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1.

Introdução

No entanto, à medida que as construções vêm evoluindo, surgem


vários desafios significativos relacionados à qualidade, segurança e
durabilidade das edificações. Entre esses desafios encontramos as
patologias do concreto como uma preocupação crítica. Patologias do
concreto referem-se a defeitos, danos ou anomalias que podem afetar
as estruturas de concreto, comprometendo sua integridade e
desempenho ao longo do tempo. Um estudo feito por Marques;
Minarelli (2021) divulgado pelo Centro de Estudos da Metrópole (CEM)
da Fundação de Amparo à pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp)
mostra que a cidade de São Paulo apresenta um número maior de
prédios do que casas. Os dados analisados foram coletados dos anos
2000 a 2020, tomando como base informações da Secretaria da
Fazenda da Prefeitura da capital. O número de casas na cidade de
São Paulo passou de 1,23 milhão para 1,37 milhão nos últimos 20
anos, já as construções prediais passaram de 767 mil para 1,38
milhão dentro do mesmo período.

Segundo Sena et al., (2021) as patologias podem surgir em diferentes


estágios do ciclo de vida de uma edificação, desde a execução até a
fase final da obra e sua utilização. Essas patologias abrangem uma
ampla gama de defeitos, desde fissuras superficiais aparentemente
inofensivas até problemas estruturais graves, como a carbonatação do
concreto. Cada tipo de patologia possui características específicas e
implicações distintas para a segurança e desempenho das
edificações.

Neste contexto, o presente artigo explora as patologias do concreto


em algumas edificações prediais, analisando suas causas,
manifestações, impactos e estratégias de prevenção e correção. A
compreensão aprofundada das patologias é fundamental para
aprimorar a qualidade das construções e garantir a segurança das
estruturas prediais. Além disso, este estudo busca contribuir para o
avanço do conhecimento científico e técnico no campo da engenharia
civil, fornecendo informações relevantes para profissionais das áreas,
pesquisadores e aos envolvidos no setor da construção.

1.1. Justificativa

As patologias são um dos maiores problemas da construção civil,


tendo como maior vilão causador das manifestações patológicas,
segundo Gonzales et al. (2020), as falhas de projeto que representam
45% das causas de sintomas patológicos, sendo seguido por falha de
execução com 22%, 15% devido má qualidade dos materiais, 11%
devido ao uso e 7% outros, ou seja, 67% das patologias são causadas
por falha humana segundo Gonzales et al., (2020). Com isso o
conhecimento para identificação das manifestações patológicas e
suas terapias adequadas faz-se necessário para os envolvidos no
setor da construção.

1.2. Objetivos

O objetivo geral o intuito de aprofundar os conhecimentos


relacionados às patologias do concreto armado analisando suas
principais causas e consequências, as técnicas de diagnósticos,
visando fornecer um entendimento abrangente das questões
relacionadas à durabilidade e terapia das estruturas de concreto
armado.

Com isso o objetivo específico do artigo estudar patologias de


edificações prediais como método construtivo de concreto armado,
identificando os principais agentes que ocasionaram a patologia,
sendo agente químico, físico ou falha humana. Verificando qual o
maior agente causador das manifestações patológicas das estruturas
prediais estudadas. Verificando juntamente com a pesquisa as
terapias adequadas para cada patologia.

2. Revisão Bibliográfica

Nesta seção serão apresentadas as premissas utilizadas pelo grupo


no presente artigo.

2.1 Concreto Armado

Segundo Neville; Brooks (2013) no sentido mais amplo o concreto é


qualquer massa produzida a partir do uso de um meio cimentante.
Geralmente esse meio é o produto da reação entre cimento hidráulico
e água, mas até mesmo essa definição pode cobrir uma larga gama
do que é o concreto. Então de modo geral podemos afirmar que o
concreto é composto de modo geral por cimento Portland, agregados
graúdos e miúdos e água, alguns concretos podem conter aditivos e
adições que modificam a sua trabalhabilidade, comportamento ao
longo do tempo e resistência. O concreto tem alta resistência à
compressão, porém tem baixa resistência à tração, por isso ao ser
utilizado em elementos estruturais são colocadas armaduras de aço
para aumentar sua resistência a tração, por este motivo é o método
construtivo mais utilizado no Brasil.

2.1.1. Agregados

A escolha dos agregados no concreto é muito importante, já que eles


determinam o comportamento do concreto. Os agregados têm um
papel que vai além de baratear o concreto diminuindo o consumo de
cimento conforme Neville; Brooks (2013), eles auxiliam no volume do
concreto, uma vez que somente a pasta de cimento hidratada
(cimento + água) retrai dez vezes mais do que o concreto. Além disso
o concreto o calor gerado pela hidratação de uma grande quantidade
de cimento, principalmente em climas quentes, pode levar à fissuração
que é uma das patologias do concreto. A maioria dos agregados
também são menos propensos a sofrerem ataques químicos que a
pasta do cimento.

A granulometria dos agregados influência diretamente visto que cada


dimensão tem um teor de umidade máximo conforme pode ser
observado na figura 1, que pode fazer com que a relação de
água/cimento do concreto aumente ou diminua

Figura 1 – Representação esquemática da umidade no agregado


Fonte: Neville A.M.; Brooks J.J (2013)

2.1.2. Aditivos

O concreto pode ter alguns aditivos adicionado em sua composição


tanto no momento de sua fabricação quanto diretamente ao concreto
nas usinas. Segundo Parizotto (2017) As adições mais utilizadas são:

 Cinzas volante auxilia na diminuição da porosidade, reduzem o


aumento de temperatura durante a hidratação, aumentam a
resistência a sulfatos, melhoram a trabalhabilidade e diminuem a
retração por secagem do concreto;
 Sílica ativa produz um concreto com alta resistência e baixa
permeabilidade devido às dimensões de seus grãos, que são
menores que os grãos do cimento Portlad;
 Pozolanas naturais reduzem o calor de hidratação e reatividade
do concreto com agregados que contenham sulfatos, além de
melhorar a trabalhabilidade;
 Escórias de alto-forno melhoram a trabalhabilidade, aumenta a
resistência, reduz a permeabilidade e o aumento de temperatura
durante a hidratação e melhora a resistência a sulfatos.
Além das adições que ajudam nas propriedades do concreto, podem
ser utilizados os aditivos de concreto como os aditivos incorporadores
de ar, redutores de água aditivos super plastificantes,
aceleradores/retardadores e redutores de retração.

2.1.3. Classificação do concreto

A ABNT NBR 8953:2015 classifica os concretos para fins estruturais


em dois grupos de resistência, conforme a sua resistência
característica à compressão, conhecido como fck, medida em ensaios
com corpos de prova normalizados.

2.1.4. Armadura

A armação do concreto armado são fios e barras que devem ter sua
aderência ao concreto assegurada. Os aços para o concreto armado
são normalizados pela ABNT NBR 7480:2007, dividindo o aço em três
classes em função de suas resistências à tração e outras
características mecânicas, essa divisão é da seguinte maneira:

2.1.5. Classe de agressividade ambiental (CAA)


O ambiente no qual a construção será executada, influência
diretamente nas estruturas. A ABNT NBR 6118:2014 de projeto de
estruturas de concreto classifica a agressividade do meio ambiente
conforme tabela 2.

2.1.6. Cobrimento da armadura

A classe de agressividade ambiental denominada pela ABNT NBR


6118:2014, para um melhor controle de qualidade nas estruturas de
concreto, determina o cobrimento mínimo da armadura do concreto
armado, conforme tabela 3, necessário para cada classe e cada
elemento construtivo, com o intuito de diminuir a corrosão das
armaduras e outras patologias do aço e concreto.

Tabela 3 – Correspondência entre a classe de agressividade


ambiental e o cobrimento nominal para Δc = 10 mm

2.1.7. Influência da temperatura no concreto

A temperatura influência diretamente o processo de hidratação do


cimento, logo alguns cuidados devem ser tomados durante a
concretagem. As variações de temperatura ao longo do tempo
também devem ser consideradas, principalmente em ambientes com
temperaturas altas e baixas muito acentuadas. ABNT NBR 6118:2014
permite considerar que as variações de temperatura sejam uniformes
na estrutura quando a desigualdade entre seus picos não seja muito
elevada.

Figura 2 – Efeito da temperatura durante as duas primeiras horas


após a moldagem sobre o desenvolvimento da resistência (todos
os corpos de prova selados, após, curados por duas horas a 21º
C)

Fonte: Neville A.M. (2016)

Como pode ser observado no gráfico da figura 2 durante a


concretagem se a temperatura estiver muito elevada após o contato
inicial entre o cimento e a água o período de latência do concreto é
reduzido, de modo que toda a estrutura da pasta de cimento hidratada
se estabilize precocemente. Apesar de parecer uma coisa boa ter a
resistência do concreto acelerada nas primeiras idades, pode ser que
ocorra um efeito averso sobre a resistência a partir dos sete dias.
Neville (2016) explica que a rápida hidratação inicial aparentemente
forma produtos de pior estrutura física, provavelmente mais porosos,
de modo que uma parte dos poros sempre permanece vazia. Com
isso o resultado acaba sendo um concreto em uma resistência menor
do que a de uma pasta de cimento menos porosa.

2.1.8. Cura do concreto


O objetivo da cura é manter o concreto saturado ou o mais próximo
possível disso, até que os espaços na pasta de cimento fresca,
inicialmente preenchidos com água, sejam ocupados até um nível
desejado. Segundo Neville (2016) um ciclo de cura ótimo depende do
tipo de produto de concreto produzido, um ciclo satisfatório comum
consistiria no seguinte: período de duas a cinco horas, aquecimento a
uma velocidade de 22 a 44ºC por hora até uma temperatura máxima
de 50 a 82ºC, seguido por manutenção dessa temperatura e,
finalmente, período de resfriamento, com duração do ciclo total (fora o
período de espera), de preferência, não sendo maior do que 18 horas.
(NEVILLE, 2016, p .386)

Figura 3 – Influência da cura úmida na resistência de um concreto


com relação água/cimento igual a 0,50

Fonte: Neville A.M.; Brooks J.J (2013)

O cimento só pode ser hidratado em capilares preenchidos de águas,


por isso é preciso fazer a cura do concreto, para prevenir a perda de
água pelos poros. A cura do concreto é importante para a resistência
do concreto, quando feita de maneira correta e controlada a o
concreto consegue desenvolver uma resistência maior conforme
podemos verificar na figura 3.

2.2. Patologias

De acordo com Helene (1992) o diagnóstico de uma manifestação


patológica, defeito que a estrutura apresenta, deve ser feito de modo a
abranger os vários aspectos do problema que a estrutura está tendo.
Podendo ser separado em:

 Sintomas: caracterizam a manifestação patológica em si,


podendo ser classificado mediante inspeções visuais, os mais
comuns são as fissuras ou trincas, as eflorescências, as
deformações ou flechas excessivas, a corrosão de armaduras,
os ninhos de concretagem devido à segregação dos materiais e
as manchas em estruturas de concreto;
 Causas: são os agentes causadores das manifestações
patológicas, algumas causas são as cargas a que estão sujeitas
as estruturas, a variação de umidade e temperatura, agentes
biológicos e atmosféricos, qualidade dos materiais, entre outros;
 Origem: é a identificação da etapa na qual o fenômeno
patológico teve início;
 Mecanismo: é o processo que o agente patológico gera nas
construções seja um agente agressivo externo ou interno à
estrutura;
 Consequências: são o comportamento geral de uma estrutura
sujeita a manifestações patológicas podendo ser afetado de
duas maneiras: quando envolvem as condições de segurança
ou quando envolvem apenas as condições de utilização e
funcionamento da estrutura. Os danos existentes tendem a
piorar com o passar do tempo, por isso devem ser tratados o
mais rápido possível.
O processo de deterioração das estruturas tem que ser compreendido
para que seja feita uma manutenção correta na estrutura através de
reparos e assim evitar que as deteriorações venham aparecer
novamente na estrutura. Segundo a divisão de Weimer et al., (2018)
dos processos construtivos (concepção, execução e utilização), as
causas dos processos de deterioração das estruturas podem ser
classificadas em causas intrínsecas e causas extrínsecas.

As causas intrínsecas estão diretamente relacionadas à própria


estrutura, decorrente dos materiais e peças utilizadas durante a
construção e utilização das edificações, podendo ser resultantes de
falhas humanas ou ações externas. Já as causas extrínsecas são
independentes da própria estrutura, sendo provocadas por fatores que
agridem as edificações, começando no exterior e atingindo o interior
da estrutura, podendo ser resultantes de falhas humanas e ações
externas.

O aparecimento de manifestações patológicas nas estruturas é


consequência direta dos agentes de deterioração do concreto armado.
Algumas das principais manifestações patológicas que podem
aparecer nas estruturas de concreto armado são:

 Fissuras e trincas;
 Corrosão de armaduras;
 Segregação do concreto;
 Desgaste do concreto;
 Eflorescência e manchas no concreto.
2.2.1. Fissuras

As fissuras são as manifestações patológicas mais encontradas e


frequentes nas estruturas de concreto armado. Independente da
causa da fissuração, pelo concreto ser um material pouco resistente à
tração, elas estarão situadas nos pontos em que há esforços de tração
na estrutura. Mesmo que não existam falhas estruturais as fissuras
acabam aparecendo.

A análise das fissuras das estruturas deve ter suas causas e seus
efeitos identificados, por isso, é preciso saber a dimensão das
aberturas, extensão e se elas ainda estão em movimento ou se já
estão estabilizadas. A definição desses aspectos é muito importante,
ao realizar a manutenção da estrutura, pois ela só será efetiva se a
causa da fissuração for eliminada (Wilmer et al.,2018, p.43).

