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O Sistema AMDP
Manual de documentação de
achados diagnósticos psiquiátricos
Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer for-
ma ou quaisquer meios (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópias e gravação)
ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita.
ISBN: 978-85-85439-32-3
Apresentação
No dia 1o de outubro de 1978, iniciei minhas atividades no Instituto
Central de Saúde Mental de Mannheim, uma das Clínicas Psiquiátri-
cas da Universidade de Heidelberg, na Alemanha. Como era praxe
com todo novato, recebi um kit inicial de materiais: quatro aventais
brancos (que eram de uso obrigatório na clínica), um crachá, um
fichário com todas as normas e regras do hospital, uma chave uni-
versal que me dava acesso a todas as enfermarias, um Dictaphone
Gründig (onde ditávamos as evoluções para serem datilografadas
pelas secretárias e ordenadas no prontuário do paciente), o manual
da Classificação Internacional de Doenças (na ocasião, CID-9) e o
manual de algo novo para mim, cujo nome, por estar me iniciando
na língua alemã, me impressionou: Arbeitsgemeinschaft für Methodik
und Dokumentation in der Psychiatrie (AMDP). Naquele momento,
eu mal imaginava que aquele livreto me acompanharia durante os 18
anos que fiquei em Mannheim.
O AMDP era de uso obrigatório na internação e na alta do pacien-
te. Ao darmos alta para o paciente, o prontuário era encaminhado
para o Arquivo, onde um funcionário checava se todas as evoluções
haviam sido ditadas e se os AMDPs de entrada e de alta haviam sido
preenchidos. Os achados psicopatológicos, colhidos assim de forma
estandardizada, eram então armazenados eletronicamente, compon-
do a parte fundamental do Registro Cumulativo de Casos de Man-
nheim, na ocasião um dos mais completos da Europa.
Para mim o AMDP teve uma utilidade dupla. Por um lado, como jovem
psiquiatra, ele me ofereceu um método sistemático para a anamnese
dos pacientes. Os itens do AMDP eram então uma espécie de check
list completa para o exame psiquiátrico. Por outro lado, como inician-
te na língua alemã, o AMDP me forneceu de imediato a tradução das
5
expressões e dos sintomas psicopatológicos. Era o meu dicionário ale-
mão de psicopatologia. Desde então, vinha pensando em como seria
útil para a psiquiatria brasileira a tradução deste instrumento, que
reflete de forma concisa a psicopatologia das escolas alemãs que tão
fortemente nos influenciaram.
Por isso fiquei feliz quando constatei a motivação para esta tarefa de
dois colegas jovens, dinâmicos e, sobretudo, profundos conhecedores
da psicopatologia: Paulo Clemente Sallet e Eduardo Aratangy. Inicia-
mos este projeto em abril de 2013, com a ida dos dois para a Alema-
nha, para participarem, em Emden, de um curso de treinamento no
sistema AMDP. A partir daí, contagiados pela riqueza do método,
eles fizeram uma primeira tradução e introduziram o AMDP no nos-
so Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da FMUSP. A esta
tradução seguiu-se o contato com a editora Hogrefe, que solicitou
esta versão revisada do AMDP em português.
Sallet e Aratangy fizeram uma tradução primorosa, que agora está
ao alcance dos psiquiatras brasileiros e dos de língua portuguesa em
geral. Creio que esta é uma importante contribuição para a nossa
psiquiatria. Desejo que ela alcance em breve um amplo uso, dando
valioso auxilio para a formação de novos psiquiatras e para o registro
estandardizado de dados, fornecendo uma plataforma para estudos
epidemiológicos voltados ao planejamento de serviços de Saúde Men-
tal adequados às necessidades de nossos pacientes.
São Paulo, março de 2016
Wagner F. Gattaz
Professor Titular de Psiquiatria
Presidente do Conselho Diretor do Instituto de Psiquiatria do
Hospital das Clínicas da FMUSP
6
Prefácio à 9a edição do
original alemão
A publicação da 9a edição do Sistema AMDP, revisada e complementa-
da, coincide com o 50o aniversário da Associação para Metodologia e
Documentação em Psiquiatria (AMDP). Desde 1965 ocorreram em psi-
quiatria, em especial na aplicação dos conhecimentos adquiridos com
a experiência psicopatológica, grandes mudanças. Inicialmente, o Siste-
ma AMDP foi desenvolvido por um grupo de trabalho alemão e suíço
como um sistema confiável e válido de documentação para descrever
alterações psicopatológicas sob tratamento medicamentoso.
7
rante todo o período de formação clínica – e além dela –, o Sistema
AMDP mantém seu importante papel como a base de representa-
ção dos achados psicopatológicos no histórico do paciente e rela-
tórios médicos. Por uma boa razão, portanto, a terminologia do
Sistema AMDP é utilizada em quase todos os livros de psiquiatria
e psicoterapia1.
Além disso, esta nona edição dos manuais AMDP alterou outros pon-
tos em relação às edições anteriores: capa, projeto gráfico, qualidade
do papel e esquema de cores do manual foram visivelmente melhora-
dos. Aqui cabe um agradecimento particular à editora Hogrefe pelos
muitos anos em que inclui este livro em seu programa.
M. Rösler
R.-D. Stieglitz
W. Trabert
8
Sumário
Introdução.................................................................................. 11
Fundadores da AMP............................................................................ 12
Presidentes do Sistema AMDP........................................................... 13
Presidentes da AMDP.......................................................................... 13
Grupo de revisão da 9 a edição do AMDP............................................ 14
1. Introdução geral............................................................... 15
1.1. Estrutura geral do Sistema AMDP......................................... 15
1.2. Representação das características sintomatológicas
no Manual................................................................................ 16
1.3. Pressupostos para o uso........................................................ 17
1.4. Estrutura básica...................................................................... 19
1.5. A lógica formal da decisão...................................................... 23
1.6. Processamento de dados....................................................... 29
1.7. A anamnese AMDP.................................................................. 30
2. Achados psíquicos........................................................... 33
2.1. Introdução................................................................................ 33
2.2. Alterações da consciência [Bewusstseinsstörungen].......... 34
2.3. Alterações da orientação
[Orientierungsstörungen]........................................................ 38
2.4. Alterações da atenção e da memória
[Aufmerkamkeits- und Gedächtnisstörungen]...................... 41
2.5. Alterações formais do pensamento
[Formale Denkstörungen]....................................................... 47
2.6. Temores/medos e obsessões
[Befürchtungen und Zwänge].................................................. 58
2.7. Delírios [Wahn]........................................................................ 63
2.8. Alterações da sensopercepção
[Sinnestäuschungen]............................................................ 79
2.9. Alterações da consciência do eu
[Ich-Störungen].................................................................................86
2.10. Alterações da afetividade
[Störungen der Affektivität]..................................................... 93
2.11. Alterações do impulso e da psicomotricidade
[Antriebs- und psychomotorische Störungen].....................112
2.12. Particularidades circadianas
[Circadiane Besonderheiten]................................................120
2.13. Outras alterações
[Andere Störungen]................................................................123
2.14. Achados adicionais da exploração psíquica.......................132
Literatura.................................................................................. 183
Apêndices................................................................................. 187
Apêndice A: Formulário de achados................................................189
Apêndice B: Terminologia das características do Sistema
AMDP em alemão, inglês e francês.............................193
Apêndice C: Síndromes AMDP..........................................................203
11
Os conteúdos dos sintomas psíquicos e somáticos dos achados fo-
ram extraídos de análises empíricas sobre mais de dois mil e qui-
nhentos pacientes (Baumann & Stieglitz, 1983). Na maioria dos ca-
sos, os pacientes apresentavam as antigamente chamadas psicoses
endógenas (principalmente as esquizofrenias, psicose esquizoafeti-
va e psicoses afetivas).
Fundadores da AMP
12
K. Heinrich, Prof. Dr., Clínica Psiquiátrica Universitária de Düsseldorf
Presidentes da AMDP
E. Fähndrich (Berlim) 1989–1992
H.-J. Möller (Munique) 1992–2000
W. Maier (Bonn) 2000–2003
H.-J. Freyberger (Greifswald/Stralsund) 2003–2006
R.-D. Stieglitz (Basileia) 2006–2012
M. Rösler (Homburg) desde 2012
13
Grupo de revisão da 9a edição do AMDP
Presidente: Wolfgang Trabert (Emden)
Bernd Ahrens (Lübeck/Berlim)
Matthias Albers (Colônia)
Stefan Borgwardt (Basileia)
Ronald Bottlender (Lüdenscheid)
Andreas Broocks (Schwerin)
Dieter Caspari (St. Wendel)
Thomas Dietzfelbinger (Munique)
Erdmann Fähndrich (Berlim)
Harald J. Freyberger (Stralsund/Greifswald)
Claudia Haslacher-Steck (Constança)
Achim Haug (Zurique)
Paul Hoff (Zurique)
Silke Kleinschmidt (Malente)
Erik Lauterbach (Berlim)
Hans-Jürgen Luderer (Heilbronn)
Patricia Perkmann (Berlim)
Martin Preisig (Lausanne)
Wolfgang Retz (Mainz)
Michael Rösler (Homburg/Saar)
Carsten Spitzer (Göttingen)
Rainer T. Schaub (Weinsberg)
Rolf-Dieter Stieglitz (Basileia)
Andreas Thiel (Rotenburg/Wümme)
Johannes Thome (Rostock)
Redação final:
Achim Haug (Zurique)
Michael Rösler (Homburg/Saar)
Carsten Spitzer (Göttingen)
Rolf-Dieter Stieglitz (Basileia)
Wolfgang Trabert (Emden)
14
1. Introdução geral
1.1 Estrutura geral do Sistema AMDP
15
Esta 9a edição concentrou-se, sobretudo, no “achado psíquico”. O
“achado somático", normalmente menos problemático, foi revisto e
algumas de suas falhas foram corrigidas. O formulário de anamnese
do Sistema AMDP não foi alterado em relação à sua última edição
(Baumann & Stieglitz, 1983).
• nome do paciente;
• nome do entrevistador;
• data da entrevista (DD/MM/AAAA);
• idade do paciente (em anos);
• data de nascimento (DD/MM/AAAA);
• gênero (m = masculino e f = feminino);
• período de avaliação (em dias);
• diagnóstico(s).
16
• Definição;
• Esclarecimentos e exemplos;
• Indicações para graduação;
• Sintomas diferenciais.
17
-se muito úteis, pois podem ser repetidas ou utilizadas por mais de
um grupo. Mediante seminários e treinamentos do Sistema AMDP, é
possível aprimorar claramente a confiabilidade inter-entrevistadores.
Isso é de significativa relevância na pesquisa, assim como na prática.
18
As apresentações teóricas nos seminários ocupam-se, principalmen-
te, da introdução ao sistema, bem como da forma de desenvolvimen-
to da entrevista. Para os iniciantes no Sistema AMDP, são oferecidos
seminários de um dia a um dia e meio. Seminários de reciclagem
poderão ser programados de acordo com os treinadores e o conteúdo
desses seminários. Informações atualizadas sobre seminários de trei-
namento poderão ser encontradas no site <www.amdp.de>.
1 Não considerar as possíveis causas dos sintomas, mas registrá-los de forma descritiva.
[N.d.T.]
19
1.4.2 Bases para avaliação
P (= relato do paciente)
E (= observação do entrevistador)
20
Exemplos de classificação P ou E
Exemplos de classificação PE
21
Mais uma vez, é necessário salientar a importância do seguinte as-
pecto: a caracterização P, E ou PE refere-se às fontes dos dados. Uma
vez que o Sistema AMDP é uma avaliação realizada por um avaliador
externo, a classificação e a ponderação das informações disponíveis
sempre dependerão do entrevistador. Assim, p. ex., em um sintoma
unicamente P será necessário incluir a plausibilidade do relato do pa-
ciente na ponderação. A simples resposta “sim” para uma pergunta
relacionada a “ouvir vozes” não é suficiente, uma vez que o paciente
deverá esclarecer, mediante descrição distinta e de exemplos plausí-
veis, a sua vivência de ouvir vozes. No guia de entrevistas encontram-
-se exemplos de como levantar corretamente as informações (Faehn-
drich & Stieglitz, 2016).
22
frequentemente por outras escalas (p. ex., Lista de Verificação de
Sintomas SCL-90-R). Entretanto, se quisermos ainda fazer um le-
vantamento visando à constatação de um diagnóstico, deverão ser
utilizados os critérios de tempo dos respectivos sistemas de classi-
ficação (p. ex., para Episódio Depressivo conforme CID-10, usar
catorze dias; para episódio maníaco, período de sete dias; para es-
quizofrenia, quatro semanas).
1.4.4 Documentação
Importante
23
1.5.1 Nível de Decisão 1:
Viabilidade da investigação/exame
Exemplo
Merkmal
Sintoma
1. Viabilidade da investigação avaliável
não não
investigável
avaliado
2. Certeza na decisão certa duvidosa
sobre a existência ou
não do sintoma
Ilustração 1:
Árvore de Decisão AMDP
24
1.5.2 Nível de Decisão 2:
Certeza na decisão sobre a existência ou
não do sintoma
Exemplo
25
1.5.3 Nível de Decisão 3:
Existência do sintoma
Ilustração 2:
Problema de transição no Sistema AMDP
26
algo diferente (ambíguo) do que na linguagem descritiva da psicopato-
logia. Portanto, recomenda-se estudar não apenas as definições, mas
também os esclarecimentos e exemplos.
27
“gravemente deprimido”, este poderá ter melhoras em seu estado de
depressão, mas esse sintoma ainda poderá continuar a ser registrado
como “grave” em uma nova avaliação.
Achados
Entrevistador ou Paciente
Sintoma
Fonte de dados
Não avaliado
Moderado
Ausente
Grave
Leve
Alterações da consciência
1. Rebaixamento da consciência E
2. Turbamento da consciência E
3. Estreitamento da consciência PE
4. Expansão da consciência P
Ilustração 3:
Parte do novo formulário
28
1.6 Processamento de dados
29
podem ser muito úteis (p. ex., Access e Excel), bem como o desenvol-
vimento de formas específicas de lançamento de dados (p. ex., Data
Entry do SPSS). A avaliação poderá ser desenvolvida com a ajuda de
qualquer um desses softwares disponíveis.
1. Sexo do paciente.
2. Data de nascimento. No formato DD/MM/AAAA (dia, mês e
ano) informada pelo paciente.
3. Situação de moradia. Distinguir se o indivíduo tem moradia inde-
pendente (mora só, com parceiro, com família própria), se resi-
de com os pais, avós ou outros parentes, se mora em residência
assistida, moradia compartilhada ou moradias asilares/hospitala-
res. Pessoas sem lar, assim como aquelas que vivem em abrigos,
são classificadas na mesma categoria. Na categoria “outros” são
incluídos, p. ex., presidiários.
4. Convivência. Solteiros, viúvos e divorciados são classificados
como pessoas que vivem sozinhas (“mora só”). Entre os que
vivem “com parceiros” são considerados os que têm cônjuge ou
companheiro. Um caso especial são solteiros, separados ou di-
vorciados que vivem com seus filhos. Na categoria residual “ou-
tros” podem ser incluídas as pessoas que vivem com amigos ou
em condições especiais, p. ex., em conventos. É possível preen-
cher mais de uma resposta.
30
5. Escolaridade. Aqui se marca o maior nível de educação escolar
concluído pelo paciente. Se uma pessoa cursou e não concluiu
o ensino médio, marca-se “ensino médio incompleto”. Quando
indivíduos ainda em formação não concluíram seu nível, marca-
-se o maior nível educacional concluído. P. ex., deve-se marcar
“ensino médio completo” para um estudante que se prepara
para o vestibular e já concluiu o ensino médio.
6. Ocupação. Na categoria “estudante/em treinamento” são in-
cluídos também estagiários, aprendizes e alunos. Na categoria
“aposentado” entram os pensionistas e aqueles aposentados pre-
maturamente. Trabalhadores especialistas e semiqualificados são
listados juntos, assim como funcionários públicos e demais em-
pregados, e profissionais liberais e autônomos.
7. Local da terapia. Enfermaria, hospital-dia, ambulatório, outros
(p. ex., setor de observação do pronto-socorro).
8. Motivo da consulta. Aqui se diferencia entre tratamento, avalia-
ção, aconselhamento e outras investigações.
9. Evolução da doença. Existindo mais de um transtorno psiquiátri-
co, deve-se considerar o diagnóstico principal. Se for o primeiro
acometimento psico/patológico do paciente, deve-se marcar “pri-
meiro episódio”. Doenças fásicas e cíclicas devem ser codificadas
como “recorrente ou crônica”.
10. Transtornos psiquiátricos na família. Aqui se deve registrar se há
outras pessoas acometidas por transtornos mentais na família.
Também se incluem nessa categoria familiares que tentaram sui-
cídio. Não importa se os parentes têm ligação sanguínea ou não,
assim como se o paciente conviveu com eles ou não.
11. Intensidade dos sintomas. A classificação da gravidade da doença
mental mencionada é mensurada a partir da escala CGI (Clinical
Global Impression). Deve-se atentar às regras de aplicação da es-
31
cala, sendo que o examinador deve utilizar-se de toda sua expe-
riência para avaliar a situação atual do paciente.
12. Diagnósticos. Aqui podem ser incluídos outros diagnósticos (tan-
to psíquicos quanto somáticos), de acordo com a codificação do
sistema diagnóstico vigente (CID-10 ou DSM-5).
32
2. Achados psíquicos
2.1 Introdução
33
Nos sintomas diferenciais há indicações sobre outros sintomas que
podem ocorrer em associação com o sintoma em questão ou serem
facilmente confundidos com ele.
2 O uso de colchetes ao longo desta obra indica inserções adicionadas a esta edição. Na
maior parte das vezes, trata-se da indicação dos termos alemães originais. [N.d.T.]
34
Alguns dos conceitos listados a seguir são utilizados na medicina de
maneira parcialmente diferente. A seguir são descritas as operaciona-
lizações dos sintomas no Sistema AMDP.
1. Rebaixamento da consciência
[Bewusstseinsverminderung] (E)
Definição
Explicações e exemplos
Trata-se de um sintoma quantitativo. Remonta-se ao conceito neurofi-
siológico de vigília. As alterações do estado de alerta abrangem desde
a obnubilação [Benommenheit], passando pela sonolência e o sopor,
até o coma. Em diferentes graus, os pacientes apresentam sonolência
variada e lentificação global.
