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Descrição e interpretação
da atividade cognoscitiva – Filosofia
do Conhecimento
TEORIA DO
CONHECIMENTO
O que é o conhecimento?
Quais as fontes do conhecimento?
Qual a origem do conhecimento?
Será que o conhecimento é possível?
Qual o fundamento do conhecimento?
CONHECIMENTO
É inseparável de um contexto.
O verdadeiro e o
Atitude de adesão a uma falso de qualquer
Saber é acreditar determinada proposição, crença dependem
naquilo que se sabe. tomando-a como de algo exterior à
verdadeira. própria crença.
A crença é uma condição necessária do conhecimento. Mas as crenças podem ser verdadeiras ou falsas.
DEFINIÇÃO TRADICIONAL DE CONHECIMENTO
CONDIÇÕES DO CONHECIMENTO
S dispõe de
S acredita que P. P é verdadeira. justificação ou
provas para
acreditar que P.
Todas as três
condições são Crença, verdade e
necessárias justificação:
para que haja condições
conhecimento. necessárias, e
Consideradas conjuntamente
isoladamente, suficientes, para que
nenhuma delas haja conhecimento.
é suficiente.
1.2. Análise comparativa de duas teorias
explicativas do conhecimento
1.2.1. O problema da origem e da
possibilidade do conhecimento: o desafio
cético
FONTES DO CONHECIMENTO
Baseia-se em juízos a priori, tendo a sua Baseia-se em juízos a posteriori, tendo a sua
fonte ou origem no pensamento ou na razão. origem na experiência sensível (ou nos sentidos).
A justificação dessas crenças encontra-se no É o conhecimento empírico: a justificação dessas
pensamento ou razão. crenças encontra-se na experiência.
Exemplos Exemplos
ORIGEM DO CONHECIMENTO
RACIONALISMO EMPIRISMO
(Racionalismo do século XVII) (Empirismo inglês do século XVIII)
Filósofos: Filósofos:
René Descartes John Locke
(1596-1650) (1632-1704)
Gottfried Leibniz George Berkeley
(1646-1716) (1685-1753)
Bento de Espinosa David Hume
(1632-1677) (1711-1776)
Nicolas Malebranche
(1638-1715)
RACIONALISMO
A razão (entendimento) é a
fonte principal do
conhecimento.
Tal conhecimento, que é a priori, é considerado necessário – tem de ser assim e não
pode ser de outro modo, de contrário entraríamos em contradição lógica – e universal
– tem de ser assim sempre e em toda a parte.
O modelo do conhecimento ou do
saber é-nos dado pela matemática.
Desconfiança dos sentidos:
Ideias inatas: Os racionalistas não negam a
As ideias existência do conhecimento
fundamentais do empírico, mas este não pode ser
conhecimento já considerado universal e
nascem connosco. necessário. As crenças e
informações que se obtêm
através dos sentidos são, muitas
vezes, confusas ou incertas.
RACIONALISMO
Intuição e dedução:
As ideias fundamentais
Otimismo racionalista:
descobrem-se por
Há uma correspondência
intuição intelectual. O
entre a ordem do
conhecimento constrói-
pensamento e a ordem da
se de forma dedutiva
realidade, existindo
(privilegia-se o raciocínio
conhecimentos a priori
dedutivo).
acerca do mundo
EMPIRISMO
A experiência é a fonte
principal do conhecimento.
Primazia da
indução:
Privilegia-se o Significado da
raciocínio indutivo. experiência:
É nela que o
conhecimento tem o
seu fundamento e os
seus limites.
FUNDACIONALISMO
RACIONALISMO EMPIRISMO
FUNDACIONALISMO De acordo com a definição tradicional de
conhecimento, uma crença encontra-se justificada se
tivermos razões para pensar que ela é verdadeira.
permitem evitar a
Ceticismo Ceticismo
metódico sistemático
e radical
Filósofo racionalista
REGRAS DO MÉTODO
Não aceitar nada Dividir cada uma Conduzir por Fazer enumerações
como verdadeiro das dificuldades ordem os tão completas e
se não se em tantas partes pensamentos, revisões tão gerais,
apresentar à quantas as começando pelo que tivesse a
consciência como necessárias para mais simples e certeza de nada
claro e distinto, melhor as resolver. fácil de omitir.
sem qualquer compreender e
margem para subir
dúvidas. gradualmente para
o mais complexo.
REGRAS DO MÉTODO
Intuição Dedução
moral
mecânica medicina
física
metafísica
DÚVIDA
Se alguma crença
resistir à dúvida,
Recusar todas as crenças em que se note a então ela poderá
mínima suspeita de incerteza. ser a base ou o
fundamento para
É um instrumento da luz natural ou razão, posto as restantes.
ao serviço da verdade e da procura de uma
justificação para as nossas crenças.
Por causa dos Porque os Porque não Porque alguns Porque pode
preconceitos e sentidos são dispomos de um seres humanos se existir um Deus
dos juízos muitas vezes critério que nos enganaram nas enganador ou um
precipitados que enganadores: permita discernir demonstrações Génio maligno,
formulámos na convém fazer de o sonho da vigília. matemáticas. que nos iludem,
infância. conta que nos fazendo com que
enganam sempre. estejamos
sempre
enganados.
Deus enganador e/ou Génio maligno
Hiperbólica Voluntária
SUSPENSÃO DO JUÍZO
Tem uma função catártica, já que liberta o espírito dos erros que o
podem perturbar ao longo do processo de indagação da verdade.
