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Autoria:

A professora Wanice Gois é Enfermeira pela Faculdade LS, Funcionária Pública da Secretaria
de Saúde do GDF, Aposentada, com mais 30anos de Serviço Prestado à Saúde. Pos graduada
em Docência do Ensino Superior FACETED (Faculdade Tecnologia Equipe DARWIN).
Mestrando em Saúde Pública (Universidade Americana). No âmbito da Docência tem
experiência como preceptora e orientadora de estágio nas seguintes áreas: Enfermagem
cirúrgica (Centro Cirúrgico); Materno Infantil e CME, no Hospital Regional de Brazlândia,
DF. Atuou na Clínica Recanto, por 5 anos com Pacientes Psicóticos e Dependentes Químicos.
Atualmente é Docente Ativa na Área de Enfermagem Cirúrgica, Saúde Mental e Psicologia.
Mantém o interesse de estudo voltado para o Comportamento Humano.

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Sumário
1- CONCEITO..........................................................................................................................

1.1- Saúde Mental.......................................................................................................................

2 INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA PSIQUIATRIA...................................................................

2.1- Psiquiatria no Brasil..............................................................................................................

2.2 - Assistência Psiquiátrica no Brasil......................................................................................

3- FUNÇÕES PSÍQUICAS - NOÇÕES GERAIS.......................................................................

4 - ENFERMAGEM EM SAÚDE MENTAL E O PACIENTE PSIQUIÁTRICO............................

5 - FATORES QUE INFLUENCIAM NA SAÚDE MENTAL........................................................

5.1 - Fatores físicos ou biológicos.............................................................................................

5.2 - Fatores genéticos ou hereditários.....................................................................................

5.3 - Fatores pré-natais.............................................................................................................

5.4 - Fatores perinatais..............................................................................................................

5.5 - Fatores neuroendocrinológicos.........................................................................................

5.6 - Fatores ligados a doenças orgânicas................................................................................

5.7 - Fatores Ambientais...........................................................................................................

5.8 - Fatores emocionais ou psicológicos..................................................................................

6 - CENTROS DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL – CAPS...........................................................

7- DICA DO MESTRE...............................................................................................................

8 - TRANSTORNOS MENTAIS.................................................................................................

8.1 - Hormônios que envolvem transtornos mentais..................................................................

8.2- Quanto à forma de manifestação.......................................................................................

8.2.1- Neurose...........................................................................................................................

8.2.2- Depressão.......................................................................................................................

8.2.3- Transtorno Obsessivo-Compulsivo - TOC.......................................................................

8.2.4- Síndrome do pânico........................................................................................................

8.2.5- Fobias transtornos fóbico-ansiosos.................................................................................

8.2.6- Transtornos de Ansiedade..............................................................................................

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8.2.7- Transtorno Histriônico.....................................................................................................

8.2.8- Psicose............................................................................................................................

8.2.9- Esquizofrenia...................................................................................................................

8.2.10- Transtorno afetivo bipolar..............................................................................................

8.2.11 Distúrbios Alimentares....................................................................................................

9- UMA VISÃO GERAL NO CUIDADO DE ENFERMAGEM NA SAÚDE MENTAL...................

10- O RELACIONAMENTO TERAPÊUTICO NO CUIDADO DE ENFERMAGEM.....................

11- EMERGÊNCIAS PSIQUIÁTRICAS.....................................................................................

12- APARELHO COGNITIVO....................................................................................................

13- EXERCÍCIO FIXAÇÃO........................................................................................................

14- ANEXOS.............................................................................................................................

15- RESPOSTAS......................................................................................................................

16- Bibliografia.........................................................................................................................

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1- CONCEITO

1.1- Saúde Mental

Qual o conceito Saúde Mental? Não tem! Todavia, segundo a Organização


Mundial de Saúde (OMS), Saúde Mental“é um estado de bem-estar no qual o
indivíduo exprime as suas capacidades, enfrenta os fatores estressores normais da
vida, trabalha produtivamente e de modo frutífero, e contribui na sua
comunidade”.Massaúde mental, no entanto, não tem um conceito fechado,
poisaceita atualizações científicas, visto se tratar não apenas de ausência de
doença, mas de um bem estar geral da pessoa.Disponível em: Disponível
em:http://www.scielo.mec. Acesso em06/11/2020.
Quando esse bem-estar geral da pessoa é acometido por alguma ocorrência
física, fica clara a alteração, mas quando essa ocorrência é na mente humana, faz-
se necessário estudarpsiquiatria.

2 INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA PSIQUIATRIA

A palavra Psiquiatria deriva do Grego e quer dizer arte de curar a alma,


sendo o ramo da Medicina que se dedica à prevenção, ao diagnóstico, tratamento, e
reabilitação de doentes mentais. Desde a Antiguidade, a loucura era vista como
sobrenatural e o adoecer psíquico era relacionado com o espiritual. (MOREIRA,
1986).
De acordo com as publicações do Ministério da Saúde, MS, a história da
Psiquiatria informa que a humanidade convive com a loucura há séculos e, antes de
se tornar um tema essencialmente médico, o louco habitou, e possivelmente habita o
imaginário popular de diversas formas. De motivo de piadas e escárnio a possuído
pelo demônio, até marginalizado por não se enquadrar nos preceitos morais de uma
sociedade, o louco é um enigma que ameaça os saberes constituídos sobre o
homem.
Na época da Renascença, meados do século XIV e fim do XVI, a separação
dos loucos se dava pelo seu banimento dos muros das cidades europeias e os
condenados tinham que andar de cidade em cidade ou eram colocados em navios
quevagavam sem destino, chegando, ocasionalmente, a algum porto. Por isso se
chamava de confinamento errante, segundo a maioria dos autores que abordaram a
história da Psiquiatria.

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Já na Idade Média os considerados loucos foram confinados em grandes
espaços como asilos e hospitais, e deixados com pessoas inválidas, comDoenças
Sexualmente Transmissíveis, DSTs, mendigos e libertinos. Nessas instituições, os
mais violentos eram imobilizados, não como conhecemos hoje, mas acorrentados
mesmo.
Em 1793, Phillippe Pinel (1745-1826), nascido na França, considerado o pai
da Psiquiatria, defendeu um tratamento mais humano, soltando os pacientes que
eram algemados e dando alimentação mais nutritiva, ou seja, chegava para a época
uma assistência mais precisa,mais parecida com a que conhecemos hoje. Nos
manicômios defendidos por ele o foco era na reeducação dos alienados, no respeito
às normas e no desencorajamento das condutas inconvenientes. Para o pai da
Psiquiatria, a função disciplinadora do médico e do manicômio deve ser exercida
com firmeza, porém com gentileza. Isso denota o caráter essencialmente moral com
o qual a loucura passa a ser revestida, porém o desenvolvimento dessa ciência
caminhou lentamente, acompanhando as guerras e as conjunturas.
No século XIX, o tratamento ao doente mental incluía medidas físicas como
duchas, banhos frios, chicotadas, máquinas giratórias e sangrias. Aos poucos, com o
avanço das teorias organicistas, o que era considerado como doença moral passa a
ser compreendido também como uma doença orgânica. No entanto, as técnicas de
tratamento empregadas pelos organicistas eram as mesmas empregadas pelos
adeptos do tratamento moral, o que significa que, mesmo com outra compreensão
sobre a loucura, decorrente de descobertas experimentais da neurofisiologia e da
neuroanatomia, a submissão do louco permanece e adentra o século XX.
A partir da segunda metade do século XX, impulsionada principalmente por
Franco Basaglia (1924-1980), psiquiatra italiano, inicia-se uma radical crítica e
transformação do saber, do tratamento e das instituições psiquiátricas. Esse
movimento inicia-se na Itália, mas tem repercussões em todo o mundo e muito
particularmente no Brasil, no final da década de 70, devido ao momento político de
redemocratização. Nesse sentido é que se inicia o movimento da Luta
Antimanicomial, que nasce profundamente marcado pela ideia de defesa dos direitos
humanos e de resgate da cidadania das pessoas com transtornos mentais.
Aliado a essa luta, nasce o movimento da Reforma Psiquiátricaque, mais do
que denunciar os manicômios como instituições de violências, propõe a construção

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de uma rede de serviços e estratégias territoriais e comunitárias, profundamente
solidárias, inclusivas e libertárias. (AMARANTE. 1994).

2.1- Psiquiatria no Brasil

A psiquiatria no Brasil surge com a chegada da Família Real ao nosso País.


Com o objetivo de colocar ordem na urbanização e disciplinar a sociedade a partir de
embasamento nos conceitos da psiquiatria europeia que destratava o ‘louco’ e
intervia no tratamento do doente mental com seu isolamento, passando a tratá-lo em
hospital psiquiátrico.
Nessa época, os doentes mentais costumavam perambular pelas ruas das
principais cidades e vilas brasileiras, servindo de deboche aos habitantes, ou então
viviam segregados em solitárias ou quartos-fortes nos fundos dos quintais das
famílias mais abastadas. Esse fato despertava críticas e reclamações de setores
mais esclarecidos da população.

Hospício de Pedro II, BERTICHEM, PieterGodfred. O Brasil pitoresco. RJ: Imperial de Rensburg, 1856.

No final da década de 70 com a mobilização dos profissionais da saúde


mental e dos familiares de pacientes com transtornos mentais, surge o movimento
denominadoReformaPsiquiátrica. Esse movimento se inscreve no contexto de
redemocratização do país e na mobilização política e social do Brasil.
A Reforma Psiquiátrica é um processo histórico de formulação crítica e
prática que teve o objetivo de questionar e elaborar propostas de transformação do
modelo clássico da psiquiatria. Nascida da reivindicação da cidadania do ‘louco’, o
movimentoReforma Psiquiátrica no Brasil desdobrou-se em um amplo e diversificado
modo de práticas e saberes. É um campo heterogêneo, que abarca a clínica, a
política, o social, o cultural e as relações com o sistema jurídico.

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Na VIII Conferência Nacional de Saúde, em 1986, que deliberou sobre a
necessidade de criar um Sistema Único de Saúde - SUS, a I Conferência Nacional
de Saúde Mental, em 1987 e posteriormente o II Encontro Nacional dos
Trabalhadores em saúde Mental, a Declaração de Caracas, em 1990, em que a
OMS reuniu países, entidades, juristas e parlamentares para discutirem sobre a
atenção em saúde mental. Tais acontecimentos suscitaram a luta para desconstruir
no cotidiano das instituições e da sociedade as formas arraigadas de lidar com a
loucura. Inicia-se, portanto, no Brasil, o movimento para a desinstitucionalização,
com o lema:Por uma sociedade sem Manicômio.
Em 1989 é apresentado o Projeto de Lei n.º 3.657/89, que tramitou entre a
Câmara e o Senado por mais de 10 anos. Umas das propostas contidas era a
contenção de expansão e diminuição dos leitos psiquiátricos existentes, assim como
a substituição progressiva das internações pelo tratamento em centros
especializados. Doze anos após a criação do projeto de lei, é aprovada a Lei da
Reforma Psiquiátrica Brasileira, número 10.216, em 06 de Abril de 2001. O texto
sofreu várias alterações em relação à sua proposta original; no entanto grandes
foram os avanços com a aprovação dessa lei.
Ela estabelece uma diretriz de não asilar para o funcionamento público e o
ordenamento jurídico da assistência psiquiátrica no país e explicita que o tratamento
vise como finalidade permanentea reinserção social do paciente em seu meio.
Obriga, ainda, que o tratamento em regime de internação contemple atendimento
integral, inclusive de não ser só com o médico, e com atividades de lazer e
ocupacionais, e proíbe a internação em instituições com características asilares. Em
seu artigo 5º. Impõe a elaboração de política específica de alta planejada e
reabilitação social assistida.
O essencial da Reforma Psiquiátricasão as práticas de cuidado destinadas
aos tidos como loucos, visando àsua inserção na vida da sociedade e permitindo,
nos constrangimentos impostos por sua condição psíquica, exercer-se como
sujeitos. A Reforma Psiquiátrica aponta para a construção de uma sociedade mais
inclusiva, em que o louco não pode ser mais excluído, marginalizado e punido por
sua loucura.

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PARA QUEM QUER MAIS

Pesquisar a história da
Psiquiatria no mundo.

Em 2001 a assistência às pessoas com transtornos mentais passa a ter


proteção legal do Estado. Trata-se da Lei Nº 10.2016, de 6 de abril de 2001. Veja
abaixo, na íntegra.

LEI No 10.216, DE 6 DE ABRIL DE 2001.

Dispõe sobre a proteção e os direitos


das pessoas portadoras de transtornos
mentais e redireciona o modelo assistencial
em saúde mental.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICAFaço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1oOs direitos e a proteção das pessoas acometidas de transtorno
mental, de que trata esta Lei, são assegurados sem qualquer forma de discriminação
quanto à raça, cor, sexo, orientação sexual, religião, opção política, nacionalidade,
idade, família, recursos econômicos e ao grau de gravidade ou tempo de evolução
de seu transtorno, ou qualquer outra.
Art. 2o Nos atendimentos em saúde mental, de qualquer natureza, a pessoa
e seus familiares ou responsáveis serão formalmente cientificados dos direitos
enumerados no parágrafo único deste artigo.
Parágrafo único. São direitos da pessoa portadora de transtorno mental:
I - ter acesso ao melhor tratamento do sistema de saúde, consentâneo às
suas necessidades;
II - ser tratada com humanidade e respeito e no interesse exclusivo de
beneficiar sua saúde, visando alcançar sua recuperação pela inserção na família, no
trabalho e na comunidade;
III - ser protegida contra qualquer forma de abuso e exploração;
IV - ter garantia de sigilo nas informações prestadas;

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V - ter direito à presença médica, em qualquer tempo, para esclarecer a
necessidade ou não de sua hospitalização involuntária;
VI - ter livre acesso aos meios de comunicação disponíveis;
VII - receber o maior número de informações a respeito de sua doença e de
seu tratamento;
VIII - ser tratada em ambiente terapêutico pelos meios menos invasivos
possíveis;
IX - ser tratada, preferencialmente, em serviços comunitários de saúde
mental.
Art. 3o É responsabilidade do Estado o desenvolvimento da política de saúde
mental, a assistência e a promoção de ações de saúde aos portadores de
transtornos mentais, com a devida participação da sociedade e da família, a qual
será prestada em estabelecimento de saúde mental, assim entendidas as
instituições ou unidades que ofereçam assistência em saúde aos portadores de
transtornos mentais.
Art. 4o A internação, em qualquer de suas modalidades, só será indicada
quando os recursos extra hospitalares se mostrarem insuficientes.
§ 1o O tratamento visará, como finalidade permanente, a reinserção social do
paciente em seu meio.
§ 2o O tratamento em regime de internação será estruturado de forma a
oferecer assistência integral à pessoa portadora de transtornos mentais, incluindo
serviços médicos, de assistência social, psicológicos, ocupacionais, de lazer, e
outros.
§ 3o É vedada a internação de pacientes portadores de transtornos mentais
em instituições com características asilares, ou seja, aquelas desprovidas dos
recursos mencionados no § 2o e que não assegurem aos pacientes os direitos
enumerados no parágrafo único do art. 2 o.
Art. 5o O paciente há longo tempo hospitalizado ou para o qual se caracterize
situação de grave dependência institucional, decorrente de seu quadro clínico ou de
ausência de suporte social, será objeto de política específica de alta planejada e
reabilitação psicossocial assistida, sob responsabilidade da autoridade sanitária
competente e supervisão de instância a ser definida pelo Poder Executivo,
assegurada a continuidade do tratamento, quando necessário.

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Art. 6o A internação psiquiátrica somente será realizada mediante laudo
médico circunstanciado que caracterize os seus motivos.
Parágrafo único. São considerados os seguintes tipos de internação
psiquiátrica:
I - internação voluntária: aquela que se dá com o consentimento do usuário;
II - internação involuntária: aquela que se dá sem o consentimento do
usuário e a pedido de terceiro; e
III - internação compulsória: aquela determinada pela Justiça.
Art. 7o A pessoa que solicita voluntariamente sua internação, ou que a
consente, deve assinar, no momento da admissão, uma declaração de que optou
por esse regime de tratamento.
Parágrafo único. O término da internação voluntária dar-se-á por solicitação
escrita do paciente ou por determinação do médico assistente.
Art. 8o A internação voluntária ou involuntária somente será autorizada por
médico devidamente registrado no Conselho Regional de Medicina - CRM do Estado
onde se localize o estabelecimento.
§ 1o A internação psiquiátrica involuntária deverá, no prazo de setenta e
duas horas, ser comunicada ao Ministério Público Estadual pelo responsável técnico
do estabelecimento no qual tenha ocorrido, devendo esse mesmo procedimento ser
adotado quando da respectiva alta.
§ 2o O término da internação involuntária dar-se-á por solicitação escrita do
familiar, ou responsável legal, ou quando estabelecido pelo especialista responsável
pelo tratamento.
Art. 9o A internação compulsória é determinada, de acordo com a legislação
vigente, pelo juiz competente, que levará em conta as condições de segurança do
estabelecimento, quanto à salvaguarda do paciente, dos demais internados e
funcionários.
Art. 10. Evasão, transferência, acidente, intercorrência clínica grave e
falecimento serão comunicados pela direção do estabelecimento de saúde mental
aos familiares, ou ao representante legal do paciente, bem como à autoridade
sanitária responsável, no prazo máximo de vinte e quatro horas da data da
ocorrência.
Art. 11. Pesquisas científicas para fins diagnósticos ou terapêuticos não
poderão ser realizadas sem o consentimento expresso do paciente, ou de seu

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representante legal, e sem a devida comunicação aos conselhos profissionais
competentes e ao Conselho Nacional de Saúde.
Art. 12. O Conselho Nacional de Saúde, no âmbito de sua atuação, criará
comissão nacional para acompanhar a implementação desta Lei.
Art. 13. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 6 de abril de 2001; 180o da Independência e 113o da República.
PARA QUEM QUER MAIS

Resuma da Lei nº 10.216/2001 para


debate.

