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SUMÁRIO

1 TRANSTORNO MENTAL ........................................................................... 3

2 TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA - TEA .................................... 12

2.1 Detecção de sinais iniciais ................................................................. 15

3 PSICOSES ................................................................................................ 18

4 ESTADO MENTAL DE RISCO E FATORES DE RISCO PARA A PSICOSE


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4.1 Trabalhar com a comunidade. ............................................................ 36

4.2 O que determina que uma pessoa seja vulnerável ou resiliente? ...... 38

5 TRANSTORNOS MENTAIS – TEAS E PSICOSES: TRABALHANDO


JUNTO ÀS FAMÍLIAS ............................................................................................... 40

BIBLIOGRAFIA ............................................................................................... 44

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1 TRANSTORNO MENTAL

Fonte: www.retironoticias.com.br

Pessoas com transtornos mentais foram por longos anos conceituadas como
“doentes”, "perigosas", "anormais" ou "especiais". Ainda nos dias atuais observa-se
diversas conceituações referente às pessoas com transtorno mental, favorecendo a
formação de opiniões sobre o assunto. Sendo marcado como patologia, a busca
através de estudos para a identificação de barreiras que dificultam a compreensão da
sociedade acerca do assunto, a pessoa com transtorno mental, não a doença e o
doente mental.
A própria sociedade nomeou de diferentes maneiras o transtorno mental ao
lingo da história da loucura, de acordo com a conveniência dos membros de categoria
elevada, propiciando que a palavra louco tivesse diversos significados. As mudanças
aconteceram também com relação aos cuidados voltados para essas pessoas, tanto
para os que eram assistidos em asilos, hospital ou manicômio.
Por ser vista como fenômeno inerente ao sujeito, a loucura foi marcada como
a causadora de malefícios à sociedade, julgando os sujeitos por ela “acometidos”
como perigosos, o que ocasionou por muito tempo a prisão destes em celas isoladas,
acorrentados, na crença que essa conduta os “salvaria”. Após a percepção que tal
conduta nada resolveria, iniciou-se reivindicações que alcançaram o movimento da

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reforma psiquiátrica, onde seguidamente é decreta a Lei nº10.216, de 6 de abril de
2001, que reorienta o modelo assistencial de saúde mental.

Fonte: www.imagens.globoradio.globo.com

Em virtude dessa Lei ser nova, e o tema também ser alvo de muitos estudos,
verifica-se a necessidade uma vasta discussão em favor da interação de todas as
pessoas da sociedade, em suas jurisdições, de modo que propicie a este tema a
importância devida bem como a assistência no que for necessário por parte de todos.
Os transtornos mentais sejam eles psiquiátricos ou psicológicos, compreendem
as alterações de comportamento, pensamento e/ou emoções. Leves alterações
nessas particularidades são normais, no entanto a partir do momento que as
alterações provocam sentimento de angústia relevante ao indivíduo ou influenciam em
seu cotidiano, passam a ser consideradas como doença mental ou transtorno de
saúde mental. Seus sintomas podem ser duradouros ou temporários.
Embora um largo avanço tenha ocorrido na compreensão e no tratamento da
doença mental, a conotação pejorativa ainda reflete. Tendo como exemplo, situações
onde a pessoa com doença mental é julgada por apresentar a doença ou vista
irresponsável.
O diagnóstico do transtorno mental não comumente é simples ou rápido,
necessita de avaliação precisa sobre a intensidade/gravidade dos sintomas
apresentados, a duração desses sintomas, a forma com que estes interferem na vida
cotidiana da pessoa. As causas para o transtorno mental englobam uma
complexidade de razões, tais como genética, biológica, psicológica, ambientais, todas
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essas questões são avaliadas no diagnóstico da pessoa com transtorno mental. Vale
ressaltar que as questões genéticas têm incidência maior nos transtornos mentais.
A maioria das doenças mentais é tratável, mas, de acordo com a Aliança
Nacional para a Doença Mental, nos Estados Unidos, aproximadamente 60% dos
adultos e quase 50% dos jovens entre 8 e 15 anos que têm transtorno mental não
recebem tratamento.

Fonte: www.tvrsul.com.br

Transtornos mentais são alterações do funcionamento da mente que


prejudicam o desempenho da pessoa na vida familiar, na vida social, na vida pessoal,
no trabalho, nos estudos, na compreensão de si e dos outros, na possibilidade de
autocrítica, na tolerância aos problemas e na possibilidade de ter prazer na vida em
geral (Figueiredo, 2019).
Os transtornos mentais como ansiedade, depressão, transtornos alimentares,
dependência de drogas, demência e esquizofrenia, tem potencial de prejudicar a vida
de toda pessoa por eles acometidos. Na verdade, tendenciam a causar mais dor e
incapacidade do que qualquer outro tipo de problema de saúde.

Estes geralmente são resultados da junção de muitos fatores como:

• Alterações no funcionamento do cérebro;


• Fatores genéticos;
• Fatores da própria personalidade do indivíduo;
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• Ação de um grande número de estresses;
• Agressões de ordem física e psicológica;
• Perdas, decepções, frustrações e sofrimentos físicos e psíquicos que
perturbam o equilíbrio emocional.

Fonte: www.image.slidesharecdn.com

Pode-se dizer que os transtornos mentais não têm causa específica, no entanto
são formados por fatores biológicos, psicológicos e socioculturais.
Os Transtornos Mentais são passíveis de tratamentos e respondem de maneira
favorável ao tratamento medicamentos dentre outros tratamentos, como outras tantas
doenças somáticas. A questão da doença mental ainda é o preconceito, que pode
prejudicar a busca por auxílio pela pessoa que sofre e ainda dificultar que outros a
auxiliem.
Os transtornos mentais são tratados, de uma maneira geral, com a interação
de métodos psicológicos e medicamentos (psicofármacos). Em algumas situações
não se faz necessário do uso de medicamentos e são tratados apenas pelo psicólogo.
Ao profissional que faz o diagnóstico, ao ter o primeiro contato com o paciente, fica
incumbido de fazer a indicação de quais recursos se farão necessários para a
restauração de sua saúde mental.
Desde que as pessoas se entendem como pessoas, há a percepção de
comportamento normal, padrão e comportamento desviante. Em diversos períodos

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da história, esses comportamentos desviantes obtiveram muitos nomes e
classificações.
Para os antigos, alguns desses comportamentos eram vistos como sinais de
deuses, tanto positivos quanto negativos. Por exemplo alguns casos de esquizofrenia,
que eram tidos como sinais de profetas.
Com a influência do cristianismo na cultura ocidental, esses mesmos
comportamentos passaram a ser vistos como sendo negativos e influenciados por
demônios. A depressão, por exemplo, dizia-se que era influenciada pelo demônio do
meio-dia. Como a Igreja tinha bastante influência na sociedade, essas pessoas eram
ou abandonadas por estarem possuídas ou eram levadas a igrejas para serem
exorcizadas.
No final da idade média e início do Renascimento, pessoas que apresentavam
esses comportamentos eram deixadas de lado pela sociedade. Eles eram chamados
de loucos e muitas vezes eram trancados com criminosos para afastar suas
influências das pessoas ditas normais.
Com o tempo e o avanço da medicina, começou-se a perceber que esses
“loucos” não possuíam só comportamento desviante, mas apresentavam sintomas
claros que se repetiam em várias pessoas. Agora, ao invés de trancados em cadeias
com criminosos comuns, eles eram trancados em asilos e manicômios para serem
estudados e tratados.
Neste ponto, passou-se a reconhecer a loucura como doença mental.

