Se a linha estiver desenergizada, a ação de 27
memória no relé 21 é nula. Se a linha de transmissão aberta estiver com
defeito do tipo curto-circuito, durante a energização, ou seja, durante o Relé de
fechamento do disjuntor, o relé 21 ficará prejudicado porque sua ação de 52 Tempo
memória está desativada. Saliente-se ainda, que durante a energização de
uma linha de transmissão sob curto-circuito, o gradiente de crescimento da
corrente elétrica de curto-circuito é grande e o da tensão é muito baixo, 52a=r
prejudicando ainda mais a lógica Yr do relé 21. Deste modo, os relés que
tenham a lógica de atuação por comparação por tensão elétrica para este tipo Figura 3.16.2 - Esquema Funcional em DC
(
defeito não são adequados. Na figura 3.16.1 não estão apresentadas as outras proteções de linha
\ de transmissão. Note que no esquema apresentado o relé de subtensão não é
Para este tipo de defeito de curto-cÍIcuito em linha mOlia (dead Une)
que está sendo energizada, o relé de sobrecorrente 50 é o mais indicado . necessário na proteção de linha moda. Também, não foi apresentado aqui a
direcionalidade da atuação da proteção.
A proteção de fechamento sob falta de uma linha de transmissão
desenergizada, só enh'a em operação quando o disjuntor é fechado, e é Sempre que ocorrer a atuação da proteção de linha moda, a função
efetuada por um relé de sobre corrente 50 supervisionado pelo relé 27, e é de religamento (79) do disjuntor deve ser bloqueada.
desativada após um certo tempo, geralmente de 500ms. Portanto, quando a Salienta-se que várias são as causas de defeitos em linhas modas,
linha está morta, o relé 27 já está operado, e durante o fechamento do mas a mais comum e a pior delas, é o esquecimento do aterramento
disjuntor, o relé de sobreconente 50 está em prontidão para operar ou não, temporário que foi utilizado pela equipe de manutenção na execução de um
dependendo se há ou não defeito na linha de transmissão . O relé de serviço na linha de transmissão. A energização de uma linha de transmissão
sobrecorrente 50fsf (sobreconente de fechamento sob falta) só atua se a com o atenamento temporário conectado provoca um cUlto-cÍIcuito trifásico
tensão na linha de transmissão sob falta estiver baixa, isto é, enquanto o relé de grande intensidade.

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68 Capítulo III Teleproteção 69

I 3.17 Fraca Alimentação Na ocorrência de um defeito em F, pela lógica do CDD apresentado (


na figura 3.9.2, a atuação dos relés é:
o sistema elétrico sofre contingências, em que linhas de transmissão
sâo retiradas de operação, mudando-se a configuração da topologia da rede. Terminal A: (
Devldo a esta estratégia, muita vezes, alguns trechos ou linhas de • O relé 21 vê o defeito em F e fecha o seu contato P;
transmissão ficam debilitadas quanto ao fornecimento de corrente elétrica
para suprir um cUlio-circuito na nova configuração da rede elétrica. Nesse • O transmissor A é acionado, um sinal de comunicação é enviado
caso, a ocolTência de um defeito provoca queda de tensão e a corrente de aotenninalB.
(
cur:o-~ ircut o não são suficientes para provocar a atuação do relé 21 que Terminal B:
esta aJu~tdo para as condições de pré-contigência. Isto é conhecido por
• O receptor B recebe o sinal de comunicação enviado p elo
fraca altmentação (weak infeeá). A fraca alimentação ocorre também
terminal A e fecham os seus contatos RC.
ql:ando algum gerador de pequeno porte, devido a contingências fica (
alimentando setores isolados do sistema elétrico. Note que o relé 21B não vê o defeito em F, portanto nenhlilll sin al de
comunicação é enviado ao terminal A. Assim, embora a proteção da linha de
Assim, quando o weak infeed está presente em alguma linha de
transmissão conectada à bana A tenha atuado, o seu contato RC permanece
transmi~o d? s i~t ema elétrico, o emprego do sistema de desbloqueio por
abelio porque nenhum sinal de commlÍcação foi enviado da balTa B ,
comparaçao direclOnal (CDD) é prejudicado .
portanto o disjuntor A não será aberto. Portanto, devido ao weak infeed a
Conforme item 3.9, no sistema de proteção do tipo CDD, o disjuntor linha de transmissão sob defeito, não será desligada.
de ~ terminal só será aberto se receber sinal de comunicação do outro
Para contornar este problema em linha de transmissão que por
termmal, e como neste caso, o tenninal fraco (weak infeed) não vê o defeito
motivo operacional venha a ficar com weak infeed, utiliza-se uma variante
nenhum sinal de comunicação será enviado. Portanto nenhum disjlmtor será
no esquema de proteção CDD com o emprego do relé de subtensão 27.
aberto.
Assim, quando ocorre um defeito tipo curto-circuito, a tensão na barra
A figura 3.17. 1 mostra uma linha de transmissão integrante do
sofrerá um afundamento da tensão elétrica com a atuação do relé de
sistema elétrico sob contingência e que tenha weak infeed da barra B para a
barra A. subtensão 27 .
No terminal fraco, que no caso é o terminal B, utiliza-se o relé de
Barra A PA subtensão 27, conforme item 1.3 e que está aqui apresentado na figura

,m~IH.FQ09 : ~F-éBq." 3.17.1, cujo diagrama esquemático em DC é o da figura 3. 17.2.

é
PB(original) •
PB(weak infeed)
~
Para um defeito que ocorre em F no esquema da figura 3.17.1, a
lógica da atuação da proteção é:
Terminal A:
• O relé 21 vê o defeito em F e fecha o seu contato P;
Figura 3.17.1 - Terminal B com weak infeed
• Com o fechamento do contato P, ativa-se o transmissor A que
. ~ts da contingência o relé 2lB tem o alcance PB( original) e com envia um sinal de commlÍcação ao tenninal B;
contmgencla, por exemplo, devido ao weak infeed, o alcance mudou para
• O receptor A recebe o sinal de comunicação enviado pelo
PB(weak inJeed).
transmissor B e fecha o seu contato RC;

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70 Capítulo fi T eleproteção 71
(
• Com o fechamento do contato RC, a bobina de abertura BA é Quando o sistema opera fora da normalidade a componente de
(
ativada provocando o desligamento do disjuntor A. seqüência negativa está sempre presente. O estudos e as análises
( envolvendo a seqüência positiva, negativa e zero estão apresentados na
referência [5]. A componente de seqüência negativa é dada pela expressão
3.1 8.1.
(3.18.1)

Desenvolvendo a expressão 3. 18. 1 como indicado a seguir, chega-se


na expressão 3.18.2.

Sistema de i a2 =l(Í a +à2ib +ài c +ic -ic)


Telecomunicação

i a2 = l(i a -ic + à2ib +ài c +()


Figura 3.17.2 - Esquema DC para a Proteção de Terminal Fraco
Terminal B: i a2 =l[i a -ic + à2i b + (1 + á)iJ
• O relé 21 não vê o defeito em F;
• O receptor B recebe o sinal de comunicação enviado pelo i a2 =~[ia -ic -i bL 60° +ic L60 o]
transmissor A e fecham os seus conta tos RCs;
• Ocorre o afundamento da tensão elétrica e o relé de subtensão é 3i a2 =Ía -ic +(i c -i b )L 60o (3.18 .2)
operado fechando o seu contato 27;
Deve-se utilizar conexões com TCs e TCs auxiliares, para se
• Com o fechamento dos contatos RC e 27 ativa-se: conseguir obter fisicamente a expressão 3.18.2, para que o relé
• a bobina de abertura BA e o disjuntor B é desligado; eletromecânico (46) seja sensibilizado pela seqüência negativa. Assim, por
exemplo, um desses esquemas é o apresentado na figura 3.18.l.
• o transmissor B que envia um sinal de comunicação
Neste esquema para que o relé de sobretensão 59 opere fazendo a
ao receptor A.
função 46, é necessário que seja sensibilizado pela componente de
Salienta-se que atualmente com os recUTSOS modernos das seqüência negativa. Assim, a impedância Z= R' + j X deve ter módulo
tecnologias dos relés digitais, que está integrada ao sistema de supervisão e
igual a R e ângulo de 60°, e tem-se
controle do sistema elétrico, é possível com programação adequada efetivar
automaticamente a mudança do ajuste de alcance do relé 21 do terminal Z= R' + jX = ZL600 = RL600
weak infeed, quando da ocorrência de determinada contingência. Deste
modo, a proteção de weak infeed com o relé de subtensão apresentada no R' = R
esquema da figura 3.17.3 não é necessária. 2

x=-J3. R
13.18 Proteção por Seqüência Negativa 2

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72 Capítulo III Teleproteção 73

A B C
Nos relés eletromecánicos, a fLillção 46 não é utilizada dev ido a
necessidade de se construir um relé próprio para es ta fun ção. inclusive com (
filtros adequados para se obter somente a componente de seqüência negativa
do sistema eléhico sob defeito.
Para os atuais relés digitais multifunção, a incorporação da fLmção
46, isto é, da seqüência negativa é facilitada e disponibilizada.
O algoritmo interno do relé digital processa o módulo da expressão
3.1 8.1, obtendo-se a expressão 3.18.4.

(3.18.4)

O valor da Irelé 46 é somente seqüência negativa e se for maior que o


valor ajustado, o relé 46 digital atua. Esta proteçâo é própria para defeito do
tipo alta impedância, inclusive para auxiliar ou funcionar como redundância
I • I •
para defeito à terra de alta impedância.
F~ 4 C=:~"I -'
(l TdC a uxiliar com
ais primários
. •
la - lo
1 D e todos os danos que a presença da seqüência negativa provoca no
sistema eléhico, por exemplo, os mais críticos são os nos equipamentos que
utilizam núcleo de material ferromagnético no seu interior, tais como
jX R' motores de indução e máquinas síncronas. A corrente de seqüência negativa
R
cria um fluxo magnético que gira ao contrário do fluxo magnético original
'---- - - - - - - j 59 }------_ _ _---.J
de seqüência positiva, atuando como freio magnético, provocando corrente
Função 46 induzida na freqüência de 120 Hz, aquecendo os enrolamentos e o material
Figura 3.18.1- Esquema para o Relé Eletromecânico de Seqüência do núcleo magnético do equipamento.
Negativa Assim, a corrente de seqüência negativa na armadura da máquina
síncrona irá dar origem a um campo girante, com a mesma velocidade,
Pelo esquema da figura 3.18.1, o relé 46 vê porém contrário ao campo criado pelo rotor, induzindo correntes parasitas
Re lé46 = R(í. - í J + (ic- íb )RL60° de freqüência dupla na massa metálica do rotor. Da mesma forma, uma
componente de seqü ência zero na armadura irá induzir uma corrente na
Re lé 46 = Rl(ía - i c)+ (ic - i b )L60 J 0 freqüência fundamental no rotor. Posto que estas correntes vão circular
pelos anéis de retenção em ambas as extremidades, estabelecendo um
Considerando a expressão 3. 18 .2, tem-se: caminho de baixa resistência, toda a superficie do rotor e seus componentes
estarão sujeitos a uma forte elevação de temperatura. As correntes de

III Re l é46~3Ri'2 III (3.18.3)


seqüência negativa produzirão vibrações no rotor que é pernicioso aos
manCais.
O enro lamento do rotor da máquina síncrona é extremamente
Portanto, de acordo com a expressão 3.1 8.3 o relé 46 é sensibilizado sensível às componentes de seqüência negativa e zero, oriundas da operação
pela componente de seqüência negativa. desequilibrada ou de defeitos à terra.

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74 Capítulo III Teleproteção 75
(
13.19 Falha de Disjuntor 3

( Sempre se apresentou que a atuação do esquema de proteção finaliza Barra B 6


com a abertura do disjuntor, deste modo, diz-se que a proteção atuou com
sucesso. Porém, muitas vezes toda a proteção atua adequadamente, mas por
( algwn motivo a corrente de curto-circuito não é extinta, diz-se então que F
houve falha do disjuntor (Breaker Failure).
50/62BF
A falha do disjtilltor pode ocorrer de dois modos:
Figura 3.19 .1 - Falha do Disjuntor
a) Falha mecânica: ocorre quando os cantatas mecânicos do disjuntor não
foram abertos e a corrente de curto-circuito continua alimentando o defeito. Na figura 3.19.1 a proteção para a falha do disjuntor é denominada
Vários motivos causam falbas mecânicas, tais como: de 50/62BF (ver apêndice A), que é executada pelo relé de sobrecorrente 50
associado com o relé de tempo 62.
® Soldaduras dos contatos;
Na ocorrência de um curto-circuito em F, com a atuação normal da
® Defeito no dispositivo de liberação dos mecanismos de abertura proteção os dois disjuntares I e 2 deverão ser abertos de modo a retirar de
dos cantatas móveis do disjuntor; operação a linha de transmissão.
® Falba na pressão do ar comprimido em disjuntores pneumáticos, Se o disjuntor 2 atuar e o disjuntor 1 falhar, a proteção contra falha
ou perda de óleo nos disjuntares hidráulicos ou problema na de disj untor deve atuar e enviar um sinal de abertura (trip) para os
mola do disjuntor; disjuntares 3, 4 e 5, ou seja, a barra A deverá ser desconectada do sistema
® Problema na bobina de abertura do disjuntor. elétrico. Isto ocorrendo, perde-se a seletividade da proteção e vários
elementos serão desligados, inclusive bloqueando-se os respectivos
b) Falha elétrica: As falhas de origem elétricas podem ser:
religamentos.
® Falba na bobiria de abertura do disjuntor; Se, entretanto, o disjuntor I abrir e ocorrer a falba do disjtilltor 2, a
® Falha no meio fisico, isto é, na rigidez dielétrica entre os proteção de falha do disjuntor 2 deverá desligar os disjuntores 6 e 7, ou seja,

I cantatas principais do disjuntor. Embora os cantatas mecânicos a barra B será desconectada.

L
do disjuntor estejam abertos, há condução da corrente do curto- Apresenta-se na figura 3.19.2 um esquema simplificado da proteção
circuito pelo arco elétrico entre os cantatas. Isto ocorre devido a
de falha do disjuntor.
um defeito na câmara de extinção do arco elétrico.
Portanto, deve-se prever no esquema de proteção, uma proteção +
adicional para falha do disjuntor, que deverá acionar a abertura de todos os
disjuntores mais próximos de modo a isolar o trecho sob curto-circuito do 62BF
sistema elétrico. Os disjuntores mais próximos são geralmente os da barra
na qual houve a falba do disjuntor.
Por exemplo, a figura 3. 19.1, mostra mn diagrama unifilar de um
sistema elétrico que pertence a um sistema em anel.

Figura 3.19.2 - Proteção de Falha do Disj untar para Linha de Transmissão

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76 Capítulo III Teleproteção 77

Se OCotTer um defeito em F e, por exemplo, o disjuntor 1 falhar, a


+11pI I I 1
y
(
seqüência de atuação ela proteçào na barra A é: I I 21 A 1 6 ~B F
-7 Atuaçào instantânea do relé de sobrecolTente 50BF; >--_ _.- / 62Y 62X

-7 Atuação da proteção ele linha de transmissão que energiza 50BF


simultaneamente a bobina de abertura BA e o relé auxiliar 62X; BA I BA~
86
62X 62Y
-7 O relé auxiliar 62X fecha o seu contato 62X;
i

I
-7 Com o fechamento do contato 62X, ati va-se o relé de tempo 523 51a

62BF;
-7 Se o defeito não for eliminado depois de transcolTido o tempo Figura 3.19.3 - Esquemático em DC da Falha do Disj untor
ajustado no relé de tempo 62BF, o seu contato 62BF será Supondo que houve falha do disjuntor a seqüência de atuação da proteção é:
fechado~
• As proteções principais e alternativas fecham os contatos 2 1P e
-7 Com o fechamento do contato 62BF, ativa-se o relé de bloqueio 21 A e o relé de sobrecorrente 50BF opera fechando o contato
86 da BalTa Á , que ablirá de acordo com sua programação os 50BF;
disjuntores 3, 4 e 5.
• Ativam-se a bobina de abertura BAl e BA2 do disjuntor e
Salienta-se que o tempo ajustado no relé de tempo 62BF é menor ativam-se também os relés auxiliares 62X e 62Y que fecham os
que o tempo das proteções de retaguarda remota para evitar maiores seus contatos 62X e 62Y;
desligamentos. Existem vários esquemas de proteção contra falha de
disjuntor, o apresentado na figura 3.19.2 é um deles. • Ativa-se o relé de tempo 62BF;
Note-se que pelo esquema da figura 3. 19.2, a atuação do relé de • Como o disjuntor falhou, o curto-circuito não é eliminado e
sobrecorrente 50BF não garante a atuação do relé de tempo 62BF. A transcorrido o tempo ele ajuste do relé de tempo 62BF o seu
atuação do relé de tempo 62BF só é possível com a atuação do 50BF e da contato é fechado;
proteção específica de linha. Geralmente o ajuste do 50BF é muito baixo, às • Com o fechamento do contato 62BF, ativa-se o relé de bloqueio
vezes menor que a COlTente de carga, portanto já opera atuado com a 86 que provoca o disparo (trip) dos respectivos disjuntores de
corrente normal de carga. Daí à necessidade de sua atuação ser monitorada modo a isolar o defeito (curto-circuito).
pela proteção de linha.
Quando a proteção contra falha do disjuntor é acionada, perde-se a
Muitas vezes, dependendo da configuração do sistema elétrico, a seletividade com vários desligamentos de linhas ou cargas elétricas não
proteção conh'a falha do disjuntor, além de desligar os disjuntares envolvidas pelo defeito. De todas as configurações de barras existentes, a
adjacentes, deve também provocar a abertura de disjuntares remotos. A configmação de barramentos de disjuntor e meio é a que menos sofre com a
abertura de disjuntor remoto deve ser feita via comunicação de sinal por perda de seletividade.
transferência direta de disparo.
Em um sistema de potência, o sistema de proteção terá sucesso se
Caso a subestação tenha proteção principal e alternativa com 2 operar adequadamente, finalizando com a abertura do disjuntor. Desse
bobinas de abertura do disjuntor, o esquemático em DC de falha do modo, todos os componentes do sistema de proteção devem operar sem
disjuntor pode, por exemplo, ser o apresentado na figma 3.19.3 . defeitos. Na realidade os componentes do sistema de proteção apresentam

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(

(
78 Capítulo III Teleproteção 79
(

( defeitos. A seguir, apresenta-se na tabela 3.19.1 as taxas de falha dos


V re1é .
componentes do sistema de proteção. Zrelé2 1 = - --= x Z LT (3.20.2 )
(
I defeito
Sistema de Proteção
\ Na expressão 3.20.2, a variável x representa o valor percentual na
Equipamento Taxa de falha base unitária correspondente ao ponto de defeito na linha de transmissão.
Disjuntor 47,16% Se houver resistência de contato no local do defeito , a impedância
( vista pelo relé 21 será:
TCeTP 0,47%
Relé 4,74% _ V relé _ (x ZLT + ReoDtara )Idefeiro - Z R
Zrelé 21 - I - I - X LT + eontato
defeito defe ito
Bateria 47,16%
Fiação 0,47 % Portanto, pode-se verificar que a presença de resistência de contato
produz um suba1cance do relé de distância 21, dando uma incerteza da real
Tabela 3.19.l - Taxas de Falha do Sistema de Proteção zona de atuação da proteção.
Verifica-se que os elementos com maiores ta..'(as de falha são o No sistema eléh'ico em anel, figura 3.20.2, as correntes de curtos-
disjuntor e o sistema de alimentação . circuitos que alimentam o defeito vêm das barras adjacentes, e considerando
a resistência de contato no local de defeito, a impedância vista pelo relé de
distancia é:
3.20 Fontes Intermediárias
Barra A Barra B
o relé de distância 21 opera efetuando a medição da impedância que TC TC
é obtida pela divisão da tensão pela corrente elétrica, de acordo com a
expressão 3.20.1.
Z Vrelé
relé21 = -1- (3.20.1)
rel é
No caso de um sistema radial apresentado na figura 3.20.1, e Figura 3.20.2 - Sistema em Anel
considerando que o defeito em F é ideal, isto é, sem resistência de contato, a
V,eléA xZLT1A + R con,a,JIA +1 8 )
impedância vista pelo relé é proporcional ao comprimento da linha de Zrelé21A =-r-
transmissão e é dada por: A IA

-------- t ... l (3.20.3)


Barra A
!
:
Zrelé 2 1 A = X ZLT + Reontato + Reontato( ;: )
TC - - - - x - - -..
~ !
; Linha de Transmissão
Barra B Note que pela expressão 3.20.3, quando OCOITe um defeito no local a
Defeito x porcento da linha de transmissão, na verdade o relé 21 não está vendo a

impedância x ZLT mas sim x ZLT + R eontato + R eontato( ~: ), que para o


Figura 3.20.1 - Diagrama Unifilar de um Sistema Radial
relé, o ponto de defeito parece estar mais distante. A parcela de impedância

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80 Capítulo III Teleproteção 81 (

Rcontato l;: Japarece devido ao infeed, isto é, da alimentação do curto-


Neste caso a impedância vista pelo relé A é:
.
Zrelé A
V
= -.-A = -'~;.
ZABil +xZBdíl
=-'~
+i1)
(

circuito pela barra remota B, isto provoca um subalcance no relé, II 11


diminuindo a real zona de atuação do mesmo. Portanto, devido à resistência
de cantata e do infeed, não se tem celteza da real zona de atuação do relé. . . . . í?
Zrelé A = ZAB +xZBC + X ZBe--:-=--
Resumindo pode-se concluir que a zona de atuação do relé é II
influenciada pelos seguintes erros devido a: O relé D vê
® Infeed de corrente das barras remotas adjacentes do sistema
elétrico; (

® Erros dos TCs;


Desse modo as 2 a e 3a zonas dos relés de distâncias, terão seus
® Erros dos TPs;
alcances prejudicados pela alimentação dos curtos-circuitos pelas fontes
® Erros intrínsecos do próprio relé; intermediárias (infeecl).
® Erros devido às correntes e às tensões transitórias no momento Exemplo: Dado o diagrama unifllar da figura 3.20.4 cujo defeito ocorre no
do defeito; ponto F sem resistência de cantata.
® Presença da componente DC no momento do curto-circuito; B . o c
A ZBc= 9L70 n
® No caso de DCPs, erros devido aos efeitos transitólios gerados
por esses equipamentos. i, = 2000 A iJ =3000A

O problema de subalcance, produzido pelo infeed, ocorre também na


F
zona de retaguarda dos relés de distância no sistema em anel, como mostra a
figura 3.20.3. [2 = 3000A
A
B
I--x c

Curto-
circuito _ ....._ D

Figura 3.20.4 - Diagrama Unifilar do Exemplo


Os relés das Barras A e D têm os ajustes de 2a zona em:

