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SUMÁRIO

1. Introdução...................................................................... 3
2. Semelhanças com anamnese geral..................... 3
3. Peculiaridades da anamnese psiquiátrica:........ 6
4. Psicopatologia.............................................................. 6
5. De volta a anamnese...............................................12
Referências Bibliográficas..........................................14
ANAMNESE PSIQUIÁTRICA E PSICOPATOLOGIA 3

1. INTRODUÇÃO SE LIGA! O capítulo X do Código de Éti-


ca Médica diz:
A anamnese é a entrevista que o mé-
É vedado ao médico:
dico faz com o paciente. É o momento
no qual o médico escuta as queixas e Art 87. Deixar de Elaborar prontuário le-
gível para cada paciente.
demandas do cliente. É parte impres-
§ 1º O prontuário deve conter dados clí-
cindível da consulta médica e, é neste nicos necessários para a boa condução
período que se obtém as informações do caso, sendo preenchido, em cada
de saúde do paciente. Tem o objetivo avaliação, em ordem cronológica com
de sistematizar as informações pas- data, assinatura e numero de registro do
médico no CRM.
sadas pelo paciente de maneira que
seja possível estabelecer hipóteses
diagnósticas e orientar uma ação te- 2. SEMELHANÇAS COM
rapêutica. ANAMNESE GERAL
O paciente psiquiátrico é um paciente A anamnese psiquiátrica se inicia de
como outro qualquer e, o psiquiatra é forma semelhante à anamnese clíni-
um médico. Então, o psiquiatra tam- ca, com a identificação. Neste item
bém faz uma anamnese durante sua são coletados dados capazes de
consulta. Apesar de ter algumas di- identificar o paciente. Tem-se o nome
ferenças, a anamnese em psiquiatria conforme a identidade, o nome social,
segue o mesmo raciocínio da anam- sexo e identidade de gênero, idade,
nese geral. cor, religião, estado civil, religião, nível
de escolaridade, profissão, naturali-
HORA DA REVISÃO! dade e procedência. Além dos dados
A anamnese geral é composta de: do paciente, coloca-se também quem
Identificação é o informante (o próprio paciente,
Queixa principal familiar...) e grau de informação. Na
História da moléstia atual identificação, também é colocado da-
Interrogatório sistemático
dos sobre o local e a data da anam-
nese.
Antecedentes patológicos
Antecedentes familiares
Hábitos de vida
História psicossocial
Exame físico
Suspeitas diagnósticas
Conduta
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vemos como os sintomas surgiram,


NA PRÁTICA!
condições associadas ao sintoma, se
ID: Maria Luiza dos Santos, feminino,
30 anos, parda, solteira, católica, ensino
teve algum fator desencadeador, se a
superior completo, enfermeira, natural e instalação foi rápida ou progressiva,
procedente de Salvador-Ba. se tem fatores de melhora ou piora e
Informante: a própria paciente Grau se já realizou algum tratamento.
de informação: bom
Data e hora da entrevista: 30/01/2020
as 14:00h NA PRÁTICA!

Local da entrevista: Ambulatório de Psi- HMA: Paciente relata estar se sentindo


quiatria desanimada, triste, apresentando choro
fácil e com raiva das pessoas com quem
Número de prontuário: 2020 convive. Refere que o quadro começou
há 8 meses, após falecimento do mari-
do vítima de acidente de trânsito. Nes-
sa época, começou a ter dificuldade no
trabalho e na pós-graduação que estava
Após a identificação, falamos a Quei- fazendo, pois não conseguia se concen-
xa Principal (QP), que é o motivo trar. Afirma que apresenta dificuldades
principal da consulta de forma ob- para iniciar o sono à noite e percebeu
diminuição do apetite. Relata ainda que
jetiva e seguida pela cronologia. É não gosta fazer nada do que costumava
aconselhado que seja colocado com gostar anteriormente, passando a maior
as palavras do paciente entre aspas. parte do tempo dormindo. Diz que não
apresenta mais vontade de viver e sen-
Caso o paciente apresente vária quei-
te que não tem o apoio da família e dos
xas, pede-se para ele escolher a que colegas. Refere estar pensando em se
mais o incomoda. matar, mas não elaborou um plano de
suicídio.