2.2 - AssistênciaPsiquiátrica no Brasil

De acordo com as publicações mais importantes do MS sobre constantes


questionamentos sobre a prática de assistência psiquiátrica hospitalar, inúmeras são
as denúncias de hospitais que funcionam como meros depósitos, utilizando-se da
fragilidade humana com um interesse puramente financeiro.
Existem duas posições relacionadas ao hospital psiquiátrico: alguns o
consideram ultrapassado, conceituando-o como agente repressor, enquanto outros o
classificam como terapêutico. Nas últimas décadasno movimentoReforma
Psiquiátrica foi proposto mudanças no modelo de assistência em saúde mental no
Brasil. Diversas foram as denúncias de falta de cuidados e maus tratos aos
pacientes, os quais motivaram em especial os profissionais da saúde e segmentos
da sociedade a discutirem e repensarem a atenção em saúde mental no país.
A Reforma Psiquiátrica no Brasil deixou definitivamente a posição de
proposta alternativa e se consolidou como política de assistência à saúde mental
oficial, apesar de todas as dificuldades encontradas por estudiosos dedicados
àsaúde mental e a tudo que envolve o enfrentamento do nosso frágil sistema público
de saúde. Portanto, os CAPS, que serão detalhados mais à frente, foram
construídospara atendimento em todo o país e estão modificando a estrutura da
assistência à saúde mental. A rede disponível está substituindo progressivamente o
modelo do hospital como centro e manicomial, de características excludentes,
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opressivas e reducionistas. Em seu lugar vem sendo construído um sistema de
assistência orientado pelos princípios fundamentais do Sistema Único de Saúde
(universalidade, equidade e integralidade), acrescido da proposta de
desinstitucionalização. Disponível em: Leia mais em:
https://super.abril.com.br/saude/glossario-da-psicologia. Acesso em 20/11/2020.

3- FUNÇÕES PSÍQUICAS - NOÇÕES GERAIS

As funções psíquicas estão presentes no ser humano, sendo responsáveis


por suas manifestações comportamentais. Elas podem modificar suas manifestações
quando relacionadas ao ser biológico e ao ser histórico-cultural. Alterações ou
comprometimentos dessas funções podem ocorrer em algum momento da vida,
ocasionando quadros psíquicos significativos na saúde mental. O estudo das
anormalidades dessas funções é chamado de psicopatologia e,segundo NUNES
at(1996), as principais funções psíquicas são:

 Orientação - capacidade de situar-se quanto a si mesmo, ao ambiente


e a outros aspectos. A avaliação da orientação é um instrumento valioso para a
verificação das alterações do nível de consciência;
 Consciência - competência do ponto de vista neurológico de captar o
ambiente e de se orientar adequadamente;
 Atenção - capacidade de se concentrar em determinado objeto ou
acontecimento;
 Pensamento - organização das ideias de forma, curso e conteúdo
sintonizados entre si;
 Memória - capacidade de registrar, manter e evocar fatos já ocorridos,
ela deve apresentar fixação, conservação, evocação e localização;
 Inteligência - capacidade de utilizarmos um conjunto de instrumentos
de modo a nos adaptarmos a qualquer problema da vida;
 Afeto - capacidade de vivenciarmos as nossas emoções, relacionadas
a tudo que envolve a nossa vida;
 Vontade - capacidade de associar a liberdade das ações, atitudes e
escolhas e o determinismo próprio da condição humana. Para alguns, a vontade
está relacionada ao desejo;

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 Sensopercepção - percepções são responsáveis por refletirem
objetivamente a realidade psíquica.

4 - ENFERMAGEM EM SAÚDE MENTAL E O PACIENTE PSIQUIÁTRICO

A assistência aos pacientes psiquiátricos é permeada por recentes


descobertas sobre o comportamento humano e funcionamento cerebral. As crenças
particulares, dificuldades para atender as necessidades desses pacientes, carência
indispensável do apoio familiar e de profissionais de saúde,dificultam o trabalho
cujas mentes encontram-se incertas.
Sobre as condutas e qualidade da assistência de enfermagem, ainda há de
se seguir o preconizado por cada equipe multidisciplinar, com base no
direcionamento do nosso Ministério da Saúde. A associação entre doença mental e
agressividade ainda é uma crença presente na população em geral, ou seja, a
crença de que doença mental é associada à violência é historicamente constante e
culturalmente universal.

Atualmente, as práticas dirigidas à assistência em saúde mental estão


referidas a várias tendências, concepções coexistentes e de terminantes do
entendimento acerca do processo entre saúde e doença e, coerentemente a este, à
organização das instituições que, por sua vez, determinam a natureza da assistência
aos seus usuários. A enfermagem, evidentemente, não está imune a esse processo
e tem suas práticas referidas a ele.

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E como está inserida a prática da enfermagem junto aos outros agentes do
trabalho em saúde mental? Pode-se afirmar que as práticas assistenciais à saúde
mental têm passado por diferentes orientações ao longo do tempo.Assim, este é o
momento de rever o objeto de trabalho (constituir o sujeito enquanto cidadão), a
prática (utilizar-se de novos instrumentos e com isso ampliar sua possibilidade de
intervenção), e ampliar a finalidade da assistência, para além da remissão dos
sintomas manifestos.
Com este entendimento, a enfermagem em saúde mental compartilha o
objeto da assistência com a equipe multidisciplinar, cujo projeto é coletivo e
determinado pela articulação das diferentes práticas.
Assim, a enfermagem, ao compor parcela do trabalho coletivo de saúde e
sua integrante parcela do trabalhador coletivo de saúde, não tem um processo
próprio de trabalho, tampouco um objeto que lhe é específico. Como as outras
práticas sociais, ela tem responsabilidade de desenvolver sua especificidade nos
processos de trabalho de assistência, gerenciamento, investigação e ensino; dos
processos de produção e de trabalho, estes aos quais as demais práticas sociais
também se conectam com suas especificidades. Disponível em:
http://www.scielo.mec.pt/pdf/psd/v16n3/v16n3a0. Acesso em 06/11/2020.
A prática da enfermagem, neste contexto, deve ser criativa, flexível, com
finalidade de possibilitar aumento de habilidades, de autonomia do usuário do
serviço de atenção à saúde mental, não mais voltada exclusivamente à remissão de
sintomas.
Os técnicos de enfermagem, enquanto profissionais de saúde, devem munir-
se de instrumentos que possibilitem melhor entendimento sobre a saúde mental, o
que permitirá adequar os cuidados básicos, para planejar e implementar ações
direcionadas aos portadores de transtorno mental, visandomelhoria da qualidade da
assistência em nível comunitário, contribuindo para discussões desta temática, em
nível nacional.

5 - FATORES QUE INFLUENCIAM NA SAÚDE MENTAL

5.1 - Fatores físicos ou biológicos

O nosso corpo funciona de forma integrada, isto é, os aparelhos e sistemas


se comunicam uns com os outros e o equilíbrio de um depende do bom
funcionamento dos outros.Muitas vezes podemos achar difícil de entender como

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sintomas tão “emocionais” como sentir-se culpado ou ter pensamentos repetidos de
morte ou ouvir vozes possam ter também uma base orgânica, mas ela existe. O
envelhecimento, o abuso de álcool ou outras substâncias são exemplos comuns. Em
muitos casos essa base já pode ser identificada e descrita pelos especialistas, em
outros casos ainda não.
O que se sabe é que sempre que se tem alguma emoção, seja ela agradável
ou desagradável, ocorre uma série de trocas elétricas e química no nosso cérebro, o
que já constitui, por si só, um fator orgânico.
Podemos definir os fatores físicos ou biológicos como sendo as alterações
ocorridas no corpo como um todo, em determinado órgão ou no sistema nervoso
central que possam levar a um transtorno mental. Dentre os fatores físicos ou
biológicos que podem ser a base ou deflagrar um transtorno mental, existem alguns
mais evidentes, que avaliaremos a seguir.

5.2 - Fatores genéticos ou hereditários

Quantas vezes já ouvimos dizer que fulano puxou o gênio do pai? Ou que
tem problema de cabeça que nem a tia? Ou que é nervoso que nem a mãe? Quando
usamos essas expressões, estamos nos referindo às possíveis heranças genéticas
que possamos trazer em nosso comportamento e forma de ser. Genético vem da
palavra genes, que são grandes moléculas que existem dentro de nossas células
contendo informações sobre como nosso corpo deve se organizar. As informações
contidas nos genes são muitas e não são todas que utilizamos; algumas ficam
guardadas.
Em Psiquiatria, os fatores genéticos ou hereditários têm sido muito falados
ultimamente, muitas vezes em programas de televisão, sempre caracterizados como
grandes descobertas. Isso porque embora popularmente sempre se diga que a
pessoa com transtorno mental o herdou de alguém da família, há muito tempo os
cientistas tentam identificar se essa “herança” através do corpo ou do ambiente em
que a pessoa foi criada. Atualmente, os avanços da Medicina permitem identificar
alguns genes que podem ter influência no desenvolvimento de transtornos mentais.
É importante deixar claro que quando se fala de fatores genéticos em
Psiquiatria, estamos falando de tendências, predisposições que o indivíduo possui
de desenvolver determinados desequilíbrios químicos no organismo que possam

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levá-lo a apresentar determinados transtornos mentais. Ainda assim, é uma grande
armadilha acreditarmos que aí está toda a causa da doença mental, pois passamos
a acreditar que a solução do problema só estará neste ponto e deixamos de prestar
atenção em todos os outros aspectos da pessoa que atendemos em sofrimento
mental.
A constituição genética precisa ser vista como uma facilidade orgânica para
desenvolver um determinado transtorno mental, mas não há garantias de que, ao
longo da vida do sujeito, tal fato ocorrerá, visto que dependerá de outros fatores para
que tal tendência de fato se manifeste. Em alguns filmes de ficção do futuro, vemos
pessoas tendo cartões magnéticos contendo informações sobre seu genoma (o
“mapa” de seus genes), utilizados como carteira de identidade. Os cientistas afirmam
que isto não está tão longe de acontecer. Imaginamos até que seja possível, mas
esperamos que até lá a sociedade tenha evoluído o suficiente para não usar de
forma preconceituosa tais informações. Ou talvez venhamos a descobrir que todos
nós temos uma ou outra alteração genética que possa nos predispor ao transtorno
mental. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br. Acesso em 07/11/2020.

5.3 - Fatores pré-natais

As condições de gestação, dentre eles os fatores emocionais,


socioeconômico, o consumo de álcool, drogas, cigarro e de alguns tipos de
medicamentos podem prejudicar a formação do bebê, gerando problemas futuros
que poderão comprometer sua capacidade adaptativa no crescimento e
desenvolvimento, podendo facilitar o surgimento da doença mental.

5.4 - Fatores perinatais

Perinatal é tudo aquilo que acontece durante o nascimento do bebê. Em


algumas situações o bebê pode sofrer danos neurológicos devido a traumatismos ou
falta de oxigenação do tecido cerebral. Nesses casos, dependendo da gravidade
desses danos, a criança poderá desenvolver problemas neurológicos como, a
epilepsia, diversos graus de atraso de desenvolvimento, que podem formarbase para
futuros transtornos psiquiátrica.

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5.5 - Fatores neuroendocrinológicos

O sistema endócrino, que é responsável pela regulação do equilíbrio de


nosso organismo, faz isso através da produção de hormônios pelas glândulas
endócrinas: pituitária e tireoide. Acontece que esse sistema tem estreita ligação com
o sistema nervoso central, havendo uma influência recíproca entre eles, isto é, o que
acontece em um causa reações no outro e vice-versa.Muitos estudos recentes têm
mostrado a ligação entre mecanismos neuroendocrinológicos e reações cerebrais.
As mudanças hormonais podem influenciar nosso estado de humor e deflagrar até
mesmo estados psicóticos como é o caso da psicose puerperal ou da tensão pré-
menstrual (TPM).

5.6 - Fatores ligados a doenças orgânicas

O transtorno mental pode também aparecer como consequência de


determinada doença orgânica, tal como infecções, traumatismos, vasculopatias,
intoxicações, abuso de álcool ou quaisquer substâncias químicas ou agentes
nocivos que afetem o sistema nervoso central.

5.7 - Fatores Ambientais

Você acorda pela manhã e percebe que o tempo mudou. O sol que havia
ontem não apareceu hoje, faz frio e cai forte chuva. Ao se preparar para sair, com
certeza você buscará roupas mais quentes e procurará se protegerda chuva.
Estamos, assim, procurando nos ajustar aos fatores ambientais, nesse caso,
climáticos. Na verdade estamos o tempo todo procurando formas de nos adaptarmos
o melhor possível, ao que acontece à nossa volta. Tantos são os estímulos que
sofremos que acabamos desenvolvendo maneiras características de reagir, muitas
vezes supervalorizando as informações que nos chegam, outras vezes, tornando-
nos apáticos a elas.
Que sensação você experimenta quando entra em contato com as
constantes e massacrantes notícias de violência via rádio e televisão? As pessoas
costumam ter diferentes reações: algumas se tornam apáticas a elas, outras fazem
uso do humor para digeri-las, outras se tornam excessivamente medrosas, e assim
por diante. Como exemplo, uma paciente passou a pensar na possibilidade de fazer
algum mal à sua pequena filha a partir de noticiários de rádio que relatavam maus
tratos e até homicídios materno-infantis.

18
Os fatores ambientais exercem forte e constante influência sobre nossas
atitudes e nossas escolhas diárias, tanto externa quanto internamente, isto é, como
nos sentimos e enxergamos a nós mesmos. As reações a cada estímulo ambiental
se darão de acordo com a estrutura psíquica de cada pessoa, e essa estrutura
psíquica estará intimamente ligada às experiências que a pessoa teve durante a
vida. Assim se estabelece uma relação circular entre todos os fatores geradores de
transtorno mental onde um ocasiona o outro.
Para melhor compreensão, podemos dizer que os fatores ambientais podem
ser sociais, culturais e econômicos. Como sociais podemos compreender todas as
interações que temos com o outro, nossas relações pessoais, profissionais e com
outros grupos. Estudos falam da importância das pessoas significativas em nossa
infância e de como ficam marcadas em nós as suas formas de pensar e agir, assim
como as reações que passamos a ter influenciam o nosso comportamento diante de
outras pessoas. Se, com as pessoas importantes de nossa infância, aprendemos
que existem pessoas que não são confiáveis e que devemos estar sempre atentos
para não sermos enganados, possivelmente teremos dificuldades em confiar em
alguém mesmo em nossa vida adulta.
Entre os fatores ambientais culturais podemos nos lembrar de todo o sistema
de regras no qual estamos envolvidos. Esse sistema varia de país para país, de
estado para estado, de grupo para grupo, e também de acordo com a época. Ou
seja, noção de certo e errado, de bem e mal variam muito dependendo do local e
época em que estamos. Os mitos, as crenças, os rituais que nos cercam nos dão as
noções de bem e mal que são aceitas pelos grupos aos quais pertencemos, seja ele
o nosso país, grupo religioso, a nossa escola ou mesmo a nossa família.
Outro grupo de fatores ambientais que podemos perceber como exercendo
influência sobre nós são os econômicos. Nesse tópico tanto podemos nos referir à
nossa possibilidade mais direta de aquisição de bens, quer dizer, ter dinheiro
mesmo, quanto às atuais condições sociais onde a miséria, aliada à baixa
escolaridade, pode levar ao aumento da criminalidade e esta ao aumento de tensão
em nosso dia a dia.

