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MATERIAIS COMPOSTOS
VOLUME ÚNICO
BEP
CFS
MATERIAIS COMPOSTOS
VOLUME ÚNICO
Elaborador(es):
3S BEP TOMAZ - 2016
Revisor(es) Técnico(s):
2S BEP SPERA - 2021
Revisor(es) Pedagógico(s):
2T PED PRISCILA CARVALHO
Revisor(es) de Diagramação:
S2 SNE MATEUS – 2021
S1 SAD BARROS - 2021
Revisor(es) Ortográfico(s):
GUARATINGUETÁ - SP
2021
SUMÁRIO
1 Introdução aos compósitos .......................................................................................................1
1.1 Noções básicas........................................................................................................................1
1.2 Vantagens do uso de materiais Compostos..........................................................................1
1.2.1 Leveza..................................................................................................................................1
1.2.2 Altas propriedades mecânicas...........................................................................................1
1.2.3 Resistência à corrosão........................................................................................................2
1.2.4 Flexibilidade de projeto......................................................................................................2
1.2.5 Moldes simples e baratos....................................................................................................2
1.3 Desvantagens do uso de plásticos reforçados......................................................................2
1.4 Matérias primas básicas........................................................................................................2
1.5 Resinas....................................................................................................................................2
1.5.1 Resinas poliésteres..............................................................................................................3
1.5.2 Catalisadores.......................................................................................................................4
1.5.3 Aceleradores........................................................................................................................4
1.5.4 Monômeros..........................................................................................................................4
1.5.5 Cargas..................................................................................................................................5
1.5.6 Inibidores.............................................................................................................................5
1.5.7 Principais sistemas de cura a frio para a resina poliéster...............................................5
1.5.8 Teores de catalisador e acelerador para cura a frio (por peso)......................................6
1.5.9 Preparação da resina poliéster para uso (Sistema MEKP + COBALTO)....................7
1.6 Resina epóxi............................................................................................................................8
1.7 Reforços..................................................................................................................................9
1.7.1 Fibra de vidro......................................................................................................................9
1.7.2 Fibra de carbono...............................................................................................................10
1.7.3 Fibra de aramida (Kevlar)...............................................................................................10
1.7.4 Formas de reforços...........................................................................................................10
1.7.4.1 Reforços unidirecionais.................................................................................................11
1.7.4.2 Reforços bidirecionais...................................................................................................11
1.7.5 Reforços com fibras aleatórias.........................................................................................13
1.7.6 Reforços híbridos..............................................................................................................13
1.8 Núcleos..................................................................................................................................14
1.8.1 Colméias.............................................................................................................................14
1.8.1.1 Tipos de células..............................................................................................................14
1.8.1.2 Classificação das colmeias -..........................................................................................16
1.9 Espumas................................................................................................................................17
1.9.1 Espuma de polimetacrilimida (“ROHACELL”)...........................................................17
1.9.2 Espuma de poliuretano.....................................................................................................18
2 Usinagem..................................................................................................................................21
2.1 Processo de Fabricação (aspectos gerais)..........................................................................21
2.2 Moldes...................................................................................................................................22
2.2.1 Moldes metálicos...............................................................................................................23
2.2.2 Moldes de madeira............................................................................................................23
2.2.3 Moldes de laminado de fibra de vidro............................................................................24
2.2.4 Moldes de gesso.................................................................................................................24
2.3 “Gel coat”.............................................................................................................................25
2.4 Laminação Manual..............................................................................................................26
2.4.1 Informações úteis para laminação e execução de reparos............................................27
2.5 Usinagem e acabamento......................................................................................................28
2.6 Acabamento Estético...........................................................................................................30
2.6.1 Revestimento vinílico........................................................................................................30
2.6.2 Pintura...............................................................................................................................30
2.7 Reparos em Laminados Sólidos..........................................................................................32
2.8 Procedimentos em reparos de compósitos com fibra de vidro (exceto radome)............33
2.9 Limites de reparos...............................................................................................................34
2.10 Tipos de danos em estruturas de compósitos..................................................................36
2.10.1 Reparo de danos na camada externa de resina no máximo, uma camada de tecido
de fibra de vidro...........................................................................................................................37
2.10.2 Reparos de Danos que atravessem a primeira camada de tecido (exceto
perfurações)..................................................................................................................................38
2.10.3 Reparos de avarias que atravessem completamente a espessura da peça (furo
passante).......................................................................................................................................39
2.10.4 Reparos em laminados com núcleo (exceto radome)...................................................40
2.11 Radomes..............................................................................................................................42
2.11.1 Considerações gerais.......................................................................................................42
2.11.2 Construção do radome...................................................................................................42
2.11.3 Extensão dos danos dos radomes...................................................................................44
2.12 Reparo de Radomes...........................................................................................................45
CONCLUSÃO..............................................................................................................................55
REFERÊNCIAS...........................................................................................................................57
ANEXO A.....................................................................................................................................59
EEAR 1
Caro Aluno, iniciamos nossa jornada no universo dos materiais compósitos. Nesta
unidade definiremos este material utilizado em larga escala pela indústria na fabricação de
diversos objetos, em especial ao setor aeroespacial onde abordaremos as matérias-primas
utilizadas, bem como as vantagens e desvantagens deste material.
