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INSTITUTO LUTERANO DE ENSINO SUPERIOR DE ITUMBIARA


CURSO DE BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL

MATEUS HENRIQUE BORGES RODRIGUES

INFLUÊNCIA DE ADITIVOS PLASTIFICANTES NA RESISTÊNCIA DO


CONCRETO EM SUAS PRIMEIRAS IDADES

Itumbiara
2022/2
1

MATEUS HENRIQUE BORGES RODRIGUES

INFLUÊNCIA DE ADITIVOS PLASTIFICANTES NA RESISTÊNCIA DO


CONCRETO EM SUAS PRIMEIRAS IDADES

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao


curso de Bacharelado em Engenharia Civil, do
ILES/ULBRA - Instituto Luterano de Ensino de
Itumbiara - GO, como requisito parcial para
obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil.

Orientadora: Igor Abdalla Guimarães Santos

Itumbiara
2022/2
2

LISTA DE ILUSTRAÇÕES
OU
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
OU
LISTA DE SÍMBOLOS

Figura 1 – Xxxxxxxx .....................................................................................................


3

LISTA DE TABELA

Tabela 1 – Xvyxyxyxyxyyxyxy .............................................................................................


4

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO................................................................................................................. 5
2. REFERENCIAL TEÓRICO............................................................................................ 8
2.1 Componentes do concerto............................................................................................... 8
2.1.1 Cimento Portland........................................................................................................... 8
2.1.2 Agregados...................................................................................................................... 10
2.1.3 Relação água/cimento (a/c) ........................................................................................... 11
2.1.4 Aditivos.......................................................................................................................... 11
2.2 Propriedades do concreto fresco.................................................................................... 13
2.2.1 Consistência e trabalhabilidade do concreto.................................................................. 13
2.2.2 Coesão, segregação e exsudação.................................................................................... 13
2.3 Propriedades do concreto endurecido .......................................................................... 14
2.3.1 Resistência mecânica..................................................................................................... 15
2.3.2 Durabilidade................................................................................................................... 15
2.3.3 Dosagem do concreto..................................................................................................... 16
REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 17
ANEXO OU APÊNDICE..................................................................................................... X
5

1. INTRODUÇÃO

Há muitos primórdios a construção civil sempre fez parte da constituição de


diversas civilizações, uma prova disso são as Pirâmides do Egito, que até hoje sua construção
são um dos mistérios da humanidade, pois os materiais eram, de certo modo, rudimentares
compostas por terra, blocos de pedras e rochas.
Com o passar de gerações os materiais e métodos construtivos foram se
modificando, devido a novas descobertas como a adição de areia, pedra fragmentada e água
ao calcário, constituindo assim o primeiro concreto da história feito pelos povos gregos e
romanos (NEVILLE, 2016). O conhecimento evoluiu e foi descoberto que a argila com o
calcário, ao serem misturadas em uma temperatura muito elevada, se comportavam com
propriedades aglomerantes, surgindo assim o cimento Portland.
Na atualidade, é mais do que comum empreendimentos feitos à base de concreto,
pois sua composição é simples, sendo aglomerante, agregados graúdos e miúdos, e água, uma
vez que apresentam um custo rentável para sua produção, têm boa trabalhabilidade, e
possuem características mecânicas como resistência a compressão.
Por ser um material que permite uma incorporação de elementos em sua massa,
várias empresas, atrelada com o desenvolvimento tecnológico, para um melhoramento do
desempenho do concreto, acabam colocando na composição do mesmo alguns aditivos como,
por exemplo: aditivos plastificantes, retardadores de pega, para aumentar a fluidez, entre
outros.
Como o concreto, para uma boa trabalhabilidade e um ganho de resistência,
depende essencialmente da relação entre água e cimento (a/c), fica a seguinte indagação: será
que o uso de aditivos, além de dar uma “facilidade” de trabalhar com o concreto, dará uma
melhor característica mecânica ao concreto?
“Aditivos são produtos que, adicionados ao concreto e argamassas de cimento
Portland ou aglomerantes compatíveis, facilitam a sua utilização, modificam e/ou melhoram
algumas de suas propriedades, apropriando as determinadas condições.” (BENETTI, 2007,
p.22).
Tendo em vista a presente problemática e o fundamentado na definição discorrida
a melhor hipótese é que a utilização de aditivos é feita para dar ao concreto uma melhor
trabalhabilidade sem optar pela adição de água, e para que ele consiga uma boa utilização e
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melhorias relevantes em suas propriedades, como o ganho resistência aceitável em suas


primeiras idades.

