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Fichamento “Autismo - Compreender e agir em família”

Sally J Rogers, Geraldine Dwson e Laurie A. Vismara.


Jennifer da Silva Barbosa
Introdução

Começa com uma mensagem de apoio, você não é o único e não esta sozinhos, e de
esperança “ As crianças com autismo podem desfrutar de uma vida significativa, produtiva e
plena”.
Entender que cada criança é única e que isso inclui todas as crianças no espectro, que
tem seus gostos, personalidade, particularidades, facilidades e dificuldades. “Cada criança
com autismo é diferente, que detém um conjunto de dons e desafios especiais”. Porém, por
definição toda criança com TEA tem “dificuldade em relacionar-se e comunicar com os
outros e brincar com os brinquedos de forma típica”. Elas têm dificuldade em mandar
“mensagens emocionais” aos outros (expressões faciais, gestos, sons ou palavras).

“Áreas em que a maior parte das crianças com TEA tem dificuldades:
● Prestar atenção às outras pessoas
● Utilizar sorrisos sociais
● Tomada de turno e envolver-se em brincadeiras sociais
● Utilizar gestos e linguagem
● Imitar os outros
● Atenção coordenada (olhar fixo) com os outros
● utilizar os brinquedos da forma típica “
As crianças com TEA, assim como as outras crianças, apresentam “comportamentos
desafiadores, porém no caso das crianças no espectro elas não correspondem à forma típica
quando tentam ensiná-las comportamentos adaptativos. Elas podem “fazer birras, bater nas
outras pessoas ou mesmo morde-lhes; destruir objetos e, por vezes, magoarem-se a si mesmas
(a isto dá-se o nome de comportamentos de autolesão)”.
Necessidade de estudos sobre a intervenção precoce “aplicada pelos pais”, mas
estudos já mostram serem efetivos.
Capitulo 1
No momento do diagnóstico os pais podem sentir medo, tristeza e diversas emoções
Eles passam pelo luto do filho preterido epor um realidade realidade difícil de aceitar. Além
disso, pode ser difícil saber por onde começar. Eles sufocados com várias informações e
tratamentos e se perguntam “Qual é o melhor” ou “por onde começar?”.

Começar: saber é poder.


A maioria dos pais procuram informações na internet, mas é preciso ser criterioso
quanto ao o que acreditar. O livro trás a dica de um grupo- a AutismSpeakes, maior
organização mundial sobre a ciência e defesa do autismo, e o seu seu wbsite, sob o tópico
“family Services. Também recomenda o “kit dos 100 dias”, em
www.autismpeaks.org/family-services/tool-kits/100-days-kit , que fornece um plano
pormenorizado do que se deve fazer nos próxmos 100 dias.
Recomendações do National Research Council sobre a prática de intervenção para
crianças com TEA:
A intervenção deve começar o mais rápido possível.
● “O programa de intervenção deve ser individualizado para cada criança tendo
em conta as características únicas, os pontos fortes e os desafios de cada criança
● O programa de intervenção deve ser designado e supervisionado por uma
equipa experiente, profissional e interdisciplinar.
● Deve ser utilizado um plano de estudos centrado em áreas específicas que
constituam desafios nas PEA
● O programa deve fornecer a recolha continua de dados sobre o progresso da
criança em cada área e devem ser feitos ajustes ao programa quando o progresso não é
evidente.
● A criança deve ser ativamente inserida em atividades de intervenção e deve
receber pelo menos 25 horas de intervenção estruturada por semana
● Os pais devem participar na intervenção, bem como na definição de objetivos e
prioridades, e devem ser ensinados a como implementar as estratégias de intervenção em
casa”
● E deve ser baseada em práticas baseadas em evidências.
A uma diferença nos planos de intervenção e acordo com a idade da criança:
● Crianças com menos de três anos: plano de serviços familiares
individualizados, focado nas necessidades e objetivos específicos de intervenção .
● Crianças com três anos ou mais: programa educacional individualizado (PEI),
mudando de intervenção precoce para pré-escolares.

A maioria das PBE tem sua proveniência no campo da análise comportamental


aplicada, que consiste na “utilização de práticas de ensino que proveem do estudo científico
da aprendizagem para ensinar ou alterar comportamentos”. Fala dos muitos profissionais que
podem estar envolvidos no processo da criança (Fonoaudiólogos, analistas comportamentais,
terapeutas ocupacionais, educadores físicos, assistentes educacionais ou de terapia, e etc).

Acompanhante terapêutico (ou terapeuta domestico): pode ou não ser profissionais,


recebem formação e supervisão atenta e contínua por um gestor e vão regularmente à casa
trabalhar com a criança.
O TEA não só afeta o cérebro e o comportamento, mas afeta o corpo todo por isso é
importante a acompanhamento com o pediatra. A criança pode apresentar, pertubações de
sono, dificuldades alimentares, problemas gastrointestinais e “ataques”. O médico deve
verificar problemas menos comuns como distúrbios congênitos raros do metabolismo.
Depois o livro traz um checkliste para medir a qualidade de um programa de
intervenção precoce.