Fonte: www.image.slidesharecdn.com
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A psiquiatria moderna surgiu no final do século XIX juntamente a inúmeros
experimentos de tratamento de doenças mentais. Freud, com o auxílio de Jean-Martin
Charcot, de início, aplicou a hipnose para demonstrar que a histeria, doença que
afetava principalmente mulheres e causava paralisias entre outros sintomas, e
causava mistério, se tratava de uma doença psicogênica, quer dizer, de origem
psicológica ou mental.
Carl Jung, um psiquiatra suíço que trabalhava no Hospital Psiquiátrico
Burgholzli, na Suíça, provou o argumento de Freud usando teste de associação de
palavras para provar a existência de um complexo autônomo de repressão e
inconsciência. Ele também facilitou o diagnóstico de esquizofrenia, feito por seu
professor Eugene Bleuler, uma doença que há muito era chamada de demência
precoce.
No século XX, com a compreensão do campo da pesquisa em doenças
mentais, muitos avanços foram feitos no campo da psiquiatria e da psicopatologia.
Durante a Primeira Guerra Mundial, avanços importantes foram feitos no campo da
psicometria ou testes psicológicos. Inicialmente, eles foram usados para selecionar
os melhores soldados e, em seguida, os melhores funcionários para a indústria.

Fonte: www.i.ytimg.com

Por meio de testes psicológicos, iniciou a classificação da inteligência. Como


resultado, alguns casos de transtornos mentais foram classificados como déficit

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cognitivo ou retardo mental. Pessoas com um QI entre 80 e 120 eram consideradas
normais por estarem na média.
Com isso, as pessoas que apresentavam QI abaixo de 80 eram classificadas
com atraso no desenvolvimento mental e rotuladas como retardadas mentais.
Posterior a Segunda Guerra Mundial, a Associação de Psiquiatria Americana originou
o Manual Estatístico e Diagnóstico de Doenças Mentais, o DSM (Diagnostic and
Statistic Manual). Que por sua vez já está na quinta edição, lançada em 2013.
Também a Organização Mundial da Saúde preconizou a Classificação Estatística
Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde, que no momento
já tem a décima edição, conhecido por sua sigla CID-10 (A 11ª revisão está prevista
para entrar em vigor em janeiro de 2022). Ela possui um capítulo exclusivo para
distúrbios mentais e do comportamento que pretende estar concordante com o DSM,
porém apresenta algumas diferenças significativas.
Um estudo foi feito mostrando que o CID-10 é mais utilizado em diagnósticos
clínicos enquanto o DSM-V é mais utilizado em pesquisas, embora haja aproximações
entre ambos.
Ainda que muito importante para o diagnóstico e tratamento dos transtornos,
as classificações estigmatizaram muitas pessoas que apresentavam sintomas
associados aos transtornos, sendo chamadas de loucas ou doentes mentais.

Fonte:www.camacarifatosefotos.com.br

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Para tentar desestigmatizar esse rótulo de problemas psicológicos, houve um
consenso no uso dos termos “transtorno mental” ou “distúrbio mental”. Promovendo
assim a inclusão de tais pessoas tidas como doentes, e o tratamento para com elas
passou a ser com respeito e compreensão, assim as expressões esquizofrênico e
alcóolatra foram substituídas pela expressão “pessoa com esquizofrenia” e “paciente
que sofre de alcoolismo”, pois a classificação é para o transtorno e não para a pessoa.
A saúde mental é tão importante como a saúde física para o bem-estar dos
indivíduos. Os avanços da medicina mostram que, como muitas doenças físicas,
estas perturbações resultam de uma complexa interação de fatores biológicos,
psicológicos e sociais.
É evidente que a saúde mental debilitada de um indivíduo desempenha um
papel significativo na diminuição do funcionamento imunitário e consequente
desenvolvimento de certas doenças (TADOKORO, 2012).

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Sabe-se que as perturbações mentais podem afetar todas as idades e causam


sofrimento no indivíduo, em toda a família e comunidade. Esses fatores na maioria
das vezes são ignorados ou negligenciados no tratamento dos indivíduos,
ocasionando assim o aumento do uso de psicofármacos, tratamentos inadequados e
internações desnecessárias (TADOKORO, 2012).

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Os transtornos mentais já representam quatro das dez principais causas de
incapacidade em todo o mundo. Esse crescente ônus representa um custo enorme
em termos de sofrimento humano, incapacidade e prejuízos econômicos (RMS,
2001).
Visto a alta prevalência de transtornos mentais na atenção primária e o impacto
considerável na vida dos indivíduos afetados, é necessária a implementação de
políticas públicas na área. Para tanto é necessário dispor de informações adequadas
a fim de realizar-se uma análise objetiva das situações sobre as quais se pretende
atuar.
A efetiva abordagem dos problemas de saúde mental pela equipe da atenção
básica, incluído aí uma escuta qualificada (acolhimento) e intervenções pertinentes
neste nível de atenção, é um marcador potente que aponta a incorporação na prática
cotidiana do conceito ampliado do processo saúde-doença (TANAKA; RIBEIRO,
2009).
Dessa maneira, será possível potencializar a capacidade das equipes para sair
da atuação tipo "queixa-conduta" e gerar competência para articular recursos
comunitários e intersetoriais. O conhecimento do contexto sociocultural e dos
recursos da comunidade e da família são condições necessárias para o
enfrentamento de questões que extrapolam os problemas da ordem do biológico,
como os transtornos mentais e aqueles derivados das situações de violência
(TANAKA; RIBEIRO, 2009).

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A busca pelo conhecimento é fundamentalmente uma característica humana.
Desde os tempos pré-históricos, os humanos têm tentado compreender, prever e
controlar o ambiente natural circundante. Hipócrates quatro séculos antes de Cristo,
foi reconhecido no mundo ocidental como a primeira pessoa a tentar descrever e
classificar doenças clínicas diagnosticáveis por meio da observação. Essa prática é
chamada de "Método Hipocrático". Toda a história médica é marcada por esse
raciocínio clínico, entre eles, identificar e agrupar doenças com os mesmos sinais e
sintomas é a base para encontrar a origem dessas doenças, prever seu
desenvolvimento e buscar tratamento.
Na espera de estudo sobre saúde mental, pode-se conferir ao psiquiatra
alemão Emil Kraepelin (1856-1926) a elaboração do primeiro sistema de classificação
que, orientado pelo olhar fenomenológico, pensava numa origem orgânica das
doenças psiquiátricas. Por meio de observação clínica, Kraepelin procurou detectar
padrões de sintomas que favorecesse na elaboração da construção de diagnósticos
sindrômicos. Em seu tratado, contrapôs a ideia de uma psicose única e apresentou o
quadro de “Demência precoce”, diferenciando-o da “Psicose maníaco-depressiva”.

