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ESCOLA SECUNDÁRIA DR.

JOÃO DE ARAÚJO CORREIA


PSICOLOGIA B

ANA, BRUNO, HÉLDER, JOSÉ PEREIRA, RODRIGO SARAIVA

A RELAÇÃO COM OS OUTROS: Processos de Relação entre os Indivíduos e os Grupos

2022/23

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Índice:

Introdução 3
Ficha Técnica 4
Relação dos Conteúdos com o Filme 5
Conclusão 8
Bibliografia 9

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I. Introdução

O presente trabalho da disciplina de Psicologia é sobre o tema A Relação com os


Outros, mais concretamente sobre os Estereótipos, Preconceito e Discriminação.
Neste trabalho iremos relacionar os comportamentos das personagens do filme
“Crash- No Limite” de com a matéria.
Vale relembrar o conceito estereótipo, preconceito, discriminação, atração,
agressão, intimidade, conflito. O estereótipo é o conjunto de crenças que dá uma
imagem simplificada das características de um grupo ou dos membros de um grupo.
Os estereótipos são o principal fator para comportamentos preconceituosos e
discriminatórios; o preconceito é uma atitude que envolve uma avaliação
frequentemente negativa; a discriminação é o comportamento dirigido aos indivíduos
visados pelo preconceito. Portanto, na base da discriminação está o preconceito; a
atração é uma avaliação cognitiva e afetiva que fazemos dos outros e que nos leva a
procurar a sua companhia. Manifesta-se pela preferência que temos por determinadas
pessoas, que nos leva a gostar de estar com elas; a agressão é um comportamento que
visa causar danos físicos ou psicológicos a uma pessoa ou pessoas e que reflete a
intenção de destruir; a intimidade é a relação estreita, muito próxima. Designa um
clima de proximidade emocional entre indivíduos, caracterizado pela honestidade e
confiança; o conflito significa a existência de ideias, sentimentos, atitudes ou
interesses antagónicos e contrastantes que se podem chocar.
Neste trabalho está presente uma pequena ficha técnica do filme Crash, onde
fala o seu ano de produção, por quem foi dirigido, a sua duração, o género, o elenco,
os prémios ganhos e uma curta sinopse.
Analisando o filme e relacionando-o com os conteúdos lecionados nas aulas, é
evidente os estereótipos, preconceitos e discriminação presentes. Este é um bom
material para entendermos melhor a matéria e para conseguirmos relacionar os
conteúdos com situações da vida real.
A metodologia utilizada foi a visualização do filme, pesquisa através do manual
adotado de Psicologia, enriquecida com pesquisa bibliográfica.

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II. Ficha Técnica (do filme Crash)

Título: Crash- No Limite


Ano de produção: 2004
Dirigido por: Paul Haggis
Duração: 112 minutos
Género: Drama

Elenco: Sandra Bullock (Jean Cabot), Don Cheadle


(detetive Graham Waters), Matt Dillon (oficial John
Ryan), Ryan Phillippe (oficial Hanson), Chris
“Ludacris” Bridges (Anthony), Brendan Fraser (Rick
Cabot), Jennifer Esposito (Ria), Tony Danza (Fred),
Thandie Newton (Christine Thayer), Daniel Dae Kim
(Park), Terrence Howard (Cameron)

Sinopse:
Jean Cabot é a rica e mimada esposa de um promotor, em uma cidade ao sul da
Califórnia. Ela tem seu carro de luxo roubado por dois assaltantes negros. O roubo
culmina num acidente que acaba por aproximar habitantes de diversas origens étnicas
e classes sociais de Los Angeles: um veterano policial racista, um detetive negro e seu
irmão traficante de drogas, um bem-sucedido diretor de cinema e sua esposa, e um
imigrante iraniano e sua filha.

