Você está na página 1de 9

CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO

O que maturação biológica?

A maturação biológica se refere à progressão em direção ao estado de maturidade e pode ser


analisada por dois componentes: timing e tempo. Timing é considerado o momento em que
ocorre um dado evento maturacional.

O que é maturação biológica e crescimento?

A maturação biológica pode ser definida como; todas as mudanças morfológicas e fisiológicas
que acontecem durante o processo de crescimento devido às transformações físicas, psíquicas
e sociais, estabelecendo um elo entre a infância e o final da vida adulta (velhice).

Qual teste utilizado para medir a maturação de escolares e quais os impactos fisiológicos
desta medida?

“O PROESP-BR é um sistema de avaliação da aptidão física relacionada à saúde e ao


desempenho esportivo de crianças e adolescentes no âmbito da educação física escolar e do
esporte educacional. ” Além dessas, outras medidas, tais como o somatotipo e o percentual de
gordura foram estudados.

O que é maturação no desenvolvimento humano?

Maturação ou amadurecimento é o processo de desenvolvimento dos seres vivos ou suas partes


no sentido de tornar o organismo apto para a reprodução. Em relação aos animais, diz-se que,
nessa altura, eles atingem a maturidade sexual; os que ainda não atingiram a maturidade
designam-se como "imaturos".

Como podemos fazer o acompanhamento da maturação biológica?

EVENTOS

Erupção dos dentes temporários e permanentes (maturação dental)

Ossificação e fusões epifisiais (maturação esquelética)

Alcance de diferentes proporções em relação à estatura adulta


Menarca (meninas)

Crescimento de pelos pubianos

Crescimento das mamas

Como as mudanças na composição corporal podem influenciar no desempenho motor?

Mortatti e Arruda (2007) e Seabra (2002) relatam que as mudanças na composição corporal
devido à maturação podem ter influencia no desempenho motor, pois as mudanças nas
estruturas morfológicas estão diretamente ligadas às respostas fisiológicas frente ao exercício.

Quais são os níveis mais avançados da maturação?

Malina (2004) e Seabra (2002) complementam dizendo que dentro de uma idade cronológica
ou em uma equipe de meninos, os que estão em níveis mais avançados da maturação apresentam
em média, maior capacidade de realizar tarefas que exijam força e velocidade se comparados
aos menos avançados maturacionalmente.

Indicadores de maturidade biológica:

1. Esquelética: todas as crianças começam com um esqueleto pré-natal cartilaginoso e tem um


esqueleto totalmente desenvolvido no início da vida adulta. É analisado o progresso de um osso
a partir da sua ossificação inicial que vai ser feitas comparações da radiografia obtida do punho-
mão do avaliado com imagens reproduzidas de outras radiografias reunidas em atlas-padrão.
(GUEDES; GUEDES, 2006).

2. Sexual: baseia-se na observação das características sexuais secundárias (desenvolvimento


mamário e menarca em meninas; desenvolvimento escrotal e da genitália em meninos; e
desenvolvimento da pilosidade pubiana em ambos os sexos). (GUEDES; GUEDES, 2006;
MALINA; BOUCHARD; BAR-OR, 2009). Para identificação dos estágios de desenvolvimento
geralmente são utilizados os estágios de pêlos púbicos, seios e órgãos genitais descritos por
Tanner (1962). São feitas autoavaliações pelos adolescentes, onde eles classificam seus estágios
de maturidade sexual fazendo comparações com fotografias padrão.

3. Somática: A Idade do Pico de Velocidade de Altura (IPVA) é um indicador bastante usado


de maturidade somática em adolescentes. O Pico de Velocidade de Altura (PVA) pode ser
predito usando equações específicas para sexo a partir de medidas simples antropométricas
coletadas uma só vez incluindo idade cronológica, estatura, peso, altura sentado e estimado
comprimento de perna. A equação prediz o tempo antes ou depois do PVA (maturity offset) e
a diferença entre idade cronológica e maturity offset é a predição da IPVA. (MIRWALD et al.,
2002; MOORE et al., 2015).
Estágios:
ESTÁGIO 1
- Pré-puberal: ausência do desenvolvimento de cada característica.

ESTÁGIO 2
- Início do processo de desenvolvimento das características sexuais secundárias (a elevação
inicial dos seios em meninas, o aumento dos órgãos genitais em meninos e o surgimento
inicial de pêlos púbicos em ambos os sexos

ESTÁGIO 3
- Maturação continuada de cada característica.

ESTÁGIO 4
- Maturação continuada de cada característica.

