Você está na página 1de 4

Psicologia aplicada à Saúde

Parte 2
Débora V. B. dos Santos
Psicóloga - CRP 05/36026

Psicologia do Desenvolvimento

Psicologia do Desenvolvimento é o estudo do desenvolvimento do ser humano


desde o nascimento até a idade adulta, em todos os seus aspectos.

Aspectos do Desenvolvimento: 1.pratico


• Aspecto físico-motor
• Aspecto intelectual manipulação
• Aspecto afetivo-emocional
• Aspecto social desenvolvimento físico
A hereditariedade, o crescimento orgânico, a maturação neurofisiológica, e o meio
são fatores que influenciam o desenvolvimento humano. O desenvolvimento mental
é uma construção contínua, que se caracteriza pelo aparecimento gradativo de
estruturas mentais.
As Estruturas Mentais são formas de organização da atividade mental que se
vão aperfeiçoando e solidificando até o momento em que todas elas, estando
plenamente desenvolvidas, caracterizarão um estado de equilíbrio superior quanto aos
aspectos da inteligência, vida afetiva e relações sociais. Ex.: Motivação, Moral da
obediência equilibracao
Estudos e pesquisas de Piaget demonstraram que existem formas de perceber,
compreender e se comportar diante do mundo, próprias de cada faixa etária, isto é,
existe uma assimilação progressiva do meio ambiente, que implica numa
acomodação das estruturas mentais a este novo dado do mundo exterior.
Piaget dividiu o desenvolvimento em 4 períodos. Cada período é caracterizado
por aquilo que de melhor a pessoa consegue fazer em cada idade. Todos passam por
fases ou períodos, nessa sequência. Mas o início e o fim de cada um deles dependem
das características biológicas do indivíduo e de fatores educacionais, sociais, etc.
• 1º período - Sensório-motor (0 a 2 anos): O bebê utiliza a inteligência prática ou
sensório-motora, que envolve as percepções e os movimentos. A vida mental reduz-
se ao exercício dos aparelhos reflexos, como a sucção. Esses reflexos melhoram com
o treino. No final do período, é capaz de usar um instrumento como meio para atingir
um objeto. A criança conhece o mundo pela manipulação. O desenvolvimento ósseo,
muscular e neurológico permite o surgimento de novos comportamentos, como
sentar-se, andar, o que propiciará um domínio maior do ambiente.
• 2° período - Pré-operatório (2 a 7 anos): Aqui ocorre o aparecimento da
Linguagem. A interação e comunicação são por ela principalmente. Isso permite a
exteriorização da vida interior, de corrigir ações futuras, antecipar o que vai fazer.
Ocorre o desenvolvimento do Pensamento, que se acelera. A criança faz o Jogo
Simbólico, que é transformar o real em função dos seus desejos e fantasias. Depois
passa a procurar a razão causal e finalista de tudo (é a fase dos famosos “porquês”).
A maturação fisiológica se completa.
• 3º período - Operações concretas (7 a 11 ou 12 anos): Início da construção lógica
(coordenação de pontos de vista diferentes, integrando de modo lógico e coerente).
2 linguagem ,
comunicação e pensamento aumentado ,
jogo do simbólico
3. lógica, operações 4.abstrações
Mas a capacidade de reflexão é exercida a partir de situações concretas. Surgem as
Operações (realizar uma ação física ou mental dirigida para um fim (objetivo) e
revertê-la para o seu início). As operações sempre se referem a objetos concretos
presentes ou já conhecidos.
• 4º período - Operações formais (11 ou 12 anos em diante): O adolescente faz a
passagem do pensamento concreto para o pensamento formal, abstrato (operações no
plano das ideias, sem manipulação ou referências concretas). Compreende conceitos
como liberdade, justiça, etc. Domina, progressivamente, a capacidade de abstrair e
generalizar. Cria teorias sobre o mundo, principalmente sobre aspectos que gostaria
de reformular, porque tem capacidade de reflexão espontânea.