Prémios:
 Óscar para Filme
 Óscar para Roteiro Original
 Óscar para Edição

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III. Relação dos conteúdos com o filme
“Crash” é um filme que expõe vários tipos de diferenças sociais e multiculturais,
dando-nos um exemplo de como a conduta humana pode afetar a nossa vivência em
sociedade.
O filme apresenta-nos conceitos como o estereótipo, o preconceito, a
discriminação, o conflito, que, para além de serem a causa de todos os problemas,
serão vividos a determinado nível pelas várias personagens que compõem o enredo.
Também temos presente os conceitos atração, agressão e intimidade.
A atração está presente
entre os dois detetives, o negro
e a branca, que se envolvem
sexualmente, ou seja, estamos
a assistir a uma cena de
atração sexual. Por sua vez,
conseguimos identificar na
relação entre o mexicano e a
filha o conceito intimidade.
Podemos perceber que estes
são extremamente próximos,
tendo uma ligação de
honestidade e confiança.
Os episódios de preconceito baseados na raça e na etnia, vão surgindo de
diversas experiências sociais, fruto de comportamentos de intolerância, agressão,
medo e defesa, numa sociedade multicultural: um conjunto de americanos e
imigrantes, a viver em Los Angeles, que se vão encontrar e relacionar em situações que
os levarão a tomar decisões que os comprometerão física e psicologicamente, a eles
próprios e aos outros, criando complexos dramas pessoais.
No filme é bem visível o
estereótipo, o preconceito e a
discriminação, por exemplo: a
discussão entre o casal branco sobre
a desconfiança das intenções do
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homem mexicano que lhes está a mudar as fechaduras de casa, só por este ter
tatuagens, cabelo rapado e calças descaídas, na sequência de terem sido assaltados
por dois afro-americanos, que por sua vez, se sentiram vítimas de preconceito,
relativamente ao mesmo casal branco. Para a mulher branca, tanto um negro como
um hispânico podem ser potenciais assaltantes e não há sequer, diferenciação de raças
entre eles, pois pertencem ao “mesmo grupo social”, um grupo de condutas amorais,
de comportamentos criminosos - um grupo diferente do dela.
Temos também presente a agressão, evidente na atitude do polícia branco mais
velho que, durante a sua investigação sobre o carro roubado ao casal branco pelos dois
afro-americanos, pede a um casal para sair do seu carro (ainda que a matrícula não
coincidisse com a do
carro roubado), só pelo
simples fato de estes
serem negros. Aqui
assiste-se a uma cena
de abuso de
autoridade, racismo e
agressão sexual: após
tratar o casal negro
como dois criminosos,
o polícia acaba por molestar a mulher à frente do seu marido que, sentindo-se
impotente perante a situação, decide não fazer nada, para não se prejudicar social e
profissionalmente, pondo em causa o relacionamento com a sua esposa.

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Uma cena de conflito é quando o iraniano tenta alvejar o mexicano por motivos

de um mau entendimento, que acaba com uma bala na filha do rapaz.


Vários exemplos são dados no filme, contudo, assistimos também a reviravoltas
importantes: quando a mulher branca cai das escadas, a única pessoa a ir socorrê-la
imediatamente, é a sua empregada de limpeza, acostumada a ser maltratada pela
patroa. Aqui nasce um sentimento de gratidão da mulher branca pela empregada que
ela tanto inferiorizava. Também o polícia branco, após dirigir-se a um aparatoso
acidente de automóveis, constata que há uma mulher presa dentro de um carro, a
mesma que este molestou. A mulher entra em pânico ao vê-lo aproximar-se mas,
eventualmente, aceita a sua ajuda. Esta cena transmitiu-me a ideia de que, no final, e
apesar das ações racistas e sexistas por parte do polícia branco, a mulher acaba por
perdoá-lo, posto que este se redimiu ao salvar-lhe a vida.
Na minha opinião, além da multiculturalidade patente no filme, existe a
complexidade pessoal de cada personagem, cujos ideais e experiências de vida, as
levaram a relacionar-se entre si de forma preconceituosa e intolerante, ou de forma
pacificadora e redentora.

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IV. Conclusão

Crash é um filme que nos alerta para a nossa forma de pensar e de agir,
relativamente ao outro.
Não podemos esquecer-nos de que somos todos iguais: todos partilhamos de
necessidades básicas. Todos aspiramos à concretização de sonhos, à felicidade e ao
amor. E todos temos problemas, preocupações, medos. Todos experienciamos coisas
boas e coisas más, independentemente de sermos homem ou mulher, ricos ou pobres,
crentes ou descrentes, brancos ou negros. Somos todos iguais, física, mental e
emocionalmente. E por essa razão, a nossa cultura, etnia, religião e língua não fazem
nenhuma diferença e não devem ser um fator de distinção para ninguém, nem servir
de desculpa para maltratarmos ou excluirmos o outro. Deveria antes ser uma mais-
valia para o nosso enriquecimento enquanto seres humanos, pois ser-nos-ia mais fácil
colocarmo-nos no lugar do outro e tentar perceber o que ele sente, o que ele vive. Ser-
nos-ia mais fácil saber porque é o outro tão diferente de nós e, simultaneamente, tão
igual.

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V. Bibliografia
 Monteiro Manuela, Ferreira Pedro, Moreno Cândido (2019), Psi para Si Parte 1-
Psicologia B, Porto, Porto Editora
 http://www.filosofia.com.br/vi_filme.php?id=22
 https://educador.brasilescola.uol.com.br/estrategias-ensino/o-filme-crash-no-
limite-sua-abordagem-etnico-racial.htm
 https://www.adorocinema.com/filmes/filme-54587/
 Powerpoints fornecidos pela professora da disciplina

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