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APOSTILA III

Mackenzie Pós-Graduação em Engª Civil, 2014 Fernando Monteiro


ÍNDICE DO MODULO:

“ PATOLOGIA, MANUTENÇÃO E RECUPERAÇÃO DAS CONSTRUÇÕES CIVIS “

II. PATOLOGIAS DO CONCRETO ARMADO ( continuação da exposição de conceitos…)

 TIPOS DE DETERIORAÇÃO (CONTINUAÇÃO …. )


 CONSIDERAÇÕES NORMATIVAS VIGENTES NO BRASIL (NBR 6118, 2014), NO QUE CONCERNE
AO ASPETO DA DURABILIDADE;
 SINTOMALOGIA E IDENTIFICAÇÃO DE FISSURAS POR AÇÕES MECÂNICAS EM ESTRUTURAS DE
CONCRETO ARMADO;
 CAUSAS DE DETERIORAÇÃO POR ANOMALIAS DE FUNDAÇÕES;
 CONCEITUAÇÃO DOS MECANISMOS DE DETERIORAÇÃO POR ACÇÕES FISICAS, QUIMICAS E
BIOLÓGICAS;

Mackenzie Pós-Graduação em Engª Civil, 2014 Fernando Monteiro


DETERIORAÇÃO DO CONCRETO

 Segundo P. Helene (1992): "a patologia pode ser entendida como a parte da engenharia que estuda os sintomas, os mecanismos, as causas e origens dos
defeitos das construções civis, ou seja, é o estudo das partes que compõem o diagnóstico do problema".

 Para Piancastelli (1997), sendo o concreto armado, um material não inerte, sujeita-se a alterações, ao longo do tempo, devido a interações entre os seus
elementos constitutivos (cimento, areia, brita, água e aço) e agentes externos (ácidos, bases, sais, gases e outros) e ainda com materiais que lhe são
adicionados (aditivos e adições minerais), de acordo com a figura seguinte:

- Frequentemente, dessas interações resultam anomalias, que,


geralmente, comprometem o desempenho da estrutura, gerando
também efeitos estéticos indesejáveis e causando desconforto
psicológico aos usuários.

- O termo Patologia (derivado do Grego pathos, sofrimento, doença e


logia, ciência, estudo), pode ser utilizado na engenharia civil quando
ocorre perda ou queda de desempenho de um conjunto ou componente
estrutural.

- Numa estrutura, para que um sintoma, seja classificado como patológico,


deve comprometer algumas das exigências da construção, seja ela de
capacidade funcional, mecânica ou estética.

- Logo, a análise das manifestações patológicas é função também de dois


aspetos fundamentais: tempo e condições de exposição, tornando-a,
assim, associada aos conceitos de durabilidade, vida útil e
desempenho (ANDRADE & SILVA, 2005).

 A origem do problema relaciona-se com as fases ou etapas da vida da estrutura em que se originou a patologia, sejam elas:
de projeto, de materiais, de execução, de utilização e de manutenção.
Já a causa do problema, é definida como qualquer fator que possa estar, direta ou indiretamente, a contribuir para a ocorrência de patologias, como por
exemplo: as solicitações mecânicas (impactos sobrecargas); as condições de exposição (ambiente marinho, área industrial); as características dos
materiais que constituem a estrutura (sílica reativa nos agregados, álcalis no cimento, cloreto nos aditivos); a espessura do cobrimento, entre outros fatores
(ANDRADE & SILVA, 2005).

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ORIGEM DO PROBLEMA (noções já anteriormente abordadas):
- projeto (má definição das ações atuantes; deficiente avaliação da resistência do solo; adoção de peças estruturais mal dimensionadas, tendo por consequência o surgimento
de fissuras, por ocorrência de deformação significativas; deficiente espessura de cobrimento, e relação agua/cimento incompatíveis com o tempo e as condições
de exposição ambiental local das estruturas; falta de compatibilidade entre os projetos (arquitetónicos, estrutural, hidrosanitário, elétrico entre outros); etc.
- materiais; Cimento: Devem ser monitorados os seus aspetos físicos, tais como: a finura, início e fim de pega, resistência à compressão, expansibilidade, o calor de
hidratação, assim como também, os seus aspetos químicos, tais como: a perda ao fogo e resíduo insolúvel, teores de aluminato tricálcico e de álcalis.
Agregados: é fundamental proceder-se a análise mineralógica e química do material, para detetar a presença de contaminantes reativos no agregado, cujas
reações químicas expansivas com os álcalis do cimento podem ser bastante deletérias ao concreto. Por outro lado, é ainda importante avaliar as características
geométricas e físicas dos agregados, como a sua distribuição granulométrica e o formato dos grãos, pois diferenças nessas propriedades podem levar a uma
maior variabilidade nas propriedades do concreto fresco e endurecido (ANDRADE & SILVA, 2005).
Água: é um elemento do concreto de fundamental importância, razão pela qual se impõe uma análise de composição, antes da sua utilização, pois aspetos como
contaminação com cloretos, sulfatos, álcalis, teor do PH, entre outros fatores, podem prejudicar o desempenho do concreto ao longo do tempo.
Armadura: imprescindível o controle do dimensionamento/aplicabilidade das armaduras, designadamente quanto ás caraterísticas mecânicas: o patamar de
escoamento, o limite de resistência, os alongamentos; e/ou caraterísticas construtivas: as tolerâncias de desbitolamento, as dobragens, o cobrimento etc.
- execução (Mistura, Transporte, Lançamento, Adensamento, e Cura – implica a manutenção do teor umidade satisfatória ao longo do processo);
- uso e manutenção (uso eficiente do usuário, com o objetivo de conservar e/ou recuperar a capacidade funcional de uma edificação e de suas partes, de forma a atender
as necessidades e segurança dos utilizadores.)

CAUSAS DE DETERIORAÇÃO DO CONCRETO ARMADO (noções já anteriormente abordadas):


Diversos agentes naturais atuam sob o concreto armado provocando o seu envelhecimento, ou seja, a perda gradual de seu desempenho estético, funcional
e estrutural. As causas de deterioração originam-se de diversas ações: mecânicas, físicas, químicas e biológicas, podendo estas ocorrer isoladamente ou
simultaneamente, dependendo a velocidade de propagação principalmente, do meio em que a estrutura está inserida (ANDRADE & SILVA, 2005).

