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Curitiba – PR
Coordenação: Constancia M. Alves De Boni, Waldemiro Pedroso Sobrinho
1 INTRODUÇÃO ...........................................................................................................3
1.1 Objetivos específicos .....................................................................................................3
1.2 Justificativa ....................................................................................................................3
1.3 Hipótese .........................................................................................................................3
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA...............................................................................4
2.1 Relacionamento interpessoal .........................................................................................4
2.2 Funcionamento do grupo ...............................................................................................5
2.3 As fases de inclusão, controle e afeição propostas por Schutz ......................................6
2.3.1 Inclusão .......................................................................................................................7
2.3.1.1 Comportamento de inclusão e os sentimentos de importância e estar vivo.............7
2.3.2 Controle.......................................................................................................................8
2.3.2.1 Comportamento de controle e sentimentos de competência e escolha ....................9
2.3.3 Afeição / Abertura.......................................................................................................9
2.3.3.1 Comportamento de abertura e o sentimento de ser amado ....................................10
2.4 A teoria de funcionamento dos grupos de Bion...........................................................11
2.4.1 Grupo de trabalho .....................................................................................................11
2.4.2 Mentalidade de grupos..............................................................................................11
2.4.3 Pressupostos básicos .................................................................................................12
2.4.3.1 Dependência...........................................................................................................12
2.4.3.2 Acasalamento.........................................................................................................13
2.4.3.3 Luta-fuga................................................................................................................13
3 METODOLOGIA ......................................................................................................13
3.1 Sujeitos.........................................................................................................................14
3.2 Instrumentos.................................................................................................................14
3.3 Procedimentos..............................................................................................................14
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................................26
REFERÊNCIAS.................................................................................................................28
ANEXOS ...........................................................................................................................29
1.2 Justificativa
1.3 Hipótese
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Os sentimentos que a pessoa tem em relação a si, os sentimentos que tem em rela-
ção aos outros e seus comportamento estão todos conectados. Se a pessoa sente que é
importante, fica mais independente em relação aos outros. Se não, tende a pensar que os
outros não vão achá-la importante, adota comportamentos que levam as pessoas a consi-
derá-la sem importância. Quando as pessoas a incluem, se interessam em saber quem ela
é, o seu sentimento de importância cresce, assim como a sua auto-estima. Contrariamen-
te, se a pessoa não é incluída, os outros não demonstram interesse por ela, tende a se iso-
lar, dificultando a comunicação e o desenvolvimento de uma maior sinergia do grupo.
Nestas três dimensões cada pessoa tem uma posição de conforto, isto é, escolhe
um comportamento entre dois extremos: baixo ou alto / pouco ou muito. De acordo como
a pessoa se comporta, se sente em relação a si mesma, essa posição de conforto tem sua
fonte:
- Na auto-inclusão (estar vivo), autodeterminação e autoconsciência. Na forma
como a pessoa se comporta em relação a si mesmo;
- Na auto-importância (auto-relevância), autocompetência e amor próprio.
Como a pessoa se sente em relação a si mesma;
- No comportamento das pessoas, que impactam nas experiências, memórias,
pensamentos, valores, crenças gerando medos de ser ignorado, humilhado e
rejeitado.
Quando a pessoa gosta de si mesma, tem prazer na própria companhia. Sente-se bem
em relação ao que é, e se os outros souberem tudo a seu respeito, vão gostar de quem é.
Quando a pessoa não gosta de si, não tem prazer em saber quem é. Tem vergonha
de si ou de como se comporta e como se sente. Seus impulsos e desejos são inaceitáveis,
O grupo passa pelas fases de inclusão, controle e afeição, nas quais são criadas
oportunidades para os membros satisfazerem suas necessidades interpessoais (SCHUTZ,
1989).
Ou seja, os comportamentos em relação à inclusão, controle e abertura que adota-
dos estão diretamente vinculados ao nosso autoconceito e auto-estima.
O ciclo das fases – inclusão, controle e afeição – pode repetir-se várias vezes du-
rante a vida de um grupo, independentemente de sua duração. Em grupos de treinamento,
observa-se uma inversão do ciclo nas últimas sessões, passando de afeição, para controle,
e inclusão como etapa final de despedida.
Schutz elaborou posteriormente um sumário das várias expressões de inclusão,
controle e afeição, em contextos diversos e mais amplos do que nos grupos de
treinamento (MOSCOVICCI, 2001).
