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PATOLOGIA

DAS
CONSTRUÇÕES
MÓDULO II

FACULDADE SANTA MARIA - FSM

CURSO DE BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL


CONTEUDISTA: HÉLLYKAN BERLIET DOS SANTOS MONTEIRO
BREVE
APRESENTAÇÃO

PATOLOGIA
DAS Prezado (a) aluno (a),
Sejam bem vindos ao espaço destinado a unidade curricular de
CONSTRUÇÕES Patologia das Construções.

Nesta unidade curricular vamos desenvolver o conhecimento sobre


os materiais e os processos de construção de edificações
enfatizando as patologias.

EMENTA:

Principais Patologias das Obras de Engenharia Civil;


Causas Geradoras; Consequências Futuras da não
Eliminação das Causas Geradoras; Terapias mais
Adequadas; Medidas de Controle de Materiais e Mão
de Obra e de Manutenção.
OBJETIVOS:

1. Dominar o conhecimento
sobre os agentes causadores
das patologias nas
edificações.

2. Identificar as patologias
das alvenarias, CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:
revestimentos, pinturas
estruturas de concreto e aço.
1. Introdução a patologia e terapia das construções
3. Capacitar-se para a 1.1 Patologias causadas pelos aglomerantes e
identificação da tecnologia agregados;
de reparo compatível com a 1.2 Patologias do concreto armado
patologia detectada. 2. Identificação, análise e intervenção
2.1 Projetos e procedimentos para recuperação de
4. Desenvolver a capacidade obras;
para formulação do 3. Reparos adequados para cada tipo de patologia.
planejamento e cronograma
dos reparos e serviços a
serem executados.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES

1. 1 PATOLOGIAS CAUSADAS POR AGLOMERANTES E AGREGADOS

As edificações estão sujeitas a uma grande variedade de ações devidas a fenômenos


de origem natural ou à própria utilização da construção, o que pode ocasionar o surgimento
das manifestações patológicas, porém a fase de projeto, materiais utilizados e métodos
construtivos também são de grande relevância para tais fenômenos.
Definidas as especificações dos materiais na fase de projeto, deve-se controlar bem a
aquisição dos insumos para fabricação do concreto, objetivando a garantia das especificações e
que o concreto não seja rejeitado. É importante que a caracterização dos materiais
componentes do concreto esteja em conformidade com o que recomenda a ABNT NBR 12654.
Os aglomerantes são definidos como material ligante, geralmente pulverulento, que
promove a união entre os grãos dos agregados. Os aglomerantes são utilizados na obtenção de
pastas, argamassas, e concretos. Dentre os principais aglomerantes, estão: Cimento, Cal
Aérea, Cal Hidráulica e Gesso.
Um dos Aglomerantes mais utilizados, o cimento Portland, reage na presença de
água formando cristais e ganhando resistência mecânica, ou seja, ele é utilizado como uma
ligante que ganha resistência mecânica quando seco.
Para o cimento devem ser monitorados seus aspectos físicos, como finura, início e
fim de pega, resistência à compressão, expansibilidade, calor de hidratação, assim como,
também, seus aspectos químicos, como perda ao fogo e resíduo insolúvel, teores de aluminato
tricálcio e de álcalis.
Agregado é o material particulado, incoesivo, de atividade química praticamente
nula, constituído de misturas de partículas cobrindo extensa gama de tamanhos. Os agregados
classificam –se segundo a origem, as dimensões das partículas e o peso específico aparente
(BAUER, 2008).

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PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES

Na construção civil, como agregado, a areia natural


essencialmente quartzosa. São particularmente prejudiciais
impurezas tais como: aglomerados argilosos, pirita, mica,
concreções ferruginosas e matéria orgânica. Dos efeitos
observáveis, a expansão pode ser resultante da formação de
produtos de oxidação da pirita e das concreções ferruginosas -
sulfatos e óxidos de ferro hidratados, respectivamente - de
hidratação de argilo-minerais montmoriloníticos ou de
matéria orgânica. A matéria orgânica pode ser a causa de
formação de vesículas esporádicas; A desagregação do
revestimento, por sua vez, tem como causa a presença de
torrões argilosos, com excesso de finos na areia ou de mica em
quantidade apreciável. A mica pode também reduzir a
aderência do revestimento à base ou de duas camadas entre si
(MILITO , 2009).
Para os agregados faz-se necessária a análise
mineralógica e química do material, para detectar a presença
de contaminantes reativos no agregado, cujas reações
químicas expansivas com os álcalis do cimento podem ser
bastante deletérias ao concreto. Assim como, também, é
importante atentar para as características físicas dos
agregados, como a sua distribuição granulométrica e seu
formato dos grãos, pois diferenças nessas propriedades podem
levar a uma maior variabilidade nas propriedades do concreto
fresco e endurecido (ANDRADE e SILVA, 2005).

