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Educação positiva

O que é:

-A ideia é educar com base no respeito, na empatia, no exemplo, na gentileza e na promoção da


autonomia, sem deixar de estabelecer limites.

-a Educação Positiva é aquela construída na base do diálogo e das consequências das ações, que ensina a
criança sobre limites e comportamentos adequados para uma boa convivência familiar e social.

os 12 princípios para uma Educação Positiva, indicados pela psicóloga Lidia Weber, autora do livro
Eduque com carinho:

1. Amor incondicional

Ame o seu filho pelo que ele é e não pelo que ele faz, quanto mais amado ele se sente, será mais aberto e
capaz de aceitar as regras e de se tornar mais sensível ao outros.

2. Conhecer os princípios do comportamento

É preciso perceber por que razão uma criança se comporta de maneira inadequada, dar espaço para o seu
modo de reagir e não o rotular.

3. Conhecer o desenvolvimento de uma criança

Os pais devem conhecer os comportamentos e as necessidades próprias de cada idade da criança. Nem
sempre um mau comportamento é uma provocação. Por isso, seja um guia, ensine e não julgue ou
condene sempre as atitudes negativas do seu filho.

4. Autoconhecimento

Perceber que tipo de pai/mãe realiza as práticas educativas parentais para disciplinar (no sentido de
educar). Idealmente, uma boa educação deve incluir, de forma equilibrada, limites e regras, afeto e
envolvimento.

5. Comunicação positiva

Procure comunicar-se de forma positiva e clara com o seu filho, para o ajudar também a expressar os seus
sentimentos. Use frases e atitudes positivas no seu dia a dia. Valorize o que o seu filho realiza de forma
autêntica.

6. Envolvimento

Disponha de tempo para estar com os seus filhos. É fundamental envolver-se e participar integralmente na
vida da criança sem ser intrusivo. Construa memórias felizes em conjunto.

7. Usar consequências positivas para reforçar, elogiar e/ou valorizar

Apresente consequências ao comportamento adequado. Reforce, elogie, mostre orgulho, deste modo
estará valorizando o comportamento do seu filho. Promova um clima familiar carinhoso no qual a criança
se sinta aceita, orientada e apoiada.

8. Apresentar regras e supervisionar o comportamento

Regras e limites são fundamentais na educação de todas as crianças. Além disso, as regras devem ter
supervisão e ser consistentes.
Já que o seu filho não é um robô, mais cedo ou mais tarde, ele quebrará as regras para desafiar e testar até
onde pode ir. Seja firme sem precisar perder a calma. Lembre-se que crianças são crianças.

9. Ser consistente

Lídia Weber afirma que a “consistência constrói confiança.” Ser consistente é aplicar as mesmas regras
sempre com o mesmo fim. Se uma regra é quebrada muitas vezes, verifique se a culpa é da regra, da falta
de consistência ou da ausência de supervisão.

Evite estabelecer uma regra quando não tem a certeza de que será consistente em relação a ela. As
crianças vão testar sempre a sua firmeza, por isso só lhe resta ter muita paciência.

10. Não usar punição corporal, mas consequências lógicas

Os pais devem ter em mente que existem sempre alternativas à punição corporal, tais como a conversa,
ignorar alguns comportamentos que não sejam a agressividade, estabelecer castigos ou penalidades mais
adequadas à criança e apresentar consequências lógicas.

Fica o alerta de que o uso da punição pode trazer danos psicológicos e consequências muito negativas ao
desenvolvimento da criança.

11. Ser um modelo moral

Lídia Weber, psicóloga cognitivo comportamental, adverte: “o clima do seu lar deve ser um porto seguro
onde os membros da família querem voltar e onde se sentem amadas e seguras”.

Isso se traduz por tratar os filhos e o cônjuge com respeito, pois se existir consideração e amor, o
ambiente e os laços familiares serão reforçados. Aja como gostaria que o seu filho agisse.

A psicóloga ainda acrescenta que se determinada regra for diferente para adultos e crianças, explique ao
seu filho o porquê.

Lembre-se que a sua família é preciosa, por isso evite descarregar problemas de outra ordem nas pessoas
que ama.

Treine comportamentos de autocontrole, e quando estiver aborrecido, pense, conte até vinte, isole-se um
pouco, mas não ofenda, não grite e não humilhe quem estiver por perto.

12. Educar para a autonomia

 Eduque para a autonomia, primeiro dê raízes e depois, asas.


 Saiba que amar um filho passa também por permitir a sua independência, por isso dê espaço para
que a criança faça suas escolhas.
 A autonomia deve ser construída sob o olhar cuidadoso do adulto.
 Deixe a criança errar e passar por suas próprias experiências.

Por que devemos promover:


Por que a Disciplina Positiva ajuda tanto na relação das crianças com os seus pais?

Com o tal método, é possível que tanto os filhos quanto os pais saibam expressar seus
sentimentos e compreender o do outro.
Além disso, ao praticar a Disciplina Positiva em casa, os pais:

– Ouvem seus filhos quando estão chateados e reconhecem seus sentimentos;

– Levam em conta o que seus filhos disseram e não castigam sentimentos;

– Respondem às perguntas das crianças sobre o motivo pelo qual elas estão sendo
disciplinadas;

– São atenciosos em meio a momentos de estresse.

