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Volume 27 - Número 2 - Online

TÓPICO ESPECIAL

https://doi.org/10.1590/2177-6709.27.2.e22spe2

Tratamento ortodôntico muito precoce:


quando, por que e como?

Ute E. M. SCHNEIDER-MOSER1,2,3
https://orcid.org/0000-0002-0460-6873
Lorenz MOSER1,2
https://orcid.org/0000-0001-6487-9251

Enviado em: 12 de dezembro de 2021 •  Revisado e aceito: 14 de março de 2022


info@perfect-smile.it

Como citar: Schneider-Moser UEM, Moser L. Very early orthodontic treatment: when, why and how? Dental
Press J Orthod. 2022;27(2):e22spe2.

(1) Clínica Privada (Bolzano, Itália).


(2) University of Ferrara, Ferrara School of Orthodontics (Ferrara, Itália).
(3) University of Pennsylvania, School of Dental Medicine (Philadelphia/PA, EUA).

Dental Press J Orthod. 2022;27(2):e22spe2


2 Schneider-Moser UEM, Moser L — Tratamento ortodôntico muito precoce: quando, por que e como?

RESUMO

Introdução: Vários problemas ortodônticos devem ser trata-


dos já em idade precoce, para evitar a necessidade de proce-
dimentos futuros de maior complexidade e custo. A evidência
científica sugere que as seguintes más oclusões podem se be-
neficiar de terapias interceptivas simples mas eficientes: mor-
didas cruzadas posteriores, Classe III leve a moderada, certas
más oclusões de Classe II, mordidas abertas e discrepâncias no
tamanho das arcadas.
Objetivo: Resumir a evidência científica existente sobre o tra-
tamento ortodôntico precoce e ilustrar sua aplicação e efetivi-
dade, por meio da exposição de múltiplos casos clínicos.
Conclusão: O tratamento ortodôntico interceptivo precoce de
curto prazo com aparelhos simples na fase da dentição decídua ou
início da dentição mista pode corrigir eficientemente certas más
oclusões e ajudar a reduzir a complexidade ou, até mesmo, evitar
a necessidade de procedimentos complexos e onerosos durante
a puberdade. Para certos pacientes com discrepância significati-
va no comprimento das arcadas, o conceito de extrações seriadas
deve fazer parte do arsenal de recursos ortodônticos.
Palavras-chave: Ortodontia interceptora. Dentição decídua.
Mecânica simples. Extrações seriadas.

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3 Schneider-Moser UEM, Moser L — Tratamento ortodôntico muito precoce: quando, por que e como?

INTRODUÇÃO
A American Association of Orthodontists recomenda que crianças
tenham sua primeira consulta ortodôntica ao primeiro sinal de
um problema ortodôntico em desenvolvimento, sem ultrapassar
os sete anos de idade. As pesquisas têm demonstrado que certas
más oclusões podem se beneficiar de intervenções precoces, que
ajudam a reduzir a duração ou, até mesmo, evitam a necessidade
de um tratamento de maior complexidade e mais oneroso em um
estágio mais tardio — sem falar no efeito positivo na qualidade de
vida da criança, ao resolver problemas psicossociais relacionados à
má oclusão, como apontado por Artese1 em 2019.

Em casos de mordida cruzada posterior uni ou bilateral e más


oclusões de Classe III, há suficiente informação baseada em evi-
dência para suportar que uma fase relativamente curta de tra-
tamento interceptivo, com aparelhos simples, pode normalizar
um crescimento discrepante, e que o resultado dessa aborda-
gem se manterá estável ao longo do tempo. Por outro lado, a
literatura existente sobre os benefícios de uma intervenção pre-
coce em pacientes Classe II, com mordida aberta e significativa
discrepância de tamanho das arcadas ainda é controversa, o
que significa que o clínico, muitas vezes, precisa contar com sua
formação ortodôntica prévia e experiência clínica adquirida.