ESTÁGIO 5
- Maduro/adulto

HIPERPLASIA

É o aumento do número de células que se duplicam devido à vários fatores. Existem três tipos de
hiperplasia:

FISIOLÓGICA PATOLÓGICA

ocorre após aumento dos fatores de crescimento locais e dos receptores de Geralmente ocorre por excesso
crescimento nas células que se dividirão. Assim, os eventos que de estimulação hormonal ou de
desencadeiam a divisão podem ser hormonais ou compensatórios. fatores de crescimento. Ela
- Compensatórias: se dá com a perda de células teciduais por dano ou ocasiona aumento anormal dos
ressecção parcial. A retomada da divisão celular nesses casos ocorre nas órgãos ou tecidos e podem ser
células remanescentes do tecido ou em células tronco que diferenciam-se desencadeadoras de neoplasias.
para essa regeneração tecidual. Como exemplo, podemos citar a
regeneração do fígado após perda de hepatócitos.
- Hormoniais: os hormônios sinalizadores atuam como fatores de
crescimento e desencadeiam a expressão gênica de proteínas do ciclo
celular. Tais proteínas vão retomar a mitose e as células vão se multiplicar
até que o estímulo hormonal cesse.

CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO MOTOR

Fases do Desenvolvimento motor segundo David Gallahue:

- Movimentos Estabilizadores: é qualquer movimento no qual algum grau de equilíbrio é


necessário. A estabilidade refere-se a qualquer movimento que tenha como objetivo manter o
equilíbrio em relação à força da gravidade.
Movimentos Locomotores: refere-se a movimentos que envolvem mudanças na localização
do corpo relativamente a um ponto fixo na superfície.
Movimentos Manipulativos: refere-se tanto à manipulação motora rudimentar quanto à
manipulação motora refinada.
ABORDAGEM PSICOMOTORA

“A Psicomotricidade conceitua-se como ciência da Saúde e da Educação, com objetivo


específico de redescobrir os valores psicomotores, cognitivos, afetivos e experiências
compreendidas pelo corpo anatômico, de forma segura e consciente” (FERNANDES;
BARROS, 2015, p.1).
Possui abordagem clínica e abordagem pedagógica. Podemos dizer que a
Psicomotricidade tem como objeto o movimento humano em relação ao seu mundo interior e
exterior, sendo constituída de três dimensões:

COGNITIVA AFETIVA MOTORA

INTELECTUAL EMOCIONAL MENTAL MOVIMENTO GESTO EXPRESSÃO


DO CORPO

SABER FAZER QUERER FAZER PODER FAZER

PSICO MOMOTRICIDADE

(adaptado de LOUREIRO, 2009)


Histórico
A Psicomotricidade surge na França entre os anos de 1900
e 1940, tendo o Neuropsiquiatra Ernerst Dupré (imagem) como
precursor, com estudos na perspectiva clínica de reabilitação de
pacientes com movimentos comprometidos. Também recebeu
contribuições do psicólogo francês Henri Wallon que seguiam a
abordagem clínica.
Em 1967, ocorre a criação do Instituto Superior de Reeducação Psicomotor (ISRP), com
isso, vários pesquisadores do mundo inteiro viajam para estudar neste instituto e levam os
conhecimentos para seus países. No Brasil, a pesquisadora Simone Raiman foi uma das
pioneiras nestes estudos, contribuindo para o avanço da área no
país.
Na Educação Física, Jean Le Boulch traz contribuições
para a abordagem pedagógica da Psicomotricidade por meio de
uma de suas principais obras: “Educação Psicomotora: A
Psicocinética na idade escolar” (1987).

FUNDAMENTOS:

Imagem corporal:

Sentimento e experiência do indivíduo sobre seu próprio corpo. Não se trata de imagem
física, mas a imagem mental que cada um faz do seu próprio corpo. É a forma pela qual o
indivíduo percebe e define seu próprio corpo (TAVARES, 2003).
Alves (2007, p.7) destaca três etapas no processo de desenvolvimento da Imagem
Corporal:
• IDENTIFICAÇÃO - A criança coloca a roupa do pai ou da mãe;
• PROJEÇÃO - Projetar no outro alguma coisa que seria seu;
• INTROJEÇÃO - Introjetar a imagem do outro. Introjeção de massa por um ídolo”.

