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SAÚDE MENTAL
ÁGUAS LINDAS
2019
PSIQUIATRIA OU SAÚDE MENTAL?
O termo Saúde Mental se justifica, assim, por ser uma área de conhecimento que, mais do
que diagnosticar e tratar, liga-se à prevenção e promoção de saúde, preocupando-se em
reabilitar e reincluir o paciente em seu contexto social.
Outro ponto é o fato de que a Enfermagem sempre pareceu, para alguns olhares menos
perspicazes, estar à sombra do conhecimento médico. Mas, na verdade, ela constrói seu
conhecimento e divide com todas as outras áreas envolvidas os louros e as frustrações de
trabalhar em (ou para a) Saúde Mental.
Todas as pessoas estão sujeitas a transtornos psiquiátricos leves durante sua vida, como
ansiedade, depressão, etc.
A PSICOTERAPIA
A psicoterapia ocupa hoje um lugar fundamental na área da saúde, por trazer uma visão
integrada do homem, considerando as dimensões orgânicas, psíquicas e sociais
conjuntamente participantes na produção da existência humana e de seus problemas.
Em alguns casos, a Psicoterapia cumpre também uma função de educação para a vida.
Esta é uma área pouco considerada em nossa cultura, porém evidente quando as pessoas
se veem inaptas para lidar com situações como crises conjugais, desemprego ou
envelhecimento, por exemplo.
"Não é o tempo que modifica as pessoas, mas o modo como o prazer, a felicidade
e o risco se enquadram dentro do tempo." (Ponciano)
LUDOTERAPIA
Coube a Melanie Klein desenvolver a técnica de análise de crianças. Ao iniciar seu trabalho
na década de 20 desenvolveu um novo instrumento de trabalho ¨A Técnica do Brincar¨.
Por meio dela foi possível alcançar as fixações e experiências mais profundamente
recalcadas da criança e exercer uma influência importante em seu desenvolvimento.
Melanie Klein observou que o brincar da criança poderia representar simbolicamente suas
ansiedades e fantasias.
Visto que não se pode exigir de uma criança que faça associações livres, tratou o brincar
como equivalente a expressões verbais, isto é, como expressão simbólica de seus conflitos
inconscientes.
Assim como na análise de adultos, as brincadeiras infantis podem nos levar a conhecer os
significados latentes e estabelecer correlações com situações experimentadas ou
imaginadas por elas, fornecendo à criança a possibilidade de elaborar tais situações.
ENFERMAGEM PSIQUIÁTRICA
É um ramo da Enfermagem que se dedica ao cuidado de doentes mentais.
A parte da medicina que se preocupa com o estudo e tratamento das doenças mentais
denomina-se Psiquiatria. Os especialistas médicos que exercem atividades nesse campo
são os Psiquiatras, e a parte da enfermagem que se dedica à assistência aos doentes
mentais é designada por Enfermagem Psiquiátrica.
Quando se pensava que os doentes mentais eram possuídos por demônios ou espíritos
malignos, a atitude para com eles era de medo. Por isso eram isolados em prisões, onde
sofriam maus tratos e torturas.
Muitas vezes, eram abandonados à própria sorte à mercê de chuva, frio e calor, sem
alimento e sem roupa.
Nessa época, o pessoal que cuidava dos doentes, nas prisões, eram verdadeiros
carcereiros prontos a infringir castigos. Não havia nenhum cuidado físico além de entregar
o alimento ao paciente. Ninguém se preocupava com sua higiene e seu vestuário. A
característica do pessoal de enfermagem, nessa época era o uso de chaves e chicote.
No século XVIII um médico francês Philipe Pinel, preocupado com o tratamento dispensado
aos doentes mentais e suas condições de abandono e maus tratos, removeu as correntes
que os prendiam às prisões, libertou os melhores, conseguindo com seus amigos empregá-
los no comércio. Além disso Pinel preocupou-se com reformas administrativas, de forma
que o doente pudesse ter melhores condições de vida, vestir-se e alimentar,
adequadamente. Preocupou-se também, com a educação e treinamento do pessoal de
enfermagem que cuidava desses pacientes.
Nessa situação, o pessoal de enfermagem é alertado para olhar o internado como um ser
doente com necessidades físicas e psíquicas a serem atendidas. Melhorou a atenção e
cuidado para com eles, mas continuaram com as mesmas atitudes de vigilância e
desconfiança, baseados no conceito do doente como alguém perigoso que pode fugir.
O cuidado prestado ao paciente deixa de ser apenas físico para ser dirigido a sua pessoa
como um todo, com problemas, reações e comportamentos próprios de acordo com a sua
formação biológica, o ambiente onde viveu e vive, o afeto recebido e as emoções
vivenciadas Com isso, surgiram modificações nos hospitais que procuram agora, dar mais
atenção ao paciente como pessoa pertencente a uma família, vivendo em uma
comunidade, exercendo um tipo de trabalho e que deverá retomar a tudo isso apôs sua
alta hospitalar.
O pessoal de enfermagem é aquele que diariamente está com o paciente, observando suas
reações e tomando atitudes em resposta a elas. E seu papel ministrar os cuidados físicos
como: banho, alimentação, vestuário; ajudar nos tratamentos como a pessoa responsável
em preparar o ambiente; ministrar os medicamentos prescritos; relacionar-se
continuamente com o paciente e participar de toda atividade programada como parte do
ambiente terapêutico.
Todos os membros da equipe de enfermagem devem estar preparados para prestar ajuda
ao doente mental e para isso é preciso que tenham em mente:
Aceitar cada doente como um ser humano com personalidade própria e diferente dos
demais;
Aceitar que todo comportamento tem um significado e é a resposta a uma necessidade;
Comunicar ao paciente a sensação de que é aceito, de que lhe tem afeto e de que existe
um interesse por ele;
Cada um dos pacientes é uma pessoa com partes sadias e partes não sadias, devendo
estimular o que há de sadio em sua personalidade e aceitar seus aspectos doentes;
Cada paciente deve ser conhecido como um indivíduo: seu nome, seus hábitos em
relação às necessidades básicas da vida como vestir, dormir, banhar, eliminação; seus
gostos e interesses;
Entender que o comportamento do paciente tem uma razão de ser, embora nem sempre
essa razão apareça claramente. Ex.: O Sr. João pode não querer tomar banho de chuveiro
porque tem medo de eletrochoque e o chuveiro dá choque;
Compete ainda, ao pessoal de enfermagem comunicar aos elementos da equipe o que
se passa com o doente. Essa comunicação far-se-á oralmente, contando as ocorrências
havidas e anotando por escrito as observações feitas sobre seu comportamento.
Alguns hospitais contam com todos os elementos da equipe, outros trabalham com poucos
elementos e há ainda aqueles cuja equipe é constituída apenas pelos médicos e
atendentes.
Deste modo, para que se agisse efetivamente em relação a este elemento estranho seria
necessário identificá-lo, o que nunca se mostrou tarefa fácil nas variadas tentativas de
isolamento. Foram muitos os critérios, variáveis no tempo, mas em geral seguindo
imperativos políticos, religiosos e ideológicos. Considerando que nem mesmo atualmente
se dispõe do discernimento capaz de impor definitivamente os limites da normalidade, a
identificação do "anormal" sempre se fez de forma externa, mediante a observação do seu
comportamento junto a outros homens.
A SEGREGAÇÃO INSTITUCIONALIZADA
No momento histórico em que se decidiu confinar e apartar do meio "sadio" os
considerados antissociais, a Grande Internação do século XVI, foi atribuída "uma mesma
pátria aos pobres, aos desempregados, aos correcionários e aos insanos" (FOUCAULT:
1972:48). Em vez de conferir ao internamento dos insanos o cuidado com o seu estado
patológico, o que se privilegiava era um imperativo de racionalização típico do sistema
capitalista, o qual não se dispunha a manter em seu interior indivíduos concebidos como
inaptos, inúteis ou perigosos. Realizou-se, assim, uma verdadeira "limpeza" nas cidades,
com o intuito de preservá-las dos que as maculavam, segundo o critério da incapacidade
de trabalho e produção para a ordem econômica vigente. A particularização do sujeito
portador de transtorno mental, incluindo a necessidade de tratamento e adequação das
medidas de segurança pública com o estado próprio destes indivíduos, só veio com o
advento da Psiquiatria Moderna, em 1794, quase duzentos anos após o início das Grandes
Internações. A loucura, então, recebe o "status" de doença. Trata-se da chamada Primeira
Revolução Psiquiátrica, liderada pelo médico francês Philippe Pinel, o qual agia em
consonância com os ideais racionalistas e humanitários próprios da Revolução Francesa.
Com essa mistura de doentes e não doentes, estes locais tornaram-se depósitos de
marginalizados, que excluídos e enclausurados, não eram cidadãos. Mas com a nova
ordem social que se instalava, era preciso uma nova conceituação da loucura e,
principalmente, de suas formas de atendimento. A partir desta nova concepção social de
loucura, a clausura deixa de ser sinônimo de exclusão e passa a assumir um caráter
terapêutico: era necessário isolar o paciente em locais adequados – nos manicômios –
afastando-o do meio do qual gerava os distúrbios.
A PSIQUIATRIA NO BRASIL
As influências positivistas típicas do século XIX, que ordenaram o método das ciências
naturais, também atingiram a Psiquiatria, através de modelos que enfatizavam uma
medicina estritamente biológica, buscando apreender a natureza do homem e de seus
distúrbios psíquicos com observações e descrições. Desta maneira, concebeu-se o
indivíduo portador de doença mental como um objeto a ser estudado, em detrimento da
concepção do mesmo enquanto ser humano acometido por uma enfermidade, sendo que
esta, consequentemente, acarreta um sofrimento.
Em verdade, não se pode falar propriamente em psiquiatras no Brasil até o século XX,
quando surgem os primeiros especialistas. Até então, os médicos dos asilos, os chamados
alienistas, eram, em grande parte, clínicos gerais e legistas. Fez-se necessário, então, uma
regulamentação desta atividade, que começava a ampliar seu campo de atuação na
medida em que aumentava a quantidade de asilos pelo território brasileiro. A respeito da
prática do alienismo, que orientara toda a conduta psiquiátrica posterior, assim se
posiciona João Ferreira da Silva Filho (1997:91):
"A sua positividade constituiu-se praticamente em responder a uma demanda social e
política que objetivava controlar, sem arbítrio, a desordem social configurada no
personagem do louco. Era o que exigia a sociedade liberal, fundada na mística do contato
livre e que se opunha ao poder soberano anterior ao surgimento da dominação burguesa e
seu liberalismo. Diferenciando o louco do cidadão comum, responsável e obediente às leis,
e por isso digno de liberdade; do criminoso que racional e responsável transgride as leis,
por isto se faz merecedor de prisão; e do miserável, ser agora pleno de direitos e,
portanto, merecedor de trabalho, o alienismo instaura uma nova relação da sociedade com
o louco: a relação de tutela, que se constitui numa dominação/subordinação
regulamentada, cuja violência é legitimada com base na competência do tutor „versus‟ a
incapacidade do tutelado, caracterizado como ser incapaz de intercâmbios racionais isento
de responsabilidade e, portanto, digno de assistência. Além do estatuto de doente, ganha
o louco o de menor, ficando o médico, no caso o psiquiatra, como seu tutor, respondendo
assim ao desafio da administração e controle legal da loucura na sociedade liberal."
Este movimento pela criação de instituições específicas para doentes mentais resultou na
instalação do primeiro hospital psiquiátrico brasileiro. Este foi inaugurado em 1852,
durante o Segundo Reinado, denominado Hospício de Alienados Pedro I, no Rio de Janeiro.
Posteriormente, por seu grande porte e pelas decorações de luxo que possuía ficou
conhecido como “palácio dos loucos”. E no período de 1852 a 1886 muitas instituições
psiquiátricas foram criadas em todo território nacional, devido a necessidade de atender a
esta demanda.
Havia também aqueles que, por falta de informação sobre as doenças da mente,
acabavam convencidos de que a hospitalização era a melhor alternativa em momentos de
crise.
Uma coisa era certa: todos os que no hospício chegavam eram submetidos às rotinas
institucionais, que incluíam na terapêutica a camisa de força, o eletrochoque, a medicação
em excesso e inadequada as psicocirurgias, à revelia do querer do cliente.
O paciente era visto como um transtorno para a sociedade e por isso as práticas adotadas
sequestravam este cidadão temporariamente dos direitos civis, isolando-o e segregando-o
em manicômios, afastando-o dos espaços urbanos.
Mas por que chegamos a este ponto? Por que no
Brasil, na década de 1960, chega-se à margem de
cem mil leitos psiquiátricos, quando no restante do
mundo estava se refazendo conceitos sobre o
tratamento desta clientela? Por que mantivemos,
por tanto tempo, seres humanos encarcerados de
suas identidades?
Com esta afirmação, a segregação deste grupo era considerada legal. Neste caos do
sistema psiquiátrico, juntamente com os avanços da Constituição de 1988, surgiram
espaços de elaboração e aprofundamento de leis voltadas para o atendimento das
questões sociais, propiciando um ambiente adequado para que a sociedade civil.
Trabalhadores de Saúde Mental e a articulação Nacional da Luta Antimanicomial se
organizassem pela reforma do sistema psiquiátrico, buscando um novo estado de direito
para o doente mental.
Abandonar a idéia de que transtornos mentais eram produzidos somente por causas
naturais e aceitar que os fatores sociais podem ser determinantes destes transtornos, foi
uma reflexão difícil para muitos profissionais de saúde, gestores e familiares.
Atualmente, considera-se que existe uma relação estreita entre transtorno mental e a
exploração da força de trabalho, as condições insalubres dos ambientes, o viver na linha
da miséria, o alto índice de desemprego, as relações familiares, o estresse, a violência e a
sexualidade mal resolvida como causas. Enfim, são “pequenas e grandes” coisas que a
qualquer momento nos deixam no limite entre a sanidade e a loucura.
Na 2ª Conferência de Saúde Mental, em 1992, os delegados presentes resgataram
propostas previstas no projeto do Deputado Paulo Delgado, de 1989, que previam a
substituição do “modelo hospitalocêntrico” por uma rede de serviços descentralizada,
hierarquizada, diversificada nas práticas terapêuticas, favorecendo o acesso desse cliente
ao sistema de saúde, diminuindo o número de internações, reintegrando-o à família e
comunidade, resultando, desta forma, na melhoria da qualidade dos serviços nesta área.
Justificavam sua posição argumentando que os lares não teriam estrutura para manterem
financeiramente estes pacientes, somando-se os compromissos empregatícios e atividades
diárias dos familiares, o que poderia indisponibilizá-los a levar os pacientes às sucessivas
sessões terapêuticas e de cuidar diariamente deste indivíduo adoecido. Mas o que de fato
lhes preocupava era a redução dos lucros gerados por este sistema de encarceramento do
louco.
