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Segundo P. Helene (1992): "a patologia pode ser entendida como a parte da engenharia que estuda os sintomas, os mecanismos, as causas e origens dos
defeitos das construções civis, ou seja, é o estudo das partes que compõem o diagnóstico do problema".
Para Piancastelli (1997), sendo o concreto armado, um material não inerte, sujeita-se a alterações, ao longo do tempo, devido a interações entre os seus
elementos constitutivos (cimento, areia, brita, água e aço) e agentes externos (ácidos, bases, sais, gases e outros) e ainda com materiais que lhe são
adicionados (aditivos e adições minerais), de acordo com a figura seguinte:
A origem do problema relaciona-se com as fases ou etapas da vida da estrutura em que se originou a patologia, sejam elas:
de projeto, de materiais, de execução, de utilização e de manutenção.
Já a causa do problema, é definida como qualquer fator que possa estar, direta ou indiretamente, a contribuir para a ocorrência de patologias, como por
exemplo: as solicitações mecânicas (impactos sobrecargas); as condições de exposição (ambiente marinho, área industrial); as características dos
materiais que constituem a estrutura (sílica reativa nos agregados, álcalis no cimento, cloreto nos aditivos); a espessura do cobrimento, entre outros fatores
(ANDRADE & SILVA, 2005).
Ações Mecânicas:
Destacam-se: a ação de cargas excessivas; a fluência; a fadiga; o recalque diferencial das fundações; acidentes imprevisíveis, etc
Ações Físicas:
Destacam-se: as variações de temperatura; gelo /degelo; fogo; cristalização dos sais; ações diretas de desgaste - erosão, abrasão; retração hidráulica do concreto
fresco – assentamento plástico; gradiente térmico - retração e dilatação térmica; ação da água nas suas diversas formas, geradoras das mais diferentes manifestações
patológicas, tais como humidades, manchas, cristalização dos sais, etc.
Ações Químicas:
Para Brandão (1998), determinadas substâncias encontradas no meio ambiente penetram na massa de concreto endurecido, através dos possíveis mecanismos de
transporte (permeabilidade, sução capilar e difusão) e, sob condições especiais de temperatura e umidade, provocam reações químicas com efeitos nocivos (expansão,
desintegração, despassivação das armaduras, lixiviação, etc). Sendo o concreto, normalmente, um material com baixa resistência a esse tipo de ataque, as ações
químicas acabam por se tornar uma das principais causas de deterioração das estruturas. São exemplo de agentes patológicos: os ácidos, agua pura, sulfato,
alcali+sílica, dióxido de carbono, cloretos, etc.
Ações Biológicas:
São Exemplos: O crescimento de vegetação (líquenes, musgos, algas, raízes de plantas, etc) nas estruturas, através das zonas porosas do concreto, das falhas de
concretagem, fissuras e/ou juntas de dilatação, origina forças expansivas => provocando a deterioração mecânica do concreto;
O desenvolvimento de organismos e micro-organismos que produzem ácido húmico => provocando o ataque químico (lixiviação) da pasta de cimento;
No caso de redes de esgotos: as bactérias anaeróbias => provocam a transformação dos compostos de enxofre em gás sulfídrico;
as bactérias aeróbias => provocam a transformação do ácido sulfídrico em ácido sulfúrico => tendo por consequência, o ataque químico
(lixiviação) da pasta de cimento
Mackenzie Pós-Graduação em Engª Civil, 2014 Fernando Monteiro
COMENTAR OS GRÁFICOS ???
Rede Porosa;
Mecanismos de Transporte;
Exposição Ambiental
(condições Termo Higrométricas)
A NORMA BRASILEIRA NBR 6118 (ABNT, 2014): “Projeto de Estruturas de Concreto – Procedimento” afirma que as estruturas de concreto, devem atender
aos requisitos mínimos de qualidade, durante a sua construção e serviço, consistindo basicamente: na segurança da estrutura, no desempenho em serviço,
durante a sua vida útil, e não menos importante na durabilidade (isto é, na capacidade da estrutura resistir ás influencias ambientais previstas e definidas no inicio
dos trabalhos de elaboração de projeto), bem como aos requisitos de qualidade e avaliação de conformidade do projeto, estabelecidos pelo autor de projeto
estrutural e o contratante (proprietário de obra ou seu representante técnico.
