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CINESIOLOGIA APLICADA

À TERAPIA OCUPACIONAL
AULA 7
A Cinesiologia
aplicada a
crianças e
adolescentes

ABERTURA

Olá!

O estudo do movimento, inserido na educação formal como disciplina, sinaliza um conhecimento


derivado das “ciências naturais” que prioriza formas físicas de análise, considerando os
sistemas do corpo humano. Nessa perspectiva, segundo Amadio, apud Nozaki (1999), os
movimentos devem ser compreendidos a partir de padrões mecânicos, baseados em aspectos
funcionais biológicos, incluindo a anatomia e a fisiologia humana.
Nesta aula, você vai saber como a cinesiologia pode ser inserida no conteúdo de Educação
Física, sob o ponto de vista educativo e motor.

Bons estudos.
REFERENCIAL TEÓRICO

A vivência nas aulas de Educação Física envolve aspectos que vão além da aquisição
motora, ou seja, a aprendizagem deve abranger o conhecimento de possíveis alterações
fisiológicas e biomecânicas. No processo de ensino-aprendizagem, o aprendiz precisa
compreender como o corpo humano funciona, além de assimilar como alguns elementos
(p. ex., planos e eixos articulares, força gravitacional) podem interferir no movimento.
No capítulo "A cinesiologia aplicada a crianças e adolescentes", da obra Estudo do
movimento: cinesiologia, base teórica desta aula, você vai saber mais sobre o crescimento e
a maturação biológica de crianças e adolescentes, relacionando os principais
comprometimentos estruturais e funcionais do aparelho locomotor, além de conhecer
formas aplicadas da cinesiologia em ambientes específicos.
Ao final, você terá aprendido a:
• Relacionar a cinesiologia às etapas de desenvolvimento de crianças e adolescentes.
• Identificar as disfunções osteomusculares e posturais em crianças e adolescentes.
• Descrever o exercício para crianças e adolescentes a partir
de princípios cinesiológicos.

Boa leitura.
A cinesiologia aplicada
a crianças e adolescentes
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Relacionar a cinesiologia às etapas de desenvolvimento de crianças


e adolescentes.
 Identificar as disfunções osteomusculares e posturais em crianças e
adolescentes.
 Descrever o exercício para crianças e adolescentes a partir de princípios
cinesiológicos.

Introdução
O crescimento e o desenvolvimento humano são caracterizados por
mudanças nos seus padrões, que se relacionam com a faixa etária e
ocorrem pelas relações entre a individualidade biológica, as tarefas e
o ambiente. As modificações e alterações das funções orgânicas que
acontecem ao longo da vida afetam de forma significativa o desempe-
nho geral. Na puberdade, as alterações se destacam, porque delimitam
respostas fisiológicas distintas antes e depois desta fase. No entanto, a
atividade física praticada regularmente exerce influência no processo
de maturação biológica, com potencial tanto de favorecê-lo quanto de
prejudicá-lo. Trata-se de uma influência que pode apresentar diferentes
resultados em cada etapa da vida.
Neste capítulo, você vai conhecer as etapas cinesiológicas de de-
senvolvimento de crianças e adolescentes, vai identificar as disfunções
osteomusculares e posturais nessa faixa etária e vai examinar princípios
cinesiológicos relevantes para a aplicação de exercícios junto a esse
público.
2 A cinesiologia aplicada a crianças e adolescentes

1 Etapas de desenvolvimento de crianças


e adolescentes
No ser humano, o desenvolvimento motor resulta dos eventos que acontecem
durante as fases de maturação, adaptação, crescimento e aprendizagem. Os
padrões de movimento mudam ao longo da vida, envolvendo aspectos cogni-
tivos, afetivos e motores, visando uma formação humana geral (GALLAHUE;
OZMUN, 2005; PAYNE; ISAACS, 2007).
Na infância, sob o ponto de vista cinesiológico, as mudanças podem ser
classificadas em estágio inicial, de 2 a 3 anos, representando o momento
em que a criança tenta pela primeira vez desempenhar um movimento com
uma finalidade; estágio elementar, de 4 a 5 anos, no qual a criança continua
apresentando formas limitadas de movimento, mas já consegue demonstrar
certo controle; e estágio maduro, de 6 a 7 anos, com uma execução eficiente
e coordenada de movimentos (BRASIL, 1997).
A infância representa o período em que a criança está mais propensa à
apreensão da maior quantidade de habilidades motoras, que servem como base
para os futuros estágios de desenvolvimento. Nessa perspectiva, a própria
criança começa a compreender e a dominar seu corpo, considerando posturas
e locais variados, além de experimentar diferentes formas de manipulação de
objetos e de iniciar o convívio social em ambientes escolares. As habilidades
essenciais, sob o ponto de vista motor, visam as formas básicas de movi-
mento, com perfil rudimentar, que requerem ambientes que permitam ampla
movimentação (GALLAHUE; OZMUN, 2003; RODRIGUES et al., 2013).
Por sua vez, a adolescência é destacada tanto por fatores sociais quanto por
aspectos biológicos. Trata-se de uma etapa caracterizada pelo refinamento e
utilização das habilidades em vários níveis de dificuldade. Portanto, a base das
habilidades motoras desenvolvidas na infância é fundamental e pré-requisito
para as progressões subsequentes (VERARDI et al., 2007).

