Você está na página 1de 41

PROPOSTA DE MELHORIA NO MAPA DE RISCO

Vinicius Giacomolli Moura


Andriely Goulart
Douglas Zambra
Rodrigo Gomes
Prof.ª Cristine Santos de Souza da Silva

RESUMO
Artigo tem como objetivo descrever diagnóstico da situação de segurança e saúde
no ambiente de trabalho do setor Argamassa, executar melhorias para diminuir os
riscos no ambiente e evitar os acidentes de trabalho. Aplicando o método de Gemba
(inspeção in loco, check-list da CIPA e treinamentos) desenvolvido pelo setor Serviço
Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho. Com tudo,
considera-se que a partir desta pesquisa a equipe passe a superar ainda mais
objetivos apresentados, portanto, o mapa de risco foi implantado e é usado como
uma ferramenta de gestão dos riscos ambientais e tem como propósito principal na
diminuição de acidentes e doenças ocupacionais.
Palavras– Chaves: descrever,analisar Mapa de Risco.

ABSTRACT
The article aims to describe the diagnosis of the safety and health situation in the
work environment of the Mortar sector, implement improvements to reduce risks in
the environment and avoid accidents at work. Applying the Gemba method (in loco
inspection, CIPA checklist and training) developed by the Specialized Service in
Safety Engineering and Occupational Medicine sector. However, it is considered that
from this research the team will overcome even more objectives presented,
therefore, the risk map was implemented and is used as an environmental risk
management tool and its main purpose is to reduce accidents and occupational
diseases.
Keywords: describe, analyze Risk Map.

1 INTRODUÇÃO
O caso a ser estudado se desenvolverá na linha de produção de argamassas
em uma das unidades de produção de uma cimenteira, localizada na cidade gaúcha
Esteio/RS. De acordo com o site da empresa, ela foi fundada no ano de 1933 no
interior do Estado de São Paulo e durante quase um século se expandiu pelo mundo
todo, sendo considerada uma das maiores empresas globais de material de
construção, atuando em mais de 11 países em 4 continentes. A empresa detém um
portfólio de materiais de construção que abrange cimentos, concretos, argamassas e
agregados e se diz ser uma companhia que também atua nas áreas de insumos
agrícolas, gestão de resíduos e coprocessamento. (VOTORANTIM, 2022)
No entanto, a filial de Esteio/RS, possui apenas duas linhas de produção que
são responsáveis pela produção de cimento e argamassas, os quais se diferenciam
entre si pelas dosagens e percentuais de cada material que compõem as várias
tipologias, utilidades e nomenclaturas técnicas para cimentos e argamassas. As
linhas de produção de cimentos e argamassas trabalham com matéria prima
recebida e pré-processada para que na unidade de Esteio seja feita apenas a
dosagem, mistura e ensaque.
Os agregados utilizados na construção civil são os insumos minerais mais
consumidos no mundo VALVERDE (2001). O uso do cimento e argamassas fazem
parte desde agregados e da realidade de métodos construtivos muito utilizados na
construção civil brasileira como o concreto armado e alvenaria estrutural. Construir
empreendimentos de qualidade e com eficiência é permitido pelo uso do cimento em
diversas atividades industriais e in loco, garantindo a inserção e participação na
construção por meio da garantia de estabilidade. A implementação do cimento
permite conexões entre blocos cerâmicos e de concreto, a composição de
elementos estruturais como vigas, pilares e lajes, em revestimentos argamassados e
cerâmicos externa e internamente. Ressalta-se que a aplicação do cimento na
construção civil é mundial, inclusive para os métodos construtivos citados
anteriormente, enfatizando a importância e a aplicabilidade no mercado de atuação
da empresa e da sua filial em destaque.
O estudo de caso tratará de analisar direta e exclusivamente a linha de
produção de argamassas na unidade. Com foco nas atividades desenvolvidas
durante o recebimento de matéria prima, mistura, ensaque e estocagem, bem como
todos os impactos gerados civil, social e economicamente para o local e arredores
da fábrica. Trata-se também de analisar as condições de trabalho do local,
atendados à acessibilidade e gerenciamento interno como um todo. Além dos
impactos ambientais como a geração de resíduos que serão mapeados,
quantificados e comparados com as normas e legislações vigentes, incluindo a NBR
13281 - Argamassas para assentamento e revestimentos de paredes e tetos -
Requisitos, que está em vigor desde setembro de 2005.
A partir da verificação e comparação com parâmetros ideais para a produção
de argamassas será possível analisar a qualidade e responsabilidade aplicada na
produção. Para tal, o gerenciamento de uma fábrica e o aprimoramento de suas
atividades acontece constantemente e nesse aspecto pretende-se diagnosticar e
sugerir melhorias em acessibilidade e segurança dos colaboradores. Também tratar
de sugerir melhorias no gerenciamento interno de pessoas, máquinas e materiais,
como zonas melhores sinalizadas aprimorando o plano de evacuação da fábrica e
também sobre a geração, reaproveitamento e destinação de resíduos.