Capitulo 2

Tomar conta de si e da sua família

Após o diagnóstico a família pode se perder em uma vida voltada para o diagnóstico e
tratamento, onde não se fala de outro assunto e se gasta todo tempo disponível em função do
tratamento. Podem ficar totalmente imersos em perguntas e preocupações. Além disso, existe
a dificuldade de conciliar com os cuidados e atenção para outros filhos que a família possa ter.
É comum os pais de crianças com TEA terem problemas de sono devido à rotina exaustiva às
preocupações. Por isso faz-se necessária uma rede de apoio em que possam confiar. Todo esse
cansaço e o sentimento de solidão, principalmente para as mães de crianças autistas, é mito
comum. O sentimento de viver uma nova vida imposta é retratado no livro. Mas, pesquisas
mostram que, a medida que se instalam novas rotinas, que as crianças começam a progredir, o
futuro se torna mais luminoso. O livro recomenda aos pais a fazer um balanço de como se
sente e dê os passos necessários para garantir que está bem de saúde, tanto ao nível mental
como físico.
Dicas do livro:
Promover a sua relação conjugal: É possível (pesquisa mostram que não existe
diferença nas taxas de divórcio de casais com e sem filhos pequenos com TEA ).
Comunicação: partilhar outras áreas da vida, passar alguns momentos do dia sozinhos,
concentrados um no outro, antes de entrarem no tema das crianças.
Escutar: sem interromper, sem julgar. Reformular o que o outro disse para se certificar
de que compreendeu a perspectiva e os sentimentos dele.
Lembre-se que não existem culpados pelo diagnóstico.
Mostre ao outro que se preocupa com ele: um especialista, Dr Gottman, realça a
importância das pequenas internações diárias entre companheiros.
Mantenha o sentido de humor: o riso reduz o stress e aumenta a sensação de
intimidade.
Arranjar temo para o relacionamento: (apesar de ser mais fácil dizer)procura
momentos para se dedicarem um ao outro, longe de distrações das crianças e seja bom para
ambos.
Pode utilizar serviços de cuidado temporários.

Em relação aos outros filhos:


“ Os irmãos das crianças com autismo têm necessidades especiais”. Pesquisa mostram
que eles costumam experienciar perda e solidão pela falta de atenção dos pais. Podem também
experienciar ressentimento e culpa.
Soluções:
Reservar um tempo para passar exclusivamente com cada criança.Pode ser durante
atividades diárias e foque em ouvir a criança e transmitir o quanto ela é especial para si.
Ensinar aos irmão de crianças com TEA competências que ajudem as crianças a
interagir de forma divertida com o irmão. Pesquisas mostram o quanto isso é possível. Pode
ser uma estratégia incentivar atividades e jogos em que os irmãos brincam com materiais
similares.
Conversar sobre o autismo. É importante deixar claro o que é o autismo e como ele
afeta o desenvolvimento social, a linguagem e outros comportamentos. Assim a criança
poderá expor seus sentimentos diminuindo a probabilidade de sentir vergonha do irmão. A
criança pode incorporar varias fantasias sobre o autismo, assim, falar abertamente de qualquer
receio ou preocupação é importante. Também é preciso se atentar que alguns irmãos podem
sentir uma pressão por perfeição para compensar a crianças com TEA. Assim ressalta-se a
importancia de escutar e se atentar aos comportamentos da criança.
Existem também recursos e livros direcionados aos irmãos.

Como lidar com uma família numerosa: por um lado significa uma grande rede de
apoio, mas por outro podem haver vários desafios. É importante compartilhar as informações
e responsabilidades . Mas é preciso confiar em si mesmo para lidar com críticas que possam
surgir. E se for preciso, limitar o tempo da criança com pessoas que não aceitam a situação.

Cuidar de si: Para cuidar dos outros é preciso estar bem,dedicar tempo para si mesmo.
Legitimar as suas necessidades, fazer atividades físicas, cuidar da alimentação , fazer uma boa
higiene do sono, pedir ajuda a rede de apoio para que fiquem com a criança me aguns
momentos e cuidar da saúde emocional. Reconhecer, legitimar e lidar com a dor, a tristeza e a
ansiedade. Reconhecer que no momento do diagnóstico a uma perda do filho
imaginário/pretendido. É preciso acreditar no potencial da criança e há um futuro ainda a se
inscrever.
Depressão: “os pais de uma criança com autismo têm mais propensão do que os
outros pais em experimentar ansiedade” e depressão. Se esses sentimentos de forma crônica
duram há mais de seis meses, ou se acontece algum pensamento suicida, é essencial procurar
ajuda profissional. Pesquisas mostram que uma maneira eficaz de combater o stress é
construir uma rede social forte de pessoas que se preocupam e estão dispostas a ajudar.