Maturação
O significado de maturação faz referência às mudanças contínuas, tanto es-
truturais quanto funcionais, que acontecem no corpo humano até chegar à sua
forma final, adulta ou “madura”. Apesar de não ser um elemento exatamente
mensurável no contexto esportivo e relacionado à atividade física de crianças
A cinesiologia aplicada a crianças e adolescentes 3

e adolescentes, é essencial observar e avaliar a maturação, porque as fases


previstas podem se apresentar desalinhadas em relação à idade cronológica.
A avaliação maturacional é especialmente importante na etapa que antecede
a puberdade, tendo em que crianças podem estar na mesma faixa etária, mas
em estágios distintos de maturação (ROSE JUNIOR, 2009).
O relógio biológico de cada pessoa sofre influência de genes e hormônios
que controlam os mecanismos orgânicos e sistêmicos evolutivos até o estágio
adulto. Esse processo maturacional pode apresentar diferentes evoluções entre
os indivíduos em relação ao momento da vida e ao tempo de duração dos
eventos. A variabilidade pode ser identificada desde as dimensões corporais
até diferentes comportamentos fisiológicos e sociais, reforçando a importância
da avaliação nesse contexto (ROSE JUNIOR, 2009).

Métodos de avaliação da maturação


Os métodos de avaliação da maturação mais utilizados envolvem a maturação
esquelética, sexual e somática, sendo pouco utilizado o método de avaliação da
maturação dentária. O método de avaliação esquelética é, sem dúvida, o mais
fidedigno na abrangência de toda a etapa de crescimento (ROSE JUNIOR, 2009).
O esqueleto é considerado um indicador eficiente dos estágios de
maturação biológica, visto que as fases de crescimento e desenvolvimento
ósseos são amplamente conhecidas. A avaliação da maturação esquelé-
tica pode ser feita por exames de raio X, com enfoque nos ossos do carpo
e da mão. Nessas análises, são utilizados preferencialmente os métodos de
Greulich-Pyle, Tanner-Whitehouse, e FELS (HAITER NETO; ALMEIDA;
LEITE, 2000).

Conheça mais sobre os métodos de maturação esquelética no artigo “Estudo com-


parativo dos métodos de estimativa da idade óssea de Greulich & Pyle e Tanner &
Whitehouse” (HAITER NETO; ALMEIDA; LEITE, 2000), disponível no link a seguir.

https://qrgo.page.link/Pj5sn
4 A cinesiologia aplicada a crianças e adolescentes

A avaliação da maturação sexual é baseada no desenvolvimento dos


caracteres sexuais secundários. No sexo feminino, a avaliação é feita conside-
rando o desenvolvimento da mama, a pilosidade púbica e/ou a faixa etária da
menarca. No sexo masculino, a avaliação é feita considerando o desenvolvi-
mento dos órgãos genitais ou da pilosidade púbica. Em casos especiais, exceto
pela menarca, são considerados os registros fotográficos padronizados, com
base, por exemplo, nas escalas de Tanner (Figura 1), que estão entre as mais
conhecidas. Outros métodos considerados com menor sensibilidade também
podem ser utilizados, na impossibilidade da utilização dos dois últimos mé-
todos citados. Nestes, são consideradas as pilosidades axilares e faciais, bem
como as mudanças e alterações na voz, valendo destacar que os dois últimos
se aplicam ao sexo masculino.

Figura 1. Escalas de Tanner: (a) mamas; (b) pelos pubianos do sexo feminino e masculino.
Fonte: Adaptada de Meneses, Ocampos e Toledo (2008).

A avaliação da maturação somática é considerada pouco viável, devido


ao seu perfil longitudinal de mensuração, ou seja, é necessária uma observação
por tempo prolongado. Nessa abordagem, os indicadores utilizados são o pico
de velocidade de crescimento em altura (PVA) e o percentual da estatura na
idade (ROSE JUNIOR, 2009).
A cinesiologia aplicada a crianças e adolescentes 5

Afora a maturação dentária, cabe ressaltar que os diferentes indicadores de maturidade


exibem forte correlação entre si. Isso indica que, embora a maturação avance em
diferentes ritmos para os diferentes sistemas, seus estágios e sua progressão são
bastante similares (ROSE JUNIOR, 2009).