As fissuras podem ocorrer tanto em seu estado fresco quanto em seu


estado endurecido. Segundo Neville; Brooks (2013) existem três tipos
principais de fissuras intrínsecas: fissuras plásticas, fissuras térmicas
nas primeiras idades e fissuras de retração por secagem.

2.2.1.1. Fissura plástica

As fissuras plásticas se desenvolvem antes do endurecimento do


concreto, podendo ainda ser divididas em: fissuras por retração
plásticas e fissuras por assentamento plástico. De acordo com Neville;
Brooks (2013) as retrações plásticas, ocorrem conforme a velocidade
de evaporação ocorre rapidamente fazendo com que o concreto perca
água de forma acelerada e acabe formando fissuras, sendo
dependente da temperatura do ar, temperatura do concreto, umidade
relativa do ar e velocidade do vento. Devido à perda de água da pasta
de cimento ser a responsável pela retração plástica, ela será maior
quando o consumo de cimento da mistura for alto ou se tiver um baixo
teor de agregado. Tornando possível afirmar que se for executada
uma cura correta evitando a evaporação rápida de água ou uma
dosagem correta, as retrações plásticas podem ser evitadas.

2.2.1.2. Fissura térmica

As fissuras térmicas segundo Neville; Brooks (2013) aparecem nas


primeiras idades do concreto ocorre durante a mistura e lançamento
do concreto, por ser um material exotérmico. O calor gerado pelo
concreto em contato com a água pode fazer com que o concreto
endureça de forma rápida, dependendo do fator de água/cimento
utilizado, gerando assim fissuras na estrutura. A diferença entre a
fissuração plástica da fissura térmica está no período em que cada
uma aparece, enquanto a fissuração plástica ocorre na superfície do
concreto ainda no estado plástico, a fissuração térmica pode demorar
semanas para ocorrer, porém dentro das primeiras idades. Se não
tratada corretamente a fissura térmica pode levar à fissuração por
secagem.

2.2.1.3. Fissura de retração por secagem

As fissuras de retração por secagem em grandes seções são


induzidas por tensões de tração devido à restrição interna causada por
retração diferencial entre a superfície e o interior do concreto. Neville;
Brooks (2013) afirma que as fissuras podem ocorrer também devido à
restrição externa ao movimento proporcionada por outra estrutura ou
pelo subleito. A fissuração por retração leva semanas ou até mesmo
meses para surgir, podendo ser controlada pela redução da retração.

2.2.2. Corrosão

Ribeiro et al., (2017) definem a corrosão como a interação destrutiva


de um material com o meio ambiente, como resultado de reações
deletérias de natureza química ou eletroquímica, associadas ou não a
ações físicas ou mecânicas de deterioração.
As armaduras inseridas no concreto armado a princípio estão
protegidas e passivas contra o risco de corrosão. Essa proteção é
proporcionada pelo correto cobrimento, ver tabela 3, que forma uma
barreira física ao ingresso de agentes externos e principalmente por
uma proteção química conferida pela alta alcalinidade da água
presente nos poros do concreto. Por isso o clima e condições no qual
a estrutura será inserida deve ser analisado.

Bertolini (2010) classifica em quatro tipos as condições climáticas


locais que a estrutura do concreto pode criar ou ser exposta:

 Condições de concreto seco;


 Condições de total e permanente saturação do concreto;
 Condições de umidade intermediária do concreto;
 Condições em que o concreto sofre ciclos de molhagem e
secagem.
A relação de água/cimento tem um papel dominante na
permeabilidade aos gases, tendo assim uma grande influência na
velocidade de carbonatação, tendo isso em vista a ABNT NBR
6118:2014 determinou valores máximos para a relação de
água/cimento correspondente a classe de agressividade do ambiente
e a qualidade do concreto (tabela 4). Segundo Ribeiro et al., (2017) a
carbonatação pode ser 10 vezes mais intensa em ambientes
climatizados do que em ambientes úmidos, devido à diminuição da
permeabilidade do gás carbônico no concreto por efeito da presença
de água. Assim existe a necessidade de certa quantidade de água nos
poros para que as reações de carbonatação ocorram.

De forma geral além das condições climáticas, as corrosões do


concreto se dão por causas químicas e físicas conforme pode ser
observado na figura 4.

Figura 4 – Efeitos relacionados às causas químicas e físicas que


levam à corrosão
2.2.3. Segregação

Neville; Brooks (2013) definem a segregação como a separação dos


constituintes de uma mistura heterogênea de modo que sua
distribuição não seja mais uniforme. No caso do concreto, é a
diferença entre as dimensões das partículas, algumas vezes é a
diferença entre a massa específica dos componentes da mistura, que
é a causa principal da segregação, mas sua amplitude pode ser
controlada através da escolha de granulometrias adequadas e cuidado
no manuseio.

Neville; Brooks (2013) separam a segregação em dois tipos. Na


primeira as partículas maiores tendem a se separar já que elas
deslizam em superfícies inclinadas ou se assentam mais que
partículas mais finas. A segunda forma de segregação ocorre
principalmente em misturas com excesso de água, é manifestada pela
separação da pasta de cimento da mistura, também conhecida como
exsudação, que forma uma camada porosa, fraca e não durável,
porém não é necessariamente prejudicial e tendo padrões
normalizados pela ABNT NBR 15558:2008. Quando uma mistura
pobre é utilizada a primeira segregação ocorre se a mistura for muito
seca, mas quando a mistura se torna muito úmida, pode ocorrer a
segunda forma de segregação.

Conforme seção 2.1.1 a granulometria do agregado influência na


relação água/cimento. Entretanto, a extensão real da segregação
depende também do método de manuseio e lançamento do concreto.
O risco da segregação diminuiu em casos em que o concreto não
tenha que ser transportado por grandes distâncias e seja lançado
diretamente da caçamba ou carrinhos de mão em sua posição final
nas fôrmas. Em contrapartida o lançamento de concreto de alturas
consideráveis, que não devem ser superiores a 2,00 m segundo a
norma ABNT NBR 14931:2004. A utilização de um agregado graúdo
com massa específica maior do que a do que a do agregado miúdo
também aumenta o risco da segregação, por deixar o concreto
heterogêneo e com baixa resistência.

2.2.4. Eflorescência

A eflorescência, é um fenômeno resultante da lixiviação do concreto,


que é a dissolução dos compostos hidratados à base de cálcio da
pasta de cimento por águas puras, carbônicas agressivas, ácidas e
outras que possuam elevada capacidade de dissolução (PARIZOTTO,
2017, p. 191). A norma ABNT NBR 6118:2014 estabelece que os
elementos sujeitos a lixiviação devem ter sua fissuração restrita, e
suas superfícies expostas protegidas para minimizar a infiltração de
água.

A ação do dióxido de carbono presente na atmosfera, a cal dissolvida


e lixiviada resulta em depósitos brancos de sais na superfície do
elemento, que acaba indicando a presença de eflorescência no
concreto. A eflorescência prejudica o concreto apenas na sua
aparência.

Os locais onde a eflorescência pode ser mais comumente encontrada


são em laterais de reservatórios de água ou em locais que
apresentem umidade, sempre sendo acompanhado de fissuras.
Segundo Gentil (2022) as fissuras que se apresentam em conjunto
com a eflorescência acabam se vendando sozinhas por conta da
reação química do hidróxido de cálcio com a água em contato com o
gás carbônico atmosférico.

2.3. Patologias nas construções

As patologias podem afetar a vida útil de uma estrutura, muitas


acabam apresentando as patologias por falta de conhecimento para
execução rápida e eficaz das estruturas. Algumas patologias são
apresentadas durante as construções ou ao longo da vida dos
edifícios. Erat et al (2016) considera que as manifestações patológicas
podem ser classificadas segundo estes critérios:
 Satisfatório: sem indícios de problemas estruturais, com padrão
de construção aceitável;
 Tolerável: sem indícios de problemas estruturais, mas com
presença de anomalias que não se forem tratadas podem
causar maiores problemas futuramente;
 Alerta: estrutura em estado de durabilidade duvidosa, fase em
que a estrutura atingiu seu limite de serviço;
 Crítico: evidências nítidas de comprometimento estrutural e de
durabilidade, proximidade com a vida útil última da estrutura.
Mess (2022) define com base em Souza e Ripper (1998) que 40% das
manifestações patológicas são causadas devido falha de projeto, 28%
devido falha de execução, 18% devido má qualidade dos materiais e
10% devido uso. Já Couto (2007) afirma que 52% das manifestações
patológicas são causadas devido falha na execução, 18% devido falha
de projeto, 14% devido uso, 10% devido outras causas e 6% devido
má qualidade dos materiais.

Mitzsuzaki et al, (2019) definiu como as principais patologias


encontradas na construção civil as fissuras, que podem ocorrer devido
recalque de fundação, movimentação térmica, sobrecarga ou
acúmulos de tensões, retração de cimento e deficiências no
revestimento, devendo ser observada atentamente seu tamanho para
que não cresça e se tornando uma trinca (abertura de 0,5 mm até 3
mm) ou uma rachadura (acima de 3 mm) e seja nociva à estrutura.
Além das fissuras Mitzsuzaki et al, (2019) classifica deterioração do
concreto, corrosão da estrutura de aço, manchas e eflorescência
como patologias recorrentes nas construções, constatando que 45%
devido falha de projeto, 22% devido falha na execução, 15% devido
má qualidade dos materiais, 11% devido uso e 7% outros.

O DNIT (2010) define a causa da fissura de retração plástica como


fissura com ocorrência antes do da pega do concreto podendo ser
agravado com a utilização de aditivos relacionados a pega, sendo
formada praticamente sem a necessidade de nenhuma energia,
porque o concreto não iniciou sua fase de endurecimento não tendo
ainda nenhuma resistência. A fissura plástica pode ser ainda ser
minimizada com a utilização de concretos mais secos, aditivos
plastificantes, aditivo compensador de retração e tomando cuidado na
concretagem para que não haja exsudação. Já as fissuras por
retração de secagem segundo Cabral et al, (2010) são as mais
comuns dentro das construções sendo um fenômeno inevitável, desde
que o concreto esteja exposto a um ambiente de umidade abaixo da
condição de saturação, sendo influenciados pela granulometria do
concreto, a diferença entre a retração plástica e a de secagem é o
estado do concreto durante a ocorrência, a plástica ocorre no estado
fresco e o de secagem ocorre no estado endurecido.

Portela; Pires (2016) identificou em um edifício vertical da Região


Metropolitana do Recife que está em execução fissuração plástica,
sendo causada por falha de projeto durante a execução do piso por
não ter definido corretamente a armação do elemento estrutural. Na
escola Politécnica de Pernambuco (POLI) Silva et al, (2018) identificou
no bloco C do edifício fissuras de retração por secagem devido
execução e projeto, não identificando o mecanismo causador da
manifestação patológica.

As fissuras térmicas segundo Araújo (2013) ocorrem em elementos


estruturais com grande volume de concreto, como blocos de concreto
ou grandes planos de laje, por conta da ação exotérmica causada pela
hidratação do cimento. O emprego das armaduras de pele não evita a
fissuração, porém diminuem a abertura das fissuras. Com isso
Gambale et al, (2021) observou em um bloco de fundação de um
edifício de Goiás uma fissuração térmica que surgiu no dia seguinte da
concretagem devido à alta temperatura atingida pelo concreto na
região central do bloco de fundação.

Para tratamento das fissuras estabilizadas o DNIT (2010) define


primeiro que a superfície deve ser lixada e limpa para verificação da
extensão da fissura, em seguida dever ser feita uma aplicação de
resina epóxi de baixa viscosidade até que a fissura não absorva mais
a resina. Segundo Souza e Ripper (1998) a injeção de resinas
epoxídicas é o melhor tratamento para fissuras por terem baixa
viscosidade, altas capacidades de resistência e aderência, bom
comportamento em presença de agentes agressivos e secagem
rápida. As injeções mais utilizadas para tratamento das fissuras são:

 Injeção para selamento: Utilizada com a finalidade de selar,


bloqueando a passagem de água ou outros agentes, a melhor
opção é a injeção com resinas flexíveis de poliuretano por serem
impermeáveis, elásticas e terem alta aderência, permitindo que
a estrutura continue se movimentando;
 Injeção estrutural: Utilizada em fissuras que representam um
problema estrutural, o indicado é a injeção de resinas com alta
capacidade de transmissão de carga e alta resistência à tração
e compressão. Os materiais indicados são os durômeros epóxis
ou de poliuretano;
 Injeção para impermeabilização por área: Utilizada quando a
fissura permite a passagem de água e prejudica o uso do local,
com a finalidade de formar uma membrana impermeável atrás
da estrutura com gel acrílico hidro estrutural.
Além das injeções existe a alternativa de utilizar argamassas
estruturais, sendo necessário abrir uma canaleta linear ao longo da
fissura com rompedores e discos de corte, para que na sequência
essas canaletas possam ser preenchidas utilizando uma argamassa
seca. Segundo Neville; Brooks (2013) a fissuração plástica por
ocorrer em seu estado fresco pode ser eliminado pela através da
revibração do concreto em um tempo apropriado, sendo o último prazo
possível em que a agulha do vibrador consiga ser inserida no concreto
e retirada sem deixar marcas significativas.

