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CEFALOMETRIA

Carolina Hoeveler Costa Dias


Especialista em Ortodontia

Especialista e Mestre em Odontopediatria

Doutoranda em Clínicas Odontológicas com ênfase em Odontopediatria

Especialista em Odontologia do Trabalho


A abordagem científica para a avaliação dos padrões craniofaciais
humanos foi iniciada por antropólogos e anatomistas em crânios
secos.

A medição do crânio seco, a partir de marcas osteológicas,


chamada craniometria, foi posteriormente
aplicada a seres vivos, permitindo efetuarem-se estudos
longitudinais do crescimento do crânio e da face.

Essa técnica, a medição da cabeça de um ser vivo, a partir de


pontos de referência ósseos e de tecidos moles, recebeu a
denominação de cefalometria.
Cefalometria Surgiu após a idealização do craniostato

que é um aparelho que mantém o crânio imóvel

durante a tomada radiográfica (desenvolvido por

Tood em 1920) e inspirou Broadbent (1931) e Hofrath

a idealização da cefalometria radiográfica.


Cefalometria :

Céfalo: cranio + metria: medida

• A cefalometria surgiu como um meio complementar diagnóstico que

pudesse relacionar diretamente os dentes com o restante do

complexo craniofacial.
 Cefalometria: É um método que obtém mensurações lineares e angulares dos diversos elementos

anatômicos do crânio e da face.


Importância da Cefalometria
 Apreciação dos diferentes tipos de crescimento;

 Comparação das alterações ocorridas antes, durante e após o tratamento ortodôntico;

 Auxílio no diagnóstico da deformidade craniofacial: detectar onde se encontra a alteração

morfológica – se em estrutura dentária, esquelética e/ou tegumentar;

 Avaliação do espaço naso-faríngeo;

 Como documentação legal visando resguardar o ortodontista no aspecto

profissional.
Padronização da Teleradiografia em norma lateral

Em 1931, Broadbent, nos Estados Unidos, e Hofrath, na Alemanha,

simultaneamente, apresentaram uma técnica cefalométrica padronizada,

utilizando um aparelho de raios X de alta potência e um suporte para fixação

da cabeça, o qual denominaram cefalostato.


 Telerradiografia: radiografia da cabeça obtida à distância, com o feixe central do raio X incidindo

perpendicularmente ao plano sagital mediano (lateral) ou perpendicular ao plano frontal (frontal).


Vista Lateral e frontal de paciente, posicionada no
cefalostato para a tomada radiográfica cefalométrica
lateral em aparelho digital. Radiografia cefalométrica
obtida.
A radiografia cefalométrica lateral é
o produto de uma imagem
bidimensional do crânio numa vista
lateral, permitindo que a relação
entre os dentes, os ossos, os tecidos
moles e os espaços vazios possa ser
examinada tanto horizontal quanto
verticalmente.
Considerações Técnicas - Uma telerradiografia aceitável deve

reunir alguns preceitos:

 Evidenciar boa imagem das estruturas esqueléticas, dentária e tegumentar;

 A imagem auricular da oliva metálica deve aproximar-se ao máximo da imagem do

conduto auditivo externo induzindo proximidade do pório metálico ao anatômico;

 Os dentes devem estar em oclusão.


 Uma vez obtida a telerradiografia delinearemos sobre ela o CEFALOGRAMA permite

fazer medições lineares e angulares, para ser utilizada como um método auxiliar no

diagnóstico e no planejamento ortodôntico.

nos oferece um conjunto de grandezas craniofaciais, a partir de telerradiografia, nas quais

podemos elaborar a mecanoterapia.

O cefalograma se compõe em duas partes principais:

o desenho anatômico e os traçados de orientação.


 Cefalograma: É o desenho anatômico do crânio, onde são decalcadas as principais estruturas,

representada por dentes, perfil mole e ósseo;


Cefalograma
• Cópia em papel acetato transparente das estruturas anatômicas
visualizadas na radiografia.
 Análise cefalométrica: É a metodologia de interpretação dos valores obtidos no cefalograma.
Aplicações da cefalometria na ortodontia:

1. Estudos de crescimento e desenvolvimento craniofacial;

2. Diagnóstico de anormalidades;

3. Comparações das alterações ocorridas antes, durante a após o tratamento;

4. Método auxiliar no planejamento dos pacientes ortodônticos;

5. Direção de crescimento dos maxilares;

6. Comportamento espacial dos maxilares;

7. Relação do perfil ósseo e perfil mole; 8. Avaliação do espaço naso-faríngeo.


Metas do Tratamento
Ortodôntico

• Melhorar a vida do paciente,


aperfeiçoando a função dentária e
mandibular, bem como a estética
dento-facial...

Dento-Facial
Diagnóstico
 Reconhecer o padrão facial existente;
 Reconhecer as más oclusões (desvio da normalidade);
 “Definir” a etiologia da má oclusão;
 Estabelecer uma correlação entre má oclusão e

padrão/tipo facial;
 Elaborar uma estratégia de tratamento.
CEFALOGRAMA

Desenho anatômico
• Perfil mole: inicia-se na altura do osso
frontal, ao nível superior da glabela e se
prolonga inferiormente até a linha queixo-
pescoço
• Estruturas anatômicas:
Cefalograma
• Sobre a telerradiografia, coloca-se um papel transparente, sendo mais indicado o ultraphan, que
apresenta uma face lisa, que é colocada voltada para a radiografia, e outra opaca, voltada para fora,
onde se podem desenhar, preferencialmente com grafite preto 0,5 mm, as principais estruturas
anatômicas.
Cefalograma
• Este desenho é feito sobre um negatoscópio, em um ambiente com pouca iluminação, onde
as estruturas anatômicas e as do perfil mole são mais bem visualizadas. Após o desenho das

estruturas, os pontos cefalométricos são demarcados.