2 APRESENTAÇÃO DO ESTUDO DE CASO


Para que o estudo de caso seja completamente eficaz é necessário que haja
um estudo do objeto em questão. Neste caso tornou-se mais viável o uso do método
de pesquisa em campo, uma vez que há total interação do pesquisador com o
objeto. Dentro deste contexto foi realizada uma visita técnica no local a fim de
levantar os dados necessários para construção deste trabalho. A empresa escolhida
para o estudo de caso é a fábrica de Argamassa da localizada em Esteio - RS.
A fábrica de Argamassa faz parte de uma empresa internacional de materiais
de construção e soluções sustentáveis, que está em operação desde 1933. Com
sede corporativa localizada em São Paulo, a empresa está presente em todas as
regiões do Brasil e em outros dez países de quatro continentes. Líderes no mercado
brasileiro há 88 anos, a empresa acredita no empreendedorismo, honrando o
passado para construir um futuro cada vez mais sustentável.
A fábrica de Argamassa da unidade de Esteio foi inaugurada em 2009, ela é
responsável por produzir 10 produtos, sendo 5 argamassas básicas colantes e 5
argamassas básicas a granel. A linha de argamassas colantes, Votomassa, oferece
produtos específicos para cada tipo de aplicação, incluindo argamassas adesivas,
sistemas impermeabilizantes e produtos para segmentos mais técnicos. Pode ser
usada em revestimentos cerâmicos, porcelanatos, blocos de vidro, mármores e
granitos, entre outros materiais.
Além das argamassas básicas ensacadas, a fábrica oferece um sistema a
granel para elevar a produtividade da sua obra. Ideal para as construtoras, que
precisam de soluções completas com produtos de alta tecnologia e desempenho, o
Sistema Matrix é econômico, evita desperdícios e otimiza o espaço nos canteiros de
obra. No momento, a fábrica de Argamassa possui 10 funcionários, sendo 9
operadores e 1 supervisora de produção, em uma escala de trabalho 5x2, operando
em 3 turnos (manhã, tarde e noite). Os 9 operadores são responsáveis pela
produção, ensaque e paletização do produto. A situação atual da empresa pode ser
analisada nas Figuras 01, 02 e 03 a seguir.

Figura 1: Localização da empresa.

Fonte: Google Earth

Figura 2: Fábrica de Argamassa.


Fonte: Empresa (arquivo próprio)

Figura 3: Planta baixa da Unidade Esteio.

Fonte: Empresa (arquivo próprio)


2.1 Caracterização geográfica da região
A fábrica está localizada no bairro Novo Esteio, Esteio - RS, uma das rodovias
mais movimentadas da cidade, dando acesso à Esteio e com uma distância de
aproximadamente 7,5 km entre Sapucaia e Canoas. Encontra-se nesta região a vila
Pedreira e algumas empresas de grande porte, como Dupont Distribuidora e Brasilit
Distribuidora. O mesmo fica próximo do Hotel e posto combustível Shell. A empresa
é localizada próxima a uma área residencial e industrial, com casas médias e
prédios de pequeno/médio porte.
A região tem grande movimentação de veículos, principalmente na parte da
manhã e ao final da tarde, devido a proximidade com a BR-116, gerando
engarrafamentos e lixo jogado na rodovia na vila Pedreira, além do impacto social da
empresa estar localizada próxima da vila pedreira e outros bairros com baixo poder
aquisitivo. A Figura 04 auxilia na visualização destas características urbanas.

Figura 4: Localização da fábrica.

Fonte: Google Earth

A região é densa e horizontalizada, não tendo grandes prédios ou


construções que ultrapassem 15 metros, a vegetação é concentrada em algumas
propriedades e tem um porte médio, ainda assim é possível identificar que a área
urbana carece de parques ou vegetações, como observa-se na Figura 05.
Figura 5: Usabilidade e setorização da região.
Fonte: Google Earth

A vegetação existente dentro da própria empresa tem uma importante


contribuição para o controle da temperatura e atenuação sonora, como pode ser
observado na Figura 06. Já a Figura 07 demonstra as vias de fluxo intenso nas
proximidades com a fábrica.
Figura 6: Características de acessibilidade.

Fonte: Google Earth


Figura 7: Predominância dos ventos na região.

Fonte: Windfinder
A fábrica fica localizada no zoneamento Industrial e residencial, fazendo
divisa com a zona mista. As Figuras 08 e 09 demonstra graficamente a situação
local da empresa.
Figura 8: Demonstrativos de volumes, mato cheios, vazios e alturas.

Fonte: Windfinder

Figura 9: Plano Diretor, uso do solo e Zoneamento.


Fonte: Google Imagens

A Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos, localizada na Região Hidrográfica da


Bacia do Guaíba, possui área de 3.694 km² e população estimada de 1.447.678
habitantes, sendo 1.375.288 habitantes em áreas urbanas e 72.390 habitantes em
áreas rurais. (SEMA, 2020). Estes dados auxiliam no dimensionamento da
abrangência da bacia hidrográfica, como visualiza-se na Figura 10 a seguir.
Figura 10: Mapa bacia hidrográfica Rio dos Sinos.
Fonte: Sema

2.2 Caracterização das atividades desenvolvidas


O processo de produção de argamassa é uma combinação de fórmulas
tradicionais e alta tecnologia em equipamentos. Desde a extração da matéria-prima
até a entrega do produto final, as fábricas de argamassa contam com etapas
específicas no processo produtivo. O processo de fabricação de argamassa consiste
na mistura de cimento, cal, areia e água. (GALHARDO, 2014)
Para produção de argamassa na unidade de Esteio, a primeira etapa é o
recebimento de insumos. A areia e o cimento são recebidos e estocados nos silos
reservados para eles, já a sacaria e os aditivos são estocados no galpão de sacarias
e aditivos. A areia e o cimento que estão nos silos de armazenamento já estão
conectados aos equipamentos de abastecimento para um misturador. Após todos os
silos serem abastecidos, é feito o abastecimento do misturador com todos os
componentes necessários. Após o término da batelada o material é conduzido por
um transportador até a ensacadeira, onde depois de ensacado e paletizado segue
para o setor de expedição, de onde será encaminhado para os clientes. O
fluxograma do processo está apresentado na Figura 11 abaixo.
Figura 11: Fluxograma do processo.

Fonte: Empresa (arquivo próprio)

Figura 12: Fluxograma do processo.


