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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP

Instituto de Ciências Humanas – ICH

CURSO DE PSICOLOGIA

Campus Chácara II

RELATÓRIO PARCIAL DA ATIVIDADE PRÁTICA DE ESTÁGIO EM


PSICOPATOLOGIA GERAL

1 IDENTIFICAÇÃO

Estagiários

Amanda Carneiro de Oliveira RA: N395DB2 Turma: PS8T07

Jonathan Aparecido Diniz RA: D950479 Turma: PS8T07

Joyce Gleyce Pires Gaia RA: N3956B0 Turma: PS8T07

Luciana Macedo P. de Freitas RA: T874661 Turma: PS8T07

Tatiana Zavatini de Castro RA: T875625 Turma: PS8T07

Professor Orientador de Estágio

Profº. Pedro Desidério Checchetto

Instituição de Ensino

Universidade Paulista - UNIP/Curso de Psicologia

2 DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE
No dia 08/10/2022, realizamos a segunda visita ao Centro Integrado de
Assistência e Saúde Nossa Senhora de Fátima e nos reunimos em uma das alas
femininas.

3 IMPRESSÕES/PERCEPÇÕES

Nesta visita, estivemos em uma das alas femininas, conversamos com


diversas mulheres ali presentes e resolvemos observar o comportamento da paciente
E., pois assim que adentramos o corredor da ala, nos abordou de forma calma, com
um olhar cabisbaixo e nos pediu gentilmente uma calça para vestir. Aparentemente
a vestimenta que ela estava utilizando não parecia suja ou danificada. E. nos pediu
insistentemente que pedíssemos a uma das enfermeiras. Demos alguns passos em
direção à enfermaria e a mesma voltou a repetir para que não nos esquecessemos
de pedir uma calça.
Ao entrarmos na sala da enfermagem para ver alguns prontuários (inclusive da
paciente em questão), comunicamos o pedido de E. a uma das enfermeiras.
Permanecemos na sala de enfermagem lendo alguns prontuários e as últimas
informações da semana, descreviam que a paciente se encontrava agitada, com
discurso desorganizado, um tanto quanto agressiva com a equipe de enfermagem e
demais pacientes, alterações constantes de humor, e precisou de algumas
contenções. Apresentava crises psicóticas.
De acordo com os dados verificados em seu prontuário, os diagnósticos que a
paciente apresenta atualmente de acordo com o CID-10 são:

● F20 Esquizofrenia

O termo Esquizofrenia designa um conjunto de psicoses endógenas, que faz


com que o indivíduo perca a noção do que é real e do que é imaginário, sendo ele
um dos distúrbios mais mentais mais conhecidos. Essa doença se caracteriza
por distorções do pensamento e da percepção, e por afetos inapropriados ou
embotados. Consiste em um transtorno mental crônico, e estudos defendem que
tanto a genética, - que pode ser citada a pesquisa publicada em 19 de outubro
de 2016 pelo Jornal, norte americano, Nature que relatou que o distúrbio não é
causado por apenas um gene, e sim por uma série chamada de heterogeneidade
- quanto o ambiente influenciam a mesma. A esquizofrenia possui maior
incidência no início da adolescência até os 20 anos em homens, e no final dos 20
a até o começo dos 30 anos em mulheres. Na maioria das vezes a doença passa
despercebida pelos próprios pacientes e seus pais/responsáveis, pois seus
sintomas são confundidos com as revoltas, alienação, crises existenciais e
conflitos naturais que se desenvolvem na adolescência e/ou no início da vida
adulta. Sendo totalmente equivocado o pressuposto da maioria da população em
considerar que o paciente esquizofrênico é extremamente perigoso e que possui
dupla personalidade.

● F70 Retardo mental leve

Segundo Almeida (2007) Deficiência intelectual é a nomenclatura utilizada


para uma pessoa que apresenta limitações no seu funcionamento mental, seja ao
desempenhar tarefas, na forma de se comunicar e no modo como se relaciona
socialmente, é notório que essas limitações do funcionamento mental geram muitas
complicações para que o indivíduo possa aprender a se relacionar com o meio.
O Retardo Mental Leve tem a amplitude aproximada do QI entre 50 e 69 (em
adultos, com idade mental de 9 a menos de 12 anos). Provavelmente devem ocorrer
dificuldades de aprendizado na escola. Muitos adultos serão capazes de trabalhar e
de manter um relacionamento social satisfatório e de contribuir para a sociedade.