5.8 -Fatores emocionais ou psicológicos

Continuamos tentando compreender o que, afinal de contas, torna as


pessoas diferentes umas das outras. O que faz com que se comportem de uma

19
maneira e não de outra. Já abordamos os aspectos físicos e os ambientais e, não
por acaso, deixamos para abordar os aspectos emocionais depois de bem
compreendidos os anteriores. Isso porque, como já foi visto antes, os fatores
influenciam-se entre si, mas no caso dos aspectos emocionais estamos falando de
formação de identidade, que se inicia justamente com a conjugação dos aspectos
físicos e ambientais.
Cada pessoa vem a este mundo como ser único, diferente de todos os
outros. Cada um de nós apresenta, mesmo ao nascer, uma forma de interagir com o
mundo que influencia o comportamento de quem está à nossa volta e é influenciado
por ele. Não é incomum as mulheres que possuem mais de um filho afirmarem que
foram bebês totalmente diferentes: um dormia mais, outro chorava o tempo todo, ou
estava sempre doente.
Também devemos lembrar que, quando nascemos, já trazemos conosco
uma história de vida. Se fomos desejados ou não, se somos o primeiro filho ou o
décimo, se nossa estada na barriga foi tranquila ou cheia de altos e baixos, se a
mamãe fez uso de algum medicamento ou droga que tenha nos deixado mais
agitados ou mais apagados, se tivemos ou não dificuldades maiores no parto, se
fomos bem atendidos e fomos logo para perto da mamãe, ou se tivemos que ficar
mais tempo longe, indo para uma UTI neonatal, por exemplo, se a mamãe ficou bem
após nosso nascimento, disponível para gente ou se teve, por exemplo, uma
depressão puerperal.
Bom, esses são só alguns exemplos que mostram que nós já colocamos o
pé na vida com algumas características que nos são individuais e que as interações
que vamos estabelecer com o mundo, a partir da nossa concepção, serão
formadoras de um modo de ser caracteristicamente nosso, mais ou menos ajustado,
ao qual chamamos personalidade.
Ao nascer, o bebê não tem ainda consciência de si mesmo e do mundo à
sua volta. Não consegue diferenciar suas sensações internas do mundo externo.
Apenas consegue perceber sensações boas, prazerosas, e más desprazerosas. A
fralda molhada dá desprazer e ele chora. O colo da mamãe dá prazer,
possivelmente lembra o conhecido aconchego do útero e dá segurança e ele dorme.
Nessa sequência, entre chorar e ser confortado se dá um dos alicerces
fundamentais para o restante da vida do bebê, e dificilmente a mãe se dá conta do
papel fundamental desses momentos, pois, aos poucos, a criança vai construindo a

20
noção de confiança, que é o ponto de partida para sentimentos como segurança,
otimismo e fé na vida adulta. Além disso, a formação do vínculo afetivo com a mãe
ou pessoa substituta faz com que o bebê ganhe condições para amadurecer e
voltar-se para conhecer e experimentar o mundo.
Imagine-se chegando sozinho a um país estranho, onde você não conhece a
língua, os costumes, nada. Que sufoco, não? Agora imagine que nesse lugar esteja
te esperando alguém que fala a sua língua, que alívio!e que pode te ensinar tudo
quanto você precisa para se adaptar melhor. A mãe e o pai, ou pessoas substitutas,
atuam mais ou menos como guias turísticos do mundo para o bebê que chega. A
grande diferença é que o bebê é um tipo de turista até mesmo em seu próprio corpo,
precisando de alguém para ajudá-lo a se conhecer.
Acontece que quando o bebê não tem suas necessidades atendidas, ele não
tem ainda a capacidade de suportar a sensação ruim para aguardar a boa. O bebê
não diz para si mesmo: - Ah! Agora estou com fome, mas mamãe não pode me dar
de mamar porque está tomando banho. Tudo bem! Quando ela sair do banheiro, eu
choro de novo. Não! Para o bebê recém-nascido, a fome é um desprazer tão intenso
que, se não atendida, adquire tons de ameaça de destruição, mais ou menos como
nos sentiríamos diante do fim do mundo. Nesses momentos o bebê experimenta
profunda sensação de desamparo.
A repetição constante de tais exposições à frustração, por períodos mais
prolongados, pode levar o indivíduo, no futuro, a desenvolver uma série de
transtornos mentais. Alguns autores identificam aí as raízes emocionais das
psicoses e da famosa síndrome do pânico.Àmedida que vai estabelecendo trocas
positivas com as pessoas que cuidam dele, o bebê vai criando uma diferenciação
entre ele e o restante do mundo que, nesse momento, ainda são as pessoas mais
próximas, e vai adquirindo certa tolerância à frustração e maior capacidade de
espera, pois já consegue antecipar, fazendo uso da memória, a satisfação de suas
necessidades.
Com a continuidade de seu crescimento e desenvolvimento, a criança vai
adquirindo noções de julgamento de si e dos outros, isto é, vai internalizando as
regras e proibições de seu ambiente e passando a captar a impressão que ela
própria provoca no ambiente.

21
Sendo assim, entramos em contato com o ambiente social mais amplo pelas
portas que abrimos nas relações com nossa família nuclear ou com outras figuras de
sobrevivência de nossas vidas.

6 - CENTROS DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL – CAPS

De acordo com Ministério da Saúde (MS), os Centros de Atenção


Psicossocial (CAPS) possibilitaram a organização de uma rede substitutiva ao
Hospital Psiquiátrico no país. Os CAPS são serviços de saúde municipais, abertos,
comunitários que oferecem atendimento diário.Atuam através de oficinas onde se
realizam trabalhos manuais e artísticos que proporcionam ao usuário via de acesso
à expressão de seus sentimentos, emoções, criatividade. Mas quando necessário
pode ser feito o atendimento individual.
O objetivo do CAPS é oferecer atendimento à população, realizar o
acompanhamento clínico e a reinserção social dos pacientes pelo acesso ao
trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e
comunitários. De acordo com a realidade local, o CAPS assume táticas diferentes
para enfrentar os problemas decorrentes das diversas formas de viver. Assim você
jamais encontrará um CAPS igual ao outro. Porém, eles trazem como ponto comum
a luta pela desconstitucionalização, a realização das oficinas terapêuticas e a
atuação de uma equipe multiprofissional. Pode atuar em associação com uma
emergência psiquiátrica, e o paciente que sai deste setor será avaliado
imediatamente para ser inserido em atividades do CAPS, sem que haja necessidade
de internação.
O CAPS, entre todos os dispositivos de atenção à saúde mental, tem valor
estratégico para a Reforma Psiquiátrica Brasileira. Com a criação desses centros,
possibilita-se a organização de uma rede substitutiva ao Hospital Psiquiátrico no
país. Os CAPS são serviços de saúde municipais, abertos, comunitários que
oferecem atendimento diário. Os CAPS podem ser de tipo I, II, III, Álcool e Drogas
(CAPS AD) e Infanto-juvenil (CAPSi).É função dos CAPS:

 prestar atendimento clínico em regime de atenção diária, evitando as


internações em hospitais psiquiátricos;

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 colher e atender as pessoas com transtornos mentais graves e
persistentes, procurandopreservar e fortalecer oslaçossociaisdo usuário em seu
território;
 promover a inserção social das pessoascom transtornos mentais por
meio de ações intersetoriais;
 regular a porta de entrada da rede de assistência em saúde mental na
sua área de atuação;
 dar suporte a atenção à saúde mental na rede básica;
 organizar a rede de atenção às pessoas com transtornos mentais nos
municípios;
 articular estrategicamente a rede e a política de saúde mental num
determinado território;
 promover a reinserção social do indivíduo através do acesso ao
trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e
comunitários.

Esses serviços devem ser substitutivos e não complementares ao hospital


psiquiátrico. De fato, o CAPS é o núcleo de uma nova clínica, produtora de
autonomia, que convida o usuário à responsabilização e ao protagonismo em toda a
trajetória do seu tratamento.Os projetos desses serviços, muitas vezes, ultrapassam
a própria estrutura física, em busca da rede de suporte social, potencializadora de
suas ações, preocupando-se com o sujeito e a singularidade, sua história, sua
cultura e sua vida cotidiana.O perfil populacional dos municípios é sem dúvida um
dos principais critérios para o planejamento da rede de atenção à saúde mental nas
cidades, e para a implantação de centros de Atenção Psicossocial. O critério
populacional, no entanto, deve ser compreendido apenas como um orientador para o
planejamento das ações de saúde. De fato, é o gestor local, articulado com as outras
instâncias de gestão do SUS, que terá as condições mais adequadas para definir os
equipamentos que melhor respondem às demandas de saúde mental de seu
município.

7- DICA DO MESTRE

Em todos os níveis de atuação, a conduta do técnico de enfermagem é


sempre ponto muito importante da ação em saúde. A maneira como o paciente é
23
recebido, a expressão das pessoas que lhe atendem ou mesmo o tom de voz com
que falam, são capazes de gerar sentimentos que tanto podem determinar o
tratamento como afastar o indivíduo. Não é raro o paciente sair de um setor de
atendimento jurando que não volta mais porque foi maltratado pelo profissional que o
atendeu ou porque não foi com a cara daquele profissional. Não cabe discutirmos
aqui se ele volta ou não ao setor, mas sim no tempo em que ele adiará o tratamento.

24
Disponível em: http://bvsms.saude.gov. Acesso em 20/11/20.

8 -TRANSTORNOS MENTAIS

Transtorno mental é qualquer alteração do funcionamento da mente que


prejudica o bem-estar da pessoa, seu desempenho em todos os aspectos de sua

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vida, como a família, vida social, o meio profissional, os estudos, a compreensão de
si e dos outros, na possibilidade de autocrítica, na tolerância aos problemas e na
possibilidade de ter prazer na vida em geral. Ou seja, tudo que afete a ideia de
Saúde Mental.

8.1 -Hormônios que envolvem transtornos mentais

O cérebro humano é uma estrutura altamente complexa, cujo funcionamento


depende de centenas de mediadores químicos. Sabemos hoje que boa parte das
doenças psiquiátricas está relacionadaa pelo menos cinco destes
neurotransmissores: noradrenalina, serotonina, dopamina ácido gama aminobutírico
(GABA) e acetilcolina.

A psicose, para a medicina, se traduz como uma síndrome neurológica, em


que algumas partes do cérebro não estão funcionando normalmente, geralmente
associada à ação de um neurotransmissor nessas áreas, chamado dopamina. A
dopamina tem inúmeras funções no cérebro, sendo importante para a comunicação
dos neurônios e atuando em diversos sistemas do organismo. Entretanto, o excesso
de dopamina em algumas áreas do cérebro, ou o dano direto dessas áreas pode
levar as pessoas a vivenciarem alucinações, delírios, alterações de personalidade ou
pensamentos e comportamentos desorganizados.

8.2- Quanto à forma de manifestação

Há três classificações básicas de transtornos mentais, feitas pela a


Psicanálise, a neurose,psicose e perversão. Temos uma história queilustra bem
esses três conceitos freudiano: o neurótico pensa que mora num castelo, o psicótico
tem certeza e o perverso quer destruir o castelo.Esses conceitos já têm novas
abordagens e o nosso foco está centrado nos cuidados a pessoas que estão

26
diagnosticadas e, comumente vamos lidar com neurose e psicose no exercício da
enfermagem.
Neuroseé toda a psicopatologia leve, onde a pessoa tem a noção, mesmo
que vaga, de seu problema.O indivíduo além de saber que é um neurótico, ele tem
plena consciência dos seus atos, mas não consegue controlá-los.Ele tem contato
com a realidade, porém há manifestações psicossomáticas, que são notadas por
este, e que servem de aviso para a pessoa procurar um tratamento psicológico, ou
psiquiátrico. É um fator comum a ansiedade exacerbada.
Já a Psicose se caracteriza por uma intensa fuga da realidade. É a loucura
propriamente dita. Vamos começar com a neurose, para depois nos atermos à
psicose.

8.2.1- Neurose

Existeminúmeras classificações menores; para citar algumas temos:

1 Depressão, também chamada de distimia, ou depressão maior.


Caracteriza-se por intensoretraimento e medo do mundo exterior. Causa baixa
autoestima e pode levar ao suicídio;
2 TOC - Transtorno obsessivo compulsivo que é a repetição de algum ato
diversas vezes aodia, não controlável e causador de grande ansiedade;
3 Síndrome do pânico, quecausa grande aflição, e medo perante alguma
situação;
4 Fobias - queé o medo exagerado de alguma situação. Pode ser medo
de ambientes fechados(claustrofobia), medo de água (hidrofobia), medo de pessoas
(sociofobia), entre outras;
5 Transtornos de ansiedade, no qual o indivíduo tem ataques de
ansiedades antes ou depois derealizar algo, ou muitas vezes nem realizá-lo. É

27
comum em pequena escala na maioria das pessoas, porém seu excesso é
denominado como patológico;
6 TPH - Transtorno de Personalidade Histriônica, que é caracterizado por
um padrão generalizado de excessiva emocionalidade e busca de atenção.

O diagnóstico de todos os transtornos mentais é por critérios clínicos e cabe


a todos os profissionais de saúde se ater aos cuidados e não prejulgar. Os
tratamentos costumam envolver psicoterapia e psicodinâmica.
Freud, considerado o pai da Psicanálise, citou, em uma de suas obras, que
todas as pessoas têm um pouco de neurose em si. É normal no ser humano ser um
pouco neurótico, sendo apenas o excesso chamado de patológico.
Feita essas seis colocações acima, vamos conhecer um pouco melhor cada
uma, pois apesar do foco ser na saúde mental, é preciso saber também como se
manifestam as que normalmente encontramos no nosso ambiente de trabalho.

8.2.2- Depressão

A depressão é uma doença mental que se caracteriza por tristeza mais


acentuada ou prolongada, perda de interesse por atividades habitualmente sentidas
como agradáveis e perda de energia ou cansaço fácil. Ter sentimentos depressivos
é comum, sobretudo após experiências ou situações que nos afetam de forma
negativa. No entanto, se os sintomas se agravam e perduram por mais de duas
semanas consecutivas, convém começar a pensar em procurar ajuda. A depressão
pode afetar pessoas de todas as idades, desde a infância à terceira idade, e se não
for tratada pode conduzir ao suicídio, uma consequência frequente da depressão.
A depressão pode ser episódica, recorrente ou crónica, e conduz à
diminuição substancial da capacidade do indivíduo em assegurar as suas
responsabilidades do dia a dia. A depressão pode durar de alguns meses a alguns
anos. Contudo, cerca de 20 por cento dos casos torna-se uma doença crônica.
Esses casos devem-se, fundamentalmente, à falta de tratamento adequado.

28
Fatores de
risco

Pessoas com episódios de depressão no passado;

 Pessoas com história familiar de depressão;


 Pessoas do gênero feminino – a depressão é mais frequente nas
mulheres, ao longo de toda a vida, mas em especial durante a adolescência, no
primeiro ano após o parto, menopausa e pós-menopausa;
 Pessoas que sofrem qualquer tipo de perda significativa, mais
habitualmente a perda de alguém próximo;
 Pessoas com doenças crónicas - sofrendo do coração, com
hipertensão, com asma, com diabetes, com história de tromboses, com artroses e
outras doenças reumáticas, SIDA, fibromialgia, entre outras doenças;
 Pessoas que coabitam com um familiar portador de doença grave e
crónica, por exemplo, pessoas que cuidam de doentes com Alzheimer;
 Pessoas com tendência para ansiedade e pânico;
 Pessoas com profissões geradoras de estresse ou em circunstâncias
de vida que causem estresse;
 Pessoas com dependência de substâncias químicas, como ansiolíticos,
anticolinérgicos, drogas como cocaína, maconha e álcool;
 Pessoas idosas.

Causas da depressão

29
As causas diferem muito de pessoa para pessoa. Porém, é possível afirmar
que há fatores que influenciam o aparecimento e a permanência de episódios
depressivos. Por exemplo, condições de vida adversas, o divórcio, a perda de um
ente querido, o desemprego, a incapacidade em lidar com determinadas situações
ou em ultrapassar obstáculos, etc.Partindo desse contexto a depressão pode ser
dividida em Endógena, Psicogênica, Somatogênica.
A depressão endógena é de origem interna, indefinida. Embora o primeiro
episódio possa se dar após alguma perda ou dificuldade, os outros geralmente não
apresentam causas observáveis. Comumente é uma forma grave de depressão,
apresentando grande risco de suicídio (10 a 15% dos casos). Antigamente era
chamada de depressão psicótica. Responde melhor a tratamento medicamentoso.
A depressãopsicogênicatem suas causas mais facilmente localizadas na
história de vida do indivíduo, que apresenta fatos que o levaram aos sintomas. Tanto
que já foi chamada de depressão reativa ou situacional. Os sintomas são menos
graves que na depressão endógena, e o risco de suicídio, embora existente, é
menor. Responde melhor à psicoterapia do que ao tratamento medicamentoso.
A depressão somatogênica é aquela causada por algum fator de alteração
principalmente orgânico, como o uso de alguns medicamentos como anti-
hipertensivos, anti-inflamatórios e contraceptivos ou ainda a interrupção do uso de
psicoestimulantes.
Já os episódios de mania caracterizam-se como o oposto da depressão. O
indivíduo apresenta um ritmo acelerado, fala muito e geralmente alto, trocando
constantemente de assunto, fuga de ideias, movimenta-se amplamente, tem energia
de sobra, tanto que, muitas vezes não consegue dormir, hiperatividade. Mostra-se
eufórico, com autoestima exagerada, achando que pode tudo, a sexualidade
também pode estar exacerbada, gosta de atrair atenções. Não acha que tem
problema algum, o que muitas vezes prejudica a aceitação do tratamento.

