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RESUMO
Artigo tem como objetivo descrever diagnóstico da situação de segurança e saúde
no ambiente de trabalho do setor Argamassa, executar melhorias para diminuir os
riscos no ambiente e evitar os acidentes de trabalho. Aplicando o método de Gemba
(inspeção in loco, check-list da CIPA e treinamentos) desenvolvido pelo setor Serviço
Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho. Com tudo,
considera-se que a partir desta pesquisa a equipe passe a superar ainda mais
objetivos apresentados, portanto, o mapa de risco foi implantado e é usado como
uma ferramenta de gestão dos riscos ambientais e tem como propósito principal na
diminuição de acidentes e doenças ocupacionais.
Palavras– Chaves: descrever,analisar Mapa de Risco.
ABSTRACT
The article aims to describe the diagnosis of the safety and health situation in the
work environment of the Mortar sector, implement improvements to reduce risks in
the environment and avoid accidents at work. Applying the Gemba method (in loco
inspection, CIPA checklist and training) developed by the Specialized Service in
Safety Engineering and Occupational Medicine sector. However, it is considered that
from this research the team will overcome even more objectives presented,
therefore, the risk map was implemented and is used as an environmental risk
management tool and its main purpose is to reduce accidents and occupational
diseases.
Keywords: describe, analyze Risk Map.
1 INTRODUÇÃO
O caso a ser estudado se desenvolverá na linha de produção de argamassas
em uma das unidades de produção de uma cimenteira, localizada na cidade gaúcha
Esteio/RS. De acordo com o site da empresa, ela foi fundada no ano de 1933 no
interior do Estado de São Paulo e durante quase um século se expandiu pelo mundo
todo, sendo considerada uma das maiores empresas globais de material de
construção, atuando em mais de 11 países em 4 continentes. A empresa detém um
portfólio de materiais de construção que abrange cimentos, concretos, argamassas e
agregados e se diz ser uma companhia que também atua nas áreas de insumos
agrícolas, gestão de resíduos e coprocessamento. (VOTORANTIM, 2022)
No entanto, a filial de Esteio/RS, possui apenas duas linhas de produção que
são responsáveis pela produção de cimento e argamassas, os quais se diferenciam
entre si pelas dosagens e percentuais de cada material que compõem as várias
tipologias, utilidades e nomenclaturas técnicas para cimentos e argamassas. As
linhas de produção de cimentos e argamassas trabalham com matéria prima
recebida e pré-processada para que na unidade de Esteio seja feita apenas a
dosagem, mistura e ensaque.
Os agregados utilizados na construção civil são os insumos minerais mais
consumidos no mundo VALVERDE (2001). O uso do cimento e argamassas fazem
parte desde agregados e da realidade de métodos construtivos muito utilizados na
construção civil brasileira como o concreto armado e alvenaria estrutural. Construir
empreendimentos de qualidade e com eficiência é permitido pelo uso do cimento em
diversas atividades industriais e in loco, garantindo a inserção e participação na
construção por meio da garantia de estabilidade. A implementação do cimento
permite conexões entre blocos cerâmicos e de concreto, a composição de
elementos estruturais como vigas, pilares e lajes, em revestimentos argamassados e
cerâmicos externa e internamente. Ressalta-se que a aplicação do cimento na
construção civil é mundial, inclusive para os métodos construtivos citados
anteriormente, enfatizando a importância e a aplicabilidade no mercado de atuação
da empresa e da sua filial em destaque.
O estudo de caso tratará de analisar direta e exclusivamente a linha de
produção de argamassas na unidade. Com foco nas atividades desenvolvidas
durante o recebimento de matéria prima, mistura, ensaque e estocagem, bem como
todos os impactos gerados civil, social e economicamente para o local e arredores
da fábrica. Trata-se também de analisar as condições de trabalho do local,
atendados à acessibilidade e gerenciamento interno como um todo. Além dos
impactos ambientais como a geração de resíduos que serão mapeados,
quantificados e comparados com as normas e legislações vigentes, incluindo a NBR
13281 - Argamassas para assentamento e revestimentos de paredes e tetos -
Requisitos, que está em vigor desde setembro de 2005.
