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UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

DEPARTAMENTO DE: PSICOLOGIA


FACULDADE: EDUCAÇÃO

Cadeira: Psicologia Social


Curso: Psicologia Social e Comunitária
Tema: Estereótipos, Preconceito e Discriminação

Discentes:
Calisto Muchanga
Camila Pacula
Iva Mauaie
Vitória Rute Mabasso (Vertente PENEE)
Zenale Wilson Muianga

Docente:
Moisés Cassilote

Maputo, Setembro 2022

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Índice
Introdução..................................................................................................................................3

Contextualização........................................................................................................................4

Conceito e Origem do Preconceito............................................................................................5

Natureza das atitudes..................................................................................................................5

Componentes básicas do Preconceito........................................................................................6

Tipos de preconceito..................................................................................................................6

Preconceito social.......................................................................................................................7

Os preconceitos raciais...............................................................................................................7

Medidas de Atitudes...................................................................................................................7

Objectos de Atitudes..................................................................................................................7

Estrutura das atitudes.................................................................................................................8

Importância das atitudes.............................................................................................................8

Causa do preconceito.................................................................................................................8

Origem da descriminação...........................................................................................................9

Diferença entre Discriminação e Descriminação.......................................................................9

Como eliminar estereótipos, preconceito e discriminação?.....................................................10

Como eliminar o Preconceito...................................................................................................10

Conclusão.................................................................................................................................12

Referências bibliográficas........................................................................................................13

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Introdução

No presente trabalho, da cadeira de Psicologia Social tem como estereótipos, preconceito e


discriminação e será baseado nos livros fornecidos pelo docente e pesquisas.

No decorrer do trabalho o grupo irá falar sobre os três conceitos acima mencionados,
tentando explica-los por palavras nossas.

Na tentativa de adaptar-se ao meio envolvente, o ser humano foi criando formas de


organização e orientação dando um sentido ao mundo. Para que isso acontecesse foi
necessário criar-se estereótipos através dos demais, e assim, criam imagem apreciativa ou
depreciativa de determinado grupo de pessoas. Devido a essa agrupação e separarão
(organização) surgem os estereótipos.

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Contextualização.

O termo “preconceito” diz respeito à estrutura geral da atitude (porque ele mesmo é uma
atitude) e de seu componente emocional, e embora utilizemos a palavra pejorativamente, há
preconceitos positivos e preconceitos negativos.

O estereótipo, diferentemente, é um componente cognitivo – ou seja, não é necessariamente


emocional, positivo ou negativo e fixa-se mais na generalização sobre o grupo todo (e não
sobre uma característica específica, como é o caso do preconceito). Enquanto o preconceito é
uma atitude positiva ou negativa sobre um grupo com base em suas características, o
estereótipo é o ato de atribuir características idênticas a todos os membros de um grupo.

Gordon Allport (1954), chama a estereotipagem de “lei do menor esforço”. Conforme ele, o
mundo é complexo demais para que criemos atitudes diferenciadas a respeito de cada coisa.
Ao invés disso, confiamos em crenças e esquemas simples e generalizantes, considerando
nossa capacidade limitada de processar muitas informações ao mesmo tempo. E usando isso
como atalho adotamos algumas regras na tentativa de compreender as outras pessoas, mas
desconsiderando as diferenças individuais, isso nos faz cometer generalizações injustas,
virando discriminação.

A discriminação é o ato de utilizarmos o estereótipo para recorrer a uma ação negativa


injustificada ou prejudicial contra membros de um grupo.

É muito comum pensarmos que a discriminação é destinada apenas aos grupos minoritários.
Acontece que, mesmo que esse aspecto do preconceito deva ser reconhecido, a discriminação
perpassa todos os indivíduos e pode, sim, fluir do grupo minoritário para o maioritário.

Todos somos, fomos ou seremos vítimas potenciais de estereotipagem e discriminação,


graças à nossa simples condição de membro de um grupo qualquer (religioso, de gênero,
sexual, etc.).