NA PRÁTICA!
QP: “Estou pensando em me matar” há
01 semana.
Então, vem o Interrogatório Siste-
mático (IS), onde é possível notar
Em seguida, tem-se a História da problemas que o paciente não relatou
Moléstia Atual, onde se faz a des- ao perguntar ativamente sobre os ou-
crição clínica minuciosa da queixa tros sistemas não abordados na HMA.
principal em ordem cronológica dos Dessa forma, não se negligência ne-
acontecimentos com os sinais e sin- nhum sintoma e é possível chegar a
tomas relatados. Se ligue! Como es- um diagnóstico com mais clareza.
tamos falando de uma queixa psiqui-
átrica, vamos tratar aqui somente da
doença psíquica do paciente. Escre-
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Nos Antecedentes Familiares (AF)


NA PRÁTICA!
pesquisamos a saúde dos parentes.
IS:
Perguntamos a idade dos pais, filhos
Geral: Refere perda de 8 kg em 8 meses,
e cônjuge, a situação de saúde deles.
que atribuiu a inapetência. Refere sen-
sação de cansaço. Nessa parte da anamnese avaliamos
Pele e fâneros: Nega alterações. o risco do paciente desenvolver al-
Cabeça: Refere cefaléia fronto-temporal
guma doença conforme o padrão de
de leve intensidade, cerca de 1 vez na adoencimento dos familiares. Por se
semana que é desencadeada por crises tratar de uma anamnese psiquiátri-
de choro e melhora com dipirona. ca, buscamos por doenças mentais
Cardiovascular: Relata sensação de pal- em parentes e, além disso, buscamos
pitação cerca de 2 vezes na semana.
Nega dor precordial.
possíveis fatores de estresse com po-
tencial adoecedor ao paciente.
Respiratório: Nega dispnéia e tosse.
Gastrointestinal: Refere episódios de
diarréia pastosa sem sangue ou muco NA PRÁTICA!
cerca de 2 vezes no mês. Nega náuseas
AF:
e vômitos.
Refere pai com 58 anos, hipertenso e
Genito-urinário: Nega alterações.
mãe com 55 anos e história de depres-
Músculo-esquelético: Nega dores mus- são há 5 anos, atualmente em remissão.
culares e articulares. Nega restrição de Nega outras doenças de caráter here-
movimento. dofamiliar. Nega outros familiares com
Neurológico: Nega perda de consciência doença mental.
e alterações de motricidade e sensibili-
dade.
No item Hábitos de Vida (HV) busca-
mos por costumes do paciente que po-
Agora falamos os Antecedentes dem levar a patologias. Escrevemos so-
Pessoais (AP) do paciente. De for- bre uso de drogas, hábitos alimentares e
ma sucinta escrevemos os dados da atividade física. Se liga! Alguns hábitos,
infância, doenças e tratamentos pré- como o uso de substâncias psicoativas,
vios, acidentes, cirurgias e alergias. podem já constituir a doença psiquiátri-
ca ou ajudar na exacerbação dela.
NA PRÁTICA!
AP: Na prática:
Paciente relata infância saudável, com HV:
desenvolvimento neuropsicomotor ade- Paciente refere que realizava caminha-
quado. Refere diagnóstico de endome- das 3 vezes por semana antes do fale-
triose aos 16 anos, em uso desde então cimento do marido, mas atualmente não
de anticoncepcional oral. Nega alergia, realiza nenhuma atividade física. Nega
cirurgia e transfusão sanguínea. uso de drogas lícitas e ilícitas. Relata ali-
mentação empobrecida por inapetência.
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Na História Psicossocial (HPS) 3. PECULIARIDADES