• Z 2 zona A -- 12 ,lo.!.
5 n (aiuste
~ ate' 50 0/ /0( da linha de transmissão
remota LT BC)
......_ D

Figura 3.20.3 - Alimentação Intermediária

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(
( 82 Capítulo m Teleproteção 83

• Z1 zona O = 14,5Q (ajuste até 50% da linha de transmissão


( remota LTBc)
T TP
Para o cUlto-circuito em F, os relés 21 das barras A e D, verão na 2 a
zona as seguintes impedâncias: ~
Figura 3.21.1 - Relé de Freqüência
Z yíSla A = 8+ 3+.:l. . (3000)
- - = 8 + 3 + 4,5 =IS,5 Q Quanto ao princípio de funcionamento o relé de freqüência pode ser
2000
de:
2000) • freqüência absoluta. O relé opera quando a freqüência do
Z vista D = 10 + 3 + 3 ( - - = 10 + 3 + 2 = 15 Q sistema elétlico fica aquém (relé de subfreqüência) ou além
3000
(relé de sobrefreqüência) de um valor ajustado;
Assim, as impedâncias vistas são maiores que os aj ustes da 2" zona
nos relés 21, ou seja, o defeito que ocorreu dentro do alcance da linha de • taxa de variação da freqüência. O relé opera quando a taxa de
transmissão BC, não foi vista, este fato foi devido às alimentações variação da freqüência medida no relé u1trapassar um valor
intermediárias provenientes das barras A e D. pré-ajustado. Na realidade o relé só fica habilitado para medir
a variação da freqüência, quando a freqüência absoluta
As contribuições das fontes intermediárias vão depender da ultrapassar um valor determinado (ajustado). No relé digital a
configuração do sistema elétrico e do local do defeito. Esse efeito só
variação da freqüência é obtida utilizando-se a lóCTica
ar
oCOlTerá se a proteção da I a zona da linha adjacente falhar, assim as b" õt '
proteções das 2" e 33 zonas dos relés remotos serão afetadas pelas
medida após a freqüência ultrapassar um valor ajustado.
alimentações (fontes) intermediárias (infeeds).
• Híbrido, quando o relé atua utilizando os 2 parâmetros
anteriores .
13.21 Relé de Freqüência A característica do relé de freqüência, que utiliza a taxa de variação
. Relé de freqüência (81) é um equipamento com sensibilidade na da freqüência para sua operação, é mostrada na figura 3.21.2 .
grandeza freqüência da rede elétrica, e que opera quando a freqüência
ultrapassar o valor ajustado.
O relé de freqüência pode ser de 2 tipos:
l . ;.
~ Relé de subfreqüência, denominado de 81u (under frequen-
cy);
,p Relé de sobrefreqüência, denominado de 810 (over frequen-
cy).
l
O relé de freqüência é conectado ao sistema eléuico via TP, como
mostra a figura 3.21.1. T
Figura 3.21.2 - Característica de Atuação do Relé de Freqüência por Taxa
de Variação da Freqüência

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84 Capítulo III T eleproteção 85
(
Em que : b) defeito COln a SI,tema < a ajustado (
f i -+ freqüênc ia ajustada no relé de freqüência, que se for ultrapassada
passa-se a medir a taxa da variação da freqüência; Nesse caso a freqüência cresce com uma taxa menor que a aj ustada
no relé de freqüência e a atuação da proteção é : (
T -+ tempo ajustado no relé de tempo;
rlI' Quando a freqüência alcançar o va lor fi o relé de freqüência
M f , -fi . d d . - d ~ .. ~ . fecha o seu o contado fi;
a ajustado = - = --- - -+ ajuste a taxa e vanaçao a trequencla;
L'l.t T rlI' Ativa-se o relé de tempo;
f2 -+ freqüência ajustada no relé de freqüência, correspondente ao ((.ajustado rlI' Transcorrido o tempo T ajustado no relé de tempo , abre-se o
no tempo T a partir de f2 . cantata T, que a partir desse instante impossibilita a operação do
relé 86 , Note-se que, até esse momento, a freqüência ainda não
O diagrama esquemático em DC da figura 3.2l.3, mostra a lógica de
alcançou a freqüência f2 . Portanto, a partir desse ponto mesmo
atuação do relé de freqüência por taxa de va.J.iação da freqüência.
que a freqüência venha a ultrapassar f2 o relé 86 estará

fz
I desativado.
Mostrou-se, no exemplo anterior, só a operação do relé de freqüência
T com atuação por taxa de variação da freqüência. Na realidade na proteção
do sistema elétrico, utiliza-se mais um ajuste de freqüência abso luta f3 > f2 .
Rele de Assim, se no item b, a freqüência crescer além do valor f3 o relé 86 será
Tempo
ativado.
Geralmente as empresas do setor eléh'ico, utilizam os seguintes
Figura 3 .21.3 - Esquemático em DC valores para os ajustes:

A seguir descreve a atuação da proteção, considerando-se: f i = 62 Hz e f 2 = 62,5 Hz


T = 0,5s e f3 = 65 Hz
a) defeito com ((.sis tem" > (Xajustado
Hz
Considerando-se as figuras 3 .2l.l, 3.21.2 e 3 .2l.3, e nesse caso, ((.ajus tado = I-
como a freqüência no sistema eléhico cresce com uma taxa maior que o s
valor ajustado no relé de freqüência, a seqüência de atuação da proteção é: O relé de freqüência é utilizado nos Esquemas Especiais de Proteção
(descrito no item seguinte).
'i> Quando a freqüência alcançar o valor f i o relé de freqüência
fecha o seu o contado fi;
'i> Ativa-se o relé de tempo; I 3.22 Sistemas Especiais de Proteção
'i> Quando a freqüência alcançar o valor f 2 o relé de freqüência
Os Sistemas Especiais de Proteção (SEPs), são sistemas automáticos
fecha o seu o contado f2 . Note-se que o contato f2 fecha antes da de controle implantados na geração, transmissão e dishibuição de energia
atuação do relé de tempo; elétrica que, devido a uma ocorrência de uma ação forçada ou não, agem
'i> Ativa-se o relé de bloqueio 86, que efeti vará as suas ações
com o objetivo de :
programadas.

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86 Capítulo III Teleproteção 87

© Restaurar as condições operativas da geração do sistema elétrico; © prover proteçào adicional a componentes do sistema
elétrico:
© Restaurar as condições operativas do sistema elétrico;
© melhorar a segurança do sistema, evitando tanto a
© Restaurar os limites operativos de equipamentos do sistema
propagação de desligamentos em cascata quanto de
elétrico ;
distúrbios de grande porte;
© Evitar blecaute parcial ou total do sistema elétrico. © melhorar a qualidade de operação do sistema elétrico
A aplicação dos SEPs, baseiam-se em: interligado.
-7 Esquemas de Controle de Emergências (ECEs);
-7 Esquemas de Controle de Segurança (ECSs). I 3.23 Esquema Regional de Alívio de Carga (ERAC)
Os SEPs, para fazer a ação de controle, necessitam dependendo da o sistema eléttico opera atingindo um estado de equilíbrio de
estratégia de ação, de: potência gerada e potência consumida, estabelecendo uma operação em
regime permanente em uma dada freqüência. Se o objetivo é estabelecer
~ informações de grandezas elétticas de h'ansformadores
uma freqüência de operação fixa, por exemplo, a de 60 Hertz, a geração
para instrumentos (TP e TC);
sempre deverá suprir a demanda nessa freqüência. Assim, na operação do
~ informações de grandezas não elétricas; sistema elétrico em regime permanente em 60 Hertz, a potência gerada é
~ da topologia (configuração) da rede elétrica; igual à potência consumida, isto é

~ estados (abertos/fechados) dos disjuntores, seccionadoras, gerada 60 Hertz = Pconsumida 60 Hertz (3.23.1)
chaves seletoras e outros dispositivos.
Para manter o sistema elétrico operando na freqüência nominal, por
Os SEPs intervêm. no sistema elétrico por meio do comandando de:
exemplo, na de 60 Hertz, há necessidade de ações de controle, porque várias
• abertura/fechamento de linhas de transmissão, geradores, são as causas que podem mudar o equilíbrio de potência na freqüência
transformadores, reatores, capacitores e outros; desejada. Estas causas são:
• redução/elevação de potência de geradores; ® Vatiação da carga conectada na rede elétrica;
• permuta de compensadores e geradores síncronos; ® Mudança na configuração da rede elétrica, devido à retirada
súbita de linhas de transmissão, hoansformadores ou de outros
• alívio/restauração de cargas;
equipamentos pela ação da proteção;
• outras ações.
® Perda de geração .
A uti1ização dos esquemas SEPs, auferem ao sistema elétricos
O acompanhamento das cargas, da geração e do sistema eléttico, é
outras vantagens, que são:
monitorado pelos centros de operação das empresas de energia elétrica. As
© permItlf maior utilização dos sistemas de geração, variações na freqüência são constantemente monitoradas e as ações de
transmissão e dish'ibuição; controle dos reguladores de velocidade na potência primária, procuram
© aumentar a confiabilidade da operação do sistema sempre estabelecer a operação do sistema elétrico na freqüência nominal.
interligado; Na operação normal do sistema elétrico, se oconer, por exemplo,
perda de geração, e se a geração remanescente não for suficiente para suprir

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(

88 Capítulo III Teleproteção 89

a demanda na freqüência de 60 Hertz, o novo balanço de potência se dará Para atender esse obj etivo, utiliza-se o Esquema Regional de Alív io
numa freqüência inferior a nominal. de Carga (ERAC), que é fundamentalmente uma lógica seqüencial de corte
de carga, para assegurar a estabilidade e recuperar o equilibri o de potência
O funcionamento do sistema elétrico numa freqüência diferente da
de geração e carga na freqüência mais próxima da nominal. O ERAC é um (
freqüência nominal produz os seguintes efeitos:
sistema especial de proteção (SEP), constituído de um esquema estratégico
® O balanço de potência em 60 Hertz não é conseguido; de rejeição de cargas, aplicado em decorrência de uma contingência que
® As cargas operam fora das suas características de projeto ; deixa a região com déficit de geração . O ERAC faz parte das ações de
controle primário da freqüência do sistema elétrico.
® Alteram as características intrínsecas dos equipamentos de
medição, controle e proteção. A lógica do ERAC pode ser efetuada por melO das seguintes
grandezas:
® Podem provocam danos nas pás das turbinas térmicas a vapor (
• Freqüência elétrica;
das unidades geradoras.
• Tensão elétrica.
Durante a operação normal de um sistema elétrico, pode ocouer
perda de geração. A perda de geração pode ser: Em relação à freqüência, a lógica do ERAC pode ser efetuada por
um relé de freqüência absoluta, constituído de Válios estágios (ajustes de
a) Perda de pequena geração. freqüência).
Se ocouer a perda de uma pequena geração, mas a geração remanescente Supor, por exemplo, que um ERAC, é programado para atuar
tem capacidade de suprir a carga, nesse caso, as ações dos reguladores abrindo os disjuntores 1, 2, e 3 da subestação apresentada no diagrama
automáticos de velocidade das unidades geradoras e do Controle uni filar da figura 3 .23 .1, na seqüência dos estágios dos ajustes de freqüência
Automático de Geração (CAG), estabelecem as novas contribuições dos de acordo com o esquema funcional em DC da figura 3.23.2.
geradores para suprir a carga na freqüência de 60 Hertz. Como a ação dos
reguladores de velocidade é lenta, em alguns casos pode haver necessidade
de um C0l1e temporário de cargas, com o objetivo de controlar a variação da
freqüência, após então, a recomposição das cargas pode ser restabelecida. 2

b) Perda de grande bloco de geração. 3


N o caso de perda de grande bloco de geração, em que a capacidade de
4
geração remanescente não consiga suprir a demanda, haverá uma
diminuição da freqüência do sistema elétrico, isto é Figura 3.23 .1 - D iagrama Unifilar da Subestação

f nova < f no min ai + -f1:r~T2


Deste modo para restaurar (recuperar) a freqüência nominal (60 Hertz) será
necessário diminuir a carga conectada ao sistema elétrico. Nesse caso, o
Relé de \.
corte de carga (load shedding) deverá ser o menor possível. As cargas a Tempo 1
serem desconectadas são decididas pelas empresas pel1encentes ao Sistema
Interligado Nacional (SIN), obtidas através de critérios de priorização da
carga, dos riscos devidos às contingências de perdas de geração e do déficit Figura 3.23.2 - Esquemático em DC do ERAC
de geração na região.

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(

90 Capítulo III Teleproteção 91

(
Supor, por exemplo, que uma perda de geração faz o sistema operar
na freqüéncia entre f2 e f3. Assim, pelo esquema apresentado na figura
3.23 .2, atua o relé de freqüência no I e n estágios, isto é os contatos fi e f2
--
_1

____________________________~
I -2
TP VJ
( serão fechados, ativando-se os relés de tempo T I e T 2. Após transcorrido o
tempo ajustado, os relés de tempo fecham os seus contados TI e T2,
desligando os disjuntores 1 e 2. Este corte diminui a carga no sistema
~:3
-4
elétrico, de modo que a geração remanescente possa suprir a carga ativa na
freqüência de 60 Hertz ou próxima dela. Figura 3.23.3 - ERRC das Cargas 1,2 e 3
( Muitas empresas adotam os ajustes apresentado na tabela 3.23.1 , na
lógica do ERAC, com 5° estágios de rejeição de cargas. +81f
1 T1 1
( ERAC Relé de Bobina de
Tempo Fech amento
Freqüência Corte de carga em %
Estágio Temporização
Ajustada da carga total
Figura 3.23.4 - ERRC de Recomposição de Cargas 1,2 e 3
l° 58,5Hz 0,35s 7,5
2° 58,2Hz 0,35s 7,5 Nesse caso, quando a freqüência volta para o valor normal, o relé de
freqüência do ERRC opera, fechando o contato 81f, ativando o relé de
3° 57,9Hz 0,35s 10 tempo. O relé de tempo é constihÚdo de, por exemplo, 3° estágios, que
4° 57,6Hz 0,35s 15 fecha sucessivamente os seus contatos de acordo com o ajuste de
tempOlização (TI, T2 e T3). Cada estágio promove o fechamento do
5° 57,3Hz 0,35s 15 disjuntor, religando a respectiva carga.
Tabela 3.23.1 - Ajustes do ERAC Quando ocorre uma perturbação do tipo perda de grande bloco de
carga, o excesso de geração provoca aumento da freqüência e elevação da
. Além da lógica de ajustes apresentada na tabela 3.23.1, pode-se
tensão no sistema elétrico, neste caso, há necessidade de uma estratégia de
adicionalmente utilizar a taxa de variação da freqüência. Para maiores
corte de geração, conhecida por Sistema de Alívio de Geração (SAGE).
detalhes, consultar a referência [47].
Restabelecido o equilíbrio de carga e geração, isto é, a normalidade
do sistema elétrico, as recomposições das cargas podem serem feitas, 13.24 Esquema de Controle de Emergência (ECE)
manualmente ou por processo automatizado.
O Esquema de Controle de Emergência (ECE) é um Sistema
Se o sistema elétrico normalizou e voltou a operar em uma Especial de Proteção (SEP), com uma estratégica de ação de recuperação
freqüência dentro de uma estreita faixa estabelecida em tomo da freqüência das condições operativas de um equipamento ou do sistema elétrico,
nominal, pode-se restabelecer as cargas, por meio de um Esquema decorrente de uma contingência ou perturbação.
Automático de Restauração de Cargas (ERRC) , como, por exemplo, o
apresentado no diagrama lmifilar da figura 3.23 .3, cujo esquemático em DC O ERAC é um esquema aplicado, essencialmente, com perturbação
é mostrado na figura 3.23.4. do tipo perda de geração, j á o ECE é um esquema estratégico aplicado a

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92 Capítulo III T eleproteção 93

qualquer tipo de perturbação, podendo ser, inclusive até a provocada por (


perda de geração.
2
o ECE é geralmente aplicado com as seguintes estratégias: (
3
-7 COIte de cargas seqüenciais, com o objetivo de aliviar o
sobrecanegamento de um equipamento, que pode ser, por 4
exemplo, uma linha de transmissão ou um transformador. Nesse
Figura 3.24.1 -Diagrama Un.ifilar
caso, o monitoramento pode ser feito por um relé de
sobreconente (50, 51) ou pelo monitoramento da potência ativa. O esquemático em DC, da atuação do relé 27 do ECE está
apresentado na figura 2.24.2 .
-7 Corte de cargas seqüenciais ou ligações de capacitores (ou
compensadores síncronos), com o objetivo de eliminar ou aliviar +-27:r~T1
o afundamento da tensão na região. Nesse caso, o monitoramento
pode ser feito por um relé de subtensão (27).
Relé de
-7 Corte de capacitores, compensadores síncronos capacitivos ou de Tempo Abe rtura

outras ações, com o objetivo de eliminar ou aliviar a sobretensão


na região . Nesse caso, o monitoramento pode ser feito por um
Figura 3.24.2 - Esquemático do ECE por Meio do Relé de Subtensão (27)
relé de sobretensão (59). Note que a sobretensão no sistema, é
prejudicial as: cargas, capacitores, pára-raios, transformadores e Em decorrência de urna contingência, a atuação do relé de subtensão
a isolação em geral. (27) ativa um relé de tempo, que de acordo com os seus ajustes de tempo e
fechamentos de seus contatos, vai sucessivamente desligando os disjuntores
-7 Retirada de transformadores, linhas de transmissão ou outros
equipamentos que venham, em deconência de uma contingência correspondentes.
ou ação, a operarem a vazio. O monitoramento pelo ECE pode
ser feito utilizando os conta tos auxiliares dos disjuntores,
seccionadoras ou por meio da programação de CLPs.
-7 Mudança na operação do compensador síncrono para gerador
síncrono, com o objetivo de eliminar ou aliviar o déficit de
geração na região. A ação do ECE pode ser feito pelo relé de
freqüência.
-7 Outras ....

Para exemplificar, apresenta-se um ECE aplicado na configuração


do diagrama unifilar da figura 3.24.1 , programado para efetuar, pelo relé de
subtensão (27), o corte de carga 1, 2 e 3, decorrente do afundamento da
tensão no local.

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94 Proteção de Transformador 95

• Proteção diferencial (87)


• Proteçào de terra restringida
• Proteção de gás (63) (por exemplo, o relé Buchholz )
• Válvula de alívio de pressào (20)
• Proteção térmica (26 , 49)

~:.;'- . .' - . --'. ,. .. . .- --, . '.' '~ i


• Proteção de baixo nível de óleo (71)
~ :: .-..;.. ,_. i.. ~ . 4 " ' . , '
• Proteção de sobrecorrente (50, 51 )
• . ' -.: < - I
~ ~ ~ _~ ~ ______ ~ ___
_- _ _ _, _-'--_'_ ,_ - _- _ _ ~_- _ _ _ _ , ___
• _ -I • Proteção de sobreexcitação (24)

• Outras .. . _

4.2 Transformador Monofásico

PROTEÇÃO DE TRANSFORMADOR A figura 4.2.1 mostra um transformador monofásico alimentando


uma carga.

• •

4.1 Introdução +

_Em geral os transformadores têm baixos índices de falhas, porém,


quando estas ocorrem, inevitavelmente levam a desligamentos, forçados ou
não, implicando em substituições, parabsações, manobras, riscos e
manutenções corretivas demoradas. Núcleo

Para este equipamento tão importante que possibilita acoplar


sistemas elétricos com tensões diferentes, empregam-se proteções Figura 4.2.1 - Transformador Monofásico
específicas, também conhecidas como proteções intrínsecas do As marcas de polaridade identificam como as bobinas primárias e
transformador. A proteção é mais complexa quando o transformador de secundárias estão acoptadas magneticamente. Pode-se também, adotar
potência for de maior porte. outras convenções, para a marca de polaridade, como por exemplo, as letras:
As proteções utilizadas no transformador de potência podem ser do H" para a bobina primária, onde H, representa o início da bobina
tipo: na mesma posição da marca da polaridade e H 2 é o seu final.

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96 Capítu lo IV Proteção de Transformador 97
x .. para a bobina sec un dária, sendo que X I representa o início da
I 4.3 Proteção Diferencial no Transformador Monofásico
bobina que está acoplada magneticamente com o HI da bobina
primária e X 2 é o seu finaL Na uti lização da proteçào diferencia1 os TCs devem compensar as (
Assim, a posição das marcas de polaridade é identificada por HI e diferenças numencas das COlTentes primárias e secundárias do
transformador.
Considerando as caracteIÍsticas nOID1alS de operação do
A figura 4.3.1 mostra um esquema de proteção utilizando uma
transformador, vale a expressão:
proteção diferencial percentual.
N P VpN I sN VP
'Is
a=-=--=-=-=- ( 4.2.1) Transformador
Ns VSN IpN Vs ip
Em que:
a .. é a relação de transformação do transformador
Pelas convenções representadas na figura 4.2.1, tem-se que:
• As tensões Vp e Vs estão em FASE, e estão relacionadas por

Vp = aVs (4.2.2)

• As correntes ip e isestão em FASE, e são dadas por Figura 4.3.1 - Proteção Diferencial Percentual no Transformador
Monofásico
is = aip ( 4.2.3) No esquema da figura 4.3. 1 deve-se observar as regras para a 1igação
O circuito da figura 4.2.1 pode ser representado pelos circu itos das dos TCs:
figuras 4.2.2 e 4.2.3.
1) As ligações dos TCs devem seguir as mesmas seqüências das
____ip....__ i-.;
.._. . . ...:
..• :...,
.........-,...;
.• ;...-._..._. . i s~-
!--_ _ _ _ ., marcas de polaridade das bobinas primárias e secundárias do
+ + transfonnador.

N, 2) Os terminais dos TCs com marcas de polaridade devem se conectar


as bobinas de restrições do relé 87.
3) Dimensionar os TCs de modo que as correntes secundárias que
Figura 4.2.2 - Transformador Monofásico passam pelas bobinas de restrições sejam iguais em módulo e
ângulo, ou seja i ps = iss.

As regras 1 e 2 fazem com que as COITentes que passam nas bobinas


de restrições estejam em FASE, e para garantir que os módulos sejam
Figura 4.2.3 - Diagrama Unifilar iguais, deve-se fazer:

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98 Capítulo IV Proteção de Transfo r mador 99

_ l_p_ _ 1_
5_ Transformador
( RTC p RTC 5 133/ 13.8 kV

( Ip a1p
RTC p
( RTC s
·· L .• •.•.. . __ ....!

