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Unidade III
7 A depressão e sua repercussão no adoecimento e no tratamento
Comumente ouvimos as pessoas falarem que estão deprimidas, e mais comum ainda é a expressão
“estou deprê”. Tenho certeza de que você já ouviu isso, não é mesmo? Mas será que depressão é algo
assim tão simples que em um dia se tem e em outro não se tem mais? Claro que não!
Depressão é um quadro psíquico sério que se não for adequadamente tratado pode levar a pessoa
a desenvolver comportamentos que trarão transtornos enormes tanto para si mesma como para
sua família. A pessoa com depressão, além de ter afetada sua relação com o mundo, apresenta certa
mudança na postura corporal. Se não houver orientação e tratamento, a motivação para sair do episódio
depressivo será muito difícil.
• Nos episódios típicos de cada um dos três graus de depressão (leve, moderado ou grave), o
paciente apresenta rebaixamento do humor, redução da energia e diminuição da atividade. Existe
alteração da capacidade de experimentar o prazer, perda de interesse e diminuição da capacidade
de concentração, associadas em geral a fadiga acentuada, mesmo após um esforço mínimo.
Observam‑se em geral problemas de sono e diminuição do apetite. Existe quase sempre uma
diminuição da autoestima e da autoconfiança e frequentemente ideias de culpabilidade e/ou
indignidade, mesmo nas formas leves. O humor depressivo varia pouco de dia para dia ou segundo
as circunstâncias e pode acompanhar‑se de sintomas ditos “somáticos” – por exemplo, perda de
interesse ou prazer, despertar matinal precoce, várias horas antes da hora habitual de despertar,
agravamento matinal da depressão, lentidão psicomotora acentuada, agitação, perda de apetite,
perda de peso e perda da libido. O número e a gravidade dos sintomas permitem três graus de um
episódio depressivo: leve, moderado e grave.
- depressão psicogênica;
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Psicologia Aplicada à Fisioterapia
- depressão reativa;
- reação depressiva.
• episódio depressivo leve: nele, geralmente estão presentes ao menos dois ou três dos sintomas
citados anteriormente. O paciente usualmente sofre com a presença desses sintomas, mas
provavelmente será capaz de desempenhar a maior parte das atividades;
• episódio depressivo moderado: nele, geralmente estão presentes quatro ou mais dos sintomas
citados anteriormente e o paciente aparentemente tem muita dificuldade para continuar a
desempenhar as atividades de rotina;
• episódio depressivo grave sem sintoma psicótico: episódio depressivo no qual vários dos
sintomas são acentuados e angustiantes, tipicamente a perda da autoestima e ideias de desvalia
ou culpa. As ideias e os atos suicidas são comuns e observa‑se em geral uma série de sintoma
“somáticos”.
— Depressão:
- agitada;
- maior vital.
— depressão:
- psicótica;
- psicose depressiva;
- psicogênica;
- reativa.
— depressão atípica;
— depressão SOE;
Observe com quantas variáveis a depressão pode ser manifestar. Em todas elas existe com certeza
um grande sofrimento para a pessoa e para aqueles que a cercam.
Seja qual for a característica da depressão, vemos que há em comum entre todos os tipos o sentimento
de inutilidade e a perda da autoestima e da autoconfiança, entre outros sentimentos. Consequentemente,
haverá a perda do equilíbrio e da disposição para o enfrentamento de situações do dia a dia.
Morris e Maisto (2004, p. 408) citam os sintomas para o diagnóstico da depressão de acordo com
DSM‑IV, que orienta que ao menos cinco dos sintomas a seguir, incluindo pelo menos um dos dois
primeiros, devem estar presentes:
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Psicologia Aplicada à Fisioterapia
A depressão provoca instabilidade emocional na pessoa e dificuldade para aqueles que convivem com
ela. Quando surgem os sinais da depressão, é importante a busca de ajuda, e somente um profissional
especializado – no caso, o psiquiatra – poderá fazer o diagnóstico e o acompanhamento medicamentoso.
Infelizmente, é comum a pessoa recusar ajuda e principalmente o tratamento, alegando que está
bem e que “não gosta de tomar remédio”. Cuidado! A ajuda é sempre necessária.
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Unidade III
Figura 19
Como profissional da área da saúde, é importante o diálogo com o paciente e a comunicação também
com a família, pois ela deve ser o apoio no dia a dia do paciente.
É necessário observar que a pessoa que apresenta as características descritas no quadro de depressão
simples, se não tratada, gradativamente poderá evoluir para o quadro moderado e finalmente para o
episódio grave com risco de suicídio. É preciso estar atento: quanto mais demorado for o diagnóstico e
o tratamento, mais difícil será o tratamento.
Outro fato importante: além do acompanhamento com o médico psiquiatra, é necessário o trabalho
com o psicólogo, visto que a pessoa precisa entender o que está acontecendo com ela, aceitar o seu
diagnóstico e, consequentemente, o tratamento, buscando de volta o equilíbrio perdido.
Vale saber que assim como outras psicopatologias, a depressão pode acometer todas as pessoas,
independente do nível socioeconômico‑cultural ou idade. Isso significa que todos nós somos vulneráveis
a desenvolver depressão; portanto, estar atento aos sinais do paciente e às queixas da família e do
próprio paciente são meios de ajudar no encaminhamento e na detecção do diagnóstico precoce.
Quanto à adesão ao tratamento da fisioterapia, esta é uma questão delicada quando o indivíduo
apresenta um quadro de depressão. Geralmente, pelas próprias características da doença, a pessoa tende
a não acreditar que é possível melhorar.
Não esqueça que são sintomas da depressão a perda da autoestima e da autoconfiança, o que é
suficiente para levar a pessoa a não acreditar que a sua melhora é possível ou mesmo que vale a pena
o tratamento e/ou a cura.
Observação
Outro fator importante no atendimento à pessoa doente diz respeito aos aspectos motivacionais
para o tratamento, pois, conforme já estudamos, é necessário que a pessoa se sinta envolvida no
seu tratamento para que o resultado possa ser o esperado, tanto pelo indivíduo que se submete ao
tratamento como para o profissional.
Iniciando nossos estudos sobre motivação, vamos ao significado da palavra apresentada pelo
dicionário da língua portuguesa (MICHAELIS, 1998):
Interessante observar que, de acordo com os significados apresentados, todos os seres são
constantemente motivados para alguma coisa, seja para o trabalho ou para os estudos; algo sempre
impulsiona a pessoa para alguma ação, havendo sempre um motivo para que o sujeito siga em uma
determinada direção.
Buscando o significado dentro dos estudos da Psicologia, encontramos em Lindzey, Hall e Thompson
(1977, p. 328) a seguinte explicação:
As colocações dos autores se referem à chamada teoria da redução dos impulsos. Conforme
explicam Morris e Maisto (2004), as necessidades corporais, como a fome, cria um estado de tensão
ou estimulação chamado impulso. Aqui, o comportamento será a busca da comida a fim de que o
organismo retorne ao equilíbrio anterior. A teoria da redução dos impulsos classifica os impulsos em
duas categorias:
• impulsos inatos: conforme colocação de Lindzey, Hall e Thompson (1977), são os impulsos não
aprendidos, chamados também de primários. Estão presentes em todos os seres e garantem a
sobrevivência das espécies, inclusive humana. Exemplos desses impulsos: sexo, fome e sede;
• impulsos secundários: ao contrário dos anteriores, estes são adquiridos por meio da aprendizagem
e podem mudar de uma pessoa para outra, pois cada indivíduo pode sentir‑se motivado a buscar
sua satisfação de diferentes maneiras e de acordo com os estímulos que recebeu. Alguns são
motivados a praticar boas ações e outras a ganhar dinheiro, por exemplo.