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Conceito e Origem do Preconceito.

Preconceito é uma atitude hostil ou negativa para com determinado grupo, baseada em
generalizações deformadas ou incompletas (Aronson, 1999).

O preconceito é um juízo pré-concebido, oriundo de pessoas que se limitam a enxergar o


mundo único e exclusivamente de acordo com seu próprio ponto de vista (equivocado e
distorcido).

A origem do preconceito está nos valores, ideologias, interesses ou crenças de um


determinado grupo social. O preconceito parte de uma visão de mundo pouco elaborada,
repleta de ideias e certezas que não sobrevivem a um mínimo de reflexão ou exame crítico.

O preconceito começou como consequência da escravidão, porque os negros eram


considerados, até pelos mais estudiosos da época, seres inferiores, associados a animais e
desprovidos de inteligência. Além disso, o preconceito tem origem em certos valores, na
linguagem, em termos pejorativos e também no ideal de beleza.

O preconceito é transmitido culturalmente. Não é arriscado dizer, portanto, que indivíduos se


tornam preconceituosos porque receberam influência do meio social no qual estão inseridos,
onde o preconceito é aceito ou mesmo estimulado.

Natureza das atitudes

Atitude é um sistema relativamente estável de estruturação de experiências e


comportamentos relacionados com um objectivo ou evento particular.

Para cada atitude a um conceito racional e cognitivo que são crenças, ideias, valores afectivos
associados de sentimentos que levam uma serie de tendências comportamentos:
predisposições.

Portanto, toda atitude é composta por três componentes: cognitivo, um afectivo e um


comportamental:

 A cognição – o termo atitude é sempre emprego com referência a um objecto. Torna-


se uma atitude em relação aqui? Este objecto pode ser uma abstração, uma pessoa, um
grupo ou uma instituição social.

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 O afecto – é um valor que pode gerar sentimentos positivos, que, por sua vez, gera
uma atitude positiva; ou gerar sentimentos negativos que pode gerar atitudes negativas.
 O comportamento – a predisposição: sentimentos positivos levam a aproximação; e
negativos ao esquivamente ou escape.

Dessa forma, entende-se o preconceito como uma atitude que indivíduo esta predisposto a
sentir, pensar, e conduzir-se em relação a determinado grupo de uma forma negativa
previsível.

Componentes básicas do Preconceito

Preconceito é uma atitude que engloba três componentes: o afecto sentimentos ou emoções
em relação a um grupo de indivíduos), a cognição (os estereótipos) e comportamento (a
discriminação)

Tipos de preconceito.

Existem diversos tipos de preconceito que acabam gerando discriminação e intolerância,


dentre os quais podemos destacar os seguintes:

 Preconceito contra mulheres (machismo, misoginia ou sexismo);

 Preconceito social (classismo);

 Preconceito racial (racismo);

 Preconceito contra pessoas trans (transfobia);

 Preconceito contra homossexuais (homofobia);

 Preconceito contra judeus (antissemitismo);

 Preconceito religioso;

 Preconceito contra gordos (gordofobia);

 Preconceito contra deficientes físicos (capacitismo);

 Preconceito contra estrangeiros (xenofobia), etc.

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Nesses tipos de preconceito, os mais comuns são o preconceito social e racial:

Preconceito social.

São decorrentes das diferenças de posição social e do desejo das pessoas de justificar e
manter essas diferenças.

Os preconceitos sociais nos fazem acreditar que um homem de terno e gravata é mais
confiável do que um mendigo. O nosso cérebro grava essa informação, independentemente de
que seja verdade ou não.

Os preconceitos raciais.

São preconceitos criados a partir da cor da pele das pessoas. Isso tem origens profundas, fruto
do sistema escravocrata que raptou milhares de pessoas da África para serem escravizadas em
outros países.