abordamos toda a historia de vida do DA ANAMNESE
paciente, perguntamos sobre sua in- PSIQUIÁTRICA:
fância, fatores de estresse, espiritua-
A maior diferença entre uma anam-
lidade, projeto de vida, a constituição
nese geral e a anamnese psiquiátrica
familiar, as relações interpessoais,
é o exame físico. Enquanto na anam-
grupos sociais que está inserido, ati-
nese clínica é feito o exame físico
vidades de lazer, atividade labora e
completo no sentido crânio-caudal,
como enxerga o processo de adoeci-
na psiquiatria nós temos também o
mento. Essa é uma parte que preci-
Exame do Estado Mental (EEM). Se
sa ser bem detalhada na anamnese
liga! O exame do estado mental é o
psiquiátrica, pois é preciso saber situ-
método que o profissional de saúde
ações que aconteceram que podem
usa para avaliar as funções mentais
ser fatores de risco para doenças psi-
do paciente.
quiátricas.
Durante o exame do estado men-
NA PRÁTICA:
tal avalia-se o aspecto geral do
paciente (aparência, higiene e ati-
HPS:
tude), o nível de consciência, a psi-
Paciente refere ser a mais velha de 3
irmãs (hoje com 23 e 21 anos), tendo comotricidade, orientação, atenção,
sido criada por ambos os pais. Diz que memória, sensopercepção, pensa-
se sentia sozinha na infância, pois acha- mento, humor, afeto, volição e au-
va que as irmãs recebiam mais atenção
topatognose.
que ela. Tinha poucos amigos na escola,
mas confiava neles e os percebia como Nas etapas anteriores da anamnese
um grupo de apoio. Frequentava a igreja as informações eram obtidas através
católica com os pais e acredita que Deus
tem um propósito para todas as coisas. do relato do paciente ou até mesmo
Relata ter sido incentivada a concluir os de seu acompanhante. No EEM os
estudos e resolveu cursar enfermagem. dados são observados pelo avaliador
Conheceu o marido na faculdade, sendo
no momento da consulta.
o seu único relacionamento sério. Estava
planejando ter seu primeiro filho quan-
do o marido faleceu. Após o falecimento
do marido, tem sentimentos de solidão e 4. PSICOPATOLOGIA
vazio. Abandou a pós-graduação e re-
tornou à casa dos pais. Sente-se fracas- Para fazer um bom exame do estado
sada por não estar morando sozinha e mental, é preciso que o médico esteja
por ter abandonado o curso. Acha que entenda a psicopatologia e conheça
os familiares não a compreendem e
perdeu o desejo de viver. Acha que está
as funções mentais.
doente e que precisa de ajuda, mas não
encontra uma rede de apoio.
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MAPA MENTAL – DEFINIÇÃO

Localização de si e
do tempo e espaço

Orientação

Foco Atenção Humor Estado afetivo basal

Compreensão Expressão das


Consciência Afeto
de si e do meio emoções

Consciência
Autopatognose Psicomotricidade Movimentação
de doença

Percepção do meio Sensopercepção Volição Vontade

Memória Pensamento

Fixa, conserva,
Processa os
evoca e reconhece
estímulos
o meio
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A primeira função mental que vamos nuída ao ambiente, respectivamente.


estudar é a consciência. A consciên- Já hipertenacidade e hipotenacidade
cia é o estado de ciência que o indivi- é o exagero e diminuição da atenção
duo tem em relação a si próprio e ao a um estimulo, respectivamente. Uma
meio. Se o paciente não tiver altera- criança com transtorno de déficit de
ções na consciência ele está vigil. Se atenção e hiperatividade, por exem-
houver diminuição da consciência, o plo, pode apresentar uma hipervigi-
paciente pode estar obnubilado (pe- lância, porém com uma dificuldade de
queno grau de sonolência, com difi- focar, uma hipotenacidade.
culdade de atenção e concentração), Euprossexia Atenção normal
sonolento (o paciente encontra-se Atenção aumentada para o
Hipervigilância
acordado, mas adormece se não for ambiente
estimulado), torporoso (só desperta Atenção diminuída para o
Hipovigilância
com estímulo forte) e comatoso (to- ambiente

talmente inconsciente). A alteração Hipertenacidade


Atenção aumentada para
um estímulo
da consciência é causada na maioria
Atenção diminuída para
das vezes por disfunções orgânicas. Hipotenacidade
um estímulo
Sem alterações de
Vigil
consciência
Obnubilação Pequena sonolência A orientação é a capacidade do in-
Adormece se não houver divíduo de se localizar no tempo e no
Sonolencia
estímulo espaço e da situação em que se en-
Torpor
Só desperta com estímulo contra. Fala-se em orientação autop-
forte
síquica e alopsíquica. A autopsíquica
Coma Inconsciente
está relacionada a si próprio, não sabe
informações de sua própria biografia.
A atenção é a função psíquica que A alopsiquíca está relacionada ao que
orienta a atividade mental para deter- está fora de si e inclui orientação tem-
minado ponto, é um processo cons- poral e espacial. Se liga! O primeiro
ciente do paciente. Se a atenção es- estado de orientação que usualmente
tiver difusa ao ambiente, fala-se de se perde é o tempo e, posteriormente,
vigilância, porém se estiver focado o espaço. Quando o paciente está de-
em algo especifico, fala-se em tenaci- sorientado com relação a ele mesmo,
dade. Chama-se de euprossexia o es- indica um comprometimento mais
tado normal de atenção. Hipervigilân- grave.
cia e hipovigilância são estados nos Autopsíquica Identificação pessoal
quais o individuo com a atenção exa- Identificação do que
Alopsíquica
gerada ao ambiente e atenção dimi- está fora de si
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A memória é a função mental que ção existe a percepção de um evento