Ações Mecânicas:
Destacam-se: a ação de cargas excessivas; a fluência; a fadiga; o recalque diferencial das fundações; acidentes imprevisíveis, etc
Ações Físicas:
Destacam-se: as variações de temperatura; gelo /degelo; fogo; cristalização dos sais; ações diretas de desgaste - erosão, abrasão; retração hidráulica do concreto
fresco – assentamento plástico; gradiente térmico - retração e dilatação térmica; ação da água nas suas diversas formas, geradoras das mais diferentes manifestações
patológicas, tais como humidades, manchas, cristalização dos sais, etc.
Ações Químicas:
Para Brandão (1998), determinadas substâncias encontradas no meio ambiente penetram na massa de concreto endurecido, através dos possíveis mecanismos de
transporte (permeabilidade, sução capilar e difusão) e, sob condições especiais de temperatura e umidade, provocam reações químicas com efeitos nocivos (expansão,
desintegração, despassivação das armaduras, lixiviação, etc). Sendo o concreto, normalmente, um material com baixa resistência a esse tipo de ataque, as ações
químicas acabam por se tornar uma das principais causas de deterioração das estruturas. São exemplo de agentes patológicos: os ácidos, agua pura, sulfato,
alcali+sílica, dióxido de carbono, cloretos, etc.
Ações Biológicas:
São Exemplos: O crescimento de vegetação (líquenes, musgos, algas, raízes de plantas, etc) nas estruturas, através das zonas porosas do concreto, das falhas de
concretagem, fissuras e/ou juntas de dilatação, origina forças expansivas => provocando a deterioração mecânica do concreto;
O desenvolvimento de organismos e micro-organismos que produzem ácido húmico => provocando o ataque químico (lixiviação) da pasta de cimento;
No caso de redes de esgotos: as bactérias anaeróbias => provocam a transformação dos compostos de enxofre em gás sulfídrico;
as bactérias aeróbias => provocam a transformação do ácido sulfídrico em ácido sulfúrico => tendo por consequência, o ataque químico
(lixiviação) da pasta de cimento
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COMENTAR OS GRÁFICOS ???

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MECANISMOS QUE AFETAM A DURABILIDADE (noções já anteriormente abordadas):

 Rede Porosa;
 Mecanismos de Transporte;
 Exposição Ambiental
(condições Termo Higrométricas)

PARÂMETROS QUE AFETAM A DURABILIDADE


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CONSIDERAÇÕES NORMATIVAS, RELATIVAMENTE AOS ASPETOS DA QUALIDADE E DURABILIDADE DAS ESTRUT. DE CONCRETO

A NORMA BRASILEIRA NBR 6118 (ABNT, 2014): “Projeto de Estruturas de Concreto – Procedimento” afirma que as estruturas de concreto, devem atender
aos requisitos mínimos de qualidade, durante a sua construção e serviço, consistindo basicamente: na segurança da estrutura, no desempenho em serviço,
durante a sua vida útil, e não menos importante na durabilidade (isto é, na capacidade da estrutura resistir ás influencias ambientais previstas e definidas no inicio
dos trabalhos de elaboração de projeto), bem como aos requisitos de qualidade e avaliação de conformidade do projeto, estabelecidos pelo autor de projeto
estrutural e o contratante (proprietário de obra ou seu representante técnico.
Por outro lado, estabelece ainda diretrizes para a obtenção da durabilidade das estruturas de concreto, no decurso da sua vida útil de projeto,
ressalvando que os mecanismos de envelhecimento e deterioração do concreto e da armadura (designadamente: lixiviação, expansão por sulfatos, reação
alcali-agregado, despassivação por carbonatação ou por ação de cloretos), bem como os mecanismos de deterioração da estrutura no seu todo, (relacionadas
com as ações mecânicas, movimentações de origem térmica, impactos, fenómenos diferidos: retração, fluência, ações cíclicas), devem ser considerados em
projeto e consequentemente tomadas as medidas necessárias para anular ou pelo menos reduzir ao máximo, os seus efeitos nocivos.
A presente norma, destaca ainda que a agressividade do meio ambiente está diretamente relacionada com as ações físicas e químicas que atuam sobre
as estruturas de concreto, (independentemente das ações mecânicas, das variações volumétricas de origem térmica, de retração hidráulica, ou outras previstas
no dimensionamento), pelo que propõe para os projetos das estruturas correntes, uma classificação para a agressividade ambiental de acordo com a Tabela 6.1,
podendo ainda ser avaliada simplificadamente, segundo as condições de exposição da estrutura ou de suas partes.
 Para Lima (2005), como as estruturas estão inseridas em ambientes muito diversificados, devem ser minuciosamente analisados, com o propósito, de na
fase de projeto da estrutura, contemplar todas as ações de degradação.

 Helene (1986) dividiu os ambientes nos quais as estruturas


estão inseridas em: urbano, salino, diferenciados e industriais.
 O ambiente urbano caracteriza-se por uma concentração
populacional que ocasiona diversas alterações no meio ambiente, é o
caso por exemplo, da chuva ácida, do lançamento de dióxido de
carbono na atmosfera, fator determinante para a carbonatação, e da
alteração no regime dos ventos intensificando chuvas dirigidas.

 O ambiente salino é bastante prejudicial para as estruturas de


concreto armado, pois tem cloretos, água e oxigênio suficientes para
iniciar o processo de corrosão das armaduras que acaba por deteriorar
a estrutura.

 Como ambientes diferenciados, destaca-se as redes de


esgoto sanitário construídas em tubagens de concreto, que se
encontram sujeitas a degradação pela ação de compostos de enxofre
que atacam o cimento hidratado e as armaduras, bem como, pela ação
de bactérias presentes nos sistemas de esgoto.
 Ao projetar estas redes, o projetista deve especificar a utilização de concretos especiais ou então propor a utilização de outros materiais, que resistam a
tais ações degradantes.

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 O ambiente industrial é bastante propício ao desgaste das estruturas de concreto, sendo várias as atividades industriais, onde cada uma delas, devido à
natureza dos processos, emite fatores de degradação tais como, o lançamento na atmosfera de substâncias nocivas, como: monóxidos, dióxidos, derivados de
sulfatos, os quais, em contato com a água da chuva são absorvidas pelas estruturas de concreto e originam patologias (Lima, 2005).

