Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Autoria:
A professora Wanice Gois é Enfermeira pela Faculdade LS, Funcionária Pública da Secretaria
de Saúde do GDF, Aposentada, com mais 30anos de Serviço Prestado à Saúde. Pos graduada
em Docência do Ensino Superior FACETED (Faculdade Tecnologia Equipe DARWIN).
Mestrando em Saúde Pública (Universidade Americana). No âmbito da Docência tem
experiência como preceptora e orientadora de estágio nas seguintes áreas: Enfermagem
cirúrgica (Centro Cirúrgico); Materno Infantil e CME, no Hospital Regional de Brazlândia,
DF. Atuou na Clínica Recanto, por 5 anos com Pacientes Psicóticos e Dependentes Químicos.
Atualmente é Docente Ativa na Área de Enfermagem Cirúrgica, Saúde Mental e Psicologia.
Mantém o interesse de estudo voltado para o Comportamento Humano.
2
Sumário
1- CONCEITO..........................................................................................................................
7- DICA DO MESTRE...............................................................................................................
8 - TRANSTORNOS MENTAIS.................................................................................................
8.2.1- Neurose...........................................................................................................................
8.2.2- Depressão.......................................................................................................................
3
8.2.7- Transtorno Histriônico.....................................................................................................
8.2.8- Psicose............................................................................................................................
8.2.9- Esquizofrenia...................................................................................................................
14- ANEXOS.............................................................................................................................
15- RESPOSTAS......................................................................................................................
16- Bibliografia.........................................................................................................................
4
1- CONCEITO
5
Já na Idade Média os considerados loucos foram confinados em grandes
espaços como asilos e hospitais, e deixados com pessoas inválidas, comDoenças
Sexualmente Transmissíveis, DSTs, mendigos e libertinos. Nessas instituições, os
mais violentos eram imobilizados, não como conhecemos hoje, mas acorrentados
mesmo.
Em 1793, Phillippe Pinel (1745-1826), nascido na França, considerado o pai
da Psiquiatria, defendeu um tratamento mais humano, soltando os pacientes que
eram algemados e dando alimentação mais nutritiva, ou seja, chegava para a época
uma assistência mais precisa,mais parecida com a que conhecemos hoje. Nos
manicômios defendidos por ele o foco era na reeducação dos alienados, no respeito
às normas e no desencorajamento das condutas inconvenientes. Para o pai da
Psiquiatria, a função disciplinadora do médico e do manicômio deve ser exercida
com firmeza, porém com gentileza. Isso denota o caráter essencialmente moral com
o qual a loucura passa a ser revestida, porém o desenvolvimento dessa ciência
caminhou lentamente, acompanhando as guerras e as conjunturas.
No século XIX, o tratamento ao doente mental incluía medidas físicas como
duchas, banhos frios, chicotadas, máquinas giratórias e sangrias. Aos poucos, com o
avanço das teorias organicistas, o que era considerado como doença moral passa a
ser compreendido também como uma doença orgânica. No entanto, as técnicas de
tratamento empregadas pelos organicistas eram as mesmas empregadas pelos
adeptos do tratamento moral, o que significa que, mesmo com outra compreensão
sobre a loucura, decorrente de descobertas experimentais da neurofisiologia e da
neuroanatomia, a submissão do louco permanece e adentra o século XX.
A partir da segunda metade do século XX, impulsionada principalmente por
Franco Basaglia (1924-1980), psiquiatra italiano, inicia-se uma radical crítica e
transformação do saber, do tratamento e das instituições psiquiátricas. Esse
movimento inicia-se na Itália, mas tem repercussões em todo o mundo e muito
particularmente no Brasil, no final da década de 70, devido ao momento político de
redemocratização. Nesse sentido é que se inicia o movimento da Luta
Antimanicomial, que nasce profundamente marcado pela ideia de defesa dos direitos
humanos e de resgate da cidadania das pessoas com transtornos mentais.
Aliado a essa luta, nasce o movimento da Reforma Psiquiátricaque, mais do
que denunciar os manicômios como instituições de violências, propõe a construção
6
de uma rede de serviços e estratégias territoriais e comunitárias, profundamente
solidárias, inclusivas e libertárias. (AMARANTE. 1994).
Hospício de Pedro II, BERTICHEM, PieterGodfred. O Brasil pitoresco. RJ: Imperial de Rensburg, 1856.
7
Na VIII Conferência Nacional de Saúde, em 1986, que deliberou sobre a
necessidade de criar um Sistema Único de Saúde - SUS, a I Conferência Nacional
de Saúde Mental, em 1987 e posteriormente o II Encontro Nacional dos
Trabalhadores em saúde Mental, a Declaração de Caracas, em 1990, em que a
OMS reuniu países, entidades, juristas e parlamentares para discutirem sobre a
atenção em saúde mental. Tais acontecimentos suscitaram a luta para desconstruir
no cotidiano das instituições e da sociedade as formas arraigadas de lidar com a
loucura. Inicia-se, portanto, no Brasil, o movimento para a desinstitucionalização,
com o lema:Por uma sociedade sem Manicômio.
Em 1989 é apresentado o Projeto de Lei n.º 3.657/89, que tramitou entre a
Câmara e o Senado por mais de 10 anos. Umas das propostas contidas era a
contenção de expansão e diminuição dos leitos psiquiátricos existentes, assim como
a substituição progressiva das internações pelo tratamento em centros
especializados. Doze anos após a criação do projeto de lei, é aprovada a Lei da
Reforma Psiquiátrica Brasileira, número 10.216, em 06 de Abril de 2001. O texto
sofreu várias alterações em relação à sua proposta original; no entanto grandes
foram os avanços com a aprovação dessa lei.
Ela estabelece uma diretriz de não asilar para o funcionamento público e o
ordenamento jurídico da assistência psiquiátrica no país e explicita que o tratamento
vise como finalidade permanentea reinserção social do paciente em seu meio.
Obriga, ainda, que o tratamento em regime de internação contemple atendimento
integral, inclusive de não ser só com o médico, e com atividades de lazer e
ocupacionais, e proíbe a internação em instituições com características asilares. Em
seu artigo 5º. Impõe a elaboração de política específica de alta planejada e
reabilitação social assistida.
O essencial da Reforma Psiquiátricasão as práticas de cuidado destinadas
aos tidos como loucos, visando àsua inserção na vida da sociedade e permitindo,
nos constrangimentos impostos por sua condição psíquica, exercer-se como
sujeitos. A Reforma Psiquiátrica aponta para a construção de uma sociedade mais
inclusiva, em que o louco não pode ser mais excluído, marginalizado e punido por
sua loucura.
8
PARA QUEM QUER MAIS
Pesquisar a história da
Psiquiatria no mundo.
9
V - ter direito à presença médica, em qualquer tempo, para esclarecer a
necessidade ou não de sua hospitalização involuntária;
VI - ter livre acesso aos meios de comunicação disponíveis;
VII - receber o maior número de informações a respeito de sua doença e de
seu tratamento;
VIII - ser tratada em ambiente terapêutico pelos meios menos invasivos
possíveis;
IX - ser tratada, preferencialmente, em serviços comunitários de saúde
mental.
Art. 3o É responsabilidade do Estado o desenvolvimento da política de saúde
mental, a assistência e a promoção de ações de saúde aos portadores de
transtornos mentais, com a devida participação da sociedade e da família, a qual
será prestada em estabelecimento de saúde mental, assim entendidas as
instituições ou unidades que ofereçam assistência em saúde aos portadores de
transtornos mentais.
Art. 4o A internação, em qualquer de suas modalidades, só será indicada
quando os recursos extra hospitalares se mostrarem insuficientes.
§ 1o O tratamento visará, como finalidade permanente, a reinserção social do
paciente em seu meio.
§ 2o O tratamento em regime de internação será estruturado de forma a
oferecer assistência integral à pessoa portadora de transtornos mentais, incluindo
serviços médicos, de assistência social, psicológicos, ocupacionais, de lazer, e
outros.
§ 3o É vedada a internação de pacientes portadores de transtornos mentais
em instituições com características asilares, ou seja, aquelas desprovidas dos
recursos mencionados no § 2o e que não assegurem aos pacientes os direitos
enumerados no parágrafo único do art. 2 o.
Art. 5o O paciente há longo tempo hospitalizado ou para o qual se caracterize
situação de grave dependência institucional, decorrente de seu quadro clínico ou de
ausência de suporte social, será objeto de política específica de alta planejada e
reabilitação psicossocial assistida, sob responsabilidade da autoridade sanitária
competente e supervisão de instância a ser definida pelo Poder Executivo,
assegurada a continuidade do tratamento, quando necessário.
10
Art. 6o A internação psiquiátrica somente será realizada mediante laudo
médico circunstanciado que caracterize os seus motivos.
