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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ - UFPI

CAMPUS MINISTRO PETRÔNIO PORTELA -


TERESINA CENTRO DE TECNOLOGIA – CT

Resistência e Reologia dos Materiais

Prof: Edivaldo Feitosa


edivaldofpf@gmail.com
• INFORMAÇÕES GERAIS

• Instituição/Curso: Universidade Federal do Piauí – Centro de Tecnologia – Departamento de


Engenharia de Ciência dos Materiais – Curso de Engenharia dos Materiais

• Disciplina: Resistência e Reologia de Materiais

• Semestre letivo: 1º de 2018

• Aulas: Segunda (16:00h – 18:00h) e Quarta (10:00h – 12:00h)

• Carga horária: 60 h

• Professor: Edivaldo Feitosa Pereira Filho


• OBJETIVOS, MÉTODOS E CRITÉRIOS

• Objetivos

• Apresentar o comportamento mecânico dos materiais e suas relações com a respectiva


microestrutura;

• Analisar os aspectos do comportamento mecânico dos materiais em diversas situações de


esforço, temperatura, tempo e demais variáveis de processo, fazendo correlação com a
estrutura e formas de processamento.
• Métodos de aprendizagem e recursos pedagógicos

• Métodos de aprendizagem: (a) leitura, fichamento e crítica da bibliografia recomendada; (b) aulas
expositivas; (c) roteiros de estudos e questionários de revisão; (d) debates e seminários; (e) exercícios
em sala de aula e (f) redação de textos, (g) análise de artigos. CONGRESSOS, INGLÊS, MONITORIAS,
AULAS PRÁTICAS (VISITA TÉCNICA OU EXPERIMENTOS, MINI-CURSOS, PESQUISA, EXTENSÃO, PIBIC,
INICIAÇÃO CIENTÍFICA, REVISTA ELETRÔNICA, TCC NA BASE DE MESTRADO, ETC)

• Recursos pedagógicos: (a) equipamentos para aula expositiva (quadro-negro); (b) equipamentos para
comunicação pela Internet; (c) reprodução em papel de exercícios, roteiros e documentos de domínio
público e (d) equipamentos para reprodução de vídeo/dvd.
• Critérios de avaliação de rendimento acadêmico

• Critérios de avaliação do rendimento acadêmico: (a) observação em sala de aula; (b)


exercícios aplicados e (c) consultas, críticas e sugestões.

• Critérios para aferição da menção final:


Avaliação Peso
1ª Avaliação (Verificação) 33,3%

2ª Avaliação (Teste escrito) 33,3%

3ª Avaliação (Seminário) 33,3%

Prova final -
• CONTEÚDO

1. Conceitos da Tensão e Deformação;

2. Elasticidade: módulos e deformação elásticos;

3. Mecanismo de Deformação Plástica;

4. Mecanismo da Deformação Altamente Elástica (borrachosa);

5. Mecanismos de Fratura, Fadiga e Fluência;


• CONTEÚDO

6. Viscosidade e Mecanismos de Escoamento;

7. Fenômenos Não-Newtonianos;

8. Viscoelasticidade;

9. Técnicas de Medidas de Propriedades Mecânicas e Reológicas;

10. Reologia e Processamento


BIBLIOGRAFIA

• Bibliografia básica (indicação):

• SCHRAMM, G., Reologia e Reometria, Artliber, São Paulo, 2006.

• BRETAS, R. e. S. & D’AVILA, M.A., Reologia de polímeros fundidos, EDUFSCar, São Carlos,
2000.

• MACHADO, J. C. V., Reologia e escoamento de fluidos, Interciência, Rio de Janeiro, 2002.


• Bibliografia complementar:

• BRYDSON, J.A., Flow properties of polymer melts, 2. ed. London: George Godwin Limi,
1891.

• NAVARRO, R. F., Fundamentos de Reologia de Polímeros, EDUCS, Caxias do Sul, 1997.

• BIRD, R.B.et al, Dynamics of polymeric liquids, Vol. 1, Wiley, New York, 1977.

• POWELL, P. C., Engineering with polmers, Chapman & Hall, London, 1983.
• Bibliografia complementar:

• MORRISON, F.A., Understanding rheology, New York: Oxford University Press, 2001.

• CALLISTER JR, W.D. Ciência e Engenharia de Materiais: Uma Introdução. 7 ed. LTC, 2008.

• GERE, J.M. e GOODNO, B. J. Mecânica dos Materiais. 7 ed. CENGAGE Learning, 2010.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ - UFPI
CAMPUS MINISTRO PETRÔNIO PORTELA -
TERESINA CENTRO DE TECNOLOGIA – CT

Deformação dos materiais de engenharia


(metálicos, cerâmicos, poliméricos e compósitos).
Comportamento elástico e anelásticas dos sólidos
(escala macroscópica e microscópica) dos
materiais. Critérios de escoamento, anisotropia das
propriedades elásticas.

