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INDIVÍDUOS E

GRUPOS
Atração, agressão e intimidade;
estereótipos, preconceitos e discriminação;
conflito/cooperação.
INDIVÍDUOS E GRUPOS
 As pessoas com quem interagimos não nos são indiferentes e não têm para nós a mesma
importância.

 Sentimo-nos atraídos por algumas pessoas, temos também a experiência de relações marcadas
pela agressividade e estabelecemos intimidade com outras.

 Quais os fatores que explicam que uma relação interpessoal seja marcada por aspetos
atrativos, intimistas ou agressivos e de afastamento?
ATRAÇÃO
 Por que razão é que me sinto atraído por determinada pessoa? Por que razão prefiro estar com
ela?

 Não se trata da necessidade de influenciar o outro, trata-se do interesse que tenho pelo outro,
pela preferência que desenvolvo.

 Atração interpessoal: avaliação cognitiva e afetiva que fazemos dos outros e que nos leva a
procurar a sua companhia. Manifesta-se pela preferência que temos por determinadas pessoas,
que nos leva a gostar de estar com elas.
FATORES QUE INFLUENCIAM
A ATRAÇÃO
Proximidade (geográfica)
Estudos revelam que as pessoas têm maior probabilidade de simpatizar com indivíduos que frequentem os
mesmos lugares, morem na mesma zona, partilhem o mesmo local de trabalho, a mesma faculdade…

Familiaridade

Relaciona-se com o fator anterior, ou seja, atração relativamente a uma pessoa pode aumentar se
estivermos frequentemente com ela.
FATORES QUE INFLUENCIAM
A ATRAÇÃO
Atração física

As pessoas fisicamente mais bonitas são mais populares, causam melhores impressões iniciais.

Semelhanças interpessoais

Sentimo-nos mais atraídos por pessoas que têm sentimentos, atitudes, comportamentos, opiniões, interesses
e valores semelhantes aos nossos.
FATORES QUE INFLUENCIAM
A ATRAÇÃO
Qualidades positivas

Gostamos mais das pessoas que apresentam características que consideramos agradáveis.

Complementaridade

No desenvolvimento de uma relação, as pessoas são atraídas por características que não possuem.

Reciprocidade

Gostamos das pessoas que nos apreciam, que gostam de nós: simpatizamos mais com quem simpatiza
connosco.
AGRESSÃO
 “Falaste comigo agressivamente!”; Considero que não ter sido promovido foi uma
agressão.”; Fui hospitalizado, vítima de agressão.”

 É um comportamento que visa causar danos físicos ou psicológicos a uma pessoa ou pessoas
e que reflete a intenção de destruir.

 Geralmente, distinguem-se dois tipos de agressão, atendendo à intenção do sujeito: agressão


hostil e agressão instrumental.
AGRESSÃO QUANTO À
INTENÇÃO
Agressão hostil Agressão instrumental

Emocional e impulsiva, visa causar danos ao outro, Visa um objetivo, tem por fim conseguir algo. É planeada,
independentemente de qualquer vantagem que se possa obter. portanto, não impulsiva.

Exemplos: um condutor bate propositadamente na traseira do


automóvel que o ultrapassou. Exemplos: num assalto pode ocorrer uma agressão, mas esse
A reação agressiva resultante de um insulto. não é o objetivo.
Uma criança que intimida os outros para roubar dinheiro.
AGRESSÃO QUANTO AO ALVO
 Na agressão quanto ao alvo, podemos distinguir: agressão direta, deslocada e autoagressão.

Agressão direta Agressão deslocada Autoagressão

A criança agride o colega que lhe tirou o Dado que a educadora está presente e a Os pais recusam um brinquedo ao filho e
brinquedo. criança não pode agredir o colega que este não almoça.
lhe tirou o brinquedo, dá um pontapé na
parede.
AGRESSÃO QUANTO À
FORMA DE EXPRESSÃO
Agressão aberta Agressão dissimulada Agressão inibida

É explícita. Concretiza-se, por exemplo, Recorre a meios não abertos para O sujeito não manifesta a agressão para
em espancamentos, ataques à autoestima, agredir: o sarcasmo e o cinismo são com o outro, mas dirige-se contra si
humilhações. exemplos deste tipo de agressão. próprio. O rancor é um exemplo desta
forma de expressão de agressão.
A ORIGEM DA
AGRESSIVIDADE
 A agressividade é inata ou é produto da aprendizagem?