Lins et al, (2021) definiu a seguinte metodologia para identificação das


patologias:

Figura 5 – Etapas de desenvolvimento do estudo do Casarão


Rosa

Fonte: Lins et al, (2021)

Lins et al, (2021) observaram patologias no Casarão Rosa sendo


grande parte fissuras originadas por falhas na execução do projeto,
devido cobrimento insuficiente das armaduras, infiltração e umidade.
Uma das fissuras ainda está em observação para verificação se ainda
está ativa ou passiva para uma futura intervenção, enquanto as
demais precisaram ser demolidas e sua armadura limpa, por
apresentarem início de corrosão eletroquímica devido a entrada de
umidade nas fissuras.

Já Arivabene (2015) utilizou a metodologia do Krug (identificação do


problema e pesquisa bibliográfica) e Lersch (estudo inicial,
identificação das possíveis causas de manifestação patológicas e
elaboração de conclusões) para identificar as patologias no concreto
de um edifício não identificado para não denigrir a imagem do edifício
e proprietário. Durante sua inspeção foi identificado uma viga com
armadura exposta com aparecimento de oxidação, que pode ter sido
causada pela fôrma utilizada na concretagem, ou seja, falha na
execução, que absorveu a água do concreto, fazendo com que o
concreto se desprendesse do elemento estrutural, aliado com a má
qualidade do concreto aplicado. A solução proposta foi a remoção do
concreto deixando a armadura exposta e limpeza das armaduras com
jato de sílica, todo o concreto removido foi substituído por um material
de consistência plástica como concreto ou argamassa. O reparo dessa
manifestação patológica foi dado como de caráter urgente. Helene
(1992) apresenta um manual para reparos em estruturas de concreto
armado. A execução de reparos, de maneira geral, faz-se seguindo os
seguintes passos da figura 6.

Figura 6 – Diagrama para restauração de estruturas afetadas pela


corrosão

Fonte: Autoria própria (2023)

Além da armadura exposta Arivabene (2015) identificou uma


segregação mínima causada por falha na execução devido ao
lançamento do concreto de uma grande altura resultando na leve
exposição de armadura e separação da pasta de cimento do agregado
graúdo. A solução proposta foi primeiro uma verificação do grau de
comprometimento do concreto para verificação da armadura, já para
segregação foram sugeridas soluções genéricas como recomposição
da área com argamassa, resina epóxi ou argamassa tipo “dry pack” e
injeção de calda de cimento para preenchimento de vazios internos.

Melo; Santos; Silva (2009) em um estudo de caso identificou


eflorescência no canal aberto de Ribeirão Arrudas executado em com
contenção de concreto armado, devido a presença de água e
umidade, onde afirma que não representa riscos as estruturas,
afetando apenas a estética das construções podendo ser constatada
através de depósitos de sais na superfície do concreto, gerando
manchas esbranquiçadas. O tratamento dessa manifestação
patológica é feito de maneira simples sendo executada uma limpeza
do local através de lixamento manual ou com auxílio de produtos que
facilitem sua remoção, como ácidos tomando os cuidados especiais
para evitar ataques por cloreto ao concreto.

As juntas de dilatação são utilizadas em muitas construções para


garantir a expansão térmica do material evitando fissuras, quebras e
outros prejuízos para as construções, porém se não executadas e
tratadas adequadamente podem levar a manifestações patológicas.
Barbosa; Jr (2023) analisaram as manifestações patológicas
presentes nas juntas de dilatação da ponte ligando os bairros Jardim
Itália e Recanto dos pássaros sendo causadas devido à falta de
impermeabilização e sistema de drenagem, além de juntas de
dilatação com o cobrimento indevido. Com isso Barbosa; Jr (2023)
afirmam que ressaltos, sujidade e infiltrações que levam a
deterioração do concreto e outras manifestações patológicas, devendo
ser inspecionadas regularmente. Segundo Haddad; Plaisant; Almeida
(2015) o tratamento mais indicado para as juntas de dilatação são a
impermeabilização da junta ou o preenchimento da junta para proteger
o concreto da deterioração.

Segundo Helene (1992) a definição da conduta a ser seguida pode


incluir tanto pequenos reparos localizados, quanto uma recuperação
generalizada da estrutura. A escolha dos materiais e das técnicas
utilizadas nestes procedimentos só é feita após a observação do
diagnóstico das patologias, onde é levado em consideração as
características da região que será corrigida e as exigências de
funcionamento do elemento que será objeto da correção. Em todos os
casos é sempre recomendável que, após qualquer intervenção citada,
sejam adotadas medidas de proteção da estrutura, através de um
programa de manutenção periódica.

3. Materiais e Métodos
Voss; Tsikriktsis; Frohlich (2002) definem estudo de caso como uma
história de um fenômeno passado ou atual, elaborada a partir de
múltiplas fontes de provas, que incluem dados da observação direta e
entrevistas sistemáticas, bem como pesquisas em arquivos públicos e
privados. Já para Yin (2005) o estudo de caso é uma investigação
empírica que analisa um fenômeno contemporâneo dentro de seu
contexto da vida real, especialmente quando os limites entre o
fenômeno e o contexto puderem não ser claramente evidentes.

Com isso adotamos alguns passos para desenvolvermos nosso


estudo de caso.

3.1. Inspeção

A inspeção das manifestações patológicas segundo Carvalho; Pinto


(2019) é o estágio preliminar do estudo de caso, porém crucial para
uma melhor formulação do diagnóstico da estrutura. Com isso nesta
etapa iremos levantar as patologias existentes nos edifícios.
Coletando informações a partir da observação visual e registros
fotográficos identificando os sintomas que as manifestações
patológicas apresentam para que possa ser feita a determinação e
análise das causas dos sintomas patológicos das edificações. Dentro
da inspeção iremos determinar as causas das manifestações
patológicas conforme figura 7.

Figura 7 – Causas das manifestações patológicas

Fonte: Autoria própria (2023)

3.2. Diagnóstico e Prognóstico


Carvalho; Pinto (2019) afirmam que o diagnóstico das manifestações
patológicas é a determinação da origem da patologia, ou seja, os
mecanismos da formação e gravidade potencial das mesmas, como
excesso de carga na estrutura por exemplo. Já o prognóstico é o
traçado do panorama evolutivo das enfermidades que assolam a
construção, trabalhando com hipóteses acerca dos níveis de evolução
do problema.

Com isso nessa etapa do estudo iremos levantar os mecanismos das


manifestações patológicas apresentadas nas estruturas definindo suas
origens, nivelamento de falhas e defeitos averiguados avaliando o
cenário de evolução da sintomatologia com o tempo. Para que se
possa decidir a respeito de uma intervenção ou não de uma
manifestação patológica são levantadas hipóteses de evolução futura
do problema a partir do diagnóstico baseados na tipologia da
patologia, seu estado de desenvolvimento, as características gerais da
edificação e as condições de exposição a que está submetida.

O diagnóstico e prognóstico correto auxiliam na definição da melhor


intervenção da patologia. Viera (2016) define os seguintes objetivos
das intervenções:

 Erradicar as manifestações patológicas;


 Impedir ou controlar sua evolução;
 Estimar o tempo de vida da estrutura;  Limitar sua utilização
 Indicar sua demolição.
Dentro desta etapa explicaremos as consequências que podem surgir
caso não sejam efetuadas as medidas corretivas propostas para a
eliminação das manifestações patológicas, classificando a
manifestação patológica.

3.3. Terapia

Por fim após a definição do diagnóstico, prognóstico e classificadas as


manifestações patológicas iremos elaborar intervenções viáveis e
determinaremos a terapia que poderá ser seguida para a resolução
das patologias.

3.4. Edifícios do estudo de caso

Iremos executar o estudo de caso nos seguintes edifícios.

3.4.1 Edifício Wilson Mendes Caldeira


O edifício Wilson Mendes Caldeira é um condomínio vertical comercial
com 2 torres, tendo como método construtivo o concreto armado, foi
construído em 1979, sendo localizado na região do Itaim Bibi,
possuindo 15 pavimentos com uma área de aproximadamente 1120
m² por andar.

3.4.2. Edifício localizado na Freguesia do Ó

O edifício localizado na região da Freguesia do Ó está em construção,


possui duas torres sendo uma torre com 27 pavimentos com o método
construtivo o concreto armado e outra torre com 15 pavimentos de
alvenaria estrutural. Sua área construída é de aproximadamente 36
mil m² com fachada ativa.

3.4.3. Edifício localizado no Jardim Bonifácio

O edifício localizado na região do Jardim Bonifácio está em


construção, tendo como método construtivo concreto armado e
alvenaria estrutural. A obra é constituída por 2 blocos, cada bloco
possuindo 2 torres, sendo uma torre com 10 pavimentos e outra torre
com 9 pavimentos. Cada bloco tem uma área construída de
aproximadamente 6384 m².

4.Resultados e Discussão

Para cumprir os objetivos propostos neste trabalho, foi realizado


estudo de casos das manifestações patológicas apresentadas nas
edificações citadas.

4.1. Edifício Wilson Mendes Caldeira

Figura 8 – Junta de dilatação apresentando fissuração e concreto


exposto
Fonte: Autoria própria (2023)

Na cobertura do edifício foram analisados elementos estruturais


apresentando manifestações patológicas e elementos estruturais que
necessitavam de manutenção para evitar patologias futuras. As juntas
de dilatação apresentam sujidades apresentando um pouco de
fissuração como pode ser observado na figura 8, tendo como causa
originária a falha na execução devido à deficiência na
impermeabilização. O mecanismo causador original dessa patologia
foi a deficiência da impermeabilização nas juntas agravadas com as
variações climáticas, como chuva e sol, então a junta de dilatação foi
diagnosticada com deterioração do concreto, junta de dilatação figura
8, e fissuração, junta de dilatação figura 9, podendo evoluir para
infiltração na estrutura, que por sua vez pode causar carbonatação da
armadura, tendo um agravante de causar graves acidentes a
pedestres e bens materiais visto que corre o risco do desplacamento
do revestimento e concreto, classificamos essa manifestação
patológica como tolerável conforme Erat el al (2016), por não
apresentar indícios de problemas estruturais, porém com sintomas
patológicos que se não forem tratadas podem causar maiores
problemas futuramente.

A terapia adequada para essa manifestação patológica seria iniciar


com a limpeza das juntas de dilatação removendo todo material sólido
e poeiras, no caso da junta de dilatação que apresenta fissuração será
necessário depois da limpeza da superfície a aplicação de injeção de
resina epóxi de baixa viscosidade para selamento conforme o DNIT
(2010) e Souza e Ripper (1998) sugerem. Após a limpeza e selamento
das fissuras deverá ser aplicado o mastique, um selante plástico à
base de poliuretano e impermeável que resiste às intempéries e raios
solares, garantindo a estanqueidade das juntas.

Na cobertura e na garagem do edifício foram identificadas várias


estruturas com a armação exposta ao tempo na cobertura do edifício.
Em algumas estruturas foram identificados a armadura exposta
demonstrando coloração laranja que acaba sendo indico de início de
corrosão eletroquímica das armaduras. Com base nos estudos
analisados na seção 2.3 do artigo existem duas hipóteses das causas
para a exposição das armaduras sendo todas tendo como origem
falha humana, a primeira causa seria uma camada de cobrimento
insuficiente indo em discordância com a norma ABNT NBR 6118:2014
tratada na seção 2.1.6. do artigo. A segunda hipótese seria uma alta
relação de água cimento na composição do concreto analisado na
seção 2.2.2. Por conta de o edifício apresentar 44 anos a segunda
hipótese foi descartada como causa da exposição e corrosão das
armaduras.

Figura 9 – (a) Armadura exposta em estrutura de concreto armado


e (b) armadura exposta em viga de concreto armado

Fonte: Autoria própria (2023)

Figura 10 – (a) Viga da laje com armadura exposta e (b) Laje com
armadura exposta
Fonte: Autoria própria (2023)

Na figura 9 podemos observar as armaduras expostas presentes na


cobertura do edifício tiveram causa originada na falha do projeto
devido à insuficiência na camada de proteção das armaduras, sendo
seguida de uma causa falha na execução na camada de concreto que
protege a armação devido intempéries que deteriorou o concreto
expondo as armaduras e nas armaduras ocorreu uma causa química.
Logo o mecanismo causador da manifestação patológica foi o
cobrimento insuficiente das armaduras. O diagnóstico para essa
manifestação patológica foi corrosão de armaduras, tendo que ser
tratado em curto prazo para que a patologia não evolua para
carbonatação do concreto comprometendo a vida útil e estrutura do
concreto, sendo assim foi classificada como tolerável conforme Erat el
al (2016), por apresentar sintomas sem problemas estruturais. A
mesma causa, mecanismo e diagnóstico foram observados nas
armaduras expostas na garagem do edifício da figura 10.

Figura 11 – (a) Laje com presença de umidade e armadura


exposta e (b) viga da laje com armadura exposta e presença de
umidade
Fonte: Autoria própria (2023)

Dentro da garagem do edifício ainda foram observadas outras


armaduras expostas tendo a diferença da presença de umidade
próxima das armaduras expostas, tendo assim outra causa da
corrosão das armaduras. Na figura 11 pode ser observado presença
de pontos alaranjados ao longo da estrutura e presença de umidade
também, dando indícios de infiltração na estrutura, dessa forma a
causa dos sintomas patológicos pode ser química. Entretanto não é
possível verificar a presença de fissuras na estrutura é um dos
indicativos de carbonatação do concreto, dessa forma determinamos
que a causa da manifestação patológica e o mecanismo foram os
mesmos das figuras 9 e 10, porém com a presença da umidade que
pode evoluir a corrosão para carbonatação do concreto. Dessa forma
a manifestação patológica da figura 11 é tolerável conforme Erat el al
(2016).

