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Índice

Introdução..................................................................................................................................................2
Objectivos gerais........................................................................................................................................2
Objectivos específicos............................................................................................................................2
Metodologia................................................................................................................................................2
Funções psíquicas......................................................................................................................................3
Consciência............................................................................................................................................3
As componentes elementares da consciência são:............................................................................3
Sectores funcionais:...........................................................................................................................3
Perturbações da Consciência (ao nível da vigília e da clareza)......................................................3
Pensamento............................................................................................................................................4
Perturbações do pensamento............................................................................................................4
Memória.................................................................................................................................................4
Perturbações da memória.................................................................................................................4
Linguagem..............................................................................................................................................6
Funções da linguagem.......................................................................................................................6
Perturbações da linguagem...............................................................................................................6
Perceção.................................................................................................................................................7
Perturbações da perceção.................................................................................................................7
Atenção...................................................................................................................................................8
Tipos da atenção................................................................................................................................9
Perturbação da atenção e consciência..............................................................................................9
Conclusão.................................................................................................................................................11
Referências bibliográficas.......................................................................................................................12

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Introdução
O presente trabalho enquadra-se na disciplina de Psicopatologia e tem como tema funções
psíquicas que são propriedades de acção de que dispõe o psiquismo humano no processo de
captação da realidade externa e que permite o equilíbrio humano. Neste trabalho são aqui
apresentadoas as funções psíquicas e suas perturbações. Para a realização deste trabalho foi
necessário perceber que não existem funções psíquicas insoladas e alterações psicopatológicas
compartimentadas.

Objectivos gerais

 Compreender de forma ampla e clara as funções psíquicas e suas perturbações.

Objectivos específicos

 Explicar o conceito das funções psíquicas;

 Classificar as suas perturbações;

 Identificar as características particulares de cada perturbação.

Metodologia

O presente trabalho foi realizado com base numa exaustiva revisão literária.

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Funções psíquicas
As funções psíquicas são propriedades de acção de que dispõe o psiquismo humano no processo
de captação da realidade externa e que permite o equilíbrio humano. O pensamento, a
Linguagem, a Percepção, a Atenção e outras propriedades que compõe o psiquismo, são áreas
autônomas e naturais, separadas umas das outras e com vida própria, mas, não existem funções
psíquicas isoladas, pois, todas comunicam-se em busca de um bom funcionamento
(Dalgalarrondo, 2019).

São funções psíquicas:

Consciência
(Mendes et al, 2012) Perfeito estado do conhecimento de si próprio e do ambiente, bem como a
responsividade específica a variados estímulos internos e externos. Ou seja, a consciência é um
dar conta de si mesmo e do mundo (Cobb).

As componentes elementares da consciência são:


 Estado vígil
 Orientação
 Capacidade de vivência

Sectores funcionais:
 Vigília: premissa fundamental para a clareza da consciência.
 Clareza da consciência: só com consciência clara se podem experimentar como tais os
objectos que se mostram no horizonte.
 Consciência de si mesmo: o sujeito reconhece-se a si mesmo como vivente e actuante,
com total coerência biográfica que, aliás, se mantêm continuamente (em condições
normais), ao longo da vida. À consciência de si mesmo corresponde a consciência da
experiência, da realidade e do vivenciar o tempo.

Perturbações da Consciência (ao nível da vigília e da clareza)


 Diminuição predominantemente quantitativa da consciência.
 Obnubilação
 Sonolência
 Estupor

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 Pré-coma e coma (I a IV)
 Estado de consciência para-sómnico
 Perturbações qualitativas da consciência
 Delirium Tremens
 Estado Crepuscular
 Estado Oniroide
 Estado Confusional (Amência)
 Aumento do nível da Consciência (Expansão da Consciência)

Pensamento
Processo psíquico que consiste em reflexo indireto e sintetizado da realidade através de análise e
síntese (Petrovski,1989).

Perturbações do pensamento
 Quanto a forma: Inibido, circunstanciado, digressivo, trangencial, fuga de ideias, de
discurso, preservação, bloqueio, afrouxamento das associações, incoerente e
desagregado.
 Quanto a posse: ideia obsessiva, compulsões, alienação do pensamento (imposição,
influenciamento, roubo, controlo e difusão do pensamento).
 Quanto ao conteúdo: ideia (prevalente, sobrevalorizada, delirante) (Módulo VIII.I,
2011).