 Através da classificação da classe de agressividade ambiental, a Norma NBR 6118/2014, designadamente no SubCap.7.4 - “Qualidade do concreto de
cobrimento”, define os requisitos mínimos que o concreto necessita para garantir uma boa durabilidade, referentes à relação água/cimento e á resistência
à compressão do concreto, de acordo com a Tabela 7.1

Figura 3: Influência do teor agua/cimento e do grau de


hidratação sobre a resistência e a permeabilidade.
Fonte: MEHTA e MONTEIRO, 1994

 Tanto a resistência do material quanto a sua permeabilidade estão associadas através da


porosidade capilar, de acordo com a Figura 3 e são inversamente proporcionais.
Existem vários procedimentos para reduzir a permeabilidade do concreto, a saber: reduzir a
relação água/cimento até ao limite inferior aceitável, lançar o material de acordo com os
procedimentos normativos, controlar os processos de mistura, de cura, controlar o tamanho e a
granulometria dos agregados, impedir aplicação de cargas em fases prematuras, etc.
 Nepomuceno (2005) afirma que a degradação das estruturas de concreto armado se dá
pela penetração de substâncias na forma de gases, vapores e líquidos, através dos poros e
fissuras. A umidade relativa, periodicidade das chuvas, orientação dos ventos, temperatura
e concentrações de substâncias agressivas presentes no meio, etc, além das características
dos materiais constituintes do concreto e de seus poros, são fatores importantes na
interação entre o meio ambiente e o concreto.
 Para Lima (2005), ainda que o concreto tenha sido devidamente especificado e executado,
faz-se necessário conhecer o meio ambiente e sua interação (do ponto de vista físico e químico)
com a estrutura, cuja vida útil pode ser significativamente reduzida devido à influência ambiental.

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 Ainda através da classificação da classe de agressividade ambiental, a Norma NBR 6118/2014, no SubCap.7.4 - “Qualidade do concreto de cobrimento”
define o cobrimento mínimo, para se obter a durabilidade requerida, a ser adotado para as estruturas de concreto armado e protendido, de acordo com o
exposto na Tabela 7.2

Mecanismos da Carbonatação, através de processo de difusão,


em meio gasoso

Penetração dos cloretos, através de transporte em meio líquido:


(permeação, absorção, difusão)

 Estão ainda contempladas na Norma NBR 6118/2014, nomeadamente no Cap.77, outras medidas que reforçam a durabilidade expetável, no decurso da
sua vida útil, sendo exemplo:
- aspetos relacionados com a drenagem;
- disposições arquitetónicas e/ou estruturais que permitam o acesso para futuras inspeções e manutenções de partes da estrutura
com vida útil inferior ao todo, tais como: aparelhos de apoio, impermeabilizações, etc;
- a dimensão máxima característica do agregado graúdo;
- o detalhamento das armaduras;
- o controle de fissuração, etc

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 Por outro lado, a Norma NBR 6118/2014, limita ainda a abertura de fissuras em elemento de concreto armado, por imposição de projeto (através do
calculo de combinações de ações em serviço - Combinações Frequentes), em função das classes de agressividade ambiental. Em Projeto, o estado limite de
formação das fissuras é caracterizado pela situação em que as mesmas se apresentam com aberturas características (Wk), iguais aos máximos especificados,
Tabela 13.4.
A NBR 6118 (2007) destaca que a fissuração em elementos estruturais de concreto armado é inevitável, devido à grande variabilidade e à baixa resistência do concreto à
tração. De realçar, que mesmo sob as ações de serviço (utilização), valores críticos de tensões de tração são atingidos.
O problema da fissuração pode estar relacionado com diversos fatores, tais como: fissuração causada por ações diretas (flexão, tração, cisalhamento do esforço cortante,
cisalhamento do esforço torsor), correspondendo às causas mais comuns; fissuração oriunda de deformações impostas; fissuração devida à retração plástica e ao assentamento
do concreto; fissuração devido à corrosão da armadura; e fissuração causada pela ação química e/ou biológica.
 O Eng. José Granato, reitera que a principal cauda do aparecimento de fissuras ocorre sempre que a deformação á tração a que o concreto está sujeito, excede a sua própria
resistência. A capacidade de deformação á tração do concreto varia com a idade e velocidade de aplicação da deformação. Classifica ainda os principais mecanismos básicos
geradores de deformação no concreto, como sendo: - mecanismos gerados no interior do concreto, por restrições locais (ex: armaduras), ou gerais (vínculos – ex: retração de
secagem, expansão ou contração térmica, deformação plástica); - expansão de materiais no interior do concreto (ex: corrosão das armaduras, reação alcalis-sílica, etc);
- condições externas impostas (resultantes da ação de cargas ou deformações impostas pela própria estrutura – ex: recalques diferenciais)

 Segundo Silva (2005) o aparecimento de fissuras com aberturas excessivas pode ter
diversas consequências, tais como: problemas relativos à funcionalidade e à durabilidade das
estruturas; a posterior corrosão da armadura, uma vez que aberturas excessivas irão facilitar
a penetração de agentes agressivos capazes de provocar a degradação do próprio concreto e
também, das armaduras, podendo conduzir ao colapso da estrutura.
 Segundo Voabil (2009) as fissuras podem ser classificadas em função do
desenvolvimento, podendo ser: fissura ativa ou fissura inativa (ou estáveis), podendo ocorrer
de diversas formas: horizontais, verticais ou diagonais.

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PRINCIPAIS MECANISMOS OU AGENTES PATOLÓGICOS.
 Existem várias classificações preconizadas por diferentes autores. Na presente apostila, será adotada a classificação preconizada pelas Autoras Rita
Catarino e Joana Coutinho, segundo exposição nos seus mestrados apresentados á Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.

Mecânica Biológica

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AÇÕES MECÂNICAS E FISICAS (INCLUINDO USO):

Neste grupo, englobam-se os danos proporcionados por impactos, cargas excessivas, fenómenos diferidos (retração, fluência, fadiga), assentamentos diferenciais,
deformações, ventos, gradientes térmicos, humidade relativa, por ciclo gelo/degelo, erosão, abrasão, cavitação, etc.

Do Quadro 2.1 acima, verifica-se que as anomalias mais significativas, resultantes das ações Mecânicas e Físicas, são as fissuras, as deformações, as
desintegrações e a degradação do aspeto.

Sabe-se que:
FISSURAS

A fissuração, pode ocorrer:

Há vários mecanismos básicos que podem originar deformações


no concreto:

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-- FISSURAÇÃO POR “CARGA EXCESSIVA” Ligeira fissuração nos pontos de máxima tensão

Em geral, em condições de serviço: Fissuração intensa significa, estrutura mal dimensionada (por deficiência de projeto);
ou uso inadequado (por cargas excessivas)

As causas de fissuração mecânica por deformação excessiva, ocorrem por esforços simples ou combinados (flexão, cortante, torção, tração, etc):

--

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-- FISSURAÇÃO POR “ DTELHAMENTOS ERRADO OU INSUFICIENTE “

-- FISSURAÇÃO POR “ DEFICIENCIA DE EXECUÇÃO “

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-- FISSURAÇÃO POR “DEFORMAÇÕES IMPOSTAS”

RETRAÇÃO

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-- FISSURAÇÃO “ por movimentação das Formas ”

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-- FISSURAÇÃO “ALINHADAS COM AS ARMADURAS”

-- FISSURAÇÃO “DEVIDO A ASSENTAMENTOS DIFERENCIAIS”

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A incorreta consideração da real resistência do solo de fundação, bem como a inadequada ligação e/ou escolha dos elementos de fundação, poderão dar origem
a assentamentos diferenciais dos pilares, com as consequentes patologias quer nos próprios elementos estruturais, quer nos elementos não estruturais, por
transmissão de esforços, até a uma dada posição de equilíbrio da estrutura (ainda que deformada).