( 4.3.1)
·
+-
····
( Em que:
(
• RTC p é a relação de transformação do TC conectado no primário ·~
do transfonnador; ·: ··········..•....I.--.. ·~
t
.
(

(
• RTC s é a relação de transformação do TC conectado no secundário
do transformador.
t---------------...-------------- -----0
( Figura 4.3 .2 - Circuito da Proteção Diferencial
Assim, desconsiderando-se os erros de cada TC, na operação nonnal
do transformador e em caso de defeitos fora da zona protegida pelos dois S=VI
TCs, a corrente que passa na bobina de operação do relé 87 é nula. 8280k = 138k . I I
Apresentam-se a seguir alguns exemplos dessa proteção diferencial
no transformador monofásico.
II = 60A
Exemplo 4.3.1: Seja o diagrama lmifilar apresentado na figura 4.3.2 o b.2) Pela relação de transformação do transformador
circuito de um transformador monofásico de 10 MVA que alimenta uma a = VpNomiual = 138k = 10
carga de 8280 kV A com fator de potência de 0,8 atrasado.
V5Nomio ai 13,8k
Calcular:
a) A corrente elétrica na carga.
S=Vl
II = 60A
8280k = 13,8k .1 2
c) A relação de transformação do TC 2, de modo a se adequar a
12 = 600A proteção diferencial percentual.

l b) A corrente no lado primário do transformador. Pela expressão 4.3.1, tem-se que:


Há dois modos: RTC} = a· RTC I
b.1) No lado primário
I primáriodo Te2 = 10. I primário do Te l
5 5

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(

100 Capítulo IV Proteção de Tra nsformador 101 (

Nesse caso, a corrente nominal do primário do TC 1 é um dado 'r


infonnado na fi gura 4. 3.2 , isto é, 1prímáríoJoTCI = 100 A . Ass im
a = 25% =~ = O 25
100 '

R TC, = 1prímãrío do TC = 1000 a = arctg a = arctg 0,25 = 14,03°


(
- 5 5 II + I, (
11 -I , =a· - ---
d) A corrente no secundário do TC,. - 2 (

II 60" II -1 2 = 10-0 =.!..Q.=2=200%


151 = Isec undãríodo TCI = RTC = 100 =.J A adefeito = I +I
I I 2 10+0 5
5 2 2
- '.
e) A corrente no secundário do TC 2 • a defeito = arctg 2 = 63,4 o
I, 600

1
Is2 = Isec undáriodoTC2 = RTC = 1000 =3 A Sendo que:
2
5 Ioperação > I ajustedo relé
adefeito > 25% ~ o relé atua
f) A corrente que passa na bobina de operação do relé 87. {
Udefeito > 14,03°
I operação do relé87 = I SI - 152 = O (
A figura 4.3 .3 mostra graficamente as correntes e suas inclinações
Como a Ioperaçãodorelé87 = O o relé não opera. (slope).
g) O que acontece com um relé 87 que tem ajuste de 2A e loperação
declividade de iS%, na ocorrência de um defeito interno de 200%
200A no transformador operando a vazio.
Neste caso, os cálculos são os apresentados a seguir
II =200A e 10A +-- ---;

200
I SI = 100 = lOA e
2A .........-...-'
5 I:---f---...!...---'------..- lrestrição
5A
Ioperaçõo = I SI - 152 = 10 - 0= 10 A
Figura 4.3.3 - Correntes e suas Inclinações
10+0
lrestrição = - - = 5 A A figura 4.3.4 apresenta a situação final do item g.
2

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( 102 Capítulo ]V Proteção de Transformador 103
(

ii = 200 A É impOltante observar que na proteção de linhas de transmissão com


relés 50, 51 , 21 , 67, 32. util izam-se TCs com fator de sobrecorrente de 20,
(
com classe de exatidão de 10%. Já os TCs para a proteçào diferencial, os
( erros dos mesmos influenciam no ajuste do relé. Assim, os TCs mais
----+:-'I4!~, ..........L...+.;---+---_+____ adequados deveriam ser o de classe de exatidão de 2,5%. Ou seja, os TCs da
·· iSI
proteção diferencial deveriam ter classe de exatidão melhor do que os TCs

+···
( = 10 A das outras proteções. Mesmo assim, os TCs de classe de exatidão de 10%
( são utilizados na proteção diferencial, nesse caso, se a corrente elétrica do
( ·i ,...... ........................
defeito for pequena, o erro dos TCs será pequeno, mas para um curto-
. circuito de grande intensidade o erro poderá ficar em 10% para cada TC.

---e
:
: t Assim, um TC pode ter erro de + 10% e o outro de - 10%, o que acarreta
L--------------... ---------------- para o relé 87, uma corrente diferencial com erro de até 20% .

Figura 4.3.4 - Defeito Interno no Transformador Monofásico


4.4 Transformador Trifásico
A figura 4.3.5 apresenta o esquema simplificado em DC da atuação
da proteção. O transfomlador trifásico opera como se fosse 3 transformadores

1,,1 , 1
monofásicos, podendo ser constituído por:
+
87
1 • Banco de transformadores monofásicos;
86 • Transformador trifás ico, montado sobre um mesmo núcleo
69
magnético, que pode ser:

52 • Núcleo envolvido;
• Núcleo envolvente.
A forma de ligação do transformador trifásico, em cada lado do
emolamento, pode ser:
• Em estrela (Y);
Figura 4 .3.5 - Esquemático em DC da Proteção Diferencial
• Em delta (.6.);
Em que:
• Em zig-zag.
VM ..... lâmpada vermelha, indicando di sjuntor fechado
Destas ligações resultam as maiS diversas combinações que
VD ..... lâmpada verde indicando disjuntor aberto dependem do sistema elétrico adotado .
Para outras notações numéricas ver apêndice A . Em relação ao número de emolamentos podem ser de:

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(

104 Capítulo IV Proteção de Transformador lOS


(
• Dois enrolamentos, chamados de primário e secundário ou de Nos enrolamentos do Jado primário ou secundário dos transfor-
alta e baixa tensão. madores de potência ou dos TCs, ligados em .6., as correntes na linha estão
(
• Três enrolamentos, chamados de primário. secundário e terciário, defasadas de ± 30° e tem módulo 13 vezes maior que as correntes na fase
do D,.. A figura 4.5.1, ilustra esse caso. (
ou de alta, média e baixa tensão.
. r;; o' (
• Ou de mais emolamentos. I ll Linha =;J3·L±30 I ~Fase

4.5 Proteção Diferencial do Transformador Trifásico ~ -y

A proteção diferencial 87 no transformador trifásico efetua-se fase a


fase do mesmo modo como está apresentado no item 4.3. Pode-se adotar
, I
qualquer ligação D,. ou Y nos secundários dos TCs da proteção diferencial.
Entretanto, o mais utilizado é a ligação em Y quando os transformadores de
potência nâo produzem rotação angular nas suas correntes de entrada e
saída. Figura 4.5.1 - Correntes de Linha e de Fase no Enrolamento em D,.

Cuidado em especial deve-se ter no transformador trifás ico No caso da figura 4.5.1, sempre na operação balanceada as correntes
conectado em D,. - Y, porque às correntes de linha no lado D,. estão de linha e de fase são dada pela expressão 4.5.1.
adiantadas ou atrasadas de 30°, 60°, 120°, 150° e 1800 em relação as ( 4.5. 1)
correntes de linhas no lado Y. As correntes estão adiantadas ou atrasadas
dependendo da forma de ligação dos enrolamentos do lado D,. do As ligações dos TCs devem seguir a mesma regra do item 4.3, o
h'ansformador de potência. importante é que as correntes que fluem pelas bobinas de restrições do relé
O deslocamento angular produz dois problemas: 87 sejam as mesmas.
A regra fundamental para o funcionamento do relé 87 é que na
• Diferenças nas correntes no relé diferencial 87, que
dependendo do seu ajuste pode operar para as condições de condição normal de operação ou de curtos-circuitos trifásicos, fora da zona
carga do transformador. de proteção, seja atendida a expressão 4.5 .2.

• Defasamento nas correntes das bobinas de restrição do relé


87, prejudicando a sua característica de desempenho. I ÍBob inadeRestrição l = ÍBobinade Restrição 2 \ ( 4.5 .2)

Na operação nOffilal do sistema elétrico, as correntes nas bobinas de


restrição do relé diferencial devem estar em fase, com mesmo módulo e Se a condição da expressão 4.5 .2, não for satisfeita o sistema de
ângulo, desse modo os TCs devem compensar a: proteção diferencial tem erro, isto é, existe corrente passando na bobina de
• Relação de h'ansformação do h'ansformador. operação do relé 87, que deve ser compensada pelo ajuste da sensibilidade
do relé.
• Rotação angular provocada pelo transformador D,. - Y.

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106 Capítulo IV Proteção de Transformador 107

4.6 Regra de Ligação dos TCs nos Transformadores T ransfonnador


Trifásicos ________~sc=-io -~olI.c+:­
A seguir apresentam-se os passos genéricos das conexões dos TCs ________~COc=-rl ~DI-a­
para as ligações mais simples de transformadores trifásicos de 2
enrolamentos que pode ser estendidos a transformadores com n-
enrolamentos.
________-=:~oI* ........ L _______ ~-*I: J ...

°
1 Passo: Desenham-se os enrolamentos primários e secundários de modo
que as bobinas acopladas fiquem alinhadas, com as marcas de polaridades
para fora, como mostra a figura 4.6.1
( Transformador

ro 0000'-- - - - -o 1
I ~
~
IL.* '0000 '-- _ --J 0000 ' '" JI
Figura 4.6.1 - Transformador Trifásico de 2 Enrolamentos Figura 4.6.3 - TCs no mesmo Sentido dos Enrolamentos do TransfOlmador
4° Passo: Em cada lado, conectar as marcas de polaridades do secundário
2° Passo: Conecta-se a linha de transmissão externa nos terminais com
dos TCs nas respectivas bobinas de restrição do relé 87. Ver figura 4.6.4.
marcas de polaridades, conforme figura 4.6.2.
Transformador Até este passo, tem-se a ligação genérica dos terminais do
LTs ro - - - - - - -o
1 LTs transfonnador e dos TCs. As próximas conexões apresentadas a seguir
dependerão das ligações do transformador.
-~I -~ ~·I-
______________-+I~c ~cI-
4.7 Transformador Trifásico sem Rotação de Fase
-~L._4j
I* '" I
Figura 4.6.2 - LTs Conectada ao Transformador Trifásico Nos casos de transformadores trifásicos em que as correntes de linha
do lado primário e secundário, não apresentam deslocamento angular de
3° Passo: Conecta-se os TCs de modo que suas marcas de polaridade fase, ou seja, têm deslocamento de 0°, as ligações dos TCs devem ser
acompanhem as marcas de polaridade dos enrolamentos do transformador. preferencialmente em Y nos dois lados. A ligação em Y é preferencial, mas,
Neste passo já se colocam os 3 relés diferencial percentual, conforme se houver problema de atuação da proteção diferencial para defeito
ilustrado na figura 4.6.3. lçb - terra fora da zona protegida, deve-se então utilizar outra ligação.

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108 Capítulo IV Proteção de Transformador ]09 (

Transformado r T ransfo nn ador


TCs TCs TC,
TC s
o o o o
o
o o
a a a a
a a
I.
L ______ _
a a

1 ______ - - - - - - - - _ .

87 87

87 87

87
87

Figura 4.6.4 - Conexões dos TCs


Figura 4.7.1 - Transformador Y - Y com Deslocamento Angular de 0°
Os transformadores que tem deslocamento angular de 0° são:
O aterramento apresentado na figura 4.7.1 é feito por dois motivos :
• y-y
• Provocar um curto-circuito franco, caso haja defeito na isolação
• 6.-6. intema dos TCs, deste modo garante-se a atuação da proteção do
• 6. - zig-zag local.
• Segurança, para garantir que esta fiação e as carcaças dos TCs
5° Passo: Conectar os TCs em ambos lados em Y ou em 6., e fechar as
estejam no mesmo potencial referenciada a terra.
bobinas de operação dos relés 87 em Y. Ver figura 4.7 .1 para o caso de
transformador em Y - Y.
No lugar do transformador Y - Y da figura 4.7.1 poderia ser outro 4.8 Transformador L. - Y
tipo de transformador, porém, com deslocamento angular de 0°.
No transformador 6. - Y, as correntes de linha no lado 6. estão
O esquema de proteção da figura 4.7.1 não se aplica para .
defasadas (adlantadas ou atrasadas) de 3O , 60, ° °
o 120, 15 00 e] 800 em
transformadores Y - Y aterrados, dado que para um defeito monofásico a relação às correntes de linha do lado Y, a tabela 4.8 .1 apresenta os detalhes
terra, fora da zona de proteção dos dois TCs, a proteção diferencial 87 dessas ligações.
atuaria . Nesse caso, se os TCs forem ligados em 6. a proteção seria
adequada. O deslocamento angu lar de 30°,60°, 120°, 150° e 180° depende de
como os enrolamentos do 6. e do Y estão ligados.

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110 Capítulo IV Proteção de Transformador 111

Os TCs deverão ser dimensionados e conectados de modo que suas Transformador


ligações no secundário compensem as relações de transformações diferentes
e os deslocamentos angulares, de modo que nas bobinas de restrições do relé _r===i0::fT..:. ·S =-r~.;:O"Dm
C-\: y -:; - - -: - -I o
87 cheguem correntes elétricas em fase.
D a
Para atender estas condições, segue-se a regra: a
lO
a) Os secundários dos TCs deverão estar conectados em Y no lado
6. do transformador de potência.
I _________ J

b) Os secundários dos TCs deverão estar conectados em 6. no lado


Y do transformador de potência. 87

Os secundários dos TCs em 6. deverão estar conectados do mesmo


modo que o 6. do transformador de potência, isto é, as ligações nas marcas
87
de polaridade serão as mesmas.
Na figura 4.8 .1, apresenta-se o diagrama unifilar da proteção
87
diferencial do transformador de potência 6. - Y.
y /';
Figura 4.8.2 - TransfoTI11aclor 6. - Y
~: :----rl-. ~ . II ~J-:. ~: =--- Transfonnador

• •
L-----0-----
• • J

+
~- 87 ~-

Figura ' 4.8.1 - Diagrama Unifilar da Proteção Diferencial do Transformador


6.-Y
Assim continuando os passos do item 4.6, tem-se o 5° Passo.

5° Passo: Fazer a conexão do transformador de potência, sendo um lado em


6. e o outro em Y. Ver figura 4.8.2. 87

A figura 4 .8.2 foi construída a partir da figura 4.6.4 seguindo a


regra deste item, os TCs do lado 6. do transformador deverão ser 87
conectados em Y, exatamente como está apresentado na figura 4 .8.3.
Figura 4.8.3 - Ligações dos TCs no Transformador 6. - Y
l

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11 2 Capítulo IV Proteção de Transformador 113

Na figura 4.8.3 apresentam-se também as conexões dos secundários mostra a mesma ligação feita na figura 4.8.2, com os seus respectivos
dos TCs no lado Y do transfonnador, que deverão estar conectados em L. sentidos das conentes de cada lado.
seguindo a mesma seqüência das suas marcas de polaridade. Assim, as Transformador
bobinas secundárias dos TCs devem ser uma réplica dos enrolamentos do r---------
lado L. do transformador.

----..;.:-+:------'j:.-:-::r :;.
(
Observa-se que em todos os esquemas das fi guras 4.7.1 e 4.8.2, as is=ib-Ic
bobinas de operação dos relés 87 estão conectadas em Y. I ic = ic - ia
(
Outra maneira de efetuar as conexões dos TCs no transformador L. -
I _________ J
Y é seguir os sentidos das conentes de acordo com suas marcas de
polaridade, tendo como objetivo de atender a expressão 4.5.2, ou seja, as Figura 4.8.5 - Conexão do transformador L. - Y
conentes nas bobinas de restrições devem ser iguais em fase e em módulo.
No lado L., aplicando-se a 1a Lei de Kirchhoff, tem-se as conentes:
O procedimento apresentado a seguir é geral, aplicado a qualquer
tipo de conexão do transformador L. - Y. ia = i A+ ib iA=Ía- ib
No procedimento apresentado na figura 4.8.4, leva-se em conta ib =ÍS+Íc i s= i b-(
somente as ligações dos TCs e os sentidos das conentes, sem levar em
consideração a relação de transformação do h·ansfonnador. ( = Í e + ia ic =Í c- ia
As conentes no primário e secundário de qualquer transformador de Os TCs na figura 4.8.5 podem ser colocados de qualquer modo,
potência ou nos TCs estão sempre de acordo com as apresentadas nas apenas os conjuntos de cada lado devem ser iguais e coerentes, por exemplo,
figuras 4 .2.1, 4.2.2 e 4.3 .1, isto é, quando em um emolamento a conente os TCs foram colocados no mesmo sentido do da figura 4.6.3, na qual se
elétrica entra na marca de polaridade no outro enrolamento a conente saí repete aqui na figura 4.8.6, indicando os respectivos sentidos das conentes.
pela marca de polaridade; de acordo com a figura 4.8.4. (
Note que as correntes nos secundários dos TCs nos lado de alta e de (
Transformador
baixa do transformador não são iguais, pode-se adequar as corTentes de 2
r-------"7"- modos:
o o la I
-~· I~ ~- . -.·~I a) Ligando os TCs em L. no lado Y do transformador.
____I_b~ .- -~Ic ~c __l b~. I- __ b) Utilizando outro conjunto de TCs auxiliares intermediários em
I i I qualquer lado no sentido de adequar as conentes nas bobinas de
____I _c~.-r l- *-~ ~* __c-'. ~I-_
restrições dos relés 87.
I _________ J
Primeiramente, em atenção a regra, deve-se conectar os secundários
Figura 4.8.4 - Sentido das Conentes no Primário e Secundário no dos TCs em Y no lado L. do transfonnador e conectar sua saídas nas
Transformador respectivas bobinas de reshições dos relés 87, conforme ilustra a figura
Os enrolamentos do transformador de potência podem ser 4.8.7.
conectados de qualquer modo, como o exemplificado na figura 4.8.5, que

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( 114 Capítulo IV Proteção de Transformador 115
(
T ransfonnador As correntes nas bobinas de restlições dos relés 87 devem ser iguais,

( la
TCs r--------- ia - ib TCs
deste modo a figura 4.8.7 mostra estas correntes.
o
""-:::::;;I===::f-!--t:::---+o::....-"1!'GIlf\.""':'Y!;
o
° ia I o
o
Deve-se conectar os secundários dos TCs do lado Y do
( Ib ia Ic a
ib -( transfonnador de potência de modo a se obter as mesmas correntes nas
( a a bobinas de restrições. Fazendo deste modo, obtém-se o diagrama da flgura
ie ib ie -Ía
(
• • 4.8.8 .
lc I _________ J • Transformador
ia
I
T C's r ---------
i I y
TCs

·rv'"'......I-1
..:... o .-r. O
'0000- ~
t:, O ' o. f"V"'Io

:
a...- I o
ib ib,. ib - ie
ID IL
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I I ie - ia
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( I
~
I _________ J y

( \ t:,

I,

( -é-
87
ie - ia ie - ia

--
87
Figura 4.8.6 - TCs Colocados nas Linhas do Transfonnador 6. - Y ib - ie ib - ie
(

r---------
Transformador
87
ia -i b TCs ia -i b ia - i b
o~ y!; aia 1 o
-+ -=~f!l:_jr.a' U~V"'; • uvw I --'- rv"I

r
o
II~ t:J I IJib. I ib - ie
~_= ' w~ 'uuw Figura 4.8.8 - Conexões dos TCs no Lado Y do Transformador de Potência
.,~=:t_- _t.: .- ~!J'-.'uOOO '-- Ir-"""""---.-:i",.. . II ie - ia
I
I _________
'WW
J y
Como apresentado neste item e no item 4.4, os transformadores
trifásicos podem ser conectados de modo que suas bobinas primária e
secundária tenham diversas combinações que produzam deslocamentos
87
-~ angulares nas correntes de linha no lado primário e secundário.
...... Nos relés diferenciais convencionais as ligações dos TCs devem
compensar a rotação angular produzida, podendo-se até utilizar TCs
87
auxiliares para compensar as discrepâncias de relação de transformação e
compensação adicional de rotação angular.
87 Já no caso de relé digital multifunção, a única conexão dos TCs é
utilizada para suprir as diversas função do relé, e neste caso não há
Figura 4.8.7 - TCs em Y no Lado 6. do Transformador de Potência necessidade de se fazer as ligações fisicas da mesma conexão do

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116 Capítulo IV P roteção de T ransfor mado r 11 7 (

transformador protegido . Portanto, no relé digital deve-se entrar com a


Transformador - Conexões e Deslocamento Angular
informação do transformador, especificando o tipo de conexão de suas
bobinas primária e secundária. Desloca-
mento Conexões
Para verificar as conexões e o deslocamento angular das correntes de (
Angular
entrada e saída de um transformador, deve-se considerar o modelo
apresentado na figura 4 .8.9, onde as correntes de linha entram no lado DdO YyO DzO

[ffiJ'
(
primário e saem no lado secundário ou vice-versa.

liA
r----- A-------§-------c-------1 Terminal do
iB ic! Primário mo· W· ·i D


-----._.- -_._- - -. ____ o_ao'
~
'.~-_ -

:
-
mQ.
Bobinas
o
~
~

-o Primárias
CI:l
~ ~ ;•
·
EI..-
D
.2
cn
c Bobinas
CI:l
l..-
I- Secundárias Dyl
I---C --------- -i~ ----C1 Terminal do Ydl Yzl

1
to ___ ...._______ b
a ________ e l.:
_______________

Figura 4.8.9 - Ligação Genérica do Transformador


Secundário

W· W'
I r- I {
~ ~ ~.
A seqüência de fase é A, B e C, sendo que os respectivos fasores das
·
mo·
D •

correntes elétricas giram no sentido anti-horário. Os terminais A, B e C '- L-

podem também, serem denominados de HJ, H2 e H3, e os terminais a, b e c


i :
de Xl, X2 e X3.
· D •
Para a seqüência de fase, apresentada na figura 4.8.9, as COlTentes de
linha no lado primário estão adiantadas em relação as correntes de linha no
lado secundário. Assim, todas as conexões e deslocamentos angulares estão Dd2 Dz2
apresentados na tabela 4.8.1.