Memória
Para Scharfetter (1999), memória entende-se como a função de fixação, conservação da
experiencias e vivencias do passado, da sua evocação e do seu reconhecimento no presente. As
Perturbações da memória dividem-se em: transtornos de fixação e transtornos de evocação.

Perturbações da memória
 Transtorno de fixação, perturbação da capacidade de fixar novos engramas (o que fica
retido memoria). Refere se a um período determinado apôs um traumatismo orgânico ou
psíquico, que consiste no ofuscamento da consciência por agitação, psicose alcoólica,
síndroma de korsakov, ou todas as expêriencias novas de indivíduo. Também
denominada amnésia anterograda.
 Transtornos da evocação e reconhecimento

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Os transtornos da evocação e reconhecimento, temos: por excesso a hipermnésia e por
deficiência a hipomnésia e a amnésia.
 Hipermnésia é a capacidade de evocar lembranças com grande vivacidade e pormenor.
Ou é uma avalanche de recordações desordenadas em grande confusão. Durante as fases
de hipermnésia dá-se normalmente uma diminuição e conservação de novos
conhecimentos.

Tipos de hipermnésia

As hipermnésias podem ser: delírios, sonambulismo e obsessões.

o Delírios- ocorrem quando sob influência estimulante de febre, a memória exalta-se e


reproduz desordenadamente lembranças inoportunas.
o Sonambulismo- é um sono alucinatório em que o individuo adormecido fala, se agita, se
levanta e realiza determinadas ações incompreensíveis para os que o rodeiam.
o Obsessões- é a presença no espírito de uma lembrança (ideias, palavras ou imagem) que
não se pode expulsar. As obsessões podem ser: intelectuais ou ideias fixas (remorso de
um acto praticado, obsessão da doença ou da morte) e inibidoras ou fobia (agorafobia
medo do espaço, de andar, de deslocar-se de um lado para o outro, a claustrofobia medo
de recintos fechados).
 Hipomnésias- são disfunções da capacidade de evocação que corresponde a uma lentidão
mnémica.
 Amnésias-são disfunções da capacidade de evocação que corresponde a uma
incapacidade de recordar as experiências vividas num certo período. É a perda total ou
parcial da função mnésica ou perda parcial da capacidade de fixação e de reprodução do
passado no presente. A amnésia pode ser total ou parcial em relação ao período
considerado antes e depois do acontecimento traumático.
o Amnésia total (retrógrada e anterograda simultaneamente) - Faz o indivíduo
esquecer de toda a sua vida, antes e depois do traumatismo.
o A amnésia retrógrada (para trás) - É aquela que atinge os conhecimentos anteriores a
um traumatismo cerebral que pode ser devido a um acidente mecânico, uma apoplexia,
um acto, uma tentativa de enforcamento, uma intoxicação por ácido de carbono,
embriagues grave. Essa amnésia raramente ultrapassa o período de algumas semanas ou

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anos; mas frequentemente, reduz se a horas ou dias, pode apagar toda ávida anterior do
indivíduo; a vez é irreversível, outras reversíveis.
o Amnésia anterograda (para adiante) - É aquela em que incapacita e invocação do que
aconteceu do traumatismo para adiante.
o Amnésias sistemáticas ou catatímicas- É aquela em que o individuo se esquece de
certos factos, nomes ou pormenores. São amnésias psiquicamente intencionais. Também
se chama amnésias psicogénicas estéricas ou lacunares.
o Paramnésias - São lembranças falsas total ou parcialmente. É a confusão da percepção
entre a lembrança do presente e do passado. Ex: o sujeito vê a pessoa, diz uma coisa pela
primeira vez, e tem ilusão invencível de ter-lhe visto alguma vez que lhe tivesse dito
antes alguma coisa.

Tipos de Paramnésias

a) Ilusões mnémicas: são lembranças acompanhadas de dados fictícios e fantásticos.

b) Alucinações mnésicas: o doente imagina cenas passadas com ele firmemente


convencido de estar apenas a recordá-las. São sistemáticas e imutáveis.