Por outro lado, estabelece ainda diretrizes para a obtenção da durabilidade das estruturas de concreto, no decurso da sua vida útil de projeto,
ressalvando que os mecanismos de envelhecimento e deterioração do concreto e da armadura (designadamente: lixiviação, expansão por sulfatos, reação
alcali-agregado, despassivação por carbonatação ou por ação de cloretos), bem como os mecanismos de deterioração da estrutura no seu todo, (relacionadas
com as ações mecânicas, movimentações de origem térmica, impactos, fenómenos diferidos: retração, fluência, ações cíclicas), devem ser considerados em
projeto e consequentemente tomadas as medidas necessárias para anular ou pelo menos reduzir ao máximo, os seus efeitos nocivos.
A presente norma, destaca ainda que a agressividade do meio ambiente está diretamente relacionada com as ações físicas e químicas que atuam sobre
as estruturas de concreto, (independentemente das ações mecânicas, das variações volumétricas de origem térmica, de retração hidráulica, ou outras previstas
no dimensionamento), pelo que propõe para os projetos das estruturas correntes, uma classificação para a agressividade ambiental de acordo com a Tabela 6.1,
podendo ainda ser avaliada simplificadamente, segundo as condições de exposição da estrutura ou de suas partes.
Para Lima (2005), como as estruturas estão inseridas em ambientes muito diversificados, devem ser minuciosamente analisados, com o propósito, de na
fase de projeto da estrutura, contemplar todas as ações de degradação.
Através da classificação da classe de agressividade ambiental, a Norma NBR 6118/2014, designadamente no SubCap.7.4 - “Qualidade do concreto de
cobrimento”, define os requisitos mínimos que o concreto necessita para garantir uma boa durabilidade, referentes à relação água/cimento e á resistência
à compressão do concreto, de acordo com a Tabela 7.1
Estão ainda contempladas na Norma NBR 6118/2014, nomeadamente no Cap.77, outras medidas que reforçam a durabilidade expetável, no decurso da
sua vida útil, sendo exemplo:
- aspetos relacionados com a drenagem;
- disposições arquitetónicas e/ou estruturais que permitam o acesso para futuras inspeções e manutenções de partes da estrutura
com vida útil inferior ao todo, tais como: aparelhos de apoio, impermeabilizações, etc;
- a dimensão máxima característica do agregado graúdo;
- o detalhamento das armaduras;
- o controle de fissuração, etc
Segundo Silva (2005) o aparecimento de fissuras com aberturas excessivas pode ter
diversas consequências, tais como: problemas relativos à funcionalidade e à durabilidade das
estruturas; a posterior corrosão da armadura, uma vez que aberturas excessivas irão facilitar
a penetração de agentes agressivos capazes de provocar a degradação do próprio concreto e
também, das armaduras, podendo conduzir ao colapso da estrutura.
Segundo Voabil (2009) as fissuras podem ser classificadas em função do
desenvolvimento, podendo ser: fissura ativa ou fissura inativa (ou estáveis), podendo ocorrer
de diversas formas: horizontais, verticais ou diagonais.
Mecânica Biológica
Neste grupo, englobam-se os danos proporcionados por impactos, cargas excessivas, fenómenos diferidos (retração, fluência, fadiga), assentamentos diferenciais,
deformações, ventos, gradientes térmicos, humidade relativa, por ciclo gelo/degelo, erosão, abrasão, cavitação, etc.
Do Quadro 2.1 acima, verifica-se que as anomalias mais significativas, resultantes das ações Mecânicas e Físicas, são as fissuras, as deformações, as
desintegrações e a degradação do aspeto.