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Unidade III
Outro estudo sobre a motivação é a teoria da ativação, a qual Morris e Maisto (2004, p. 263)
explicam:
Interessante observar que nessa teoria os “extremos” acontecem, ou seja, o indivíduo busca o
comportamento que o leve ao nível ideal de ativação. Num determinado momento ele está envolvido
em uma atividade de trabalho ou estudo e em outro momento sente necessidade de parar e tomar água
ou conversar com um colega.
Alguns estudiosos observam que podem haver motivações externas à pessoa e que também são
importantes – por exemplo, o cheiro de alguns alimentos quando estão sendo preparados e que levam
a pessoa a comer, mesmo quando ela não está com fome. No caso, os incentivos do ambiente exercem
influência sobre o comportamento.
O psicólogo americano Abraham Maslow (1908‑1970) hierarquizou os motivos que levam a pessoa
a apresentar determinados comportamentos. As necessidades corporais estão na base da sua pirâmide.
Autorrealização
Motivação
Necessidade de status
Necessidade sociais
Fatores higiênicos Necessidade segurança
Desmotivação
Necessidade do corpo
Veja que as necessidades que estão na base são primordiais para a sobrevivência humana. De
acordo com Maslow, conforme tais necessidades vão sendo atendidas, o indivíduo vai galgando níveis
superiores. Morris e Maisto (2004, p. 265) afirmam que Maslow acreditava que “o mais elevado motivo
da hierarquia era a autorrealização – o desejo que uma pessoa tem de desenvolver todo o seu potencial”.
Sobre a hierarquia de Maslow, Fontana (2003, p. 234) apresenta a seguinte explicação:
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Psicologia Aplicada à Fisioterapia
Lembrete
O trabalho apresentado por Maslow nos leva a questionar sobre a impossibilidade de muitas pessoas
não conseguirem, por diferentes razões, ter satisfeitas as suas necessidades básicas. Nesse caso, os
autores Morris e Maisto (2004, pp. 265‑266) explicam que:
A teoria de Maslow nos leva a refletir sobre diversas situações a respeito das diferenças entre as
pessoas, a vontade e as motivações que impulsionam cada sujeito e o desejo de estar no mais alto grau
da pirâmide ou não, tendo em vista que o que é importante para um pode não o ser para outro.
É interessante que você reflita sobre essas questões, que são de grande valia para o entendimento da
motivação em diferentes níveis para cada indivíduo. A importância de se conhecer as teorias da motivação
se justifica porque é importante que os profissionais, principalmente da área da saúde, entendam os
mecanismos que levam a pessoa a apresentar determinados comportamentos, principalmente quando
necessitam aderir a tratamentos específicos.
Algumas vezes, o sujeito pode apresentar dificuldade na aceitação exatamente por não se sentir
motivado ou não acreditar que aquilo será melhor para ele. É fundamental que o profissional esteja
atento às motivações que levaram a pessoa até o tratamento.
Podemos citar como exemplo a pessoa que segue motivada para o tratamento porque deseja apenas
o alívio da sua dor, visto que conviver com ela é insuportável. Nesse caso, assim que ela encontra o
alívio, abandona o tratamento. Assim, a motivação não está baseada na busca da cura ou da melhora
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prolongada, pois para isso seria necessário que o sujeito se sentisse motivado, acreditasse e se lançasse
para alcançar seus objetivos.
É sempre importante que, para que o sujeito se sinta motivado, ele entenda o que está acontecendo,
a partir de uma linguagem acessível em que haja espaço para questionamentos. Caso contrário, não será
possível sentir motivação na pessoa, afinal, como se sentir motivado se o indivíduo não compreende o
que está acontecendo com ele?
Portanto, é fundamental que, quando você for um profissional, procure diagnosticar a motivação
do seu cliente para o tratamento. Use de seus conhecimentos técnicos explicando a ele todas as etapas
e condutas do seu trabalho em uma linguagem que ele possa entender e na qual sinta‑se seguro e
motivado.
Até o momento, nossos estudos estão direcionados principalmente para a compreensão do outro, ou
seja, do cliente, seu comportamento, seus aspectos psicoemocionais, suas expectativas e seus recursos
de enfrentamento diante do adoecer, mas também se faz necessário refletirmos sobre os aspectos
emocionais do profissional e a qualidade da relação interpessoal que é estabelecida durante o período
de tratamento. Sobre esse tema, Martins (2004, p. 21) nos coloca que:
[...] assim como a preocupação com a qualidade técnica faz com que, em
cada área, se desenvolvam temas específicos, que constituem parte do
que chamamos de conhecimentos e habilidades relativos à áreas técnica,
a abordagem da qualidade interacional também torna necessário o
estudo de vários temas teóricos e a reflexão sobre o desenvolvimento
de atitudes.
A autora afirma ainda que tão importante quanto o profissional conhecer os motivos do
comportamento do cliente é ter conhecimento também sobre os efeitos que esses comportamentos
provocam no próprio profissional, como a angústia, a impotência e a raiva.
Podemos entender esses sentimentos como mecanismos de defesa por parte do profissional,
que de alguma maneira irão influenciar em sua relação com o outro, podendo provocar no cliente
comportamento de distanciamento, incompreensão de suas queixas e desmotivação para o tratamento.
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Psicologia Aplicada à Fisioterapia
Consideramos que as relações interpessoais carregam em si muito mais do que se pode esperar;
afinal, nem sempre elas ocorrem no plano da objetividade, e a subjetividade das relações trazem em si
emoções e sentimentos que são inerentes a ela. Um exemplo disso ocorre quando o profissional tem
diante dele um cliente com característica de baixa autoestima, que sente‑se desmotivado para a cura,
embora ela possa acontecer. A convivência com pessoas com tais características é difícil e, principalmente
na relação profissional‑cliente, pode desmotivar um profissional que não esteja preparado para lidar
com pessoas que carregam a vida como se ela fosse um fardo. Nesse sentido, Martins (2004, p. 22) faz
a seguinte afirmação e comenta sobre Bleger (1979):
Seres humanos são tanto os clientes como os profissionais, ou seja, ambos têm necessidades,
desejos, medos e carências. Bleger (1979) se opõe à “velha ilusão, tão difundida, de que uma tarefa é
mais bem realizada quando são excluídos os chamados fatores subjetivos e ela é considerada apenas
objetivamente”, e afirma que, pelo contrário, “o mais alto grau de eficiência em uma tarefa é obtido
quando se incorpora sistematicamente à ela o ser humano total”. No âmbito do humano, portanto,
alcança‑se maior objetividade incorporando os fatores subjetivos, quer dizer, tomando as coisas tal
como acontecem, para entendê‑las, e poder fazer com que aconteçam da melhor maneira. Essa é a
forma de evitar a atividade desumanizada e desumanizante.
Para que as relações possam acontecer num plano de compreensão e entendimento, a autora propõe
a formação da “aliança terapêutica”, visto que ela é o elemento fundamental e a mola propulsora para
o vínculo profissional‑cliente.