Cefalograma
• Com uma régua, passa-se a unir os pontos entre si, de acordo com a análise prefererida do
profisssional, obtendo-se, assim, as linhas e os planos cefalométricos. A última parte consiste
na medição dos valores angulares e lineares, obtidos por meio dos entrecruzamentos dessas
linhas e planos, um transferidor e uma régua milimetrada.
O traço começa no
terço inferior do
osso frontal,
interrompendo-se
na altura da sutura
fronto-nasal e
continuando no
contorno dos ossos
próprios do nariz.
Sela onde se encontra alojada a hipófise,
separa a parte anterior da parte posterior da
base do crânio.
Esta imagem deve sempre ser desenhada como uma média
da imagem que se forma entre as
sobreposições do meato auditivo e a oliva do cefalostato.
Traça-se uma linha média entre as
linhas radiopacas posterior e anterior
da cavidade orbitária da face.
Desenho semelhante a uma gota invertida.
São 3 linhas compostas pelo assoalho da fossa
nasal, abóboda palatina, perfil alveolar anterior,
espinha nasal anterior e posterior.
Contorna a base da mandíbula, o
ângulo, o ramo até o côndilo
mandibular e processo coronóide.
Traça-se desde a cervical
lingual do
Incisivo contornando o
pogônio até a
cervical vestibular dos
incisivos inferiores.
Traçamos os
incisivos centrais
superior e inferior (médias)
e posteriormente os
1os Molares
permanentes.
É representada pela
parte posterior da
faringe e a parte
posterior da base da
língua no bordo
inferior da mandíbula.
Pontos cefalométricos Ósseos
 S - (Sela): ponto localizado no centro da sela
túrcica, por inspeção;

 N - (Násio): ponto localizado na parte mais


anterior da sutura fronto-nasal;

 Ba - (Básio): ponto mais póstero-inferior da


porção anterior do forame magno;

 Po - (Pório): ponto mais superior do contorno


do
meato acústico externo;
Pontos cefalométricos Ósseos

 Or - (Orbitário): ponto mais inferior do contorno da órbita;

 Pt - (Pterigóideo): ponto mais súpero-posterior do contorno


da fissura pterigomaxilar;

 Co - (Condílio): ponto mais póstero-superior no contorno da


cabeça da mandíbula;

 ENA - (Espinha Nasal Anterior): ponto localizado


na extremidade anterior e superior da maxila;

 ENP - (Espinha Nasal Posterior): ponto localizado


na extremidade posterior do palato duro;
Pontos cefalométricos Ósseos

 A - ponto mais profundo da concavidade anterior


da maxila;

 B - ponto mais profundo da concavidade anterior


da sínfise da mandíbula;

 Pm - (protuberância mentoniana) – Ponto


localizado na borda anterior da sínfise, onde a
curvatura passa de côncava para convexa;
Pontos cefalométricos Ósseos

 Pog - (Pogônio): ponto mais anterior do mento;

 Gn - (Gnátio): ponto mais ântero-inferior do


contorno do mento;

 Me - (Mentoneano): ponto mais inferior do


contorno da sínfise da mandíbula;

 Go - (Gônio): ponto mais póstero-inferior do


contorno do ângulo goníaco, onde toca o plano
mandibular (Me-Go);
Demarcação dos pontos
cefalométricos Tegumentares
 Gla - Glabela - Ponto localizado na
porção mais anterior da região frontal .

 Pn – Ponta do nariz - Ponto mais anterior da


ponta do nariz.

 Sn - Subnasal - Ponto localizado na


intersecção da margem inferior da base do
nariz com o lábio superior .
Demarcação dos pontos
cefalométricos Tegumentares
 Ls - Labial superior - Ponto mais
proeminente do lábio superior.

 Li - Labial inferior - Ponto mais proeminente


do lábio inferior.

 Pog’ - Pogônio tegumentar –Ponto mais


proeminente do mento.
Planos e
linhas de
orientação

-Linha SN
-Linha NA
-Linha NB
-Plano GoGn
-Longo eixo dos inc. sup
-Longo eixo dos inc. inf
-Linha H (Holdaway): análise de
tecido mole, une Pog’ até Ls
Planos e linhas de
orientação

 Longo eixo do incisivo


superior: linha passando pela
margem incisal e pelo ápice;
 Longo eixo do incisivo
inferior: linha passando pela
margem incisal e pelo ápice;
Planos e
linhas de
orientação
• Linha SN: passa pelos
pontos S e N, limite
superior do cefalograma;
• Plano Horizontal de
Frankfurt Po-Or: une os
pontos Po (pório) e Or
(orbitário);
Planos e
linhas de
orientação
• Plano palatino: É o plano que vai
da espinha nasal posterior (Spnp) até
a espinha nasal anterior (Spna).
Constitui a "base" da maxila e é a
imagem do assoalho das fossas P. Oclusal

nasais.
• Plano Oclusal: Plano que passa
entre as arcadas dentárias em
oclusão.
• Plano Mandibular: une os pontos
Go e Gn.
Planos e linhas de
orientação

As linhas e planos citados anteriormente significam


algo relevante...
* Sempre que estes planos e linhas apresentarem-se
divergentes, nos
informarão que o paciente tem uma tendência de
crescimento vertical.

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