Assim, a consequência é a discriminação e a enorme desigualdade de oportunidades entre


brancos e negros.

Medidas de Atitudes

Conceito fundamental em psi-social

Diferente de atitudes no senso comum

Definição de Atitudes

Representação Mental Avaliação Objecto


Constructo não Diretamente Direção Grande variedade
observável
Inferida pelo comportamento Intensidade
ou medida
Acessibilidade

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Objectos de Atitudes

1. Abstractos (Democracia, Liberdade) ou concretos (Exames);

2. Gerais (Políticos) ou Específicos (Louçã));

3. Outras pessoas (atracação interpessoal);

4. Outros grupos (Preconceito /racismo);

5. Próprio (Auto-estima).

Estrutura das atitudes

Atitude como sendo formada por três componentes:

 Cognitiva: Factos e Crenças Ex. “É feito de minhocas”


 Afectiva: Sentimentos Ex. “O cheiro enjoa-me”
 Comportamental: Orientações Ex. “Não volto a comer lá”

Importância das atitudes

Atitudes permitem a afirmação, identificação e diferenciação social:

Integração em grupos;

Diferenciação intergrupal.

Atitudes têm impacto no comportamento

Atitudes determinam outras atitudes e determinam o processamento de informação:

Estereótipo: generalização sobre um grupo, onde características idênticas são dadas a todos


os membros de um grupo. Não é necessariamente emocional, positivo ou negativo, e não
necessariamente produz discriminação.

Preconceito: atitude negativa dirigida a um grupo, com base em uma característica desse


grupo. É dirigido ao grupo como um todo, ignorando diferenças individuais.

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Causas do preconceito

A primeira explicação das causas do preconceito dada por Aronson, Akert e Wilson (2011) é
a de tratar-se de um subproduto inevitável da maneira como processamos e organizamos as
informações. A tendência humana a agrupar informações e categorizá-las, formando
esquemas para interpretar informações incomuns ou novas através de atalhos no
funcionamento mental, podem certamente levar-nos a formar estereótipos negativos e, através
deles, ter ações discriminatórias.

O primeiro passo em qualquer preconceito é a criação de grupos, criando-os com base em


certas características. Sobre essa categorização e o ato agrupar os estímulos de acordo com
suas semelhanças, contrastando os estímulos segundo suas disparidades.

Discriminação: uma ação negativa dirigida a um membro de um grupo, simplesmente por


sua identificação como membro do grupo.

Podemos também definir a discriminação como sendo toda a atitude que exclui, separa e
inferioriza pessoas tendo como base ideias preconceituosas.

Esse tipo de violência geralmente é praticado contra as classes sociais baixas, população
negra, população LGBT (Lésbicas, gays, bissexuais e transsexuais), obesos, pessoas de outras
etnias e religiões, além de demais grupos sociais.

Origem da descriminação

A discriminação tem origem no preconceito. Muitas vezes a discriminação é vista como


sendo a mesma coisa que o preconceito. De fato, os dois termos estão relacionados.

Entretanto, consideramos preconceito uma atitude mais ligada a aspectos psicológicos e


mentais. A pessoa preconceituosa tem opiniões infundadas, estruturadas em ideias pré-
concebidas e fruto da ignorância.

Já a discriminação é algo mais concreto, uma atitude de segregação ou tratamento


diferenciado, inferiorizando um indivíduo ou grupo de indivíduos.

Assim, toda discriminação surge a partir de um preconceito e algumas são consideradas


crimes, podendo ser punidas judicialmente.

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Diferença entre Discriminação e Descriminação

É preciso prestar muita atenção no momento de usar as palavras “descriminação” e


“discriminação”, já que a grafia é muito parecida, apesar da palavra “descriminação” ser
muito pouco usado e pouco conhecida no seu sentido.

Contudo, mesmo com a similaridade ortográfica, o significado de ambas as palavras é bem


diferente um do outro.

