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ATIVIDADE DE PSICOPATOLOGIA I

1. Acerca da definição de Psicopatologia e a ordenação dos seus fenômenos,


analise as proposições a seguir:

I. O campo da psicopatologia inclui um grande número de fenômenos


humanos especiais, associados ao que se denominou historicamente de
doença mental.
II. O campo da psicopatologia se ocupa de vivências, estados mentais e
padrões comportamentais que apresentam, por um lado, uma
especificidade psicológica (as vivências dos doentes mentais possuem
dimensão própria, genuína, não sendo apenas “exageros” do anormal) e,
por outro, conexões complexas com a psicologia do normal (o mundo da
doença mental não é um mundo totalmente estranho ao mundo da
experiências psicológicas “normais”).
III. A psicopatologia tem boa parte das suas raízes na tradição médica (na
obra de grandes clínicos), que propiciou, nos últimos dois séculos, a
observação prolongada e cuidadosa de um considerável contingente de
doentes mentais.
IV. Acerca dos limites da psicopatologia: embora o objeto de estudo não seja
o homem na sua totalidade, nunca se pode reduzir por completo o ser
humano a conceitos psicopatológicos, pois “todo fenômeno psíquico que
possa apreender-se em conceitos de significação constantes e com
possibilidade de comunicação”... fala da existência dos sujeitos. Assim, a
psicopatologia como ciência exige um pensamento rigorosamente
conceptual, que seja sistemático e que possa ser comunicado de modo
inequívoco.

São afirmações verdadeiras:


A) I, III
B) II, III, IV
C) I, II, III
D) I, II
E) I, II, III, IV

2. A Semiologia psicopatológica se ocupa do estudo:

A) dos signos
B) dos sintomas e dos sinais das doenças
C) dos sinais e sintomas dos transtornos mentais
D) dos efeitos da iatrogenia
E) do processo histórico da reforma psiquiátrica
3. Acerca da dimensão dupla do sintoma psicopatológico, como indicador e
símbolo ao mesmo tempo, analise as proposições a seguir:

I. O sintoma como índice indica uma disfunção que está em outro ponto do
organismo ou do aparelho psíquico; porém, aqui a relação do sintoma
com a disfunção de base é, em certo sentido, de contiguidade.
II. Os sintomas psicopatológicos ao serem nomeados pelo paciente, por seu
meio cultural ou pelo médico, passam a ser “símbolos linguísticos” no
interior de uma linguagem. No momento que recebe um nome, o sintoma
adquire o status de símbolo, de sino linguístico arbitrário, que só pode
ser compreendido dentro de um sistema simbólico dado, em determinado
universo cultural.
III. Um sintoma só pode ser considerado adequadamente compreendido e
interpretado tendo-se como referência um universo cultural específico,
um sistema de símbolos determinado.
IV. A semiologia psicopatológica cuida especificamente do estudo dos sinais
e sintomas produzidos pelos transtornos mentais, signos que sempre
contêm essa dupla dimensão.

São afirmações verdadeiras:


A) I, II, III, IV
B) I, III
C) II, III, IV
D) I, II, III
E) I, II

4. Acerca DOS PRINCÍPIOS GERAIS DO DIAGNÓSTICO


PSICOPATOLÓGICO, analise as proposições a seguir:

V. O diagnóstico de um transtorno psiquiátrico é quase sempre baseado


preponderantemente nos dados clínicos.
VI. O diagnóstico psicopatológico, com exceção dos quadros psicoorgânicos
(delirium, demências, síndromes focais, etc.), não é, de modo geral,
baseado em possíveis mecanismos etiológicos supostos pelo
entrevistador.
VII. De modo geral, não existem sinais ou sintomas psicopatológicos
totalmente específicos de determinado transtorno mental. Além disso,
não há sintomas patognomônicos em psiquiatria.
VIII. O diagnóstico psicopatológico é, em inúmeros casos, não é possível com
a observação do curso da doença.