 As conceções de Freud, Lorenz, Dollard e Bandura.


A CONCEÇÃO DE FREUD
(1856-1939)
 A nossa vida psíquica é orientada por pulsões. Freud distingue dois grandes tipos de pulsões: a
pulsão de vida, Eros, e a pulsão de morte, Thánatos.

 As pulsões de morte explicam os comportamentos agressivos.

 A agressividade tem uma origem biológica, é uma energia que tem de ser descarregada.
A CONCEÇÃO DE LORENZ
(1903-1989)
 A agressividade é encarada como um comportamento inscrito geneticamente sob a forma de
um programa que é desencadeado em determinadas situações face a estímulos adequados.

 Para o autor, o ser humano não possui mecanismos reguladores eficazes no controlo da
agressividade.
A CONCEÇÃO DE DOLLARD
(1900-1980)
 Existe uma ligação inata entre um estímulo – a frustração – e o comportamento de agressão.

 Nesta teoria, a frustração é entendida como uma interferência na sequência do comportamento, ou seja, a pessoa
fica frustrada se não consegue concretizar os seus desejos.

 A pessoa que perdeu o autocarro e o jogador que foi expulso podem manifestar comportamentos agressivos.

 Críticas: nem toda a gente reage à frustração com agressão (depressão); existe agressão sem frustração.
A CONCEÇÃO DE BANDURA
(1925-2021)
 O comportamento agressivo resulta de um processo de aprendizagem que se baseia na
observação e na imitação de comportamentos.

 Os comportamentos agressivos aprendem-se por observação e imitação, no contexto de


socialização.

 p. 165
A AGRESSÃO
 Existem componentes biológicas na agressividade, mas o que caracteriza o ser humano é a
sua flexibilidade e plasticidade, que o levam a escapar-se de programas fechados e
deterministas.

 A predisposição para a agressividade pode ser estimulada ou inibida.

 Álcool, exibição de armas, falta de realismo ao retratar o sofrimento das vítimas, filmes e
séries em que a agressividade é o centro da atenção (dessensibilização), características
agressivas dos heróis, favorecem comportamentos agressivos.

 Controlo da agressividade. p.167


INTIMIDADE
 Intimidade = relação estreita, muito próxima.

 “…a partilha de sentimentos, pensamentos e experiências numa relação de abertura,


sinceridade e confiança.” Woolams

 As diferentes dimensões da intimidade: social, sexual, emocional, intelectual, lúdica.

 A forma como se exprimem e exercitam as relações íntimas varia com o tempo e o lugar.
INTIMIDADE E AMIZADE
 Não existe um padrão único que defina as características essenciais numa relação de
amizade.

 Michael Argyle (1925-2002), psicólogo britânico, selecionou 5 características nucleares numa


relação de amizade:

1. Defender o amigo quando está ausente;


2. Partilhar com ele os acontecimentos e as ocorrências relevantes;
3. Apoiar emocionalmente;
4. Confiar e ser verdadeiro;
5. Apoiar de forma espontânea e voluntária.
INTIMIDADE E AMOR
 “Toda a gente é perita em amor.” p.175

 O que têm em comum as várias espécies de amor e como compreender as diferenças?

 Segundo Robert Sternberg (nascido em 1949), o amor tem três dimensões: intimidade,
paixão, compromisso.

 O modelo triangular do amor.


INTIMIDADE E AMOR
Intimidade Paixão Compromisso
(emocional) (motivacional) (cognitivo)

Desabafar com os outros, a Intenso desejo sexual, vontade Intenção de manter-se numa
compreensão mútua e a partilha de irreprimível de estar com o outro. relação.
sentimentos.

