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ALESSANDRA OLIVEIRA

ANALISE DO FILME CLOSER PERTO DEMAIS

ITABUNA
2023
Quando auferimos nossos medos de contato interior e vinculo, e de forma mais
ousada lançamos um olhar, perto demais, dirigido ao nosso mundo subjetivo, o que se
avizinha pode chocar o observador mais incauto. Nesta trama, saltam aos olhos os
mecanismos de fuga, ao contato consigo mesmo e com o outro de cada personagem.
Consequentemente os danos aos vínculos consigo mesmo e aos interpessoais são os
mais dramáticos.
Portanto, o filme Closer é considerado um dos melhores filmes atuais, visto que,
é tido cm um filme forte, denso e profundo sobre as elações amorosas e como estas
sempre acabam dizendo da nossa necessidade, de nossas carências e de nossas faltas.
Contudo, os quatro personagens dois homens e duas mulheres, sofrem da pior solidão
possível, a ausência de si mesmo em suas próprias vidas. No lugar do self (EU
INTERIOR), cada um incorpora uma máscara, ou persona, com a qual passa a jogar o
jogo da vida. 
Buscando então, revelar para cada personagem expressões de fuga máxima ao
contato consigo mesmo e com o outro. Então, desenrola-se uma expressão emocional
intensa e dolorosa para cada um deles, recheada de mentiras, disfarces, jogos, traições,
sedução e manipulações ardilosas. 
Em várias personificações do narcisismo, o filme traz diversos delírios
egocentristas em cada um dos seus personagens. Outro ponto interessante de destacar
são as relações de poder dentro dos relacionamentos do longa. Fica escancarada a
relação de posse que existe, quase como se fossem objetos, especialmente dos homens
para com as mulheres, nos relacionamentos retratados (eventualmente todos acabam se
relacionando de alguma forma).
Ao interpretarem papeis dentro de suas próprias vidas, os personagens recriam
situações dramáticas de dor e solidão. Porém, o que ocorre no decorrer da trama, é que
cada um mergulha fundo em cada papel, indo às últimas consequências em cada um
deles.
Larry, um homem que perdeu o encanto pela vida, dispõe de um papel
perseguidor torna-o cruel e manipulador.  Daniel, um escritor, manipula em seu papel de
salvador, com sedução, egoísmo e imaturidade emocional.
Já, Alice, uma jovem dramática, que tem no sexo e na sedução sua arma
defensiva e pretenso controle contra o abandono e rejeição. E, Anna, uma fotógrafa de
sucesso, atua com sedução, pretensamente adulta, porém vence uma vítima contumaz.
Em termos de formato, a construção dos relacionamentos não fica muito
explícita. Seja por querer destacar a fragilidades dos namoros/casamentos, seja para
mostrar que não havia intimidade nos casais, apenas vemos alguns pontos mais
polêmicos das relações e isso é um pouco estranho no começo, mas com o passar do
filme acostuma.

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