No caso dos plásticos reforçados, que são um tipo de material composto, os principais
constituintes são o reforço e a resina (ou matriz aglutinante). Frequentemente, esse sistema tem
sua rigidez aumentada através da utilização de materiais de enchimento (núcleos de colméias,
espumas, etc.).
1.2.1 Leveza
É a principal vantagem do uso dos plásticos reforçados na aviação, pois permite grande
redução do peso final de una aeronave, sem prejudicar a sua resistência, gerando economia de
combustível e aumento de carga útil.
Os laminados de “fiberglass” (fibra de vidro + resina poliéster) moldados por contato tem
peso especifico 1.4 Kg/dm3, contra 2.7 Kg/dm3 para o alumínio e 7.8 Kg/dm3 para o aço.
1.5 Resinas
As resinas utilizadas em materiais compostos têm por finalidade básica formar uma liga
com os reforços, de modo a:
Existem diversos tipos de resina, sendo as mais usadas nas unidades da Força Aérea são
as poliésteres e as epoxídicas, as quais estudaremos a seguir:
O fato dessas resinas serem as mais usadas pela indústria dos plásticos reforçados, pode
ser atribuído a sua grande versatilidade, considerável gama de propriedades específicas e
características de processamento adaptáveis a várias condições. Os poliésteres podem ser
formulados para atender a várias exigências de uso e processamento.
Essas resinas são fornecidas no estado líquido viscoso e, após adição de substâncias
especiais (catalisadores e aceleradores) se transformam em sólidos à temperatura ambiente, sem
requerer pressões externas, moldes ou equipamentos caros. Essa reação de transformação de
líquido a sólido é conhecida conto “polimerização” ou cura. É evidente que esse fenômeno não
acontece instantaneamente após a adição das substâncias acima mencionadas. Aliás, a resina
permanece inalterada durante alguns minutos 5, 10, 15 ou mais minutos, dependendo do teor de
catalisador e acelerador, e também condições ambientais), até que a reação de solidificação tenha
inicio. Nesse momento, o material anteriormente líquido passa a exibir consistência gelatinosa. O
tempo transcorrido entre a adição desses agentes promotores de polimerização e o início da
gelatinização é conhecido como tempo de gel ou tempo de gelatinização. Uma vez atingido o
estágio de gelatinização, a cura do poliéster prossegue com grande desenvolvimento (liberação)
de calor (reação exotérmica). Após o resfriamento, o poliéster apresenta as características físicas
de sólido rígido que não pode mais ser transformado em líquido. A reação de cura dos poliesteres
é irreversível, isto é, uma vez transformados de líquidos em sólidos, não mais podem ser
reprocessados de sólidos a líquidos.
As fibras são incorporadas antes que se dê o tempo de gel, isto é, enquanto a resina ainda
permanece líquida após a adição de catalisador e acelerador. As referidas fibras também devem
ser completamente embebidas e molhadas pela resina ainda líquida.
1.5.2 Catalisadores
São utilizados peróxidos orgânicos.
1.5.3 Aceleradores
Para a cura de poliésteres catalisados com MEKP são usados os sabões de cobalto
(naftenato ou octoato de cobalto), normalmente chamados de “aceleradores de cobalto”.
Se a catálise for feita com BPO, devem-se usar aminas terciárias (DEA - Dietil anilina ou
DMA - Dimetil anilina).
1.5.4 Monômeros
Os monômeros são usados para reduzir a viscosidade e permitir a polimerização do
poliéster. Os fabricantes fornecem a resina contendo monômero. Quantidades adicionais de
monômero (monômero de estireno, vinil tolueno, metacrilato de metila, etc. ) podem ser
adicionadas à resina, para reduzir ainda mais a viscosidade do poliéster. Excesso de monômero
pode prejudicar algumas propriedades do laminado, o produto mais utilizado é o monômero de
estireno.
