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Etapa 3 –Referencial Teórico

Este trabalho tem caráter descritivo e exploratório; é uma reflexão


teórica que contém levantamentos bibliográficos, como, por exemplo, artigos
científicos, vídeos, filmes e séries. A pergunta norteadora do trabalho é: “quais
os desafios do terapeuta cognitivo comportamental na atualidade?”. Esta
resposta terá como base dados pesquisados também nas intervenções e
técnicas de abordagem psicanalítica.

Na correria do dia a dia nota-se que cada vez mais pessoas apresentam
problemas psíquicos e neurológicos que afetam a grande maioria da
população, isso acontece por causa da busca pelo sucesso, traumas
emocionais, físicos, psicológicos e mentais também por causa de algumas
crenças apresentadas nas igrejas, na maioria das vezes quando não
alcançadas pelo paciente aparecem as doenças emocionais, acarretando o
suicídio e outras doenças psicológicas, além do esgotamento físico e mental no
local de trabalho.

Muito se fala sobre as manifestações do comportamento:


Ao agir sob impulso repentino e, frequentemente, manifestam
hostilidade mal controlada contra pessoas em posição de
autoridade; ao mesmo tempo, seu comportamento é motivado
por sentimentos de culpa e mostra uma tendência a auto-
punição” (Alexander, 1989, p.59)

A TCC aqui será apresentada como uma alternativa dentro das


abordagens terapêuticas, pois é capaz de trabalhar por meio de suas técnicas
que são capazes de atuar tanto no comportamental quanto no cognitivo, além
da psicanálise de Freud, que é uma alternativa para o atendimento somado às
técnicas da TCC.

A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) foi desenvolvida por Aaron


Beck, no século XX, iniciando seus estudos com casos de depressão e
ansiedade. Como meio de uma tentativa empírica, procurou confirmar os
princípios da psicanálise no tratamento desta doença, entretanto, os resultados
foram negativos contrariando esse modelo de depressão proposto pela
abordagem psicanalítica. Com os resultados pouco satisfatórios oferecidos pela
Psicanálise, Beck propôs um novo conceito que evoluiu para uma nova
abordagem teórica e prática, resultando a Terapia Cognitiva (SERRA, 2013
apud ELIS, 2013). Revista FAROL – Rolim de Moura – RO, v. 3, n. 3, p. 22-35, mar./2017

A terapia cognitivo comportamental baseia-se na cognição do controle


das emoções e no comportamento humano, uma vez que pode acontecer
erros, teremos as doenças psicossomáticas (problemas emocionais, físicos,
psicológicos e mentais), além dos transtornos mentais.

Os pensamentos disfuncionais ou as distorções lógicas ocasionam os


transtornos de personalidades associados às crenças e interpretações
distorcida dos problemas sofridos ou apresentados pelo cliente na psicoterapia.
Essas distorções de comportamento do cliente provocam alterações no humor
fazendo o mesmo desisti a ser confrontado com suas crenças.

A respeito das intervenções da terapia cognitivo-comportamental, Gomes


(2012) conclui que:
As intervenções baseadas na terapia cognitivo-
comportamental devem propiciar a percepção e
conscientização das vítimas sobre as características 17
psicológicas e a interpretação que se faz sobre tal
evento considerado negativo, e reestruturá – las,
através de técnicas específicas.

De acordo com Beck (1997), o pensamento distorcido é comum a todos


os transtornos, com isso é possível entender que o estado de espírito conta
muito durante a terapia, dessa forma o paciente poderá ou não contribuir na
hora da sessão de terapia. O fato é, a forma como o paciente se vê ou
interpreta seu caso, pode tornar muito difícil a vida do terapeuta que terá que
buscar todas as formações possíveis e cabíveis para que haja um par analítico,
em que entra a psicanálise como um recurso terapêutico.

A psicanálise de Freud trabalha o consciente e o inconsciente, esse


método poderá ser abordado durante as sessões terapêuticas, buscando a
junção com a abordagem comportamental, poderá facilitar a compreensão do
problema apresentado pelo paciente.
[...] Na técnica psicanalítica não há necessidade de um
trabalho especial de síntese; isto o indivíduo
autonomamente providencia melhor que nós” (FREUD a
PFISTER, 2009 [1909-1939], p. 83).