Sintomas da depressão
A depressão se diferencia dasmudanças comum de humor pela gravidade e
permanência dos sintomas. Está associada, muitas vezes, a ansiedade ou
pânico.Os sintomas mais comuns são:

 modificação do apetite (falta ou excesso de apetite);

30
 perturbaçõesdo sono (sonolência ou insónia);
 fadiga, cansaço e perda de energia;
 sentimentos de inutilidade, de falta de confiança e de autoestima, de
culpa e de incapacidade;
 falta ou alterações da concentração;
 preocupação com o sentido da vida e com a morte;
 desinteresse, apatia e tristeza;
 alterações do desejo sexual;
 irritabilidade;
 manifestação de sintomas físicos, como dor muscular, dor abdominal,
enjoo.

Diagnóstico
O diagnóstico é feito pela avaliação clínica do doente, designadamente pela
identificação, enumeração e curso dos sintomas, bem como pela presença de
doenças de que padeça e de medicação que possa estar a tomar. Não existem
meios complementares de diagnóstico específicos para a depressão, e a bem da
verdade, tão pouco são necessários: o diagnóstico clínico é fácil e bastante preciso
para omédico psiquiatra, que faz a orientação terapêutica, como ouso de
medicamento a usar, a dose, duração, resposta esperada em relação ao tipo de
pessoa, a indicação de psicoterapia mais adequada, a necessidade de outros tipos
de intervenção, entre outros.

31
Tratamento
Normalmente o tratamento é feito através do uso de medicamentos, de
intervenções psicoterapêuticas, ou da conjugação de ambas. As intervenções
psicoterapêuticas são particularmente úteis nas situações ligeiras e reativas às
adversidades da vida, bem como em associação com medicamentos nas situações
moderadas e graves. Os medicamentos usados no tratamento das depressões são
designados por antidepressivos.

8.2.3- Transtorno Obsessivo-Compulsivo - TOC

O transtorno obsessivo-compulsivo - TOC - é um distúrbio psiquiátrico de


ansiedade, que se caracteriza pela presença de crises recorrentes de obsessões e
compulsões. Entende-se por obsessão pensamentos, ideias e imagens que invadem
a pessoa insistentemente, sem que ela queira. Como um disco riscado que se põe a
repetir sempre o mesmo ponto da gravação, eles ficam patinando dentro da cabeça
e o único jeito para livrar-se deles por algum tempo é realizar o ritual próprio da
compulsão, seguindo regras e etapas rígidas e pré-estabelecidas que ajudam a
aliviar a ansiedade. Alguns portadores dessa desordem acham que, se não agirem
assim, algo terrível pode acontecer-lhes. No entanto, a ocorrência dos pensamentos
obsessivos tende a agravar-se à medida que são realizados os rituais e pode
transformar-se num obstáculo não só para a rotina diária da pessoa como para a
vida da família inteira.

Classificação
Existem dois tipos de TOC:

 Transtorno obsessivo-compulsivo subclínico – as obsessões e rituais


se repetem com frequência, mas não atrapalham a vida da pessoa;
 Transtorno obsessivo-compulsivo propriamente dito, no qual as
obsessões persistem até o exercício da compulsão que alivia a ansiedade.

Causas

As causas do TOC não estão bem esclarecidas. Certamente, trata-se de um


problema multifatorial. Estudos sugerem a existência de alterações na comunicação
entre determinadas zonas cerebrais que utilizam a serotonina. Fatores psicológicos

32
e histórico familiar também estão entre as possíveis causas desse distúrbio de
ansiedade.

Sintomas
Em algumas situações, todas as pessoas podem manifestar rituais
compulsivos que não caracterizam o TOC. O principal sintoma da doença é a
presença de pensamentos obsessivos que levam à realização de um ritual
compulsivo para aplacar a ansiedade que toma conta da pessoa. Preocupação
excessiva com limpeza e higiene pessoal, dificuldade para pronunciar certas
palavras, indecisão diante de situações corriqueiras por medo que uma escolha
errada possa desencadear alguma desgraça, pensamentos agressivos relacionados
com morte, acidentes ou doenças são exemplos de sintomas do transtorno
obsessivo-compulsivo.
Frequência
Em geral, só nove anos depois que manifestou os primeiros sintomas, o
portador do distúrbio recebe o diagnóstico de certeza e inicia do tratamento. Por
isso, a maior parte dos casos é diagnosticada em adultos, embora o transtorno
obsessivo-compulsivo possa acometer crianças a partir dos três, quatro anos de
idade. Na infância, o distúrbio é mais frequente nos meninos. No final da
adolescência, porém, pode-se dizer que o número de casos é igual nos dois sexos.

Tratamento
O tratamento pode ser medicamentoso e não medicamentoso. O
medicamentoso utiliza antidepressivos inibidores da recaptação de serotonina. São
os únicos que funcionam. A terapia cognitivo-comportamental é uma abordagem não
medicamentosa com comprovada eficácia sobre a doença. Seu princípio básico é
expor a pessoa à situação que gera ansiedade, começando pelos sintomas mais
brandos. Os resultados costumam ser melhores quando se associam os dois tipos
de abordagem terapêutica.

Recomendações

 Não há quem não tenha experimentado alguma vez um comportamento


compulsivo, mas se ele se repete a ponto de prejudicar a execução de tarefas

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rotineiras, a pessoa pode ser portadora de transtorno obsessivo-compulsivo e
precisa de tratamento.
 Crianças podem obedecer a certos rituais, o que é absolutamente
normal. No entanto, deve chamar a atenção dos pais a intensidade e a frequência
desses episódios. O limite entre normalidade e TOC é muito tênue.
 Os pais não devem colaborar com a perpetuação das manias e rituais
dos filhos. Devem ajudá-los a enfrentar os pensamentos obsessivos e a lidar com a
compulsão que alivia a ansiedade.
 O respeito a rituais do portador de TOC pode interferir na dinâmica da
família inteira. Por isso, é importante estabelecer o diagnóstico de certeza e
encaminhar a pessoa para tratamento.
 Esconder os sintomas por vergonha ou insegurança é um péssimo
caminho. Quanto mais se adia o tratamento, mais grave fica a doença.

8.2.4-Síndrome do pânico

A síndrome do pânico, na linguagem psiquiátrica chamada de transtorno do


pânico, é uma enfermidade que se caracteriza por crises absolutamente inesperadas
de medo e desespero. A pessoa tem a impressão de que vai morrer naquele
momento de um ataque cardíaco porque o coração dispara, sente falta de ar e tem
sudorese abundante. Quem padece de síndrome do pânico sofre durante as crises e
ainda mais nos intervalos entre uma e outra, pois não faz a menor idéia de quando
elas ocorrerão novamente, se dali a cinco minutos, cinco dias ou cinco meses. Isso
traz tamanha insegurança que a qualidade de vida do paciente fica seriamente
comprometida.

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Sintomas físicos de uma crise de pânico
Os sintomas físicos de uma crise de pânico aparecem subitamente, sem
nenhuma causa aparente (apesar de existir, mas fica difícil de se perceber). Os
sintomas são como uma preparação do corpo para alguma "coisa terrível". A reação
natural é acionar os mecanismos de fuga. Diante do perigo, o organismo trata de
aumentar a irrigação de sangue no cérebro e nos membros usados para fugir - em
detrimento de outras partes do corpo, incluindo os órgãos sexuais. Eles podem
incluir:

 contração, tensão muscular;


 palpitações (o coração dispara);
 tontura, atordoamento, náusea;
 dificuldade de respirar;
 boca seca;
 calafrios ou ondas de calor;
 sudorese;
 sensação de ‘estar sonhando’ ou distorções de percepção da realidade;
 terror - sensação de que algo inimaginavelmente horrível está prestes a
acontecer e de que se está impotente para evitar tal acontecimento;
 confusão, pensamento acelerado;
 medo de perder o controle, fazer algo embaraçoso;
 medo de morrer;
 vertigens ou sensação de debilidade; entre outros.

Uma crise de pânico pode durar vários minutos e é uma das situações mais
angustiantes que pode ocorrer a alguém. A maioria das pessoas que tem uma crise
terá outras, se não tratar. Quando alguém tem crises repetidas ou se sente muito
ansioso, com medo de ter outra crise, diz-se que tem transtorno do pânico.

Tratamento
Existe uma variedade de tratamentos para o T.P. O mais importante neste
aspecto é que se introduza um tratamento que vise restabelecer o equilíbrio
bioquímico cerebral numa primeira etapa. Isto pode ser feito através de
medicamentos seguros e que não produzam risco de dependência física dos

35
pacientes. Numa segunda etapa prepara-se o paciente para que ele possa enfrentar
seus limites e as adversidades vitais de uma maneira menos estressante. Em última
análise, trata-se de estabelecer junto com o paciente uma nova forma de viver onde
se priorize a busca de uma harmonia e equilíbrio pessoal. Uma abordagem
psicoterápica específica deverá ser realizada com esse objetivo.

O sucesso do tratamento está diretamente ligado ao engajamento do


paciente com o mesmo. É importante que a pessoa que sofre de T.P. entenda todas
as peculiaridades que envolvem este mal e que queira fazer uma boa "aliança
terapêutica" com seu médico no sentido de juntos superarem todas as adversidades
que poderão surgir na busca do seu equilíbrio pessoal.

8.2.5- Fobias transtornos fóbico-ansiosos

O medo é um sentimento comum a todas as espécies animais e serve para


proteger o indivíduo do perigo. Todos nós temos medo em algumas situações nas
quais o perigo é iminente. A fobia pode ser definida como um medo irracional, diante
de uma situação ou objeto que não apresenta qualquer perigo para a pessoa. Com
isto, essa situação ou esse objeto são evitados a todo custo. Essa evitação fóbica
leva muito freqüentemente a limitações importantes na vida cotidiana da pessoa. As
fobias são acompanhadas de ansiedade importante e também freqüentemente de
depressão. Os transtornos fóbico-ansiosos constituem um grupo de doenças
mentais onde a ansiedade é; ligada predominantemente a uma situação ou objeto.
Há três tipos principais de fobia, a saber, a fobia social, específicas e agorafobia,
Fobia social: neste caso a pessoa tem medo de se expor a outras pessoas
que se encontramem grupos pequenos. Isto pode acontecer em reuniões, festas,
restaurantes e outros locais. Muitas vezes elas são restritas a uma situação, como
por exemplo, comer ou falar em publico, assinar um cheque na presença de outras
pessoas ou encontrar-se com alguém do sexo oposto. Muitas pessoas apresentam
também baixa auto-estima e medo de criticas. Usualmente a pessoa nessas
situações apresenta rubor na face, tremores, náuseas. Em casos extremos pode
isolar-se completamente do convívio social.
Fobias específicas (ou isoladas): como o próprio nome diz, são fobias
restritas a umasituação ou objeto altamente específicos, tais como, animais
inofensivos (zoofobia), altura (acrofobia), trovões e relâmpagos (astrofobia), voar,

36
espaços fechados (claustrofobia), doenças (nosofobia), dentista, sangue, entre
outros. A incapacitação da pessoa no dia a dia depende do tipo de fobia e de quão
fácil é evitar a situação fóbica.
Agorafobia: inclui medo de espaços abertos, da presença de multidões, da
dificuldade deescapar rapidamente para um local seguro (em geral a própria casa).
A pessoa pode ter medo de sair de casa, de entrar em uma loja ou shopping, de
lugares onde há; multidões, de viajarsozinho. Muitas pessoas referem um medo
aterrorizante de se sentirem mal e serem abandonadas sem socorro em público.
Muitas pessoas com agorafobia apresentam também o transtorno de pânico.

Tratamento
O tratamento das fobias se faz com a associação de medicamentos com
psicoterapia. Os medicamentos mais utilizados pertencem ao grupo dos
antidepressivos; os ansiolíticos também são freqüentemente indicados. A
psicoterapia auxilia na compreensão de fatores que podem agravar ou perpetuar os
sintomas fóbicos.

8.2.6-Transtornos de Ansiedade

Ansiedade é um estado emocional de apreensão, uma expectativa de que


algo ruim aconteça acompanhado por várias reações físicas e mentais
desconfortáveis. É comum que haja comorbidade e assim uma pessoa pode
apresentar sintomas de mais de um tipo de transtorno de ansiedade ao mesmo
tempo e destes com outros problemas como depressão. No geral, os transtornos de
ansiedade respondem muito bem ao tratamento psicológico especializado.

8.2.7-Transtorno Histriônico

Pacientes com transtorno de personalidade histriônica usam sua aparência


física, agindo de forma inadequadamente sedutora ou provocadora, para chamar a
atenção dos outros. Eles não têm um senso de auto direção e são altamente
sugestionáveis, muitas vezes agindo de forma submissa para reter a atenção dos
outros.
A prevalência estimada é < 2% da população geral. É diagnosticado com
mais frequência em mulheres, mas isso pode refletir apenas a maior prevalência

37
entre as mulheres nos locais de atendimento, onde os dados foram obtidos. Em
alguns estudos, a prevalência entre as mulheres e os homens foi semelhante.

8.2.8- Psicose

se caracteriza por uma intensa fuga da realidade. É, como a filosofia e as


arteschamam, a loucura, propriamente dita.

Pode ser classificada de três formas:


1. pelamanifestação
2. peloaspecto neurofisiológico,
3. pelaintensidade

Manifestação: se divide em dois tipos principais:


a) Esquizofrenia: tem como aspectos principais a fuga da realidade, as manias
deperseguição, as alucinações, entre outros. Têm ainda subdivisões, que são a
esquizofrenia paranóide, a esquizofrenia desorganizada (ou hebefrênica), a
esquizofrenia simples, a catatonia ou a esquizofrenia indiferenciada;
b) Transtorno de afeto bipolar: tem por característica picos muito grandes de
humor, empouco espaço de tempo, para o lado da depressão (ou distimia ou
disforia), e pro lado da mania (euforia ou eutimia). Por estes dois aspectos também
conhecemos este transtorno como psicose maníaco-depressiva. O doente sofre de
mudanças de humor constantes, sendo perigoso e gastador em fases maníacas, e
retraído, podendo se suícidar, no estado depressivo.
Aspecto neurofisiológico:

38
Funcional: age apenas no funcionamento do aparelho psiquico, em suas
ligações.
Orgânica: tem como característica mudanças ocorridas na química do
cérebro, ou em mudanças fisiológicas e estruturais.

Intensidade:Como intensidade entendemos a agressividade e impulsividade do


doente em:
A - Aguda: também chamada de fase de surto; é quando o doente se torna
violento, impulsivo e fora da realidade. É necessária observação psiquíatrica
constante, pois o doente oferece risco para si, para outros e para o patrimônio.

B - Crônica: é a fase de relaxamento do doente, onde ele está fora da


realidade, mas não põe em risco os outros e sua vida. Este estágio é permanente, e
resulta de algum caso onde não há cura.

8.2.9- Esquizofrenia

A esquizofrenia é uma doença mental crônica que se manifesta na


adolescência ou início da idade adulta. Sua frequência na população em geral é da
ordem de 1 para cada 100 pessoas, havendo cerca de 40 casos novos para cada
100.000 habitantes por ano. No Brasil estima-se que há cerca de 1,6 milhão de
esquizofrênicos; a cada ano cerca de 50.000 pessoas manifestam a doença pela
primeira vez. Ela atinge em igual proporção homens e mulheres, em geral inicia-se
mais cedo no homem, por volta dos 20-25 anos de idade, e na mulher, por volta dos
25-30 anos.

Sintomas

39
A esquizofrenia apresenta várias manifestações, afetando diversas áreas do
funcionamento psíquico. Os principais sintomas são:

Delírios: são ideias falsas, das quais o paciente tem convicção absoluta. Por
exemplo, ele se acha perseguido ou observado por câmeras escondidas, acredita
que os vizinhos ou as pessoas que passam na rua querem lhe fazer mal.
Alucinações: são percepções falsas dos órgãos dos sentidos. As
alucinações mais comuns na esquizofrenia são as auditivas, em forma de vozes. O
paciente ouve vozes que falam sobre ele, ou que acompanham suas atividades com
comentários. Muitas vezes essas vozes dão ordens de como agir em determinada
circunstancia. Outras formas de alucinação, como visuais, táteis ou olfativas podem
ocorrer também na esquizofrenia.
Alterações do pensamento: as ideias podem se tornar confusas,
desorganizadas ou desconexas, tornando o discurso do paciente difícil de
compreender. Muitas vezes o paciente tem a convicção de que seus pensamentos
podem ser lidos por outras pessoas, ou que pensamentos são roubados de sua
mente ou inseridos nela.
Alterações da afetividade: muitos pacientes tem uma perda da capacidade
de reagir emocionalmente às circunstancias, ficando indiferente e sem expressão
afetiva. Outras vezes o paciente apresenta reações afetivas que são incongruentes,
inadequadas em relação ao contexto em que se encontra. Torna-se pueril e se
comporta de modo excêntrico ou indiferente ao ambiente que o cerca.
Diminuição da motivação: o paciente perde a vontade, fica desanimado e
apático, não sendo mais capaz de enfrentar as tarefas do dia a dia. Quase não
conversa, fica isolado e retraído socialmente.
Outros sintomas, como dificuldade de concentração, alterações da
motricidade, desconfiança excessiva, indiferença, podem aparecer na esquizofrenia.
Dependendo da maneira como os sintomas se agrupam, é possível caracterizar os
diferentes subtipos da doença. A esquizofrenia evolui geralmente em episódios
agudos onde aparecem os vários sintomas acima descritos, principalmente delírios e
alucinações, intercalados por períodos de remissão, com poucos sintomas
manifestos.