CAUSAS DE ANOMALIAS DE FUNDAÇÕES:

- Falhas do solo;
- Falha global;
- Falha localizada;
- Falhas da escavação, nas proximidades; EFEITO DOS MOVIMENTOS DAS FUNDAÇÕES
- Falhas de taludes, deslizamentos;  Movimentos verticais: associados à ação do edifício sobre o terreno;
- Falhas induzidas nos Edifícios vizinhos;  Movimentos horizontais: associados a alterações das condições na vizinhança
- Efeito dos edifícios vizinhos

- Falhas das estruturas de contenção; A manifestação reconhecível de ocorrência de movimento das fundações é o aparecimento de fissuras
nos elementos estruturais. Toda vez que a resistência dos componentes da edificação ou conexão entre
• Falhas em muros
elementos for superada pelas tensões geradas por movimentação, ocorrem fissuras.
• Controle da água
- Falhas de fundações;
• Assentamentos
• Outros movimentos os edifícios vizinhos

- Terrenos de capacidade portante insuficiente;


- Terrenos de capacidade portante muito diferente;
- Erro de projeto, elementos de fundação ineficientes;
- Erro de construção;
- Etc, ….

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NOTAS DIVERSAS:

 Nos edifícios de paredes resistentes, podem verificar-se deslocamentos (horizontais) excessivos.


 Os assentamentos diferenciais, são os mais desfavoráveis para as estruturas, sendo as (estruturas) mais flexíveis, as que melhor os
suportam
 Os edifícios antigos de alvenaria, devido à grande rigidez das suas paredes, são muito sensíveis ao fenómeno do assentamento diferencial das
fundações.
 Assentamentos diferenciais de fundações: fendilhação a 45° (em estados muito avançados pode haver mau funcionamento de portas e
janelas, e rupturas em tubagens) ;
 Assentamentos uniformes : verificam-se menores danos estruturais.
(Há sobretudo, efeitos na ligação com o exterior (escadas, acessos e redes) ;
 Movimentos horizontais: fendilhação localizada nos pisos mais baixos (se os pavimentos tiverem rigidez suficiente).

 Causas próximas da ocorrência de mau funcionamento das fundações:

- Inadequação entre a carga transmitida pelo edifício e a capacidade de suporte do terreno;


- Insuficiência de informação - hipóteses de projeto afastadas da realidade;
- Má execução e dimensionamento dos elementos da fundação, em especial nas estacas, onde as deficiências são mais preocupantes, por
não serem visíveis (interrupções ou defeitos (fendilhação ou fratura por excesso de energia de cravação ou colisão) ;

 Variação das condições do edifício por:


- Acréscimo de sobrecarga;
- Modificações de distribuição de cargas;
- Ocorrência de vibrações ;

 Variação das condições do terreno por:


- Erosão do material de fundação;
- Movimentos maciços da fundação;
- Alteração do nível freático ;
- Fenómenos de retração ou expansão dos solos;
- Ação mecânica de raízes de árvores;
- Rupturas em canalizações - arrastamento de finos - criação de zonas instáveis ;

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 Alterações da vizinhança por razões de ordem construtiva:

- Novos edifícios com bolbos de pressão a interferir;


- Escavações que originem descompressões;
- Ancoragens de paredes de contenção (aplicação de forças elevadas
- deformações significativas).

 Outras Patologias:

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DETERIORAÇÃO FISICAS - Variações de Temperatura, Fluência, Contração e Expansão térmica - FISSURAÇÃO

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DETERIORAÇÃO FISICAS - FOGO

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DETERIORAÇÃO FISICAS - GELO – DEGELO, ABRASÃO, CAVITAÇÃO,

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EROSÃO CAVITAÇÃO

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MECÂNISMO DA CORROSÃO
Corrosão química ou também conhecida de corrosão seca ou oxidação
Segundo Cascudo (1997), a Corrosão é classificada de:
Corrosão eletroquímica ou corrosão aquosa

 A CORROSÃO QUIMICA, dá-se por uma reação gás-metal, com formação de uma pelicula de óxido. É um processo lento e não provoca deterioração
superficial das superfícies metálicas (exceto quando se tratar de gases extremamente agressivos).
Helene (1986) apud Polito (2006) afirma que este fenômeno ocorre preponderantemente durante a fabricação das barras, resultando na formação de uma película
compacta, uniforme e pouco permeável, sobre a superfície do aço, podendo até servir de proteção relativa contra a corrosão de natureza eletroquímica.

 Já a CORROSÃO ELETROQUÍMICA ou aquosa, conforme descreve Cascudo (1997), é a que efetivamente traz problemas às obras civis. Trata-se de um
ataque de natureza eletroquímica, que ocorre em meio aquoso, como resultado da formação de uma pilha ou célula de corrosão eletroquímica.
As pilhas eletroquímicas são constituídas obrigatoriamente pelos seguintes componentes:

. Ânodo: eletrodo no qual se verificam as reações anódicas de oxidação do metal. Estas reações consistem em o átomo metálico deixar o metal para formar íons
desse metal no eletrólito. No ânodo há uma perda de elétrons, ou seja, os elétrons oriundos das reações anódicas (reações de oxidação, de dissolução
do metal) movem-se para o cátodo, onde serão consumidos em outra reação superficial. Portanto, é o que sofre a corrosão;

· Cátodo: eletrodo no qual se verificam as reações catódicas (de redução) de espécies eletroquímicas ou íons do eletrólito. Uma reação catódica típica na armadura
de concreto é a redução do oxigênio. No cátodo há um ganho de elétrons originários de regiões anódicas, necessário para viabilizar as reações de
redução de cátions em suas proximidades. Portanto, é onde ocorre a conhecida deposição catódica;

· Eletrólito: é o condutor (usualmente um líquido) no qual o ânodo e o cátodo devem estar imersos. Contém íons que uma vez transportados do cátodo para o
ânodo, por este meio, conduzem ao movimento dos eletrons através do condutor metálico, gerando assim o funcionamento da pilha eletroquímica;

· Diferença de potencial (também chamada de potencial elétrico) entre o ânodo e o cátodo;

· Condutor metálico: trata-se da ligação metálica entre o ânodo e o cátodo por onde passa os elétrons do
ânodo para o cátodo.

