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2023
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO:....................................................................................................................3
1.1. O Histórico de vida:..................................................................................................... 4
1.2. Contexto familiar E social :..........................................................................................5
1.3. Relação com Deus :.................................................................................................... 5
1.4. Adesão e Relação com o tratamento :........................................................................ 5
1.5. Hipótese Diagnóstica :................................................................................................ 6
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:...................................................................................... 9
2
1. INTRODUÇÃO:
1,8
diversos abusos e tormentas quando internada.
Eventualmente seu marido a expulsa de casa, e então ela vai para um aterro sanitário,
onde tem a sua terceira filha, Maria Rita, que convive pouco com Estamira, porque Hernani
a afasta da mãe, preocupado que sua loucura poderia ser prejudicial para a criança. Além
disso, tentou interná-la compulsivamente, machucando profundamente sua mente, que
mesmo notando o paralelo com o que ela fez com a própria mãe, considera as situações como
diferentes, justificando que conseguia distinguir realidade de loucura, diferentemente da mãe,
que para Estamira era louca. Esse evento mostra que na sociedade atual, a definição de Mjuito bom!
loucura e sanidade é abstrata, de tal forma que Estamira considera a mãe como louca, mas
não consegue afirmar que ela mesma é sã (Phillips, 2008). Na época do documentário, ela
vivia nas proximidades de um aterro sanitário. Obtendo seu sustento coletando materiais
recicláveis, desenvolvendo uma profunda relação com os objetos que encontrava, vendo
significados e conexões que a maioria das pessoas não enxergava.
Todo esse sofrimento de Estamira resultou no desenvolvimento de uma psicose, que Aqui caberia
dizer algo sobre
manifestou-se após um estupro que sofreu. Além da experiência em si ter sido traumatizante, o prodromo
dela, correto?
ela marca o início da ruptura da fé cristã de Estamira, afinal em meio ao estupro ela pede
ajuda a Deus, e o abusador respondeu “que Deus? Esquece Deus.” Após esse evento ela
passou a apresentar diversos sintomas psicóticos, como delírios, alucinações e linguagem
desorganizada. Esses sintomas se expressavam pela crença de que o FBI a perseguia, delírios
de onipotência e a crença de que coqueiros eram símbolos de poder. Sua visão de mundo foi Alguma coisa
sobre o tipo de
ficando cada vez mais delirante com o tempo, intensificando os seus sintomas, que evolução?
Sua vida se desenrola literalmente entre os restos da sociedade, uma metáfora impactante da
maneira como a sociedade muitas vezes trata aqueles que não se encaixam em suas normas.
1,8
A história de Estamira é um testemunho da luta contra a dominação masculina, a
psiquiatrização e a exclusão social. Ela representa uma voz resistente em meio às forças Atenção aqui
com a
opressoras da família, da religião e da sociedade em geral, revelando as complexas dinâmicas romantização do
sofrimento.
de poder que moldam sua vida e a vida de tantos outros estigmatizados. Existe uma
possível
polarização de
pontos de vista
1.3. Relação com Deus: quando fazemos
isso. Lembrem
daquele
A personagem apresenta relações complexas com Deus e a religiosidade que se comentário
sobre a
transformam ao longo da narrativa. Inicialmente, ela é retratada como profundamente tendência
masoquista e
religiosa, mas ao longo de sua vida, especialmente após o segundo estupro que sofreu, seu sádica.
sentimento em relação ao divino evoluiu para um profundo ódio.
Podemos identificar a presença do mecanismo de defesa conhecido como "cisão"
(Gabbard, 1992) nessa dinâmica em que.Estamira divide sua relação com Deus em dois polos
opostos: por um lado, ela nutre um ódio profundo em relação ao Deus cristão, a quem atribui
2 a responsabilidade por não tê-la protegido das violências e adversidades em sua vida. Por
outro lado, há uma relação afetuosa e cúmplice com seu "Pai astral”. Essa cisão permite que
Estamira lide com a ambivalência emocional de forma menos conflituosa, separando suas
caberia ver algo
da relação que
emoções negativas das positivas em relação ao divino. a psicose
estabelece com
A cisão reflete a necessidade de Estamira de encontrar estabilidade emocional em um deus, mas está
ótimo assim
mundo marcado por traumas e desafios. É importante reconhecer que as mudanças em sua
relação com o divino são moldadas por suas experiências de vida e seu estado psicológico, o
que lança luz sobre a influência das experiências pessoais na construção das crenças
religiosas de uma pessoa.
agressões e choques, chegando até a implorar para que sua filha a tirasse de lá. Essa situação
deixou Estamira com um grande sentimento de culpa que a acompanhou ao longo dos anos.
Fora as tentativas de internação compulsória, Estamira chegou a procurar tratamento
em um CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) com uma psiquiátrica e com retorno a cada
40 dias e a partir disso relatou que a médica ignorava suas reclamações e só prescrevia
remédios que ela sabia que não precisava, fazendo parte do que ela chama de “quadrilha dos
dopantes” para cegar os homens. O que ela acaba por denunciar é essa visão reducionista,
onde o médico reduz o paciente a apenas a doença e o desumaniza (Basoli; Banelli, 2019).
1,8 Ademais, outros fatores que podem ter influenciado sua baixa adesão foi a crença de
que, diferentemente de sua mãe, ela consegue distinguir suas “perturbações”. Também cita
que a lucidez na realidade não te deixa ver e que prefere viver por menos tempo, mas em
liberdade, do que viver “bem” por mais tempo, só que dentro de uma clínica.
Diante disso, é de suma importância a elaboração de práticas na saúde mental que
foquem mais nas peculiaridades e complexidades de cada paciente, se atentando ao respeito
aos limites e oferecendo o suporte emocional necessário e outro aspecto a ser priorizado é a
promoção da autonomia, desconstruindo a relação de tutela e o lugar do objeto que captura a
possibilidade de ser sujeito (Torres, 2001).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
BASOLI, Laura Pampana e BENELLI, Silvio José. Medicalização como Sintoma Social
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Universidade Federal de Campina Grande, Cajazeiras, Paraíba, Brasil, 2018.
SADOCK, Benjamin J.; SADOCK, Virginia A.; RUIZ, Pedro. Compêndio de Psiquiatria-:
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