1.5.5 Cargas
Em algumas aplicações, cargas podem ser incorporadas à resina para aumentar sua
viscosidade, reduzir custos ou conferir propriedades especiais ao laminado.
As propriedades mecânicas dos laminados com carga são inferiores em relação dos sem
carga. Isso se deve à redução da quantidade de fibras para acomodar o uso da carga. Porém, em
alguns laminados, o que interessa não é sua resistência, e sim sua rigidez, que é aumentada com
o uso de cargas.
A) Calcita (Carbonato de cálcio moído - É usada principalmente para reduzir custos. A sua
grande vantagem em relação as outras cargas são seu baixo preço e sua pequena
interferência na viscosidade da resina, permitindo seu uso em altos teores. Infelizmente a
calcita tem algumas desvantagens, como resistência química insatisfatória e ligeira
solubilidade em água, o que impede seu uso em ambientes corrosivos ou que
permaneçam em contato prolongado com água.
B) Sílica - É usada como carga inerte (alta resistência química), de baixa dilatação térmica,
em revestimentos anticorrosivos.
1.5.6 Inibidores
São adicionados à resina poliéster para estender sua vida útil (tempo de armazenagem) e
controlar a reação de cura, de acordo com a necessidade. As resinas são fornecidas contendo
inibidores adicionados pelo fabricante.
B) BPO + DMA
➢ peças amareladas;
➢ peças amareladas;
Dependendo das quantidades usadas, a mistura preparada pode ter urna vida útil (“pot
life”) variável. Normalmente a resina pode ser utilizada por um período de 5 a 30 minutos a 25
graus Celsius (centígrados).
CUIDADO
NOTA
A resina epóxi é um dos materiais adesivos mais resistentes que existem. Assim como a
resina poliéster ela também endurece através de uma reação química sue tem início quando se
mistura a resina com o endurecedor.
A resina epóxi também pode receber cargas. As mais usadas em aviação são as
microesferas ocas de vidro (“glass bubbles”) e talco industrial.
Este tipo de resina é de preparação mais simples que a resina poliéster, pois necessita
apenas de um agente de cura, o endurecedor.
1º- Prepare no máximo 200 gramas de resina para cada aplicação, adicionando o
endurecedor DTA (Dietilenotriamina) na proporção de 1 para 10 em peso ou em volume (tendo
em vista que as densidades destes produtos são aproximadamente iguais) à resina epóxi.
As resinas, misturadas não curadas e solventes causam irritação quando em contato com a
pele. É recomendável usar luvas quando estiver trabalhando com estes compostos. Se,
acidentalmente, os olhos forem contaminados por alguns destes produtos, lave-os com água
limpa e abundante.
A resina pode ser removida da pele, utilizando álcool comum. Não utilize solventes ou
“thinner” para esta finalidade, pois estes produtos dissolvem a camada de gordura protetora da
pele, agravando a irritação.
1.7 Reforços
Os reforços num laminado são responsáveis pela resistência, sendo que estes geralmente
usados em forma de fibras.
Dos três tipos de fibra é o mais barato e mais utilizado tipo de reforço.
Existem dois tipos básicos de fibra de vidro: “E” e “S”, sendo o tipo “E” o mais usado.
A classe “E” é considerada como padrão, devido ao seu excelente desempenho funcional,
apresentando boa resistência mecânica e elétrica, além de outras características físicas.
radomes, dutos e canaletas, sendo sua densidade de aproximadamente 2550 kg/m 3 (maior que as
das outras fibras).
A fibra de carbono possui densidade média, isto é, menor que a fibra de vidro e maior que
São produzidos dois tipos principais de Kevlar, o Kevlar 29 e o Kevlar 49, sendo este
último aplicado na indústria aeronáutica.
A resistência específica à tração do Kevlar é o dobro do vidro “E” e dez vezes maior que
a do alumínio. Entretanto, apresenta baixos valores de resistência à compressão e possui difícil
usinabilidade, necessitando de ferramentas com formato especial para a sua usinagem.
O Kevlar apresenta a densidade mais baixa dentre os três tipos de fibra, ou seja, 1440
kg/m3.
Vimos que os reforços num laminado são responsáveis pela resistência. Contudo, esta
resistência não depende apenas do tipo de reforço (vidro, carbono ou kevlar), pois um plástico
reforçado é anisotrópico, ou seja, suas propriedades variam de acordo com a direção em que os
esforços são aplicados, sendo fundamental a orientação das fibras. As fibras é que são
responsáveis pela garantia de resistência aos esforços atuantes, já que a resina atua apenas como
elemento de ligação.