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 Período de iniciação da corrosão eletroquímica do aço
A armadura presente no interior do concreto, em meio alcalino, está protegida do fenômeno da corrosão (eletroquímica), devido à presença de uma fina
camada ou película protetora de caráter passivo, que envolve totalmente essa armadura, e que se torna impermeável e bem aderente á superfície do aço em
meio alcalino, sendo portanto, uma proteção química para o aço.
Cascudo (1997), afirma que a película passivadora, além de ser muito aderente ao aço, é bastante delgada, cuja espessura varia de
Ferreira (2000), afirma que a camada de passivação é criada pouco depois do início da hidratação do cimento.
Para Cascudo (1997), a película de passivação pode ser resultante da combinação da ferrugem superficial (Fe(OH)3) com o hidróxido de cálcio (Ca(OH)2),
formando o ferrato de cálcio (CaO.Fe2O3), segundo a reação:

Enquanto a armadura estiver passivada, não haverá corrosão (eletroquímica), posto


que a película impede o acesso de umidade, oxigênio e agentes agressivos à superfície do
aço, bem como dificulta a dissolução do ferro.
Além da proteção química oferecida pela passivação do aço, alguns autores ainda
destacam no concreto um aspeto físico adicional de proteção contra a corrosão, que seria
a formação de um precipitado de plaquetas hexagonais de Ca(OH)2 sobre a superfície
metálica, constituindo assim uma camada de proteção física para as barras (CASCUDO,
1997).
Ressalta-se que a destruição progressiva da película de passivação se dá pela
incidência da carbonatação e do ataque por cloretos sem, entretanto, ocorrer a corrosão
eletroquímica do aço. Na literatura, este evento é conhecido como período de iniciação,
conforme Figura 2.52.

 Período de propagação da corrosão eletroquímica


Uma vez despassivada a armadura, seja pela chegada da frente de carbonatação, seja
pela ação deletéria dos cloretos, ou ainda pela ação simultânea de ambos os fatores, ela
fica vulnerável à corrosão (eletroquímica). Inicia-se, então, a propagação deste fenômeno
na armadura de aço do concreto. Observa-se que, assim como em qualquer célula
eletroquímica, a pilha de corrosão no aço do concreto armado também é formada por um
ânodo, um cátodo, um condutor metálico, um eletrólito e uma diferença de potencial entre
as zonas anódicas e catódicas (SILVA, 2006).

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Os elementos preponderantes para a propagação da corrosão eletroquímica das armaduras são:

 Condutor metálico: é a própria armadura de aço;


 Diferença de potencial: a diferença de potencial se dá entre dois pontos de uma barra de aço imersa no concreto, sendo responsável pelo surgimento
das regiões anódicas e catódicas da pilha de corrosão, bem como pelo movimento de elétrons do ânodo para o cátodo. A diferença de potencial pode ser
originada de uma variação de umidade, aeração diferencial devido à menor compacidade e qualidade do concreto, concentração salina diferencial,
solicitações mecânicas distintas no concreto e no aço, impureza no metal, falta de uniformidade na composição do aço, carbonatação, penetração de íons
cloretos, heterogeneidade no concreto ou ainda através do contato entre diferentes metais no mesmo eletrólito (CASCUDO, 1997; SILVA, 2006; POLITO,
2006; AGUIAR, 2006);
 Eletrólito: é a fase líquida (isto é, umidade) contida nos poros do concreto. Basicamente, é uma solução saturada de hidróxido de cálcio (Ca(OH) 2),
hidróxido de sódio (NaOH) e hidróxido de potássio (KOH), além de íons agressivos originários do meio externo (CASCUDO, 1997). O eletrólito é essencial na
corrosão eletroquímica do aço, pois é nele onde ocorre o movimento de íons (do cátodo para o ânodo) que por sua vez, resultará no movimento de elétrons
(ao transportar a corrente elétrica) ao longo da armadura, entre as áreas anódicas e catódicas das barras de aço. Portanto, conforme afirma Polito (2006),
tratase de uma solução carregada ionicamente, na qual o fluxo de íons possibilita o movimento de elétrons na barra de aço. Hladky e Dawson (1981) apud
Cascudo (1997) afirmam que o eletrólito se apresenta sob a forma de uma película sobre a superfície do aço e é fornecido pela presença de umidade no
concreto;
 Oxigênio: a corrosão do aço nas armaduras do concreto depende essencialmente da presença de oxigênio dissolvido no eletrólito. A reação catódica
básica verificada no caso da corrosão do aço no concreto é a redução de oxigênio, a qual possibilita o consumo de elétrons provenientes das áreas anódicas,
além de produzir (íons hidróxidos) o radical OH- que irá reagir com íons de ferro para formar os produtos de corrosão. Um dos principais obstáculos para
o desencadeamento do processo eletroquímico está relacionado com a disponibilidade de O2 nas áreas catódicas. Por sua vez, a taxa de difusão de O2 é
função de um determinado teor de umidade do concreto. No concreto úmido, o oxigênio estará principalmente difundindo-se em solução, enquanto que,
no concreto parcialmente seco, a difusão do oxigênio gasoso é mais rápida. Contudo, para que o oxigênio seja consumido numa reação catódica, ele tem
que estar no estado dissolvido. No caso de um concreto com poros saturados, a taxa de corrosão do aço será baixa, devido à maior dificuldade de difusão
do oxigênio nestas condições (CASCUDO, 1997). Uma importante consideração a ser feita é no que concerne à umidade relativa. Em um concreto com
uma UR abaixo de 60%, provavelmente não haverá corrosão. O mesmo acontecerá se o concreto estiver saturado com água. A umidade ótima para ocorrer
o processo encontra-se entre 70% e 80%, sendo que, acima deste nível, a difusão de oxigênio é reduzida consideravelmente, segundo Aranha (1994) apud
Aguiar (2006).
 Agentes agressivos: de acordo com Helene (1993) apud Silva (2006), contribuem para acelerar o processo de corrosão, pois, além de serem responsáveis
pela diminuição da alcalinidade do concreto, facilitam a despassivação do aço e ainda contribuem para o aumento da condutividade elétrica do concreto.
Cascudo (1997) cita alguns dos principais agentes agressivos: os íons cloretos (Cl- ), sulfetos (S 2- ), sulfatos (SO4 2- ), nitritos (NH4+ ), e os compostos, tais
como o dióxido de carbono (CO2), óxidos de enxofre (SO2 e SO3), gás sulfídrico (H2S), fuligem, etc.