Fonte: Empresa (arquivo próprio)

2.2.1. Recebimento de insumos e estocagem

O recebimento de areia, seja ela fina ou média, é realizado pelo operador do


turno em que se encontra. Antes de ser liberada a entrada do caminhão, é feita a
medida de silo para confirmar o espaço a fim de evitar acidentes por transbordo.
Após a checagem, é liberada a entrada do motorista na fábrica e feita a pesagem na
balança. Realizada a pesagem, o motorista se desloca para os silos de
abastecimento onde é realizada a APR (Análise Preliminar de Risco) juntamente
com o operador responsável pelo recebimento. Também é feita a checagem de uso
dos EPIs (capacete com jugular, máscara PFF2, protetor auricular e óculos de
proteção) a fim de evitar possíveis acidentes. Finalizada a APR e checagem de
EPIs, o motorista posiciona o caminhão de ré na moega de descarregamento de
areia e depois da liberação do operador, é iniciado o processo de descarregamento.
O mesmo procedimento ocorre para o recebimento de sacaria e aditivo,
porém a descarga é feita no galpão reservado para sacarias e aditivos.

2.2.2. Mistura
O procedimento de mistura é realizado pelo supervisório da argamassa. O
supervisório consiste em uma interface dos equipamentos com a sua operação
através de um computador, onde neste existem teclas virtuais para acionamento
desde um motor a um conjunto de equipamentos. A receita é a responsável por
realizar o processamento do material. O processo se resume em realizar a pesagem
dos insumos e misturá-los, esse processo é realizado selecionando as teclas no
sistema do supervisório conforme o padrão operacional da empresa. Os operadores
são responsáveis por adicionar os insumos manualmente. Os equipamentos
dependem de uma receita previamente inserida no sistema. A quantidade de cada
material é dosada automaticamente, para isso tem-se como principais equipamentos
citados a seguir e mostrados na Figura 13. Os equipamentos são:

P1L01 – Silo de Areia fina


P1L02 – Silo de Areia Média
P1L03 – Silo de Cimento
P1L04 – Silo de Cal
P1W01 – Balança de cimento e aditivo
P1D21 – Válvula dosadora de areia fina
P1D22 – Válvula dosadora de areia média
P1D11 – Rosca dosadora de cimento
P1D12 – Rosca dosadora de cal
P1H75 – Válvula de dosagem de aditivo
P1W02 – Balança de areia fina e média
P1 H25 e P1H26 – Válvulas de descarga da balança W02
P1H15 e P1H16 – Válvulas de descarga da balança W01
P1H01 – Misturador
P1H01V1 e P1H01 V2 – Comportas do misturador
P1H01V3 – Válvula de selo a ar

Figura 13: Supervisório da Argamassa.


Fonte: Empresa (arquivo próprio)

2.2.3. Ensacagem

O processo de ensacamento é realizado pela ensacadeira P6 e também é


realizado pelo supervisório. O operador é responsável por configurar o supervisório
de acordo com os parâmetros de ensacamento, por colocar os sacos manualmente
na ensacadeira e também por realizar a inspeção de acordo com os padrão
operacional “PO03917 - Operação da Ensacadeira P6 - Unidade Esteio” conforme
Figura 14 abaixo.

Figura 14: PO03917 - Operação da Ensacadeira P6 - Unidade Esteio.


Fonte: Empresa (arquivo próprio)

2.2.4. Estocagem e expedição

Após produção e ensacagem dos produtos, as argamassas são estocadas no


galpão de ensacado, onde há pallets de cimento e de argamassa prontos para
serem expedidos. Os operadores de empilhadeira da equipe de logística são
responsáveis por retirar os paletes com produtos finalizados da ensacadeira e
transportar até os boxes de argamassas, como mostram as Figuras 15 e 16. Os
operadores da argamassa não são responsáveis por esse processo.

Figura 15: Estocagem de Argamassa.


Fonte: Empresa (arquivo próprio)

Figura 16: Estocagem de Cimento e Argamassa.

Fonte: Empresa (arquivo próprio)


3 DIAGNÓSTICO GERAL DO CASO ESTUDADO
O diagnóstico utilizado para este trabalho realizou-se por meio de uma
metodologia exploratória realizada em uma fábrica de cimento e argamassa, que
está localizada na cidade de Esteio no estado do Rio Grande do Sul, através da
visita de um integrante ao local. No local realizou-se uma análise perceptiva, visando
as atividades desenvolvidas pela empresa e os possíveis impactos socioambientais
gerados. Também foram analisados os documentos da empresa.
Para realizar o diagnóstico socioambiental da empresa, explorou-se as
normas regulamentadoras e checklists industriais. Para análise das condições de
segurança e saúde da empresa, comparou-se as condições da fábrica com as
normas regulamentadoras de ruído (NBR 10152), de trabalho seguro em máquinas e
equipamentos (NR 12), de trabalho seguro nas instalações e serviços com
eletricidade (NR 10) e de ergonomia (NR 17). Para análise das condições
ambientais, explorou-se as normas NBR 10151 e NBR 10152. Para verificar as
condições de acessibilidade, utilizou-se um check-list industrial conforme a norma
NBR 9050/2020 e explorou-se a NR 23.
Os potenciais perigos que as atividades da fábrica podem trazer são:
exposição ao ruído, inalação de pó, de explosão, redes elétricas energizadas sem
proteção, desobediência à norma de bloqueio de energias perigosas, trabalhos
próximos a partes móveis de máquinas e equipamentos sem proteção e ergonomia.
A acessibilidade da fábrica carece de atenção, pois tanto o ambiente
industrial quanto o banheiro, não são aptos para receberem pessoas com dificuldade
de locomoção.
Quanto à questão ambiental, a empresa produz cimentos a partir de queima
de minerais a uma temperatura elevada de mais ou menos, 1.450ºC, produzindo
uma quantidade de gás de efeito estufa, corresponde aproximadamente, a 5% de
toda emissões globais, o efeito estufa passou ser muito prejudicial para
sobrevivência da humanidade causando diversos desastres ambientais como
inundações, degradação do solo onde as áreas são produtivas, derretimento de
massas glaciais entre outras conseqüências mais graves.
3.1 Quanto aos riscos à saúde e segurança dos trabalhadores da empresa