O Código Civil de 1916 surgiu enquanto ainda se encontrava vigente o Decreto 1.132,
seguindo o caminho determinado por este em alguns aspectos que se referem à
capacidade civil dos doentes mentais, mas, em contrapartida, determinando-os de "loucos
de todo o gênero" ao invés de "alienados de qualquer espécie", como estava no projeto
original. Não houve, inclusive, a preocupação de definir rigidamente o que fossem
alienados mentais: "aqueles que, por organização cerebral incompleta, ou moléstia
localizada no encéfalo, lesão somática ou vício de organização, não gozam de equilíbrio
mental e clareza de razão suficiente para se conduzirem socialmente nas várias relações
da vida" (Clóvis apud Venosa, 2002: 163).
É necessário ressaltar que o campo das manifestações psiquiátricas constitui-se em algo
estranho ao conhecimento jurídico, que reconhece a necessidade de regulamentá-las, mas
confere ao saber médico a determinação do que efetivamente viriam a ser. Tendo o
Decreto 1.132 por relator um médico, é natural que algumas de suas determinações
permanecessem, como a presunção de incapacidade e o instituto da curatela.
DECRETO 24.559/1934
No fim dos anos 80, surgiu o Movimento dos Trabalhadores em Saúde Mental, lançando o
lema "Por uma sociedade sem manicômios" e estimulando a produção legislativa de vários
estados no sentido de proceder à desistitucionalização.
Neste contexto, foi invertida a concepção da lei anterior, que estabeleceu o internamento
como princípio basilar. Este passaria a ser feito somente quando os recursos extra-
hospitalares não se mostrassem suficientes, tendo duração mínima e, ainda assim, sempre
mantendo em vista o posterior retorno do paciente ao seu meio social. É perceptível a
intenção do legislador em proteger o portador de transtorno mental contra as internações
arbitrárias, possibilitando a este, sempre que possível a interferência em seu tratamento.
PROTEÇÃO AO PACIENTE
O hospital é responsável pelo paciente internado, devendo protegê-lo de situações que
coloquem sua vida em risco, enquanto não tem condições de faze-lo por si mesmo.
ACIDENTE
Os pacientes podem sofrer acidentes que venham causar-lhe danos físicos. Alguns
acidentes podem pôr em risco a vida do paciente. Os acidentes mais comuns são causados
por quedas e queimaduras. A enfermagem deve tomar atitudes corretas para evitar os
acidentes.
TENTATIVA DE SUICÍDIO
É comum as pessoas pensarem na morte quando uma grande tristeza as atinge ou quando
algo de desagradável acontece. Com os doentes mentais a idéia de suicídio ocorre com
mais freqüência.
EVASÕES
Os pacientes podem deixar o hospital, sem licença, de várias maneiras: podem pular o
muro, sair pela porta com chave fabricada por eles mesmos, ou chave que pegaram de
alguém; dizer ao plantonista que tem ordem de sair;
A evasão é uma atitude tomada pelo doente mental que se sente vigiado, perseguido,
indesejado e como se fosse prisioneiro no hospital. O desejo do doente mental é livrar-se
dos perseguidores ou agressores, buscando acolhimento e esperança em outro lugar.
Muitas vezes a evasão ocorre com pacientes desorientados que não sabem onde estão e
para onde vão, sendo mais grave devido ao perigo de acidentes.
Controle de Evasões
As evasões devem ser evitadas através de vigilância; observação da atitude e
comportamento do paciente; compreensão dos sintomas e necessidades do doente mental
e, promoção de segurança e bem estar ao mesmo.
LICENÇA SEMANAL
Com o intuito de readaptar o paciente novamente à sociedade, ele deverá receber licença
semanal, e uma vez desaparecidos os sintomas que o incompatibilizavam com a realidade
do grupo comunitário. Para que os pacientes possam ausentar é necessário que o médico
assine uma licença.
Enfermagem
1. Afixar em quadro mural, lista dos pacientes que tem licença semanal;
2. Comunicar a licença aos familiares;
3. Verificar a autorização dada pelo médico do paciente;
4. Ajudar se necessário, o paciente nos preparativos para a saída;
5. Receber os familiares dos pacientes e entregar-lhes a autorização de saída do paciente;
6. Anotar no prontuário do paciente o dia, hora, condições e relação dos medicamentos
levados pelo paciente;
7. Instruir os responsáveis pelo paciente com relação à medicação a ser ministrada
durante a licença e quanto à necessidade de levá-lo a participar de passeios e festa.
8. Observar as condições físicas e emocionais do paciente que regressa da licença;
9. Perguntar ao paciente como passou os dias que esteve em casa;
10. Receber e conferir os pertences do pacientes e anotar no relatório de enfermagem e
no prontuário a data, a hora e as condições em que o paciente regressou.
Observações
A medicação deverá ser colocada em um recipiente, separado com rótulos contendo
instruções a respeito da quantidade e horário em que deve ser ministrada;
Instruir o responsável sobre como administrá-la;
Informar ao paciente e familiar sobre a necessidade de, em caso de uma recaída, trazer
de volta o paciente, ao hospital.
ALTA HOSPITALAR
A alta hospitalar é proporcionada ao paciente psiquiátrico quando os sintomas
incompatíveis com a vida em sociedade melhoraram ou desapareceram. O paciente
encontra-se calmo, lúcido e em condições de viver em sociedade.
O paciente psiquiátrico antes de receber alta deverá ser entrevistado pelo seu médico
assistente, pelo serviço social e pelo psicólogo da equipe, com a finalidade de remover
idéias errôneas e assegurar os aspectos sadios da personalidade do paciente, reparando-o
para enfrentar a vida lá fora.
Qualquer reação do paciente, deve ser anotada com critério, pois, a equipe se utilizará
delas para a avaliação do paciente.
FATORES FÍSICOS OU BIOLÓGICOS
O que se sabe é que sempre que temos alguma emoção, seja ela agradável ou
desagradável, ocorre uma série de trocas elétricas e químicas em nosso cérebro, o que já
constitui, por si só, um fator orgânico.
Dentre os fatores físicos ou biológicos que podem ser a base ou deflagrar um transtorno
mental, existem alguns mais evidentes, que avaliaremos a seguir.
Ainda assim, é uma grande armadilha acreditarmos que aí está “toda” a causa da doença
mental, pois passamos a acreditar que a solução do problema só estará neste ponto e
deixamos de prestar atenção em todos os outros aspectos da pessoa que atendemos em
sofrimento mental.
Dessa forma, a constituição genética precisa ser vista como uma “facilidade orgânica” para
desenvolver um determinado transtorno mental, mas não há garantias de que, ao longo
da vida do sujeito, tal fato ocorrerá, visto que dependerá de outros fatores para que tal
“tendência” de fato se manifeste.
Em alguns filmes de ficção do futuro, vemos pessoas tendo cartões magnéticos contendo
informações sobre seu genoma (o “mapa” de seus genes), utilizados como carteira de
identidade. Os cientistas afirmam que isto não está tão longe de acontecer. Imaginamos
até que seja possível, mas esperamos que até lá a sociedade tenha evoluído o suficiente
para não usar de forma preconceituosa tais informações. Ou talvez venhamos a descobrir
que todos nós temos uma ou outra alteração genética que possa nos predispor ao
transtorno mental.
b) Fatores pré-natais
As condições de gestação, dentre eles os fatores emocionais, econômicos e sociais, o
consumo de álcool, drogas, cigarro e de alguns tipos de medicação podem prejudicar a
formação do bebê, gerando problemas futuros que poderão comprometer sua capacidade
adaptativa no crescimento e desenvolvimento, podendo facilitar o surgimento da doença
mental.
c) Fatores perinatais
Perinatal é tudo aquilo que acontece “durante” o nascimento do bebê. Em algumas
situações o bebê pode sofrer danos neurológicos devido a traumatismos ou falta de
oxigenação do tecido cerebral. Nesses casos, dependendo da gravidade desses danos, a
criança poderá desenvolver problemas neurológicos (como, por exemplo, a epilepsia ou
diversos tipos de atraso de desenvolvimento) que podem formar a base para futuros
transtornos psiquiátricos.
d) Fatores neuro-endocrinológicos
O sistema endócrino, que é responsável pela regulação do equilíbrio de nosso organismo,
faz isso através da produção de hormônios pelas glândulas endócrinas (pituitária,
tireóide). Acontece que esse sistema tem estreita ligação com o sistema nervoso central,
havendo uma influência recíproca entre eles, isto é, o que acontece em um causa reações
no outro e vice-versa.
FATORES AMBIENTAIS
Os fatores ambientais exercem forte e constante influência sobre nossas atitudes e nossas
escolhas diárias, tanto externa quanto internamente, isto é, como nos sentimos e
enxergamos a nós mesmos. As reações a cada estímulo ambiental se darão de acordo com
a estrutura psíquica de cada pessoa, e essa estrutura psíquica estará intimamente ligada
às experiências que a pessoa teve durante a vida. Assim se estabelece uma relação
circular entre todos os fatores geradores de transtorno mental onde um ocasiona o outro.
Para melhor compreensão, podemos dizer que os fatores ambientais podem ser sociais,
culturais e econômicos.
Como sociais podemos compreender todas as interações que temos com o outro, nossas
relações pessoais, profissionais e com outros grupos. Estudos falam da importância das
pessoas significativas em nossa infância e de como ficam marcadas em nós as suas formas
de pensar e agir, assim como as reações que passamos a ter influenciam o nosso
comportamento diante de outras pessoas. Se, com as pessoas importantes de nossa
infância, aprendemos que existem pessoas que não são confiáveis e que devemos estar
sempre atentos para não sermos enganados, possivelmente teremos dificuldades em
confiar em alguém mesmo em nossa vida adulta.
Outro grupo de fatores ambientais que podemos perceber como exercendo influência
sobre nós são os econômicos. Nesse tópico tanto podemos nos referir à nossa
possibilidade mais direta de aquisição de bens, ou seja, “nosso bolso”, quanto às atuais
condições sociais, onde a miséria, aliada à baixa escolaridade, pode levar ao aumento da
criminalidade e esta ao aumento de tensão em nosso dia-a-dia.
Vale observar que todos estes grupos de fatores ambientais estão presentes tanto em
meios menos extensos, como a família, quanto em meios mais amplos, como a própria
humanidade.
Também devemos lembrar que, quando nascemos, já trazemos conosco uma “história de
vida”. Se fomos desejados ou não, se somos o primeiro filho ou o décimo, se nossa estadia
na barriga foi tranquila ou cheia de altos e baixos, se a mamãe fez uso de algum
medicamento ou droga que tenha nos deixado mais agitados ou mais apagados, se
tivemos ou não dificuldades maiores no parto, se fomos bem atendidos e fomos logo para
perto da mamãe, ou se tivemos que ficar mais tempo longe (indo para uma UTI neonatal,
por exemplo), se a mamãe ficou bem após nosso nascimento (disponível para gente) ou se
teve, por exemplo, uma depressão puerperal.
Bom, estes são só alguns exemplos que mostram que nós já “botamos o pé na vida” com
algumas características que nos são individuais e que as interações que vamos estabelecer
com o mundo, a partir de nosso nascimento, serão formadoras de um modo de ser
caracteristicamente nosso, mais ou menos ajustado, ao qual chamamos personalidade.
Pois bem, voltemos a pensar um pouco no “nosso bebê”...
Ao nascer, o bebê não tem ainda consciência de si mesmo e do mundo à sua volta. Não
consegue diferenciar suas sensações internas do mundo externo. Apenas consegue
perceber sensações boas (prazerosas) e más (desprazerosas). A fralda molhada dá
desprazer e ele chora. O colo da mamãe dá prazer (possivelmente lembra o conhecido
aconchego do útero e dá segurança) e ele dorme.
Nessa sequência, entre chorar e ser confortado, se dá um dos alicerces fundamentais para
o restante da vida do bebê (e dificilmente a mãe se dá conta do papel fundamental desses
momentos), pois, aos poucos, a criança vai construindo a noção de confiança, que é o
ponto de partida para sentimentos como segurança, otimismo e fé na vida adulta. Além
disso, a formação do vínculo afetivo com a mãe ou pessoa substituta faz com que o bebê
ganhe condições para amadurecer e voltar-se para conhecer e experimentar o mundo.
Imagine-se chegando sozinho a um país estranho, onde você não conhece a língua, os
costumes, nada (que sufoco, não?). Agora imagine que nesse lugar esteja te esperando
alguém que fala a sua língua (que alívio!) e que pode te ensinar tudo quanto você precisa
para se adaptar melhor. A mãe e o pai, ou pessoas substitutas, atuam mais ou menos
como “guias turísticos” do mundo para o bebê que chega. A grande diferença é que o bebê
é um “turista” até mesmo em seu próprio corpo, precisando de alguém para ajudá-lo a se
conhecer.
Acontece que quando o bebê não tem suas necessidades atendidas, ele não tem ainda a
capacidade de suportar a sensação ruim para aguardar a boa. O bebê não diz para si
mesmo: “Ah! Agora estou com fome, mas mamãe não pode me dar de mamar porque está
tomando banho. Tudo bem! Quando ela sair do banheiro, eu choro de novo.”
Não! Para o bebê recém-nascido, a fome é um desprazer tão intenso que, se não atendida,
adquire tons de ameaça de destruição (mais ou menos como nos sentiríamos diante do fim
do mundo). Nesses momentos o bebê experimenta profunda sensação de desamparo.
À medida que vai estabelecendo trocas positivas com as pessoas que cuidam dele, o bebê
vai criando uma diferenciação entre ele e o restante do mundo (que, nesse momento,
ainda são as pessoas mais próximas) e vai adquirindo uma certa tolerância à frustração e
maior capacidade de espera, pois já consegue “antecipar” (fazendo uso da memória) a
satisfação de suas necessidades.
Assim, entramos em contato com o ambiente social mais amplo pelas portas que abrimos
nas relações com nossa família nuclear ou com outras figuras de sobrevivência de nossas
vidas.
Sigmund Freud identificou cada uma das formas de funcionamento da estrutura psíquica
com nomes que nos parecem estranhos, pois têm sua origem na língua alemã.
Ao modo de funcionamento mais primitivo, aquele do bebê recém-nascido, onde
predominam os impulsos e sensações corporais de forma mais desorganizada, Freud
chamou de id. Id seria o ponto de partida de todo ser humano, a fonte básica de energia
de nosso ser, que será
organizada a partir de nosso
contato com o ambiente.
O aparecimento da consciência
eu/outro, da capacidade de
espera, mostra o surgimento do
ego (de acordo com as idéias de
Freud). Ego é a parte de nós que
lida com a realidade e negocia
com ela as satisfações das
necessidades geradas no id. Por
exemplo, quando sentimos fome
estamos detectando o
surgimento de uma necessidade. Sabemos que para satisfazermos esta necessidade
precisamos comer algo porque lembramos de outras vezes em que isto aconteceu
(memória já é uma atuação do ego). Podemos decidir se vamos para a cozinha, a uma
lanchonete ou a um restaurante de luxo através da avaliação de quanto dinheiro temos
para gastar com esta refeição (estamos buscando, na realidade, meios adequados para a
satisfação de nossa necessidade).