A teoria dos grupos proposta por Bion pode ser dividida em dois tipos de grupos:
o grupo de trabalho ou grupo refinado e os grupos de base, ou mentalidade grupal ou ain-
da grupos de pressupostos básicos (SAMPAIO, 2002).
A teoria dos pressupostos básicos possui suas raízes na teoria freudiana, que tenta
explicar os fenômenos grupais a partir da libido (instinto sexual). Bion sustenta a hipótese
psicanalítica de que os fenômenos grupais possuem como origem um investimento afeti-
vo sobre um objeto que não pode ser obtido, seguido pela identificação com os supostos
“rivais” (SAMPAIO, 2002).
Para Bion (1975), existem três tipos de “padrões de comportamento” próprios dos
fenômenos de mentalidade de grupo. Ele denominou-os como dependência, acasalamento
e luta-fuga.
2.4.3.1 Dependência
2.4.3.2 Acasalamento
2.4.3.3 Luta-fuga
3 METODOLOGIA
3.1 Sujeitos
3.2 Instrumentos
3.3 Procedimentos
4 ANÁLISE DE DADOS
Grupo do Sheicho-No-Ie
Seicho-No-Ie (Lar do Progredir Infinito, numa tradução livre) é uma fi-
losofia/religião de origem japonesa. Monoteísta, enfatiza o não secta-
rismo religioso, as práticas de gratidão à família e a Deus, e o poder da
palavra positiva que influencia na formação de um destino feliz.
Surgiu em 1º de março de 1930 e cresceu no pós-guerra no Japão,
quando a sociedade japonesa viu desmoronar a religião oficial do Esta-
do, baseada na crença na divindade do imperador e uma das bases da
Data: 04.07.2009
Horário: 16h45min às 18h00min.
− A Preletora segura o livro na mão durante toda a sua fala, como se precisasse
de apoio teórico para se sentir segura ou “no controle”. Além disso, faz algumas
perguntas à plateia, mas não espera as respostas do público, respondendo-as logo em
seguida;
− A Preletora fala de forma rápida, sem pausas e sem organizar suas ideias de
forma sequencial e lógica. Ao longo de sua fala conta piadas, faz referência a si mesma,
Segundo Schutz (1989) as pessoas gostam de uma relação em que possam dividir
seus sentimentos, seus segredos e pensamentos íntimos e por isso tem alguém para ser
seu confidente. A abertura é construída com base em vínculos mais profundos, portanto,
usualmente é a última fase a emergir em um relacionamento entre as pessoas ou em um
grupo
Estes fatos comprovam a hipótese deste trabalho, que existe grande relação de
afeição entre os membros do grupo Coral. Devido à tarefa e tempo restrito durante o en-
saio, os sentimentos de afeição encontram maior espaço em momentos no qual o grupo se
encontra de forma menos estruturada.
Formação de Empreendedores
O Curso “Construção de Cenários” faz parte do programa do Sebrae de formação
de empreendedores, “Programa Próprio” o qual é dividido em seis módulos abaixo des-
critos:
− Portas Abertas;
− Perfil Empreendedor;
− Busca de Informações;
− Construção de Cenários;
− Gestão Básica;
− Consultoria de Viabilidade.
Todo programa tem uma carga horária de 20 horas e tem como objetivo levar o
nascente empresário a planejar a sua futura empresa, passando por todas as etapas do
Data: 07.07.2009
Horário: 08h30min às 10h30min.
Este dado pode estar relacionado ao fato de que o grupo é destinado à uma tarefa
específica não tendo como foco principal a relação entre os membros. Sendo assim, os
membros não fizeram um grau de vinculação suficiente para manter a união e constância
na sua participação. Outra hipótese é que a realização da tarefa (ir a campo e ver a reali-
dade) pode ser aversiva a alguns membros e retratar realidades contrárias às suas expecta-
tivas, causando frustração e promovendo a auto-avaliação de suas próprias competências.
Quadro 2 – Comparação entre as médias obtidas nos 3 grupos em relação às fases do Schutz
Grupos Observados
Fases do
Schutz Grupo Religioso Grupo Artístico Grupo de Trabalho
(Média) (Média) (Média)
Inclusão 1,7 1,7 1,8
Controle 2,1 1,8 1,9
Afeto 1,9 1,9 1,7
Conforme os dados visualizados no Quadro 02, pode-se perceber que o grupo que
manifesta a maior média de necessidade de Controle é o Grupo Religioso, contrariando a
visão de Schutz e a hipótese inicial traçada pelos pesquisadores.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
a) Inclusão
Segundo Schutz (1989) a inclusão relaciona-se com associação, e manifesta em
forma de grupo, a primeira decisão é se a pessoa quer fazer parte, se quer estar fora ou
dentro do grupo, perceber se está “recebendo” atenção ou se esta sendo ignorada pelos
demais integrantes do grupo.