Os principais tipos de tecidos são: tecido de fio não torcido (“Woven roving fabric”) e o
tecido de fio torcido (“Woven fabric”).
Esta forma de reforço não é utilizada para fabricação de avião. No entanto, devido ao seu
baixo custo em relação aos tecidos, encontra grande aplicação na fabricação de moldes,
carroceria e carenagens de automóveis e outras peças de uso geral, desde que não haja
responsabilidade estrutural.
O carbono, por exemplo, possuí uma elevada rigidez, mas perde muito na resistência ao
impacto. O Kevlar, por outro lado, é altamente resistente ao impacto, mas é fraco quanto a
resistência à compressão.
1.8 Núcleos
Os núcleos são utilizados em estruturas conhecidas como “sanduíches estruturais”, que
são formadas através da colagem de um revestimento a um núcleo conforme nos mostra a figura
abaixo:
1.8.1 Colméias
As colméias mais utilizadas são as de papel de aramida tratadas com resina fenólica,
(“NOMEX”), de alta resistência mecânica e rigidez numa pequena célula, assim como baixa
densidade, sendo recomendada para serviços até 150 graus Celsius. É um bom isolador térmico.
➢ Colmeias de baixa densidade - (1,6 a 2,3 lb/ft 3):utilizadas em painéis ou peças sem
responsabilidade estrutural, onde sua falha não compromete em nada, revestimentos
internos, nas divisórias, etc.
➢ Colmeias de média densidade (acima de 2,3 a 4.0 lb/ft 3):as mais utilizadas em peças
estruturais, como bordos de ataque, carenagens, piso e estruturas em geral.
➢ Colmeias de alta densidade (acima de 4,0 a 7,9 lb/ft3): de uso restrito para painéis ou
peças que são submetidas a grandes esforços de cisalhamento e compressão.
CLASSE - I - NOMEX
II - FIBRA DE VIDRO
IV - 50 células flex/comprimento
V - 35 células flex/comprimento
1.9 Espumas
EXERCÍCIOS DO TEXTO I
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2) Qual á a principal vantagem que o uso dos plásticos reforçados conferem a um avião?
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4) Na resina poliéster, como é denominado o tempo decorrido entre a adição dos agentes de
cura e o início da polimerização?
5) O sistema de cura a frio mais utilizado para a resina poliéster utiliza como catalisador
(a) BPO
(b) DMA
(c) MEK
(d) MEKP
(a) vidro
(b) kevlar
(c) arbono
(d) híbrida
(a) Tape
(b) Manta
(c) Tecido
(d) Roving
(a) Nomex
(b) flex-core
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10) Calcule a quantidade de endurecedor para curar 200 gramas de resina epóxi.
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2 USINAGEM
A usinagem de compósitos é muito diferente da usinagem que conhecemos e aplicamos
em metais. Para cada tipo de compósito existem processos diferentes que utilizam ferramentas
específicas para se obter a melhor precisão e acabamento sem comprometer a integridade do
material.
➢ moldes;
➢ facas e espátulas;
➢ pincéis; e
Quando se fabrica uma peça de plástico reforçado, não só se está fabricando a peça, mas
também o material que irá constituir a resistência, a durabilidade e o comportamento dessa peça
em uso.
Seguem-se algumas orientações gerais que devem ser levadas em consideração para a
confecção de peças em plásticos reforçados:
1. A área de fabricação deve ser limpa e organizada, para que se possa garantir a segurança
dos operadores e facilitar o seu movimento em volta das mesas de ferramentas e
bancadas de serviço.
2. O ideal é que a temperatura da sala fique entre 18ºC e 32ºC, com uma umidade relativa
do ar na faixa de 40 a 70%.
4. Toda ferramenta, molde, inclusive a mão do operador devem estar limpos, sem
contaminação de poeira, óleo ou gordura.
5. Os reforços (tecidos, mantas rovings) devem ser armazenados em local limpo e seco, pois
a umidade prejudica muito a resistência do reforço.
6. As resinas devem ser armazenadas em recipientes bem fechados e em locais não muito
quentes. Também devemos sempre estocar a resina longe do seu agente de cura. Estes
procedimentos ajudarão a prolongar o tempo de estocagem da resina.
2.2 Moldes
Os moldes, também chamados de matrizes, tacos ou gabaritos podem ser feitos de vários
tipos de materiais, O tipo e a escolha do material irão depender das características das peças
desejadas e o número de peças a serem feitas, já que o material dos moldes varia nas suas
resistências enormemente de um para o outro. E de conhecimento geral que o produto final é tão
bom quanto às ferramentas usadas na execução.