As possíveis vantagens de uma intervenção precoce são a


satisfação emocional da criança, o potencial de crescimento

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4 Schneider-Moser UEM, Moser L — Tratamento ortodôntico muito precoce: quando, por que e como?

disponível nessa fase de desenvolvimento, maior cooperação


com o tratamento, a possibilidade de uma segunda fase de
tratamento mais simples e a possível redução de extrações em
uma eventual fase corretiva de tratamento.

Assim, o objetivo do presente estudo é resumir o que há de


mais avançado e atual sobre tratamento ortodôntico precoce,
ou muito precoce; apresentar a evidência científica sobre o
tópico e, para as situações nas quais as pesquisas são contro-
versas, fornecer ao leitor abordagens de tratamento simples,
de curto prazo, que têm se mostrado eficientes na vasta expe-
riência dos autores.

MORDIDA CRUZADA POSTERIOR

Mordidas cruzadas posteriores na dentição decídua são um


achado frequente, com prevalência relatada de 8 a 22%2,3. A etio-
logia dessas mordidas cruzadas é uma constrição da maxila asso-
ciada a uma discrepância de tamanho da arcada dentária superior,
que pode levar a desvios funcionais da mandíbula, devido a inter-
ferências oclusais. Cerca de 80% de todas as mordidas cruza-
das posteriores unilaterais na dentição mista têm como origem
esses desvios funcionais. Mesmo existindo relatos de correções
espontâneas, o mais provável é que a mordida cruzada persista
na dentição permanente, podendo causar atividade muscular e
crescimento mandibular assimétricos, com um risco aumentado
de disfunção da articulação temporomandibular4-15.

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5 Schneider-Moser UEM, Moser L — Tratamento ortodôntico muito precoce: quando, por que e como?

Para prevenir essas sequelas negativas, a intervenção ortodôn-


tica precoce é recomendada assim que o paciente e os pais acei-
tarem o tratamento, com o objetivo de normalizar a oclusão e
permitir seu subsequente desenvolvimento normal, evitando-se
a erupção cruzada dos primeiros molares permanentes, redu-
zindo, dessa forma, a complexidade e a duração de tratamentos
ortodônticos futuros16-21.

O aparelho de escolha é o Expansor Rápido da Maxila (ERM)


dentossuportado ancorado nos segundos molares decíduos,
normalmente ativado uma vez por dia, durante quatro a seis
semanas (dependendo da severidade da discrepância trans-
versa), permanecendo de forma passiva entre 9 e 12 meses
(Fig. 1 a 4). Na ausência de problemas sagitais ou verticais adi-
cionais, nenhuma contenção é necessária. Apesar de Masucci
et al.22 terem relatado que na dentição decídua entre 30 e 40%
dos casos sofrem recidiva após a expansão palatina, outros
grupos de pesquisa descreveram uma excelente estabilidade
em longo prazo da correção precoce de mordidas cruzadas22-26.

Os autores do presente estudo observaram raras recidivas no


sentido transverso. Menos de 2% dos seus pacientes necessi-
taram de retratamento com uma segunda ERM ou instalação
de uma barra transpalatina.

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6 Schneider-Moser UEM, Moser L — Tratamento ortodôntico muito precoce: quando, por que e como?

Figura 1: Fotografias pré-tratamento, aos cinco anos de idade, evidenciam uma mordida
cruzada posterior no lado direito.

Figura 2: Antes, durante e


após a expansão rápida da
maxila (ERM).

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7 Schneider-Moser UEM, Moser L — Tratamento ortodôntico muito precoce: quando, por que e como?

Figura 3: Boa estabilidade durante a fase de dentição mista, quatro anos após a ERM.

Figura 4: Boa estabilidade na dentição permanente aos 16 anos de idade, 8 anos após a ERM.

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8 Schneider-Moser UEM, Moser L — Tratamento ortodôntico muito precoce: quando, por que e como?

MÁ OCLUSÃO DE CLASSE III


Tendo em mente que a má oclusão Classe III tende a piorar
durante o crescimento puberal, a interceptação precoce está
indicada preferencialmente durante a fase de dentição decí-
dua, para se obter o máximo de efeito esquelético do trata-
mento ortodôntico.