Esquema corporal:

Possui relação com a imagem corporal, mas trata da possibilidade de uso do próprio
corpo, dos movimentos que podem ser realizados. Construção mental funcional. É a percepção
de conjunto de suas partes do corpo, as relações que estas estabelecem entre si, com os objetos
e com o espaço (LE BOUCH, 1987).
De acordo com Alves (2007), seu desenvolvimento ocorre por meio de estímulos, sendo
estes:
•VICEROCEPÇÃO: sensação dos órgãos internos. Por exemplo: fome, sede e dor;
• EXTEROCEPÇÃO: sensação de estímulos externos por meio dos sentido. Por
exemplo: audição, visão, tato, paladar, olfato;
• PROPRIOCEPÇÃO: capacidade de orientação do corpo em relação ao espaço e sua
posição. Por exemplo: saber a posição do corpo estando de olhos fechados, postura e
movimento que o corpo está realizando.

Tônus:

Tensão fisiológica de equilíbrio e estabilidade do corpo, em relação a manutenção,


modificações e correções de suas posições. Essa relação tem como principais classificações:
Hipotonia (pouca tensão, que possibilita movimentos mais soltos, mais leves, mais
coordenados, com menor desgaste muscular) e, Hipertonia (tensão em excesso que, possibilita
multiplicidade de reações, exagerada produção motora, maior iniciativa) (ALVES, 2007).

Equilíbrio:

Capacidade de manutenção em uma base de sustentação reduzida por meio de uma


integração muscular. Pode ser dinâmico (em movimento) ou estático (posição fixa). Podem ser
utilizadas forças externas ou as próprias ações musculares (TAVARES, 2003)
O equilíbrio é utilizado nos atos de ficar de pé, sentado, agachado (estático) e andar,
correr, saltar, saltitar (dinâmico).

Lateralidade:

É a capacidade de vivenciar as noções de direita e esquerda (MELLO, 1989). De acordo


com Tavares (2003), a Lateralidade muitas vezes é confundida com a predominância de um dos
lados do corpo em relação ao outro, no que refere-se ao uso dos membros, dos olhos e dos
ouvidos, o que é chamado de dominância lateral.
A Lateralidade pode ser classificada como:
• Unilateral: um único lado executa as ações.
• Cruzada: predominância de uso diferente entre os dois lados.
• Ambidestria: os dois lados executam ações com performance semelhante (ALVES,
2007).
Organização espaço-temporal:

Capacidade de situar-se e atuar em relação a locais, objetos, pessoas, e a si mesmo, de


modo a perceber as relações de distância, altura, inclusão e exclusão com as dimensões de
tempo e acontecimentos: noções de espaço e tempo (TAVARES, 2003)

Dissociação de movimento:

É a capacidade de, em um gesto intencional, diferenciar os segmentos do corpo. É


realizada uma divisão do movimento (ALVES, 2007). Essa capacidade pode levar os indivíduos
a realizar uma sequência de movimentos diferentes ao mesmo tempo e conseguir modificar suas
ações.

Práxia:

Coordenação de grupos musculares para ações globais (global) e concentradas (fina),


esses músculos agem em conjunto e harmonicamente para a realização de uma determinada
tarefa motora.
Na Práxia global, são executados movimentos amplos, envolvendo os membros
superiores e inferiores, assim como o tronco. Na Práxia fina, são executados movimentos
manuais, oculares, labiais e linguais (ALVES, 2007).

Ritmo:

É semelhante à organização espaço-temporal, no entanto, trata-se da organização de um


gesto motor específico, no que tange às suas características temporais e espaciais (TAVARES,
2003).

Relaxação:

Na literatura, também aparece com a denominação “relaxamento” (TAVARES, 2003).


É o resultado da diminuição da tensão neuromuscular e, de acordo com Alves (2007) pode ser:
Total, envolvendo todo o corpo; Diferencial, que trata da descontração de um ou mais grupos
musculares diferentes; Segmentar, que refere-se ao relaxamento alcançado em vários partes do
corpo dos sujeitos.

Referências
ALVES, R.C.S. Psicomotricidade I. Rio de Janeiro, 2007.

FERNANDES, D.G.D; BARROS, C.L. Psicomotricidade: conceito e História. Rev. Conexão


Eletrônica, Três Lagoas-MS, v.12, n. 1, 2015.

LE BOULCH, J. Educação Psicomotora: A psicocinética na idade escolar. 1ª edição. Porto


Alegre: Editora Artmed, 1987.

LOUREIRO, M. B. S. Psicomotricidade. São Paulo, 2009.

TAVARES, M.C.G.C.F. Imagem corporal: conceito e desenvolvimento. Barueri: Editora


Manole, 2003.

Você também pode gostar