Linguagem
Segundo Cheniaux (2015) a linguagem é um sistema até certo ponto arbitrário de signos
fonéticos e gráficos que funcionam como um processo intermediário entre o pensamento e o
mundo externo.

Funções da linguagem
 Comunicação social, expressão de vivências internas (pensamentos, sentimentos);
 Organização da experiência sensorial e dos processos mentais, Tradução dos estímulos
externos;
 Indicação e descrição das coisas;
 Transmissão de conhecimentos e regulação da conduta.

Perturbações da linguagem
 Afasia de Broca;
 Afasia de Wernicke;
 Simbolismo pessoal;

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 Incoerência;
 Parafasia;
 Neologismo;
 Criptolalia;
 Criptografia.

Perceção
Segundo Scharfetter (1999), dá-se o nome de perceção ao conjunto de fenómenos pelos quais
tomamos conhecimento dos estímulos distintos do próprio acto de conhecer através se
modificações do órgãos dos sentidos. Esta é simultaneamente objetiva e subjetiva, porque diz
respeito a um objecto-estimulo distinto de quem percebe e também porque nela entram factores
afetivos do individuo como a sensação (aspecto neurofisiológico da perceção).

Perturbações da perceção
Estas variam quanto:

 Ao número e intensidade: que se dá o nome de hipo e hiperestesias que podem ser por
deficiência e por excesso, respetivamente; e anestesias por ausência.
 Hiperestesia

Os objectos e estímulos da perceção são reais, mas não são percebidos com particular
intensidade. Os doentes que sofrem deste transtorno sentem-se incomodados por estímulos a que
outros normalmente não ligam. A hiperestesia existe nos neuróticos, nos estados de excitação
maníaca, nos hipocondríacos.

 Hipostesia

Os estímulos reais quase não são percebidos. Estes doentes mostram não sentirem ou perceberem
estímulos relativamente intensos para outras pessoas: frio, calor, barulho, etc. A hipoestesia estão
presentes nos casos de depressão, nos angustiados, nos arrebatamentos de cólera, no estado de
estupro e de demência.

 A quantidade: que é composta pelas ilusões e alucinações patológicas.


 Ilusão

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É a deformação de um objecto real. Há ilusões normais em todas pessoas sob a acção de estados
emocionais, chamadas catatímicas; os factores emocionais como o medo, a dor deformam as
nossas perceções. Existem também ilusões doentias devidas a estados emocionais intensos. São
mais frequentes nos angustiados, nos maníacos, por oscilação da atenção, nos imbecis, na
esquizofrenia, nas enfermidades cerebrais, entre outros. Ex: Confundir um arbusto com uma
pessoa (ilusão simples); Ver no enfermeiro um espião que vem matar o doente (ilusão delirante).

 Alucinação

Perceção sensorial de um objecto irreal, acompanhada da convicção firme atual da sua presença
espacial. Para o alucinado trata-se duma perceção real, que até modifica o seu comportamento.
São mais frequentes na esquizofrenia. Os sonhos são formas de alucinação de uma pessoa
normal, que são recordadas e criticadas n estado de vigília. As alucinações dos doentes só são
autocriticadas no processo da cura.

o Alucinose

Não convicção da existência de um objecto no espaço.

o Pseudo-alucinações

Alucinação acompanhada de viva impressão de ouvir ou ver, mas não propriamente de convicção
de estar perante o objecto. As vozes vêm do próprio doente, representadas, fenómenos do seu
pensar, ideias delirantes ou alucinações psíquicas (sem convicção do objecto exterior). Como
variedade, existem também as alucinações extracampinas ou fora do campo, onde o doente vê
atrás de si ou atrás da parede. Por vezes as alucinações são provocadas por uma serie de
substâncias químicas e orgânicas, como a mescalina, o LSD 25, o haxixe e a psilocibina.

Atenção
Segundo Scharfetter (1999), chama-se atenção à função ou processo psicológico de concentrar a
actividade psíquica ou consciência sobre quaisquer estímulos interiores e exteriores a fim de
elaborar o pensamento. A consciência pode considerar-se apenas como a função de atenção
vigilante, o estar acordado. É neste sentido que ela hoje é comummente considerada psicologia
patológica por alguns.