40
Causa da esquizofrenia
Não se sabe quais são as causas da esquizofrenia. A hereditariedade tem
uma importância relativa, sabe-se que parentes de primeiro grau de um
esquizofrênico tem chance maior de desenvolver a doença do que as pessoas em
geral. Por outro lado, não se sabe o modo de transmissão genética da esquizofrenia.
Fatores ambientais (p. ex., complicações da gravidez e do parto, infecções, entre
outros) que possam alterar o desenvolvimento do sistema nervoso no período de
gestação parecem ter importância na doença. Estudos feitos com métodos
modernos de imagem, como tomografia computadorizada e ressonância magnética
mostram que alguns pacientes têm pequenas alterações cerebrais, com diminuição
discreta do tamanho de algumas áreas do cérebro. Alterações bioquímicas dos
neurotransmissores cerebrais, particularmente da dopamina, parecem estar
implicados na doença.

Diagnóstico
O diagnóstico da esquizofrenia é feito pelo especialista a partir das
manifestações da doença. Não há nenhum tipo de exame de laboratório (exame de
sangue, raio X, tomografia, eletroencefalograma etc.) que permita confirmar o
diagnóstico da doença. Muitas vezes o clínico solicita exames, mas estes servem
apenas para excluir outras doenças que podem apresentar manifestações
semelhantes à esquizofrenia.

Tratamento
O tratamento da esquizofrenia visa ao controle dos sintomas e a
reintegração do paciente. O tratamento da esquizofrenia requer duas abordagens:
medicamentosa e psicossocial. O tratamento medicamentoso é feito com remédios
chamados antipsicóticos ou neurolépticos. Eles são utilizados na fase aguda da
doença para aliviar os sintomas psicóticos, e também nos períodos entre as crises,
para prevenir novas recaídas. A maioria dos pacientes precisa utilizar a medicação
ininterruptamente para não ter novas crises. Assim o paciente deve submeter-se a
avaliações médicas periódicas; o médico procura manter a medicação na menor
dose possível para evitar recaídas e evitar eventuais efeitos colaterais. As
abordagens psicossociais são necessárias para promover a reintegração do
paciente à família e à sociedade.

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Devido ao fato de que alguns sintomas (principalmente apatia, desinteresse,
isolamento social e outros) podem persistir mesmo após as crises, é necessário um
planejamento individualizado de reabilitação do paciente. Os pacientes necessitam
em geral de psicoterapia, terapia ocupacional, e outros procedimentos que visem
ajudá-lo a lidar com mais facilidade com as dificuldades do dia a dia.
Os familiares são aliados importantíssimos no tratamento e na reintegração
do paciente. É importante que estejam orientados quanto à doença esquizofrenia
para que possam compreender os sintomas e as atitudes do paciente, evitando
interpretações errôneas. As atitudes inadequadas dos familiares podem muitas
vezes colaborar para a piora clínica do mesmo. O impacto inicial da noticia de que
alguém da família tem esquizofrenia é bastante doloroso. Como a esquizofrenia é
uma doença pouco conhecida e sujeita a muita desinformação as pessoas se
sentem perplexas e confusas. Frequentemente, diante das atitudes excêntricas dos
pacientes, os familiares reagem também com atitudes inadequadas, perpetuando um
circulo vicioso difícil de ser rompido. Atitudes hostis, criticas e superproteção
prejudicam o paciente, apoio e compreensão são necessários para que ele possa ter
uma vida independente e conviva satisfatoriamente com a doença.

8.2.10- Transtorno afetivo bipolar

O transtorno afetivo bipolar era denominado até bem pouco tempo de


psicose maníaco-depressiva. Com a mudança de nome, esse transtorno deixou de
ser considerado uma perturbação psicótica para ser considerado uma perturbação
afetiva. A alternância de estados depressivos com maníacos é a tônica dessa
patologia. Muitas vezes o diagnóstico correto só será feito depois de muitos anos.
Uma pessoa que tenha uma fase depressiva, receba o diagnóstico de depressão e
dez anos depois apresente um episódio maníaco tem na verdade otranstorno
bipolar, mas até que a mania surgisse não era possível conhecer diagnóstico
verdadeiro. O termo mania é popularmente entendido como tendência a fazer várias
vezes a mesma coisa. Mania em psiquiatria significa um estado exaltado de humor
que será descrito mais detalhadamente adiante.
A depressão do transtorno bipolar é igual à depressão recorrente que só se
apresenta como depressão, mas uma pessoa deprimida do transtorno bipolar não
recebe o mesmo tratamento do paciente bipolar.

42
Características
O início pode ser tanto pela fase depressiva como pela fase maníaca,
iniciando gradualmente ao longo de semanas, meses ou abruptamente em poucos
dias, já com sintomas psicóticos o que muitas vezes confunde com síndromes
psicóticas. Além dos quadros depressivos e maníacos, há também os quadros
mistos (sintomas depressivos simultâneos aos maníacos) o que muitas vezes
confunde os médicos retardando o diagnóstico da fase em atividade.

Tipos
Se aceita a divisão do transtorno afetivo bipolar em dois tipos: o tipo I e o
tipo II. O tipo I é a forma clássica em que o paciente apresenta os episódios de
mania alternados com os depressivos. As fases maníacas não precisam
necessariamente ser seguidas por fases depressivas, nem as depressivas por
maníacas. O tipo II caracteriza-se por não apresentar episódios de mania, mas de
hipomania com depressão.

Fase maníaca
Tipicamente leva uma a duas semanas para começar e quando não tratado
pode durar meses. O estado de humor está elevado podendo isso significar uma
alegria contagiante ou uma irritação agressiva. Junto a essa elevação encontram-se
alguns outros sintomas como elevação da autoestima, sentimentos de grandiosidade
podendo chegar a manifestação delirante de grandeza considerando-se uma pessoa
especial, dotada de poderes e capacidades únicas como telepáticas por exemplo.
Aumento da atividade motora apresentando grande vigor físico e, apesar disso, com
uma diminuição da necessidade de sono. O paciente apresenta uma forte pressão
para falar ininterruptamente, as ideias correm rapidamente a ponto de não concluir o

43
que começou e ficar sempre emendando uma ideia não concluída em outra
sucessivamente: a isto denominamos fuga-de-ideias. Aumento do interesse e da
atividade sexual. Perda da consciência a respeito de sua própria condição
patológica, tornando-se uma pessoa socialmente inconveniente ou insuportável.

Fase depressiva
É de certa forma o oposto da fase maníaca, o humor está depressivo, a
autoestima em baixa com sentimentos de inferioridade, a capacidade física esta
comprometida, pois a sensação de cansaço é constante. As ideias fluem com
lentidão e dificuldade, a atenção é difícil de ser mantida e o interesse pelas coisas
em geral é perdido bem como o prazer na realização daquilo que antes era
agradável. Nessa fase o sono também está diminuído, mas ao contrário da fase
maníaca, não é um sono que satisfaça ou descanse, uma vez que o paciente acorda
indisposto. Quando não tratada a fase maníaca pode durar meses também.

Sintomas (maníacos):
Sentimento de estar no topo do mundo com um alegria e bem estar
inabaláveis, nem mesmo más notícias, tragédias ou acontecimentos horríveis
diretamente ligados ao paciente podem abalar o estado de humor. Nessa fase o
paciente literalmente ri da própria desgraça.
Sentimento de grandeza, o indivíduo imagina que é especial ou possui
habilidades especiais, é capaz de considerar-se um escolhido por Deus, uma
celebridade, um líder político. Inicialmente quando os sintomas ainda não se
aprofundaram o paciente sente-se como se fosse ou pudesse ser uma grande
personalidade; com o aprofundamento do quadro esta ideia torna-se uma convicção
delirante.bSente-se invencível, acham que nada poderá detê-las.
Hiperatividade, os pacientes nessa fase não conseguem ficar parados,
sentados por mais do que alguns minutos ou relaxar.O senso de perigo fica
comprometido, e envolve-se em atividade que apresentam tanto risco para
integridade física como patrimonial.
O comportamento sexual fica excessivamente desinibido e mesmo
promíscuo tendo numerosos parceiros num curto espaço de tempo.
Os pensamentos correm de forma incontrolável para o próprio paciente, para
quem olha de fora a grande confusão de ideias na verdade constitui-se na

44
interrupção de temas antes de terem sido completados para iniciar outro que por sua
vez também não é terminado e assim sucessivamente numa fuga de ideias.
A maneira de falar geralmente se dá em tom de voz elevado, cantar é um
gesto frequente nesses pacientes. A necessidade de sono nessa fase é menor, com
poucas horas o paciente se restabelece e fica durante todo o dia e quase toda a
noite em hiperatividade.
Mesmo estando alegre, explosões de raiva podem acontecer, geralmente
provocadas por algum motivo externo, mas da mesma forma como aparece se
desfaz.

A fase depressiva
Na fase depressiva ocorre o posto da fase maníaca, o paciente fica com
sentimentos irrealistasdetristeza,desesperoe autoestima baixa.
Nãoseinteressapeloque costumava gostar ou ter prazer, cansa-se à-toa, tem pouca
energia para suas atividades
habituais,tambémtemdificuldadeparadormir,sentefaltadosonoetendea permanecer na
cama por várias horas. O começo do dia (a manhã) costuma ser a pior parte do dia
para os deprimidos porque eles sabem que terão um longo dia pela frente.
Apresenta dificuldade em concentrar-se no que faz e os pensamentos ficam
inibidos, lentificados, faltam ideias ou demoram a ser compreendidas e assimiladas.
Da mesma forma a memória também fica prejudicada. Os pensamentos costumam
ser negativos, sempre em torno de morte ou doença. O apetite fica inibido e pode ter
perda significativa de peso.

Tratamento
O lítio é a medicação de primeira escolha, mas não é necessariamente a
melhor para todos os casos. Frequentemente é necessário acrescentar os
anticonvulsivantes como o tegretol, o trileptal, o depakene, o depakote, o topamax.
Nas fases mais intensas de mania pode se usar de forma temporária os
antipsicóticos. Quando há sintomas psicóticos é quase obrigatório o uso de
antipsicóticos. Nas depressões resistentes pode-se usar com muita cautela os
antidepressivos.

45
8.2.11Distúrbios Alimentares

Anorexia Nervosa
A anorexia nervosa é um distúrbio caracterizado por uma distorção da
imagem corporal, um medo extremo da obesidade, a rejeição de manter um peso
normal e, nas mulheres, a ausência de menstruação. Cerca de 95% das pessoas
que sofrem desse distúrbio são mulheres. Em geral, começa na adolescência, às
vezes antes, e com menos frequência na idade adulta. A anorexia nervosa afeta
principalmente as pessoas de classe socioeconômica média e alta. Na sociedade
ocidental o número de pessoas com esse distúrbio tende a aumentar.
A anorexia nervosa pode ser leve e transitória ou grave e duradoura. Fala-se
em taxas de óbito de 10% a 20%. No entanto, como os casos leves muitas vezes
nem são diagnosticados, ninguém sabe exatamente quantas pessoas têm anorexia
nervosa ou qual a porcentagem que morre dela. A causa é desconhecida, mas os
fatores sociais parecem importantes. O desejo de ser magro é frequente na
sociedade ocidental e a obesidade é considerada pouco atraente, doentia e
indesejável. Mesmo antes da adolescência, as crianças já estão envolvidas nessas
convenções sociais e 70% das adolescentes seguem alguma dieta ou adotam outras
medidas para controlar o peso. Porém, só uma pequena parte destas meninas
desenvolvem anorexia nervosa.

Anorexia nervosa

Sintomas

46
Muitas mulheres que desenvolvem anorexia nervosa são meticulosas e
compulsivas, com metas e expectativas muito elevadas de realização e sucesso. Os
primeiros sinais de uma anorexia iminente são a crescente preocupação com a
alimentação e o peso corporal, inclusive entre aquelas que já são magras, como é o
caso da maioria das pessoas com anorexia nervosa. A preocupação e a ansiedade
intensificam-se à medida que emagrecem. Mesmo quando magra, a pessoa declara
que se sente obesa, nega ter qualquer problema, não se queixa da falta de apetite
ou da perda de peso e, geralmente, resiste ao tratamento. A pessoa não costuma ir
ao médico até que os familiares a obriguem.

Anorexia significa "falta de apetite", mas as pessoas com anorexia de fato


sentem fome e se preocupam com a alimentação, estudando dietas e calculando
calorias; acumulam, escondem e desperdiçam a comida; colecionam receitas e
cozinham pratos elaborados para outras pessoas. Cerca de 50% das pessoas com
anorexia nervosa ingerem uma quantidade excessiva de comida e a seguir
provocam o vômito ou tomam laxantes ou diuréticos. A outra metade simplesmente
restringe a quantidade de comida que ingere. A maioria pratica também exercício em
excesso para controlar o peso.
As mulheres deixam de menstruar. Observa-se tanto nos homens quanto
nas mulheres uma perda de interesse sexual. As pessoas com anorexia nervosa têm
uma frequência cardíaca lenta, pressão arterial baixa, baixa temperatura corporal,
inchaços por acúmulo de líquidos e cabelo fino e suave, ou então, excesso de pelos
na face e no corpo. As pessoas com anorexia que emagrecem muito tendem a
manter uma grande atividade, incluindo a prática de programas de exercícios
intensos. Não têm sintomas de deficiências nutricionais e estão surpreendentemente
livres de infecções. A depressão é comum e as pessoas com esse distúrbio mentem
acerca do que comeram e escondem os seus vômitos e os seus hábitos alimentares
peculiares.
As alterações hormonais que resultam da anorexia nervosa incluem valores
de estrogênios e de hormônios tireoidianos acentuadamente reduzidos e
concentrações aumentadas de cortisol. Se uma pessoa está gravemente desnutrida,
é provável que todos os órgãos principais sejam afetados. Os problemas mais
perigosos são os relacionados com o coração e com os líquidos e os eletrólitos
(sódio, potássio, cloro). O coração fica debilitado e bombeia menos sangue. A

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pessoa pode ficar desidratada e desmaiar. O sangue pode ficar ácido (acidose
metabólica) e os valores de potássio no sangue podem diminuir. Vomitar e tomar
laxantes e diuréticos pode piorar a situação. Pode ocorrer uma morte súbita devido a
uma arritmia cardíaca.
Diagnóstico e Tratamento
A anorexia nervosa é geralmente diagnosticada com base numa perda de
peso acentuada e nos sintomas psicológicos característicos. A anoréxica típica é
uma adolescente que perdeu pelo menos 15% do seu peso corporal, teme a
obesidade, deixou de menstruar, nega estar doente e parece saudável.
Geralmente, o tratamento é feito em duas fases. A primeira é a restauração
do peso normal. A segunda é a psicoterapia, muitas vezes completada com
remédios. Quando a perda de peso foi rápida ou intensa (por exemplo, mais de 25%
abaixo do peso ideal), a recuperação de peso é crucial; essa perda de peso pode
pôr em perigo a vida da pessoa. O tratamento inicial é geralmente feito num hospital,
onde profissionais experientes animam de forma calma mas firmemente, a paciente
a comer. Raramente, a paciente é alimentada por via endovenosa ou através de
SNG.
Quando o estado nutricional estiver aceitável, começa o tratamento a longo
prazo, que deve ser feito por especialistas em distúrbios alimentares. Esse
tratamento pode incluir psicoterapia individual, de grupo e familiar, bem como
medicamentos. Se houver o diagnóstico de depressão, a pessoa poderá tomar
antidepressivos. O tratamento tende a estabelecer um ambiente tranquilo, estável e
focado na pessoa, animando-a a ingerir uma quantidade adequada de comida.
Bulimia Nervosa
A bulimia nervosa é um distúrbio caracterizado por episódios constantes de
apetite voraz seguidos por vômitos autoinduzidos ou utilização de laxantes ou
diuréticos, dietas rigorosas ou excesso de exercício para compensar os efeitos das
refeições exageradas. Tal como na anorexia nervosa, as pessoas que têm bulimia
nervosa são, em geral, mulheres; profundamente preocupadas com a sua aparência
e peso e que pertencem a um nível socioeconômico médio e alto. Embora a bulimia
nervosa tenha sido considerada uma epidemia, somente 2% das jovens
universitárias, consideradas como o grupo de maior risco, são verdadeiramente
bulímicas.

