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DEFINICÃO:

Chamamos de patologia uma doença estrutural, ou seja, defeitos apresentados num


empreendimento. Ela pode estar exposta em qualquer tipo de estruturas de concreto.
Lembrando que para um dano qualquer, existe a possiblidade de vários fatores serem
responsáveis. Estes danos podem vir apenas a causar incômodos para aqueles que irão utilizar
a obra segundo o fim para que foi feita, tais como pequenas infiltrações até grandes
problemas que podem levar a estrutura ao colapso (HELENE, 1988).

TIPOS:

 Fissuras e Trincas
 Desagregação
 Erosão e Desgaste
 Disgregação (Desplacamento ou Esfoliação)
 Segregação
 Manchas
 Eflorescência
 Calcinação
 Flechas Exageradas
 Perda de Aderência Entre Concretos (nas juntas de concretagem)
 Porosidade
 Permeabilidade

CAUSA:

Manifestações patológicas geradas na etapa de concepção da estrutura:

Manifestações patológicas em estruturas de concreto armado que tenham sua causa na


concepção do projeto são aquelas que advêm de um mau planejamento do mesmo ou falhas
técnicas, sejam por desconhecimento ou negligência. Podem se originar de um mau
lançamento da estrutura, erro em execução de anteprojeto ou até mesmo na elaboração do
projeto de execução. Pode ser citado como exemplo, fissuras em uma viga devido ao erro de
cálculo da flecha, ou fissuras de elementos estruturais devido a não ser respeitado ou
negligenciado o Estado Limite Último.

Manifestações patológicas geradas na fase de execução da estrutura (construção):

A partir do instante em que é iniciada a construção, a mesma já está suscetível à ocorrência de


falhas das mais diversas naturezas, associadas a causas variadas como falta de mão de obra
qualificada, controle de qualidade praticamente inexistente, execução da obra com pouca
qualidade, péssimas condições de trabalhos para os funcionários, materiais de segunda linha
com qualidade péssima, irresponsabilidade técnica dos responsáveis e até mesmo sabotagem.
Pode-se citar como exemplos de patologias geradas por erros na execução de estruturas de
concreto armado, trincas em vigas devidas à falta de barras de aço, trincas de elementos
estruturais devido ao mau escoramento das formas, falhas no concreto devido a precária
vibração do concreto (TAKATA, 2009).

Manifestações patológicas geradas na fase de utilização da estrutura (manutenção):

Após a liberação da obra para o usuário, este poderá causar danos na estrutura, seja por
desleixo ou ignorância. O uso da estrutura deve ser visto de maneira análoga a qualquer
equipamento mecânico ou elétrico, ou seja, deve-se usá-la respeitando o projeto e realizando
as manutenções necessárias indicadas pelos responsáveis técnicos. Em especial, quando se
fala em concreto, deve-se dar atenção para produtos que venham a causar corrosão do
mesmo e das armaduras de aço, assim como para os valores de sobrecargas permitidos nos
elementos estruturais. Alguns exemplos de patologias geradas nesta fase são trincas devido à
retirada de alguma estrutura portante para abrir vãos, seja para janelas, portas ou qualquer
outra finalidade.

Inexistência do controle de qualidade

A falta de controle de qualidade quando se trata de estruturas de concreto armado é


um fator muito preponderante na ocorrência de patologias. Sendo o aço e o concreto os dois
materiais responsáveis pela durabilidade e pela resistência do elemento estrutural, é logico
que necessitem de um criterioso padrão de qualidade, tanto na produção quanto na execução
de qualquer estrutura, para que sejam evitados o uso de concretos com Fck abaixo do
estimado pelo calculista, e também que seja usado aço com menor bitola do que a estimada.

Controlar a qualidade dos materiais utilizados em uma obra é um fator preponderante


para que seja diminuída a possibilidade de deterioração precoce em uma estrutura e assim
evitar prejuízos futuros.

Falhas humanas durante a utilização

As falhas humanas enquanto causas intrínsecas de patologias, se adequam em apenas


um aspecto: a ausência de manutenção da estrutura em sim. Sendo esta manutenção, um
conjunto de medidas previamente programadas, que objetivem manter a qualidade do
elemento estrutural.