Parágrafo único. São considerados os seguintes tipos de internação
psiquiátrica:
I - internação voluntária: aquela que se dá com o consentimento do usuário;
II - internação involuntária: aquela que se dá sem o consentimento do
usuário e a pedido de terceiro; e
III - internação compulsória: aquela determinada pela Justiça.
Art. 7o A pessoa que solicita voluntariamente sua internação, ou que a
consente, deve assinar, no momento da admissão, uma declaração de que optou
por esse regime de tratamento.
Parágrafo único. O término da internação voluntária dar-se-á por solicitação
escrita do paciente ou por determinação do médico assistente.
Art. 8o A internação voluntária ou involuntária somente será autorizada por
médico devidamente registrado no Conselho Regional de Medicina - CRM do Estado
onde se localize o estabelecimento.
§ 1o A internação psiquiátrica involuntária deverá, no prazo de setenta e
duas horas, ser comunicada ao Ministério Público Estadual pelo responsável técnico
do estabelecimento no qual tenha ocorrido, devendo esse mesmo procedimento ser
adotado quando da respectiva alta.
§ 2o O término da internação involuntária dar-se-á por solicitação escrita do
familiar, ou responsável legal, ou quando estabelecido pelo especialista responsável
pelo tratamento.
Art. 9o A internação compulsória é determinada, de acordo com a legislação
vigente, pelo juiz competente, que levará em conta as condições de segurança do
estabelecimento, quanto à salvaguarda do paciente, dos demais internados e
funcionários.
Art. 10. Evasão, transferência, acidente, intercorrência clínica grave e
falecimento serão comunicados pela direção do estabelecimento de saúde mental
aos familiares, ou ao representante legal do paciente, bem como à autoridade
sanitária responsável, no prazo máximo de vinte e quatro horas da data da
ocorrência.
Art. 11. Pesquisas científicas para fins diagnósticos ou terapêuticos não
poderão ser realizadas sem o consentimento expresso do paciente, ou de seu
11
representante legal, e sem a devida comunicação aos conselhos profissionais
competentes e ao Conselho Nacional de Saúde.
Art. 12. O Conselho Nacional de Saúde, no âmbito de sua atuação, criará
comissão nacional para acompanhar a implementação desta Lei.
Art. 13. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 6 de abril de 2001; 180o da Independência e 113o da República.
PARA QUEM QUER MAIS
13
Sensopercepção - percepções são responsáveis por refletirem
objetivamente a realidade psíquica.
14
E como está inserida a prática da enfermagem junto aos outros agentes do
trabalho em saúde mental? Pode-se afirmar que as práticas assistenciais à saúde
mental têm passado por diferentes orientações ao longo do tempo.Assim, este é o
momento de rever o objeto de trabalho (constituir o sujeito enquanto cidadão), a
prática (utilizar-se de novos instrumentos e com isso ampliar sua possibilidade de
intervenção), e ampliar a finalidade da assistência, para além da remissão dos
sintomas manifestos.
Com este entendimento, a enfermagem em saúde mental compartilha o
objeto da assistência com a equipe multidisciplinar, cujo projeto é coletivo e
determinado pela articulação das diferentes práticas.
Assim, a enfermagem, ao compor parcela do trabalho coletivo de saúde e
sua integrante parcela do trabalhador coletivo de saúde, não tem um processo
próprio de trabalho, tampouco um objeto que lhe é específico. Como as outras
práticas sociais, ela tem responsabilidade de desenvolver sua especificidade nos
processos de trabalho de assistência, gerenciamento, investigação e ensino; dos
processos de produção e de trabalho, estes aos quais as demais práticas sociais
também se conectam com suas especificidades. Disponível em:
http://www.scielo.mec.pt/pdf/psd/v16n3/v16n3a0. Acesso em 06/11/2020.
A prática da enfermagem, neste contexto, deve ser criativa, flexível, com
finalidade de possibilitar aumento de habilidades, de autonomia do usuário do
serviço de atenção à saúde mental, não mais voltada exclusivamente à remissão de
sintomas.
Os técnicos de enfermagem, enquanto profissionais de saúde, devem munir-
se de instrumentos que possibilitem melhor entendimento sobre a saúde mental, o
que permitirá adequar os cuidados básicos, para planejar e implementar ações
direcionadas aos portadores de transtorno mental, visandomelhoria da qualidade da
assistência em nível comunitário, contribuindo para discussões desta temática, em
nível nacional.
15
sintomas tão “emocionais” como sentir-se culpado ou ter pensamentos repetidos de
morte ou ouvir vozes possam ter também uma base orgânica, mas ela existe. O
envelhecimento, o abuso de álcool ou outras substâncias são exemplos comuns. Em
muitos casos essa base já pode ser identificada e descrita pelos especialistas, em
outros casos ainda não.
O que se sabe é que sempre que se tem alguma emoção, seja ela agradável
ou desagradável, ocorre uma série de trocas elétricas e química no nosso cérebro, o
que já constitui, por si só, um fator orgânico.
Podemos definir os fatores físicos ou biológicos como sendo as alterações
ocorridas no corpo como um todo, em determinado órgão ou no sistema nervoso
central que possam levar a um transtorno mental. Dentre os fatores físicos ou
biológicos que podem ser a base ou deflagrar um transtorno mental, existem alguns
mais evidentes, que avaliaremos a seguir.
Quantas vezes já ouvimos dizer que fulano puxou o gênio do pai? Ou que
tem problema de cabeça que nem a tia? Ou que é nervoso que nem a mãe? Quando
usamos essas expressões, estamos nos referindo às possíveis heranças genéticas
que possamos trazer em nosso comportamento e forma de ser. Genético vem da
palavra genes, que são grandes moléculas que existem dentro de nossas células
contendo informações sobre como nosso corpo deve se organizar. As informações
contidas nos genes são muitas e não são todas que utilizamos; algumas ficam
guardadas.
Em Psiquiatria, os fatores genéticos ou hereditários têm sido muito falados
ultimamente, muitas vezes em programas de televisão, sempre caracterizados como
grandes descobertas. Isso porque embora popularmente sempre se diga que a
pessoa com transtorno mental o herdou de alguém da família, há muito tempo os
cientistas tentam identificar se essa “herança” através do corpo ou do ambiente em
que a pessoa foi criada. Atualmente, os avanços da Medicina permitem identificar
alguns genes que podem ter influência no desenvolvimento de transtornos mentais.
É importante deixar claro que quando se fala de fatores genéticos em
Psiquiatria, estamos falando de tendências, predisposições que o indivíduo possui
de desenvolver determinados desequilíbrios químicos no organismo que possam
16
levá-lo a apresentar determinados transtornos mentais. Ainda assim, é uma grande
armadilha acreditarmos que aí está toda a causa da doença mental, pois passamos
a acreditar que a solução do problema só estará neste ponto e deixamos de prestar
atenção em todos os outros aspectos da pessoa que atendemos em sofrimento
mental.
A constituição genética precisa ser vista como uma facilidade orgânica para
desenvolver um determinado transtorno mental, mas não há garantias de que, ao
longo da vida do sujeito, tal fato ocorrerá, visto que dependerá de outros fatores para
que tal tendência de fato se manifeste. Em alguns filmes de ficção do futuro, vemos
pessoas tendo cartões magnéticos contendo informações sobre seu genoma (o
“mapa” de seus genes), utilizados como carteira de identidade. Os cientistas afirmam
que isto não está tão longe de acontecer. Imaginamos até que seja possível, mas
esperamos que até lá a sociedade tenha evoluído o suficiente para não usar de
forma preconceituosa tais informações. Ou talvez venhamos a descobrir que todos
nós temos uma ou outra alteração genética que possa nos predispor ao transtorno
mental. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br. Acesso em 07/11/2020.
17
5.5 - Fatores neuroendocrinológicos
Você acorda pela manhã e percebe que o tempo mudou. O sol que havia
ontem não apareceu hoje, faz frio e cai forte chuva. Ao se preparar para sair, com
certeza você buscará roupas mais quentes e procurará se protegerda chuva.
Estamos, assim, procurando nos ajustar aos fatores ambientais, nesse caso,
climáticos. Na verdade estamos o tempo todo procurando formas de nos adaptarmos
o melhor possível, ao que acontece à nossa volta. Tantos são os estímulos que
sofremos que acabamos desenvolvendo maneiras características de reagir, muitas
vezes supervalorizando as informações que nos chegam, outras vezes, tornando-
nos apáticos a elas.
Que sensação você experimenta quando entra em contato com as
constantes e massacrantes notícias de violência via rádio e televisão? As pessoas
costumam ter diferentes reações: algumas se tornam apáticas a elas, outras fazem
uso do humor para digeri-las, outras se tornam excessivamente medrosas, e assim
por diante. Como exemplo, uma paciente passou a pensar na possibilidade de fazer
algum mal à sua pequena filha a partir de noticiários de rádio que relatavam maus
tratos e até homicídios materno-infantis.