Além das questões discorridas sobre a relação profissional‑cliente, Perdicaris e Silva (2008, p. 407)
mostram que tal relação pode se apresentar seguindo basicamente três modelos, que são os seguintes:
Na verdade, não há fórmulas para que a boa relação e a comunicação atinjam o seu ideal. A
necessidade está justamente na compreensão da dinâmica que ocorre nas relações interpessoais.
O reconhecimento de que a dor tanto física quanto psíquica do cliente pode atingir de alguma
maneira o profissional é um meio de tornar mais amena a convivência com o sofrimento do outro.
Assim, o uso do conhecimento aliado à compreensão da fragilidade e limitações que o cliente pode
apresentar ajuda o profissional a lidar de uma melhor maneira com suas próprias limitações e com o
sentimento de impotência que surge frente às dificuldades do outro.
Todo preparo é necessário para o profissional, principalmente se ele optar por trabalhar com doenças
graves e com pacientes fora de possibilidade de cura. Nesse caso, é necessário o conhecimento técnico,
mas fundamentalmente o preparo pessoal, pois o profissional entrará em contato com situações limites
e com a morte do outro.
A próxima etapa do nosso estudo irá justamente abordar os aspectos emocionais do paciente
terminal e da morte. Você verá logo de início o quanto é difícil o contato com a finitude humana e que,
independentemente da idade, todos nós estamos expostos a ela.
Vamos iniciar o tema sobre o paciente terminal e morte relatando um estudo de caso:
Apesar do tratamento, a doença não tem apresentado sinais de remissão e P.V. se sente
cada vez mais enfraquecido. Num determinado dia, ele solicita lápis, lápis de cor, papel e
borracha, porque quer escrever e desenhar, e reclama que está cansado dos brinquedos do
hospital. Trazido o material, P.V. passa horas desenhando e escrevendo.
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Psicologia Aplicada à Fisioterapia
Entre as idas e vindas para o hospital, P.V. resolve certo dia dar de presente para cada
um da equipe um desenho seu. Comovidos, todos se emocionaram com o gesto carinhoso
do menino. Mas a maior surpresa foi com a relação ao papel que P.V. entregou para sua
mãe, pedindo que ela lesse e cumprisse o que havia escrito. Chocada, a mãe pegou o papel
que o filho lhe entregou e nele constava a relação dos seus “pertences” e a determinação de
que cada objeto fosse dado para uma determinada pessoa da família – enfim, os poucos e
simples “brinquedos” que ele tinha estavam agora sendo doados.
Toda a equipe ficou apreensiva com aquele gesto e procurou orientar a mãe na sua
compreensão daquilo que para ela já havia sido entendido como uma despedida.
Poucas semanas depois, P.V. foi a óbito. A equipe pôde estar próxima da família e lamentou
a sua morte. Emocionados, tiveram a oportunidade de conversar sobre a trajetória de P.V.
e os muitos momentos difíceis que ele viveu em tão pouco tempo de existência. Também
lembraram com carinho da alegria de P.V. quando contava sobre sua vida de liberdade no
sítio.
No caso, pudemos observar muitos elementos importantes na relação que envolve o profissional,
a pessoa com doença, a família e a sociedade. Assim, observa‑se que é preciso que a intervenção não
seja prejudicada em função da realidade, pois os familiares podem necessitar de ações que não serão
executadas quando não se consegue separar a emoção da técnica.
Outra questão que pudemos observar é a de que a morte pode ser entendida de maneira diferenciada,
assim é uma realidade heterogênia, como se observa no estudo de caso, a qual o jovem por já ter claro
sua realidade fez a declaração de quem iria ficar com seus pertences após sua morte, pois para que esse
tipo de documento seja realizado a pessoa tem que ter a morte como algo natural à vida.
Também conseguimos associar essa perspectiva ao filme Uma prova de amor, que tem a mesma
realidade. Veja a sinopse do filme:
Sara (Cameron Diaz) e Brian Fitzgerald (Jason Patric) são informados que Kate (Sofia
Vassilieva), sua filha, tem leucemia e possui poucos anos de vida. O médico sugere aos
pais que tentem um procedimento médico ortodoxo, gerando um filho de proveta que
seja um doador compatível com Kate. Disposto a tudo para salvar a filha, eles aceitam a
proposta. Assim nasce Anna (Abigail Breslin), que logo ao nascer doa sangue de seu cordão
umbilical para a irmã. Anos depois, os médicos decidem fazer um transplante de medula
de Anna para Kate. Ao atingir 11 anos, Anna precisa doar um rim para a irmã. Cansada dos
procedimentos médicos aos quais é submetida, ela decide enfrentar os pais e lutar na justiça
por emancipação médica, de forma a que tenha direito a decidir o que fazer com seu corpo.
Para defendê‑la, ela contrata Campbell Alexander (Alec Baldwin), um advogado que cuidará
de seus interesses.
Fonte: <http://www.adorocinema.com/filmes/filme‑130304/>.
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Unidade III
Saiba mais
O caso parece inquietante pela idade de P.V., mas o propósito inicial é exatamente o de levar você,
aluno, a refletir sobre a questão da morte. O tema em si já desperta incômodo na maioria das pessoas, e
quando se trata de crianças ou jovens, esse desconforto parece ficar ainda maior, pois há em todos nós
a “fantasia” de que a morte é algo distante e que acontece somente na velhice.
Acreditamos que o menino P.V., diante de uma realidade tão difícil, apesar da pouca idade, quis
deixar aquilo que era seu para as pessoas que amava, pois o vínculo seria mantido após sua partida por
meio dos pertences que ele deixou.
Não raro encontramos histórias como a de P.V. tanto na prática profissional como na descrição da
literatura – pessoas que, independentemente da idade, despedem‑se das pessoas queridas e deixam
recomendações ou até mesmo uma organização para os que ficam, podendo assim partir em paz.
Mas como é possível para o profissional enfrentar tais situações? Como lidar com a morte do outros?
Podemos considerar que trabalhar com pacientes com doenças graves é um desafio para os
profissionais, pois a morte é algo inerente à condição humana e atinge a todos indiscriminadamente. Isso
significa dizer que estar próximo de alguém que está partindo faz com que o profissional se aproxime
da certeza da própria finitude.
Algumas das maneiras possíveis para minimizar a angustia do profissional é ele estar preparado para
o trabalho, especializando‑se para isso, e estar inserido em uma equipe que tenha como meta oferecer
as melhores condições possíveis para o paciente e que saiba trocar entre si os momentos mais difíceis.
De fato, além dos avanços médicos e farmacológicos, temos o avanço tecnológico, que permite
o diagnóstico precoce de doenças. Porém, embora seja possível o prolongamento da vida, existem
determinadas doenças que por si só carregam o estigma da morte, conforme citado pela autora, como é
caso do câncer, da Aids e das doenças degenerativas. Nesses casos, escreve Kovács (2003, p. 107) que “o
rótulo ‘paciente terminal’ é usado de forma estereotipada para pacientes que apresentam doenças com
prognóstico reservado, mesmo que estejam em fase de diagnóstico e de tratamento”.
Nesses casos, o apoio profissional com o esclarecimento e a orientação correta poderá ser fundamental
para que a pessoa não desanime diante do diagnóstico e siga com esperança em seu tratamento. Outro
ponto importante é com relação à família, que também deve ser olhada e orientada. Conforme Carvalho
(1996), o medo do sofrimento pela perda faz, muitas vezes, com que os familiares evitem entrar em
contato explicito com o assunto “morrer”.