Associação da maturação com o desempenho motor


A maturação, apesar de representar somente um dos fatores que podem in-
terferir no desempenho motor, é considerada uma variável capaz de exercer
um efeito considerável em seu processo de evolução. Assim, para crianças e
adolescentes, as determinações acerca de metodologias direcionadas às formas
de organização da prática motora consideram, além da idade cronológica e
do gênero, também o perfil maturacional. Geralmente, crianças com idade
cronológica (IC) de 10 a 15 anos têm a possibilidade de apresentar idade
biológica (IB) com variação em torno de dois anos (ROSE JUNIOR, 2009).
Uma maneira de avaliar a fase maturacional do desempenho motor é com-
parar os resultados de testes de aptidão física em crianças e adolescentes
conforme a idade biológica e a idade cronológica. Com base nesse tipo de
comparação, considera-se em geral a seguinte classificação:

 nível de maturação atrasado: se IC > IB em mais de 1 ano;


 nível de maturação na média: se a diferença entre IB e IC é inferior
a 1 ano;
 nível de maturação avançado: se IB > IC em mais de 1 ano.

As pesquisas embasadas nessa classificação demonstram resultados com


perfil não lineares, além de complexos. Entretanto, exceto em relação ao tamanho
corporal, que é representativo, os estudos demonstram que os fatores variáveis no
desempenho são justificados em parte exatamente pelos estágios maturacionais.
O desempenho na fase da puberdade demonstra similaridade com o que ocorre
durante o crescimento, ou seja, “um estirão”. A duração do estirão na puberdade
pode variar, considerando as diversas capacidades motoras, e não acompanhar de
forma exata o crescimento longitudinal ou em estatura (ROSE JUNIOR, 2009).
6 A cinesiologia aplicada a crianças e adolescentes

As fases do desenvolvimento motor propostas por Gallahue e Ozmun (2001)


são organizadas em forma de ampulheta (Figura 2).

Figura 2. Fases do desenvolvimento motor segundo Gallahue e Ozmun.


Fonte: Adaptada de Marques et al. (2013).

Esse modelo considera o desenvolvimento motor na educação infantil tendo


em vista as seguintes fases da idade pré-escolar (MARQUES et al., 2013):

 Fase motora reflexiva: nesta fase, os reflexos representam as formas


iniciais do movimento humano, com perfil involuntário e como pré-
-requisito para as próximas etapas do desenvolvimento motor. É com
base nos reflexos que os bebês detectam as informações ambientais.
 Fase de movimentos rudimentares: nesta fase, as formas de movimentos
são definidas pelo perfil de maturação e caracterizadas por uma ordem
previsível, ou seja, trata-se de uma etapa resistente a mudanças naturais.
O perfil dos movimentos é estabilizador, como nas formas de controlar a
cabeça, o pescoço e os músculos do tronco, ou nas formas manipulativas de
alcançar, agarrar ou soltar, bem como de arrastar, engatinhar e caminhar.
 Fase de movimentos fundamentais: nesta fase, as habilidades motoras
consideradas essenciais e/ou fundamentais na primeira fase da infância
resultam dos movimentos rudimentares neonatais. Trata-se de uma etapa
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na qual as crianças menores se envolvem de maneira ativa, explorando


e experimentando suas próprias capacidades corporais.
 Fase de movimentos especializados: nesta fase, as habilidades estabiliza-
doras, locomotoras e manipulativas fundamentais vão se refinando de forma
combinada e elaborada para serem utilizadas em momentos oportunos.