Causas Naturais

Consistem nas causas inerentes e próprias das características e propriedades do


material concreto, e como o mesmo reage ao ambiente e aos esforços solicitantes a que é
exigido durante a vida útil da estrutura. As causas naturais não tem ligação com falhas
humanas ou de máquinas e equipamentos.

Causas próprias á estrutura porosa do concreto


Segundo Fusco (2008), o concreto é um material poroso, e essa característica pode
comprometer sua durabilidade devido ao ataque do meio ambiente, principalmente pelo gás
carbônico, gerando a carbonatação, e consequentemente o risco de corrosão da estrutura.
Outros agentes que podem prejudicar o concreto são os produtos clorados utilizados como
materiais de limpeza. Em especial o ácido muriático, que consiste em um dos mais nocivos,
sendo um produto que em contato com as armaduras pode causar grandes danos.

Entende-se atualmente, que a maior preocupação com o concreto não é a resistência


mecânica em si, pois esta é atingida quando o traço é calculado de maneira correta e
posteriormente executado, mas sim a porosidade do material.

Não é difícil entender que quanto mais permissivo for o concreto ao transporte da
água, agentes agressivos e gases, a possibilidade de haver degradação no mesmo, assim como
do aço ocorrerá de forma mais fácil. Também fica claro que a degradação está relacionada
com dois fatores: porosidade do concreto e condições ambientais da superfície. Geralmente é
muito difícil de lidar com a questão ambiental e alterá-la para uma condição menos poluente.
A única saída neste ponto será reduzir a porosidade do concreto ao máximo.

Neville (2013) afirma que para chegarmos a um concreto que possua baixa porosidade
e seja pouco permeável deve-se estar atentos à relação água /cimento, para que esta seja
baixa e densa, utilizando uma granulometria bem graduada.

Causas químicas

Existem diversas causas químicas de patologias em estruturas de concreto, que tem


origem na própria composição do material, tais como; reação álcalis-agregado, presença de
cloretos e elevação interna da temperatura do concreto. A seguir, as três causas citadas serão
detalhadas.

A reação álcalis-agregado se dá entre a sílica reativa de alguns minerais utilizados


como agregado e o Sódio e Potássio presentes no cimento, sendo necessária também a
presença de umidade.

O grande problema desta patologia está no fato que ela possui caráter
expansivo, acarretando deste modo fissuração, que por consequência aumenta a porosidade
do concreto, deixando este mais suscetível à penetração de vários outros elementos nocivos
geradores de patologia. Também a resistência mecânica sofrerá uma redução significativa se
as devidas medidas não forem tomadas. Pode-se notar também algumas vezes um gel
resultante da reação que escorre das figuras (FUSCO, 2008).

De acordo com Zamberlan (2013), a presença de cloretos no concreto pode gerar


muitos incômodos. Estes podem ser encontrados em agregados extraídos de regiões que no
passado foram marinhas, na água do mar, em aditivos aceleradores de pega, poluentes
industriais ou a partir de produtos usados na limpeza que, tenham na constituição o ácido
muriático. Podem acarretar a corrosão das armaduras de forma bastante agressiva. Vários são
os parâmetros que influenciam a penetração deste agente no concreto, tais como a estrutura
porosa do material, composição química, relação água /cimento, fissuração do concreto e PH
do concreto.
Os íons cloreto são um dos agentes mais nocivos para a corrosão das barras de aço,
pois têm a capacidade de despassivar as armaduras mesmo em PH extremamente elevado. Os
cloretos penetram nos poros do concreto por meio da difusão ou pela absorção capilar de 33
águas, que diluem a deposição do aerosol marinho a partir da superfície, contendo o íon na
forma dissolvida e ao superarem, na solução dos poros, um certo limite em relação à
concentração de hidroxilas, despassivam a superfície do aço e dão inicio ao processo corrosivo
(FUSCO, 2008).

Neville (1997) afirma que o maior dano causado pelo ataque de cloretos é a corrosão
do aço, que consequentemente afetará o concreto à sua volta. Os produtos que são gerados
pela corrosão ocupam um espaço cerca de seis a sete vezes maior do que o aço originalmente
ocupava. Isso se dá pela ocorrência da expansão do processo, que acaba gerando uma
fissuração na estrutura.