Capitulo 4
Seja o centro das atenções

É através da observação dos ambientes que as crianças adquirem seus primeiros


aprendizados. A ciência demonstrou que os bebês conseguem reconhecer bons padrões nas
pessoas, aprendem a esperar e se surpreendem com eventos inesperados. De forma que tal
capacidade é uma configuração cerebral que leva as crianças a agir assim. Porém, essa
tendência geralmente não se mostra presente, dessa forma, nas crianças com o transtorno do
espectro autista. Existe uma teoria que pontua que elas teriam mais dificuldade em
compreender as coisas que veem e ouvem quando são complexas e imprevisíveis. Dessa
forma a uma tendência a interagir com objetos que são manipuláveis e previsíveis, do que
pessoas que são espontâneas e fora do controle muitas vezes. Outra forma de pensar é que
essa dificuldade em vincular está presente desde o início do desenvolvimento. Tendo a
preferência inata pelas pessoas diminuída. Assim, é preciso aumentar a atenção com as outras
pessoas.
Dessa forma o livro trás um passo a passo que visa buscar a atenção da criança para as
pessoas.
Passo 1: buscar o que está sob o holofote da atenção da criança, podendo ser objetos
ou jogos, e a partir daí utilizá-los como motivadores para criar situações de aprendizagem, e
assim, incluir variações comportamentais e aumentar as interações sociais a fim de aumentar
as suas competências sociais, tornando a criança um aprendiz ativo. "Uma criança motivada é
uma criança feliz”. Para identificar tais motivadores, os autores trazem seis contextos a se
observar: brincar com brinquedos ou outros objetos, brincadeiras sociais, refeições, atividades
com livros e tarefas domésticas. Depois, em cada uma dessas atividades, listar: que objetos ou
atividades a criança procura, quais ela gosta de pegar e agarrar, que necessidade leva a
criança a pedir ajuda, o que a faz sorrir e o que a faz se acalmar.
Passo 2: Entrar no palco criança, buscar o contato visual repetido, facilitar o máximo
possível a visão claro do rosto, expressões, padrões do olhar e boca enquanto se fala. Pode
ajudar proporcionar interações frente a frente, no mesmo nível, e manter a criança sentada
enquanto brinca com ela, pois assim se aumenta o custo de resposta para a fuga e a mantem
mais concentrada. Outras posições que podem funcionar são: enquanto a criança estiver
deitada de costas, o adulto está sentado e inclinado sobre ela; estar sentado no chão com as
pernas esticadas a frente e a criança deitada de costas sobre as pernas do adulto ou entre elas;
posições de jogos físicos na cama ou sofá; sentar a criança no colo, voltado para si, ou em
algum pufe, cadeira u sofá enquanto o adulto está no chão diante dele. Essas são ótimas
posições para brincar, cantar, ler livros, ou mesmo enquanto veste a criança, ou troca a fralda.
É importante certificar-se que a criança está com as costas apoiadas e em angulo reto,
aproximadamente 90 graus, para que ela se sinta confortável. Caso a criança prefira ficar em
pé, tente brincar cm ela em uma mesa e busque sempre estar a frente dela.
Os autores também recomendam se atentar para estar frente a frente para a criança
durante as refeições, fazendo delas momentos sociais em que há oportunidades para trabalhar
a intenção e a interação. Aconselha-se colocar uma pequena quantidade para a criança, para
poder ir oferecendo mais e exigir dele a interação, que seja um olhar, o falar, para entregar e
reforçar a interação dele. E incentivá-la a oferecer um poco de comida para si. Também é
interessante falar sobre a comida e utilizar esse momento para músicas ou jogos no final.
Passo 3: Eliminar a concorrência, de modo a aprender a controlar e manipular o
ambiente para ter menos concorrência pela atenção da criança. É preciso afastar o que distrai
a criança. Os autores recomendam colocar brinquedos que não estão sendo utilizados em
prateleiras ou longe da vista, desligar a televisão e o computador quando não estiverem
assistindo, procurar ambientes mais tranquilos para brincar, e nas refeições tentar intercalar as
rotinas de comida da criança com TEA com as conversas da hora de refeição com as outras
crianças e adultos à mesa.
Também é preciso se atentar as interações múltiplas, pois as crianças com TEA já têm
dificuldade em prestar atenção a uma pessoa só. Assim, muitas pessoas tentando interagir com
a criança em simultâneo pode servir de distrato. Os autores recomendam a incentivar as
pessoas a interagirem uma de cada vez e com o tempo, quando a atenção da criança para
pessoas melhorar, pode-se acrescentar interações com mais pessoas. Aconselha-se a explicar
para demais membros da família a entender a ideia do “holofote”, a importância de esperar e
não interromper interações com a criança.
Passo 4: identificar a zona de conforto social da criança, ou seja, entender que todas as
pessoas têm diferentes reações à proximidade física das outras pessoas. Assim, para atrair a
tenção da criança para o rosto e corpo dos outros é preciso determinar o nível de conforto com
proximidade física dela. Para isso é preciso averiguar com a criança por meio da observação
onde ela se sente mais confortável, essa será a zona de conforto social da criança. Assim,
deve-se se atentar ao nível de proximidade que mantêm da criança e a como ela reage a essa
proximidade. Caso a criança vire a cabeça e vita olhar (aversão ao olhar), deve-se recuar e
observar a reação dele.

Passo 5: seguir a direção da criança. Quando se propõem a criança atividades que não
se relacionam com seus motivadores, a criança pode ignorar ou ficar zangada e perturbada.
Dessa forma, uma estratégia mais assertiva é seguir o foco da atenção da criança.
“Muitos estudos ensinaram-nos que as crianças, especialmente as crianças pequenas
nos primeiros anos do desenvolvimento da linguagem, aprendem a linguagem mais facilmente
se os pais e as outras pessoas seguirem a atenção delas e falarem acerca daquilo que a criança
gosta”. Os autores indicam quatro técnicas para auxiliarem nesta tarefa, sugerindo o lema “O
que fizeres, eu faço também”.
Utilizar a escuta ativa: se posicionar a frente da criança para ser mais fácil partilhar o
olhar, observar o que ela faz para compreender seu objetivo, narrar as ações dela, com
comentários de admiração, e acrescentar efeitos sonoros ou teatrais. Também recomendam
ajudar a criança, apanhando um brinquedo que caiu, e imitar a ação dela com outro objeto.
Narrar: acrescentar palavras simples ou frases curtas para descrever o que a criança está a
fazer para que a criança escute e consiga associá-las a objetos e atividades.
Oferecer ajuda: estender brinquedos, ou alimentos, em seu campo de visão de forma que ele
não consiga alcançar e precise pedir ajuda para pegar. Os autores aconselham a dizer o nome
do objeto quando for entregá-lo para a criança. Também funciona dividir o alimento em varios
pedaços e entregar pedaço por pedaço. Pode ser necessário criar situações em que a criança
precise de ajuda em alguns casos.
Imitar as ações : É indicado, diante da criança, a brincar com o mesmo objeto, trocando
turnos, ou utilizar um brinquedo ou objeto para igual para imitar as ações da criança. Imitando
também sons ou verbalizações da criança.
Por fim, misture todas essas atividades e na medida do tempo estas atividades vão se tornando
mais automáticas. Também é aconselhável anotar os comportamentos da criança e os seus.

Capitulo 5

Encontre o sorriso!