Atualmente, quando o paciente recebe o diagnóstico de uma doença grave, ele passa a ser considerado
e tratado dentro do conceito de cuidados paliativos (CP). Mas o que vem a ser cuidados paliativos?
Pessini (2004, p. 166), citando a definição da Organização Mundial de Saúde, escreve:
É importante notar que a família também é incluída nos cuidados paliativos, pois é sabido que a
doença afeta diretamente a família, que precisa ser vista e cuidada pelos profissionais.
O Ministério as Saúde (2012) também apresenta sua definição de cuidados paliativos como:
Embora o Ministério da Saúde não cite a família de modo explícito, podemos entender que ela está
inserida no aspecto psicossocial.
Pessini (2004) esclarece que os cuidados paliativos não devem ser vistos como diferentes de outras
formas ou áreas de tratamento, mas à medida em que ocorre o agravamento da doença, é possível
que hajam necessidades especiais tanto do doente como da família. Com isso, a equipe que oferece os
cuidados paliativos deve estar preparada para atender a tais necessidades.
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Unidade III
A OMS aponta os princípios fundamentais, conforme cita e comenta Pessini (2004, pp.167‑168):
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Psicologia Aplicada à Fisioterapia
Os comentários realizados pelo autor são muito claros e nos fazem refletir sobre a importância dos
cuidados paliativos, a partir da valorização da vida e do respeito ao paciente e à família.
Apresentamos a seguir o texto extraído do seminário Paciente terminal: como ajudá‑lo, em Lansing,
Michigan, EUA, conforme Macieira (2001, p. 146):
• Tenho o direito de ser tratado como pessoa humana até que eu morra.
Exemplo de aplicação
Encerrando essa exposição, gostaria de convidar você, aluno, a refletir novamente sobre a importância
do fisioterapeuta na equipe de cuidados paliativos e no acompanhamento ao paciente sem possibilidade
de cura.
Tão difícil quanto falar sobre a morte é falar sobre o luto. Porém, como entendemos que o trabalho
do profissional nem sempre se encerra com a morte do paciente, é necessário estar preparado para
o apoio à família. Assim, vamos à sua definição de acordo com o dicionário da língua portuguesa
(MICHAELIS, 1998):
Podemos ver que o luto nos remete a sentimentos de tristeza e muito pesar. Kovács (2007, p. 217)
define luto a partir dos aspectos psicológicos da pessoa, da seguinte maneira:
Como vemos, luto é bem mais do que a perda de alguém; é o rompimento de um vínculo, o que faz
evocar tristeza, saudades e outros sentimentos.
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Unidade III
Figura 21 – Luto
Sempre que pensamos em luto, temos a certeza de que ele é um sentimento apenas daqueles que
ficam, mas Kovács (2007, p. 227) nos lembra dos sentimentos da pessoa que, com doença grave e
vivendo a iminência da morte, viverá o luto pelas coisas perdidas e da própria vida a partir das seguintes
dimensões:
Como podemos ver, a pessoa em estado grave passa por diversas perdas, como a de pessoas queridas
e as temporárias – caso das hospitalizações e consequente afastamento do seu meio ambiente, de seus
pertences e principalmente das pessoas que o cercam.
É evidente que para cada uma dessas perdas será necessário um tempo para que a pessoa viva o luto,
ou seja, a tristeza do não mais ter e, em breve, do deixar de existir.
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Psicologia Aplicada à Fisioterapia
Retomando a questão do luto propriamente, Bromberg (1996) afirma que ele só acontece quando
o vínculo que existe entre as pessoas é rompido; assim, entendemos que não havendo a relação de
vínculo, não há luto. Relembrando a teoria do vínculo, a qual já vimos em nosso estudo, Bromberg
retoma a teoria de Bowlby para explicar o vínculo e a situação de luto:
[...] a figura vincular é aquela que tiver oferecido uma base de segurança
que permite ao indivíduo a exploração do meio, de maneira que ele, em
situação de ameaça ou de risco, possa se afastar do estímulo ameaçador e
se proteger junto à figura de vínculo. Com a perda dessa figura, não há mais
a base segura onde se refugiar, tornando a experiência aterrorizante. Assim
Bowlby explica por que o sofrimento é uma reação universal à perda de
uma figura de vínculo, mesmo que as manifestações desse sofrimento sejam
culturalmente determinadas (BROMBERG, 1996, p. 101).
Assim, podemos entender que as reações pelo rompimento do vínculo ou o sofrimento pela perda
são inerentes à condição humana, independentemente do meio cultural em que a pessoa esteja inserida.
Diversos autores escrevem sobre as fases para o enfrentamento do luto, mas Bowlby (1985 apud
KOVÁCS, 2007, p. 221) apresenta as principais, que são:
Como vimos, há um processo pelo qual a pessoa enlutada deverá passar, de modo a poder continuar
sua vida sem aquele que se foi. Entretanto, é preciso considerar que o luto nunca será totalmente
concluído, pois sempre haverá uma data como o aniversário, o Natal ou qualquer outra que trará de
volta as lembranças e despertará sentimentos de tristeza e saudades.
Com relação ao luto infantil, Bowlby (1985, apud KOVÁCS, 2007) afirma que as crianças também
passam pelo processo de luto e têm no adulto o seu modelo. É comum a criança apresentar sentimentos
de culpa, principalmente quando ela tem menos de seis anos e vive o período em que a fantasia, ou
pensamento mágico, se confunde com a realidade.
Diversos autores, como Bowlby (1985), Aberastury (1984) e Raimbault (1979) (apud KOVÁCS, 2007)
concordam que não se deve sonegar informações para a criança, pois é falsa a ideia de que ela não
entende o que está acontecendo. A criança passa pelas mesmas fases do adulto, embora não consiga
se expressar da mesma maneira. O adulto poderá usar de recursos lúdicos com ela, como desenhos, por
exemplo, que são meios que ajudam a criança na expressão dos seus sentimentos.
Saiba mais
Uma dica para o trabalho do luto com a criança é o desenho infantil
O Rei Leão. O pequeno Simba, filho do rei Mufasa e da rainha Sarabi, é
apresentado ao reino como herdeiro. Depois de algum tempo, seu pai é
morto e Simba tem que enfrentar sua dor e outras dificuldades.
Infelizmente, nem sempre o sofrimento pela perda de uma pessoa querida ocorre de modo
relativamente organizado. Há casos em que a perda não é aceita e a pessoa, de uma maneira negativa,
pode desenvolver comportamentos que não acompanham as fases anteriormente descritas.
Bowlby (1985, apud KOVÁCS, 2007, p. 222) destaca alguns fatores que devem ser observados e que
são complicadores do processo de elaboração do luto:
É importante estar atento a esses processos. No caso de a pessoa dar sinais de luto complicado ou
patológico, deve ser encaminhada a atendimento médico e psicológico para que ela possa se reorganizar
sem a figura perdida.
Em seu estudo sobre o luto, Parkes (1998, pp.133‑136) apresenta os seguintes tipos:
Definir exatamente se o luto está seguindo para uma patologia ou se aquele é o tempo necessário
para que a pessoa possa elaborar a perda é algo extremamente difícil, tendo em vista que a linha que
separa o normal do patológico pode ser muito tênue. Além disso, a família muitas vezes não “percebe”
que o comportamento apresentado por aquela pessoa está saindo do que se considera “normal”, e
pela sua própria dificuldade em lidar com a perda acaba encarando o comportamento da pessoa como
aquele esperado.