permite fixar (capacidade de gravar que não foi captado por um órgão do
fatos), conservar (guardar para toda sentido. A alucinação pode ser visual,
a vida), evocar (trazer a consciência) auditiva, tátil, olfatória, gustativa ou
e reconhecer (detectar algo que já foi de sensibilidade visceral. Pacientes
fixado). Pode ser retrógrada (memó- psicóticos apresentam alucinações,
ria anterior a determinado evento) ou principalmente auditivas.
anterógrada (posterior a um evento). O pensamento utiliza das outras fun-
Também pode ser classificada em ções psíquicas para compreender os
imediata, com duração de segundos; estímulos apresentados ao ser hu-
recente com duração de minutos ou; mano. Durante a anamnese se ava-
remota, com permanência de minutos lia a forma, o curso e o conteúdo do
a décadas. Pacientes com Alzheimer pensamento, através do discurso do
apresentam primeiramente perda de paciente. O curso do pensamento é
memória imediata, evoluindo com o ritmo em que ele é expresso, a sua
perda de memória recente e alcan- velocidade. Pode ser acelerado ou
çando a perda da memória remota. retardado e pode transpassar outras
Memória imediata Duração de segundos alterações como a fuga de idéias (o
Memória recente Duração de minutos paciente muda de objeto de pensa-
Memória remota
Duração de minutos a mento constantemente sem concluí-
décadas. -los), prolixidade (um discurso de-
talhista e repetitivo) e perseveração
A sensopercepção é a função men- (um discurso sempre com o mesmo
tal na qual o paciente percebe e sente conteúdo). A forma do pensamento é
subjetivamente a realidade objetiva. a maneira que o pensamento é anun-
Envolve 3 fases: um evento senso- ciado, é a capacidade de manter uma
rial; a captação do evento pelos ór- coerência no que está dizendo. Na for-
gãos do sentido e; a percepção com ma inclui-se o pensamento concreto
significado do evento (por exemplo, que é a incompetência em interpretar
ter consciência de estar vendo um conceitos abstratos. No conteúdo é
objeto). As principais alterações da avaliado o objeto de pensamento do
sensopercepção são a ilusão e a alu- paciente. Pode se alterar na forma de
cinação. Na ilusão existe a captação delírio, que é uma ideia falsa incapaz
de um evento real por algum órgão de sofrer influencia de terceiros, que o
do sentido, porém a interpretação do paciente tem convicção plena da sua
significado não condiz com a realida- veracidade e possui conteúdo impos-
de. Por exemplo, perceber uma bara- sível, não podendo ser explicado logi-
ta ao enxergar um vulto. Na alucina- camente.
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pacientes. Observa se a motricidade


SE LIGA! Muita gente confunde delírio
e alucinação. O delírio é uma alteração está normal, se o paciente está agita-
de conteúdo de pensamento com 3 ca- do, se apresenta maneirismos e este-
racterísticas básicas: ininfluencibilidade, reotipias. Em quadros de ansiedade é
convicção e conteúdo impossível. Já a
alucinação é uma alteração da senso-
comum visualizar o paciente realizan-
percepção onde o paciente reage a um do movimentos involuntários como
estímulo irreal. mexer as pernas.
A volição é determinada pela von-
O humor é o estado afetivo basal do tade que o paciente tem de alcançar
paciente, é uma emoção difusa e pro- algum objetivo determinado e cons-
longada que determina a forma subje- ciente, podendo ser um plano de vida,
tiva que o paciente percebe o mundo. como um sonho a ser alcançado ou
Utiliza-se o termo eutímico para pa- um objetivo mais imediato como ir ao
ciente sem alteração de humor; hiper- mercado fazer compras. O paciente
tímico para um estado exagerado de pode se apresentar normobulimíco,
humor, uma felicidade patológica e; hiperbulímico ou hipobulímico, quan-
hipotímico para um rebaixamento de do tem volição normal, aumentada
humor, como em quadros depressivos. ou diminuída, respectivamente. Pode
Eutímico Normal
apresentar também alterações quali-
Hipertímico Humor exaltado
tativas como a obediência automática
Hipotímico Humor rebaixado
(resposta a solicitações exageradas),
sugestionabilidade patológica (con-
corda com tudo, mesmo que tenha
O afeto é a forma como o indivíduo opinião divergente), compulsão (co-
expressa suas emoções. É a resposta mete atos que não gostaria) e nega-
emocional a estímulos. É um estado tivismo (mostra-se contrario a tudo
mais superficial que o humor e varia que lhe é proposto).
conforme o tom dos eventos que es- A autopatognose ou consciência de
tão ocorrendo no ambiente. Assim, é doença é o grau de compreensão que
avaliado conforme a sua modulação o paciente tem sobre a doença que
em modulado quando reage de for- está enfrentando. Observa se o pa-
ma esperada aos estímulos, hipermo- ciente tem conhecimento de que pos-
dulado ou hipomodulado. Pacientes sui alguma doença, se compreende
com esquizofrenia podem apresentar os efeitos da doença sob o organismo
um afeto hipomodulado. e a atitude que toma com relação a
Na psicomotricidade são avaliadas enfermidade.
as alterações de movimentos espon-
tâneos ou induzidos realizados pelos
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MAPA MENTAL - PSICOPATOLOGIA