As resinas usadas são bons adesivos de modo que devem ser tomadas todas as medidas
necessárias para evitar a adesão da peça fabricada à superfície do molde. Uma das maiores
precauções é a disposição de uma superfície sempre polida. Outro ponto a ser considerado no
desenho do molde é o afunilamento das paredes do molde. Este afunilamento, também chamado
de saída ou alivio, possibilita a remoção rápida de peças principalmente nos casos que envolvam
uma extração profunda com lados paralelos. Normalmente, apenas 1 (um) grau de afunilamento
á o suficiente para proporcionar uma remoção rápida e fácil.
Sempre que possível, devem ser evitados cantos vivos, substituindo-os por cantos
arredondados, com pequeno raio. Isto apresenta uma dupla vantagem, sob o ponto de vista
técnico: os cantos constituem sempre pontos fracos, a menos que sejam adequadamente
reforçados e, por um princípio de fabricação, é normalmente mais difícil de obter-se cantos vivos
do que cantos adaptados em curvas. Assim, no caso de remoção dos cantos vivos do molde,
todos os cantos e bordos do molde devem ser generosamente arredondados.
Um último ponto a ser considerado é que os moldes devem ser projetados com um
mínimo de massa possível, para apressar o seu aquecimento quando necessário, mas de acordo
com as exigências de resistência.
Isto deve ser seguido de um aquecimento do molde para “cozinhar” a graxa; seguido esse
tratamento, será suficiente lubrificar o molde ocasionalmente durante a produção.
Descobriu-se que os melhores moldes de gesso são obtidos com “Hydro-Cal”; produzem
um molde duro, forte, não absorvente, o qual resiste a temperaturas mais elevadas do que o gesso
comum.
Após a moldagem, o molde de gesso cru deve ser deixado secar a noite toda e, em
seguida, colocado em um forno de ar forçado à temperatura de 104 °C, onde deverá permanecer
por u período correspondente a uma hora para cada 10 libras (aproximadamente 4,5 kg) de peso
do molde, após atingida a temperatura.
O gel coat é fabricado a partir de resinas poliésteres ou ester vinílicas e possuem três
funções principais:
O uso de gel coats em peças de fiberglass é muito difundido atualmente, sendo usado em
piscinas, barcos, peças automobilísticas, moldes, ornamentos, etc.
Existem diversos tipos de gel coat, dependendo da finalidade de sua utilização, sendo que
os mais usados são aqueles à base de resina poliéster ortoftálica (gel coat ortoftálico), que
apresenta boa resistência às intempéries e agentes moderadamente agressivos, além de possuir
baixo custo.
O gel coat pode ser aplicado com pincel, rolo de pintor ou de preferência à pistola
(própria para a aplicação do gel coat). A aplicação a pincel tem o incoveniente de deixar marcas
e estrias que prejudicam o acabamento superficial
A cura do gel coat tem início imediatamente após a adição dos agentes de cura (sistema
MEKP-COBALTO). O gel coat é aplicado sobre a superfície do molde (previamente preparada)
e, ao ser atingido um estágio de cura conhecido como “estado de toque”, o gel coat pode receber
a resina de laminação sem ser atacado pelo estireno nela contido. É importante esperar pelo
tempo de toque antes de laminar sobre o gel coat. O estireno contido na resina ataca o gel coat se
este não estiver suficientemente curado ou for pouco espesso, pode sofrer sérios problemas de
enrugamento. O estado de toque é determinado na prática “tocando” o gel coat com a ponta do
dedo de maneira bem suave e ainda numa região da peça de localização secundária. Se o dedo
ficar manchado, o gel coat não está suficientemente curado e o estado de toque ainda não foi
atingido.
1. Preparação do molde
Para que a peça, depois de pronta, não grude no molde é necessário fazer o seguintes
procedimentos:
➢ limpe o molde cora auxílio de um pano limpo e que não solte fiapos. O pano pode ser
umedecido com solvente MEK. Jamais aplique o pano encharcado com o solvente.
Se necessário, efetuar o lixamento com lixa d’água nº 600 e realizar nova limpeza com o
solvente.
➢ aplique uma camada suave de cera desmoldante. Deixe a cera secar e faça um polimento.
➢ - as área tocadas por ferramentas ou pelo laminador devem ser novamente enceradas.
2. Aplicação do gel coat (para peças em fiberglass). Deve ser aplicado conforme já foi
descrito anteriormente.
