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Quando a psicologia surgiu pela primeira vez como uma ciência separada da biologia e filosofia, o debate sobre
a forma de descrever e explicar a mente humana e comportamento começou. A seguir estão algumas das principais
escolas de pensamento que influenciaram o nosso conhecimento e compreensão da psicologia:
Psicanálise
Desenvolvida e criada por Freud, essa teoria busca descrever as causas dos transtornos mentais, o
desenvolvimento humano, sua personalidade e motivações. De acordo com ele, o ser humano funciona por meio de
duas pulsões inatas, a sexual e a de morte.
Por se oporem ao ideal da sociedade, precisam ser controladas por meio da educação, e a função da sociedade
em meio a isso aparece como a de amansar essas tendências naturais, de forma que a energia gerada por esses
impulsos não seja liberada de maneira direta.
Freud desenvolve toda a sua explicação pelos níveis de consciência, pelo modelo estrutural de personalidade,
mecanismos de defesa e as fases do desenvolvimento psicossexual. Durante todo o século XX influenciou grande parte
do pensamento psicoterapêutico, além de acentuar a importância dos primeiros anos de vida para o desenvolvimento
do indivíduo.
Essa é a abordagem busca estimular o próprio paciente a ter seus insights, ou seja, que ele mesmo compreenda
o que está acontecendo consigo e quais vias ele pode usar para se modificar e sair desse problema.
As interpretações feitas pelo psicanalista durante a sessão propiciam autoconhecimento e transformação
gradual dos sintomas. É importante também salientar que essa é uma técnica não diretiva, ou seja, o analista não
sugere que o paciente faça isto ou aquilo. A análise acontece a partir das associações do paciente.
Psicologia Analítica de Jung ou Análise Junguiana
Nessa vertente, Jung discorda de algumas teorias de Freud. Aqui, o objeto de estudo principal são os sonhos
e o terapeuta busca manter a conversa sempre em torno dos problemas que o levaram até ali.
Quando sonhamos, imaginamos narrativas. E nelas são encontrados certos personagens que, de tempos em
tempos, vão mudando. Para se aproximar destes personagens, utiliza-se o método da imaginação ativa.
Para estimular a imaginação são utilizadas técnicas geralmente ligadas às artes como pinturas, esculturas,
desenhos, técnicas de escrita e a caixa de areia (Sandplay). Normalmente é indicada para quem busca
autoconhecimento profundo.
Behaviorismo ou Analítico Comportamental
Como o próprio nome diz, quem utiliza essa linha, irá trabalhar diretamente no comportamento das pessoas.
Assim, o analista avaliará o que o paciente precisa e por meio de técnicas específicas, irá auxiliar na transformação
comportamental.
Os precursores dessa área dizem que o ser humano está suscetível a mudar o seu comportamento de acordo
com o ambiente em que está inserido. Um exemplo comum disso, é o jeito como você age frente aos seus pais e a
diferente forma de reagir com seus amigos.
Por ser ligada às atitudes do avaliado, ela utiliza de um modo diretivo. Frequentemente são passadas “tarefas
de casa” que ajudam a ter contato com o que aflige o paciente em pequenas doses, atitudes que mudam a forma de
visão daquilo e aos poucos a superar os incômodos apresentados na sessão.
É uma técnica bastante eficiente para pessoas que apresentam quadros de ansiedade, pânico, fobia social,
depressão, dependência química e problemas de aprendizagem.
Humanismo
Essa vertente se baseia na aceitação, no conceito de que só conseguimos mudar quando assumimos a nós
mesmos que existe um problema que precisa ser tratado. Uma frase do humanista Carl Rogers define bem esse
método: “O paradoxo curioso é que quando eu me aceito como eu sou, então eu mudo”.