2 TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA - TEA

A originalidade da ciência psiquiátrica como especialização médica se deu


através da ocupação tardia da doença mental como alvo de estudo. É sabido que esse
movimento permanece sofrendo grande influência de aspectos socioculturais que
refletem justamente na concepção das doenças mentais.
Para o Historiador e psiquiatra francês, Jean Garrabé (1992), a doença mental
é uma expressão cultural simbólica do medo elementar dos indivíduos e suas
nomenclaturas são metáforas da morte, da loucura, do inqualificável. Portanto, a cada
período, o ser humano se depara com fenômenos humanos completamente
misteriosos, e tentam atribuir a esse fenômeno um significado. Quando esse
fenômeno é coberto por argumentos lógicos, elimina sua ameaça e seu papel de
mistério, passando a ser minuciosamente modificado por outro fenômeno, ocupando
a condição de doença mental.
Ao contrário de outras especialidades médicas que se apoiam principalmente
na fisiologia, a psiquiatria é regida pelas transformações sociais, incumbidas pela
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densa e contínua produção de grupos de estudos de doenças que gradativamente se
sobrepõem aos grupos presentes, deixando-os para trás. Tal fenômeno alcança no
mesmo grau o campo da psiquiatria infantil, onde se identifica a mudança do grupo
das psicoses infantis (ou esquizofrenia infantil) para o transtorno do espectro autista.
A expressão psicose infantil é vista como inapropriada a este novo momento
da psiquiatria, tornando-se desprezado pelos profissionais bem como os pais das
crianças com transtorno mental, sendo esta expressão eliminada do calepino médico-
psicológico. O autismo completa o espaço semântico vago que a psicose infantil
deixou, conquistando evidência distinta nos âmbitos científico, social e jurídico, com a
considerável compreensão da sociedade através de movimentos de esclarecimento
acerca desse transtorno, e a efetivação de leis que garantem aos autistas direitos
peculiares.
Os obstáculos em instituir definições nítidas sobre o autismo e esquizofrenia
infantil, induziu muitos psiquiatras infantis e psicanalistas conceituá-los
psicopatologias similares, que pertencem à classe de psicoses infantis. A razão para
a ocorrência dos transtornos mentais infantis, particularmente do autismo, foi
identificada como um lapso na função materna.
O Manual de Diagnóstico e Estatística das Doenças Mentais, são referenciais
importantes para a prática clínica, de ensino e pesquisa, bem como um instrumento
primordial para a coleta e comunicação de dados estatísticos relacionados à saúde
mental. Além da demanda a fim de melhorar constantemente a eficácia e
confiabilidade das categorias fornecidas, as inspeções regulares desses suportes
procuram seguir as várias as diversas modificações correspondentes à época e à
cultura. Portanto, cada manual de diagnóstico apresenta a evolução única dos
conceitos de psicose infantil e autismo.
O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é um termo que abrange entre
outras manifestações, o autismo, que se reforçou como transtorno do
neurodesenvolvimento com o lançamento do DSM-5, integrando juntos aos
transtornos de aprendizagem, motores, da atenção e da comunicação. É necessária
compreensão específica acerca do conceito, as características e limitações
encontradas no indivíduo com esse transtorno. De acordo com SCHMIDT (2013), “(...)
o TEA é definido como um distúrbio do desenvolvimento neurológico que deve estar

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presente desde a infância, apresentando déficit nas dimensões sociocomunicativa e
comportamental”.

[...] as manifestações comportamentais que definem o TEA incluem


comprometimentos qualitativos no desenvolvimento sociocomunicativo, bem
como a presença de comportamentos estereotipados e de um repertório
restrito de interesses e atividades, sendo que os sintomas nessas áreas,
quando tomados conjuntamente, devem limitar ou dificultar o funcionamento
diário do indivíduo (APA, 2013 apud ZANON et al, 2014, p.25).

O TEA é descrito em três níveis, leve, moderado e severo, deste modo, há que
se ter o cuidado para não igualar o indivíduo com autismo, pois cada indivíduo em sua
singularidade, tem níveis intelectuais diversos.
É observável a presença dos déficits do autismo no cotidiano da criança. O
déficit na linguagem (comunicação) é passível de ser identificado com a falta ou
demora da evolução da linguagem oral. O déficit no convívio social é comum no
autismo, devido a ausência de reciprocidade, o problema na socialização e a
dificuldade do contato com o próximo. O déficit comportamental, outro aspecto do
autismo, manifesta-se na necessidade do autista em fixar rotina, como também a
presença movimento repetitivo comum em grande parte dos casos. Sendo esses
sintomas, decorrências causadas pelo transtorno da pessoa com autismo, que pode
ser mais leve ou mais grave, os sintomas dependerão do nível de comprometimento
do indivíduo.

“[...] é também comum se observar crianças autistas fascinadas por certos


estímulos visuais, como luzes piscando e reflexos de espelho bem como
tendo certas aversões ou preferências por gostos, cheiros e texturas
específicas [...]” (SILVA; MULICK, 2009, p.120)

Diante do exposto, fica claro que os transtornos do espectro do autismo não


aparecerão de forma linear, pois não existe uma receita para mostrar os sintomas
relacionados ao autismo. Reconhecer uma pessoa com autismo é evocar que,
dependendo de sua gravidade, as características acima são indivisíveis e podem ou
não ser óbvias. No entanto, nem todos os indivíduos apresentam os mesmos
sintomas. É necessário perceber que mesmo que haja semelhança cada contexto é
único, e as pessoas com autismo não serão iguais umas às outras.
Os desafios da pessoa com autismo são muitos, no entanto não devem ser
desmotivadores nas dimensões educacional, profissional e pessoal. É relevante a
iniciativa em compreensão do tema, acompanhamento e empenho por melhorias no
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auxílio do desenvolvimento cognitivo, social e afetivo. Conquistando expectativas de
evolução com a busca por maiores conhecimentos, percepção do sujeito em sua
essência.
Para resguardar as pessoas com autismo foram criadas leis que visam quebrar
barreiras, promovendo a inclusão. Apoiado na Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional, Lei nº 9.394/96, também na Política Nacional da Educação Especial na
Perspectiva da Educação Inclusiva (2008), as Diretrizes Nacionais para Educação
Especial na Educação Básica (RESOLUÇÃO CNE/CEB Nº 2, DE 11 DE SETEMBRO
DE 2001), a lei nº 13.146/15, que estabelece a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa
com Deficiência e a lei de amparo à pessoa com autismo, a lei nº 12.764/12. Esta
última é a lei de maior relevância no que se refere à inclusão da pessoa com transtorno
do espectro autista.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), lei nº 9.394/96
reestrutura a percepção do ensino orientada à pessoa com Necessidade Educacional
Especial e institui um sistema de ensino compatível a uma educação inclusiva.

Currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização,


específicos para atender às suas necessidades; terminalidade específica
para aqueles que não puderem atingir o nível exigido para a conclusão do
ensino fundamental, em virtude de suas deficiências [...], professores com
especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento
especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a
integração desses educandos nas classes comuns; educação especial para
o trabalho, visando a sua efetiva integração na vida em sociedade, inclusive
condições adequadas para os que não revelarem capacidade de inserção no
trabalho competitivo, mediante articulação com os órgãos oficiais afins [...]
acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares
disponíveis para o respectivo nível do ensino regular (BRASIL, 1996, p. 19-
20).

2.1 Detecção de sinais iniciais

Detectar os primeiros sinais de problemas favorece a instituição instantânea de


ações muito importantes, pois quanto mais cedo ocorre a intervenção, melhores são
os resultados positivos. A maior maleabilidade dos aspectos anátomo-fisiológicos do
cérebro nos anos iniciais de vida e a função fundamental das experimentações de vida
de um bebê, para o exercício das conexões neuronais e para a composição
psicossocial, fazem desta etapa um momento receptivo e favorável para intervenções.
Então, as intervenções quando acontecem precocemente, em situações de sinais de
problemas de desenvolvimento com ligação ao TEA são mais eficazes, tendo os
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profissionais darem maior relevância para esse processo. Vale salientar que para o
diagnóstico, a presença dos sintomas precisa ser identificada até os três anos de
idade.

https://www.sbp.com.br

Os inventários de desenvolvimento geral e de sinais de alerta para problemas,


é um material significativo para preparar os profissionais de saúde na função de
detecção desses casos. No entanto, quanto menor a criança, menos expressivos são
os sinais de problemas de desenvolvimento, o que dificulta a antecipação do
diagnóstico, exigindo maior cuidado e atenção dos profissionais para que não ocorra
precipitação no diagnóstico, pois o mesmo podem não tende a ser bom tanto para a
família quanto para o bebê. Portanto acompanhamento e intervenções se fazem
necessários para um diagnóstico fidedigno.
O comportamento traz alguns sinais quando se fala de TEA. Pode ser
observado em algumas situações comportamentos repetitivos, atípicos,
estereotipados severos, o que apontam para um inevitável direcionamento para uma
avaliação diagnóstica de TEA.
Como indicadores comportamentais de TEA, podemos citar:
Motores - movimentos motores estereotipados (ex. correr de um lado para o
outro), ações atípicas repetitivas (ex. observar objetos aproximando-se muito deles),
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dissimetrias na motricidade (ex. dificuldade de virar o pescoço e a cabeça na direção
de quem chama a criança).
Sensoriais - ato de cheirar e lamber objetos, não suporta exagero de alguns
sons, fixação do olhar a coisas que te luzes ou transmite ruído, permanência
demorada tocando determinada textura.
Rotina – presença de ritos rígidos, obstáculos para alterar a alimentação.
Fala – ecolalia imediata ou tardia, repetição da fala do outro, presença de traço
na entonação e no volume da voz, perda de habilidades previamente adquiridas
(Certas crianças com TEA param de falar e certas habilidades sociais adquiridas são
comprometidas por volta dos 12 aos 24 meses). Podendo a perda ser gradual ou
supostamente súbita).
Aspecto emocional – limitação e dificuldade da expressão emocional, inércia
no contato corporal, não conseguir se aconchegar em seu cuidador, muita
sensibilidade à descomodidade, dificuldade de expor suas vontades e preferências.
A determinação do TEA permanece essencialmente clínico e é feito a partir de
observações da criança e entrevistas com pais e/ou cuidadores. O uso de escalas e
instrumentos de triagem padronizados ajuda a identificar problemas específicos,
sendo muito importante para o rastreamento e a triagem de casos suspeitos, mas não
é essencial para a avaliação nosológica. A partir da identificação dos sinais de alerta,
podem ser iniciadas a intervenção e a monitoração dos sinais e sintomas ao longo do
tempo. Ao reconhecer os sinais de alerta, você pode começar a intervir e monitorar os
sinais e sintomas ao longo do tempo.

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3 PSICOSES

Fonte: www.2.bp.blogspot.com

A Psicose a uma doença bastante mencionada em várias esferas: no cotidiano


popular, no cinema, como, por exemplo, no famoso filme de Alfred Hitchcock 'Psicose'
e, claro, na ciência psicológica, mais especificamente na psicanálise. Com o presente
ensaio objetiva-se refletir sobre as dificuldades de se elaborar um diagnóstico correto
e de caracterizar a psicose.

Vieira (2001) cita três razões nas quais se faz necessário o uso do diagnóstico:
• Para existir comunicação, trocas e transmissão de informações;

• Para que seja possível obter uma opinião coerente que atribua um relativo
poder ao que se analisa;

• O diagnóstico possibilita adquirir orientações importantes para se ter uma ideia


de como agir e administrar a terapia.

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Fonte: www.image.slidesharecdn.com

No entanto, sua prática não é tão simples quanto sua definição. A maior
polêmica é como respeitar o universo do indivíduo e classificá-lo como mais um
diagnóstico previamente estabelecido. Vieira (2001) destacou, "por mais que se
busque preservar a singularidade, a atribuição de um diagnóstico é necessariamente
a atribuição de um juízo de valor que incorpora o sujeito a uma classe".
Na verdade, devemos admitir que o diagnóstico é um problema enfrentado
pelos psicanalistas, e todo diagnóstico é inevitavelmente uma classificação. Vieira
(2001) conclui que, "percebemos então que no diagnóstico há sempre um aspecto de
objetivação do sujeito que consolida o peso do eu em detrimento da flutuação
subjetiva".

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Fonte: www.68.media.tumblr.com

Portanto, a utilização do diagnóstico pelo terapeuta como ferramenta de


trabalho, deve ser vista com cautela, que por ser uma ferramenta limitada, apresenta
incapacidade de promover uma análise sem equívocos ou erros. Cabendo ao
profissional o cuidado para não se confundir com questionamentos que instigam a
quebra entra filosofia e diagnóstico.
Hoje em dia, o diagnóstico psiquiátrico reduziu-se a um conjunto de sintomas
descritos pelo CID ou DSM. Ao psiquiatra basta conhecer as listas de sintomas e
enquadrar seus pacientes nos diagnósticos correspondentes. O paciente, nos dias
atuais, não tem um diagnóstico: tem vários, porque seus sintomas podem compor,
seguindo escalas, mais de um diagnóstico possível, o que acontecer na maioria dos
casos. Não importa o ser humano que se "esconde" atrás dos sintomas, considera-
se apenas a superfície e o sujeito não entram em questão (HEGENBERG, 2004).
Portanto, para fazer um diagnóstico, a psicanálise, por sua vez, precisa estar
atenta aos fatores conscientes e inconscientes, como enfatiza Hegenberg, pois exige
que o terapeuta seja capaz de distinguir entre o que lhe pertence (juízo de valor) e o
que é referente ao outro. Desse modo, é enfatizada a importância fundamental do
diálogo significativo, que decorre da relação entre o terapeuta e o paciente
(transferência-contratransferência).