● F07 Transtorno orgânico da personalidade

Transtornos de personalidade e do comportamento devidos a doença, a lesão


e a disfunção cerebral. Caracterizado por uma alteração significativa dos modos de
comportamento que eram habituais ao sujeito antes do advento da doença; as
perturbações concernem em particular à expressão das emoções, das necessidades
e dos impulsos. O quadro clínico pode, além disso, comportar uma alteração das
funções cognitivas, do pensamento e da sexualidade.
Ao finalizarmos a leitura dos prontuários, nos dirigimos de volta ao corredor da
ala, onde havia uma movimentação maior de pacientes. De frente à sala de TV,
estávamos conversando com a paciente X. quando subitamente surgiu a paciente E.
e começou a ofendê-la sem nenhum motivo aparente. E. elevou o tom de voz e com
uma fala desorganizada começou a dizer em um tom agressivo: “Quem é você para
me colocar aqui dentro? Vai, diz? Quem é você para me trancar aqui dentro? Você
quer afastar meus filhos de mim. Você quer roubar o meu fígado e traficar meus
órgãos. Eu só vou falar uma vez: você tem 30 minutos pra me tirar daqui. Está me
ouvindo? 30 minutos!” [sic]. A outra paciente ficou totalmente desconcertada com a
situação e tentou se defender dizendo que sequer sabia quem era ela [sic]. E. se
aproximou fisicamente de X. e as estagiárias ali presentes tentaram apartar a
situação, mas foi necessário pedir a intervenção de uma enfermeira pois a essa
altura, existia o risco de agressão física. A enfermeira chegou e conseguiu levar a E.
para outro cômodo da ala (tinha em mãos a calça que E. havia solicitado).
Informou-nos que nas últimas 24 horas essa mesma paciente vinha arrumando
confusão com as demais mulheres.
A situação se acalmou com a retirada da paciente E. e chegava ao fim a
nossa visita ao hospital.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Atualmente, são conhecidos 7 tipos de esquizofrenia e o atribuído à paciente


E. denomina-se esquizofrenia paranóica ou paranóide que se desenvolve, na maioria
dos casos, em uma idade mais avançada do que os outros tipos. É o tipo de
esquizofrenia mais comum e se caracteriza por insistentes alucinações e/ou delírio,
bem como alterações na fala e nas emoções. A sintomatologia da esquizofrenia
paranóide perpassa pelo campo dos delírios, vivências de influências corporais que
se instalam como sensações corporais desagradáveis. Os delírios, em sua maioria,
são sempre de cunho persecutórios ou grandiosos.
À medida que a enfermidade progride, o doente se integra em seu mundo
delirante e alucinatório, afastando-se cada vez mais da realidade, da qual retira
apenas aqueles elementos que contribuem para fortalecer a sua convicção delirante.
Em toda a sua evolução, não se observam alterações profundas da personalidade,
como ocorre habitualmente nos outros subtipos de esquizofrenia. Porém no caso de
E., também está presente o CID F07 Transtorno orgânico da personalidade.
Considera-se que um tratamento efetivo de transtornos desse nível deve ser
adequado a cada sujeito de modo particular, a fim de atender sua demanda e propor
redução em seu sofrimento psíquico. Desse modo, pode ser indicada a utilização de
fármacos, bem como de tratamento psicoterapêutico.
Ao certo a esquizofrenia não possui uma cura, entretanto portadores dessa
doença podem sim, ter uma vida satisfatória e produtiva se o tratamento for feito de
maneira adequada. Mesmo que sejam indispensáveis os medicamentos, o
acompanhamento psicológico é de extrema importância em paralelo ao seu uso,
pois o paciente poderá aprender a usar habilidades que o auxiliem a enfrentar e
superar os desafios cotidianos. A terapia individual, o treinamento de habilidades
sociais, a terapia familiar e a readaptação profissional, podem ser usadas como
vertentes da terapia que ajudarão o paciente esquizofrênico.
A internação é recomendada quando a segurança do paciente está em risco
por conta de crise ou quando está apresentando sintomas muito severos,
preservando também a nutrição, o sono e a higiene básica do indivíduo.

5 REFERÊNCIAS

ALMEIDA, M. S. R. O que é deficiência intelectual ou atraso cognitivo, 2007.


Disponível em: <http:// files.josiprofessora.webnode.com/200000034- -
4a9e54c924/O%20QUE%20%C3%89%20DEFICI%C3%8ANCIA%20INTELECTUAL
%20 OU%20ATRASO%20COGNITIVO.pdf >. Acesso em: 08 de outubro de 2022.

Classificação de transtornos mentais e de comportamento da CID - 10: descrições


clínicas e diretrizes diagnósticas. Porto Alegre: Artmed, 1993.
ASSINATURAS

São Paulo, 08 de outubro de 2022.

Estagiário: Amanda Carneiro de Oliveira RA:N395DB2


Estagiário: Jonathan Aparecido Diniz RA:D950479
Estagiário: Joyce Gleyce Pires Gaia RA:N3956B0
Estagiário: Luciana Macedo P. de Freitas RA:T874661
Estagiário: Tatiana Zavatini de Castro RA: T875625

Profº. Pedro Desidério Checchetto

Funcional: Supervisor das Atividades Práticas de Estágio

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