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 O ensaio de tração pode ser usado para

avaliar diversas propriedades mecânicas dos


materiais que são importantes em projetos.

 Um ensaio de tração leva vários minutos


para ser realizado e é um ensaio destrutivo,
ou seja, a amostra é deformada até a
ruptura.
 A tensão de engenharia é definida pela
relação:

σ= F (MPa = 106 N/m2)


A0
 F = carga instantânea aplicada em uma
direção perpendicular à área do corpo-de-
prova.
 A0 = área da seção reta original antes da
aplicação de qualquer carga.
 A deformação de engenharia é definida de
acordo com a expressão:

ε = lf – l0 = ∆l (m/m; mm/mm; %)
l0 l0

 l0 = comprimento original (inicial) antes de qualquer carga ser aplicada.

 li = comprimento final ou instantâneo.

 ∆l = alongamento ou variação no comprimento a um dado instante, em


referência ao comprimento original.
 Para a maioria dos metais que são
submetidos a uma tensão de tração em
níveis relativamente baixos, a tensão e a
deformação são proporcionais entre si, de
acordo com a relação:
σ=Eε (LEI DE HOOKE)
 E = constante de proporcionalidade,
módulo de elasticidade ou módulo de
Young (GPa = 109 N/m2 = 103 MPa).
Módulo de Elasticidade:
- Metais:
 Entre 45 GPa (magnésio) e 407 GPa (tungstênio).

- Cerâmicos:
 Entre 70 e 500 GPa.

- Polímeros:
 Entre 0,007 e 4 GPa.
 Deformação elástica:
 processo de deformação no
qual a tensão e a deformação DESCARGA

são proporcionais.
T
 A inclinação desse segmento E
COEFICIENTE ANGULAR =
linear corresponde ao
N MÓDULO DE
S ELASTICIDADE
módulo de elasticidade E. Ã
O

 Esse módulo corresponde à


rigidez do material, ou seja,
à resistência do material à
CARGA

deformação elástica.

DEFORMAÇÃO
 Quanto maior o módulo
de elasticidade, mais DESCARGA

rígido será o material.


T

A deformação elástica
E COEFICIENTE ANGULAR =
 N MÓDULO DE
ELASTICIDADE
não é permanente,
S
Ã

quando a carga
O

aplicada é liberada, a
peça retorna à sua CARGA

forma original.
DEFORMAÇÃO
• Em escala atômica, a deformação elástica
macroscópica é manifestada na forma de
pequenas alterações no espaçamento
interatômico e na extensão das ligações
interatômicas.

• Como consequência, a magnitude do


módulo de elasticidade representa uma
medida da resistência à separação exibida
por átomos/íons/moléculas adjacentes, ou
seja, as forças de ligação interatômicas.
 As diferenças nos valores para os módulos
de elasticidade de metais, cerâmicos e
polímeros são uma consequência direta dos
diferentes tipos de ligações atômicas
existentes nesses três tipos de materiais.

 O módulo de elasticidade tende a diminuir


com o aumento da temperatura.
EXERCÍCIO 1:

 1) Um pedaço de cobre originalmente com


305 mm de comprimento é puxado em
tração com uma tensão de 276 MPa. O
módulo de elasticidade do cobre é de 110
GPa. Se a sua deformação é inteiramente
elástica, qual será o alongamento
resultante?
 σ = E ε (regime elástico)
 ε = li – l0 = ∆l

l0 l0
 σ = E ∆l

l0
 ∆l = σ l0 = (276 MPa) (305mm) = 0,77 mm

E 110 x 103 MPa


EXERCÍCIO 2:

 2) Um pedaço de metal desconhecido


sofreu uma deformação de 18 %. Sabemos
que a sua variação no comprimento é de
2,9mm.Qual era o comprimento inicial
deste corpo de prova?
EXERCÍCIO 3:

 3) O corpo de prova abaixo é submetido a


um ensaio de tração. Calcule a tensão.

90.450 N

270 mm
 Existem alguns materiais (ferro fundido
cinzento, concreto e muitos polímeros) para
os quais essa porção elástica da curva
tensão-deformação não é linear.
 Sendo assim, não é possível determinar o

módulo de elasticidade através da Lei de


Hooke.
 Para esse comportamento não-linear,
utiliza-se normalmente um módulo
tangencial ou um módulo secante.
MÓDULO TANGENCIAL (EM σ2)

T
E
N
S
Ã
O

MÓDULO SECANTE (ENTRE A


ORIGEM E σ1)

DEFORMAÇÃO
 O módulo tangencial é tomado como sendo
a inclinação (coeficiente angular) da curva
tensão-deformação em um nível de tensão
específico.