Interconsulta

A interconsulta é uma situação na qual ocorre a presença de um médico psiquiatra


ou psicólogo em uma unidade ou serviço médico geral atendendo à solicitação de um
outro profissional de saúde. Surgiu nos anos 80, e teve seu conceito evoluído.
A partir do momento em que se solicita a atuação do interconsultor, ocorre uma
triangulação, paciente-família-equipe, enfatizando a importância de um olhar
ampliado e sensível sobre o tratamento do paciente, considerando-o como um ser
dotado de subjetividade no seu processo de ser e existir e não como “o paciente do
leito 234”, por exemplo.
Possui sua atuação pautada na integralidade, na interdisciplinaridade e na
humanização. A interconsulta possui como objetivos:
➢ Atuar na interface com a Medicina em geral (auxiliar e instrumentalizar o médico
não psiquiatra a reconhecer e tratar situações de natureza psiquiátrica);
➢ Auxiliar na assistência ao paciente de hospital geral, ajudando no diagnóstico e
no tratamento de pacientes com comorbidade entre doença clínica e doença
psiquiátrica;
➢ Colaborar na abordagem psicossocial do paciente;
➢ Auxiliar na tarefa de ensino e pesquisa.
Como exemplo de algumas situações que demandam interconsulta, temos: Avaliar
quadro mental do paciente; Colaborar no diagnóstico diferencial; Atender casos de
tentativa de suicídio; Prover apoio psicológico para a equipe ou para pacientes
submetidos a procedimentos traumatizantes; Inadequação do paciente ao tratamento;
Avaliar a possibilidade do paciente recusar procedimentos e tratamentos médicos;
Comunicações dolorosas, como diagnósticos ou pioras no quadro; História pregressa
de transtorno mental.

Manifestações Mentais

Muitos distúrbios fazem com que o ser humano sofra, tanto de males físicos
quanto psíquicos. Os que acometem o nosso corpo são os males orgânicos, as doenças
físicas. Os males que afetam o psíquico são as doenças mentais ou distúrbios mentais.
Tem ainda os males que afetam simultaneamente corpo e mente, e são chamados
distúrbios psicossomáticos.
Transtornos mentais são disfunções no funcionamento da mente, que podem afetar
qualquer pessoa e em qualquer idade e, geralmente, são provocados por complexas
alterações do sistema nervoso central.
Envolve a duração dos problemas, o grau de sofrimento emocional, o nível de
incapacidade que interfere nas relações interpessoais e nas competências sociais e o
diagnóstico psiquiátrico. Existem diversos transtornos mentais, que são classificados
em tipos. Os mais comuns estão relacionados à ansiedade, depressão, alimentação,
personalidade ou movimentos, por exemplo.

 Depressão: A depressão é o estado de humor deprimido por mais de 2 semanas,


com tristeza e perda do interesse ou do prazer nas atividades, podendo ser
acompanhada de sinais e sintomas como irritabilidade, insônia ou excesso de sono,
apatia, emagrecimento ou ganho de peso, falta de energia ou dificuldade para se
concentrar, por exemplo. A principal forma de tratar a depressão é a combinação de
psicoterapia com o psicólogo e uso de medicamentos antidepressivos prescritos pelo
psiquiatra. Cerca de 15% das pessoas apresentam depressão em algum momento da
vida.

 Transtorno Bipolar: O transtorno bipolar é a doença psiquiátrica que provoca


oscilações imprevisíveis no humor, variando entre depressão (que consiste em tristeza
e desânimo), e mania (impulsividade, extroversão excessiva). O tratamento costuma
ser feito com medicamentos estabilizadores do humor, que deve ser recomendado
pelo psiquiatra, e psicoterapia.

 Transtorno de Somatização: A somatização é um transtorno em que a pessoa


apresenta múltiplas queixas físicas, referentes a diversos órgãos do corpo, mas que
não são explicadas por nenhuma alteração clínica. Geralmente, são pessoas que
constantemente vão ao médico com muitas queixas, e na avaliação médica, exame
físico e realização de exames, nada é detectado. Na maioria dos casos, as pessoas com
transtorno de somatização apresentam ansiedade e alterações do humor, além de
poderem apresentar impulsividade. Quando além de sentir a pessoa chega a simular
ou provocar intencionalmente sintomas, a doença passa a ser chamada de transtorno
factício. É necessário um acompanhamento psiquiátrico e psicológico, de forma que
a pessoa consiga amenizar os sintomas. Remédios como antidepressivos ou
ansiolíticos podem ser necessários em alguns casos.