Influência do exercício na maturação


Dados indicam que a fase maturacional pode influenciar o desempenho motor,
além de demonstrarem que os exercícios físicos podem interferir na matu-
ração. Uma das hipóteses é que o exercício físico pode tanto atrasar quanto
adiantar o processo de maturação. Entretanto, tais dados advêm de pesquisas
que comparam atletas e não atletas (ROSE JUNIOR, 2009).
Robert Malin, professor da Michigan State University, pesquisou sobre a
influência do exercício na maturação e concluiu que em vários esportes atletas
do sexo masculino apresentam, em geral, maturação precoce ou normal. Em
contrapartida, atletas do sexo feminino geralmente apresentam maturação
média ou atrasada quando comparadas à população como um todo. Entretanto,
quando a maturação acontece precocemente ou atrasada, é comum associar
essas diferenças aos aspectos genéticos, considerando familiares que também
tenham apresentado maturação precoce ou atrasada. Assim, quando a genética
individual apresenta predisposição para maturação precoce ou tardia, isso pode
direcionar o indivíduo para esportes específicos, como uma pré-seleção. Nessa
perspectiva, as ginastas e as bailarinas se destacam, pois normalmente apre-
sentam maturação tardia, atribuída às cargas altas impostas pelo treinamento
quando ainda são muito jovens. No entanto, a influência da fase pré-seletiva
também deve considerar os níveis nutricionais, que podem estar deficientes, além
da sobrecarga emocional. O treinamento físico proposto adequadamente não
desfavorece o processo de maturação, mas é necessário ficar atento às condições
extremas dos treinos nos esportes de alto rendimento (ROSE JUNIOR, 2009).
No basquete, a mesma lógica anterior quanto à influência genética também se
aplica em relação à pré-seleção, pois os praticantes mais altos são favorecidos, bem
como é observada maior predisposição dos atletas que correm a atingir uma estatura
maior em consequência do tipo de exercício físico (KARAM; MEYER, 1997).
Em relação aos ossos, jogadoras de tênis e squash apresentam aumento
da massa mineral, sendo destacado que os benefícios nesses casos são dupla-
mente maiores nas atletas que iniciaram suas atividades antes da menarca,
em comparação com as atletas que iniciaram depois (KANNUS et al., 1995).
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2 Disfunções osteomusculares e posturais


em crianças e adolescentes
É importante compreender como a postura se integra com as formas de mo-
vimento para que a locomoção seja desenvolvida. Trata-se de uma integração
que acontece na parte central do sistema nervoso e que sofre interferência
do ambiente, da fase de desenvolvimento e das tarefas, bem como da ação
sistêmica e de patologias intercorrentes. Os problemas relacionados à postura
e à locomoção que resultam de doenças, lesões, disfunções e/ou deformidades
de origem osteomuscular são diversos. As disfunções osteomusculares estão
diretamente associadas às alterações sensoriais, pois tanto os ossos quanto
as articulações e músculos são ricos em receptores sensoriais que detectam
informações sobre o próprio corpo e do ambiente (ROSE JUNIOR, 2009).
No pé, a deformidade identificada como a mais comum é o pé plano, ou
valgo flexível, relativamente comum até em torno dos 6 anos de idade. Em
casos mais graves e que não são resolvidos até os 10 anos, a depressão do
arco longitudinal do pé pode provocar deformidade nos joelhos, e até exigir
cirurgia corretiva (TACHDJIAN, 1995). Em casos leves, a deformidade pode
ser tratada com o fortalecimento dos músculos intrínsecos do pé, com estímulos
tanto motores quanto sensoriais.
As anomalias congênitas representam todas as alterações anatomofun-
cionais identificadas ao nascimento com causa genética ou que resultam da
embriogênese ou do período de desenvolvimento fetal. O pé torto equinovaro,
por exemplo, tem sua origem na embriogênese, devido ao desenvolvimento
interrompido do pé. Essa deformidade ocasiona a inversão do pé e adução
do mediopé, do antepé e do tornozelo (TACHDJIAN, 1995). Nesses casos,
a cirurgia é recomendada, bem como a utilização de gessos. Crianças que
nascem com pé equinovaro apresentam fraqueza muscular e mobilidade do
joelho prejudicada (SOARES, 2007), com alterações no controle geral do
aparelho locomotor, necessitando de formas compensatórias para deambular,
além de ficarem mais propensas a lesões.
As deformidades posturais no joelho vão acompanhando as etapas de
crescimento e desenvolvimento da criança. O arqueamento medial (valgo) e o
arqueamento lateral (varo) do membro inferior podem ter origem na postura
intrauterina. Na infância, problemas leves de joelho valgo ou varo podem passar
por retificação espontânea, em resposta ao desenvolvimento da postura ereta,
bem como da locomoção. Se a retificação natural não acontecer até os 2 anos
de idade para o joelho varo e, em média, até os 7 anos para o joelho valgo, será
preciso buscar intervenções terapêuticas para evitar deformações no quadril
A cinesiologia aplicada a crianças e adolescentes 9