 O módulo secante representa a inclinação


(coeficiente angular) de uma secante tirada
desde a origem até algum ponto específico
sobre a curva.
 Quando uma tensão de tração é imposta
sobre o material, um alongamento elástico
e a sua deformação correspondente εz
resultam na direção da tensão aplicada.

 A partir desse alongamento, contrações nas


direções x e y aparecem perpendicular à
tensão que é aplicada, de onde determina-
se as deformações compressivas εx e εy.
 Se a tensão aplicada for uniaxial (direção z)
e o material for isotrópico, então εx = εy.

 O coeficiente de Poisson, representado por


ν, é definido como sendo a razão entre as
deformações lateral e axial:

ν = - εx = - εy
εz εz
 O sinal negativo na equação serve para que
o coeficiente de Poisson seja sempre
positivo, uma vez que εx e εz terão sempre
sinais opostos.
 Teoricamente, o coeficiente de Poisson para

materiais isotrópicos deve ser de 1/4.


 O valor máximo para ν (ou aquele valor
para o qual não existe qualquer alteração
líquida de volume) é de 0,50.
 Para materiais isotrópicos, os módulos de
cisalhamento e de elasticidade estão
relacionados entre si com o coeficiente de
Poisson através da expressão:

E = 2G(1+ ν)

 Para a maioria dos metais, G equivale a


aproximadamente 0,4E.
• 2) Uma tensão de tração deve ser aplicada ao
longo do eixo do comprimento de um bastão
cilíndrico de latão com diâmetro de 10 mm. O
coeficiente de Poisson é de 0,34 para o latão e
o módulo de elasticidade é de 97 GPa.
Determinar a magnitude da carga necessária
para produzir uma alteração de 2,5 x 10-3 mm
no diâmetro do bastão se a deformação for
puramente elástica.
εz = li – l0 = ∆l
l0 l0
εx = di – d0 = ∆d
d0 d0
• εx = di – d0 = ∆d = 2,5 x 10-3 mm = -2,5 x 10-4
• d0 d0 10mm
• ν = - εx → εz = - εx = -(-2,5 x 10-4) =7,35 x 10-4
• εz ν 0,34
• σ = E εz = (97 x 103 MPa) (7,35 x 10-4) = 71,3 Mpa

• σ = F → F = σ A0 = σ (d0/2)2π
• A0

• F = (71,3 x 106 N/m2)(10 x 10-3m / 2)2 π =5600 N


 Para a maioria dos materiais metálicos, o
regime de deformação elástica persiste até
deformações de aproximadamente 0,005.
 De uma perspectiva atômica, a deformação
plástica corresponde à quebra de ligações
com os átomos vizinhos originais e em
seguida formação de novas ligações com
novos átomos vizinhos.
 A deformação permanente em metais
ocorre por meio do escorregamento, que
envolve o movimento de discordâncias.
LIMITE DE ESCOAMENTO
SUPERIOR

T T
E E
N LIMITE DE ESCOAMENTO
N INFERIOR
S S
à Ã
O O

DEFORMAÇÃO DEFORMAÇÃO
 Limite de proporcionalidade: ponto de
escoamento onde ocorre o afastamento
inicial da linearidade na curva tensão-
deformação (ponto P).

 Tensão limite de escoamento (σ1 OU σY ):


uma linha paralela à porção elástica é
construída a partir de uma pré-deformação
específica, geralmente de 0,002.
 Para materiais que possuem a região
elástica não-linear (ferro fundido cinzento,
concreto), não é possível obter a tensão de
escoamento a partir de uma pré-
deformação.

 Sendo assim, a tensão limite de escoamento


é definida como a tensão necessária para
produzir uma determinada quantidade de
deformação (por exemplo, ε = 0,005).
 Fenômeno do pico de escoamento
descontínuo: alguns materiais possuem a
transição elastoplástica bem definida, que
ocorre de uma forma abrupta.
 Limite de escoamento superior: a deformação
plástica tem seu início com uma diminuição
real da deformação.
 Limite de escoamento inferior: a deformação
que se segue flutua ligeiramente em torno de
algum valor de tensão constante.
 Tensão limite de escoamento: tensão média
associada ao limite de escoamento inferior.
 Limite de resistência à tração (LRT): é a
tensão no ponto máximo da curva tensão-
deformação de engenharia.
 O LRT corresponde à tensão máxima que