Para um diagnóstico preciso e planejamento realista do trata-


mento da Classe III, é muito importante não se limitar a avaliar
apenas a relação de molares e incisivos. Deve-se avaliar, tam-
bém, qualquer desvio funcional entre OC e RC (Oclusão Cêntrica
e Relação Cêntrica), determinar a quantidade de discrepância
maxilomandibular, tanto no sentido sagital quanto no vertical,
por meio de análise cefalométrica, e identificar qualquer predis-
posição genética desfavorável no histórico familiar27,28.

Especialmente nos casos de má oclusão de Classe III hereditá-


ria, a radiografia cefalométrica é imprescindível para avaliar a
medida Wits, um importante critério de diagnóstico para avaliar
melhor o prognóstico do tratamento interceptivo da Classe III
e para avaliar a dimensão esquelética vertical. Em casos com
valor de Wits muito aumentado (>  -7 mm) associado a um
padrão hiperdivergente, os pais devem ser informados sobre
o risco iminente de uma segunda fase de tratamento ortodôn-
tico ou, no pior cenário, uma abordagem ortodôntico-cirúrgica
ao fim do período de crescimento29,30.

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9 Schneider-Moser UEM, Moser L — Tratamento ortodôntico muito precoce: quando, por que e como?

Aproximadamente 60% dos pacientes Classe III27,28 apresentam a


maxila retruída e atrésica, o que significa que o método de esco-
lha em 2/3 dessas crianças é o tratamento interceptivo (antes
dos 10 anos de idade), com máscara facial associada à  ERM.
Após a quantidade necessária de expansão, a maxila é protraída
com uma força entre 300 e 600g por lado, com uma direção
aproximada de 30° para baixo e para a frente. Essa abordagem
permite uma resposta sutural favorável à expansão e à protra-
ção maxilar, assim como a correção de eventuais discrepâncias
entre OC e RC. Concomitantemente, há uma melhora do perfil
facial e da autoestima. Essa abordagem está indicada em más
oclusões de Classe III leve a moderada, em pacientes normodi-
vergentes ou hipodivergentes (Fig. 5 a 7) 31-33.

Figura 5: Paciente com seis anos de idade apresentando uma significativa má oclusão de
Classe III, com mordida cruzada anterior.

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10 Schneider-Moser UEM, Moser L — Tratamento ortodôntico muito precoce: quando, por que e como?

Figura 6: Após quatro semanas de ERM com uma ativação diária, uma máscara facial foi
utilizada 12 horas/dia por oito meses.

Figura 7: Após o tratamento interceptivo precoce de Classe III, não foi necessário qualquer
tratamento ortodôntico subsequente.

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11 Schneider-Moser UEM, Moser L — Tratamento ortodôntico muito precoce: quando, por que e como?

Como a máscara facial é usada mais à noite, elásticos inter-


maxilares ligados dos ganchos soldados à parte posterior do
disjuntor até acessórios colados nos caninos decíduos inferio-
res são indicados para que a tração de Classe III seja aplicada
quase que em tempo integral.

O tratamento precoce com máscara facial resulta em melhora


esquelética e dentária, e reduz a necessidade de cirurgia ortog-
nática no futuro, quando o tratamento é realizado antes dos dez
anos de idade em pacientes Classe III leve a moderada que apre-
sentam retrusão da maxila e ausência de padrão de crescimento

Figura 8: Paciente de cinco anos de idade, com mordida cruzada anterior e mordida pro-
funda devido ao crescimento facial de Classe III hipodivergente.

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12 Schneider-Moser UEM, Moser L — Tratamento ortodôntico muito precoce: quando, por que e como?

Figura 9: Tratamento precoce realizado apenas com dois elásticos de Classe III ( 20h/dia ) dos
segundos molares superiores decíduos até os caninos inferiores, por seis meses.