3. Laminação
% CM GRAMAS
1,00 A
11 12
1,50 A
16 18
2,00 A
22 24
3,00 A
32 36
4. Cura (secagem)
5. Rebarbação
As rebarbas devem ser eliminadas com a resina em estado intermediário de cura, que
possibilita corte à faca com a peça ainda no molde. Os acertos finais nas dimensões da peça são
feitos após a desmoldagem, com lixadeiras e, se necessário, discos de corte.
6. Desmoldagem
Para evitar empenamento, as peças devem ser desmoldadas à temperatura ambiente, após
o completo resfriamento.
A desmoldagem deve ser feita com muito cuidado para não danificar a peça ou o molde.
Algumas vezes é conveniente a incorporação de alças na peça durante a laminação, que servem
de pontos de “pega” para desmoldagem . Outro recurso para facilitar a desmoldagem é a inserção
de cunhas (plástico ou madeira) entre o molde e a peça.
OBSERVACÃO
Este método, que utiliza molde aberto e cura sem pressão tem como inconvenientes:
➢ leveza e versatilidade; e
➢ controle de velocidade.
Esse problema é superado com o uso de ferramentas de metal duro juntamente com
discos adiamantados.
das fibras de Kevlar. O Kevlar é uma fibra que possui baixa resistência à compressão.
Consequentemente, existe uma tendência das fibras em se movimentarem dentro do
laminado, quando surgem forças de compressão durante o processo de usinagem.
Portanto, as ferramentas para usinagem do Kevlar devem ter desenho especial. No caso
da furação, recomenda-se o uso das brocas tipo “rabo de peixe’ conforme as figuras a
seguir:
2.6.2 Pintura
Pintura á usada para melhorar o acabamento e proteger o objeto pintado contra a ação do
meio ambiente.
Como os plásticos reforçados não estão sujeitos à corrosão eletroquímica, eles são
pintados principalmente para isolá-los da umidade, a qual prejudica em muito sua resistência, e
para embelezamento da peça.
Por esta razão, é comum o emprego do álcool polivinílico como desmoldante de peças a
serem pintadas. O álcool polivinílico, solúvel em água, pode ser facilmente eliminado da
superfície antes de iniciada a operação de pintura.
As peças de “fiberglass” que forem receber “gel coat” de acabamento requerem moldes
lisos e brilhantes. Caso a peça de “fiberglass” venha a receber outro tipo de acabamento, pode
ser utilizado o “gel coat primer”, sendo o acabamento final dado pela tinta desejada.
Para a pintura geral de peças que não utilizem o “gel coat”, sugerimos o seguinte sistema
de pintura:
1. Desmoldagem.
2. Limpeza da superfície.
4. Lixamento da massa.
6. Limpeza do pó de lixamento.
8. Correção das porosidades com massa rápida (defeitos pequenos) seguido de lixamento
para contorno, limpeza do pó e aplicação local de primer.
IMPORTANTE
a) Os reparos de plásticos reforçados que serão citados neste trabalho são recomendados
apenas para peças sem responsabilidade estrutural (carenagens, peças de interior, etc) ou
seja, peças que não comprometam a segurança em voo da aeronave, caso venham a
falhar. Peças que requeiram cuidados especiais não descritos aqui, não deverão ser
reparadas sem prévia consulta à ORDEM TÉCNICA ou ao fabricante da aeronave.
b) É importante ressaltar que um reparo não devolve à peça sua resistência original (mesmo
se for muito bem feito). A sua finalidade principal é devolver à superfície danificada seu
contorno original, e por isso são chamados de “reparos cosméticos”.
c) Os procedimentos que serão descritos são feitos com resina epóxi e com reforços de fibra
de vidro. Tal material poderá ser utilizado sem problemas no reparo de peças
originalmente feitas de carbono/epóxi, Kevlar/epóxi, vidro/epóxi e outros.
NOTA
A maioria dos procedimentos de reparo que veremos a seguir, referem-se especificamente
a aeronave “Bandeirante’. As informações foram retiradas da O.T.M.A. 1C-95-3, Seção VII e
VIII. No caso de outras aeronaves, é recomendável a consulta à correspondente ordem Técnica.
A ação erosiva devida ao impacto de chuva ou partículas duras á relativamente lenta até
atravessar a camada externa, mas torna-se bastante rápida após alcançar a primeira camada de
tecido. Neste segundo estágio, o processo de delaminação é acelerado pela ação da chuva, a qual,
agindo nas paredes laterais dos pontos em erosão, resulta na separação das várias camadas. Em
consequência, a peça poderá ser rapidamente danificada a ponto tal que seja impossível a
execução de reparos.