Sintomas diferenciais
2. Turbamento da consciência
3. Estreitamento da consciência
2. Turbamento da consciência
[Bewusstseinstrübung] (E)
Definição
35
Explicações e exemplos
O turbamento da consciência leva ao prejuízo global da vivência e
do comportamento e não se restringe a um âmbito apenas. Sinto-
mas componentes do turbamento da consciência são, p. ex., distan-
ciamento do mundo exterior, dificuldade de compreensão, distração
ou dificuldade de concentração. O turbamento da consciência pode
ocorrer, p. ex., no contexto de delirium, em quadros psicóticos agu-
dos ou em intoxicações.
Sintomas diferenciais
1. Rebaixamento da consciência
3. Estreitamento da consciência
3. Estreitamento da consciência
[Bewusstseinseinengung] (P ou E)
Definição
Explicações e exemplos
A compreensão desse sintoma qualitativo remete-se à metáfora do
“cone de luz da consciência”. Trata-se de um foco estreito e inflexí-
vel. O paciente age como que fixado ou fascinado por determinadas
vivências internas ou situações externas.
36
Indicações para graduação
“leve” — O estreitamento da consciência pode ser facilmente supe-
rado. Depois de um acidente de trânsito, o paciente pode
apresentar-se atordoado, mas, mediante o diálogo, os po-
liciais conseguem rapidamente obter pormenores sobre as
circunstâncias do ocorrido.
Sintomas diferenciais
1. Rebaixamento da consciência
2. Turbamento da consciência
18. Pensamento restrito
20. Ruminações
4. Expansão da consciência
[Bewusstseinsverschiebung] (P)
Definição
Explicações e exemplos
Os pacientes percebem-se de modo geral despertos, vivazes e abertos.
Sentimentos [Gefühle] ou sensações [Sinneswahrnehmungen] são viven-
ciados de modo particularmente intenso. A expansão da consciência pode
aparecer com uso de drogas ou em síndromes maníacas e psicóticas. Es-
tados de meditação também podem levar à expansão da consciência.
37
Indicações para graduação
“leve” — A expansão da consciência é relatada pelo paciente, mas
não é aparente durante a entrevista.
Sintomas diferenciais
33. Humor ou pressentimento delirante
53. Desrealização
Data (dia, mês e ano), dia da semana ou estação do ano são esque-
cidos ou lembrados apenas parcialmente.
38
Explicações e exemplos
No caso de uma resposta “levemente” errada, deve-se dar ao paciente
a oportunidade para corrigir-se, ou seja, deve-se alertá-lo de que sua
resposta está errada. Se a partir disso o paciente acertar a resposta
sem ajuda, a resposta errada inicial não deve ser considerada.
Sintomas diferenciais
10. Alterações da concentração
12. Alterações da memória
Explicações e exemplos
Caso o paciente não saiba sua localização (nome da localidade ou
nome do bairro em grandes cidades) apenas por não ter sido informa-
do sobre isso (p. ex., mudança recente), deve-se marcar “não avaliado”.
39
Quando um paciente não se localiza adequadamente no ambiente (p.
ex., não encontra seu quarto na enfermaria), não se trata de alteração
da orientação espacial e sim de alteração da memória.
Sintomas diferenciais
7. Alteração da orientação situacional
12. Alterações da memória
Explicações e exemplos
O paciente tem dificuldade de relatar que, no presente momento, está
em uma entrevista médica, p. ex..
Sintomas diferenciais
6. Alterações da orientação espacial
40
8. Alterações da orientação sobre a própria pessoa
[Orientierungsstörungen über die eigene Person] ( P )
Definição
Explicações e exemplos
O conhecimento sobre a situação biográfica compreende data e local
de nascimento, idade, nome, com quem mora e suas funções no con-
texto sócio-ocupacional (p. ex., profissão).
Sintomas diferenciais
12. Alterações da memória
54. Despersonalização
41
constatado isso durante a entrevista, deve-se apenas marcar o item
71, “Sentimentos de inadequação/insuficiência”.
9. Alterações da compreensão
[Auffassungsstörungen] (PE)
Definição
Explicações e exemplos
A compreensão pode ser mais ou menos errônea, lentificada ou au-
sente. Se a alteração da compreensão não se evidencia já pela conver-
sa, o exame deve ser feito, p. ex., pelo emprego de pares de palavras
(diferenças, semelhanças), de provérbios conhecidos, de desenhos ou
de fábulas.
42
Sintomas diferenciais
10. Alterações da concentração
23. Pensamento tangencial
Explicações e exemplos
Como teste, podem-se propor tarefas como “subtrair continua-
mente 4 de 81” ou “falar o nome dos meses em ordem inversa”.
Deve-se assegurar que o paciente consiga efetuar tarefas simples
de subtração ou saiba nomear os meses do ano na ordem normal.
Durante a avaliação clínica, as alterações da concentração não
costumam se apresentar em termos absolutos, mas sim pelo au-
mento no número de erros, retardamento ou eventual abandono
da tarefa iniciada.
Sintomas diferenciais
9. Alterações da compreensão
18. Pensamento restrito
11. Alterações da memória de fixação
12. Alterações da memória de evocação
43
11. Alterações da memória de fixação
[Merkfähigkeitsstörungen] (PE)
Definição
Explicações e exemplos
Na testagem deve-se diferenciar a capacidade de reconhecer [Wiederer-
kennungsleistungen] da capacidade de lembrar (prejudicada). A memo-
rização diferencia-se pelos elementos do sentido e objetos mnemônicos,
e também por ser independente do conteúdo afetivo, razão por que de-
vem-se utilizar objetos mnemônicos neutros. Para fins de comparação,
aconselha-se utilizar provas semelhantes (p. ex., “34, Lisboa, cinzeiro”).
O paciente deve repetir as palavras imediatamente após tê-las escutado;
com isso exclui-se uma alteração da compreensão. Caso, após um pe-
ríodo de cinco a dez minutos, o paciente não lembre espontaneamente,
pode-se ajudá-lo com dicas (p. ex., “ uma das palavras era um número”).
Sintomas diferenciais
10. Alterações da concentração
12. Alterações da memória de evocação (memória remota)
44
12. Alterações da memória de evocação
[Gedächtnisstörungen] (PE)
Definição
Explicações e exemplos
As alterações da memória de evocação envolvem tanto os aconte-
cimentos mais recentes [anterógrada] quanto os mais antigos [re-
trógrada].
Sintomas diferenciais
8. Alteração da orientação sobre a própria pessoa
11. Alterações da memória de fixação
45
13. Confabulações
[Konfabulationen] ( E )
Definição
Explicações e exemplos
Na confabulação, o paciente oferece respostas diferentes à mesma
pergunta. Para avaliação, deve-se fazer a mesma pergunta reiteradas
vezes. O paciente não percebe a contradição de suas respostas, o
que sugere que se esqueceu dos fatos em si e também da resposta
dada anteriormente. A confabulação baseia-se sempre em alterações
da memória de evocação, que também deve ser registrada.
Sintomas diferenciais
14. Paramnésias
14. Paramnésias
[Paramnesien] ( P )
Definição
Explicações e exemplos
Aqui estão representados diferentes sintomas:
46
• falsos reconhecimentos, p. ex., suposta familiaridade (fenômenos
já vistos, ouvidos, vividos, déjà-vu) ou suposta estranheza (fenô-
menos de nunca visto, jamais-vu);
Sintomas diferenciais
13. Confabulações
47
de, coerência e objetividade no curso do pensamento. Como critério
importante de gravidade da alteração formal do pensamento pode-se
considerar a dificuldade da entrevista ou anamnese, embora essa di-
ficuldade não precise ser permanente. A alteração formal do pensa-
mento pode ficar especialmente evidente devido à carga emocional
da entrevista ou pela duração maior dela.
15. Inibição
[Gehemmt] (P)
Definição
Explicações e exemplos
Somente com muito esforço, o paciente consegue superar a inibição
do fluxo do pensamento. A inibição do pensamento pode chegar à
sensação subjetiva de não conseguir mais pensar.
Sintomas diferenciais
16. Lentificação
20. Ruminação
48
16. Lentificação
[Verlangsamt] (E)
Definição
Explicações e exemplos
A lentificação do pensamento leva a um fluxo de fala viscoso. Aqui
também ocorre um aumento sustentado da latência de resposta.
Sintomas diferenciais
15. Inibição
87. Mutismo
17. Circunstancialidade
[Umständlich] (E):
Definição
Explicações e exemplos
O paciente perde-se em detalhes irrelevantes e permanece preso ne-
les, sem chegar completamente ao objetivo pretendido. Devido a essa
prolixidade, a entrevista fica prejudicada.
49
Indicações para graduação
“leve” — A circunstancialidade faz-se notar, mas não impede dema-
siadamente a entrevista.
Sintomas diferenciais
9. Alterações da compreensão
18. Pensamento restrito
22. Fuga de ideias
25. Incoerência
88. Logorreia
Explicações e exemplos
Durante o diálogo, o paciente tem dificuldade em mudar o tema
da conversa, ou retorna sempre ao mesmo tema. Na identificação
do pensamento restrito, devem-se explorar diferentes temas. Isso é
importante porque, p. ex., o assunto relativo à doença faz parte da
exploração durante a entrevista e não implica necessariamente restri-
ção do pensamento. Ocorre empobrecimento com relação ao tema
“doença” quando o paciente se fixa apenas em um aspecto, embora
se ofereçam outros assuntos (p. ex., paciente depressivo que só con-
segue falar de sua indigestão).
50
Indicações para graduação
“leve” — O paciente retorna algumas vezes ao “seu” tema, mas ao mes-
mo tempo é possível manter conversa sobre outros temas.
Sintomas diferenciais
20. Ruminação
30. Pensamentos obsessivos
19. Perseveração
[Perseverierend] (E)
Definição
Explicações e exemplos
Para a avaliação desse sintoma, a impressão geral do examinador é crucial
no discernimento se a repetição das palavras tem sentido no discurso.
Sintomas diferenciais
84. Paracineses
51
20. Ruminações
[Grübeln] (P)
Definição
Explicações e exemplos
O paciente queixa-se de que seu pensamento gravita inútil e continua-
mente ao redor do mesmo conteúdo, e que pode ser interrompido
apenas com muita dificuldade. As ruminações são percebidas pelo
paciente como desagradáveis ou mesmo torturantes.
Sintomas diferenciais
18. Pensamento restrito
21. Pressão do pensamento
30. Pensamento obsessivo
52
Explicações e exemplos
O paciente sente a afluência contínua de diversas ideias e pensamentos
que ele não consegue ordenar ou controlar. Esses pensamentos podem
ser coerentes ou sem sentido, podem se sobrepor ou fluir automaticamen-
te. Nisso, o pensamento não precisa parecer acelerado ao observador.
Sintomas diferenciais
20. Ruminações
30. Pensamentos obsessivos
57. Inserção do pensamento
Explicações e exemplos
A fuga de ideias leva a uma fuga do assunto e à recorrente inconclu-
são do pensamento, resultante da contínua intercorrência de ideias.
A digressão no fluxo de ideias pode derivar de estímulos externos (p.
ex., ruídos, barulhos) ou por associações do pensamento. Na fuga de
ideias, o pensamento não necessariamente está acelerado.3
53
Indicações para graduação
“leve” — A fuga de ideias não chega a prejudicar a entrevista.
Sintomas diferenciais
17. Circunstancialidade
25. Incoerência
88. Logorreia
23. Tangencialidade
[Vorbeireden] ( E )
Definição
Explicações e exemplos
O fator decisivo na avaliação é que o paciente não necessariamente
oferece respostas erradas (p. ex., respostas incorretas a questões ob-
jetivas), mas sim que tangencia o tema proposto.
54
Indicações para graduação
“leve” — A tangencialidade é observada uma vez durante a entrevista.
Sintomas diferenciais
9. Alterações da compreensão
10. Alterações da concentração
18. Pensamento restrito
25. Incoerência
Explicações e exemplos
O paciente para no meio de uma frase, fica em silêncio e então
continua com um outro assunto desarticulado do anterior. O fe-
nômeno é percebido pelo entrevistador como “bloqueado” (E)
ou pelo paciente como “arrancado” [Gedankenabrei en] (P), ou
seja, uma interrupção abrupta no curso do pensamento sem cau-
sa reconhecível.
55
Sintomas diferenciais
10. Alterações da concentração
25. Incoerência
[Inkohärent/zerfahren] (E)
Definição
Explicações e exemplos
• “Ontem à tarde eu vim à clínica porque estamos em ano de elei-
ções e o padeiro abre somente às oito horas.” (paralogia)
• “Antigamente as pessoas tinham olhos azuis e trabalhavam com
o cérebro.”
• “Eu conheci uma pessoa que não conseguia se mostrar diferente-
mente de como em geral todos a tomavam. Foi assim concebido
e assim tinha de ser: deixem o rei na barriga. Felicidade é uma
menina inchada com um homem e ambos procurarem a salvação
na sorte.” (esquizofasia)
56
“grave” — As alterações atingem grande parte do pensamento do pa-
ciente ou pelo menos uma vez leva à pronunciada desagre-
gação da linguagem (esquizofasia).
Sintomas diferenciais
17. Circunstancialidade
22. Fuga de ideias
26. Neologismos
[Neologismen] (E)
Definição
Explicações e exemplos
Uma paciente referiu-se à realização de um EEG: “Ontem fiz um ‘dia-
gráfico’ e minha cabeça ficou ‘demacronisada’.” Aqui também ocorre
uma utilização semântica incomum de palavras. Em casos extremos,
pode-se ter uma construção ou utilização de uma linguagem artificial.
Sintomas diferenciais
84. Paracineses
85. Maneirismos
57
2.6 Temores/medos e obsessões
[Befürchtungen und Zwänge]
Introdução
Neste grupo heterogêneo são apresentados diferentes sintomas rela-
cionados a vivências de angústia e medo.
27. Desconfiança
[Misstrauen] (PE)
Definição
Explicações e exemplos
Durante a entrevista, o paciente pergunta diversas vezes se o grava-
dor está desligado. Um paciente pergunta se o entrevistador é de fato
médico. Outro questiona diversas vezes a razão das perguntas que
lhe são endereçadas.
58
Sintomas diferenciais
67. Disforia
28. Hipocondria
[Hypochondrie] (P)
Definição
Explicações e exemplos
Na hipocondria, os fenômenos corpóreos são objeto de enorme aten-
ção, vistos como angustiantes, preocupantes ou superestimados. O
objeto do medo hipocondríaco pode variar.
59
contínua de ajuda (médicos ou curandeiros) para seu pro-
blema, apesar de os exames e achados estarem normais.
Sintomas diferenciais
29. Fobias
29. Fobias
[Phobien] (P)
Definição
Explicações e exemplos
Fobias são formas de ansiedade relacionadas a objetos ou situações
específicos, reconhecidas pelo paciente como infundadas e inconve-
nientes. O paciente procura evitar deparar-se com a ansiedade provo-
cada pelos objetos ou situações.
Sintomas diferenciais
28. Hipocondria
65. Angústia/Ansiedade
60
30. Pensamentos obsessivos
[Zwangsdenken] (P):
Definição
Explicações e exemplos
Pensamentos obsessivos frequentemente são percebidos pelo pacien-
te como tormentos. O paciente não consegue, ou muito dificilmente
consegue, interrompê-los, pois se intrometem mesmo contra a sua
vontade. Os pensamentos são percebidos como próprios do paciente,
não como influência externa.
Sintomas diferenciais
20. Ruminações
57. Inserção do pensamento
61
Explicações e exemplos
Impulsos compulsivos são frequentemente percebidos como tormen-
tos. O paciente dificilmente consegue ou não consegue contê-los,
impondo-se à sua vontade. Os impulsos compulsivos são percebidos
como próprios, não externos ao paciente.
Sintomas diferenciais
30. Pensamentos obsessivos
32. Compulsões
58. Outras ideias de influência
32. Compulsões
[Zwangshandlungen] (P)
Definição
62
Explicações e exemplos
Compulsões e rituais compulsivos são descritos de modo preciso,
com frequência determinada (p. ex., compulsões de limpeza e de con-
trole). Frequentemente são sentidos pelo paciente como torturantes.
O paciente não consegue ou muito dificilmente consegue interrompê-
-los, pois se intrometem mesmo contra a sua resistência ou vontade.
As ações compulsivas são percebidas como próprias do paciente, não
como influência externa.
Sintomas diferenciais
84. Paracineses
2.7 Delírios
[Wahn]
Introdução
O delírio surge no contexto de uma alteração global da vivência/ex-
periência [Erleben] e impõe-se como apreciação equivocada da rea-
lidade, que surge como evidência a priori (certeza independente da
experiência) e é mantida com convicção subjetiva inabalável, mesmo
63
quando em contradição com a realidade e a experiência de pessoas
saudáveis, opinião e parecer coletivos. Em geral, o paciente prescinde
de fundamentos para suas ideias delirantes, sendo sua veracidade in-
condicionalmente evidente. Os delírios ocorrem em diferentes trans-
tornos psíquicos e não são específicos de esquizofrenia.
64
Exemplo
Explicações e exemplos
Entende-se como uma esfera de preocupação, uma expectativa tensa
em que o mundo ou o "Eu" são percebidos como estranhos e dife-
rentes. Há diversos tons nessa atmosfera de fundo: frequentemente
tem-se uma sensação de estranheza, de desconfiança, de mudanças,
de ameaça, medo, suspeita, perplexidade, mas também às vezes de
elação, euforia e confiança excessiva.
65
• “Diga-me, o que está acontecendo? Algo está acontecendo, eu
sei, mas não sei o quê.”
• “Há alguma coisa no ar; tudo ao meu redor ficou diferente, tudo
tão estranho; as pessoas estão com cara de bravas, deve ter acon-
tecido alguma coisa ruim, não é?”
• “De repente, tive uma sensação estranha de felicidade; senti que
alguma coisa magnífica devia ter acontecido, embora não tivesse
nenhuma noção do que seria. Somente à noite a coisa se revelou.”
Indicações para graduação
“leve” — O pressentimento delirante restringe-se a poucas vivên-
cias. Um paciente fala de mudanças estranhas no ambien-
te de trabalho, que o deixam desconfiado e com medo.
Sintomas diferenciais
38. Dinâmica delirante
53. Desrealização
59. Perplexidade
66
Explicações e exemplos
Durante o passeio, um paciente observou como um cão olhou para
ele e levantou a pata. Ele interpretou isso como uma revelação divina.