Afirmação da
minha
existência
CARACTERÍSTICAS DO COGITO
Apresenta uma condição necessária da dúvida; impõe uma exceção à sua universalidade
CLAREZA DISTINÇÃO
No erro intervêm:
ENTENDIMENTO VONTADE
Dá ou não o
consentimento aos
Formula juízos. juízos que o
entendimento
formula.
Qualidades subjetivas
Ser humano:
(não estão presentes,
dualismo alma-corpo enquanto tais, nos corpos)
(dualismo cartesiano)
Fundacionalismo racionalista de Descartes
Ideias inatas
– conhecimento claro e distinto
Principais verdades:
- a existência do pensamento (alma), traduzida no cogito;
- a existência de Deus, ser perfeito, com os atributos respetivos;
- a existência de corpos extensos em comprimento, largura e altura.
Filósofo empirista
O conhecimento deriva
fundamentalmente da experiência.
Perceções
Grau de Ideias
Impressões maior força, menor
(pensamentos)
nitidez e
vivacidade
São as representações
das impressões, ou as
São as perceções mais suas imagens
vívidas e fortes, como As ideias derivam das enfraquecidas.
as sensações, emoções impressões, são cópias Exemplo: a memória
e paixões. delas: da cor de uma flor.
Exemplo: a cor de uma PRINCÍPIO DA CÓPIA (As ideias da memória
flor. são mais fortes e
vívidas que as da
imaginação.)
Não existem ideias
inatas.
Ideias
Impressões
(pensamentos)
Simples
Exemplo: Exemplo:
Não admitem qualquer
sensação visual de um memória de um tom
separação ou divisão.
tom de verde. de verde.
Complexas
Ideias simples derivam de impressões simples, mas muitas ideias complexas não têm impressões complexas que
lhes correspondam. Além disso, muitas das impressões complexas nunca são exatamente copiadas em ideias.
A ideia de Deus, referindo-se a um Ser infinitamente inteligente, sábio e bom, é uma ideia complexa em que se
eleva sem limite as qualidades de bondade e sabedoria. Nenhum objeto da experiência sensível lhe corresponde.
Tipos ou modos de
conhecimento
Não estão A justificação
dependentes dessas
RELAÇÕES DE QUESTÕES DE
do confronto proposições
com a IDEIAS FACTO encontra-se na
experiência. experiência
Conhecimento a sensível.
Conhecimento a
priori, traduzido em posteriori, traduzido
Proposições em proposições que
proposições que Proposições
sempre expressam verdades
expressam verdades verdadeiras,
verdadeiras, em contingentes.
necessárias. mas que
quaisquer Exemplos:
Exemplos: poderiam ter
circunstâncias, e «O calor dilata os
«2 + 4 = 6.» sido falsas.
que nunca corpos.»
«Nenhum solteiro é Negá-las não
poderiam ter «Descartes foi um
casado» implica
sido falsas. filósofo.»
(São, sobretudo, os contradição.
Negá-las implica (São exemplos os
conhecimentos da
contradição. conhecimentos das
lógica e da
matemática.) ciências naturais.)
Exemplos
“A causa da dor deste dente é a cárie.”
(A relação de causa-efeito nunca chega a ser observada.)
Concluímos então que existe entre eles uma relação de causalidade e que
essa relação de causalidade constitui uma conexão necessária.
MUNDO (REALIDADE
EU DEUS
EXTERIOR)
Fenomenismo Ceticismo
de salvaguardar
de evitar cair no a imparcialidade de apartar a
dogmatismo e a moderação mente dos
nas opiniões e preconceitos
nos juízos
de nos precavermos
de nos contra investigações
defendermos das especulativas
afirmações (como as da tradição
precipitadas e metafísica),
temerárias ou das afastadas da
decisões experiência e das
imprudentes informações dos
sentidos
O fundacionalismo empirista de Hume
Os únicos princípios
Crenças básicas para um empirista: crenças de que se está autoevidentes e
a ter esta ou aquela experiência. convincentes encontra-
os Hume na experiência.
CRÍTICAS A HUME
O exemplo (avançado por Hume) do Argumento a favor da melhor
tom de azul desconhecido explicação (ou abdução)
Uma pessoa pode formar uma ideia de Entre as várias explicações possíveis,
um tom de azul desconhecido, sem ter aceitamos a melhor.
tido a impressão correspondente.
Há ideias factícias, adventícias e inatas. A partir das Não há ideias inatas. As ideias associam-se por
Operações da
ideias inatas, obtém-se o conhecimento (por semelhança, contiguidade no tempo e no espaço e
mente, ideias e
intuição e dedução). Sublinha-se o papel do causalidade. Sublinha-se o papel do raciocínio
raciocínios
raciocínio dedutivo indutivo.
Adotando um ceticismo metódico, Descartes Possibilidade ou Hume foi um filósofo cético (muitas coisas que
mostrou ser possível o conhecimento da realidade, validade do julgamos saber não as sabemos), mas afastou-se do
refutando o ceticismo radical. Tendo total confiança conhecimento ceticismo radical, adotando um ceticismo mitigado ou
na razão, a sua filosofia enquadra-se no dogmatismo moderado. Não temos impressões de uma substância
racionalista. Podemos ter ideias claras e distintas pensante, de uma realidade exterior nem de Deus.
dos atributos essenciais de três tipos de substâncias:
pensante, extensa e divina.