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Bacharelado em Enfermagem

Sociedade Educacional Três de Maio


Componente: Enfermagem no Cuidado Mental Coletivo

Relação e Comunicação Terapêutica

Dra Silvana Ceolin


COMUNICAÇÃO TERAPÊUTICA

Comunicação é o processo para a troca de informações


(verbal e não verbal)

CV – palavras ou expressões que representam conteúdo,


conceitos, objetos...

CNV – comportamento que acompanha o conteúdo verbal.


Olhar, expressão facial, tom de voz, velocidade do discurso

(VIDEBECK, 2012)
RELAÇAÕ E COMUNICAÇÃO TERAPÊUTICA

A comunicação terapêutica é a interação entre


profissional e cliente na qual o profissional
concentra-se nas necessidades do cliente.

Ajuda a compreender a experiência do cliente e a


desenvolver a habilidade da empatia.

Importante para identificar a principal situação-


problema (VIDEBECK, 2012)
RELAÇAÕ E COMUNICAÇÃO TERAPÊUTICA

Escuta

Julgamento

Interferência ?
Comparação de
sofrimento
COMPONENTES DE UMA RELAÇÃO TERAPÊUTICA
(VIDEBECK, 2012)

CONFIANÇA: desenvolve-se quando palavras e


ações ou expressões corporais são harmônicas

A confiança é destruída com comportamentos incongruentes:


- Falar que está disponível para ouvir e olhar para o
relógio algumas vezes... ou demonstrar impaciência...
ou finalizar a conversa.

Dificuldades para estabelecer confiança:


Cliente com depressão: pouca energia psíquica para ouvir
Cliente com T.A.G.: muita ansiedade para focar na
comunicação.
COMPONENTES DE UMA RELAÇÃO TERAPÊUTICA
(VIDEBECK, 2012)

INTERESSE GENUÍNO: enfermeiro se sente confortável,


consciente de seus pontos fortes e limitações e
permanece concentrado no atendimento

O cliente detecta quando o enfermeiro está exibindo


um comportamento desonesto ou artificial.

Fazer uma pergunta e não deixar a pessoa responder


direito, tentando garantir que vai ficar tudo bem.
Enf: Como você passou essa semana?
Cliente: começa a relatar o mesmo problema que já vem
discorrendo há anos
Enf: fica tranquilo, vai ficar tudo bem (e logo finaliza a conversa)
COMPONENTES DE UMA RELAÇÃO TERAPÊUTICA

Ouvir ativamente ajuda a:

- Reconhecer que tema/situação é mais


importante para trabalhar no momento
(prioridades no tratamento);
- Saber que outras perguntas devem ser
feitas para direcionar a um problema
prioritário.

(VIDEBECK, 2012)
COMPONENTES DE UMA RELAÇÃO TERAPÊUTICA
EMPATIA: habilidade de perceber os sentidos e
significados das vivências do cliente
Vários estudos comprovam que a empatia influencia
positivamente no tratamento em saúde mental
“Estou tão confusa! Meu filho acabou de me visitar e quis
saber onde a chave do cofre do banco fica guardada”

“Sei muito bem como os “Você está confuso a respeito dos


filhos deixam os pais objetivos da visita do seu filho?”
confusos. Meu filho me (ESCLARECIMENTO)
confunde também...sei
“Você está confuso pelo fato de seu filho
como isso pode fazer a gente
ter pedido a chave do cofre?”
se sentir mal” (SIMPATIA)
(REFLEXÃO)
(VIDEBECK, 2012)
COMPONENTES DE UMA RELAÇÃO TERAPÊUTICA

Simpatia é o que nós


sentimos em relação
aos outros: pode ser
sentimento de
compaixão, pena,
preocupação.

(VIDEBECK, 2012)
COMPONENTES DE UMA RELAÇÃO TERAPÊUTICA
ACEITAÇÃO: não reagir com irritação, não responder
negativamente a “explosões” e não julgar transmite
aceitação.

Situação em que o cliente coloca a mão na cintura


da enfermeira.... O que fazer?
João, não coloque a mão em mim.
Estamos trabalhando no esclarecimento
de sua relação com a sua namorada.. Não
há necessidade de que você me toque. João, pare já com
Não poderei lhe atender se isso voltar a
isso. O que deu
acontecer. Vamos continuar com o que
você estava me contando. em você? Está
louco?
(VIDEBECK, 2012)
COMPONENTES DE UMA RELAÇÃO TERAPÊUTICA

CONSIDERAÇÃO POSITIVA: chamar o cliente pelo nome,


ouvir e responder com atenção.

Técnicas não verbais que criam um ambiente de


consideração positiva:
- Inclinar-se na direção do cliente
- Manter contato pelo olhar
- Ficar relaxado
- Descansar os braços nas laterais
- Ter uma atitude interessada mas neutra

(VIDEBECK, 2012)
COMPONENTES DE UMA RELAÇÃO TERAPÊUTICA

CONSIDERAÇÃO POSITIVA

Técnicas não verbais que NÃO criam um


ambiente de consideração positiva:

- Cruzar os braços (não receptivo)


- Olhar para os lados (desinteresse)
- Bocejar (desinteresse)
- Conversa paralela (desinteresse)
- Franzir a testa (estranhamento)
- Face de reprovação (julgamento)
(VIDEBECK, 2012)
COMPONENTES DE UMA RELAÇÃO TERAPÊUTICA

CONSIDERAÇÃO POSITIVA

Expressões faciais transmitem alegria,


desinteresse, raiva, medo, constrangimento,
sentimento de pena...