Figura 12 – (a) Armadura do pilar em estado de corrosão


apresentando desplacamento da camada de cobrimento e (b)
fissura no mesmo pilar

Fonte: Autoria própria (2023)

Um pilar presente na cobertura do edifício apresentou corrosão mais


avançada em suas armaduras. Na figura 12 verificamos
desplacamento da camada de proteção da armadura, trincas e
corrosão nas armaduras do pilar, a origem da manifestação patológica
é devido ao uso tendo como origem fissuração devido intempéries, a
fissuração permitiu a entrada de umidade que gerou causa química na
armadura do pilar. devido aos aspectos visuais determinamos que a
causa da manifestação patológica é química. Com isso determinação
que o mecanismo original da causa devido ao uso foi a variação
climática e da causa química a umidade, precisando de tratamento
para que não comprometa a estrutura do edifício. A umidade corroeu a
armadura desgastando-a fazendo assim com que a armadura e
concreto perdessem aderência, sendo assim o diagnóstico da
manifestação patológica é carbonatação. Por apresentar danos
estruturais e estar com a estrutura em estado de durabilidade
duvidosa foi classificado como alerta segundo Erat et al (2006).

A terapia adequada para a corrosão das armaduras e carbonatação


apresentadas nas figuras 9 á 12 se inicia removendo o concreto ao
redor da armadura corroída e fazendo o lixamento da mesma,
verificando se a região afetada pela corrosão é acima de 15%, se a
corrosão passar dessa porcentagem deve ser efetuado o reforço com
armadura de mesmo diâmetro. Por fim deverá ser efetuada a
recomposição da estrutura com argamassa tixotrópica para reparos
estruturais, que é uma argamassa polimérica com agente adesivo
integrado e inibidor de corrosão que dispensa o uso do fundo epóxi
em zinco, garantindo o cobrimento satisfatório de 30 mm, segundo
tabela 3 da seção 2.1.6, seguindo assim o mesmo tratamento descrito
por Helene (1992). Devendo também ser executado
impermeabilização nas manifestações patológicas das figuras 11 e 12,
já que a figura 11 apresenta infiltração e a figura 12 está suscetível a
intempéries.

Figura 13 – (a) Parede de concreto com sinais de umidade e


eflorescência e (b) laje com sinais de eflorescência

Fonte: Autoria própria (2023)

Na cobertura e em um pavimento desocupado foram avistados


depósitos brancos e fissuras nas estruturas de concreto, como pode
ser observado na figura 13, tendo origem de causa química e
mecanismo causador a umidade. Existem duas hipóteses para o
aparecimento dos depósitos brancos a primeira é o excesso de água
na composição do concreto, a segunda hipótese é a estrutura estar
em contato direto com a água ou umidade. Devido à idade da
construção a primeira hipótese foi descartada, com isso chegamos ao
diagnóstico de eflorescência na estrutura. A princípio a eflorescência
não apresenta nenhum risco a estrutura prejudicando apenas a
estética da construção como foi observado na seção 2.3., entretanto
os depósitos brancos que apresentam são sais que podem levar a
deterioração da estrutura, dessa forma o tratamento dessa
manifestação patológica deve ser de curto prazo, mesmo não
apresentando problemas estruturais sendo classificado como tolerável
conforme Erat el al (2016).

A terapia adequada para a eflorescência se faz de maneira simples, já


que afeta somente a estética da estrutura, a parede e laje afetadas
devem ter sua superfície limpa através de lixamento como também
sugerem Melo; Santos; Silva (2009), para que seja removido os
depósitos brancos da estrutura. Caso ainda permaneça alguns
depósitos pode ser utilizado ácidos como sulfâmico e acético para que
seja removido totalmente a eflorescência, devendo ter cuidado com a
quantidade de produto aplicado para que não ocorram manchas ou
ataques por cloreto ao concreto. Quando a superfície estiver
completamente limpa deve ser feita uma impermeabilização para
evitar o retorno da patologia, visto que ela é causada devido a
presença de água ou umidade.

Tabela 6 – Resumo das patologias edifício Wilson Mendes


Caldeira

Figura 14 – (a) Gráfico causas das manifestações patológicas


edifício Wilson Mendes Caldeira e (b) gráfico das manifestações
patológicas diagnosticadas edifício Wilson Mendes Caldeira
Com as manifestações patológicas conseguimos observar que 64%
das manifestações patológicas diagnosticadas foram corrosão das
armaduras. O maior vilão desse edifício, que foi a maior causa dos
sintomas patológicos foi a falha na execução, como podemos observar
na figura 14, assim como analisado por Mess (2022) e Couto (2007)
onde as falhas na execução foram a maior causa das manifestações
patológicas, assim como nas obras analisadas nas patologias na
construção da seção 2.3. do artigo, os dados divergem com a análise
do Mitzsuzaki et al, (2019) que afirma que a maior falha foi devido a
falhas no projeto, que não houve nenhuma neste edifício. A
porcentagem devido ao uso da edificação diverge da pesquisa dos
três sendo a com menos porcentagem diferente do Mitzsuzaki et al,
(2019) e Mess (2022) que é quarta maior causa das manifestações
patológicas e a terceira maior causa segundo Couto (2007).

4.2. Edifício localizado na Freguesia do Ó

Durante a construção deste edifício pode ser observado várias


separações do agregado graúdo da pasta de cimento com espaços
vazios, sendo causados por falha humana durante a execução do
projeto. Os possíveis mecanismos causadores da separação do
agregado e pasta são: a falha de vedação das fôrmas, lançamento do
concreto, traço do concreto e excesso de vibração no adensamento.
Essas características são da manifestação patológica segregação ou
bicheira como é comumente chamada nas obras, que pode levar a
deformações da estrutura e até mesmo ao desmoronamento, podendo
ser agravadas se estiverem em um ambiente com classe de
agressividade III ou com presença de umidade.

Na figura 15 podemos verificar esta separação causada por falha


humana na execução, tendo como mecanismo causador o lançamento
do concreto acima de 2 metros, que vai contra o recomendado da
norma ABNT NBR 14931:2004. Desta forma o diagnóstico foi de
segregação, por não apresentar problemas estruturais com anomalia a
classificação dessa manifestação patológica tolerável conforme Erat el
al (2016).

Figura 15 – (a) Segregação na base do pilar e (b) segregação na


base da parede

Já na figura 16 podemos verificar esta separação também causada


por falha humana na execução, tendo como mecanismo causador o
excesso de vibração no adensamento, visto que foi no fundo da laje a
ocorrência do sintoma patológico. Sendo diagnosticado como
segregação, apresentando sintomas patológicos sem indícios de
problemas estruturais foi classificada como tolerável conforme Erat el
al (2016).

Figura 16 – Segregação em fundo da laje

Na obra foi possível verificar um pilar com armadura exposta e


agregado graúdo separado da pasta de cimento na lateral do mesmo
pilar, conforme figura 17. A causa dessa sintomatologia foi falha
humana, tendo como mecanismo causador o traço do concreto que
estava com uma alta relação de água/cimento deixando o concreto
fluído e excesso de vibração na lateral do pilar. Foi detectado também
deficiência na camada de cobrimento da armadura. O diagnóstico para
esta manifestação patológica foi segregação com classificação
tolerável conforme Erat el al (2016), por não apresentar problemas
estruturais, porém se não tratados podem levar a maiores problemas
futuramente.

Figura 17 – Pilar apresentando segregação na lateral com


armadura exposta

Alguns pilares da obra apresentaram a armadura exposta e vazios


causados, conforme figura 18, por falha humana, devido a execução
do traço do concreto com alto teor de água/cimento e falha de
vedação das fôrmas. Sendo diagnosticado como segregação e
classificado como tolerável conforme Erat el al (2016), por não
apresentar problemas estruturais, mas necessitando de tratamento
adequado.

Figura 18 – (a, b) Pilares apresentando segregação na base e


exposição de armadura e (c) Pilar apresentando segregação e
exposição de armadura no topo
As segregações apresentadas precisam da seguinte terapia
adequada. Nas figuras 15 e 16 a região deve ter a preparação da área
de aderência, para que seja aplicado um microconcreto ou argamassa
com características mecânicas semelhantes às do original, tendo
mesmo tratamento do Arivabene (2015). Já nas figuras 17 e 18 o
mesmo tratamento é desencorajado por apresentarem armadura
exposta, devendo ser primeiro removido o concreto ao redor da
armadura e lixamento das partes da armadura que apresentarem
corrosão para que seja feita uma nova concretagem com o mesmo
concreto utilizado inicialmente com a fluidez adequada, devendo ser
respeitado o cobrimento satisfatório de 30 mm, segundo tabela 3. Se
necessário pode ser utilizada a fôrma cachimbo, como foi o caso do
tratamento da base do pilar da figura 15. É desencorajado apenas o
cobrimento das bicheiras, que ocorre em algumas obras, por não ter
eficiência no tratamento da manifestação patológica podendo deixar
vazios no elemento estrutural que podem levar a outras patologias.

Figura 19 – Fissura plástica em laje recém concretada


Fonte: Autoria própria (2023)

Em uma laje concretada foi encontrada fissuras com pouca


profundidade com aspecto craquelado parecendo ranhuras, conforme
figura 19, tendo como causa falha humana no projeto. O mecanismo
causador dessa manifestação patológica foi a evaporação rápida da
água do concreto logo após seu lançamento, ou seja, houve
deficiência na execução da cura do concreto. Com isso o diagnóstico
é de fissura plástica, podendo evoluir para fissuras maiores e
profundas se não for tratado. Por conta de a fissuração ocorrer no
estado fresco o tempo de ação é em curto prazo, por não apresentar
problemas estruturais com anomalia que necessitam de terapia
adequada teve como classificação da manifestação patológica
tolerável conforme Erat el al (2016).

A terapia adequada para a manifestação patológica seria revibrar o


concreto para que as fissuras se fechem, visto que elas ocorrem no
estado fresco do concreto, devendo ser tomado o devido cuidado para
que a agulha do vibrado não deixe marcas significativas na estrutura,
fazendo em seguida a cura adequada da laje para prevenir que as
fissuras retornem. Essa terapia se assemelha com a indicada por
Neville; Brooks (2013), que estudaram as propriedades do concreto
em seu estado fresco e endurecido.

Figura 20 – (a) e (b) Fissura térmica em laje nos primeiros dias

Na mesma laje foram identificadas fissuras com maior profundidade e


extensão, como pode ser observado nas figuras 20 e 21, tendo como
causa química. O mecanismo causador das manifestações
patológicas foi o calor exotérmico gerado na hidratação do cimento e o
grande volume de concreto necessário para execução da laje, acabou
fazendo com que o concreto evaporasse a água presente em sua
composição de maneira rápida causando as fissuras. Com base nessa
análise o diagnóstico é fissura térmica, podendo evoluir para
fissuração por retração de secagem. Sendo classificada também como
tolerável conforme Erat el al (2016), por não apresentar problemas
estruturais.

Para que a fissura térmica não evolua para fissura de retração de


secagem é necessário fazer a terapia adequada. O primeiro passo é
fazer uma limpeza inicial ao redor das fissuras, prosseguindo com a
limpeza das fissuras por meio da furadeira. Em seguida para garantir
limpeza completa das fissuras é utilizado jatos de ar comprimido para
que não fique nenhuma impureza. Com a limpeza concluída é fixado
tubos metálicos nos furos realizados para permitir a injeção da resina
epóxi com baixa viscosidade dentro das fissuras até que não haja
mais absorção da resina, sendo a resina mais indicada a resina para
selamento. Sendo uma terapia muito utilizada em fissuras como DNIT
(2010) e Souza e Ripper (1998) sugerem.

Figura 21 – (a) e (b) Fissura térmica em laje nos primeiros dias


Figura 22 – Fissura por retração de secagem em laje recém
desenformada

Fonte: Autoria própria (2023)

Por fim foi avistada em uma laje após sua desforma foi verificado uma
fissura com sinais de infiltração, conforme figura 22, tendo como
origem causa química. Como a fissura ocorreu na área de contato
com a fôrma estava nas condições suscetível na qual Cabral et al,
(2010) descreveu, ou seja, um ambiente de umidade abaixo da
condição de saturação, sendo o caso desta fissura, com isso foi
diagnosticada como fissura de retração por secagem classificada
como tolerável conforme Erat el al (2016), por apresentar anomalias
que necessitam de terapia adequada para não causar problemas
maiores futuramente e não ter indícios de problemas estruturais. A
fissura apresentada pode comprometer a estrutura por levar a outras
patologias como neste caso que apresentou a presença de infiltração,
que pode ainda levar a corrosão das armaduras da laje.

A terapia mais adequada para a fissuração de retração por secagem é


a mesma da fissuração térmica, limpeza da fissura e aplicação da
resina epóxi de baixa viscosidade, com a diferença do tipo de resina
que deve ser a resina de impermeabilização por área por apresentar
infiltração. Fazendo-se também necessário impermeabilização com
manta asfáltica na laje para evitar futuras infiltrações.