A partir da verificação e comparação com parâmetros ideais para a produção
de argamassas será possível analisar a qualidade e responsabilidade aplicada na
produção. Para tal, o gerenciamento de uma fábrica e o aprimoramento de suas
atividades acontece constantemente e nesse aspecto pretende-se diagnosticar e
sugerir melhorias em acessibilidade e segurança dos colaboradores. Também tratar
de sugerir melhorias no gerenciamento interno de pessoas, máquinas e materiais,
como zonas melhores sinalizadas aprimorando o plano de evacuação da fábrica e
também sobre a geração, reaproveitamento e destinação de resíduos.
Fonte: Windfinder
A fábrica fica localizada no zoneamento Industrial e residencial, fazendo
divisa com a zona mista. As Figuras 08 e 09 demonstra graficamente a situação
local da empresa.
Figura 8: Demonstrativos de volumes, mato cheios, vazios e alturas.
Fonte: Windfinder
2.2.2. Mistura
O procedimento de mistura é realizado pelo supervisório da argamassa. O
supervisório consiste em uma interface dos equipamentos com a sua operação
através de um computador, onde neste existem teclas virtuais para acionamento
desde um motor a um conjunto de equipamentos. A receita é a responsável por
realizar o processamento do material. O processo se resume em realizar a pesagem
dos insumos e misturá-los, esse processo é realizado selecionando as teclas no
sistema do supervisório conforme o padrão operacional da empresa. Os operadores
são responsáveis por adicionar os insumos manualmente. Os equipamentos
dependem de uma receita previamente inserida no sistema. A quantidade de cada
material é dosada automaticamente, para isso tem-se como principais equipamentos
citados a seguir e mostrados na Figura 13. Os equipamentos são:
2.2.3. Ensacagem
A fábrica tem como política conduzir seus negócios de forma a assegurar não
somente a segurança de seus funcionários, mas também de todos os outros
públicos com os quais se relaciona. As aspirações da empresa, bem como o seu
compromisso permanente com a identificação, eliminação e tratamento dos riscos à
saúde e segurança no trabalho estão descritos na Política Global de Segurança e
Saúde no Trabalho:
Fonte: Os autores
Fonte: Os autores
3.1.1 Ruído
O ruído é um dos principais agentes físicos presentes no ambiente de
trabalho e sua exposição acima dos limites de tolerância é um dos fatores mais
agravantes à saúde ocupacional. O trabalhador da indústria cimenteira está exposto
a ruídos em praticamente todas as etapas de fabricação da argamassa, tendo em
vista que grande parte do processo é composta por máquinas. No nosso organismo
o efeito do ruído depende do tempo que estamos expostos e ele, da intensidade
sonora e da sensibilidade individual (FALCÃO, 2018). Nesse caso, devem ser feitas
avaliações quantitativas, sempre que houver exposição do trabalhador ao ruído
contínuo.
De acordo com a NR-9 (PPRA- Programa de prevenção de riscos ambientais)
que visa a preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, antes de
serem realizadas as avaliações quantitativas, o empregador, junto com sua equipe
de segurança do trabalho, deve adotar medidas suficientes para eliminar ou reduzir
os riscos (FALCÃO, 2018).
A NBR 10152 cita que a intensidade sonora ideal para ambientes de trabalho
não ultrapassa 45 dB. Da mesma maneira, estudos indicam que o nível de som
adequado ao conforto acústico é 65 dB. Já ruídos acima de 85 dB são considerados
prejudiciais, a depender do tempo de exposição. Na fábrica de argamassa, o
principal equipamento que causa o ruído é a ensacadeira que emite ruídos próximos
de 80 dB, conforme última medição feita pela empresa. A empresa fornece e impõe
o uso de protetor auricular e abafadores industriais (EPI) para os funcionários como
medida de controle.
Figura 22: Ensacadeira rotativa.
3.1.2 Poeira
Fonte: Os autores
3.1.3 Energias perigosas
Dentro do ambiente fabril, com o ritmo produtivo das indústrias, intervenções
em máquinas costumam ser fonte de riscos aos operadores, devido à potencial
exposição a partes perigosas das máquinas. Antes de se iniciar as atividades de
manutenção em máquinas e equipamentos, é de extrema importância a garantia da
segurança dos operadores envolvidos com essas atividades, e isso é garantido
através da aplicação dos procedimentos de bloqueio e sinalização das fontes de
energia (COSTA, 2020). Este importante procedimento está fundamentado nas
NR-10 e NR-12, sendo obrigatório para preservar a segurança dos profissionais que
se encontram trabalhando no local.