Figura 10: Normalização da oclusão e melhora significativa


do perfil, com boa estabilidade da correção precoce de Clas-
se III por meio de uma mecânica extremamente simples; aos
12 e aos 16 anos de idade, respectivamente.

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13 Schneider-Moser UEM, Moser L — Tratamento ortodôntico muito precoce: quando, por que e como?

facial hiperdivergente34-43. Baccetti et al.44,45 demonstraram que,


especialmente na dentição decídua, aos cinco anos de idade, o
tratamento produz mais efeitos esqueléticos benéficos, tais como
incrementos significativamente menores no comprimento total
da mandíbula (Co-Pg), em comparação com maior protusão
dentoalveolar da maxila quando o tratamento é realizado na
dentição mista, por volta dos oito anos de idade.

Não há evidências de que associar a ERM ao protocolo de protração


com máscara facial, com o objetivo de romper as suturas circum-
-maxilares e aumentar o movimento para anterior da maxila, irá
potencializar a protração da maxila; por essa razão, a ERM deve ser
realizada somente em pacientes com atresia maxilar transversa46,47.

Em uma idade muito precoce (4-5 anos), a simples colagem de gan-


chos ou botões nos segundos molares decíduos superiores e nos
caninos decíduos inferiores para aplicação em tempo integral de
elásticos de Classe III pode ser uma abordagem eficiente e barata
para obter a correção da mordida cruzada anterior (Fig. 8-10).

Com o advento da ancoragem óssea, tem sido defendida a protra-


ção da maxila com máscara facial com ancoragem óssea em vez de
dentária. As pesquisas têm demonstrado que a protração com más-
cara facial com ancoragem dentária resulta em maior proclinação
dos incisivos superiores e correção da sobressaliência acentuada e
da relação molar; enquanto a protração com máscara facial com

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14 Schneider-Moser UEM, Moser L — Tratamento ortodôntico muito precoce: quando, por que e como?

ancoragem óssea alcança maiores efeitos esqueléticos e reduz as


compensações dentárias indesejadas, causando menos movimento
para baixo do ponto A, menor abertura do ângulo do plano mandi-
bular e erupção mais vertical dos incisivos superiores, o que geral-
mente é considerado desejável para a Classe III hiperdivergente48-53.

Para evitar a tração extrabucal, Nienkemper et al.54,56,57 e Sar


et al.55 recomendam o uso de elásticos de Classe III ligados
a uma placa no mento, apresentando resultados promissores
em curto prazo, especialmente em pacientes hiperdivergentes.

Após a fase interceptiva de tratamento, independentemente da


abordagem mecânica selecionada para a correção precoce da Classe
III, deve ser realizado um acompanhamento com radiografias cefa-
lométricas laterais por dois a quatro anos após a protração maxilar,
para calcular o Vetor de Crescimento em Resposta ao Tratamento,
como sugerido por Ngan et al.58,59 Esse vetor determina a taxa e a
direção de crescimento mandibular individual, podendo auxiliar
na decisão clínica sobre uma possível camuflagem ortodôntica da
Classe III ou a necessidade futura de uma intervenção cirúrgica.

MÁ OCLUSÃO DE CLASSE II
Mesmo que as evidências sobre os benefícios do tratamento pre-
coce da má oclusão de Classe II sejam notáveis, parece haver uma
grande lacuna entre o conhecimento científico existente e sua
aplicação clínica. Apesar de inúmeros estudos bem executados
revelarem que a abordagem em duas fases não é mais efetiva

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15 Schneider-Moser UEM, Moser L — Tratamento ortodôntico muito precoce: quando, por que e como?

do que a abordagem em fase única durante o pico de cresci-


mento puberal, e de não haver indícios de que a abordagem em
duas fases possa reduzir significativamente a complexidade da
segunda fase de tratamento — incluindo a necessidade de extra-
ções ou de cirurgia ortognática e a duração da segunda fase —
mesmo assim, ainda é defendida por vários clínicos60-64.

