Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Duas das cenas do filme que demonstram este tipo de atitudes são quando o
polícia mau manda parar o carro com o realizador e a mulher. O facto de os
humilhar é uma acção discriminatória que tem origem no preconceito e do
conceito estereotipado por o senhor ser preto.
A outra cena pode ser por exemplo quando o mexicano entra na loja do senhor
persa. O persa age de acordo com o estereótipo que tem em relação aos
mexicanos leva ao preconceito de que são ladrões e desonestos, este
preconceito levou ao comportamento discriminatório de não acreditar nele,
ofendê-lo e querer mesmo matá-lo.
Este título sugere a ideia de que para as pessoas se sentirem umas às outras
por vezes é preciso chocarem. As pessoas passam umas pelas outras no dia-
a-dia e nem se vêm. Não estabelecem relações, são quase invisíveis uns para
os outros até que chocam, até que acontece algo que os obriga a comunicar,
uma colisão, é preciso tal coisa para provocar emoções nas pessoas. Tão
como foi dito pelo polícia no inicio do filme.
Andreia Reis
4. Escolhe duas das personagens do filme e explica o que contribuiu para a formação
e mudança das suas atitudes ao longo do filme?
5. Analisa o final.
No final o realizador muda a mentalidade dos pretos ladrões por dizerem que estão a
corresponder ao preconceito criado sobre eles em vez de o tentar contrariar. O polícia
preto descobre que o morto encontrado é o seu irmão que sempre foi bom. É no fim
que se explica o choque dos carros que aconteceu no início que dá o nome ao filme. É
no final que se percebe o significado do título e é explicado que as pessoas precisam
de chocar para estabelecerem relações entre si.
Andreia Reis
6.
a) Crash coloca várias questões, tão actuais como: podemos sentir "os outros" sem,
ao mesmo tempo, colidirmos? Quão fatal será a fronteira entre a inocência e o medo?
Será a culpa um instrumento de ódio ou de redenção?
Concordo com a mensagem do filme, penso que é difícil sentirmos os outros se não
chocarmos com eles nem que seja apenas em ideia. O medo provoca o afastamento
das pessoas e a inocência permite que por vezes as pessoas sejam humilhadas como
aconteceu ao realizador no inicio do filme, tal como a inocência do mexicano e o medo
de não conseguir sustentar a sua família, o mexicano foi inocente ao querer avisar o
persa dos perigos e isso resultou em que ele quase matasse a sua filha. A culpa neste
caso, no caso do realizador, é instrumento de ódio. A culpa de não ter defendido a
mulher originou em si um ódio por si próprio e pelos polícias.
b) É redutor dizer que é só sobre o racismo em Los Angeles. Nas várias histórias
abordadas, as diferentes personagens, são todas elas multidimensionais e complexas,
contribuindo para que se trate mais de histórias de vida, uma análise sociológica dos
habitantes de Los Angeles. Não há aqui bons e maus, há seres humanos que erram,
que têm ideias e convicções, preconceitos, receios e experiências de vida, que os
levam a interagir com os outros de forma conflituosa e intolerante, perante certas
situações e de forma mais conciliadora e redentora noutras situações. É uma
demonstração de que temos preconceitos escondidos e mascarados. Humanamente
mascarados. Mas ainda é mais que isso. Muito mais que isso. É uma história sobre a
humanidade de qualquer um de nós.
Um dos aspectos fantásticos do filme é que nunca reduz as personagens a uma
dimensão: elas são sempre complexas, seres que se confrontam consigo próprios,
com as suas crenças, com os outros e com as situações com que se deparam.
Destaca-se a forma exemplar como nos é mostrado que a vida é (também) feita de
grandes coincidências (as balas de pólvora seca são um achado) e pequenos
pormenores.
Haggins envereda por um retrato complexo e abrangente, evitando caracterizações
simplistas e mensagens edificantes e moralistas, concedendo ambiguidade às
personagens sem nunca as julgar nem as tratar como símbolos de uma qualquer etnia
ou ideologia.
Se é verdade que o racismo e a xenofobia são os elementos mais imediatamente
detectáveis na história, depressa se percebe que esses comportamentos resultam
menos de ódios intrínsecos ou adquiridos do que das circunstâncias (pessoais,
sociais, culturais) que todos estes serem vão defrontando.
Concordo, esta análise demonstra uma visão muito perfectiva do filme, na verdade
quem a escreveu apercebe-se dos mais ínfimos pormenores. Concordo com esta
abordagem, diz de outro modo tudo o que eu já referi sobre o filme.