Sintomas diferenciais
35. Ideação delirante
36. Pensamentos delirantes
47. Ilusões
67
Explicações e exemplos
Sintomas diferenciais
34. Percepção delirante
36. Pensamentos delirantes
68
Explicações e exemplos
Pensamentos delirantes surgem a partir de ideações ou percepções
delirantes.
Sintomas diferenciais
34. Percepção delirante
35. Ideação delirante
69
Explicações e exemplos
Sintomas diferenciais
Nenhum
Explicações e exemplos
A intensidade da participação afetiva é percebida pelo entrevistador
mediante o comportamento do paciente e pela maneira como ele des-
creve o delírio durante o período de observação.
70
Pensamentos delirantes acompanhados de pouca participação afetiva
e com reduzida expressividade psicomotora apresentam pouca dinâ-
mica delirante. Um exemplo pode ser visto na ausência de participa-
ção afetiva associada às ideias delirantes em pacientes esquizofrêni-
cos crônicos, às vezes veiculadas em tom monótono.
Uma expressão dinâmica mais forte pode ser observada, p. ex., quan-
do um paciente com delírio de culpa depressivo chora e se lamenta
pelos supostos erros cometidos.
Sintomas diferenciais
33. Pressentimento delirante
Explicações e exemplos
O paciente sente-se objeto central de atenção deliberada por parte do
ambiente. Acontecimentos completamente insignificantes passam a
constituir sinais inequívocos que se referem a ele de modo especial.
A conversa de outras pessoas refere-se ao paciente; gestos e soslaios
71
de um desconhecido significam a transmissão de informações impor-
tantes para ele.
Sintomas diferenciais
27. Desconfiança
72
Explicações e exemplos
• “Os psicólogos me observam com grandes telescópios. Eles fil-
mam com videocâmeras todos os meus movimentos e depois uti-
lizam isso contra mim. Eles querem me levar ao suicídio.”
“grave” — O paciente, p. ex., acha que vai ser envenenado por fami-
liares. Não come quase nada, não sai mais de casa e não
recebe visitas.
Sintomas diferenciais
27. Desconfiança
Explicações e exemplos
O paciente está absolutamente convencido de que o parceiro conju-
gal está tendo ou irá ter um relacionamento sexual com outra pessoa.
73
Acontecimentos ou observações insignificantes são frequentemente
tomados como evidências da traição do cônjuge.
Sintomas diferenciais
27. Desconfiança
Explicações e exemplos
O paciente está convencido de que cometeu um erro imperdoável e
irreparável. Esse erro pode ter sido contra normas individuais, sociais
ou religiosas. O delírio de culpa frequentemente leva à convicção de
estar sendo punido pelo próprio comportamento. Não raramente, pe-
quenos deslizes de conduta no passado são superestimados de forma
totalmente inadequada.
• Um paciente teve relacionamento extraconjugal em uma ocasião,
conviveu diversos anos com a esposa sem nunca ter se preocu-
74
pado com isso ou ter conversado com ela sobre o caso; agora,
durante o delírio de culpa, recrimina-se continuamente por tal
comportamento.
• “Há trinta anos eu peguei indevidamente dez selos do escritório;
eu jamais deveria ter feito isso. Agora estou sendo processado, e
a polícia seguramente está atrás de mim.”
• “Eu nunca deveria ter concordado com a venda. Isso com certeza
foi um erro. Se as crianças um dia descobrirem, nunca mais vão
querer saber de mim; mas eu não mereço nada de melhor, tudo
está perdido.”
Sintomas diferenciais
71. Sentimentos de inadequação
73. Sentimentos de culpa
Explicações e exemplos
Pacientes com delírio de empobrecimento (ruína) estão convenci-
dos de que estão à beira da falência financeira. Frequentemente
75
expressam que não têm mais recursos para arcar com tratamentos
necessários, dívidas ou despesas atuais. Não raramente também en-
volvem familiares nessa catástrofe, e o paciente acha que a fortuna
deles também vai se perder.
Sintomas diferenciais
74. Sentimentos de ruína
Explicações e exemplos
O conteúdo desses delírios pode ser representado por doenças reais,
como câncer, AIDS ou demência. Às vezes, os pacientes estão apenas
convencidos de que, em breve, terão uma doença grave e vão morrer,
mesmo sem poder dar maiores explicações.
76
Indicações para graduação
“leve” — O paciente está convencido de ter um câncer de cólon,
mas não apresenta alterações comportamentais ou prejuí-
zo funcional significativos.
Sintomas diferenciais
28. Hipocondria
51. Alucinações corporais
Explicações e exemplos
Paciente com convicção delirante de ser superior às demais pessoas.
A superioridade pode ser no âmbito de inteligência, beleza, riqueza,
talento, linhagem e muitas outras características.
• “Após uma guerra atômica, apenas alguns escolhidos como eu
irão sobreviver!”
• “Eu possuo uma superinteligência e tenho a missão de reconci-
liar os países beligerantes.”
• “Em duas semanas me darão um programa de televisão e, então,
vou produzir uma feira beneficente para arrecadar quarenta mi-
lhões de reais destinados às pessoas carentes.”
77
Indicações para graduação
“leve” — O paciente crê-se um grande inventor e, ao mesmo tempo,
trabalha tranquilamente como jardineiro.
Sintomas diferenciais
72. Autoestima exagerada
Explicações e exemplos
78
Indicações para graduação
“leve” — O delírio tem pouco impacto na rotina diária.
Sintomas diferenciais
54. Despersonalização
55. Transmissão do pensamento
56. Roubo do pensamento
57. Inserção do pensamento
58. Outras vivências de influência
79
As alucinações podem ocorrer em quaisquer dimensões senso-
riais, muito frequentemente em vários sistemas sensoriais ao mes-
mo tempo.
47. Ilusões
[Illusionen] (P)
Definição
Explicações e exemplos
Na ilusão, objetos, ruídos, pessoas e situações são direta e imediata-
mente reconhecidos de forma distorcida (diferentemente de percep-
ções delirantes, em que a sensopercepção está preservada, mas o sen-
tido do estímulo recebido é avaliado por crenças delirantes).
• Uma pessoa com medo, à noite em uma floresta escura, enxerga
figuras assustadoras nas sombras. Padrões no papel de parede
são percebidos como rostos grotescos.
• O som de carros passando é percebido como esteiras de tanques
blindados.
80
Indicações para graduação
“leve” — Um motorista cansado reconhece, de modo fugaz, som-
bras de árvores como animais cruzando a pista.
Sintomas diferenciais
34. Percepções delirantes
48. Alucinações auditivas
49. Outras alucinações auditivas
50. Alucinações visuais
51. Alucinações somestésicas
52. Alucinações olfativas e gustativas
53. Desrealização
Explicações e exemplos
As vozes podem falar diretamente ao paciente, dar ordens, comentar
suas ações ou argumentar e falar sobre ele.
81
• “Ouvi as vozes de vários homens que falavam sobre mim. Um
deles ordenou que eu fosse para Santos.”
Sintomas diferenciais
47. Ilusões
49. Outras alucinações auditivas
55. Transmissão do pensamento
57. Inserção do pensamento
Explicações e exemplos
• “Eu ouço continuamente uma música, como se estivesse em um
concerto.”
• “Eu ouvi claramente gemidos e suspiros vindos da parede.”
• “Sempre ouço um clique na cabeça e, a cada vez, fico mais
inteligente.”
82
Indicações para graduação
“leve” — Ontem à noite um paciente ouviu uma orquestra tocando
no jardim do hospital.
Sintomas diferenciais
47. Ilusões
48. Alucinações auditivas (vozes)
Explicações e exemplos
Visões, p. ex., de clarões, padrões, objetos, pessoas ou cenas inteiras
que não existem.
• “E de repente, no centro de Zurique, eu vi um exército de solda-
dos com capacetes dourados vindo em minha direção.”
• “O ambiente todo estava cheio de clarões e quadros coloridos.”
• “Subitamente entrou um cachorro na enfermaria e pulou na
cama do paciente ao lado.”
Aqui deve-se registrar também o chamado delírio dos sósias ou im-
postores (heautoscopia, ou seja, ver a própria fisionomia).
83
Sintomas diferenciais
47. Ilusões
Explicações e exemplos
Sob a rubrica “alucinações somestésicas” podemos distinguir dois
fenômenos:
a) Alucinações táteis
• “Senti uma mão fria e peluda encostar em mim; percebi clara-
mente os cinco dedos. Era uma mão muito áspera.”
• “Repentinamente senti água gelada escorrendo por minhas cos-
tas, mas, quando fui ver, minha pele estava completamente seca.”
• “De repente, senti um monte de cristais pequenos entre os dedos,
alguns redondos, outros alongados.”
b) Alucinações cenestésicas
84
• “Minhas tripas estão petrificadas e na minha barriga há uma con-
tínua queimação.”
• “Uma corrente elétrica flui pela minha barriga; o coração e os
intestinos se comprimem. Em minha cabeça, o cérebro balança
de um lado para outro.”
• “Sinto um puxão estranho nos meus testículos, como se uma
bola de ferro estivesse pendurada neles.”
Indicações para graduação
“leve” — “Vez ou outra sinto uma pontada estranha na minha ca-
beça, como se o cérebro se dividisse.” (Mas o paciente
não parece preocupado nem se sente prejudicado pela
sensação).
Sintomas diferenciais
47. Ilusões
Explicações e exemplos
Sentir um gosto particular na boca (em geral desagradável) sem que
o paciente tenha comido ou bebido algo.
• “Repentinamente, senti um gosto realmente pútrido em minha
boca.”
• “Subitamente senti cheiro de gás. Foi muito estranho, porque
ninguém mais percebeu.”
85
Alucinações gustativas e olfativas frequentemente se sobrepõem do
ponto de vista fenomenológico.
Sintomas diferenciais
34. Percepção delirante
47. Ilusões
Algumas das alterações vistas aqui são descritas no DSM como “fe-
nômenos delirantes bizarros” (p. ex., delírio de controle, roubo do
pensamento, sensação de familiaridade, déjà-vu).
86
53. Desrealização
[Derealisation] (P)
Definição
Explicações e exemplos
Pessoas, objetos e ambiente parecem irreais, estranhos ou também
deslocados no espaço. Com isso, o ambiente torna-se, p. ex., desco-
nhecido, esquisito ou fantasmagórico. As sensações podem ser mais
intensas ou mais fracas:
• “Tudo soa em surdina, como se houvesse um filtro entre mim e
o som.”
• “É como se tudo estivesse coberto com um véu.”
• “De repente a comida ficou tão insípida.”
• “Tive a sensação de que o tempo passa tão devagar.”
A desrealização ([53] vivência de estranhamento) pode aparecer jun-
to com o [33] pressentimento delirante.
Sintomas diferenciais
4. Expansão da consciência
87
33. Pressentimento delirante
36. Pensamentos delirantes
54. Despersonalização
[Depersonalisation] (P)
Definição
Explicações e exemplos
Essa alteração pode ser efêmera ou permanecer por períodos de tem-
po mais longos:
• “Todas as vezes você implanta em mim um outro eu, por isso
não consigo me lembrar das coisas. O meu verdadeiro eu, você o
implantou em outras pessoas.”
• “Durante o ataque de pânico, não senti mais meu corpo; tive a
sensação de que ele não pertencia mais a mim.”
• “Durante a depressão, eu era como uma máquina, como um apa-
relho automático. Então eu não existo mais. Estou morto. Sinto-
-me como um nada. Eu estou morto, sou um cadáver.”
Nesse caso também se inclui a vivência da mudança de características
corporais (p. ex., extremidades aumentadas).
88
Indicações para graduação
“leve” — A despersonalização aparece apenas ocasionalmente ou
apenas parte da identidade ou experiência subjetiva de
unidade encontra-se afetada.
Sintomas diferenciais
8. Alterações da orientação sobre a própria pessoa
34. Percepção delirante
47. Ilusões
51. Alucinações corpóreas
Explicações e exemplos
eco do pensamento (ou o pensamento audível) deve ser registrado
aqui quando o paciente acredita que o pensamento dele pode ser
ouvido também por outras pessoas.
• “As pessoas percebem o que eu penso. Todos sabem o que se
passa na minha cabeça.”
• “Quando penso em algo, as pessoas sentadas à frente percebem
imediatamente.”
89
• “Meu pai consegue ouvir meus pensamentos.”
• “Todos aqui podem ver meus pensamentos.”
Não são registrados aqui medos de que outras pessoas possam re-
conhecer o estado do paciente (p. ex., “Basta que me olhem para
saberem da minha situação”).
Sintomas diferenciais
27. Desconfiança
56. Retirada/roubo do pensamento
Explicações e exemplos
Um paciente queixa-se de que outras pessoas ou uma força pode-
rosa tomaram ou roubaram seus pensamentos. “Lá onde estavam
meus pensamentos resta agora apenas um grande buraco negro.”
“Todos os meus pensamentos foram levados pela minha primeira
namorada.”
90
Indicações para graduação
“leve” — A retirada do pensamento aparece apenas ocasionalmente
ou apenas parte dos pensamentos é envolvida ou a retira-
da limita-se apenas a situações específicas.
Sintomas diferenciais
24. Bloqueio do pensamento
Explicações e exemplos
• “Eles me hipnotizam, de modo que os pensamentos na minha
cabeça não são meus.”
• “Eles fazem com que eu fique pensando continuamente em coi-
sas sexuais, embora eu não queira fazer isso.”
91
Sintomas diferenciais
30. Pensamentos obsessivos
48. Alucinações auditivas (vozes)
Explicações e exemplos
O paciente é levado a falar alguma coisa específica; ele precisa gritar,
agir de uma certa maneira, ele precisa atacar alguém, agitar-se etc.
• “Eles fazem com que eu grite.”
• “Eles controlam as batidas do meu coração, fazem com que ele
fique mais rápido ou mais lento.”
• “Eles fazem com que eu me vire de um lado para outro na cama.”
• “Eu sou uma marionete controlada externamente.”
• “Eles provocam uma excitação sexual em mim.”
Aqui não se aplicam as afirmações comuns de ser influenciado pela
mídia, pela sociedade ou pelos pais.
92
“grave” — Vivências de influência externa dominam o paciente ou
permanecem por longos períodos de tempo.
Sintomas diferenciais
51. Alucinações corpóreas
55. Difusão do pensamento
56. Roubo do pensamento
57. Inserção do pensamento
93
59. Perplexidade
[Ratlos] (E)
Definição
Explicações e exemplos
Trata-se de um sintoma frequentemente inferido a partir do compor-
tamento do paciente. A perplexidade é reconhecida principalmente
pela conjunção de mímica, gesticulações e palavras.
94
“grave” — A perplexidade do paciente prevalece na maior parte do
tempo, comprometendo a entrevista.
Sintomas diferenciais
33. Pressentimento delirante
53. Desrealização
75. Ambivalência
Explicações e exemplos
Os pacientes informam que os sentimentos se atrofiaram, murcha-
ram, estando vazios ou “frios”, como se não tivessem sentimentos,
nem mesmo os de tristeza. Na sensação de falta de sentimentos há
um lado subjetivo que o entrevistador pode apreender como pobreza
afetiva. “Estou internamente ‘murcho’, insensível e não sinto mais
nada. Em mim está tudo morto e vazio. Não consigo me alegrar com
nada e também não me entristeço. Nada me abala, está tudo ‘está-
tico’.” “Eu gostaria de chorar, mas não consigo.” “Eu não consigo
mais me alegrar como antigamente.” “Eu não sinto mais as alegrias
da música ou de outras coisas que me emocionavam.”
95
“grave” — A perda ou redução dos sentimentos é intensa ou ocorre
durante a maior parte do dia.
Sintomas diferenciais
61. Empobrecimento afetivo
79. Rigidez afetiva
Explicações e exemplos
Observam-se poucas manifestações afetivas (como raiva, ódio, má-
goa e luto) ou o paciente se mostra afetivamente isolado. A redução
de manifestações afetivas não ocorre exclusivamente em pacientes
depressivos. Nos pacientes esquizofrênicos ou com transtornos de
personalidade também pode ocorrer empobrecimento afetivo, quan-
do demonstram apenas um ou poucos afetos.
96
Sintomas diferenciais
60. Sensação de falta de sentimento
79. Rigidez afetiva
Explicações e exemplos
Surgem queixas como: “Tudo é tão pesado... Isso me ‘puxa para bai-
xo’, eu me sinto destroçado.” Perda de força e cansaço, rápido esgo-
tamento mental e físico fazem parte dessa alteração.
Sintomas diferenciais
71. Sentimento de inadequação
80. Pobreza de impulsos (não quer)
81. Inibição de impulsos (não pode)
63. Depressão
[Deprimiert] (PE)
Definição
97
Explicações e exemplos
Neste sintoma ocorre um amplo espectro de sentimentos, preocupa-
ções, desapontamento ou desamparo. Descrições depressivas mos-
tram-se com frases como “Estou triste” (referindo-se à descrição de
um estado de espírito abatido), indo de demonstrações de desgosto e
desesperança até algum “tormento interno indescritível e apavoran-
te”. A manifestação dos sentimentos depressivos pode ser visível pelo
abatimento, ocorrendo choro, comoção e torpor pelo sofrimento.
Sintomas diferenciais
61. Empobrecimento afetivo
79. Rigidez afetiva
64. Desesperança
[Hoffnungslos] (P)
Definição
Explicações e exemplos
Verifica-se a alteração de humor; nesse sintoma tem menos peso o
aspecto cognitivo. O paciente tem uma disposição pessimista, com
98
dúvidas sobre um futuro positivo. Revela pouca ou nenhuma espe-
rança, visualizando apenas problemas e dificuldades. Qualquer mu-
dança é vista como piora.
Sintomas diferenciais
Nenhum
65. Ansiedade/angústia
[Ängstlich] (PE)
Definição
Explicações e exemplos
Indicações de ansiedade/angústia podem ser percebidas pela expres-
são e comportamento. A ansiedade/angústia pode ser notada por sin-
tomas físicos como “suor e tremor”, que devem ser documentados
adicionalmente no estado somático.
99
Indicações para graduação
“leve” — O paciente admite ser ansioso, sem ser afetado em dema-
sia por isso.
Sintomas diferenciais
29. Fobias
66. Euforia
[Euphorisch] (PE)
Definição
Explicações e exemplos
Trata-se do estado de espírito e disposição dos pacientes em mania
ou em quadros maniformes agudos (uso de entorpecentes ou outras
afecções de base). Além disso, pode ocorrer euforia reativa (p. ex.
após experiências de perigo superadas).