Avarias como rachaduras, mossas, dentes, perfurações, etc., devem ser reparadas
conforme os procedimentos indicados nesta seção.
É permissível que a aeronave efetue voo de translado para uma base onde possam ser
feitos os reparos necessários. Desde que as avarias atinjam até 7 cm 2 (exceto no bordo de ataque
do conjunto da entrada de ar do motor), e ainda que a área avariada seja convenientemente
vedada com fita adesiva especial “Scotchcal” tape 850” ou equivalente, para evitar infiltração de
umidade.
Para se obter uma colagem efetiva da fita adesiva, é necessário que a área avariada seja
perfeitamente limpa e isenta de óleo ou graxa.
NOTA
NOTA
Embora as peças de plástico reforçado do “Bandeirante” sejam fabricadas com resina
Poliéster, recomenda-se a utilização de resina “epoxy” e endurecedor DTA para a execução de
reparos, tendo em vista que os mesmos não possuem vida limite de estocagem. É apenas
recomendado que estes materiais, bem como os tecidos de fibra de vidro, sejam armazenados em
local seco.
Preparação da superfície
2. Remova todo o material avariado, utilizando uma faca de ponta afiada ou ferramenta
similar, para possibilitar a inserção de material.
A profundidade do dano determina quanto material deve ser removido antes de se fazer o
reparo. Deste modo, o primeiro passo será contar quantas camadas danificadas existem. Caso
isso não seja possível, pode-se estimar o número de camadas tomando-se como 0,25 mm a
espessura média de cada camada de tecido de vidro impregnada.
Maiores detalhes sobre quando se deve usar cada método e como fazê-los devem ser
vistos na Ordem Técnica relativa à aeronave na qual você estiver trabalhando.
4. No caso de avarias menores que não envolvam perfurações, remova o material necessário
com lixa ou lixadeira e suavize o contorno da área avariada conforme figura
a) Furos e punções
Furos e punções são facilmente detectáveis e geralmente são causados por impactos de
média ou alta energia.
b) Delaminações
Causadas por impactos de baixa energia, as delaminações são muitos comuns e podem
ser causadas por quedas de ferramentas, defeitos de fabricação, falta de resina no laminado e até
mesmo por ingresso de umidade. Se estiver próximo a superfície pode ser detectada facilmente.
c) Descolamento
O descolamento indica uma falha de ligação adesiva entre o material de núcleo. Nesse
tipo de dano observa-se o revestimento de compósito separar-se do elemento do núcleo de
sanduíche, comumente causado pelo ingresso de umidade e falha na fabricação do laminado.
d) Danos no núcleo
Os danos no núcleo são geralmente causados por falha na preparação da bolsa de vácuo,
danos de manuseio durante a fabricação e impactos em serviço. Os danos em peças de núcleo de
colmeia podem facilitar a entrada de fluídos que podem ser demasiadamente perigosos durante
os ciclos de congelamento e descongelamento em peças aeronáuticas resultando no
descolamento das faces de revestimento.
Os danos causados por raios podem variar de simples abrasões superficiais a grandes
orifícios passantes e com frequência é observado danos térmicos a resina e/ ou a fibras causadas
pelo excessivo calor.
2. Aplique o produto assim obtido sobre previamente preparada, usando uma espátula.
NOTA
Pequenos dentes e mossas na superfície na superfície externa podem ser preenchidos com
massa rápida de nitrocelulose.
É recomendável que o corte das camadas de tecido seja efetuado sobre moldes de papel
ou cartolina previamente preparados.
É bom ressaltar que a adesão efetiva do material de reparo na peça avariada depende
basicamente da preparação da superfície. Antes de aplicar o reparo, verificar se toda a área de
reparo está perfeitamente limpa e isenta de gordura ou umidade. Não toque com os dedos nestas
superfícies.
NOTA
Se, por algum motivo, ocorrer interrupção do trabalho antes do término do reparo e
consequente endurecimento da resina, lixe a superfície não acabada com lixa grossa Nº 2 para
madeira, antes de aplicar uma camada de resina ao reiniciar o reparo.
3. Com fita adesiva, fixe sobre a superfície externa da peça avariada uma cartolina
previamente encerada na face interna, para permitir que o material de reparo inserido
adquira forma externa da peça.
2. Cortar a colmeia observando o tipo e dimensões da célula, bem como a direção da fita.
Recomenda-se deixar 1,6 mm a mais na espessura da colmeia a ser reposta e 1,0 mm
maior nas dimensões do furo.
6. A cura pode ser feita com temperatura de até 60º C. A pressão pode ser dada por meio de
chapas de aperto ou vácuo.