O ego tem três tarefas básicas: a nossa autopreservação, nosso autocontrole (não é
porque sentimos atração sexual por alguém que vamos “atacar” tal pessoa) e nossa
adaptação ao meio ambiente.
À capacidade de julgamento moral (noção de certo e errado) que passamos a adquirir com
o passar da infância, Freud chamou superego.
Esta seria a parte de nós mesmos que se liga aos códigos morais de nosso ambiente e de
nossa espécie. Ter essa noção de certo e errado mas nos sinaliza que fizemos algo
inadequado.
Estas três instâncias de nossa mente vivem, assim como o nosso corpo, em busca de um
nível de equilíbrio que nos permita ter o máximo possível de experiências boas e o mínimo
de experiências ruins.
Mas nem sempre isso é fácil. Muitas vezes nos encontramos dentro de situações das quais
não gostaríamos de participar, mas não vemos outra saída. Outras vezes, ainda, nos
percebemos querendo e não querendo alguma coisa ao mesmo tempo. Nessas situações
se estabelecem conflitos dentro de nós.
Os mecanismos de defesa não são, por eles mesmos, patológicos nem saudáveis. É o uso
que fazemos deles e o grau de rigidez que estabelecemos internamente para seu uso que
faz com que sejam mais ou menos favoráveis ao nosso ajustamento. Por exemplo, sair
para caminhar pode ser uma excelente solução quando estamos prestes a “explodir” com
alguém em determinada situação, mas se só soubermos fazer isso para lidar com nossos
conflitos, em breve estaremos em apuros.
DOENÇA MENTAL
Ele tem contato com a realidade, porém há manifestações psicossomáticas, que são
notadas por este, e que servem de aviso para a pessoa procurar um tratamento
psicológico, ou psiquiátrico. É um fator comum a ansiedade exacerbada. Existe inúmeras
classificações menores; para citar algumas temos:
Classificação
Causas
As causas do TOC não estão bem esclarecidas.
Certamente, trata-se de um problema multifatorial. Estudos sugerem a existência de
alterações na comunicação entre determinadas zonas cerebrais que utilizam a serotonina.
Fatores psicológicos e histórico familiar também estão entre as possíveis causas desse
distúrbio de ansiedade.
Sintomas
Em algumas situações, todas as pessoas podem manifestar rituais compulsivos que não
caracterizam o TOC. O principal sintoma da doença é a presença de pensamentos
obsessivos que levam à realização de um ritual compulsivo para aplacar a ansiedade que
toma conta da pessoa. Preocupação excessiva com limpeza e higiene pessoal, dificuldade
para pronunciar certas palavras, indecisão diante de situações corriqueiras por medo que
uma escolha errada possa desencadear alguma desgraça, pensamentos agressivos
relacionados com morte, acidentes ou doenças são exemplos de sintomas do transtorno
obsessivo-compulsivo.
Frequência
Em geral, só nove anos depois que manifestou os primeiros sintomas, o portador do
distúrbio recebe o diagnóstico de certeza e inicia do tratamento. Por isso, a maior parte
dos casos é diagnosticada em adultos, embora o transtorno obsessivo-compulsivo possa
acometer crianças a partir dos três, quatro anos de idade. Na infância, o distúrbio é mais
frequente nos meninos. No final da adolescência, porém, pode-se dizer que o número de
casos é igual nos dois sexos.
Tratamento
O tratamento pode ser medicamentoso e não medicamentoso. O medicamentoso utiliza
antidepressivos inibidores da recaptação de serotonina. São os únicos que funcionam. A
terapia cognitivo-comportamental é uma abordagem não medicamentosa com comprovada
eficácia sobre a doença. Seu princípio básico é expor a pessoa à situação que gera
ansiedade, começando pelos sintomas mais brandos. Os resultados costumam ser
melhores quando se associam os dois tipos de abordagem terapêutica.
Recomendações
* Não há quem não tenha experimentado alguma vez um comportamento compulsivo,
mas se ele se repete a ponto de prejudicar a execução de tarefas rotineiras, a pessoa pode
ser portadora de transtorno obsessivo-compulsivo e precisa de tratamento;
* Crianças podem obedecer a certos rituais, o que é absolutamente normal. No entanto,
deve chamar a atenção dos pais a intensidade e a frequência desses episódios. O limite
entre normalidade e TOC é muito tênue;
* Os pais não devem colaborar com a perpetuação das manias e rituais dos filhos. Devem
ajudá-los a enfrentar os pensamentos obsessivos e a lidar com a compulsão que alivia a
ansiedade;
* O respeito a rituais do portador de TOC pode interferir na dinâmica da família inteira.
Por isso, é importante estabelecer o diagnóstico de certeza e encaminhar a pessoa para
tratamento;
* Esconder os sintomas por vergonha ou insegurança é um péssimo caminho. Quanto
mais se adia o tratamento, mais grave fica a doença.
SÍNDROME DO PÂNICO
Uma crise de pânico dura caracteristicamente vários minutos e é uma das situações mais
angustiantes que podem ocorrer a alguém. A maioria das pessoas que tem uma crise terá
outras (se não tratar). Quando alguém tem crises repetidas ou sente muito ansioso, com
medo de ter outra crise, diz-se que tem transtorno do pânico.
Tratamento
Existe uma variedade de tratamentos para o T.P. O mais importante neste aspecto é que
se introduza um tratamento que vise restabelecer o equilíbrio bioquímico cerebral numa
primeira etapa. Isto pode ser feito através de medicamentos seguros e que não produzam
risco de dependência física dos pacientes. Numa segunda etapa prepara-se o paciente para
que ele possa enfrentar seus limites e as adversidades vitais de uma maneira menos
estressante. Em última análise, trata-se de estabelecer junto com o paciente uma nova
forma de viver onde se priorize a busca de uma harmonia e equilíbrio pessoal. Uma
abordagem psicoterápica específica deverá ser realizada com esse objetivo.
2. Fobia social: neste caso a pessoa tem medo de se expor a outras pessoas que se
encontram em grupos pequenos. Isto pode
acontecer em reuniões, festas, restaurantes e
outros locais. Muitas vezes elas são restritas a
uma situação, como por exemplo, comer ou falar
em publico, assinar um cheque na presença de
outras pessoas ou encontrar-se com alguém do
sexo oposto. Muitas pessoas apresentam também
baixa autoestima e medo de criticas. Usualmente
a pessoa nessas situações apresenta rubor na
face, tremores, náuseas. Em casos extremos pode
isolar-se completamente do convívio social.
3. Fobias especificas (ou isoladas): como o próprio nome diz, são fobias restritas a
uma situação ou objeto altamente específicos, tais como, animais inofensivos (zoofobia),
altura (acrofobia), trovões e relâmpagos (astrofobia), voar, espaços fechados
(claustrofobia), doenças (nosofobia), dentista, sangue, entre outros. A incapacitação da
pessoa no dia a dia depende do tipo de fobia e de quão fácil é evitar a situação fóbica.
Tratamento
TRANSTORNOS DE ANSIEDADE
É comum que haja comorbidade e assim uma pessoa pode apresentar sintomas de mais
de um tipo de transtorno de ansiedade ao mesmo tempo e destes com outros problemas
como depressão. No geral, os transtornos de ansiedade respondem muito bem ao
tratamento psicológico especializado.
Sinais e sintomas
A pessoa pode sentir tremores, inquietação, dor de cabeça, falta de ar, suor em excesso,
palpitações, problemas gastrointestinais, irritabilidade e facilidade em alterar-se. Esses
sintomas podem ocorrer na maioria dos dias por pelo menos seis meses. É muito difícil
controlar a preocupação, o que pode gerar um esgotamento na saúde física e mental do
indivíduo.
Tratamento
O especialista utiliza técnicas psicoterápicas de apoio. Muitas vezes faz-se necessário o uso
de medicação (antidepressivos e/ou ansiolíticos) por um determinado período. A maioria
das pessoas experimenta uma acentuada redução da ansiedade quando lhes é oferecida a
oportunidade de discutir suas dificuldades com um profissional experiente.
DEPRESSÃO
A depressão é uma doença mental que se caracteriza por tristeza mais marcada ou
prolongada, perda de interesse por atividades habitualmente sentidas como agradáveis e
perda de energia ou cansaço fácil. Ter sentimentos depressivos é comum, sobretudo após
experiências ou situações que nos afetam de forma negativa. No entanto, se os sintomas
se agravam e perduram por mais de duas semanas consecutivas, convém começar a
pensar em procurar ajuda. A depressão pode afetar pessoas de todas as idades, desde a
infância à terceira idade, e se não for tratada, pode conduzir ao suicídio, uma
consequência frequente da depressão.
Fatores de risco
✓ Pessoas com episódios de depressão no
passado;
✓ Pessoas com história familiar de depressão;
✓ Pessoas do género feminino – a depressão é mais frequente nas mulheres, ao longo de
toda a vida, mas em especial durante a adolescência, no primeiro ano após o parto,
menopausa e pós-menopausa;
✓ Pessoas que sofrem qualquer tipo de perda significativa, mais habitualmente a perda de
alguém próximo;
✓ Pessoas com doenças crónicas - sofrendo do coração, com hipertensão, com asma, com
diabetes, com história de tromboses, com artroses e outras doenças reumáticas, SIDA,
fibromialgia, cancro e outras doenças;
✓ Pessoas que coabitam com um familiar portador de doença grave e crónica (por
exemplo, pessoas que cuidam de doentes com Alzheimer);
✓ Pessoas com tendência para ansiedade e pânico;
✓ Pessoas com profissões geradoras de stress ou em circunstâncias de vida que causem
stress;
✓ Pessoas com dependência de substâncias químicas (drogas) e álcool;
✓ Pessoas idosas.
Sintomas da depressão
A depressão diferencia-se das normais mudanças de humor pela gravidade e permanência
dos sintomas. Está associada, muitas vezes, a ansiedade e/ou pânico.
Causas da depressão
As causas diferem muito de pessoa para pessoa. Porém, é possível afirmar-se que há
fatores que influenciam o aparecimento e a permanência de episódios depressivos. Por
exemplo, condições de vida adversas, o divórcio, a perda de um ente querido, o
desemprego, a incapacidade em lidar com determinadas situações ou em ultrapassar
obstáculos, etc.
Determinar qual o fator ou os fatores que desencadearam a crise depressiva pode ser
importante, pois para o doente poderá ser vantajoso aprender a evitar ou a lidar com esse
fator durante o tratamento.
Diagnóstico
Pela avaliação clínica do doente, designadamente pela identificação, enumeração e curso
dos sintomas bem como pela presença de doenças de que padeça e de medicação que
possa estar a tomar. Não existem meios complementares de diagnóstico específicos para a
depressão, e a bem da verdade, tão pouco são necessários: o diagnóstico clínico é fácil e
bastante preciso, um médico psiquiatra faz o diagnóstico e a orientação terapêutica (o
medicamento a usar, a dose, a duração, a resposta esperável face ao tipo de pessoa, a
indicação para um tipo específico de psicoterapia, a necessidade de outros tipos de
intervenção, etc.).
Tratamento
Normalmente, através do uso de medicamentos, de intervenções psicoterapêuticas, ou da
conjugação de ambas. As intervenções psicoterapêuticas são particularmente úteis nas
situações ligeiras e reativas às adversidades da vida bem como em associação com
medicamentos nas situações moderadas e graves. Os medicamentos usados no
tratamento das depressões são designados por antidepressivos.
SÍNDROME DE BURNOUT
Profissionais das áreas de educação, saúde, assistência social, recursos humanos, agentes
penitenciários, bombeiros, policiais e mulheres que enfrentam dupla jornada correm risco
maior de desenvolver o transtorno.
Sintomas
O sintoma típico da síndrome de burnout é a sensação de esgotamento físico e emocional
que se reflete em atitudes negativas, como ausências no trabalho, agressividade,
isolamento, mudanças bruscas de humor, irritabilidade, dificuldade de concentração,
lapsos de memória, ansiedade, depressão, pessimismo, baixa autoestima.
Dor de cabeça, enxaqueca, cansaço, sudorese, palpitação, pressão alta, dores musculares,
insônia, crises de asma, distúrbios gastrintestinais são manifestações físicas que podem
estar associadas à síndrome.
Diagnóstico
O diagnóstico leva em conta o levantamento da história do paciente e seu envolvimento e
realização pessoal no trabalho.
Tratamento
O tratamento inclui o uso de antidepressivos e psicoterapia. Atividade física regular e
exercícios de relaxamento também ajudam a controlar os sintomas.
Recomendações
* Não use a falta de tempo como desculpa para não praticar exercícios físicos e não
desfrutar momentos de descontração e lazer. Mudanças no estilo de vida podem ser a
melhor forma de prevenir ou tratar a síndrome de burnout;
* Conscientize-se de que o consumo de álcool e de outras drogas para afastar as crises de
ansiedade e depressão não é um bom remédio para resolver o problema;
* Avalie quanto as condições de trabalho estão interferindo em sua qualidade de vida e
prejudicando sua saúde física e mental. Avalie também a possibilidade de propor nova
dinâmica para as atividades diárias e objetivos profissionais.
b) Transtorno de afeto bipolar: tem por característica picos muito grandes de humor,
em pouco espaço de tempo, para o lado da depressão (ou distimia ou disforia), e pro lado
da mania (euforia ou eutimia). Por estes dois aspectos também conhecemos este
transtorno como psicose maníaco-depressiva. O doente sofre de mudanças de humor
constantes, sendo perigoso e gastador em fases maníacas, e retraído, podendo se suicidar,
no estado depressivo.
B - Aspecto neurofisiológico:
C - Intensidade:
2) Crônica: é a fase de relaxamento do doente, onde ele está fora da realidade, mas não
põe em risco os outros e sua vida. Este estágio é permanente, e resulta de algum caso
onde não há cura.
ESQUIZOFRENIA
Sintomas
A esquizofrenia apresenta várias manifestações, afetando diversas áreas do funcionamento
psíquico. Os principais sintomas são:
1. delírios: são idéias falsas, das quais o paciente tem convicção absoluta. Por exemplo,
ele se acha perseguido ou observado por câmeras escondidas, acredita que os vizinhos ou
as pessoas que passam na rua querem lhe fazer mal.
2. alucinações: são percepções falsas dos órgãos dos sentidos. As alucinações mais
comuns na esquizofrenia são as auditivas, em forma de vozes. O paciente ouve vozes que
falam sobre ele, ou que acompanham suas atividades com comentários. Muitas vezes
essas vozes dão ordens de como agir em determinada circunstancia. Outras formas de
alucinação, como visuais, táteis ou olfativas podem ocorrer também na esquizofrenia.
Causa da esquizofrenia
Não se sabe quais são as causas da esquizofrenia. A hereditariedade tem uma importância
relativa, sabe-se que parentes de primeiro grau de um esquizofrênico tem chance maior
de desenvolver a doença do que as pessoas em geral. Por outro lado, não se sabe o modo
de transmissão genética da esquizofrenia. Fatores ambientais (p. ex., complicações da
gravidez e do parto, infecções, entre outros) que possam alterar o desenvolvimento do
sistema nervoso no período de gestação parecem ter importância na doença.