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Fonte: www.image.slidesharecdn.com

Cabe ao profissional decidir como lidar com essa habilidade, e buscar o maior
equilíbrio, não se perder no diálogo psicológico, nem se prender a normas e manuais
"sagrados". A situação se equilibra com ele: sem cautela, um extremo sempre
prevalecerá, então o outro extremo ficará desequilibrado. Na verdade, este é um
caminho difícil e trabalhoso. No entanto, isso nada mais é do que a própria prática
clínica. Pessoas que trabalham com pacientes mentais precisam ter um
conhecimento profundo do assunto, bem como experiência na prática clínica e / ou
institucional.
O psiquismo é organizado por três ordens, sendo o id, o ego e o superego. O
ido nasce com a pessoa, ele representa um acúmulo de energia, preenchido de
pulsões e desejos inatos, é movido pelo princípio do prazer, não sofre influências
externas. Já o ego, está entre o id e o superego, direcionado para a realidade, busca
pela realização das demandas por meios socialmente permitidos, este contrapõe o id
sendo movido pelo princípio da realidade. O superego é rigoroso, é a consciência,
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atuando como juiz em relação ao ego, é formado por leis e normas da cultura onde a
pessoa é inserida.

Zimerman (1999) distingue três situações:


• Psicose propriamente dita;
• Estado psicótico;
• Condição psicótica.

E ressalta que as psicoses implicam um processo deteriorativo das funções do


ego, a tal ponto que haja, em graus variáveis, algum sério prejuízo do contato com a
realidade. Por exemplo as diferentes formas de esquizofrenias crônicas.

Fonte: www.cdn.slidesharecdn.com

A psicose tem como núcleo estruturante central o predomínio do princípio do


prazer sobre o princípio da realidade. Desse modo, as funções do ego são afetadas,
o que mostra que o contato do doente mental com seu mundo externo é um ambiente
limitado por seu universo interpsíquico, ou seja, seu próprio mundo.
Em 1924, Freud escreve sobre a perda da realidade na Psicose e na Neurose,
que auxilia na compreensão da psicose como um afastamento do ego (em favor do
id) da realidade, com prevalência do id (ao invés do princípio da realidade) sobre o
ego em si. Determinou a presença de duas etapas para evolução de uma defesa
psicótica frente a um estímulo. Primeiro o afastamento do ego para além da realidade
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do estímulo manifestado. Seguidamente uma oportunidade de buscar consertar o
prejuízo ocasionado pelo afastamento, através da recomposição da interação do
indivíduo com a realidade ao seu redor, graças ao id.
A caracterização do psicótico descrita segundo Hegenberg (2004): Profundas,
centradas nelas mesmas, estabelecendo uma delicada relação com o ambiente
porque esse ambiente pode ser fator de desorganização pessoal, têm um mundo
interno rico, em função do id como instância dominante. A criatividade do tipo P é
grande em função desse contato profundo com seu mundo interno, sendo que suas
ideias próprias, que não precisam respeitar regras ou opiniões alheias, também se
dão em função dessa riqueza do mundo interior.

Fonte: www.slideplayer.com.br

Para além dessas características, existe outro fator que define o quadro da
doença mental, a saber, as questões sociais. É difícil para as pessoas com doença
mental atuarem no campo social. Em termos psicanalíticos, é difícil atuar na frente de
outra pessoa e no espaço de outra pessoa.
Tenorio (2001) completa, “podemos dizer a dificuldade de constituir o próprio
campo do Outro como isso que ele é para nós, neuróticos: o campo de nossa
existência (social), o campo simbólico onde um sujeito (simbólico/social) pode se
realizar e se exercer como sujeito”.
Na personalidade psicótica, a fragmentação é característica da angústia, não
havendo estruturação do superego, porque o id é que comanda a organização, que
conduz ao conflito com a realidade. O pensamento com característica delirante

23
primário, não se restringe, favorecendo-o a se expor com certa normalidade. Por ser
o pensamento prisioneiro, não se satisfaz, nem é livre para tecer novos pensamentos.
O que justifica o fato de o psicótico ter dificuldade em elaborar representações, o que
ouve é compreendido de forma literal.

Fonte: www.cienciahoje.org.br

Por exemplo, se uma pessoa psicótica escuta que a cabeça de alguém está
"cheia de lixo", seu entendimento é de que o crânio dessa pessoa está cheio de
objetos sujos. Podendo ficar angustiado por não poder retirar esse "lixo" de lá. A
psicose impossibilita a abstração.
Inerente ao pensamento, os afetos são também típicos, para o psicótico não é
possível experienciar os sentimentos genuínos vivenciados. De acordo com
Albuquerque (1995), na psicose incide, portanto, uma interdição no registro da
'nominação dos afetos', tornando os sentimentos, o que não possibilita nomear
adequadamente as vivências cuja causa esteja relacionada à significação ausente.
Além do pensamento e dos sentimentos, os profissionais também precisam
compreender o ambiente em que o doente mental está inserido, principalmente a
família no que se refere aos seus familiares. Em um aspecto mais amplo, seus
familiares apresentam "características psiquiátricas", como recolhimento. São
fechadas, têm mundo próprio, não gostam das regras e do que se fala no meio social,

24
ou seja, essas características impedem um diálogo saudável entre o sujeito e as
coisas diferentes, com estímulo desse campo desconhecido pode proporcionar certa
autonomia e liberdade. Desta forma, essas pontuações favorecem considerar a
possibilidade de "disseminação" do adoecimento mental entre os familiares.

Fonte: www.i.ytimg.com

Diferentemente das outras doenças emocionais, que podem ser comparadas


às experiências humanas, a psicose ou transtorno psicótico não encontra base de
analogia com nenhuma vivência pessoal, e não é semelhante nem ao sonho mais
irreal. Este estado mental indica uma perda de contato com o real (Santana, 2019).
Pessoas que passam por uma crise psicótica podem ter alucinações, delírios,
mudanças de comportamento e confusão mental. Esses sintomas, combinados com
a falta de visão crítica, tornam os indivíduos incapazes de reconhecer as estranhas
características de seu comportamento. Como resultado, o indivíduo encontra sérias
dificuldades nas relações sociais e na execução das tarefas diárias.
O grau desta perda de contato com a realidade depende da intensidade da
psicose. Quando não estão em crise, os pacientes cuidam de si mesmos, preocupam-
se com sua qualidade de vida, alimentam desejos sexuais, desempenham bem seus
papéis sociais, interagindo com o outro sem problemas (Santana, 2019).

25
A doença mental começa quando uma pessoa passa a se associar com coisas
ilusórias e mudar suas atitudes, ideias e visão de mundo devido a esse
relacionamento. A partir de então, a realidade perde o sentido para os pacientes.
Embora continue a viver no mundo real, pode pensar em situações absurdas ou com
pessoas que não existem.

https://psicoativo.com

As reações psicóticas podem ser causadas por muitas fontes de estresse do


sistema nervoso. Por exemplo, as pessoas podem vivenciar a breve experiência de
alucinações sem serem caracterizadas por psicose permanente, o que afeta suas
vidas. Podendo até mesmo usufruir dessas experiências como estímulo para a arte
ou como intuição divina. Desse modo, o lidar com a psicose necessita ser como uma
continuidade de seu estado de consciência.
De acordo com o DSM – Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders,
guia de diagnósticos muito usado nos EUA -, a psicose é classificada como um sinal
de uma inquietação mental, e não como uma doença em si mesma. Segundo o
mesmo manual, psicose se divide em duas classes – funcional, como a esquizofrenia
e as doenças afetivas, e orgânica, como resultado de uma demência ou de
intoxicações.