100
Sintomas diferenciais
68. Irritabilidade
72. Autoestima exagerada
67. Disforia
[Dysphorisch] (PE)
Definição
Explicações e exemplos
Um estado de espírito disfórico pode ocorrer por um longo tempo
dentro do período de avaliação ou também de modo situacional com
relação a determinado tema ou interlocutor.
Sintomas diferenciais
27. Desconfiança
68. Irritabilidade
68. Irritabilidade
[Gereizt] (PE)
Definição
101
Explicações e exemplos
O entrevistador percebe a predisposição para arroubos afetivos de
tonalidade agressiva que podem eclodir de uma calma superficial
(calma tensa), ou o paciente relata o fenômeno de forma plausível no
período de observação (“a menor coisa me irrita profundamente”).
Sintomas diferenciais
67. Disforia
94. Agressividade
Explicações e exemplos
O paciente sente-se “remexido”, acossado, revolvido internamente. A
inquietação interior pode estar ligada a estados de espírito depressivos,
102
ansiosos, desesperançosos e desesperados. Pode aparecer também
com irritabilidade maníaca, desconfiança, pressentimentos delirantes
ou delírios de outros conteúdos.
Sintomas diferenciais
82. Aumento da energia (impulso)
83. Inquietação motora
Explicações e exemplos
Os pacientes choram, suspiram, gemem, queixam-se e lamentam.
103
Sintomas diferenciais
86. Teatralidade
Explicações e exemplos
O paciente sofre um sentimento de ter menos ou não ter qualquer
valor. Acha-se incapaz, inábil, desajeitado, parvo, indeciso, incom-
preendido, feio ou algo semelhante. Tais sentimentos de inadequa-
ção também deverão ser registrados quando o paciente sofre de
algum prejuízo ou dano real. Trata-se de uma percepção do pacien-
te, independente de uma possível adequação à realidade. Ex.: um
cadeirante considera-se um “aleijado inútil”. Um paciente depres-
sivo sem alterações cognitivas objetivas queixa-se de prejuízos da
memória e da concentração.
Sintomas diferenciais
63. Depressão
104
72. Autoestima exagerada
[Gesteigertes Selbstwertgefühl] (P)
Definição
Explicações e exemplos
O paciente atribui a si mesmo um alto valor. Considera-se especial-
mente esperto, capacitado, melhor que os outros. A vivência de au-
toestima exagerada deverá ser considerada independentemente da
real capacitação/capacidade de realização do paciente.
Sintomas diferenciais
66. Euforia
105
Explicações e exemplos
Trata-se unicamente de afeto subjetivo de culpa. Aqui se incluem tam-
bém sentimentos de culpa “reais”, como, p. ex., a culpa de um paciente
que agiu contra determinadas normas. Os sentimentos de culpa não
são, necessariamente, embutidos em uma vivência depressiva.
Sintomas diferenciais
Nenhum
Explicações e exemplos
O sentimento de ruína não está necessariamente embutido em uma vi-
vência depressiva. Sentimentos de ruína, quando ocorrem em situações
106
de real empobrecimento, também são classificados aqui. Quando houver
delírio de ruína, este deverá ser registrado adicionalmente. Os delírios de
ruína, em geral, são acompanhados de sentimentos de ruína.
Sintomas diferenciais
64. Desesperança
75. Ambivalência
[Ambivalent] (P)
Definição
Explicações e exemplos
A característica da ambivalência deve ser diferenciada da “falta de
capacidade de decisão” cognitiva ou “discrepância”, por vezes cha-
mada ambitendência. Não se classificam como ambivalência as pror-
rogações planejadas e conscientes de determinadas decisões. Não se
incluem aqui incapacidades decisórias por sentimentos de inadequa-
ção/insuficiência ou limitações impostas por uma inibição depressiva.
• Ex.: um paciente relata possuir sentimentos de amor e ódio pela
mesma pessoa.
107
• Um paciente persiste num movimento pendular por querer, ao
mesmo tempo, andar e permanecer parado.
Indicações para graduação
“leve” — A vivência de ambivalência refere-se a algum aspecto de
sentimento, pensamento ou vontade. O paciente é pouco
ou nada influenciado pela ambivalência.
Sintomas diferenciais
59. Perplexidade
81. Inibição do impulso (não pode)
Explicações e exemplos
Tal conceito também pode ser chamado de discordância/inadequação
afetiva. O paciente demonstra um afeto “errado” ou “inadequado”;
ele não consegue expressar um afeto “adequado”. Como exemplo,
um paciente que relata sorridente que na noite anterior foi horrorosa-
mente torturado. Ou outro paciente que sente alegria ao ganhar um
presente, mas choraminga ao mesmo tempo (paramimia).
108
paratimia se uma pessoa relata experiências difíceis com um sorriso
proposital para manter a etiqueta. Além disso, deve-se observar que
diferentes afetos devem estar presentes. Quando um paciente em ma-
nia sorri longamente ao relatar um evento triste, não se considera tal
vivência como paratimia.
Sintomas diferenciais
61. Empobrecimento afetivo
84. Paracineses
Explicações e exemplos
Os afetos observados possuem, na maioria das vezes, curta duração
e muitas variações, podendo apresentar múltiplas oscilações e alter-
nando-se em altos e baixos. Oscilações afetivas por períodos prolon-
109
gados (p. ex., no contexto de um transtorno bipolar) não são registra-
das aqui, assim como não se registram oscilações circadianas.
Sintomas diferenciais
78. Incontinência afetiva
89. Piora matinal
90. Piora vespertina
91. Melhora vespertina
Explicações e exemplos
Choro “desolado”, raiva incontrolável. Os afetos não são controlá-
veis ou restringíveis pelo paciente. P. ex., um paciente relata que pre-
cisa chorar, contra a vontade, toda vez que ouve uma notícia triste
no rádio.
110
“grave” — A incontinência afetiva permeia grande parte da entrevista
ou o paciente informa que ela ocorre com frequência.
Sintomas diferenciais
77. Labilidade afetiva
Explicações e exemplos
Podem ocorrer diversos afetos com pouca modulação (registrar
também o achatamento afetivo). Quando não se observa a modu-
lação espontânea de afetos, o entrevistador deverá induzir estímu-
los emocionais.
Sintomas diferenciais
61. Empobrecimento afetivo
111
2.11 Alterações do impulso e da
Psicomotricidade
[Antriebs- und psychomotorische
Störungen]
Introdução
Impulso [Antrieb] significa a força animadora que motiva todas as
funções psíquicas e físicas em termos de velocidade, intensidade e
duração. Portanto, o impulso relaciona-se com vitalidade, ímpeto,
iniciativa, dedicação, atenção, energia e espírito empreendedor. O
impulso é reconhecido primeiramente no nível de atividades e na
psicomotricidade.
Explicações e exemplos
A alteração é relatada pelo paciente ou percebida pelo entrevistador,
em parte, pela escassa motricidade espontânea ou falta de iniciativa
no diálogo.
• O paciente abandona hobbies até então praticados (“Ultimamen-
te faço muito menos do que antes”).
• Um paciente fica durante longos períodos sentado na frente da
televisão e apenas com muita dificuldade é estimulado a fazer
outras atividades.
112
Indicações para graduação
“leve” — O impulso e a iniciativa estão reduzidos, mas não há pre-
juízo significativo das atividades de rotina.
Sintomas diferenciais
81. Inibição do impulso [Antriebsgehemmt]
87. Mutismo
92. Retraimento social
136. Hipocinesia
Explicações e exemplos
Aqui não se trata da absoluta falta de energia, que leva à redução
do funcionamento (ver 80, “pobreza de impulso”), mas o funciona-
mento implica maior esforço e fadiga. O esforço do paciente e a di-
ficuldade em superar a inibição são evidentes. O paciente exprime
planos e desejos, mas não consegue persegui-los; interrompe a busca,
levanta-se novamente, e assim por diante. Ao contrário da pobreza
de impulso, aqui a intencionalidade está preservada. O paciente gos-
taria, mas não consegue.
• “Tudo me parece mais difícil do que antes; sinto-me como que
travado, mas até agora quase ninguém se deu conta disso.”
113
• “Eu acordo, me levanto e me visto, mas é muito cansativo e, en-
tão, volto para a cama.”
• “Eu sento frequentemente no sofá e digo para mim mesmo: ‘Faça
pelo menos alguma coisa’.”
Indicações para graduação
“leve” — O paciente fala sobre a sensação de inibição. Mas, median-
te esforço ativo, ele ainda consegue superá-la.
Sintomas diferenciais
80. Pobreza de impulso
87. Mutismo
136. Hipocinesia
Explicações e exemplos
As atividades do paciente direcionam-se a inúmeras práticas, não ne-
cessariamente com sentido. O paciente faz muitos planos.
114
ou não dá importância às consequências negativas de seu
comportamento (p. ex., conflitos conjugais, financeiros,
riscos no local de trabalho ou na esfera social).
Sintomas diferenciais
93. Aumento da sociabilidade
Explicações e exemplos
Os pacientes estão em contínua movimentação, correm ou não pa-
ram no lugar. A inquietação motora pode também ser expressa, p.
ex., como movimento de coçar-se, agitar as mãos [Händeringen], mo-
ver os pés [Fusswippen] ou tamborilar com os dedos.
• Durante a entrevista, o paciente balança frequentemente os pés.
• O paciente relata que, durante o período de observação, ele fre-
quentemente perambula em casa, sem rumo.
• Na entrevista, ele não consegue ficar sentado, levanta-se e cami-
nha de um lado para outro.
Indicações para graduação
“leve” — Inquietação motora de algumas partes do corpo, como as
mãos, sem que haja prejuízo significativo nas atividades
do dia a dia.
115
Sintomas diferenciais
69. Inquietação interior
82. Aumento da energia
84. Paracineses
135. Discinesias
137. Acatisia
84. Paracineses
[Parakinesen] (E)
Definição
116
Explicações e exemplos
Também as expressões sonoras, mímicas e gestuais do transtorno de
tiques (Síndrome de Gilles de la Tourette) podem ser descritas aqui.
Sintomas diferenciais
19. Perseveração
32. Compulsões
83. Inquietação motora
85. Maneirismos
135. Discinesias
Explicações e exemplos
Os pacientes se comportam, p. ex., de modo particularmente estra-
nho (bizarro) e tais comportamentos contrastam com os costumes
locais em termos de fala, movimentação ou aparência.
117
cia e afetação. Nisso se enquadram características como pomposida-
de, afetação, artificialidade e comportamentos forçados, estilizados,
retóricos e pedantes.
Sintomas diferenciais
26. Neologismos
84. Paracineses
86. Teatralidade
86. Teatralidade
[Theatralisch] (E)
Definição
Explicações e exemplos
A teatralidade manifesta-se frequentemente nas encenações insólitas do
comportamento expressivo do paciente. Aqui também podem surgir fenô-
menos de agravamento (apresentação exagerada das queixas existentes).
118
Sintomas diferenciais
85. Maneirismos
87. Mutismo
[Mutistisch] (E)
Definição
Explicações e exemplos
Mesmo acordado, o paciente fala pouco, quase nada ou é monossi-
lábico. Pode aparecer em associação com pobreza do impulso, blo-
queio ou negativismo ativo durante as situações de contato verbal.
Surdez ou mutismo somático não devem ser incluídos aqui.
Sintomas diferenciais
16. Lentificação
80. Pobreza de impulso
81. Inibição do impulso
88. Logorreia
[Logorrhoisch] (E)
Definição
119
Explicações e exemplos
A fala logorreica pode ser correta e lógica. Não necessariamente pre-
cisa ser acelerada.
Sintomas diferenciais
17. Circunstancialidade
22. Fuga de ideias
82. Aumento da energia (impulso)
120
O próprio paciente fala a respeito de tais oscilações ou o dado é
trazido por terceiros, dizendo que o estado geral ou algum aspecto
importante da psicopatologia melhora ou piora em algum período
específico do dia.
Explicações e exemplos
O sintoma do paciente piora, de modo bastante perceptível, no perío-
do matinal, em comparação com os outros períodos do dia (em geral
em comparação com o período da tarde).
Sintomas diferenciais
91. Melhora vespertina
121
90. Piora vespertina
[Abends schlechter] (PE)
Definição
Explicações e exemplos
O paciente sente sua condição piorar, de modo bastante percep-
tível, no período vespertino/ao anoitecer em comparação com os
outros períodos do dia (em geral em comparação com o período
da manhã).
Sintomas diferenciais
Nenhum
122
Definição
Explicações e exemplos
O paciente sente sua condição melhorar, de modo bastante perceptí-
vel, no período vespertino/ao anoitecer em comparação com os outros
períodos do dia (em geral em comparação com o período da manhã).
Sintomas diferenciais
89. Piora matinal
123
92. Retraimento social
[Sozialer Rückzug] (PE)
Definição
Explicações e exemplos
Aqui é descrito o retraimento que leva à redução do contato social do
paciente. Contudo, não deve ser descrito o isolamento social no qual
o desejo de contato e as correspondentes atividades do paciente estão
preservados (p. ex., inibição do impulso).
Sintomas diferenciais
80. Pobreza de impulso (não quer)
81. Inibição do impulso (não consegue)
87. Mutismo
Explicações e exemplos
O paciente intensifica contatos com outras pessoas. Mas trata-se, na
maioria das vezes, de contatos superficiais e instáveis. A propensão
124
para o contato é percebida como excessiva, sendo frequentemente
sentida pelos interlocutores como desagradável, inoportuna ou inde-
licada, de modo que traz consequências negativas para o paciente.
Sintomas diferenciais
82. Aumento da energia (impulso)
88. Logorreia
94. Agressividade
[Aggressivität] (PE)
Definição
Explicações e exemplos
Aqui são registrados tanto agressividade verbal quanto atos agressi-
vos para com objetos ou pessoas.
125
ta. Outro paciente xinga a enfermagem durante a visita,
mas depois pede desculpas.
Sintomas diferenciais
67. Disforia
68. Irritabilidade
95. Tendência suicida
96. Autoflagelação
Explicações e exemplos
Aqui são descritos quadros de desgosto pela vida e desejo ou vontade
de morte, não necessariamente com pensamentos suicidas. Também
é considerada tendência suicida se o paciente ouve vozes dando or-
dens para que se suicide.
126
“grave” — O paciente tem pensamentos suicidas impelentes e dificul-
dade para controlá-los. Outro paciente prepara seu suicí-
dio ou faz uma tentativa concreta.
Sintomas diferenciais
96. Autoflagelação
96. Autoflagelação
[Selbstbeschädigung] (PE)
Definição
Explicações e exemplos
Aqui são descritos comportamentos em que o paciente tem a inten-
ção de infligir-se lesão (ingestão de objetos perigosos, ferimentos cor-
tantes, arranhaduras, queimaduras ou batidas na cabeça). Incluem-se
também os casos de autolesões com o objetivo de reduzir a tensão.
Sintomas diferenciais
94. Agressividde
95. Tendência suicida
127
97. Ausência da percepção de estar doente
[Mangeln an Krankheitsgefühl] (P)
Definição
Explicações e exemplos
Aqui está representada a sensação geral e subjetiva de estar física ou
psiquicamente doente. O conceito de doença do paciente não tem
relevância para a marcação. P. ex., um paciente hipocondríaco não
apresenta ausência da percepção de estar doente quando se sente
fisicamente doente, embora o médico o perceba como tendo uma
doença psíquica.
Sintomas diferenciais
98. Falta de crítica da doença
99. Recusa ao tratamento
128
98. Falta de crítica (insight ou compreensão) da doença
[Mangel an Krankheitseinsicht] (P)
Definição
Explicações e exemplos
Aqui deve ser descrito se o paciente tem consciência de sua doença
psíquica. O conceito de doença do paciente neste caso é decisivo: p.
ex., o paciente hipocondríaco apresenta falta de crítica da doença
quando está convencido de que tem uma doença física, embora esteja
de fato psiquicamente doente.
Sintomas diferenciais
97. Ausência da percepção de estar doente
99. Recusa do tratamento
129
99. Recusa do tratamento
[Ablehnung der Behandlung] (PE)
Definição
Explicações e exemplos
Essa característica compreende um amplo espectro de comportamen-
tos. A recusa do tratamento pode ir desde a cooperação insuficiente
até a completa recusa do manejo. Exemplos podem ser atrasos, falta de
vontade de falar, negligência na medicação ou recusa em fazer exames.
Sintomas diferenciais
97. Ausência da percepção de estar doente
98. Falta de crítica (insight ou compreensão) da doença
Explicações e exemplos
O paciente não tem condições de executar exigências funcionais
básicas: encontra-se acamado, não consegue comer ou beber au-
130
tonomamente ou necessita de ajuda para os cuidados de asseio e
higiene corporais.
Sintomas diferenciais
Nenhum
Explicações e exemplos
A avaliação dos achados psicopatológicos conforme o Sistema AMDP
é um processo complexo, que pode ser dificultado por vários fatores.
Entre estes incluem-se:
131
1. A psicopatologia do próprio paciente (p. ex., alterações do pen-
samento importantes).
2. A cooperação ou a motivação do paciente.
3. A sugestibilidade do paciente, ou seja, a facilidade de o paciente
concordar rapidamente com as perguntas postas.
4. Uma capacidade diminuída do paciente de refletir (p. ex., por
baixa inteligência).
Um ou mais desses fatores podem ter uma influência sobre a confia-
bilidade dos dados. Por isso, é algo que deve ser registrado na rubrica
“Grau de certeza dos achados” no final da entrevista.
“grave” — Em muitas categorias não pôde ser feita senão uma avalia-
ção incerta; muitas vezes foi marcado “não avaliado”.
132
específico, p. ex., no contexto ambulatorial. Além disso, “fobia”
não é um sintoma, mas é, hoje em dia, considerada um grupo de
alterações psiquiátricas à parte.
• A alteração de conceitos diagnósticos altera a relevância de cer-
tos sintomas (p. ex.: o abandono do conceito de depressão en-
dógena deu muita importância para características circadianas).
• Alguns termos não combinam mais com o uso atual da língua,
são estranhos ou têm cunho pejorativo (p. ex.: incontinência afe-
tiva, propensão à lamúria).
• Às vezes, as delimitações entre certos sintomas e categorias diag-
nósticas não são muito claras (p. ex.: “fobia”, “hipocondríaco”).
• O conceito de alterações da consciência como sintomas é polêmico.
Argumentos contra a modificação do catálogo:
• A expansão do catálogo poderia levar a um sistema pouco prático.