Aqui, podemos notar que os profissionais devem ter conhecimento em


outras psicoterapias, pois cada cliente pode apresentar de diferentes formas do
mais gentil ao mais agressivo, ameaçador, hostil, amedrontado, impaciente,
enraivecido, reprimido, inseguro e depressivo, consequentemente o profissional
deverá estar preparado para atender o cliente independente do seu estado
emocional.

Com base nesta abordagem, a terapia psicanalítica pode focar


essencialmente sobre as relações da origem do problema os “sintomas” atuais
na perspectiva da origem do problema que o paciente está a sentir no
momento atual.
A abordagem psicanalítica centra-se em tornar consciente o
inconsciente para utilizar o método de associação livre, não existindo uma
orientação ou um objetivo inicial, já que teoricamente o indivíduo vai falando,
libertando o inconsciente.

“[...] toda descoberta é feita mais de uma vez, e


nenhuma se faz de uma só vez” (FREUD, 1917a [1916] /
1996 p. 305).

O terapeuta psicanalítico, embora não dê orientação, ele é o único


responsável pela terapia, não se focando em indicadores, mas deixando o
paciente livre para falar sobre o problema ou outras informações que desejar.

A atuação terapêutica poderá acontecer por meio das alterações


comportamentais junto à psicanalise, ou seja, modos de pensamentos
disfuncionais, atividades cognitivas podem ser aplicas para auxiliar nas
mudanças emocionais distorcidas, pois as duas abordagens juntas são mais
eficazes no tratamento, pois um problema leva o outro e a aplicação das duas
abordagens apresenta uma melhora nos resultados das crenças disfuncional
do paciente.

Segundo a Associação Americana de Arteterapia (AATA, 2003 apud


PHILIPPINI, 2008, p.13):
baseia-se na crença de que o processo criativo
envolvido na atividade artística e terapêutica é
enriquecedor da qualidade de vida de pessoas.
Arteterapia é o uso terapêutico da atividade artística no
contexto de uma relação profissional por pessoas que
experienciam doenças, traumas ou dificuldades na
vida, assim como por pessoas que buscam
desenvolvimento pessoal. Por meio do criar em arte e
do refletir sobre os processos e trabalhos artísticos
resultantes, pessoas podem ampliar o conhecimento de
si e dos outros, aumentar sua autoestima, lidar melhor
com sintomas, estresse e experiências traumáticas,
desenvolver recursos físicos, cognitivos e emocionais e
desfrutar do prazer vitalizador do fazer artístico.

Novamente, a pesquisa aponta que devemos estudar e pesquisar mais


sobre outras abordagens, pois nota-se que o adoecimento emocional pode vir
não só por abuso sexual ou violências físicas e emocionais. De acordo com o
Dr. Psiquiatra e palestrante Ismael Sobrinho no seu canal do YouTube, as
teologias da prosperidade vem adoecendo muitos cristãos dentro das igrejas.

Essas teologias surgiram nos Estados Unidos e falam que, se você não
pode adoecer, tem de haver uma conta bancária com um bom capital e tudo
tem de dar certo na sua vida. Quando os cristãos que vivem nessa teologia tem
algum problema ou frustração, entram em um estado de depressão, pois
começam a achar que Deus não os ama.

Segundo o psiquiatra, essa teologia é responsável por gerar um grande


número de pessoas doentes emocionalmente ficando com a síndrome do
pânico, até tendo ataques cardíacos por causa das suas frustrações. O
especialista fala que essas pessoas foram agredidas emocionalmente. Com
isso, percebe-se que faz-se necessário o terapeuta cognitivo comportamental
conhecer a fundo a Bíblia, seus personagens e histórias a fim de poder
confrontar e orientar de forma correta ou até mesmo mais adequada.

Desemprego, caminhos fechados, dificuldades


financeiras, depressão, vontade de suicidar,
solidão, casamento destruído, desunião na
família, vícios (cocaína, crack, álcool, etc.),
doenças incuráveis (câncer, AIDS, etc.), dores
constantes (de cabeça, coluna, pernas),
insônia, desejos homossexuais, perturbações
espirituais (você vê vultos, ouve vozes, tem
pesadelos, foi vítima de bruxaria, macumba,
inveja ou olho grande), má sorte no amor,
desânimo total, obesidade, etc. Sim, nós temos
a solução para você! (ULTIMATO, janeiro de
93, p. 14).