48
Bulimia Nervosa

Sintomas
A ingestão excessiva de alimentos é seguida de um intenso sofrimento e do
uso de laxantes, dieta rigorosa e excesso de exercício. Muitas vezes, o estresse
emocional desencadeia o apetite voraz, geralmente satisfeito em segredo. Embora
as pessoas com bulimia tenham a preocupação de se tornarem obesas (algumas
são), o seu peso tende a voltar ao normal. Os vômitos autoinduzidos podem causar
erosão do esmalte dentário, dilatar as glândulas salivares (parótidas) e inflamar o
esôfago. Os vômitos podem diminuir os níveis de potássio no sangue, provocando
arritmia cardíaca. Existem relatos de morte súbita por superdoses de ipeca, para
induzir os vômitos.
Em comparação com os indivíduos que apresentam anorexia nervosa,
aqueles com bulimia nervosa tendem a ser mais conscientes de seu comportamento
e sentem remorso ou culpa. Eles apresentam maior tendência a admitir suas
preocupações ao médico ou a um outro confidente. Geralmente, os bulímicos são
mais extrovertidos e mais propensos a um comportamento impulsivo (p.ex., abuso
de drogas ou álcool).

Diagnóstico e Tratamento
O médico suspeita de bulimia nervosa quando uma pessoa está muito
preocupada com o aumento de peso, que apresenta grandes flutuações, em
especial se existem sinais evidentes de uma utilização excessiva de laxantes. Outros
indícios incluem o inchaço das glândulas parótidas, cicatrizes nos nós dos dedos por
terem sido utilizados para induzir o vômito e erosão do esmalte dentário. No entanto,
o diagnóstico vai depender da descrição do paciente.

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As duas abordagens de tratamento são a psicoterapia e os medicamentos. A
psicoterapia pode ser muito eficaz, principalmente se for feita por um terapeuta com
experiência em distúrbios alimentares. Muitas vezes, um medicamento
antidepressivo pode ajudar a controlar a bulimia nervosa, inclusive quando a pessoa
não parece deprimida. Porém, o distúrbio pode reaparecer quando a pessoa para de
tomar o medicamento.

9- UMA VISÃO GERAL NO CUIDADO DE ENFERMAGEM NA SAÚDE MENTAL

Baseado na comunicação, não há possibilidade de haver o relacionamento


terapêutico sem a comunicação, essa comunicação se apresenta de forma verbal e
não-verbal a partir do momento em que o sujeito emite uma mensagem seja ela
verbal ou não-verbal e há outro sujeito que interpreta essa mensagem podemos
dizer que aí existe uma comunicação. Podemos dizer que a comunicação é a base
do relacionamento terapêutico. Entretanto apesar de ser a base para o
relacionamento terapêutico, ela não constituí em si mesma o relacionamento
terapêutico, a comunicação não é sinônimo de relacionamento terapêutico é preciso
acrescentar a essa comunicação algumas habilidades entre aqueles que emite
mensagens e os que recebem a mensagem que no relacionamento terapêutico
recebem o nome de ajudador e ajudado, é importante ressaltar que essas
habilidades não são exclusivas dos profissionais da saúde, existem pessoas que já
possuem pela própria SENSIBILIDADE pela forma de encarar a vida e de lidar com
as outras pessoas, já possuem essas habilidades, entre os profissionais de saúde
infelizmente também encontramos aqueles que não possuem qualquer habilidade.
A partir do momento que o sujeito se dispõe ao outro através da
comunicação e acredita nessa possibilidade essas habilidades podem ser treinadas.
O ajudador é convocado a assumir a sua responsabilidade no processo de ajuda e
adquiri habilidade para lidar melhor com suas dificuldades, contribuindo para uma
vida mais plena e satisfatória, ou seja, a abordagem terapêutica pressupõe uma
postura ativa tanto do ajudador quanto do ajudado. Vejamos então algumas
habilidades:

Habilidades do ajudador

 Atender;

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 Comunicar disponibilidade e interesse;
 Responder;
 Demostrar compreensão,
 Personalizar;
 Ajudar o outro a se responsabilizar pelo que está vivendo;
 Orientar
 Avaliar com o outras alternativas.

Habilidades do ajudado

 Envolver-se;
 Disponibilidade para enfrentar seus problemas;
 Explorar;
 Avaliar a situaçãona qual está;
 Compreender;
 Estabelecer ligações de causa e efeito e estabelecer metas.
 Agir - Viabilizar as metas através de ações.

10- O RELACIONAMENTO TERAPÊUTICO NO CUIDADO DE ENFERMAGEM

As ações de enfermagem são pautadas no cuidado ao cliente. Podemos


entender o cuidado como algo bastante abrangente que não se restringe apenas nas
execuções técnicas, mas sim a tudo que leve esse sujeito, a aprender a fazer por si
mesmo, assim a abordagem terapêutica faz parte do cuidado de enfermagem, nesse
sentido podemos perceber que a abordagem terapêutica,contribui para:

 Adesão ao tratamento - No momento em que o cliente é chamado a participar


ativamente e intensamente do seu processo de tratamento, se sente
comprometido, dando o melhor de si, permanecendo empenhado inclusive em
traçar metas para a sua vida, que evitem o adoecimento.
 Recuperação - É claro que o relacionamento terapêutico irá contribuir para a
sua recuperação, principalmente s ele se comprometer em cumprir suas
metas para evitar o adoecimento.

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 Qualidade na sobrevida - Mesmo que a morte seja inevitável o cliente pode se
sentir melhor, mais amparado e menos sozinho, se puder compartilhar a sua
dor e sofrimento nesse momento e irá permanecer vivo com mais dignidade.

11- EMERGÊNCIAS PSIQUIÁTRICAS

Qualquer situação de natureza psiquiátrica em que exista um risco


significativo (vida) para o paciente (cliente) ou para outros, necessitando de uma
intervenção terapêutica imediata.

11.1- Atendimento de emergência psiquiátrica

Diagnóstico diferencial

 Emergência – situação de risco grave – intervenções imediatas e inadiáveis


( minutos ou horas);
 Urgência – situação de um risco menor – intervenções a curto prazo ( dias ou
semanas).

Principais objetivos de um atendimento de emergência

 1. Estabilização do Quadro;
 2. Hipóteses diagnósticas;
 3. Exclusão de causa orgânica;
 4. Encaminhamento.

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1. Estabilização do quadro
Abordagem + Controle (verbal, medicamentoso e físico) simultaneamente –
os demais processos de atendimento vão se desenvolvendo (história, exame do
paciente).

2. Hipóteses diagnósticas
Ideia do que está acontecendo: quadro orgânico, psicótico, de humor, de
ansiedade, de personalidade (hipótese provisória) – referência para a condução do
atendimento.
3. Exclusão da causa orgânica

 Exames laboratoriais de imagem


 Indícios de causa orgânica:
 História do paciente;
 Exame físico;
 Exame do estado mental (consciência, atenção, sensopercepção, orientação
e memória).

4. Encaminhamento
Raramente o atendimento de emergência se encerra em si mesmo.
Estabilização do Quadro + Controle de risco – Sequência do tratamento

Local de atendimento da emergência psiquiátrica

 Com maior privacidade possível – facilita que o paciente fale livremente;


Evitar exposição física e moral.
 Seguro – acesso a materiais cortantes ou que possam ser utilizados para
agredir.

Paciente com risco de violência:

 Acesso de outros profissionais de saúde e de segurança;


 Ficando sozinho – manter a porta do consultório aberta e permanecer perto
dela;
 Ser prudente;

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 Se possível saber com antecedência que tipo de paciente será atendido;
 Preparação do material para a contenção mecânica;
 Medicação – agitação motora;
 Suporte de pessoal para o atendimento;
 Serviços diagnósticos e auxílio de outros profissionais.

Detalhes da avaliação na emergência

 Limitação do tempo;
 Quanto mais informações, melhor;
 Relacionamento médico/paciente;
 Entrevista psiquiátrica (saber ouvir e observar);
 Transmitir a ideia de que o profissional da saúde está no controle e agirá
decisivamente para protegê-lo de lesões a si mesmo e aos outros;
 Ser franco, honesto, calmo e não ameaçador;
 Erro do psiquiatra de emergência: ignorar uma doença física como causa de
uma alteração de comportamento.

Características que indicam suspeita de organicidade

 Início agudo;
 Primeiro episódio;
 Idade avançada;
 Doença atual;
 Abuso significativo de substâncias;
 Alucinações não auditivas;
 Sintomas neurológicos;
 Alterações no estado mental (desorientação, alteração de memória, da
atenção);
 Apraxia construtiva – dificuldade para desenhar relógio, cubo...);
 Características catatônicas (mutismo, negativismo, rigidez na postura).

Situações específicas

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1. Paciente deprimido grave;
2. Tentativa de suicídio;
3. Paciente psicótico;
4. Paciente violento;
5. Paciente ansioso.

1.Paciente deprimido grave

 Sempre indagar sobre ideias suicidas


 Falar sobre ideação ou tentativa de suicídio = alívio para o paciente;
 Falar sobre suicídio não vai “dar uma ideia” para ele se matar;
 Maior privacidade possível, com tempo para uma avaliação adequada;
 Na tentativa do suicídio: tentar reconstruir eventos que o desencadearam.

2- Tentativa de suicídio

 Quem tenta suicídio nem sempre quer morrer:


 Pode ser para que os outros sintampena e culpa, mostrar o quanto está
desesperado, influenciar outras pessoas a mudar de ideia, escapar de um
sofrimento psíquico muito grande, buscar ajuda, testar se alguém gosta dela,
escapar de uma situação intolerável.

Objetivos da avaliação

 O paciente continua com ideação suicida após a tentativa?


 Quais são os problemas atuais do paciente que poderiam ter desencadeado a
tentativa?
 Existe algum diagnóstico psiquiátrico associado?

Obs: Prestar atenção no relato de como ele lidou com outras situações de
crise em sua vida e ao apoio recebido.

CUIDADO COM A IDÉIA “QUEM QUER SE MATAR NÃO AVISA!”.


ISSO NÃO É VERDADE. Não realizar comentários, em relação a este
momento do paciente.

55
3- Paciente psicótico
Reconhece-se um prejuízo grosseiro no contato com a realidade,
manifestado em uma percepção inadequada e persistente do mundo externo
(alucinações e delírios), com ausência de juízo crítico ou com conduta intensamente
desorganizada.

Manejo

 Atenção às possíveis interpretações delirantes do próprio papel do médico,


dos objetivos das perguntas feitas e da conduta;

 Linguagem clara e frases curtas, explicando na medida do possível os


procedimentos a serem realizados e o fato de que tudo está sendo feito para
ajudá-lo;
 Entrevista com a família – esclarecer a extensão do problema, o
comprometimento funcional do paciente, os riscos existentes.

Principais dificuldades

 Não adesão ao tratamento farmacológico;


 Falta de crítica;
 Falta de suporte familiar e social;
 Agitação motora;
 Atitudes alucinatórias – inquietação.

Possíveis agressões

 Geralmente mais voltadas aos familiares;


 Geralmente para se defender (delírio) – Internação/encaminhamento.

Paciente violento
Pacientes podem estar violentos por muitas causas e razões – tentar
determinar a causa (relação com o contexto em que se expressa) – tratamento.

56
As situações mais comuns são:

 Transtornos mentais – delirium e intoxicação/abstinência de drogas;


 Transtornos cerebrais – epilepsia (alterações dos lobos frontal e temporal);
 Transtornos de personalidade – antissocial, paranoide e borderline;
 Transtornos psicóticos – esquizofrenia, psicose puerperal.

Preditores de comportamento violento

 O próprio comportamento do paciente durante a consulta;


 História de consumo de álcool ou drogas excessivos;
 Histórias de atos violentos;
 História de abuso na infância;
 Baixa tolerância a frustrações, baixa autoestima, impulsividade.

Manejo

 Deixar o paciente falar livremente, sem pressioná-lo com muitas perguntas;


 Não ser confrontativo e nem negar a gravidade da situação;
 Deve-se ser claro, firme e conciso nas suas intervenções;
 Mover-se calmamente e manter suas mãos em local visível pelo paciente;
 Não tocar o paciente ou realizar movimentos bruscos.

Contenção mecânica

Instrumento importante para o controle de pacientes violentos – quando bem


indicada e conduzida.

Indicações:

 Prevenir danos físicos iminentes à equipe, aos outros pacientes, a si mesmo e


também ao ambiente;
 Diminuir a quantidade de estímulos que o paciente está recebendo;
 Atender a solicitação do paciente.

Técnica de contenção mecânica

57
 Equipe de 5 pessoas – apenas 1 conversa com o paciente;
 A faixa utilizada deverá ser de material resistente;
 Posição decúbito dorsal e com a cabeça levemente elevada;
 Se a contenção for na sala de admissão – revistar o paciente em busca de
droga ou arma;
 Monitorização frequente em relação ao nível de consciência e aos sinais
vitais;
 Os motivos e particularidades do procedimento devem ser registrados
adequadamente no prontuário médico;
 Assim que o paciente estiver controlado, as faixas devem ser retiradas.
 Tranquilização rápida – tratamento farmacológico;
 Estabilização do quadro com a terapêutica correta - encaminhamento

4- Paciente ansioso

 Fundamental – boa relação profissional/paciente (norteia o diagnóstico e


manejo); A entrevista não precisa ser longa e detalhada;
 Ter uma postura de interesse e respeito pelas queixas do paciente, tendo
sempre em mente que os sintomas da ansiedade são sempre involuntários.
 Após escutar a descrição dos sintomas mapear:
 Histórias das manifestações psicológicas e fisiológicas da ansiedade;
 Evento que precedeu essa manifestação;
 Uso de álcool ou droga;
 História familiar de doença mental;
 Vínculo afetivo, profissional e social;
 Internação;
 Estimular o paciente a falar

Ataque do pânico

 Extremamente comuns nas emergências (cardiologia);


 Sensações de palpitações, falta de ar, sudorese, náusea, sensação de morte
iminente ou perda de controle;

58
 Tendem a desaparecer em no máximo 1h.

Indicações de internação psiquiátrica

 Risco de suicídio;
 Risco de agressão;
 Risco de homicídio;
 Autonegligência grave;
 Patologia de difícil controle em ambulatório;
 Paciente sem suporte familiar;
 Piora dos sintomas.

12- APARELHO COGNITIVO

ID, EGO E SUPEREGO.

O que são os tais de id, ego e superego?


Sigmund Freud identificou cada uma das formas de funcionamento da
estrutura psíquica com nomes que nos parecem estranhos, pois têm sua origem na
língua alemã.

Ao modo de funcionamento mais primitivo, aquele do bebê recém-nascido,


onde predominam os impulsos e sensações corporais de forma mais desorganizada,
Freud chamou de id. Id seria o ponto de partida de todo ser humano, a fonte básica
de energia de nosso ser, que será organizada a partir de nosso contato com o
ambiente, aparecimento da consciência eu/outro, da capacidade de espera, mostra o
surgimento do ego (de acordo com as ideias de Freud). Ego é a parte de nós que
lida com a realidade e negocia com ela as satisfações das necessidades geradas no
id. Por exemplo, quando sentimos fome estamos detectando o surgimento de uma
necessidade. Sabemos que para satisfazermos esta necessidade precisamos comer
algo porque lembramos de outras vezes em que isto aconteceu (memória já é uma
atuação do ego). Podemos decidir se vamos para a cozinha, a uma lanchonete ou a
um restaurante de luxo através da avaliação de quanto dinheiro temos para gastar

59
com esta refeição (estamos buscando, na realidade, meios adequados para a
satisfação de nossa necessidade).
O ego tem três tarefas básicas: a nossa autopreservação, nosso
autocontrole (não é porque sentimos atração sexual por alguém que vamos “atacar”
tal pessoa) e nossa adaptação ao meio ambiente.
Quando o indivíduo sofre de transtornos mentais, as funções adaptativas do
ego geralmente são afetadas, especialmente nos transtornos psicóticos que se
caracterizam por um vínculo precário com a realidade externa.
A capacidade de julgamento moral (noção de certo e errado) que passamos
a adquirir com o passar da infância, Freud chamou superego. Esta seria a parte de
nós mesmos que se liga aos códigos morais de nosso ambiente e de nossa espécie.
Ter essa noção de certo e errado muitas vezes não chega a nos impedir de realizar
determinadas ações, mas nos sinaliza que fizemos algo inadequado.
“O espírito humano é mais forte que qualquer droga!
É isso que precisa ser alimentado, com trabalho, lazer, amizade e família.
É isso que é importante...
E foi disso que nós esquecemos....
das coisas mais simples...”
(Extraído do filme Tempo de Despertar).

13- EXERCÍCIO FIXAÇÃO

1 - Saúde Mental Lei n° 10.216/2001 e Aspectos Históricos


1. A Lei nº 10.216/2001, a chamada Lei da Reforma Psiquiátrica, representa um
grande avanço na superação do antigo modelo de atenção ao estabelecer os direitos

60
e a proteção das pessoas acometidas de transtorno mentais. Dentre as inovações
trazidas pela lei estão as listadas abaixo, exceto:
A) ser tratada, preferencialmente, em serviços comunitários de saúde mental.
B) direito à presença médica, em qualquer tempo, para esclarecer a necessidade ou
não de sua hospitalização involuntária.
C) ter garantia de sigilo nas informações prestadas.
D) livre acesso aos meios de comunicação disponíveis.
E) a proibição total da internação compulsória.