Segundo a NR-12, “a manutenção, inspeção, reparos, limpeza, ajuste e outras
intervenções que se fizerem necessárias devem ser executadas por profissionais
capacitados, qualificados ou legalmente habilitados, formalmente autorizados pelo
empregador, com as máquinas e equipamentos parados e adoção dos seguintes
procedimentos:
a) isolamento e descarga de todas as fontes de energia das máquinas e
equipamentos, de modo visível ou facilmente identificável por meio dos dispositivos
de comando;
b) bloqueio mecânico e elétrico na posição “desligado” ou “fechado” de todos
os dispositivos de corte de fontes de energia, a fim de impedir a reenergização, e
sinalização com cartão ou etiqueta de bloqueio contendo o horário e a data do
bloqueio, o motivo da manutenção e o nome do responsável;”
Segundo a NR-10, “somente serão consideradas desenergizadas as
instalações elétricas liberadas para trabalho, mediante os procedimentos
apropriados, obedecida a sequência abaixo:
a) seccionamento;
b) impedimento de reenergização;”
Na fábrica de argamassa, os empregados ao entrarem na fábrica são
obrigados a passar pelo treinamento do “PD222 - Bloqueio de Energias Perigosas”,
padrão corporativo inspirado na NR-10 e NR-12 que define o procedimento para a
realização do bloqueio de energias perigosas. Após a finalização do treinamento,
todos os funcionários recebem todos os dispositivos (cadeados, cartões e garras)
conforme mostra a figura 24.
Figura 24: Composição do bloqueio de energias perigosas.
Fonte: Os autores
3.1.4 Ergonomia
A análise ergonômica do trabalho (AET) possibilita a identificação, diagnóstico
e elaboração de medidas para a resolução dos problemas ergonômicos que afetam
a saúde e o desempenho do trabalho humano. Uma vez que existe um número
frequente de trabalhadores que se afastam do trabalho com problemas de saúde
provenientes das atividades que exercem, faz-se necessário a implementação de
estudos para redução ou eliminação das consequências negativas advindas da
relação do homem com sua atividade laboral (MARTINS, 2015).
Para compreender a atividade de trabalho sob a ótica ergonômica, utilizou-se
a metodologia exploratória e observações abertas. Analisou-se a atividade
desenvolvida pelos trabalhadores, face às condições e aos meios que são colocados
à disposição, bem como foram avaliados os comportamentos de trabalho: posturas,
ações, gestos, movimentos e modos operativos.
A NR-17 visa estabelecer as diretrizes e os requisitos que permitam a
adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos
trabalhadores, de modo a proporcionar conforto, segurança, saúde e desempenho
eficiente no trabalho (ABNT, 2021). Percebeu-se que na atividade de alimentação de
sacos na ensacadeira houve movimentos repetitivos, como torção da coluna, com
emprego de esforço físico para pegar as sacarias em grandes quantidades.
Percebeu-se também postura inadequada causada pela permanência em pé por
longos períodos.
Figura 25: Inserção de sacarias na ensacadeira
Fonte: Os autores
Fonte: Os autores
As atividades industriais são responsáveis por processar os produtos usados
pela sociedade como o caso das argamassas. A produção desses produtos, mesmo
em sistemas menores como o de ensacamento estudado, são geradores de
resíduos derivados do processamento, utilizando matérias importantes como as
embalagens, para a logística de transporte e armazenamento. Os diversos resíduos
precisam ser armazenados em um local adequado e podem ser consultados na
Figura 27, que mostra os resíduos classificados como de classe II armazenados em
containers terceirizados, ou seja, que são repostos quando atingida sua capacidade
máxima.
Figura 27: Ambiente de descarte de resíduos Classe II.
Fonte: Os autores
3.3.1. Estacionamento
O estacionamento para funcionários próprios não é acessível para
cadeirantes, pois é coberto por pedras grossas, o que faz com que a cadeira de
rodas patine e empaque, impossibilitando a locomoção até a portaria e
consequentemente até a fábrica. Já o estacionamento para visitantes, consta com
uma vaga para deficientes físicos e idosos e rampa de acesso ao caminho seguro
até a portaria, além das faixas de pedestres bem sinalizadas.