18
Os fatores ambientais exercem forte e constante influência sobre nossas
atitudes e nossas escolhas diárias, tanto externa quanto internamente, isto é, como
nos sentimos e enxergamos a nós mesmos. As reações a cada estímulo ambiental
se darão de acordo com a estrutura psíquica de cada pessoa, e essa estrutura
psíquica estará intimamente ligada às experiências que a pessoa teve durante a
vida. Assim se estabelece uma relação circular entre todos os fatores geradores de
transtorno mental onde um ocasiona o outro.
Para melhor compreensão, podemos dizer que os fatores ambientais podem
ser sociais, culturais e econômicos. Como sociais podemos compreender todas as
interações que temos com o outro, nossas relações pessoais, profissionais e com
outros grupos. Estudos falam da importância das pessoas significativas em nossa
infância e de como ficam marcadas em nós as suas formas de pensar e agir, assim
como as reações que passamos a ter influenciam o nosso comportamento diante de
outras pessoas. Se, com as pessoas importantes de nossa infância, aprendemos
que existem pessoas que não são confiáveis e que devemos estar sempre atentos
para não sermos enganados, possivelmente teremos dificuldades em confiar em
alguém mesmo em nossa vida adulta.
Entre os fatores ambientais culturais podemos nos lembrar de todo o sistema
de regras no qual estamos envolvidos. Esse sistema varia de país para país, de
estado para estado, de grupo para grupo, e também de acordo com a época. Ou
seja, noção de certo e errado, de bem e mal variam muito dependendo do local e
época em que estamos. Os mitos, as crenças, os rituais que nos cercam nos dão as
noções de bem e mal que são aceitas pelos grupos aos quais pertencemos, seja ele
o nosso país, grupo religioso, a nossa escola ou mesmo a nossa família.
Outro grupo de fatores ambientais que podemos perceber como exercendo
influência sobre nós são os econômicos. Nesse tópico tanto podemos nos referir à
nossa possibilidade mais direta de aquisição de bens, quer dizer, ter dinheiro
mesmo, quanto às atuais condições sociais onde a miséria, aliada à baixa
escolaridade, pode levar ao aumento da criminalidade e esta ao aumento de tensão
em nosso dia a dia.
19
maneira e não de outra. Já abordamos os aspectos físicos e os ambientais e, não
por acaso, deixamos para abordar os aspectos emocionais depois de bem
compreendidos os anteriores. Isso porque, como já foi visto antes, os fatores
influenciam-se entre si, mas no caso dos aspectos emocionais estamos falando de
formação de identidade, que se inicia justamente com a conjugação dos aspectos
físicos e ambientais.
Cada pessoa vem a este mundo como ser único, diferente de todos os
outros. Cada um de nós apresenta, mesmo ao nascer, uma forma de interagir com o
mundo que influencia o comportamento de quem está à nossa volta e é influenciado
por ele. Não é incomum as mulheres que possuem mais de um filho afirmarem que
foram bebês totalmente diferentes: um dormia mais, outro chorava o tempo todo, ou
estava sempre doente.
Também devemos lembrar que, quando nascemos, já trazemos conosco
uma história de vida. Se fomos desejados ou não, se somos o primeiro filho ou o
décimo, se nossa estada na barriga foi tranquila ou cheia de altos e baixos, se a
mamãe fez uso de algum medicamento ou droga que tenha nos deixado mais
agitados ou mais apagados, se tivemos ou não dificuldades maiores no parto, se
fomos bem atendidos e fomos logo para perto da mamãe, ou se tivemos que ficar
mais tempo longe, indo para uma UTI neonatal, por exemplo, se a mamãe ficou bem
após nosso nascimento, disponível para gente ou se teve, por exemplo, uma
depressão puerperal.
Bom, esses são só alguns exemplos que mostram que nós já colocamos o
pé na vida com algumas características que nos são individuais e que as interações
que vamos estabelecer com o mundo, a partir da nossa concepção, serão
formadoras de um modo de ser caracteristicamente nosso, mais ou menos ajustado,
ao qual chamamos personalidade.
Ao nascer, o bebê não tem ainda consciência de si mesmo e do mundo à
sua volta. Não consegue diferenciar suas sensações internas do mundo externo.
Apenas consegue perceber sensações boas, prazerosas, e más desprazerosas. A
fralda molhada dá desprazer e ele chora. O colo da mamãe dá prazer,
possivelmente lembra o conhecido aconchego do útero e dá segurança e ele dorme.
Nessa sequência, entre chorar e ser confortado se dá um dos alicerces
fundamentais para o restante da vida do bebê, e dificilmente a mãe se dá conta do
papel fundamental desses momentos, pois, aos poucos, a criança vai construindo a
20
noção de confiança, que é o ponto de partida para sentimentos como segurança,
otimismo e fé na vida adulta. Além disso, a formação do vínculo afetivo com a mãe
ou pessoa substituta faz com que o bebê ganhe condições para amadurecer e
voltar-se para conhecer e experimentar o mundo.
Imagine-se chegando sozinho a um país estranho, onde você não conhece a
língua, os costumes, nada. Que sufoco, não? Agora imagine que nesse lugar esteja
te esperando alguém que fala a sua língua, que alívio!e que pode te ensinar tudo
quanto você precisa para se adaptar melhor. A mãe e o pai, ou pessoas substitutas,
atuam mais ou menos como guias turísticos do mundo para o bebê que chega. A
grande diferença é que o bebê é um tipo de turista até mesmo em seu próprio corpo,
precisando de alguém para ajudá-lo a se conhecer.
Acontece que quando o bebê não tem suas necessidades atendidas, ele não
tem ainda a capacidade de suportar a sensação ruim para aguardar a boa. O bebê
não diz para si mesmo: - Ah! Agora estou com fome, mas mamãe não pode me dar
de mamar porque está tomando banho. Tudo bem! Quando ela sair do banheiro, eu
choro de novo. Não! Para o bebê recém-nascido, a fome é um desprazer tão intenso
que, se não atendida, adquire tons de ameaça de destruição, mais ou menos como
nos sentiríamos diante do fim do mundo. Nesses momentos o bebê experimenta
profunda sensação de desamparo.
A repetição constante de tais exposições à frustração, por períodos mais
prolongados, pode levar o indivíduo, no futuro, a desenvolver uma série de
transtornos mentais. Alguns autores identificam aí as raízes emocionais das
psicoses e da famosa síndrome do pânico.Àmedida que vai estabelecendo trocas
positivas com as pessoas que cuidam dele, o bebê vai criando uma diferenciação
entre ele e o restante do mundo que, nesse momento, ainda são as pessoas mais
próximas, e vai adquirindo certa tolerância à frustração e maior capacidade de
espera, pois já consegue antecipar, fazendo uso da memória, a satisfação de suas
necessidades.
Com a continuidade de seu crescimento e desenvolvimento, a criança vai
adquirindo noções de julgamento de si e dos outros, isto é, vai internalizando as
regras e proibições de seu ambiente e passando a captar a impressão que ela
própria provoca no ambiente.
21
Sendo assim, entramos em contato com o ambiente social mais amplo pelas
portas que abrimos nas relações com nossa família nuclear ou com outras figuras de
sobrevivência de nossas vidas.
22
colher e atender as pessoas com transtornos mentais graves e
persistentes, procurandopreservar e fortalecer oslaçossociaisdo usuário em seu
território;
promover a inserção social das pessoascom transtornos mentais por
meio de ações intersetoriais;
regular a porta de entrada da rede de assistência em saúde mental na
sua área de atuação;
dar suporte a atenção à saúde mental na rede básica;
organizar a rede de atenção às pessoas com transtornos mentais nos
municípios;
articular estrategicamente a rede e a política de saúde mental num
determinado território;
promover a reinserção social do indivíduo através do acesso ao
trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e
comunitários.
7- DICA DO MESTRE
24
Disponível em: http://bvsms.saude.gov. Acesso em 20/11/20.
8 -TRANSTORNOS MENTAIS
25
vida, como a família, vida social, o meio profissional, os estudos, a compreensão de
si e dos outros, na possibilidade de autocrítica, na tolerância aos problemas e na
possibilidade de ter prazer na vida em geral. Ou seja, tudo que afete a ideia de
Saúde Mental.
26
diagnosticadas e, comumente vamos lidar com neurose e psicose no exercício da
enfermagem.
Neuroseé toda a psicopatologia leve, onde a pessoa tem a noção, mesmo
que vaga, de seu problema.O indivíduo além de saber que é um neurótico, ele tem
plena consciência dos seus atos, mas não consegue controlá-los.Ele tem contato
com a realidade, porém há manifestações psicossomáticas, que são notadas por
este, e que servem de aviso para a pessoa procurar um tratamento psicológico, ou
psiquiátrico. É um fator comum a ansiedade exacerbada.
Já a Psicose se caracteriza por uma intensa fuga da realidade. É a loucura
propriamente dita. Vamos começar com a neurose, para depois nos atermos à
psicose.