A fábrica tem como política conduzir seus negócios de forma a assegurar não
somente a segurança de seus funcionários, mas também de todos os outros
públicos com os quais se relaciona. As aspirações da empresa, bem como o seu
compromisso permanente com a identificação, eliminação e tratamento dos riscos à
saúde e segurança no trabalho estão descritos na Política Global de Segurança e
Saúde no Trabalho:

● Observar e respeitar a lei e os requisitos normativos relativos à saúde e


segurança no trabalho;
● Incorporar obrigatoriamente a prevenção de doenças e acidentes em todos os
processos, envolvendo todos os nossos funcionários, efetivos e terceiros;
● Respeitar, rigorosamente, as Regras pela Vida, sendo que o seu cumprimento
integral é condição de emprego;
● Proporcionar treinamentos referentes à saúde e segurança no trabalho, como
parte do desenvolvimento profissional dos funcionários;
● Auditar e avaliar a eficácia das medidas preventivas de acidentes de trabalho;
● Buscar melhorias contínuas, visando à meta zero acidentes e doenças no
trabalho (VOTORANTIM, 2021).

Conforme descrito nas aspirações da empresa, o sistema de segurança


implementado Regras pela Vida, deve ser respeitado e cumprido pelos
colaboradores. No acesso à fábrica, pode-se avistar um quadro com as regras
listadas. A empresa também disponibiliza as regras no crachá com o intuito de
reforçá-las, conforme mostram as figuras 17, 18, 19 e 20.
Figuras 17, 18, 19 e 20: Demonstração do sistema “Regras pela vida”.

Fonte: Os autores

Outro princípio a ser seguido pelos empregados é o preenchimento da Análise


Preliminar de Risco (APR) a fim de prevenir acidentes durante a execução das
atividades. Segundo o manual de SSMA da empresa, “a Análise Preliminar de
Riscos e o preenchimento do formulário da APR devem ser feitos antes do início das
atividades e no próprio local de execução da atividade, com a presença de todos os
participantes, para assegurar que todos os riscos presentes estão sendo
considerados. O preenchimento do formulário deve ser feito de forma legível e
assinado por todos os participantes. A APR deve ser preenchida em uma via,
exposta no local da atividade e protegida com saco plástico transparente, de forma
que esteja acessível para consulta. Nenhuma atividade pode iniciar antes de serem
tomadas as medidas de controles para os riscos identificados na APR”. O modelo de
análise preliminar de risco pode ser consultado na Figura 21.

Figura 21: Análise Preliminar de Risco.

Fonte: Os autores

3.1.1 Ruído
O ruído é um dos principais agentes físicos presentes no ambiente de
trabalho e sua exposição acima dos limites de tolerância é um dos fatores mais
agravantes à saúde ocupacional. O trabalhador da indústria cimenteira está exposto
a ruídos em praticamente todas as etapas de fabricação da argamassa, tendo em
vista que grande parte do processo é composta por máquinas. No nosso organismo
o efeito do ruído depende do tempo que estamos expostos e ele, da intensidade
sonora e da sensibilidade individual (FALCÃO, 2018). Nesse caso, devem ser feitas
avaliações quantitativas, sempre que houver exposição do trabalhador ao ruído
contínuo.
De acordo com a NR-9 (PPRA- Programa de prevenção de riscos ambientais)
que visa a preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, antes de
serem realizadas as avaliações quantitativas, o empregador, junto com sua equipe
de segurança do trabalho, deve adotar medidas suficientes para eliminar ou reduzir
os riscos (FALCÃO, 2018).
A NBR 10152 cita que a intensidade sonora ideal para ambientes de trabalho
não ultrapassa 45 dB. Da mesma maneira, estudos indicam que o nível de som
adequado ao conforto acústico é 65 dB. Já ruídos acima de 85 dB são considerados
prejudiciais, a depender do tempo de exposição. Na fábrica de argamassa, o
principal equipamento que causa o ruído é a ensacadeira que emite ruídos próximos
de 80 dB, conforme última medição feita pela empresa. A empresa fornece e impõe
o uso de protetor auricular e abafadores industriais (EPI) para os funcionários como
medida de controle.
Figura 22: Ensacadeira rotativa.

Fonte: Soluções industriais, 2021.

3.1.2 Poeira

Sabe-se que na indústria de argamassa é alta a exposição a poeiras desde o


recebimento das matérias primas até as etapas finais do processo. A exposição aos
particulados oriundos da produção de argamassa sem o uso de equipamentos de
proteção adequados pode acarretar sérios danos à saúde do trabalhador devido a
reação da poeira em contato com a pele, olhos e principalmente vias respiratórias
(DONIDA, 2012).

Entre os problemas de saúde mais graves estão as dermatites em pés e mãos


resultantes do contato com a argamassa sem o uso dos EPIs adequados. Estudos
estimam que o período entre 10 a 20 anos de exposição às poeiras é suficiente para
o desenvolvimento de doenças pulmonares, as chamadas pneumoconioses. As
pneumoconioses são patologias resultantes da deposição, por inalação, de
partículas sólidas nos pulmões. O quadro é agravado com o passar dos anos
(SCHOTTFELDT, 2012).
No local onde o estudo foi realizado, constatou-se que a exposição a poeira é
um grande risco para os funcionários, visto que os equipamentos não estão em bom
estado de conservação, necessitando de manutenção regularmente. Na figura 23
tem-se um exemplo do pó que vaza do filtro do misturador de argamassa. Para
mitigar o contato com as poeiras resultantes do processo, a empresa fornece aos
funcionários os EPI 's necessários (máscara PFF2, luvas e botinas).