Diagnóstico
O diagnóstico da esquizofrenia é feito pelo especialista a partir das manifestações da
doença. Não há nenhum tipo de exame de laboratório (exame de sangue, raio X,
tomografia, eletroencefalograma etc.) que permita confirmar o diagnóstico da doença.
Muitas vezes o clínico solicita exames, mas estes servem apenas para excluir outras
doenças que podem apresentar manifestações semelhantes à esquizofrenia.
Tratamento
O tratamento da esquizofrenia visa ao controle dos sintomas e a reintegração do paciente.
O tratamento da esquizofrenia requer duas abordagens: medicamentosa e psicossocial. O
tratamento medicamentoso é feito com remédios chamados antipsicóticos ou
neurolépticos. Eles são utilizados na fase aguda da doença para aliviar os sintomas
psicóticos, e também nos períodos entre as crises, para prevenir novas recaídas. A maioria
dos pacientes precisa utilizar a medicação ininterruptamente para não ter novas crises.
Características
O início pode ser tanto pela fase depressiva como pela fase maníaca, iniciando
gradualmente ao longo de semanas, meses ou abruptamente em poucos dias, já com
sintomas psicóticos o que muitas vezes confunde com síndromes psicóticas. Além dos
quadros depressivos e maníacos, há também os quadros mistos (sintomas depressivos
simultâneos aos maníacos) o que muitas vezes confunde os médicos retardando o
diagnóstico da fase em atividade.
Tipos
Aceita-se a divisão do transtorno afetivo bipolar em dois tipos: o tipo I e o tipo II. O tipo I
é a forma clássica em que o paciente apresenta os episódios de mania alternados com os
depressivos. As fases maníacas não precisam necessariamente ser seguidas por fases
depressivas, nem as depressivas por maníacas. O tipo II caracteriza-se por não apresentar
episódios de mania, mas de hipomania com depressão.
Fase maníaca
Tipicamente leva uma a duas semanas para começar e quando não tratado pode durar
meses. O estado de humor está elevado podendo isso significar uma alegria contagiante
ou uma irritação agressiva. Junto a essa elevação encontram-se alguns outros sintomas
como elevação da autoestima, sentimentos de grandiosidade podendo chegar a
manifestação delirante de grandeza considerando-se uma pessoa especial, dotada de
poderes e capacidades únicas como telepáticas por exemplo. Aumento da atividade motora
apresentando grande vigor físico e apesar disso com uma diminuição da necessidade de
sono. O paciente apresenta uma forte pressão para falar ininterruptamente, as idéias
correm rapidamente a ponto de não concluir o que começou e ficar sempre emendando
uma idéia não concluída em outra sucessivamente: a isto denominamos fuga-de-idéias.
Aumento do interesse e da atividade sexual. Perda da consciência a respeito de sua
própria condição patológica, tornando-se uma pessoa socialmente inconveniente ou
insuportável.
Fase depressiva
É de certa forma o oposto da fase maníaca, o humor está depressivo, a autoestima em
baixa com sentimentos de inferioridade, a capacidade física esta comprometida, pois a
sensação de cansaço é constante. As idéias fluem com lentidão e dificuldade, a atenção é
difícil de ser mantida e o interesse pelas coisas em geral é perdido bem como o prazer na
realização daquilo que antes era agradável. Nessa fase o sono também está diminuído,
mas ao contrário da fase maníaca, não é um sono que satisfaça ou descanse, uma vez que
o paciente acorda indisposto. Quando não tratada a fase maníaca pode durar meses
também.
Sintomas (maníacos):
✓ Sentimento de estar no topo do mundo com uma alegria e bem estar inabaláveis, nem
mesmo más notícias, tragédias ou acontecimentos horríveis diretamente ligados ao
paciente podem abalar o estado de humor. Nessa fase o paciente literalmente ri da própria
desgraça.
✓ Sentimento de grandeza, o indivíduo imagina que é especial ou possui habilidades
especiais, é capaz de considerar-se um escolhido por Deus, uma celebridade, um líder
político. Inicialmente quando os sintomas ainda não se aprofundaram o paciente sente- se
como se fosse ou pudesse ser uma grande personalidade; com o aprofundamento do
quadro esta idéia torna-se uma convicção delirante.
✓ Sente-se invencível, acham que nada poderá detê-las.
✓ Hiperatividade, os pacientes nessa fase não conseguem ficar parados, sentados por
mais do que alguns minutos ou relaxar.
✓ O senso de perigo fica comprometido, e envolve-se em atividade que apresentam tanto
risco para integridade física como patrimonial.
✓ O comportamento sexual fica excessivamente desinibido e mesmo promíscuo tendo
numerosos parceiros num curto espaço de tempo.
✓ Os pensamentos correm de forma incontrolável para o próprio paciente, para quem olha
de fora a grande confusão de idéias na verdade constitui-se na interrupção de temas antes
de terem sido completados para iniciar outro que por sua vez também não é terminado e
assim sucessivamente numa fuga de idéias.
✓ A maneira de falar geralmente se dá em tom de voz elevado, cantar é um gesto
frequente nesses pacientes.
✓ A necessidade de sono nessa fase é menor, com poucas horas o paciente se restabelece
e fica durante todo o dia e quase toda a noite em hiperatividade.
✓ Mesmo estando alegre, explosões de raiva podem acontecer, geralmente provocadas
por algum motivo externo, mas da mesma forma como aparece se desfaz.
A fase depressiva
✓ Na fase depressiva ocorre o posto da fase maníaca, o paciente fica com sentimentos
irrealistas de tristeza, desespero e autoestima baixa. Não se interessa pelo que costumava
gostar ou ter prazer, cansa-se à-toa, tem pouca energia para suas atividades habituais,
também tem dificuldade para dormir, sente falta do sono e tende a permanecer na cama
por várias horas. O começo do dia (a manhã) costuma ser a pior parte do dia para os
deprimidos porque eles sabem que terão um longo dia pela frente.
Apresenta dificuldade em concentra-se no que faz e os pensamentos ficam inibidos,
lentificados, faltam idéias ou demoram a ser compreendidas e assimiladas. Da mesma
forma a memória também fica prejudicada. Os pensamentos costumam ser negativos,
sempre em torno de morte ou doença. O apetite fica inibido e pode ter perda significativa
de peso.
Tratamento
O lítio é a medicação de primeira escolha, mas não é necessariamente a melhor para todos
os casos. Frequentemente é necessário acrescentar os anticonvulsivantes como o tegretol,
o trileptal, o depakene, o depakote, o topamax.
Nas fases mais intensas de mania pode se usar de forma temporária os antipsicóticos.
Quando há sintomas psicóticos é quase obrigatório o uso de antipsicóticos. Nas depressões
resistentes pode-se usar com muita cautela, antidepressivos.
DISTÚRBIOS ALIMENTARES
1. Anorexia nervosa
2. Bulimia
ANOREXIA NERVOSA
Sintomas
Muitas mulheres que desenvolvem anorexia nervosa são meticulosas e compulsivas, com
metas e expectativas muito elevadas de realização e sucesso. Os primeiros sinais de uma
anorexia iminente são a crescente preocupação com a alimentação e o peso corporal,
inclusive entre aquelas que já são magras, como é o caso da maioria das pessoas com
anorexia nervosa. A preocupação e a ansiedade intensificam-se à medida que emagrecem.
Mesmo quando magra, a pessoa declara que se sente obesa, nega ter qualquer problema,
não se queixa da falta de apetite ou da perda de peso e, geralmente, resiste ao
tratamento. A pessoa não costuma ir ao médico até que os familiares a obriguem.
Anorexia significa "falta de apetite", mas as pessoas com anorexia de fato sentem fome e
se preocupam com a alimentação, estudando dietas e calculando calorias; acumulam,
escondem e desperdiçam a comida; colecionam receitas e cozinham pratos elaborados
para outras pessoas. Cerca de 50% das pessoas com anorexia nervosa ingerem uma
quantidade excessiva de comida e a seguir provocam o vômito ou tomam laxantes ou
diuréticos. A outra metade simplesmente restringe a quantidade de comida que ingere. A
maioria pratica também exercício em excesso para controlar o peso.
Sintomas
As mulheres deixam de menstruar. Observa-se tanto nos homens quanto nas mulheres
uma perda de interesse sexual. As pessoas com anorexia nervosa têm uma frequência
cardíaca lenta, pressão arterial baixa, baixa temperatura corporal, inchaços por acúmulo
de líquidos e cabelo fino e suave, ou então, excesso de pelos na face e no corpo. As
pessoas com anorexia que emagrecem muito tendem a manter uma grande atividade,
incluindo a prática de programas de exercícios intensos. Não têm sintomas de deficiências
nutricionais e estão surpreendentemente livres de infecções. A depressão é comum e as
pessoas com esse distúrbio mentem acerca do que comeram e escondem os seus vômitos
e os seus hábitos alimentares peculiares.
Diagnóstico e Tratamento
A anorexia nervosa é geralmente diagnosticada com base numa perda de peso acentuada
e nos sintomas psicológicos característicos. A anoréxica típica é uma adolescente que
perdeu pelo menos 15% do seu peso corporal, teme a obesidade, deixou de menstruar,
nega estar doente e parece saudável.
Quando o estado nutricional estiver aceitável, começa o tratamento a longo prazo, que
deve ser feito por especialistas em distúrbios alimentares. Esse tratamento pode incluir
psicoterapia individual, de grupo e familiar, bem como medicamentos. Se houver o
diagnóstico de depressão, a pessoa poderá tomar antidepressivos. O tratamento tende a
estabelecer um ambiente tranquilo, estável e focado na pessoa, animando-a a ingerir uma
quantidade adequada de comida.
BULIMIA NERVOSA
Em comparação com os indivíduos que apresentam anorexia nervosa, aqueles com bulimia
nervosa tendem a ser mais conscientes de seu comportamento e sentem remorso ou
culpa. Eles apresentam maior tendência a admitir suas preocupações ao médico ou a um
outro confidente. Geralmente, os bulímicos são mais extrovertidos e mais propensos a um
comportamento impulsivo (p.ex., abuso de drogas ou álcool).
Diagnóstico e Tratamento
O médico suspeita de bulimia nervosa quando uma pessoa está muito preocupada com o
aumento de peso, que apresenta grandes flutuações, em especial se existem sinais
evidentes de uma utilização excessiva de laxantes. Outros indícios incluem o inchaço das
glândulas parótidas, cicatrizes nos nós dos dedos por terem sido utilizados para induzir o
vômito e erosão do esmalte dentário. No entanto, o diagnóstico vai depender da descrição
do paciente.
EPILEPSIA
A epilepsia é uma doença do sistema nervoso que provoca mudanças súbitas, breves e
repetidas na atividade cerebral. Durante uma crise epiléptica, popularmente conhecida
como convulsão, os neurônios do cérebro podem funcionar, de forma incontrolável, até
quatro vezes mais rápido que o normal, afetando temporariamente a forma com que a
pessoa se comporta, locomove, pensa ou sente. A causa pode ser uma lesão no cérebro,
decorrente de uma forte pancada na cabeça, uma infecção (meningite, por exemplo),
neurocisticercose ("ovos de solitária" no cérebro), tumores cerebrais, condições genéticas
(esclerose tuberosa, por exemplo), problemas circulatórios no cérebro, abuso de bebidas
alcoólicas, de drogas, etc.
Sintomas
Os sintomas da epilepsia variam conforme
as áreas do cérebro que são afetadas,
sendo divididas em crises generalizadas e
crises parciais. A crise convulsiva é a forma
mais conhecida pelas pessoas e é
identificada como "ataque epiléptico". É
uma crise generalizada porque envolve
todas as áreas do cérebro. Nesse tipo de
crise a pessoa pode cair ao chão, apresentar contrações musculares em todo o corpo,
morder a língua, ter salivação intensa, respiração ofegante e, às vezes, até urinar.
A crise do tipo "ausência" é conhecida como "desligamentos". A pessoa fica com o olhar
fixo, perde contato com o meio por alguns segundos. Por ser de curtíssima duração
(questão de segundos), muitas vezes não é percebida pelos familiares e/ou professores.
Também é considerada uma crise generalizada e, geralmente, se inicia na infância ou na
puberdade.
Há um tipo de crise que se manifesta como se a pessoa estivesse "alerta" mas sem o
controle de seus atos, fazendo movimentos automaticamente. Durante esses movimentos
automáticos involuntários, a pessoa pode ficar mastigando, falando de modo
incompreensível ou andando sem direção definida. A crise se inicia em uma área do
cérebro. Em geral, a pessoa não se recorda do que aconteceu quando a crise termina. Esta
é a chamada crise parcial complexa. Porém, se a atividade elétrica se espalhar para outras
áreas do cérebro, ela pode se tornar uma crise generalizada.
Na condição chamada status epilepticus (SE), a pessoa tem uma crise epiléptica
generalizada que dura de 20 a 30 minutos, ou mais; ou a pessoa tem uma série de crises
nas quais não consegue recobrar completamente a consciência. Essa é uma emergência
médica que pode ser fatal.
Existem outros tipos de crises que podem provocar quedas ao solo sem nenhum
movimento ou contrações ou então, ter percepções visuais ou auditivas estranhas ou
ainda, alterações transitórias da memória.
Tratamento da Epilepsia
O tratamento da epilepsia é feito através de medicamentos que evitam as descargas
elétricas cerebrais anormais, que são a origem das crises epilépticas. Entre esses
medicamentos estão a carbamazepina, clonazepam, ethosuximida, felbamato,
gabapentina, lamotrigina, fenobarbital, fenitoína, primidona, topiramato e valproato. O
tipo de medicamento depende do tipo de crise epiléptica a ser tratada.
Acredita-se que pelo menos 25% dos pacientes com epilepsia no Brasil são portadores de
estágios mais graves, ou seja, com necessidade do uso de medicamentos por toda a vida,
sendo as crises frequentemente incontroláveis e, portanto, candidatos a intervenção
cirúrgica.
MAL DE ALZHEIMER
O mal de Alzheimer é uma doença progressiva e irreversível que afeta o cérebro. Ela
atinge primeiramente a memória e,
progressivamente, as outras funções
mentais, tirando toda a autonomia da
pessoa, que passa a depender
completamente de outras pessoas. É uma
doença muito relacionada com a idade,
afetando as pessoas com mais de 50
anos. A estimativa de vida para os
pacientes varia de 2 a 15 anos.
Diagnóstico
Não existe nenhum exame que permita diagnosticar, de modo inquestionável, o mal de
Alzheimer. A única forma de fazer o diagnóstico é examinando o tecido cerebral obtido por
uma biópsia ou necrópsia. Dessa forma, o diagnóstico do mal de Alzheimer é feito pela
exclusão de outras causas de demência, pela análise do histórico do paciente, por exames
de sangue, tomografia ou ressonância, entre outros exames.