• Uma mudança do catálogo ou das denominações dos sintomas
poderia levar a uma piora da comparabilidade ou impossibilitá-la
(p. ex., na pesquisa e também no prontuário).
• Uma alteração implicaria altos custos para todos os sistemas es-
tabelecidos que fazem uso do Sistema AMDP (p. ex.: histórico
médico eletrônico do paciente).
• A redução do número de sintomas que constam no catálogo leva-
ria a dificuldades com os conceitos de síndromes estabelecidos.
• Todo o material que se usa atualmente para os seminários, in-
clusive os vídeos, não poderia ser usado da mesma forma se a
exploração fizesse referência a outro catálogo.
O grupo de revisão do AMDP tomou a decisão de não modificar
o catálogo de sintomas de base. Especialmente porque quis deixar
possível a comparabilidade com aplicações anteriores do sistema.
Os membros do grupo concordaram em que a maior vantagem do
133
Sistema AMDP é o seu uso no treinamento de psicopatologia e que
os argumentos em prol da modificação podem ser de proveito no
treinamento didático.
134
2. No uso do sintoma adicional SA1: “65 angústia”: inexistente;
“SA1 ataques de angústia”: grave.
Explicações e exemplos
O termo “ataque de angústia” é sinônimo do termo “ataque de pâni-
co”. Prefere-se o uso da expressão “ataque de angústia” para ressaltar
que se trata de um sintoma associado a muitas alterações. A expressão
“ataque de pânico” sugere uma proximidade ao transtorno de pânico.
135
Se os ataques de angústia são acompanhados de fobias, deve-se mar-
car a fobia adicionalmente.
Sintomas diferenciais
28. Hipocondria
29. Fobias
44. Delírio hipocondríaco
65. Angústia, ansiedade
Explicações e exemplos
O paciente percebe a sua mente como acelerada. Os pensamentos
são rápidos e frenéticos, mas não são vivenciados como desorganiza-
dos ou insistentes.
• “Os meus pensamentos estão muito mais rápidos que o normal.”
• “Os meus pensamentos são quase frenéticos.”
Indicações para graduação
“leve” — O pensamento acelerado não leva a prejuízo nas ativida-
des diárias.
136
Sintomas diferenciais
21. Pressão do pensamento
22. Fuga de ideias
88. Logorreia
Explicações e exemplos
O paciente interpreta objetos na proximidade como de importância
para ele. Ele considera-se o centro dos eventos. Ao contrário do que
ocorre no delírio, o paciente não apresenta convicções incorrigíveis.
137
Sintomas diferenciais
27. Desconfiança
33. Pressentimento delirante
34. Percepções delirantes
36. Pensamentos delirantes
39. Delírio de referência
40. Delírio persecutório ou de ser prejudicado
SA4. Desorganização
[Desorganisiert] (PE)
Definição
Explicações e exemplos
Trata-se de um planejamento de atividades prejudicado, da alteração
da organização e do controle dos passos individuais e também da
reação inadequada a erros ou obstáculos.
Atividades simples (p. ex.: seguir instruções simples) não são descri-
tas aqui; devem ser consideradas apenas as dificuldades com ativida-
des complexas que envolvem vários passos.
138
Indicações para graduação
“leve” — Raramente comete erros, e estes não causam prejuízo im-
portante às atividades do dia a dia.
Sintomas diferenciais
9. Alterações da compreensão
10. Alterações da concentração
11. Alterações da memória de fixação
12. Alterações da memória de evocação
80. Pobreza de impulso
81. Inibição do impulso
Explicações e exemplos
A redução da distância pode-se demostrar pela proximidade corporal,
como: chegar muito perto de alguém, fitar alguém por muito tempo,
tocar na outra pessoa durante as conversas etc. O estilo verbal da co-
municação pode ser estranho. O paciente pode usar tratamento infor-
mal quando se dirige a pessoas com as quais não tem relação pessoal.
139
sem distância são percebidas como insistentes, incomodantes, impor-
tunas ou invasivas.
Sintomas diferenciais
93. Aumento da sociabilidade
Explicações e exemplos
O paciente escuta os próprios pensamentos como uma voz alta na
cabeça, ao mesmo tempo em que está consciente do fato de que se
trata dos seus pensamentos.
140
Indicações para graduação
“leve” — O paciente não se sente muito incomodado.
Sintomas diferenciais
48. Alucinações auditivas
55. Transmissão do pensamento
56. Roubo do pensamento
Explicações e exemplos
A impulsividade descreve o aumento de disposição de agir sem pon-
deração crítica e subitamente. Pensamentos e ideias são proferidos
espontaneamente, mesmo que insultem alguém ou prejudiquem o
paciente. Este não cogita as consequências dos próprios atos. O pa-
ciente tem dificuldade de deter uma ação já em andamento. Ele reage
mais facilmente aos impulsos externos e internos.
141
Indicações para graduação
“leve” — O paciente responde e reage sem pensar; a conversa não é
prejudicada.
Sintomas diferenciais
68. Irritabilidade
77. Labilidade afetiva
78. Incontinência afetiva
94. Agressividade
Explicações e exemplos
A imagem do próprio corpo faz parte da imagem de si e refere-se à
avaliação emocional ou cognitiva momentânea de partes do corpo ou
do corpo inteiro.
142
• Um paciente tem a convicção de que seu corpo é fraco e flácido
e, por isso, ele passa várias horas por dia na academia, faz uso de
anabolizantes, apesar das consequências para a saúde, e controla
periodicamente seus músculos com uma fita métrica.
Indicações para graduação
“leve” — Preocupação intensa com o próprio corpo, mas a realiza-
ção das atividades diárias não prejudicada por isso.
Sintomas diferenciais
28. Hipocondria
44. Delírio hipocondríaco
51. Alucinações corporais
54. Despersonalização
SA9. Pudor/vergonha
[Schamgefühle] (P)
Definição
Explicações e exemplos
Trata-se de um sintoma que é vivenciado subjetivamente, mas muitas
vezes é evidente pelo comportamento do paciente. Frequentemente
pode-se perceber o pudor pelas expressões faciais, pelos gestos e ou-
tros aspectos do comportamento interpessoal. Quando o paciente se
sente exposto ou teme uma perda de respeito, ele pode ficar verme-
lho ou abaixar o olhar.
143
A delimitação com a sensação de culpa pode ser difícil. Sentimentos de
culpa acontecem quando o paciente desrespeitou normas internas, que
ele considera justas e boas. Pudor, porém, acontece sempre no contex-
to social real ou imaginado e trata da violação do “Eu” e da segurança
pessoal num nível íntimo (“Sinto-me exposto para os outros”).
Sintomas diferenciais
29. Fobias
65. Angústia/ansiedade
73. Sentimentos de culpa
Ideias que têm alta importância pessoal para o paciente. Essa im-
portância dificilmente é compreendida por outros.
Explicações e exemplos
Frequentemente as ideias supervalorizadas representam o início de
um delírio, mas ainda podem ser retificadas. O paciente tem uma
grande vontade de convencer os outros da importância das próprias
ideias. O paciente identifica-se de forma muito emocional com elas,
que podem ter grande influência na vida dele.
144
O examinador ainda consegue compreender e seguir os pensamen-
tos do paciente. Contudo, evidencia-se uma fixação acentuada e
uma preocupação excessiva do paciente com as ideias. Ideias su-
pervalorizadas podem demostrar relação com a situação biográfica
do paciente.
Sintomas diferenciais
34. Percepções delirantes
Explicações e exemplos
O paciente para no meio da frase porque não consegue se lembrar da
palavra. Ele procura descrever de outra forma a fim de não precisar
usar a palavra esquecida. Por exemplo: “Naquele momento a moça
caiu no… ahm, ela caiu na água”. O paciente pode reagir à sua difi-
culdade de achar as palavras: “Ah, que inconveniente, eu não estou
lembrando” etc.
145
Indicações para graduação
“leve” — O paciente não se lembra de algumas palavras durante a
entrevista, mas a exploração não é prejudicada por isso.
Ou o paciente lembra-se de situações nas quais ele não se
lembrou das palavras certas.
Sintomas diferenciais
15. Inibição
16. Lentificação
24. Bloqueio do pensamento
146
3. Achados somáticos
3.1. Alterações do sono e da vigília
Introdução
Aqui se trata de identificar as alterações do sono e os níveis de
sonolência do paciente. Especialmente com relação ao sono, há
uma grande variação das normas individuais. Como regra geral,
os critérios de referência são complicados pela ampla variação
individual, sendo necessário recorrer à comparação intraindivi-
dual com estado pré-mórbido. A vivência subjetiva do paciente
(P) é decisiva na análise. Em pacientes que não dormem, todas as
características relacionadas ao sono (de 101 a 104) são designadas
como graves.
Explicações e exemplos
Os pacientes queixam-se de demora ou dificuldade para ador-
mecer. Normalmente, o processo de adormecimento (latência de
adormecimento) em indivíduos saudáveis não dura mais do que
trinta minutos, mesmo considerando-se diferenças individuais ex-
tremas. O “abandono passivo” ao sono torna-se difícil; o pacien-
te revira-se na cama e acentua a atenção relativa ao processo de
adormecimento (p. ex., registra o tempo de demora para adorme-
cer etc.).
147
Indicações para graduação
“leve” — O paciente percebe a dificuldade para adormecer, mas ain-
da considera ser uma demora para adormecer aceitável.
Não há prejuízos significativos (p. ex., sonolência, prejuí-
zo funcional etc.).
Sintomas diferenciais
102. Despertar noturno
103. Redução na duração do sono
Explicações e exemplos
O conceito clínico de “insônia intermediária”, caracterizada por cur-
tas interrupções do sono sugestivas de alteração fisiológica, é preen-
chido desde que o paciente se lembre das interrupções do sono ao
longo do dia seguinte.
148
“grave” — O paciente percebe as interrupções de seu sono como tor-
turantes e/ou padece de claras dificuldades durante o dia
(p. ex., sonolência ou deterioração funcional).
Sintomas diferenciais
101. Insônia inicial
103. Redução da duração do sono
104. Despertar precoce
Explicações e exemplos
A média da duração de sono “normal” em indivíduos saudáveis mostra
grandes variações interindividuais, mas exibe relativa constância intrain-
dividual. O paciente percebe a redução da duração do sono principal-
mente pelo prejuízo (redução da qualidade) do seu sono, embora haja
também uma redução da duração do sono sem a sensação de prejuízo
(p. ex., na síndrome maníaca), que também deve ser registrada aqui.
Sintomas diferenciais
101. Insônia inicial
102. Insônia intermediária
104. Despertar precoce
149
104. Despertar precoce
[Früherwachen] (P)
Definição
Explicações e exemplos
O paciente desperta mais cedo do que o costume e não consegue vol-
tar a dormir. Ele se ressente da alteração do sono e percebe redução
na qualidade de todo o período de seu sono.
Sintomas diferenciais
102. Insônia intermediária
103. Redução da duração do sono
150
Explicações e exemplos
Aqui a “hipersonia” (aumento evidente do sono) deve estar caracte-
rizada. A causa da sonolência não faz diferença. A sonolência resul-
tante de efeito colateral da medicação também deve ser registrada
aqui. Quando a sonolência se faz acompanhar de redução da dis-
posição e do vigor físico, deve-se também assinalar associação de
“alteração da vitalidade”.
Sintomas diferenciais
1. Rebaixamento da consciência
62. Alterações da vitalidade
151
106. Redução do apetite
[Appetit vermindert] (P)
Definição
Explicações e exemplos
Ao contrário de antes, o paciente não tem mais “comidas preferidas”.
A satisfação de comer está reduzida ou mesmo desaparece. O pacien-
te precisa se obrigar a comer ou ser convencido a alimentar-se.
Sintomas diferenciais
100. Necessidade de cuidados especiais
Explicações e exemplos
O aumento do apetite pode aparecer como uma sensação contínua de
fome, mas também como aumento da “vontade de comer” entre as re-
152
feições normais, até os “ataques de voracidade”. Os pacientes comem
mais vezes durante o dia, “beliscam” ao longo do dia, ocasionalmente
levantam-se à noite para comer. Aqui também são registrados os au-
mentos de apetite para alimentos específicos (p. ex., para doces).
Sintomas diferenciais
31. Impulsos obsessivos
32. Compulsões
108. Sede excessiva
Explicações e exemplos
O aumento da sede pode ter causas bastante diversas, normalmente
levando ao aumento da ingestão de líquidos.
153
Indicações para graduação
“leve” — O paciente sente aumento da sede, mas consegue resistir à
sua ingestão.
Sintomas diferenciais
31. Impulsos obsessivos
32. Compulsões
107. Aumento do apetite
Explicações e exemplos
A apetência sexual segue grandes variações interindividuais e, portan-
to, não é possível se chegar a uma norma geral válida. Como regra,
aqui se considera a comparação intraindividual em diferentes períodos.
Sintomas diferenciais
Nenhum
154
3.3 Alterações gastrointestinais
Introdução
A apresentação dos sintomas seguintes é independente de eles
ocorrerem no contexto de uma doença previamente estabelecida
(somática ou psíquica) ou como consequência de efeito colateral
de medicações.
Aumento da salivação.
Explicações e exemplos
Quando o paciente se queixa de aumento da salivação, mesmo quan-
do não externamente observável, deve pelo menos ser designado
como de grau leve.
Sintomas diferenciais
Nenhum
155
111. Secura na boca (xerostomia)
[Mundtrockenheit] (P)
Definição
Explicações e exemplos
O item “secura na boca” independe da causa, incluindo-se aqui
também a secura presumidamente decorrente de efeito colateral
de medicamentos.
Sintomas diferenciais
Nenhum
112. Náuseas
[Übelkeit] (P)
Definição
Explicações e exemplos
Paciente relata que está se sentindo mal. Quando também apresenta
vômitos, deve-se incluir o item 113, “vômitos”.
156
Indicações para graduação
“leve” — O paciente está levemente nauseado, mas isso não chega a
prejudicar sua rotina.
Sintomas diferenciais
113. Vômitos
114. Desconforto gástrico
113. Vômitos
[Erbrechen] (PE)
Definição
Explicações e exemplos
Na maioria das vezes, embora não sempre, os vômitos são precedi-
dos de náuseas. Portanto, deve-se também marcar “112. náuseas”
quando for o caso.
Sintomas diferenciais
112. Náuseas
157
114. Desconforto gástrico
[Magenbeschwerden] (P)
Definição
Explicações e exemplos
Estufamento, arrotos, azia, deglutição de ar ou dor de estômago.
Sintomas diferenciais
112. Náuseas
113. Vômitos
115. Obstipação
[Obstipattion] (P)
Definição
Explicações e exemplos
As informações sobre sintomas somáticos do AMDP em geral resul-
tam de um diálogo com o paciente e deve-se aqui apenas descrever as
respostas subjetivas dadas por ele.
158
“grave” — A defecação é possível somente com a ajuda de meios físi-
cos ou mecânicos (p. ex., clister).
Sintomas diferenciais
28. Hipocondria (não delirante)
44. Delírio hipocondríaco
116. Diarreia
[Diarrhoe] (P)
Definição
Explicações e exemplos
Nenhum
Sintomas diferenciais
Nenhum
Dificuldade respiratória.
159
Explicações e exemplos
O paciente queixa-se de sensação de aperto no peito, dificuldade de
receber ar suficiente para respirar ou sensação de sufocamento. A
dispneia pode ser uma vivência subjetiva vivida e relatada pelo pa-
ciente de modo plausível ou observada pelo entrevistador.
Sintomas diferenciais
Nenhum
118. Vertigem
[Schwindel] (PE)
Definição
Explicações e exemplos
“Estou tonto.” “Tudo está girando.” “Minha vista escurece.” A sensa-
ção de queda também pode ser manifestação da vertigem.
160
Sintomas diferenciais
112. Náuseas
119. Palpitações
[Herzklopfen] (P)
Definição
Explicações e exemplos
O paciente reclama de “batedeira” ou “palpitação”; alguns sentem
“o coração batendo na garganta” ou um “descompasso do coração”.
Sintomas diferenciais
117. Dispneia
118. Vertigem
120. Dor pré-cordial
161
Explicações e exemplos
O paciente “percebe/sente” seu coração de modo desagradável.
Sintomas diferenciais
117. Dispneia
118. Vertigem
119. Palpitações
Explicações e exemplos
Aqui são descritas as alterações subjetivas duradouras de dificulda-
des visuais (p. ex., a dificuldade em diferenciar letras muito próximas)
até as dificuldades em ler, costurar ou realizar atividades diárias por
dificuldade visual. Frequentemente, as dificuldades de acomodação
visual são um efeito colateral dos psicofármacos, devendo, mesmo
assim, ser descritas aqui.
162
Outras alterações da visão (p. ex.,“visão por um véu”) não são des-
critas aqui.
Sintomas diferenciais
Nenhum
Explicações e exemplos
Ocorre aumento da sudorese na testa ou nas axilas, mãos úmidas e
até sudorese profusa por todo o corpo. Apenas a sensação subjetiva
de aumento da sudorese deve ser graduada como leve.
163
Sintomas diferenciais
Nenhum
123. Seborreia
[Seborrhoe] (PE)
Definição
Explicações e exemplos
O paciente fica “engordurado/ensebado”. Isso ocorre de modo fre-
quente e se concentra em partes pilificadas do corpo.
Sintomas diferenciais
Nenhum
164
Explicações e exemplos
Não é raro que psicofármacos causem alterações miccionais como
efeito colateral, eventos que também devem ser descritos aqui. Em
pacientes com sintomas ansiosos, encontra-se, eventualmente, pola-
ciúria. Pacientes sedados queixam-se de perda urinária involuntária,
p. ex., à noite.
Sintomas diferenciais
Nenhum
Explicações e exemplos
As alterações temporais do ciclo menstrual, assim como outras quei-
xas corporais ligadas à menstruação, como cólicas abdominais, p. ex.
(dismenorreia), são descritas aqui.
165
Indicações para graduação
“leve” — As alterações temporais são de poucos dias em relação ao
ciclo menstrual normal, e/ou as queixas dismenorreicas
não incomodam muito a paciente.
Sintomas diferenciais
Nenhum
Explicações e exemplos
• “Eu sinto uma fisgada na cabeça.”
• “Sinto uma pressão incômoda sobre a testa.”
• “Tenho uma sensação de peso na cabeça.”
• “Sinto uma dor de cabeça alucinante à direita.”