Tabela 7 – Resumo das patologias edifício da Freguesia do Ó

Figura 23 – (a) Gráfico causas das manifestações patológicas


edifício Freguesia do Ó e (b) gráfico das manifestações
patológicas diagnosticadas edifício Freguesia do Ó

Fonte: Autoria própria (2023)

Dentre as manifestações patológicas 54% delas foram diagnosticadas


como segregação, tendo como maior agente causador das
manifestações patológicas a falha de execução representando 62%
das causas, como podemos observar na figura 23. Comparando com
os dados das pesquisas executadas por Mess (2022) e Couto (2007)
as falhas na execução também foram a maior causa das
manifestações patológicas visto que o maior diagnóstico foi o de
segregação, que é caracterizado por falha na execução, não houve
falhas no projeto deste edifício em construção que diverge da
pesquisa feita por Mitzsuzaki et al, (2019).
Como ainda está em construção não tivemos manifestações
patológicas devido ao uso, porém o segundo maior vilão deste edifício
foram as causas químicas que foi o menor vilão das pesquisas feitas
por Mess (2022), Couto (2007) e Mitzsuzaki et al, (2019), sendo essa
divergência justificada pelo fato de a obra ainda estar em construção.

4.3. Canteiro de obras de edifício localizado no Jardim Bonifácio

Dentro da construção do edifício no Jardim Bonifácio o pavimento


térreo apresentou manifestações patológicas, sendo uma delas
fissuras com pouca profundidade e extensas, conforme figura 24,
tendo causa química. O mecanismo causador das fissuras foi o calor
exotérmico gerado da hidratação do cimento, sendo assim chegamos
ao diagnóstico de fissura térmica que se não for devidamente tratada
pode evoluir para fissura de retração por secagem, por não ter indícios
de problemas estruturais foi classificada como tolerável conforme Erat
el al (2016).

Figura 24 – Fissura por retração de secagem em laje

Fonte: Autoria própria (2023)

A terapia adequada para esta fissura pode ser executada conforme


descrito para fissura da seção 4.2.3 do artigo, abrindo um pouco da
fissura com a furadeira para melhorar a aderência da resina e garantir
o selamento das fissuras, prosseguindo da limpeza da fissura e
preenchimento por injeção com resina para selamento. Podendo ter
como terapia adequada também o fechamento da fissura com
argamassa drypack, fazendo primeiro um corte linear ao longo da
fissura, seguido de preenchimento com a argamassa seca, visto que
se trata de uma fissura passiva.

Figura 25 – Armadura da viga apresentando corrosão


eletroquímica

Fonte: Autoria própria (2023)

Foi avistado armaduras expostas com coloração alaranjada, conforme


figura 25, tendo como causa originária falha humana na execução. O
mecanismo causador da manifestação patológica foi falha na
montagem das fôrmas e deficiência na concretagem da camada de
proteção da armadura, deixando exposta a armadura da viga
apresentando coloração alaranjada, que teve origem causa química.
Sendo assim o diagnóstico é de corrosão nas armaduras, podendo ser
agravado com a água presente no próprio concreto, visto que o
concreto não está seco, podendo evoluir para carbonatação do
concreto e comprometendo a vida útil da estrutura, a manifestação
patológica foi classificada como tolerável conforme Erat el al (2016),
por não apresentar problemas estruturais, porém necessitando de
terapia adequada para que não haja problemas maiores futuramente.

A terapia adequada para as armaduras expostas se faz primeiro


removendo o concreto ao redor da armadura e fazendo o lixamento
das armaduras para remover a parte oxidada, procedendo da limpeza
do local para que não fique nenhuma impureza. Por fim deverá ser
efetuada a aplicação da argamassa tixotrópica para reparos
estruturais com agente adesivo integrado e inibidor de corrosão.
Respeitando o cobrimento mínimo de 30 mm da armadura segundo a
norma ABNT NBR 6118:2014, ver tabela 3.

Figura 26 – (a) Segregação na base da viga e (b) segregação no


topo da viga
Fonte: Autoria própria (2023)

Na figura 26 podemos verificar separação do agregado graúdo e pasta


de cimento, deixando grandes vazios nos elementos estruturas, tendo
como causa falha humana na execução. Os mecanismos causadores
da manifestação patológica foi o traço de concreto e falha no
adensamento do concreto, sendo diagnosticado como segregação,
podendo causar deformações e desmoronamento na viga, sendo uma
manifestação patológica, por não apresentar problemas estruturais,
porém necessitando de terapia adequada para que não haja
problemas maiores futuramente foi classificada como tolerável
conforme Erat el al (2016).

A terapia adequada para a segregação apresentada por não


apresentarem a exposição das armaduras pode ser feita a limpeza da
camada porosa do concreto, prosseguido de uma nova concretagem
com o mesmo concreto utilizado inicialmente com a fluidez adequada,
deixando a superfície adequada para recebimento dos revestimentos.

Das manifestações patológicas observamos que 50% das


manifestações patológicas diagnosticadas foram de segregação,
sendo o maior vilão desse edifício, ou seja, o maior causador dos
sintomas patológicos foi a falha na execução representando 60%,
como podemos observar na figura 27. Com isso os dados analisados
se equivalem com a pesquisa de Mess (2022) e Couto (2007) onde a
falha na execução foi o maior vilão causador das manifestações
patológicas, não havendo nenhuma manifestação patológica
proveniente de falha de projeto, sendo assim divergente da pesquisa
do Mitzsuzaki et al, (2019). Como o edifício ainda está em construção
não existem manifestações patológicas devido ao uso, porém o
segundo maior vilão desta construção foi a causa química divergindo
das pesquisas feitas por Mess (2022), Couto (2007) e Mitzsuzaki et al,
(2019), onde ela foi a menor causa, sendo essa divergência justificada
pelo fato de a obra ainda estar em construção.
Tabela 8 – Resumo das patologias edifício do Jardim Bonifácio

Figura 27 – (a) Gráfico causas das manifestações patológicas


edifício Jardim Bonifácio (b) gráfico das manifestações
patológicas diagnosticadas edifício Jardim Bonifácio

4.4. Análise geral

Figura 28 – Gráfico manifestações patológicas nos edifícios

De maneira geral com base nas manifestações patológicas analisadas


podemos afirmar que 61% ocorreram nos edifícios que estavam em
construção, enquanto 39% aconteceram no edifício já construído.
Podemos observar também que no edifício já construído a maior
incidência de manifestação patológica foi a corrosão de armaduras
representando 25% do total, enquanto nos edifícios em construção foi
a segregação representando 32% do total, como podemos observar
na figura 28.

Dentro das manifestações patológicas dos edifícios em construção e


do edifício em construção o maior vilão sendo agente causador das
manifestações patológicas foi a falha na execução representando nos
edifícios em construção 24%, enquanto nos edifícios em construção
representa 38%. Em virtude dos resultados é possível atestar que as
manifestações patológicas em um edifício em construção são
diferentes de um edifício que já está construído, sendo a maior causa
das manifestações patológicas se dá por falha na execução,
comprovando o que foi atestado por Mess (2022); Couto (2007) que
afirmam que o maior vilão são as falhas na execução, diferente do
Mitzsuzaki et al, (2019) que afirma que o agente causador da maioria
das manifestações patológicas são as falhas no projeto. Sendo assim
é necessário dar mais atenção quando for ser executada a
concretagem principalmente, visto que a maior incidência de
manifestação patológica foi a segregação que enfraquece o concreto
na região afetada.

Figura 29 – Gráfico causas das manifestações patológicas nos


edifícios

5. Conclusão

As patologias sempre foram um grande problema na área da


construção civil, podendo ser confirmado que o maior vilão para a
ocorrência das manifestações patológicas são a falha humana, mais
especificamente durante a execução das construções. Através das
manifestações patológicas encontradas é possível notar a gravidade
dos futuros problemas nas construções, quando há má execução e
falta de fiscalização dos engenheiros responsáveis.

Com isso durante o estudo pode-se entender que as principais causas


das manifestações patológicas nas construções podem ser evitadas,
visto que o grande vilão são falhas na execução devendo incentivar a
procura do conhecimento e estudos para execução de maneira correta
dos elementos construtivos. As patologias podem ser tratadas
adequadamente quando identificadas no início para evitar problemas
graves futuros, por isso é importante a vistoria periódica nos edifícios
para verificar se não existe a presença de sintomas patológicos na
edificação, pois como foi apresentado no artigo as patologias ainda
podem ser parcialmente recuperadas ainda assim devendo ser
realizado seu reparo em curto prazo.

https://youtu.be/h--RPSYg9RE

https://youtu.be/8PQ4frvYJCE
Os Tipos e as Patologias Vistas nas
Argamassas
IGOR PINHEIRO 17 DE JULHO DE 2019 SEM CATEGORIA

As argamassas são um dos materiais mais utilizados na construção civil


pois são usadas para diversas finalidades. Existem diversos tipos de
argamassas para as mais diversas situações, então é muito importante que
os profissionais da área conheçam as suas características para que possam
fazer a escolha adequada. Além disso, vamos falar um pouco sobre a
possíveis patologias que vir a ocorrer nesse material.

Figura 1 – argamassa.

Argamassas é uma mistura homogênea entre um ou mais aglomerantes,


agregados miúdos e água, podendo ou não conter aditivos. Elas se
caracterizam por possuírem caraterísticas plásticas e adesivas quando são
aplicadas e após um certo período de tempo tornarem-se rígidas e
resistentes.

Aglomerante: geralmente, o cimento Portland, que reage na presença de


água formando cristais e ganhando resistência mecânica, ou seja, ele é
utilizado como uma ligante que ganha resistência mecânica quando seco

Agregados miúdos: areia silicosa e quartzosa; areia siltosa e argilosa;


pedriscos.
São utilizadas para assentamento de blocos, tijolos, revestimentos,
dentre outros. Também é muito comum em revestimento de paredes, tetos
e em reparos de peças de concreto.

Como existem diversos tipos, a escolha deve ser feita de acordo com as
exigências de cada obra. Mas, de modo geral, todas as argamassas devem
possuir as seguintes características

 Resistência mecânica;
 Compacidade;
 Impermeabilidade;
 Constância de volume;
 Aderência;

Os tipos de argamassas

As argamassas podem ser classificadas de diversas formas então vamos


conhecer algumas dessas classificações.

Segundo a utilização:

Esse é o tipo de classificação mais comum na construção civil, os demais


são pouco utilizados.

 Argamassas para assentamento de alvenarias:

Esse tipo de argamassa é utilizado para assentamento de blocos


cerâmicos unindo por meio de ancoragem mecânica, ou seja, ela cria
“raízes” nos poros do bloco cerâmico e se fixa.

Geralmente, esse tipo de argamassa é produzida em uma central ou no


pavimento com o uso de betoneiras, mas, também pode ser comprada
pronta. O tipo de argamassa pronta mais utilizada é a estabilizada. Ela
recebe a adição de polímeros que conseguem retardar a hidratação do
cimento, evitando que o material fique enrijecido antes de chegar ao local
de aplicação. A vantagem de utilizar esse tipo de argamassa é a redução da
quantidade de mão de obra e dos desperdícios de material.

 Argamassas para revestimentos:

Esse tipo é utilizado para recobrir, corrigir defeitos e dar rugosidade. Elas
são comumente divididas em chapisco, emboço e reboco.
O chapisco é a camada mais áspera e grossa de argamassa que é
aplicada na parede, ele fica diretamente em contato com os tijolos e a sua
função é aumentar o atrito para garantir uma maior aderência das
próximas camadas.

Figura 3 – Argamassa para chapisco sendo aplicada.

O emboço é o revestimento intermediário, vindo logo acima do


chapisco. Com uma superfície áspera a sua função é tornar a superfície
mais nivelada, facilitando a aplicação do reboco. Além disso, ele também
realiza funções relacionadas a impermeabilização da parede.

Figura 4 – Emboço.
O Reboco é a camada última camada e sua função é dar acabamento,
com essa camada a parede deve ficar plana e lisa, preparada para receber
outros acabamentos como pintura.

Figura 5 – Reboco.

 Argamassas colante

A argamassa colante, como o nome deixa evidente, é utilizada para colar


peças. Ela muito utilizada, principalmente na aplicação de pisos e
revestimentos cerâmicos. Ela é composta por uma mistura de cimento
Portland, um agregado muito fino e polímeros que dão adesividade a
mistura.
Figura 6 – Argamassa colante sendo utilizada para assentamento de piso.

Existem vários tipos de argamassa colante, então é bom conhecer cada


um deles para determinar a mais adequada para as necessidade de cada
obra.
Figura 7 – Tipos de argamassas colantes.

 Argamassas de rejunte:

Esse tipo de argamassa é utilizado para preencher juntas de


assentamento entre placas cerâmicas e dar acabamento ao revestimento.
Elas possuem baixa impermeabilidade, sua cor é estável, e são capazes de
absorver pequenas deformações.

Figura 8 – Argamassa de rejunte sendo aplicada.

As duas próximas classificações são bem menos usuais, mas, é sempre


interessante quais são.
Segundo o tipo de aglomerante:

 Argamassas aéreas: Cal aérea e gesso.


 Argamassas hidráulicas: Cal Hidráulica e cimento;
 Argamassas mistas: Argamassa com um aglomerante aéreo e um
hidráulico.

Segundo a dosagem.

 Pobres ou magras: Quando o volume de aglomerante é insuficiente


para encher os vazios do agregado.
 Cheias: Quando os vazios do agregado são preenchidos exatamente
pela pasta.
 Ricas ou gordas: Quando houver excesso de pasta

Patologias em argamassas

Além de conhecer os tipos de argamassas é necessário saber quais


problemas podem afetá-las e como resolvê-los. Então agora vamos falar
sobre as patologias em argamassas.

Eflorescência – Manchas de umidade, pó branco acumulado sobre a


superfície.

As eflorescências podem ter várias causas, as mais prováveis são as


infiltrações ou umidade constantes, a presença de sais solúveis na peça de
alvenaria ou na água de amassamento da argamassa.

Reparo: eliminação da infiltração de umidade, secagem do revestimento,


escovamento da superfície, reparo do revestimento se estiver pulverulento.
Figura 9 – Eflorescência.