A presença de íons cloretos traz vários problemas à estrutura, como:

• Cloretos levam o concreto a um endurecimento muito rápido em dias de elevadas


temperaturas, podendo não dar tempo suficiente para o preenchimento total das formas.

• Quando uma estrutura não obedece aos valores mínimos de cobrimento, há uma
chance maior de corrosão.

• Em caso de endurecimento acelerado, devido a isso o concreto poderá vir á sofrer


retração e como consequência fissurações.

• Elementos estruturais com cloretos e próximos a correntes elétricas podem causar


corrosão eletrolítica.

As reações que ocorrem durante a hidratação são exotérmicas, ou seja, ocorre a


liberação de calor. Diante disto, esta quantidade que é liberada de calor poderá causar danos
quando peças de grandes dimensões forem concretadas, pelo fator de que no início da
hidratação não há troca positiva de calor com o exterior, o que leva a um aquecimento e
expansão da massa. Após isso ocorre o esfriamento da massa, gerando um gradiente térmico
no qual pode gerar fissuração interna do concreto (SOUZA E RIPPER, 1998).

Causas Físicas

Como causas físicas agentes de deterioração das estruturas tem-se a variação da


temperatura, insolação, vento e agua e tem atuação principalmente durante o período da cura
no endurecimento do concreto, variando seus efeitos conforme a composição interna da
estrutura de concreto armado.

Causas Biológicas

O ataque e consequente deterioração do concreto por microrganismos é um tipo de


biodeterioração. Esta deterioração ocorre pelo motivo de que os microrganismos, em especial
bactérias e fungos, agem de maneira a dissolver os componentes do cimento.
A alta porosidade do concreto ou fissuras e trincas geradas por falhas permitem a
entrada de raízes de plantas e até mesmo algas que se instalam e geram compostos nocivos ao
concreto.

Pereira (2012) classifica os danos causados pelos agentes biológicos em físicos e


mecânicos, estéticos, químicos assimilatórios, e químicos não assimilatórios.

• Os danos físicos e mecânicos se caracterizam por pressões causadas devido ao


desenvolvimento dos microrganismos, que podem levar a estrutura à fissuração. Não há
consumo do concreto.

• Os danos estéticos consistem na mudança de cor e tonalidade da estrutura, não


alteram a composição química e a funcionalidade do concreto.

• Danos químicos assimilatórios, ocorrem quando os microrganismos consomem


componentes do concreto e liberam ácidos agressivos como o sulfureto de cálcio.

• Danos químicos não assimilatórios, são os que ocorrem devido ao metabolismo dos
microrganismos que liberam compostos para o ambiente, que por sua vez reagem com os
componentes do concreto decompondo seus minerais.

SOLUÇÃO:

Produtos usados na solução

 Concreto moldado

As principais modificações introduzidas são:

– Utilização de cimentos especiais ou compostos, como o CPII-Z (com pozolana), CPIV


(cimento pozolânico), CPV (alta resistência inicial), CPI-S (resistente a sulfatos), etc.

– CAD –Concreto de Alto Desempenho Concreto de Alto Desempenho –Concreto com elevada
Concreto com elevada resistência, com adição de aditivos superplastificantes, sílica ativa, etc.,
podendo também ser incorporados escória, fibras metálicas ou sintética,, etc.

– Aditivos inibidores de corrosão, como nitrito de sódio ou cálcio, éster aminas, benzoato de
sódio, molibdato de sódio, etc.

São normalmente utilizados em reparos profundo estrutural

 Concreto projetado

O concreto projetado apresenta as seguintes características principais:

– Dispensa formas nas aplicações verticais ou sobrecabeça

– Melhor aderência, causada pelo pela grande energia de impacto com o substrato

– Maior compacidade e consequentemente impermeabilidade


Tem sido utilizado há bastante tempo para reparos, como também em obras
convencionais de revestimento de túneis , minas, muros de contenção, etc.

 Grautes

são argamassas industrializadas:

– a elevada fluidez,

– baixa permeabilidade,

– ausência de retração (retração compensada)

– elevadas resistências iniciais e finais.

São utilizados em muitas aplicações, como reparos estruturais, chumbamento de


equipamentos, ancoragem de tirantes, etc.

 Resina epóxi

– argamassa de polímero com aglomerantes,

– pintura para proteção da armadura,

– injeção de cola em trinca,

– chumbadores químicos ,

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