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(

( 118 Proteção de Transformador 119


Capítulo JV

Yy6 Dz6
Dd6

mil'
r-

I ~~ ~ ~
• D •
(

1.1.1,
( Dd4 Dz4
~.
(
Dy7 Yd7 Yz7

• D •

Dy5 Yd5 Yz5 Dd8 Dz8


m
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(

120 Capítulo IV Proteção de Transformador 12 1

• Y primáIio em es trela (Y)

fin'
Ddl0 DzI0 -+

[[ID'
(
• Z -+ primário em zig-zag (

.
../ Segunda letra minúscula, representa o secundário do transfomlador.
que pode ser:
-60 0 • D •

m
7- d -+ secundário em !1
~ ~
--' "7 y -+ secundário em Y (
r-
7- z secundário em zig-zag
~ ! ~

Ydl1
· Il • ../ Número, variando de zero até 11 , que representa o deslocamento
angular das correntes de linha no lado primário em relação às do
Dyll Yz11 lado secundário, cuj o valor é dado pela expressão:

fin' W' W' 30° · Número

Por exemplo, um transfollnador trifásico tem uma conexão de suas

m, m
-30 0
Il • bobinas primárias e secundárias com a denominação de Dy5. Isto significa
~. ! ~ que o primálio do transformador está ligado em !1 e o secundário em Y, e as
-' correntes de linha no lado !1 estão adiantadas de 300 x 5 = 1500 em relação
r-
às correntes de linha no lado Y.
~ ~ ~
• D •
4.9 Ajuste do Relé Diferencial Percentual na Proteção do
Tabela 4.8.1 - Conexões e Deslocamento Angular das Correntes de Linha Transformador
no lado Primálio em Relação às Correntes de Linha no lado Secundário de
Transformadores Trifásicos. No esquema de proteção diferencial do transformador de potência as
correntes secundárias dos TCs devem alimentar o relé 87 de modo que as
Os desenhos da tabela 4.8.1 estão associados ao modelo da figma correntes nas bobinas de restrições sejam iguais. Na realidade, as correntes
4.8 .9. que chegam ao relé 87, estão associadas a erros causados por:
i'
Na tabela 4.8.1, as duas letras associadas a um número, têm a a) Discrepância no casamento dos TCs do lado de alta e baixa do
seguinte convenção: transformador. Como os TCs estão vinculados aos que são
../ Primeira letra, maiúscula, representa o primálio do transfollllador, disponibilizados pelos fabricantes, deve-se escolher aqueles que
que pode ser: mais se ajustam de acordo com as relações de transformação dos
transformadores de potência.
• D'" primário em Delta (Ll)

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122 Capítulo N Proteção de Transformador 123

b) Erro dos TCs dado pela sua classe de exatidão de 2,5%, 5% ou pelo fabricante. A figura 4.9.1 mostra os laps na bobina de
10% principalmente no momento de correntes de curto-circuito restrição do relé 87.
elevadas de acordo com o seu fatar de sobrecorrente (FS = 20).
Este erro é devido à saturação do núcleo magnético do TC.
Como o erro do TC é de ± 2,5%, ± 5,0% ou ± 10,0% , se os dois
TCs da mesma linha da proteçào diferencial operarem na pior
condição, isto é, um TC está com erro de
+ 2,5%, + 5,0% ou + 10,0% e o outro com erro de -----.,....-' ~
Tap's Tap's
- 2,5%, - 5,0% ou - 10,0%, tem-se no relé 87 um erro total de
5%,10% ou 20%. Figura 4 .9.1 - Taps do Relé 87

c) Erros associados com a comutação dos taps dos transformadores Os taps são no minados em Amperes que produzem a mesma
de potência, efetuados sem carga ou com carga, de modo manual força magnetomotriz e o mesmo fluxo magnético de restrição. Par
ou, com controle pela supervisão local ou remota ou, regulação exemplo, um relé tem os taps disponíveis nas bobinas de restrição
automática pelo relé 90. Para o relé 87, o ajuste deve ser feito na de: 2,9 - 3,2 - 3,5 - 3,8 - 4,2 - 4,6 - 5,0 - 8,7 A, escolhendo-se os
condição de operação normal do transformador de potência, ou taps de 5 A e 3,5 A, tem-se o torque de restrição nonimal do relé
seja, com o tap do comutador na posição central. Qualquer 87 e se as correntes forem opostas o torque de restrição será nu lo.
mudança de tap produz erro nas correntes diferenciais injetadas Essa situação está apresentada na figura 4.9.2.
no relé 87. O máximo erro será quando o comutador está com o
seu tap na posição limite de máximo ou mínimo. Geralmente, os
taps da comutação têm variações de ± 10,0% em relação à tensão
nominal do transformador de potência. Assim, o ajuste da
sensibilidade ou da declividade do relé 87 deve ser além do erro
introduzido pela comutação no seu maior limite. SA 3,5A
d) ' Discrepância dos taps nas bobinas de restrições do relé 87. Este Tap=5A Tap=3 ,5A
erro, devido às diferenças nas correntes que chegam às bobinas
de restrições, pode ser minimizado de dois modos: Figura 4.9.2 - Taps na Bobina de Restrição do Relé 87
d.1) Uso de TC auxiliar intermediário. Este TC ajusta a Se as correntes que fluem pelo sistema elétrico forem maiores que
corrente antes de entrar na bobina de restrição do relé 87. os laps, por exemplo, como mostradas na figura 4.9.3.

I d.2) Uso de taps no próprio relé 87.


No caso do item d.2, deve-se escolher os taps nas bobinas de
O múltiplo do tap na bobina de restrição é dado pela expressão
4.9.l.
restrições os mais próximos das condições de operações do I Bobina de restrição

transfonnador de potência. Os taps disponíveis são detenninados M Re strição = -=~Tap' ( 4.9.1)

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(
124 Capítulo IV Proteção de Transformador 125 r
(
CTCs" Erro devido à discrepância das relações de transfOImação
dos dois TCs adjacentes da mesma fase do lado de alta e de baix.a do
tTansformador.
(
ê OlSse ex •• idào . . Erro devido à classe de exatidão dos Tes .
5,5A 4A
êComu •• ção" Erro introduzido pela comutação máxima do
M=l,l Tap=5A Tap=3,5A
M= 1,143 transfolmador.
Figura 4.9.3 - Conentes maiores que os tc/ps cT aps .. Eno devido à discrepância dos taps no relé.
Assim, para o caso apresentado na figura 4.9.3, tem-se os
ê Segurança . . Erro introduzido como margem de seguranca.
seguintes múltiplos para as bobinas de restrições: .)

No final verifica-se na operação nonlinal do transfolmador de


MRe striçãO! = 5~ == 1,10 potência, com o objetivo de preservar as condições ténnicas das bobinas de
restrições e operações do relé 87, as seguintes condições:
4
MRestrição2 = 35
,
== ],143 • A conente na bobina de operação do relé 87 não deve ultrapassar
de 5 A.
o múltiplo médio será: • A COITente na bobina de restrição do relé 87 não deve ultrapassar
de 10 ou 12 A, dependendo do fabricante.
M .. =1,10+1,143=11715
Med ia 2 ' -
Exemplo 4.9.1: Apresenta-se o diagrama unifilar da figura 4.9.4.
Isso significa que a restrição é 12,15% maior que a sua restrição
nominal. 10MVA
66kV 22kV

t
. e) Margem de segurança. Feitas as considerações (cálculos) dos

~y
erros, deve-se, ainda, deixar uma margem de segurança para
garantir a seletividade da atuação do relé diferencial dentro da
sua zona de proteção. A margem de segurança é geralmente de
5%. 1 ~_ ..... ~ ............ _

Assim o ena total (mismatch) é dado pela expressão 4.9.2.

Cerro total = lOTes + cClasse exatidão + CComutação + cTaps do relé 87 + cSegura[]ça


Figura 4.9.4 - Diagrama Unifi1ar
( 4.9.2)
Dados:
Em que:

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126 Capítulo IV Proteção de Transformador 127

· " d { 60 x 120 - 5 A ~ Classe 2,5H200 TC == 120 ~ classe 2.5H200


TC s d lsponlvels e ·H 5
200 x 400 - 5 A ~ Classe 2,5H200
(
e) Corrente no secundário do TC do lado de l::. do transformador.
Relé 87 com taps disponíveis de: 2,9 - 32 - 3,5 - 3,8 - 4,2 - 4,6 - 5,0 - 8,7 A
Ip 87,477
( a) Fazer a ligação tritilar do esquema de proteção. l S,TCAT) == RTC == 120 == 3,645A
A ligação está apresentada na figura 4 .9.5. 5
(
Transformador Estes TCs estão conectados em Y, portanto, esta é a corrente que
chega na bobina de restrição do relé 87 .
t) Escolber o TC no lado Y do transformador.
A corrente na bobina de restrição do relé é de 3,645 A . Esta corrente
( é a de saída do TC em !::,. no lado Y do transformador de potência. Desse
modo, a corrente dentro do !::,. é:
3,645
ldentro do II == .J3 == 2,104 A
Portanto o T C ideal seria aquele que passa para o secundário
2,104 A , portanto a relação de transformação seria de:

RTC == 262,432 == 12473 == 124 7 3x ~ == 623,65


2,104 ' , 5 5
Figura 4.9.5 - Diagrama Trifilar
b) A corrente nominal na alta tensão do transformador de potência. Este seria o TC ideal, mas dentro da disponibilidade ofertada pelo
fabricante neste exemplo, deve-se escolher o mais próximo, no caso o
S No min al == .J3V I
N N
400
TC == - ~ classe 2,5H200
10M 5
l N == h == 87,477 A
AT ",3. 66k g) Corrente secundária do TC no lado BT do transformador.
c) A corrente nominal na baixa tensão do transformador de potência. I == 262,432 == 3 28 A
10M STCBT 400 '
lN == h == 262,432 A (no tap central)
BT ",3 . 22k 5

d) Escolher o TC no lado!::" do transformador. Como os secundários destes TCs estão conectados em l::. a corrente
de saída (ou entrada) é de:

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128 Capítu lo IV Proteção de Transformador (
129

[ saida do ti = .fi. 3,28 = 5,68 A 3,5 1,000 1.086 1.200 1,314 [,429 2,486
3,8 1,000 1,105 1,21 [ [.3 [ 6 2,289
É esta COlTente que passa na outra bobina de restrição do relé 87 . (
4,2 [.000 1,095 [, 19O 2,07 1
h) Taps no relé 87.
4,6 1,000 1,087 1,890
No relé 87, na operação nominal do transformador, chegam nas
5,0 1,000 1,740
bobinas de restrições as seguintes conentes, que estão apresentadas na
figura 4.9.6. 8,7 1,000
(
Tabela 4.9.1 - Combinações dos Taps do Re lé 87
Deve-se escolher a relação de Taps mais próxima da expressão 4.9.4,
tal que as correntes nas bobinas de restrições sejam as maiores e mais
próxima possível dos Taps escolhidos.
3,645 A 5,68 A Comparando-se o valor da expressão 4.9.4 com os valores da Tabela
4.9 .1 , chega-se em:
Figura 4.9.6 - Taps do Relé 87
Tap2 = 5,0 = 1563
Note que as conentes verdadeiras não são exatamente iguais aos taps Tapl 3,2 '
disponíveis pelo fabricante, portanto, deve-se escolher os taps para que as I Rostrição2 = 5,68 A > Tap 2 :=: 5 A
bobinas de restlições fiquem equilibradas em termos de fluxo magnético,
isto é, tenham o mesmo múltiplo em ambos os lados, ou seja: I Restrição I = 3,645A > Tap 1 = 3,2 A

I Restrição I I Restrição 2
= ( 4.9.3) Portanto, a escolha definitiva nas bobinas de restrições é Tap1
Tapl Tap2 3,2A e Tap 2 = 5,0A.
3,645 5,68 Note que os Taps não foram exatan1ente obtidos pela relação da
Tapl Tap2 expressão 4.9.4, isto produz eno no relé 87, que deverá ser coberto pelo
ajuste da sensibilidade do relé.
Tap2 = 5,68 = 1558
Tapl 3,645 ' ( 4.9.4) i) Erro total das correntes diferenciais.

Dos Taps disponíveis: 2,9 - 3,2 - 3,5 - 3,8 - 4,2 - 4,6 - 5,0 - 8,7 A, no i.l) Eno da classe de exatidão dos Tes.
relé 87, deve-se fazer todas as combinações possíveis de Taps, obtendo-se a e Classe . :=: 2 , 5%O + 2 , 5% = 5,0%
de exaudão
relação Tap2/Tap 1, que está apresentada na Tabela 4.9.1.
2,9 i.2) Erro de comutação do transformador de potência.
Taps 3,2 3,5 3,8 4,2 4,6 5,0 8,7
2,9 1,000 1,103 1,207 1,310 1,448 1,586 1,724 3,000 e Comutação :=: 10%
3,2 1,000 1,094 1,188 1,3l3 1,438 1,563 2,719 i.3) Erro da discrepância dos Taps no relé 87.

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130 Capítulo IV Proteção de Transformador l3 l

k) Relé sem Taps disponíveis.


MI = I Restrição I = 3,645 = 1139 Se o relé 87 não tem Taps disponíveis, deve-se aj ustar as correntes
Tap 1 3,2 '
nas bobinas de restrição pelo uso de TCs auxiliares intermediários. Pode-se
posicionar os TCs auxiliares em qualquer lado. Geralmente os TCs
M, = IReslTição2 = 5,68 = 1136 auxiliares são autotransformadores de corrente. Neste item, por exemplo,
- Tap 2 5,0 '
emprega-se TCs auxiliares do tipo autotransforrnador ligados em Y, como
Portanto, M I> M 2 mostra a figura 4.9.7.
Transformador
M]-M 2
ETaps do re lé = x 100
M2 IJ. y
1,139 - 1,136
ETaps do relé = x I 00 = 0,26% N

1,136 ~.-,+

iA) Erro total das correntes diferenciais no relé 87.

E erro total = E Classe exatidão + E Comutação + E Taps do relé 87 + E Segurança


86A

é erro lO1a1 = 5% + 10% + 0,26% + 5%


.8GA

é erro lolal = 20,26%

j) Ajuste do relé 87. .


: TCs auxiliares
.86A

O ajuste da sensibilidade percentual do relé 87 deve ser maior que o


1. . . . . . . ___ _

erro total das correntes diferenciais, isto é: Figura 4.9.7 - TCs Auxiliares do Tipo Autotransformadores
Deve-se ajustar os TCs auxiliares para adaptar as correntes exatas
Sensibilidade > 20,26%
nas bobinas de restrições dos relés 87. Geralmente os TCs tipo
Escolher o ajuste de sensibilidade disponível pelo fabricante do relé. autotransforrnadores tem 100 espiras, como mostra a figura 4.9.8.
Geralmente os ajustes de sensibilidade são de: 25%, 30% e 45% .
Y;6A
Portanto o ajuste de p = 25% no relé 87 está adequado, caso o relé
venha a atuar indevidamente pode-se passar o ajuste para 30%.
Se o relé for digital, o ajuste de "p", dependendo do fabricante, pode,
por exemplo, ser escolhido em uma faixa de 15 a 80% em degraus de 0,1%.
Figura 4.9.8 - TC Auxiliar Tipo Autotransformador

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Proteção de Transformador 133
132 Capítulo IV

Ass im, no TC tipo autotransfonnador, tem-se: 3° harmónica 26,8% (


4° harmônica 5, 1% (

5° harmónica 4, 1% (

6° harmónica 3,7%
5,68 100
7° hannonica 2,4%
3,645 n (

Tabela 4.10.1 - Corrente de Inrush


n =64,17%
Nota-se na energização a predominância da 2° hannônica. O
. Desse modo, deve-se posicionar o cursor no secundário do TC tipo primeiro pico máximo de corrente de inrush pode atingir de 8 a 12 vezes o
aut~lnsformd. em 64,17% do total de espiras, deste modo o erro do relé valor da corrente nominal do transformador, sendo que os picos sucessivos
87 e zero. Na realIdade o secundário do auto transformador é constituído de caem rapidamente num tempo efetivo de O, I segtmdos = 6 ciclos elétricos .
tuna, série de tafs, portanto e~co lh e-s o tap disponível maIS próximo
Interessante é fazer uma comparação, para distinguir, a corrente de
passIveI de 64,17 Yo, a pequena diferença será o erro no relé.
curto-circuito da con"ente de magnetização do transformador. As
características dessas duas correntes de curto-circuito e a de magnetização
4.10 Energização de Transformador do h·ansformador são apresentadas a seguir:
a) COlTente de curto-circuito, aCOITe numa freqüência industrial de 60
Na energização ou magnetização de um transformador de potência Hz com algum conteúdo de harrnônicas não proeminentes. A figura 4.10 .2
(figura 4.10.1) a corrente transitória de magnetização máxima pode atingir
mostra uma corrente senoidal em 60 Hz.
valores de 8 a 12 vezes a corrente nominal.
TransfOlmador
r-
I
8,33ms-1
I

F~i inru~h ~IH I I


I
I
I
t=O I
I
Figura 4.10.1 - Energização do Transformador
__~ ______~ __~ __- 4________~ __ t
_ A cO~Tent d~ magnetização (inrush) vai depender da posição da
tensao .sen~Idal no lllstante do fechamento do disjuntor. A corrente de
,- magnehzaçao ou de inrush tem um alto conteúdo de haIIDônicas,
Figura 4.10.2 - Corrente Elétrica Senoidal
distribuídas conforme a Tabela 4.10.1.
Na realidade, a corrente de curto-circuito é senoidal, cujos pICOS
Corrente de Inrush (valores máximos) vão decrescendo na forma exponencial [5], mas a
Harmônicas % em relação a fundamental distância entre dois picos consecutivos se mantém em 8,33 ms, como mostra
2° harmônica 63% a figura 4.10.2.

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134
Capítul o IV Proteção de Transformador 135
Outra característica fundamental é que as correntes de curtos- lado fonte são submeüdos a estas correntes, podendo fazer a proteção
(
circuitos só aparecem nas fases envolvidas no defeito.
diferencial atuar.
b) a COlTente de inrush ou de magnetização do transformador possui Para evitar que a proreção diferenc ial atue no instante de energização
(
forte conteúdo de harmônicas, conforme apresentado na tabela 4.1 0. 1. com do h·ansformador, pode-se:
predomínio da 2° harmônica e o aspecto dessa corrente é variado m~ s em
geral é o mostrado na figura 4.10.3 . ' a) Bloquear a operação do relé diferencial por 0, I segundo durante a
energização do transformador;
(
b) Usar atenuadores de transitórios;
c) Utilizar relés diferenciais com retenção de harmônicas;
t d) Utilizar relés digitais com lógicas de detenção de harmônicas.
É importante observar que no caso de transformadores elevadores,
( acoplados a geradores síncronos, a corrente de inrush não é considerada,
( isto porque a energização do transformador é feita de modo gradual.
Figura 4.10.3 - Corrente de Inrush
(
Esta corrente nos primeiros 6 ciclos (O, 1 segundos) apresenta-se bem
distorcida em decorrência do alto conteúdo de harmônicas, com 4.10.1 Bloqueio da Proteção Diferencial
predominância de 63% da 2° harmônica.
Para o caso de energização de transformador de pequeno porte ou de
No primeiro ciclo o pico inicial pode atingir valores elevados transformadores distantes dos geradores síncronos, pode-se simplesmente
variando de 8 a 12 vezes da corrente nominal de transformador. Este valo; utilizar relé diferencial temporizados.
inicial depende doCa):
Se em transformadores de grande porte ou localizados próximos à
• Porte do transformador; geração, as proteções diferenciais utilizadas são instantâneas e
• P.orte do sistema elétrico; temporizadas. Nesse caso, durante a energização pode ocorrer a atuação da
proteção instantânea. Pode-se, então, bloquear a proteção instantânea
• Impedância equivalente até o ponto da instalação do transformador; durante a energização. Note-se que o recurso de bloquear a atuação
diferencial instantânea é um problema, no caso, da energização ocorrer em
• Tipo de material ferromagnético do núcleo do transformador·,
um transformador que tenha defeito interno do tipo curto-circuito. Porque,
• Fluxo magnético remanente no núcleo do transformador no instante neste caso, a energização ocorrerá simultaneamente com o curto-circuito, e
de energização; o tempo de bloqueio da proteção instantânea, apesar de ser pequeno, já é o
suficiente para produzir danos no transfonnador. Então para contornar o
• Valor da tensão elétrica no instante de energização.
problema apresentado, pode-se adotar a proteção diferencial propostas a
As correntes de inrush Ocorrem nas 3 fases do lado da fonte de seguu.
alimentação do transformador, portanto na proteção diferencial, os TCs do

4.10.2 Proteção Diferencial com Atenuadores de Transitórios

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136
Capítulo N Proteção de Transformador 13 7
No cas~ b do item 4.10, o uso de atenuadores de transitórios tem
a) Supor disjuntores abertos e sem tensão no lado BT:
COIl:O base derIvar a con·ente na bobina de operação do relé 87 durante o (
penodo de energização do transformador. b) Com tensão nominal no lado AT, opera o relé 27 fec hando seu
contato 27AT;
A cOlTen~ de inrush . nã~ passa totalmente pela bobina de operação,
d ~s ~e
modo, esta se dessensibilizando temporariamente o relé 87. Existem c) Fechando-se o disj untor 52 AT, energiza-se o transfOlmador, ao
~anos esquemas. de proteção que utilizam a dessensibilização do relé 87. A mesmo tempo o contato auxiliar do disjuntor 52aAT fecha,
htulo de exe mpltficação, apresenta-se o esquema da figura 4.10.4. ativando o relé auxiliar 87X_ Durante a energização do (

AT BT
transfonnador, o contato 87X está fechado e ocorre a derivação
de conente na bobina de operaçã.o do relé 87, dessensibilizando-
se o rel é de 2 a 3 vezes do seu valor ajustado;
d) Transcorrido o tempo ajustado no relé auxiliar 87X, o seu
contato se abre, voltando ao ajuste original de sensibilidade do
relé 87. Assim, durante o h-ansitório de energização do
transformador, o relé 87 ficou sensibilizado com um ajuste maior
e não atuou para a corrente de inrush;

Figura 4.10.4 - Esquema de Energização do Transformador com e) O relé 87X permanecendo ativado mantém o seu contato 87X
Atenuador de Transitório aberto;

O esquema funcional em DC está apresentado na figura 4. 10.5. f) Pode-se fechar o disjuntor 52 BT nonnalmente.

+
"AT±
52aAT
±"" 52aBT
Este esquema de proteção, também pode apresentar problemas, caso
a energização ocorra juntamente com um curto-circuito no transformador.

4.10.3 Relé Diferencial com Retenção por Harmônicas


__._.. # 87X
87X --------
Este relé possui um filtro que separa a corrente de 60 Hz das outras \
freqüências. Assim, o relé pode distinguir o tipo de ocorrência no
transformador, nos casos:
Figura 4.10.5 - Esquema Funcional em DC da Proteção da Figura 4.10.4
• Se houver um curto-circuito, tem-se a predominância da
O relé 87X é um relé auxiliar temporizado, este, quando desativado, fundamental em 60 Hz e poucas harrnônicas. Nesse caso o relé
tem o seu contato geralmente fecbado. Quando o relé 87X é ativado ele
diferencial deve operar nonna1mente.
abre o seu contato depois de transcorrido o tempo ajustado e mantém o
contato aberto enquanto permanecer ativado. • Se for uma energização normal do transformador, haverá um
grande conteúdo de harmônicas . Nesse caso a proteção
O funcionamento do esquema da figura 4.10.4 dá-se do seguinte
modo: diferencial não deverá atuar.