São afirmações verdadeiras:


A) I, III
B) II, III, IV
C) I, II, III
D) I, II
E) I, II, III, IV
5. Ex-diretor do DSM fala sobre a medicalização da vida
Por: LUIZ DE QUEIROZ

Jornal GGN – O El País entrevistou Allen Frances, que durante anos dirigiu o Manual
Diagnóstico e Estatístico (DSM), que é usado por psiquiatras de todo o mundo para diagnosticar
doenças mentais. Ele lançou um livro, Saving Normal, no qual faz uma autocrítica e discute a
medicalização da vida.

“Transformamos problemas cotidianos em transtornos mentais”

Allen Frances (Nova York, 1942) dirigiu durante anos o Manual Diagnóstico e Estatístico
(DSM), documento que define e descreve as diferentes doenças mentais. Esse manual,
considerado a bíblia dos psiquiatras, é revisado periodicamente para ser adaptado aos avanços
do conhecimento científico. Frances dirigiu a equipe que redigiu o DSM IV, ao qual se seguiu
uma quinta revisão que ampliou enormemente o número de transtornos patológicos. Em seu
livro Saving Normal (inédito no Brasil), ele faz uma autocrítica e questiona o fato de a principal
referência acadêmica da psiquiatria contribuir para a crescente medicalização da vida.

Pergunta. No livro, o senhor faz um mea culpa, mas é ainda mais duro com o trabalho de seus
colegas do DSM V. Por quê?

Resposta. Fomos muito conservadores e só introduzimos [no DSM IV] dois dos 94 novos
transtornos mentais sugeridos. Ao acabar, nos felicitamos, convencidos de que tínhamos feito
um bom trabalho. Mas o DSM IV acabou sendo um dique frágil demais para frear o impulso
agressivo e diabolicamente ardiloso das empresas farmacêuticas no sentido de introduzir novas
entidades patológicas. Não soubemos nos antecipar ao poder dos laboratórios de fazer médicos,
pais e pacientes acreditarem que o transtorno psiquiátrico é algo muito comum e de fácil
solução. O resultado foi uma inflação diagnóstica que causa muito dano, especialmente na
psiquiatria infantil. Agora, a ampliação de síndromes e patologias no DSM V vai transformar a
atual inflação diagnóstica em hiperinflação.

P. Seremos todos considerados doentes mentais?

R. Algo assim. Há seis anos, encontrei amigos e colegas que tinham participado da última
revisão e os vi tão entusiasmados que não pude senão recorrer à ironia: vocês ampliaram tanto a
lista de patologias, eu disse a eles, que eu mesmo me reconheço em muitos desses transtornos.
Com frequência me esqueço das coisas, de modo que certamente tenho uma demência em
estágio preliminar; de vez em quando como muito, então provavelmente tenho a síndrome do
comedor compulsivo; e, como quando minha mulher morreu a tristeza durou mais de uma
semana e ainda me dói, devo ter caído em uma depressão. É absurdo. Criamos um sistema de
diagnóstico que transforma problemas cotidianos e normais da vida em transtornos mentais.

P. Com a colaboração da indústria farmacêutica...

R. É óbvio. Graças àqueles que lhes permitiram fazer publicidade de seus produtos, os
laboratórios estão enganando o público, fazendo acreditar que os problemas se resolvem com
comprimidos. Mas não é assim. Os fármacos são necessários e muito úteis em transtornos
mentais severos e persistentes, que provocam uma grande incapacidade. Mas não ajudam nos
problemas cotidianos, pelo contrário: o excesso de medicação causa mais danos que benefícios.
Não existe tratamento mágico contra o mal-estar.

(Fonte: https://jornalggn.com.br/noticia/diretor-do-dsm-fala-sobre-a-medicalizacao-da-vida)
Considerando o fragmento introdutório apresentado acima, REDIJA UM TEXTO
DISSERTATIVO (15 LINHAS) CONTEMPLANDO OS SEGUINTES
ASPECTOS:

a) Explique o que é a Patologização e Medicalização da vida e qual a influência do


DSM para a ocorrência destes fenômenos.
b) Explique de que modo o DSM opera mentais a partir de suas atualizações aliado
à indústria farmacêutica para a ampliação massificada dos diagnósticos de
transtornos.

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