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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP

Instituto de Ciências Humanas – ICH

CURSO DE PSICOLOGIA

Campus Chácara II

RELATÓRIO PARCIAL DA ATIVIDADE PRÁTICA

DE ESTÁGIO EM PSICOPATOLOGIA GERAL

1 IDENTIFICAÇÃO

Estagiários
Joyce Gleyce Pires Gaia RA: N3956B0 TURMA: PS8T07
Amanda Carneiro de Oliveira RA: N395DB-2 TURMA:PS8T07
Jonathan Aparecido Diniz RA: D95047-9 TURMA:PS8T07
Luciana Macedo Paulino de Freitas RA: T87466-1 TURMA:PS8T07
Tatiana Zavatini de Castro RA: T87562-5 TURMA:PST807

Professor Orientador de Estágio

Profº. Pedro Desidério Checchetto

Instituição de Ensino

Universidade Paulista - UNIP/Curso de Psicologia

2 DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE

No dia 22/10/2022, realizamos a terceira visita ao Centro Integrado de


Assistência e Saúde Nossa Senhora de Fátima e visitamos uma das alas femininas.
3 IMPRESSÕES/PERCEPÇÕES

Na visita de hoje, estivemos em uma das alas femininas onde conversamos


com a paciente E. que, ao contrário da visita anterior, estava comunicativa e calma,
seu discurso foi organizado e linear.

No início da conversa E. comentou que sua mãe a visitaria naquele dia e que
queria estar bonita para tal, chegou a cobrar a estagiária Luciana sobre um esmalte
rosa para pintar as unhas e que desejava fazer um penteado no cabelo. Neste
momento ela elogiou o cabelo da estagiária Amanda, pois havia gostado das pontas
azuis. Mostrou-se vaidosa.

Após o elogio E. queria saber se Amanda era roqueira e iniciou uma conversa
sobre bandas e gostos musicais. Este ponto foi importante para conhecer melhor a
paciente, pois trouxe a oportunidade de fazer perguntas de cunho pessoal para
entender melhor sua configuração familiar e trajetória antes de chegar ao hospital.

E. comentou que sua mãe a visita toda semana, que tem dois irmãos e os
chamou de “pau no cu” [sic], pois não possuem problemas de saúde, trabalham e
não ajudam os pais. Quando questionada sobre a visita por parte do pai, E.
comentou que ele não costuma visitá-la com frequência, pois sofre de esquizofrenia
e acaba ficando com as tarefas de casa quando a mãe sai.

Ao comentar sobre sua infância, disse que gostava de ajudar a mãe a fazer
coalhada. Na adolescência, gostava de estudar, mas foi o período em que as crises
começaram e durante estes momentos E. atirava cadeiras em direção às colegas de
sala, causando ferimentos havendo a necessidade de chamar socorro, e devido ao
ocorrido, E. sempre era retirada da escola. E. não se recorda se fazia isto com a
intenção de fugir ou enfrentar o que via durante as crises. Ao final, E. decidiu ir
descansar e se despediu.

Ao verificarmos novamente seu prontuário, observamos que durante a última


visita até hoje, E. passou por muitas alterações de humor, chegou por vezes ficar
agressiva quase ao ponto de precisar ser contida pelos enfermeiros. Estava em
crise psicótica na semana anterior.

Segundo Freud (1924), nas psicoses, o ego está totalmente afastado da


realidade, perde-se dela, justamente em função do id. Deste modo, o que é
predominante numa psicose é a influência do id.

O que se encontra em um processo psicótico é uma transformação da


realidade efetuada através dos precipitados psíquicos de antigas relações com ela
(o próprio remodelamento). Como há uma alteração bruta do real, a psicose exige
para si própria a criação de novas percepções, que correspondam à nova realidade
do sujeito. Estas alterações do real manifestam-se, de modo extremo, em
alucinações e delírios e não é de se espantar que estas percepções carreguem um
caráter aflitivo e gerador de ansiedade. Este é o sinal de que o sujeito está em
conflito psíquico, já que o fragmento do real é constantemente rejeitado quando se
impõe à mente.

De acordo com os dados verificados, sua classificação diagnóstica de acordo


com o CID-10 são:

● F20 Esquizofrenia
Os transtornos esquizofrênicos se caracterizam em geral por distorções
fundamentais e características do pensamento e da percepção, e por afetos
inapropriados ou embotados. Usualmente mantém-se clara a consciência e a
capacidade intelectual, embora certos déficits cognitivos possam evoluir no curso do
tempo. Os fenômenos psicopatológicos mais importantes incluem o eco do
pensamento, a imposição ou o roubo do pensamento, a divulgação do pensamento,
a percepção delirante, idéias delirantes de controle, de influência ou de passividade,
vozes alucinatórias que comentam ou discutem com o paciente na terceira pessoa,
transtornos do pensamento e sintomas negativos.