Sabe-se que:
FISSURAS
Em geral, em condições de serviço: Fissuração intensa significa, estrutura mal dimensionada (por deficiência de projeto);
ou uso inadequado (por cargas excessivas)
As causas de fissuração mecânica por deformação excessiva, ocorrem por esforços simples ou combinados (flexão, cortante, torção, tração, etc):
--
RETRAÇÃO
- Falhas do solo;
- Falha global;
- Falha localizada;
- Falhas da escavação, nas proximidades; EFEITO DOS MOVIMENTOS DAS FUNDAÇÕES
- Falhas de taludes, deslizamentos; Movimentos verticais: associados à ação do edifício sobre o terreno;
- Falhas induzidas nos Edifícios vizinhos; Movimentos horizontais: associados a alterações das condições na vizinhança
- Efeito dos edifícios vizinhos
- Falhas das estruturas de contenção; A manifestação reconhecível de ocorrência de movimento das fundações é o aparecimento de fissuras
nos elementos estruturais. Toda vez que a resistência dos componentes da edificação ou conexão entre
• Falhas em muros
elementos for superada pelas tensões geradas por movimentação, ocorrem fissuras.
• Controle da água
- Falhas de fundações;
• Assentamentos
• Outros movimentos os edifícios vizinhos
Outras Patologias:
A CORROSÃO QUIMICA, dá-se por uma reação gás-metal, com formação de uma pelicula de óxido. É um processo lento e não provoca deterioração
superficial das superfícies metálicas (exceto quando se tratar de gases extremamente agressivos).
Helene (1986) apud Polito (2006) afirma que este fenômeno ocorre preponderantemente durante a fabricação das barras, resultando na formação de uma película
compacta, uniforme e pouco permeável, sobre a superfície do aço, podendo até servir de proteção relativa contra a corrosão de natureza eletroquímica.
Já a CORROSÃO ELETROQUÍMICA ou aquosa, conforme descreve Cascudo (1997), é a que efetivamente traz problemas às obras civis. Trata-se de um
ataque de natureza eletroquímica, que ocorre em meio aquoso, como resultado da formação de uma pilha ou célula de corrosão eletroquímica.
As pilhas eletroquímicas são constituídas obrigatoriamente pelos seguintes componentes:
. Ânodo: eletrodo no qual se verificam as reações anódicas de oxidação do metal. Estas reações consistem em o átomo metálico deixar o metal para formar íons
desse metal no eletrólito. No ânodo há uma perda de elétrons, ou seja, os elétrons oriundos das reações anódicas (reações de oxidação, de dissolução
do metal) movem-se para o cátodo, onde serão consumidos em outra reação superficial. Portanto, é o que sofre a corrosão;
· Cátodo: eletrodo no qual se verificam as reações catódicas (de redução) de espécies eletroquímicas ou íons do eletrólito. Uma reação catódica típica na armadura
de concreto é a redução do oxigênio. No cátodo há um ganho de elétrons originários de regiões anódicas, necessário para viabilizar as reações de
redução de cátions em suas proximidades. Portanto, é onde ocorre a conhecida deposição catódica;
· Eletrólito: é o condutor (usualmente um líquido) no qual o ânodo e o cátodo devem estar imersos. Contém íons que uma vez transportados do cátodo para o
ânodo, por este meio, conduzem ao movimento dos eletrons através do condutor metálico, gerando assim o funcionamento da pilha eletroquímica;
· Condutor metálico: trata-se da ligação metálica entre o ânodo e o cátodo por onde passa os elétrons do
ânodo para o cátodo.
Sabe-se que a corrosão eletroquímica pode ser desencadeada por carbonatação ou por ataque de cloretos, conforme Figura 2.55.
Corrosão por pite (ou puntiforme): é um tipo de corrosão localizada, na qual há pontos de formação de desgaste definidos na superfície metálica, os
quais evoluem aprofundando-se, podendo causar a ruptura pontual da barra. Na maioria dos casos, ocorrem na forma de depressões rasas e de maior
diâmetro ao longo das barras de aço;
Corrosão sob tensão fraturante: trata-se de outro tipo de tensão localizada, a qual se
dá concomitantemente com uma tensão de tração na armadura, podendo dar origem à
propagação de fissuras na estrutura do aço. Ocorre eminentemente em estruturas
protendidas, mas pode-se dar também em estruturas de concreto armado, já que com
pelo menos 10% do limite de resistência à tração do aço é possível a sua ocorrência. Em
ambientes ricos em cloretos e com elevados níveis de tensão, a velocidade de ocorrência
deste tipo de corrosão é maior e sua incidência passa a ser preocupante.