Indicações para graduação
“leve” — Não ocorre prejuízo das atividades diárias pelo incômo-
do, sendo que o paciente consegue realizar suas atividades
pessoais e laborais.
166
soais por causa da gravidade de sua queixa, ou as realiza
de forma extremamente penosa.
Sintomas diferenciais
51. Alucinações corporais
54. Despersonalização
127. Dorsalgia
[Rückenbeschwerden] (P)
Definição
Explicações e exemplos
• “Minhas costas estão tensas, contraídas.”
• “Ao redor dos ombros — principalmente quando fico muito tem-
po sentado — sinto fortes dores.”
• “Sinto um aperto contínuo na coluna.”
Indicações para graduação
“leve” — Pelas diferentes afecções dorsais (principalmente contra-
turas e sensação de peso), não há prejuízo nas lidas co-
tidianas, sendo que o paciente consegue seguir com suas
atividades profissionais e interesses.
“grave” — Devido à afecção dorsal (em geral dores), há prejuízo nas
atividades cotidianas, com incapacitação para o trabalho,
demais obrigações e lazer do paciente, ou ela exige um
esforço enorme para essas atividades.
Sintomas diferenciais
51. Alucinações corporais
167
128. Sensação de peso nas pernas
[Schweregefühl in den Beinen] (P)
Definição
O paciente sente suas pernas mais pesadas ou fracas que habitualmente.
Explicações e exemplos
• “Minhas pernas estão pesadas e ‘bambas’.”
• “Andar é difícil para mim, como se minhas pernas fossem de
chumbo.”
• “Meus joelhos estão ‘moles’, quase não consigo ficar em pé.”
Indicações para graduação
“leve” — Não ocorre prejuízo das atividades diárias pelo incômo-
do, sendo que o paciente consegue realizar suas atividades
pessoais e laborais.
Sintomas diferenciais
51. Alucinações corporais
54. Despersonalização
168
Explicações e exemplos
• “Às vezes sinto verdadeiras ondas de calor.”
• “Quando estou entre outras pessoas, sinto calor.”
• “Ultimamente sinto um calor interno, como se estivesse com febre.”
Indicações para graduação
“leve” — Não ocorre prejuízo das atividades diárias pelo incômo-
do, sendo que o paciente consegue realizar suas atividades
pessoais e laborais.
Sintomas diferenciais
51. Alucinações corporais
O paciente sente frio, ainda que não esteja fazendo frio nem ele
tenha febre.
Explicações e exemplos
• “Mesmo no verão sinto um frio contínuo.”
• “De vez em quando sinto um calafrio, como se estivesse com febre.”
Indicações para graduação
“leve” – Não ocorre prejuízo das atividades diárias pelo incômo-
do, sendo que o paciente consegue realizar suas atividades
pessoais e laborais.
“grave” — O paciente não consegue realizar seu trabalho, e/ou suas ou-
tras obrigações, e/ou suas atividades de interesses pessoais
169
por causa da gravidade de sua queixa, ou as realiza de forma
extremamente penosa.
Sintomas diferenciais
Nenhum
Explicações e exemplos
Mudez psicogênica, cegueira ou surdez psicogênicas, amnésia disso-
ciativa, paralisias psicogênicas, alterações psicogênicas da marcha
(abasia/astasia). Pseudocrises não epilépticas e alterações da cons-
ciência. Alterações psicogênicas da sensibilidade.
170
“grave” — O paciente não consegue realizar seu trabalho, e/ou suas
outras obrigações, e/ou suas atividades de interesses pes-
soais por causa da gravidade de sua queixa, ou as realiza
de forma extremamente penosa.
Sintomas diferenciais
Nenhum
Explicações e exemplos
A rigidez/hipertonia muscular é detectada pela movimentação passiva
de grupamentos musculares relaxados, p. ex., no pescoço (ante e re-
171
troversão, assim como movimento de rotação da cabeça) ou no punho
(pronação e supinação, flexão ou extensão). O aumento do tônus mus-
cular lembra a resistência que uma vela de cera oferece ao ser dobrada.
O fenômeno de “roda denteada” ocorre quando bloqueios rítmicos são
observados durante a aplicação de um movimento passivo contínuo.
Sintomas diferenciais
Nenhum
Explicações e exemplos
Tipicamente há hiperextensão das articulações.
172
Sintomas diferenciais
Nenhum
134. Tremor
[Tremor] (PE)
Definição
Explicações e exemplos
Para ilustrar suas formas, pode-se diferenciar os tremores de repouso
(como na doença de Parkinson) dos tremores de ação (como o tre-
mor essencial). A comprovação do tremor é obtida pela observação
do paciente relaxado (cabeça e extremidades), assim como em movi-
mentos específicos (extensão voluntária dos membros superiores). A
gradação do tremor se faz pela extensão máxima da amplitude apre-
sentada. Tremores de intensão (do movimento) estão designados
como “138. ataxia”.
Sintomas diferenciais
135. Discinesia
138. Ataxia
173
135. Distonias (agudas) e discinesias (tardias)
[Dyskinesien] (PE)
Definição
Explicações e exemplos
Podem ocorrer como efeitos colaterais de antipsicóticos, como dis-
tonias agudas (espasmos bucolinguomastigatórios, p. ex.) ou como
resultado do uso de longo prazo desses medicamentos, como na dis-
cinesia tardia (aumento dos movimentos involuntários da língua e da
musculatura facial).
Sintomas diferenciais
134. Tremor
138. Ataxia
136. Hipocinesias
[Hypokinesien] (PE)
Definição
174
Explicações e exemplos
O início dos movimentos pode apresentar latência, bradicinesia ou “con-
gelamento” dos movimentos. Os passos podem ser curtos, e a escrita,
pequena; há hipomimia facial e empobrecimento gestual. Tais alterações
podem ser uni ou bilaterais. A fala pode ficar mais rouca ou silenciosa.
Alguns pacientes relatam grande dificuldade em se virar na cama.
Sintomas diferenciais
80. Pobreza de impulsos
137. Acatisia
[Akathisie] (PE)
Definição
Explicações e exemplos
A acatisia caracteriza-se por necessidade de movimento vivida de
modo desagradável, principalmente nas pernas e/ou braços, em que o
paciente encontra alívio momentâneo à medida que se movimenta. Po-
dem ocorrer movimentos de “sapatear” quando o paciente está em pé.
175
sentado ou em pé, menciona o impulso incômodo para
se mexer, mas consegue permanecer imóvel sem que a in-
quietação seja perceptível.
Sintomas diferenciais
69. Inquietação interior
138. Ataxia
[Ataxie] (PE)
Definição
Explicações e exemplos
Diferenciam-se as ataxias de tronco (balanço involuntário do
tronco na posição sentada) e as alterações do equilíbrio estático
(tendência a cair quando em pé) das ataxias de membros. Estas
caracterizam-se pela insegurança na movimentação dos membros,
com movimentos em “ziguezague” nas ações voluntárias (testes de
índex-nariz e tornozelo-joelho, p. ex.). O tremor de intensão tam-
bém é registrado aqui. De uma ataxia de tronco, assim como de
uma ataxia apendicular (de membros inferiores), pode surgir uma
ataxia de marcha.
176
estática (sentada ou em pé), mas o indivíduo mantém o
controle motor.
Sintomas diferenciais
134. Tremor
139. Nistagmo
[Nystagmus] (E)
Definição
Explicações e exemplos
O nistagmo pode ocorrer em posição de descanso (parada; nistag-
mo espontâneo) ou ao voltar o olhar em uma determinada direção
(nistagmo de olhar direcionado), e poderá ser motivado por algum
movimento da cabeça ou postura ou movimento corporal (nistag-
mo posicional).
177
“grave” — Pode ser assinalado quando ocorre o nistagmo espontâneo.
Sintomas diferenciais
Nenhum
140. Parestesias
[Parästhesien] (P)
Definição
Explicações e exemplos
Os pacientes relatam tais alterações sensoriais cutâneas como “formi-
gamento”, “irritabilidade superficial” e “sensação de eletrizar”.
Sintomas diferenciais
51. Alucinações corporais
178
Diferenças entre lados
[Seitendifferenzen]
“Sim” — Pode se registrar quando houver clara diferença na sintoma-
tologia entre os lados direito e esquerdo do corpo do pacien-
te nos itens 132 a 140.
Convulsões cerebrais
[Cerebrale Krampfänfalle]
“Sim” — Registra-se quando ocorrer crise focal ou generalizada duran-
te a entrevista. Ataques psicogênicos (crises não epilépticas)
podem ser registrados no item 131, “sintomas conversivos”.
Itens de reserva
[Reserve–Merkmale]
Nas linhas com a marcação R1-R7 colocam-se itens de reserva, utili-
zados para registro de dados adicionais. Investigadores que desejam
registrar sintomas específicos que não estão contidos nos quarenta
sintomas somáticos podem incluí-los individualmente aqui. Por exem-
plo, podem-se incluir aqui também os sintomas adicionais (SA1-SA3).
179
sintomas de um episódio depressivo, depressão maior). Além disso,
incluem-se alguns sintomas que podem servir no caso de síndromes
como parte somática do quadro da doença. Os sintomas adicionais
daqui em diante (registrados como SA1-SA3) são descritos da mesma
forma que os sintomas anteriores. O uso dos sintomas adicionais é
recomendado segundo a necessidade. É evidente, porém, que esses
sintomas aqui descritos não cobrem a integralidade dos sintomas. O
grupo de revisão do AMDP recomenda o uso dos quarenta sintomas
anteriores em todos os contextos clínicos. Os sintomas novos defini-
dos aqui devem ser aplicados conforme a necessidade do examina-
dor. Esses devem ser descritos no formulário do Sistema AMDP nos
pontos R (reserva).
Explicações e exemplos
Trata-se de alterações da vivência ou do comportamento relaciona-
das ao sono. Diferenciam-se:
• sonambulismo;
• pavor noturno; terror noturno (acordar subitamente do sono pro-
fundo com um grito de terror e com sinais corpóreos e mentais
de medo intenso);
• pesadelos;
• alterações do comportamento no sono REM (acordar várias
vezes do sono REM com “continuação” das reações sonhadas,
p. ex.: gritos, reflexos de defesa etc.; “comportamento induzido
pelo sono”);
180
• síndrome das pernas inquietas (impulso desagradável de movi-
mentar-se, pronunciado nas fases de descanso ou de adormecer).
Indicações para graduação
“leve” — O paciente percebe uma mudança do seu sono normal,
mas que não o incomoda muito.
Sintomas diferenciais
101. Insônia inicial
102. Despertar noturno
103. Redução da duração do sono
104. Despertar precoce
Explicações e exemplos
Apetência e atividade sexual são sujeitas a grandes diferenças inter-
pessoais. Por isso não pode ser estabelecida uma norma geral. Apli-
ca-se então a comparação intraindividual.
181
“grave” — O paciente vivencia um aumento da libido que leva a mu-
danças objetivas de comportamento (p. ex.: mais contatos
sexuais).
Sintomas diferenciais
82. Aumento do impulso
93. Aumento da sociabilidade
Explicações e exemplos
Trata-se aqui de alterações sexuais que limitam ou impossibilitam as
atividades sexuais desejadas pelo paciente.
• Alterações da ereção
• Alterações do orgasmo (anorgasmia, frequência diminuída, dimi-
nuição da intensidade)
• Ejaculação precoce
• Dispareunia/vaginismo (dor durante o coito)
Indicações para graduação
“leve” — O paciente percebe uma alteração das reações sexuais ha-
bituais, que o incomoda pouco.
Sintomas diferenciais
109. Redução da libido
182
Literatura
Desde a introdução do Sistema AMP/AMDP foram publicados vários
trabalhos em que o Sistema foi usado ou foi objeto de estudo. Uma
enumeração de todos os trabalhos, tanto empíricos, quanto teóricos,
não é possível aqui. Também não é possível enumerar todas as línguas
que ganharam uma tradução do Sistema AMDP (entre outras, inglês,
francês, italiano4; cf. Bobon et al., 1983). Na lista a seguir consta apenas
uma seleção desses trabalhos. As obras de revisão contêm referências
para a maioria dos trabalhos AMP/AMDP. São listadas as publicações
mais importantes, que serviram de base para a criação do Sistema, e as
edições anteriores, que também contêm um sem-número de referências.
Psicopatologia geral
Bleuler, E. (1983). Lehrbuch der Psychiatrie (15., von M. Bleuler über-
arbeitete Aufl.). Berlin: Springer. http://doi.org/10.1007/978-3-
642-61775-1 (visitado em 9 jun. 2016).
183
Scharfetter, Ch. (2002). Allgemeine Psychopathologie (5. Aufl.). Stutt-
gart: Thieme.
184
arbeit. Fortschritte der Neurologie und Psychiatrie, 57, 357–373.
http://doi.org/10.1055/s-2007-1001132 (visitado em 9 jun. 2016).
Bobon, D., Baumann, U., Angst, J., Helmchen, H. & Hippus, H. (Eds.).
(1983). AMDP-System in pharmacopsychiatry. Basileia: Karger.
Entrevista
Fähndrich, E. & Stieglitz, R.-D. (2016). Leitfaden zur Erfassung des
psychopathologischen Befundes. Halbstrukturiertes Interview an-
hand des AMDP-Systems (4., überarbeitete und erweiterte Aufl.).
Göttingen: Hogrefe.
Síndromes AMDP
Gebhardt, R., Pietzcker, A., Strauss, A., Stoeckel, M., Langer, C. &
Freudenthal, K. (1983). Skalenbildung im AMDP-System. Archiv
für Psychiatrie und Nervenkrankheiten, 233, 234–245. http://doi.
org/10.1007/BF00343598 (visitado em 9 jun. 2016).
185
Processamento de dados
Hengesch, G., Heinrich, W. & Rösler, M. (1989). Ein Programm zur
Dokumentation und Auswertung des AMDP-Systems. Software
Kurier, 2, 52–53.
186
Apêndices
Apêndice A: Formulário de achados
O
dd.mm.aaaa Hospital-dia
3. Situação de moradia Outro
Não declarada 8. Motivo da consulta
Residência assistida Tratamento
Moradia autônoma Avaliação
Casa dos pais/parentes Aconselhamento
Asilo/clínica Outras investigações
LOutros
4. Convivência
Não declarada
Mora só
9. Evolução da doença
Não declarada
Primeiro episódio
Recorrente ou crônica
DE
Com parceiro 10. Transtornos psiquiátricos na família
Com pai e/ou mãe Sim
Com filho(s) Não
Outros (p. ex. com amigos) 11. Intensidade dos sintomas (CGI)
5. Escolaridade Não declarada
Não declarada Nenhuma (assintomático)
Ensino básico Limítrofe para sintomatologia psíquica
Ensino médio incompleto Leve
Ensino médio completo Moderada
Curso técnico Acentuada
Ensino superior incompleto Grave
MO
189
Sistema AMDP Achado psíquico
Informações pessoais
Achados Achados
Fontes de dados
Fontes de dados
O
Não avaliado
Não avaliado
Moderado
Moderado
Sintoma Sintoma
Ausente
Ausente
Grave
Grave
Leve
Leve
Alterações da consciência 23. Tangencialidade E
1. Rebaixamento da consciência E 24. Bloqueio do pensamento PE
L
2. Turbamento da consciência E 25. Incoerência E
3. Estreitamento da consciência P/E 26. Neologismos E
4. Expansão da consciência P Temores/medos e obsessões
Alterações da orientação 27. Desconfiança PE
DE
5. Temporal P 28. Hipocondria P
6. Espacial P 29. Fobias P
7. Situacional P 30. Pensamentos obsessivos P
8. Sobre a própria pessoa P 31. Impulsos compulsivos P
Fontes de dados
Fontes de dados
Não avaliado
Não avaliado
Moderado
Moderado
Sintoma Sintoma
Ausente
Ausente
Grave
Grave
Leve
Leve
Alterações da sensopercepção Alterações do impulso e da
47. Ilusões P psicomotricidade
48. Alucinações auditivas (vozes) P 80. Pobreza de impulso PE
49. Outras alucinações auditivas P 81. Inibição do impulso P
82. Aumento da energia ou do
50. Alucinações visuais P PE
impulso
O
51. Alucinações somestésicas P 83. Inquietação motora PE
52. Alucinações olfativas e gustativas P 84. Paracineses E
85. Maneirismos e posturas
Alterações da consciência do Eu E
bizarras
53. Desrealização P 86. Teatralidade E
54. Despersonalização P 87. Mutismo E
55. Difusão do pensamento P 88. Logorreia E
L
56. Retirada/roubo do pensamento P Particularidades circadianas
57. Inserção de pensamento P 89. Piora matinal PE
58. Outras vivências de influência
P 90. Piora vespertina PE
externa
Alterações da afetividade 91. Melhora vespertina PE
DE
59. Perplexidade E Outras alterações
60. Sensação de falta de sentimento P 92. Retraimento social PE
61. Empobrecimento afetivo E 93. Aumento da sociabilidade PE
62. Alterações da vitalidade P 94. Agressividade PE
63. Depressão PE 95. Tendência suicida PE
64. Desesperança P 96. Autoflagelação PE
97. Ausência de percepção de
65. Ansiedade/angústia PE P
estar doente
98. Falta de crítica (insight ou
66. Euforia PE P
compreensão) da doença
67. Disforia PE 99. Recusa do tratamento PE
100. Necessidade de cuidados
MO
68. Irritabilidade PE PE
especiais
69. Inquietação interior P Sintomas R1 a R14
70. Propensão à lamúria E R1
71. Sentimento de inadequação P R2
72. Autoestima exagerada P R3
73. Sentimentos de culpa P R4
74. Sentimentos de ruína P R5
75. Ambivalência P R6
76. Paratimia (discordância afetiva) P R7
77. Labilidade afetiva PE R8
78. Incontinência afetiva PE R9
79. Rigidez afetiva E R10
R11
R12
R13
R14
Grau de certeza dos achados
© Hogrefe Verlag GmbH & Co. KG, Göttingen. Reprodução proibida.