Tratamento
O mal de Alzheimer não tem cura e o tratamento consiste de duas variáveis:
ALCOOLISMO
Dependência ao Álcool
Para se fazer o diagnóstico de dependência alcoólica é necessário que o usuário venha
tendo problemas decorrentes do uso de álcool durante 12 meses seguidos e preencher
pelo menos 3 dos seguintes critérios:
a) apresentar tolerância ao álcool -- marcante
aumento da quantidade ingerida para produção do
mesmo efeito obtido no início ou marcante diminuição
dos sintomas de embriaguez ou outros resultantes do
consumo de álcool apesar da continua ingestão de
álcool.
b) sinais de abstinência -- após a interrupção do
consumo de álcool a pessoa passa a apresentar os
seguintes sinais: sudorese excessiva, aceleração do
pulso (acima de 100), tremores nas mãos, insônia, náuseas e vômitos, agitação
psicomotora, ansiedade, convulsões, alucinações táteis. A reversão desses sinais com a
reintrodução do álcool comprova a abstinência. Apesar do álcool "tratar" a abstinência o
tratamento de fato é feito com diazepam ou clordiazepóxido dentre outras medicações.
c) o dependente de álcool geralmente bebe mais do que planejava beber
d) persistente desejo de voltar a beber ou incapacidade de interromper o uso.
e) emprego de muito tempo para obtenção de bebida ou recuperando-se do efeito.
f) persistência na bebida apesar dos problemas e prejuízos gerados como perda do
emprego e das relações familiares.
Abstinência alcoólica
DELIRIUM TREMENS
Tipos de CAPS
CAPS I
Centro de atenção psicossocial com capacidade operacional para atendimento em
municípios com população acima de 20.000 habitantes, com as seguintes características:
devem dar cobertura para toda clientela com transtornos mentais severos durante o dia;
adultos, crianças e adolescentes e pessoas com problemas devido ao uso de álcool e
outras drogas. A equipe técnica mínima para atuação no CAPS I, para o atendimento de 20
(vinte) pacientes por turno, tendo como limite máximo 30 (trinta) pacientes/dia, em
regime de atendimento intensivo, será composta por: 5 profissionais de nível superior e 4
profissionais de nível médio.
CAPS II
Centro de atenção psicossocial com capacidade operacional para atendimento em
municípios com população acima de 70.000 habitantes, com as seguintes características:
Recursos Humanos
A equipe técnica mínima para atuação no CAPS II, para o atendimento de 30 (trinta)
pacientes por turno, tendo como limite máximo 45 (quarenta e cinco) pacientes/dia, em
regime intensivo, será composta por: 6 profissionais de nível superior e 6 profissionais de
nível médio.
CAPS III
Serviço de atenção psicossocial com capacidade operacional para atendimento em
municípios ou regiões com população acima de 200.000 habitantes. Constituir-se em
serviço ambulatorial de atenção contínua, durante 24 horas diariamente, incluindo feriados
e finais de semana. Oferta retaguarda clínica e acolhimento noturno a outros serviços de
saúde mental, inclusive CAPS Ad. A permanência de um mesmo paciente no acolhimento
noturno fica limitada a 07 (sete) dias corridos ou 10 (dez) dias intercalados em um período
de 30 (trinta) dias.
Recursos Humanos
A equipe técnica mínima para atuação no CAPS III, para o atendimento de 40 (quarenta)
pacientes por turno, tendo como limite máximo 60 (sessenta) pacientes/dia, em regime
intensivo, será composta por: 8 profissionais de nível superior e 8 profissionais de nível
médio. Para o período de acolhimento noturno, em plantões corridos de 12 horas, a equipe
deve ser composta por:
• 03 (três) técnicos/auxiliares de enfermagem
• 01 (um) profissional de nível médio
Recursos Humanos
A equipe técnica mínima para atuação no CAPS i, para o atendimento de 15 (quinze)
crianças e/ou adolescentes por turno, tendo como limite máximo 25 (vinte e cinco)
pacientes/dia, será composta por: 6 profissionais de nível superior e 5 profissionais de
nível médio.
CAPS ad II
Serviço de atenção psicossocial para atendimento de pacientes com transtornos
decorrentes do uso e dependência de substâncias psicoativas, com capacidade operacional
para atendimento em municípios ou regiões com população superior a 70.000.
CAPS ad III
A equipe técnica mínima para atuação no CAPS ad II para atendimento de 25 (vinte e
cinco) pacientes por turno, tendo como limite máximo 45 (quarenta e cinco) pacientes/dia,
será composta por: 7 profissionais de nível superior e 6 profissionais de nível médio.
Recursos Humanos
Serviço de atenção psicossocial para atendimento de adultos ou crianças e adolescentes,
considerando as normativas do Estatuto da Criança e do Adolescente, com necessidades
de cuidados clínicos contínuos. Serviço com no máximo 12 leitos para observação e
monitoramento, de funcionamento 24 horas, incluindo feriados e finais de semana;
indicado para municípios ou regiões com população acima de 200.000 habitantes.
O perfil populacional dos municípios é sem dúvida um dos principais critérios para o
planejamento da rede de atenção à saúde mental nas cidades, e para a implantação de
centros de Atenção Psicossocial. O critério populacional, no entanto, deve ser
compreendido apenas como um orientador para o planejamento das ações de saúde. De
fato, é o gestor local, articulado com as outras instâncias de gestão do SUS, que terá as
condições mais adequadas para definir os equipamentos que melhor respondem às
demandas de saúde mental de seu município.
Entretanto apesar de ser a base para o relacionamento terapêutico, ela não constituí em si
mesma o relacionamento terapêutico, a comunicação não é sinônimo de relacionamento
terapêutico é preciso acrescentar a essa comunicação algumas habilidades entre aqueles
que emitem mensagens e os que recebem a mensagem que no relacionamento terapêutico
recebem o nome de ajudador e ajudado, é importante ressaltar que essas habilidades não
são exclusivas dos profissionais da saúde, existem pessoas que já possuem pela própria
SENSIBILIDADE pela forma de encarar a vida e de lidar com as outras pessoas, já
possuem essas habilidades, entre os profissionais de saúde infelizmente também
encontramos aqueles que não possuem qualquer habilidade. A partir do momento que o
sujeito se dispõe ao outro através da comunicação e acredita nessa possibilidade essas
habilidades podem ser treinadas. O ajudador é convocado a assumir a sua
responsabilidade no processo de ajuda e adquiri habilidade para lidar melhor com suas
dificuldades, contribuindo para uma vida mais plena e satisfatória, ou seja, a abordagem
terapêutica pressupõe uma postura ativa tanto do ajudador quanto do ajudado.
Habilidades do ajudador
Atender - Comunicar disponibilidade e interesse.
Responder - Demostrar compreensão.
Personalizar - Ajudar o outro a se responsabilizar pelo que está vivendo.
Orientar - Avaliar com o outro as alternativas.
Habilidades do ajudado
Envolver-se - Disponibilidade para enfrentar seus problemas.
Explorar - Avaliar a situação a qual está.
Compreender - Estabelecer ligações de causa e efeito e estabelecer metas.
Agir - Viabilizar as metas através de ações.
Qualidade na sobrevida - Mesmo que a morte seja inevitável o cliente pode se sentir
melhor, mais amparado e menos sozinho, se puder compartilhar a sua dor e sofrimento
nesse momento e irá permanecer vivo com mais dignidade.
TRATAMENTO PSIQUIÁTRICO
Da terapia Psíquica:
Psicanálise
Psicoterapia individual;
Psicoterapia de grupo.
Da terapia psicossocial:
Hospitalização;
Praxiterapia:
Ludoterapia;
Grupo operativo;
Arteterapia;
Musicoterapia;
Relacionamento interpessoal.
TERAPIA PSICOSSOCIAL
Enquanto os recursos da terapia somática agem organicamente diminuindo ou fazendo
desaparecer os sintomas do paciente, os recursos da terapia psicossocial procuram
satisfazer suas necessidades psíquicas e sociais, ajudando-o compreender melhor suas
reações e seus relacionamentos com as outras pessoas podendo, então, tomar-se capaz
de enfrentar os próprios problemas e adaptar-se a situação social (família, emprego,
comunidade) onde vive.
Alguns desses recursos focalizam mais as necessidades psíquicas, enquanto outros estão
mais voltados para as necessidades sociais, embora, no conjunto das atividades
hospitalares se processe uma mistura de todos eles, de forma que podem ser englobadas
como psicossociais.
Antes de qualquer tratamento físico, o estado geral do paciente deve ser cuidadosamente
verificado. Embora seja tarefa do médico, a enfermagem deve:
Verificar se todos os exames foram feitos, tais como: exame de sangue, urina, fezes e
radiológicos;
Verificar os sinais vitais antes da aplicação da terapia, e, se houver qualquer alteração
não aplicar o tratamento;
Observar se há alguma queixa, por parte do paciente, de dores, mal-estar, ou a
existência de ferimentos ou furúnculos.
Constatando-se que o paciente está bem fisicamente, o tratamento é feito; caso contrário,
o médico é avisado para que outras providências sejam tomadas.
É importante também, que o paciente saiba o que está sendo feito com ele e o que vai
sentir. Com exceção do eletrochoque, os outros tipos de tratamentos devem ser
cuidadosamente explicados ao paciente.
CONVULSOTERAPIA
Consiste na passagem de uma corrente elétrica através dos
pólos mentais, com a perda imediata da consciência e o
aparecimento de convulsões.
Terapia Eletroconvulsivante
Na terapia eletroconvulsivante, eletrodos são fixados à cabeça do paciente e é realizada
uma série de descargas elétricas no cérebro visando induzir convulsões. Já foi claramente
demonstrado que esse procedimento é o mais eficaz para a depressão grave. Ao contrário
do que é propagado pelos meios de comunicação, a terapia eletroconvulsivante é segura e
raramente causa qualquer complicação grave. O uso moderno de anestésicos e
miorrelaxantes (relaxantes musculares) reduziu enormemente qualquer tipo de risco para
o paciente.
Cuidados de enfermagem
Preparar o material a ser usado;
Verificar as condições físicas do paciente;
Deixá-lo de jejum;
Conversar com ele e ajudá-lo a não sentir medo;
Levá-lo ao banheiro para urinar e defecar, pois, com o relaxamento provocado pelo
tratamento pode urinar na cama;
Retirar-lhe os objetos que possam feri-lo como grampos de cabelo, jóias, dentaduras ou
pontes móveis;
Desapertar as roupas, de preferência deixá-lo de pijama ou camisola no colchão, para
que a mesma fique dura e reta;
Retirar o travesseiro;
Antes de aplicar o eletrochoque colocar um rolo de gaze na boca do paciente, para
evitar que o paciente morda a língua e as bochechas.
Proteger as articulações durante as convulsões;
Após o eletrochoque, virar o paciente de lado a fim de facilitar a drenagem das
secreções e evitar sua aspiração;
Manter vigilância constante enquanto o paciente estiver inconsciente.
PSICOFARMACOLOGIA
Atualmente, os medicamentos são muito usados
em Psiquiatria. Usa-se, principalmente, um grupo
de drogas mais conhecidas por psicotrópicos ou
ataráxicos, ou simplesmente tranquilizantes.
Item Discriminação
01 Ácido valproico + Valproato de Sódio Depakene; Valpakine
500mg
02 Ácido Valproico xarope 100ml frascos Depakene; Valpakine
03 Amitiptilina 25mg comprimido Tryptanol; Limbitrol
04 Biperideno 2mg comprimido Akineton
05 Carbamazepina 200mg comprimido Tegretol
06 Carbonato de Lítio 300mg comprimido Carbolatium; Carbolim
07 Clomipramina 25mg comprimido Anafranil
08 Clonazepan 2mg comprimido Rivotril
09 Clorprmazina 25mg comprimido Amplicitil
10 Cloridato de Prometazina 25mg comprimido Fenergan
11 Cloridato de Tioridazina 50mg comprimido Melleril
12 Diazepan 5mg comprimido Prax; Vallium
Cuidados de Enfermagem:
Conhecer os medicamentos, sua ação, reações tóxicas, hipersensibilidade e observar a
ação dos mesmos sobre o paciente;
Controlar rigorosamente os medicamentos a fim de evitar desvios;
Observar rigorosamente a prescrição e a ingestão do medicamento pelo paciente;
Comunicar qualquer alteração na aceitação do medicamento;
Anotar a medicação dada e toda irregularidade observada com relação à mesma.
IMPREGNAÇÃO
Sintomas:
Incoordenação motora;
Tremores das extremidades;
Rigidez muscular, principalmente da boca e língua;
Sudorese intensa e constipação intestinal.
Cuidados de Enfermagem:
SONOTERAPIA
Cuidados de enfermagem
Preparar um ambiente adequado ao sono do paciente.
Fazer o preparo psicológico tranquilizando-o e dizendo que o pessoal de enfermagem
estará sempre presente para cuidá-lo e atendê-lo em suas necessidades;
Verificar os sinais vitais, rigorosamente, de acordo com a prescrição médica;
Ministrar a medicação segundo a prescrição médica;
Proporcionar alimentação, higiene e conforto ao paciente de maneira correta e
adequada;
Observar sinais de constipação intestinal, dificuldades de micção, lesões da pele ou
alterações nos sinais vitais;
Comunicar ao médico qualquer anormalidade observada e registrada no prontuário;
Manter vigilância constante e ter material de urgência à mão;
Anotar, cuidadosamente, todas as suas reações, seus sonhos se ele os relatar.
Psicoterapia
Nos últimos anos, têm sido obtidos avanços significativos no campo da psicoterapia. A
psicoterapia é o tratamento que o terapeuta aplica ao paciente através de técnicas
psicológicas, fazendo uso sistemático da relação terapeuta-paciente. Os psiquiatras não
são os únicos profissionais de saúde mental especializados na prática da psicoterapia.
Também estão incluídos os psicólogos clínicos, os assistentes sociais, os enfermeiros,
alguns conselheiros religiosos e muitos profissionais paramédicos. No entanto, os
psiquiatras são os únicos profissionais de saúde mental que podem prescrever
medicamentos.
Embora a psicoterapia individual seja praticada de muitas formas diferentes, quase todos
os profissionais de saúde mental estão filiados a uma das quatro escolas de psicoterapia: a
dinâmica, a cognitiva-comportamental, a interpessoal ou a comportamental.
A escola cognitiva-comportamental
centraliza-se principalmente nas distorções
do pensamento do paciente.
A terapia interpessoal enfoca como uma perda ou uma alteração em uma relação afeta
o paciente.
Necessidades Físicas
As necessidades humanas básicas caem em três categorias - físicas, emocionais e sociais.
As necessidades físicas estão estreitamente relacionadas à função corporal e são por vezes
descritas como primárias ou fisiológicas como o sexo ou a fome. São geralmente
consideradas como inatas, necessidades com as quais nascemos. As necessidades físicas
comuns são a necessidade de alimento ou sustento, incluindo água, oxigênio e eliminação;
vestuário e abrigo, para aquecimento do corpo e proteção; atividade, ou estimulação
sensorial e motora, incluindo prazer sexual, exercícios físicos e repouso.
