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desmontes
cuidadosos
com
explosivos
aspectos de engenharia
e ambientais
Bibliografia.
ISBN 978-85-7975-287-2
17-09770 CDD-662.2
3 Dinâmica de maciços rochosos, 45
3.1 Mapeamento geológico e classificação geomecânica dos maciços, 45
3.2 Aspectos teóricos, 50
3.3 Danos à rocha remanescente , 52
3.4 Overbreaks geológicos, 57
3.4.1 Reflexão em uma bancada ou em um túnel, 58
3.5 Velocidades de vibração, 64
Anexo 1, 119
1.1.1 Perfuratrizes
Tratar de práticas atuais de perfuração para desmonte de rochas é complexo.
Minerações e grandes obras civis utilizam perfuratrizes hidráulicas de grande
diâmetro, explosivos bombeados são colocados diretamente nos furos e grandes
equipamentos são utilizados para remoção e transporte do entulho da detonação.
Já quando se trata de desmontes cuidadosos, sejam eles para mineração ou
engenharia civil, o usual é utilizar perfuratrizes mecânicas de menor diâmetro,
ou mesmo marteletes de avanço pneumático ou manual e explosivo encartucha-
do. Tais equipamentos e materiais são utilizados quando a mineração ou a obra de
engenharia civil situa-se dentro ou próxima de zonas urbanas e pode causar danos
a estruturas nas vizinhanças ou desconforto ao pessoal envolvido e à fauna do
meio ambiente no entorno.
Existem três sistemas básicos de perfuração de rochas para desmontes:
00 perfuratrizes percussivas;
00 perfuratrizes rotopercussivas;
00 perfuratrizes down the hole (DTH).
Errado Certo
Linha do talude final
Desmonte
escultural
(pré-corte)
30,0 m
Avanço da escavação
Fogo 3
Desmonte escultural
destruído pelo fogo
Onda de choque posterior (Fogo 2) Fogo 1
refletida
Tração
Fig. 1.7 Esquema errado de execução do fogo escultural. Fig. 1.8 Esquema correto de execução do
Cada bancada que avança provoca danos na rocha desmonte escultural
remanescente e na própria
Vista Planta
6
4 4
3
2 2
1
5 5
4 4
5 3 2 3 5
1 2 3 5 7
a produção de cantos convexos de 90°. De
preferência, deve-se detonar com duas
faces livres. Tendo em vista que o canto
Face livre
Furo falhado preso apresenta no mínimo 120°, o rendi-
Fig. 1.19 Furo falhado provoca uma zona falhada mento na limpeza é notável.
de detonação
Fig. 2.1 Máquina do tipo tunnel boring machine Fig. 2.2 New Austrian Tunnelling Method
(TBM) (NATM)
que a céu aberto são usualmente dispersados pelo vento e por correntes de ar num
curto espaço de tempo, não chegando a prejudicar animais e humanos. O balanço
de oxigênio de uma mistura NCN (nitrocarbonitrato), sendo um pouco positiva,
gera predominantemente óxidos de nitrogênio de cor amarelo-avermelhada que
chamam a atenção do público não afeito ao problema. A umidade nos furos e o uso
de revestimentos de PVC são também provocadores dessa coloração.
Por ser esporádica, a detonação não é uma fonte significante de poluição do
ar. Outras operações da obra produzem mais poeira. Contudo, devem ser tomadas
providências para minimizá-la. Grandes operações de lavra a céu aberto em
minerações têm seus procedimentos para diminuir o efeito dos gases e poeiras
sobre o meio. Obras subterrâneas utilizam meios para o controle da qualidade do
ar nas frentes de detonação, e há legislação brasileira e internacional que regula
o tema.
avanços muito grandes nos emboques de túneis. Outra situação comum de dano
ocorre quando há o encontro de duas aberturas subterrâneas. Esse caso é mostrado
em planta na Fig. 2.6.
