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OS RECURSOS DO SUBSOLO

Recursos - bens utilizados pela Humanidade para satisfazer as suas necessidades de


sobrevivência e de desenvolvimento; podem ser renováveis ou não renováveis.
Recursos naturais - todas as riquezas proporcionadas pela Natureza, que se encontram no
subsolo, no solo ou na superfície terrestre.
Todos os recursos naturais são fundamentais ao desenvolvimento das sociedades, em vários
domínios da atividade económica: agricultura, indústria e comércio.
Nos recursos geológicos ou do subsolo integram-se os recursos minerais, compostos por
diversos elementos químicos (ferro, alumínio, magnésio ou cálcio, por exemplo) que existem na
crusta terrestre em quantidades variáveis e se formam no subsolo em condições termodinâmicas
muito diversificadas, gerando acumulações ou concentrações locais designadas depósitos
minerais ou jazidas.

Os recursos do subsolo podem subdividir-se em dois grupos:


Energéticos – utilizados para produzir eletricidade, calor ou para movimentar veículos de
transporte ou máquinas. Os mais utilizados são o carvão, o gás natural e o petróleo.
Matérias-primas – minerais ou rochas que têm como destino a indústria, onde são utilizados no
fabrico dos mais variados produtos. De entre as matérias-primas destacam-se os minerais
metálicos (ferro, estanho, cobre, tungsténio), os minerais não metálicos (feldspato, quartzo,
talco), as rochas ornamentais e as rochas industriais.

Outros recursos:
Recursos hídricos à superfície
rios
lagos
Recursos hídricos do subsolo
reservas no subsolo

Os recursos biológicos são os disponibilizados pela vegetação existente à superfície (a madeira,


as plantas medicinais e a biomassa), pela fauna (a vida selvagem e a pesca) e pelo solo (a turfa).

As principais produções com recursos do subsolo em Portugal


Século XIX- As substâncias mais exploradas eram o tungsténio, o estanho e o ouro.
1.ª metade do séc. XX- A primeira metade do século XX, e sobretudo o período da Segunda
Guerra Mundial, trouxe uma grande procura de tungsténio (volfrâmio) e de estanho, o que levou
a um aumento na exploração destas substâncias em território português e na sua exportação.
2.ª metade do séc. XX-Com a descoberta de novas reservas minerais, a produção mineira
alargou-se a outras substâncias como o urânio e o cobre. As importantes reservas de urânio no
território português contribuíram para que o País ocupasse uma posição de destaque na extração
deste mineral.
Última década do séc. XXA - indústria extrativa em Portugal conheceu um crescimento
acentuado em termos de valor da produção. Tal deveu-se à valorização da cotação internacional
de alguns minerais metálicos e ao forte incremento na produção de rochas, provocado pelo
aumento do consumo por parte do setor da construção civil e obras públicas.
Os minerais de construção
A produção de minerais para construção representa mais de 40 % do valor da indústria extrativa
portuguesa. Os mais importantes são:

· Os agregados (britas, areias e saibros), utilizados para a construção civil;