Prof: Edivaldo Feitosa


edivaldofpf@gmail.com
OBJETIVOS
 Compreender os diferentes tipos deformações dos materiais
de Engenharia (metálicos, cerâmicos, poliméricos e
compósitos);

 Identificar a classificação dos materiais de Engenharia

 Saber como funciona o comportamento elástico e


anelásticas dos sólidos (escala macroscópica e
microscópica) dos materiais e suas principais
características;

 Identificar os critérios de escoamento;

 Apresentar a anisotropia das propriedades elásticas


SUMÁRIO

 Conceito Tensão e Deformação

 Diagrama Tensão Deformação

 Diferença entre os tipos de deformação (elástica/ anelástica)


– Como os sólidos se comportam?

 Critérios de Escoamento

 Deformação Anelástica

 Deformação dos materiais de Engenharia (metálicos,


cerâmicos, poliméricos e compósitos)

 Anisotropia das propriedades elásticas


SUMÁRIO

 Deformação Anelástica

 Deformação dos materiais de Engenharia (metálicos,


cerâmicos, poliméricos e compósitos)

 Anisotropia das propriedades elásticas

 Revisão
INTRODUÇÃO - CONCEITOS

O comportamento mecânico de um material reflete a sua resposta


(ou DEFORMAÇÃO) a uma carga (ou TENSÃO) que esteja sendo
aplicada sobre um corpo fabricado deste material.

 Tensão (stress) – é uma medida da intensidade de forças internas


atuando dentro de um corpo deformável consequente de forças
externas causando uma deformação relativa deste corpo. Assim,
mede a força média por unidade de área e, portanto, a sua dimensão
é aquela da pressão.

F Onde: σ = Tensão mecânica


σ (Pa) F = Força
A A = Área
Pa =
 Deformação (deformation) – em ciência dos materiais, é a
mudança na forma, ou dimensão, de um corpo devido a uma força
aplicada ou mudança de temperatura.

• As DEFORMAÇÕES ELÁSTICAS não são permanentes, isto


é, são deformações que desaparecem quando a tensão
aplicada é retirada. Dito de outra forma, as deformações
elásticas são reversíveis, sendo resultado da ação de forças
conservativas.

• As DEFORMAÇÕES PLÁSTICAS são permanentes, isto é,


permanecem após a tensão aplicada ser retirada. Deformações
plásticas são irreversíveis, sendo acompanhadas por
deslocamentos atômicos permanentes ou deslizamentos das
cadeias, quando uma força é aplicada a um polímero não-
reticulado.
 Extensão, alongamento, deslocamento (strain) – É uma medida
normalizada da deformação, representando o deslocamento entre
partes de um corpo em relação a um comprimento de referência

l - l0 l (adimensional)
ε 
l0

l0
Onde: ԑ = deformação de tração (alongamento)
l = Comprimento final
l0 = Comprimento inicial
TIPOS DE TENSÕES
Tração Compressão Torçã
A0
Fn
A1 Fn A A
0 1 o
T

r
l0 l l0 l
T

Fn Fn

Cisalhamento Flexão
A Ft Fn

Ft
DIAGRAMA TENSÃO - DEFORMAÇÃO

 (MPa) Curva Tensão () x Deformação ()


LR
f

LE
Deformação plástica Deformação plástica
uniforme não uniforme

=E

Região
elástica
Região plástica 
Deformação plástica total

LR = Tensão limite de resistência (TS - tensile strength)


LE = Tensão limite de escoamento (YS - yield strength)
E = Módulo de elasticidade
DIAGRAMA TENSÃO - DEFORMAÇÃO
COMPORTAMENTO ELÁSTICO
E – Módulo de Elasticidade ou
Lei de Hooke σEx
Módulo de Young
ε

LRT Descarregamento

TENSÃO ()
LE . E
Inclinação = Módulo

.
TENSÃO ()

de Elasticidade (E)
LP P

Carregamento

DEFORMAÇÃO ()
0,2% u T
Perfil da curva de materiais
DEFORMAÇÃO () frágeis (Ex: cerâmicas)

O ponto P corresponde ao LIMITE DE PROPORCIONALIDADE (LP); a deformação a partir do ponto P


é plástica, e antes do ponto P é elástica
• Em uma escala atômica, a DEFORMAÇÃO ELÁSTICA
macroscópica é manifestada como pequenas alterações no
espaçamento interatômico e na extensão de ligações
interatômicas.

