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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - UFSCar

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE (CCBS)


DEPARTAMENTO DE GERONTOLOGIA (DGERO)
DISCIPLINA: SAÚDE MENTAL E ENVELHECIMENTO

RESENHA CRÍTICA
“FILME: ELSA E FRED”

Discentes: Gabrielle Maia Moraes RA: 801489


Graziele Norberto Pereira RA: 802525
Isabelle Vicentin Cuvide RA: 802310
Jhenifer de Cassia Serantola RA: 802727
Júlia Maria Armelin RA: 801736
Maria Eduarda Vercesi RA: 791966
Mariana Beretta Rossi RA: 804280

Docente: Profa. Dra. Thais Juliana Medeiros

SÃO CARLOS- SP

2023
O filme “Elsa e Fred” de 2014 interpretado por Shirley MacLaine como Elsa e
Christopher Plummer como Fred, é um remake do original lançado em 2005, um filme
argentino que se passa na cidade de Madrid, dirigido por Marcos Carnevale e distribuído pela
Paris Filmes. Segundo Plummer em entrevista para John Anderson, o ator não considera o
filme de 2014 um remake, uma vez que disse “Eu, Shirley e Michael o reescrevemos
totalmente. Portanto, prefiro pensar nisso como a versão em inglês”.
A história do longa inicia quando Fred muda por decisão da filha, após 7 meses do
falecimento de sua esposa, para o apartamento ao lado de Elsa, uma mulher de 74 anos que
vive sozinha e de maneira bastante autônoma. Elsa é uma mulher singular e autêntica, cheia
de essência e de imaginação, que vê a vida com olhos leves e com muita energia para novas
aventuras. A personagem é apaixonada pela atriz Anita Ekberg atuando em uma cena do
filme “A Doce Vida”, de 1961, e seu sonho é viver essa mesma cena, na Fontana di Trevi, em
Roma. Fred é um homem de 80 anos que prefere se isolar em casa e demonstra
comportamentos depressivos por achar que sua vida não tem mais sentido após algumas
frustrações, como não conseguir seguir com seu sonho de ser um músico clássico, além de
ter vivenciado um casamento infeliz.
No decorrer da trama, Elsa consegue alcançar o coração de Fred e mostrar a ele a
alegria e beleza que o mundo pode ter, mesmo na fase da velhice. Após descobrir que Elsa
tem uma doença terminal, Fred a leva para Roma a fim de realizar o sonho de viver a cena na
Fontana e os dois vivem um momento de amor e cumplicidade genuínos, redescobrindo o
amor um no outro.
O encontro desses dois personagens tão diferentes desencadeia uma jornada de
autoconhecimento e redescoberta para ambos, o que também evidencia as nuances, desafios e
complexidades que o amor na terceira idade pode apresentar. Tendo em vista as bagagens
emocionais e traumas do passado do casal, é notório que tais fatores acabam afetando as
perspectivas sobre o amor e a vida em geral. Elsa, com sua alegria e espontaneidade, torna-se
uma inspiração para Fred enquanto ele vivencia o luto.
A posteriori, no que tange aos estereótipos relacionados à velhice, o filme evidencia
algumas simplificações ou pré-conceitos que os mais velhos enfrentam. Embora Elsa e Fred
sejam personagens cativantes, eles podem não representar fielmente todas as experiências e
desafios enfrentados pelas pessoas idosas. É necessário sempre atentar-se quanto a
diversidade de vivências na terceira idade, para evitar generalizações ao tratar-se da velhice.
Além disso, o filme aborda temáticas importantes relacionadas à gerontologia, como:
solidão, autonomia e envolvimento social. A solidão é um aspecto significativo do filme,
representado inicialmente na vida de ambos os protagonistas. Fred é viúvo e vive sozinho,
enfrentando a ausência da parceira de longa data. A solidão é retratada como uma realidade
comum na velhice, que pode ser desafiadora e dolorosa. O personagem é afetado pela
sensação de vazio deixado pela perda de sua cônjuge, e isso influencia sua perspectiva sobre
a vida.
A autonomia também é contemplada no filme. Elsa é uma mulher independente, cheia
de vida e energia, que vive de acordo com suas próprias regras e perspectivas. Ela é uma
personagem determinada e, apesar da idade avançada, busca aproveitar cada momento. Sua
autonomia é uma característica inspiradora e mostra como a capacidade de tomar decisões e
controlar sua vida é valiosa para a autoestima e a felicidade na velhice.
O filme ainda enfatiza a importância do envolvimento social na vida dos idosos. Elsa
é uma mulher sociável e extrovertida, enquanto Fred é mais reservado e isolado. A amizade
entre eles proporciona um aumento significativo em seu envolvimento social, levando-os a
participar de atividades juntos e interagir com outras pessoas. Através da conexão com Elsa,
Fred é incentivado a sair de sua zona de conforto e a participar de novas experiências, o que o
aproxima de outras pessoas. Esse envolvimento social é benéfico para ambos os personagens,
pois lhes proporciona apoio emocional, companhia e uma rede de suporte que antes não
tinham.
Diante do supramencionado, é notório que o filme destaca a relevância de questões
que muitas vezes são negligenciadas ou mal compreendidas pelo corpo social. Embora não
seja uma análise aprofundada do envelhecimento, o filme consegue cativar o público e
estimular reflexões sobre o processo de envelhecer e a importância de valorizar e respeitar as
pessoas idosas em nossa sociedade. Por fim, o filme "Elsa e Fred" aborda temas importantes
relacionados ao envelhecimento e à gerontologia, destacando a importância das questões
emocionais e sociais enfrentadas pelas pessoas idosas. O filme serve como ponto de partida
para discussões e reflexões críticas sobre a envelhescência e as necessidades dos mais velhos
na comunidade

Referência bibliográfica
1. Elsa e Fred. Direção: Michael Radford. Estados Unidos: Estúdio XYZ, 2014. 120 min.

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