Você está na página 1de 2

A metáfora diz respeito a três jardineiros que possuem formas

diferentes de trabalhar, na qual o primeiro apresentava um padrão


comportamental de trabalhar arduamente, com completa dedicação ao
jardim; o segundo, com um padrão comportamental de trabalhar
menos que o primeiro na maior parte da época do ano, exceto nos
períodos de seca, cujo desempenho era superior; por fim, o terceiro
jardineiro, que escolhia realizar pausas durante o trabalho com o
intuito de apreciar o jardim. À primeira vista, sob a ótica da cultura
ocidental pautada no eixo “quantidade x produtividade”, pode-se julgar
que o primeiro e o segundo jardineiro são os mais “responsáveis” ou
“comprometidos” com os seus jardins em comparação com o terceiro
(Matielo, 2016). Contudo, apesar de apresentarem padrões diferentes
de trabalhar, todos têm sua importância. De acordo com a metáfora, o
primeiro jardineiro simboliza a regularidade, por dedicar-se à
cultivação do jardim. O segundo representa o equilíbrio, uma vez que
busca descansar no momento da semente florescer e se dedica no
momento da colheita. Por fim, o terceiro jardineiro configura-se como
a sabedoria, pois, em suas pausas, reaprende seu trabalho, além de
observar os efeitos de suas atitudes na prosperidade do jardim
(Matielo, 2016).

É compreensível que esse contexto sociocultural possa influenciar a


autocobrança de adolescentes em relação a atividades que precisam
fazer, na maioria das vezes, independente de outros fatores envolvidos.
Por exemplo, no contexto do adolescente estar na época de prestar
vestibulares: “estou exausta, mas tenho que estudar sem parar para
poder passar no vestibular”, “estudei o que deveria ter estudado no
decorrer da semana, mas não vou descansar no final de semana para
poder render ainda mais” etc. Espera-se que, ao final da atividade, o
adolescente seja capaz de repensar como tem interagido com o mundo
em termos de autocobrança nas atividades que precisa desempenhar,
além de quais são as consequências a curto e a longo prazo dos seus
próprios comportamentos.

O material desenvolvido é composto por duas folhas A4, em que é


descrito a metáfora e, ao final, são apresentadas perguntas norteadoras
ao terapeuta sobre a metáfora e a relação dela com o caso do cliente
para serem feitas a ele. As perguntas são: “O que você está cultivando
em seu jardim?”, “Quais atividades têm realizado que se comparam ao
segundo jardineiro?”, “Você já se viu como o primeiro jardineiro? como
se sentia?”, “De acordo com o texto, precisamos dos três jardineiros.
Explique através de suas experiências como seria para você se
organizar?”. Sugere-se que o recurso seja impresso e que terapeuta e o
adolescente leiam e debatam a metáfora juntos, com o apoio das
questões ao final. É importante que o terapeuta seja sensível às
demandas do caso, podendo formular novas perguntas ou se
aprofundar nas já formuladas, de modo que evoque conteúdos
relevantes e possa intervir sobre eles.

Você também pode gostar