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PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES

Estes materiais tem influência direta nas manifestações patológicas em argamassa


e concreto. Para as argamassas, as principais falas estão direcionadas às argamassas de
revestimento.
O revestimento de argamassa compreende um sistema constituído dos seguintes
elementos: base de revestimento, chapisco, embolso e reboco.
As falhas que ocorrem nos revestimentos podem ser causadas por deficiências de
projeto; por desconhecimento das características dos materiais empregados e/ou
emprego de materiais inadequados; por erros de execução, seja por deficiência de mão de
obra, desconhecimento ou não observância de Normas Técnicas e por problemas de
manutenção.
Assim como praticamente todos os elementos empregados na construção civil, a
mistura está sujeita às manifestações patológicas que surgem por diferentes motivos. As
principais são as fissuras, os descolamentos e os desplacamentos, que ocorrem,
especialmente, em revestimentos externos, também é comum esse tipo de argamassa
sofrer com manchas causadas pela umidade ou, ainda, com a presença de colônias de
microrganismos (Figura 1).

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PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES

Figura 1: Causas das manifestações patológicas em argamassas de


revestimento

Fonte: SEGAT, 2005.

Segundo Corsini (2010), as fissuras podem começar a surgir de forma pacífica. Na


execução do projeto arquitetônico é um dos tipos mais comuns de patologias nas
edificações e podem interferir na estética, na durabilidade e nas características
estruturais da obra. Ela pode ser um indício de algum problema estrutural mais grave.
Pelo fato de toda fissura originar uma possível patologia mais grave (trinca e rachadura).
Na Figura 2 é possível observar a classificação das fissuras.

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PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES

Figura 2: Classificação das fissuras

Fonte: CORSINI, 2010.

FISSURAS GEOMÉTRICAS - Uma das patologias mais encontradas na construções,


suas principais causas são: expansão da argamassa de assentamento devido hidratação
retardada do óxido de magnésio da cal, expansão da argamassa de assentamento pela
reação cimento/sulfatos ou devido à presença de argilo-minerais expansivos no
agregado, de acordo com a Figura 3 (PINHEIRO, 2019).

Figura 3: Fissuração por movimentação térmica

Fonte: SAHADE, 2020.

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PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES

Reparo: Devido a expansão da argamassa de assentamento devido hidratação


retardada do óxido de magnésio da cal: renovação do revestimento após a hidratação
completa da cal na argamassa. Devido a expansão da argamassa de assentamento pela
reação cimento/sulfatos ou devido à presença de argilo-minerais expansivos no
agregado: a solução deve ser pensada de acordo com a intensidade da reação expansiva.

FISSURAS MAPEADAS – Distribuem-se por toda a superfície do revestimento em


monocamada. Pode ocorrer descolamento do revestimento em placas (fácil
desagregação) (Figura 4). A principal causa é a retração da argamassa, podendo ser por
excesso de finos de agregado, de água de amassamento ou por ter o cimento como único
aglomerante (PINHEIRO, 2019).

Figura 4: Classificação das fissuras

Fonte: SAHADE, 2020.

Reparo: para o reparo das fissuras mapeadas e renovação da pintura, renovação


do revestimento em caso de descolamento.

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PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES

Essas manifestações, em geral, são anomalias muito comuns em edificações. Essas


patologias prejudicam além da estrutura, a aparência da edificação, pois passam ao
usuário a impressão que esta foi mal construída. Além disso, as frestas favorecem
infiltração da água provocando manchas nas paredes e nos tetos. Em alguns casos, mais
graves, há o deslocamento do revestimento, colocando em risco a vida de pessoas. As
principais causas destas patologias se resumem em falhas na execução da alvenaria e do
revestimento somado a utilização de materiais inadequados (BORGES, 2008).