Franchi et al.65,66 evidenciaram que uma abordagem precoce da


Classe II é simplesmente uma forma de “sobretratamento”, por-
que o tratamento com aparelhos funcionais resulta somente
em crescimento mandibular adicional se o estágio puberal for
incorporado ao plano de tratamento, o que não ocorre durante
os períodos de dentição decídua e início da dentição mista.

A única justificativa de intervenção precoce no tratamento da Classe


II seria um aumento discreto do risco de trauma dos incisivos supe-
riores e problemas psicossociais em função de bullying67,68.

No entanto, se a má oclusão de Classe II estiver associada à discre-


pância transversa (mordida cruzada lingual ou vestibular) ou vertical
(mordida aberta ou mordida profunda com toque dos incisivos infe-
riores no palato), existe indicação do tratamento precoce da Classe
II. Essa abordagem precoce deve ser realizada com uma mecânica
simples e eficiente, para evitar o desgaste do paciente e poupar os
recursos econômicos dos pais para uma provável segunda fase de
tratamento durante o pico de crescimento puberal, que é conside-
rado o melhor momento para o tratamento da Classe II.

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16 Schneider-Moser UEM, Moser L — Tratamento ortodôntico muito precoce: quando, por que e como?

Um aparelho útil e eficiente para a correção precoce da atresia


maxilar, mordida aberta e má oclusão de Classe II é o aparelho
removível superior Joho-plate, uma combinação de placa de
expansão removível e extrabucal de tração alta69. Com um uso
diário entre 12 e 14 horas, a primeira fase ativa de tratamento
normalmente pode ser concluída entre 12 e 15 meses. A partir
dessa fase, a placa pode ser utilizada de forma passiva durante
o período da noite, quando necessário (Fig. 11-13).

Figura 11: Paciente com sete anos de idade, apresentando mordida aberta dentária, com
atresia maxilar e retrusão mandibular, desencadeando uma relação oclusal de Classe II.

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17 Schneider-Moser UEM, Moser L — Tratamento ortodôntico muito precoce: quando, por que e como?

Figura 12: Uma placa Joho-


-plate foi utilizada durante 10
meses, 14 horas por dia.

Figura 13: Relação esquelética


e dentária normal após o tra-
tamento interceptivo precoce.

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18 Schneider-Moser UEM, Moser L — Tratamento ortodôntico muito precoce: quando, por que e como?

Em casos com sobressaliência exagerada e toque dos incisivos


inferiores no palato, é frequentemente recomendada uma pri-
meira fase de expansão maxilar para acomodar a mandíbula em
uma posição mais avançada, podendo ser realizada com ERM ou
uma placa expansora removível. Em vez de tentar corrigir a Classe
II somente com ativador, que normalmente é utilizado somente à
noite, podem ser utilizados durante o dia elásticos intermaxilares
de Classe II leves a partir dos segundos molares decíduos inferio-
res até os caninos decíduos superiores, para uma correção mais
rápida e, dessa forma, melhorar a colaboração e a satisfação do
paciente, reduzindo o tempo total de tratamento (Fig. 14-17).

Figura 14: Paciente de oito anos de idade com má oclusão de Classe II completa, ausência
de selamento labial e toque dos incisivos inferiores no palato, que sofria bullying na escola.

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19 Schneider-Moser UEM, Moser L — Tratamento ortodôntico muito precoce: quando, por que e como?

Figura 15: Após a ERM, foi utilizado um ativador van Beek durante a noite e foram aplica-
dos elásticos de Classe II nos botões de resina colados, com uso diurno por 12 meses.

Figura 16: Após um ano de


tratamento interceptivo, a
má oclusão de Classe II foi
corrigida e houve melhora no
perfil do paciente.

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20 Schneider-Moser UEM, Moser L — Tratamento ortodôntico muito precoce: quando, por que e como?

Figura 17: Após quatro anos


sem qualquer tratamento
adicional, pode ser observa-
da boa estabilidade da corre-
ção precoce de Classe II.