Os mecanismos que regem a corrosão sob tensão são pouco compreendidos, mas seus
efeitos são reconhecidamente perigosos nas estruturas de concreto, caracterizando-se
por rupturas bruscas, sem deformações significativas de elementos estruturais e
praticamente sem sintomas visuais de corrosão (CASCUDO, 1997).
Corrosão sob tensão fraturante: trata-se de outro tipo de tensão localizada, a qual se dá concomitantemente com uma tensão de tração na armadura,
podendo dar origem à propagação de fissuras na estrutura do aço. Ocorre eminentemente em estruturas protendidas, mas pode-se dar também em
estruturas de concreto armado, já que com pelo menos 10% do limite de resistência à tração do aço é possível a sua ocorrência. Em ambientes ricos em
cloretos e com elevados níveis de tensão, a velocidade de ocorrência deste tipo de corrosão é maior e sua incidência passa a ser preocupante.
Os mecanismos que regem a corrosão sob tensão são pouco compreendidos, mas seus efeitos são reconhecidamente perigosos nas estruturas de concreto,
caracterizando-se por rupturas bruscas, sem deformações significativas de elementos estruturais e praticamente sem sintomas visuais de corrosão
(CASCUDO, 1997).
Corrosão galvânica, citada por Aguiar (2006), também chamada de corrosão bimetálica. Este tipo de corrosão ocorre quando há contato entre diferentes
tipos de metal em um mesmo meio eletrolítico. O metal com menor atividade eletroquímica é corroído. Uma das situações mais comuns encontradas é o
uso de alumínio dentro do concreto armado, segundo Emmons (1993) apud Aguiar (2006).
NOTA:
A ação do anidrido carbônico (CO2) presente na atmosfera manifesta-se pelo transporte (por difusão) deste para dentro dos poros úmidos do concreto (isto é, da
superfície para o interior), e com a sua subsequente reação com o hidróxido de cálcio da pasta de cimento, formando o carbonato de cálcio (CaCO3).
O desaparecimento do hidróxido de cálcio – Ca(OH)2 – no interior dos poros da pasta de cimento hidratado e sua transformação em carbonato de cálcio faz baixar
o pH do concreto (entre 12,5 e 14) para valores inferiores a 9, resultando na carbonatação do concreto (SOUZA e RIPPER, 1998), conforme Equação 2.16.
Além do Hidróxido de Cálcio Ca(OH)2 outros componentes da pasta de cimento hidratada também reagem com o CO 2, tais como o hidróxido de sódio
(NaOH), o hidróxido de potássio (KOH) e o silicato de cálcio hidratado (C-S-H ou 3CaO.2SiO2.3H2O).
Segundo CASCUDO (1997), uma característica do processo de carbonatação é a existência de uma “frente” de avanço do processo, que separa duas zonas com
Ph muito diferentes: uma com pH menor que 9 (carbonatada) e outra com pH maior que 12 (não carbonatada). Ela é comumente conhecida como frente de
carbonatação, e avança progressivamente para o interior do concreto, devendo sempre ser mensurada com relação à espessura do concreto de cobrimento da
armadura. É importante que essa frente não atinja a armadura. Caso contrário, isto é, ao atingi-la, gera a sua despassivação, que é a perda da camada
passivadora protetora do aço.
Por este motivo, a carbonatação do concreto propicia o início da corrosão das armaduras. Nas superfícies expostas das estruturas de concreto, a alta
alcalinidade, obtida principalmente à custa da presença de Ca(OH)2 liberado das reações de hidratação do cimento, pode ser reduzida com o tempo. Esta
redução ocorre essencialmente pela ação do CO2 do ar. O processo de carbonatação, felizmente, dá-se a uma velocidade lenta, atenuando-se com o tempo.