DESCOLAMENTOS E DESPLACAMENTOS – estão diretamente ligados à falta de


aderência do revestimento à base. Influenciam para ocorrência da situação as
características da superfície, o tipo de argamassa empregado, o processo de execução e as
condições climáticas.
Consistem na separação de uma ou mais camadas dos revestimentos de argamassa,
apresentando extensão variável, podendo compreender áreas restritas até dimensões
bem abrangem a totalidade de uma alvenaria (BAUER, 2008).
Para evitar que a patologia aconteça, é indicada a realização de procedimentos de
preparo da base, como tratamentos das superfícies de concreto e uso da camada de
preparação (chapisco). Além disso, é importante garantir que não existe nenhum tipo de
contaminação na área a ser revestida.

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DESPLACAMENTOS
E
DESCOLAMENTOS

DESCOLAMENTO COM DESCOLAMENTO EM


EMPOLAMENTO: PLACAS DURAS:

A superfície do reboco descola do emboço Placas endurecidas que quebram com


formando bolhas que aumentam dificuldade. Sob percussão, o revestimento
progressivamente. As prováveis causas desse apresenta som cavo. Essa é uma das patologias
tipo de patologia é a hidratação retardada do mais comuns e as suas possíveis causas são
óxido de magnésio da e a infiltração de muito variadas, sendo as principais: argamassa
umidade cal (BAUER, 2008; CINCOTTO, 1988); muito rica em cimento ou aplicada em camada
Reparo: renovação da camada de reboco. muito espessa, corrosão da armadura do
concreto de base. Reparo: renovação do
revestimento para as duas primeiras causas.
Apiloamento (compactação) da base, aplicação
de chapisco ou outro artifício para melhorar a
aderência, antes da renovação do
revestimento, a última.
DESCOLAMENTO EM PLACAS
QUEBRADIÇAS OU COM PULVERULÊNCIA:

Placas endurecidas, mas quebradiças, desagregando-se com facilidade e som cavo. Geralmente esse
problema é causa por dois motivos, o primeiro é a argamassa magra, ou seja, não possui aglomerante
suficiente para preencher os poros do agregado, o segundo é a ausência da camada de chapisco. Outra
possibilidade, segundo Leal (2003) é a desagregação por expansão do revestimento, o emprego de areia
suja, silte, filito argiloso moído ou gesso na mistura da massa, materiais que se expandem em contato
com a umidade. Reparo: renovação do revestimento e no segundo caso aplicação do chapisco antes de
fazer a renovação.

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DESPLACAMENTOS
E
DESCOLAMENTOS
DESCOLAMENTO COM DESCOLAMENTO EM
EMPOLAMENTO: PLACAS DURAS:

Fonte: PINHEIRO, 2019. Fonte: PINHEIRO, 2019.

DESCOLAMENTO EM PLACAS
QUEBRADIÇAS OU COM PULVERULÊNCIA:

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Fonte: SEGAT, 2005.


DEMAIS MANIFESTAÇÕES
Descontos
PATOLÓGICAS EM da
Delícias de 15º
Lanchonete
ARGAMASSAS:
Aniversário Pop
EFLORESCÊNCIA
Manchas de umidade, pó branco acumulado sobre a superfície.
As eflorescências podem ter várias causas, as mais prováveis são as
infiltrações ou umidade constantes, a presença de sais solúveis na
peça de alvenaria ou na água de amassamento da argamassa.
Reparo: eliminação da infiltração de umidade, secagem do
revestimento, escovamento da superfície, reparo do revestimento se
estiver pulverulento.

BOLOR
Manchas esverdeadas ou escuras, revestimento em
desagregação. Os bolores são causados pela presença de umidade
constante e por falta de exposição ao sol na área.
Reparo: eliminação da infiltração da umidade, lavagem com
solução de hipoclorito, reparo do revestimento se estiver
pulverulento.

VESÍCULAS
Empolamento da pintura com parte interna branca, preta ou
vermelho castanho. As vesículas podem ter causas diversas, sendo as
principais a hidratação retardada do óxido de cálcio da cal, presença
de pirita ou de matéria orgânica na areia, presença de substâncias
ferruginosas na areia.
Reparo: renovação da camada de reboco.