26
Fonte: www.transpsicanalise.com.br

A psicose, faz com que os indivíduos acometidos por ela se comportem de


maneira estranha, com posturas estranhas, se vestem de maneiras estranhas, sofrem
com alucinações, pensamentos falsos e avassaladores que bagunçam as coisas.
Quase sempre são impulsivos e frequentemente estão em perigo porque distorcem a
realidade e agem de acordo com essa percepção ilusória. Eles não têm clareza sobre
si mesmos e seu ambiente.
A fala do paciente reflete uma falta de coerência e uma falta de pensamento
organizacional. A memória também é gravemente prejudicada, seja no registro, como
na retenção de memória e seu resgate. Sua orientação de tempo também é
comprometida, com emoções que variam de indiferença e frustração a medo e raiva.
As causas da psicose podem ser por uma predisposição genética, ou fatores
orgânicos externos, fomentados por situações ambientais e psicossociais. Podendo
o psicótico deixar de ter os cuidados com sua alimentação ou higiene pessoal.
Quando na crise, o psicótico pode oferecer risco para si e para outrem.
Importante que no atendimento de emergência, seja avaliado quaisquer sinais de
agressividade, para um melhor controle da situação.
.

27
4 ESTADO MENTAL DE RISCO E FATORES DE RISCO PARA A PSICOSE

Fonte: www.temosquefalarsobreisso.files.wordpress.com

Nos últimos anos, existe uma tentativa de identificar prospectivamente pessoas


na fase prodrômica da esquizofrenia e outras doenças psicóticas. Métodos de risco
ultra alto fundamentados em uma combinação de características conhecidas e fatores
de risco de traço e estado, tornaram-se a estratégia principal. A aprovação de padrões
de risco ultra alto leva em consideração a pesquisa preditiva com este público, numa
iniciativa de constatar fatores de risco clínicos, intelectuais e orgânicos que precedem
a psicose. Acarretando em uma série de estudos sobre a atuação com este público,
englobando também a utilização medicamentosa (antipsicótico) em doses baixa,
terapia cognitiva, ácidos graxos, ômega 3.
Embora haja evidências razoáveis de que uma estratégia de intervenção
específica é eficaz nessa população, o tipo e a duração mais eficazes ainda não foram
determinados. A atual controvérsia nesta área envolve a inclusão de uma modificação
no padrão de ultra alto risco (síndrome de psicose enfraquecida) na próxima edição
do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais.
Nas últimas décadas, a intervenção precoce para esquizofrenia e outras
doenças psiquiátricas tem sido uma questão central na psiquiatria. Embora o foco
tenha sido inicialmente no primeiro episódio de psicose, ele rapidamente se expandiu
para o estágio anterior ao início da doença.
28
Fonte: www.sairdadepressao.com

O aparecimento de doenças psicóticas é de um modo geral baseado no


período prodrômico caracterizado por sintomas psicóticos inespecíficos, diminuição
da função e sintomas psicóticos reduzidos ou isolados, este último se aproximam mais
do início da psicose.
A identificação de casos nesta fase da doença ("pródromo") oferece
possibilidades importantes para a pesquisa e intervenção da psicose. Em primeiro
lugar, pode fornecer informações sobre os estágios iniciais e anteriores da doença
para que variáveis preditivas e marcadores de vulnerabilidade possam ser
determinados. Em segundo lugar, permite o desenvolvimento de intervenções que
podem retardar, melhorar ou mesmo prevenir o aparecimento da doença.
No entanto, o principal desafio é identificar os precursores prospectivamente,
principalmente considerando a não especificidade dos sintomas prodrômicos. Os
sintomas prodrômicos típicos (como distúrbios do sono, mau humor e ansiedade)
podem ser o resultado de várias doenças (como depressão severa, ansiedade e até
mesmo doenças físicas) e não indicam necessariamente doença mental.

29
Fonte: www.nacoesunidas.org

Mesmo os sintomas psicóticos positivos diminuídos ou isolados não evoluem


necessariamente para psicose franca, porque esses sintomas ocorrem antes do início
de doenças não psicóticas e são bastante comuns na população em geral.
Portanto, embora alguns sintomas evoluam para psicose (verdadeiro positivo),
muitos sintomas não evoluem. "Alarmes falsos" referem-se a pessoas que ainda não
desenvolveram e nunca desenvolverão doenças mentais. Se não for por causa de
fatores que mudam a trajetória da doença (como intervenção, redução do estresse ou
desistência do uso de drogas ilícitas), esses falsos positivos devem ser diferenciados
daqueles que causam doenças mentais.
O desenvolvimento de parâmetros que possam identificar pessoas com
possibilidade de ser desenvolver a psicose com maior assertividade, é um desafio
vivenciado pelos estudiosos da psicose.
Observa-se um aumento da criminalidade, bem como da violência nas últimas
décadas, o que tem elevado esforços para um melhor entendimento do
comportamento antissocial.

30
Fonte: www.recreoviral.com

Estudos retratam que nos Estados Unidos, no ano de 2005, a maioria de todos
os detentos da prisão foram acometidos por problemas de saúde mental, sendo
705.600 detentos em prisões estaduais, 78.800 em prisões federais e 479.900 em
cadeias locais. Tal aproximação descreve 56% dos presos estaduais, 45% dos presos
federais, e 64% dos reclusos em cadeias locais.
Esse acontecimento se dá por algumas razões, englobando falta de
oportunidade de tratamento apropriado para quem sofre com doença mental, restrita
oferta de leitos nos hospitais psiquiátricos, normas formalizadas e rigorosas quanto
ao compromisso civil.

31
Fonte: www.essentia.com.br

Estudos sobre os transtornos mentais no público carcerário, no Brasil, são


escassos, uma vez que este cenário tem gerado conflitos em muitos países. Contudo
a prevenção dessa patologias e redução dos riscos, para muitos programas de saúde,
são o foco de atuação, sob uma perspectiva preventiva, assim como os demais
programas de prevenção ao câncer e outras doenças infecciosas.
As ações preventivas miram grupos específicos ou num contexto geral. Pode-
se exemplificar com os programas de rastreio populacional do câncer, campanhas de
vacinação, grupos de conscientização para tabagistas sobre os riscos, entre outros.
Tem como objetivo impedir o aparecimento de doenças específicas por meio da
identificação, controle e da dispersão dos fatores de risco dessas doenças.
A psiquiatria tem procurado uma atuação preventiva pelo fato de que alguns
transtornos mentais como déficit de atenção/hiperatividade, esquizofrenia, depressão,
tem possibilidade de permanecerem fixos, ou seja crônico, ainda que esteja em
tratamento, assim ocasionando sofrimento além de prejuízos sociais e econômicos.
Essa linha de atuação, a prevenção, é algo novo no campo da saúde mental, visto
que normalmente seu olhar era mais voltado para o tratamento e reabilitação do
paciente portador de transtorno mental.