191
Sistema AMDP Achados somáticos
Informações pessoais
Paciente:_____________ Entrevistador:_______________________ Data da entrevista:
Idade:___________________________ Data de nascimento: Sexo: M F
Período de observação: (em dias)_______________________ Diagnósticos:_____________________
Achados Achados
Fontes de dados
Fontes de dados
O
Não avaliado
Não avaliado
Moderado
Moderado
Sintoma Ausente Sintoma
Ausente
Grave
Grave
Leve
Leve
Alterações do sono e da vigília 125. Alterações menstruais P
101. Insônia inicial P Outras alterações
L
102. Insônia intermediária P 126. Cefaleia P
103. Redução da duração do sono P 127. Dorsalgia P
104. Despertar precoce P 128. Sensação de peso nas pernas P
105. Sonolência diurna PE 129. Sensação de calor P
Alterações da apetência 130. Sensação de frio/calafrios P
DE
106. Redução do apetite P 131. Sintomas conversivos PE
107. Aumento do apetite P Alterações neurológicas
108. Aumento da sede P 132. Rigidez muscular/hipertonia E
109. Redução da libido P 133. Flacidez muscular/hipotonia PE
Alterações gastrointestinais 134. Tremor PE
135. Distonias (agudas) e
110. Hipersalivação (sialorreia) PE PE
discinesias (tardias)
111. Secura bucal (xerostomia) P 136. Hipocinesias PE
112. Náuseas P 137. Acatisia PE
192
Apêndice B: Terminologia das características do Sistema AMDP
em português, alemão, inglês e francês
Português Alemão Inglês Francês
Alterações da consciência Bewusstseinsstörungen Disorders of consciousness Troubles de la conscience
1. Rebaixamento da consciência 1. Bewusstseinsverminderung 1. Lowered vigilance 1. Baisse de vigilance
2. Turbamento da consciência 2. Bewusstseinstrübung 2. Clouded consciousness 2. Dissolution de la conscience
3. Estreitamento da consciência 3. Bewusstseinseinengung 3. Narrowed consciousness 3. Rétrécissement de la conscience
4. Expansão da consciência 4. Bewusstseinsverschiebung 4. Expanded consciousness 4. Expansion de la conscience
Alterações da orientação Orientierungsstörungen Disturbances of orientation Troubles de l’ordination
5. Temporal 5. zeitliche Orientierungsstörung 5. Time 5. T. O. dans le temps
6. Espacial 6. örtliche Orientierungsstörung 6. Place 6. T. O. dans l’espace
7. Situacional 7. situative Orientierungsstörung 7. Situation 7. T. O. quant à la situation
8. Sobre a própria pessoa 8. Orientierungsstör. über die eige- 8. Self 8. T. O. quant à sa personne
ne Person
Alterações da atenção e memória Aufmerksamkeits- und Disturbances of attention and Troubles de l’attention et de la
Gedächtnisstörungen memory mémoire
9. Alterações da compreensão 9. Auffassungsstörungen 9. Apperception 9. Troubles de l’apperception
10. Alterações da concentração 10. Konzentrationsstörungen 10. Concentration 10. Troubles de la concentration
11. Alterações da memória de fixação 11. Merkfähigkeitsstörungen 11. Memorization 11. Troubles de la mémorisation
12. Alterações da memória de evocação 12. Gedächtnisstörungen 12. Retention 12. Troubles de l’évocation
13. Confabulações 13. Konfabulationen 13. Confabulation 13. Confabulation
14. Paramnésias 14. Paramnesien 14. Paramnesias 14. Paramnésies
193
Português Alemão Inglês Francês
194
Alterações formais do pensamento Formale Denkstörungen Formal disorders of thought Troubles de la conscience
15. Inibição 15. gehemmt 15. Inhibited thinking 15. Pensée inhibée
16. Lentificação 16. verlangsamt 16. Retarded thinking 16. Pensée ralentie
17. Circunstancialidade 17. umständlich 17. Circumstantial thinking 17. Pensée circonstanciée
18. Pensamento restrito 18. eingeengt 18. Restricted thinking 18. Perséveration appauvrie
19. Perseveração 19. Perseverierend 19. Perseveration 19. Perséveration verbale
20. Ruminações 20. Grübeln 20. Rumination 20. Ruminations
21. Pressão do pensamento 21. Gedankendrängen 21. Pressured thinking 21. Pensée automatique
22. Fuga de ideias 22. ideenflüchtig 22. Flight of ideas 22. Fuite des idées
23. Tangencialidade 23. Vorbeireden 23. Tangential thinking 23. Réponses à côté
24. Bloqueio do pensamento 24. gesperrt/Gedankenabreißen 24. Blocking 24. Pensée barrée
25. Incoerência 25. inkohärent/zerfahren 25. Incoherence 25. Pensée incoherente
26. Neologismos 26. Neologismen 26. Neologisms 26. Néologismes
Temores/medos e obsessões Befürchtungen und Zwänge Phobias and compulsions Craintes et obsessions
27. Desconfiança 27. Misstrauen 27. Suspiciousness 27. Méfiance
28. Hipocondria 28. Hypochondrie 28. Hypochondriasis 28. Hypocondrie
29. Fobias 29. Phobien 29. Phobias 29. Phobies
30. Pensamentos obsessivos 30. Zwangsdenken 30. Obsessive thoughts 30. Obsessions
31. Impulsos compulsivos 31. Zwangsimpulse 31. Compulsive impulses 31. Obsessions-impulsions
32. Compulsões 32. Zwangshandlungen 32. Compulsive actions 32. Compulsions
Delírios Wahn Delusions Délire
33. Pressentimento delirante 33. Wahnstimmung 33. Delusional mood 33. Pressentiment délirant
34. Percepção delirante 34. Wahnwahrnehmung 34. Delusional perception 34. Perception délirante
Português Alemão Inglês Francês
35. Ideação delirante 35. Wahneinfall 35. Sudden delusional ideas 35. Intuition délirante
36. Pensamentos delirantes 36. Wahngedanken 36. Delusional ideas 36. Idées délirantes
37. Delírio sistematizado 37. Systematisierter Wahn 37. Systematized delusions 37. Systématisation du délire
38. Dinâmica delirante 38. Wahndynamik 38. Delusional dynamics 38. Dynamisme du délire
39. Delírio de referência 39. Beziehungswahn 39. Delusions of reference 39. Idées délirantes de référence
40. Delírio persecutório ou de 40. Beeinträchtigungs- und 40. Delusions of persecution 40. I. d. de préjudice/persécution
ser prejudicado Verfolgungswahn
41. Delírio de ciúme 41. Eifersuchtswahn 41. Delusions of jealousy 41. I. d. de jalousie
42. Delírio de culpa 42. Schuldwahn 42. Delusions of guilt 42. I. d. de culpabilité
43. Delírio de empobrecimemto (ruína) 43. Verarmungswahn 43. Delusions of impoverishment 43. I. d. de ruine
44. Delírio hipocondríaco 44. Hypochondrischer Wahn 44. Hypochondriac delusions 44. I. d. hypocondriaques
45. Delírio de grandeza 45. Größenwahn 45. Delusions of grandeur 45. I. d. de grandeur
46. Outros conteúdos delirantes 46. andere wahninhalte 46. Other delusions 46. I. d. fantastiques
Alterações da sensopercepção Sinnestäuschungen Disorders of perception Troubles des perceptions
47. Ilusões 47. Illusionen 47. Illusions 47. Illusions
48. Alucinações auditivas (vozes) 48. Stimmenhören 48. Verbal hallucinations 48. Hallucination acoustico-verbales
49. Outras alucinações auditivas 49. andere akustische Halluzinationen 49. Other auditory hallucinations 49. Autres hallucinations auditives
50. Alucinações visuais 50. optische Halluzinationen 50. Visual hallucinations 50. Hallucinations visuelles
51. Alucinações somestésicas 51. Körperhalluzinationen 51. Bodily hallucinations 51. Hallucinations cénesthésiques
52. Alucinações olfativas e gustativas 52. Geruchs- und 52. Olfactory or gustatory 52. Hallucinations olfactives et
Geschmackshalluzinatione hallucinations gustatives
Alterações da consciência do Eu Ich-Störungen Disorders of ego Troubles du moi
53. Desrealização 53. Derealisation 53. Derealization 53. Déréalisation
54. Despersonalização 54. Depersonalisation 54. Depersonalization 54. Dépersonalisation
195
Português Alemão Inglês Francês
196
55. Difusão do pensamento 55. Gedankenausbreitung 55. Thought broadcasting 55. Penseé divulgée
56. Retirada/roubo do pensamento 56. Gedankenentzug 56. Thought withdrawal 56. Prise de la pensée
57. Inserção de pensamento 57. Gedankeneingebung 57. Thought insertion 57. Pensée imposées
58. Outras vivências de influência externa 58. andere Fremdbeeinflussungserleb- 58. Other feelings of alien influence 58. Autres sentiments d’influence
nisse
Alterações da afetividade Störungen der Affektivität Disturbances of affect Troubles affectifs
59. Perplexidade 59. ratlos 59. Perplexity 59. Perplexité
60. Sensação de falta de sentimento 60. Gefühl der Gefühllosigkeit 60. Feeling of loss of feeling 60. Anesthésie affect. (éprouvée)
61. Empobrecimento afetivo 61. affektarm 61. Blunted affect 61. Anesthésie affect. (observée)
62. Alterações da vitalidade 62. Störung der Vitalgefühle 62. Felt loss of vitality 62. Troubles de l’éprouvé vital
63. Depressão 63. deprimiert 63. Depressed mood 63. Tristesse
64. Desesperança 64. hoffnungslos 64. Hopelessness 64. Perte d’espoir
65. Ansiedade/angústia 65. ängstlich 65. Anxiety 65. Anxiété psychique (éprovée)
66. Euforia 66. euphorisch 66. Euphoria 66. Euphorie
67. Disforia 67. dysphorisch 67. Dysphoria 67. Dysphorie
68. Irritabilidade 68. gereizt 68. Irritability 68. Irritabilité
69. Inquietação interior 69. innerlich unruhig 69. Inner restlessness 69. Agitation intérieure
70. Propensão à lamúria 70. klagsam/jammrig 70. Complaintiveness 70. Propension à se plaindre
71. Sentimento de inadequação 71. Insuffizienzgefühle 71. Feelings of inadequacy 71. Sentiment d’insuffisance
72. Autoestima exagerada 72. gesteigerte Selbstwertgefühle 72. Exaggerated self esteem 72. Surestimation de soi
73. Sentimentos de culpa 73. Schuldgefühle 73. Feelings of guilt 73. Sentiment de culpabilité
74. Sentimentos de ruína 74. Verarmungsgefühle 74. Feelings of impoverishment 74. Sentiment de ruine
75. Ambivalência 75. ambivalent 75. Ambivalence 75. Ambivalence affective
76. Paratimia (discordância afetiva) 76. Parathymie 76. Parathymia 76. Discordance affective
Português Alemão Inglês Francês
77. Labilidade afetiva 77. affektlabil 77. Affective lability 77. Labilité affective
78. Incontinência afetiva 78. affektinkontinent 78. Affective incontinence 78. Hyperémotivité
79. Rigidez afetiva 79. affektstarr 79. Affective rigidity 79. Monotonie affective
Alterações do impulso e da Antriebs- und psychomotorische Disorders of drive and Troubles de l’energie vitale et de
psicomotricidade Störungen psychomotility la psychomotricité
80. Pobreza de impulso 80. antriebsarm 80. Lack of drive 80. Diminution de l’énergie
81. Inibição do impulso 81. antriebsgehemmt 81. Inhibition of drive 81. Inhibition de l’énergie
82. Aumento da energia ou do impulso 82. antriebsgesteigert 82. Increased drive 82. Augmentation de l’énergie
83. Inquietação motora 83. motorisch unruhig 83. Motor restlessness 83. Agitation motrice
84. Paracineses 84. Parakinesen 84. Parakinesia 84. Parakinésies
85. Maneirismos e posturas bizarras 85. manieriert/bizarr 85. Mannerisms 85. Maniérisme/bizarreries
86. Teatralidade 86. theatralisch 86. Histrionics 86. Théâtralisme
87. Mutismo 87. mutistisch 87. Mutism 87. Laconisme
88. Logorreia 88. logorrhoisch 88. Logorrhea 88. Logorhée
Particularidades circadianas Circadiane Besonderheiten Circadian disturbances Variations nycthémérales
89. Piora matinal 89. morgens schlechter 89. Worse in the morning 89. Aggravation matinale
90. Piora vespertina 90. abends schlechter 90. Worse in the evening 90. Aggravation vespérale
91. Melhora vespertina 91. abends besser 91. Better in the evening 91. Amélioration vespérale
Outras alterações Andere Störungen Other disturbances Autres troubles
psychopathologiques
92. Retraimento social 92. sozialer Rückzug 92. Social withdrawal 92. Sociabilité diminuée
93. Aumento da sociabilidade 93. soziale Untriebigkeit 93. Excessive social contact 93. Sociablilté excessive
94. Agressividade 94. Aggressivität 94. Aggressiveness 94. Agressivité
95. Tendência suicida 95. Suizidalität 95. Suicidal tendencies 95. Tendances suicidaires
197
Português Alemão Inglês Francês
198
96. Autoflagelação 96. Selbstbeschädigung 96. Self-mutilation 96. Automutilations
97. Ausência de percepção de estar 97. Mangel an Krankheitsgefühl 97. Lack of feeling of illness 97. Absence du sent. d’être malade
doente
98. Falta de crítica (insight ou com- 98. Mangel an Krankheitseinsicht 98. Lack of insight 98. Non-conscience de la maladie
preensão) da doença
99. Recusa do tratamento 99. Ablehnung der Behandlung 99. Uncooperativeness 99. Refus du traitement
100. Necessidade de cuidados espe- 100. Pflegebedürftigkeit 100. Lack of self-care 100. Besoin de soins
ciais
Itens de reserva Reserve-Merkmale Supplementary Items Items de reserve
R1 a R14 ad libitum R1–R14 zur freien Verfügung R1–R14 ad libitum R1–R14 ad libitum
Grau de certeza dos achados Befundunsicherheit Unreliability Intertude diagnostique
Itens psicopatológicos adicionais Zusatzmerkmale Psychischer Additional psychopathological Items supplémentaires
Befund items psychopathologiques
SA1 Ataques de angústia (pânico) ZP1 Angstanfälle ZP1 Panic attack ZP1 Crise d’angoisse
SA2 Pensamento acelerado ZP2 Beschleunigtes Denken ZP2 Acceleration of thinking ZP2 Pensée accélérée
SA3 Ideias de associação ZP3 Beziehungsideen ZP3 Ideas of reference ZP3 Idées de référence
SA4 Desorganização ZP4 Desorganisiert ZP4 disorganised ZP4 Désorganisé
SA5 Redução da distância ZP5 Distanzlos ZP5 lack of boundaries ZP5 Manque de distance
SA6 Audição do pensamento ZP6 Gedankenlautwerden ZP6 thought hearing ZP6 Echo de la pensée
SA7 Aumento dos impulsos ZP7 Impulsiv ZP7 Impulsive ZP7 Impulsif
SA8 Alterações da imagem corporal ZP8 Körperbildstörungen ZP8 disturbance of body image ZP8 Trouble de l’image de son corps
(dismorfias)
SA9 Pudor/vergonha ZP9 Schamgefühle ZP9 Feelings of shame ZP9 Pudeur
SA10 Ideias supervalorizadas ZP10 Überwertige Ideen ZP10 Overvalued ideas ZP10 Idées surestimées
SA11 Dificuldade de lembrar/encontrar ZP11 Wortfindungsstörungen ZP11 anomic aphasia ZP11 Difficulté à trouver des mots
palavras
Português Alemão Inglês Francês
Alterações do sono e da vigília Schlaf- und Vigilanzstörungen Disturbances of sleep and Troubles de sommeil
vigilance
101. Insônia inicial 101. Einschlafstörungen 101. Difficulty falling asleep 101. Difficultés d’endormissement
102. Insônia intermediária 102. Durchschlafstörungen 102. Interrupted sleep 102. Réveils nocturnes
103. Redução da duração do sono 103. Verkürzung der Schlafdauer 103. Shortened sleep 103. Diminution de la durée du
sommeil
104. Despertar precoce 104. Früherwachen 104. Early wakening 104. Réveil matinal
105. Sonolência diurna 105. Müdigkeit 105. Drowsiness 105. Somnolence diurne
Alterações da apetência Appetenzstörungen Appetite disturbances Troubles de l’appétence
106. Redução do apetite 106. Appetit vermindert 106. Decreased appetite 106. Appétit diminué
107. Aumento do apetite 107. Appetit vermehrt 107. Excessive appetite 107. Appétit augmenté
108. Aumento da sede 108. Durst vermehrt 108. Excessive thirst 108. Soif augmenté
109. Redução da libido 109. Sexualität vermindert 109. Decreased libido 109. Impuissance/Frigidité
Alterações gastrointestinais Gastrointestinale Störungen Gastrointestinal disturbances Troubles gastro-intestinaux
110. Hipersalivação (sialorreia) 110. Hypersalivation 110. Hypersalivation 110. Hypersalivation
111. Secura bucal (xerostomia) 111. Mundtrockenheit 111. Dry mouth 111. Sécheresse de bouche
112. Náuseas 112. Übelkeit 112. Nausea 112. Nausées
113. Vômitos 113. Erbrechen 113. Vomiting 113. Vomissements
114. Desconforto gástrico 114. Magenbeschwerden 114. Gastric discomfort 114. Plaintes gastriques
115. Obstipação 115. Obstipation 115. Constipation 115. Constipation
116. Diarreia 116. Diarrhoe 116. Diarrhea 116. Diarrhée
Alterações cardiorrespiratórias Kardio-respiratorische Störungen Cardiac-respiratory disturbances Troubles cardio-respiratoires