A partir do problema apresentado o objetivo geral do projeto é: Comparar o


comportamento de corpos de prova de concreto, alguns destes corpos de prova terão, em sua
composição, a adição de um elemento plastificante, enquanto os demais não apresentarão esta
adição, para verificar sua resistência mecânica à compressão em suas primeiras idades.

Os objetivos específicos levantados são:

● Fazer um traço de concreto simples, caracterizando seus componentes e


dispondo-os em nove corpos de prova, e fazer um traço de concreto com aditivo plastificante
(AINDA NÃO ESCOLHIDO), moldados também em nove corpos de prova;
● Realizar o teste de Slumptest seguindo a norma NBR NM 67:1998 para cada
corpo de prova;
● Desenvolver o ensaio de compressão seguindo NBR 5739:2007 com
rompimento em 3,7 e 28 dias, após feito o concreto.

Levando em consideração que a engenharia civil enfrenta vários problemas por


curtos espaços de tempo para realizar alguns afazeres, a utilização de aditivos agrega
vantagens no tempo, na economia e físicas em estruturas de obras de concreto (NEVILLE,
2016). Além de aumentar a concorrência entre empresas que trabalham com a produção de
concreto e uma melhora na eficácia e segurança desse material. (BENETTI, 2007).
De acordo com as citações, a importância deste trabalho está vinculada além de
verificar o comportamento do concreto quanto o uso de aditivos, é também auxiliar na tomada
de decisões essenciais para a incorporação dessas adições na base do concreto para obter uma
qualidade melhor do produto executado, um ganho de tempo pela facilidade de trabalho que o
concreto irá alcançar e menos fissuras por retração que o mesmo terá.
A junção de cimento, agregados graúdos e miúdos por meio de água devem
apresentar propriedades pré-fixadas em projeto, tais como: atender ações dependente do
tempo, variações climáticas, solicitações mecânicas, além de ser transportada e aplicada sem
que haja separação de agregados. Já os aditivos apresentam propriedades complementares à
mistura do concreto, algumas são: melhor trabalhabilidade na mistura fresca, aumento de
resistência e vida útil, redução de permeabilidade. (ALVES, 2002, p.11).
A partir da menção anterior, vale ressaltar que o aditivo tem por objetivo
complementar as características pré-definidas pelo concreto, sendo assim o concreto precisa
7

ser bem executado, utilizando métodos e materiais corretos para que a pesquisa atinja
resultados satisfatórios. E também possa mostrar o aditivo como uma solução para ganhar
tempo, e condições de trabalho aprimoradas com a mistura de concreto.
8

2. REFERENCIAL TEÓRICO

Com a evolução da humanidade, fica evidente que o uso do concreto tem


relevância no progresso para a melhoria da qualidade de vida, e fica muito difícil imaginar tal
avanço sem o uso deste material. A partir deste desenvolvimento novos métodos foram
implementados para adequar às exigências das edificações atuais garantindo melhor qualidade
do concreto. (ALVES, 2002, p.8).

Com base em Petrucci (1998) o concreto hidráulico é uma mistura entre


aglomerantes com materiais inertes em água. Quando misturados oferecem condições
propicias para trabalho, e ao longo do tempo, a reação pela combinação de aglomerante e
água, adquirem coesão e resistência.

O concreto apresenta um custo baixo de produção, pois os componentes são


adquiridos de forma mais abundante e com um valor baixo de mercado, comparado a outros
materiais. Os componentes, segundo Petrucci (1998), são: cimento, agregado graúdo e miúdo,
água e eventualmente um outro constituinte, o aditivo.

Para obter melhores propriedades no concreto, um estudo individual sobre cada


constituinte é importante, pois a interação entre os constituintes na mistura afeta diretamente
em propriedades mecânicas do concreto, como por exemplo a relação água/cimento na
resistência e volume de água na massa de concreto afetando a consistência do concreto no
estado fresco. (HELENE e TERZIAN, 1992).