8.2.1- Neurose
27
comum em pequena escala na maioria das pessoas, porém seu excesso é
denominado como patológico;
6 TPH - Transtorno de Personalidade Histriônica, que é caracterizado por
um padrão generalizado de excessiva emocionalidade e busca de atenção.
8.2.2- Depressão
28
Fatores de
risco
Causas da depressão
29
As causas diferem muito de pessoa para pessoa. Porém, é possível afirmar
que há fatores que influenciam o aparecimento e a permanência de episódios
depressivos. Por exemplo, condições de vida adversas, o divórcio, a perda de um
ente querido, o desemprego, a incapacidade em lidar com determinadas situações
ou em ultrapassar obstáculos, etc.Partindo desse contexto a depressão pode ser
dividida em Endógena, Psicogênica, Somatogênica.
A depressão endógena é de origem interna, indefinida. Embora o primeiro
episódio possa se dar após alguma perda ou dificuldade, os outros geralmente não
apresentam causas observáveis. Comumente é uma forma grave de depressão,
apresentando grande risco de suicídio (10 a 15% dos casos). Antigamente era
chamada de depressão psicótica. Responde melhor a tratamento medicamentoso.
A depressãopsicogênicatem suas causas mais facilmente localizadas na
história de vida do indivíduo, que apresenta fatos que o levaram aos sintomas. Tanto
que já foi chamada de depressão reativa ou situacional. Os sintomas são menos
graves que na depressão endógena, e o risco de suicídio, embora existente, é
menor. Responde melhor à psicoterapia do que ao tratamento medicamentoso.
A depressão somatogênica é aquela causada por algum fator de alteração
principalmente orgânico, como o uso de alguns medicamentos como anti-
hipertensivos, anti-inflamatórios e contraceptivos ou ainda a interrupção do uso de
psicoestimulantes.
Já os episódios de mania caracterizam-se como o oposto da depressão. O
indivíduo apresenta um ritmo acelerado, fala muito e geralmente alto, trocando
constantemente de assunto, fuga de ideias, movimenta-se amplamente, tem energia
de sobra, tanto que, muitas vezes não consegue dormir, hiperatividade. Mostra-se
eufórico, com autoestima exagerada, achando que pode tudo, a sexualidade
também pode estar exacerbada, gosta de atrair atenções. Não acha que tem
problema algum, o que muitas vezes prejudica a aceitação do tratamento.
Sintomas da depressão
A depressão se diferencia dasmudanças comum de humor pela gravidade e
permanência dos sintomas. Está associada, muitas vezes, a ansiedade ou
pânico.Os sintomas mais comuns são:
30
perturbaçõesdo sono (sonolência ou insónia);
fadiga, cansaço e perda de energia;
sentimentos de inutilidade, de falta de confiança e de autoestima, de
culpa e de incapacidade;
falta ou alterações da concentração;
preocupação com o sentido da vida e com a morte;
desinteresse, apatia e tristeza;
alterações do desejo sexual;
irritabilidade;
manifestação de sintomas físicos, como dor muscular, dor abdominal,
enjoo.
Diagnóstico
O diagnóstico é feito pela avaliação clínica do doente, designadamente pela
identificação, enumeração e curso dos sintomas, bem como pela presença de
doenças de que padeça e de medicação que possa estar a tomar. Não existem
meios complementares de diagnóstico específicos para a depressão, e a bem da
verdade, tão pouco são necessários: o diagnóstico clínico é fácil e bastante preciso
para omédico psiquiatra, que faz a orientação terapêutica, como ouso de
medicamento a usar, a dose, duração, resposta esperada em relação ao tipo de
pessoa, a indicação de psicoterapia mais adequada, a necessidade de outros tipos
de intervenção, entre outros.
31
Tratamento
Normalmente o tratamento é feito através do uso de medicamentos, de
intervenções psicoterapêuticas, ou da conjugação de ambas. As intervenções
psicoterapêuticas são particularmente úteis nas situações ligeiras e reativas às
adversidades da vida, bem como em associação com medicamentos nas situações
moderadas e graves. Os medicamentos usados no tratamento das depressões são
designados por antidepressivos.
Classificação
Existem dois tipos de TOC:
Causas
32
e histórico familiar também estão entre as possíveis causas desse distúrbio de
ansiedade.
Sintomas
Em algumas situações, todas as pessoas podem manifestar rituais
compulsivos que não caracterizam o TOC. O principal sintoma da doença é a
presença de pensamentos obsessivos que levam à realização de um ritual
compulsivo para aplacar a ansiedade que toma conta da pessoa. Preocupação
excessiva com limpeza e higiene pessoal, dificuldade para pronunciar certas
palavras, indecisão diante de situações corriqueiras por medo que uma escolha
errada possa desencadear alguma desgraça, pensamentos agressivos relacionados
com morte, acidentes ou doenças são exemplos de sintomas do transtorno
obsessivo-compulsivo.
Frequência
Em geral, só nove anos depois que manifestou os primeiros sintomas, o
portador do distúrbio recebe o diagnóstico de certeza e inicia do tratamento. Por
isso, a maior parte dos casos é diagnosticada em adultos, embora o transtorno
obsessivo-compulsivo possa acometer crianças a partir dos três, quatro anos de
idade. Na infância, o distúrbio é mais frequente nos meninos. No final da
adolescência, porém, pode-se dizer que o número de casos é igual nos dois sexos.
Tratamento
O tratamento pode ser medicamentoso e não medicamentoso. O
medicamentoso utiliza antidepressivos inibidores da recaptação de serotonina. São
os únicos que funcionam. A terapia cognitivo-comportamental é uma abordagem não
medicamentosa com comprovada eficácia sobre a doença. Seu princípio básico é
expor a pessoa à situação que gera ansiedade, começando pelos sintomas mais
brandos. Os resultados costumam ser melhores quando se associam os dois tipos
de abordagem terapêutica.
Recomendações
33
rotineiras, a pessoa pode ser portadora de transtorno obsessivo-compulsivo e
precisa de tratamento.
Crianças podem obedecer a certos rituais, o que é absolutamente
normal. No entanto, deve chamar a atenção dos pais a intensidade e a frequência
desses episódios. O limite entre normalidade e TOC é muito tênue.
Os pais não devem colaborar com a perpetuação das manias e rituais
dos filhos. Devem ajudá-los a enfrentar os pensamentos obsessivos e a lidar com a
compulsão que alivia a ansiedade.
O respeito a rituais do portador de TOC pode interferir na dinâmica da
família inteira. Por isso, é importante estabelecer o diagnóstico de certeza e
encaminhar a pessoa para tratamento.
Esconder os sintomas por vergonha ou insegurança é um péssimo
caminho. Quanto mais se adia o tratamento, mais grave fica a doença.
8.2.4-Síndrome do pânico
34
Sintomas físicos de uma crise de pânico
Os sintomas físicos de uma crise de pânico aparecem subitamente, sem
nenhuma causa aparente (apesar de existir, mas fica difícil de se perceber). Os
sintomas são como uma preparação do corpo para alguma "coisa terrível". A reação
natural é acionar os mecanismos de fuga. Diante do perigo, o organismo trata de
aumentar a irrigação de sangue no cérebro e nos membros usados para fugir - em
detrimento de outras partes do corpo, incluindo os órgãos sexuais. Eles podem
incluir:
Uma crise de pânico pode durar vários minutos e é uma das situações mais
angustiantes que pode ocorrer a alguém. A maioria das pessoas que tem uma crise
terá outras, se não tratar. Quando alguém tem crises repetidas ou se sente muito
ansioso, com medo de ter outra crise, diz-se que tem transtorno do pânico.
Tratamento
Existe uma variedade de tratamentos para o T.P. O mais importante neste
aspecto é que se introduza um tratamento que vise restabelecer o equilíbrio
bioquímico cerebral numa primeira etapa. Isto pode ser feito através de
medicamentos seguros e que não produzam risco de dependência física dos
35
pacientes. Numa segunda etapa prepara-se o paciente para que ele possa enfrentar
seus limites e as adversidades vitais de uma maneira menos estressante. Em última
análise, trata-se de estabelecer junto com o paciente uma nova forma de viver onde
se priorize a busca de uma harmonia e equilíbrio pessoal. Uma abordagem
psicoterápica específica deverá ser realizada com esse objetivo.
36
espaços fechados (claustrofobia), doenças (nosofobia), dentista, sangue, entre
outros. A incapacitação da pessoa no dia a dia depende do tipo de fobia e de quão
fácil é evitar a situação fóbica.
Agorafobia: inclui medo de espaços abertos, da presença de multidões, da
dificuldade deescapar rapidamente para um local seguro (em geral a própria casa).
A pessoa pode ter medo de sair de casa, de entrar em uma loja ou shopping, de
lugares onde há; multidões, de viajarsozinho. Muitas pessoas referem um medo
aterrorizante de se sentirem mal e serem abandonadas sem socorro em público.
Muitas pessoas com agorafobia apresentam também o transtorno de pânico.