pode ser suportada por uma estrutura que


se encontra sob tração.
 Resistência à fratura: corresponde à tensão

aplicada no momento em que ocorre a


fratura.
LRT

T
E
N
S
Ã
O

DEFORMAÇÃO
 Quando a resistência de um metal é citada
para fins de projeto, a tensão limite de
escoamento é o parâmetro utilizado.
 3) A partir do comportamento tensão-
deformação em tração para um corpo-de-
prova de latão mostrado na figura, determinar
o seguinte:
 a) O módulo de elasticidade
 b) A tensão limite de escoamento a um nível de pré-
deformação de 0,002.
 c) A carga máxima que pode ser suportada por um
corpo-de-prova cilíndrico com um diâmetro original de
12,8 mm.
 d) A variação no comprimento de um corpo-de-prova
que tinha originalmente 250mm de comprimento e que
foi submetido a uma tensão de tração de 345 MPa.
 a) O módulo de elasticidade:

 σ=Eε
 E = ∆σ / ∆ε
 E = (σ2 – σ1) / (ε2 – ε1)
 E = (150 – 0) / (0,0016 – 0)
 E = 93.780 MPa = 93,8 GPa
 b) A tensão limite de escoamento a um nível
de pré-deformação de 0,002.

 Interseção da linha que passa pela pré-


deformação de 0,002 com a curva tensão-
deformação.

 Tensão limite de escoamento = 250 MPa.


 c) A carga máxima que pode ser suportada
por um corpo-de-prova cilíndrico com um
diâmetro original de 12,8 mm.
 σ = F
 A0
 F = σ A0 = σ (d0/2)2π
 F = (450 x 106 N/m2) (12,8 x 10-3 m /2)2π

 F = 57900 N
 d) A variação no comprimento de um
corpo-de-prova que tinha originalmente
250mm de comprimento e que foi
submetido a uma tensão de tração de 345
MPa.
 Ponto A da curva: deformação = 0,06
 ε = ∆l
 l0
 ∆l = ε l0
 ∆l = (0,06) (250mm) = 15 mm
 Ductilidade: representa uma medida do
grau de deformação plástica que foi
suportado até o momento da fratura.

 Um material que experimenta um pequena


ou nenhuma deformação plástica até o
momento da fratura é chamado de frágil.
FRÁGIL
DÚCTIL

T
E
N
S
Ã
O

DEFORMAÇÃO
A ductilidade pode ser expressa quantitativamente
como:
 - Alongamento percentual

AL% = (lf – l0 ) x 100


l0
 - Redução percentual da área (coeficiente
percentual da fratura)

RA% = (A0 – Af ) x 100


A0
 Importância da ductilidade:
 - Fornece uma indicação ao projetista do
grau segundo o qual uma estrutura irá se
deformar de maneira plástica antes de
sofrer uma fratura.
 - Especifica o grau de deformação
permissível durante as operações de
fabricação.
 Os materias frágeis geralmente possuem
uma deformação de fratura inferior a
aproximadamente 5%.
 Resiliência: é a capacidade de um material
de absorver energia quando ele é
deformado elasticamente e depois, com a
remoção da carga, recuperar essa energia.
 Propriedade associada: módulo de
resiliência Ur: representa a energia de
deformação por unidade de volume exigida
para tensionar um material desde um
estado com ausência de carga até a sua
tensão limite de escoamento.
 Módulo de resiliência: área
sob a curva tensão-
deformação de engenharia
até o escoamento:
T
 E
N
Ur = ½ σy εy (J/m3, Pa) S
Ã
O

Ur = ½ σy (σy /E) = σy2 /2E

DEFORM
AÇÃO
 Tenacidade: termo mecânico usado em
vários contextos, representa uma medida
da habilidade de um material para absorver
energia até sua fratura.
 É representada pela área sob a curva

tensão-deformação até o ponto da fratura.


 Sua unidade é a mesma de resiliência

(energia por unidade de volume do


material).
FRÁGIL
DÚCTIL

T
E
N
S
Ã
O

DEFORMAÇÃO
T DESCARREGAMENTO

E
N
S
Ã
O

REAPLICAÇÃO
DA CARGA

DEFORMAÇÃO

RECUPERAÇÃO DA
DEFORMAÇÃO ELÁSTICA
 σV = F
 Ai
 σV = tensão verdadeira
 Ai = área da seção instantânea
 εV = ln li/l0
 Se não ocorre alteração de volume durante
a deformação (Ai li = A0 l0) até o surgimento
do pescoço:
 σV = σ (1+ ε)
 εV = ln (1+ ε)

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