2.1 Componentes do Concreto

2.1.1 Cimento Portland

Cimento Portland, como mundialmente o cimento é conhecido, é um pó fino com


características aglomerantes, aglutinantes ou ligantes, que se cristaliza sob ação da água.
Submetido a mistura com outros materiais em água resulta em concretos e/ou argamassas
utilizadas na construção civil. (ABCP, 2002).
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Segundo ABCP (2002) as propriedades do concreto vão depender da qualidade e


quantidade dos insumos que ele compõe, sendo o cimento o mais ativo, do ponto de vista
químico, responsável principal da transformação da mistura dos materiais em um novo
material, denominado concreto. Por isso é de suma importância conhecer suas características,
propriedades e tipos de cimento, para utilizá-lo de forma correta, a fim de obter um melhor
resultado. Os tipos de cimento Portland no Brasil são:

 Cimento Portland comum

Regulamentado a partir da NBR 5732:1991 é o tipo de cimento produzido sem


nenhuma adição além de gesso ou com teores de 1 a 5% de adição. Pode ser classificado
como CP I ou CP I-S.

 Cimento Portland composto


Regido pela NBR 11578:1991 é o cimento que, durante sua fabricação, admite a
adição de um ou mais compostos, sua classificação é de acordo com o elemento que fora
adicionado ao cimento: CP II-E (escória de alto forno); CP II-F (material carbônico); CP II-Z
(material pozolânico).
 Cimento Portland de alto-forno

Gerido pela NBR 5735:1991 é um tipo de cimento composto, porém o teor de


adição de escória granulada de alto-forno está em torno de 35 a 70%, é classificado como CP
III.

 Cimento Portland pozolânico

Condicionado pela NBR 5736:1991 apresenta um cimento Portland composto,


apresentando teores elevados de adição de material pozolânico na faixa entre 15 a 50%, este
tipo de cimento é denominado CP IV.

 Cimento Portland de alta resistência inicial

Seguindo regulamentação da NBR 5733:1991 é um tipo de cimento Portland


comum, porém apresenta particularidades que possibilitam o ganho de resistência elevada em
suas primeiras idades, e seu pó é mais fino. Classificado como CP V-ARI.

 Cimento Portland resistente aos sulfatos

Regulamentada pela NBR 5737:1991 é um tipo de cimento que apresenta


seguintes características: teor de C3A do clínquer menor ou igual a 8% e adições carbonáticas
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menor ou igual a 5%; CP III com teores de adição entre 60 a 70%; CP IV com teores de
adição de material pozolânico entre 25 e 40%; cimentos com resultados de ensaios de longa
duração ou obras que comprovem sua resistência à sulfatos. Classificado pelo tipo de cimento
acrescentando a sigla RS.

 Cimento Portland branco

Regulamentado pela NBR 12989:1993 apresenta um tipo de cimento Portland que


possui coloração branca, obtida através de matéria prima com baixa concentração de óxidos
de Fe e Mn. Apresenta dois subtipos, estruturais ou não estruturais, sendo distinguida a partir
da resistência não apontada no CP branco não estrutural.

 Cimento Portland de baixo calor de hidratação

Segundo NBR 13116:1994 estabelece que este tipo de cimento Portland libera
baixa liberação de calor em sua hidratação, podendo gerar até 300 J/g no final de sete dias.
Classificado pela classe do cimento seguido da sigla BC.

2.1.2 Agregados

Bauer (1994) considera agregado como um material que apresenta tamanhos


variados, e é utilizado em vários ramos da construção civil e na tecnologia do concreto.

O agregado apesar de sua granulometria variada e vasta empregabilidade como


aglomerante, pode ser usado em outros locais, como: material de enchimento de dreno, por
exemplo. (SILVA, 2013).

Para Petrucci (1998) estes materiais apresentam funções importantes no concreto,


além da visão econômica que estes agregados geram, mas pelo lado técnico eles propiciam
propriedades como a retração, resistência à desgastes.

Segundo análises feitas por Bauer (1994) conseguiu classificar os agregados


como:

Quanto a origem: encontrados natureza, os naturais (areia, por exemplo);


industrializados, ou seja, como o próprio nome sugere são aqueles obtidos a partir de
processos industriais
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Quanto o tamanho das partículas:

 Miúdo: grãos de dimensões maiores passam no mínimo 85% pela peneira de


4,75 mm, e ficam retidas na peneira de 150 μm.
 Graúdo: os grãos de maior tamanho passam, no mínimo 85%, na peneira de 75
mm, ficam retidas na peneira de 4,75 mm.