MORDIDA ABERTA
O tratamento ortodôntico precoce bem-sucedido das mordi-
das abertas depende predominantemente da sua etiologia70-72.
Bons resultados são alcançados se a etiologia principal da mor-
dida aberta for devida à atresia transversa da maxila e fatores
dentais causados por projeção lingual, incompetência labial ou
hábitos deletérios. Na presença de padrão de crescimento pre-
dominantemente dolicofacial, o tratamento precoce por meio
de ERM ou expansão lenta (Joho-plate) pode não ser efetivo
para controlar o crescimento maxilar para baixo e para a frente.
Se tal abordagem precoce for escolhida, a função respiratória
normal dever estar obrigatoriamente presente. Gracco et al.73
relataram a recidiva da mordida aberta quando o tratamento

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21 Schneider-Moser UEM, Moser L — Tratamento ortodôntico muito precoce: quando, por que e como?

ortodôntico é conduzido na presença de problemas respira-


tórios nas vias aéreas superiores, tais como desvio de septo
nasal, hipertrofia dos cornetos e seio maxilar congestionado.
Os autores enfatizaram a necessidade de uma consulta com
otorrinolaringologista antes de considerar o tratamento da
mordida aberta anterior.

Figura 18: Após nove meses de ERM para correção de mordida cruzada posterior unilateral
aos sete anos de idade, foi necessária terapia miofuncional concomitante para fechamento
da mordida por meio da eliminação da interposição lingual persistente.

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22 Schneider-Moser UEM, Moser L — Tratamento ortodôntico muito precoce: quando, por que e como?

Terapia miofuncional conjunta, com ou sem aparelhos para repo-


sicionamento da língua, tais como esporões ou grades, é recomen-
dada para fechamento da mordida aberta anterior (Fig 18)74-77.

É importante ressaltar que a estabilidade do tratamento da


mordida aberta é relativamente imprevisível, independen-
temente da modalidade de tratamento que tenha sido apli-
cada78-80. Todavia, aparelhos de ancoragem óssea podem
ajudar a aumentar a quantidade de controle ortodôntico ver-
tical posterior e alcançar resultados mais previsíveis e estáveis
no fechamento da mordida81,82.

DISCREPÂNCIA NO TAMANHO DAS ARCADAS


Já no início da infância, podemos encontrar com frequência dis-
crepâncias hereditárias entre o tamanho dos dentes e o com-
primento das arcadas. A questão crucial para os ortodontistas
é se o plano de tratamento mais apropriado seria mudar a
forma da arcada por meio de expansão, distalização ou procli-
nação dos dentes, ou realizar uma abordagem de tratamento
com extrações seriadas.

Na presença de mordida cruzada para lingual devida à atre-


sia maxilar, a primeira abordagem de tratamento sempre será
a expansão maxilar, sendo que a decisão de extrair ou não
extrair deve ser postergada até o fim da expansão. Se não hou-
ver mordida cruzada, a decisão de expandir ou extrair depen-
derá do padrão de crescimento do paciente e do tipo facial.

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23 Schneider-Moser UEM, Moser L — Tratamento ortodôntico muito precoce: quando, por que e como?

Se  os  incisivos inferiores estiverem verticalizados ou retroin-


clinados, com um Leeway space favorável, sem sinais visíveis
na radiografia panorâmica de impacção dos segundos mola-
res inferiores, podemos considerar o lip bumper como uma
possível opção de tratamento para ganhar comprimento na
arcada inferior.

Figura 19: Discrepância significativa entre as arcadas, devido à


atresia maxilomandibular e retrusão de incisivos.

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24 Schneider-Moser UEM, Moser L — Tratamento ortodôntico muito precoce: quando, por que e como?

Figura 20: Nove meses após a ERM e terapia com lip bumper, foram colados braquetes (3x3)
em ambas as arcadas, para alinhamento dos incisivos. Uma contenção lingual inferior (2x2) foi
colada após seis meses.