Escamamento
Escamamento
Face livre Face livre
Bloco
deslocado Túnel ou Emboque
galeria túnel ou galeria
Escavação do
1º estágio 1º túnel
Predominância
de escamamento
2º estágio
Escavação de
Fraturas radiais derivação
intensificadas (slot)
Fig. 2.6 Planta de duas
obras subterrâneas
Recomendações
00 Em confluências de galerias e túneis, não adotar grandes avanços.
00 Em emboques e confluências, não adotar cargas elevadas por espera.
00 Em emboques e confluências, adotar desmonte escultural com cordel detonan-
te (um ramo de cordel de 40 g/m em furos de 45 mm de diâmetro – pequena
carga no fundo com cerca de 20 cm de comprimento) e reduzir as cargas por
espera na zona de aproximação.
00 Em emboques e desemboques de slots, adotar pequenos avanços e/ou peque-
nas cargas por espera (Fig. 2.7).
Sismograma
O sismograma mostra três linhas ou traços de vibração, uma para cada uma das
três componentes nas direções longitudinal L, transversal T e vertical V (Fig. 2.11).
Tab. 3.4 Resumo da zona de danos na UHE Estreito (arenito silicificado ou não) em subsolo
e a céu aberto
UHE Estreito
Qualidade do Comprimento Equação de Resistência à Zona de danos
Ar no furo (m)
maciço do furo (m) propagação tração (MPa) (m)
Arenito – subsolo
Arenito 1 4,0 Máxima 10,0 0 1,50
Arenito 2 4,0 Máxima 5,0 1,9 1,50
Arenito 3 4,0 Máxima 2,0 2,8 1,50
Arenito – céu aberto
Arenito 1 10,0 máxima 10,0 0 3,20
Arenito 2 10,0 máxima 5,0 4,3 3,20
Arenito 3 10,0 máxima 2,0 6,68 3,20
Observações:
Arenito 1, silicificado, resistência à compressão uniaxial simples de 100 MPa;
Arenito 2, resistência à compressão uniaxial simples de 50 MPa;
Arenito 3, baixa resistência à compressão uniaxial simples, de 20 MPa.
10
Razão de carregamento (kg/m3)
0,1
1 10 100 1.000
Área da seção transversal do túnel (m2)
Fig. 3.8 Razão de carregamento por área para aberturas subterrâneas, segundo Cintra (s.d.)
UHE Baguari
100 UHE Estreito (arenitos)
UHE Estreito (basaltos)
UHE Foz do Chapecó
UHE Jirau
10
UHE Mascarenhas
UHE Serra do Falcão
0,1
UHE Baguari
UHE Estreito (arenitos)
100
UHE Estreito (basaltos)
UHE Foz do Chapecó
UHE Jirau
10 UHE Mascarenhas
UHE Serra do Falcão
0,1
Fig. 4.3 Gráfico das equações de
velocidade de vibração
0,01 média para obras a céu
5 10 100
Distância escalada D/Q1/2 aberto
uma rolha de rocha próxima de regiões habitadas. Essa rolha pode ser retirada
numa única detonação posterior ou ainda por desmonte a frio, com o auxílio de
serra diamantada, o que evita qualquer vibração e impacto de ar sobre o meio.
A Fig. 4.8 mostra as zonas de risco do mesmo túnel, em Salvador, onde foram
colocados em vermelho os critérios para as estruturas, de acordo com a NBR 9653,
e em verde, o critério de desconforto para o meio, estabelecido pela Cetesb, que só
foi monitorado porque a velocidade de partícula era a condicionante. Está assina-
lado ainda o estado das estruturas vizinhas, classificadas em mau estado, regular
ou satisfatório.
Como se pode ver na Fig. 4.9, a 250 m e mais se encontram valores de impac-
to de ar maiores que 128 dBL, valor-limite estabelecido para obras em zonas
habitadas, de acordo com a Cetesb. Apesar dos valores altos, não houve danos ao
meio ambiente.