O não perceber também é algo relativo, afinal, a perda é sentida por todos. De uma maneira ou outra
cada um precisa se reorganizar e dar assim continuidade em sua vida.
Lembrete
A partir de agora iremos focar nosso estudo para as relações entre o fisioterapeuta e os profissionais
de diversas áreas. Você verá que, contrariando posições passadas, há cada vez mais a necessidade da
integração de muitos saberes para o atendimento das pessoas em todas as suas necessidades: físicas,
psíquicas, cognitivas, social e espiritual.
Entretanto, para que possamos compreender os modelos de atendimento ao doente que atualmente
encontramos e as relações entre profissionais de diferentes áreas, é necessário nos reportarmos um
pouco na história e entendermos que a construção da relação profissional‑paciente esteve baseada em
outro modelo, outra dinâmica, a qual predominou por longo tempo.
Podemos observar que o modelo biomédico ainda é encontrado em muitos meios e remonta de um
tempo advindo da influência da Filosofia, que discutia o dualismo mente‑corpo.
De fato, é necessário cuidado, inclusive no atendimento integral da pessoa, tendo em vista que é
necessário conhecer as prioridades do indivíduo e tentar atendê‑lo a partir delas.
Atuar junto a outros profissionais se faz necessário; assim, o médico usará dos seus recursos para o
diagnóstico da pessoa, por exemplo. Entretanto, seu olhar não pode estar centrado apenas nos aspectos
objetivos, e sim em conhecer o que significa para a pessoa estar doente, encaminhando‑a para outros
profissionais capacitados para atender ao sujeito em todas as suas dimensões.
Se assim o fizer, o profissional terá melhores condições para avaliar o tratamento proposto e as
interferências de outros aspectos, tendo em vista que quando a pessoa adoece todas as suas dimensões
se comprometem e influenciam diretamente sobre eles.
O atendimento deve incorporar profissionais de diferentes áreas a fim de que a integração dos
conhecimentos atenda ao sujeito em todas as suas necessidades. Assim, a ação de multiprofissionais
deve ser entendida como a ocorrência de atividades desenvolvidas entre profissionais de diferentes
especializações, buscando a harmonização no ambiente de trabalho.
Para que aconteçam “atos de saúde”, e não atos médicos ou de outros profissionais, como
fisioterapeutas, psicólogos e outros, uma equipe multiprofissional deve implicar duas dimensões do
trabalho que, conforme Bruscato, Benedetti e Lopes (2006, p. 34), são indissociáveis:
Tais ações e interações irão proporcionar ao cliente o benefício das ações integradas e que estarão
voltadas para as necessidades da equipe, conforme explicam os autores.
Desta forma, Japiassu (1976, apud BRUSCATO; BENEDETTI; LOPES, 2006, p. 35) define:
Entretanto, é necessário encontrar o modelo que esteja voltado para a integração dos saberes, a
favor da pessoa com doença, que esteja de acordo com o modelo biopsicossocial.
A partir das explicações dos autores, entendemos que nas relações interdisciplinares a avaliação e o
planejamento caminham de maneira colaborativa, interdependente, complementar e coordenada.
Completam os autores que não há uma fusão entre as diferentes áreas do conhecimento e que as
especialidades não são negligenciadas – afinal, todos os profissionais agem ampliando seu referencial
144
Psicologia Aplicada à Fisioterapia
e atuam colaborando uns com os outros –; a identidade profissional é mantida, assim como o domínio
específico da técnica.
No exemplo citado, o conhecimento pelos profissionais da problemática da pessoa irá favorecer uma
postura de compreensão e acolhimento das intervenções sociais, no sentido de que algumas vezes a
pessoa necessita de adaptações físicas em sua casa, pois não há condições de viver como anteriormente.
Exemplo de aplicação
Neste sentido, sugiro que você reflita sobre a importância do trabalho do fisioterapeuta e da integração
do seu conhecimento com outros conhecimentos, tendo em vista que o principal favorecido será a
pessoa doente. O objetivo também deve estar voltado para o desenvolvimento de ações possibilitem o
crescimento do profissional.
Com a certeza de um novo olhar para a questão das relações profissionais, convido você a conhecer
e estudar o tema a seguir, pois está diretamente relacionado ao que até aqui apresentamos.
O que pretendemos aqui é identificar primeiramente um projeto de forma generalista, para que
assim você tenha subsídios teóricos para apreender com maior eficiência o que vem a ser um projeto.
Para tanto, nos reportamos à definição mais ampla em relação ao significado da palavra projeto:
145
Unidade III
O significado que mais se aproxima ao nosso real interesse citado anteriormente é o que
afirma que projeto trata‑se de um “Plano para a realização de um ato; desígnio, intenção”, ou seja,
começamos a identificar que projetos são intenções elaboradas com o intuito de se realizar algo
(fato/intenção).
Não há projeto se não houver a intencionalidade em realizar alguma coisa. No caso, não nos
importa qual é tal fato a ser vislumbrado pela pessoa que elabora determinado projeto. De acordo
com Lück (2003, p. 27), projeto é:
A autora coloca com bastante ênfase a necessidade de um projeto ser desenvolvido por pessoas
pró‑ativas, ou seja, com atitude e que saibam visualizar os resultados e custos para essa obtenção,
sendo planejado com peculiaridade e norteando de todos os lados para se conseguir o objetivo
central do projeto desenvolvido. Para Chase (2006, p. 78):
[...] um projeto pode ser definido como uma série de serviços relacionados,
normalmente voltados para alguma produção importante e que necessita
de um período significativo de tempo para ser realizado. Pode‑se destacar
nesta interpretação que para haver a elaboração de qualquer projeto é
preciso de tempo; assim, nenhum é feito “da noite para o dia”.
De acordo com o mesmo autor, deve‑se refletir que é preciso haver preparo metodológico para seu
início. Há outros estudiosos que defendem a ideia de que não há nenhuma definição universalmente
reconhecida para projeto, visto que seu significado pode mudar de acordo com a linha de pensamento
de quem o faz. Entretanto, há pontos que todos os projetos devem adotar, conforme discursa Fusco
(2007, p. 59):
146
Psicologia Aplicada à Fisioterapia
A palavra projeto pode ser utilizada de maneiras ambíguas, como discursa Orth (2009, p.15): “projeto
de vida (significando um plano de como pretende viver daqui para frente), projeto de pagamentos
(cronograma de pagamentos), projeto de curso (montagem de um currículo de curso), projeto de
governo (coleção de boas intenções)”.
O importante nesse momento é que você perceba que para que seja um bom projeto é preciso
tempo para sua elaboração, bem como objetivos definidos; sendo assim, um projeto não pode ser
interpretado como algo que não demande conhecimento técnico e metodológico, pois é a partir do
projeto que são feitos os estudos dos resultados das ações, minimizando possíveis erros e aumentando
a assertividade.
Vale destacar que há inúmeros conceitos para projetos, e você, como futuro profissional, deve
se identificar com algum deles para a utilização em seu cotidiano profissional, além de ter em
mente que o projeto não precisa ser estático. É possível seguir o mesmo dinamismo do trabalho do
fisioterapeuta, mas é preciso ficar atento para que o foco do projeto não se perca.
O conhecimento do projeto como um todo pode ser um diferencial não somente para os envolvidos
na sua elaboração e execução – pode também, de fato, causar a exultação do público a quem se destina.