Figura 23: Filtro do misturador.

Fonte: Os autores
3.1.3 Energias perigosas
Dentro do ambiente fabril, com o ritmo produtivo das indústrias, intervenções
em máquinas costumam ser fonte de riscos aos operadores, devido à potencial
exposição a partes perigosas das máquinas. Antes de se iniciar as atividades de
manutenção em máquinas e equipamentos, é de extrema importância a garantia da
segurança dos operadores envolvidos com essas atividades, e isso é garantido
através da aplicação dos procedimentos de bloqueio e sinalização das fontes de
energia (COSTA, 2020). Este importante procedimento está fundamentado nas
NR-10 e NR-12, sendo obrigatório para preservar a segurança dos profissionais que
se encontram trabalhando no local.
Segundo a NR-12, “a manutenção, inspeção, reparos, limpeza, ajuste e outras
intervenções que se fizerem necessárias devem ser executadas por profissionais
capacitados, qualificados ou legalmente habilitados, formalmente autorizados pelo
empregador, com as máquinas e equipamentos parados e adoção dos seguintes
procedimentos:
a) isolamento e descarga de todas as fontes de energia das máquinas e
equipamentos, de modo visível ou facilmente identificável por meio dos dispositivos
de comando;
b) bloqueio mecânico e elétrico na posição “desligado” ou “fechado” de todos
os dispositivos de corte de fontes de energia, a fim de impedir a reenergização, e
sinalização com cartão ou etiqueta de bloqueio contendo o horário e a data do
bloqueio, o motivo da manutenção e o nome do responsável;”
Segundo a NR-10, “somente serão consideradas desenergizadas as
instalações elétricas liberadas para trabalho, mediante os procedimentos
apropriados, obedecida a sequência abaixo:
a) seccionamento;
b) impedimento de reenergização;”
Na fábrica de argamassa, os empregados ao entrarem na fábrica são
obrigados a passar pelo treinamento do “PD222 - Bloqueio de Energias Perigosas”,
padrão corporativo inspirado na NR-10 e NR-12 que define o procedimento para a
realização do bloqueio de energias perigosas. Após a finalização do treinamento,
todos os funcionários recebem todos os dispositivos (cadeados, cartões e garras)
conforme mostra a figura 24.
Figura 24: Composição do bloqueio de energias perigosas.

Fonte: Os autores

3.1.4 Ergonomia
A análise ergonômica do trabalho (AET) possibilita a identificação, diagnóstico
e elaboração de medidas para a resolução dos problemas ergonômicos que afetam
a saúde e o desempenho do trabalho humano. Uma vez que existe um número
frequente de trabalhadores que se afastam do trabalho com problemas de saúde
provenientes das atividades que exercem, faz-se necessário a implementação de
estudos para redução ou eliminação das consequências negativas advindas da
relação do homem com sua atividade laboral (MARTINS, 2015).
Para compreender a atividade de trabalho sob a ótica ergonômica, utilizou-se
a metodologia exploratória e observações abertas. Analisou-se a atividade
desenvolvida pelos trabalhadores, face às condições e aos meios que são colocados
à disposição, bem como foram avaliados os comportamentos de trabalho: posturas,
ações, gestos, movimentos e modos operativos.
A NR-17 visa estabelecer as diretrizes e os requisitos que permitam a
adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos
trabalhadores, de modo a proporcionar conforto, segurança, saúde e desempenho
eficiente no trabalho (ABNT, 2021). Percebeu-se que na atividade de alimentação de
sacos na ensacadeira houve movimentos repetitivos, como torção da coluna, com
emprego de esforço físico para pegar as sacarias em grandes quantidades.
Percebeu-se também postura inadequada causada pela permanência em pé por
longos períodos.
Figura 25: Inserção de sacarias na ensacadeira