O foco do capítulo é aumentar o que os autores chamam de QD (quociente de


diversão), de forma a deixar a aprendizagem da criança mais rápida, aumentar as
oportunidades de aprendizagem, ajudando no processo de aprendizagem e memória, melhora
a comunicação da criança, fazer a atividade servir como uma recompensa natural para a
criança, e aumentar a atividade da criança para a outra pessoa.
O que se sabe é “as crianças com autismo não parecem experimentar tantas
recompensas naturais nas interações como as outras pessoas” sendo essa uma diferença básica
biológica do autismo que impacta em seus aprendizados durante a vida. Felizmente, este é
um sistema moldável e depende da experiência. Um forte aliado ambiental são as rotinas
sociais sensoriais, que envolvem estimular experiências sensoriais, tendo foco na a
experiência sensorial de outra pessoa e que se tornam familiares e rituais para a criança. Os
autores trazem três passos que se destinam a aumentar esse QD:
Passo 1: descubra o ritma das rotinas sociais sensorias. São atividades marcadas pela
reciprocidade, troca de turno, a criança exerce sua liderança quando o outro faz uma pausa e
ela precisa emitir alguma resposta para a brincadeira continuar e tipicamente não envolvem a
manipulação de objetos. Nesses jogos se utiliza sorrisos, caretas, efeitos sonoros e expressões.
Também sendo úteis na regulação emocional. Para isso, deve-se escolher uma atividade
sensorialmente rica que capte o interesse e a atenção da criança. E propô-la em um momento
em que a criança não esteja exercendo nenhuma outra atividade. Cumprimentá-la, seja com
um toque ou pegando no toque e quando estiver face-a-face com criança, começar o jogo,
repetindo duas ou três vezes e fazer uma pausa para observar a expectativa da criança e se ela
gostou da atividade. Se atendo a fazer uma pausa e criar expectativa antes do momento mais
dramático do jogo, o grande acontecimento. Em seguida aguardar em posição que indique o
grande acontecimento novamente a espera de um movimento ou som que venha da criança.
Para equilibrar as interações. Quando perceber que a atividade está deixando de ser
motivadora, finaliza com a criança carinhosamente.
Durante essas rotinas, os autores sugerem que contem músicas com movimentos,
mesmo que precise inventá-los. Repetindo as canções e palavras todos os dias. Uma
orientação presente no livro é expandir qualquer pequena atividade que pareça divertida,
sendo a chave a repetição. Lembrando que olhares esperançosos também são formas de
comunicar que ela quer continuar o jogo. E que talvez a criança não se interesse pela atividade
de primeira, indicado repeti-la algumas vezes para confirmar, sendo mais suave na repetição.
Sendo possível também criar tais rotinas em situações cotidianas.
Passo 2: criar um repertório e aperfeiçoar as rotinas. Tais rotinas podem ser repetitivas
a ponto da criança perder o interesse. Quando isso acontece, a criança diminui as respostas
entre as pausas, afasta o olhar e muda sua linguagem corporal. Por isso, é importante
acrescentar variações em tais rotinas para manter a criança engajada. Isso inclui: ser breve na
resposta para que acriança tenha mais oportunidades de responder, sendo o ideal que a criança
tenha oportunidade de responder a cada 5-10 segundos; evitar situações em que acriança se
encontra passiva na interação; objetivar acrescentar sempre mais rotinas nas interações, tendo
como meta um repertório de 10-20 rotinas; criar uma variedade de momentos durante o dia
para criar rotinas sociais sensoriais, colocando-as em seis tipos de atividades. Faça o possível
para criar um “ímã de interação” sendo bem teatral e exagerando nas reações e comentários.
“Saiba quando chegou mesmo o momento de terminar o jogo. Se as respostas da criança
diminuírem, e não conseguir reavivá-las com uma variação do jogo, então chegou o momento
de treinar e oferecer uma escolha diferente de atividade”. Caso as respostas da criança se
tornem hiperativas, é preciso acalmar, abrandar o jogo, baixar o tom de vos e diminuir a
intensidade.
Também pode ser uma alternativa adicionar objetos que suportem os objetivos das
rotinas sensoriais, auxiliares na para captar a atenção da criança para o seu corpo e rosto, de
modo que a criança não manuseie o objeto, mas sim o responsável pela intervenção. Também
é recomendando fazer pausas para demandar da criança respostas de que querem mais da
interação.
Por fim, é recomendado alterna entre as rotinas sociais sensoriais e brincadeiras com
objetos, de forma que quando chega o momento de terminar uma rotina social sensorial, inciar
uma brincadeira com um objeto, alternando a intensidade da rotina.
Passo 3: otimizar o nível de energia da criança para aprendizagem. “Quando as
crianças estão pouco ou demasiado excitadas não estão no estado ideal para aprender”, assim
sendo necessário procurar um estado de aprendizagem alerta. Portanto, é preciso se atentar
quando a criança está muito estimulada ou não estimulada o suficiente. Quando a criança está
hiper-estimulada é preciso tornar a brincadeira mais suave e menos estimulante, com canções
ou afirmações do tipo “ Você esta bem, vai se sentir melhor”. Já quando a criança esta pouoc
estimulada, se mostrando desinteressadas pode-se utilizar rotinas sociais enérgicas, rápidas,