A palavra eficiente, de acordo com o dicionário Michaelis (1998), quer dizer: “1 Ação, capacidade
de produzir um efeito; eficácia. 2 Mec Rendimento”. É a capacidade de se fazer alguma coisa, ponto
importante no que tange à elaboração de projetos, pois o profissional precisa saber (ter competência)
para desenvolver tal ação.
147
Unidade III
• Resolver problemas.
• Cumprir o dever.
• Reduzir custos.
De acordo com os autores citados, não há como ser eficiente – e, consequentemente, o mesmo
ocorrerá com o projeto – se a pessoa, principalmente o gerente, não tiver claras a meta e a estratégia,
não pensar em situações futuras e não absorver as responsabilidades.
Como a gerência fará as coisas corretas, sem saber quais de fato são? Como resolver os problemas
se não há a absorção das responsabilidades? Como vou garantir e proteger os recursos se não sei onde
serão aplicados e nem como? Como cumprir os deveres se não tenho claro quais eles são? Reduzir
custos sem as devidas pesquisas de mercado?
Perceba o quanto é complexo e prioritário o líder ser de fato o responsável pelas ações que envolvem
o projeto. Claro que não precisa somente ser uma pessoa responsável, mas haver responsáveis, que
trarão os problemas para si visando à resolutividade.
Chiavenato (2006, p. 181) é extremamente direto quanto ao que vem a ser uma atitude eficiente:
[...] relaciona‑se com a maneira pela qual fazemos a coisa. É o como fazemos,
o caminho, o método. No projeto anterior (aprovação em um certame), se
escolhermos corretamente o melhor material, a melhor equipe docente e
estudarmos de forma proativa, muito provavelmente seremos aprovados em
menos tempo. Aí está a eficiência: a economia de meios, o menor consumo
de recursos dado um determinado grau de eficácia.
Esse exemplo serve perfeitamente no cotidiano do elaborador de projetos, pois é preciso escolher
perfeitamente (tanto em termos de qualidade como de preço) o material, os objetos, as pessoas e o local
a ser usado, ou seja, os meios corretos para alcançarmos o objetivo e, consequentemente, termos ações
pró‑ativas.
148
Psicologia Aplicada à Fisioterapia
Se formos recorrer ao conceito da palavra eficaz no dicionário, teremos: “1 Qualidade daquilo que
é eficaz. 2 Qualidade daquilo que produz o resultado esperado [...]”(MICHAELIS, 1998), ou seja, está
associada a fazer corretamente aquilo que é posto no objetivo do projeto.
• Obter resultados.
• Aumentar o lucro.
O conceito utilizado para eficaz associa‑se ao fazer o que deve ser de fato feito, realizar as metas
e propósitos, gerar lucro, diminuir desperdícios (não ter) e trazer os resultados com o máximo de
criatividade possível.
Ser efetivo, segundo o dicionário Michaelis (1998), significa “1 Real, verdadeiro. 2 Que produz efeito;
que tem efeito; eficaz. 3 Que não tem interrupção; permanente: Serviço efetivo. [...]”. Para nossos estudos
em relação a projetos, ser efetivo se concentra no ato de proporcionar a continuidade das ações, ou seja,
haver a permanência para se chegar às metas.
A efetividade do projeto está direcionada ao fato dele conseguir perdurar no meio em que foi
proposto, com resultados bem sucedidos durante o percurso do trabalho. Para isso, é preciso haver uma
coordenação de esforços e “quereres” de maneira ordenada, para que o público-alvo esteja satisfeito
com o resultado.
Chiavenato (2006, p. 181) discursa sobre o conceito de efetividade com um breve exemplo prático
e lúdico:
149
Unidade III
O autor nos direciona que a efetividade é o impacto que o resultado das ações, que para nós diz
respeito a projetos, causou em determinada realidade, se esta é associada ao seu objetivo e se o resultado
foi satisfatório não somente para os realizadores, como também para o público‑alvo.
Para o fisioterapeuta, é de grande valia a preocupação com o índice de satisfação dos sujeitos da
ação do projeto desenvolvido, pois não há um excelente resultado se ele não atingir as expectativas das
pessoas que foram o grande foco da construção do trabalho.
Com respaldo na Constituição Federal (CF) de 1988, temos no artigo 196 o entendimento da saúde
como política pública:
Neste sentido, ao pensar em planejar ações para a saúde, é preciso entender que as intervenções
devem ir de encontro com os problemas já existentes, sua recuperação e a prevenção.
150
Psicologia Aplicada à Fisioterapia
A saúde é um direito social para a coletividade, ou seja, todos devem ter acesso a ela, que é um dos
itens para a efetivação da vida da sociedade. Os itens contidos no artigo 6º da CF são fundamentais para
a manutenção da vida autônoma, devendo ser tratados como direitos sociais.
Passada essa primeira explicação, voltemos ao projeto interventivo. Nele, deve haver a argumentação.
Argumentar, conforme visto no dicionário Michaelis (1998), significa:
Assim, a argumentação caminha no sentido da necessidade de se discutir com maior ênfase sobre o
assunto a ser abordado, e então expor aos sujeitos envolvidos uma fundamentação sobre determinado
assunto, com o intuito de produzir novos arranjos e dispositivos institucionais, que apontam na direção
da democratização e da produção de novos sujeitos e realidades.
O técnico deve fundamentar‑se na elaboração de seus projetos e ter sobretudo o embasamento legal,
a partir da Constituição Federal de 1988 e da Lei Orgânica da Saúde de 1990. Atente às suas diretrizes:
• baixa responsabilização;
• iniquidade no acesso.
A CF de 1988 traz a descentralização em seu bojo e, para sua materialização, são feitas as portarias.
Sobre isso, é de suma importância o respeito à singularidade da região e da realidade apresentada.
É preciso realizar um sistema de rede harmônico considerando pressupostos éticos e políticos, com
os princípios constitucionais (universalidade, integralidade com ênfase na atenção básica, participação
cidadã).
Para que no desenvolvimento das ações haja a compreensão e a clareza por parte dos
agentes executores e também dos planejadores das intervenções, é preciso que as atividades
estejam em consonância com as necessidades e características dos que irão se utilizar dos seus
resultados.
152
Psicologia Aplicada à Fisioterapia
Outro impeditivo é que existem de fato conhecimentos e tecnologias disponíveis capazes de interferir
na produção de doenças e agravos, mas apenas possuem acesso os que podem pagar pelos tratamentos;
desse modo, poucos são acionados e é entendida a mercantilização do acesso a saúde, indo na direção
contrária do que preconiza‑se na CF de 1988.
As políticas públicas de proteção social, de maneira geral, estão atreladas ao neoliberalismo que ataca
a concepção de universalidade. Desta forma, as ações do Estado são reduzidas, já que o país situa‑se em
uma realidade neoliberal, na qual se tem a “visão de política social apenas para complementar o que não
se conseguiu via trabalho, família ou comunidade” (YAZBEK, 2001, p. 37), ou seja, as ações estatais são
realizadas em última instância.
Há um conjunto de fatores que interferem no desenvolvimento da política pública. Eles podem ser
articulados sob três dimensões:
O problema deve ser entendido e somado com a necessidade de reorganização dos modos de gestão
e de atenção à saúde, implicando:
• reestruturação das organizações, dos estabelecimentos de saúde, que necessitam de uma nova
arquitetura capaz de propiciar e fomentar novos modos de produção de subjetividade e circulação
do poder.
O desafio do SUS é produzir um modelo não centrado nos usuários, com uma rede de interação de
múltiplos interesses combinando a defesa da vida do cidadão com a reprodução social do trabalhador.