Fonte: Os autores

3.2 Quanto aos principais impactos ambientais associados à empresa


A funcionalidade de uma empresa cimentícia é entendida como fator de
desenvolvimento para o local em que ela está inserida. Para Nunes e Godinho,
(2001), o cimento destina-se maioritariamente ao mercado interno de cada país,
dadas as suas características, ao seu baixo valor acrescentado e ao facto do custo
do seu transporte ser consideravelmente alto. Essa realidade faz com que o cimento
seja valorizado e consumido na indústria construtiva tornando-se mais acessível
economicamente.
É indispensável o uso do aglomerante cimentício na atualidade, mas tal
necessidade não pode ser alcançada sem o devido respeito ao meio ambiente. Na
empresa estudada foram analisadas as estratégias e decisões aplicadas na linha de
produção de argamassas, em busca de atender as normas vigentes. A empresa
trabalha diretamente com o ensaque de seus produtos, sendo necessário
basicamente, o estoque de materiais, o misturador (moinho) e o sistema de
ensacamento para seu funcionamento.
A limitação da atuação da empresa, modera os possíveis impactos ambientais
gerados por ela. O efeito da produção causa, inicialmente, um ruído
consideravelmente alto, poeira excessiva, extrapolando os limites territoriais da
empresa, e a geração de resíduos no processo. Tais efeitos são considerados pela
empresa que demonstram uma relativa preocupação com as exigências ambientais.
Pela visão da empresa, as licenças de projeto, implementação e operação estão em
conformidade, bem como as demais legislações.
Os materiais operados pelo misturador do setor de argamassas gera um ruído
considerável, somados aos demais estrondos gerados. Esse impacto é perceptível
nas redondezas da fábrica durante a sua operação. A empresa relata que os ruídos
gerados estão dentro dos padrões estabelecidos pela NBR 10.152 que trata como
aceitável, para regiões residências, ruídos de até 50 dB (decibéis) para o período da
noite e 55 dB durante o dia. A NBR 10.151 reforça os limites mesmo valores para
zonas mistas predominantemente residenciais e reforça o conforto acústico das
habitações sugerindo a situação janela fechada, que segundo a norma, reduz 15 dB,
atingindo os 35 dB e 40 dB sugeridos pela NBR 10.152 para conforto acústico
residencial. Ressalta-se que os índices de ruído gerados pela produção não foram
devidamente medidos e a relação deles com os intervalos ideais das diretrizes foram
embasados com informações da própria empresa.
Os aglomerantes compostos nas argamassas são de uma granulometria
muito baixa, podendo ser visualizados na Figura 19. O processo de mistura e
ensacamento gera, naturalmente, uma poeira que em diversos casos e em
momentos climáticos de vento em excesso, atingem residências e instalações
próximas. A empresa considera que a emissão de poeira está de acordo com as
legislações vigentes, no entanto, ela acredita que este impacto seja o mais crônico
de sua funcionalidade.
A diminuição da emissão de poeira é discutida pela empresa e é reforçada
por (CONAMA, 01-86) que analisa os impactos ambientais e suas alternativas,
através de identificação, previsão da magnitude e interpretação da importância dos
prováveis impactos relevantes, discriminando: os impactos positivos e negativos
(benéficos e adversos), diretos e indiretos, imediatos e a médio e longo prazos,
temporários e permanentes; seu grau de reversibilidade; suas propriedades
cumulativas e sinérgicas; a distribuição dos ônus e benefícios sociais.
Relacionado ainda a poeira gerada na produção de argamassas é necessário
ressaltar que a empresa detém de uma área verde que pode ser visualizada na
Figura 1. Esse fato torna a problemática ainda mais delicada, já que a área verde
não utilizada pela empresa, criando-se uma condição propícia de utilização da área
por animais nativos do local. Apesar disso, a empresa demonstra preocupação com
a situação e é possível visualizá-la em um de suas placas de orientação alocada
próxima da aŕea verde e disponível na Figura 26.
Figura 26: Orientação sobre boas práticas ambientais.

Fonte: Os autores
As atividades industriais são responsáveis por processar os produtos usados
pela sociedade como o caso das argamassas. A produção desses produtos, mesmo
em sistemas menores como o de ensacamento estudado, são geradores de
resíduos derivados do processamento, utilizando matérias importantes como as
embalagens, para a logística de transporte e armazenamento. Os diversos resíduos
precisam ser armazenados em um local adequado e podem ser consultados na
Figura 27, que mostra os resíduos classificados como de classe II armazenados em
containers terceirizados, ou seja, que são repostos quando atingida sua capacidade
máxima.
Figura 27: Ambiente de descarte de resíduos Classe II.

Fonte: Os autores

3.3 Quanto às condições de acessibilidade na empresa


A adequação dos espaços físicos das empresas do setor industrial é
essencial para favorecer a realização das atividades com mais segurança e também
para garantir o acesso de todos os colaboradores (PICELLI, 2021). A diversidade
dentro da organização traz resultados práticos como a melhora do clima
organizacional e maior agilidade na solução de problemas, por abarcar visões
diferenciadas que facilitam a inovação. Além disso, espaços acessíveis ampliam o
alcance do público-alvo e agregam valor não apenas ao produto, mas à marca em
si, sendo percebida de forma mais positiva pelos consumidores (PICELLI, 2021).
A norma que regulamenta a acessibilidade predominantemente é a NBR
9050/2020, que faz parte da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT),
esta norma estabelece critérios e parâmetros técnicos para serem aplicados a
projetos de edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos ligados a
acessibilidade, por meio da referida norma, todas as construções e reformas no
setor urbano devem estar de acordo com ela (ABNT, 2020); ela define acessibilidade
como a possibilidade e condição de alcance para utilização com segurança e
autonomia em qualquer espaço.
Assim como os demais estabelecimentos públicos e privados, as indústrias
também devem se adequar às leis de acessibilidade. As áreas que são encontradas
e devem ser adequadas e acrescidos de itens de segurança para atender todo e
qualquer tipo de público são: calçada, estacionamento, áreas de circulação amplas,
rampas com corrimão, escadas, adaptação dos banheiros, mobília e faixas
sinalizadoras nas pistas. A fábrica de argamassa apontada neste projeto não é
acessível, foram avaliadas as áreas do trajeto de chegada na empresa
(estacionamento e portaria) até a fábrica. Tais avaliações serão descritas a seguir.

3.3.1. Estacionamento
O estacionamento para funcionários próprios não é acessível para
cadeirantes, pois é coberto por pedras grossas, o que faz com que a cadeira de
rodas patine e empaque, impossibilitando a locomoção até a portaria e
consequentemente até a fábrica. Já o estacionamento para visitantes, consta com
uma vaga para deficientes físicos e idosos e rampa de acesso ao caminho seguro
até a portaria, além das faixas de pedestres bem sinalizadas.

Figura 28: Estacionamento de funcionários próprios.

Fonte: Os autores
Figura 29: Vaga no estacionamento de visitantes para deficientes físicos e
idosos.

Fonte: Os autores

Figura 30: Rampa de acesso ao caminho sinalizado.