A evolução dos transtornos esquizofrênicos pode ser contínua, episódica com


ocorrência de um déficit progressivo ou estável, ou comportar um ou vários
episódios seguidos de uma remissão completa ou incompleta. Não se deve fazer um
diagnóstico de esquizofrenia quando o quadro clínico comporta sintomas
depressivos ou maníacos no primeiro plano, a menos que se possa estabelecer sem
equívoco que a ocorrência dos sintomas esquizofrênicos fosse anterior à dos
transtornos afetivos.

● F70 Retardo mental leve


Amplitude aproximada do QI entre 50 e 69 (em adultos, idade mental de 9 a
menos de 12 anos). Provavelmente devem ocorrer dificuldades de aprendizado na
escola. Muitos adultos serão capazes de trabalhar e de manter um relacionamento
social satisfatório e de contribuir para a sociedade.

● F07 Transtorno orgânico da personalidade


Transtorno caracterizado por uma alteração significativa dos modos de
comportamento que eram habituais ao sujeito antes do advento da doença; as
perturbações concernem em particular à expressão das emoções, das necessidades
e dos impulsos. O quadro clínico pode, além disso, comportar uma alteração das
funções cognitivas, do pensamento e da sexualidade.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Atualmente, são conhecidos 7 tipos de esquizofrenia e o atribuído à paciente


E. denomina-se esquizofrenia paranóica ou paranóide que se desenvolve, na
maioria dos casos, em uma idade mais avançada do que os outros tipos. É o tipo de
esquizofrenia mais comum e se caracteriza por insistentes alucinações e/ou delírio,
bem como alterações na fala e nas emoções. A sintomatologia da esquizofrenia
paranóide perpassa pelo campo dos delírios, vivências de influências corporais que
se instalam como sensações corporais desagradáveis. Os delírios, em sua maioria,
são sempre de cunho persecutórios ou grandiosos.
À medida que a enfermidade progride, o doente se integra em seu mundo
delirante e alucinatório, afastando-se cada vez mais da realidade, da qual retira
apenas aqueles elementos que contribuem para fortalecer a sua convicção delirante.
Em toda a sua evolução, não se observam alterações profundas da personalidade,
como ocorre habitualmente nos outros subtipos de esquizofrenia. Porém no caso da
paciente E. também está presente o CID F07 Transtorno orgânico da personalidade.

Considera-se que um tratamento efetivo de transtornos desse nível deve ser


adequado a cada sujeito de modo particular, a fim de atender sua demanda e propor
redução em seu sofrimento psíquico. Desse modo, pode ser indicada a utilização de
fármacos, bem como de tratamento psicoterapêutico, como no caso da paciente E.

Ao certo a Esquizofrenia não possui uma cura, entretanto portadores dessa


doença podem sim, ter uma vida satisfatória e produtiva se o tratamento for feito de
maneira adequada, mesmo que sejam indispensáveis os medicamentos e o
acompanhamento terapêutico.

Ainda são realizadas pesquisas que visam compreender a Esquizofrenia


como uma patologia com influência genética. Segundo a Universidade de
Copenhague, após estudos com 30 mil pares de gêmeos, a cada cinco casos de
esquizofrenia, quatro possuem causa genética. No caso da paciente E. não deve ser
diferente, já que seu pai também possui.

5 REFERÊNCIAS

Classificação de transtornos mentais e de comportamento da CID - 10: descrições


clínicas e diretrizes diagnósticas. Porto Alegre: Artmed, 1993.

Freud, S. (1924). A perda da realidade na neurose e na psicose. Sigmund Freud –


Obras Completas (vol. 16, pp. 214-221). Companhia das Letras.
Cerca de 80% dos casos de esquizofrenia têm origem genética. Viva bem Uol
Disponível em:
<https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2017/10/06/maioria-dos-casos-de-
esquizofrenia-e-genetico.htm> Acesso em 25 outubro de 2022.

Filho, H e Samaia, H. (2000). Esquizofrenia: aspectos genéticos e estudos de


fatores de risco. Disponível em:
<https://www.scielo.br/j/rbp/a/rmytdVNhCwxPPCBW36Pwn7J/?lang=pt> Acesso em
25 outubro de 2022.

ASSINATURAS

São Paulo, 22 de outubro de 2022.

Estagiário: Amanda Carneiro de Oliveira RA: N395DB2

Estagiário: Jonathan Aparecido Diniz RA: D950479

Estagiário: Joyce Gleyce Pires Gaia RA:N3956B0

Estagiário: Luciana Macedo Paulino de Freitas RA: T874661

Estagiário: Tatiana Zavatini de Castro RA: T875625

Pedro Desidério Checchetto


Profº. Pedro Desidério Checchetto
Funcional: Supervisor das Atividades Práticas de Estágio

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