Bolor – Manchas esverdeadas ou escuras, revestimento em desagregação.

Os bolores são causados pela presença de umidade constante e por falta


de exposição ao sol na área.

Reparo: eliminação da infiltração da umidade, lavagem com solução de


hipoclorito, reparo do revestimento se estiver pulverulento.
Figura 10 – Bolor.

Vesículas – Empolamento da pintura com parte interna branca, preta ou


vermelho castanho.

As vesículas podem ter causas diversas, sendo as principais a hidratação


retardada do óxido de cálcio da cal, presença de pirita ou de matéria
orgânica na areia, presença de substâncias ferruginosas na areia.

Reparo: renovação da camada de reboco.


Figura 11 – Vesículas.

Descolamento com empolamento – A superfície do reboco descola do


emboço formando bolhas.

A principal causa desse tipo de patologia é a hidratação retardada do


óxido de magnésio da cal.

Reparo: renovação da camada de reboco.

Figu
ra 12 – Descolamento com empolamento.

Descolamento em placas duras – Placas endurecidas que quebram com


dificuldade. Sob percussão, o revestimento apresenta som cavo.

Essa é uma das patologias mais comuns e as suas possíveis causas são
muito variadas, sendo as principais: argamassa muito rica em cimento ou
aplicada em camada muito espessa, corrosão da armadura do concreto de
base. Também é possível que a superfície da base seja muito lisa ou esteja
impregnada com alguma substância hidrófuga, ou ainda a camada de
chapisco tenha sido aplicada.

Reparo: renovação do revestimento para as duas primeiras causas.


Apiloamento (compactação) da base, aplicação de chapisco ou outro
artifício para melhorar a aderência, antes da renovação do revestimento,
para as duas últimas.

Figur
a 13 – Descolamento em placas duras.

Descolamento em placas quebradiças – Placas endurecidas, mas


quebradiças, desagregando-se com facilidade e som cavo.

Geralmente esse problema é causa por dois motivos, o primeiro é a


argamassa magra, ou seja, não possui aglomerante suficiente para
preencher os poros do agregado, o segundo é a ausência da camada de
chapisco.

Reparo: renovação do revestimento e no segundo caso aplicação do


chapisco antes de fazer a renovação.
Fissuras horizontais – Aparecem ao longo de toda a parede, descolamento
do revestimento em placas, com som cavo.

Uma das patologias mais encontradas na construções, suas principais


causas são: expansão da argamassa de assentamento devido hidratação
retardada do óxido de magnésio da cal, expansão da argamassa de
assentamento pela reação cimento/sulfatos ou devido à presença de
argilo-minerais expansivos no agregado.

Reparo: no primeiro caso, renovação do revestimento após a hidratação


completa da cal na argamassa. No segundo, a solução deve ser pensada de
acordo com a intensidade da reação expansiva.

Fissuras mapeadas – Distribuem-se por toda a superfície do revestimento


em monocamada. Pode ocorrer descolamento do revestimento em placas
(fácil desagregação).

A principal causa é a retração da argamassa, podendo ser por excesso de


finos de agregado, de água de amassamento ou por ter o cimento como
único aglomerante.

Reparo: reparo das fissuras e renovação da pintura, renovação do


revestimento em caso de descolamento.

Figura 14 – Fissuras mapeadas.


Recalques da fundação
Recalque é um fenômeno que ocorre quando a edificação sofre uma movimentação
vertical devido ao adensamento do solo. O recalque é uma das principais causas de trincas e
fissuras em edificações. Existem recalques absolutos e diferenciados.

Os recalques diferenciados, são os que ocorrem quando uma parte do edifício rebaixa
mais que outra gerando esforços estruturais, o mesmo também pode estar localizado nas
extremidades dos prédios, essas fissuras aparecem inicialmente com inclinações nos cantos
surgindo posteriormente uma fissura vertical causando problemas de ordem estética e
funcional, podendo atentar contra a estabilidade e segurança da construção.

A maior parte das incidências dos recalques acontecem por falta de conhecimentos das
propriedades do solo obtidos por sondagem prévia, projetos defeituosos das fundações e
algumas vezes por serem executadas em solos compressíveis, baixa resistência, e com a
presença de raízes, pois as mesmas absorvem água deixando o solo mais úmido podendo gerar
o recalque ou tornar a região das raízes mais compactas podendo com isso danificar as
fundações de concreto.

As principais consequências do recalque são fissuras na fachada do edifício e fissuras


internas nos apartamentos. A seguir serão mostrados alguns tipos de fissuras causadas por
recalque de fundações.

Existem alguns possíveis métodos de solucionar esse problema inferior mas eles
demandam uma grande quantidade de trabalho em manutenção e também custo, como é o
caso da injeção de água congelada para fixar os pilares, contudo a inversão nas estruturas já
prejudicadas é inviável, o que se pode nesse caso fazer é tentar esconder as rachaduras
superficiais com revestimentos em argamassa ou outros materiais.

FISSURAS EM ESTRUTURAS DE CONCRETO


Grupo: Ademar Oliveira, Alexandra Máximo, Bruna Abe e Isabella Hofer

- Fissura por corrosão da armadura


DEFINIÇÃO:
As fissuras do concreto são causadas por tensões de tração simples no concreto, em
consequência da expansão da armadura provocada pela corrosão. É o fenômeno que
ocorre com mais frequência entre as patologias das estruturas de concreto,
comprometendo a estética e a sua vida útil (período de tempo no qual a estrutura
consegue atender as solicitações para as quais foi projetada).

COMO OCORRE:
CAUSAS:
- diminuição do cobrimento das armaduras (que devem seguir a NBR 6118),
geralmente provocado pelo deslocamento da armadura no lançamento do concreto,
por ausência ou insuficiência de pastilhas, facilita o ataque da corrosão. (cobrimento
insuficiente)
- ação agressiva dos íons cloreto e a carbonatação são os principais responsáveis pela
iniciação do processo de corrosão da armadura.
- concreto muito permeável ou com elevada porosidade por falta de adensamento

DIAGNÓSTICOS:

- A corrosão tem, como consequência, uma diminuição da seção de armadura e


fissuração do concreto em direção paralela a esta.
- Eventualmente, podem surgir manchas avermelhadas produzidas pelos óxidos de
ferro. As fissuras ocorrem porque os produtos da corrosão ocupam espaço maior que
o aço original.
MEDIDAS PREVENTIVAS:
- Cobrimento adequado da armadura com o concreto;
- Concreto menos permeável (com maior fck);
- Tipo de cimento utilizado;
- Cuidados com drenagem;
- Proteção superficial do concreto – revestimentos;
- Armaduras especialmente passivas;
- Cuidado no uso de aditivos que contenham em sua formula o cloreto de cálcio;
- Cobrimento das armaduras adequando a agressividade do meio;
- Utilizar dosagem adequada, com o mínimo de água para a hidratação;
- Limpeza do ferro;
- Pintura utilizada para proteção do aço contra a corrosão.

FISSURAS POR REAÇÃO ÁLCALI-AGREGADO

A reação álcali-agregado – RAA é um fenômeno de origem química que ocorre


entre os álcalis presentes no cimento Portland e alguns compostos reativos
existentes nos agregados. Essa reação química conduz à formação de um gel
expansivo que causa tensões internas na estrutura de concreto, o aparecimento de
um padrão típico de fissuras e a perda da capacidade resistente da estrutura. Tal
reação ocorre quando o concreto é mantido em contato com a água, por exemplo,
caixas d’agua, barragens, canais revestidos entre outras obras civis.
A identificação desse problema deve ser feita através de ensaios laboratoriais.
MEDIDAS PREVENTIVAS

Para de evitar a ocorrência da reação em estrutura de concreto, deve-se:


- Evitar o uso de agregados reativos;
- Utilizar cimento com teor de álcali abaixo de 0.6%;
- Evitar o emprego de aditivos e água de amassamento que contenham álcalis;
- E usar, na mistura do concreto, materiais pozolânicos.

TRINCAS E FISSURAS EM ESTRUTURAS DE CONCRETO


Grupo: Beatriz Janini, Daniella Briante, Marluce Marques, Priscila Rüthschilling e Wagner Oliveira
Por mais que as fissuras façam parte da natureza do concreto elas não podem ser ignoradas, pois
através delas se constituem veículo condutor de vários agentes agressivos ao concreto.

RETRAÇÃO TÉRMICA:

A retração térmica acontece através do calor liberado na reação de hidratação, o concreto se expande
com aquecimento e se contrai no resfriamento. Na massa de concreto ocorre
uma elevação de temperatura na hidratação do cimento, e em seguida um arrefecimento para que haja
o equilíbrio com a temperatura externa.

As consequências mais comuns na edificação quando se fala em retração são o aparecimento de


fissuras e trincas.

RETRAÇÃO POR SECAGEM OU RETRAÇÃO HIDRÁULICA:

A retração por secagem, ou retração hidráulica, é a redução de volume causada pela diminuição de
umidade. Mesmo no estado endurecido, o concreto continua a perder água para o ambiente, assim
contraindo-se (e quando há o ganho de umidade, expande-se). O efeito da variação de volume nas
estruturas de concreto não seria prejudicial se houvesse liberdade de sua movimentação, entretanto, isso
não acontece devido ao engaste na fundação, à existência de armadura e a outros fatores que impedem a
mobilidade das peças da estrutura. Esse impedimento à movimentação induz ao aparecimento de tensões
de tração que podem romper o concreto, causando o aparecimento de fissuras. Quanto maior for o
consumo de cimento adicionado à mistura, relação água-cimento e finura dos agregados, maior será a
retração. Geralmente, a configuração dessas fissuras é linear com direções variadas, dependendo de
diversos fatores.

A retração do concreto deve ser minimizada para que seus malefícios também sejam. Como não temos
condições de controlar as condições climáticas, devemos saber trabalhar adequadamente outros fatores
que favorecem a retração do concreto tais como a geometria da peça (espaçamento das juntas, por
exemplo) e o traço do concreto. Além disso, pode-se adotar práticas executivas como proceder a cura do
concreto e alterar o horário das concretagens para períodos de menor temperatura, sol e vento. Medidas
como o borrifamento de neblina de água, a aplicação de agentes redutores de evaporação, a adição de
fibras sintéticas e o emprego de armadura de combate a retração, combinadas ou utilizadas isoladamente,
são benéficas para a redução da fissuração por retração e/ou empenamento das bordas.
DIAGNÓSTICO:

O diagnostico e a diferenciação de fissuras se dão através da posição da fissura em relação à peça


estrutural, à abertura, à direção, e à sua forma de evolução (com relação à direção e à abertura).

As fissuras de retração térmica são detectadas na fase de endurecimento, em virtude de restrições à


precoce movimentação térmica, à precoce retração do endurecimento e ao assentamento diferencial dos
apoios além de cura ineficiente; proteção térmica insuficiente; excesso de calor de hidratação; excesso de
água de amassamento.

As fissuras de retração hidráulica são detectada durante o estado plástico e pode ser causada
pela secagem prematura do concreto (cura inadequada); contração térmica por gradientes de temperatura.

Para tratamento das fissuras é necessário saber se elas são trincas ativas, cujas causas não possam ser
eliminadas, tornando-as passivas, cujos procedimentos de tratamento são os seguintes:

1. Medir, através de monitoramento, a amplitude da movimentação da trinca;


2. Definir se é necessário tratar a trinca ativa como junta móvel;
3. Selecionar um selante plástico e o comprimento que a junta móvel ser criada deve ter para
absorver a movimentação da trinca ativa;
4. Com um cinzel, alargar a trinca ativa para o comprimento calculado da junta móvel;
5. Limpar e secar a trinca alargada com jateamentos de água e ar;
6. Encher cuidadosamente a abertura com o selante plástico.

Trincas especiais, cujas trincas no concreto tenham origem em corrosão de armaduras, reação sílica-
agregado ou excesso de cloretos na composição do cimento, devem ser objeto de estudo especial.

Nas trincas com origem em corrosão de armaduras, há necessidade de remoção de concreto e todo o
tratamento dado à corrosão de armaduras; Nas trincas com origem na reação sílica- agregado ou no
excesso de cloreto no cimento, há necessidade de monitoramento e tratamento com impregnações no
concreto; Ou ainda nas trincas passivas que não as de tipo especial, os procedimentos convencionais
obedecem às seguintes etapas:
1. Adquirir os produtos recomendados no projeto e selecionar operador ou empresa com
reconhecida experiência em trabalhos semelhantes;
2. Limpar a trinca de todos os contaminantes tais como óleos, graxas e qualquer tipo de partícula,
preferencialmente com jato de água;
3. Secar a trinca com jato de ar;
4. Selar as superfícies da trinca para impedir o epóxi de vazar quando de sua injeção;
5. Fazer furos ao longo da trinca, espaçados de dez a trinta centímetros e ligeiramente mais
profundos que a trinca;
6. Introduzir tubos plásticos nos furos, com pontas salientes de 10 cm e fixados no selante;
7. Injetar o epóxi em um tubo de cada vez, começando pelo inferior se a trinca for vertical e por
uma das extremidades, se a trinca for horizontal; nesta fase, todos os outros tubos estarão com a
extremidade externa obturada;
8. Terminada a injeção de todos os tubos, cortar as pontas salientes e limpar a superfície tratada,
lixando o material excedente com lixadeiras elétricas.

Uma técnica muito conhecida também é a injeção que garante o perfeito enchimento do espaço
formado entre as bordas de uma fenda tanto para o restabelecimento do monolitismo da estrutura com
fedas passivas quanto para fendas ativas.