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Tipos da atenção
 A atenção seletiva se refere à capacidade de prestar atenção em alguns estímulos e
ignorar os demais;
 A vigilância e detenção de sinal envolve a espera passiva de um estímulo que pode surgir
a qualquer momento;
 A Sondagem, por sua vez, consiste na procura ativa por um estímulo em particular;
 A Atenção dividida representa a distribuição de nossos recursos de atenção entre duas ou
mais tarefas que realizamos ao mesmo tempo.

Perturbação da atenção e consciência


 Distração ou distraibilidade, Incapacidade de concentração; também se chama distração
a um fenómeno que melhor se chamaria desvio de atenção. Tanto a distração como o
desvio da atenção, não sendo excessivos, são em grande parte, fenómenos normais.
 Hiperprosexia, oscilação constante da atenção de objecto para objecto.
 Hipoprosexia, diminuição acentuada de qualquer forma de atenção.
 Aprosexia, falta absoluta de atenção.
 Estado hipnagógico, fase do adormecimento em que podem aparecer alucinações,
mesmo em pessoas normais. Neste estado, começa a degradação do conhecimento
conjunto; começa uma degradação de imagens. Aparece nas hipobulias e nos casos de
intoxicação.
 Obnubilação, Estado de consciência ofuscada em que a clareza está diminuída e os
conhecimentos são desligados; o doente está mais ou menos desorientado, passivo,
sonolento e a dormitar. Encontramos nos casos de psicoses tóxico-infeciosas, na
embriaguez patológica grave, na síndroma de Korsakof, epilepsia e psicoses carcerárias.
 Confusão mental, Estado de falta de síntese mental acompanhado de ilusões,
alucinações oníricas, inquietação motora e desorientação no tempo e no espaço; tudo que
o doente percebe é confuso, por serem conhecimentos justapostos, e essa confusão é
expressa no discurso ou na linguagem. Observa-se nas doenças infeciosas durante a fase
aguda.
 Estado crepuscular epilético, Consiste no estreitamento do campo da consciência, mas
com a conservação de certa lucidez numa actividade; o doente encontra-se como que
entre o dias e a noite, isto é, entre o sono epilético que precedeu e o acordar.

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 Estado crepuscular histérico, Este funciona como defesa da lembrança dum
acontecimento incómodo e com satisfação substitutiva. Encontra-se nos epiléticos.
 Estado de coma, Abolição total da consciência. Na fase mais profunda, coma carus,
assemelha-se à morte.

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Conclusão
Chegados ao fim deste ilustre trabalho de pesquisa, com muito gozo e entusiasmo podemos
concluir que: as funcoes psiquicas são áreas autônomas e naturais, separadas umas das outras e
com vida própria, mas, comunicam-se umas com as outras em busca de um bom funcionamento.
Importa referir que não existem funções psíquicas insoladas. As funções perturbadas fazem
pressentir transtornos subjacentes, ligados a personalidade interna que é atingida na sua estrutura
e em seu modo de existir. As funções mais afetadas nos transtornos psico-orgânicos são a
consciência, a atenção, a memoria, a inteligência e a linguagem. As funções mais afetadas nos
transtornos de humor e da personalidade são a afectividade, vontade, psicomotricidade e a
personalidade. E por fim as funções mais afetadas nos transtornos psicóticos são a
sensoriopercepcao, o pensamento, o juízo da realidade, a vivenciado eu e as alterações do eu.

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Referências bibliográficas
Petrovsky, A. V. (1980). Psicologia Geral. Moscovo.

Davidoff, Linda (1983). Introdução a Psicologia. McGraw-Hill. São Paulo. Nos epiléticos. 

Cheniaux, E. (2015). Manual de Psicopatologia. 5ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara koogan.

Dalgalarrondo, P. (2019). Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. 3ª ed. Porto


Alegre: Artmed.

Scharfetter, C. (2002). Introdução à Psicopatologia Geral. 3ª edição. Lisboa: Climepsi;

Teixeira, J. A. C. (2005). Psicopatologia Geral: Introdução, Métodos e Modelos, Psicopatologia Descritiva.


Lisboa: ISPA.

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