Tratamento
O tratamento das fobias se faz com a associação de medicamentos com
psicoterapia. Os medicamentos mais utilizados pertencem ao grupo dos
antidepressivos; os ansiolíticos também são freqüentemente indicados. A
psicoterapia auxilia na compreensão de fatores que podem agravar ou perpetuar os
sintomas fóbicos.
8.2.6-Transtornos de Ansiedade
8.2.7-Transtorno Histriônico
37
entre as mulheres nos locais de atendimento, onde os dados foram obtidos. Em
alguns estudos, a prevalência entre as mulheres e os homens foi semelhante.
8.2.8- Psicose
38
Funcional: age apenas no funcionamento do aparelho psiquico, em suas
ligações.
Orgânica: tem como característica mudanças ocorridas na química do
cérebro, ou em mudanças fisiológicas e estruturais.
8.2.9- Esquizofrenia
Sintomas
39
A esquizofrenia apresenta várias manifestações, afetando diversas áreas do
funcionamento psíquico. Os principais sintomas são:
Delírios: são ideias falsas, das quais o paciente tem convicção absoluta. Por
exemplo, ele se acha perseguido ou observado por câmeras escondidas, acredita
que os vizinhos ou as pessoas que passam na rua querem lhe fazer mal.
Alucinações: são percepções falsas dos órgãos dos sentidos. As
alucinações mais comuns na esquizofrenia são as auditivas, em forma de vozes. O
paciente ouve vozes que falam sobre ele, ou que acompanham suas atividades com
comentários. Muitas vezes essas vozes dão ordens de como agir em determinada
circunstancia. Outras formas de alucinação, como visuais, táteis ou olfativas podem
ocorrer também na esquizofrenia.
Alterações do pensamento: as ideias podem se tornar confusas,
desorganizadas ou desconexas, tornando o discurso do paciente difícil de
compreender. Muitas vezes o paciente tem a convicção de que seus pensamentos
podem ser lidos por outras pessoas, ou que pensamentos são roubados de sua
mente ou inseridos nela.
Alterações da afetividade: muitos pacientes tem uma perda da capacidade
de reagir emocionalmente às circunstancias, ficando indiferente e sem expressão
afetiva. Outras vezes o paciente apresenta reações afetivas que são incongruentes,
inadequadas em relação ao contexto em que se encontra. Torna-se pueril e se
comporta de modo excêntrico ou indiferente ao ambiente que o cerca.
Diminuição da motivação: o paciente perde a vontade, fica desanimado e
apático, não sendo mais capaz de enfrentar as tarefas do dia a dia. Quase não
conversa, fica isolado e retraído socialmente.
Outros sintomas, como dificuldade de concentração, alterações da
motricidade, desconfiança excessiva, indiferença, podem aparecer na esquizofrenia.
Dependendo da maneira como os sintomas se agrupam, é possível caracterizar os
diferentes subtipos da doença. A esquizofrenia evolui geralmente em episódios
agudos onde aparecem os vários sintomas acima descritos, principalmente delírios e
alucinações, intercalados por períodos de remissão, com poucos sintomas
manifestos.
40
Causa da esquizofrenia
Não se sabe quais são as causas da esquizofrenia. A hereditariedade tem
uma importância relativa, sabe-se que parentes de primeiro grau de um
esquizofrênico tem chance maior de desenvolver a doença do que as pessoas em
geral. Por outro lado, não se sabe o modo de transmissão genética da esquizofrenia.
Fatores ambientais (p. ex., complicações da gravidez e do parto, infecções, entre
outros) que possam alterar o desenvolvimento do sistema nervoso no período de
gestação parecem ter importância na doença. Estudos feitos com métodos
modernos de imagem, como tomografia computadorizada e ressonância magnética
mostram que alguns pacientes têm pequenas alterações cerebrais, com diminuição
discreta do tamanho de algumas áreas do cérebro. Alterações bioquímicas dos
neurotransmissores cerebrais, particularmente da dopamina, parecem estar
implicados na doença.
Diagnóstico
O diagnóstico da esquizofrenia é feito pelo especialista a partir das
manifestações da doença. Não há nenhum tipo de exame de laboratório (exame de
sangue, raio X, tomografia, eletroencefalograma etc.) que permita confirmar o
diagnóstico da doença. Muitas vezes o clínico solicita exames, mas estes servem
apenas para excluir outras doenças que podem apresentar manifestações
semelhantes à esquizofrenia.
Tratamento
O tratamento da esquizofrenia visa ao controle dos sintomas e a
reintegração do paciente. O tratamento da esquizofrenia requer duas abordagens:
medicamentosa e psicossocial. O tratamento medicamentoso é feito com remédios
chamados antipsicóticos ou neurolépticos. Eles são utilizados na fase aguda da
doença para aliviar os sintomas psicóticos, e também nos períodos entre as crises,
para prevenir novas recaídas. A maioria dos pacientes precisa utilizar a medicação
ininterruptamente para não ter novas crises. Assim o paciente deve submeter-se a
avaliações médicas periódicas; o médico procura manter a medicação na menor
dose possível para evitar recaídas e evitar eventuais efeitos colaterais. As
abordagens psicossociais são necessárias para promover a reintegração do
paciente à família e à sociedade.
41
Devido ao fato de que alguns sintomas (principalmente apatia, desinteresse,
isolamento social e outros) podem persistir mesmo após as crises, é necessário um
planejamento individualizado de reabilitação do paciente. Os pacientes necessitam
em geral de psicoterapia, terapia ocupacional, e outros procedimentos que visem
ajudá-lo a lidar com mais facilidade com as dificuldades do dia a dia.
Os familiares são aliados importantíssimos no tratamento e na reintegração
do paciente. É importante que estejam orientados quanto à doença esquizofrenia
para que possam compreender os sintomas e as atitudes do paciente, evitando
interpretações errôneas. As atitudes inadequadas dos familiares podem muitas
vezes colaborar para a piora clínica do mesmo. O impacto inicial da noticia de que
alguém da família tem esquizofrenia é bastante doloroso. Como a esquizofrenia é
uma doença pouco conhecida e sujeita a muita desinformação as pessoas se
sentem perplexas e confusas. Frequentemente, diante das atitudes excêntricas dos
pacientes, os familiares reagem também com atitudes inadequadas, perpetuando um
circulo vicioso difícil de ser rompido. Atitudes hostis, criticas e superproteção
prejudicam o paciente, apoio e compreensão são necessários para que ele possa ter
uma vida independente e conviva satisfatoriamente com a doença.
42
Características
O início pode ser tanto pela fase depressiva como pela fase maníaca,
iniciando gradualmente ao longo de semanas, meses ou abruptamente em poucos
dias, já com sintomas psicóticos o que muitas vezes confunde com síndromes
psicóticas. Além dos quadros depressivos e maníacos, há também os quadros
mistos (sintomas depressivos simultâneos aos maníacos) o que muitas vezes
confunde os médicos retardando o diagnóstico da fase em atividade.
Tipos
Se aceita a divisão do transtorno afetivo bipolar em dois tipos: o tipo I e o
tipo II. O tipo I é a forma clássica em que o paciente apresenta os episódios de
mania alternados com os depressivos. As fases maníacas não precisam
necessariamente ser seguidas por fases depressivas, nem as depressivas por
maníacas. O tipo II caracteriza-se por não apresentar episódios de mania, mas de
hipomania com depressão.
Fase maníaca
Tipicamente leva uma a duas semanas para começar e quando não tratado
pode durar meses. O estado de humor está elevado podendo isso significar uma
alegria contagiante ou uma irritação agressiva. Junto a essa elevação encontram-se
alguns outros sintomas como elevação da autoestima, sentimentos de grandiosidade
podendo chegar a manifestação delirante de grandeza considerando-se uma pessoa
especial, dotada de poderes e capacidades únicas como telepáticas por exemplo.
Aumento da atividade motora apresentando grande vigor físico e, apesar disso, com
uma diminuição da necessidade de sono. O paciente apresenta uma forte pressão
para falar ininterruptamente, as ideias correm rapidamente a ponto de não concluir o
43
que começou e ficar sempre emendando uma ideia não concluída em outra
sucessivamente: a isto denominamos fuga-de-ideias. Aumento do interesse e da
atividade sexual. Perda da consciência a respeito de sua própria condição
patológica, tornando-se uma pessoa socialmente inconveniente ou insuportável.
Fase depressiva
É de certa forma o oposto da fase maníaca, o humor está depressivo, a
autoestima em baixa com sentimentos de inferioridade, a capacidade física esta
comprometida, pois a sensação de cansaço é constante. As ideias fluem com
lentidão e dificuldade, a atenção é difícil de ser mantida e o interesse pelas coisas
em geral é perdido bem como o prazer na realização daquilo que antes era
agradável. Nessa fase o sono também está diminuído, mas ao contrário da fase
maníaca, não é um sono que satisfaça ou descanse, uma vez que o paciente acorda
indisposto. Quando não tratada a fase maníaca pode durar meses também.