Assim, guiada pelas respostas das pessoas à sua volta, especialmente a sua mãe, ela
tenderá a desenvolver padrões do comportamento que lhe proporcionem sentimentos
agradáveis. Os hábitos de alimentação da pessoa se desenvolvem como resultado da sua
interação com outras pessoas significativas, imediatamente antes, durante ou após o
período de alimentação. Se as refeições são repetidamente uma experiência desagradável
para a criança, ela pode desenvolver o hábito de engolir seu alimento rapidamente para
ficar livre desta experiência desagradável, tão rapidamente quanto possível.
A necessidade do bebê estar aquecido ou protegido, é satisfeita quando sua mãe pega-o
no colo, cobre-o ou troca suas fraldas. Ele logo descobre que se espera que ele tome conta
de si mesmo. Espera-se que ele controle seus esfíncteres e deposite seus produtos de
excreção em um lugar especial. Ele aprende a se cobrir, a se vestir e se proteger do frio
ou de outros perigos do ambiente. A maneira como o faz depende do que aprendeu em
sua experiência de vida.
O desejo sexual dos bebês é difuso ou mal definido. Eles obtêm satisfação através do
exercício físico ou do contato sensorial com sua mãe. Quando são negadas atividades
físicas e experiências sensoriais à criança, ela pode ter dificuldade em cumprir o papel
heterossexual do adulto, papel este que requer intimidade, física, contato e prazer. A
estimulação excessiva da criança pode tornar-lhe difícil encontrar satisfação sexual
suficiente na idade adulta.
Necessidades Emocionais
As necessidades emocionais, tanto quanto as físicas, desempenham um papel no
comportamento motivador, e a frustração dessas necessidades resulta em um grave
distúrbio do comportamento. É difícil identificar separadamente as necessidades
emocionais e sua satisfação, porque elas estão estreitamente ligadas às necessidades
físicas. Para a criança, o foco da relação mãe-filho é o atendimento de suas necessidades
físicas. Suas necessidades emocionais são satisfeitas ou frustradas pela maneira com que
sua mãe lhe cuida fisicamente.
Se for amada livre abertamente por seus pais, a criança irá sentir seu valor e dignidade
básicas e procurará amar outras pessoas. Se tratada como a pessoa importante que é,
desenvolverá nela o respeito por si própria e pelos direitos das outras pessoas. Se lhe
ajudar a lidar adequadamente com os problemas de seu ambiente, ela desenvolverá os
sentimentos de força e segurança. Se sua capacidade de produzir for reconhecida e
encorajada, ela desenvolverá os sentimentos de integridade e plenitude.
Se a criança não crescer em uma atmosfera de calor humano e amor, pode lhe ser difícil
como adulto estabelecer as relações íntimas do casamento e família. Ela pode ter
sentimentos de isolamento e solidão. Pode se tornar fria, desinteressada, indiferente. De
qualquer modo, o resultado vai ter dificuldade em dar, receber e dividir seu amor com
outro ser humano. Muitas pessoas crêem que a privação nessa área é a base de grande
parte do comportamento desajustado ou doente do homem.
Todos necessitam sentir que adquiriram pelo menos alguns dos traços considerados
importantes pela sociedade, para que se sintam em pé de igualdade com as outras
pessoas. Caso lhe falte qualquer traço, a pessoa pode experimentar sentimentos de
inutilidade, culpa ou vergonha. Ela pode criticar severamente outras pessoas em uma vã
tentativa de elevar sua própria posição. Ela pode ser dominada pelo derrotismo e
desânimo, e desenvolver uma atitude de apatia ou indiferença. Qualquer quebra grave do
seu respeito próprio se refletirá em falta de respeito por outras pessoas.
A criança deve aprender como enfrentar com sucesso os problemas de seu ambiente. Ela
deve ser capaz de dominar as tarefas que se espera que realize. Deve sentir-se capaz de
enfrentar mudanças e a incerteza do futuro. Se não aprender essas coisas sobre si mesma
e seu ambiente, será incapaz de desenvolver padrões eficazes de comportamento. Pode se
tornar confusa ou desorganizada quando enfrentar situações ameaçadoras. Pode
desenvolver opressivos sentimentos de apreensão, pânico e desamparo. Seja como for,
sua falta de confiança em si mesma interferirá seriamente em sua eficácia.
Necessidades Sociais
As necessidades sociais e as maneiras de satisfazê-las
vêm da cultura ou sociedade à qual a pessoa pertence.
Elas também estão intimamente ligadas às necessidades
físicas e emocionas, e frequentemente não podem ser
separadas das mesmas. A mãe é o primeiro professor de
costumes sociais, mas a criança aprende também do pai,
da família, dos colegas e de outros membros do seu
grupo social. As necessidades sociais comuns são a
necessidade de identificação ou de pertencer a um grupo, educação ou aprendizado,
religião ou crença e recreação ou divertimento. As necessidades sociais também são
atendidas em interação com outras pessoas significativas, incluindo membros de grupos
comunitários e sociais, assim corno a família. Em um país democrático a satisfação das
necessidades sociais é frequentemente garantida, parcialmente pela legislação social, tal
como à aprovada nos Estados Unidos para proteger os direitos civis independentemente de
raça, o direito a trabalhar, liberdade de religião, auxílio à educação e áreas recreativas
como os parques nacionais.
A criança satisfaz sua necessidade de pertencer a um grupo pela maneira com que suas
necessidades físicas e emocionais são atendidas em interação com sua mãe. À medida que
a pessoa cresce, outras pessoas se tornam cada vez mais significativas na satisfação
dessas necessidades. O pai e outros membros da família fornecem os modelos para a
identificação. Os colegas e amigos são especialmente influentes durante a adolescência e o
início da idade adulta. Como adulto, a pessoa se une a organizações e passa a pertencer a
vários grupos em sua comunidade. Ela adota certos valores, maneiras de usar suas roupas
e seu cabelo, certas maneiras de construir sua casa e de regular sua vida.
Se for negada à pessoa a satisfação de sua necessidade, de se: identificar com os outros,
seu comportamento social pode ser gravemente perturbado. Ela pode se tomar distante e
desinteressada em suas relações. Pode ter grande dificuldade em realizar seu papel como
um membro contribuinte da sociedade. Pode ficar tão isolada das outras pessoas que é
considerada como desajustada social. Pode ter problemas em assumir o papel masculino
(ou feminino) que se espera dela como um adulto.
Todos têm necessidades religiosas ou espirituais, mas, como as pessoa satisfazem essas
necessidades de muitas maneiras diferentes, é difícil encontrar um denominador comum.
Uma característica geral nos seres humanos, porém, é a crença em uma força ou forças
fora de si mesmos. Esta força pode ser um poder divino como Deus, Buda ou Alah,
adorados em religiões organizadas. Ela pode ser algum fenômeno natural, como o fogo e a
água, em culturas primitivas. Pode ser de natureza mística, existencial ou materialista,
dependendo do indivíduo e da sociedade da qual ela vem.
Quaisquer que sejam as necessidades religiosas que a pessoa tenha, elas estão
relacionadas com as influências culturais sobre a sua vida. Quando criança, a pessoa logo
aprende que há forças, poderes e controles externos que geralmente são mais fortes que
ela. Pode crescer em uma família onde as crenças em práticas religiosas sejam muito
severas, ou onde não haja aparentemente nenhum controle externo, ou onde haja uma
forma mais liberal de crença. Ela pode reagir a restrições severas com ressentimento e
rebeldia. Pode apresentar falta de compreensão e de compaixão pelos outros. Pode ser
imoral ou amoral em sua conduta social.
Se não lhe for permitido brincar, a pessoa pode se tomar tão séria que as outras pessoas
evitam sua companhia porque ela não é divertida. Se lhe for permitido brincar
excessivamente, ela pode não se tomar séria o bastante para ser um bom homem de
negócios, marido ou pai. Se for castigada por brincar ou se for ensinada que brincar é
pecado, ela pode se sentir culpada ou ansiosa quando tentar se divertir.
Assim, a pessoa cresce e aprende a satisfazer suas necessidades de certas maneiras; com
a persistência dessas maneiras, elas se incorporam a sua personalidade. Por exemplo, se a
criança crescer em uma casa em que as refeições sejam uma experiência agradável e
satisfatória, quando adulta ela tenderá a gostar de comer; se crescer em uma casa na qual
as refeições sejam associadas a brigas em ocorrências desagradáveis, quando for adulta
ela pode ter dificuldade em apreciar os alimentos, mesmo que as circunstâncias tenham
mudado. Enquanto tais hábitos ou maneiras de se comportar resultem em satisfação,
segurança em conforto para a pessoa, qualquer tentativa de mudá-los será enfrentada
com resistência, porque é uma ameaça para o indivíduo.
Sob stress, um indivíduo pode substituir a satisfação de uma necessidade por outra. Se
não receber satisfação suficiente em uma área, ele pode tentar compensar isto em outra
área. Por exemplo, a pessoa que não consegue obter o amor que necessita de outras
pessoas pode comer excessivamente, na tentativa de encontrar conforto em segurança.
O paciente tem necessidades humanas comuns, uma vez que é uma pessoa, necessidades
individuais porque é único; e necessidades especiais porque está doente. A doença
constitui uma grave ameaça à sua sobrevivência e segurança.
Ela pode também privá-lo de sua capacidade de cuidar de si mesmo, interferindo no seu
funcionamento. Ela pode removê-lo de suas costumeiras fontes de satisfação, como o lar,
o emprego e a família, tornando necessária a hospitalização. Pode exigir alterações
importantes em seu estilo de vida, fazendo com que seja dependente ao invés de
independente.
O amor é uma parte essencial do auxilio aos outros e o núcleo de qualquer relação de
ajuda. Erich Fromm, em seu livro “A Arte de Amar”, descreve o tipo fundamental de amor
que é a base de todos os outros - o desejo de ajudar outro ser humano - como amor
fraternal. Ele atribui quatro qualidades principais a esse tipo de amor: interesse ou
preocupação pelo semelhante, respeito por ele como indivíduo, conhecimento do indivíduo
e de suas necessidades e um sentido de responsabilidade para ajudá-lo a atender essas
necessidades. Ele diz que, como qualquer arte, o amor deve ser praticado e isso requer
dos que o praticam disciplina, concentração, paciência e um interesse supremo pelo
domínio da arte.
Este tipo de sentimento pelos outros, pelo semelhante, pelos pacientes não vem
automaticamente à enfermeira. Requer um trabalho duro e um esforço consciente para
estabelecer ou manter uma relação de ajuda. Não é suficiente que a enfermeira seja uma
pessoa gentil, terna ou amorosa (embora isto certamente ajude). Ela deve também saber
o que se exige dela, qual é a providência mais adequada a tomar e qual a melhor maneira
de pô-la em prática. Qualquer interação pode satisfazer as necessidades básicas do
paciente e aumentar seu conforto, segurança e sensação de bem-estar, ou interferir em
sua satisfação e resultar em desconforto, insegurança e ansiedade. Qualquer desses
resultados afeta as emoções, a fisiologia e o comportamento do indivíduo e influencia
diretamente seu estado de saúde.
A roupa do paciente deve ser suficientemente quente e confortável, assim como atraente e
apropriada à ocasião. Deixar o paciente escolher o que vai usar pode satisfazer sua
necessidade de importância. Mostrar-lhe como se vestir, se ele perdeu a capacidade de
fazê-lo, pode satisfazer sua necessidade de aprender como cuidar de si mesmo. Considerar
o gosto individual do paciente para se vestir satisfará também outras necessidades
emocionais.
Por exemplo, pacientes idosos com problemas cardíacos ou circulatórios podem precisar
restringir sua atividade física. Muitos pacientes idosos não estão acostumados a
brincadeiras ou jogos e não os apreciam. Eles podem não conhecer as regras do jogo,
sentindo-se então inadequados ou estúpidos. Por vezes as enfermeiras pensam
erradamente que elas vão fazer o paciente se sentir bem se o deixarem ganhar o jogo.
Contudo, esse tipo de iniciação pode, na verdade, interferir na necessidade de adequação
do paciente. Muitas pessoas não acham engraçado ganhar quando a outra pessoa perde
de propósito, especialmente se verificam que foram iludidas e pensavam ter ganhado
legitimamente.
A enfermeira deve fornecer a ajuda necessária para que as necessidades dos pacientes
sejam atendidas. Ela cumpre essa responsabilidade através de sua relação com o
paciente: Uma relação de ajuda deve ser baseada naquele amor fundamental que estão
por trás de todos ou outros - o desejo de ajudar outro ser humano.
COMUNICAÇÃO E RELACIONAMENTO
EQUIPE E PACIENTE
"Estou com medo." "Eu não sei se algum dia vou melhorar".
"Meu esposo e meus filhos se preocupam comigo todo o tempo. Eles estariam melhor sem mim".
"Por favor, fique comigo quando o médico vier. Eu estou com tanto medo de ele me dar más
notícias. Eu acho que não vou poder aguentar isso sozinha".
É útil que as enfermeiras compreendam esse conceito, pois, na medida em que elas
proporcionam um ambiente seguro e estimulante que comunica solicitude, seus pacientes
irão compartilhar seus sentimentos e explorar maneiras de enfrentá-los. Isso leva a um
sentimento de esperança com a crença de ainda poderem fazer escolhas e que serão
convidados a participar das decisões relativas a seu próprio bem-estar.
A empatia é a capacidade de sentir o que outra pessoa está sentindo. Quando isso é
comunicado, faz com que se sinta que se está sendo compreendido e aceito. Esta é uma
das mais reconfortantes experiências que um ser humano pode ter e possibilita a imediata
compreensão dos sentimentos e da situação da outra pessoa. Pela empatia a enfermeira
aumenta sua compreensão das dificuldades dos pacientes o que permite a ela
proporcionar-lhe o retorno (feedback) necessário para que ele compreenda como ele afeta
aqueles que estão a seu redor, assim como lhe dá indicações sobre seus próprios
sentimentos. Quando comunicada, a empatia forma a base para uma relação de ajuda
entre a enfermeira e seu paciente.
A narrativa a seguir descreve uma interação entre dois indivíduos em que a empatia
desempenha um importante papel. Um deles é uma enfermeira psiquiátrica, e o outro é
um ser humano em crise. Embora não haja um paciente na situação, muitas das
capacidades de uma relação de ajuda, aqui descritas, podem ser relacionadas ao
atendimento de enfermagem de pacientes e/ou membros de suas famílias. As enfermeiras
devem começar a ir além do paciente e a aprender maneiras de apoiar aqueles que lhes
são significativos. Isso muitas vezes inclui sua família ou amigos de sua comunidade, que
representam sua estrutura de sustentação.
A percepção de stress em outro ser humano é algo a que muitas pessoas hoje em dia
relutam em responder. Elas frequentemente temem se envolver excessivamente ou que a
outra pessoa possa precisar de uma ajuda que elas não podem proporcionar,
emocionalmente ou de alguma outra forma. As enfermeiras e outros profissionais de saúde
acreditam que querem apoiar aqueles que se apresentam para serem atendidos, mas
muitas vezes eles estão tão sobrecarregados pelas exigências da situação que reagem de
modo frio e insensível. Em sua maior parte, esses profissionais de atendimento nem
sequer tem consciência de seu comportamento ou de como são recebidos por aqueles de
quem cuidam.
