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As falas trazidas por ela, criam no espectador sensação de perda dos sentidos,
uma vez que se passa a questionar o sentido do ser humano, a função de Deus e
como pode o ser humano não ter consciência humanitária. Refere-se ao homem com
ser sanguíneo, analogia ao corpo e sangue, o chama de “esperto ao contrário”, faz uma
denúncia ao descarte e desperdício da sociedade e levanta a questão da exclusão
social, afinal, é muito fácil para a sociedade tornar alguém invisível. Apresenta o
trocadilho (termo usado repetidamente por ela para expressar situações de hipocrisia
ou quando usa o sarcasmo sobre algo) de que quanto mais se tem mais se
menospreza, em uma das cenas ela encontra comidas enlatadas, provavelmente fora
da validade, e conta que vai preparar uma macarronada, em outro momento ela e seu
amigo do aterro João, experimentam roupas que encontram. A questão religiosa é
tratada sem filtros, de maneira muito única, ela é capaz de fazer com que repensemos
a imagem que temos sobre o cristianismo e sobre quem foi Jesus, as pessoas que
seguiram o certo, que seguiram a bíblia e fizeram o bem “largou de morrer”, as pessoas
ainda sofrem, passam fome, são estupradas e violentadas, vivem do lixo e onde está a
salvação? Onde está Deus? Quando a figura religiosa é levada para discussão,
Estamira sempre apresenta um comportamento de revolta, fala palavrões e mostra o
pensamento de que os homens têm uma ideia errada da religião, acredita que quem
fez Deus foi o homem. Sobre a invisibilidade das pessoas, além de ser mulher de baixa
renda, que vive e trabalha em um aterro sanitário, também apresenta problemas
mentais, ela diz que se sente ofendida quando a médica, Dra Alice, entrega os
medicamentos para o tratamento. “Estamira, estamar, estaserra. Estamira está em todo
lugar” fala dita no início do documentário ressalta que todos os dias, todas as horas as
pessoas ao nosso redor precisam de ajuda, precisam ser vistas e precisam de
CENTRO UNIVERSITÁRIO SALESIANO DE SÃO PAULO – UNISAL