Isto pode ser explicado pela hidratação crescente do cimento, além dos próprios produtos da reação de carbonatação (CaCO3) que colmatam os poros superficiais,
dificultando cada vez mais o acesso de CO2 (presente no ar) ao interior do concreto (CASCUDO, 1997).
O processo de carbonatação se inicia na superfície do concreto, formando uma frente de carbonatação, separando duas zonas distintas de pH, uma
com valores na faixa de 12 e a outra na faixa de 8. Essa frente avança paulatinamente para o interior do material e, atingindo a armadura, provoca
a sua despassivação, iniciando o processo de corrosão.
Para armaduras pré ou pós-tracionadas, o processo é conhecido como corrosão sob tensão. É um processo físico-químico caracterizado por uma
corrosão concentrada, na presença de tensões sobre material suscetível e não acarreta em perda de seção significativa. Este tipo de corrosão
pode provocar falha de elementos estruturais, através de uma rutura frágil do material.
Segundo Neves (2007), a reação álcali-agregado (RAA) pode ser definida como uma reação química que ocorre dentro da massa de concreto, entre alguns constituintes
mineralógicos do agregado e os hidróxidos alcalinos que estão dissolvidos na solução dos poros do concreto. Como resultado da reação e em presença de umidade são formados
produtos que se expandem, podendo provocar a fissuração, perda de resistência, aumento da deformação, perda de funcionalidade e interferência na durabilidade da estrutura.
As reações ocorrem quando da dissolução dos álcalis na própria água de amassamento do concreto e, posteriormente, na água contida nos poros do concreto. A solução alcalina
reagirá com os agregados, dando início à RAA e o tempo necessário para que esses danos apareçam pode variar de poucos meses a algumas décadas após a construção.
De acordo com Cavalcanti et al. (2005), a reação álcali-agregado pode ser de três tipos:
=> Reação álcali-sílica (RAS) - os vários tipos de sílica reativa presentes nos agregados, reagem com os íons hidroxila presentes nos poros do concreto, ou seja, a sílica reage com
os álcalis sódio (Na) e alcalis potássio (K) formando um gel sílicoalcalino altamente instável. Uma vez formado, o gel começa a absorver água e a expandir-se, ocupando um
volume maior que os materiais que originaram a reação. Dentre as formas minerais de sílica mais comuns destacam-se: a opala ou sílica amorfa, a calcedônia, os vidros naturais e
artificiais e o quartzo.
=> Reação álcali-silicato (RASS) - consiste na reação entre os álcalis disponíveis e alguns tipos de silicatos eventualmente presentes em certas rochas sedimentares, rochas
metamórficas e ígneas. É uma reação que está basicamente relacionada à presença de quartzo tensionado, quartzo microcristalino e minerais expansivos do grupo dos filossilicatos.
Apresenta o mesmo mecanismo que a reação álcali-sílica, porém ocorre mais lentamente.
É o tipo de RAA mais encontrada em barragens construídas no Brasil e agora em fundações (blocos e sapatas) na Região Metropolitana do Recife.
=> Reação álcali-carbonato (RAC) - ocorre quando certos calcários dolomíticos são usados como agregado em concreto e são atacados pelos álcalis do cimento, originando uma
reação denominada desdolomitização com excessiva expansão. Esta reação não ocorre a formação do gel e existem consideráveis divergências sobre seu mecanismo.
Vários são os fatores que influenciam a reação álcali-agregado tais como temperatura, adições minerais, relação água/cimento, teor de ar incorporado, dentre outros.
Entretanto, os fatores indispensáveis para que a reação ocorra em estruturas de concreto são: álcalis em concentração suficiente, sílica reativa do agregado e umidade suficiente
(LOPES, 2004).
O ataque por ácidos é extremamente agressivo, causam a deterioração do concreto, pois reagem com os compostos do cimento originando produtos solúveis em
água, que serão lixiviados, originando uma perda de resistência do betão. Caso o ácido atinja as armaduras através de fendas estas irão ser igualmente afetadas.
