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ASSISTÊNCIA À SAÚDE MENTAL

PROF. REBECCA FERREIRA


Epidemiologia da saúde mental
Um estudo publicado na revista The Lancet Regional Health destacou
os impactos da pandemia de coronavírus por aqui no Brasil.

Também trouxe que mais de 60% da população brasileira declarou


possuir algum tipo de transtorno mental.
Transtornos de Ansiedade
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 9,3% da
população brasileira sofre de ansiedade.
O índice nos coloca como um dos países mais ansiosos no mundo.
Esse tipo de doença mental é caracterizado pela preocupação e antecipação
excessivas dos possíveis perigos, de modo a interferir na vida pessoal e
social da pessoa.

Fobia social
Outro tipo de fobia é a aversão à interação social, que é quando a pessoa
tende a temer uma possível crítica, julgamento ou alguma forma de ser
ridicularizada.
Estar em um ambiente com muitas pessoas pode ser aterrorizante para a
pessoa que sofre desse transtorno. Segundo dados divulgados no Congresso
Brasileiro de Psiquiatria, cerca de 13% da população brasileira sofre desse tipo de
ansiedade.
Síndrome do Pânico
Ocorre quando uma pessoa é exposta a situações de estresse muito intenso,
provocando medo exacerbado e afetando a realização de atividades rotineiras.
Dentre os tipos de estresse que podem gerar essa síndrome, estão a submissão
excessiva, abusos morais e sexuais, carga exagerada de atividades e frustrações.
Quando em crise, a pessoa apresenta sintomas como falta de ar, dores no
peito e sensação de morte iminente, mesmo que não haja perigo aparente. 
Segundo dados da OMS, mais de 280 milhões de pessoas no mundo sofrem
desse transtorno, que chega a atingir de 2 a 4% da população brasileira.

Depressão
Uma tristeza persistente, insônia, perda de apetite, dores no corpo
inexplicáveis, apatia e irritabilidade são alguns dos sintomas comuns em pessoas
com quadros depressivos.
Segundo a OMS, cerca de 5,8% da população brasileira vivencia a depressão.
Além disso, 61% declaram sentir alguns sintomas depressivos,
→ Doenças mentais incapacitantes para o trabalho

Os transtornos psiquiátricos podem interferir também na rotina profissional,


tornando a pessoa afetada incapaz de exercer suas atividades por um período.
Essas doenças têm maior incidência em pessoas inseridas em ambientes de
trabalho estressantes e de alta competitividade. Podem ocorrer também a
partir de episódios de assédio moral e sexual, pressão excessiva, jornadas
extensas e atividades abusivas.
Dentre as doenças incapacitantes para o trabalho, estão:

↳ Depressão
↳ Síndrome de Burnout
↳ Transtornos de ansiedade
↳ Transtorno bipolar
↳ Transtorno de personalidade antissocial
↳ Esquizofrenia
↳ Transtornos relacionados ao uso de substâncias psicoativas.
CLASSIFICAÇÃO DAS DOENÇAS MENTAIS
O que são doenças mentais?

Doenças mentais, como o nome sugere, são transtornos da mente


– condições com repercussões de onde psicológica ou
psiquiátrica, com causas e sintomas variados.
→ Eles são classificados em grupos, como:

↳ Transtornos neurocognitivos: Parkinson, Alzheimer ou outras demências,


afeto pseudobulbar.

↳ Transtornos do neurodesenvolvimento: autismo, déficit de atenção


(TDAH), TDA e dislexia

↳ Transtornos psicóticos: esquizofrenia, transtorno delirante

↳ Transtornos ansiosos: fobias, Síndrome do Pânico, ansiedade


generalizada

↳ Transtornos depressivos: depressão maior, distimia


↳ Transtornos de personalidade: anti social, borderline, transtorno bipolar

↳ Transtornos relacionados ao uso de psicoativos: como álcool, cigarro e


drogas ilícitas

↳ Transtornos do sono: insônia, hipersonolência, entre outros.


→ Quais as causas das doenças mentais?
Entre os principais fatores de risco para transtornos mentais, estão: 

↳ Fatores ambientais: estilo de vida estressante, condições de


trabalho impróprias, hábitos alimentares inadequados

↳ Fatores sócio-culturais: contexto político e econômico, problemas


financeiros, questões religiosas

↳ Fatores genéticos: histórico de doenças mentais na família

↳ Fatores químicos: desequilíbrios químicos no cérebro, como baixa


concentração de serotonina.
DETERMINANTES
EM SAÚDE MENTAL
DETERMINANTES EM SAÚDE MENTAL

→ A literatura identifica múltiplos determinantes da saúde mental cuja


gênese está associada às várias dimensões da pessoa: biológicas,
psicológicas, socioeconômicas, ambientais e comportamentais.
Fatores Físicos/Biológicos
• Genéticos/Hereditários

• Fatores Pré-natais

• Fatores Peri-natais

• Neuro-endocrinológicos

• Doenças Orgânicas
Fatores Ambientais

• Todo indivíduo exerce influência em seu meio e ainda todo meio


influencia as características do indivíduo.

• Fatores Sociais

• Fatores Culturais
Fatores Emocionais/Psicológicos

• As condições em que somos inseridos no contexto social pode nos fazer


desenvolver características diferenciadas. Mesmo estando inserido em
um mesmo contexto, duas pessoas se apresentam com métodos e
desenvolvimento diferentes.