7. Lixar a superfície da colmeia da face a ser reparada e remover os resíduos por aspiração.
2.11 Radomes
O radome poderá ser utilizado por muitos anos, desde que sejam tomados os devidos
cuidados. É essencial que o mesmo seja inspecionado a intervalos regulares. Toda vez que a
aeronave for operada em condições de chuva forte ou granizo, inspecione o radome quanto a
sinais de erosão, pintura descascada e queimadura devido à eletricidade estática.
No “C-130 Hércules” são dois tipos básicos de radome, um para a antena APS-42 e outro
para a antena APN-59. O radome APS-42 é usado nos modelo antigos do C-130A. O radome
grande, APN-59, é usado em todos os outros C-130. Os radomes AFS-42 e APN-59 são de
construção tipo “sanduíche” ou intercalado, em que o núcleo central está intercalado entre os
revestimentos feitos de camadas de tecido de vidro integrado.
➢ CLASSE I: Dano I é uma marca, arranhão ou erosão que penetra só até a primeira
camada. (ou melhor: aquele que penetra somente nas camadas mais externas).
➢ CLASSE II: Dano II é um corte, rompimento ou contaminação que penetra até o interior
do núcleo (duto ou colméia) mas não até a superfície (furo não passante).
➢ CLASSE III: Dano III é o que deixa a luz do dia passar pelo radome (furo passante).
EXERCÍCIOS DO TEXTO II
11. A temperatura na sala de fabricação de peças de plásticos reforçados deve ficar na faixa
de:
a) 10 a 20 º C
b) 18 a 25 ºC
c) 18 a 32 °C
d) 18 a 32 °C
a) de gesso.
b) metálicos.
c) de madeira.
d) laminados em “fiberglass”.
a) Solvente MEK
b) Álcool polivinílico
c) Álcool isopropílico
d) Monômero de estireno
15. Fibra que exige ferramenta com formato especial para sua usinagem:
a) Vidro
b) Kevlar
c) Carbono
d) Vidro/carbono
a) antena
b) combustível
c) ar condicionado
d) óleo hidráulico
a) Saia
b) Duto
c) Janela
d) Área central
( )CERTO ( )ERRADO
( )CERTO ( )ERRADO
( )CERTO ( )ERRADO
AUTO-AVALIAÇÃO
19. A umidade na sala de fabricação de peças de plástico reforçado deve ficar na faixa de:
a) 20 a 50%
b) 30 a 60%
c) 40 a 70%
d) 50 a 80%
a) silicones
b) fenólicas
c) epoxídicas
d) poliésteres
a) ausência de corrosão.
b) resistência à umidade.
c) facilidade de usinagem.
a) 10ºC
b) 25°C
c) 32ºC
d) 60°C
a) thinner
b) solvente MEK.
c) álcool etílico.
d) monômero de estireno.
24. Carga para resina poliéster que apresenta baixo preço e pequena interferência na
viscosidade da resina:
a) silica.
b) calcita.
c) cal hidratada.
d) alumina hidratada.
25. A resina epoxi tem urna vida limite de minutos quando conservada a 25 ºC
a) 10
b) 20
c) 30
d) 40
26. A quantidade de material a ser removida num reparo de plástico reforçado depende do (a)
a) tipo de fibra.
b) forma do reforço.
c) profundidade do dano.
27. Um dano no radome que não ultrapasse a primeira camada de reforço pertence à classe
a) 1
b) I
c) II
a) de grande extensão.
CONCLUSÃO
Caro Aluno, agora você já está pronto para dar continuidade no seu estudo em
compósitos, pois neste módulo você conheceu as características principais destes materiais,
processos de fabricação e reparo, bem como as técnicas e equipamentos necessários para a
manutenção de peças aeronáuticas fabricadas com este material. Chegamos vitoriosos ao final
desta importante disciplina e lembre-se que antes de efetuar qualquer tipo de reparo deve-se
sempre consultar a Ordem Técnica da aeronave.
REFERÊNCIAS
4. LÉLIS, Glória Maria da Silva. Materiais Compostos: curso básico. São José dos
Campos: EMERAER, 1986.
ANEXO A
GABARITO
2. Leveza.
4. C
5. D
6. A
7. A
8. B
9. 6 gramas e 4 gramas
10. 20 gramas
11. C
12. B
13. B
14. B
15. B
16. A
17. C
18. A - ERRADO
B - CERTO
C - ERRADO
19. C
20. D
21. A
22. B
23. D
24. B
25. B
26. C
27. A
28. C