e no pé. Deformidades torcionais no pé, tíbia ou fêmur apresentam-se como


variações do processo de desenvolvimento considerado normal dos membros
inferiores e geralmente passam por correções naturais durante o processo de
crescimento e desenvolvimento (TACHDJIAN, 1995).
As displasias representam alterações de elementos osteocondrais em
desenvolvimento no quadril das crianças, que indicam a presença de aspectos
biomecânicos anormais. O tipo mais frequente de displasia é a forma congênita
do quadril, que envolve desde frouxidão ligamentar até níveis de luxações
completas coxofemorais. A origem pode estar relacionada com ligamentos
frouxos, cápsula instável, mal posicionamento intrauterino e qualquer fator
genético e/ou ambiental após o parto. Quando a origem é congênita, não
significa que a malformação tenha ocorrido na embriogênese, ou seja, as
deformidades surgem de um desenvolvimento anormal e de estruturas com
formações normais iniciais. Portanto, as displasias podem ocorrer antes do
nascimento, ao nascimento e depois do nascimento, classificadas como dis-
plasias em quadril luxado, luxável e quadril subluxado. À medida que os
elementos articulares são recuperados e normalizam as congruências articu-
lares, as deformidades anatomofuncionais normalmente são reversíveis com
o crescimento e o desenvolvimento (ROSE JUNIOR, 2009).
Dependendo da gravidade, alterações da coluna vertebral na postura
das crianças, como as escolioses (desvios laterais), podem exigir tratamento
cirúrgico. Já as anomalias do sistema nervoso são decisivas para gerenciar
os recursos sensório-motores em tudo que o ser humano executa. A paralisia
cerebral, por exemplo, é causada pela encefalopatia crônica não progressiva,
alterações referentes ao tônus da musculatura, condições posturais e de mo-
vimento, etc. Com várias possibilidades de origem, a paralisia cerebral pode
acometer segmentos. Seja como for, a marcha geralmente é mantida, ainda
que em condições limitadas, além de disfunção postural destacada (BRO-
GREN; HADDERS-ALGRA; FORSSBERG, 1998; ROSE; GAMBLE, 1998;
WOOLLACOTT et al., 1998; SHUMWAY-COOK; WOOLLACOTT, 2003).
As lesões cerebelares alteram tanto o controle postural quanto a marcha
de crianças e adolescentes. A cerebelopatia resulta em instabilidade do corpo
e maior propensão às quedas. Pesquisas demonstram que as alterações por
lesões cerebelares estão mais associadas ao local das lesões do que à idade de
intervenção (KONCZAK et al., 2005). Nos casos de ataxia espinocerebelar, uma
instabilidade postural identificada é o bloqueio do joelho, que tenta compensar o
controle deficiente dos músculos posturais (BAKKER et al., 2006). O cerebelo,
portanto, é identificado como um órgão fundamental para perceber e corrigir
falhas, por meio da detecção da sensibilidade periférica (ROSE JUNIOR, 2009).
10 A cinesiologia aplicada a crianças e adolescentes

Indivíduos com lesão nos núcleos da base também apresentam altera-


ções posturais, bem como na execução dos movimentos. Trata-se de uma
região responsável pelo início dos movimentos conscientes, além de planejar
e gerenciar as respostas motoras de maior complexidade, fazendo correções
da postura. Crianças com paralisia cerebral, por exemplo, podem apresentar
lesões nos núcleos da base, com perfil de maior gravidade em relação aos
níveis cognitivos, movimentos involuntários e dificuldade para ficar na postura
sentada e em pé (O’SULLIVAN; SCHMITZ, 2004).

Principais problemas posturais que afetam


a locomoção
Com o crescimento e o desenvolvimento, os ossos ficam mais rígidos, de maneira que
as correções posturais ficam mais complicadas. Sobrecargas aplicadas na infância
e na adolescência, como pela sustentação de cargas, podem provocar modificações
posturais indesejáveis, sobretudo para a coluna vertebral. A manifestação, nesses
casos, pode ser de dor na região lombar ou desvios posturais. Uma postura adequada
é considerada quando os parâmetros biomecânicos e fisiológicos solicitam uma
baixa demanda de energia, porém com sustentação satisfatória. Crianças de 8 a 9
anos de idade, por exemplo, que utilizam mochilas de duas alças com proporção
superior a 12% da sua massa corporal deslocam o corpo em sentido posterior, na
busca da manutenção do equilíbrio. Um ajuste compensatório é alcançado com
uma inclinação anterior do tronco, acompanhada de flexão do quadril, o que pode
ocasionar lombalgias futuras (MOTA et al., 2002). No caso dos adolescentes,
a sobrecarga aumentada pela utilização de mochila nas costas pode provocar
uma diminuição da lordose, com aumento da cifose na região torácica, além de
compensação ao nível cervical, posicionado a cabeça e o pescoço em extensão
(CHOW et al., 2005). Em relação à velocidade e ao comprimento dos passos, o
ritmo da marcha fica reduzido, bem como o tempo de apoio duplo fica mais longo
quanto maior for o peso da carga sendo transportada (10 a 15% do peso corporal)
(CHOW et al., 2005). Desse modo, a respiração fica também fica prejudicada (LI;
HONG; ROBINSON, 2003). A inclinação anterior do tronco, que resulta do tronco
fletido, e a inclinação da cabeça estendida em relação ao tronco ficam mais amplas
à medida que a sobrecarga aumenta (HONG; CHEUNG, 2003), prejudicando o
equilíbrio e aumentando a probabilidade de quedas (CHOW et al., 2006). Além disso,
adolescentes que usam mochilas de duas alças, mas que acabam usando apenas
uma das alças, podem desenvolver escolioses (desvios laterais da coluna vertebral).
Quando sustentam um peso maior do que seu próprio corpo ao andar, crianças
de 1 a 2 anos de idade na fase inicial da marcha têm maior tendência a quedas
A cinesiologia aplicada a crianças e adolescentes 11