TRINCAS E FISSURAS EM ESTRUTURAS DE CONCRETO


GRUPO
Evelyn Barbosa
Juliana Lobo
Maria Carolina

Fissura de Retração Plástica


Causa: Ocorrem nos primeiros minutos após a concretagem e são típicas de dias quentes e
concretagens próximas do meio dia. Surgem antes mesmo que haja a possibilidade de iniciar a
cura. Se o volume de água perdido por evaporação for maior que o volume de água que
exsudou, vão surgir fissuras de pequena profundidade.

Consequência: Elas costumam ser contínuas e paralelas, separadas entre si de 30 centímetros


a um metro.

A fissuração por retração é capaz de danificar os materiais e componentes, prejudicando seu


comportamento em uso e levando a danos significativos nos edifícios. Observa-se que a
incidência da UR e da T podem levar a danos de descolamento nos revestimentos, os quais
podem assumir extensões muito grandes nas fachadas.

Diagnóstico: São pequenas, estreitas, normalmente menores que um milímetro,


aproximadamente paralelas e normalmente perpendiculares à direção do vento. Evaporação
da água do concreto logo após o lançamento do concreto.

Após o lançamento do concreto e após a vibração, as pedras e a areia, com densidade γ = 2,65
tendem a descer dentro da pasta de cimento, com densidade γ = 1,85. É o chamado auto-
adensamento dos sólidos. Uma parte da água, límpida, com densidade γ = 1.0, sobe, e aflora
na superfície da laje.
A água que está reagindo com o cimento não sobe. A água, que aflora na superfície do
concreto, evapora. O concreto tem seu volume reduzido na superfície, e fissura.

Tratamento de reparo: A prevenção pode ser feita com a molhagem prévia das fôrmas e dos
agregados, com o início da cura úmida logo após o acabamento da peça, uso de quebra-ventos
ou outros procedimentos que reduzam a evaporação superficial.

Sabe-se que o fenômeno da fissuração por retração plástica é drasticamente influenciado pela
exposição da superfície do concreto às intempéries como o vento, a baixa umidade relativa do
ar e o aumento da temperatura ambiente.

Solução 1:

• Usar água fria na mistura. Se necessário, usar gelo misturado na água para obter uma
temperatura

Do concreto T< 20ºC.

• Proteger os agregados da incidência do sol.

• Em épocas muito quentes, concretar à noite, pois a temperatura estará mais baixa.

• Não concretar com vento forte.

• Cobrir o concreto com esteiras encharcadas com água, logo após a concretagem.

• Para facilitar a avaliação de todos os fatores que influenciam o surgimento de fissuras


durante a concretagem, pode-se usar o gráfico da ACI 305R-91 – Hot Weather Concreting,
elaborado com base nos ensaios de Lerch William - ACI Journal 1957.

• Ver o gráfico na página 4 adiante.

Solução 2:

• Usar fibras de polipropileno misturadas no concreto.

• Com 0,50 kg de fibras / m3 de concreto, ficam eliminadas as fissuras da retração plástica.

As aberturas “w” de eventuais fissuras ficam reduzidas a w < 0,05mm. Ver ensaios, Nippon
[140] e Unicamp [141].

• Evitar o uso de mais que 2,0 kg de fibras / m3 de concreto, pois a trabalhabilidade do


concreto fica muito reduzida. Unicamp [141].
Trincas causadas por dilatação

Causa: Os materiais aumentam e diminuem de tamanho em função da variação da temperatura do meio


ambiente.

Os raios solares incidindo diretamente sobre a laje de cobertura, produzem muito calor, fazendo com
que a laje atinja temperaturas altas. O concreto não é um bom condutor de calor, de modo que a parte
de baixo da laje não esquenta tanto. Essa diferença de temperatura flete a laje, fazendo com que ela
fique ligeiramente abaulada para cima.

Consequência: Como a laje está solidamente engastada nas paredes, ao dilatar, ela leva junto parte da
parede. Então surgem trincas inclinadas nos cantos das paredes.
Diagnóstico: Todos os materiais empregados nas construções estão sujeitos a dilatações com o
aumento de temperatura, e as contrações com a sua diminuição. A intensidade desta variação
dimensional, para uma dada variação de temperatura, varia de material para material. Para
quantificarem-se as movimentações sofridas por um componente, além de suas propriedades 19 físicas,
deve se conhecer o ciclo de temperatura a que está sujeito e determinar também a velocidade de
ocorrência das mudanças térmicas, como no caso de alguns selantes que possuem pouca capacidade de
acomodação a movimentos bruscos.

Tratamento de reparo: o ideal e o mais barato é que seja feita a prevenção, ainda na etapa de obra e
que devem ser tomados alguns cuidados para amenizar efeito térmico sobre a laje de cobertura.

· Executar o isolamento térmico eficaz sobre a laje de cobertura

· Elevar ao máximo possível o caimento do telhado, distanciando este da laje

· Executar ventilação cruzado sob o telhado, com entrada de ar frio junto a saída de ar quente junto a
cumeeira.

· Pintar, se possível, o telhado com cor clara, preferencialmente branco, para efeito de reflexão dos raios
solares
OCORRÊNCIA DE TRINCAS E FISSURAS EM ESTRUTURAS DE CONCRETO

CAUSAS
· Acomodação da obra no terreno: Há um esforço por parte da fundação do prédio, que acaba sendo um
pouco transferido para a alvenaria, gerando as fissuras.
· Pressa ao dar o acabamento na obra: Se não é respeitado o tempo correto para secar alguns materiais,
há mais chance daquele local apresentar trincas.
· Obras nas unidades: Reformas que ocasionem um excesso de carga em um andar ou alterações
estruturais, como a retirada de paredes ou pilares podem causar fissuras, tricas ou rachaduras.
· Movimento estrutural: A estrutura do prédio é flexível, para conseguir lidar com o vento, sons e obras
vizinhas; porém o movimento externo pode gerar fissuras.
· Infiltrações: Quando não há a renovação do material de impermeabilização, a água pode se infiltrar seja
pela ação da chuva ou de um vazamento, causando problemas estruturais ou estufando as paredes.
· Variação Térmica: O calor faz com que haja uma dilatação dos materiais. Quando a temperatura volta
ao normal, o local pode apresentar algumas trincas. Também pode acontecer em paredes por onde passem
tubos que esquentem, como de água quente ou outros.
· Chuva ácida: A chuva ácida pode se infiltrar em uma laje sem impermeabilização e degradar as
estruturas protegidas pelo concreto; essa água pode oxidar o aço, comprometendo a segurança do local.
· Escolha incorreta do material ou material de má qualidade: Se o material usado não é de boa
qualidade ou se não foi utilizado corretamente.
· Sons, vibrações ou ventos muito fortes: Seja um som extremamente alto, um bate-estaca violento em
uma obra próxima ou uma rajada de vento mais forte que o esperado, a edificação pode não estar
preparada para recebê-los, aparecendo trincas.
·

EXEMPLOS DE FISSURAS
Variações térmicas
Os componentes de uma estrutura de concreto estão sujeitas a variações térmicas diárias e sazonais, o que
provocam sua variação dimensional. Estes movimentos de dilatação e contração são restringidos pelos
diversos vínculos que envolvem os materiais, gerando tensões que podem provocar trincas ou fissuras.

As lesões verificadas em obras sob efeito das movimentações diferenciadas, assumem diversas situações
e intensidade, como exemplo:
- destacamentos entre alvenarias e estruturas;
- destacamento das argamassas de seus substrato;
- fissuras ou trincas inclinadas em paredes com vínculo em pilares e vigas, expostos ou não à insolação;
- fissuras ou trincas regularmente espaçadas em alvenarias ou concreto, com grandes vãos sem juntas;
- fissuras ou trincas horizontais em alvenarias apoiadas em lajes submetidas a forte insolação.
A diferença entre as temperaturas das superfícies superior e inferior da laje faz com que a dilatação seja
mais intensa na face superior, provocando tensões de tração e cisalhamento nas paredes.
Para evitar o problema, principalmente na laje superior, o ideal é que seja feita, após a concretagem e sua
cura correta, uma impermeabilização, seguida de tratamento térmico e, então, o acabamento escolhido
pode ser executado.

Recobrimento das armaduras


A ausência de recobrimento adequado das armaduras do concreto armado, com os valores mínimos
recomendados pela NBR 6118 e a exposição a chuva ácida, podem desencadear processos de corrosão
das armaduras, tendo como manifestação a expulsão da capa de cobrimento das armaduras, interferindo
na aderência, puncionamento ou rasgamento do sistema impermeabilizante.
No caso da Chuva Ácida, a água começa a se infiltrar na laje, porém a rachadura ainda não verte água, há
apenas uma mancha esbranquiçada. Porém, quando começa a ter pinga mentos de agua, ou a mancha no
local começa a ficar amarelada ou ocre, é sinal que o aço já foi oxidado e precisa de cuidado.

Depois que constatado a deficiência do cobrimento das armaduras, se aplica um revestimento especial,
que compensa a ausência do recobrimento recomendado por norma. Uma das soluções adotadas é o
da aplicação de cimentos ou argamassas poliméricas, compostas de cimento, quartzo de
granulometria definida e polímeros (acrílicos, SBR, SBS, etc.), cuja propriedade de baixa
permeabilidade a agentes agressivos, evita ataque às armaduras.
A corrosão tem como consequência uma diminuição da seção de armadura e fissuração do concreto em
direção paralela a esta.

rincas e Fissuras em Estrutura de Concreto Armado


Grupo:

Bruna Boranga
Letícia Martins
Guilherme Yuji
Raquel Prestes
Silviane Caroline
Thereza Raquel S.

TRINCAS E FISSURAS EM ESTRUTURA DE CONCRETO ARMADO

As trincas e fissuras são fenômenos próprios e inevitáveis do concreto armado e que podem se
manifestar em cada uma das três fases de sua vida:

Fase Plástica
Fase de Endurecimento
Fase de Concreto endurecido

Na fase plástica podem surgir trincas em virtude da retração plástica e do assentamento


plástico; na fase de endurecimento, em virtude de restrições à precoce movimentação
térmica , à precoce retratação do endurecimento e ao assentamento diferencial dos apoios;
na fase de concreto endurecido , as principais causas do aparecimento das trincas e fissuras
são o subdimensionamento, o detalhamento inadequado, as cargas excessivas, o ataque de
sulfatos ao cimento do concreto, a corrosão das armaduras devida ao ataque de cloretos, a
carbonação e a reação álcali – agregado.

Assentamento Plástico e movimentação de fôrmas:

São erros na forma de escorar as estruturas,retirar escoramento em ordem incorreta que provocam fissuras
ou o próprio adensamento do concreto decorrente de excessiva exsudação no estado plástico.

Retratação:
O principal mecanismo de retratação é a perda de água por evaporação em estado fresco ou endurecido.
Água em excesso é normalmente adicionada à massa de concreto para lhe conferir trabalhabilidade. Essa
água não é consumida na reação de hidratação do cimento. Ao evaporar – se deve vencer as forças
capilares gerando assim forças de contração na massa. A restrição do encurtamento é por uma série de
fatores como por exemplo, o atrito com a base, retratação diferencial e rigidez da estrutura. Provocam
tensões de tração que levam ao aparecimento ou aumento da abertura de fissuras.

Fatores das Fissuras:

> Movimento Estrutural


A estrutura do prédio é flexível para conseguir lidar com o vento,sons e obras vizinhas.
Porem, muito movimento externo pode gerar fissuras.

> Obras na unidade


Reformas que ocasionem um excesso de carga num andar ou alterações estruturais como
retirada de paredes ou pilastras podem causar desabamentos. Ex: Construção de uma parede
não prevista pelo projeto original. A laje transfere o peso para os pilares, que podem sofrer
avarias.

> Acomodação da obra no terreno


É uma das origens mais comuns em novas edificações. Há um esforço por parte da fundação
do prédio, que acaba sendo um pouco transferido para alvenaria, gerando assim as fissuras.

> Retratação das argamassas


Devido à dosagens inadequada da argamassa ou concreto, ausência de cura principalmente na
ocorrência de vento e calor excessivo, emprego de areia inadequada ou contaminada, tempo
insuficiente de hidratação da cal eventualmente utilizada.

> Má aderência do revestimento à estrutura


> Falta de juntas de dilatação de movimentação que absorvam a deformabilidade da estrutura

> Recalques de fundação

Danos:
Permitem a passagem de água que alem de provocar manchas,eflorescências, bolhas e
saponificação da pintura, possibilitam também a proliferação de bolores e outros fungos,
provocadores de doenças alérgicos respiratórios. No caso mais grave propicia um processo de
corrosão das armaduras que se não forem tratadas adequadamente chegam a comprometer a
estabilidade das edificações.

Para cada tipo de fissura existe uma causa, por isso é difícil tratar de um único modo
todos os tipos de fissuras.

É preciso uma análise prévia para definir a causa e o tipo da fissura. Após esta etapa pode -se
escolher o tipo de tratamento adequado. Para analisar uma fissura é preciso classificá-las
quanto à abertura,geometria e movimentação.

NBR 9575/03 de impermeabilização


Fissuras em argamassa de Revestimento
Movimentação de Estruturas causando fissuras e trincas estruturais

A retratação plástica não implica em danos sérios ao concreto,porem a aparência é muito


comprometida alem disso, fissuras mais profundas podem trazer problemas sérios com
infiltração de água.

TRINCAS ATIVAS:
As Trincas Ativas são aquelas cuja dimensão varia ao longo do tempo como as trincas devido à
dilatação térmica da estrutura. Muitas vezes, essas trincas ocorrem por esquecimento do
projetista de inserir a Junta de Dilatação.