O termo discriminação, como mencionado anteriormente, está relacionado ao ato de


distinguir, separar e excluir.

Por exemplo: “Toda forma de discriminação racial deve ser combatida”.

Já a descriminação é uma palavra formada pelo prefixo “des” – que quer dizer ação contrária
– mais o verbo “criminar”. Ou seja, a junção desses dois termos corresponde a “inocentar” ou
“absolver de um crime”.

Exemplo: “é preciso realizar um debate sério sobre a descriminalização da suruma”.

A palavra discriminação também pode ser usada no sentido de especificar e separar produtos,
mercadorias e objetos.

Exemplo: “discrimine quais os produtos que devem constar na nota fiscal”.

Como eliminar estereótipos, preconceito e discriminação?

A solução está na educação

Conscientizar-se sobre o sexismo. Questionar certos estereótipos que assumimos como


naturais, mas que, na realidade, são construções sociais.

Tratar a questão da igualdade sem complexidade. ...

Unir forças em prol de uma educação igualitária. ...

Trabalhar de forma transversal.

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Como eliminar o Preconceito.

 Tome um tempo para conhecer as pessoas

Antes de dizer ou pensar algo sobre uma pessoa, procure conhecê-la melhor. Você pode se
surpreender positivamente se lhe der uma chance. Muitas vezes, aprendemos mais com as
diferenças do que com as semelhanças.

 Não faça aos outros o que não quer que façam com você

Se você não gosta de ser criticado sem razão por pessoas que não o conhecem, não faça isso
com os outros. Respeite as pessoas da mesma forma que quer ser respeitado.

 Desenvolva a empatia

Pense sobre como a outra pessoa se sente e coloque-se no seu lugar. Não sabemos nada da
sua vida e tiramos conclusões sem termos informações suficientes. Escute com atenção e
aproveite a oportunidade de entender e conhecer outras pessoas.

 Descubra os seus preconceitos e comprometa-se a mudar

Reflita sobre o que você acha das pessoas que pertencem a determinados grupos ou raças e
comprometa-se a mudar.

 Aprecie a diversidade e aprenda com as diferenças.

A diversidade nos enriquece como pessoas.

Quanto mais pessoas diferentes conhecermos, mais conhecimentos adquirimos. Podemos


trocar ideias sobre assuntos diversos, talvez até sobre temas que não conhecemos.

 Aceite as diferenças

É impossível para nós e para o outro compreender ou compartilhar tudo, porque cada grupo
tem seus costumes. O importante não é compreender, mas aceitar as diferenças.

“Época triste a nossa! É mais fácil desintegrar um átomo do que quebrar um preconceito”.
(Albert Einstein)

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Conclusão

Terminado o trabalho, o grupo conclui que os estereótipos, preconceito e discriminação


causam um dano profundo em nossa sociedade: tiram a oportunidade de milhares de cidadãos
para se desenvolverem plenamente, deixando-os à margem da sociedade. E, por vezes, as
vítimas do preconceito, estereótipo e discriminação têm seus direitos fundamentais violados
no âmbito escolar, no ambiente de trabalho, na vida social, etc

Esses tipos de atitude contrariam o que a Declaração Universal dos Direitos Humanos traz em
seu artigo 1º “que todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos”.
Vamos encontrar também na própria Declaração dos Direitos Humanos a perspectiva de que
“todos têm capacidade de gozar os direitos estabelecidos, sem qualquer distinção”.

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Referências bibliográficas

Preconceito social: significado, exemplos e como combatê-lo (psicologia-online.com)

Psicologia social. I. Torres, Cláudio Vaz. II. Neiva, Elaine Rabelo. Artmed Editora S.A.,


2011

In book: Psicologia social: principais temas e vertentes (pp.219-237)

Estereótipos, preconceitos e discriminação. PSICOLOGIA B 12ºANOPsicologia Social


Rodrigues, Assmar & Jablonsky

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