frequentes (GARCIAGUIRRE; ADOLPH; SHROUT, 2007), porque ainda não


têm total controle do seu equilíbrio, tendo em vista a distribuição de forças.
Tanto a criança quanto o adolescente podem passar muitos anos utilizando
mochilas em idade escolar; portanto, a forma de transporte inadequada desse
peso pode provocar deformidades com perfil definitivo, dores crônicas, além
de prejuízos à saúde geral. Nesse cenário, o exercício físico pode minimizar os
efeitos deletérios da sobrecarga, com a prática de fortalecimento dos músculos
flexores (anteriores) e extensores (posteriores) do tronco, visando o trabalho
de flexibilidade e alinhamento postural (ROSE JUNIOR, 2009).

3 Exercício para crianças e adolescentes


Exercícios físicos para crianças e adolescentes, além dos benefícios inerentes à sua
prática, melhoram destacadamente a aptidão física relacionada à saúde. A melhora
dos níveis de aptidão física reflete-se positivamente na atividade cardiorrespiratória,
força muscular, flexibilidade e composição corporal, contribuindo para o aumento
na eficiência das atividades da vida diária (ROSE JUNIOR, 2009).

Um estudo acadêmico realizado na Dinamarca (COOPER et al., 2006) avaliou o efeito de


diferentes tipos de transporte escolar e sua correlação com a aptidão cardiorrespiratória
de crianças em torno de 10 anos de idade e adolescentes na faixa etária média de 16
anos. Para isso, um cicloergômetro foi utilizado para determinar a aptidão cardiorres-
piratória. Cada participante cumpriu elevações progressivas de carga, até chegar ao
seu nível de exaustão, respondendo posteriormente a um questionário, incluindo
perguntas sobre prática de atividades físicas, meio de locomoção de casa até a escola
e tempo gasto no deslocamento. A atividade física foi medida por acelerometria.
A referência para a estimativa dos níveis de atividade física total/dia, vigorosa a
moderada, foi de 3 mil contagens, tendo em vista os movimentos a cada minuto.
Considerando as crianças, em percentual decrescente, foi identificado como principal
meio de transporte a bicicleta, depois a caminhada, o carro e, por último, o ônibus/
trem. Entre os adolescentes, também em percentual decrescente, o transporte mais
utilizado foi a bicicleta, depois a caminhada, o ônibus/trem e, por último, o carro.
Tanto as crianças quanto os adolescentes que utilizavam a bicicleta como meio de
locomoção até a escola demonstraram aptidão cardiorrespiratória destacadamente
superior aos indivíduos que iam até a escola de carro, ônibus ou trem.
12 A cinesiologia aplicada a crianças e adolescentes

A acelerometria é um método de análise cinemática do movimento. Em geral, é


utilizada em análises biomecânicas do movimento humano. Pelo uso de um acelerô-
metro, o método permite mensurar as acelerações provocadas e sofridas pelo corpo
humano. Esse transdutor detecta o movimento produzido por mudança na velocidade
ou no padrão de movimentos corporais, sendo do tipo de planos múltiplos, o mais
preciso (mensurações nos planos transverso e longitudinal). Como a maioria dos
gestos motores do corpo humano ocorre em mais de um eixo de movimento, dá-se
preferência aos acelerômetros triaxiais, que permitem medir a aceleração em cada um
dos eixos ortogonais (TRITSCHLER, 2003; ROBERTSON et al., 2004; PORTO et al., 2004).