Um bom exemplo dessa prática é com pessoas que tem problemas com o uso de drogas ou álcool. Na maioria
dos casos chegam até a brinca com o seu problema, mas não enxergam que estão fora de controle. Então quando ela
se abre à essas novas experiências passa a ter mais possibilidade de viver plenamente, confiar em sua experiência
interna para orientar o seu comportamento, perceber sua liberdade de escolha e se mostrar criativa, sempre
encontrando novas maneiras de viver bem e melhor.
Sendo bem sintético sobre esse tipo de terapia, o humanismo acredita que toda pessoa tem capacidade de
crescimento e desenvolvimento. Para propiciar isso, o terapeuta não direciona, mas cria um ambiente acolhedor e
empático onde o paciente possa se desenvolver na direção em que ele escolher e ser realmente quem é, gerando
mudança e inserindo autoconfiança.
Normalmente é indicado para pessoas que apresentam algum tipo de vício ou comportamento autodestrutivo.
Psicoterapia Corporal ou Reich
Para Reich, apenas sentar e falar sobre seus problemas não parecia ser a melhor solução para resolvê-los.
Sendo assim, discordando de alguns estudiosos iniciou a psicoterapia corporal.
Essa técnica trabalha sobre o fato de que toda mobilização emocional gera uma reação corporal e vice versa.
Com isso, Reich descobriu que todo distúrbio psicoemocional está associado a distúrbios corporais.
Então, o profissional que trabalha com esse método, trata dos problemas não só a partir das conversas nas
sessões, mas principalmente por meio de modificações corporais, de postura, respiração e relaxamento das tensões
nos olhos, boca, garganta, diafragma, genitais, ânus.
Em suma, a psicoterapia de Reich é mais física e corporal e menos verbal e mental. Sendo assim, é eficiente
no tratamento de questões psicológicas como fobias, ansiedade, baixa autoestima, dificuldade de concentração,
pensamentos repetitivos e angustiantes, traumas, insegurança, e também em distúrbios orgânicos, como gastrite,
obesidade, “tiques” e bruxismo.
Cognitivo-Comportamental ou TCC
Quem trabalha com essa abordagem terá o seu foco voltado para mudar pensamentos disfuncionais, ou seja,
aqueles que nos fazem “perder a fé” em nós mesmos, como o típico “eu nunca vou conseguir fazer isso” ou “eu não
faço nada direito”.
O embasamento teórico aqui vem especialmente dos trabalhos de Aaron Beck, que mostra como cada pessoa
tem um jeito de ver o mundo e quando ele muda para uma forma “autodestrutiva”, começam a aparecer os distúrbios
emocionais.
Sendo assim, tudo o que o terapeuta precisa fazer é ajudar o paciente a voltar a ter uma visão de mundo
diferente e mais adequada para enfrentar os estímulos externos. A ideia é mostrar que esses pensamentos podem ser
modificados com muito treino e raciocínios funcionais, como “isso eu não fiz direito, mas acertei daquela outra vez”.
Normalmente as sessões são estruturadas e tem efeito positivo em problemas pontuais, que vão desde a
obesidade até a psicopatia.
Gestalt-terapia
Essa abordagem surgiu entre os anos 50 e 60. Sua teoria veio com uma visão mais integrada, colocando em
foco mente e corpo como uma unidade, sem cisão. Tem uma visão holística de homem e de mundo, onde um afeta o
outro. Acredita que o sentir, o pensar e o agir precisam estar em sintonia e serem respeitados para que haja saúde.
Esse tipo de terapia é focada no presente. O profissional busca sempre ouvir o cliente com atenção direcionada
em gestos, postura, tom de voz e expressões faciais.
Num resumo, a proposta é que o paciente possa experienciar as coisas ao invés de ter somente o
entendimento racional. Assim, quando isso acontece, ele passa a ter um entendimento integral (pensar, sentir e agir).
Utiliza o método fenomenológico, não busca as causas para um sintoma, mas sim o seu entendimento sob
vários aspectos. Dessa forma ela é aberta, não direcionada e visa que o paciente se desenvolva e encontre um jeito
positivo de estar no mundo no momento presente.