153
Unidade III
Os modos de subjetividade ultrapassam o plano da forma do sujeito, pois estão em todas as partes,
decorrendo de um plano complexo e heterogêneo de forças e fluxos, tanto extra como intrapessoal (este
entendimento é importante para percebermos que os modos de relação entre os sujeitos e deles com
seu trabalho são produções genuinamente humanas, dinâmicas).
O SUS, com seu ideário ético‑político, se apresenta com um conceito‑ferramenta que valoriza
e potencializa a vida independentemente de quantidade. Ao produzir saúde nas suas mais variadas
facetas, implica produzir autonomia com o outro, amenizando e/ou libertando‑o tanto do risco de
adoecer como também dos efeitos.
A autonomia deve ser vista sob dois aspectos: um, do trabalho específico em saúde; o outro, generalista.
Entretanto, algumas questões são importantes a respeito do tema trabalho: novas modalidades, relações,
reengenharia e fragmentação dos processos, alienação e separação entre a formulação e execução,
assim como entre gestão das instituições e dos processos.
A reorganização dos processos produtivos não tem por premissa a libertação do trabalhador. A adição
de cotas de autonomia combinada com a organização mais flexível do trabalho, ou seja, a utilização de
outros recursos cognitivos e interacionais dos trabalhadores, envolvendo‑os no trabalho para além de
sua inserção em atividades previamente determinadas, extrai valor de um conjunto de conhecimentos
antes desprezados.
A atividade em saúde coletiva requer trabalho vivo, afirmando que sua produção ocorre no próprio
processo de intercessão entre profissional, equipe e usuário. Podem avançar suas ações se houver a
produção de sujeitos mais livres (usuário e trabalhador).
• Democracia: participação, ou seja, capacidade de produzir influências nas definições sobre o que
se faz no cotidiano.
• Reinventar: instituir espaços físicos e de temporalidade (espaços coletivos) para que a premissa
da democracia institucional se torne efetivamente uma prática nas organizações.
• Cogestão: permitir que o conjunto dos sujeitos envolvidos na trama da produção da saúde
interfira na definição das formas de organização do trabalho, na formulação das estratégias, enfim,
na definição da atuação institucional, respeitando‑se diretrizes e definições macroinstitucionais.
Ações não em benefício privado, mas em direção da produção de sujeitos mais autônomos e livres
e da ampliação do valor de uso das organizações.
154
Psicologia Aplicada à Fisioterapia
Para que ocorra a efetivação da ação do SUS, é necessária a ampliação de alguns conceitos que
permitam a compreensão e a operação concreta de novos contratos, como:
• gestão;
• sujeito;
• subjetividade;
• grupos.
CONSEQUÊNCIAS Baixa
resolutividade
CAUSAS
Figura 22
Este exemplo pode nortear a compreensão de um projeto interventivo acerca do absenteísmo dos
trabalhadores de uma clínica de reabilitação pública. O administrador da unidade supõe que seja esse
o foco da ação do projeto; entretanto, observa‑se no gráfico‑diagrama de Ishikawa, popularmente
denominado “espinha de peixe”, que o absenteísmo é uma consequência das dificuldades enfrentadas
na unidade, pois as causas levam aos resultados identificados. Neste sentido, o foco do projeto
seria a baixa resolutividade nas ações, já que os objetivos não eram alcançados. Podemos citar o
trabalhador desmotivado por não encontrar em seu ambiente de trabalho condições adequadas para o
desenvolvimento das suas atividades laborais.
Neste sentido, estamos tratando do escopo de um projeto, ou seja, a preocupação com todas as
etapas, respeitando a singularidade dos envolvidos.
155
Unidade III
Deixamos aqui para sua reflexão o entendimento sobre a realidade possuir no mínimo duas
interpretações: a minha e a sua. Logo, é preciso entender a multipluralidade da realidade para que os
programas sejam fortalecidos e adequados aos que dela forem utilizar.
Observação
Após a elaboração efetiva de projetos nas diferentes áreas de atuação do fisioterapeuta em sua
prática profissional, é importante a definição do nível em que ele irá trabalhar.
Tais níveis são descritos a partir da OMS e visam a atender os diferentes momentos que o sujeito
possa estar vivendo, sendo importante que o trabalho seja desenvolvido e sua atuação ocorra a partir
de uma equipe de saúde.
Com relação ao atendimento, ele pode ocorrer nos níveis primário, secundário e terciário. Cada um
deles deverá desenvolver um conjunto de ações próprias a fim de evitar a instalação da doença ou atuar
na prevenção ou redução de danos que possam ocorrer como consequência da doença.
1
Fonte: Conheça o escopo do projeto e a estrutura analítica do projeto (EAP). Disponível em: <http://www.
planejamento.mp.pr.gov.br/modules/noticias/article.php?storyid=57>.
156
Psicologia Aplicada à Fisioterapia
A seguir, transcrevemos o Programa Academia da Saúde, do Ministério da Saúde (2011a), que tem por
objetivo a prevenção em nível primário. Observe que, para que as ações propostas sejam desenvolvidas,
faz‑se necessária a participação de profissionais de diferentes áreas, em especial a fisioterapia.
Academia da Saúde
Quanto à Portaria nº 719, de 7 de abril de 2011, você poderá consultar no próprio site do Ministério
da Saúde, conforme indicação, e assim obter mais detalhes sobre os objetivos específicos, a equipe de
trabalho e as ações do Programa Academia da Saúde.
Chamo sua atenção para os objetivos apresentados e também para como ações públicas, por vezes
simples, podem atuar no nível preventivo junto à população e, assim, evitar inúmeros problemas – o que
consequentemente levará o sujeito para os outros níveis de atendimento.
Quanto aos programas de prevenção em nível secundário, temos como exemplo as ações públicas
voltadas para a saúde da mulher, também do Ministério da Saúde. Veja a seguir alguns trechos desse
programa:
Saúde da Mulher
Panorama – Para este ano, o Ministério da Saúde em parceria com o Instituto Nacional do
Câncer (Inca), lançou uma campanha de mobilização e de conscientização para a detecção
precoce do câncer de mama, tipo que mais acomete as mulheres. Com o tema “Câncer de
mama. Cuidar da sua saúde é um gesto de amor à vida. Olhe e sinta o que é normal e o que
158
Psicologia Aplicada à Fisioterapia
não é em suas mamas”. A ação faz parte do Programa Nacional de Controle do Câncer do
Colo do Útero e de Mama e do Plano Nacional de Fortalecimento da Rede de Prevenção,
Diagnóstico e Tratamento do Câncer.
O câncer de mama é o primeiro tipo que mais afeta a mulher brasileira. Este ano, estima‑se
o surgimento de mais de 52 mil novos casos da doença. Buscando ampliar o acesso a exames
e tratamentos preventivos, o Ministério da Saúde tem investido na ampliação da assistência
e prevenção do câncer de mama que é uma prioridade do SUS.
Até 2014, o Ministério da Saúde vai investir R$ 4,5 bilhões para fortalecer o Plano
Nacional de Prevenção, Diagnóstico e Tratamento do Câncer do Colo do Útero e de Mama. O
ministério fechou 2011 com investimento de R$ 2,1 bilhões no setor. Já em 2010 este valor
foi de R$ 1,9 bilhão.