· As rochas ornamentais, com destaque para os granitos e os mármores, têm também um papel
importante na economia do País, em particular das regiões onde são exploradas. A sua
produção tem uma boa procura nos mercados interno e externo
Outros recursos minerais
A extração de minerais metálicos — e sobretudo do cobre — continua a ser um subsetor que
contribui significativamente para o valor da indústria extrativa.
A importância do grupo dos minerais industriais é muito inferior à dos outros grupos de
produtos. Destaca-se a cerâmica, grande utilizadora de argilas especiais e de caulino.
O subsetor das águas engloba as águas de nascente e as águas minerais naturais, dividindo-se
pelas atividades de termalismo e de engarrafamento.
Onde se localizam os recursos do subsolo?
A estrutura geológica de Portugal
Portugal continental é formado por três grandes unidades morfoestruturais:
1. Maciço Antigo
Formou-se na Era Paleozoica, representa cerca de dois terços do território (toda a área norte e
grande parte do Centro e do Alentejo) e a sua litologia é, essencialmente, composta por granitos e
xistos;
2. Orlas sedimentares mesocenozoicas
Correspondem à metade sul do Algarve e à faixa compreendida entre Aveiro e Lisboa;
3. Bacias sedimentares do Tejo e do Sado
Datam da Era Cenozoica.
Os arquipélagos da Madeira e dos Açores constituem um domínio à parte. A sua génese
vulcânica está na origem do aparecimento de formas de relevo próprias e de uma constituição
litológica caracterizada pelas rochas basálticas.
A localização dos recursos geológicos
As áreas do Maciço Antigo são as de maior riqueza geológica.
A maioria das ocorrências de recursos minerais encontra-se nas regiões do Norte, do Interior
Centro e do Alentejo.
As regiões de Lisboa e do Algarve, situadas nas orlas mesocenozoicas, apresentam uma menor
riqueza geológica. Nelas predominam as rochas calcárias, argilíticas e areníticas, sendo o sal-
gema o minério mais explorado.
A localização das explorações de minerais metálicos
A atividade produtiva incide num grupo restrito de substâncias extraídas das minas e das
pedreiras.
Os minerais metálicos são um dos subsetores com maior peso no valor da produção da indústria
extrativa.
A sua exploração ocorre num pequeno número de minas e emprega uma quantidade apreciável
da mão de obra do setor. O centro de produção de cobre e estanho mais importante a nível
nacional, a mina de Neves Corvo, localiza-se no Alentejo, no distrito de Beja.
A localização das explorações de minerais metálicos
O cobre e o estanho têm como destino principal a exportação, representando cerca de metade do
valor dos produtos da indústria extrativa exportados. Nos últimos anos registaram uma
valorização económica no mercado internacional.
A principal aplicação do tungsténio (volfrâmio), explorado na mina da Panasqueira, no distrito
de Castelo Branco, é o fabrico de filamentos de lâmpadas incandescentes, de resistências
elétricas, de ligas de aço e de ferramentas.
A localização das explorações de minerais industriais
O grupo de minerais industriais explorados em Portugal corresponde a uma parte reduzida do
setor extrativo (15 % dos estabelecimentos de extração, empregam 8 % da mão de obra).
Localizam-se nos distritos de Guarda e Viseu, onde operam cerca de 40 % dos estabelecimentos.
Por fim, salienta-se a existência de áreas de produção de outros minerais industriais como gesso,
barite, areias especiais, argilas comuns e argilas especiais. Têm um valor de produção menos
significativo, mas constituem fontes de matérias-primas fundamentais para as indústrias de
exportação.
A extração destes minerais ocorre principalmente nos distritos da região Centro: Aveiro,
Coimbra, Leiria, Santarém e Castelo Branco, no caso das argilas, Setúbal, no caso das areias
especiais
A produção de minerais para a construção
O subsetor dos minerais para a construção é o mais importante da indústria extrativa: detém 84,3
% dos estabelecimentos, cria 40,8 % do valor de produção e tem ao seu serviço 73,5 % do
pessoal do setor da atividade mineira em Portugal.
A produção de minerais para a construção
Considerando o destino dado às rochas extraídas, divide-se a produção deste subsetor em três
grupos:
Rochas ornamentais- mármores, granitos, ardósia e xistos
Agregados- areias, saibros, pedras e britas
Minerais para cimento e cal- calcários e margas
A localização dos minerais para construção
Apesar de algumas variações nos últimos anos, os valores de produção têm-se mantido elevados,
resultado da necessidade constante de matérias-primas por parte do setor da construção civil e
obras públicas.
As areias, os saibros e as britas, que se destinam fundamentalmente a este setor, representam a
grande maioria da produção deste tipo de rochas, o que se reflete no valor económico obtido.
As rochas ornamentais
Mármore
· A maior jazida de mármore em Portugal localiza-se na faixa Estremoz-Borba-Vila Viçosa, no
distrito de Évora.
· Devido à grande procura nos mercados nacional e internacional, suportam uma atividade
importante na economia desta região.