Figura 21: Comprimento adequado da arcada foi alcançado em 15 meses de tratamen-


to interceptivo.

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25 Schneider-Moser UEM, Moser L — Tratamento ortodôntico muito precoce: quando, por que e como?

No entanto, no plano de tratamento final, deve-se levar em consi-


deração as relações oclusais e esqueléticas do paciente, tanto ver-
ticais quanto sagitais, além do perfil em tecidos moles (Fig. 19-21).

Além da presença de má oclusão de Classe II significativa, com


incisivos superiores projetados, padrão facial hiperdivergente,
mordida aberta dentária e incompetência labial, existem outros
critérios úteis de diagnóstico que podem orientar a decisão de
extrair dentes. São eles:

» Esfoliação prematura de um ou mais incisivos laterais,


resultando em desvio da linha média dentária.
» Recessão gengival em incisivo inferior vestibularizado.
» Abertura em leque dos incisivos laterais superiores
ou inferiores.
» Erupção ectópica de um ou ambos primeiros molares
superiores, com esfoliação prematura dos segundos
molares decíduos.
» Protrusão maxilomandibular.
» Curvas de Spee acentuadas.
» Molares superiores com atraso vertical na região
da tuberosidade.
» Impacção dos segundos molares inferiores83,84.

Uma vez tomada a decisão pelas extrações seriadas, deve-se


solicitar a extração de todos os caninos decíduos, para a auto-
correção do apinhamento anterior, pela migração dos dentes

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26 Schneider-Moser UEM, Moser L — Tratamento ortodôntico muito precoce: quando, por que e como?

para os espaços das extrações, redução da protrusão maxilo-


mandibular, fechamento da mordida aberta dentária existente
e, talvez, até uma correção espontânea da mordida cruzada
anterior (driftodontics) (Fig. 22, 23) 85-87.

O paciente deve ser visto a cada seis meses, para monitoramento


da erupção dentária. Caso os caninos inferiores irrompam antes
dos primeiros molares inferiores, é recomendável a extração dos
primeiros molares decíduos inferiores para acelerar a erupção dos
primeiros pré-molares. Assim que os pré-molares superiores e
inferiores irromperem, esses devem ser extraídos imediatamente
e a erupção dos demais dentes deve ser monitorada até que todos
os dentes permanentes, incluindo os segundos molares, tenham
irrompido. A beleza do tratamento com extrações seriadas é que o
trajeto natural de erupção pode ser utilizado para reduzir o tempo
de tratamento ativo e proporcionar, na medida do possível, con-
forto ao paciente (Fig. 24)88.

Os críticos do tratamento com extrações seriadas afirmam com fre-


quência que a extração precoce de caninos decíduos é um “cami-
nho sem volta”, condicionando esses pacientes ao tratamento
com futura extração de pré-molares. Mas isso não é verdade, pois
a decisão final de se realizar a extração de pré-molares ou algum
tipo de tratamento ortodôntico para o ganho de espaço na arcada
será postergada até a erupção dos primeiros pré-molares, quando
o ortodontista responsável poderá reavaliar criticamente o caso.

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27 Schneider-Moser UEM, Moser L — Tratamento ortodôntico muito precoce: quando, por que e como?

Figura 22: Paciente de nove


anos de idade, com perfil
equilibrado, padrão esque-
lético de Classe I hiperdiver-
gente, apinhamento anterior
e posterior nas duas arcadas,
com mordida aberta anterior
e tendência de recessão gen-
gival na região de incisivos in-
feriores.

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28 Schneider-Moser UEM, Moser L — Tratamento ortodôntico muito precoce: quando, por que e como?

Figura 23: Após a extração de todos os caninos decíduos, a erupção dos primeiros pré-mo-
lares deve ser monitorada, sendo removidos imediatamente após sua erupção. A neces-
sidade de continuidade do tratamento ortodôntico deve ser reavaliada após a erupção
completa dos segundos molares.

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29 Schneider-Moser UEM, Moser L — Tratamento ortodôntico muito precoce: quando, por que e como?