Sendo assim, o cliente fanático ou alienado pode apresentar essas


características ou outras e dará trabalho para o terapeuta. Ainda em seu canal,
o psiquiatra também fala da teologia da confissão positiva que vem adoecendo
um número muito grande de cristãos, gerando ansiedade, a qual ele chamou
de neurose cristã induzida, com isso entra em uma sobrecarga de cobranças
espirituais e tensão emocional, fazendo a pessoa surtar por sentimento de
culpa. (Fonte: canal do YouTube, com o tema Fé que adoece, teoria da
prosperidade, confissão positiva). https://www.youtube.com/watch?
v=A5kqG0DL78M&t=241s

Confissão positiva é um título alternativo para a


teologia da fórmula da fé ou doutrina da prosperidade
promulgada por vários televangelistas
contemporâneos, sob a liderança e inspiração de
Essek Willian Kenyon. A expressão “confissão positiva”
pode ser legitimamente interpretada de várias
maneiras. O mais significativo de tudo é que a
expressão “confissão positiva” se refere literalmente a
trazer à existência o que declaramos com nossa boca,
uma vez que a fé é uma confissão (ROMEIRO, 1993, p.
6).

A terapia Cognitiva comportamental proporciona um estilo de vida mais


saudável e pode reduzir as ansiedades dando uma sensação agradável ao
paciente. O terapeuta, ao aplicar as técnicas da TCC, deve adequar ao cliente,
pois, conforme mencionado, a terapia trabalha a estrutura e foca na
problemática com o comportamento educacional, fazendo as mudanças
comportamentais. Desta forma, faz-se necessário adentrar mais afundo na
TCC de BECK conhecendo as dez principais técnicas utilizadas nessa
abordagem que são:

Princípio n º1. A terapia cognitivo-comportamental está baseada em uma


formulação em desenvolvimento contínuo dos problemas dos pacientes e em
uma conceituação individual de cada paciente em termos cognitivos.
Princípio n º2. A terapia cognitivo-comportamental requer uma aliança
terapêutica sólida
Princípio nº3. A terapia cognitivo-comportamental enfatiza a colaboração e a
participação ativa
Princípio nº 4. A terapia cognitivo-comportamental é orientada para os
objetivos e focada nos problemas
Princípio nº 5. A terapia cognitivo-comportamental enfatiza inicialmente o
presente.
Princípio nº 6. A terapia cognitivo-comportamental é educativa, tem como
objetivo ensinar o paciente a ser seu próprio terapeuta e enfatiza a prevenção
de recaída
Princípio nº 7. A terapia cognitivo-comportamental visa ser limitada no tempo.
Princípio nº8. As sessões de terapia cognitivo-comportamental são
estruturadas.
Princípio nº 9. A terapia cognitivo-comportamental ensina os pacientes a
identificar, avaliar e responder aos seus pensamentos e crenças disfuncionais.
Princípio nº10. A terapia cognitivo-comportamental usa uma variedade de
técnicas para mudar o pensamento, o humor e o comportamento.
Dentre todos os princípios, o terapeuta é a ponte entre o paciente e o
tratamento para o problema apresentado, sendo o responsável em conduzir a
sessão. Nesse sentido, o profissional pode ter bastante conhecimento na TCC
e pode orientar e ensinando os pacientes a utilizarem as técnicas que
influenciarão melhor na jornada psicoterapeuta.
Até aqui podemos ver que são complexos os problemas e dificuldades
que o paciente apresenta nos tratamentos, pois são situações que muitas
vezes fogem do controle do terapeuta.
No decorrer do trabalho, podemos ver nas mídias (filmes Gênio
Indomável, Fragmentado, Os treze porquês e Lucífer) situações fictícias, mas
que trazem fatos da vida real que podem ser utilizadas como objeto de
discussão acerca do assunto a fim de analisar o papel do psicólogo enquanto
agente essencial, no que tange à Terapia Cognitiva-Comportamental.
Sendo assim, foi possível identificar, por intermédio das pesquisas
bibliográficas e das mídias, que o profissional precisa sempre buscar novos meios de
estudo e formações complementares para poder atuar de forma clara e precisa,
tornando-a satisfatória tanto para o cliente, como para o terapeuta.

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