• Para a maioria dos materiais metálicos, as deformações


elásticas ocorrem até deformações de ~0,5%

• Quando as deformações ultrapassam o limite de


proporcionalidade, a relação entre a tensão e a deformação
deixa de ser linear (lei de Hooke), produzindo-se deformação
permanente, a chamada DEFORMAÇÃO PLÁSTICA.
Comportamento Plástico (Região I)

LRT
σ  k εn
k – Constante
LE . E
n – índice de
TENSÃO ()
LP .P encruamento
Encruamento é o aumento na dureza e na
resistência mecânica de um metal dúctil à
medida em que ele passa por uma
deformação plástica em temperatura abaixo
u T de sua temperatura de recristalização.
0,2%
DEFORMAÇÃO ()

•O ponto M corresponde ao LIMITE DE RESISTÊNCIA A TRAÇÃO (LRT), que é a


tensão máxima atingida durante o ensaio.
•A deformação (u) no ponto M corresponde ao máximo valor de  com
alongamento uniforme. Deformações maiores que u ocorrem com estricção
(empescoçamento).
Comportamento Plástico (Região II)

LRT

LE . E

TENSÃO ()
LP P

0,2% u T
DEFORMAÇÃO ()

•A fratura ocorre no ponto F. A deformação (T) na fratura


corresponde ao alongamento total
TRANSIÇÃO ELÁSTICO - PLÁSTICO
Limite de Escoamento (LE) Elástico Plástico

LRT

LE . E

.
TENSÃO ()

TENSÃO ()
LP P

0,2% u T DEFORMAÇÃO ()


DEFORMAÇÃO () 0,002

• Na prática, muitas vezes, é difícil definir a posição do ponto P com


precisão. Como conseqüência, geralmente se define uma TENSÃO LIMITE
DE ESCOAMENTO (LE) como sendo a tensão necessária para se produzir
uma pequena quantidade de deformação plástica. Para os metais, o
ponto E corresponde a uma deformação de engenharia  = 0,002 = 0,2%.
DEFORMAÇÃO ANELÁSTICA

- Componente da deformação elástica


- Dependente do tempo
- Devido a processos microscópicos e atomísticos
- METAL – Componente anelástica pequena
- MATERIAIS POLIMÉRICOS – Magnitude significativa
( comportamento viscoelástico)
Classificação – Materiais

Materiais

• Metálicos
• Cerâmicos
• Poliméricos
• Compósitos
Materiais Metálicos

Características Gerais
• Possuem brilho
• Boa condutividade térmica e
elétrica
• Boa maleabilidade
• Ponto de fusão médio
• Dureza média
• Boa tenacidade
• Em geral, resistência à
corrosão é ruim
• Em geral, densidade alta
Materiais Metálicos
Tipos Exemplos

• Metais Ferrosos • Aço, Ferro fundido


• Metais leves • Alumínio, Titânio, Berílio
• Metais de baixo ponto de • Chumbo, Estanho, Zinco
fusão
• Ouro, Prata, Platina
• Metais nobres
• Tungstênio, Molibdênio
• Metais refratários
• Cobre, Latão, Bronze, Níquel
• Metais resistêntes à corrosão
MATERIAIS METÁLICOS

Curva Tensão Deformação


Ruptura – superfícies de fratura

A – Fratura dútil – metais macios tais como Au, Cu, polímeros e vidros a alta
temperatura
B – Fratura moderadamente dútil – a maior parte dos metais
C – Fratura frágil
FRATURA DÚCTIL
E ASPECTO MICROSCÓPICO
FRATURA FRÁGIL
ASPECTO MACROSCÓPICO
Material frágil submetido ao ensaio de tração

A fratura frágil ocorre com a formação e propagação de uma trinca


que ocorre a uma direção perpendicular à aplicação da tensão
FRATURA FRÁGIL
ASPECTO MACROSCÓPICO
Início da fratura por formação de trinca
Materiais Cerâmicos

Características Gerais
ALUMINA • Em geral opacos mas podem
ser transparentes
• Bons isolantes térmicos e
elétricos
• Frágeis
• Dureza elevada
• Ponto de fusão elevado
• Maleabilidade ruim
• Boa resistência à corrosão
• Densidade média
Materiais Cerâmicos
Tipos Exemplos

• Cerâmica Tradicional • Tijolo, azulejo, porcelana,


vidro
• Cerâmica Avançada
• Diamante, óxido de zircônio,
• Revestimento Cerâmico óxido de alumínio, Carboneto
de silício
• DLC, Nitretos de ferro,
boretos de ferro etc..
Materiais Cerâmicos e Vidros
Comparação de propriedades com os materiais metálicos

-São mais duros e resistentes ao desgaste

-São materiais, que quando isentos de defeitos, apresentam altos valores de σf

-Em lâminas de corte requerem afiamento depois de tempos em serviço 1 a duas


ordens de grandeza superiores aos metais.
-São mais resistentes a temperaturas elevadas sofrendo de menores problemas de
fluência.
-As temperaturas máximas de serviço são consideravelmente mais elevadas: Zircônia
– 2077 ºC, Alumina – 1949 ºC, Carbeto de silício – 1649 ºC.
-Não se deformam plasticamente e tem baixa tenacidade a fratura

-Em geral, são isolantes térmicos e elétricos.