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PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES

1. 2 PATOLOGIAS DO CONCRETO ARMADO

Entende-se por deterioração do concreto, como sendo todas as causas e


consequências ocorridas pelas mudanças nas estruturas, onde tais mudanças podem
comprometer o desempenho, vida útil e durabilidade de uma edificação ou material
(IANTAS, 2010).
Segundo Dos Santos (2012), a deterioração do concreto varia de acordo com
cada tipo de estrutura, onde as mesmas atingem níveis de desempenho insatisfatórios,
ao qual, esses índices ocorrem por falhas de projeto e/ou de execução, atingindo a vida
útil da edificação.
Quando uma estrutura apresenta problemas e doenças relacionadas ao corpo
de sua estrutura, se faz extremamente necessários investigar e entender os motivos
relacionados ao surgimento e desenvolvimento constate dessa determinada doença. Esse
entendimento se faz necessário para que esclareça-se as causas reais, antes de um devido
tratamento, esse conhecimento é indispensável para que se tenha o melhor método de
recuperação, para que a mesma possa ser reparada de modo que a estrutura não volte a
ser danificada (LICHTENSTEIN, 1985).
É vital o conhecimento das causas de deterioração do concreto, não apenas
para que se possa proceder aos reparos exigidos, como também para garantir que, depois
de reparada, a estrutura não volte para o seu estado de deterioração inicial (SOUZA E
RIPPER, 1998).
Helene (2003), cita como sendo as patologias mais frequentes na construção
civil: Rachaduras, trincas e fissuras, que podem ser apresentadas por diversos fatores,
como, por exemplo, causas relacionadas ao recalque em fundações, por sobrecargas, por
retração de cimentos, pela falta de projeto, inexistência de profissionais qualificados e
entre outras, estas, relacionadas aos métodos construtivos.

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CAUSAS RELACIONADAS
ÀS FENDAS

As fendas podem ser ocasionadas por diversos fatores relacionados


desde início ao fim de uma obra, de forma geral podem estar
diretamente relacionadas a: (GRANATO, 2002)

RECALQUE DAS FUNDAÇÕES MOVIMENTAÇÃO TÉRMICA

As rachaduras causadas por


recalque diferencial apresentam As rachaduras resultantes das
características de inclinação indo variações de temperatura, gerando a
em direção ao ponto de maior movimentação da peça e causando a
recalque, essas são provocadas dilatação e contração;
pelas tensões de cisalhamento;

SOBRECARGAS OU ACUMULO DE
RETRAÇÃO DE CIMENTO
TENSÕES

Quando dimensionadas de forma A utilização exagerada da água em relação


adequada, as peças de um estrutura ao cimento, ocasiona uma retração que
de concreto armado admite resulta na redução do volume de concreto.
determinadas deformações, se as Isso implica na movimentação das peças
estruturais, ocasionado as tensões de tração
deformações ultrapassam o admitido
no concreto, se as tensões forem superiores
em projeto, à sobrecarga ou acumulo a resistência a tração do concreto acabam
de tensões, ocasionam o surgimento que surgindo essas aberturas.
dessas anomalias;
13
ALGUNS
Descontos da
CONCEITOS: Delícias de 15º
Lanchonete Pop
Aniversário

FISSURAS
As fissuras são classificadas a partir de suas dimensões e aparência,
são denominadas como estreitas e alongadas e sua abertura não
ultrapassa o equivalente a 0,5mm, são classificadas ainda como de
menor gravidade, tem aspectos tão pequenos que as vezes se
tornam invisíveis a olho nu. As fissuras, se estanques, não interferem
em problemas relacionados a estrutura, porém, se apresentarem
evolução, requer atenção, portanto, as mesmas devem ser
observadas de forma frequente, não deixando-a evoluir, gerando
gravidade ao problema, caso evoluam podem estar se tornado uma
trinca ou rachadura (CORSINE,2010).

TRINCAS
Diferente das fissuras, as trincas requer mais preocupação,
também são classificadas a partir de suas dimensões e aparência,
podem se apresentar da mesma forma que as fissuras e suas
dimensões variam entre 0,5 e 1,5 mm, estas são bastante aparentes e
podem ser visualizadas a olho nu, como dito anteriormente, as
mesmas requer bastante atenção, pois comprometem a estabilidade
da estrutura, visto que, quando se apresentam nos elementos
estruturais implica dizer que já houve a ruptura do mesmo, afetando
de forma direta a segurança da peça (ROCHA, 2017).

RACHADURAS:
As rachaduras já requer um estudo para tratamento bastante
detalhado, são classificas também a partir de suas dimensões e
aparência, as mesmas são bastantes profundas e destacadas, as
fendas apresentam aberturas superior a 1,5mm, suas dimensões
alcançam grandes proporções e ocasionam sérios problemas, levando
em consideração sua magnitude, permitem a penetração da água e ar
na peça estrutural, exigindo a intervenção imediatamente.
(MONTEIRO, 2017).