Ambos são regidos pela norma brasileira NBR 7211:2005, quanto a massa
específica, onde agregados leves apresentam massa unitária inferior a 2.000 kg/m³; normais
com massa entre 2.000 e 3.000 kg/m³; já os pesados possuem massa unitária superior a 3.000
kg/m³.

2.1.3 Relação água/cimento (a/c)

O fator água cimento tem influência diretamente na trabalhabilidade, ganho de


resistência e permeabilidade do concreto, além disso, a água utilizada pode conter substâncias
que afetam a qualidade e durabilidade do concreto.

Qualquer água, potável ou reutilizada, pode ser usada no concreto, pequenas


variações de impurezas presentes na água são aceitáveis, para uma maior segurança realizar
amassamento com água que contenha pH entre 6 e 8. (PETRUCCI, 1998).

Neville e Brooks (2013) descrevem que o teor de sódio e potássio presente na


água pode afetar a relação álcali-agregado. Para Bauer (1994) deve-se fazer análise da água, e
observando certos aspectos: pH, odor, o amônio, sulfatos, cloretos, entre outros.

A norma NBR 15900-1:2009 regulamenta que a água demandada para o concreto


deve estar de acordo com parâmetros técnicos e químicos impostos pela norma, não podendo
conter impurezas, ou seja, potável.

2.1.4 Aditivos

Aditivo pode ser entendido como produto químico que são adicionados ao
concreto durante a mistura ou durante uma mistura complementar antes do lançamento, com
12

objetivo de alterar propriedades normais do concreto. Porém não são capazes de fortalecer
uma mistura mal dosada, ou até erros cometidos por conta de mão de obra incapacitada.
(NEVILLE, 2016).

Em vias de fato Petrucci (1998) define aditivo como substâncias adicionadas à


mistura de concreto para adquirir melhores características, e além da melhora mecânica o
aditivo promove uma melhor trabalhabilidade e utilização do concreto.

Os aditivos para concreto de cimento Portland são classificados segundo a norma


NBR 11768:1992, sugue a seguinte classificação:

 Aditivo plastificante (P): aumentam o índice de consistência do concreto,


aumentando a fluidez podem reduzir em até 6% a quantidade de água,
subdividida em aditivo plastificante retardador de pega (PR), acelerador de
pega (PA), ou não podendo possuir atributos secundários, sendo somente
aditivo plastificante normal (PN);
 Aditivo superplastificante tipo I (SPI): tem grande capacidade de reduzir a
água sem influenciar a consistência, amenta consideravelmente a fluidez.
Possui também ramificações: a aceleração de pega (SPI-A), retardador de pega
(SPI-R), ou sem alteração de características (SPI-N);
 Aditivo superplastificante tipo II (SPII): possui características semelhantes ao
SPI, porém este tipo de aditivo apresenta uma maior redução na quantidade de
água. Disponível com funções secundárias (SPII-A ou SPII-R) ou não (SPII-
N);
 Aditivo incorporador de ar (IA): serve para incorporar ar no interior do
concreto fresco;
 Aditivo acelerador de pega (AP): utilizado para diminuir o tempo de início de
pega, indicado para climas mais amenos;
 Aditivo acelerador de resistência (AR): permite que o concreto ganhe
resistência em seus primeiros dias, tendo influência direta ou não no tempo de
pega;
 Aditivo retardador de pega (RP): como próprio nome deduz, este aditivo
aumenta o início da pega;
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 Aditivo Multifuncional: podem ser empregados como plastificantes e redutores


de água, sua dosagem é maior em relação aos plastificantes convencionais, sua
incorporação no concreto fresco aumenta a trabalhabilidade.
2.2 Propriedades do concreto fresco

2.2.1 Consistência e trabalhabilidade do concreto

A fase de concreto fresco é definida a partir da mistura de seus componentes até o


início da pega do cimento Portland, e a mistura de boa qualidade deve apresentar
homogeneidade dos agregados, e garantir transporte, adensamento e lançamento de modo
facilitado, avaliando fatores como consistência e trabalhabilidade.

A trabalhabilidade está diretamente relacionada com o adensamento do concreto,


fluidez e a aplicação. Além da trabalhabilidade, a consistência é outra propriedade a ser
analisada, ela é uma maneira de determinar a resistência a deformação, e pode ser definida
pelo ensaio de abatimento o Slump Test.