Fonte: Os autores
Figura 29: Vaga no estacionamento de visitantes para deficientes físicos e
idosos.
Fonte: Os autores
Fonte: Os autores
3.3.2. Portaria
A entrada da portaria não é um ambiente acessível para cadeirantes, apesar
de parecer. O local possui uma rampa para a passagem na catraca, porém por não
ser um local projetado pensando na acessibilidade, não possui um espaço seguro de
0,90m para os cadeirantes realizarem a passagem com a cadeira de rodas,
conforme descrito na norma NBR 9050/2020.
Figura 31: Rampa para a passagem na catraca.
Fonte: Os autores
Ainda na portaria, pôde-se ver que o relógio ponto ultrapassa a altura máxima
de alcance manual confortável para um cadeirante (1,20m) sendo de 1,27m, o que
impede o funcionário PCR de bater o ponto.
Figura 32: Relógio de pontualidade.
Fonte: Os autores
Saindo da portaria para se dirigir ao restante da fábrica, percebe-se que um
cadeirante não consegue se deslocar, pois não possui uma rampa que dá acesso ao
restante da fábrica, como mostra a Figura 33.
Figura 33: Ausência de rampa de acesso para o restante da fábrica.
Fonte: Os autores
3.3.3. Caminho seguro até a argamassa
O caminho seguro que dá acesso até a fábrica de argamassa é um trajeto
acessível, sendo um trajeto contínuo, desobstruído e sinalizado. Ele conecta os
espaços externos até a fábrica, podendo ser utilizado de forma segura por todas as
pessoas. O caminho conta com rampa e faixa de pedestres em condições
adequadas e cores de fácil percepção, como pode ser visualizado nas Figuras 34,
35 e 36 a seguir.
Figuras 34, 35 e 36: Caminho sinalizado até a fábrica de argamassas.
Fonte: Os autores
3.3.4. Fábrica de argamassa
Realizando um check-list industrial conforme a norma NBR 9050/2020,
constata-se que a fábrica de argamassa não é acessível por diversos motivos e eles
estão citados a seguir com o apoio de imagens.
● A ausência de rampas e elevadores para cadeirantes, sendo impossível
acessar o outro nível da fábrica;
Figuras 37: Escada que dá acesso à argamassa
Fonte: Os autores
Fonte: Os autores
● As alturas de alcance manual do supervisório ultrapassam as alturas
confortáveis para um cadeirante descritas na norma e também não há espaço
suficiente para uma cadeira;
Figuras 39: Supervisório
Fonte: Os autores
● A maçaneta do banheiro é do tipo “bola”, não atendendo os elementos de
acionamento para abertura de portas que devem possuir formato de fácil
pega, não exigindo firmeza, precisão ou torção do pulso para seu
acionamento (ABNT NBR 9050/2020);
Figuras 40: Porta do banheiro
Fonte: Os autores
● O local possui apenas um banheiro para o uso dos funcionários, todos
acessam o mesmo banheiro, sendo homem ou mulher, porém não há
sinalização sanitário masculino e feminino. O banheiro também não possui
espaço e adequações necessárias para uma pessoa cadeirante (dimensões
de sanitário acessível, instalação de lavatório e barras de apoio, bacia
sanitária, e etc).;
Figuras 41: Banheiro
Fonte: Os autores
● Falta de uma rota de fuga adequada para situações de emergência, a
fábrica não dispõe de um planejamento para tal situação, não há uma
escada de emergência e as portas dos corredores não são dotadas de
barras antipânico, conforme prevê a NBR 11785. As únicas
conformidades vistas no local são as placas de sinalização de saída e
os corrimões na cor amarela, conforme prevê a NR 23.
Após esta análise começa a ser colocado os círculos em uma planta baixa
(simples) para simbolizar os riscos. Os riscos são demonstrados por cores e
círculos, nos tamanhos pequeno, médio e grande, depende de cada risco
encontrado.
Figura 45: Tamanhos Riscos
6 REFERÊNCIAS
ARGAMASSAS. Votorantim Cimentos, 2017. Disponível em:
<https://www.votorantimcimentos.com.br/produtos/?vcbr_produto=argamassas>
Acesso em: 10.04.22.