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PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
Classificação das fendas:

Nesse sentido cabe esclarecer que as fendas se apresentam de diversas formas, sendo
elas nas direções horizontais, verticais, diagonais, ou em uma combinação destas.
Quando se apresentam verticalmente ou diagonalmente, elas podem apresentadas como
retas, que atravessam unidades e juntas, ou podem ter aspecto escalonado, onde passa-
se apenas pelas juntas. A forma das fendas é influenciada por vários fatores, incluindo a
rigidez relativa das juntas com relação às unidades, a presença de aberturas ou outros
pontos de vulnerabilidade, as restrições da parede e as causas da mesma (THOMAZ,
1989).
Essas anomalias podem ser também, encontradas de forma geométrica ou mapeadas,
as geométricas são identificadas quando as mesmas acompanha o bloco cerâmico e
mapeadas essas estão relacionadas com a retração da argamassa, essas são classificadas
como passivas, quando são estacionarias e não variam de tamanho ao decorrer do tempo,
e ativas quando sofrem alterações constantemente em seu tamanho e dimensão
(CORSINE,2010).
Quadro 01, demonstra a classificação da mesmas em geométricas e mapeadas:

Quadro 1: Classificação das fendas quanto ao tipo

Fonte: CORSINI, 2010.

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PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES

Os principais fatores responsáveis pela redução da durabilidade do concreto, ao


qual podem ser classificados em:
Causas físicas/mecânicas - Para Dos Santos (2012), essas fontes referem-se às
solicitações mecânicas ao qual as estruturas de concreto estão sujeitas, devido à:
Esses choques podem ser provenientes de veículos que podem de alguma forma
comprometer a durabilidade e a resistência das estruturas. Além de diminuir a
resistência da edificação, facilitam a entrada de agentes agressivos danificadores,
principalmente quando o concreto e a armadura ficam expostos devido ao impacto das
solicitações, facilitando a ocorrências de patologia na estrutura (SILVA, 2011).
As ações imprevisíveis são ações na qual a estrutura sofre de maneira repentina.
Onde muitas vezes essas solicitações são geralmente bruscas, como inundações, sismos,
incêndios, choques de veículos inesperados, entre outros.
Causas químicas - As reações químicas nas estruturas de concreto acontecem
quase sempre através dos efeitos físicos nocivos, como por exemplo, aumento da
porosidade e permeabilidade, diminuição da resistência, fissuração, além da própria
decomposição química da área afetada (DOS SANTOS, 2012).
O resultado desse tipo de deterioração é a perda de massa e uma redução da
seção do concreto. Essa perda acontece em camadas sucessivas, a partir da camada que
está exposta, sendo que a velocidade em que o concreto será degradado é proporcional à
quantidade e concentração de aço em que o mesmo está sendo exposto (LAPA, 2008).
A degradação de causa física torna a estrutura mais frágil, com a fragilidade ao
ataque químico. No qual, esse ataque pode ser por ataque de sulfatos, cloretos, água do
mar, reação álcali-agregado e ácidos (CAMARGO, 2017).
Causas eletroquímicas - As causas eletroquímicas estão relacionadas ao
processo de corrosão da armadura de aço que constitui a estrutura de concreto armado.
Esse tipo de corrosão pode acontecer devido à falta de uniformidade do aço, quando se
tem diferentes tipos de aços ou soldas, assim como a heterogeneidade do meio físico e
químico que rodeia o aço (LAPA, 2008).
Salienta-se que é necessário ter um total conhecimento a respeito do material
ou metal que está sendo ou não submetido ao processo de corrosão, uma vez que é de
grande importância considerar a velocidade deste processo, já que a corrosão pode
aumentar tão lentamente que seu efeito seja nem identificado. O processo corrosivo é
influenciado pela natureza do eletrólito, o conteúdo de oxigênio e a resistividade do
meio (VIEIRA, 2017).

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DEMAIS MANIFESTAÇÕES
Descontos
PATOLÓGICAS EM da
ESTRUTURASDelícias de 15º
Lanchonete Pop
DE CONCRETO:
Aniversário

DESAGREGAÇÃO:
Segundo Souza e Ripper (1998), a desagregação do material é um
fenômeno causado por muitos fatores, ocorrendo, na maioria dos
casos, em conjunto com a fissuração. Devendo-se entender como
desagregação, a separação física de placas de concreto, com perda
de monolitismo, da capacidade de acomodação entre os agregados e
da função ligante do cimento.