com sons estrondosos e acontecimentos visuais.
Capitulo 6
São precisos de dois para dançar um tango!
É importante criar interações reciprocas, com trocas de turno, para o desenvolvimento
social e comunicação. Pois a sociedade se molda neste tipo de interação. “ tomada de turno
também estabelece uma espécie de equilíbrio às interações. Ninguém lidera nem ninguém
segue”. Nomeado de controle compartilhado da brincadeira. As crianças com TEA podem
estar menos conscientes da tomada de turno do paceiro, porque estão menos sintonizadas para
as comunicações sutis dos olhos, rosto e voz que dizem muito a maioria dos bebes”.
Perdendo, assim, a oportunidade de desenvolver importantes competências, como imitação,
partilha de moção, que apoiam a comunicação. Para evitar tal processo e aproveitar janela de
desenvolvimento da criança, é aconselhável:
Passo 1: compreender a estrutura de quatro partes das atividades conjuntas para a
tomada de turno.
Originalmente descritas por influente cientista da linguagem, há uma estrutura
específica para a realização de jogos que envolve um conjunto de turnos e é rica em
oportunidades de aprendizagem para a comunicação social e a tomada de turno. Nessa
estrutura, um dos dois escolhe um brinquedo e começa a fazer algo com ele, preparação,
depois, o outro junta-se à mesma atividade e modo que ambos se imitem ou troquem de
turno. Após algum tempo, deve-se introduzir variações, e ambos continuam a brincar
reciprocamente de forma um pouco diferente de como começaram. Por fim, quando a
motivação começa a acabar, é a hora de iniciar outra atividade.
Passo 2: começar a praticar - a preparação envolve estabelecer atividade conjunta.
Nessa fases que se atrai a atenção da criança, se utiliza os brinquedos para demonstrar
o tema, introduzir novas ações que gostaria que a criança compreendesse e imitasse. Deve-se
se atentar para incluir uma boa posição corporal, sento-se frente a frente. A tomada de turno,
imitação e verbalização indica que a criança está motivada, dai retira-se o tema. Depois se
adiciona a variação, e quando a criança começa a perder o interesse, ou ficar sem ideias, é a
hora de arrumar. Deve-se fazer isso antes que a criança se afaste.
Para isso é preciso escolher brinquedos ou atividades úteis. Se aconselha objetos
compatíveis com a idade da criança, para ela generalizar esse brinquedo quando estiver com
crianças da mesma idade. É interessante que eles tenham muitas peças, para permitir mais
variações, que possibilitem a tomada de turno (cuidado com eletrônicos), e preterindo sempre
seguir o direcionamento da criança. Caso a criança possua algum objeto preterido que
inviabiliza a atração da atenção da criança, é aconselhável limitar a sua exposição a ele. Se a
acriança tiver um interesse muito limitado em objetos, deve-se tentar adicioná-los às rotinas
sociais sensoriais.
Passo 3: Definir o tema.
O tema da brincadeira seria algo que ambos possam fazer tomada de turno para
converter a atividade numa interação partilhada. Caso a criança não tome a liderança, ou caso
o foco seja demonstrar-lhe um novo brinquedo, pode-se mostrar a ela o que fazer, depois,
entregar-lhe os materiais ou pode-se demonstrar e depois entregar à criança materiais iguais
aos seus e ajudá-la a imitar a ação. Recomenda-se utilizar palavras novas para desenvolver o
vocabulário da criança, como uma linguagem simples, deve-se nomear uma ação ou objeto, e
adicionar efeitos sonoros à interação. Também é preciso perder o receio de birras ao pegar o
brinquedo e dizer ser a sua vez.
Passo 4: Expandir a atividade conjunta - acrescentar variações.
Para possibilitar que as crianças com TEA consigam participar em brincadeiras
criativas com seus pares, assim como, iniciar e contribuir com as suas próprias ideias durante
a brincadeira. O que se nomeia de variação ou expansão. Os autores recomendam evitar que o
adulto dirija a brincadeira e espere que a criança imite tudo. Deve-se fazer algo diferente
como material e depois deixar que a criança faça o que ela quiser com eles. Pode-se também
acrescentar novos materiais, ações e passos às ações que já estão consolidadas.
Passo 5: Encerrar a atividade conjunta e fazer a transição para a seguinte. Quando um
ou ambos os pares perdem o interesse, ou quando as possibilidades de avariação acabam, é
aconselhável guardar o brinquedo e mudar a atividade. Os autores sugerem que nesse
momento se verbalize que a atividade acabou e começar a guarda os objetos em algum
recipiente. Caso a atividade esteja repetitiva, mas a criança quer continuar, deve-se oferecer
uma nova atividade que seja muito atrativa para ela, de modo que ela continue motivada para
brincar em conjunto. Também é recomendado alternar entre rotinas sociais sensoriais e rotinas
de atividades conjuntas focadas em objetos para manter as coisas animadas e variadas. A
tendência é que com tempo tais categorias de atividades vão se misturando.
Passo 6:
Desenvolver atividades conjuntas durante outras rotinas diárias para promover
múltiplas áreas de desenvolvimento. Os paços ensinados podem ser aplicados em atvidades
como a alimentação, o banho, higiene dental, tarefas domesticas, brincadeiras com objetos,
leitura de livros, mudar a frauda, saídas e etc, e transformar atividades típicas em uma
brincadeira reciproca e eme oportunidades de ensino para a criança absorver.