As variáveis que influenciam o desenvolvimento do impacto de ar são apresen-
tadas no Quadro 4.1.
C
8567600
R=
23
R=1
R=30 20
1
C
R=
10
R=4
0
R=30
R=45
C
EIXO 25
22
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28
SANATàRIO
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22
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122 20 17 EIXO 22
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R=1
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R=0
3
R=1
1 ,5 7
R=1
,5 EIXO
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R=7 23 EIXO R=0,5
R=0, 24 R=30
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5
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2
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13
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EIXO R=0
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R=
125
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112 09
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5
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R=83
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13
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34
50 EIX
O
2
EIX
8567200
O
1
Tipo I - mau estado Tipo III - satisfatório Área de influência de impacto de ar (134 dBL)
Fig. 4.8 Zonas de risco para impacto de ar do túnel da Estrada da Rainha, Salvador-BA
5.1 Fragmentação
A metodologia para obtenção de uma curva de fragmentação em função do plano
de fogo utilizado e das características in situ do maciço rochoso foi elaborada
principalmente para a mineração, que é a grande interessada na previsão granulo-
métrica, tendo em vista os expressivos volumes envolvidos na atividade de lavra.
É o que atestam os artigos internacionais e as aplicações nacionais, entre elas, da
Vale do Rio Doce, de teses defendidas em diversas universidades de Minas Gerais
e Pernambuco.
Mas é na engenharia civil que há a necessidade de material rochoso para
diversas aplicações com requisitos específicos, como para as variadas aplicações
em hidrelétricas, tais como agregados para concreto, enrocamento para constru-
ção da barragem e ensecadeiras, rips-rap de proteção ou ainda blocos de grandes
dimensões para portos, todas aplicações cuja obtenção exige uma simulação
mais elaborada.
Oriard (2005) apresenta como a curva de fragmentação varia em função do
tipo de carregamento do desmonte (Fig. 5.1).
Se a fragmentação desejada for a mais fina, a razão de carregamento (kg de
explosivo por m³ desmontado) tem que ser maior, o espaçamento entre furos
tem que ser maior que o afastamento, e muitos retardos entre furos devem ser
A Fig. 5.2 apresenta a seção típica através da pilha de rocha, indicando a distri-
buição espacial dos fragmentos.
Tampão
Zona de rocha mais grossa,
fileira n° 1 de detonação
Lançamento
Num dos casos analisados por Minicucci, foram feitas detonações experimen-
tais e obtidas as curvas granulométricas correspondentes por simulação.
Detonações experimentais, aspecto na Fig. 5.3:
00 malha: 3 m × 4 m;
00 altura da bancada: 12 m;
00 Ibegel 2” × 24”, explosivo encartuchado;
00 espaçamento das fraturas do maciço in situ: 0,50 m;
00 densidade de carregamento: 0,5 g/cm;
00 explosivo RWS: 90% da força equivalente em relação ao Anfo;
00 VOD: 5.000 m/s (velocidade de detonação do explosivo);
00 razão de carga: 0,16 kg/m³ (é a relação entre a massa de explosivo dentro do
furo e o volume do furo ocupado por essa massa).
0,27
2,7
1,21 0,3
3,4
1,11 0,4
4,2
1,01 0,5
5
0,91 3,2
0,6
0,86 0,7
2,7
0,80 7,6
4,2
0,66 0,9
3,5
0,60 1,8
7,5
0,50 8,8
1
0,40 5,9
3,9
0,30 2,9
6,4
0,20 0,8
4,1
Fig. 5.6 Percentual por diâme-
0,14 4,6
0,06 0,01
2,3 tro da simulação da
0,1
0,00 0,001 detonação
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Percentagem (%)
Houses and low rise residential buildings, commercial 19 mm/s resultant PPV for frequencies greater
buildings not included below than 15 Hz