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 Ânodo: é a região da barra de aço que fica corroída, devido às reações de dissolução do ferro;
 Cátodo: é a região não corroída da barra de aço, onde ocorrem as reações de redução de oxigênio.

Sabe-se que a corrosão eletroquímica pode ser desencadeada por carbonatação ou por ataque de cloretos, conforme Figura 2.55.

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Segundo a morfologia do processo, Cascudo (1997) classifica a corrosão eletroquímica do aço em três tipos mais comuns:
 Corrosão generalizada: ocorre de uma maneira generalizada em toda a superfície do metal, podendo ser uniforme, com a superfície tendendo a ser lisa
e regular, ou não uniforme, apresentando superfície rugosa e irregular;

 Corrosão por pite (ou puntiforme): é um tipo de corrosão localizada, na qual há pontos de formação de desgaste definidos na superfície metálica, os
quais evoluem aprofundando-se, podendo causar a ruptura pontual da barra. Na maioria dos casos, ocorrem na forma de depressões rasas e de maior
diâmetro ao longo das barras de aço;

 Corrosão sob tensão fraturante: trata-se de outro tipo de tensão localizada, a qual se
dá concomitantemente com uma tensão de tração na armadura, podendo dar origem à
propagação de fissuras na estrutura do aço. Ocorre eminentemente em estruturas
protendidas, mas pode-se dar também em estruturas de concreto armado, já que com
pelo menos 10% do limite de resistência à tração do aço é possível a sua ocorrência. Em
ambientes ricos em cloretos e com elevados níveis de tensão, a velocidade de ocorrência
deste tipo de corrosão é maior e sua incidência passa a ser preocupante.
Os mecanismos que regem a corrosão sob tensão são pouco compreendidos, mas seus
efeitos são reconhecidamente perigosos nas estruturas de concreto, caracterizando-se
por rupturas bruscas, sem deformações significativas de elementos estruturais e
praticamente sem sintomas visuais de corrosão (CASCUDO, 1997).

 Corrosão sob tensão fraturante: trata-se de outro tipo de tensão localizada, a qual se dá concomitantemente com uma tensão de tração na armadura,
podendo dar origem à propagação de fissuras na estrutura do aço. Ocorre eminentemente em estruturas protendidas, mas pode-se dar também em
estruturas de concreto armado, já que com pelo menos 10% do limite de resistência à tração do aço é possível a sua ocorrência. Em ambientes ricos em
cloretos e com elevados níveis de tensão, a velocidade de ocorrência deste tipo de corrosão é maior e sua incidência passa a ser preocupante.
Os mecanismos que regem a corrosão sob tensão são pouco compreendidos, mas seus efeitos são reconhecidamente perigosos nas estruturas de concreto,
caracterizando-se por rupturas bruscas, sem deformações significativas de elementos estruturais e praticamente sem sintomas visuais de corrosão
(CASCUDO, 1997).

 Corrosão galvânica, citada por Aguiar (2006), também chamada de corrosão bimetálica. Este tipo de corrosão ocorre quando há contato entre diferentes
tipos de metal em um mesmo meio eletrolítico. O metal com menor atividade eletroquímica é corroído. Uma das situações mais comuns encontradas é o
uso de alumínio dentro do concreto armado, segundo Emmons (1993) apud Aguiar (2006).

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Ataque por Carbonatação
Relembrar que o Hidróxido de Cálcio é um produto resultante da hidratação do cimento, ou então é também o produto da extinção da cal viva

NOTA:

Calcário + Argila => CaO + CO2 => CaO + H2O = Ca(OH)2


(Caco3)

Calor Liberta-se para a Atmosfera


Oxídos de Calcio
Carbonato de Cálcio

A ação do anidrido carbônico (CO2) presente na atmosfera manifesta-se pelo transporte (por difusão) deste para dentro dos poros úmidos do concreto (isto é, da
superfície para o interior), e com a sua subsequente reação com o hidróxido de cálcio da pasta de cimento, formando o carbonato de cálcio (CaCO3).
O desaparecimento do hidróxido de cálcio – Ca(OH)2 – no interior dos poros da pasta de cimento hidratado e sua transformação em carbonato de cálcio faz baixar
o pH do concreto (entre 12,5 e 14) para valores inferiores a 9, resultando na carbonatação do concreto (SOUZA e RIPPER, 1998), conforme Equação 2.16.

 Além do Hidróxido de Cálcio Ca(OH)2 outros componentes da pasta de cimento hidratada também reagem com o CO 2, tais como o hidróxido de sódio
(NaOH), o hidróxido de potássio (KOH) e o silicato de cálcio hidratado (C-S-H ou 3CaO.2SiO2.3H2O).
Segundo CASCUDO (1997), uma característica do processo de carbonatação é a existência de uma “frente” de avanço do processo, que separa duas zonas com
Ph muito diferentes: uma com pH menor que 9 (carbonatada) e outra com pH maior que 12 (não carbonatada). Ela é comumente conhecida como frente de
carbonatação, e avança progressivamente para o interior do concreto, devendo sempre ser mensurada com relação à espessura do concreto de cobrimento da
armadura. É importante que essa frente não atinja a armadura. Caso contrário, isto é, ao atingi-la, gera a sua despassivação, que é a perda da camada
passivadora protetora do aço.
 Por este motivo, a carbonatação do concreto propicia o início da corrosão das armaduras. Nas superfícies expostas das estruturas de concreto, a alta
alcalinidade, obtida principalmente à custa da presença de Ca(OH)2 liberado das reações de hidratação do cimento, pode ser reduzida com o tempo. Esta
redução ocorre essencialmente pela ação do CO2 do ar. O processo de carbonatação, felizmente, dá-se a uma velocidade lenta, atenuando-se com o tempo.
Isto pode ser explicado pela hidratação crescente do cimento, além dos próprios produtos da reação de carbonatação (CaCO3) que colmatam os poros superficiais,
dificultando cada vez mais o acesso de CO2 (presente no ar) ao interior do concreto (CASCUDO, 1997).

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 Num ambiente de baixa concentração de CO2, se a carbonatação ficasse restrita a uma espessura inferior à camada de cobrimento das armaduras, seria
até benéfica para o concreto, já que o sal carbonato de cálcio produzido colmataria os poros do concreto, tornando-o mais resistente química e mecanicamente.
Entretanto, devido à intensidade de CO2 na atmosfera, porosidade, permeabilidade e fissuração do concreto, a carbonatação pode atingir a armadura, quebrando
o filme de óxido que a protege, abrindo as portas para o início da corrosão (SOUZA e RIPPER, 1998).