Bauer (1994) determina que a trabalhabilidade é o estado de maior ou menor


facilidade de manusear argamassas e concretos frescos, à medida que adensado e lançado
facilmente, sem que haja segregação de componentes. Fator que influencia a trabalhabilidade
são o tempo e a temperatura, pois o tempo causa perda de abatimento, e se a temperatura, o
quão alta estiver, dificulta o trabalho na mistura.

Um parâmetro que pode melhorar o trabalho do concreto é a quantidade de água


no traço, pois com pouca adição proporciona a lubrificação das partículas, aumentando a
fluidez e consequentemente a trabalhabilidade. Outro fator se dá pela dimensão do agregado,
dependendo o tamanho dele necessita de uma quantidade de água na mistura, partículas finas
apresentam maior necessidade de água, existindo assim uma relação de proporcionalidade.
(NEVILLE e BROOKS, 2013).

2.2.2 Coesão, segregação e exsudação


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A coesão para Petrucci (1998) é a capacidade de manter a mistura homogênea,


possui influência expressiva na trabalhabilidade do concreto fresco, tendo relação entre a
quantidade de finos e da proporção granulométrica dos agregados na mistura.

A segregação é entendida como a separação dos componentes da mistura fresca


do concreto. Ocorre principalmente por diferenças granulométricas, onde grãos maiores
tendem a se separar dos menores, e, também por divergências entre as massas especificas dos
materiais utilizados, deixando, assim, uma distribuição desuniforme. (PETRUCCI, 1998).

Segundo Neville e Brooks (2013) quando o concreto fresco tiver uma


movimentação excessiva, como o transporte, deve usar misturas com uma coesão muito
grande, pois estas movimentações agravam a segregação dos materiais, devido a fatores como
vibração do caminhão por conta das condições da estrada ou manobras, de certo modo,
bruscas.

Um método prático para se observar a segregação no canteiro de obras é vibrar


parte do concreto em recipiente, de formato cúbico ou cilíndrico, e observar a segregação dos
componentes.

Exsudação é um evento onde ocorre a segregação da mistura, originando um


excesso de água expelida das porções inferiores, pois a água é o componente mais leve da
mistura (BAUER, 1994). Essa água que se encontra na superfície do concreto fresco pode ser
prejudicial à qualidade final, deixando-o mais poroso e menos resistente, e ainda com a
superfície menos aderente.

Uma maneira de amenizar este fenômeno seria a adição de mais cimento, usar
outra dimensão de agregado miúdo ou então a utilização de aditivos minerais. (HELENE E
TUTIKIAN, 2012).

Existe uma possibilidade de atingir um resultado positivo com este fenômeno,


desde que a relação de água/cimento (a/c) seja consideravelmente diminuída, fazendo com o
que a evaporação da água ocorra de maneira natural.

2.3 Propriedades do concreto endurecido


15

O concreto a partir da pega começa a possuir características de solidificação, esse


processo é constante, e com o passar do tempo, condições climáticas, mecânicas, físico-
química, faz com que o concreto adquira algumas propriedades. Estas propriedades são
obtidas através do processo de cura e devem possuir certa resistência mecânica e rigidez.
(BAUER, 1994).

2.3.1 Resistência mecânica

A resistência mecânica, segundo Neville e Brooks (2013), é a propriedade mais


importante do concreto endurecido, relacionada de maneira direta a procedência da mistura,
porém deve-se atentar a outras condições como, por exemplo, impermeabilidade e
durabilidade.

O concreto possui uma resistência à compressão muito superior do que aos


esforços de tração, cerca de dez vezes mais, todavia ele pode sofrer outros tipos de tensões,
em múltiplas direções ao mesmo tempo. De modo simplificado, o ensaio de compressão
uniaxial consegue determinar a resistência mecânica ao final de 28 dias. (PETRUCCI, 1998).

Para Helene e Terzian (1992) a relação água/cimento, dimensão dos agregados, o


tipo do cimento e a permanência do carregamento na estrutura de concreto, são fatores
essenciais para influenciar na resistência do concreto.

Para o estudo referente a resistência, a porosidade merece posição de destaque,


pois a partir de uma relação a/c água evaporada ocasiona um aumento nos poros do concreto,
consequentemente reduzindo a resistência do mesmo. A porosidade é influenciada por outros
dois fatores, o tamanho máximo do agregado e a idade do concreto.