 As diferentes relações que estabelecemos refletem cada dimensão em proporções diferentes,


em quantidades que podem variar com o tempo. p.176
ESTEREÓTIPO
 Conjunto de crenças que dá uma imagem simplificada das características de um grupo ou dos
membros de um grupo.

 “Os alemães são sérios; os japoneses são educados e reservados; os jovens são irreverentes”.

 “Um estereótipo é uma super generalização: não pode ser verdadeira para todos os
elementos de um grupo.” J. Gahagan
ESTEREÓTIPO E
CATEGORIZAÇÃO
 Na base dos estereótipos está também o processo de categorização: colocamos os indivíduos
em “gavetas”, o que nos permite de forma rápida e económica orientarmo-nos na vida social.
p.179

Características dos Estereótipos, segundo Jean Maisonneuve

Simplicidade – as imagens são pobres

Uniformidade – é uniforme num dado grupo

Tonalidade afetiva – nunca é neutro: ou é favorável ou é desfavorável

Durabilidade e constância – perpetua-se no tempo

Pregnância – a adesão varia de um indivíduo para o outro (de superficial a profunda)


AS FUNÇÕES DOS
ESTEREÓTIPOS
 Função sociocognitiva: permite-nos encarar eficazmente o mundo em que nos encontramos
inseridos, definindo o que está bem e o que está mal, o que é justo e o que é injusto. p.181

 Função socioafetiva: desenvolvemos o sentimento de “nós” (endogrupo) por oposição aos


“outros” (exogrupo). Por exemplo, ao desenvolvermos uma imagem negativa dos outros
grupos, reforçamos a identidade positiva do grupo a que pertencemos.
PRECONCEITOS
 Na base do preconceito está a informação veiculada pelo estereótipo.

 O preconceito é uma atitude que se distingue do estereótipo porque não se limita a atribuir
características a um determinado grupo ou pessoa: envolve uma avaliação frequentemente
negativa.

 O estereótipo fornece os elementos cognitivos, o preconceito acrescenta-lhe uma


componente afetiva, avaliativa.

 Sentimentos negativos (“os judeus têm demasiado apego ao dinheiro, são avarentos”).
DISCRIMINAÇÃO
 É o comportamento dirigido aos indivíduos visados pelo preconceito. Portanto, na base da
discriminação está o preconceito.

 Discriminação ≠ Preconceito: enquanto este último é uma atitude, a discriminação é o


comportamento que decorre do preconceito.

 O tipo de discriminação está ligado ao preconceito que lhe está subjacente:

Preconceito racial Preconceito religioso Preconceito sexista

Discriminação das pessoas por Discriminação pela religião. Discriminação de género.


pertencerem a raças diferentes.
CONFLITO
 “Significa a existência de ideias, sentimentos, atitudes ou interesses antagónicos e
contrastantes que se podem chocar”.

 A situação de conflito pode assumir o caráter de intrapessoal (conflito interno), interpessoal


(conflito entre pessoas) e intergrupal (conflito entre grupos).

 O conflito já não é associado apenas a sentimentos negativos; a psicologia atual tem outra
perspetiva.
CONFLITO
 Os conflitos intrapessoais (aqueles que cada um de nós vive quando está perante motivações
incompatíveis) são encarados de forma positiva.

 A vivência de conflitos marca crises que originam processos de desenvolvimento


psicológico. Ultrapassado o conflito, somos mais capazes de responder de forma mais
adaptada à situação que vivemos.

 Os conflitos intergrupais têm também aspetos positivos, pois o confronto é gerador de


mudança.

Os conflitos passaram a ser encarados como estados de relacionamento inerentes à vida social
CONFLITO
 Os conflitos são uma realidade no interior das famílias, nas empresas, nas instituições, entre
grupos sociais, entre países. p. 190

 Abre-se a oportunidade de impedir a estagnação, de estimular novas ideias, novas estratégias.

 Conflito e cooperação: é necessária a cooperação, isto é, a ação conjunta que implique a


colaboração dos envolvidos para se atingir um objetivo comum.

 Conflito e mediação: p.191.

 Conflito e negociação: cedências e exigências mútuas.

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