Além disso, a Disciplina Positiva traz os seguintes benefícios:

Ajuda crianças a controlarem a ansiedade

Acredite: as crianças não querem estar no comando. Eles geralmente testam os limites
apenas para garantir que seus cuidadores possam mantê-los seguros.

Quando os adultos oferecem consequências positivas e negativas, as crianças crescem e


aprendem.

As crianças que têm pais permissivos muitas vezes sentem ansiedade porque precisam
tomar decisões adultas. A falta de orientação e ausência de liderança é muito inquietante
para as crianças.

Ensina como fazer boas escolhas

A disciplina apropriada ensina as crianças a fazer boas escolhas. Por exemplo: quando
uma criança perde seus privilégios de bicicleta para andar na estrada, ele aprende como
fazer escolhas mais seguras da próxima vez.

A disciplina saudável ensina às crianças maneiras alternativas de satisfazer suas


necessidades.

As crianças precisam aprender habilidades de resolução de problemas, controle de


impulsos e habilidades de autorregulação de disciplina apropriada.

É importante distinguir a diferença entre consequências e punições. Quando as crianças


são disciplinadas com consequências apropriadas, aprendem com os seus erros.

As punições, no entanto, tendem a ensinar às crianças a agirem da defensiva em relação


aos seus pais ou aprenderem a “não serem pegos” quando se comportam mal.

Mostra às crianças como administrar emoções

Quando uma criança recebe um tempo para refletir depois de brigar com um irmão, por
exemplo, ela aprende habilidades que a ajudarão a administrar melhor sua raiva no
futuro.
O objetivo do “tempo de reflexão” deve ser ensinar seu filho a se dar um tempo para
pensar quando ele está ficando chateado antes que ele tenha problemas.

Outras estratégias disciplinares, como encorajamentos sobre atividades, também podem


ensinar as crianças a lidar com os sentimentos.

Quando você diz: “Você está trabalhando tanto para construir essa torre. Mesmo que
seja muito difícil de fazer, continue com o bom trabalho”, seu filho aprende sobre a
importância de tolerar a frustração.

Ignorar o mau comportamento pode ensinar às crianças formas socialmente apropriadas


de administrar sua frustração também.

Se um pai ou uma mãe se recusa a ceder a uma birra, a criança vai aprender que não é
uma boa maneira de satisfazer suas necessidades.

Quando os pais não dão atenção ao choramingar dos filhos, eles vão aprender que
choramingar não vai mudar seu comportamento.

O foco, nesse caso, está em entender de onde e por que ocorre tal comportamento.

É a interpretação da atitude da criança que leva a compreender os motivos e a saber


procurar as melhores soluções, orientando-as a refletir sobre tal situação.

E, além de fornecer benefícios para as crianças, a Disciplina Positiva para pais leva a
constantes emoções positivas
e aumenta a autoestima tanto dos filhos quanto dos próprios pais.

Educação Positiva X Educação


Tradicional
A diferença entre o educar com punição e a Educação Positiva está na firmeza do adulto
permeada pela gentileza e por aquele tom que não recrimina.

Educação positiva

A educação positiva consiste em dar foco às necessidades da criança e da família. É


uma ferramenta poderosa e de comunicação não violenta. A comunicação não violenta é
uma nova forma de se comunicar consigo mesmo e com o outro. Alguns definem como
um método, mas é algo que faz a gente se conectar com nossos sentimentos e
necessidades, ajuda a criar empatia e a pensar no outro assim como pensamos em nós
mesmos.

Na educação tradicional os pais são uma figura principal do processo de ensino-


aprendizado e pelo menos na cabeça da criança, são eles quem detém o poder e o
conhecimento e estão ali para transferir para os filhos e é importante. No modelo
tradicional o foco é a obediência, a disciplina.
Diferente da educação tradicional, a educação consciente positiva, os pais são
mediadores que levarão a criança a construir seu próprio conhecimento em relação a si
mesma e ao mundo. Como falamos, o foco também são as necessidades da criança. A
comunicação é feita de maneira diferente. É uma comunicação sem culpa, sem
julgamentos e de maneira gentil, não violenta. É um método que pode ser usado nas
escolas, através de uma educadora parental e, na verdade, já vem sendo usada em
algumas escolas que aderiram esse modelo

Quais as maiores dificuldades em adotar


esse tipo de educação:
- desconstruir a ideia de disciplina tal qual, nós adultos, a recebemos na infância.
- Um dos maiores desafios para os familiares é a disponibilidade de tempo com “qualidade de
presença” para convivência com os filhos. A correria da rotina, as longas jornadas de trabalho, o
cansaço e o tempo que dedicamos às telas em geral (celulares, televisores) são fatores que
ocupam muito do espaço da convivência em família, sobrando pouca energia para as
brincadeiras e o diálogo. 

- Há quem identifique a disciplina positiva como “falta de limites”.  