Perda de alcalinidade no concreto


 Quando o concreto perde a alcalinidade, com valores de pH inferiores a 9, o aço é despassivado. Este processo pode ser resultado da
lixiviação de substâncias alcalinas presentes nos poros do concreto ou devido ao processo de carbonatação.
Para HELENE, “a carbonatação ocorre como resultado da reação química entre o hidróxido de cálcio Ca(OH)2 e outros álcalis (sódio e potássio)
presentes na solução dos poros, com o dióxido de carbono (CO2) atmosférico.”
 Gases ácidos presentes em atmosferas urbanas e industriais e a maresia contribuem para reduzir rapidamente a alcalinidade do concreto,
consequentemente aumentando a velocidade e profundidade de carbonatação.
 Os principais constituintes do ar atmosférico que podem desencadear o processo de neutralização do concreto são o gás carbônico
(CO2 – maior incidência), o dióxido de enxofre (SO2) e o gás sulfídrico (H2S).
O produto desta reação é o carbonato de cálcio (CaCO3), que faz com que o concreto se torne ácido.
 Os compostos hidratados do cimento que estão mais suscetíveis à carbonatação são o hidróxido de cálcio (Ca(OH)2), o hidróxido de potássio
(KOH) e o hidróxido de sódio (NaOH), assim como os silicatos alcalinos, de acordo com as equações a seguir:

Ao longo da reação de carbonatação do concreto, “o hidróxido de


cálcio (Ca(OH)2 ) que tem origem na hidratação do cimento, e que se
encontra nos poros do concreto, combina-se com gás carbônico do ar
atmosférico (CO2), para formar o (CaCO3 ) carbonato de cálcio”
(BAUER).
O carbonato de cálcio é um material insolúvel em água, que fecha os
poros do concreto ao depositar-se neles. A água resultante da
Equação 10 pode vir a não evaporar, dissolvendo o hidróxido de cálcio
da pasta do cimento, fazendo com que a reação continue.

O processo de carbonatação se inicia na superfície do concreto, formando uma frente de carbonatação, separando duas zonas distintas de pH, uma
com valores na faixa de 12 e a outra na faixa de 8. Essa frente avança paulatinamente para o interior do material e, atingindo a armadura, provoca
a sua despassivação, iniciando o processo de corrosão.
Para armaduras pré ou pós-tracionadas, o processo é conhecido como corrosão sob tensão. É um processo físico-químico caracterizado por uma
corrosão concentrada, na presença de tensões sobre material suscetível e não acarreta em perda de seção significativa. Este tipo de corrosão
pode provocar falha de elementos estruturais, através de uma rutura frágil do material.

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A Figura 13 ilustra o processo de carbonatação simplificadamente.

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RESUMO SINTETIZADO
DA PATOLOGIA
“ CORROSÃO “

CORROSÃO POR CARBONATAÇÃO;

CORROSÃO POR CLORETOS

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 As armaduras do concreto armado estão naturalmente protegidas da corrosão, graças à existência de uma fina película passiva na superfície das armaduras.
Essa camada alcalina, composta por hidróxido de cálcio, permanece estável para pH superiores a 9.5. A destruição desta película passiva, associada à presença de
humidade, propícia a dissolução do aço e consequente formação de um ânodo. Dessa dissolução resulta a libertação de iões ferro e eletrões, os quais percorrem o
condutor (armaduras) até encontrar um cátodo (zona da armadura com acesso a água e oxigénio) formando hidroxilo (OH-) o qual se combina na zona do ânodo
com os iões ferro, formando desta forma óxido de ferro, vulgarmente designado por ferrugem.
O volume ocupado pelos produtos da corrosão não é desprezável e o seu crescimento gera tensões no interior do concreto, conduzindo a destacamentos superficiais.
A redução do pH deve-se sobretudo ao ataque dos cloretos ou devido ao fenómeno de carbonatação.
No primeiro caso, os iões cloreto, provenientes de um ambiente exterior agressivo (p.e. zonas marítimas), ultrapassam a camada de recobrimento do concreto (já
danificada pela ação desse agente), reduzindo o pH do meio. A facilidade de circulação dos iões cloreto pelo interior do betão dependente da permeabilidade e do
grau de saturação deste.
No segundo caso, a diminuição do pH ocorre devido à reação do dióxido de carbono proveniente do ar, com os compostos cálcicos (hidróxido de cálcio) do concreto,
formando carbonato de cálcio.

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ATAQUE DE SULFATOS:
 Os sulfatos podem ter origem nos materiais que o compõe o concreto ou no contato do concreto com os solos ou águas ricas com este agente.
O ataque produzido por sulfatos é devido a sua ação expansiva, que pode gerar tensões capazes de fissurá-lo.
Os sulfatos podem estar na água de amassamento, nos agregados ou no próprio cimento. Os sulfatos podem penetrar desde o exterior por difusão iônica ou por sucção
capilar (SILVA,1998). A presença de sulfatos solúveis, principalmente aqueles de sódio, cálcio e magnésio, é comum em áreas de operação de minas e industrias químicas.
Sódio e cálcio são os sulfatos mais comuns nos solos, águas e processos industriais. Sulfatos de magnésio são mais raros, porém mais destrutivos. Todos os sulfatos são
potencialmente danosos ao concreto, reagindo com a pasta de cimento hidratado. No ataque, os íons sulfatos reagem principalmente com o hidróxido de cálcio Ca(OH)2 e o
aluminato tri-cálcico C3A, originando a etringite e o gesso. Esta formação expande-se, exercendo pressão e desintegrando a pasta de cimento.
Pode- se aumentar a resistência do concreto contra o ataque de sulfatos através da redução do fator a/c, com o uso de cimento resistente à sulfatos, com baixo teor de aluminato
tri-cálcico, e com a introdução de proporções adequadas de sílica ativa e cinzas volantes (EMMONS, 1993).

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Sendo o ataque por sulfato, a inspeção visual irá detetar uma fendilhação mapeada e a desintegração do concreto.