Informações das áreas de cinesiologia e biomecânica devem ser do co-


nhecimento tanto do professor de educação física quanto do aluno. O perfil
procedimental do conteúdo é constituído por uma reunião de técnicas e ha-
bilidades que devem ser executadas, partindo do pressuposto “saber fazer”
(FREIRE, 1999). No entanto, o “saber fazer” não significa somente executar
o movimento. Trata-se de reconhecer as ações, fazer comparações e criar
respostas e/ou sugestões para as situações-problema. Assim, é possível que
o aluno aprenda e execute determinado gesto motor com base nos conceitos
cinesiológicos e biomecânicos, favorecendo a percepção corporal durante as
ações e minimizando a ocorrência de lesões, tanto agudas quanto crônicas.
O saque no voleibol, por exemplo, exige que o aluno execute o movimento
considerando uma sequência técnica, com transferência de velocidade entre
as partes do corpo e aplicação de forças em ângulos pré-determinados. Ao
repetir o gesto, o aluno se torna capaz de programar e determinar o local em
que a bola deve cair (CORRÊA; FREIRE, 2004).
Nesse contexto, o professor ou técnico da área de educação física deve
fazer as análises do movimento com base em observações nos planos e eixos
anatômicos adequados para gesto específico, a fim de garantir correções
eficientes e menor risco de intercorrências locomotoras. Entre os recursos
que podem ser utilizados nas análises cinemáticas, destaca-se a cinemetria,
com registros de imagens por meio de fotos.
A seguir, vamos conhecer aspectos específicos sobre a prontidão motora
na infância e na adolescência, que servem como parâmetros para a aplicação
dos princípios cinesiológicos e biomecânicos nas aulas de educação física ou
em propostas de exercício em qualquer ambiente.
A cinesiologia aplicada a crianças e adolescentes 13

Prontidão motora
O desenvolvimento motor representa mudanças comportamentais com dois
perfis: forma e performance. Ambas fazem referência à expressão da capaci-
dade humana de movimento. A forma sinaliza as condições de espaço e tempo,
tendo em vista as partes corporais que determinam um padrão específico de
movimento, enquanto a performance resulta do próprio movimento, como a
distância, a força, a velocidade, entre outras variáveis (ROSE JUNIOR, 2009).
O movimento humano pode ser dividido em locomotor, manipulativo e
de estabilização (GALLAHUE, 1982). Os movimentos locomotores estão
relacionados com as mudanças na localização corporal em relação a um de-
terminado ponto fixo, como a marcha, a corrida e os saltos. Já os movimentos
manipulativos estão relacionados com o uso de algum tipo de objeto, como o
arremesso, a recepção, o chute, o quicar, as rebatidas e os voleios. Por sua vez,
os movimentos de estabilização estão relacionados com a utilização de um eixo
representando um ponto de apoio para manter o equilíbrio em relação à força da
gravidade, como os giros, os rolamentos e os apoios invertidos. Nesse contexto,
são consideradas apenas as habilidades classificadas como essenciais para o
movimento, ou seja, básicas. As habilidades específicas, como fazer recortes,
costuras e datilografar, não se aplicam ao presente tema, apesar de serem afins.
Na área do desenvolvimento motor, estudos demonstram que o desenvol-
vimento motor da criança de forma ordenada e sequencial até em torno dos 7
anos de idade é caracterizado pela assimilação e por formas diversificadas de
habilidades motoras com perfil básico, tendo em vista a locomoção, manipulação
e estabilização. A partir daí, o desenvolvimento apresenta perfil combinado
entre as habilidades básicas e suas formas de aprimoramento. Os movimentos
esportivos, por exemplo, resultam fundamentalmente de combinações básicas.
A bandeja no basquete é uma representação clara de combinação entre a corrida,
o salto e o arremesso (TANI et al., 1988). No entanto, o aprimoramento dessas
combinações é esperado somente a partir da faixa etária de 10 anos. Nessa fase,
é preciso considerar a necessidade dos indivíduos, na busca de diversas maneiras
de exploração do próprio movimento (locomoção, manipulação e estabilização),
evitando prejuízos no desempenho (ROSE JUNIOR, 2009).
Uma realidade no esporte, em geral, é que são selecionadas apenas algumas
habilidades básicas, considerando cada modalidade. Isso pode diminuir o
repertório motor. Em relação ao ensino de técnicas de qualquer modalidade
esportiva, é importante destacar que as pessoas são capazes de atingir o
mesmo objetivo utilizando formas diferentes de movimento e construindo um
acervo motor diversificado. Apesar das técnicas especificas de cada esporte
14 A cinesiologia aplicada a crianças e adolescentes

representarem, sob o ponto de vista biomecânico, formas eficientes na exe-


cução das tarefas, é essencial que elas representem o “ponto de chegada” na
aprendizagem, tanto das crianças quanto dos adolescentes, e não o “ponto de
partida”. Geralmente, na faixa etária de 10 a 12 anos, depois do processo de
aquisição, combinação e aprimoramento das habilidades básicas, identifica-se
uma prontidão para estabelecer relações entre os gestos motores, as técnicas
e as especificidades de cada modalidade esportiva (ROSE JUNIOR, 2009).
Greco e Benda (2001) organizaram as fases e os níveis de rendimento
esportivo por idade e por conteúdos específicos, que devem ser propostos de
acordo com o perfil tanto do praticante quanto da tarefa nas seguintes fases:

 Fase pré-escolar (4 a 6 anos): predomina a diversidade de movimentos,


visando o desenvolvimento do repertório motor, que será favorável para
as fases seguintes.
 Fase universal (6 a 12 anos): predomina a preparação geral, sendo a
maior e mais importante etapa de todas. É essencial formar uma base
com a maior possibilidade de movimentos com perfil lúdico. Trata-se
de um momento propício para desenvolver a imagem corporal, coor-
denação, percepção sensorial e especial.
 Fase de orientação (12 a 14 anos): predomina a capacidade de auto-
matizar a maioria dos movimentos da etapa anterior, com liberação da
cognição para executar movimentos reunidos.
 Fase de direção (14 a 16 anos): predomina a experiência de dois ou
mais esportes, mas que sejam complementares sob o ponto de vista
psicomotor. Fase propícia para iniciar o aperfeiçoamento e a especia-
lização das técnicas específicas de cada esporte.
 Fase de especialização (16 a 18 anos): predomina a concretização das
especializações esportivas, otimizando e aperfeiçoando a técnica e a
tática. Fase ainda propícia para iniciar a estabilização psíquica para o
alto rendimento e aumentar a participação em competições.
 Fase de aproximação/integração (18 a 21 anos): acontece a transição
dos jovens rumo a possíveis carreiras esportivas. Trata-se da etapa que
antecede imediatamente o treinamento de alto rendimento.
 Fase de alto nível (a partir dos 21 anos): nesta fase, é atingido o mais
alto desempenho esportivo.
 Fase de readaptação: nesta fase, não há uma definição de idade, pois o
objetivo central é o “destreino” normal ou saudável do atleta que tenha
abandonado o treinamento de alto nível.
A cinesiologia aplicada a crianças e adolescentes 15

 Fase de recreação e saúde: nesta fase, os indivíduos acima de 16 anos


que fazem opção pelo esporte de alto nível participam de programas de
atividade física visando assegurar a manutenção das funções fisiológicas.

Com base nos planos e eixos de movimento, bem como nos graus de liberdade
de movimento das articulações, o professor de educação física pode explicar aos
seus alunos o que é um plano e relacionar a classificação articular com os graus de
liberdade e o eixo de movimento. Por exemplo, uma flexão do cotovelo acontece no
plano sagital mediano, que divide o corpo ou um segmento em partes laterais; possui
um grau de movimento porque faz flexão e extensão, ou seja, a articulação é do tipo
dobradiça, ou constituída por um tecido chamado sinovial em gínglimo. Para comparar
amplitudes de movimento, o professor pode comparar a articulação do ombro, ou
glenouneral, com a articulação coxofemoral do quadril. Ambas possuem a mesma
classificação, ou seja, seu tecido interposto é sinovial esferoide, com três graus de
movimento; fazem flexão e extensão, adução e abdução, bem como rotação lateral
e medial, movimentos que reunidos permitem a circundução. Entretanto, o ombro
tem maior mobilidade que articulação coxofemoral e também maior propensão a
lesões. Essas explicações podem ser passadas aos alunos no início dos exercícios,
na fase de aquecimento, e reforçadas na fase final de alongamento. O ideal é que
ocorram em momentos de pouca movimentação entre os alunos. Podem ser feitos
questionamento sobre a função das estruturas ligamentares e análises de suas relações
com as possibilidades de movimento. Os conceitos de planos e eixos também podem
servir para explicar conceitos como o plano cartesiano. O plano cartesiano pode ser
utilizado para explicar o posicionamento em quadra, como na modalidade voleibol.
O professor pode exemplificar a posição de cada jogador com coordenadas X e Y
imaginárias, que podem ser tomadas pela referência da linha lateral e de fundo da
quadra. Assim, a quadra se tornaria um grande plano cartesiano. Ao indicar a origem
desse plano em um canto da quadra, o professor poderia relacionar a posição do
jogador com a posição no plano cartesiano (DAGNESE, 2013).

A atividade física para crianças e adolescentes ainda é muito discutida,


tendo em vista os cuidados necessários a cada fase de seu respectivo desen-
volvimento e maturação. Portanto, os exercícios devem ser programados
conforme os domínios de comportamento, considerando a idade cronológica
e a idade biológica.
16 A cinesiologia aplicada a crianças e adolescentes

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PORTFÓLIO

O movimento humano pode ser dividido em locomotor, manipulativo e de


estabilização.

Explique e exemplifique cada um deles.


PESQUISA

ARTIGO

Investigação da postura corporal de escolares em estudos brasileiros


Este estudo evidenciou aspectos referentes às posturas incorretas assumidas no ambiente
escolar, bem como suas repercussões nos públicos-alvo.

ACESSE ARTIGO 01 - 2042 - AULA 07

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