Sintomas (maníacos):
Sentimento de estar no topo do mundo com um alegria e bem estar
inabaláveis, nem mesmo más notícias, tragédias ou acontecimentos horríveis
diretamente ligados ao paciente podem abalar o estado de humor. Nessa fase o
paciente literalmente ri da própria desgraça.
Sentimento de grandeza, o indivíduo imagina que é especial ou possui
habilidades especiais, é capaz de considerar-se um escolhido por Deus, uma
celebridade, um líder político. Inicialmente quando os sintomas ainda não se
aprofundaram o paciente sente-se como se fosse ou pudesse ser uma grande
personalidade; com o aprofundamento do quadro esta ideia torna-se uma convicção
delirante.bSente-se invencível, acham que nada poderá detê-las.
Hiperatividade, os pacientes nessa fase não conseguem ficar parados,
sentados por mais do que alguns minutos ou relaxar.O senso de perigo fica
comprometido, e envolve-se em atividade que apresentam tanto risco para
integridade física como patrimonial.
O comportamento sexual fica excessivamente desinibido e mesmo
promíscuo tendo numerosos parceiros num curto espaço de tempo.
Os pensamentos correm de forma incontrolável para o próprio paciente, para
quem olha de fora a grande confusão de ideias na verdade constitui-se na
44
interrupção de temas antes de terem sido completados para iniciar outro que por sua
vez também não é terminado e assim sucessivamente numa fuga de ideias.
A maneira de falar geralmente se dá em tom de voz elevado, cantar é um
gesto frequente nesses pacientes. A necessidade de sono nessa fase é menor, com
poucas horas o paciente se restabelece e fica durante todo o dia e quase toda a
noite em hiperatividade.
Mesmo estando alegre, explosões de raiva podem acontecer, geralmente
provocadas por algum motivo externo, mas da mesma forma como aparece se
desfaz.
A fase depressiva
Na fase depressiva ocorre o posto da fase maníaca, o paciente fica com
sentimentos irrealistasdetristeza,desesperoe autoestima baixa.
Nãoseinteressapeloque costumava gostar ou ter prazer, cansa-se à-toa, tem pouca
energia para suas atividades
habituais,tambémtemdificuldadeparadormir,sentefaltadosonoetendea permanecer na
cama por várias horas. O começo do dia (a manhã) costuma ser a pior parte do dia
para os deprimidos porque eles sabem que terão um longo dia pela frente.
Apresenta dificuldade em concentrar-se no que faz e os pensamentos ficam
inibidos, lentificados, faltam ideias ou demoram a ser compreendidas e assimiladas.
Da mesma forma a memória também fica prejudicada. Os pensamentos costumam
ser negativos, sempre em torno de morte ou doença. O apetite fica inibido e pode ter
perda significativa de peso.
Tratamento
O lítio é a medicação de primeira escolha, mas não é necessariamente a
melhor para todos os casos. Frequentemente é necessário acrescentar os
anticonvulsivantes como o tegretol, o trileptal, o depakene, o depakote, o topamax.
Nas fases mais intensas de mania pode se usar de forma temporária os
antipsicóticos. Quando há sintomas psicóticos é quase obrigatório o uso de
antipsicóticos. Nas depressões resistentes pode-se usar com muita cautela os
antidepressivos.
45
8.2.11Distúrbios Alimentares
Anorexia Nervosa
A anorexia nervosa é um distúrbio caracterizado por uma distorção da
imagem corporal, um medo extremo da obesidade, a rejeição de manter um peso
normal e, nas mulheres, a ausência de menstruação. Cerca de 95% das pessoas
que sofrem desse distúrbio são mulheres. Em geral, começa na adolescência, às
vezes antes, e com menos frequência na idade adulta. A anorexia nervosa afeta
principalmente as pessoas de classe socioeconômica média e alta. Na sociedade
ocidental o número de pessoas com esse distúrbio tende a aumentar.
A anorexia nervosa pode ser leve e transitória ou grave e duradoura. Fala-se
em taxas de óbito de 10% a 20%. No entanto, como os casos leves muitas vezes
nem são diagnosticados, ninguém sabe exatamente quantas pessoas têm anorexia
nervosa ou qual a porcentagem que morre dela. A causa é desconhecida, mas os
fatores sociais parecem importantes. O desejo de ser magro é frequente na
sociedade ocidental e a obesidade é considerada pouco atraente, doentia e
indesejável. Mesmo antes da adolescência, as crianças já estão envolvidas nessas
convenções sociais e 70% das adolescentes seguem alguma dieta ou adotam outras
medidas para controlar o peso. Porém, só uma pequena parte destas meninas
desenvolvem anorexia nervosa.
Anorexia nervosa
Sintomas
46
Muitas mulheres que desenvolvem anorexia nervosa são meticulosas e
compulsivas, com metas e expectativas muito elevadas de realização e sucesso. Os
primeiros sinais de uma anorexia iminente são a crescente preocupação com a
alimentação e o peso corporal, inclusive entre aquelas que já são magras, como é o
caso da maioria das pessoas com anorexia nervosa. A preocupação e a ansiedade
intensificam-se à medida que emagrecem. Mesmo quando magra, a pessoa declara
que se sente obesa, nega ter qualquer problema, não se queixa da falta de apetite
ou da perda de peso e, geralmente, resiste ao tratamento. A pessoa não costuma ir
ao médico até que os familiares a obriguem.
47
pessoa pode ficar desidratada e desmaiar. O sangue pode ficar ácido (acidose
metabólica) e os valores de potássio no sangue podem diminuir. Vomitar e tomar
laxantes e diuréticos pode piorar a situação. Pode ocorrer uma morte súbita devido a
uma arritmia cardíaca.
Diagnóstico e Tratamento
A anorexia nervosa é geralmente diagnosticada com base numa perda de
peso acentuada e nos sintomas psicológicos característicos. A anoréxica típica é
uma adolescente que perdeu pelo menos 15% do seu peso corporal, teme a
obesidade, deixou de menstruar, nega estar doente e parece saudável.
Geralmente, o tratamento é feito em duas fases. A primeira é a restauração
do peso normal. A segunda é a psicoterapia, muitas vezes completada com
remédios. Quando a perda de peso foi rápida ou intensa (por exemplo, mais de 25%
abaixo do peso ideal), a recuperação de peso é crucial; essa perda de peso pode
pôr em perigo a vida da pessoa. O tratamento inicial é geralmente feito num hospital,
onde profissionais experientes animam de forma calma mas firmemente, a paciente
a comer. Raramente, a paciente é alimentada por via endovenosa ou através de
SNG.
Quando o estado nutricional estiver aceitável, começa o tratamento a longo
prazo, que deve ser feito por especialistas em distúrbios alimentares. Esse
tratamento pode incluir psicoterapia individual, de grupo e familiar, bem como
medicamentos. Se houver o diagnóstico de depressão, a pessoa poderá tomar
antidepressivos. O tratamento tende a estabelecer um ambiente tranquilo, estável e
focado na pessoa, animando-a a ingerir uma quantidade adequada de comida.
Bulimia Nervosa
A bulimia nervosa é um distúrbio caracterizado por episódios constantes de
apetite voraz seguidos por vômitos autoinduzidos ou utilização de laxantes ou
diuréticos, dietas rigorosas ou excesso de exercício para compensar os efeitos das
refeições exageradas. Tal como na anorexia nervosa, as pessoas que têm bulimia
nervosa são, em geral, mulheres; profundamente preocupadas com a sua aparência
e peso e que pertencem a um nível socioeconômico médio e alto. Embora a bulimia
nervosa tenha sido considerada uma epidemia, somente 2% das jovens
universitárias, consideradas como o grupo de maior risco, são verdadeiramente
bulímicas.
48
Bulimia Nervosa
Sintomas
A ingestão excessiva de alimentos é seguida de um intenso sofrimento e do
uso de laxantes, dieta rigorosa e excesso de exercício. Muitas vezes, o estresse
emocional desencadeia o apetite voraz, geralmente satisfeito em segredo. Embora
as pessoas com bulimia tenham a preocupação de se tornarem obesas (algumas
são), o seu peso tende a voltar ao normal. Os vômitos autoinduzidos podem causar
erosão do esmalte dentário, dilatar as glândulas salivares (parótidas) e inflamar o
esôfago. Os vômitos podem diminuir os níveis de potássio no sangue, provocando
arritmia cardíaca. Existem relatos de morte súbita por superdoses de ipeca, para
induzir os vômitos.
Em comparação com os indivíduos que apresentam anorexia nervosa,
aqueles com bulimia nervosa tendem a ser mais conscientes de seu comportamento
e sentem remorso ou culpa. Eles apresentam maior tendência a admitir suas
preocupações ao médico ou a um outro confidente. Geralmente, os bulímicos são
mais extrovertidos e mais propensos a um comportamento impulsivo (p.ex., abuso
de drogas ou álcool).