A hipótese desta pesquisa é que a relação de inclusão seria mais acentuada no
grupo religioso, em analise ao grupo Sheicho-No-Ie, conforme descrito no item Analise
de dados, na observação do grupo percebeu-se maior intensidade na relação de Controle.
Sob análise do questionário, pode-se perceber que o grupo que manifesta a maior
média de necessidade de controle é o Grupo Religioso, contrariando a visão de Schutz e a
hipótese inicial traçada pelos pesquisadores.
b) Controle
A hipótese inicial desta pesquisa propõe relações mais acentuadas de controle nas
interações de grupos orientados à ciência. Apesar de manifestado em todos os grupos de
forma acentuada e apesar do questionário demonstrar maior necessidade de controle nos
membros do grupo religioso, o controle demonstra-se presente em todos os grupos
pesquisados.
Durante a observação, conforme descrito no item Analise de dados, percebe-se a
relação de controle no grupo orientado à ciência de forma a acentuarem as suas relações
em questões de competência, autoridade e influência.
Em questionário, apesar de pequena, a relação se apresenta mais acentuada na
necessidade de controle.
Will Schutz (1989) é incisivo nas suas afirmações quando coloca que a parte ra-
cional tem preferência por certo controle da própria vida, a defensiva tem origem no me-
do de ser fraco (não poder sustentar-se – ajudar a si mesmo) ou de ficar sobrecarregados
com responsabilidades. A parte racional é flexível e pode adaptar-se à situação, a defen-
siva é rígida, quanto maior é o autoconceito e auto-estima mais o comportamento é racio-
nal e não defensivo.
Levando em conta o conceito de controle e a origem do grupo do curso “Constru-
ção de Cenários” o qual faz parte do programa do Sebrae para formação de empreendedo-
res, que tem como objetivo preparar os integrantes para uma competição de mercado, no
qual o anseio é buscar viabilizar as atividades econômicas que os integrantes se propõe a
desenvolver, de forma a acentuar as relações e as necessidade de competição para o seu
futuro sucesso.
No grupo de trabalho, sob ambas as formas de análise, a necessidade de controle
predomina de forma sutil, porém confirma a hipótese inicial da pesquisa.
c) Afeição
A hipótese desta pesquisa é que a relação de afeição se mostre mais intensa e
acentuada no grupo artístico.
Conforme pesquisa realizada, identificou-se através da observação que no grupo
artístico as relações de afeto é que permeiam a jornada do grupo, manifestadas de forma
REFERÊNCIAS
BION, W. R. Experiências com grupos. Trad.: W. I. Oliveira. 2. ed. Rio de Janeiro: Imago; São Paulo:
EDUSP, 1975.
BOWLBY, John. Apego e perda. São Paulo: Martins Fontes, 1984-1985. 3. v.
______ . Formação e rompimento dos laços afetivos. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2006.
DEL PRETTE, A.; DEL PRETTE, Z. Psicologia das relações interpessoais: vivências para o trabalho
em grupo. Rio de Janeiro: Vozes, 2001.
FALCONE, E. M. de O. Grupos. In: RANGÉ, B. (Org.). Psicoterapia comportamental e cognitiva.
São Paulo: Psy, 1995.
GIDDENS, Anthony. Para além da esquerda e da direita. São Paulo: UNESP, 1996.
MOSCOVICI, Fela. Equipes dão certo: a multiplicação do talento humano. Rio de Janeiro: José
Olympio LTDA, 1994.
______ . Desenvolvimento interpessoal: treinamento em grupo. 10. ed. Rio de Janeiro: José Olympio,
2001.
SAMPAIO, J. dos R. A “dinâmica de Grupos” de Bion e as organizações de trabalho. Psicol. USP,
São Paulo, v. 13, n. 2, 2002.
SCHUTZ, W. Profunda simplicidade: uma nova consciência do eu interior. São Paulo: Ágora, 1989.
______ . Elements of encouter. New York: Batam Books, 1975.
WIKIPÉDIA – Enciclopédia virtual. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Seicho-No-Ie>.
Acesso em: jul. 2009.
ANEXO 01
Modelo de questionário
Informamos que os dados serão mantidos sobre SIGILO e que nenhum membro
do grupo será identificado.
Desde já agradecemos,
Elizabeth, Marcele, Rainer e Tadeu.