Fonte: Os autores
3.3.2. Portaria
A entrada da portaria não é um ambiente acessível para cadeirantes, apesar
de parecer. O local possui uma rampa para a passagem na catraca, porém por não
ser um local projetado pensando na acessibilidade, não possui um espaço seguro de
0,90m para os cadeirantes realizarem a passagem com a cadeira de rodas,
conforme descrito na norma NBR 9050/2020.
Figura 31: Rampa para a passagem na catraca.

Fonte: Os autores
Ainda na portaria, pôde-se ver que o relógio ponto ultrapassa a altura máxima
de alcance manual confortável para um cadeirante (1,20m) sendo de 1,27m, o que
impede o funcionário PCR de bater o ponto.
Figura 32: Relógio de pontualidade.
Fonte: Os autores
Saindo da portaria para se dirigir ao restante da fábrica, percebe-se que um
cadeirante não consegue se deslocar, pois não possui uma rampa que dá acesso ao
restante da fábrica, como mostra a Figura 33.
Figura 33: Ausência de rampa de acesso para o restante da fábrica.

Fonte: Os autores
3.3.3. Caminho seguro até a argamassa
O caminho seguro que dá acesso até a fábrica de argamassa é um trajeto
acessível, sendo um trajeto contínuo, desobstruído e sinalizado. Ele conecta os
espaços externos até a fábrica, podendo ser utilizado de forma segura por todas as
pessoas. O caminho conta com rampa e faixa de pedestres em condições
adequadas e cores de fácil percepção, como pode ser visualizado nas Figuras 34,
35 e 36 a seguir.
Figuras 34, 35 e 36: Caminho sinalizado até a fábrica de argamassas.

Fonte: Os autores
3.3.4. Fábrica de argamassa
Realizando um check-list industrial conforme a norma NBR 9050/2020,
constata-se que a fábrica de argamassa não é acessível por diversos motivos e eles
estão citados a seguir com o apoio de imagens.
● A ausência de rampas e elevadores para cadeirantes, sendo impossível
acessar o outro nível da fábrica;
Figuras 37: Escada que dá acesso à argamassa
Fonte: Os autores

● Espaço insuficiente para área de circulação e manobra para cadeirantes, não


atendendo aos dimensionamentos dos parâmetros antropométricos de P.C.R;
Figuras 38: Área de circulação inadequada para cadeirantes

Fonte: Os autores
● As alturas de alcance manual do supervisório ultrapassam as alturas
confortáveis para um cadeirante descritas na norma e também não há espaço
suficiente para uma cadeira;
Figuras 39: Supervisório
Fonte: Os autores
● A maçaneta do banheiro é do tipo “bola”, não atendendo os elementos de
acionamento para abertura de portas que devem possuir formato de fácil
pega, não exigindo firmeza, precisão ou torção do pulso para seu
acionamento (ABNT NBR 9050/2020);
Figuras 40: Porta do banheiro

Fonte: Os autores
● O local possui apenas um banheiro para o uso dos funcionários, todos
acessam o mesmo banheiro, sendo homem ou mulher, porém não há
sinalização sanitário masculino e feminino. O banheiro também não possui
espaço e adequações necessárias para uma pessoa cadeirante (dimensões
de sanitário acessível, instalação de lavatório e barras de apoio, bacia
sanitária, e etc).;
Figuras 41: Banheiro

Fonte: Os autores
● Falta de uma rota de fuga adequada para situações de emergência, a
fábrica não dispõe de um planejamento para tal situação, não há uma
escada de emergência e as portas dos corredores não são dotadas de
barras antipânico, conforme prevê a NBR 11785. As únicas
conformidades vistas no local são as placas de sinalização de saída e
os corrimões na cor amarela, conforme prevê a NR 23.

4 PROPOSTA INDIVIDUAL DE INTERVENÇÃO

O mapa de risco é o estudo realizado no ambiente de trabalho para identificar


os riscos das atividades realizadas pelos colaboradores dentro do setor expondo
melhorias através da divulgação dos riscos que estão expostos durante o período
de trabalho. Este levantamento é realizado pela CIPA – (Comissão Interna de
Prevenção de Acidente), que busca achar os riscos do ambiente e desenvolver a
representação gráfica na planta baixa da área, com apoio do SESMT – (Serviço
Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho) (BRASIL,
1978).
A proposta é apresentar o diagnóstico do estudo feito, descrevendo etapas e
mostrando a classificação dos riscos, e colocando no setor o resultado para diminuir
ou evitar os riscos de acidentes e doenças do trabalho.
Com o passar do ano refletimos que os colaboradores possuem mais
informação e interesse em envolver nos programas que trabalham melhorias em seu
ambiente de trabalho, esse processo é o motivo que leva ao estudo.
analisando as informações coletadas são discutidas e reunidas para
classificação dos riscos com base nas medidas administrativas, segurança do
trabalho e da saúde
E na conclusão da pesquisa é realizado todo levantamento na representação
gráfica da área e colocado no setor para publicar e informar os colaboradores sobre
os riscos existentes e as medidas preventivas para diminuir um possível acidente ou
doença ocupacional no setor de trabalho.
Figura 42 e 43: Mapa de risco desorganizado

Fonte: Empresa (arquivo próprio)

Normas regulamentadoras - NR 05 A NR 5 é a norma regulamentadora do


Ministério do Trabalho e Emprego – MTE que trata sobre a CIPA – Comissão Interna
de Prevenção de Acidentes. Ela foi aprovada pela Portaria nº 3.214, de 08 de junho
de 1978 e atualizada pela Portaria SIT n.º 247, de 12 de julho de 2011 do Ministério
do Trabalho e Emprego – MTE.
Como no exemplo da norma 05 que diz “5.16 A CIPA terá por atribuição
identificar os riscos do processo de trabalho, e elaborar o mapa de riscos, com a
participação do maior número de trabalhadores, com assessoria do SESMT, onde
houver” (BRASIL, 1978, p. 2).
Segundo Galante (2015, p.22) dentre as atribuições da CIPA, destaca-se a
responsabilidade de elaborar o mapa de riscos da empresa, conforme estabelecida
na NR 5. A CIPA terá por atribuição identificar os riscos do processo de trabalho,
elaborar o mapa de riscos, com a participação do maior número de trabalhadores,
com assessoria do SESMT.
Segundo Galante (2015), quando elaborado o mapa de risco, a identidade
visual para cada classe de risco é de extrema importância no cumprimento dos
objetivos do mesmo, facilitando a identificação dos riscos por qualquer pessoa que
os observe. Desta forma, o emprego de código e cores é um recurso de grande
valia. A Lei 6.524/77 já apresentou, em versões anteriores da NR 5, um Anexo IV
com os riscos distribuídos em grupos, tal como apresentado na Figura 44.