Como desenvolvê-la em casa:


Criar desta forma é muito exigente e pode parecer muito difícil no começo.

É preciso sempre contar com apoio e estarmos alinhados com quem está ao nosso redor
para que possa haver uma orientação clara para a criança, sem discordâncias que podem
vir à tona no momento em que mais precisamos estar inteiros e serenos para conduzir a
situação.

Meu primeiro passo para lidar com as emoções do meu filho é exercitar minha autopercepção e
autoconhecimento: muitos de nós, adultos, não sabemos identificar nossas emoções e
sentimentos e muitas vezes não sabemos como lidar, desconhecendo sua origem, até mesmo seu
nome, e não assumimos a responsabilidade sobre eles, acusando o outro – o outro me causou
aquilo.
Ajude seu filho a pensar

Estimule seu filho a pensar sobre as próprias atitudes, sobre as situações cotidianas e
outras questões que o façam refletir.
Faça perguntas incentivando-o e ajudando-o a participar da resolução de problemas do
dia a dia, e estimule-o na construção de independência e autonomia.

Na prática, você pode, por exemplo, incentivá-lo a se comunicar verbalmente e a


expressar suas emoções.

Outro exemplo é: em vez de proibi-lo de fazer algo, como assistir à televisão até tarde,
faça perguntas, estimulando-o a pensar nas consequências desse ato.

Leve-o também a questionar o quanto seus desejos devem ser atendidos e se há


possibilidade de negociar. Essas ações, dentre outras, vão ajudar a desenvolver o
pensamento crítico nele.

Seja o exemplo

Cumprir o que diz, não mentir e não realizar chantagens ou subornos são alguns modos
de como a família deve agir.

Afinal, é dando exemplos que você poderá esperar que seu filho também aja assim,
pois muito do que os filhos fazem é uma reprodução do que veem os familiares fazendo.

Não apenas diga o que ele deve ou não fazer, mas aja com sinceridade, pois é por meio
do comportamento da família que os filhos aprendem.

Além disso, é importante entender que a chantagem atua como uma maneira de
naturalizar a corrupção.

Já os valores construídos de maneira sólida não têm relação com ações de suborno. Um
exemplo disso é quando os pais negociam comportamentos em troca de presentes.

É importante ressaltar que um bom comportamento não deve ser premiado, pois corre-
se o risco de a criança não reconhecer o real sentido do bom comportamento e só agir de
maneira positiva pelo interesse de ganhar algo.

Estabeleça regras

Para a educação positiva, os limites são benéficos, servindo como um aprendizado para
a resiliência e para lidar melhor com os problemas. Por isso, estabeleça combinados e
regras firmes.

Seja claro ao estabelecer um acordo e não ceda a choros, birra ou insistência. Para além
da obediência, seu filho vai aprender a reagir de modo positivo em situações adversas, a
superar frustrações e a assimilar noções de responsabilidade e comprometimento.

No começo pode ser bastante difícil, mas, se o ambiente for de colaboração e


confiança, seu filho vai entender e, logo, não recorrerá mais a choros e birras para
conseguir o que deseja.
Repreenda as ações

Críticas não devem recair sobre a criança, mas nas ações. Explique por que o que ela fez
é inadequado ou por que isso causou algo desagradável no outro. Se a criança, por
exemplo, der apelidos ofensivos aos colegas, explique como isso pode causar tristeza a
eles.

Em vez de repreender com dizeres como “você é um menino mau”, por exemplo,
colocar a crítica na ação o fará entender as consequências do seu ato e que ele deverá
corrigir o erro. Além disso, a criança aprenderá a pensar mais no outro, desenvolvendo
empatia e respeito.

Nesse sentido, o foco da educação positiva não está na punição ou no castigo, que criam
na criança o medo de errar, impedem a criatividade e geram estresse.

O mais importante está na correção e no entendimento de que as falhas podem ser uma
oportunidade para aprender e melhorar.

Enfatize o lado positivo

Reconheça o bom comportamento do seu filho e elogie o esforço dedicado em suas


atividades.

Esse reconhecimento fará com que a criança encare a vida com a mesma dedicação,
valorizando as qualidades e as boas atitudes trará autoconfiança e otimismo que irão
fortalecê-lo para que seja uma pessoa realizada futuramente.

Dialogue sempre

O diálogo é um dos grandes pilares na educação positiva. Converse, explique e escute,


de modo que todos na família participem.

Quando a criança é ouvida, ela se sente importante e se reconhece como parte daquele
contexto. Assim, o valor do respeito mútuo é enaltecido, criando conexão e fortes
vínculos familiares.

Como você pode observar, com algumas atitudes é possível aplicar a educação positiva
no dia a dia, trazendo enormes benefícios para o desenvolvimento socioemocional e
cognitivo do seu filho.

Dedique tempo especial à criança, somente a ela, para que ela se sinta importante e aceita.
Muitas das crises vêm dessa necessidade, e se cuidarmos disso passaremos por estes
momentos de forma mais leve, tranquila e consciente. E assim, ajudaremos a formar
melhor nossos pequenos, por meio dessa educação positiva.

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