Diagnóstico e Tratamento
O médico suspeita de bulimia nervosa quando uma pessoa está muito
preocupada com o aumento de peso, que apresenta grandes flutuações, em
especial se existem sinais evidentes de uma utilização excessiva de laxantes. Outros
indícios incluem o inchaço das glândulas parótidas, cicatrizes nos nós dos dedos por
terem sido utilizados para induzir o vômito e erosão do esmalte dentário. No entanto,
o diagnóstico vai depender da descrição do paciente.
49
As duas abordagens de tratamento são a psicoterapia e os medicamentos. A
psicoterapia pode ser muito eficaz, principalmente se for feita por um terapeuta com
experiência em distúrbios alimentares. Muitas vezes, um medicamento
antidepressivo pode ajudar a controlar a bulimia nervosa, inclusive quando a pessoa
não parece deprimida. Porém, o distúrbio pode reaparecer quando a pessoa para de
tomar o medicamento.
Habilidades do ajudador
Atender;
50
Comunicar disponibilidade e interesse;
Responder;
Demostrar compreensão,
Personalizar;
Ajudar o outro a se responsabilizar pelo que está vivendo;
Orientar
Avaliar com o outras alternativas.
Habilidades do ajudado
Envolver-se;
Disponibilidade para enfrentar seus problemas;
Explorar;
Avaliar a situaçãona qual está;
Compreender;
Estabelecer ligações de causa e efeito e estabelecer metas.
Agir - Viabilizar as metas através de ações.
51
Qualidade na sobrevida - Mesmo que a morte seja inevitável o cliente pode se
sentir melhor, mais amparado e menos sozinho, se puder compartilhar a sua
dor e sofrimento nesse momento e irá permanecer vivo com mais dignidade.
Diagnóstico diferencial
1. Estabilização do Quadro;
2. Hipóteses diagnósticas;
3. Exclusão de causa orgânica;
4. Encaminhamento.
52
1. Estabilização do quadro
Abordagem + Controle (verbal, medicamentoso e físico) simultaneamente –
os demais processos de atendimento vão se desenvolvendo (história, exame do
paciente).
2. Hipóteses diagnósticas
Ideia do que está acontecendo: quadro orgânico, psicótico, de humor, de
ansiedade, de personalidade (hipótese provisória) – referência para a condução do
atendimento.
3. Exclusão da causa orgânica
4. Encaminhamento
Raramente o atendimento de emergência se encerra em si mesmo.
Estabilização do Quadro + Controle de risco – Sequência do tratamento
53
Se possível saber com antecedência que tipo de paciente será atendido;
Preparação do material para a contenção mecânica;
Medicação – agitação motora;
Suporte de pessoal para o atendimento;
Serviços diagnósticos e auxílio de outros profissionais.
Limitação do tempo;
Quanto mais informações, melhor;
Relacionamento médico/paciente;
Entrevista psiquiátrica (saber ouvir e observar);
Transmitir a ideia de que o profissional da saúde está no controle e agirá
decisivamente para protegê-lo de lesões a si mesmo e aos outros;
Ser franco, honesto, calmo e não ameaçador;
Erro do psiquiatra de emergência: ignorar uma doença física como causa de
uma alteração de comportamento.
Início agudo;
Primeiro episódio;
Idade avançada;
Doença atual;
Abuso significativo de substâncias;
Alucinações não auditivas;
Sintomas neurológicos;
Alterações no estado mental (desorientação, alteração de memória, da
atenção);
Apraxia construtiva – dificuldade para desenhar relógio, cubo...);
Características catatônicas (mutismo, negativismo, rigidez na postura).
Situações específicas
54
1. Paciente deprimido grave;
2. Tentativa de suicídio;
3. Paciente psicótico;
4. Paciente violento;
5. Paciente ansioso.
2- Tentativa de suicídio
Objetivos da avaliação
Obs: Prestar atenção no relato de como ele lidou com outras situações de
crise em sua vida e ao apoio recebido.
55
3- Paciente psicótico
Reconhece-se um prejuízo grosseiro no contato com a realidade,
manifestado em uma percepção inadequada e persistente do mundo externo
(alucinações e delírios), com ausência de juízo crítico ou com conduta intensamente
desorganizada.
Manejo
Principais dificuldades
Possíveis agressões
Paciente violento
Pacientes podem estar violentos por muitas causas e razões – tentar
determinar a causa (relação com o contexto em que se expressa) – tratamento.
56
As situações mais comuns são:
Manejo
Contenção mecânica
Indicações:
57
Equipe de 5 pessoas – apenas 1 conversa com o paciente;
A faixa utilizada deverá ser de material resistente;
Posição decúbito dorsal e com a cabeça levemente elevada;
Se a contenção for na sala de admissão – revistar o paciente em busca de
droga ou arma;
Monitorização frequente em relação ao nível de consciência e aos sinais
vitais;
Os motivos e particularidades do procedimento devem ser registrados
adequadamente no prontuário médico;
Assim que o paciente estiver controlado, as faixas devem ser retiradas.
Tranquilização rápida – tratamento farmacológico;
Estabilização do quadro com a terapêutica correta - encaminhamento
4- Paciente ansioso
Ataque do pânico
58
Tendem a desaparecer em no máximo 1h.
Risco de suicídio;
Risco de agressão;
Risco de homicídio;
Autonegligência grave;
Patologia de difícil controle em ambulatório;
Paciente sem suporte familiar;
Piora dos sintomas.
59
com esta refeição (estamos buscando, na realidade, meios adequados para a
satisfação de nossa necessidade).
O ego tem três tarefas básicas: a nossa autopreservação, nosso
autocontrole (não é porque sentimos atração sexual por alguém que vamos “atacar”
tal pessoa) e nossa adaptação ao meio ambiente.
Quando o indivíduo sofre de transtornos mentais, as funções adaptativas do
ego geralmente são afetadas, especialmente nos transtornos psicóticos que se
caracterizam por um vínculo precário com a realidade externa.
A capacidade de julgamento moral (noção de certo e errado) que passamos
a adquirir com o passar da infância, Freud chamou superego. Esta seria a parte de
nós mesmos que se liga aos códigos morais de nosso ambiente e de nossa espécie.
Ter essa noção de certo e errado muitas vezes não chega a nos impedir de realizar
determinadas ações, mas nos sinaliza que fizemos algo inadequado.
“O espírito humano é mais forte que qualquer droga!
É isso que precisa ser alimentado, com trabalho, lazer, amizade e família.
É isso que é importante...
E foi disso que nós esquecemos....
das coisas mais simples...”
(Extraído do filme Tempo de Despertar).
60
e a proteção das pessoas acometidas de transtorno mentais. Dentre as inovações
trazidas pela lei estão as listadas abaixo, exceto:
A) ser tratada, preferencialmente, em serviços comunitários de saúde mental.
B) direito à presença médica, em qualquer tempo, para esclarecer a necessidade ou
não de sua hospitalização involuntária.
C) ter garantia de sigilo nas informações prestadas.
D) livre acesso aos meios de comunicação disponíveis.
E) a proibição total da internação compulsória.
2. A política nacional de saúde mental, regida pela Lei 10.216, enfatiza que são
direitos da pessoa portadora de transtorno mental:
A) receber o maior número de informações a respeito de sua doença e de seu
tratamento.
B) ser tratada sempre em serviços comunitários de saúde mental.
C) ter acesso à internação em instituições com características asilares.
D) ter uma sala específica para atendimento aos portadores de transtornos mentais
na unidade básica de saúde.
61
ocorrido, devendo esse mesmo
procedimento ser adotado quando da
respectiva alta.
7. No Brasil o primeiro manicômio foi fundado por Dom Pedro II em 1852 em São
Paulo.
( ) CERTO ( )ERRADO
63
A) Fatores físicos – Fatores ambientais – Fatores emocionais.
B) Culturais – fase proliferativa.
C) Fase de moderação – fase reparadora.
2. “Previstos para dar cobertura aos municípios com mais de 200.000 habitantes,
estão presentes hoje, em sua maioria, nas grandes metrópoles brasileiras – os
municípios com mais de 500.000 habitantes representam apenas 0,63 % por cento
dos municípios do país, mas concentram boa parte da população brasileira, cerca de
64
29% da população total do país. São serviços de grande complexidade, uma vez que
funcionam durante 24 horas em todos os dias da semana e em feriados. Com no
máximo cinco leitos, realiza, quando necessário, acolhimento noturno (internações
curtas, de algumas horas a no máximo 7 dias). A equipe mínima para estes serviços
deve contar com 16 profissionais, entre os profissionais de nível médio e superior,
além de equipe noturna e de final de semana. Estes serviços têm capacidade para
realizar o acompanhamento de cerca de 450 pessoas por mês.” Esta descrição
refere-se a qual serviço de Atenção à Saúde Mental:
A) Serviço Residencial Terapêutico.
B) CAPS i.
C) UPA Saúde Mental.
D) CAPS AD II.