Ex.: cliente, ao perceber o enfermeiro com ‘pena’


pode manipular a conversa para utilizar mais tempo
do que o planejado ou conseguir algum ganho.

Ex.: cliente percebe expressão de medo e testa o


enfermeiro.
(VIDEBECK, 2012)
COMPONENTES DE UMA RELAÇÃO TERAPÊUTICA
CONSIDERAÇÃO POSITIVA

Fazer um contato verbal que evite comunicar


julgamentos de valor
“Fiquei furioso, gritei e xinguei minha mãe por
uma hora”

Mas isso não ajudou Você xingou a sua mãe?


em nada não é?
Como você se sente em
Não acredito que você relação a isso?
fez isso
Me conte mais sobre isso
Julgamento de que ele está errado
(VIDEBECK, 2012)
COMPONENTES DE UMA RELAÇÃO TERAPÊUTICA
AUTOPERCEPÇÃO
A percepção do enfermeiro sobre si ajuda na comunicação com
o cliente. É preciso conhecer seus valores, crenças e atitudes e
aceitar as diferenças. Mas, como se conhecer?

Exemplos:

- Valor sobre casamento


- Crença religiosa

- Atitudes: esperança, positividade, pessimismo,


negativismo
(VIDEBECK, 2012)
COMPONENTES DE UMA RELAÇÃO TERAPÊUTICA
AUTOPERCEPÇÃO

A atitude negativa não é isolada, ela reflete a forma


como se vê o mundo e os outros

Qual é minha reação diante de....


- Uma falha de um colega (intencional ou não)?
- Um posicionamento oposto ao meu?
- Tenho facilidade de perdoar?
- Qual a frequência com que “dou o braço a torcer”?

As ações do enfermeiro surgem de respostas conscientes


e inconscientes a partir de suas experiências de vida. Ele
tende a usar de forma automática.
(VIDEBECK, 2012)
COMPONENTES DE UMA RELAÇÃO TERAPÊUTICA

O enfermeiro deve reavaliar e ajustar


crenças, valores e atitudes
periodicamente, à medida que adquire
experiência e sabedoria.

A autopercepção permite que o


enfermeiro aceite valores, atitudes e
crenças diferentes dos seus.

(VIDEBECK, 2012)
COMPONENTES DE UMA RELAÇÃO TERAPÊUTICA

Exercícios
complementares

(VIDEBECK, 2012)
COMPONENTES DE UMA RELAÇÃO TERAPÊUTICA
Exercícios complementares - sobre valores:

(VIDEBECK, 2012)
ASPECTOS DO ESTABELECIMENTO DA RELAÇÃO
TERAPÊUTICA

Ética e sigilo

- Como, onde e com quem converso sobre os


clientes que atendi/conheci?

- Que informações do caso eu revelo?


- Tem necessidade de revelar?
- Vai trazer benefício ao cliente ou ao meu
crescimento profissional?
(VIDEBECK, 2012)
ASPECTOS DO ESTABELECIMENTO DA RELAÇÃO
TERAPÊUTICA
Acordos importantes que devem ser
esclarecidos (para atividades em grupo):
- Horário de início, intervalo e final
- Entradas e saídas
- Participação de pessoas externas
- Anotações/gravações
- Momentos de ouvir e falar
- Atentar para pessoas mais e menos falantes
- Desvio do foco da conversa
- Participação em atividade prática
O QUE EVITAR NA RELAÇÃO TERAPÊUTICA

Limites inapropriados

Ter consciência da sua influência sobre as decisões do


cliente (opiniões pessoais).

Se o cliente se sentir atraído pelo profissional, é


responsabilidade deste manter o limite.

Agir com afeto e empatia, sem se tornar amigo do


cliente (fornecer telefone pessoal, endereço...)

(VIDEBECK, 2012)
O QUE EVITAR NA RELAÇÃO TERAPÊUTICA

Simpatia e dependência

O enfermeiro não pode deixar que os sentimentos de


empatia se transformem em simpatia.

Sentir pena >>> agradar

Isso desencoraja o cliente a trabalhar nas soluções


para seus problema e pode levar à dependência.

(VIDEBECK, 2012)
O QUE EVITAR NA RELAÇÃO TERAPÊUTICA
Exercício complementar: limites da relação

(VIDEBECK, 2012)
O QUE EVITAR NA RELAÇÃO TERAPÊUTICA

Exercício complementar - limites da relação

(VIDEBECK, 2012)
O QUE EVITAR NA RELAÇÃO TERAPÊUTICA

Exercício complementar - limites da relação


Referência:

VIDEBECK, Sheila L. Enfermagem em saúde mental e


psiquiatria. Tradução: Denise Regina de Sales, Regina
Machado Garcez. Revisão Técnica: Agnes Olschowsky. 5.ed.
Porto Alegre: Artmed, 2012. ISBN 978-85-363-2729-7.
(Minha Biblioteca_Virtual).

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