No caso de ataque por ácidos, a inspeção visual vai revelar uma superfície com manchas de ferrugem, desintegração, fendilhação e delaminação
do concreto.
As águas puras, ou seja, as águas pouco mineralizadas, misturam-se com o cálcio do betão, arrastando-o por lixiviação, decompondo assim a pasta de cimento.
A água pura da condensação de neblina ou vapor, e água mole da chuva, podem conter pouco ou nenhum íon de cálcio. Quando estas águas entram em contato com
a pasta de cimento Portland, elas tendem a hidrolisar ou dissolver os produtos contendo cálcio. O hidróxido de cálcio é o constituinte que, devido à sua solubilidade
alta em água pura, é mais sensível à eletrólise, ocorrendo a lixiviação. Além da perda de resistência, a lixiviação do hidróxido de cálcio pode ser indesejável por
razões estéticas.
Frequentemente, o produto da lixiviação interage com o CO2, presente no ar, e resulta na precipitação de crostas brancas de carbonato de cálcio na superfície,
fenômeno conhecido como eflorescência.
No caso de ataque por águas puras, a inspeção visual irá revelar uma superfície de concreto muito rugosa e por vezes com concavidades nos sítios onde
existiam agregados que foram arrastados.
A água do mar contém sulfatos e ataca o concreto. Além da ação química, a cristalização dos sais nos poros do concreto pode provocar a degradação
devido à pressão exercida pelos cristais salinos, nos locais onde há evaporação, acima da linha de água.
O ataque só ocorre quando a água pode penetrar no concreto, portanto, o nível de impermeabilização é muito importante neste processo.
Os concretos localizados entre os limites da maré, sujeitos à molhagem e secagem alternadas, são severamente atacados, enquanto os concretos
submersos permanentemente, são menos atacados.
A ação do mar sobre os concretos é acompanhada das ações destrutivas de impactos e abrasão das ondas, principalmente nas estruturas off- shore.
A ação dos sulfatos na água do mar não provoca a expansão do concreto, diferentemente das águas subterrâneas. A ausência de expansão
é devida à presença de cloretos na água do mar, que inibem a expansão, porque o gesso e o sulfo- aluminato de cálcio são mais solúveis
em soluções de cloretos do que em água e são, portanto, lixiviados pela água do mar.
No concreto armado, a absorção de sal cria regiões anódicas e catódicas, resultando em uma ação eletrolítica que leva à corrosão das armaduras,
de modo que, os efeitos da água do mar são mais sérios no concreto armado de que no concreto simples. É preciso dotar as armaduras de cobrimento
suficiente e utilizar concretos densos e impermeáveis.
Este tipo de ataque, genericamente induz dois tipos de deterioração, designadas por direta (quando por efeito químico), e indireto (quando por efeito sobretudo
mecânico).
A ação biológica direta, traduz-se por um ataque mais rápido e incisivo que o da ação indireta pois, após os ensaios de identificação de bactérias que libertam os
agentes agressivos como é o caso dos ácidos, nota-se que os mesmos provocam reações químicas que conduzem à deterioração imediata do betão, ao contrário do
ataque indireto, que envolve o desenvolvimento de musgos, líquenes e raízes de plantas no exterior da superfície de betão, o qual pode provocar a sua deterioração
(Sousa, 2008).
Por outras palavras, a ação biológica direta surge de micro-organismos que provocam um ataque quimicamente agressivo através da libertação de ácidos,
(como é o exemplo do ácido sulfúrico em coletores de esgoto) e o ataque indireto baseia-se no desenvolvimento de organismos exteriores, que penetram nas
fendas da estrutura e se desenvolvem no interior do concreto danificando-o mecânicamente (Souza & Ripper, 1998).
Os sintomas visíveis são os que caracterizam um ataque químico, como uma superfície manchada, com alteração da cor e desagregação do betão,
pela penetração de fungos nas zonas mais frágeis e fendilhadas.