2. A política nacional de saúde mental, regida pela Lei 10.216, enfatiza que são
direitos da pessoa portadora de transtorno mental:
A) receber o maior número de informações a respeito de sua doença e de seu
tratamento.
B) ser tratada sempre em serviços comunitários de saúde mental.
C) ter acesso à internação em instituições com características asilares.
D) ter uma sala específica para atendimento aos portadores de transtornos mentais
na unidade básica de saúde.

3. Definição de saúde mental:


A) Estado de funcionamento harmônico que as pessoas desenvolvem, mas não
consegue manter.
B) E a interação do ser com a sociedade em alguns momentos.
C) O ser vive em harmonia e mantém seu equilíbrio para viver em sociedade e
interagir com o meio ambiente.
D) Autonomia, percepção da realidade.

4. Relacione a 2ª Coluna de acordo com a 1ª Coluna:

() Aquela que se da sem o


consentimento do usuário e deverá, no
prazo de setenta e duas horas, ser
1- Internação Voluntária
comunicada ao Ministério Público
Estadual pelo responsável técnico do
estabelecimento no qual tenha

61
ocorrido, devendo esse mesmo
procedimento ser adotado quando da
respectiva alta.

( ) é determinada pela justiça, que


levará em conta as condições de
2- Internação Involuntária segurança do estabelecimento, quanto
à salvaguarda do paciente, dos demais
internados e funcionários.

( )Aquela que se da com consentimento


3- Internação Compulsória
do usuário.

A)2,3,1 B)3,1,2 C)1,2,3 D)3,2,1

5. A Reforma Psiquiátrica forneceu subsídios para que a enfermagem construísse


um modelo definitivo de assistência e cuidados a paciente com transtornos mentais
( ) CERTO ( ) ERRADO
6. São direitos da pessoa que necessita de atendimento nos serviços de saúde
mental. Exceto:
A) Receber tratamento em ambiente terapêutico.
B) Ser atendido preferencialmente nos serviços hospitalares.
C) Ter livre acesso aos meios de comunicação disponíveis.
D) Ser protegido de qualquer forma de abuso e exploração.

7. No Brasil o primeiro manicômio foi fundado por Dom Pedro II em 1852 em São
Paulo.
( ) CERTO ( )ERRADO

8. Na antiguidade, acreditava-se que qualquer doença indicava insatisfação dos


deuses, e não era considerado pecado e nem má conduta.
( ) CERTO ( )ERRADO

9. Em 1783 Phillippe Pinel defendeu um tratamento mais humano


62
( ) CERTO ( )ERRADO

2. Profissional de Enfermagem em Saúde Mental


3 .Fatores que influenciam na Saúde Mental

1. A equipe multidisciplinar tem papel importante no tratamento da doença mental.


Partindo desse principio, marque a opção errada.
A) A equipe ideal para assistir o paciente psiquiátrico é formada por profissionais
especializados.
B) Os componentes promovem a prevenção em saúde mental.
C) Não faz diferença se o técnico em enfermagem não acompanhar o paciente no
seu dia a dia.

2. Na sua visão a afirmativa de estar com paciente significa:


A) Atentar somente para as necessidades básicas.
B) Atentar em atendê-lo holisticamente.
C) A observação nesse caso não é necessária.

3. O relacionamento com o paciente gera respeito e interesse.


A) ( ) CERTO B) ( ) ERRADO

4. A comunicação não verbal interfere no cuidar do paciente.


A) ( ) CERTO B) ( ) ERRADO

5. O acompanhamento diário favorece ao entendimento do comportamento adotado


pelo paciente no seu dia a dia.
A) ( ) CERTO B) ( ) ERRADO

6. Qual o propósito do profissional da S.M?


A) Fazer amizade intencional com o doente.
B) Ajudá-lo a manter-se no seu mundo criativo.
C) Oferecer serviços de melhorias observando a capacidade do paciente.

7. São fatores que influenciam o surgimento da doença Mental.

63
A) Fatores físicos – Fatores ambientais – Fatores emocionais.
B) Culturais – fase proliferativa.
C) Fase de moderação – fase reparadora.

8. O transtorno Mental pode aparecer como consequência de alguma doença


orgânica.
A) ( ) CERTO B) ( ) ERRADO

9. Os fatores ambientais exercem forte influência sobre nossas atitudes. Partindo


dessa afirmativa marque a opção errada:
A) Os fatores ambientais podem ser sociais, culturais e econômicos.
B) Fatores sociais são as interações que temos um com o outro.
C) Fatores Peri natais acontecem durante o nascimento do bebê.

10. Fatores emocionais referem-se à formação de identidade com a conjugação dos


aspectos físicos e ambientais.
A) ( ) CERTO B) ( ) ERRADO

4. CAPS (PORTARIA 336, 19 Fevereiro de 2002)


1. Integrando a Atenção Básica, a Política Nacional de Saúde Mental tem como
diretriz principal a redução gradual e planejada de leitos em hospitais psiquiátricos,
com a desinstitucionalização de pessoas com longo histórico de internações. Essa
diretriz vem sendo cumprida com a criação de:
A) Núcleos de Apoio à Saúde da Família.
B) Centros de Atenção Psicossocial (Caps).
C) Centros de Referência em Saúde do Trabalhador.
D) Equipes de Saúde da Família ampliada com saúde mental.
E) Políticas Nacionais de Saúde da Pessoa com Deficiência.

2. “Previstos para dar cobertura aos municípios com mais de 200.000 habitantes,
estão presentes hoje, em sua maioria, nas grandes metrópoles brasileiras – os
municípios com mais de 500.000 habitantes representam apenas 0,63 % por cento
dos municípios do país, mas concentram boa parte da população brasileira, cerca de

64
29% da população total do país. São serviços de grande complexidade, uma vez que
funcionam durante 24 horas em todos os dias da semana e em feriados. Com no
máximo cinco leitos, realiza, quando necessário, acolhimento noturno (internações
curtas, de algumas horas a no máximo 7 dias). A equipe mínima para estes serviços
deve contar com 16 profissionais, entre os profissionais de nível médio e superior,
além de equipe noturna e de final de semana. Estes serviços têm capacidade para
realizar o acompanhamento de cerca de 450 pessoas por mês.” Esta descrição
refere-se a qual serviço de Atenção à Saúde Mental:
A) Serviço Residencial Terapêutico.
B) CAPS i.
C) UPA Saúde Mental.
D) CAPS AD II.
E) CAPS III.

3. No atendimento em saúde mental, o técnico de enfermagem deve saber que:


A) o acolhimento tem um papel importante, pois possibilita a formação de vínculo e a
prática de cuidado entre o profissional e o usuário, em que a equipe de saúde
oferece um espaço de escuta aos usuários e às famílias.
B) uma das competências específicas da sua profissão é fazer o diagnóstico e
encaminhar o paciente a um Hospital Psiquiátrico referenciado.
C) no âmbito do trabalho multidisciplinar, compete-lhe fornecer medicamentos de
uso controlado de alto custo aos pacientes que comprovarem a necessidade de
recebimento gratuito.
D) a interação com a equipe de profissionais da saúde ocorre por meio de
planejamento e organização de capacitações para essa equipe, profissionalizando-
os para o atendimento ao usuário de crack.
E) uma das competências específicas da sua profissão é fornecer emprego aos
pacientes desempregados e que necessitam de um suporte financeiro para dar
continuidade ao tratamento.

4. O CAPS tem a função de prestar assistência a:


A) toda a população da comunidade, independente da idade.
B) crianças especificamente com transtornos mentais.
C) crianças e adolescentes comprometidos psiquicamente.

65
D) crianças e adolescentes comprometidos psiquicamente, desde que não sejam
menores infratores.
E) crianças e adolescentes que não sejam comprometidos psiquicamente.

5. Pode ser definida como uma das principais formas de tratamento oferecido nos
CAPS. Leva em conta vários tipos de atividades tais como: espaços de expressão
plástica, expressão corporal, expressão musical e alguns com geração de renda
(culinária, costura, artesanatos em geral), que podem ser definidas através do
interesse dos usuários. O texto se refere
A) ao Núcleo de Apoio à Saúde da Família.
B) às Oficinas Terapêuticas.
C) à Estratégia de Saúde da Família.
D) à Unidade de Acolhimento Transitório.
E) ao Hospital Dia.

6. Assinale a alternativa correta:


A) As pessoas atendidas nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) são aquelas
que apresentam intenso sofrimento psíquico, que lhes impossibilita deviver e realizar
seus projetos de vida. São, preferencialmente, pessoas com transtornos mentais
severos e/ou persistentes, ou seja, pessoas com grave comprometimento psíquico,
incluindo os transtornos relacionados às substâncias psicoativas.
B) Crianças e adolescentes com transtornos mentais não são atendidos pelo CAPS,
sendo internados em Hospitais Gerais, que tenham as especialidades de Pediatria e
Psiquiatria.
C) A atual Política Nacional em Saúde Mental visa o aumento do número de leitos
em Hospitais Psiquiátricos.
D) As pessoas atendidas nos CAPS são apenas aquelas que apresentam sofrimento
psíquico leve, que lhes possibilita de viver e realizar seus projetos de vida.

7. Julgue o item a seguir, relativos à assistência em saúde mental e à rede de


atenção psicossocial do Ministério da Saúde. Os centros de atenção psicossocial
diferenciam-se pela denominação numérica em I, II, III e IV atribuída de acordo com
extensão territorial abrangida por cada centro — e destinam-se ao atendimento de
pacientes com transtornos mentais severos e persistentes, excetuados os casos de

66
dependências químicas por álcool ou drogas, que devem ser acompanhados em
unidades de internação hospitalar.
( ) Certo ( ) Errado

8. O Centro de Apoio Psicossocial (CAPS) tem o papel de acolher as demandas de


uma determinada localidade por meio de uma intervenção multidisciplinar e
interdisciplinar e
A) promover a reinserção social do indivíduo por meio do acesso ao trabalho, lazer,
exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários.
B) prestar atendimento cirúrgico em regime emergencial e encaminhar pessoas para
internações em hospitais psiquiátricos.
C) promover o afastamento social intermitente das pessoas com transtornos mentais
por meio de ações intersetoriais.
D) acolher e atender as pessoas com transtornos mentais leves e instáveis,
procurando preservar os laços sociais do usuário por meio de afastamento
recorrente.
E) organizar a rede de atenção nos municípios disponibilizando-a às pessoas com
distúrbios por queilognatosquise.

5 Transtornos Mentais (Neurose)

1- Identifique os tipos de Neurose marcando a opção correta:


A) Neurose maníaco- depressivo
B) Esquizofrenia
C) Ansiedade, Fobia, TOC e Histeria

2- São características de um Neurótico


A) Satisfação Pessoal.
B) Excesso de mentiras e manias.
C) Amável e Gentil.
D) Auto-estima estável

3- São características da Neurose Histriônica:


A) Delírios

67
B) Pensamentos Suicidas
C) Requer atenção constante e é manipulador
D) Neurose Fóbica

4- Coloque V ou F nas seguintes questões


A) Neurose é uma reação simples, do emocional em relação à uma experiência
vivida.
B) O Neurótico tem plena consciência de seus atos, porém não consegue controlá-
los.
C) Insatisfação geral, manias e excesso de mentiras são características na Neurose.
D) Depressão e Síndrome do pânico são exemplos da neurose.

A) VVFF
B) FFVV
C) FVVF
D) FVVV

5- A Fobia significa:
A) Medo excessivo e irracional de algum objeto ou situações que não representam
perigo.
B) Dificuldade em raciocinar.
C) Ausência de vontade.
D) Presença de desânimo e tristeza.
E) Ideia delirante associada ao medo excessivo de adoecer.

6- Marque a opção correta com relação ao Transtorno Obsessivo Compulsivo:


A) Domina completamente os seus pensamentos.
B) Paciente consegue controlar os seus impulsos.
C) Pensamentos ou ações repetitivas, ele considera inapropriadas, mas não
consegue controlar.
D) É sempre calmo e objetivo.

7- Numere a segunda coluna de acordo com a primeira e marque a opção correta

68
( ) Manipulador emocional, necessidade de
(1) ID
atenção constante.

( ) É uma pessoa consciente, porém não controla


(2) Neurótico
seus atos.

(3) Superego ( ) Instintos, Desejos e Vontades pelo prazer.

( )Neuroses, cujo o sintoma principal é


(4) Ego
incapacidade de controlar impulsos, manias, rituais...

(5) Emergência
( ) Chamado também principio da realidade.
Psiquiátrica

(6) Histriônico ( )O doente mental em surto psicótico.

(7) TOC ( )Medo anormal de gato

(8) Fobia ( )Atua como um conselheiro para o Ego.

A) 1-2-3-4-5-6-7-8
B) 3-4-7-8-5-1-2-6
C) 6-2-1-7-4-5-8-3
D) 8-3-7-4-1-5-2-6

8. Sobre a depressão marque V ou F

A) Depressão somatogênica é causada, também, por uso de medicamentos.


B) Depressão situacional tem como sua principal causa o histórico de vida do
indivíduo.
C) Depressão endógena é de origem interna, indeterminada.

A)FFF B)VVV C)FVF D) FFV

69
Teste de Autoestima

Responda ao questionário pensando no modo como você se sentiu


durante o último mês e, em seguida, confira o resultado.

1. Faço as tarefas diárias lentamente


A Nunca
B Às vezes
C Sempre
2. Meu futuro parece sem esperança
A Nunca
B Às vezes
C Sempre
3. Dificilmente sinto prazer e alegria nas coisas que faço
A Nunca
B Às vezes
C Sempre
4. Já não tenho mais interesse em coisas que eram importantes para mim
A Nunca
B Às vezes
C Sempre
5. Frequentemente me sinto cansado(a)
A Nunca
B Às vezes
C Sempre
6. Sinto culpa por coisas que dão errado ao meu redor
A Nunca
B Às vezes
C Sempre
7. Tenho certeza que sou um(a) fracassado (a)
A Nunca
B Às vezes

70
C Sempre
8. Mesmo quando acontece algo bom, sinto-me infeliz
A Nunca
B Às vezes
C Sempre
9. Tenho a sensação de estar preso(a)
A Nunca
B Às vezes
C Sempre
10. Já me peguei pensando na minha morte
A Nunca
B Às vezes
C Sempre
11. Tenho diminuição ou aumento inexplicável de apetite
A Nunca
B Às vezes
C Sempre
12. Sinto-me inútil
A Nunca
B Às vezes
C Sempre
13. Tenho dificuldade de me concentrar e tomar decisões
A Nunca
B Às vezes
C Sempre
14. Sofro com crises de choro repentinas
A Nunca
B Às vezes
C Sempre

IMPORTANTE

Este questionário NÃO se trata de um


diagnóstico definitivo de depressão, sendo
apenas uma avaliação superficial de sua
condição psicológica. Caso suspeite do 71

problema, procure um especialista, como


RESULTADO

Conte seu número de marcações para cada letra. A que possuir a maior quantidade é o resultado.

Maioria A:

Aparentemente, não há motivos para


preocupações. Alguns dias mal-
humorados ou preguiçosos são naturais,
mas isso não impede de reagir
positivamente quando estímulo
agradáveis surgirem. Aproveite sua
disposição para fazer o que lhe dá prazer!

Maioria B:

Sentir-se cabisbaixo (a), sem


perspectivas e cansado (a) não deve ser
encarado como sintomas de um quadro
depressivo. Porém, atente-se à
frequência em que esses episódios
acontecem. Reflita se alguma frustração
recente é a causa ou se trata-se de algo
maior. Tristeza é um fenômeno que faz
parte da vida de todo ser humano. Já a
depressão se trata de uma doença. Não
deixe as preocupações e o desânimo
tomarem conta da sua vida!

72
Maioria C:

Algo não está bem... Se você


impedindo a realização de
tarefas simples do dia a dia,
procure auxílio médico. Assim
como o corpo, o psicólogo
também necessita de cuidados.
Não tenha medo ou vergonha de
5 Transtornos Mentais (Psicose)
procurar ajuda especializada.
1- Defina Psicose: Compartilhar o que está
A) Presença de medo excessivo age inadequado.
sentindo com familiares e
B) Dificuldade em raciocinar. amigos também ajuda a
entender o que pode estar
C) Ausência de vontade.
D) Distúrbios nas áreas do pensamento, do sentimento e da ação.

2 – Defina Esquizofrenia:
A) Fobia.
B) Transtorno.
C) Transtorno cerebral agudo que se manifesta com mudança de humor.
D) Pensamentos.
E)Transtorno cerebral crônico que se manifesta através de percepções,
comportamentos, emoções e pensamentos.

3 – É característica da Esquizofrenia:
A) Medo excessivo.
B) Começa mais cedo nas mulheres.
C) Só tem inicio na fase adulta.
D) Pode ter inicio na adolescência ou começar no principio da idade adulta.