No tratamento das trincas ativas, cujas causas não possam ser eliminadas, tornando-as
passivas, os procedimentos são os seguintes:
> Medir, através de monitoramento, a amplitude da movimentação da trinca;

> Definir se é é necessário tratar a trinca ativa como junta móvel;

> Selecionar um selante plástico e o comprimento que a junta móvel a ser criada deve ter
para absorver a movimentação da trinca ativa;

> Com um cinzel alargar a trinca ativa para o comprimento calculado da junta móvel;

> Limpar e secar a trinca alargada com jateamentos de água e ar;

> Encher cuidadosamente a abertura com selante plástico.

TRINCAS ESPECIAIS:
Os elementos estruturais cujas trincas no concreto tenham origem em corrosão de
armaduras, reação sílica – agregado ou excesso de cloretos na composição do cimento, devem
ser objeto de estudo especial:

> Nas trincas com origem em corrosão de armaduras, há necessidades de remoção de


concreto e todo o tratamento dado à corrosão de armaduras;
> Nas trincas com origem na reação sílica agregado ou no excesso de cloreto no cimento, há
necessidades de monitoramento e tratamento com impregnações no concreto.

TRINCAS PASSIVAS:

São aquelas que não apresentam variação de suas dimensões ao longo do tempo. São casos,
por exemplo, de trincas causadas por recalques nas estruturas e nas fundações.

Nas trincas passivas, que não as de tipo especial, os procedimentos convencionais obedecem
às seguintes

etapas:

> Adquirir os produtos recomendados no projeto e selecionar operador ou empresa com


reconhecida experiência em trabalhos semelhantes;

> Limpar a trinca de todos os contaminantes tais como óleos, graxas e qualquer tipo de
partícula, preferencialmente com jato de água;

> Secar a trinca com jato de ar;

> Selar as superfícies da trinca para impedir o epóxi de vazar quando de sua injeção;

> Fazer furos ao longo da trinca, espaçados de dez a trinta centímetros e ligeiramente mais
profundos que a trinca;

> Introduzir tubos plásticos nos furos, com pontas salientes de 10 cm e fixados no selante;
> Injetar o epóxi em um tubo de cada vez, começando pelo inferior se a trinca for vertical e
por uma das extremidades, se a trinca for horizontal; nesta fase, todos os outros tubos
estarão com a extremidade externa obturada;

> Terminada a injeção de todos os tubos, cortar as pontas salientes e limpar a superfície
tratada, lixando o material excedente com lixadeiras elétricas.

Roteiro para evitar patologias em


pisos de concreto
Garagens e pavimentos sofrem muitos esforços. Eles têm que suportar carros e
caminhões pesados e resistir, sujeira, água salgada, gasolina, óleo de motor e outros
contaminantes. Mas uma laje de garagem que tenha sido cuidadosamente
planejada, instalada e curada não deve ter problemas em fornecer anos de
desempenho livre de rachaduras, mesmo sob as condições mais difíceis.
Exitem empresas especializadas em pisos e pavimentos de concreto como
a Construtora Civil. empreiteiros de concreto fazem esse tipo de trabalho todos os
dias; preste atenção aos detalhes e você alcançará seu alto padrão de qualidade.

Base e Subleito
Não se preocupe muito com a capacidade de carga do seu solo. Mesmo os solos
pobres, como silte e argila, têm uma capacidade de solo de cerca de 0,2 kg/cm2.
Uma placa, mesmo de 15cm de espessura pesa apenas cerca de 0,04kg/cm2, e
cargas acidentais – qualquer coisa que não faça parte do próprio edifício, incluindo
veículos – normalmente não excede 0,03kg/cm2 em uma garagem. Isso significa que
o solo sob uma laje de garagem típica só precisa suportar 0,07kg/cm2.
Muito mais importante do que a capacidade de suporte é a capacidade da base de
fornecer suporte consistente. Se uma parte sofre maior recalque que outra, a laje irá
dobrar e potencialmente rachar. Para evitar esse problema, você precisa saber quais
áreas foram cortadas e aterradas e, em seguida, é necessário certificar-se de que as
áreas preenchidas foram bem aterradas.
Qualquer solo que tenha sofrido intervenção durante a escavação também deve ser
compactado. Tenha em mente que é difícil conseguir uma boa compactação com o
solo que está muito seco ou muito úmido. Para testar o teor de umidade, esprema
um punhado de terra. Se você pode espremer a água, ela está muito molhada, e se
ela se desfizer quando você abrir a mão, ela estará muito seca. Se ele mantém sua
forma, está no ponto adequado para compactação.
A abordagem mais segura é remover a primeira camada (vegetal) e colocar uma
camada mínima de 10cm de cascalho compactável ou pedra britada como base
sobre o subleito. O cascalho fornece uma camada que ajuda a manter a espessura da
laje uniforme, o que economiza dinheiro em concreto. Também ajuda a espalhar a
carga sobre o solo subjacente, para que a placa seja suportada de maneira mais
uniforme. Além disso, é fácil de compactar.
Provavelmente, o solo mais difícil com o qual você terá que lidar é a argila expansiva,
que incha quando está molhada e encolhe quando seca, e não pode ser facilmente
compactada. É melhor remover essa argila e substituí-lo por um preenchimento
compacto. Se isso não for possível, você deve consultar um engenheiro geotécnico.

Barreira de Vapor
A umidade no solo pode aumentar através da ação capilar, e o vapor de água está
sempre presente sob as lajes de piso e qualquer vazio na sub-base está quase
sempre a 100% de umidade relativa. Sem uma barreira de vapor, a umidade se
moverá através do concreto e condensará por baixo, deixando marcas escuras na
superfície.
Em casos extremos, a laje irá até “transpirar”. Se a placa já estiver coberta com piso
ou um revestimento de acabamento, a umidade poderá causar delaminação. Uma
barreira de vapor é um seguro barato.
A barreira de vapor deve ser colocada no topo da sub-base, diretamente abaixo do
concreto. Não coloque uma camada de areia ou cascalho no topo da barreira de
vapor. Houve uma época em que essa prática foi recomendada para reduzir o
empenamento na laje, mas se você estiver usando a mistura de concreto adequada
com baixo teor de água, uma camada para remover o excesso de água é
desnecessária. Ele pode, na verdade, capturar a umidade, que então continuará
subindo pela laje.

Isolamento do pavimento
Todas as lajes de piso trabalham, diferentemente de paredes de periferia e pilares da
estrutura, que são geralmente mais estáveis. As lajes também encolhem à medida
que secam e continuam a se expandir e se contrair com as mudanças de
temperatura.
O uso de juntas de isolamento ao redor do perímetro da laje e em torno de qualquer
interseção permite que ela se mova de forma independente e ajuda a evitar
rachaduras.
As juntas de isolamento devem ser feitas de materiais de aproximadamente 1,2 cm
de espessura, usa-se bastante para essa função placas de isopor.
Independentemente do material que você usa, a articulação deve ser ajustada no
grau adequado e ser pelo menos tão larga quanto a espessura da laje, para que a laje
não se ligue parcialmente às paredes.
Juntas de controle
Juntas de controle são rachaduras planejadas que permitem movimentos causados
por mudanças de temperatura e retração de secagem ocorram. Em outras palavras,
a fissura é quase inevitável, você deve ter um papel ativo na decisão de onde ele irá
trabalhar e direcionar esse trabalho uma linha reta ao invés de aleatoriamente.
Juntas devem ser posicionadas corretamente, obedecendo a estrutura (pilares e
paredes) e interferências (caixas e bases).
O corte de juntas deve ser feita em profundidade adequada. Deve-se cortar as juntas
30% da espessura do piso, então para um piso de 15cm, deve-se cortar no mínimo
5cm de profundidade. Existem equipamentos específicos para corte linear de juntas.
As juntas devem ser cortadas entre 6 e 12 horas após a finalização do acabamento do
piso. Se cortar antes, o piso não terá reagido o suficiente para suportar o corte, e
pode esborcinar as juntas. Se cortado após esse prazo, corre-se o risco
(principalmente em regiões muito quentes) de aparecimento de fissuras antes do
corte.
Seja ativo na decisão de onde as juntas de controle serão colocadas para evitar
patologias que poderiam ser evitadas de forma simples!

Cura do Concreto
Uma laje executada em local descoberto está muito mais sujeita a secar
rapidamente e provocar rachaduras. Outra patologia comum é o empenamento das
bordas das placas de concreto, que acontece quando a superfície seca mais
rapidamente do que o fundo da placa, provocando retração diferencial.
Uma maneira de garantir que isso não aconteça é pulverizar um composto de cura
que forma uma membrana na superfície. Isso criará uma fina membrana
impermeável que prende a umidade da própria laje e evita a secagem prematura.
Alguns compostos podem ser coloridos com pigmento branco, por isso é mais fácil
ver onde eles foram pulverizados.
Os compostos de cura podem interferir na adesão, portanto, se a laje estiver
recebendo algum tipo de revestimento. A melhor opção pode ser usar coberturas de
poliéster ou de cura. Lonas de poliéster são uma opção barata, mas pode deixar
marcas manchadas no chão.

CONFIRA COMO RECUPERAR PISOS DE


CONCRETO

Diversas patologias podem afetar pisos de concreto. Veja algumas


soluções
Os pisos de concreto sofrem uma série de agressões que levam a sua
deterioração. Desgaste do tempo, impactos ou excessiva vibração,
sobrecargas, tráfego intenso e danos estéticos são consequências de
algumas patologias que podem acometer o piso de concreto. É preciso
identifica-las e tratá-las corretamente o mais rápido possível.
Segundo o engenheiro Ruy Serafim de Teixeira Guerra, as principais
patologias dos pisos de concreto são a delaminação (desplacamento),
desgaste superficial, manchas e fissuras de retração. Já os revestimentos, que
têm a função de proteger o concreto contra ataques químicos e mecânicos e
ainda conferir maior facilidade de limpeza, poderão ser alvos de formação de
bolhas, falhas e irregularidades no acabamento, destacamentos, trincas e
fissuras.
“Na maior parte dos casos, os custos de recuperação são altos e podem se
equiparar ou até mesmo superar os gastos envolvidos com a execução
dos pisos. Contar com um bom projeto é o primeiro passo para evitar a
ocorrência de patologias e, consequentemente, a necessidade de desembolsar
altas somas para saná-las”, explica Ruy, que explica as soluções de algumas
patologias. Acompanhe:
Resistência ao desgaste – A solução do problema é, na maior parte das
vezes, feita pela aplicação de um bom endurecedor químico, precedida de
uma limpeza com escovas abrasivas. Em seguida, deve-se aplicar novamente
o endurecedor, garantindo o fechamento da porosidade superficial. Casos mais
severos podem ser tratados pelo processo de lapidação com ferramentas
diamantadas (até grana 3000), que confere ao piso um aspecto similar aos
pisos com agregados de alta resistência.
Delaminação – O tratamento mais empregado é o reparo com argamassas
poliméricas, principalmente as epoxídicas, que permitem espessuras de 3 mm
a 6 mm. Também podem ser empregadas as argamassas cimentícias,
modificadas com polímeros. Mas, vale lembrar que nesse caso deve-se
trabalhar com espessuras mais elevadas, acima de 8 mm.
O reparo do piso consiste inicialmente no recorte da área danificada,
formando uma figura geométrica regular, e na regularização da superfície de
modo a garantir a espessura mínima para o material que será empregado no
reparo. O próximo passo é a aplicação de um primer e, em seguida,
da argamassa. No caso das argamassas epoxídicas, após a cura do produto, é
possível fazer o lixamento.
Fissuras de retração – O tipo de reparo vai depender da origem da patologia.
As mais fáceis de reparar são as originadas pelo atraso no corte. Nesse caso,
quando estiverem muito próximas às juntas (de 5 cm a 10 cm) basta selá-las,
da mesma forma que se faz nas juntas, empregando os mesmos materiais
definidos no projeto do piso.
Se estiverem as fissuras estiverem mais afastadas, é necessário estabilizá-las
ou por colagem com material epoxídico ou poliuretano, por exemplo, ou pela
costura com barras de aço, inseridas de forma inclinada na lateral da fissura e
coladas com epóxi, de modo a unir as duas faces da fissura, que
posteriormente deve ser selada com material epoxídico.
Quando a causa da fissura é reforço insuficiente ou placa com movimentação
restringida, a solução é mais complexa, normalmente executam-se juntas
complementares, que nesse caso deverão ser tratadas para garantir a
transferência de carga.
Manchas – Há três causas básicas: a mais comum e mais grave, ocorre em
decorrência da pega diferenciada do concreto, ocorrida por um atraso no
processo de concretagem. Em alguns casos, essas manchas apresentam
delaminação.
O segundo tipo é causado pelo posicionamento dos agregados graúdos muito
próximos da superfície. Nesse caso, a causa do problema pode ser falta de
argamassa ou vibração insuficiente. Algumas vezes, a argamassa que recobre
os agregados é tão fina que se desprende, necessitando de um pequeno
reparo, similar ao da delaminação.
O terceiro tipo é causado pela má aplicação das mantas de cura. Caso não
fiquem perfeitamente em contato com a superfície do concreto, formam
bolsões de ar, escurecendo o concreto nessas regiões e possibilitando a
identificação de frisos e dobras do tecido mal posicionado. Não há nada que
possa ser feito para minimizar o problema, mas a boa notícia é que a cor da
superfície do concreto tende a se uniformizar com o tempo e, após alguns
meses, as manchas podem

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