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DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA
1 INTRODUÇÃO
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A priori, no contexto histórico da saúde mental, o surgimento dos Centros de Atenção
Psicossocial (CAPS) representa uma importante transformação no que tange os cuidados com
a saúde mental. A partir da década de 1980, a luta antimanicomial ganhou força no Brasil,
impulsionada pela crítica ao modelo asilar e à violação dos direitos humanos das pessoas com
transtornos mentais. Influenciado pelo movimento antimanicomial italiano, liderado por
Franco Basaglia, o país presenciou avanços significativos na promoção da
desinstitucionalização e na busca por alternativas mais humanizadas e inclusivas de
atendimento (BOARINI, 2020). O primeiro CAPS foi inaugurado em São Paulo, em 1986,
como uma resposta concreta à necessidade de se estabelecer um cuidado em saúde mental
mais próximo da comunidade, evitando a internação desnecessária e promovendo a
reabilitação psicossocial (SOAREZ & ALVAREZ, 2022). Desde então, os CAPS se
disseminaram em todo o território nacional, consolidando-se como uma referência no cuidado
comunitário, pautado pela integralidade, participação dos usuários e garantia dos direitos
fundamentais (SOAREZ & ALVAREZ, 2022). Esse contexto histórico e social do surgimento
dos CAPS evidencia a importância da luta antimanicomial e sinaliza um caminho de
transformação no campo da saúde mental, visando à inclusão e ao respeito à dignidade das
pessoas com transtornos mentais.
No contexto vivenciado no CAPS, notou-se algumas nuances da psicose presente na
teoria psicanalítica fundada por Sigmund Freud e explorada por outros autores responsáveis
pelo referencial teórico que será utilizado para o desenvolvimento do atual relato. A princípio,
cabe citar a importância da abordagem psicanalítica no processo de compreensão das
psicopatologias e suas causas latentes, através da exploração do inconsciente, dos conflitos
internos e dos processos psíquicos. (VILHENA & ROSA, 2011). No que tange os pacientes
observados nos encontros do CAPS, foi destacado que boa parte deles apresentavam quadros
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O relato apresentado descreve a experiência de observação realizada no Centro de
Atenção Psicossocial (CAPS) Madeira Mamoré, localizado em Porto Velho, como atividade
da disciplina de Estágio Básico I do curso de Psicologia da Universidade Federal de
Rondônia. Foram realizados cinco encontros de observação, totalizando 25 horas, com foco
nas oficinas terapêuticas oferecidas aos pacientes com transtornos mentais graves atendidos
pela instituição. O referencial teórico utilizado foi o da psicanálise, principalmente o de
Sigmund Freud e outros autores que abordaram a psicose e suas manifestações nos pacientes
observados. Foi destacado o contexto histórico e social do surgimento dos CAPS no Brasil,
como uma resposta à luta antimanicomial e busca por alternativas mais humanizadas e
inclusivas de atendimento em saúde mental. A metodologia utilizada foi a observação
participante, com imersão nas atividades oferecidas aos pacientes do CAPS que tiveram
interesse em participar das atividades interativas. As atividades observadas consistem em
trabalhos artesanais e expressivos, com o intuito de promover a integração e criatividade dos
pacientes. Foram relatadas as dificuldades dos sujeitos com quadros de psicose em estabelecer
uma relação simbólica com o mundo externo, incluindo problemas com os cuidados com o
corpo e comorbidades associadas ao uso de antipsicóticos. O estágio serviu como atividade
acadêmica e enriquecedora, permitindo a compreensão dos conceitos teóricos discutidos em
sala de aula e a reflexão sobre a importância dos CAPS na sociedade. A experiência de
estágio nos enfatizou a importância da empatia, da compreensão das motivações e valores dos
6 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
Conselho Federal de Psicologia (Brasil). Referências técnicas para atuação de psicólogas (os)
no CAPS —. Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP). Conselho
Federal de Psicologia, Conselhos Regionais de Psicologia, Centro de Referência Técnica em
Psicologia e Políticas Públicas – ed. rev. — Brasília : CFP , 2O22.
BOARINI, Maria Lúcia. A luta antimanicomial: um mosaico de vozes insurgentes.
Rev. psicol. polít., São Paulo , v. 20, n. 47, p. 21-35, abr. 2020 . Disponível em <
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GUERRA, E. L. A. Manual de Pesquisa Qualitativa. Belo Horizonte – MG, Grupo
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