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138 Capíhllo IV Proteção de Transformador 139

Um esquema de relé diferencial dotado de restrições por harmônicas • A corrente de i/ll'lIsh secundária do TC de operação do relé
é apresentado na figura 4.10.6. diferencial terá dois caminhos:
~TC-j TC
• A componente fundamental de 60Hz passará pelo
filu'o correspondente alimentando a bobina de
Filtro operação resultante, que cria um torque positivo (+);
• O restante da corrente de inrush, sem a parcela de
60Hz, passará pelo filtro de bloqueio de 60Hz, e será
retificada na ponte de diodo e passará (alimentará) na
bobina de restrição resultante, produzindo um torque
negativo (-).
TC da Restrição.:.,1,..............I..-,....,n....;.:
TC da Restrição 2 Assim, na bobina de operação resultante e restrição resultante, tem-
se:
I operação res ul tan te = I fundamental 60Hz

. resul tan te = (21 .IOfush - I fundamental de 60Hz )retificada


I restnçào

restrição O torque de restrição é composto de duas parcelas:


Figura 4.10.6 - Relé Diferencial com Restrições por Harmônicas
'[restrição == 'T inrush + t(limush-1rund:Jmmtlll)
O esquema da figura 4.10.6 é simbólico, representando uma fase do
transformador monofásico ou trifásico. Assim, r restrição » r operação, e o relé não opera na energização do
transformador.
Para entender o funcÍonamento da proteção diferencial com resuição
por hannônicas, considera-se que o transformador está fora de operação, ou
seja, os dois disjuntores estão abeltos. Na energização fecha-se somente um
4.10.4 Relé Diferencial com uma Unidade de Bloqueio de
disjuntor, por exemplo, o do lado AT. Harmônica
Assim a seqüência de operação é: Para morutorar o transformador no período de energização, pode-se
• Haverá corrente de inrush só no lado de AT do transformador; acoplar uma unidade de bloqueio por harrnônica no relé diferencial (87). No
relé diferencial eletromecânico será adicionada uma unidade de supervisão
• A corrente de inrush secundária do TC de alta passará pela da 2a harmônica para bloquear a operação de proteção no caso de
bobina de restlição I e pela bobina primária do TC de operação energização do transformador. Este esquema está o apresentado na figura
do relé diferencial; 4.10.7.
• No secundário da bobina de restrição 1, a corrente de inrush será A proteção diferencial (87) é mostrada só para a fase A, já a unidade
retificada e passará totalmente na bobina de restrição resultante, de bloqueio de 2a harmônica é trifásica, onde apenas as chegadas das fases
criando um torque negativo; B e C estão indicadas.

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140 Capítulo IV Proteção de Transformador 14 1

• Quando a corrente de inrush no secundário do TC intermediário. ,r


tiver um conteúdo de 2 a h3.1mônica > J 5% da fundamental. a
restrição desoperarào, abrindo o comato (URR), bloqueando a
atuação do relé 87, pOlianto o transformador de potência não será (
desligado durante a sua energização. (
A unidade instantânea mostrada no esquema de proteção da figura
Unidade instantânea
4.10.7 é um re lé de sobrecorrente (50) que opera quando ocorre fa lta de
da fase A
grandes proporções no transformador, seu ajuste é 10 a 12 vezes o Tap do
relé 87.

Unidade Instantânea 4.10.5 Relé Diferencial Digital para Transformador


da fase B

Unidade instantânea
Os re lés digitais para transfonnador podem funcionar por meio de
da fase C
algoritmos que processam as informações das con-entes na entrada e na (
saída do transformador. Observar as diferenças das conentes de CUlios-
TC intermediario
drcuitos e das COlTentes de inrush no transformador, descrita no item 4.10. ,
Figura 4.10.7 - Unidade de Bloqueio por 2a Hannônica Acoplado ao Relé Para não operar indevidamente no período de energização do
Diferencial (87) transformador, os relés digitais utilizam algoritmos internos, baseados nas
O esquema em DC está apresentado na figura 4.10.8. diferenças das correntes de curtos-circuitos e COlTentes de inrush, além do
parâmetro de ajuste.
+ :::L Relé 87
instantâ nea URH Pode-se, por exemplo, adotar um dos processos a seguir, efetuados
na corrente diferencial da operação:
• O relé digital mede o conteúdo da 2a harmônica, que comparada com
fundamental, processa a sua lógica de atuação.
Figura 4.10.8 - Esquema Funcional em DC do Esquema de Protecão da
Figura 4.10.7 ' • O relé diferencial digital mede o tempo decorrido entre os picos
a
sucessivos da corrente diferencial da operação, para fazer a lógica de
A unidade de restrição por 2 hannônica funciona do seguinte modo: sua atuação.
• Quando sem conente ou em operação mantém o seu contato • O relé digital diferencial utiliza a transfonnada de Fourier sobre a
(URH) fechado. A operação ocorre quando a corrente de 120 Hz corrente diferencial de operação, obtendo-o a fundamental e a 2 a
na bobina de restrição for ~ 15% da conente fundamental desse harrnôlúca. Se a 28 harmônica for relativamente grande comparada
circuito. com a fundamental, o relé não opera na energização do
transformador.

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( 142 Capítulo IV Proteção de Transformador 143

4.11 Transformador com Impedância de Aterramento ] Transformador


~-

No sistema elétrico, com transformador em Y aterrado, as correntes


de curto-circuito 1<1> - terra são elevadas, produzindo danos no equipa-
( mento. Assim, para abaixar as correntes de curto-circuito 1<1> - terra a
valores aceitáveis de modo a não danificar o transformador, é comum inserir Curto 1$-teria
urna resistência elétrica no aterramento do Y. Ver figura 4.11.1.
(
Transformador

R
;
- .-... - /

Figura 4 .11 .2 - Corrente de Curto-Circuito no Sistema com T erra Restri ta


R
O esquema diferencial de terra restrita em um transformador ,6. - y
( aterrado é mostrado na figura 4.12.1.
Transformador
,-ír~=cç7
F igura 4.11.1 - Resistência de Aterramento

Se houver em curto-circuito 1<1> - terra , por exemplo, como mostra a
figura 4.11.2, a resistência · (R) limitará a corrente de defeito ao valor
projetado, ou seja, a resistência (R) está restringindo a corrente de defeito,
por isso, esta técnica é também conhecida por terra restrita ou terra *
restringida. *
A utilização da técnica de terra restringida no transformador de
potência prejudica o desempenho da proteção diferencial percentual (87) 87

para os casos de defeitos monofásicos internos no transformador. O relé 87


pode ficar insensível para estes defeitos. Para contornar este problema,
utiliza-se adicionalmente, a proteção normal (87), o esquema conhecido Figura 4.12.1 - Proteção Diferencial de Terra Restrita
como proteção diferencial de terra restringida.
Note que na saída do lado Y os 3 TCs estão conectados em paralelo,
como demonstrado em [5] as correntes de saída do conjunto de TCs em
paralelo é constituída de corrente de seqüência zero, que é a mesma corrente
I 4.12 Proteção Diferencial de Terra Restrita do terra do Y. Desse modo, na operação normal o relé 87 não atua.

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(

144 Capítulo IV Proteção de Transformador ]45


(
Note que neste esquema não há necessidade do relé ser difere ncial • Y -!':!., com ou sem resistência de aterramento. (
percentual, pode simplesmente ser um re lé de sobrecorrente, que neste caso As proteções utili zadas podem ser dos seguintes tipos:
está fazendo a função diferencial (87).
a ) Proteção diferencial das fases à terra é do mesmo tipo utilizado (
A figura 4.12.2, mostra a circulação de corrente no caso de defeito na figura 4.12.1. A figura 4 .13.1 apresenta a proteção diferenc ial
1<1> - terra, no transformador. no transfonnador de ateITamento em zig-zag.
Transformador
(
• A----------,---------------------------
•• B-~._­
• • c -~_,
.9c
~

.8
- -- I § 1 - - - - --< ::J
'ii)
6 * 'ii)
6
T Cs

Curto lC - terra

87

Figura 4.12.2 - Defeito 1<1> - terra no Transformador (

Note que a corrente de defeito passa totalmente pela bobina de t


T rans formador
operação do relé 87, e o mesmo atua. de AteITamento

Neste transformador existe a proteção diferencial percentual normal


não apresentada na figura 4.l2.l, os 3 TCs de proteção diferencial de terra
restrita podem ser os próprios TCs da medição.
• •
4.13 Proteção do Transformador de Aterramento
Figura 4.13.1 - Proteção Diferencial do Transformador de Aterramento em
o funcionamento do transformador de aterramento, conectado a um zlg-zag
sistema elétrico isolado, pode ser visto com mais propriedade em [5]. b) Proteção meio-diferencial é efetuada por relés de sobrecorrente
O transformador de aterramento conectado ao sistema pode também ligados na saída dos secundários dos TCs conectados em !':!.. Ver
ficar sujeito a defeitos, e o disjuntor próprio deste circuito deve atuar. figura 4.13 .2.
Conforme [5], os transformadores de ateITamento mais utilizados são do
No lugar de 3 relés pode-se utilizar somente 2. Os relés 50/51 atuam
tipo:
no disjtmtor do transformador de aterramento.
• Zig-zag, com ou sem resistência de ateITamento;

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( Capitulo IV Proteção de Transformador 147
146
(
A---------------,--------------------------------------
.\.
A -~.r
B-~r_ - - B ______~l o -+~r
C -1~ =~- - C -~.+,r
2111 3t
Curto-circuito
Fase- terra
• • • • * *
( TC s .6.

Disjuntor

.
I ..

Transformador Transformador
de Aterramento de Ateaamento

Figura 4.13 .2 - Proteção Meio-Diferencial do Transformador de


Aterramento
Figura 4: 13.3 - Defeito 1<D - terra no Sistema Elétrico
Para compreender com mais propriedade o funcionamento desta
Pode-se, verificar que as correntes nos secundários dos TCs fluem
proteção é necessário analisar o fluxo de corrente para diversos tipos de
falhas , como por exemplo: dentro do !::. e nenhuma corrente passa pelos relés 50/51, portanto a proteção
não atua.
a) defeito 1<D - terra no sistema elétrico;
Com neste caso o defeito não é no transformador de aterramento e
b) defeito 1<D -terra no transformador de aterramento', sua proteção não deve ahta.r, outros relés no sistema deverão eliminar o
c) defeito 2<D no transformador de aterramento. defeito .
Para um defeito 1<D - terra no sistema elétrico, o fluxo de corrente A figura 4.13.4 mostra os sentidos das correntes para um curto-
está apresentado na figura 4.13.3. circuito 1<1> - terra no circuito do transformador de aterramento.

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148 Capítulo IV Proteção de Transformador 149

.
I" defeito interno no transfom1ador envolvendo a sua carcaça, a corrente de
A -~,
defeito total ou parcial flui para a terra.
B ______~i , -~_.
Transformador
c -~.r (
'11l'

,/

Curto-circu ito

.
ln Figura 4 .1 4.1 - Proteção de Carcaça do Transfonnador
Como mostra a figura 4.14.1, todo o circuito elétrico conet~-s ao
Transformador transformador pelo isolador de bucha, inclusive o cabo de desclda do
de Aterramento
ateITamento do neutro da ligação em Y. O relé de sobrecorrente pode ser o
50 ou 51, mas que neste tipo de ligação está fazendo a função 64.
Quando houver qualquer defeito interno envolvendo a :arcaça do
3i,
transfonnador, a corrente passará à terra através do TC, cUJa corrente
seclmdária fará atuar o relé 64. Ver figura 4.14.2.
Figura 4.13.4 - Defeito 1<1> - terra no Transformador de Aterramento Transformador

<-
Neste caso dois relés irão atuar, promovendo a abertura do disjuntor
do transformador de aterramento. Essa proteção também é adequada para l
atuar nos defeitos 2<1> e 3<1> no circuito do transformador de aterramento . (

4.14 Proteção de Carcaça do Transformador


,_de / L-~r.
Bu<h.

Para viabilizar esta proteção todo o circlÚto elétrico pnmano e


secundário do transformador deve estar isolado da sua carcaça, como mostra ••
a figura 4.14.1, e na conexão da carcaça à tetTa, instala-se um TC
conectado ao seu relé de sobrecorrente. Desse modo, quando ocorre um
Figura 4.14.2 - Defeito lntemo no Transformador

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150
Capítulo rv Proteção de Transformador 151

. . Caso o defeito OCOITa fora do transformador, por exemplo, um curto O relé Buchholz é instalado no duto que liga o transfonnador ao
ClrcUl to 1<1> -terra na linha de saída da ligação em Y, a figura 4 .14.3 mostra reservatório, ou seja, ao tanque de expansão na sua parte superior. Ver
o trajeto das correntes de defeito, que no caso não será percebido pelo re lé figura 4.15.1.
64.
Transformador

Tanque de Óleo

Relé Buchholz

I
./

----
Figura 4.14.3 - Defeito F ora do Transformador
Tranformador

4.15 Relé Buchholz

Pequenas falhas no isolamento das bobinas e nas conexões intemas


do transformador provocam formação de arcos elétricos e aquecimento
local, causando a decomposição do óleo com a formação de bolhas de gás
que se deslocam para a parte superior do transformador. Calço de ± 1 Omm ~
. Estes e outros defeitos incipientes podem, com o decorrer do
funclOnament? d? t~ansformd, evoluir para defeitos mais graves, tal
como curto-clrcmto mtemo . Portanto, há necessidade de se detectar estes Figura 4.15.1 - Instalação do Relé Buchholz
pequenos defeitos incipientes, para que a equipe técnica da subestação possa
programar a sua manutenção. O tanque de expansão tem a finalidade de suprir pequenos
vazamentos de óleo no transformador, de acomodar as dilatações do óleo
. O re~é mai~ apropriado para detectar a presença de gás e rápida prodU2ido pela variação da temperatura ambiente e as provocadas pelo
movlmentaçao de oleo no transformador é o relé à gás conhecido como relé aquecimento da operação do próprio transformador. O nível de óleo no
Buchholz, função 63. tanque de expansão é indicado pelo medidor de nível, função 71. O tanque
de expansão mantém o tanque do transformador sempre cheio de óleo.
A figura 4.15.1 mostra em detalhes as partes intemas do relé
Buchholz.

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(

152 Capítulo IV Proteção de Transformador 153


(
"l A G o gás recolhido é examinado por meio de processos físicos,químicos e
pe la cromatografia, a fim de indicar o tipo de problema que esta
2 34~ ocon-endo internamente no transformador. A análise do gás indica, por

l i ' I~ exemplo, se houve a presença de:


1) H 2 (hidrogénio) e C 2H2 (hidrocarboneto) indicam arco entre

--
I ' partes construtivas, através do óleo.
(
Ao conservador
I4 r-:.-f
~ .' --
00 1ranstormodor
2) H2, C2 H2 e C& indicam arco com alguma deterioração do
.... _ .... (
isolamento fenólico, isto é faltas no comutador de tapes .
(
3) H2, CH4 e C2Rt indicam um ponto quente nas juntas do núcleo.
Figura 4.1 5.2 - Relé Buchholz 4) H2, C2 H4 , CO 2 e C3H6 indicam ponto quente no enrolamento.
Defeito no interior no transfonnador ocon-e sempre com a presença Apesar de não ser recomendado, os técnicos de manutenção, através de
de arco elétrico, que pode decompor lentamente ou rapidamente o óleo processo empírico mais simples, utilizam a pratica de colocar fogo no
mineral e o material isolante com pequena ou grande formação de gases. Os gás recolhido. Se o gás for inflamável, pegará fogo, indicando que há
gases formados sobem e passam através do relé Buchholz dirigindo-se ao defeito interno 00 transformador. Neste caso uma análise cromatográfica
tanque de expansão do transformador. do gás do relé Buchholz e do óleo do transformador, em laboratório, se
A seguir analisa-se o funcionamento para os dois tipos de defeitos dentro do faz necessário.
transformador: Se o gás não for inflamável, não pegará fogo, neste caso o gás pode ser
a) defeitos pequenos. fonnado pelo ar ou pelo vapor da utilidade contida no óleo. Indicando
neste caso que há uma entrada de ar no transformador ou que a sílica-gel
Nos casos de defeitos internos incipientes, a decomposição do óleo é esteja saturada.
lenta e é pequena a forrilação de gás, deste modo, lentamente as bolhas
de gás sobem e se alojam no pequeno compartimento G do relé Se a atuação do primeiro estágio do relé 63 está ocorrendo com mais
Buchholz. Com a deposição de gás no compartimento G, a bóia B irá freqüência e em tempos menores, isto é um indicador que o defeito
descer lentamente. A ampola D que contém mercúrio (Hg) está interno está progredindo e a manutenção con-etiva se faz necessária.
articulada com a bóia B. Quando os gases no compartimento G atingem
certo volume, a bóia B desce inclinando a ampola D. O mercÚ1io banha b) defeitos de grande porte.
os contatos internos da ampola D, fechando os contatos 3 e 4. Com o Defeito de grande porte é caracterizado por um curto-circuito interno,
fechamento dos contatos 3 e 4, o relé Buchholz atua o alarme sonoro e devido à falha de isolação, neste caso o curto-circuito ocon-e juntamente
visual, sendo este passo denominado de Iº estágio. O primeiro estágio com um arco elétrico de grande intensidade, provocando um rápido
não provoca o disparo (abertura) do disjuntor. aquecimento do óleo no local e fom1ação de grandes bolhas de gás.
A equipe de manutenção, através da torneira A, recolhe o gás rearmando Geralmente na decomposição do óleo, gera-se aproximadamente 90
(restabelecendo) o relé. cm3/s de gás por lkW liberado pelo arco elétrico do curto-circuito.
As bolhas de gás juntamente com o óleo sobem e passam no relé
Buchholz, deílexionando a palheta F, curto-circuitando os contatos 1 e

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155
( 154 Capítulo IV Proteção de Transformador
(
2, acionando o circuito do disparo do disjuntor. O nº estágio é ® Falhas com pequenos arcos-elétricos, que ocorrem devido a um
caracterizado pelo fechamento dos contatos 1 e 2. pequeno defeito, ou devido à evolução das constantes descarg~
( parciais que causaram comprometimento localIzado na ls?~çao
A figura 4. 15.3 mostra o esquema funcional em DC da proteção do do material do transformador. Os pequenos arcos eltnc~s
( transformador envolvendo o relé 63. decompõem o material isolante e o óleo no local. Esses arcos dao

+ I 631°
Estág io
I 631 1°·
Estágio
orioem
t:>
aos curtos-circuitos no transfonnador.
A figura 4.15 .4 mostra a fotografia um relé Buchholz de um
transformador de potência.

---
luminoso

Figura 4.15.3 - Esquema Funcional em DC da Proteção 63


O relé Buchbolz ainda tem mais uma função de proteção
complementar, que se por algum motivo ocorrer uma grande perda de óleo
no transformador. Neste caso, quando o nível de óleo abaixa além da
posição do relé Buchholz, a bóia B e a palheta F atuam, disparando a
abertura do disjuntor. Esta ocorrência se dará primeiro com a atuação do
dispositivo de indicação do nível de óleo (71), ver item 4.21, e só depois
haverá a atuação do relé (63).
Salienta-se que as falhas incipientes é uma grande preocupação para
Fotografia 4.15.4 - Relé Buchholz
a conservação dos materiais componentes da fabricação do transformador.
Portanto, . geralmente falhas incipientes no transformador, pode ser
diagnosticada com mais precisão com uma análise cromatográfica do óleo e 4.15.1 Relé Buchholz do Comutador
dos gases recolhidos no relé Buchholz. As pequenas falhas incipientes
podem ser motivadas por: Os transformadores com regulação de tensão dispõ~m de comutação
® Sobreaquecimento do óleo do transformador que pode ser total automática sob carga (Load Tap Changing = LTC) que e controlado peda
ou localizada em um ponto de aquecimento; função (90) que efetua motorizadamente a mudança de ~ap o
t fi rmador. O controle da mudança de tap também pode ser feIto pela
® Descargas parciais (corona), que são descargas elétricas que ;:r~mação lógica digital de comando a distância. Cada mudança de tap
ocorrem sem dar origem a descargas disruptiva no local, ou seja, acrescenta ou retira espiras da bobina de regul~ço do transf?r:mador. A
elas aparecem e desaparecem sem provocar a formação de arco mudança do tap pode ser efetuada na bobina primana ou secundana.
elétrico permanente. As descargas parciais podem ocorrer de
forma isolada ou de forma intermitente.

J
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( .