 Transtornos de Ansiedade: Os transtornos de ansiedade são muito comuns,


presentes em cerca de 1 a cada 4 pessoas que vão ao médico. Eles são caracterizados
por uma sensação de desconforto, tensão, medo ou mau pressentimento, que são
muito desagradáveis e costumam ser provocados pela antecipação de um perigo ou
algo desconhecido. As formas mais comuns de ansiedade são a ansiedade
generalizada, a síndrome do pânico e as fobias, e são muito prejudiciais tanto por
afetar a vida social e emocional da pessoa, como por provocar sintomas
desconfortáveis, como palpitação, suor frio, tremores, falta de ar, sensação de
sufocamento, formigamentos ou calafrios, por exemplo, e pelo maior risco de
desenvolver depressão ou vícios pelo álcool e medicamentos. É recomendada a
realização de psicoterapia com o psicólogo, além de acompanhamento com o
psiquiatra que, em alguns casos, poderá indicar o uso de remédios que aliviam os
sintomas, como antidepressivos ou ansiolíticos. Também é orientada a realização de
atividade física e métodos naturais ou atividades de lazer como meditação, dança ou
yoga, por exemplo.
 Transtornos Alimentares: A Anorexia Nervosa é caracterizada pela perda de
peso intencional provocada pela recusa à alimentação, distorção da própria imagem e
medo de engordar. Já a Bulimia consiste em comer grandes quantidades de comida e,
em seguida, tentar eliminar as calorias de formas prejudiciais, como pela indução do
vômito, uso de laxantes, exercícios físicos intensos ou jejum prolongado. A Ortorexia
é a preocupação excessiva por comer alimentos saudáveis. E a Vigorexia é a obsessão
pelo corpo musculoso. Os distúrbios alimentares são mais comuns em jovens, e têm
sido cada vez mais frequentes pela cultura de valorização estética. Não existe um
tratamento simples para curar os transtornos alimentares, sendo necessário o
tratamento psiquiátrico, psicológico e nutricional muitas vezes. Grupos de apoio e
aconselhamento podem ser boas formas de complementar o tratamento e obter bons
resultados.

 Transtorno Obsessivo Compulsivo: Também conhecido como TOC, este


transtorno provoca pensamentos obsessivos e compulsivos que prejudicam a
atividade diária da pessoa, como exagero em limpeza, obsessão por lavar as mãos,
necessidade de simetria ou impulsividade por acumular objetos, por exemplo. O
tratamento para transtorno obsessivo-compulsivo é orientado pelo psiquiatra, com a
ingestão de remédios antidepressivos, sendo também recomendado fazer terapia
cognitivo-comportamental.

 Esquizofrenia: A esquizofrenia é o principal transtorno psicótico, caracterizado


como uma síndrome que provoca distúrbios da linguagem, pensamento, percepção,
atividade social, afeto e vontade. É mais comum iniciar em jovens, no final da
adolescência, apesar de poder surgir ao longo de outras idades. Alguns dos sinais e
sintomas mais comuns são alucinações, alterações do comportamento, delírios,
pensamento desorganizado, alterações do movimento ou afeto superficial, por
exemplo. Apesar de não se saber exatamente a causa da esquizofrenia, sabe-se que
está relacionada a alterações genéticas que provocam defeitos nos sistemas
neurotransmissores do cérebro, e que pode ser hereditária. É necessário o
acompanhamento psiquiátrico, que indicará o uso de medicamentos antipsicóticos.
Além disso, é fundamental a orientação à família e o seguimento com outros
profissionais da área de saúde, como psicologia, terapia ocupacional e nutrição, por
exemplo, para que o tratamento seja completamente eficaz.

Setembro Amarelo
Dia Mundial da Prevenção ao Suicídio – 10 de Setembro
No Brasil, são 11 milhões de brasileiros sofrendo com depressão, 18 milhões com
algum transtorno relacionado à ansiedade. Podemos ajudar!

Você também pode gostar