2.3.2 Durabilidade

A durabilidade do concreto é definida pela NBR 6118:2014, é a capacidade de


uma estrutura resistir a ações do meio em que está inserida. Porém não depende
16

exclusivamente do ambiente, deve levar em conta a execução, materiais usados e atividades


realizadas sobre a mesma estrutura durante sua vida útil.

A durabilidade esta relacionada à sua permeabilidade, pois os vazios no interior


do concreto condicionam a ação de agentes químicos e, além de ocasionar, redução na
resistência mecânica. Em contra partida um concreto com menos poros possui maior módulo
de resistência e posteriormente se torna um elemento mais durável. (NEVILLE e BROOKS,
2013).

2.3.4 Dosagem do concreto

A NBR 12655:2015 estabelece a dosagem como procedimento feio para regular o


volume dos insumos para adquirir as propriedades do concreto, em ambos estados, com maior
custo-benefício. É constantemente confundida com o traço, porém o traço é a relação entre o
volume dos materiais usados para a execução do concreto.

A dosagem do concreto deve ser feita respeitando as especificações técnicas de


todos os componentes e aspectos econômicos, mesmo com a relação inversa entre economia e
qualidade. A escolha de forma correta e coerente dos insumos é de extrema importância, pois
colabora para um concreto mais bem executado, com boa resistência e uma durabilidade
elevado.

O processo de dosagem é uma maneira de adequar o concreto para resistir as


ações nas quais ele será submetido. Este estudo estabelece parâmetros tais quais:
trabalhabilidade, resistência mecânica e durabilidade, que são influenciados pela relação a/c,
granulometria do agregado e tipo de cimento.
17

REFERÊNCIAS

ALVES, José Dáfico. Manual de tecnologia do concreto. 4.ed. rev.atual. Goiania: Ed. Da
UCG, 2002. Disponível em:
<https://www.academia.edu/40220099/MANUAL_DE_TECNOLOGIA_DO_CONCRETO>
Acesso em: 18 set. 2022.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND (ABCP). Guia básico de


utilização do cimento Portland. 7.ed. São Paulo, 2002. 28p. (BT-106). Disponível em:
<https://www.solucoesparacidades.com.br/wp-content/uploads/2012/11/28-Guia-basico-de-
utilizacao-do-cimento-portland.pdf>. Acesso: 17 set. 2022.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR 5732: Cimento


Portland comum. Rio de Janeiro, 1991.

______. NBR 11578: Cimento Portland composto. Rio de Janeiro, 1991.

______. NBR 5735: Cimento Portland de alto forno. Rio de Janeiro, 1991.

______. NBR 5736: Cimento Portland pozolânico. Rio de Janeiro, 1991.

______. NBR 5733: Cimento Portland de alta resistência inicial. Rio de Janeiro, 1991.

______. NBR 5737:Cimento Portland resistente aos sulfatos Rio de Janeiro, 1991.

______. NBR 12989: Cimento Portland branco. Rio de Janeiro, 1993.

______. NBR 13116: Cimento Portland de baixo calor de hidratação. Rio de Janeiro, 1994.

______. NBR 7211: Agregados para concreto - Especificações. Rio de Janeiro, 2005.

______. NBR 15900-1: Água para amassamento do concreto – Parte 1: Requisitos. Rio de
Janeiro, 2009.
18

______. NBR 11768: Aditivos para concreto de cimento Portland. Rio de Janeiro, 2011.

______. NBR 6118: Projeto de estruturas de concreto – Procedimento. Rio de Janeiro, 2014.

______. NBR 12655: Concreto de cimento Portland – Preparo, controle, recebimento e


aceitação – Procedimento. Rio de Janeiro, 2015.

BAUER, Luiz Alfredo Falcão. Materiais de construção. 5.ed. Rio de Janeiro: ABDR
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(Graduação em Engenharia Civil) - Curso de Engenharia Civil, Unijuí - Universidade
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<https://docplayer.com.br/931442-Tracos-de-concreto-convencional-com-incorporacao-de-
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GASPARIN, Leonardo. Avaliação da influência do aditivo plastificante multifuncional


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Acesso em: 17 set. 2022.

SILVA, Ben-Hur de Albuquerque. e. Engenharia civil 1: patologia e dimensionamento do


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TUTIKIAN, Bernardo; HELENE, Paulo. Concreto: ciência e tecnologia. 1.ed. São Paulo:
IBRACON, 2012.

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