157 (
Capítulo IV Proteção de Transformador
156
ventilação forçada ou da refrigeração do óleo forçado , e até o desa1l11e do (
Como o dispositivo de comutação opera processando mui tos
mov imentos mecânicos para efetuar a permuta de taps, podem ocorrer disjuntor.
muitos defeitos de pequenas ou grandes proporções, decompondo o óleo Dependendo do tipo de fabricação o termômetro pode ser dos tipos:
gerando o gás. Por esse motivo, o mecanismo de comutação é instalado num • Anaste do ponteiro e cursor feito pela expansão do mercúrio
reservatório (compartimento), à parte, dentro do tanque do transformador.
líquido.
Deste modo os defeitos no comutador não danificam os elementos do
transformador e a equipe de manutenção somente agirá na área do tanque de • Arraste do ponteiro e cursor feito pela expansão do fole acionado
comutação. pela dilatação do gás ou líquido.
Portanto, somente para o óleo do tanque do comutador, será • Acionado pelo galvanômetro, pro c i~n a d o pela eq~nap
colocado illll relé Buchholz (63). Este relé Buchholz (63) é ligeiramente diferença de potencial gerada pelos 2 metals (termopar) dlstmtos
diferente do relé Buchoolz da figura 4.15.2, porque não tem a câmara G e a colocados em temperaturas diferentes.
bóia B. • Digital, cuja medida da temperatura é. feita pela p~qena
Deste modo o transfoffiudor de potência provido de comutação diferença de potencial gerada pelos 2 metaIs (termopar) dlstmtos
automática, tem dois relés Buchholz: colocados em temperaturas diferentes.
• um relé Buchholz para o transformador; A figura 4.16.1 mostra um termômetro com bulbo, tubo capilar e
fole, movido com o princípio da dilatação do gás ou líquido .
• um relé Buchholz para o compartimento de comutação.
O
.j 1 estágio
0

4.16 Termômetro
. V 2 ° estágio
o termômetro, função 26, é utilizado para medir a temperatura no Gás
local da sua instalação dentro do transformador. ou
líquido
Em relação ao tipo de funcionamento o termômetro pode ser de 3 temperatura oe
tipos:
• A mercúrio líquido;
• A gás ou líquido que é linearmente e altamente expansivo com a
temperatura;
• A termopar, que gera uma tensão elétrica, que aciona lill1
galvanômetro, cuja deflexão indica a temperatura ou, no caso de Figura 4.16.1 - Tennômetro a Gás ou Líquido
tennômetro digital, a tensão elétl;ca gerada é utilizada para a AtuaLmente com a tecnologia digital, pode-se utilizar um dispositivo
medição da temperatura. com sensores do tipo termopar em vários pontos do transfoID1ador, desse
No caso de aquecimento acentuado do óleo, o termômetro aciona
contatos auxiliares de Iº e rrº estágios, para sinalização? acionamento da

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l
í
Protecão de Transformador 159
(" 158 Capítulo IV

modo pode-se ter as medidas diretas ou indiretas de temperatura nos


( Óleo Isolante do Transformador
seguintes pontos:
( Temperatura Vida Útil
• Ponto mais quente do óleo do transformador;
do Óleo do Óleo
• Ponto mais quente na bobina primária do transformador;
( 60°C 20 anos
• Ponto mais quente na bobina secundária do transformador;
70°C 10 anos
• Temperatura média do óleo do transformador; 6 anos
( 80°C
• Temperatura ambiente. 90°C 2,5 anos
Geralmente no transformador o que determina a capacidade de 100°C 1,25 anos
transmissão de potência, isto é a sua potência nominal, é a limitação de
temperatura da classe do material da isolação e do óleo utilizado. 110°C 7 meses

( O nível de temperatura é estabelecido pelo grau de dissipação da Tabela 4.16.1- Vida Útil do Óleo do Transformador
energia térmica gerada como perdas nos diversos componentes do Estas são as temperaturas que pode ser atingidas nos pontos mais
transfOlmador, de acordo com as exigências operativas do sistema elétrico. quentes do material isolante do transformador. Geralmente, o ponto maIS
Temperaturas altas que se mantêm por muito tempo, produzem os quente no transfonnador está localizado em:
seguintes problemas: ~ No óleo no ponto superios também conhecido por "Top Oil";
® Decompõe o óleo, formando sobre o núcleo e sobre os ~ No enrolamento nas primeiras espiras na parte superior do
( emolamento primário e secundário uma bona ácida que transformador, conhecida por "Hot Spot".
( prejudica a refrigeração e ataca o material isolante. E a cada
lODe acima de 60°C, reduz aproximadamente à metade a vida Devido às dificuldades de medição de temperaturas nos pon!os ~a . is
útil do óleo do transformador. A tabela 4.16.1 mostra a vida útil quentes, ajusta-se por segurança os ternô~o,s ~26) a operar no II estaglO
do óleo em relação à temperatura de serviço do transformador. a uma temperatura 100 e menor que o lümte maXllllO (tabela 4.16.2) da sua
isolação mais fraca.
® Carbonização lenta do material isolante, mudando suas JPij:;~=1
características fisicas e químicas e conseqüentemente diminuindo T26 ajuste II o , . =T ax' 'IIDa -10DC
estagIo ID .
a vida útil do transformador.
Assim, deve-se ter um cuidado, em especial no acompanhamento, No n° estágio, o relé 26, deve provocar o desligamento do disjuntor.
controle e monitoramento da temperatura do óleo, dos enrolamentos Salienta-se que no transformador de grande porte, o I?-0nit~rameo
primário e secundário do transformador. da temperatura deve ser rigoroso de modo a preservar a llltegndade do
De acordo com as normas, a temperatura máxima admissível em transformador.
regime permanente do material isolante utilizado no transformador é dada
na tabela 4.16.2.

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160 Capítulo N Proteção de Transformador 161
(
O relé de imagem ténnica, função 49. é um relé que detecta a (
Classe de Exemplos de materiais da Temperatura temperatura do ponto mais quente do transfonnador, operando em regime
isolação classe máxima
pennanente, mas em sobrecarga. O aquecimento nos enr01amentos do
Algodão, seda e papel não transformador é provocado pela con'ente elétrica proveniente da sobrecarga (
O 90°C
impregnados em óleo. e os sensores para captar esta temperatura deveriam ser colocados no ponto
mais quente do enrolamento. Devido a problemas de encapsulamento do
Algodão, seda e papel
A impregnados ou imersos em [OSoe material do isolamento na bobina do transformador, a colocação de sensores
óleo. térmicos neste ponto fica in1possibilitada. Deste modo, procura-se obter a
temperatura do ponto mais quente do enrolamento de modo indireto, daí o
Mica, fibra de vidro e asbestos nome de imagem térmica. Existem válias maneiras do emprego desta
B com alguma substancia 130°C prática. Uma delas que é muito utilizada, usa um TC na bucha de entrada do
aglutinantes.
transformador, e a corrente elétrica secundária reflete as características da
Mica, fibra de vidro e asbestos sobrecarga no transformador. Faz-se esta corrente passar por uma resistência
com substancias aglutinantes l SSoC elétrica que seja uma réplica do aquecimento gerado pelos enrolamentos do
F
para a temperatura transfonnador. Deste modo há vários tipos de esquema que atendem esta
correspondente. função, um deles está apresentado na figura 4.17.1.
Elastômeros de silicatos,
mica, fibra de vidro e asbestos
H com substancias aglutinantes ISOoC
adequadas à temperatura desta
classe. Isolador
de
Materiais puros de mica,
porcelanas, vidro, quartzo e Parede superior
C > 180°C do Transformador
materiais inorgânicos
adequados.
TC
Tabela 4.16.2 - Classificação e Temperatura Máxima Admissível dos
Materiais Isolantes
, . O. aquecimento acentuado no transformador, mais propriamente nos Bobina Primária
matenas ~solante, estão ligados ao pré-envelhecimento do transformador. O do
Transformador 2
envelhecunento da isolação pode ser diagnosticado pelas normas como
perda ~a vida útil do transformador. Os aquecimentos no transformador
Figura 4.17 .1 - Relé de Imagem Térmica
produzidos em dias distintos terão seus efeitos de perdas de vida útil
acumulados. Basicamente o princípio de funcionamento do relé de imagem
térmica 49 da figura 4.17.1, baseia-se na variação da resistência elétrica com
a variação da corrente de carga. Quando há uma sobrecarga no
I 4.17 Relé de Imagem Térmica l

l
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Proteção de Transformadol" 163
162 Capítulo IV
o
transformador o TC. inj eta no secundário uma corrente correspondente ue }" estâglo

p as~ nd o pela res lstencJa 1, produz por dissipação térmica um aqu e c~ e ~t o ;: estâgio

e {Ul v ~lent e, elevando a temperatura do ambiente 3. Esta temperatura mais


e eva ~ .que o normal provoca variação no valor da resistência 2 ue Parede superior escala em
temperatura oe
desequilIbra a ponte com bobinas cruzadas (4) fazendo defleh· , q do Transformador

ponteiro marca d. ar. O re Ie' 49 e' constituído . '


de 2 cursores de arraste rquand
o seu
~ ~breCag at~ge somente o Iº cursor, isto é o Iº estágio, a sinaÚzação ~ Resistência
<_i-U.'__- de
aquecimento
ln Icada me~o ~o: d~ alarme sonoro, luminoso ou enviado sinal ao sistema
de . supervIsao,
d b smallzando . . a existência da sobrecarga . No Iº es t'aolO
· nao
- e,
aClOna o a a ertura do diSJuntor. o
Bobina Primaria
do I
Transformador Bulbo
Oc?rren?o uma forte sobrecarga no transformador, o desequilíbrio
da ponte e m31S acentuado, levando o cursor a atingir o IIº t ' · Figura 4.17.3 - Relé de Imagem Térmica com Bulbo Sensor de
dependendo d fi! fi es aglO, que
. . a I os~ la empregada pela empresa de energia elétrica, pode Temperatura
~pena .smalizar ou lIberar a abeItura do disjuntor, tirando o transformador
O termômetTO de bulbo pode ser de mercúrio ou a gás altamente
e ~elv l ço . O dIagrama esquemático da atuação do relé de imagem ténnica
esta apresentado na figura 4.17.2. expansivo com a temperatura. O funcionamento é simples, ou seja, a
corrente secundária aquece a resistência equivalente ao enrolamento do

I
transformador, o calor gerado eleva a temperatura do recipiente que será
+ 49
lUestágio
:c 49
I detectada pelo tennômetro. O tennômetro, dependendo do tipo de
fabricação, poderá arrastar um cursor ou estender um fole , registrando a
11° estágio
86 temperatura atual, e em caso de sobrecarga atuará o rº ou o nº estágio,
69
exatamente como está apresentado na figura 4.17.2.
O TC pode ser instalado com mostra as figuras 4.17.1 e 4.17.3 ou
52
Alarme estar localizado na bucha isolante ou fora do transfonnador.
BA
luminoso Em transfonnadores de grande porte, pode-se levantar por meio de
dados de fabricação, da operação, históricos e ensaios, todas as
características do comportamento ténnico dos enrolamentos primários e
secundários com respeito à sua operação, isto é, a sua corrente de carga, de
Figura 4.17.2 - Esquema de Atuação do Relé de Imagem Térmica sobrecarga e períodos operativos de emergência. Neste estudo investigativo
é levantada a curva exponencial de aquecimento que é semelhante a
Outro esquema mais simples é apresentado na figura 4.17.3.
qualquer corpo que sofre aquecimento. Assim, obtêm-se os parâmetros
Este e~quma é idêntico ao da figura 4.17.1, apenas foi colocado um fundamentais que caracterizam a curva de aquecimento das bobinas do
seno~ (termometro) no lugar da resistência elétrica equivalente ao transfonnador.
aqueclll1ento do enrolamento do transformador. Nos modernos relés digitais (49) tem-se o recurso de parametrização
para a modelagem da respectiva curva do aquecimento das bobinas do

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J. J

164
Capitulo IV Proteção de Transformador 165 (
t r a~so rm a dor.
Deste modo, ajusta-se o re lé d· . (
es taglOs de al anue, inclusive na abertt: d d :~Jtal (49) para ~tlar em vários ~ Acompanhamento da real perda de vida útil do material isolante
]ra o ISJuntor, se desejado.
do transformador.
Deve-se salientar que esta técnica d .
para simulação do desempenho d . e parametnzar no relé digital
bem mais fácil em equipamnt~sUcl.O? qualquer equipamento é 4.18 Transformador Hermeticamente Fechado
refrigerante e isolante, tais como: q e nao utIlIzam óleo como líquido

© Transformador a seco · Transfolluadores que tenham o tanque hermeticamente fechado não


possuem tanque de expansão, portanto não é possível a utilização do rel é
© Reator a núcleo de ar, Buchholz. A utilização de tanque hermeticamente enclausurado tem como (
© Banco de capacitores; objetivo principal evitar a contaminação por umidade no óleo mineral,
utilizado na isolação e refrigeração do transformador. Neste transfonnador,
© Barras e lin11as aéreas de transmissão., pode haver ou não, na parte superior uma camada de gás neutro sob pressão.
© Cabos com isolamento a seco. Geralmente o gás utilizado é o nitrogênio .
. Nos transformadores de grande Como o óleo está confinado no tanque do transformador e seu grau
complIcada, devido à existênc ia de: porte a parametrização é mais de expansão é muito limitado, quando da ocorrência de um defeito e para
evitar danos no tanque do transformador, utiliza-se à proteção por:
© Comutação sob carga;
© Recursos de refrigeração do transformador tais com . • Relé de súbita pressão ;
, o.
• Válvula de alívio de pressão.
o Ventilação forçada em vários estágios;
o Refrigeração forçada a óleo·,
14.19 Relé de Súbita Pressão
o Refrigeração ·direcionada forçada a óleo.
© Envelhecimento do material da isolação; Na figma 4.19.1 mostra-se o local da instalação do relé de súbita
pressão que é colocado na parede do tanque do transformador.
© Degradação do óleo.
A corrente elétrica que passa pelo transformador depende da
Apesar destas dificuldades a te d ~ . , operação do sistema elétrico. Assim, as variações pequenas ou lentas das
mais esta prática, porque Produz' ~ encla e de se consolidar cada vez correntes provocam aquecimento do óleo que produz pressões lentas, as
as segumtes vantagens e benefíc ios:
quais passam pelo orifício equalizador e mantêm a mesma pressão em
~ Possibilita a proteção do transfom1ador,
ambos os lados do diafragma do relé de subida pressão, e este não atua.
~ Acompanhamento do desempenho do transfo . .
Havendo um súbito curto-circuito num ponto interno do
de supervisão e melhor controle da m t ~adOl pela eqUIpe
anu ençao; transformador, que sempre se processa juntamente com um arco elétrico,
~ Monitoramento da operacão b gera-se neste ponto elevada energia calorífica que faz o óleo no local se
contingências; ,em so recarga, após as eventuais
expandir violentamente provocando ondas mecânicas de pressão que se
propagam rapidamente pelo líquido (óleo) do transformador. A onda de
pressão gerada chega primeiro na parede interna do diafragma do relé de

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166
Capítulo IV Proteção de Transformador
-
167
súbita pressão que o empurra fechando o contato do relé,
desligamento do disjuntor. . provocando o Salienta-se que quando relé de súbita pressão opera, ativa-se o relé
Parede do de bloqueio (86) que provoca a abeltura do disjuntor e ao mesmo tempo
Circuito DC Transformador desativa a operação de religamento do disjuntor.
/
Diafragma do I 4.20 Válvula de Alívio de Pressão
J--i j
~
~ Relé de
Súbita Pressão
Quando ocorre curto-circuito de grandes proporções no interior do
U I Lado interno transformador com liquido isolante a base de óleo mineral, pressões internas
do
Transformador
de altíssima intensidade podem danificar, estufar ou até explodir o tanque,
causando sérios riscos ao redor e ao ser humano. O risco ao redor, significa,
Óleo
por exemplo, que pode danificar outros equipamentos da subestação, por
Óleo este motivo colocam-se bane iras de concreto de proteção (parede corta-
fogo).
Há vários tipos de processos para evitar que violentíss imas pressões
. ~ ~OrifC internas no óleo e no gás geradas no h-ansformador venham danificar os seus
~ 'O",."'''' componentes, todos eles utilizam válvulas de escape do óleo sob pressão. Os
principais métodos são:
1. Válvula de alívio de pressão por mola;
Figura 4.19.1 - Relé de Súbita Pressão (20)
2. Tipo tubo protetor com diafragma (vidro);
, O esquema funcional em DC da proteção com relé de súbita -
esta apresentado na figura 4 .19.2. pressao 3. Tipo alavanca articulada.
A figura 4.20.1 mostra a válvula de alívio de pressão por mola
+ (63VS).

MOla~

..
1 2 Diagrama (Tampa)
---e ""'-' S

Parede do
Transformador
Óleo

Figura 4.20.1 - Válvula de Alívio de Pressão por Mola


Figura 4.19.2 - Esquema Funcional em DC do Relé de Súbita Pressão

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168 Capítulo IV Proteção de Transformador 169
Esta válvula tem um diafragma, controlada por uma mola, que tampa
No final do tubo tem um diafragma ou um vidro que se rompe
um orifício na parte superior do transformador. Dentro do transformador. (
quando a pressão ulh'apassa 0,7 kglcm 2 , liberando o óleo do transformador.
em caso de defeito de grandes proporções, principalmente os orignad~ (
Neste caso o óleo sai pelo tubo protetor. podendo colocar em risco a
pelo arco elétrico, pressões de altíssima intensidade no óleo e no gás sào
segurança humana. (
rapidamente geradas, e quando a pressão ultrapassar a força de fechanlento
da mola, abre-se o orifício, liberando óleo e gás na atmosfera. Esta situação
representa um risco em potencial, porque a válvula de alivio de pressão é, na 4.21 Nível do Óleo
verdade, uma válvula de escape. Com a liberação do óleo, a pressão interna
abaixa, quando ficar menor que a pressão da mola, o Olifício de escape é (
O dispositivo do nível de óleo (71) indica a posição do nível de óleo
fechado. Este fechamento é impoliante para garantir a estanqueidade do dentro do tanque de expansão (reservatório) do transformador e também
h'ansfonnador, principalmente quando a peneh'ação de umidade. A válvula contêm contatos auxiliares que atuarão se o nível do óleo atingir certo limite
de alívio de pressão é constituída de contatos auxiliares que produzem mínimo especificado pelo fabricante ou pela empresa. A atuação do
sinalização e fecham o circuito do relé 86. O relé 86 acionado providencia a dispositivo de nível (71) sinaliza à equipe técnica de manutenção que o nível
abertura do disjuntor, desconectando o transformador da rede de energia de óleo está baixo e uma vistoria se faz necessário. Nesta vistoria verificam-
elétrica. O rearme só é feito manualmente. se os possíveis vazamentos de óleo no transformador. Geralmente, os
vazamentos são pequenos e OCOlTem principalmente nas juntas, flanges e
, ~est tipo de proteção quando a válvula de alivio de pressão opera, o
oleo sal e escoa pela canaleta ou por dentro de hlbulação, e é levado à caixa válvulas, que são monitoradas pelas equipes de manutenção da empresa.
de contenção do transformador. Em caso de vazamentos grandes, que acontecem repentinamente, o
A proteção com tubo protetor com diafragma está apresentada na indicador de nível de óleo e o relé Buchholz devem sinalizar e podem até
figura 4.20.2. promover a abertura do disjuntor.
Há vários dispositivos indicadores do nível de óleo, sendo que o
Diagrama (vidro)
mais utilizado é o do tipo indicador magnético de imã permanente que está
~
apresentado na figura 4.21.1.
Para garantir a estanqueidade do tanque de expansão, para evitar
Transformador
possível penetração de umidade, utilizam-se entre a parede do tanque 2 ímãs
permanentes. O ímã 1 está imerso no óleo dentro do tanque de expansão e o
ímã 2 está no lado de fora. O acoplamento magnético é garantido pelos 2
ímãs . Quando o nível do óleo abaixa, a bóia desce, girando o eixo, fazendo o
Óleo ímã 1 deflexionar. Pelo lado de fora do tanque o ímã 2 deflexiona
acompanhando o ímã 1. Solidário ao ímã 2 o eixo gira detlexionando o seu
ponteiro que marca na escala calibrada o corresponde nível do óleo. O
indicador de nível de óleo fica localizado no alto do transfonnador junto ao
tanque de expansão, portanto sua leitura é feita à distância. De acordo com a
Figura 4.20.2 - Proteção com Tubo Protetor figura 4.21.1, quando o nível de óleo desce além de certo nível ajustado, o
l
ponteiro ac iona um cursor que fecha um contato elétrico, que ativa um
circuito de alarme sonoro e visual na sala de controle da subestação. Em

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Proteção de Transformador 171
170 Capítulo IV

subestação digitalizada o sinal de alarme é enviado pelas vias de •


• <!>( t)
~

(
I
:r-I
-
comunicação para o centro de operação da empresa.
+

I,
+ - r-~
VS
\lp Np Ns
- r--
-
- I-- f--

Nivel do
Óleo
(
Bóia ~
;.v.'.;. ". . . .,'' ' Núcleo

··r Figura 4.22.1 - Núcleo do Transformador Monofásico


d~(t) _ N d(~máxiosenCüt)
/ v p (t) = N p dt - P dt
Mancai
v p (t) = N p~máxioCücst ( 4.22.2)

O valor máximo da tensão v p (t) será:


Parede
Tanque do V máximo p -N
- p
Cü.h
'P máximo =2nfN.h ··
p't' maXlffiO
de Tanque
Expansão
Cujo valor eficaz será:
Figura 4.21.1 - Indicador de Nível de Óleo V máximop 2n f N p~rnáx . i mo
Vp = ..fi ..fi
4.22 Relé de Sobreexcitação ..fivp
A figura 4.22.1 apresenta um transformador monofásico, que quando ~máxio = 2n N p f
operando com carga normal, o fluxo magnético dentro núcleo é
praticamente senoidal e quando operando a vazio é quase senoidal. Portanto o fluxo magnético dentro do núcleo do transformador é

Denh'o do núcleo magnético do transformador, o fluxo magnético diretamente proporcional ao termo V; como está expresso na 4.22 .3.
senoidal, pode ser dado pela expressão 4.22.1.
~(t) = ~Máxil1osenCüt ( 4.22.1) ( 4.22.3)
Desse modo, a tensão no terminal da bobina primária é obtida por:

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(

172 Capítulo IV Proteção de TransfOl'm ador 173


(
Portanto, pela expressão 4.22.3 . sob freqüência nominal, um 20%. A fi gura 4 .22.3 mostra a curva de atuaçào do relé de sobreexcitação (
aumento na tensão na bobina provoca um aumento no fl uxo magnético, (24) deslocada, e que acompanha a curva de dano do transfolTI1ador.
produz indo um aq uecimento não desejado no núcleo elo transfom1ador. Tempo
• (m inuto) (
O relé que mede a relação V/Hz é chamado de relé de
Curva de dano
sobreexcitação, função 24. 100
do transformador
Todos transformadores estão sujeitos a aquecimentos no núcleo /V
1'> . ·::=====: ..
provocados pelo excesso de fluxo magnético, mas o maior cuidado deve-se (
ter no transformador de grande porte, principalmente os acoplados a
unidades geradoras. Esses transformadores estão mais SUjeitos a
sobretensões, provocadas principalmente por problemas na excitação das
máquinas síncronas ou por perda súbita de geração ou de cargas Essa O" l mt~-:_· Volts %
sobretensão aplicada às bobinas podem elevar excessivamente o fluxo 100 11 O 160 Hz
magnético do núcleo do transformador, provocando aquecimento com
elevação acentuada da temperatura, comprometendo o núcleo e Figura 4.22.3 - Curva de Atuação do Relé de Sobreexcitação
principalmente os materiais componentes da isolação. Deste modo, para evitar o excesso de fluxo magnético no núcleo do
Dependendo da tecnologia e dos materiais empregados na fabricação transformador, utiliza-se o relé digital (24) que processa a relação VlHz,
do transfOImador, o mesmo tem uma curva de danos em relação ao excesso quando o valor atinje a curva de atuação do relé de sobreexcitação, o mesmo
de fluxo magnético, ou seja, da relação de V/Hz, que pode, por exemplo, ser opera promovendo o desligamento do disjuntor.
a mostrada na figura 4.22.2.
Tempo 4.23 Proteção Contra Falha de Disjuntor do Transformador I
(minuto)

100 Curva de dano Na proteção contra falha de disjuntor do transformador não se pode
do transformador contar com o relé de sobrecorrente 50BF, porque o seu ajuste não cobre
/V todos os tipos de defeitos no transformador. Ou seja, pequenos defeitos

i internos no transformador não provocarão sensibilidade no relé de


sobrecolTente 50BF.
0,1 ............ 1.1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . ....
:.::
.:.
: :.-.
: :.
:,...
".,- - - - .
Deste modo, o relé de bloqueio 86 faz a função do relé de
sobrecolTente como mostra a figura 4.23.1.
L -_ _ ~: ____________________ ~ __ ~Volts %
Como mostra a figura 4.23.1, o relé de bloqueio 86 só será ativado \.
100 110 160 Hz
pela atuação de alguma proteção do transformador. Com o fechamento do
Figura 4.22.2 - Curva de Dano do Transformador em Função de VlHz contato do relé de bloqueio, a bobina de abertura será ativada com a
Como os modemos relés digitais têm o recurso de personalizar conseqüente abertura do disjuntor. Se o disjuntor falhar, isto é, não
curvas de atuação, pode-se ajustar uma curva de atuação que seja uma conseguir eliminar o defeito interno no transfonnador, a proteção de falha
réplica da curva de dano do transformador deslocada para baixa em tomo de do disjuntor deverá atuar.