Figura 24: Paciente aos 16


anos de idade, sem qual-
quer tratamento ortodônti-
co ativo. Todos os locais de
extrações se fecharam es-
pontaneamente, resultando
em uma oclusão de Classe II
satisfatória, com sobremor-
dida normal. A erupção dos
terceiros molares necessita
de supervisão.

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30 Schneider-Moser UEM, Moser L — Tratamento ortodôntico muito precoce: quando, por que e como?

Somente após a erupção completa dos segundos molares inferio-


res, o tratamento ortodôntico ativo será iniciado, o qual, depen-
dendo da mecânica aplicada, pode durar de 12 a 15 meses. Uma das
grandes vantagens do tratamento com extrações seriadas é a sua
duração reduzida, em comparação ao tratamento de duas fases
sem extrações ou ao tratamento com extração tardia de pré-mola-
res, podendo alcançar resultados mais estáveis em longo prazo89-93.

As alegações persistentes de que tratamentos com extra-


ções, de uma forma geral, apresentam um efeito danoso ao
perfil do paciente ou à amplitude do sorriso foram suficiente-
mente erradicadas pelas evidências científicas, comprovando
que as extrações per se não comprometem negativamente a
estética facial ou o sorriso se forem corretamente indicadas
e o fechamento dos espaços de extração for adequadamente
monitorado. Pelo outro lado, em muitos pacientes, a recusa
categórica das extrações pode desencadear um dano iatrogê-
nico severo nos tecidos moles e duros, como, por exemplo, a
deiscência, recessão gengival, reabsorção radicular, projeção
labial e instabilidade94-99.

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31 Schneider-Moser UEM, Moser L — Tratamento ortodôntico muito precoce: quando, por que e como?

CONCLUSÃO
O tratamento ortodôntico precoce (ou muito precoce) com apa-
relhos relativamente simples e baratos é uma modalidade efi-
ciente para uma variedade de más oclusões, como: mordidas
cruzadas posteriores, Classe III leves a moderadas com retru-
são maxilar, mordidas abertas dentárias e esqueléticas leves, e
Classe II severas associadas a alterações transversais ou verti-
cais. Esses tratamentos interceptivos devem ser encarados como
“intervenções de curto prazo” para redirecionar o crescimento
discrepante, em tratamentos com duração de 9 a 15 meses, sem
comprometer a colaboração da criança. Muito frequentemente,
esses tratamentos limitados podem reduzir a duração, o descon-
forto e os custos de uma segunda fase de tratamento corretivo
mais abrangente, com aparelho fixo ou com alinhadores, ou, no
melhor cenário, evitar a necessidade de uma segunda fase de
tratamento. No entanto, em pacientes com discrepâncias sig-
nificativas de tamanho dentário/comprimento das arcadas, em
vez de iniciar um tratamento precoce de expansão por meio da
ERM associada ao lip bumper inferior, o tradicional protocolo de
extrações seriadas não deve ser negligenciado, pois seus bene-
fícios para certos pacientes são inegáveis.

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32 Schneider-Moser UEM, Moser L — Tratamento ortodôntico muito precoce: quando, por que e como?

CONTRIBUIÇÃO DOS AUTORES

Escrita do artigo:
UEMSM
Ute E. M. Schneider Moser (UEMSM)

Lorenz Moser (LM)


Revisão crítica do artigo:
UEMSM, LM
Concepção/design do estudo:
UEMSM
Aprovação final do artigo:
UEMSM, LM
Aquisição, análise ou interpretação

dos dados: Responsabilidade geral:


UEMSM, LM UEMSM

Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou


financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos
nesse artigo.
O(s) paciente(s) que aparece(m) no presente artigo autorizou(aram) previamente a
publicação de suas fotografias faciais e intrabucais, e/ou radiografias.

Dental Press J Orthod. 2022;27(2):e22spe2


33 Schneider-Moser UEM, Moser L — Tratamento ortodôntico muito precoce: quando, por que e como?

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