As pessoas que estão pouco à vontade numa situação, dão respostas monossilábicas às
perguntas, evitam o contato visual com outra pessoa, evitam expressar sentimentos,
desejos ou preferências mais intensas, podem ter uma aparência desconfiada, pouco
amistosa e assim por diante. È importante que a pessoa que ajude explore a razão para
esse comportamento e que resista a seus próprios impulsos de evitar falar com elas.
Pode ser que a enfermeira precise explorar seus sentimentos quanto a seu direito de
invadir quando um paciente, sob seus cuidados, indica claramente que não está
interessado em interagir. É importante lembrar que a relação entre um paciente e uma
enfermeira não tem os mesmos princípios de uma relação social. O fato de que o paciente
está hospitalizado ou se apresenta para ser atendido torna necessário que os profissionais
façam o melhor que puderem para explorar todas as suas necessidades e desenvolvam um
plano para atender a essas necessidades. Isso inclui suas necessidades de apoio emocional
e a exploração e interação interpessoal. Afirmativas como as que se seguem podem ajudar
a iniciar uma conversa com um paciente que está se mostrando relutante.
“Você parece aflito. Há alguma coisa que eu possa fazer para ajudar”?
“Você parece tão quieto. Poderia ajudar se nos falasse sobre o que esta incomodando você “.
"Estar doente e hospitalizado pode ser uma experiência estranha e assustadora. Se você dividir
comigo suas preocupações, talvez nós possamos pensar em maneiras de lidar com elas."
Um passo importante para ajudar outras pessoas é a enfermeira reconhecer que as outras
pessoas são bem semelhantes a ela própria. Eles são todos seres humanos, e suas
necessidades são importantes para elas como as da enfermeira são para ela. Muitas vezes
as enfermeiras ficam envolvidas em sua própria ansiedade, a tal ponto que deixam de
perceber o que quer que seja que a outra pessoa possa estar vivenciando ou sentindo.
Todos os seres humanos necessitam se sentir aceitos, respeitados e importantes. Se vier a
acreditar que os pacientes não apreciam seus esforços em prol deles e que ela recebe
muito pouco deles em satisfação interpessoal, a enfermeira pode ter que avaliar a
qualidade e a quantidade do que ela está dando. Por vezes, nós recebemos pouco porque
damos pouco.
A arte de ouvir é um aspecto importante de uma relação de ajuda. Para ouvir ativamente
o que outra pessoa está dizendo, a enfermeira deve dar-lhe total atenção e não ficar
ligada em suas próprias ansiedades e preocupações. Ela precisa demonstrar seu desejo de
compreender suas preocupações, não importa quão banais, dando-lhe tanto tempo quanto
seja necessário para ele se expressar sem querer criticar.
É importante que a enfermeira coloque em outras palavras o que ela ouviu o paciente
dizer. Identificar o sentimento que parece estar presente pode ajudar no intercâmbio. Por
exemplo:
"Parece que você está preocupada em saber se tomou a decisão certa..."
"Eu percebi sua raiva a respeito de sua perna ser amputada. Vamos falar sobre o que isso vai
significar para você."
Muitas vezes, emoções fortes como a raiva e a tristeza são ignoradas pelas enfermeiras,
ou, se reconhecidas, não se permite que elas sejam discutidas. Isso pode levar os
pacientes a acreditar que é errado demonstrar o que sentem ou que esses sentimentos
mais fortes podem afastar a enfermeira e deixá-los sozinhos para enfrentar esses
sentimentos. Quando a enfermeira não compreende o que o paciente está sentindo, ou
demonstra esses sentimentos, ele pode ficar mais frustrado, irritado ou desanimado.
A FAMÍLIA
Outro problema com a família se centraliza nas maneiras com que expressa sua
ansiedade, culpa ou preocupação com o paciente, maneiras que podem ser difíceis de lidar
por parte da equipe de enfermagem. Algumas famílias são exigentes e críticas quanto ao
serviço ou cuidado que o paciente está tendo. Alguns suspeitam e desconfiam da equipe
que está cuidando do paciente. Outras são rejeitadoras, negligentes e até abusivas como o
paciente.
Se a enfermeira tomar a atitude da família como dirigida contra ela mesma, ela se sentirá
ferida e zangada, e isto irá interferir em seu relacionamento com eles. Se ela tentar mudar
o seu comportamento por discussões ou críticas, provavelmente fará as coisas se tornarem
piores ao invés de melhores. Se os rejeita, os ignora, lhes dá ordens ou tenta fazer com
que deixem de ver o paciente, sua ansiedade tenderá a crescer e o seu comportamento
piorará.
Para ser bem-sucedida, uma enfermeira tem que tentar aliviar a ansiedade da família, e
assim ajudá-la a compreender a situação do paciente. Pode ser útil explicar o que está
sendo feito pelo paciente e eliciar a sua cooperação. Pode ser útil reconhecer o fato de que
os familiares devem estar preocupados ou alarmados com o paciente. Pode ser útil
permitir-lhes participar dos cuidados do paciente, mostrando-lhes como fazer as coisas
para o paciente ou como ajuda-lo a fazê-los por si mesmo. Pode ser útil incluí-los nos
planos de admissão, tratamento e reabilitação e nos procedimento envolvidos no cuidado
ao paciente.
EMERGÊNCIAS PSIQUIÁTRICAS
HISTÓRICO
2. Hipóteses diagnósticas
Idéia do que está acontecendo: quadro orgânico, psicótico, de humor, de ansiedade, de
personalidade (hipótese provisória) – referência para a condução do atendimento.
4. Encaminhamento
Raramente o atendimento de emergência se encerra em si mesmo. Estabilização do
Quadro + Controle de risco – Sequência do tratamento.
A contenção física é para o paciente uma experiência muito traumatizante, devendo ser
utilizada somente como última alternativa quando as demais soluções possíveis para evitar
auto e/ou heteroagressão tenham apresentado resultado negativo.
Equipe de 5 pessoas – apenas 1 conversa com o paciente; A faixa utilizada deverá ser
de material resistente;
Posição decúbito dorsal e com a cabeça levemente elevada;
Se a contenção for na sala de admissão – revistar o paciente em busca de droga ou
arma; Monitorização frequente em relação ao nível de consciência e aos sinais vitais;
Os motivos e particularidades do procedimento devem ser registrado adequadamente
no prontuário médico;
Assim que o paciente estiver controlado, as faixas devem ser retiradas;
Tranquilização rápida – tratamento farmacológico;
Estabilização do quadro com a terapêutica correta – encaminhamento.
Entende-se por suicídio o ato consciente de induzir a auto aniquilação ou o ato percebido
como a melhor solução por indivíduo carente e acometido de mal-estar multidimensional,
tendo em vista a resolução de problemas ou de crises que, invariavelmente, causam
sofrimento intenso. Nota-se que o suicídio não é um ato fortuito ou sem sentido.
RISCO DE SUICÍDIO
Identificação
1. Idade: os idosos suicidam-se com maior freqüência;
2. Sexo: os homens suicidam-se na proporção de 2:1 em relação às mulheres;
3. Raça: os brancos apresentam maior risco;
4. Estado civil: os separados, divorciados e viúvos suicidam-se mais frequentemente que
os casados;
5. Queixa e duração: idéias e impulsos suicidas de inicio recente, declarados de modo
espontâneo em pacientes que se sentem desesperados, com sentimento de inferioridade;
os que apresentam episódio de auto-agressão incontroláveis e indivíduos que já têm
planejada a própria morte e os meios para executar seu plano.
Pacientes que declaram ouvir vozes exigindo auto-aniquilação e aquelas cuja consulta foi
motivada por tentativa de suicídio possuem potencial altíssimo de risco.
6. História da moléstia atual: aparecimento de sintomas agudos ou exacerbação aguda de
sintomas crônicos de doenças que ameaçam a vida, especialmente as causadoras de
sofrimento ou que sejam incapacitantes; perdas afetivas recentes (morte ou abandono);
doenças psíquicas, principalmente, depressão (em geral durante a fase de remissão do
quadro), esquizofrenias (p. ex., na depressão pós-psicótica ou no inicio da doença),
alcoolismo (em pacientes que iniciaram tratamento e estão em abstinência) são indícios de
altíssimo risco.
7. História passada: pessoas que apresentam história de tentativas anteriores têm
altíssimo risco de suicídio completo: cerca de 20 a 60% dos indivíduos que conseguem
suicidar-se já tentaram anteriormente. A segunda tentativa tem alto risco; entretanto, os
pacientes que apresentam muitas tentativas têm baixo risco.
8. História familiar: as idéias e os impulsos suicidas não são herdados, porém história de
suicídio na família (principalmente entre os pais) aumenta o risco de cometê-lo;
9. História social: o isolamento social, os indivíduos que não têm religião, aqueles que não
têm ocupação ou que foram recentemente despedidos do emprego e os que atravessam
por dificuldades financeiras graves com queda acentuada do poder aquisitivo apresentam
alto potencial suicida;
10. Exame psíquico: a literatura refere que os maiores risos de suicídio encontram-se em
indivíduos com depressão, alcoolistas e esquizofrênicos;
11. Exame físico: sinais de doença física em indivíduos depauperados, cicatrizes (pulso e
pescoço) presentes, principalmente se não foram mencionadas antes do exame físico;
12. Resposta à consulta: pacientes não-receptivos e aqueles que não se apresentam
aliviados ou relaxados com diminuição dos sintomas após a entrevista, têm alto risco.
Tratamento Medicamentoso
1. Pacientes ansiosos: benzodiazepínicos por via oral, utilizar somente durante o tempo de
permanência no pronto-socorro.
2. Pacientes com quadro de esquizofrenia: antipsicóticos (haloperidol) por via
intramuscular;
3. Paciente com quadros depressivos: os pacientes com quadros depressivos não
necessitam ser medicados durante atendimento, porque os antidepressivos não
possibilitam alivio imediato da sintomatologia.
TENTATIVA DE SUICÍDIO
O termo tentativa de suicídio é considerado insatisfatório, porque nem sempre há intenção
suicida no ato de auto-aniquilação. Sendo assim, outros termos foram introduzidos para
substitui-lo, tais como auto-envenenamento intencional, parassuicidio, autodestruição
intencional não fatal.
Entretanto, como não conseguiram aceitação geral, o termo tentativa de suicídio continua
sendo empregado e é definido como “qualquer ato de dano a si infligido, com a intenção
de autodestruição”.
Intervenção
O primeiro atendimento ao paciente recém-chegado ao pronto-socorro após tentativa de
suicídio é de ordem clínico-cirúrgica. Á abordagem feita pelo psiquiatra ocorre durante o
restabelecimento físico.
A avaliação do (s) motivo (s) que culminou (aram) na tentativa de suicídio e o exame
psíquico são obrigatórios antes da alta do paciente. Tal procedimento e indispensável
mesmo nos casos em que a motivação para a tentativa foi a manipulação, isto é, o
indivíduo preparou a tentativa e avisou amigos e/ou familiares, apresenta-se aliviado por
não ter sido letal, conseguiu resolver parcialmente a crise, conta com apoio familiar e
também aquele que expressa não ter intenções de cometer novas tentativas.
Abordagem Familiar
Os familiares e/ou acompanhantes devem ser alertados sobre a possibilidade de novas
tentativas e quanto à urgência de segmento especializado em hospital ou em ambulatório.
Abordagem do Paciente
O paciente em geral desconhece que está em uso de dissulfiram, porém revela ingestão
recente de bebida alcoólica. Tal informação e quadro clínico que ele apresenta (rubor
facial, pontadas na cabeça e pescoço, cefaléia pulsátil, dificuldade para respirar, náusea,
vômito copioso, sudorese profusa, sede intensa, dor no peito, hipotensão, síncope
ortostática, ansiedade, vertigem, visão borrada e confusão mental) fazem suspeitar da
possibilidade de reação devido a interação álcool-dissulfiram.
Tratamento
A abordagem é eminentemente clínica, com a manutenção dos parâmetros vitais através
de medidas gerais, por não haver tratamento específico.
Caso o paciente tenha história de ingestão alcoólica prolongada, jejum referido, estado
nutricional e avaliação laboratorial que demonstram níveis glicêmicos baixos, a utilização
endovenosa de 20ml de glicose a 50% está indicada, devendo ser precedida (30 minutos)
por administração de tiamina, 100mg, (vitamina B1), por via intramuscular.
A administração endovenosa de tiamina é contraindicada pela possibilidade de provocar
choque anafilático.
Os familiares e/ou acompanhantes devem ser alertados para o fato de que, embora as
bebedeiras ocasionais sejam vistas como acontecimentos que fazem parte da vida, podem
causar morte, dependendo da quantidade de álcool ingerido, mesmo em indivíduos jovens
não alcoolistas e sem doença física.
Embriaguez: profunda
A embriaguez profunda é apresentada pelos sinais e sintomas resultantes do efeito
depressor do álcool que foi ingerido em quantidade excessiva pelo paciente no sistema
nervoso central.
Coma alcoólico
O coma alcoólico é um quadro gravíssimo resultante de excessivo consumo de álcool.
c) Tratamento: o delirium tremens leva a óbito cerca de 12 a 18% dos pacientes, mesmo
sob tratamento adequado.
Alucinose Alcoólica
a) Conceito: a alucinose alcoólica é um quadro pouco frequente, sendo caracterizado pela
presença de alucinações; recorrentes ou persistentes que ocorrem com consciência clara,
tendendo a ser auditivas e vividas (ruídos, chiados e vozes) e que se instalam cerca de 48
horas após a interrupção ou a diminuição da ingestão alcoólica, da qual o paciente era
dependente há aproximadamente 10 anos.
b) Abordagem do paciente: o quadro em geral se inicia após 10 anos de ingestão
severa de álcool, quando o indivíduo interrompe ou diminui a ingesta (cerca de 48 após).
As vozes falam do paciente ou para ele e suas ações são motivadas pelas mesmas. As
vozes insultam e ameaçam o paciente.
As alucinações têm caráter simples e direto, podendo se desenvolver com base nas
mesmas, um sistema de idéias deliróides de conteúdo perscecutório; nesse caso, o
paciente pode ser levado a agredir os supostos perseguidores ou, para fugir da
perseguição, tentar o suicídio.
Tratamento
Haloperidol, 5mg, por via intramuscular, de hora em hora até no máximo 45mg em 24
horas.
Abordagem Familiar
Deve-se esclarecer os familiares sobre as condições do paciente e a necessidade de
tratamento em ambulatório especializado após a alta.
Seguimento
Encaminhar, após a alta, para atendimento em ambulatório psiquiátrico.
Abordagem do Paciente
O inicio da síndrome ocorre de 8 a 12 horas após a última dose; no terceiro dia de
abstinência, o quadro atinge sua intensidade máxima.