E) CAPS III.
65
D) crianças e adolescentes comprometidos psiquicamente, desde que não sejam
menores infratores.
E) crianças e adolescentes que não sejam comprometidos psiquicamente.
5. Pode ser definida como uma das principais formas de tratamento oferecido nos
CAPS. Leva em conta vários tipos de atividades tais como: espaços de expressão
plástica, expressão corporal, expressão musical e alguns com geração de renda
(culinária, costura, artesanatos em geral), que podem ser definidas através do
interesse dos usuários. O texto se refere
A) ao Núcleo de Apoio à Saúde da Família.
B) às Oficinas Terapêuticas.
C) à Estratégia de Saúde da Família.
D) à Unidade de Acolhimento Transitório.
E) ao Hospital Dia.
66
dependências químicas por álcool ou drogas, que devem ser acompanhados em
unidades de internação hospitalar.
( ) Certo ( ) Errado
67
B) Pensamentos Suicidas
C) Requer atenção constante e é manipulador
D) Neurose Fóbica
A) VVFF
B) FFVV
C) FVVF
D) FVVV
5- A Fobia significa:
A) Medo excessivo e irracional de algum objeto ou situações que não representam
perigo.
B) Dificuldade em raciocinar.
C) Ausência de vontade.
D) Presença de desânimo e tristeza.
E) Ideia delirante associada ao medo excessivo de adoecer.
68
( ) Manipulador emocional, necessidade de
(1) ID
atenção constante.
(5) Emergência
( ) Chamado também principio da realidade.
Psiquiátrica
A) 1-2-3-4-5-6-7-8
B) 3-4-7-8-5-1-2-6
C) 6-2-1-7-4-5-8-3
D) 8-3-7-4-1-5-2-6
69
Teste de Autoestima
70
C Sempre
8. Mesmo quando acontece algo bom, sinto-me infeliz
A Nunca
B Às vezes
C Sempre
9. Tenho a sensação de estar preso(a)
A Nunca
B Às vezes
C Sempre
10. Já me peguei pensando na minha morte
A Nunca
B Às vezes
C Sempre
11. Tenho diminuição ou aumento inexplicável de apetite
A Nunca
B Às vezes
C Sempre
12. Sinto-me inútil
A Nunca
B Às vezes
C Sempre
13. Tenho dificuldade de me concentrar e tomar decisões
A Nunca
B Às vezes
C Sempre
14. Sofro com crises de choro repentinas
A Nunca
B Às vezes
C Sempre
IMPORTANTE
Conte seu número de marcações para cada letra. A que possuir a maior quantidade é o resultado.
Maioria A:
Maioria B:
72
Maioria C:
2 – Defina Esquizofrenia:
A) Fobia.
B) Transtorno.
C) Transtorno cerebral agudo que se manifesta com mudança de humor.
D) Pensamentos.
E)Transtorno cerebral crônico que se manifesta através de percepções,
comportamentos, emoções e pensamentos.
3 – É característica da Esquizofrenia:
A) Medo excessivo.
B) Começa mais cedo nas mulheres.
C) Só tem inicio na fase adulta.
D) Pode ter inicio na adolescência ou começar no principio da idade adulta.
73
5- São sinais positivos da Esquizofrenia:
A) Alucinações, embotamento afetivo.
B) Irritabilidade, lentidão de movimentos.
C) Agitação psicomotora e isolamento social.
D) Comportamento alterado, agitação psicomotora.
A) CCEECCEE
B) CECECECE
C) EEECCEEE
D) CCCCCCCC
E) ECECECEE
74
B) Os sinais positivos só ocorrem nos episódios crônicos.
C) Os pacientes com sintomas e sinais negativos, ficam incapacitados para o
trabalho e até abandonam as atividades diárias.
D) Ausência de satisfação, perda de motivação são sinais positivos.
A) A,B,C,D B) D e B C) A e C D) A,B,C E) B e C
6. Distúrbios Alimentares
75
B) Apresentar compulsão alimentares seguidas de purgação, que pode ocorrer por
meio de vômito autoinduzidos, uso indiscriminado de laxantes, diuréticos ou
fleetenema.
C) Apresentar perturbações psicomotoras e pode haver extremos como hipercinesia
e estupor, obediência automática, negativismo e mutismo.
5. Anorexia nervosa não é diagnosticada com base numa perda de peso acentuada.
A) ( ) CERTO B) ( ) ERRADO
7. Emergências Psiquiátricas
76
3. O local de atendimento da emergência psiquiátrica visa um local com maior
privacidade possível.
A) ( ) CERTO B) ( ) ERRADO
8. Aparelho Cognitivo
A) Superego/Ego/Instintos.
B) Ego/Superego/Impulsos.
C) Ego/ID/Instintos.
77
D) Superego/ID/Impulsos.
2 – O ID funciona segundo:
A ) As neuroses
B ) O Recalque
C ) O Principio do prazer
D) O Principio da realidade
78
14- ANEXOS
Tratamento Medicamentoso
15-RESPOSTAS
Exercício Fixação
80
3 .Fatores que influenciam na Saúde Mental
81
5Transtornos Mentais (Neurose)
1- C) Ansiedade, Fobia, TOC e Histeria
2- B)Excesso de mentiras e manias.
3- C)Requer atenção constante e é manipulador
4-D) FVVV
5-A) Medo excessivo e irracional de algum objeto ou situações que não
representam perigo.
6-C) Pensamentos ou ações repetitivas, ele considera inapropriadas, mas
não consegue controlar.
7-C) 6-2-1-7-4-5-8-3
8- B)VVV
Teste de Autoestima
1. Faço as tarefas diárias lentamente
A Nunca
B Às vezes
C Sempre
2. Meu futuro parece sem esperança
A Nunca
B Às vezes
C Sempre
3. Dificilmente sinto prazer e alegria nas coisas que faço
A Nunca
B Às vezes
C Sempre
4. Já não tenho mais interesse em coisas que eram importantes para mim
A Nunca
B Às vezes
C Sempre
5. Frequentemente me sinto cansado(a)
A Nunca
B Às vezes
C Sempre
82
6. Sinto culpa por coisas que dão errado ao meu redor
A Nunca
B Às vezes
C Sempre
7. Tenho certeza que sou um(a) fracassado (a)
A Nunca
B Às vezes
C Sempre
8. Mesmo quando acontece algo bom, sinto-me infeliz
A Nunca
B Às vezes
C Sempre
9. Tenho a sensação de estar preso(a)
A Nunca
B Às vezes
C Sempre
10. Já me peguei pensando na minha morte
A Nunca
B Às vezes
C Sempre
11. Tenho diminuição ou aumento inexplicável de apetite
A Nunca
B Às vezes
C Sempre
12. Sinto-me inútil
A Nunca
B Às vezes
C Sempre
13. Tenho dificuldade de me concentrar e tomar decisões
A Nunca
B Às vezes
C Sempre
14. Sofro com crises de choro repentinas
A Nunca
83
B Às vezes
C Sempre
6. Distúrbios Alimentares
7. Emergências Psiquiátricas
1. CERTO
84
2. ERRADO
3. CERTO
4. ERRADO
5. CERTO
6. ERRADO
7. CERTO
8. Aparelho Cognitivo
1. A) Superego/Ego/Instintos.
2. C ) O Principio do prazer
3. D) Pensamentos morais e éticos internalizados que impendem certa ações do ID
(perversões, por ex.)
4. D) Impulso
16-Bibliografia
85
BARNES, Mary e BERKE, Joseph. Viagem Através da Loucura. Rio de Janeiro/RJ:
Francisco Alves. 1983.
BASAGLIA, Franco. A instituição negada. Rio de Janeiro/RJ: Graal. 1985.
BENOIT, Jean-Claude.Angústia Psicótica e Sistema Familiar. Campinas/SP:
Editorial Psy II. 1994.
BERCHERIE, P. Os fundamentos da clínica, história e estrutura do saber
psiquiátrico. Rio de Janeiro/RJ: Zahar. 1986.
https://pt2.slideshare.net/LeonardoSantos29/glossario-psiquiatrico. Acesso em
12/10/2020.
https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/transtorno-obsessivo-
compulsivo-toc. Acesso em 11/11/2020.
https://www.msdmanuals.com/pt-pt/profissional/transtornos psiquiátricos -
Transtornos-de-personalidade/transtorno-de-personalidade-histriCB4nica-tph.
Acesso em 18/11/2020.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na
Saúde. Departamento de Gestão da Educação na Saúde. Projeto de
Profissionalização dos Trabalhadores da Área de Enfermagem.
Brasil. Ministério da Saúde - Profissionalização de auxiliares de enfermagem:
cadernos do aluno: saúde mental / Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde,
Departamento de Gestão da Educação na Saúde, Projeto de Profissionalização dos
Trabalhadores da Área de Enfermagem. - 2. ed., 1.a reimpr. – Brasília/DF. 2003.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10216.htm - Acesso em
10/11/2020.
86