Capitulo 7
A importância da comunicação não-verbal

Visto se comunicar vai muito além de falar, estando presente no olhar, gestos,
expressões faciais, posturas corporais e sons, “ o reconhecimento e a utilização da
comunicação não-verbal ensina as crianças que amente pode escolher enviar pensamentos e
sentimentos as pessoas” através dela que o outro pode interpretar essas mensagens. Tal
sistema de comunicação pode ser nomeado de “corpos falantes”, o que muitos estudos
afirmam ser uma base crucial para o desenvolvimento da fala. Sabe-se que no autismo há
uma dificuldade em compreender esse tipo de comunicação. Dessa forma, com o tempo a
criança perde a autonomia, pois passa a deixar que os outros resolvam tudo por elas. Para
evitar tal consequência e desenvolver melhor a comunicação verbal das crianças, os autores
aconselham a execução de 5 passos:
Passo 1: Faça menos para que a criança faça mais. Consiste em ensinar as crianças a
utilizar gestos, contato visual, expressões e alguns sons para fazer escolhas e comunicar seus
estados e preferências. Aconselha-se observar as crianças enquanto brincam e em atividades
diárias e depois no tema das atividades e em como ajudar as crianças a fazer mais durante
cada momento.
“Muitas vezes os pais sentem que sem linguagem verbal, ou com diagnóstico de
autismo, as crianças são incapazes de fazer coisas. Pensam que estão a ajudá-las quando
exageram nas coisas que fazem por elas mas, involuntariamente estão a diminuir
independência e a impedir o processo de aprendizagem”.
Passo 2: espere um pouco.
Os autores sugerem que se espere por um sinal da criança antes de entregar o que ela
quer, segurando atentamente o objeto desejado diante de si, observando atentamente o seu
sinal. Enquanto espera, deve-se resolver problemas para minimizar as frustrações da criança.
Portanto, caso a criança chore para se comunicar, deve-se antecipar tal comportamento e
oferecer a escolha para a criança. Aumentando gradualmente o custo de resposta e dando o
suporte necessário para que ele consiga tal ação.
Passo 3: criar muitas oportunidades para praticar sempre que estiver com ele,
legitimando suas necessidades. De forma a “criar tentações de comunicação”. Usando a
criatividade durante essa espera. Por exemplo, pegando sempre dois objetos para que ela
escolha entre eles, praticando ações como pegar, fazer cócegas uma vez e depois exigir dele
alguma resposta para repetir, ou esperar alguma forma de comunicação antes de dar-lhe
comida. Quando a criança responde de maneira não verbal a essas situações é sugerido seguir
a comunicação dela , fazer a ação ou dar o objeto pedido e narrar. Acrescentar "algumas
palavras para descrever o que a criança queria, o que estava a fazer ou o que estava a
acontecer”.
Também é preciso se atentar a que gestos é sugerido se ensinar primeiro, considerando
quais gestos podem ser facilmente incitados, modelados e obtidos pela criança durante a fase
de ensino e aprendizagem, e quais mensagens os gestos têm para transmitir. Segundo os
autores as mensagens costumam se encaixar em três categorias: desejos para interação social,
esforços para partilhar atenção com as outras pessoas sobre objetos e acontecimentos
interessantes e atenção conjunta. Se tratando do de gestos que objetificam transmitir os
desejos de interação social e a regulação comportamental, as comunicações mais fáceis de
ensinar são o olhar e acenar durante as saudações, por meio de um Olá e um sorriso
exagerado, frente frente e frente dela e dar o suporte para que ela responda a saudação,
tentando também generalizar tal comportamento para as mais diversas situações, e o de dar a
mãozinha que consiste em, quando a criança esta sentada a frente e ao nível dos olhos,
oferecer a mão aberta a ela, dirigindo uma das mão dela e dizer “me dá mãozinha" e depois
com a própria mão pegar suavemente a mão da criança e encostar na palma da mão, fazer
cócegas e repetir algumas vezes diminuindo gradualmente o suporte utilizado.
Por conseguinte, a regulação dos comportamentos de comunicação das crianças
pequenas geralmente tem dois significados: pedidos e protestos. Sendo um comportamento
muito necessário o pedido de ajuda. Um exemplo é a utilização de recipientes de plástico, ou
outras barreiras, de modo que a criança precise de ajuda para abrir. Também podem funcionar
para esse objetivo os brinquedos de corda, recipientes de comida e etc. Então ofereça a
criança a mão aberta e pergunte se precisa de ajuda dando o suporte necessário no momento
(podendo inclusive responder por ele) e diminua gradualmente o suporte necessário. Por
conseguinte, outro comportamento necessário pelas crianças é a comunicação do “não”, que
pode substituir muitos comportamentos desadaptativos. Pode-se iniciar esta aprendizagem
ensinando a criança a empurrar coisas que não querem e verbalizar para ela “Não, não quer
(nome do objeto)” e dar algo que ela deseja. Depois é importante generalizar tal
comportamento.
Passo 4: Persista. É natural que a criança responda com birras a essas situações. É
aconselhável ajudá-la facilitando a comunicação, mas também persistir para que a
aprendizagem ocorra. Começando as intervenções com níveis maiores de suporte, com gestos
comunicativos que a criança produz com facilidade, oferecendo ajuda, entregando os
reforçadores assim que a resposta é emitida, garantindo a existência de motivadores nas
interações e, depois de comportamentos consolidados, continuar a repetir novas rotinas.
Passo 5: Posicionar frente a frente da criança e colocar entre os dois objetos desejados.
Por exemplo na leitura de um livro.
Em sequência, deve-se se atentar para aumentar a compreensão da criança acerca das
comunicações não-verbais das outras pessoas. Pode-se fazer isso a partir de três passos:
Passo 1: utilizar gestos relativamente fáceis e exagerar neles, utilizando a mão e o
corpo em conjunto com as palavras para transmitir pedidos e imitar a criança. Variando entre
gestos com base em objetos (mostra, apontar, dar, inserir;retirar, voltar, empurrar, chocar,
rolar, bater) e gestos das rotinas sociais sensoriais (mostrar, apontar, bater palmas, dar
palmadinhas, saltar, brincadeiras de dedos, cócegas, pisar). Levando a criança a ajudar na fase
de preparação das atividades ou encerramento , e motivá-la com elogios ao final.
Passo 2: acrescentar passos e sequências previsíveis de rotina tanto em brincadeiras
quanto nos cuidados, e depois utilizar gestos ou ações não verbais para indicar que a criança
que ela pode fazer o próximo passo.
Passo 3: proporcionar toda a ajuda necessária começando e comportamentos mais
fáceis e com mais suporte no início. Podendo fazer isso com quebra-cabeças, brincadeiras
sociais sensoriais, e brinquedos com cordas, por exemplo.
Dica: Colar notas ou lembretes para si mesmo nas áreas em que proporciona os
cuidados a criança ou brinca com ela para lembrar de criar rotinas e gestos.
Na busca para incorporar tais passos, deve-se planejar as atividades de duas formas:
pensando nos passos e sequências das rotinas, imaginando os gestos passíveis a ser utilizados,
e preencher um quadro com elas. Pode ser útil dividir o dia em seis tipos de atividades ou
rotinas de brincadeiras e cuidados e depois dividir os passos da atividade conjunta envolvidos
em cada rotina.
Capitulo 8
Aprender através da imitação