Segundo a atriz e madrinha da campanha, Zezé Mota, desde que aceitou o convite para
participar desta campanha, tem recebido agradecimentos das pessoas. “Mas, na verdade,
essa participação é mais que um dever como ser humano e como mulher. Todo mundo que
está envolvido nesta campanha está cumprindo sua missão”, completou.
Vale notar que as campanhas, como a citada Outubro Rosa, vem ganhando cada vez mais força em
diversas cidades do país, tendo em vista que outubro é o mês destinado à prevenção do câncer de mama.
159
Unidade III
Exemplo de aplicação
Procure tomar conhecimento das campanhas que são desenvolvidas em seu município e quais são
os seus objetivos. Tente identificar em que nível de atuação ele se encontra.
Finalizando, convido você a conhecer outro programa do Ministério da Saúde (2002), referente a
ações voltadas para pessoa com deficiência, que atua no nível terciário:
A Política Nacional de Saúde da Pessoa com Deficiência, instituída pela Portaria MS/
GM nº 1.060, de 5 de junho de 2002, define, como propósitos gerais: proteger a saúde da
pessoa com deficiência; reabilitar a pessoa com deficiência na sua capacidade funcional e
desempenho humano, contribuindo para a sua inclusão em todas as esferas da vida social;
e prevenir agravos que determinem o aparecimento de deficiências.
160
Psicologia Aplicada à Fisioterapia
É importante registrar que a inclusão da pessoa com deficiência se dá, também, por
ações da comunidade, transformando os ambientes, eliminando barreiras arquitetônicas e
de atitudes, que impedem a efetiva participação social das pessoas com deficiência.
Além dos programas apresentados, encontramos outros que atuam em cada um dos níveis
de prevenção, seja primário, secundário ou terciário, elaborados pelo governo, cuja finalidade é o
atendimento da população.
Resumo
cliente pode atingi‑lo de alguma maneira. Isso poderá tornar mais ameno
o seu contato com o sofrimento alheio.
Tão difícil quanto falar sobre a morte é também discutir o luto. Sua
elaboração depende de diversos fatores, como o vínculo que existia com a
pessoa que se foi, mas sentimentos como tristeza e saudade estarão sendo
mobilizados. As principais fases para o enfretamento do luto são, conforme
Kovács (2007), fase de choque; fase de busca; fase de desorganização e
desespero e fase de reorganização. O luto nunca será totalmente concluído,
pois sempre haverá a lembrança em uma determinada data, como Natal,
aniversário e outras.
164
Psicologia Aplicada à Fisioterapia
Exercícios
Tabela 2
1. As ideias suicidas são comuns e observam‑se ainda A. Episódio depressivo com sintomas psicóticos.
sintomas somáticos.
2. A pessoa apresenta alguns dos sintomas da depressão, mas B. Episódio depressivo moderado.
consegue manter suas atividades.
3. Ocorrem alucinações e delírios e há lentidão psicomotora. C. Episódio depressivo grave sem sintoma psicótico.
Pode haver risco de suicídio.
4. Em geral, apresenta quatro ou mais sintomas da depressão D. Outros episódios depressivos.
e aparenta dificuldade para as atividades de rotina.
5. Apresenta uma depressão atípica com episódios isolados. E. Episódio depressivo leve.
Agora, de acordo com a definição de cada um dos episódios depressivos descritos, relacione a coluna
numérica com a alfabética e assinale a alternativa que traz a sequência correta:
A) Alternativa incorreta.
B) Alternativa incorreta.
C) Alternativa incorreta.
D) Alternativa incorreta.
E) Alternativa correta.
1. Quando as ideias suicidas são comuns e observam‑se ainda sintomas somáticos, apresenta‑se o
episódio depressivo grave sem sintoma psicótico (C).
2. Quando a pessoa apresenta alguns dos sintomas da depressão, mas consegue manter suas
atividades, apresenta‑se o episódio depressivo leve (E).
3. Quando ocorrem alucinações e delírios, há lentidão psicomotora e pode haver risco de suicídio,
apresenta‑se o episódio depressivo com sintomas psicóticos (A).
5. Apresentar uma depressão atípica com episódios isolados ocorre na descrição de outros episódios
depressivos (D).
I – Podemos afirmar que cuidados paliativos é o conjunto de ações interdisciplinares promovidos por
uma equipe de profissionais da saúde.
II – Os cuidados paliativos não apressam e nem adiam a morte e os pacientes podem recursar o
tratamento médico se assim desejarem.
III – Os cuidados paliativos oferecem um sistema de apoio para ajudar o paciente a viver tão
intensamente quanto possível.
IV – Somente após a morte da pessoa é que a família passa a ter direito à assistência dos cuidados
paliativos.
V – Os cuidados paliativos não apressam e nem adiam a morte, visto que ela é encarada como um
processo normal.
166
Psicologia Aplicada à Fisioterapia
A) Alternativa correta.
Justificativa: a afirmativa I é verdadeira, pois podemos afirmar que cuidados paliativos é o conjunto
de ações interdisciplinares promovidos por uma equipe de profissionais da saúde. A afirmativa II é
verdadeira, pois os cuidados paliativos não apressam e nem adiam a morte e os pacientes podem recursar
o tratamento médico se assim desejarem. A afirmativa III é verdadeira, pois os cuidados paliativos
oferecem um sistema de apoio para ajudar o paciente a viver tão intensamente quanto possível. A
afirmativa IV é falsa, pois a família do paciente em cuidados paliativos é acompanhada durante todo o
período da doença e a equipe trabalha com ela o luto que se inicia bem antes da morte do doente. A
afirmativa V é verdadeira, pois os cuidados paliativos não apressam e nem adiam a morte, visto que ela
é encarada como um processo normal.
B) Alternativa incorreta.
Justificativa: embora as afirmativas II e III sejam verdadeiras, a IV é falsa. Além disso, a alternativa
não contempla a afirmativa V, que também é verdadeira.
C) Alternativa incorreta.
D) Alternativa incorreta.
Justificativa: embora as afirmativas III e V sejam verdadeiras, a IV é falsa. Além disso, a alternativa
não contempla a afirmativa I, que também é verdadeira.
E) Alternativa incorreta.
167
FIGURAS E ILUSTRAÇÕES
Figura 1
Figura 2
IMGP5492.JPG. 1 fotografia, color. Disponível em: <http://mrg.bz/Xx54up>. Acesso em: 7 fev. 2013.
Figura 3
MUNCH, E. The scream. 1893. 1 original de arte, caseína/crayon encerado e tempera sobre papel
(cartão). Disponível em: <http://www.ibiblio.org/wm/paint/auth/munch/munch.scream.jpg>. Acesso
em: 7 fev. 2013.
Figura 4
Figura 5
RRHJDQ.JPG. 1 fotografia, color. Disponível em: <http://mrg.bz/RrhjDq>. Acesso em: 7 fev. 2013.
Figura 6
Figura 7
Figura 8
Figura 9
Figura 11
Figura 12
Figura 13
Figura 14
Figura 15
Figura 16
Figura 17
Figura 18
Figura 20
Adaptado de: MASLOW, A. H. Maslow no gerenciamento. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2000, p. 15.
Figura 21
Figura 23
REFERÊNCIAS
Audiovisuais
O REI Leão. Dir. Roger Allers e Rob Minkoff. EUA, 1994, 89 minutos.
UMA MENTE brilhante. Dir. Ron Howard. EUA, 2001, 135 minutos.
UMA PROVA de amor. Dir. Nick Cassavetes. EUA, 2009, 109 minutos.
Textuais
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