O quadro clínico inicia pela tentativa de obter a droga (os pacientes pedem remédio à base
de codeína para tosse), aumento da freqüência respiratória, lacrimejamento, bocejo,
rinorréia, tremor, anorexia e irritabilidade.
Após o terceiro dia de abstinência, apresentam insônia, náuseas, diarréia, fraqueza,
câimbras, taquicardias, hipertermia e cólicas abdominais.
Tratamento
Nos casos de ansiedade ou agitação, utilizar benzodiazepínicos, 10 a 30mg por via oral,
por dia. O tratamento da síndrome de abstinência é feito com o paciente internado,
através da substituição da droga usada pela metadona, substância de ação prolongada
que, quando suspensa, produz uma síndrome de menor gravidade.
Abordagem do Paciente
Com exceção dos casos de intoxicação com intenção suicida ou os dependentes que
procuram, através do uso, bem-estar, os pacientes contam as seguintes histórias:
a) Intoxicados: vítima de insônia, o paciente procurou atendimento médico, recebendo
um tratamento um barbitúrico (fenobarbital preferencialmente). Como a insônia retornou,
fez uso abusivo agudo para conseguir dormir;
b) abstinentes; uso crônico de barbitúrico para tratamento da insônia: motivado pela
sonolência matutina, resolvem suspender abruptamente a medicação;
c) quadro clinico da intoxicação: é semelhante à intoxicação alcoólica, caracterizada
por desinibição, irritabilidade, prolixidade, labilidade de humor, incoordenação motora,
falhas de atenção e memória, sonolência, nistagmo grosseiro, hiporreflexia e ataxia. Pode
levar ao coma;
d) quadro clínico da abstinência: quadro que cursa desde sinais leves de insônia,
ansiedade e sudorese profusa, evoluindo para quadros mais graves com convulsões do
tipo grande mal e delirium.
Tratamento
O tratamento da intoxicação é eminentemente clínico, considerando os efeitos centrais
desse fármaco. Realizar hemodiálise nos casos em que se instalou o coma.
Em relação aos casos de abstinência, nos casos graves, quando houver convulsões, utilizar
fenobarbital 20mg, por via intramuscular, ou benzodiazepínico, ate 30mg, em 24 horas,
por via endovenosa, se o paciente se apresentar em estado de mal.
Abordagem do Paciente
Os indivíduos histriônicos, esquizotípicos e personalçidades borderlines, são
particularmente vulneráveis, demonstram habilidade emocional e são vaidosos. O
relacionamento com as demais pessoas é marcado por superficialidade e dependência.
Sob tensão, tais indivíduos tornam-se agudamente ansiosos e apresentam-se no pronto-
socorro com historia de início súbito de comportamento bizarro; postura peculiar,
vestimenta exótica, rápida mudança de humor e comportamento agressivo ou suicida. São
comuns alucinações, delírios, desrealização, fala inarticulada ou repetição de frases sem
sentido, desorientação temporal e alteração de memória.
O diagnóstico está na dependência do reconhecimento das causas psico-sociais que
precipitaram os sintomas psicóticos.
Tratamento
No tratamento medicamentoso, utilizar clorpromazina, 100mg, por via oral ou
levomepromazina 100mg, por via oral.
Quadro Maniforme
Abordagem do Paciente
Em geral, tais pacientes são levados ao pronto-socorro devido a quadro caracterizado por
irritabilidade e heteroagressividade.
Tratamento
Utilizar contenção física se houver necessidade.
No tratamento medicamentoso, utilizar haloperidol, 5mg, por via intramuscular, de hora
em hora, ate 45mg no período de 24 horas.
Quadro Depressivo
Tratamento
Os pacientes que não apresentarem alterações ou doenças orgânicas deverão ser
internados em hospital psiquiátrico.
Abordagem do Paciente
O quadro delirium caracteriza-se por aparecimento agudo, marcado por intervalos de
lucidez, mais comuns durante o dia e estado confusional noturno.
Em geral o quadro desaparece com o tratamento do agente causal, porém pode evoluir
para demência ou morte se causa persistir.
Tratamento
O tratamento é eminentemente clinico. Os quadros de agitação são medicados com
haloperidol 2 a 5mg, por via intramuscular, até o máximo de 15mg em 24 horas.
Demência
Abordagem do Paciente
Os pacientes são levados para o pronto-socorro devido a quadros de agitação, confusão
mental e/ou alterações do comportamento.
Tratamento
O tratamento dos quadros demenciais, se for possível, envolve a correção das causas
orgânicas. Os quadros de agitação serão medicados com haloperidol, 5mg, por via
intramuscular de hora em hora, até 30mg em período de 24 horas. As dosagens para os
pacientes com idade superior a 60 anos são inferiores às indicadas aos demais pacientes
devido aos eleitos colaterais.
Tratamento
O tratamento envolve a correção das causas orgânicas.
O Paciente Ansioso
Em geral, os pacientes que chegam ao pronto-socorro apresentam-se apreensivos,
cabendo ao médico diferenciar a ansiedade patológica da conseqüente a outras alterações.
A ansiedade é uma sensação de apreensão difusa e medo, na maioria das vezes descrita
através de linguagem vaga, como dificuldade de concentração, nervosismo, tensão,
irritabilidade aumentada e com uma grande variedade de sintomas físicos. É importante
salientar que ela é um sintoma e não uma doença: além da ansiedade primária, existem
causas funcionais e doenças físicas que podem provocar seu aparecimento.
Síndrome de Hiperventilação
Fazer com que o paciente respire dentro de um saco de papel, durante alguns minutos;
Ensinar como prevenir ataques futuros;
Após a melhora do quadro, fazer com que o paciente hiperventile, provando assim, que
a causa dos sintomas é hiperventilação;
Investigar problemas psicológicos.
Transtorno de Pânico
O Paciente Agressivo
Abordagem do Paciente
Para avaliar o grau de periculosidade de um individuo não basta entrevistar os familiares
e/ou as vítimas de sua agressão: é indispensável examiná-lo.
Através da observação do comportamento do paciente (fala, atividade motora, respostas
abruptas e agressivas e postura ameaçadora), o médico decidira quanto à necessidade de
contenção mecânica. Esta é realizada por cinco componentes da enfermagem que
imobilizarão os quatro membros e cabeça do paciente, que deverá ser colocado
preferencialmente em uma cama. Caso isso não seja possível, colocá-lo em uma maca,
fixando-se os quatro membros e o tórax através de faixas.
Em situações em que se julgue dispensável a contenção mecânica, deve-se tomar medidas
de autoproteção antes e durante o exame:
Retirar do local de exame do paciente tudo o que possa ser usado como objeto de
agressão;
Nunca ficar de costas para o paciente;
Durante a entrevista, a porta permanecerá aberta: a saída da sala deve ser fácil em
caso de tentativa de agressão infringida por paciente;
Deve-se tocar o alarme ou pedir ajuda sempre que se faça necessário;
Não se deve executar movimentos bruscos;
Cumprimentar o paciente, dando-lhe a mão; dizer-lhe para sentar-se e sentar-se em
seguida;
Deve-se falar com o paciente de maneira segura, calma e demonstrar interesse em
entender e tratá-lo.
Alcoolista
• Em estado de intoxicação;
• Em abstinência por estar em tratamento.
Fármaco dependente
• Em estado de intoxicação;
• Em abstinência por estar em tratamento;
• Os que tentam manipular os médicos para obter receitas e não conseguem.
Deprimido Grave
• Com alto risco de homicídio e suicídio.
Tratamento
Crises de Ansiedade
• Benzodiazepínicos, 10mg, por via oral, até 30mg em 24 horas;
• Nos quadros conversivos, utilizar abordagem verbal.
Epilépticos
• Benzodiazepínicos, 10mg, por via endovenosa, se em crise convulsiva; em estado pós-
critico, por via oral, até 30mg em 24 horas.
Abordagem Familiar
Reduzir a ansiedade apresentada por familiares e acompanhantes, através do
esclarecimento das causas do quadro agressivo.
Qualquer situação de natureza psiquiátrica em que exista um risco significativo (vida) para
o paciente (cliente) ou para outros, necessitando de uma intervenção terapêutica
imediata.
Paciente psicótico
Reconhece-se um prejuízo grosseiro no contato com a realidade, manifestado em uma
percepção inadequada e persistente do mundo externo (alucinações e delírios), com
ausência de juízo crítico ou com conduta intensamente desorganizada.
Manejo
Atenção às possíveis interpretações delirantes do
próprio papel do médico, dos objetivos das perguntas
feitas e da conduta;
Linguagem clara e frases curtas, explicando na
medida do possível os procedimentos a serem
realizados e o fato de que tudo está sendo feito para
ajudá-lo;
Entrevista com a família – esclarecer a extensão do
problema, o comprometimento funcional do paciente, os riscos existentes.
Principais dificuldades
Não adesão ao tratamento farmacológico; Falta de crítica;
Falta de suporte familiar e social; Agitação motora.
Atitudes alucinatórias – inquietação.
Possíveis agressões
Geralmente mais voltadas aos familiares;
Geralmente para se defender (delírio) –
Internação/encaminhamento
Paciente violento
Pacientes podem estar violentos por muitas causas e
razões – tentar determinar a causa (relação com o
contexto em que se expressa) – tratamento.
Manejo
Deixar o paciente falar livremente, sem pressioná-lo com muitas perguntas;
Não ser confrontativo e nem negar a gravidade da situação;
Deve-se ser claro, firme e conciso nas suas intervenções, mover-se calmamente e
manter suas mãos em local visível pelo paciente;
Não tocar o paciente ou realizar movimentos bruscos.
Paciente ansioso
Fundamental – boa relação profissional/paciente (norteia o diagnóstico e manejo);
A entrevista não precisa ser longa e detalhada;
Ter uma postura de interesse e respeito pelas queixas do paciente, tendo sempre em
mente que os sintomas da ansiedade são sempre involuntários;
Após escutar a descrição dos sintomas mapear;
Histórias das manifestações psicológicas e fisiológicas da ansiedade;
Evento que precedeu essa manifestação;
Uso de álcool ou droga;
História familiar de doença mental;
Vínculo afetivo, profissional e social;
Internação;
Estimular o paciente a falar.
Ataque do pânico
Extremamente comuns nas emergências (cardiologia);
Sensações de palpitações, falta de ar, sudorese, náusea, sensação de morte iminente ou
perda de controle;
Tendem a desaparecer em no máximo 1h
Não se pode pensar numa ação preventiva de Saúde Mental compulsória, onde se
estabeleçam normas de como deve ser o sujeito mentalmente saudável e se estabeleçam
programas com esse fim. Isso seria utilizar a Saúde Mental em favor de todo um sistema
político-social no qual vivemos, ajudando-o a excluir os que não estão dentro da norma.
Isso não seria saúde... muito menos mental.
Fica assim claro que, em Psiquiatria, ou melhor, em Saúde Mental, são possíveis ações de
prevenção e promoção. Entretanto estas ações se dar em torno de melhorar as condições
de atendimento com medidas tais como:
Aumentar o número de unidades ambulatoriais de atendimento;
Capacitar melhor os profissionais, a fim de que possam, inclusive, fazer menor número
de prescrições medicamentosas;
Oferecer uma abordagem multidisciplinar; e oferecer maior facilidade de acesso a quem
necessite de ajuda psicoterápica.
É verdade que, se lembrarmos que a atuação em Saúde Mental não está restrita à
Psiquiatria, mas permeia outros setores, poderemos pensar em outras formas de
prevenção e promoção. Atuar em áreas onde a crise está acontecendo, como oferecer
atendimento adequado à mãe que acaba de dar a luz a um natimorto, ou ao paciente que
acaba de receber a notícia de uma doença grave ou de uma cirurgia mutiladora são
exemplos de ações de promoção e prevenção em Saúde Mental.
Além disso, podemos perceber em nós mesmos os sinais de que as coisas estão mais ou
menos equilibradas ou de que não vão tão bem assim. Todos nós passamos por períodos
de sofrimento, algumas vezes conseguindo lidar com eles, outras vezes precisando de
ajuda. Nesses momentos, é natural que apareçam sintomas como ansiedade, dores ou
doenças orgânicas, falta de ânimo ou outros. Mas se percebemos que se tornam muito
prolongados, devemos buscar ajuda–se for o caso, profissional.
Junto com o tratamento de emergência que segue as normas de preservação das funções
vitais do homem, é útil realizar uma avaliação padronizada e inicial do estado psíquico de
cada cliente.
A enfermagem deve estar preparada para dar início a esta avaliação, já que é responsável,
em casos de agitação psicomotora, por técnicas de contenção, sejam medicamentosas ou
físicas, nas quais o contato físico é inevitável. Além disso, geralmente é este grupo que
circula com o paciente nas dependências da unidade hospitalar, quando este submete-se a
exames complementares.
Geralmente os pacientes agitados portadores de transtornos mentais são excessivamente
sedados, e podem necessitar emergencialmente de proteção de vias aéreas por conta dos
riscos de depressão respiratória.
! Aparência - O paciente está extremamente limpo, sujo, agitado, calado? Olha nos olhos
das pessoas que conversam com ele? A atividade psicomotora está aumentada, diminuída
ou assume posturas bizarras. Está cheirando a álcool ou tem as pupilas dilatadas
(midríase) por uso de cocaína ou anfetaminas? Interage com aqueles que lhe trouxeram à
emergência ou recusa a presença destas pessoas?
! Consciência - Está confuso e/ou sonolento? Compreende o que está se passando ao
redor? Apresenta distúrbios neuropsicológicos como linguagem, memória e atenção
prejudicadas? Conhece as pessoas que lhe trouxeram?
! Pensamento - Pensa e fala muito rápido, como em quadros de mania, ansiedade,
intoxicações? Está com pensamento lento, como em depressão? É estranho e
incompreensível, como em psicoses? Vê vultos, insetos nas paredes, como no caso de
Delirium tremens? Escuta vozes, como na esquizofrenia? Pensa que alguém quer lhe tirar
a vida ou quer lhe prejudicar, como nas paranóias?
! Humor e afetividade - Está profundamente triste, eufórico ou normal? De repente se
irrita com qualquer coisa? Apresenta idéias suicidas ou homicidas? Mostra-se indiferente
afetivamente?
! Julgamento e crítica - Demonstra bom senso em suas idéias? Entende os
procedimentos que estão sendo realizados pela equipe de saúde? Admite ter um problema
psiquiátrico ou culpa outra pessoa por suas dificuldades? Percebe que está doente?
ANGERAMI, Valdemar Augusto (org) (1983) Crise, Trabalho e Saúde Mental no Brasil.
Série Psicoterapias Alternativas. São Paulo, Traço Editora.
BARNES, Mary e BERKE, Joseph. (1983). Viagem Através da Loucura. Rio de Janeiro,
Francisco Alves.
GRAEFF, Frederico Guilherme - Drogas Psicotrópicas e seu modo de ação - 2a. Edição -
Editora Pedagógica e Universitária LTDA - São Paulo SP - 1989.