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INTRODUÇÃO
COLONIALISMO E COLONIALIDADE
É sabido a violência que os negros e povos indígenas sofreram ao longo dos tempos, esta
que é imensurável quanto perdas culturais, provacadas pelo colonialismo. A partir destes
acontecimentos se tem como consequência a colonialidade, que apesar de estar relacionada ao
colonialismo é distinta. Segundo Quijano (2007) colonialismo se refere a um padrão de dominação
e exploração:
1
Estudante do curso de pedagogia da Universidade de Brasília sob a matrícula 19/0036001 . E-mail:
nicoleferrazdatrindade@gmail.com
2
Estudante do curso de pedagogia da Universidade de Brasília sob a matrícula 19/0019123. E-mail:
rafa.fernandes404@gmail.com
Também contribuindo com a diferenciação de ambos os conceitos Nelson Maldonado-Torres
(2007) discorre:
Deste modo, se tem o colonialismo como bem mais do que uma estipulação militar, jurídica,
política ou administrativa, pois através da colonialidade que perpassa todos os elementos
constitutivos do povo-alvo, mesmo com a emancipação e/ou descolonização do mesmo, os
resquícios da colonização serão percebidos na essência deste, o racismo estrutural presente na
cultura brasileira é um perfeito exemplo resquicial.
São, sem dúvida, conquistas importantes para os movimentos, mas que mesmo assim caem
nos resquícios de colonização que estão presentes no aparelho ideológico de Estado vigente que
acaba por boicotar as conquistas constitucionais, bem como sua implementação. A educação
descolonizadora, partindo dos pressupostos da pedagogia decolonial, tem como objetivo central a
quebra destas ideias.
A luta por uma educação antirracista perpetua-se até a atualidade, haja vista que a sociedade
atual ainda traz em sua estrutura esse estigma do preconceito racial. A educação é o principal meio
para que possamos formar seres com caráter e empatia, para tanto torna-se necessário que a cultura
negra, indígena, entre outras sejam inseridas no currículo escolar não apenas em datas
comemorativas, mas em toda a trajetória escolar, seja em livros literários que narram histórias sobre
essas culturas, seja em pesquisas sobre figuras importantes que fizerem revolução para que tivessem
voz. A literatura no âmbito da educação infantil, que é a base e início da vida acadêmica de um
cidadão, bem como é onde os dogmas e preceitos que a pessoa levará por toda vida em forma de
essência, é de extrema importância a verificação dos estereótipos que são ensinados e repassados
pelos profissionais de educação, bem como os autores utilizados e histórias que perpetuam um
sistema discriminatório e racista, preceitos presentes nessas literaturas que quase sempre remetem à
brancura como discorre Rosemberg:
Ainda relacionado ao eu e ao corpo, este que faz parte da construção de pertencimento social
e se relaciona com a construção da cultura, é visível a violência que o Brasil sofreu e ainda sofre
durante sua construção identitária. Partindo do ponto onde o Brasil em seu pseudo-descobrimento
sofreu a cultura de embranquecimento da população, assimilação e imposição cultura eurocentrada:
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Portanto, buscou-se retratar aspectos para uma educação antirracista e estigmas que
contribuem para a perpetuação dessas violências particadas contra qualquer tipo de pessoas que não
tenha aspectos eurocentrados, leis que viabilizam de certa forma o ensino de uma educação
antirracista, por mais mecânicas e empobrecidas que sejam, e algumas perpecepções para efetivar e
tornar possível essa contrução de educação antirracista.
É de extrema necessidade e urgência participação popular na construção das diretrizes, bases
curriculares, currículos das escolas e qualquer outro documento oficial que seja utilizado para se
construir o saber dentro e fora do meio acadêmico.
REFERÊNCIAS
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CASTRO-GÓMEZ, S.; GROSFOGUEL, R. (Orgs.) El giro decolonial. Reflexiones para una diversidad epistémica más
allá del capitalismo global. Bogotá: Universidad Javeriana-Instituto Pensar, Universidad Central-IESCO, Siglo del
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discriminação racial no ambiente escolar. Disponível em
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PIZA, Edith. Porta de vidro: entrada para branquitude. In: CARONE, Iray; BENTO, Maria Aparecida da Silva (org.).
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Letras, 2009