“A imitação é uma poderosa ferramenta de aprendizagem para todos nós”. Sendo uma
configuração cerebral biológica que possuímos desde criança que permite imitar
comportamentos assim que se vê ou algum tempo depois. Para isso utiliza-se as células
cerebrais neurónios espelho, que ligam ações vistas a padrões próprios de ações. De forma
que tais neurônios disparam juntos e se aprende um pouco do comportamento antes memo de
se inicar a ação, além de se aprender fazendo. Desse modo, o comportamento que envolve
muitas regras complexas e sutis, pode ser passado de geração a geração sem que seja
necessário pensar conscientemente neles. É através da imitação que as criança aprendem a
promover a empatia, a linguagem, a comunicação não-veral, a funcionalidade das coisas e as
regras sociais para conversação, como a troca de turno, não interrupção, manter-se em um
tópico e manter a situação interessante para o parceiro.
No TEA há muitas teorias, apesar de não definitivas, que apontam para dificuldades
em imitação, como, apesar de não danificado, menor ativação do sistema de neurônios
espelhos, por conseguinte menos motivação para ações de imitação. Portanto, a intervenção
objetiva entrar no “holofote” da criança para ajudar a criar a motivação para imitar e despertar
o sistema de neurônios espelhos e ajudar no desenvolvimento. “Sem imitação, as crianças têm
de pensar em tudo de novo, em vez de com os outros a forma mais fácil e eficaz de fazer as
coisas” . Além disso, a imitação também está presente na comunicação da admiração pelos
outros. Felizmente as pesquisas mostram ser possível ensinar tal comportamento a partir do
seguinte passo-a-passo:
Passo 1: Imitar ações como comportamento pré oralidade, de modo a utilizá-los para
comunicar suas vontades. Para isso é preciso aumentar os sons da criança através do eco,
imitando os sons da criança para transmitir a ela que foi ouvida e que as vocalizações dela
têm significado e são importantes. Isso consiste em imitar o som da criança e esperar que ela
imite novamente e depois a imitar mais uma vez e assim por seguinte. Também é
recomendado cantar canções e realçar uma palavra-chave ou frase em cada verso para que a
criança consiga ouvir um padrão e as partes mais importantes da canção. Utilizando como
marcador a fala mais lenta da palavra ou gestos e expressões. Com o tempo diminuir o suporte
e deixar para a criança um espacinho na canção, demandando dela uma resposta neste
momento. Isso deve ser feito com o máximo de sons possíveis, tendo em mente que “é fácil
fazer com que os sons sejam divertidos”.
Passo 2: Imitar ações sobre objetos para despertar a atenção da criança para ações dos
outros e despertar-lhe o sentido de duas pessoas a fazerem coisas juntos. Pois as pesquisas
indicam que “ quando os pais imitam o que os filhos estão a fazer, as crianças com autismo
começam a estabelecer mais contato visual e a sorrir para os pais com mais frequência durante
o jogo da imitação”.
Para isso é indicado utilizar brinquedos correspondentes, ou múltiplas peças de
brinquedo, estando a frente da criança e se movimentar pela sequência de passos que envolve
a imitação de acordo com a forma como a criança responde a cada passo. Sendo o passo a
passo: imitar as ações da criança com materiais e dar nomes aos objetos e ações que ela está a
utilizar, se atentando aos indícios de que a criança se motiva com a ação; após um tempo,
introduzir uma variação na ação que está a praticar; após imitar a ação ou a variação que a
criança está a fazer , mudar ação para outra, de mesmo nível de dificuldade de forma teatral
assim que a criança praticar a variação, deve-se elogiá-la e permitir que ela faça o que quiser
com o brinquedo por cerca de um minuto, dando sempre o suporte necessário. Também é
recomendado utilizar um conjunto de brinquedos em duplicado para ensinar a imitação,
podendo ser musicais, ou fazer a ação com o objeto e entregar a ele, ou brinquedos com
múltiplas peças, de forma que no início se limite a quantidade de peças para manter a atenção
da criança, adicionar variações e generalizar o comportamento.
Se a criança quiser seu brinquedo, não há problemas, entregue ou troque com o dele.
Se o foco da criança está voltado para o objeto, deve-se gastar tempo em imitação, e é
importante se atentar a tomada de vez, buscando um equilíbrio na troca de turno e na duração
do comportamento.
Passo 3: imitar gestos das mãos e movimentos corporais e faciais. Durante as rotinas
sociais sensoriais, de forma a ensinar a criança a associar algumas das palavras e ritmos das
canções e jogos aos movimentos importantes que fazem parte do jogo, após a criança ter
adquirido o comportamento de comunicar a vontade de continuar ou fazer outra vez, pode-se
forçar em ensiná-la a imitar um dos movimento chave utilizados na rotina. Para isso, é preciso
selecionar um jogo ou canção muito motivador, e depois um movimento presente ensiná-la a
imitar o gesto dando início a rotina começar o gesto , parar e incentivar a criança a fazer o
gesto, com o suporte necessário assim que a criança tiver feito a ação, continuar a rotina para
que ela experimente o prazer da rotina cm "recompensa" pela sua resposta. lembrando de
diminuir gradualmente o suporte, ensinar apenas um gesto de cada vez, não ser perfeccionista
e preterir gestos que podem ser utilizados frequentemente numa grande variedade canções e
jogos. Sempre de forma a adicionar expressões faciais de forma exagerada e lenta. Aplicando
o passo a passo nas diversas atividades diárias.
Passo 4: Imitar e expandir ações, por meio de variações. Depois que a criança consiga
copiar ações com objetos, apresentar uma variação nova, fácil e interessante para
desempenhar com o objeto. Primeiro deve-se dar a ela o modelo, e depois demandar dela a
imitação. Motivando o sucesso dela e seguir repetindo a sequência; “ modelar a ação; entregar
à criança os objetos para o imitar; depois, tomar a sua vez e modelar a ação”; em seguida dar
a criança a oportunidade de fazer a ação elogiar ou bater palmas e deixá-la brincar à vontade.
Podendo funcionar com objetos muito simples que estejam disponíveis.
Passo 5: introduzir jogos de imitação na estrutura das atividades conjuntas
(preparação, tema, variação, e encerramento, transição) , sendo o início os materiais
necessários, o tema a primeira ação a ser imitada, e uma ou mais variações, e o encerramento,
de forma organizada.