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174 Capítul o IV Proteção de Transformador 175

• Desumificador do ar pelos cristais de silica gel;


86 • Selagem com gás e óleo;
(
62X 62BF • Selagem com gás inerte sob pressão;
• Sistema de selagem com bolsa e célula de ar.
( Apresenta-se aqui, apenas o método de desumificação do ar pela
sílica gel, confornle mostra a figura 4.24.1.

Figura 4.23.1 - Falha do Disjuntor em Transformador


( A atuação da proteção de falha do disjuntor ocorre na seguinte
seqüência:
~ A proteção do transformador atua ativando o relé de bloqueio 86;
~ O relé de bloqueio 86 fecha o seu contato 86, ativando a bobina
de abertura do disjuntor e ativando também o relé auxiliar 62X', Transformador

~ O relé auxiliar 62X fecha o seu contato 62X;


~ Como o disjuntor falha, o defeito no transfolmador continua a
Óleo
existir e com o fechamento do contato 62X, o relé de tempo 62BF
é ativado;
~ Transcorrido o t~mpo ajustado no relé de tempo 62BF o seu
contato é fechado;
~ Com o fechamento do contato 62BF ativa-se o relé de bloqueio Figura 4.24.1 - Desumificador de Ar pela Sílica Gel
86BF que promove a seqüência programada de abertura dos Quando o nível do óleo do transformador desce, a câmara de ar,
disjuntores de modo a limpar o defeito. aspira o ar externo, que é obrigado a passar pelo desumificador que contém
Salienta-se a não utilização de religamento para defeito em cristais de sílica gel. Os cristais de sílica gel têm a propriedade de absorver a
transformadores. umidade do ar. Portanto, quando o ar passa, sua umidade é absorvida pela
sílica gel, assim o ar que chega no tanque de expansão está livre da
umidade.
4.24 Desumificador de Ar
Com a quantidade de umidade absorvida os grãos de cristais de sílica
gel vão mudando a sua coloração. Por exemplo, a tabela 4.24.1 mostra a
Há vários métodos para manter a integridade do óleo do
mudança na coloração de alguns cristais de sílicas gel utilizados na câmara
tra~sfomd, pIincipalmente quanto ao seu grau de contaminação por
umIdade. Os principais processos de preservação do óleo isolante do desurnificadora de ar do transformador.
transformador são:

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(

177 (
176 Capítulo IV Proteção de Transformador

Apresenta-se na figura 4.25. I , a proteçào de um transformador de


I Sílica Gel I potência, feita com um relé digital multifunção , complementada com as
proteções típicas do equipamento.

:m_mLuuml é @0 é é
Cor com 100% (
Cor normal Cor com 20%
de umidade
sem de umidade
absorvida
umidade absorvida
(saturada)

I Laranja II Amare lo
I IAmarelo-claro I
~+-<: 11>----+-\~

I AZL11 II Azul-claro
I I Branca I
I AZL11 II Rosa fraco
II Rosa I
Tabela 4.24.1 - Coloração dos Grãos dos Cristais da Sílica Gel com o Grau
de Absorção de Umidade
A equipe de inspeção da manutenção da subestação deve
acompanhar o grau de coLoração dos grãos de sílica gel, para controlar O
grau de umidade do ar que está entrando no transfonnador. Quando a silica
gel estiver saturada, deve ser substituída. A sílica gel pode ser regenerada
colocando-se os cristais em uma estufa com temperatw-a de até 120°C por
um período de 2 a 4 horas. Relé Digital
Multifunção

4.25 Proteção do Transformador


Figura 4.25 .1 - Proteção do Transformador com Relé Digital e outras
Na proteção tradicional do transfOlmador, os relés são unidades
eletromecânicas, que oc upam painéis extensos na sala de operação das As funções de proteção podem ou não serem habilitadas no relé
subestações. digital, na figw-a 4.25.1 a proteção 59G não está habilitada. A função 59G
poderá ser usada se o transformador for aterrado por uma alta impedância.
Atualmente, com a tecnologia digital [46, 47], os relés incorporam
na mesma unidade, várias funções de proteção e adicionalmente outras
facilidades inerentes à supervisão, medição, controle, comando, localização
de defeitos, sincronização de tempo, oscilo grafia, auto supervisão, etc ...
Desse modo, o relé digital é um equipamento pequeno, ocupando pouco
espaço no painel da sala de comando da subestação.

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178
Apêndice A 179

sistemas elétricos. A IEC (International Electroteclmical Cornrnission)


( através da resolução IEC 60617 utiliza o modo gráfico em vez do numérico
para representar a função exercida. A seguir apresenta-se o modo numérico
da ANSI e de algumas representações por símbolo gráficos da IEC 60617.

( 1. Elemento principal
Elemento principal ou mestre é o dispositivo inicial que serve, seja
diretamente ou por intermédio de outros dispositivos admissíveis, para
( por um equipamento em operação ou fora de serviço.
(
2. Relé de partida ou fechamento temporizado (time-delay starting, or
(
closing-relay)
( Também chamado de relé de tempo de partida ou fechamento. É um
dispositivo que funciona de modo a proporcionar um retardamento
proposital de tempo antes ou após qualquer instante. Pode ser usado
durante a operação, numa seqüência de intervalos de chaves ou no
sistema de relés de proteção, exceto os especificamente assinalados
quanto às funções já consagradas dos números 48, 62 e 79.

3. Relé de controle ou interbloqueio (checking or interlocking relay)


É um relé que opera em consonância à situação de certo número de
outros dispositivos (ou a um certo número de condições
predeterminadas) num equipamento, para franquear o prosseguimento ou
NOMENCLATURADAPROTEÇÃO a cessação de uma seqüência operacional, ou possibilitar um controle de
situação desses dispositivos ou dessas condições, para qualquer
finalidade.

4. Contactor principal (master contactor)


A numeração a seguir representa a designação da função exercida Contactor principal ou mestre é um dispositivo geralmente controlado
pelos elementos, aparelhos e dispositivos utilizados nos circuitos elétricos por outro de ftmção 1 ou equivalente, e que serve para ligar os circuitos
de acordo com a padronização da antiga ASA e na atual C37-2 da de controle necessários para pôr em funcionamento um equipamento sob
IEEE/ANSI (American National Standarts Institute). A numeração é as condições desejadas e desliga-lo sob outras condições ou
Importante porque .simbolicamente representa simplificadarpente a função anormalidades.
dos elementos, eqwpamentos e dispositivos que são utilizados em manuais
relatórios, diagramas unifilares e trifilares de esquemas de proteção d~ 5. Dispositivo de interrupção (stoping device)

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180 Nomenclahlra da Proteção Apêndice A 181
(
Também chamado de disposÜivo de paralisação, é um dispositivo de É um dispositjyo que quando a veloc idade rotacional ulb'apassa um ce110
contr?le utilizado principalmente para desativar um equipamento e valor ajustado opera, abrindo ou fechando um contato. Por exemplo, é o
mante-lo fora de operação. Este dispositivo pode ser operado caso do dispositivo, também conhecido por chave centrifuga que
manualmente ou eletricamente de modo local ou remoto. Em proteção no funciona por ação da força centrífuga, fechando ou abrindo um contato. (
caso de desligamento anormal, utiliza-se a função 86. caso a velocidade da máquina ultrapasse um valor detenninado. Pela IEC
60617 esta função é representada pelo símbolo I ü.) > I.
6. Disjuntor de partida (starting circuit breaker) (
Disjuntor de partida é um dispositivo cuja função é de !irrar uma máquina (
, .c to 13. Dispositivo de rotação síncrona (jynchronous-speed device)
a sua lonte de tensão de partida.
É qualquer dispositivo que opera aproximadamente à velocidade síncrona
da máquina síncrona. Por exemplo, tal dispositivo pode ser:
7. J?isjuntor do circuito anódico (anode circuit breaker)
• um interruptor de velocidade centrífugo;
E um disjuntor empregado nos circuitos anódicos de 1ml retificador de
potência, com a finalidade de intelTomper o circuito do retificador caso • um relé de tensão;
haja um curto-circuito ou um arco elétrico de retomo. • um relé de mínima corrente.

8. Dispositivo de desligamento da energia de controle (control power 14. Dispositivo de subvelocidade (underspeed device)
disconnecting device) É um dispositivo que funciona quando a velocidade rotacional de uma
máquina cai abaixo de um valor predeterminado. Pela IEe 60617 é
É um di~postv de desligamento, tal como um intelTUptor de faca, ou
um conjunto de chaves fusíveis, utilizados com a finalidade de representado pelo símbolo ICD < \.
respectivamente, ligar e desligar a fonte de energia de controle d~
equipamento ou das barras gerais de comando. 15. Dispositivo de ajuste ou comparação de velocidade ou freqüência
(speed or freqlle1lcy, matching device)
9. Dispositivo de reversão É um dispositivo que tem a finalidade de alcançar e de manter a
É um dispositivo empregado com a finalidade de inverter o campo de velocidade e ou a freqüência de uma máquina ou de um sistema elétrico
uma máquina ou para possibilitar quaisquer outras funções de reversão. igual à ou aproximadamente igual à, de outra máquina ou sistema,

10. ,Chave comutadora de seqüência das unidades (unit sequence switclt) 16. Dispositivo de controle de carga para bateria
E uma chave comutadora utilizada, em equipamentos de unidades Dispositivo que tem a finalidade de controlar e manter a carga da bateria
múltiplas, para modificar a seqüência na qual as unidades possam ser ou banco de baterias,
colocadas em operação ou desligadas.
17. Chave de derivação ou de descarga (shunting, or discharge, slVitch)
11. ,Transformador de controle (potência) É um interruptor que serve para abrir ou fechar um circuito derivado dos
E o transfowador utilizado para o circuito de controle, terminais de qualquer peça ou aparelho (exceto um resistor) , tal com
enrolamento de induzido de máquina, um capacitor, um reator, etc .. ,
12. Dispositivo de sobrevelocidade (over-speed device) Observação: Excluem-se os dispositivos que desempenham operações
de derivações tais que possam torna-se necessários no processo de

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182
Nomenclatma da Proteçâo Apêndice A 183
partida de máquinas pelos dispositivos de função nú mero 6 ou 42, ou 22. Disjuntor equalizador (e{IUalizer circuit breaker) ou disjuntor do
seus eqUIvalentes, e também exclui a função do dispositivo número 73. circuito de balanceamento
que serve para a inserção e desinserção de resistores.
É um disjuntor que serve para controlar ou ligar e desligar o igualador ou
o circuito de balanceamento de corrente para o campo de uma máquina.
18. Dispositivo de aceleração ou desaceleração (accelerating 01'
ou para o equipamento de regulação, numa instalação de unidades
deceletating device)
múltiplas .
~ 1m:
dispo ~ i~vo que tem a função de fechar ou provocar a mudança de
CIrcmtos utIlizados para aumentar ou diminuir a velocidade de uma 23. Dispositivo de controle de temperatura (tempertllre cOlftrol design)
( máquina.
É um dispositivo regulador da temperatura, ou seja, funciona para elevar
ou abaixar a temperatura de uma máquina e/ou outros aparelhos, ou de
19. Contactor de transição de partida-marcha (starting-to rlllllling qualquer outro meio, quando a respectiva temperatura cai abaixo ou se
transitioll contactor)
eleva acima de um valor predeterminado (ajustado).
É um dispositivo que tem a frnalidade de dar partida e causar Observação: Um exemplo deste caso é o termostato que liga um
automaticamente sucessivas transferências de modo a levar a máquina a aquecedor de um ambiente de lllll quadro elétrico, ou um painel de um
.
(
sua velocIdade nOlmal sob tensão nominal da rede elétrica de
alimentação. conjunto de chaves elétricas, quando a temperatura cai para um valor
detemúnado; já nos casos em que se deseja que o aparelho funcione com
uma temperatura bem estabelecida e ajustada, o dispositivo de controle
20. ~álvua op~ad eletricamente (electrically opertated valve) ou de temperatura recebe a designação da função 90T, que, por exemplo, é o
,;,alvula de alíVIO de pressão
caso do termostato da geladeira, do freezer, de câmaras frigorificas e dos
E uma válvula eléhica, operada localmente ou remotamente que ambientes climatizados.
fechando ou abrindo, controla a passagem do fluxo em tUna tubuiação.
Esta válvula é empregada em:
24. Disjuntor contactor ou seccionadora de intertravamento de barras
• tubulação de vácuo; ou relé contra sobre-excitação ou Volts por Hertz
• tubulação de ar comprimido; Dependendo da fimção esta numeração pode designar um dos elementos
• tubulação de gás; acima. No caso da proteção contra sobre-excitação em Volts por Hertz, o
• tubulação de óleo, etc .. relé opera quando a tensão vai além de um valor pré-ajustado maior que
Observação: Esta numeração também é utilizada para designar a válvula a nominal ou quando a tensão for menor ou igual a nominal a uma
de alívio de pressão, principalmente as utilizadas em transfolmador de freqüência inferior a nominal, é utilizada principalmente para prevenir
I. força.
excesso de fluxo magnético no núcleo do transformador elevador do
gerador síncrono.
21. ,Relé de distância (distance relay)
E. um relé que opera quando a impedância, admitância ou a reatância 25. Dispositivo de sincronização ou de conferência ( comprovação) de
vIsta pelo relé, diminui ou aumenta além dos limites predtmin ado~ sincronismo (sYlfchrolfizing, or synchronism-check, device)
(ajustados). Pela IEC 60617 é representado pelo símbolo ~ . É um dispositivo que opera quando dois circuitos em CA estiverem
I dentro dos limites desejados de freqüência, ângulos de fase ou tensão,
para pemútir ou provocar à conexão desses dois circuitos.
,I .

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(
184
Nomenclatura da Proteçào Apêndice A (
185
(

26. Dispositivo térmico de proteção do equipamento (temperatura do 29. Contacto r de isolamento (seccionadora) (iso/ator contactor) (
e~rolamnt ou do óleo do transformador) (apparatas thermal device Seccionadora de isolamento é wna chave utilizada para desconectar um
(
l?1 overte11ljJeratura relay) circuito, principalmente nos casos de manutenção, testes, emergências ou
. E um dis~otv que funciona quando a temperatura exceder um valor desligamentos prolongados. Nas subestações, estas seccionadoras, (

pr~e ~ erm n ado (ajustado! ou dependendo do caso quando a temperatura operam sem ser motorizada com abertura sem carga, isto é, com processo (
call a aIXO de um valor ajustado. O dispositivo térmico de proteção pode de abertura mecânica no local e totalmente manual.
(
ao m:smo tempo medir a temperatura atual e ter de I 2 ou 3 estáaios de
atuaçao. ' b 30. Relé anunciador (annunciator relay) (

Estes dispoStv~ s~o ut ~izados


em diversas aplicações, tais como: É um dispositivo de reposicionamento não-automático que fornece um (
certo número de indicações visuais a respeito do funcionamento de
•• errnometro do enrolamento primário do
transfonnador dispositivos de proteção e que pode também desempenhar (sinalizar)
.:. T errnômetro do enrolamento secundário do uma função de colocação fora de operação de um equipamento. Por
transformador exemplo, a bandeirola de sinalização.
.:. Termômetro do óleo do transformador
31. Dispositivo de excitação separada (separate excitation device)
.:. Terrnômetro do enrolamento amortecedor de uma
máquina síncrona É um dispositivo que liga um circuito, tal como o campo de derivação de
.:. Dispositivo térmico do resistor de limitação de a
um gerador de corrente contínua para a excitação do campo de uma
máquina síncrona, ou que energiza os circuitos de excitação e de ignição
.:. Dispositivo térmico de proteção de um meio ~cio
de um retificador de potencia.
qualquer, tanto no aquecimento como
resfriamento. no
Pela IEC 60617 é representado pelo símbolo ~. 32. Relé direcional de potência (directional pOlVer device)
É um relé que opera num valor desejado do fluxo de energia numa dada
27. ~eJé de s,ubtensão (uuder voltage relay) direção, ou no caso de retificador de potência opera por efeito de energia
reversa resultante de arco inverso nos circuitos anódicos ou catódicos.
~ um rele que opera qu~do a tensão elétrica abaixa além de um valor
ajustado. Pela IEC 60617 e representado pelo símbolo I U < I. Pela IEC 60617 é representado pelo símbolo I' ~ > I.
28. Detector de chamas 33. Chave de posição (position switch)
É :um. dispositivo que sinaliza a presença de uma chama piloto ou h É um interruptor que liga (ativa) ou desliga (desativa) um contato quando
pnnclpal em a lh . ,. c ama o dispositivo ou peça principal de um aparelho (que não tiver número de
. . pare o, pamelS ou ambiente. Com ap]' -
pnnclpalmente em: lcaçao função) atinge determinada posição.
• Turbina a gás
• Caldeira a vapor 34. Chave de seqüência-mestre (motor-operated sequence switch.)
• Detector de fumaça É um dispositivo tal como uma chave de contatos múltiplos, ou
• Detector de raios infravermelho equivalente, ou wn dispositivo de programação, tal como um
computador, que estabelece ou detem1Ína a seqüência operativa dos

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187
Apêndice A
186 Nomenclatura da Proteção
É mTI re lé que opera com a ocorrência de falha (curto-circuito) ou com
principais dispotv~ Dum e.quip_amento, durante a partida ou parada ou um valor anonnalmente baixo da conente de campo de uma máquina
durante outras operaçoes de ltgaçoes e desligamentos em seqüência. síncrona, ou por um valor excessivo da componente reativa da corrente
de armadura da máquina síncrona, que provoca a subexcitação da
35. Dispositivo de manobra das escovas ou para curto-circuitar os anéis máquina no caso capacitivo e superexcitação no caso indutivo.
~o coIe~r (brush-operating, or slip-ring short-circuiting device) O relé 40 é colocado nos terminais da máquina síncrona, em caso de
E um dlSPO~tivo utilizado para manobrar as escovas, com o objetivo de perda da excitação, a impedância do enrolamento da armadura varia e
levan.t~, abaIXar ou de~locr os anéis coletores de uma máquina, ou com entra dentro da zona de atuação do relé de admitância (21) direcionado
o obJetlvo de curto-clrcUltar seus anéis coletores, ou de engatar ou para o interior da máquina e com um deslocamento (off set) de xd"/2.
desengatar os contatos de um retlficador mecânico. Neste caso, o relé 21 com este posicionamento está fazendo a nmção 40,
ou seja, proteção contra perda da excitação.
36. piso~tv .d.e polaridade ou polarização (polarity device)
E um diSPOlt~que opera ou permite a operação de outro dispositivo 41. Disjuntor ou cbave de campo (field circllit breaker)
so~ent se eSÍlver de acordo com uma polaridade predeterminada ou É um dispositivo que funciona para ligar ou desligar a conente de campo
venfica a presença de uma tensão de polarização num equipamento. de uma máquina síncrona.
37. Relé de mínima corrente ou de mínima potência (undercurrellt or 42. Disjuntor ou cbave de operação normal (rulllling circ"it breaker)
1fnder power relay) Também conhecido como disjuntor de marcha é um dispositivo cuja
E ~m relé que opera quando a corrente ou o fluxo potência decresce principal função é o de ligar defmitivamente uma máquina à sua fonte de
abaIxo. de um valor pré-ajustado. Pela IEe 60617 são representados tensão de alimentação ou à sua tensão operacional de funcionamento.
respectIvamente pelos símbolos u::::;] e [I;J.
43. Dispositivo de transferência manual ou seletor (chave comutadora)
38. Pispositivo de proteção. de sobretemperatura de mancaI (manual transfer or selector device)
E um, dispositivo que funciona quando a temperatura do mancaI do eixo É um dispositivo operado manuahnente ou por via computacional
da m~qul1a for excessiva ?u sob outras condições mecânicas anonnais, (localmente ou remotamente) que comuta os circuitos de controle a fim
asocl~d ao mancai, taIS como desgaste indevido, que resulta em de modificar a ação do plano de operação do equipamento. Em relação a
exceSSIVO aumento da temperatura do mancaI. esta função cita-se, por exemplo:
./ Operação do disjuntor com ou sem religamento
39. ,Sinalizador de condição mecânica automático
E ~ ~ispotv que funciona q~ando da ocorrência de uma condição ./ Regulação de tensão do transformador de modo manual
mecaruca _anormal (exceto a assocIada com mancais na forma abrangida ou automático
pela fun?ao .38),_tal como excessiva vibração, excentricidade, expansão, ./ Ventilação forçada do transformador em modo manual ou
choque, ll1clmaçao ou falha de vedação. automático
./ Bloqueio ou desbloqueio do esquema de rejeição de carga
40. Relé de campo, proteção contra subexcitação ou perda de
(field relay) campo

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(

(
188 Nomenclatura da Proteção Apêndice A 189

../ Mudança de disparo para o disjuntor de transferência de Relé de seqüência de operação incompleta é um rel é que geralmente faz
bana proveniente do sistema de proteção da linha de o equipamento retomar a sua posição normal, bloqueando o
(
transmissão que tem o di sjuntor fora de operação . funcionamento se a seqüência normal de partida, marcha e parada nào for
adequadamente completada dentro de um tempo predeterminado.
44. Relé de partida seqüencial de unidade (ullit sequence starting relay) Caso este dispositivo seja utilizado apenas para alarme, o mesmo poderá
É um relé que funciona para dar partida a próxima wüdade disponivel de ser designado por 48A.
um conjunto de equipamentos de unidades múltiplas, quando da
oconência de falba em uma unidade que deveria entrar em 49. Relé térmico de máquina ou transformador (l11achille, or
funcionamento. transformer, thermal relay)
É um relé que opera quando a temperatura do enrolamento da armadura,
45. Sinalizador de condições atmosféricas anormais de outro enrolamento ou elemento da máquina, sujeito à sobrecarga de
É um dispositivo que funciona quando da oconência de condições uma máquina, excede um valor predeterminado. Ou a temperatura de um
atmosféricas anonnais, tal como presença de emanações daninhas, retificador de potência ou dos enrolamentos um transfom1ador de força,
misturas explosivas, fumaça, ou fogo. Por exemplo, a subestação ficou exceder um valor predeterminado, deconente de um aumento de carga.
imersa em fumaça decorrente de um incêndio na proxinüdade, assim o No transfom1ador de força este relé é conhecido por relé de imagem
dispositivo com a função 45 deverá providenciar a sinalização local ou térmica. Esta função 49 é própria para sinalizar o nível de sobrecarga de
remota para o sistema de supervisão. um equipamento elétrico . Pode ser designado por:
• 49 AT - Imagem térmica do enrolamento de AT do transfOlmador;
46. Relé de inversão de fases ou desequilíbrio das correntes de fase • 49MT - Imagem térmica do enrolamento de MT do transformador;
(reverse phase, or phase balance, current relay) • 49BT - Imagem térmica do enrolamento de BT do transformador.
É um relé que opera quando as correntes polifásicas estiverem em
Pela IEC 60617 é representado pelo símbolo [}}
seqüência de fase inversa, ou quando as conentes polifásicas forem
desequilibradas ou contiverem componentes de seqüência negativas
50. Relé de sobrecorrente instantâneo (instantaneous over curreflt, or
acima de um certo valor ajustado . Por exemplo, no caso de
sobrecçmentes instantâneas ou temporizadas de seqüência negativa, pode rate-of-rise relay)
É um relé que opera instantaneamente se a conente de curto-circuito
ser representado por 50/51Q (46). Pela IEC 60617 é representado pelo
símbolo lli:2J. decorrente de um defeito, no sistema elétrico ou no equipamento,
ultrapassar um valor pré-ajustado.
Esta função é explicitada por várias nominações, tais como:
47. Relé de tensão de seqüência de fase (phase-seqllence voltage relay) -7 50N - relé de sobreconente instantâneo de neutro;
É um relé que funciona quando o valor da seqüência de fase das tensões 7- 50G - relé de sobrecorrente instantâneo de tena, também
polifásicas ultrapassa um determinado valor ajustado. Opera também
chamado de 50GS (Ground Sensor);
quando ocone inversão de fase, subtensão ou perda de fase. Pela IEC 7- 50BF - relé de proteção contra falha do disjuntor, tan1bém
60617 é representado pelo símbolo I U 2 > I. chamado 50/62BF (Breaker Failure);