SEGREGAÇÃO:
É a separação entre os elementos de concreto – a brita e a
argamassa – logo após o lançamento ainda no estada frescos e de tal
forma que sua distribuição não seja mais uniforme. As possíveis
causas podem ser taxas excessivas de armadura e / ou falhas de
dosagem, lançamento e/ou adensamento.

EROSÃO E DESGASTE:
Quando um fluido em movimento, ar ou água, contendo partículas
em suspensão, atua sobre superfícies de concreto, as ações de
colisão, escorregamento ou rolagem das partículas podem provocar
um desgaste superficial do concreto.

DESPLACAMENTO OU ESFOLIAÇÃO:
Os desplacamentos podem ser causados por diversos fatores, tais
como: Reações expansivas álcali-agregados; Cristalização de sais;
Ataque por sulfatos; Concentração de tensões em apoios; Ação do
fogo.

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DEMAIS MANIFESTAÇÕES
Descontos
PATOLÓGICAS EM da
ESTRUTURASDelícias de 15º
Lanchonete Pop
DE CONCRETO:
Aniversário

CARBONATAÇÃO:
A carbonatação transforma íons alcalinos como: cátions de sódio,
potássio e cálcio, em sais de carbonatos desses elementos, pela ação
ácida do CO2 presente no ar. Representa um dos fatores iniciadores
mais importantes da corrosão das armaduras.

REAÇÃO ÁLCALI-AGREGADO:
Os íons alcalinos são fornecidos à solução intersticial através
de diversos maios como: cimento, agregados, adições minerais,
aditivos, água do mar, etc. O cimento e seus agregados, em presença
de umidade, a reação RAA, se expande, gera fissuras, deslocamentos
e podem levar a um comprometimento das estruturas de concreto.

CALCINAÇÃO:
É o ressecamento das camadas superficiais do concreto devido à
ocorrência de incêndios.

CORROSÃO:
A porosidade do concreto, a existência de trincas e a deficiência no
cobrimento fazem com que a armação seja atingida por elementos
agressivos, acarretando, desta maneira, a sua oxidação. A parte
oxidada aumenta o seu volume em cerca de aproximadamente 8
vezes e a força da expansão expele o concreto do cobrimento,
expondo totalmente a armadura à ação agressiva do meio. A
continuidade desse fenômeno acarreta a total destruição da armação

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DEMAIS MANIFESTAÇÕES
Descontos
PATOLÓGICAS EM da
ESTRUTURASDelícias de 15º
Lanchonete Pop
DE CONCRETO:
Aniversário

EFLORECÊNCIA:
A carbonatação transforma íons alcalinos como: cátions de sódio,
potássio e cálcio, em sais de carbonatos desses elementos, pela ação
ácida do CO2 presente no ar. Representa um dos fatores iniciadores
mais importantes da corrosão das armaduras.

MANCHAS:
Podem ser formadas por uma diversidade de causas e derivações de
outras manifestações patológicas, tais como: falta de manutenção
(limpeza); cimentos com excessivos teores de álcalis; qualidade das
formas e dos desmoldantes; lixiviação, carbonatação, eflorescências;
proliferação de fungos (pH = 5 a 6), fuligem ácida, etc.

POROSIDADE:
É a sua propriedade de apresentar poros ou vazios. É representada
pela fração do volume total de uma amostra porosa, que é ocupada
por poros ou por espaços vazios. De acordo com Neville (2016) a
porosidade de um material é representada por: Quantidade; tamanho
e formas; e distribuição por tamanhos (diâmetros ).

PERMEABILIDADE:
É a propriedade que governa a taxa de fluxo de um fluido para o
interior de um sólido poroso. A permeabilidade do concreto à água
depende da relação água/cimento utilizada na mistura, a qual
determina o tamanho, volume e continuidade dos poros capilares,
como depende também, da dimensão máxima dos agregados, que
influencia nas microfissuras da zona de transição (MEHTA &
MONTEIRO, 2008).

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

PATOLOGIA ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). NBR 12654.


DAS Controle tecnológico de materiais componentes do concreto -
Procedimento, 2000.
CONSTRUÇÕES
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HELENE, Paulo Roberto do Lago. Manual Prático para Reparo e


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Acesso em: Janeiro de 2021.

LICHTENSTEIN, N. B. Patologia das Construções: procedimento


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NEVILLE, A.M. Propriedades do Concreto. 5. Ed. São Paulo:


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