32
Fonte: www.imgsapp2.uai.com.br

O Instituto Nacional de Psiquiatria do Desenvolvimento (INPD) é um centro de


pesquisa multicêntrico, que reúne especialistas de diversas universidades do Brasil e
do exterior, entre elas a Universidade de São Paulo, a Universidade Federal de São
Paulo, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul, a Universidade Presbiteriana
Mackenzie e a Universidade Federal de Pernambuco. A coordenação da instituição é
realizada pelos psiquiatras Eurípedes Constantino Miguel Filho, Luis Augusto Paim
Rohde e Marcos Mercadante. O INPD realiza pesquisas sobre os transtornos mentais
da infância, com avaliações sob o ponto de vista social e biológico, para a elaboração
de métodos e dispositivos para a identificação precoce de crianças e de adolescentes
que manifestam fatores de risco para os distúrbios, propiciando uma intervenção
antecipada, antes da manifestação da doença.
Essas pesquisas acerca da ligação existente entre ambiente e fator genético
propõe que os genes não demarcam as enfermidades de modo permanente, as
doenças mentais resultam da relação complexa de diversos genes de pequeno efeito
e os vários fatores ambientais, ressaltando que ao referir “genes de pequeno efeito”
quer dizer que cada gene é responsável por parte dos sintomas.

33
Fonte: www.saudementalepsiquiatria.com

Elas sugerem ainda que os agentes ambientais têm o potencial de modificar a


biologia humana. Apesar de não conseguir alterar a sequência de DNA herdada, o
ambiente pode modificar os genes e a forma como se expressam em algumas células
ao longo do neurodesenvolvimento.
A genuína ligação dos agentes ambientais e genéticos, assim como a
significância dos perigos da evolução de uma psicopatologia são pontos ainda
obscuros, possivelmente muito distintos para cada indivíduo. No entanto há uma
probabilidade de se produzir meios preventivos, se levado em conta o desempenho
do ambiente em estimular ou não frações do DNA.

34
Fonte: www.s3-sa-east-1.amazonaws.com

A abordagem de ultra alto risco (UAR) objetiva a identificação de indivíduos em


risco iminente de apresentar psicose realçando três categorias primárias de risco.
Primeiro, os sintomas positivos atenuados (SPA) evidenciam o início ou a piora de
sintomas positivos subclínicos nos últimos 12 meses. Esses sintomas são
categorizados em pensamentos incomuns, suspeitas/paranoia, alterações de
percepção, grandiosidade e comunicação desorganizada. A gravidade de cada
sintoma é avaliada com base em sua frequência, duração, impacto no relacionamento
e extensão da perda de discernimento. Sintomas psicóticos breves e intermitentes
(SPBI) constituem uma segunda categoria de critérios para UAR, que se refere ao
aparecimento de sintomas psicóticos transitórios nos últimos três meses. Isto é,
indivíduos que apresentam sintomas positivos dos critérios de SPBI em nível de
intensidade característico de psicose, mas que não cumprem os critérios de um
diagnóstico de transtorno psicótico do eixo I do DSM-IV. Risco genético e deterioração
(RGD) formam uma terceira categoria da síndrome de UAR, identificada pelo risco
genético para psicose e declínio funcional recente. O critério RGD está relacionado
com o fato de apresentar um parente de primeiro grau com transtorno psicótico ou
apresentar diagnóstico de personalidade esquizotípica, além de um declínio no
relacionamento social nos últimos 12 meses, aferido pela Escala de Avaliação Global
do Funcionamento (GAF2), (G. GEE, Dylan; D. CANNON, Tyrone, 2011).

35
A abordagem da medida de sintomas básicos, que são avaliados por meio de
escalas como a Escala de Bonn para a Avaliação de Sintomas Básicos (BSABS5) ou
o Instrumento de Previsão de Esquizofrenia – Versão Adulto (SPI-A6), também é
utilizada para a detecção precoce de risco de psicose. Os sintomas comuns são
descritos como perturbações subjetivas sutis que se manifestam sob diversos níveis
do funcionamento, como cognição, iniciativa, percepção e nível de energia. Tais
sintomas não são integrados pelas avaliações de sintomas positivos. A hipótese de
que os sintomas básicos possam representar uma indicação precoce de estágios
prodrômicos está presente.

4.1 Trabalhar com a comunidade.

Tradicionalmente, são descritos três níveis de prevenção: primária, secundária


e terciária. A prevenção primária tem como objetivos evitar o aparecimento de um
transtorno mental e, assim, reduzir a incidência na população (número de casos novos
em um período de tempo específico). Um exemplo são as campanhas educativas
sobre os riscos do uso de álcool e drogas.

Fonte: www.imagens.globoradio.globo.com

A prevenção secundária visa à identificação precoce e ao pronto tratamento de


portadores do distúrbio, para a redução da prevalência na população (número total de
casos existentes em um determinado período de tempo) e do tempo de duração do

36
distúrbio. A prevenção terciária busca a redução da prevalência de incapacidades
residuais, para que as pessoas com doença mental crônica alcancem o nível mais
alto de funcionamento possível.
Na prevenção primária, o profissional da psicologia atua junto à comunidade
em práticas direcionadas à população em geral ou para grupos exclusivos, como em
grupos de crianças e adolescentes, com o intuito de redução da ocorrência de
dificuldades de ajustamento e promoção da formação de competências relacionadas
à saúde mental.
O objetivo é promover fatores de proteção, aspectos sadios que podem ser
ativados diante de situações adversas. Nessa abordagem, o psicólogo não impõe a
adoção de comportamentos, ele estimula o fortalecimento do grupo para que, se
surgir alguma adversidade, os indivíduos sejam capazes de ultrapassar o problema
através da resiliência ou consigam enfrentar e reagir, utilizando suas habilidades de
vida.

Fonte:www.epsjv.fiocruz.br

Tal conjunto de fatores de proteção de cada indivíduo, opera como um meio de


ajuda na relação com acontecimentos estressores da vida, desviando repercussões
negativas para a saúde mental. Pode-se exemplificar como fatores de proteção os
vínculos afetivos, o humor, o bom funcionamento cognitivo (inteligência), as
habilidades de comunicação e as habilidades sociais (relação interpessoal),

37
relacionamentos sociais e afetivos (rede de apoio social), acesso aos serviços de
saúde e à educação e as políticas públicas de proteção aos direitos humanos.
O incentivo de fatores de proteção pode ser produzido em diversas áreas da
Psicologia, tais como a Psicologia comunitária, Psicologia escolar e a Psicologia da
saúde, tendo possibilidade de se direcionar por vários referenciais, como a Psicologia
Positiva e o modelo ecológico de desenvolvimento humano. A descrição das ações
preventivas necessita de um conhecimento afinco acerca do desenvolvimento infantil
e os agentes ambientais e individuais que sugerem risco ou proteção à saúde mental.
Ademais, é importante examinar se tal ação preventiva responde às demandas e é
compatível com as especificidades da comunidade.
Vale salientar que os riscos referentes à saúde mental são passíveis de
diversas origens, como: física (como doenças genéticas ou adquiridas), social (por
exemplo, um ambiente violento), psicológica (efeitos de abuso, negligência ou
exploração, entre outros).