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REAÇÃO ÁLCALI- AGREGADO

Segundo Neves (2007), a reação álcali-agregado (RAA) pode ser definida como uma reação química que ocorre dentro da massa de concreto, entre alguns constituintes
mineralógicos do agregado e os hidróxidos alcalinos que estão dissolvidos na solução dos poros do concreto. Como resultado da reação e em presença de umidade são formados
produtos que se expandem, podendo provocar a fissuração, perda de resistência, aumento da deformação, perda de funcionalidade e interferência na durabilidade da estrutura.
As reações ocorrem quando da dissolução dos álcalis na própria água de amassamento do concreto e, posteriormente, na água contida nos poros do concreto. A solução alcalina
reagirá com os agregados, dando início à RAA e o tempo necessário para que esses danos apareçam pode variar de poucos meses a algumas décadas após a construção.
De acordo com Cavalcanti et al. (2005), a reação álcali-agregado pode ser de três tipos:
=> Reação álcali-sílica (RAS) - os vários tipos de sílica reativa presentes nos agregados, reagem com os íons hidroxila presentes nos poros do concreto, ou seja, a sílica reage com
os álcalis sódio (Na) e alcalis potássio (K) formando um gel sílicoalcalino altamente instável. Uma vez formado, o gel começa a absorver água e a expandir-se, ocupando um
volume maior que os materiais que originaram a reação. Dentre as formas minerais de sílica mais comuns destacam-se: a opala ou sílica amorfa, a calcedônia, os vidros naturais e
artificiais e o quartzo.
=> Reação álcali-silicato (RASS) - consiste na reação entre os álcalis disponíveis e alguns tipos de silicatos eventualmente presentes em certas rochas sedimentares, rochas
metamórficas e ígneas. É uma reação que está basicamente relacionada à presença de quartzo tensionado, quartzo microcristalino e minerais expansivos do grupo dos filossilicatos.
Apresenta o mesmo mecanismo que a reação álcali-sílica, porém ocorre mais lentamente.
É o tipo de RAA mais encontrada em barragens construídas no Brasil e agora em fundações (blocos e sapatas) na Região Metropolitana do Recife.
=> Reação álcali-carbonato (RAC) - ocorre quando certos calcários dolomíticos são usados como agregado em concreto e são atacados pelos álcalis do cimento, originando uma
reação denominada desdolomitização com excessiva expansão. Esta reação não ocorre a formação do gel e existem consideráveis divergências sobre seu mecanismo.

Vários são os fatores que influenciam a reação álcali-agregado tais como temperatura, adições minerais, relação água/cimento, teor de ar incorporado, dentre outros.
Entretanto, os fatores indispensáveis para que a reação ocorra em estruturas de concreto são: álcalis em concentração suficiente, sílica reativa do agregado e umidade suficiente
(LOPES, 2004).

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A inspeção visual irá revelar uma fendilhação mapeada e a eventual exsudação de gel á superfície. Em casos avançado, o betão apresenta
aspeto “inchado”. Análises petrográficas irão permitir confirmar a presença de agregados reátivos.
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ATAQUE POR ACIDOS E POR SAIS

O ataque por ácidos é extremamente agressivo, causam a deterioração do concreto, pois reagem com os compostos do cimento originando produtos solúveis em
água, que serão lixiviados, originando uma perda de resistência do betão. Caso o ácido atinja as armaduras através de fendas estas irão ser igualmente afetadas.
No caso de ataque por ácidos, a inspeção visual vai revelar uma superfície com manchas de ferrugem, desintegração, fendilhação e delaminação
do concreto.

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ATAQUE DE ÁGUAS PURAS

As águas puras, ou seja, as águas pouco mineralizadas, misturam-se com o cálcio do betão, arrastando-o por lixiviação, decompondo assim a pasta de cimento.
A água pura da condensação de neblina ou vapor, e água mole da chuva, podem conter pouco ou nenhum íon de cálcio. Quando estas águas entram em contato com
a pasta de cimento Portland, elas tendem a hidrolisar ou dissolver os produtos contendo cálcio. O hidróxido de cálcio é o constituinte que, devido à sua solubilidade
alta em água pura, é mais sensível à eletrólise, ocorrendo a lixiviação. Além da perda de resistência, a lixiviação do hidróxido de cálcio pode ser indesejável por
razões estéticas.
Frequentemente, o produto da lixiviação interage com o CO2, presente no ar, e resulta na precipitação de crostas brancas de carbonato de cálcio na superfície,
fenômeno conhecido como eflorescência.
No caso de ataque por águas puras, a inspeção visual irá revelar uma superfície de concreto muito rugosa e por vezes com concavidades nos sítios onde
existiam agregados que foram arrastados.

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ATAQUE POR SAIS - EFLORESCÊNCIAS

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ATAQUE POR AÇÃO DA ÁGUA DO MAR

A água do mar contém sulfatos e ataca o concreto. Além da ação química, a cristalização dos sais nos poros do concreto pode provocar a degradação
devido à pressão exercida pelos cristais salinos, nos locais onde há evaporação, acima da linha de água.
O ataque só ocorre quando a água pode penetrar no concreto, portanto, o nível de impermeabilização é muito importante neste processo.
Os concretos localizados entre os limites da maré, sujeitos à molhagem e secagem alternadas, são severamente atacados, enquanto os concretos
submersos permanentemente, são menos atacados.
A ação do mar sobre os concretos é acompanhada das ações destrutivas de impactos e abrasão das ondas, principalmente nas estruturas off- shore.
A ação dos sulfatos na água do mar não provoca a expansão do concreto, diferentemente das águas subterrâneas. A ausência de expansão
é devida à presença de cloretos na água do mar, que inibem a expansão, porque o gesso e o sulfo- aluminato de cálcio são mais solúveis
em soluções de cloretos do que em água e são, portanto, lixiviados pela água do mar.
No concreto armado, a absorção de sal cria regiões anódicas e catódicas, resultando em uma ação eletrolítica que leva à corrosão das armaduras,
de modo que, os efeitos da água do mar são mais sérios no concreto armado de que no concreto simples. É preciso dotar as armaduras de cobrimento
suficiente e utilizar concretos densos e impermeáveis.

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ATAQUE BIOLOGICO

Este tipo de ataque, genericamente induz dois tipos de deterioração, designadas por direta (quando por efeito químico), e indireto (quando por efeito sobretudo
mecânico).
A ação biológica direta, traduz-se por um ataque mais rápido e incisivo que o da ação indireta pois, após os ensaios de identificação de bactérias que libertam os
agentes agressivos como é o caso dos ácidos, nota-se que os mesmos provocam reações químicas que conduzem à deterioração imediata do betão, ao contrário do
ataque indireto, que envolve o desenvolvimento de musgos, líquenes e raízes de plantas no exterior da superfície de betão, o qual pode provocar a sua deterioração
(Sousa, 2008).
Por outras palavras, a ação biológica direta surge de micro-organismos que provocam um ataque quimicamente agressivo através da libertação de ácidos,
(como é o exemplo do ácido sulfúrico em coletores de esgoto) e o ataque indireto baseia-se no desenvolvimento de organismos exteriores, que penetram nas
fendas da estrutura e se desenvolvem no interior do concreto danificando-o mecânicamente (Souza & Ripper, 1998).
Os sintomas visíveis são os que caracterizam um ataque químico, como uma superfície manchada, com alteração da cor e desagregação do betão,
pela penetração de fungos nas zonas mais frágeis e fendilhadas.

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