117. Dispneia 117. Atembeschwerden 117. Breathing difficulties 117. Difficulté respirer
118. Vertigem 118. Schwindel 118. Dizziness 118. Vertiges
199
Português Alemão Inglês Francês
200
119. Palpitações 119. Herzklopfen 119. Palpitations 119. Palpitations
120. Dor pré-cordial 120. Herzdruck 120. Cardiac pain 120. Précordialgies
Outras alterações neurovegetativas Andere vegetative Störungen Other autonomic disturbances Autres troubles végétatifs
121. Alterações da acomodação visual 121. Akkomodationsstörungen 121. Blurred vision 121. Troubles d’accomodation
122. Sudorese excessiva 122. Schwitzen vermehrt 122. Increased perspiration 122. Sudations profuses
123. Seborreia 123. Seborrhoe 123. Seborrhea 123. Séborrhée
124. Alterações da micção 124. Miktionsstörungen 124. Micturition difficulties 124. Miction difficile
125. Alterações menstruais 125. Menstruationsstörungen 125. Menstrual difficulties 125. Troubles menstruels
Outras alterações Weitere Störungen Other somatic disturbances Autres troubles somatiques
126. Cefaleia 126. Kopfdruck 126. Headache 126. Plaintes céphaliques
127. Dorsalgia 127. Rückenbeschwerden 127. Backache 127. Lombalgies/dorsalgies
128. Sensação de peso nas pernas 128. Schweregefühl in den Beinen 128. Heaviness in the legs 128. Lourdeur de jambes
129. Sensação de calor 129. Hitzegefühl 129. Hot flashes 129. Sensation de chaleur
130. Sensação de frio/calafrios 130. Frösteln 130. Chills 130. Frilosité
131. Sintomas conversivos 131. Konversionssymptome 131. Conversion symptoms 131. Symptômes de conversion
Alterações neurológicas Neurologische Störungen Neurological disturbances Troubles neurologiques
132. Rigidez muscular/hipertonia 132. Rigor 132. Hypertonia 132. Hypertonie
133. Flacidez muscular/hipotonia 133. Muskeltonus erniedrigt 133. Hypotonia 133. Hypotonie
134. Tremor 134. Tremor 134. Tremor 134. Tremor
135. Distonias (agudas) e discinesias 135. Dyskinesien 135. Acute dyskinesia 135. Crises dyskinétiques aigües
(tardias)
136. Hipocinesias 136. Hypokinesien 136. Hypokinesia 136. Hypokinèsie/hypomimie
137. Acatisia 137. Akathisie 137. Akathisia 137. Akathisie
138. Ataxia 138. Ataxie 138. Ataxia 138. Ataxie
Português Alemão Inglês Francês
139. Nistagmo 139. Nystagmus 139. Nystagmus 139. Nystagmus
140. Parestesias 140. Parästhesien 140. Paresthesia 140. Paresthésies
Itens de reserva Reserve-Merkmale Supplementary items Items de reserve
R1 a R15 ad libitum R1–R15 zur freien Verfügung R1–R15 ad libitum R1–R15 ad libitum
... Diferença entre os lados ... Seitendifferenz … Laterality … Assymmétrie neurologique
... Convulsões cerebrais (epilépticas) ... Cerebrale Krampfanfälle … Convulsions … Crises épileptiques
201
Apêndice C: Síndromes AMDP
203
Escala 2:
Síndrome depressiva (DEPRES)
20. Ruminações
60. Sensação de falta de sentimento
62. Alterações da vitalidade
63. Depressão
64. Desesperança
71. Sentimento de inadequação
73. Sentimentos de culpa
81. Inibição do impulso
89. Piora matinal
102. Insônia intermediária
103. Redução da duração do sono
104. Despertar precoce
106. Redução do apetite
Escala 3:
Síndrome psico-orgânica (PSICORG)
2. Turbamento da consciência
5. Desorientação temporal
6. Desorientação espacial
7. Desorientação situacional
8. Desorientação sobre a própria pessoa
9. Alterações da compreensão
11. Alterações da memória de fixação
12. Alterações da memória de evocação
13. Confabulações
100. Necessidade de cuidados especiais
204
Escala 4:
Síndrome maníaca (MANI)
22. Fuga de ideias
66. Euforia
72. Autoestima exagerada
82. Aumento da energia ou do impulso
83. Inquietação motora
88. Logorreia
93. Aumento da sociabilidade
Escala 5:
Síndrome de hostilidade (HOST)
27. Desconfiança
67. Disforia
68. Irritabilidade
94. Agressividade
97. Ausência de percepção de estar doente
98. Falta de crítica (insight ou compreensão) da doença
99. Recusa do tratamento
Escala 6:
Síndrome vegetativa (VEGET)
28. Hipocondria
112. Náuseas
117. Dispneia
118. Vertigem
119. Palpitações
120. Dor pré-cordial
122. Sudorese excessiva
126. Cefaleia
129. Sensação de calor
205
Escala 7:
Síndrome de apatia (APA)
15. Inibição
16. Lentificação
17. Circunstancialidade
18. Pensamento restrito
61. Empobrecimento afetivo
79. Rigidez afetiva
80. Pobreza de impulso
92. Retraimento social
Escala 8:
Síndrome obsessivo-compulsiva (OBSCOM)
30. Pensamentos obsessivos
31. Impulsos compulsivos
32. Compulsões
Escala 9:
Síndrome neurológica (NEUROL)*
132. Rigidez muscular/hipertonia
133. Flacidez muscular/hipotonia
134. Tremor
135. Distonias (agudas) e discinesias (tardias)
136. Hipocinesias
137. Acatisia
139. Nistagmo — Convulsões cerebrais (epilépticas)
206
C.2 Escalas de superordenada do Sistema AMDP segundo
Gebhardt et al. (1983)
Escala de superordenada:
Síndrome paranoide-alucinatória (PARAL-MO)
33. Pressentimento delirante
34. Percepção delirante
35. Ideação delirante
36. Pensamentos delirantes
37. Delírio sistematizado
38. Dinâmica delirante
39. Delírio de referência
40. Delírio persecutório ou de ser prejudicado
48. Alucinações auditivas (vozes)
51. Alucinações somestésicas
54. Despersonalização
56. Retirada/roubo do pensamento
58. Outras vivências de influência externa
97. Ausência de percepção de estar doente
98. Falta de crítica (insight ou compreensão) da doença
Escala de superordenada:
Síndrome depressiva (DEPRES-MO)
15. Inibição
16. Lentificação
18. Pensamento restrito
20. Ruminações
60. Sensação de falta de sentimento
62. Alterações da vitalidade
63. Depressão
64. Desesperança
71. Sentimento de inadequação
73. Sentimentos de culpa
80. Pobreza de impulso
81. Inibição do impulso
89. Piora matinal
92. Retraimento social
102. Insônia intermediária
106. Redução do apetite
207
Escala de superordenada:
Síndrome psico-orgânica (PSICORG-MO)
2. Turbamento da consciência
5. Desorientação temporal
6. Desorientação espacial
7. Desorientação situacional
8. Desorientação sobre a própria pessoa
9. Alterações da compreensão
11. Alterações da memória de fixação
12. Alterações da memória de evocação
13. Confabulações
100. Necessidade de cuidados especiais
208
PSICORG-MO
Valor original
Valor original
DEPRES-MO
PARAL-MO
PSICORG
OBSCOM
DEPRES
VEGET
PARAL
HOST
MANI
APA
0 43 31 42 42 40 42 35 41 27 42 0
1 50 38 51 51 48 51 43 47 35 51 1
2 54 43 56 56 52 56 48 51 40 56 2
3 56 46 60 59 56 60 52 54 43 60 3
4 59 48 62 62 58 63 54 56 46 62 4
5 60 50 65 64 60 65 56 57 48 65 5
6 62 52 67 66 62 67 58 59 49 67 6
7 63 53 68 68 63 69 60 60 51 68 7
8 64 55 70 69 65 71 61 61 52 70 8
9 65 56 71 71 66 72 62 62 53 71 9
10 66 57 72 72 67 73 63 63 55 72 10
11 67 58 73 73 68 74 64 64 56 73 11
12 68 59 74 74 69 75 65 65 56 74 12
13 69 59 75 75 69 76 66 65 57 75 13
14 69 60 76 76 70 77 67 66 58 76 14
15 70 61 77 76 71 78 68 66 59 77 15
16 70 61 78 77 72 79 69 67 60 78 16
17 71 62 79 78 72 80 69 68 60 79 17
18 72 63 79 79 73 81 70 68 61 79 18
19 72 63 80 79 73 81 70 69 61 80 19
20 73 64 81 80 74 82 71 69 62 81 20
21 73 64 81 74 72 69 62 81 21
22 73 65 82 72 70 63 82 22
23 74 65 82 73 70 63 82 23
24 74 66 83 71 63 83 24
25 75 66 83 71 64 83 25
209
PSICORG-MO
Valor original
Valor original
DEPRES-MO
PARAL-MO
PSICORG
OBSCOM
DEPRES
VEGET
PARAL
HOST
MANI
APA
26 75 66 71 65 26
27 75 67 72 65 27
28 75 67 72 66 28
29 76 67 72 66 29
30 76 68 73 66 30
31 76 68 73 67 31
32 76 68 73 67 32
33 77 69 73 67 33
34 77 69 74 68 34
35 69 74 68 35
36 74 68 36
37 74 69 37
38 74 69 38
39 75 69 39
40 70 40
41 70 41
42 70 42
43 70 43
44 71 44
M 2,89 7,44 1,77 1,82 2,72 1,62 3,88 0,16 3,99 8,37 1,73 M
s 5,18 6,64 3,22 3,12 3,71 2,58 3,86 0,75 6,04 8,07 3,15 s
210
A gravidade das síndromes pode ser calculada por meio de seus va-
lores normais.
211
Índice remissivo
Os números entre parênteses indicam o número da característica do
achado sintomático. Os números de páginas indicados em negrito indi-
cam a localização das definições das características sintomatológicas.
213
Alterações gastrointestinais, 155
Alterações motoras, 103, 115, 116, 117, 174, 175
Alterações neurológicas, 171
Alterações sensoperceptivas, 80
Alucinações auditivas (vozes) (48), 81, 82, 83, 92, 129, 141
Alucinações auditivas não verbais, 82
Alucinações auditivas, outras (49), 82
Alucinações olfatórias e gustativas (52), 81, 85
Alucinações somestésicas (51), 81, 84
Alucinações táteis, 84
Alucinações visuais (50), 81, 83
Ambitendência, 107
Ambivalência (75), 107
Amnésia, 45, 170
Anamnese, 5, 11, 15, 16, 22, 30, 48
Anorgasmia, 182
Ansiedade/angústia (65), 60, 99, 100, 120, 136, 144
Apetência, alterações da, 151, 154, 181
Apetite, aumento do (107), 152, 153, 154
Apetite, diminuição do (106), 152
Árvore de decisão, 23, 24
Associações, 53, 65
Ataques de angústia (SA1), 135, 136
Ataques de voracidade, 153
Ataxia (138), 170, 173, 174, 176
Ataxia de tronco, 176
Atenção e memória, alterações, 41, 43
Atividades de vida diária, 60, 61, 62, 63, 136, 143, 144
Autoagressão, 127
Autoagressividade, 125
Autoestima exagerada (72), 78, 101, 105
Autoflagelação (96), 127, 198
Avaliação aplicada pelo entrevistador, 22
214
Bloqueio, 21, 55, 91, 119, 146, 172
215
Déjà-vu, 47, 86
Delirante, dinâmica (38), 66, 70, 71
Delirante, ideação (35), 67, 68, 69
Delirante mnésica, ideação 68
Delirante, percepção (34), 64, 66, 67, 68, 69, 70, 80, 81, 86, 89, 138, 145
Delirante, pressentimento (33), 38, 64, 65, 66, 71, 87, 88, 95, 103, 138
Delirantes, pensamentos (36), 64, 67, 68, 69, 71, 88, 138
Delírio de ciúme (41), 73
Delírio de controle, 78, 86
Delírio de grandeza (45), 77, 105
Delírio de referência (39), 71, 72, 138
Delírio dos sósias ou impostores (heautoscopia), 83
Delírio passional, 72, 78
Delírio hipocondríaco (44), 59, 65, 76, 136, 143, 159
Delírio persecutório ou de ser prejudicado (40), 72, 73, 138
Delírio persecutório, 65, 72
Delírio querelante, 73
Delírio sistematizado (37), 69
Delírio, 47, 58, 63, 64, 65, 69, 70, 71, 75, 76, 77, 78, 79, 83, 93, 106,
120, 137, 144
Depressão (63), 28, 88, 97, 104, 133, 180
Depressão matinal, 121
Desconfiança (27), 58, 65, 72, 73, 74, 90, 101, 103, 138
Desconforto gástrico (114), 157, 158
Desesperança (64), 98, 107
Desgosto pela vida, 126
Desorganização (SA4), 138
Despersonalização (54), 41, 79, 88, 89, 135, 143, 167, 168
Despertar precoce (104), 149, 150, 181
Desrealização (53), 38, 66, 81, 87, 95, 135
Diarreia (116), 159
Diferença entre os lados, 179
216
Discinesias e distonias (135), 116, 117, 173, 174
Discinesias tardias, 174
Disestesias, 178
Disforia (67), 67, 101, 102, 126
Dispareunia, 182
Dispneia (117), 135, 159, 160, 161, 162
Distância, redução da (SA5), 139, 140
Distonias agudas, 174
Distração, 36
Documentação global, 23
Doença, conceito de, 128, 129
Doença, falta de crítica (insight ou compreensão) da (98), 129, 130
Dor de cabeça, 166
Dor pré-cordial (120), 161, 162
Dorsalgias (127), 167
Ecmnésias, 47
Ecolalia, 116
Ecopraxia, 116
Ejaculação precoce, 182
Empobrecimento (ruína), delírio de (43), 75, 76, 107
Empobrecimento (ruína), sentimentos de (74), 76, 93, 106, 107
Energia ou impulso, aumento da (82), 103, 114, 116, 120, 125
Enurese, 164
Equilíbrio estático, alterações do, 176
Ereção, alterações da, 182
Escalas primárias, 203
Escalas sindrômicas, 203
Escalas de superordenadas, 203, 207, 208
Esquizofasia, 56, 57
Estereotipias verbais, 116
Estereotipias, 116
217
Estranhamento, vivência de, 87
Estresse/tensão, redução do, 127
Estrutura básica, 14
“Eu”, alterações do, 65, 69, 78, 86, 88
Euforia (66), 65, 100, 105
Excitação, 92, 141
Expectativa tensa, 65
Hipermnésias, 47
Hipersalivação (sialorreia) (110), 155
Hipersonia, 151
Hipocinesias (136), 113, 114, 174, 175
Hipocondria (28), 59, 60, 77, 99, 128, 129, 133, 136, 143, 159
218
Ideias, fuga de (22), 21, 50, 53, 54, 57, 120, 137
Ilusões (47), 67, 79, 80, 82, 83, 84, 85, 86, 89
Imagem corporal, alterações (dismorfias) (SA8), 142
Impulsividade (SA7), 141, 142
Impulso, inibição do (81), 97, 108, 113, 114, 119, 124, 139
Impulso, pobreza de (80), 21, 97, 112, 113, 114, 119, 124, 139, 175
Impulsos compulsivos (31), 61, 62, 153
Impulsos suicidas, 62
Incapacidade de tomar decisões, 94, 107
Incoerência (25), 50, 54, 55, 56
Ingesta de líquidos, aumento da, 108, 154
Inibição (15), 21, 48, 49, 107, 114, 146
Inquietação interior (69), 102, 116, 176
Inquietação motora (83), 103, 115, 117, 175
Insônia inicial (101), 147, 149, 181
Insônia intermediária (102), 148, 149, 150
Instabilidade emocional, 109
Intencionalidade, 34, 113
Intrusões, 47, 79
Irritabilidade (68), 101, 102, 103, 126, 142, 150, 151, 178
Itens de reserva, 131, 179
Jamais-vu, 47
Laconismo, 119
Lamúria, propensão à (70), 103, 133
Latência de adormecimento, 147
Latência, aumento do tempo de resposta, 49
Lembrar/encontrar palavras, dificuldade de (SA11), 145
Lentificação (16), 27, 35, 48, 49, 119, 146
Libido, aumento da (SA2), 181, 182
Libido, redução da (109), 154, 182
219
Limites entre o “Eu” e o ambiente, 86
Linguagem, desagregação da, 57
Logorreia (88), 50, 54, 119, 120, 125, 137
Observação de comportamento, 19
Observação pelo entrevistador, 20
Obstipação (115), 158
Ordenação temporal, distúrbios da, 39, 45, 47
Orgasmo, alterações do, 182
Orientação espacial, alteração da (6), 39, 40
220
Orientação para o futuro, 98
Orientação situacional, alteração da (7), 40
Orientação sobre a própria pessoa, alterações da (8), 41, 45, 89
Orientação temporal, alterações da (5), 38, 39
Orientação, alteração da, 38
221
Período de avaliação, 16, 22, 101, 157
Pernas inquietas (restlesslegs), 181
Perplexidade (59), 65, 66, 94, 95, 108
Perseveração (19), 51, 116, 117
Personificação, 88
Pesadelos, 180
Peso nas pernas, sensação de (128), 168
Piora matinal (89), 110, 121, 123
Piora vespertina (90), 110, 122
Planejamento das atividades prejudicado, 138
Polaciúria, 164, 165
Problema de transição, 26
Processamento de dados, 29, 186
Programa relacionados à avaliação, 29
Pseudoalucinações, 79
Psicomotricidade, impulsos e alterações, 112
Pudor/vergonha (SA9), 143, 144
222
Sensibilidade, alterações da, 170, 178
Sensopercepção, alterações da, 79, 80
Sentimento de inadequação (71), 42, 75, 93, 97, 104, 107, 108, 109
Sentimento, sensação de falta de (60), 95, 97
Síndromes AMDP, 15, 185, 203
Sintomas conversivos (131), 170, 179
Sintomas negativos, 15, 128
Sintomas somáticos adicionais (SA1-SA3), 179
Sistema modular, 15
Sociabilidade, aumento da (93), 115, 124, 125, 140, 182
Social, retraimento (92), 113, 124
Sonambulismo, 180
Sono e vigília, alterações do, 147, 150, 151, 180, 181
Sono REM, alterações do, 180
Sono, redução da duração do (103), 148, 149, 150, 181
Sonolência diurna (105), 150
Sonolência, 35, 147, 148, 150, 151
Sopor, 35
Sorriso envergonhado, 108
Sorriso estereotipado, 109
Sudorese excessiva (122), 135, 163
Sugestibilidade, 132
Suicida, tendência (95), 125, 126, 127
Suicidas, pensamentos, 61, 126, 127
Sun-downing, 120
223
Tontura, 160
Transitivismo, 88
Transtornos dissociativos, 170
Tremor (134), 99, 135, 171, 173, 174, 177
Tremor de intensão, 173, 176
Vaginismo, 182
Valores normais, 211
Valores originais, 210, 211
Valores-T (convertidos pela tabela T), 210
Vazio, sensação de, 95
Verbigeração, 116
Vergonha, 143, 144
Vertigem (118), 135, 160, 161, 162, 170
Viabilidade da investigação, 24
Viabilidade do exame, 24
Vigília, 35
Visão, alterações da, 163
Vitalidade, alterações da (62), 21, 97, 100, 112, 151
Vivências de influência externa, outras (58), 36, 37, 79, 84, 92, 93
Vômitos (113), 156, 157, 158
224