48. Relé de seqüência incompleta (illcomplete sequellce relay)

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190 Nomenclatura da Proteção Apêndice A 191

7- 50V - relé de sobrecorrente instantâneo com restrição (controle) • 52L - disjuntor de linha:
de tensão . O ajuste do relé 50 é variável com o valor da tensão V • 520 - disj untor do gerador:
podendo ser para subtensão ou para sobretensão; , • 52T - disjuntor de transferência de barras.
7- 50Q - relé de sobrecorrente instantâneo de seqüência negativa.
Pela IEe 60617 é representado pelo símbolo II > > I. 53. Relé excitador ou relé de gerador CC (exciteI' 01' d-c generator relay)
É um relé que na sua operação altera sucessivamente o campo da
51. Relé de sobrecorrente temporizado em CA (a-c time oveI' curl'ent excitação de uma máquina de corrente contínua para que sua pmiida se
relay) desenvolva gradua1mente.
É um relé que atua com um retardo intencional de tempo, quando a
conente elétrica alternada em um circuito exceder um valor pré-ajustado. 54. Disjuntor de corrente continua de alta velocidade (high-speed li-c
O retardo de tempo do relé 51 pode ser: circuit breakel')
• de tempo definido; É um disjuntor de corrente contínua desenv01vido para que sua operação
• de tempo inverso. de abertura e fechamento sej a extremamente rápida.
Esta função é também explicitada por várias nominações, tais como:
.:. 51N - relé de sobreconente temporizado de neutro, pela IEC 55. Relé de fator de potência (power factor relay)
60617 é representado pelo símbolo >I'* I; É um relé que atua quando o fatar de potência de um circuito de cOlTente
alternada cai abaixo de um valor pré-ajustado. Pela IEC 60617 é
.:. 51 G - relé de sobreconente temporizado de terra, também
representado pelo símbolo Icos <p > I.
chamado de 510S, pela IEC 60617 é representado pelo símbolo
fTt>l
~. , 56. Relé de aplicação de campo (field application relay)
.:. 51 Q - relé de sobrecorrente temporizado de seqüência negativa; É um relé que controla automaticamente a aplicação de excitação de
.:. 51 V - relé de sobrecorrente temporizado com restrição (controle) campo de um motor de corrente alternada em um certo ponto
de tensão. O ajuste do relé 51 é variável com o valor da tensão V determinado no ciclo de operação.
. podendo ser para subtensão ou para sobretensão . Esta restiçã~
pode permitir ou não a operação do relé 51, pela IEC 60617 é 57. Dispositivo de colocação em curto-circuito ou de ligação a terra
(short-circuiting 01' grOlmding device)
I~
representado pelo símbolo r-\:::--i; É um dispositivo que quando em operação comuta a posição normal de
.:. 51 C - relé de sobrecorrente temporizado com controle de torque. um circuito para a posição de curto-circuito. Tendo a função de ligação a

I l~ I .
terra, o dispositivo provoca o aterramento das fases selecionadas. O
Pela IEC 60617 é representado pelo símbolo comando desta operação pode ser manual no local, automático ou via
remota pelo sistema de supervisão e controle.
52. pisjuntor de corrente alternada (a-c circuit breaker) N a função ligação a terra, é nas empresas de energia elétrica,
E um disjuntor de CA utilizado para fechar ou abrir um circuito eléhico denominada de seccionadora de aterrarnento de L T, que providencia o
sob condições normais ou anormais. Sob condições anonnais, entendem- atenamento da LT com os seguintes objetivos:
se as de emergências e as de falhas, principalmente as de curtos-circuitos • curto-circuitar a L T a terra;
no sistema e1étrico. Por exemplo: • descarregar as possíveis cargas elétricas estáticas acumuladas;

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192 Apêndice A
Nomenclatura da Proteção 193
(
• garantir o potencial nu lo na LT; É um relé temporizado que opera em conj unto com o dispositivo que dá
(
• adequar a L T para os serviços de manutenção, com respeito à inicio à operação de fechamento, paralisação ou abertura de uma
segurança humana. seqüência automática de um sistema de relés de proteção. Por exemplo, a (
função conjunta 50/62BF, denominada falha do disjuntor, é ativada por
58. ,Relé de ,falha de I·~tifcação (power rectijier misfire relay) 1m1 curto-circuito com a ahIação do relé 50, que energiza o relé 62, se
~ um rele que funclOna se um ou mais ànodos de um retificador de forca transcorrido o tempo ajustado no relé 62, o mesmo opera, detonando uma
talhar em acender-se, ?u se detectar um arco elétrico de retorno, ou ~e seqüência pré-estabelecida de operação de outros relés de proteção,
houver a falha de um dlOdo em condllw ou bloquear adequadamente. objetivando a abertura dos disjuntores do local ou remoto. Observação: (
BF é abreviatura de Breaker Failure.
59. ,Relé de sobretensão (overvoltage relay)
E um relé que opera quando a tensão elétrica ultrapassa um valor 63. Relé de pressão, ou de nível, ou de fluxo de Líquido ou gás (liquid or
previamente estabelecido (ajustado). gaz presslIre, levei, or flow reiay)
Esta função pode também ser designada por: É um relé que opera de acordo com o seu elemento ativo. Por exemplo o
~ 59Q - relé ,de sobretensão de seqüência negativa; relé de pressão opera quando a pressão do líquido ou gás diminuir ou
~ 59N - rele de sobretensão residual ou relé de sobretensão de ultrapassar um valor pré-ajustado. Já o relé de nível ou de fluxo de gás ou
neutro (também chamado de 64G). Pela IEC 60617 é representado líquido, opera de dois modos: com aCÚlllulo de gás em uma câmara ou
pelo símbolo I Ursd > I. com uma taxa de fluxo passante de líquido ou gás acima de um valor pré-
Pela IEC 60617 é representado pelo símbolo lu >I. ajustado.
O relé Buchholz, função 63 , também conhecido como relé de gás, é o
60. ,Relé de ~alncemto de tensão (voltage balance relay) relé que opera com nível de gás acumulado ou com um fluxo de gás
E um rele que opera quando a diferença de tensão de dois circuitos passante acentuado. É um importante relé usado na proteção de
ultrapassar um valor ~ré-ajustdo. Este relé é usando principalmente para transfonnadores de potência, cuj a função vem designada por:
d~tecar a perda do sll1al de tensão dos circuitos de proteção ou controle • 63T - Relé Buchholz do transfonnador;
alImentados por TPs, que podem ser causados por: • 63C - Relé Buchholz do comutador do transformador.
,( . queima de elo fusível; Já o relé de pressão 63 , usado nos compaltimentos encapsulados e
,( abertura ou problema de contato no circuito· pressurizados de gás SF6 das subestações blindadas, opera quando a
,( falha no enrolamento do TP. ' pressão diminui abaixo de um valor ajustado.
No transformador a função 63VS, representa o relé de Válvula de
61. ,Relé de ~alnçemto de corrente (current balallce relay) Segurança que dispara quando a pressão interna ultrapassa o valor
E um rele que opera quando uma dada diferença de corrente de entrada estabelecido pela sua mola de retenção.
?u sa.ída d~ .dois circuitos, ultrapassar um valor pré-ajustado. Esta função
e mUlto utüizada na proteção de banco de capacitores e em enrolamentos 64. Relé de proteção de terra (ground protective relay)
de mesma fase de geradores síncronos. É um relé que opera quando da ocorrência de uma falha do isolamento
contra a terra de uma máquina, transformador, ou de outro equipamento,
62. Relé de fechamento ou de abertura temporizada (time-delay ou sob efeito de arco elétrico a tena de urna máquina de Cc. Estes relés
stopping, 01' openillg, relay) podem ser por corrente ou por tensão, para a sua identificação, os

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Apêndice A
195
( 194 Nomenclatura da Proteção
(
diagramas unifilares devem indicar se são alimentados por corrente via É um relé que opera, somente quando, a corrente elétrica altemada flui
(
TC ou por tensão via TP. em uma determinada direção, com valor maior do que o seu pré-ajustado .
( Observação: Este relé não produz diretamente disparo do disjuntor. mas apenas
7- Se o relé for alimentado por TC, também pode ser utilizado como monitora a operação de ouh"os relés.
uma unidade 51 ou 61. Esta função 67 recebe várias designações, tais como:
7- Se o relé for alimentado por TP, também pode ser utilizado como .:_ 67N - relé de sobrecorrente direcional de neutro (instantâneo ou
uma unidade 59N ou 64G. temporizado), pela IEC 60617 é representado pelo símbolo

(
7- A função 64, também pode ser designada para proteção de 111* > I.
carcaça, massa-cuba ou tanque, sendo utilizada em
( .:_ 67G ~ relé de sobrecorrente direcional de terra, (instantâneo ou
transformadores de força de até 5MV A .
7- A função 64R (ou 64F) designa proteção à terra do rotor, ou 64G temporizado) ;
(ou 64S) designa proteção à terra da bobina da armadura da
o:. 67Q - relé de sobrecon"ente direcional de seqüência negativa.
máquina síncrona" Pela IEC 60617 é representado pelo símbolo II I'> I.
Pela IEC 60617 é representado pelo símbolo II"$" > I.
( 68. Relé de bloqueio (blockillg relay) (Relé de bloqueio por oscilação de
( 65. Regulador (governor) potência)
Regulador é um conjunto de equipamentos com controle elétrico ou É um relé de dá partida a um sinal piloto para bloquear o desbgamento
mecânico, utilizado para a regulagem do fluxo de água, vapor ou outro em defeitos externos a uma linha de transmissão ou em outro aparelho
meio da máquina motriz para frnalidades de prover a partida, a sob determinadas condições, ou coopera com outros dispositivos para
manutenção da velocidade, à carga constante ou a parada. bloquear o desligamento ou bloquear o religamento quando não há
Por exemplo, o regulador de velocidade de Watts, tem esta função . sincronismo ou quando há oscilação de potência. Por exemplo, esta
designação pode ser a do relé de bloqueio (68) que é usado no esquema
66. Dispositivo limitador" do número de operações ou dos intervalos de de proteção denominado de Sistema de Bloqueio com Com p~raç ão
t,empo em que se efetuam as operações (notching, or jogging, device) Direcional (Blocking) , neste caso, quando ocorre um CurtO-ClICUltO
E um dispositivo contador do número de operações com a frnalidade de externo a LT, o relé 21 que está direcionado para fora da LT vê o defeito
permitir somente um número de operações especificado no equipamento, e ativa o relé 68, este envia através do sistema de telecomunicação um
ou um número específico de operações sucessivas dentro de um intervalo sinal de bloqueio para não permitir a abertura do disjuntor da barra
de tempo especificado. Também pode ser um dispositivo que funciona ~ . .
para acionar um circuito periodicamente ou em frações de intervalos de Já, por exemplo, o relé 68P tem a função de relé de bloquelO por
l tempo específicos para pennitir intennitente aceleração ou avanço de oscilação de potência, isto é, quando ocone uma rápida oscilação de
uma máquina a baixas velocidades, para se obter o adequado potência no sistema elétrico, o relé de proteção (por ex~plo, o relé 21)
posicionamento mecânico. pode operar indevidamente, neste caso o relé 68P bloqueIa a abertura do
disjuntor.
67. Relé de sobrecorrente direcional em CA (a-c directional overcurrent
relay) 69. Dispositivo de controle permissivo (permissive control device)

l
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(

]97 (
196 Nomenclatura da Proteção Apêndice A

Também denominado de dispos itivo de consenso, é geralmente um É um mecanismo empregado para realizar uma mudança de um (

comutador de duas posições, operável manualmente ou remotamente e dispositivo principal de uma posição para outra. num eqUlpamnt~. :o~ (
que, numa posição, permite o fechamento de um disjuntor ou a colocação exemplo, o mecanismo de comutação de u~ dISjUntor para as poslçoes.
de um equipamento em operação e, na outra, evita que o disjuntor ou o ligado, desligado, posição de teste ou removIvei.
equipamento sejam postos em operação.
76. Relé de sobrecorrente em CC (d-c overcurrent relay)
de um circuito
70. ,Reostato eletricamente operado (electrically operated rheostat) É um relé que atua quando a intensidade da corrente
(
E uma resistência variável cujo valor é controlado eletricamente. Este contínua excede um valor de ajuste.
controle pode ser contínuo ou discreto, efetuado por contactor auxiliar,
ou de posição, ou de limite. 77. Transmissor de impulsos (pulse transmitter) .' . . (
TransnUssor de impulsos é empregado para ~er.a e transtnl tir l~puso
(
71. Relé de nível de líquido ou gás via sistema de telecomunicação, como o obJ etlVo transfenr o Slllal ao
É um relé que opera por um dado valor do nível do líquido ou gás, ou aparelho receptor remoto.
opera por uma dada taxa de variação deste valor. (
A ftmção 71 também é utilizada para a indicação do nivel do óleo no 78. Relé de medição de ângulo de fase, ou d~ proteção fora de fase
reservatório do transfonnador de potência. (phase angle measuring, or out-of-step protectlve relay) _ .
É um relé que atua quando o ângulo de fase, entre duas tensoes ou entre
72. ,Disjuntor de corrente contínua (d-c circuit breaker) duas COlTentes ou entre tensão e corrente, _excede um valor
E um disjunto.r para ser utilizado em um circuito de força de corrente predeterminado. Este relé é utilizado na prote~a ,c o~tr:a falha de
. . de máquina síncrona No sistema elétnco e utilizado para a
contínua. SlllcroruSIDO . 1 d .tal
proteção contr'a oscilação de potência principalmente em ~ os e VI
73. ,Contacto r de resistor de carga (load-resistor contactor) importância e que neste caso o relé 78 pro~ca o desligamento do
E um contactor usado para inserir uma determinada resistência, em série disjuntor. Pela IEC 60617 é representado pelo sunbolo [i2J.
\.
ou em paralela, para produzir um degrau de variação de carga, ou uma
deternunada variação de carga num circuito de potência, ou para ligar e 79. Relé de religamento em CA (a-c reclosing relay) .. \
desligar um circuito de resistência elétrica de aquecimento de ambiente, É um relé temporizado que efetua o religamento do dlSJuntor em um
ou para acender ou apagar uma lâmpada, ou ligar e desligar o resistor de circuito de corrente alternada. Pela IEC 60617 é representado pelo
carga regenerativa de um retificador de potência ou de outra máquina, 110
seu circuito ou fora dele. símbolo
\? ->
}-----l .
I~

74. Relé de alarme (alarm relay) 80 Relé de subtensão em CC . .


·É um relé que opera quando a tensão de um circuito em CC cal abaixo de
É um relé diferente do de lUTI relé anunciador (como o abrangido pela
função 30), utilizado para operar diretamente, ou em conjunção com um um valor predeterminado. , .
- . A função 80 é também empregada para relé de fluxo de hqUldo
alanne visual ou acústico. Ob servaçao. d 'd' d
ou gás, que controla o fluxo de líquido ou gás, ou em da os 111 ices e
75. Mecanismo de mudança de posição (positioll challging mechanism) mudança desses valores.

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198
Nomenclatura da Proteção 199
Apêndice A

81. ,Relé de :reqüência (fi'equency relay) 86. R elé de bloqueio de religamento (loekillg-ollf relay)
~ u:~e p~la !U~dea f r e qü ênci~
elétrica se desvia da nominal e
É um relé auxiliar que opera no sentido de de sligar um equipamento ou
circuitos, seu rearme pode ser m anual ou elétrico, mas somente pela
d mpo, aquem ou além d '
pre etenninado (por exemplo 81 I ( e certo valor intervenção humana. O relé de bloqueio é acionado quando a proteção
. b j . , o u over/under)) ou
PIeesta e eClda taxa de mudança da fr .. ~ . por uma que atuou foi classificada como impeditiva, daí a necessidade do rearme
O l' d f'. equencla
re e esta 11l11ção pode ser assim denomia~' ser cuidadoso, somente ser feito após a investigação do defeito. A
'7 81 li - relé de subfreqüência pela IEe 6'0617 ' função do relé de bloqueio pode ser assim apresentada:
símbolo ~. ' e representado pelo • 86M - relé de bloqueio mecânico
'7 810 ~ relé de sobrefreqüência, pela IEC • 86E - relé de bloqueio elétrico
pelo snnbolo fB. 606 17 é representado Geralmente o relé de bloqueio, promove a abertura dos disjuntares,
efetua o alarme, sinalização e outras funções. O relé auxiliar 86, quando
82. Relé de religame t CC energizado opera muito rápido, ou seja, fecha os seus contatos em 1 ciclo
É I' n o em (d-c reclosing rela)')
. un: re e temporIZado que efetua o religamento elétrico (aproximadamente em 17 ms) .
CIrcUIto de conente contínua. do disjuntor em um
87. Relé de proteção diferencial (differencial protective relay)
83. Relé de transferência automática ou de co . , . É um relé de proteção que funciona por uma percentagem ou ângulo de
(automatie seleetive controlo t ,#". ntroIe automatlco seletivo fase ou outra diferença quantitativa de correntes elétricas ou de outras
É' . , r rans.ler, relay)
um rele que promove a transferênci a . . grandezas elétricas.
um comando ou da proteção, ou efetua automatIca de u~ operação, de Podem ter várias designações:
algumas fhnções pré-estabelecidas. o controle automatJco seletivo de ./ 87T - relé diferencial do transformador de 2 ou 3 enrolamentos .
./ 87G - relé diferencial do gerador síncrono.
84'ÉMecanism~ operacional (operating mechanism) ./ 87GT - relé diferencial do grupo gerador-transformador.
uma funçao que designa um com let . ./ 87B - relé diferencial de barras, pode ser de baixa, média ou alta
elétrico, inclusive o motor p. o mecamsmo ou servo-mecanismo impedância.
posição, etc. para um comuta~;:lnI, o~ solenóides, as chaves de ./ 87M - relé diferencial de motores, pode ser do tipo percentual ou
ou qualquer outra peça ou aparelho e~vios, um regulador de tensão, autobalanceado.
possui número de fu - suru ar que, de outra forma não Pela IEC 60617 é representado pelo símbolo ~.
nçao. '

85. ~elé receptor de onda portadora ou de _ . . . 88. Motor auxiliar ou motor gerador (auxiliary motor, or motor
J~lre, receiver relay) fio piloto (earner, or pilot- gellerator)
E um relé que é operado ou bloqueado or u . São dispositivos empregados como equipamento auxiliar, tais como
emitido remotamente pelo relé 77 d P b m smal de onda portadora bombas, ventiladores, excitadores, amplificadores magnéticos rotativas,
piloto o sinal é recebido direta~u arra, n? ca.so de relé com fio- etc .. .
constituído de um par de condutores. nte pelo CIrCUIto elétrico fisico
89. Chave separadora ou chave secionadora (fine switeh)

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201 ~
200 Nomenclatura da Proteção !A~pêndice_ (
. t ter:n boer-almente vários contatos auxiliares, e após a
É um intenllptor do tipo chave seccionadora, que só é operável sem des \Igamen o (
- o nlesmo se reanna automaticamente (auto reset) para a sua
carga, utilizada para possibilitar manobras com o objetivo de mudança na operaçao ' d·.Ç
. - normaI . Este relé é semelhante ao rele 86, com a l1erença
poslçao . que-o
configuração do sistema elétrico. A operação desta seccionadora é relé 94 se auto rearma e o relé 86 só será reannado com a mtervençao (
motorizada com controle local ou remoto.
humana.
90. Dispositivo de regulação (reguIation device)
É um dispositivo que funciona para regular urna quantidade ou
95. Usados para aplicações específicas em instalçõe~
cobertos pelos números anteriores. Por exemplo: A ~tlzaço
;!O
indi_viduais,
da me Ida (
quantidades, tais como tensão, corrente, força, velocidade, freqüência, .' . d da funçao ?4 e esta sen o
Volts/Hertz, esta provlsonamente sam o -
temperatura e carga, a um certo valor ou entre certos limites (geralmente
próximos) para máquinas, linhas de interligação ou outros aparelhos. utilizada como fLmção 95.
Exemplo, a função relé 90 efetua no comutador o controle de mudanças
de Taps do transformador de potência. 98. Oscilografia . ," b-
Dispositivo oscilógrafo, para possibilitar o .dlagnostlco pos-perhlT açao
de ocorrência de defeitos no sistema elétnco. Por exemplo, tem-se o
91. Relé direcional de tensão (voItage directiollaI relay)
Registrador Digital de Perturbação (RDP).
É um relé que opera quando a tensão, através de um disjuntor aberto, ou
contactor, excede certo valor em uma dada direção.
101. Chave de transferência . (
É uma chave seccionadora utilizada especlalmente para efetuar as
92. Relé direcional de tensão e potência (voltage and power directiollal manobras de transferência, principalmente as de transferencla de banas.
relay)
É um relé que permite ou causa a interligação de dois circuitos quando a
diferença de tensão entre eles exceder um dado va10r numa
predeterminada direção e faz com que esses dois circuitos sejam
desligados entre si quando o fluxo de potência entre eles exceder um
dado valor na direção oposta.

93. Contactor de mudança de campo (field changing contactor)


É um contactor que fLmciona no sentido de incrementar ou diminuir, de
I..
um passo, o valor do campo de excitação numa máquina.

94. Relé de desligamento, ou de disparo livre, ou permissão de {


desligamento (tripping, or trip-free, reIay)
É um relé que funciona para provocar o disparo de um disjuntor ou de
um contactor ou equipamento, ou para pennitir o seu imediato disparo
por outros dispositivos, ou evitar o imediato re-fechamento de um
inten-uptor de um circuito se o mesmo deveria ablir automaticamente,
mesmo se seu circuito de fechamento for mantido fechado. O relé de

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