Materiais Cerâmicos e Vidros
Curvas de ensaios de tração

f
latão
f

Ductilidade inferior
a 0.1%
Ductilidade de
35% f

f = Tensão na ruptura antes de ser atingida a


tensão máxima
Materiais Poliméricos
Características Gerais
• Em geral opacos mas podem
ser transparentes
• Bons isolantes térmicos e
elétricos
• Boa plasticidade e
elasticidade
• Baixa dureza
• Baixo ponto de fusão
• Resistência à corrosão média
• Baixa densidade
Materiais Poliméricos
Tipos Exemplos

• Naturais • Latex, pele, DNA, glicose,


celulose, madeira, unha,
• Sintéticos chifre, cabelo
• Acrílico, isopor, PVC,
Policarbonato, Náilon
POLÍMERO

CARACTERÍSTICAS MECÂNICAS E TERMOMECÂNICAS

Comportamento Tensão x Deformação


São encontrados 3 tipos de comportamento tensão x deformação:

- Polímero frágil: sofre fratura enquanto se deforma


elasticamente.
- Polímero plástico: a deformação inicial é elástica,
seguida de escoamento e por uma região de
deformação plástica (semelhante aos metais).
- Polímero elástico: deformação totalmente
elástica; essa elasticidade, típica da borracha,
grandes deformações recuperáveis são produzidas,
mesmo sob pequenos níveis de tensão
(apresentada pelos elastômeros)
Materiais Compósitos
Características Gerais

• São materiais produzidos de


modo a se obter uma
otimização de propriedades
• Tem-se propriedades que não
se consegue num único
material, ou que seja
economicamente mais
vantajoso
Materiais Compósitos
Tipos Exemplos

• Mesma classe • Folha de flandres, aços


galvanizados
• Classes distintas
• Pneu, embalagem tetrapak,
fibra de carbono, fibra de
vidro, fio condutor de
eletricidade com isolante
EXEMPLO DE FRATURA SOB TRAÇÃO EM MATERIAIS
COMPÓSITOS
Ex: Liga de alumínio reforçada com partículas de SiC e Al2O3

Fratura: dúctil+frágil

A fratura da partícula se dá por clivagem, ou seja, ocorre ao longo


de planos cristalográficos específicos
ANISOTROPIA
- Propriedades físicas (monocristais) de algumas substâncias
dependem da direção cristalográfica na qual as medições são
feitas.
- Podem assumir diferentes valores nas direções [100] e [111] –
Módulo de elasticidade, condutividade elétrica e o índice de
refração
Tabela 1 Valores do Módulo de Elasticidade para Vários Metais em Várias Orientações Cristalográficas
ANISOTROPIA
- Está associada à variação do espaçamento atômico ou iônico
em função da direção cristalográfica.
- Isotrópicas – Substâncias onde as propriedades medidas são
independentes da direção de medição.
- Extensão e magnitude dos efeitos da anisotropia nos materiais
cristalinos – função da simetria da estrutura cristalina.
- Grau da anisotropia inversamente proporcional a diminuição da
simetria estrutural.
- Muitos materiais policristalinos, as orientações cristalográficas
dos grãos individuais são totalmente aleatórias.
ANISOTROPIA

- Então, o valor medido de uma propriedade


representa a média dos valores direcionais
- Textura – Grãos em materiais policristalinos
possuem orientação cristalográfica preferencial.
- Propriedades magnéticas de algumas ligas de ferro
usadas em núcleos transformadores são
isoentrópicas.
QUESTÃO PARA EXERCITAR
REVISÃO
• 3 Tipos de deformação – elástica, plastica e anelástica
• Tipos de tensões: tração, compressão, torção, cisalhamento e flexão
• Diagrama Tensão – Deformação
• Classificação dos materiais – metálicos, cerâmicos, poliméricos, compósitos
• Curva tensão – deformação de cada um dos materiais
• Anisotropia
ATÉ A PRÓXIMA AULA.....

OBRIGADO!!!

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