Granitos para fins ornamentais


· Destinam-se à produção de blocos e de calçada.
· É o tipo de rocha dominante na região Centro (Guarda e Viseu), na região Norte (Viana do
Castelo, Braga e Vila Real) e em algumas áreas dos distritos alentejanos.
As rochas ornamentais
Calcário ornamental
· É rústico e, para calçada, tem uma grande procura interna e externa.
· É explorado, principalmente, no distrito de Leiria, no Maciço Calcário Estremenho (serras de
Aire e Candeeiros), e ainda no distrito de Lisboa.
· No Sul, no distrito de Faro (concelhos de Tavira e de São Brás de Alportel), são também
exploradas as brechas calcárias.
Ardósia
· A exploração de ardósia acontece nos distritos do Porto e de Aveiro.
· É comercializada sob a forma de placas para revestimento, mesas de bilhar e quadros
escolares, entre outras utilizações
Xisto ardosieiro ornamental
· É extraído nos afloramentos de xisto em algumas áreas do interior alentejano e da região
Centro.
· É utilizado no fabrico de pavimentos e de revestimentos.
Os agregados
Os agregados são matérias-primas indispensáveis ao funcionamento de muitas indústrias.
Tratando-se de produtos de baixo valor unitário, e com custos de transporte elevados que
dificultam a sua comercialização para o exterior, o consumo interno apresenta-se como o seu
destino principal.
A construção civil e as indústrias cimenteira, química, cerâmica, do vidro e fundição constituem
o mercado dos agregados. A extração de calcários, granitos e areias, e a produção de britas e
saibros são as atividades que dominam neste grupo.
Fundamental para os setores da construção civil e obras públicas.Tem
aplicabilidade em áreas como a produção de cimento, cal, giz e vidro, e na atividade agrícola,
devido à sua capacidade de corrigir o pH dos solos. Concentra-se no litoral, entre os distritos de
Coimbra e Setúbal.

Utilizado em alvenaria e britas. É explorado numa vasta área do


território, sobretudo nas regiões norte e interior centro.

Localizadas nas orlas mesocenozoicas e nas bacias do Tejo e


Sado. Os locais de exploração estão distribuídos pelo litoral.

As poucas pedreiras existentes estão nos Açores e na Madeira.

A diversidade dos recursos hídricos do subsolo


No subsetor das águas consideram-se as águas de nascente e os recursos hidrominerais.
Águas de nascente-Têm uma circulação subterrânea e são consideradas bacteriologicamente
próprias para beber. Têm uma composição química vulgar que não se distingue das águas
comuns da respetiva região: são as chamadas «águas de mesa».
Águas minerais naturais-Circulam no subsolo, mas diferem das de nascente por apresentarem
características físico-químicas que podem resultar em propriedades terapêuticas ou efeitos
benéficos para a saúde.
Águas minero-industriais-Águas que têm interesse económico devido as suas características
físico-químicas.
A diversidade dos recursos hídricos do subsolo
Portugal continental apresenta um subsolo com uma grande diversidade de águas de nascente e
de águas minerais, da qual resulta um valor de produção significativo, embora com oscilações
nos últimos anos.
A indústria de engarrafamento, quer de águas de nascente quer de águas minerais, tem maior
expressão em volume e valor de produção no Norte e Centro (distritos de Viseu, Vila Real,
Braga, Aveiro e Guarda).
O termalismo
Pela sua composição química (quimismo), as águas minerais são também exploradas para o
termalismo, fator importante de desenvolvimento para as regiões, uma vez que as estâncias
termais funcionam como pólos de dinamismo económico local.

A temperatura e o quimismo das águas são fatores decisivos na escolha das termas a frequentar.
A temperatura superior a 40 °C torna ainda algumas águas minerais em potenciais recursos
geotérmicos, o que poderá permitir a sua exploração a partir do aproveitamento de calor.
Que problemas decorrem da exploração dos recursos do subsolo?
Os níveis de produção e o contexto internacional
Até ao ano de 2005, o saldo entre as importações e as exportações foi sempre negativo, tendo, a partir de
então, apresentado uma evolução francamente positiva, só atenuada nos anos de 2008 e 2009. Para este
balanço positivo nas trocas comerciais com o exterior contribuíram, de forma decisiva, o aumento
substancial da produção de minerais metálicos e de rochas ornamentais para o exterior, assim como a
redução no consumo de carvão importado.

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