4.1. Elaboração da proposta

Com as informações coletadas os representantes da CIPA, fazem uma


análise e tabular para verificar quais os agentes encontrados no setor de
Argamassa, local pelo qual foi realizado nosso trabalho.
Após esta etapa será apresentado a proposta de melhoria para este setor.
Verificando quais riscos existentes e classificados pelo agente de acordo com
a tabela abaixo.
Figura 44: Tabela de risco

Fonte: Norma Regulamentadora

Após esta análise começa a ser colocado os círculos em uma planta baixa
(simples) para simbolizar os riscos. Os riscos são demonstrados por cores e
círculos, nos tamanhos pequeno, médio e grande, depende de cada risco
encontrado.
Figura 45: Tamanhos Riscos

Fonte: Google Imagem


5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com levantamento realizado foi identificado que o setor de


argamassa necessita várias alterações de layout, melhorias nas condições de
trabalho e exposição aos riscos ambientais.
Os objetivos propostos serão analisados no decorrer do levantamento,
elaboração e divulgação, e acreditamos que após toda orientação e capacitação
repassada ao setor amplia o nível de conscientização da equipe, minimizando os
indicadores de acidentes e ou doenças ocupacionais. todavia, considera-se que a
partir desta pesquisa a time passe a dominar ainda mais objetivos propostos neste
artigo.
Sendo assim, conclui-se que o mapa de risco é uma ferramenta de gestão
dos riscos ambientais que deve ser divulgada às equipes, e tem como objetivo
principal minimizar os acidentes e doenças ocupacionais.

6 REFERÊNCIAS
ARGAMASSAS. Votorantim Cimentos, 2017. Disponível em:
<https://www.votorantimcimentos.com.br/produtos/?vcbr_produto=argamassas>
Acesso em: 10.04.22.

BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO DOS SINOS. SEMA, 2020. Disponível em:


<https://sema.rs.gov.br/g020-bh-sinos#:~:text=A%20Bacia%20Hidrogr%C3%A1fica
%20do%20Rio,72.390%20habitantes%20em%20%C3%A1reas%20rurais.> Acesso
em: 04.04.22

BRASIL. Lei Federal 12.305 de 2010. Política Nacional de Resíduos Sólidos.


Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm> Acesso
em: 10.04.22.

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 34 - Condições e meio ambiente de


trabalho na indústria da construção e reparação naval. Brasília: Ministério do
Trabalho e Emprego, 2011. Disponível em:
<https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secr
etaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/ctpp-nrs/norma-regulam
entadora-no-34-nr-34.> Acesso em: 10.04.22.

CONAMA, Conselho Nacional do Meio Ambiente, Resolução Conama 01 -86.


Brasil, 1986

GALHARDO, Pedro. ESTUDO DA PRODUÇÃO DE CIMENTO COM ÊNFASE NO


CLASSE G. Rio de Janeiro, 2014. Disponível em:
<http://www.repositorio.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10012107.pdf> Acesso em:
10.04.22

MANUAL DE REQUISITOS DE SSMA PARA CONTRATADAS. Votorantim


Cimentos, 2021. Disponível em:
<https://www.votorantimcimentos.com.br/wp-content/uploads/2021/03/manual-de-req
uisitos-de-ssma-para-contratadas.pdf> Acesso em: 11.05.22.

NBR 09.050: Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos


urbanos. Rio de Janeiro, p. 162. 2020.

NBR 10.152: Acústica — Níveis de pressão sonora em ambientes internos a


edificações (versão atualizada). Rio de Janeiro: ABNT, 2020

NBR 10.151: Acústica — Medição e avaliação de níveis de pressão sonora em


áreas habitadas — Aplicação de uso geral. Rio de Janeiro: ABNT, 2019

Nunes, C. e Godinho, C. (2001). Cimento, Um Sector Dinâmico. Ministério da


Economia, Gabinete de Estratégia e Estudos.

PICELLI, Angélica. ACESSIBILIDADE E INDÚSTRIAS: Impactos e possibilidades


com ambientes inclusivos. Disponível em:
<https://studiouniversalis.com.br/acessibilidade-e-industrias-impactos-e-possibilidade
s-com-ambientes-inclusivos.> Acesso em 11.05.22.
PO03917 - Operação da Ensacadeira P6 - Unidade Esteio. Votorantim Cimentos,
2019. Material interno. Esteio, 2019. Acesso em: 08.04.22.

QUEM SOMOS?. Votorantim Cimentos, 2017. Disponível em:


<www.votorantim.com.br> Acesso em: 04.04.22.

Riscos Associados ao Uso do Cimento. Disponível em:


<http://www.segurancanotrabalho.eng.br/artigos/rcimento.pdf> Acesso em :
15.05.22.

VALVERDE, F. M. - Agregados para construção civil. Balanço Mineral Brasileiro. São


Paulo: DNPM, 2001. 15 p.

Você também pode gostar