4 – Coloque V ou F nas questões seguintes:


A)PARANÓIDE: mudanças afetivas, comportamento irresponsável,maneirismo,
pensamento desorganizado e incoerente, embotamento afetivo com rápido
desenvolvimento dos sintomas negativos.
B)HERBEFRÊNICA: desenvolve repentino mas progressivo de conduta estranha,
com incapacidade de atender as exigências sociais.
C)CATATONIA: caracteriza-se por delírios estáveis de cunho persecutório,
acompanhada por alucinações auditivas e perturbação da percepção.
D)SIMPLES: é um estágio crônico no desenvolvimento da esquizofrenia,
caracterizado por sintomas NEGATIVOS.
E)RESIDUAL: perturbações psicomotoras e pode haver extremos como hipercinesia
e estupor, obediência automática, negativismo e mutismo.
A) FFFFF B) FFVVFC) FVVFV D) FVFVV E) VVVVV

73
5- São sinais positivos da Esquizofrenia:
A) Alucinações, embotamento afetivo.
B) Irritabilidade, lentidão de movimentos.
C) Agitação psicomotora e isolamento social.
D) Comportamento alterado, agitação psicomotora.

6- São etiologias da Esquizofrenia:


A) Doenças imunes.
B) Fobia emocional.
C) Isolamento social.
D) Fala desorganizada.
E) Hereditário genético.
A) A,B,C,D,E B) C e E C) A e C D) A,B,C E) B e C

7- Coloque C (Certa) ou E (Errada) nas seguintes questões


A) O diagnostico para Esquizofrenia deve ter pelos ao menos dois sintomas, delírio e
alucinação por uma semana.
B) São sintomas negativos comportamento alterado, embotamento afetivo.
C) Não deve ser feito o EEG.
D) São feitas RM e TC.
E) Não é obrigatório estimular a socialização.
F) A enfermagem tem papel importante na recuperação do paciente.
G) Ignorar o paciente durante as alucinações.
H) Não atentar para comunicação verbal e não verbal.

A) CCEECCEE
B) CECECECE
C) EEECCEEE
D) CCCCCCCC
E) ECECECEE

8- Os sinais e sintomas da Esquizofrenia são - Os positivos e os negativos. Partindo


desse principio marque as opções corretas:
A) Agitação psicomotora e irritabilidade são positivos.

74
B) Os sinais positivos só ocorrem nos episódios crônicos.
C) Os pacientes com sintomas e sinais negativos, ficam incapacitados para o
trabalho e até abandonam as atividades diárias.
D) Ausência de satisfação, perda de motivação são sinais positivos.
A) A,B,C,D B) D e B C) A e C D) A,B,C E) B e C

9- Marque a opção incorreta em relação Esquizofrenia Herbefrênica:


A) Apresenta mudanças afetivas comportamento irresponsável.
B) Perturbações psicomotoras.
C) Apresenta pensamentos desorganizados incoerentes.
D) É acometido de mudanças afetivas.

10- Marque a opção correta dos termos técnicos de psiquiatria


A) Agressão, agitação, poliúria.
B) Ansiedade, apatia, anorexia e hipoxia.
C) Compulsões, delírios, anuria.
D) Fobia, humor,ilusões.

6. Distúrbios Alimentares

1. O tipo compulsivo do transtorno alimentar é caracterizado por:


A) Perda de peso ocorre principalmente através de dietas, jejuns prolongados ou
exercícios físicos excessivos.
B) Apresentar compulsão alimentares seguidas de purgação, que pode ocorrer por
meio de vômito auto-induzidos, uso indiscriminado de laxantes, diuréticos ou
fleetenema.
C) Perturbações psicomotoras e pode haver extremos como hipercinesia e estupor,
obediência automática, negativismo e mutismo.

2. Marque a alternativa CORRETA


O tipo restritivo do transtorno alimentar é caracterizado por:
A) Perda de peso ocorre principalmente através de dietas, jejuns prolongados ou
exercícios físicos excessivos.

75
B) Apresentar compulsão alimentares seguidas de purgação, que pode ocorrer por
meio de vômito autoinduzidos, uso indiscriminado de laxantes, diuréticos ou
fleetenema.
C) Apresentar perturbações psicomotoras e pode haver extremos como hipercinesia
e estupor, obediência automática, negativismo e mutismo.

3. Com relação à anorexia nervosa o distúrbio é caracterizado por uma distorção de


imagem corporal, sem medo de obesidade.
A) ( ) CERTO B) ( ) ERRADO

4. Anorexia nervosa atinge certa de 95% das mulheres


A) ( ) CERTO B) ( ) ERRADO

5. Anorexia nervosa não é diagnosticada com base numa perda de peso acentuada.
A) ( ) CERTO B) ( ) ERRADO

6. A bulimia nervosa é um distúrbio, no qual é caracterizado por episódios


constantes de apetites voraz seguidos por vômitos auto induzidos
A) ( ) CERTO B) ( ) ERRADO

7.Os episódios de vômitos na bulimia não diminui os níveis de potássio no sangue


A) ( ) CERTO B) ( ) ERRADO

7. Emergências Psiquiátricas

1. São objetivos da emergência psiquiátrica: exclusão de causa orgânica e


estabilização do quadro.
A) ( ) CERTO B) ( ) ERRADO

2. Na estabilização do quadro a abordagem, mais controle são extremamente


desnecessários.
A) ( ) CERTO B) ( ) ERRADO

76
3. O local de atendimento da emergência psiquiátrica visa um local com maior
privacidade possível.
A) ( ) CERTO B) ( ) ERRADO

4. Na emergência psiquiátrica o paciente psicótico apresenta prejuízo grosseiro, mas


não está fora da realidade.
A) ( ) CERTO B) ( ) ERRADO

5. Na contenção mecânicaem emergência psiquiátrica com uma equipe de cinco


pessoas apenas um conversa com o paciente.
A) ( ) CERTO B) ( ) ERRADO

6. Quando a contenção for na sala de admissão, não se deve revistar o paciente em


busca de drogas ou armas.
A) ( ) CERTO B) ( ) ERRADO

7. A indicação da internação psiquiátrica leva em conta o risco de suicídio, homicídio


dentre outros.
A) ( ) CERTO B) ( ) ERRADO

8. Aparelho Cognitivo

1. Assinale a alternativa que completa correta e respectivamente a lacuna da


assertativa a seguir.
Na Teoria psicanalítica de Sigmund Freud, __________________, é o
resultado da internalização de padrões e valores recebidos dos pais e da sociedade,
sendo esse o aspecto moral da personalidade. O aspecto racional da personalidade
chama-se _________________, que é responsável pelo controle dos
_____________________ que são as representações mentais dos estímulos
internos, como a fome, que interagem com a personalidade e o comportamento.

A) Superego/Ego/Instintos.
B) Ego/Superego/Impulsos.
C) Ego/ID/Instintos.

77
D) Superego/ID/Impulsos.

2 – O ID funciona segundo:
A ) As neuroses
B ) O Recalque
C ) O Principio do prazer
D) O Principio da realidade

3 – Basicamente o Superego representa:


A) O nosso Eu Primitivo
B) É o mecanismo que deforma a realidade
C) É responsável pelos mecanismos de defesa do Ego
D) Pensamentos morais e éticos internalizados que impendem certa ações do ID
(perversões, por ex.)
E) Uma estrutura do aparelho psíquico responsável por negar a moral e a ética,
ajudando Ego a realizar os seus desejos reprimidos.

4. Não é um mecanismo de defesa do Ego:


A) Racionalização
B) Regressão
C) Negação
D) Impulso

78
14- ANEXOS

Tratamento Medicamentoso

Durante os últimos quarenta anos, foram desenvolvidos vários


medicamentos psiquiátricos de eficácia comprovada e amplamente utilizados pelos
psiquiatras e outros médicos. Frequentemente, esses medicamentos são
classificados de acordo com o distúrbio para o qual foram prescritos inicialmente.
Por exemplo, os antidepressivos (p.ex., imipramina, fluoxetina e bupropiona) são
utilizados no tratamento da depressão, enquanto que os antipsicóticos (p.ex.,
clorpromazina, aloperidol e tiotixeno) são úteis no tratamento de distúrbios psicóticos
como a esquizofrenia. Novos medicamentos antipsicóticos (p.ex., clozapina e
risperidona), são úteis para alguns pacientes que não respondem a outros
medicamentos antipsicóticos.

Por sua vez, os medicamentos contra a ansiedade (ansiolíticos), como o


clonazepam e o diazepam, são os indicados no tratamento dos distúrbios da
ansiedade (p.ex., síndrome do pânico e fobias). Os estabilizadores do humor (p.ex.,
lítio e carbamazepina) vêm sendo utilizados com algum êxito em pacientes com
doença maníaco-depressiva.

Medicamentos essenciais na área da saúde mental

 Ácido valproico + Valproato de Sódio 500mg


Depakene; Valpakine
 Ácido Valproico xarope 100ml frascos Depakene; Valpakine
 Amitiptilina 25mg comprimido Tryptanol; Limbitrol
 Biperideno 2mg comprimido Akineton
 Carbamazepina 200mg comprimido Tegretol
 Carbonato de Lítio 300mg comprimido Carbolatium; Carbolim
 Clomipramina 25mg comprimido Anafranil
 Clonazepan 2mg comprimido Rivotril
 Clorprmazina 25mg comprimido Amplicitil
 Cloridato de Prometazina 25mg comprimido Fenergan
79
 Cloridato de Tioridazina 50mg comprimido Melleril
 Diazepan 5mg comprimidoprax Vallium
 Fenitoína 100mg comprimido Hidantal
 Fenorbabital 100mg comprimido Gardenal; Fenocris
 Fenorbabital gotas Gardenal
 Fluoxetina 20mg comprimido FenocrisEufor; Prozac;
Deprax
 Haloperidol 5mg comprimido Haldol
 Haloperidol 4% gotas Haldol
 Haloperidoldecanoato injetável Haldol
 Mirtazapina 30mg comprimido Remerron
 Nortiptilina 25mg comprimido Pamelor
 Nortriptilina 50mg comprimido Pamelor

15-RESPOSTAS

Exercício Fixação

1. Saúde Mental Lei n° 10.216/2001 e Aspectos Históricos


1. E) a proibição total da internação compulsória.
2. A) receber o maior número de informações a respeito de sua doença e de
seu tratamento.
3. C) O ser vive em harmonia e mantém seu equilíbrio para viver em
sociedade e interagir com o meio ambiente.
4. A)2,3,1
5. CERTO
6. B) Ser atendido preferencialmente nos serviços hospitalares.
7. ERRADO
8. ERRADO
9. ERRADO

2. Profissional de Enfermagem em Saúde Mental

80
3 .Fatores que influenciam na Saúde Mental

1. C) Não faz diferença se o técnico em enfermagem não acompanhar o


paciente no seu dia a dia.
2. B) Atentar em atendê-lo holisticamente.
3. CERTO
4. ERRADO
5. CERTO
6. C) Oferecer serviços de melhorias observando a capacidade do paciente.
7. A) Fatores físicos – Fatores ambientais – Fatores emocionais.
8. CERTO
9. B) Fatores sociais são as interações que temos um com o outro.
10.CERTO

4. CAPS (PORTARIA 336, 19 Fevereiro de 2002)

1. B) Centros de Atenção Psicossocial (Caps).


2. E) CAPS III.
3. A) o acolhimento tem um papel importante, pois possibilita a formação de
vínculo e a prática de cuidado entre o profissional e o usuário, em que a equipe de
saúde oferece um espaço de escuta aos usuários e às famílias.
4. (E) crianças e adolescentes que não sejam comprometidos
psiquicamente.
5. B) às Oficinas Terapêuticas.
6. A) As pessoas atendidas nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS)
são aquelas que apresentam intenso sofrimento psíquico, que lhes impossibilita de
viver e realizar seus projetos de vida. São, preferencialmente, pessoas com
transtornos mentais severos e/ou persistentes, ou seja, pessoas com grave
comprometimento psíquico, incluindo os transtornos relacionados às substâncias
psicoativas.
7. Errado
8. A) promover a reinserção social do indivíduo por meio do acesso ao
trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e
comunitários.

81
5Transtornos Mentais (Neurose)
1- C) Ansiedade, Fobia, TOC e Histeria
2- B)Excesso de mentiras e manias.
3- C)Requer atenção constante e é manipulador
4-D) FVVV
5-A) Medo excessivo e irracional de algum objeto ou situações que não
representam perigo.
6-C) Pensamentos ou ações repetitivas, ele considera inapropriadas, mas
não consegue controlar.
7-C) 6-2-1-7-4-5-8-3
8- B)VVV

Teste de Autoestima
1. Faço as tarefas diárias lentamente
A Nunca
B Às vezes
C Sempre
2. Meu futuro parece sem esperança
A Nunca
B Às vezes
C Sempre
3. Dificilmente sinto prazer e alegria nas coisas que faço
A Nunca
B Às vezes
C Sempre
4. Já não tenho mais interesse em coisas que eram importantes para mim
A Nunca
B Às vezes
C Sempre
5. Frequentemente me sinto cansado(a)
A Nunca
B Às vezes
C Sempre

82
6. Sinto culpa por coisas que dão errado ao meu redor
A Nunca
B Às vezes
C Sempre
7. Tenho certeza que sou um(a) fracassado (a)
A Nunca
B Às vezes
C Sempre
8. Mesmo quando acontece algo bom, sinto-me infeliz
A Nunca
B Às vezes
C Sempre
9. Tenho a sensação de estar preso(a)
A Nunca
B Às vezes
C Sempre
10. Já me peguei pensando na minha morte
A Nunca
B Às vezes
C Sempre
11. Tenho diminuição ou aumento inexplicável de apetite
A Nunca
B Às vezes
C Sempre
12. Sinto-me inútil
A Nunca
B Às vezes
C Sempre
13. Tenho dificuldade de me concentrar e tomar decisões
A Nunca
B Às vezes
C Sempre
14. Sofro com crises de choro repentinas
A Nunca

83
B Às vezes
C Sempre

5Transtornos Mentais (Psicose)

1. D) Distúrbios nas áreas do pensamento, do sentimento e da ação.


2. E)Transtorno cerebral crônico que se manifesta através de percepções,
comportamentos, emoções e pensamentos.
3. D) Pode ter inicio na adolescência ou começar no principio da idade adulta.
4.A) FFFFF
5. D) Comportamento alterado, agitação psicomotora.
6. B) C e E
7. E) ECECECEE
8. C) A e C
9. B) Perturbações psicomotoras.
10. D) Fobia, humor,ilusões.

6. Distúrbios Alimentares

1. B) Apresentar compulsão alimentares seguidas de purgação, que pode ocorrer


por meio de vômito autoinduzidos, uso indiscriminado de laxantes, diuréticos ou
fleetenema.
2. A) Perda de peso ocorre principalmente através de dietas, jejuns prolongados ou
exercícios físicos excessivos.
3. ERRADO
4. CERTO
5. ERRADO
6. CERTO
7. ERRADO

7. Emergências Psiquiátricas

1. CERTO

84
2. ERRADO
3. CERTO
4. ERRADO

5. CERTO
6. ERRADO
7. CERTO

8. Aparelho Cognitivo

1. A) Superego/Ego/Instintos.
2. C ) O Principio do prazer
3. D) Pensamentos morais e éticos internalizados que impendem certa ações do ID
(perversões, por ex.)
4. D) Impulso

16-Bibliografia

LIMA, Idelmina Lopes at al. Manual do técnico e auxiliar de enfermagem – 7.


Ed.rev. e ampl. Goiânia/GO: AB. 2006.
AMARANTE, P. (org.). Psiquiatria social e Reforma Psiquiátrica. Rio de
Janeiro/RJ: Fiocruz. 1994
AMARANTE, P. e BEZERRA. Psiquiatria sem hospício. Rio de Janeiro/RJ:
Relume/Dumará. 1992.
AMARANTE, P. O homem e a serpente – outras histórias para a loucura e a
psiquiatria. Rio de Janeiro/RJ:Fiocruz1996.
ANGERAMI, Valdemar Augusto (org.).Crise, Trabalho e Saúde Mental no Brasil.
Rio de Janeiro/RJ: Zahar. 2018.
Série Psicoterapias Alternativas. São Paulo/SP. Traço Editora.
BARBALET, J.M.A cidadania. Lisboa/Portugal: Estampa. 1991.

85
BARNES, Mary e BERKE, Joseph. Viagem Através da Loucura. Rio de Janeiro/RJ:
Francisco Alves. 1983.
BASAGLIA, Franco. A instituição negada. Rio de Janeiro/RJ: Graal. 1985.
BENOIT, Jean-Claude.Angústia Psicótica e Sistema Familiar. Campinas/SP:
Editorial Psy II. 1994.
BERCHERIE, P. Os fundamentos da clínica, história e estrutura do saber
psiquiátrico. Rio de Janeiro/RJ: Zahar. 1986.
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Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na
Saúde. Departamento de Gestão da Educação na Saúde. Projeto de
Profissionalização dos Trabalhadores da Área de Enfermagem.
Brasil. Ministério da Saúde - Profissionalização de auxiliares de enfermagem:
cadernos do aluno: saúde mental / Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde,
Departamento de Gestão da Educação na Saúde, Projeto de Profissionalização dos
Trabalhadores da Área de Enfermagem. - 2. ed., 1.a reimpr. – Brasília/DF. 2003.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10216.htm - Acesso em
10/11/2020.

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