Capítulo 9
Como aprendem as crianças .
A ABA consiste em aplicar a ciência da aprendizagem para compreender e mudar
comportamentos específicos composta por regras de aprendizagem, visando nas intervenções
ensinar a criança novas formas de se comportar que sejam mais apropriadas para a sua idade
ou maia aceitáveis, aumentando o número de oportunidades de aprendizagem para criança que
estão potencialmente presentes nas atividades diárias e ajudar a criança a tirar pleno proveito
das oportunidades de aprendizagem que são propostas. Para obter esses objetivos os autores
descrevem seis passos:
Passo 1: prestar atenção ao que a criança faz, ou seja, em seu comportamentos.
Entendo que todo comportamento tem uma função, sendo necessário fazer uma análise sobre
o que o comportamento da criança tem como objetivo. Para isso deve-se seguir algumas
regras; focar no que as crianças fazem, ou seja, seu comportamento, e não no que elas
“sabem”. Ou seja, nos comportamentos que ela coloca em prática. E entender que “as pessoas
fazem o que fazem para obter o desjam”. De forma que a criança se comporta de determinada
forma porque no passado isso gerou um reforçador para ela. Para isso é recomendado
observar o comportamento da criança e ponderar os objetivos ou funções que estão por trás
deles . Fazer isso durante 15-29 minutos nas seis atividades diárias e anotar os
comportamentos específicos da criança. Tendo em mente que “Todo comportamento
intencional é funcional e orientado para um objetivo”, para assim desenvolver um olho
clínico. Atentando a diferença entre um comportamento observável e uma interpretação de um
estado.
Passo 2: escolher uma recompensa, ou consequência, que são respostas ambientais
para o comportamento de uma criança, que influenciam na frequência do comportamento.
Podendo ser reforçador, quando aumenta a probabilidade de que o comportamento ocorra, e
positivo, quando se acrescenta um reforço ao ambiente, ou negativo, quando se tira um
aversivo do ambiente. Desta forma é preciso pensar em qual comportamento se pretende
recompensar. Sendo que tais funcionalidades só podem ser descritas em função de cada
comportamento e contexto específico. Por conseguinte, comportamentos que não são
reforçadores desaparecem com o tempo por meio da extinção. Outra resposta ao
comportamento possível, é a punição que também pode ser positiva, quando se adiciona um
aversivo ao ambiente, ou negativa, quando se retira um reforçador ambiental, e assim, conduz
a redução do comportamento.
Passo 3: identificar o que aconteceu primeiro, imediatamente antes de o
comportamento ter ocorrido, ou seja o antecedente que elicia o comportamento, e assegurar
que a forma de ensinar está concentrada na ligação do comportamento com o seu antecedente.
Utilizando esses fatores a favor da aprendizagem. O antecedente de um comportamento pode
ser descoberto é pensar no estímulo que pode provocar esse comportamento para a maioria
das outras crianças da mesma idade.
Passo 4 : observar os comportamentos socialmente desejáveis e indesejáveis da
criança, os seus antecedentes e consequências, anotar exemplos comportamentais e objetivos,
de forma a definir os antecedentes e as consequências.
Passo 5:se atentar aos potenciais reforçadores que possam surgir, se assegurar que a
criança comunica os objetivos da forma mais madura possível, ajustando as demandas e o
nível de suporte à bagagem comportamental da criança. Assim ignorar comportamentos
indesejados . Por fim, observar os comportamentos da criança para ocorrência da sequência
ACC, anotando o máximo possível, focando no reforço dado e no comportamento que foi
reforçado.
Passo 6:Mudar os comportamentos indesejados, começando por identificar tais
comportamentos, com uma clara estrutura de ACC ( A (antecedente) — C (comportamento)
— C (consequência) = Aumento em comportamento (aprendizagem) ou A— C— C=
Diminuição em comportamento (extinção) ) e depois pensar em comportamentos substitutos
que seja tão fácil quanto como o indesejado e resultar na mesma recompensa tão rapidamente.
E então ensinar o comportamento substituto, recompensando , apoiando a aprendizagem da
criança.

Dúvidas:
- Como adaptar esses comportamentos para crianças mais velhas. Penso que só
aumentar o suporte não seja o bastante às vezes, pois o livro é bem voltado para
crianças no começo do desenvolvimento.
- Como fazer a transição entre os níveis de suporte sem extinguir um comportamento
consolidado. Por exemplo ignorar só o olhar para que a criança aponte para o objeto.
- Acho o capítulo 9 particularmente mais difícil porque foca na análise funcional do
comportamento e tenho dificuldade de juntar os paços antecedentes com ele.

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