• Personalidade
● Determinantes biológicos: Os determinantes biológicos da saúde
mental destacam-se pela relevante influência nos padrões de regulação
hormonal e nos comportamentos de saúde individual, especialmente
associada ao gênero e idade.
● Determinantes psicológicos: Os determinantes psicológicos
condicionam o processo de desenvolvimento de competências
psicossociais. As experiências negativas precoces - privação de
vinculação positiva, às adversidades, a negligência e os abusos provocam
déficits que comprometem o desenvolvimento emocional normal, com
reflexos negativos na adolescência e na idade adulta.
● Experiências negativas precoces: A privação de um processo de
vinculação positiva e de atitudes empáticas por parte dos adultos
dificulta a expressão das experiências emocionais da criança, limitando
posteriormente a capacidade de gestão e controle emocional de forma
ajustada.
● Determinantes socioeconômicos: Os determinantes socioeconômicos
mais preponderantes da saúde e da saúde mental, estão associados ao
ciclo de pobreza (educação, desemprego, habitação, exclusão social e
estigma). Parece haver uma associação entre baixo nível educacional,
desemprego, pobreza e exclusão social, que alimenta o ciclo de pobreza.
● Determinantes comportamentais: Os determinantes comportamentais
da saúde mental destacam-se pelas propriedades de plasticidade que
possuem, mas também pelo caráter consciente e voluntário que
possuem, por isso é facilmente modificável, razão pela qual são alvo de
relevante investimento face ao potencial e oportunidades de saúde que
detêm.
NOÇÕES DE PSICOLOGIA E PSICOPATOLOGIA
→ Ao nascimento, podemos dizer que a criança é um ser indiferenciado,
que apresenta as características de sua espécie, representadas, entre outras
coisas, por um sistema reflexo que lhe permitirá sobreviver nos primeiros
tempos.
↳ Assim, ela se constituirá de um “equipamento” genético constitucional,
sobre o qual o “investimento” ambiental inscreverá suas características,
fazendo que ela cresça não somente mantendo um padrão de
desenvolvimento característico da espécie, mas também com características
singulares que a farão um ser único e irreprodutível.
Uma psicopatologia do desenvolvimento corresponde, então, a uma ciência
“do e para o homem”, em uma unidade corpo-mente que abarca o
desenvolvimento com suas infinitas variedades e patologias desde o
nascimento até a idade adulta quando o psiquismo já se encontra
configurado.
→ Temos de imaginar que, considerando-se as características genéticas de
cada indivíduo, bem como o padrão ambiental a que ele se encontra
submetido, não encontraríamos dois indivíduos similares.
↳ Entretanto, considerando-se os padrões da espécie, similaridades devem
ser encontradas e, assim, com o passar do tempo, mutações genéticas
ocorreram e fizeram que padrões fossem selecionados de maneira a serem
mais eficientes no que se refere à adaptabilidade.
OBS: Temos de pensar também que alterações ambientais e de
estimulação selecionaram padrões de funcionamento que se
mostraram mais adaptados para aquele momento histórico. Em
outros termos, assim como o animal homem foi adaptando-se aos
ambientes físicos e sociais que se alteraram, hominídeos foram
selecionados de acordo com sua maior capacidade adaptativa dentro de um
determinado momento.
→ Para Mithen (1998), três grandes fases poderiam ser identificadas,
conforme descrito a seguir:
● Na fase 1, as mentes são regidas por um domínio de inteligência geral –
uma série de regras sobre aprendizado geral e tomada de decisão. Nesse
momento, a informação entra por meio de inputs sensoriais diferentes
que seriam processados todos em um mesmo módulo de
processamento de informação, com regras fixas de aprendizado e
tomadas de decisão que modificam qualquer comportamento a partir da
própria experiência.
● A fase 2 compreende mentes nas quais a inteligência geral foi
suplementada por inteligências especializadas devotadas a domínios
específicos de comportamento e com funcionamento isolado.
● A fase 3 compreende mentes nas quais múltiplas inteligências
especializadas parecem trabalhar juntas com fluxo de conhecimentos e
idéias entre os diferentes domínios comportamentais.
→ Pensando-se hoje, poderíamos observar inter-relações entre os
diferentes módulos que se constituíriam como uma rede de relações com a
experiência de um domínio comportamental podendo auxiliar na
construção de um modelo em outro domínio propiciando-se novas formas
de pensamento e de comportamento. Essa rede de processamento é que
teria feito o bicho-homem se desenvolver e se adaptar sucessivamente
a todas as mudanças a que foi submetido, sempre de maneira eficaz.
Noções sobre as diversas modalidades de
recreação
Terapia Cognitivo-comportamental

• Psicanálise – Aborda as razões inconscientes dos problemas atuais.

• Psicodrama – Atua com dramatizações de situações.

• Terapias interpessoais – Abordam os relacionamentos atuais.


MODALIDADES DE RECREAÇÃO
● Ludoterapia:
● Musicoterapia:
● Atividades físicas e artísticas:
● Horticultura e jardinagem:
CONCLUSÃO

• Para desenvolver estas atividades com qualidade, é necessária habilidade e


disposição profissional, além de recursos interinstitucionais, intersetoriais, de
capacitação, entre outros.

• É necessário uma atenção próxima, educativa e um acompanhamento


tecnicamente adequado das equipes de profissionais de Saúde Mental.
→ A maioria dos profissionais de saúde mental pratica um dentre os seis
tipos de psicoterapia:

• Terapia comportamental
• Terapia cognitiva
• Terapia interpessoal
• Psicanálise
• Psicoterapia psicodinâmica
• Psicoterapia de apoio

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