4.2 O que determina que uma pessoa seja vulnerável ou resiliente?

A explicação de acontecimentos ou fatos como danoso ou benéfico não é


padronizada para todas as pessoas e diferentes contextos. Estudos científicos
elucidam cinco aspectos gerais que esclarecem as alterações individuais diante à
adversidade: idade, personalidade, suporte social, experiências anteriores e os
modelos de relação entre família e criança. Um acontecimento estressante
possivelmente representará um agravo, podendo ser um fator de risco. Todavia, pode
também propiciar a evolução da resistência para conquistar e atravessar o problema,
representando aqui fator de proteção.
Um dos recursos para que se promova os fatores protetivos é a capacitação
de habilidades de vida, como, a habilidade de tomada de decisões e resolução de
problemas, o pensamento crítico e a comunicação eficaz de sentimentos. Por meio
dessas habilidades, a criança é capaz de se relacionar com as redes de apoio e
buscar os adultos quando precisam de ajuda.

38
Fonte: www.ednavietta.files.wordpress.com

Uma vez que as habilidades sociais são desenvolvidas, é provável que se


desenvolva estratégias de prevenção a por meio de treinos planejados passíveis de
aplicação no ambiente de trabalho e educacional, podendo ser aplicados na
Psicologia da Saúde e Clínica.
Importante salientar que o treino de habilidades sociais proporciona o
melhoramento da qualidade das relações interpessoais, elevação da empatia e do
respeito entre as pessoas, favorece o enfrentamento das frustrações em meio muitas
situações.
De acordo com estudos, o treino de habilidades sociais utilizados na Psicologia
Clínica e na Psicologia da Saúde auxiliam no tratamento e a prevenção de transtornos
ou problemas que se relacionam com déficits de habilidades ou competência social,
como os transtornos depressivos, de ansiedade e de fobia social e os transtornos
psicóticos.
A aplicação da técnica de aprendizagem e de fortalecimento das habilidades
sociais no combate da violência interpessoal é alvo de estudos por pesquisadores
dessa temática.
As condutas agressivas relacionadas estritamente a inúmeros fatores, dentre
os quais estão a limitação de compreensão a perspectiva do outro, de instituir elos
satisfatórios e de superar frustrações, assim como se relacionam à ausência de
autocontrole e a muitas dificuldades na conduta, seja externa (raiva, opressão, ofensa

39
com relação ao outro) ou interna (desgosto, aborrecimento, desvalorização), a as
habilidades sociais favorecem na substituição dos comportamentos ruins por
comportamentos apropriados. Portanto identificar os agentes de risco, favorecer a
promoção dos agentes de proteção, reduzem a vulnerabilidade, elevam a resiliência,
compondo uma abordagem preventiva que ao criar meios para a produção de agentes
protetivos e a conscientização das pessoas, promovem a saúde mental.

5 TRANSTORNOS MENTAIS – TEAS E PSICOSES: TRABALHANDO JUNTO ÀS


FAMÍLIAS

Fonte: www.demonstre.com

Historicamente, a família foi excluída do tratamento de portadores de


transtorno mental, pois os hospitais psiquiátricos eram construídos longe dos grandes
centros, o que dificultava o ingresso dos familiares nessas instituições. Outro fator
que penetra na relação entre a família e a pessoa com transtorno mental é o
entendimento de que ela é a causadora da doença, pois o membro doente é visto
como bode expiatório, o que carrega todas as doenças do núcleo familiar, sendo
necessário que fosse distanciado dos responsáveis por sua enfermidade. Dessa
forma, as famílias encaminhavam seus familiares para instituições psiquiátricas para
que a equipe técnica detentora do saber cuidassem do tratamento e cura.

40
Esse afastamento da família sempre existiu na relação do sujeito com a loucura
até a década de 1980, quando surgiram novas possibilidades para o papel e a relação
entre a família e o portador de transtorno mental. Essas visões emergiram diante das
novas políticas no campo da saúde mental, fruto da campanha da reforma psiquiátrica
do país, que norteou a passagem do espaço de tratamento de instituições obrigatórias
e restritivas para serviços de saúde comunitários.
Frente a esta realidade, a questão família e saúde mental tem aguçado o
interesse de diversas áreas do conhecimento, tendo em conta que este novo formato
de assistência em saúde mental, requer a interação da sociedade, o trabalho em
equipe e a inserção da família na atenção à pessoa com transtorno mental.

Fonte: www.s-media-cache-ak0.pinimg.com

Desta maneira, faz-se necessário que a família seja elencada como peça social
fundamental para que a assistência psiquiátrica seja efetiva e compreendida como
uma coletiva potencialidade de acolhida e reintegração de seus membros. Por
exemplo na remodelação do campo da saúde mental que tem requerido a inserção
da família no âmbito de cuidados, significa a concepção e extensão de uma rede
coletiva de assistência às pessoas com transtorno mental e a diminuição do período
de acolhimento em instituição psiquiátrica.
41
A atenção à pessoa portadora de transtorno mental é para a família desafiador,
pois circundam sentimentos subjetivos à existência de situações imprevistas e seus
preconceitos inerentes relacionados à doença. O que requer compreender o indivíduo
como ser em potencial, com capacidades, ainda que tenha limitações devido o
transtorno mental. Importante destacar que nem sempre é fácil o convívio familiar
quando se tem uma pessoa portadora de transtorno mental, demandando dos
membros da família a habilidade de remodelar as estratégias e a dinâmica familiar,
respeitando a singularidade e diversidade presente na família. A habilidade da família
de se adequar frente a novas circunstâncias, como a de dividir o mesmo espaço com
um familiar portador de doença crônica, irá depender da determinação desta família,
dos elos de mutualidade e proteção que une, da perspectiva de busca por auxílio de
outras pessoas e organizações.

Fonte: www.portaldoprofessor.mec.gov.br

Nessa concepção a família é a base com a qual os membros podem confiar


apesar das dificuldades que enfrentam, pois é no seio familiar onde os laços mais
genuínos são definidos, e as resoluções das dificuldades são possíveis de serem
estruturadas., sendo a família ideal como àquela que é capaz de viver em harmonia.
Nessa perspectiva, a questão família e saúde mental na atenção e
sociabilização da pessoa com transtorno mental ganha relevância frente ao decurso
da reforma psiquiátrica. Pois existe ainda a dificuldade em estimular a família a se

42
envolver em movimentos em prol do membro com transtorno mental, que pode estar
associada a um passado recente na história de tratamento nessa área onde a família
tinha que permanecer afastada do tratamento e a responsabilização pelos cuidados
eram exclusivamente dos profissionais de saúde. Deste modo, são de grande
importância estudos, debates voltados para o papel da família com membro portador
de transtorno mental, pois colaboram na atenção referente às demandas reais deste
público em sua singularidade.

43
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Dissertação (Mestrado em Psicologia Clínica). PUC – SP, São Paulo, 1995

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