Autopsíquica
Alopsiquíca

Euprossexia
Vigilância
Tenacidade Orientação

Eutimia
Hipotimia
Vigil Atenção Humor
Hipertimia
Obnubilação
Sonolência
Torpor
Coma Consciência Afeto Modulação

Consciência
Autopatognose Psicomotricidade Movimentos
de doença

Alucinação Sugestionabilidade
Sensopercepção Volição
Ilusão Obediência
Compulsão
Negativismo
Memória Pensamento

Imediata Forma
Recente Curso
Remota Conteúdo
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5. DE VOLTA A ANAMNESE suspeitas diagnósticas e conduta. Nas


suspeitas diagnósticas escrevemos os
Agora que você já entende os concei-
possíveis diagnósticos que pensamos
tos da psicopatologia, já está capaz
para o paciente de acordo com suas
de realizar o exame do estado mental
queixas e com o exame e, na conduta,
de um paciente.
todas as atitudes que tomamos para
tratar o paciente, desde a prescrição
NA PRÁTICA! de medicamentos, até encaminha-
EEM: Paciente com aparência bem cui- mentos para outros especialistas.
dada, em vestes limpas de tonalidade
escura, atitude apática. Vigil, orientado
auto e alopsiquicamente, hipovigil e hi- NA PRÁTICA!
potenaz. Pensamento com forma e cur- Suspeitas diagnósticas:
so normais, com conteúdo voltado para
a morte do marido. Humor deprimido 1- Transtorno depressivo maior
com afeto modulado. Hipobulímico. Dis- Conduta:
creta inibição psicomotora. Memória e
1) Prescrevo fluoxetina 20mg/dia;
sensopercepção sem alterações. Auto-
patognose presente. 2) Encaminho para psicoterapia;
3) Retorno em 1 semana.

Depois de descrito o exame do estado


mental, temos na anamnese os itens:
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FLUXOGRAMA – ANAMNESE PSIQUIÁTRICA

Anamnese Psiquiátrica Cor Procedência Estado civil Nome

Identificação Identificar o paciente

Grau de
Sintoma + tempo Motivo da consulta Queixa Principal Idade Religião Profissão
informação

História da Descrição da
Moléstia Atual queixa principal

Queixas não Sistemas não Interrogatório Sintomas Fator de Tratamento


Tempo melhora e piora prévio
psiquiátricas abordados na HMA Sistemático associados

Fator de Antecedentes Doenças prévias do


Atividade física Alimentação Drogas patológicos e familiares
melhora e piora paciente e familiares

História
Atividades rotineiras Hábitos de Vida Comorbidades
familiar

Autopa- Cons-
Memória Afeto Atenção História Psicossocial História de vida
tognose ciência

Observação do Exame do Condições Fatores Fator de


Condições
Sensopercepção
comportamento Estado Mental de moradia adoecedores melhora e piora
sociais

Aspecto Orien- Pensa- Psicomo- Suspeitas


Humor Possíveis doenças
geral tação mento tricidade Diagnósticas

Medidas tomadas Conduta


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REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
Correia, Diego Telles. Manual de Psicopatologia. 1ª edição. Lidel, 2014.
Dalgalarrondo, Paulo. Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais. 2ª edição.
Porto Alegre: Artmed, 2008
CORDIOLI, A.V.; ZIMMERMANN, H.H.; KESSLER, F. Rotina de avaliação do estado men-
tal. 2004
ANAMNESE PSIQUIÁTRICA E PSICOPATOLOGIA 15

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